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ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZES FEDERAIS DO BRASIL REFORMA DO PODER JUDICIÁRIO Uma Proposta da Ajufe REFORMA DO PODER JUDICIÁRIO

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ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZESFEDERAIS DO BRASIL

REFORMADO PODERJUDICIÁRIOUma Proposta da Ajufe

REFORMADO PODERJUDICIÁRIO

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Uma Proposta da AJUFE

REFORMADO PODERJUDICIÁRIO

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Associação dos Juízes Federais do Brasil

PROPOSTAS DA ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZES FEDERAIS DO

BRASIL – AJUFE

PARA A REFORMA DO PODER JUDICIÁRIO

O mundo está em movimento de transformação assustadora, enfrentando crisesnunca antes sentidas, mesmo na idade mais tenra da civilização. Os sistemas familiar,de saúde, urbano, agrário, educacional, previdenciário, enfim, o sistema de valoresestá sendo revisitado, circunstância que fomenta aquilo que se convencionou chamarmovimento reformista.

A sociedade brasileira, inserida no processo de globalização desse novopensamento, sente e participa desse movimento reformista, que se faz sentir, também,como não poderia deixar de ser, no sistema jurídico. A cidadania emergente, exigenteem termos de qualidade e rapidez dos serviços, clama por justiça eficaz e célere, queatenda as suas necessidades crescentes. É a Justiça do limiar de novo século, sendodifícil conceber que, “modificando-se tudo, e com velocidade sempre ascendente, só aJustiça deixe de modificar-se.”1

A nova sociedade, que está em processo de formação há mais de duas décadas,tem maior percepção de sua cidadania, conhece os seus direitos, sabe de suas carências,e essa reformulação social se apresenta como uma das causas determinantes doincremento das demandas judiciais. Os órgãos jurisdicionais, parados no tempo, e,quando não, malgrado bem aparelhados, sem mecanismos agilizadores de suamovimentação em prol do deslinde dos litígios, têm sofrido as mais azedas críticas,suscitando pensar-se, seriamente, no modo de torná-los eficazes e céleres, para aplacara insatisfação dos jurisdicionados e dos próprios integrantes de seus quadros.

A despeito das muitas divergências que permeiam as mutações de paradigmada estrutura dos Estados, há um consenso entre a classe jurídica e política no sentidode que a reforma do Poder Judiciário brasileiro além de necessária é urgente.

Pode-se dizer, sem receios, que as duas grandes reformas do Judiciário brasileiroocorreram com a edição da Constituição Imperial de 1824, em que se rompeu, deforma definitiva, com a subordinação dos julgados dos nossos órgãos jurisdicionais àCasa de Suplicação com sede em Lisboa, e com o surgimento da primeira ConstituiçãoRepublicana de 1891. De lá para cá, a não ser no que diz respeito à extinção da JustiçaFederal e, posteriormente, a sua recriação, não houve nenhuma modificação de montano que diz respeito ao Judiciário.

Não se nega que a Constituição de 1988 trouxe inovação quanto aos juizadosespeciais, porém nada de novo acrescentou à organização autocrática e hierarquizadada magistratura, em todos os seus níveis.

É preciso que a reforma do Judiciário seja orientada no sentido de adequá-lo aomodelo desenhado pelo Estado Democrático de Direito. As sugestões pontuais adianteesposadas representam a contribuição aos trabalhos desenvolvidos pelos parlamentares.1Barbosa Moreira. A Justiça no Liminar do Novo Século. In: Livros de Estudos Jurídicos, nº 6, p. 1.

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Associação dos Juízes Federais do Brasil

A Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE, ciente da suaresponsabilidade política de participar dos debates travados sobre a reforma do judiciário,ainda no Encontro Nacional dos Juízes Federais em Comandatuba, realizado em 1996,ao externar a sua posição sobre a “Emenda Jairo Carneiro”, começou a formular suasidéias sobre as modificações necessárias do Judiciário, vindo a consolidá-las no EncontroNacional dos Juízes Federais no Rio de Janeiro, em 1998. Desde então, a AJUFE temparticipado ativamente do processo de reforma do Poder Judiciário, manifestando-seem audiências públicas no parlamento e promovendo diversas reuniões com DeputadosFederais e Senadores, assim como mantendo contatos permanentes com integrantes doPoder Executivo, no escopo de atingir o objetivo maior na reforma que se concentra naefetividade e independência do Judiciário, com a devida valorização da Justiça Federal,instituição que tem papel estratégico a desempenhar em uma federação.

