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Ajuda na Interpretação Susana Harter

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  • SPP-FC SELF-PERCEPTION PROFILE FOR CHILDREN

    SUSAN HARTER

    PCS-FC PERCEIVED COMPETENCE SCALE FOR CHILDREN

    Autores [ por ordem alfabtica ]: Jos Saraiva Augusto | Maria Teresa Preto | Sofia Soares To | Teresa Gomes Jernimo

    [email protected]

  • Psicologia da Aprendizagem SPP-FC Self-Perception Profile For Children | PCS-FC Perceived Competence Scale For Children

    Susan Harter

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    Resumo | Abstract As pginas que se seguem, no mbito da cadeira de Psicologia da Aprendizagem, versam, dentre a faixa etria da pr-adolescncia, 8-12 anos, a temtica da avaliao da auto-percepo, proposta por Susan Harter, no contexto terico do seu Self-Perception Profile For Children [SPP-FC] e do instrumento operacional que lhe est associado: a Perceived Competence Scale For Children [PCS-FC]. Apesar de, como refere Fox [1990], a validao dos instrumentos psicolgicos nunca estar inteiramente completa, tratando-se, antes, de um processo nunca acabado, incontornvel a vantagem dos estudos desenvolvidos nesta rea, no sentido de um maior conhecimento dos fenmenos ora em apreo. Assim, neste documento, depois de um breve enquadramento terico, debruamo-nos sobre a pr-concepo e estrutura da PCS-FC, seguindo-se-lhe, em detalhe, a anlise das pontuaes obtidas pelos 3 indivduos avaliados: o Toms, o Rui e a Marta. Para o efeito foi construdo, em Excel, um ficheiro de clculo integrado, sendo que, doravante, apenas ser necessrio fazer o input das pontuaes obtidas os resultados, especficos e globais, dos indivduos so, sob a estrutura da PCS-FC, automaticamente disponibilizados. Em funo dos perfis encontrados, so, depois, adiantadas algumas notas orientadoras de interveno. Complementarmente, num mero exerccio acadmico, , na Parte IV, aventada a suposio de, ao invs de se considerarem isoladamente os sujeitos avaliados, os trs serem irmos e, portanto, criados no mesmo meio familiar e enformados pelos mesmos padres culturais e scio-econmicos. Sob esta perspectiva, aps um breve briefing caracterizador do set fictcio, so discutidas algumas linhas de concertao de ajuda familiar recproca para, sob a metria proposta e validada por Susan Harter, obviar aos desvios encontrados. A forma de apresentao escrita do presente documento, devido sua finalidade, tipo e estrutura grfica, no segue as normas da APA, nomeadamente o resumo disponvel, em linha, na internet, em APA Style Essentials [http://www.vanguard.edu/faculty/ddegelman/index.cfm?doc_id=796]. Os autores.

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    ndice

    PARTE IPERCEIVED COMPETENCE SCALE FOR CHILDREN. 1 | Autoconceito e autoestima: enquadramento