De 1998 a 2003, a AJUFE, acompanhando e participando do processo de reforma,aprimorou e incorporou outras idéias à reforma do Poder Judiciário, o que ensejou aprodução desse novo trabalho – coordenado pelo vice-presidente na 5º Região, JuizFederal Walter Nunes da Silva Júnior – que constitui uma nova consolidação dassugestões que a entidade tem a apresentar para a sociedade brasileira, endereçadasdiretamente para o parlamento, foro legítimo para o debate da matéria.

PAULO SÉRGIO DOMINGUESPresidente da AJUFE

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Associação dos Juízes Federais do Brasil

TÍTULO II

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Art. 5º......................................

LXXVIII - É vedada a edição de qualquer ato normativo tendente a impedir odeferimento pelo órgão jurisdicional competente de medidas cautelares ou antecipatórias,quando caracterizado o risco de dano irreparável ou de difícil reparação.

LXXIX - As pessoas de direito público, quando atuarem como partes emprocessos judiciais, não disporão de tratamento privilegiado nem de prazo especial.

CAPÍTULO III

DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 92.....................................

II - O Conselho Nacional de Justiça;Art. 93.

I - ingresso na carreira através de concurso público de provas e títulos com aparticipação da Ordem dos Advogados do Brasil, em todas as suas fases, exigidaexperiência comprovada em prática forense, obedecendo-se à ordem de classificaçãonas nomeações às vagas existentes;

II - promoção de categoria a categoria, alternadamente, por antigüidade emerecimento, atendidas as seguintes normas;.....................................

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectivacategoria e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvose não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;.....................................

d) na apuração da antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz maisantigo por decisão motivada de dois terço de seus membros, conforme procedimentopróprio, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.

III - o acesso aos tribunais far-se-á por antiguidade e merecimento,alternadamente, apurados na última entrância ou, onde houver, no tribunal de alçada,de acordo com o disposto no inciso II;

IV - previsão de cursos oficiais de preparação e aperfeiçoamento de magistrados,constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a aprovação do candidatoem curso oficial ou reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça de preparação àmagistratura;.....................................

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Associação dos Juízes Federais do Brasil

VII - O magistrado residirá na sede do tribunal ou do juízo a que servir ou emlocalidade contígua, salvo expressa autorização do tribunal a que estiver vinculado;

VIII - o juiz mais antigo na carreira sempre terá precedência nos casos de remoçãoa pedido;

IX - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, porinteresse público, fundar-se-á em decisão pelo voto de 2/3 do respectivo tribunal, emsessão pública, assegurada a ampla defesa;

X - a perda do cargo do magistrado vitalício por infração dos deveres funcionaisdar-se-á por sentença judicial transitada em julgado;

XI - todos os julgamentos e as decisões administrativas e de qualquer naturezados órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentados, sob pena de nulidade,podendo a lei, se a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem, limitar apresença, em determinados atos, ao representante do Ministério Público, às própriaspartes e a seus advogados;

XII - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores poderá serconstituído órgão especial, para o exercício de atribuições administrativas e jurisdicionaisdelegadas da competência do tribunal pleno, ressalvada a eleição dos órgãos diretivos,com o número de membros correspondente à metade de sua composição, não podendo,em qualquer hipótese, exceder a vinte e cinco membros, provendo-se o número devagas imediatamente superior à metade pelos membros mais antigos do tribunal e,mediante eleição pelo tribunal pleno, as vagas remanescentes;

XIII - Os presidentes e vice-presidentes dos Tribunais de segundo grau serãoeleitos pelos juízes a eles vinculados, inclusive os de primeira instância, vedada areeleição;

XIV - a vedação de nomear para cargo em comissão ou designar para função deconfiança ou para o exercício de qualquer outra atividade de direção, assessoria ouauxiliar, de livre nomeação ou designação e exoneração ou dispensa, em qualquerórgão do Poder Judiciário da jurisdição a que está vinculado o juiz, cônjuge, companheiroou parente, em linha reta, colateral ou afim, até o terceiro grau, de magistrado ematividade, salvo se titular de cargo efetivo de órgão do Poder Judiciário, vedada anomeação, designação ou exercício junto ao respectivo magistrado;

XV - não poderão ser nomeados para compor quaisquer Tribunais pessoas queestejam exercendo cargo de confiança no âmbito do Poder Executivo, ou que o tenhamexercido durante o mandato do agente político a quem competir a designação.

XVI - Todos membros do Poder Judiciário, ainda que integrantes dos tribunais,terão a denominação de juiz.

.....................................Art. 94. Revogado.Art. 95.

I - vitaliciedade, que no primeiro grau, será adquirida após três anos de exercício,por deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, conforme procedimento deavaliação estabelecido em lei, somente havendo a perda do cargo durante o estágio

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probatório por deliberação de 2/3 do tribunal respectivo e, nos demais casos, por sentençajudicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público;III - irredutibilidade real de subsídios, que compreende o direito à aposentadoria

integral e paridade com os vencimentos da ativa.Parágrafo único - Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo demagistério;

II - exercer qualquer atividade consultiva ou de assessoramento;III - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processos

e ainda, em razão do cargo, doações, contribuições ou auxílios de qualquer natureza depessoas físicas ou de entidades públicas ou privadas;Art. 96.

I -a) realizar a eleição de seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos,

com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondosobre a competência, o funcionamento e a criação dos respectivos órgãos jurisdicionaise administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes foremvinculados, e exercer a competência correicional, administrativa e disciplinar sobre osjuízes e serventuários de sua área de jurisdição, ressalvada a competência do ConselhoNacional de Justiça;

.....................................e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o

disposto no art. 169, os cargos necessários à administração da Justiça, ressalvadas asnomeações para cargo em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração,que serão exercidos preferencialmente por servidores ocupantes de cargo de carreiratécnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei.

.....................................II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, aos Tribunais

Regionais Federais e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo,observado o disposto no art. 169:

.....................................b) a criação e a extinção de cargos e a fixação dos subsídios ou vencimentos de

seus membros, dos magistrados, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, dosserviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados;

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores e de órgãos de primeiro grausujeitos à sua jurisdição;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias, quando houver aumentode despesa;

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III - ao Supremo Tribunal Federal e aos Tribunais Superiores processar e julgaras reclamações para a preservação de suas competências e a garantia da autoridade desuas decisões, podendo a decisão reformar ou cassar o ato judicial e anular o atoadministrativo reclamado;

IV - atual inciso III§ 1º - É facultada ao Supremo Tribunal Federal e aos Tribunais Superiores a iniciativade leis sobre matéria processual, podendo dispor inclusive sobre requisitos deadmissibilidade dos recursos, bem como sobre o processo e julgamento de feitos decompetência originária e recursal do Supremo Tribunal Federal e dos TribunaisSuperiores, e sobre direito civil, comercial, penal, eleitoral e do trabalho, devendo asproposições contar com a maioria absoluta de votos dos membros do Tribunal.§ 2º - As custas e emolumentos, disciplinados em lei, serão destinados exclusivamenteao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça.Art. 99. - Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira,importando em crime de responsabilidade a retenção injustificada dos recursoscorrespondentes às dotações orçamentárias previstas no art. 168.

.....................................§ 2º - O encaminhamento da proposta compete:

I - no âmbito da União, aos presidentes do Supremo Tribunal Federal, dosTribunais Superiores e dos Tribunais Regionais Federais e do Trabalho, com a aprovaçãodos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no Distrito Federal e territórios, aos presidentesdos tribunais de justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.Art. 100.

.....................................§ 6º - O descumprimento das providências a que aludem os parágrafos anteriores, pelopresidente do tribunal, constituirá crime de responsabilidade em que também incorreráo Chefe do Poder Executivo ou o servidor público que obstar, ou tentar frustrar, porqualquer meio, a liquidação regular de precatório, sem prejuízo das sanções civis epenais cabíveis e da intervenção nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios.

Seção II

Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101.§ 1º - Atual parágrafo único§ 2º - Não pode ser escolhido quem esteja exercendo cargo ou função de confiança noâmbito do Poder Executivo ou que o tenha exercido durante o mandato do Presidenteda República a quem competir a escolha.§ 3º - No mínimo dois terços dos juízes do Supremo Tribunal Federal deverão seroriundos da carreira da magistratura, com mais de dez anos de efetivo exercício.

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§ 4º - A escolha de Ministro do Supremo Tribunal Federal será precedida de edital emque se facultará a apresentação de sugestões de nomes por parte de partidos políticoscom representação no Congresso Nacional, faculdades de Direito, entidades de âmbitonacional constituídas há mais de cinco anos, bem como associações representativasdos magistrados, membros do Ministério Público e advogados.Art.102.

I -a) a ação direta de constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei ou ato

normativo federal ou estadual;.....................................

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministrosde Estado, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros do Conselho Nacional deJustiça, salvo o previsto no art. 52, 11, os membros dos Tribunais Superiores e os doTribunal de Contas da União;

d) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior, quando o coator ouo paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente àjurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se tratar de crime sujeito à jurisdição doSupremo Tribunal Federal em única instância;.....................................

f) o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República,das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Procurador-Geral daRepública, do próprio Supremo Tribunal Federal, do Conselho Nacional de Justiça edos Tribunais Superiores;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias,quando ambas ou algumas delas estiverem sujeitas diretamente à sua jurisdição;

h) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o DistritoFederal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades autárquicas;

i) atual 102 , I, jj) atual 102, I, ml) os conflitos de competência entre Tribunais Superiores, ou entre estes e

qualquer outro tribunal ou juiz;m) o pedido de medida cautelar nas ações diretas de constitucionalidade e de

inconstitucionalidade;n) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for

atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dosDeputados, do Senado Federal, da Mesa de uma dessas Casas Legislativas, de um dosTribunais Superiores, ou do Próprio Supremo Tribunal Federal;

o) a reclamação para preservação de sua competência e garantia da autoridadede suas decisões...................................... II – julgar em recurso ordinário, o habeas corpus decidido em única instânciapelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão, vedada a substituição por pedidooriginário.

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..................................... c) julgar válida lei ou ato normativo de governo local contestado em face destaConstituição.§ 1º - A decisão definitiva de mérito proferida pelo Supremo Tribunal Federal no casoprevisto na alínea a, inciso I, a partir de sua publicação oficial, será oponível a todos eterá efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e àadministração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios.§ 2º - O Supremo Tribunal Federal, ao decidir pela inconstitucionalidade de lei emsede de recurso extraordinário em ação na qual pessoa jurídica de direito público ouempresa pública for parte, poderá, a seu critério, conceder eficácia erga omnes à decisão,estendendo os efeitos da condenação a todos os que estiverem na mesma situação efixando prazo para o seu cumprimento.§ 3º. Salvo no período de recesso, o pedido de medida cautelar nas ações diretas deconstitucionalidade e de inconstitucionalidade somente será deferido pela maioriaabsoluta dos membros do Tribunal, não podendo a eficácia ser superior ao prazo fixadoem lei.

Seção III.

Do Conselho Nacional de Justiça.

Art. 102-A. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de dois juízes do SuperiorTribunal de Justiça, um juiz do Tribunal Superior do Trabalho, um juiz representantedos Tribunais Regionais Federais, um juiz representante dos Tribunais Regionais doTrabalho, um juiz representante dos Tribunais de Justiça, um advogado representanteda Ordem dos Advogados do Brasil, um membro representante do Ministério PúblicoFederal, um membro representante do Ministério Público dos Estados e nove magistradosde primeira instância, escolhidos dentre juízes federais, estaduais e trabalhistas.§ 1º - O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, que ointegra como membro nato, sendo os demais membros escolhidos:

I - Pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Tribunal Superior do Trabalho, pelamaioria absoluta, dentre seus membros titulares, para as vagas que lhes correspondem;

II - Em reunião dos respectivos Presidentes, os representantes dos TribunaisRegionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais de Justiça,assegurada a alternância entre os tribunais de origem dos magistrados;

III - Pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para a vaga quelhe corresponde, podendo concorrer advogado em situação regular perante o Conselho,em plena atividade profissional, com mais de dez anos de efetivo exercício, de notávelsaber jurídico e reputação ilibada, com mais de trinta e cinco anos e menos de sessentae cinco anos de idade;

IV - Pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal para a vaga que aeste compete;

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V - Em reunião dos Procuradores-Gerais de Justiça para a vaga destinada aoMinistério Público dos Estados;

VI - No caso dos juízes de primeira instância, por intermédio de eleições dasquais participem todos os magistrados federais, trabalhistas e estaduais, sob acoordenação das respectivas entidades representativas nacionais, cabendo três vagas acada segmento, devendo a escolha recair em juízes com mais de dez anos de exercício;§ 2º - Não efetuadas, no prazo legal, caberão ao Supremo Tribunal Federal as indicaçõese escolhas previstas no parágrafo anterior, as quais, em nenhuma situação, poderãorecair em membros de órgãos diretivos de tribunais.§ 3º - À exceção do Presidente, os membros do Conselho exercerão mandato de trêsanos, inadmitida recondução, permanecendo afastados integralmente das suas atividadesdurante o mandato, com seus respectivos subsídios e vantagens a que fazem jus nosseus órgãos de origem.§ 4º - O advogado representante da Ordem dos Advogados do Brasil, durante o períodode investidura, desde que não exerça cargo público, receberá remuneração equivalenteao subsídio de juiz do Tribunal Regional Federal, sendo-lhe aplicadas idênticas vedaçõese garantias, e assegurada a cobertura pelo regime geral da previdência social, nostermos do art. 40, § 13.§ 5º - Caberá ao Conselho a eleição de um de seus membros para ocupar a função deCorregedor Nacional do Poder Judiciário.§ 6º - Compete ao Conselho, além de outras atribuições que lhe forem conferidas noEstatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto daMagistratura, podendo expedir atos regulamentadores no âmbito de sua competência,ou recomendar providências;

II - elaborar o seu regimento interno, organizar seus serviços auxiliares, podendoservir-se de infra-estrutura de apoio, de instalações e de serviços, e requisitar pessoal,a este fim, dos demais órgãos do Poder Judiciário;

III - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação,a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do PoderJudiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou assinar prazo para que adotem asprovidências necessárias ao exato cumprimento da lei;

IV - processar e julgar as reclamações contra membros ou órgãos do PoderJudiciário, inclusive contra seus auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar ecorreicional dos Tribunais, podendo avocar processos disciplinares e determinar, pelovoto de 2/3, a suspensão, remoção, disponibilidade ou aposentadoria com subsídiosproporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas previstasno Estatuto da Magistratura, assegurada sempre a ampla defesa do acusado;

V - representar pelo voto de 2/3 dos seus membros à Advocacia Geral da Uniãoou à Procuradoria Geral do Estado quando entender que deva ser proposta a ação deperda do cargo pelo magistrado, e ao Ministério Público, nesse caso e quando verificar,nos autos ou papéis de que conhecer, a existência de crime de ação de iniciativa pública;

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VI - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízese membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VII - fiscalizar a observância das normas constitucionais sobre os limites deremuneração;

VIII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias,sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, devendointegrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida aoCongresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa;

IX - definir e fixar, com a participação dos órgãos do Poder Judiciário e dasassociações representativas das carreiras jurídicas, planos de metas e o planejamentoestratégico, e planos e programas de avaliação institucional e do funcionamento doPoder Judiciário, tendo em vista o aumento da eficiência, racionalização, incrementoda produtividade e maior eficácia do sistema, garantindo mais segurança, celeridade emaior acessibilidade na realização dos serviços da Justiça;

X - manter o Banco de Dados do Poder Judiciário, contendo a integralidade dasinformações concernentes a número de magistrados, qualificação, unidades judiciais esobre os serviços e o pessoal dos órgãos do Poder, como instrumento essencial aoplanejamento;

XI - manter centro nacional destinado à formação, aperfeiçoamento e promoçãode magistrados, e ao desenvolvimento da administração e da pesquisa judiciárias, comfunção inclusive de reconhecimento, coordenação e supervisão das escolas e dos cursosda magistratura no país;

XII - elaborar, com a participação dos demais órgãos do Poder Judiciário, oCódigo de Ética do Juiz Brasileiro;

XIII - exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária e manifestar-se de oficio ou mediante consulta sobre os planos e programas de investimento dosórgãos do Poder Judiciário;

XIV - facultativamente, a iniciativa de leis que disponham sobre a carreira demagistrado, organização e funcionamento do Poder Judiciário.§ 7º - As decisões do Conselho serão fundamentadas e as conclusões publicadas, contendoas providências para a aplicação da sanção cabível.§ 8º - Competirá exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar asações que impugnem decisões do Conselho Nacional de Justiça, do seu Presidente oudo Corregedor Nacional do Poder Judiciário.§ 9º - Qualquer cidadão, órgão público, partido político, associação ou sindicato éparte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades perante o ConselhoNacional de Justiça.§ 10 - As reclamações ou representações anônimas não serão consideradas e as temeráriasserão punidas na forma da lei.Art.103. Podem propor ação declaratória de constitucionalidade e indireta deinconstitucionalidade:.....................................

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VII - o advogado-geral da União;VIII - atual VII;IX - atual VII;X - atual IX.

§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações deinconstitucionalidade e de constitucionalidade.

.....................................§ 3º - Da propositura das ações diretas de constitucionalidade e de inconstitucionalidadeserão cientificados, por edital, os demais legitimados enumerados neste artigo, quepoderão manifestar-se, nos autos, no prazo das informações.§ 4º - O Supremo Tribunal Federal, ao declarar a inconstitucionalidade, em tese, de leiou ato normativo, poderá determinar, por maioria de dois terços de seus membros, quea perda de sua eficácia somente ocorra a partir do trânsito em julgado da decisão.

Seção IV

Do Superior Tribunal de Justiça

Art. 104.I - dois quintos dentre os juízes dos Tribunais Regionais Federais indicados em

lista tríplice pela maioria absoluta do próprio Tribunal, escolhidos dentre seus membrosoriundos da magistratura de carreira;

II - dois quintos dentre juízes dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice,pela maioria absoluta do próprio tribunal, observada na escolha dos nomes, quandopossível, a representação das unidades da federação;

III - um quinto, em partes iguais, dentre advogados e membros do MinistérioPúblico Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicadospelos órgãos de representação das respectivas categorias em lista sêxtupla, da qualsomente poderão fazer parte profissionais com mais de dez anos de exercício da função.

Parágrafo único - Recebidas as indicações de que trata o inciso III, o Tribunal, pelamaioria absoluta de seus membros, formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivoque submeterá um dos seus integrantes ao Senado Federal.Art.105.

I -a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, após

autorização da respectiva Assembléia e obedecido o disposto no art. 53, § 2º, e, nestese nos de responsabilidade, os chefes de missão diplomática de caráter permanente, osdesembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os dosTribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, osmembros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Estados e os do Ministério Públicoda União que oficiem perante tribunais;

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Associação dos Juízes Federais do Brasil

b) os mandados de segurança e os habeas data contra atos de Ministro de Estado,do Tribunal de Contas da União, e, no caso de matéria administrativa, dos TribunaisRegionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais RegionaisEleitorais e dos Tribunais de Justiça dos Estados;

c) os habeas corpus, quando o coator ou o paciente for qualquer das pessoasmencionadas na alínea a, ou quando o coator for membro de Tribunal ou Ministro deEstado, ressalvada, em qualquer hipótese, a competência do Supremo Tribunal Federale dos outros Tribunais Superiores;.....................................

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias daUnião, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou doDistrito Federal, ou entre as deste e da União, ressalvada a competência do SupremoTribunal Federal;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora foratribuição do Tribunal de Contas da União, ou de órgão, entidade ou autoridade federal,da administração federal direta ou indireta, excetuados os casos de competência doSupremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Justiça doTrabalho e da Justiça Federal;

i) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;j) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do exequatur às cartas

rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu Presidente......................................

Seção V

Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais

Art. 106.Parágrafo único. O Conselho da Justiça Federal, órgão auxiliar, terá sede em Brasília eserá integrado pelos Presidentes dos Tribunais Regionais Federais e por um juiz decada região, de primeira ou de segunda instância, eleito pelos próprios juízes para ummandato de dois anos, vedada a reeleição, cabendo-lhe exercer a coordenação esupervisão da justiça federal, nos termos da lei.Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelos seus Presidentes,dentre brasileiros com mais de trinta anos de idade, mediante promoção de juízesfederais, por antiguidade e merecimento, alternadamente, observado o disposto no art.93, II.§ 1º - Os magistrados de primeira instância terão direito a voto no processo de escolhados que serão promovidos ao Tribunal por merecimento.§ 2º - É assegurada a remoção e permuta entre Juízes Federais e entre Juízes Federaissubstitutos, cuja regulamentação competirá ao Conselho da Justiça Federal.

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Associação dos Juízes Federais do Brasil

Art. 108.

.....................................c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de juiz federal;

.....................................f) os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Prefeitos, nos crimes de

competência da Justiça federal.Art. 109......................................

VI - os crimes contra a organização do trabalho, de caráter individual ou coletivo,de trabalho escravo, sob as suas mais variadas formas, e, nos casos determinados porlei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;.....................................

XII - os crimes praticados em detrimento de bens ou interesses sob a tutela deórgão federal de proteção dos direitos humanos, nos termos da lei.§ 1º - As causas em que a União ou qualquer das entidades mencionadas no inciso Iforem autoras serão aforadas na circunscrição judiciária onde tiver domicílio a outraparte.§ 2º - As causas intentadas contra a União ou qualquer das entidades referidas noinciso I deverão ser aforadas na circunscrição judiciária em que for domiciliado oautor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou ondeesteja situada a coisa.§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro de domicílio dos seguradosou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social esegurado, sempre que a localidade não seja sede de vara ou juízo federal, e, se verificadaessa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas ejulgadas pela justiça estadual......................................§ 5º - Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária,composta de uma ou mais circunscrições judiciárias, abrangendo um ou mais municípios,sendo a da capital a sede da seção.

Seção VI

Dos Tribunais e Juízes do Trabalho

Art. 111.....................................

III - os Juízes do Trabalho.

§ 1º - O Tribunal Superior do Trabalho compõe-se de, no mínimo, vinte e um Juízes,nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cincoe menos de sessenta e cinco anos de idade, depois de aprovada a escolha pela maioriaabsoluta do Senado Federal, sendo:

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I - um quinto, em partes iguais, dentre advogados e membros do MinistérioPúblico, alternadamente, indicados pelos órgãos de representação das respectivascategorias em lista sêxtupla, da qual somente poderão fazer parte, profissionais commais de dez anos de exercício da função.

II - os demais, dentre juízes integrantes dos Tribunais Regionais do Trabalho,integrantes da carreira da magistratura trabalhista, indicados em lista tríplice, paracada vaga, pela maioria absoluta do próprio Tribunal, observada, quando possível, naescolha dos nomes a representação das Regiões do país.§ 2º - Recebidas as indicações de que trata o inciso I, o Tribunal, pela maioria absolutade seus membros, formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo que submeteráum de seus integrantes à aprovação do Senado Federal......................................Art. 113 - Lei complementar disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição,competência, garantias e condições de exercício e funcionamento dos órgãos da Justiçado Trabalho e disciplinará a remoção ou a permuta de juízes.Art. 114 - Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,recrutados, somente em caso excepcional, por falta de pessoal ou não atendimento arequisitos exigidos, fora da respectiva região, nomeados pelos seus Presidentes, dentrebrasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos de idade, mediantepromoção de juízes do trabalho, por antiguidade e merecimento, alternadamente,observado o disposto no art. 93, II.Art. 115 - Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar:

I - os dissídios individuais e coletivos entre empregados e empregadores,abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta eindireta dos municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União;

II - os litígios sobre representação sindical;III - os litígios entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos

e empregadores;IV - os litígios decorrentes da interpretação e do cumprimento de instrumentos

normativos coletivos avençados entre trabalhadores e empregadores;V - os litígios concernentes às relações de trabalho entre trabalhadores e

empregadores e seus sindicatos, relativos ao exercício do direito de greve;VI - os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças;VII - os conflitos de jurisdição e competência entre os órgãos com jurisdição

trabalhista;VIII - as ações especiais e outros litígios concernentes à relação de trabalho, na

forma da lei.

§ 1º - A lei disporá sobre a adoção de mecanismos e procedimentos que, com base nosprincípios da oralidade, simplicidade, economia processual e celeridade, visem àresolução de conflitos trabalhistas, sempre que possível pela conciliação ou a transação,facultada a assistência às partes, assegurada eficácia às soluções e estimulando aatividade preventiva das entidades representativas de classes.

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§ 2º - Serão organizados, na forma da lei, órgãos de conciliação e arbitragem, semcaráter jurisdicional, com representação de trabalhadores e empregadores, a que poderãoser submetidas as controvérsias trabalhistas individuais, não suportando o Poder Públicoqualquer ônus ou encargo financeiro, salvo a prestação da assistência jurídica gratuita,na forma do art. 5º, LXXIV.§ 3º - A lei disporá sobre a conciliação dos conflitos coletivos concernentes à fixaçãode normas e condições de trabalho, mediante negociação direta entre as partes, facultadoo recurso à arbitragem e a outros meios de composição dos interesses......................................

Seção VII

Dos Tribunais e Juízes Eleitorais

.....................................Art. 120.§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:a) de um juiz dentre os membros do Tribunal de Justiça.b) de um juiz de direito, escolhido pelo Tribunal de Justiça.II - de dois juízes dentre os do Tribunal Regional Federal, com sede na capital

do Estado ou no Distrito Federal ou de juízes federais, escolhidos, em qualquer caso,pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III - de um juiz federal lotado na respectiva Seção Judiciária, escolhido peloTribunal Regional Federal;

IV - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes a partir delistas tríplices elaboradas pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasildentre advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral.§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente, Vice-Presidente dentre osjuízes dos Tribunais Regionais Federais ou juízes federais e os juízes do Tribunal deJustiça.§ 3º - A função de Corregedor Regional Eleitoral competirá a um dos juízes federaiseleito pelo próprio tribunal.Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização da Justiça Eleitoral e acompetência de seus órgãos, cumprindo ao Tribunal Superior Eleitoral a supervisão ecoordenação administrativa, orçamentária, financeira, contábil e patrimonial dosTribunais e juízos eleitorais, e a correição geral, sem prejuízo das funções do ConselhoNacional de Justiça......................................§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariemesta Constituição e as denegatórias de habeas corpus.§ 4º -.....................................

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VI - versarem sobre crimes eleitorais cujo julgamento for de sua competênciaoriginária.§ 5º - Os juízes eleitorais serão escolhidos pelo Tribunal Regional Eleitoral dentre osjuízes federais em exercício na sede da zona eleitoral, podendo a escolha recair emjuízes de direito quando o numero daqueles for insuficiente para prover os cargosexistentes.,

Seção VIII

Dos Tribunais e Juízes Militares

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar da União:I - o Superior Tribunal Militar;II - os Conselhos de Justiça;III - os Juízes-Auditores e os Juízes-Auditores Substitutos.

Parágrafo único. Em tempo de guerra, a Justiça Militar da União será integrada, ainda,pelo Tribunal Especial, de que trata o art. 142, VI.Art. 123. O Superior Tribunal Militar compõe-se de onze juízes, nomeados peloPresidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do SenadoFederal, sendo três dentre oficiais-generais do Exército, dois dentre oficiais-generaisda Marinha, dois dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do postomais elevado da carreira, indicados em lista tríplice pelo Estado Maior das respectivasArmas, e quatro dentre civis.§ 1º - Os juízes civis serão nomeados dentre brasileiros com mais de trinta e cinco emenos de sessenta e cinco anos de idade, sendo:

I - dois, dentre advogados indicados em lista sêxtupla, para cada vaga, aoTribunal, procedendo-se a escolha observadas as exigências do art. 94;

II - dois, dentre Juízes-Auditores e membros do Ministério Público da JustiçaMilitar da União, indicados em lista tríplice, para cada vaga, pela maioria absoluta dopróprio Tribunal.§ 2º - Recebidas as indicações de que trata o inciso I, o Tribunal, pela maioria absolutade seus membros, formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que submeteráum dos seus integrantes ao Senado Federal.Art. 124. À Justiça Militar da União compete processar e julgar os crimes militaresdefinidos em lei, ressalvada a competência da justiça comum quando não ocorrer relaçãodireta ou predominante entre o delito e a função ou a atividade militar, ou a mesma forapenas de natureza incidental.§ 1º - Lei complementar disporá sobre a organização, o funcionamento e a competênciada Justiça Militar da União.§ 2º - O Superior Tribunal Militar exercerá, respeitadas as atribuições do ConselhoNacional de Justiça, funções de correição sobre os órgãos da Justiça Militar da União,com a competência inclusive para decretar, pela maioria absoluta de seus membros, aindignidade ou a incompatibilidade do militar para com o exercício da função militar.

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Seção IX

Dos Tribunais e Juízes dos Estados

Art.125......................................§ 2º - Cabe aos Estados e à União, no Distrito Federal, a instituição de ação direta deconstitucionalidade ou de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduaisou municipais em face da Constituição Estadual, ou distritais, ante a Lei Orgânica doDistrito Federal, respectivamente, vedada a atribuição da legitimação para agir a umúnico órgão.Art. 126. Os Tribunais de Justiça, visando a assegurar maior efetividade à prestaçãojurisdicional e maior acessibilidade aos serviços da justiça, dentre outros mecanismos,promoverão:

I - a manutenção de expediente e atendimento ininterrupto para as questõesconsideradas de urgência, ou, de maior relevância.

II - a prática da Justiça itinerante, com a realização de audiências e demaisfunções da atividade jurisdicional nos limites territoriais da respectiva jurisdição, emambos os graus, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários;

III - a instalação prioritária de juizados especiais.

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ANOTAÇÕES

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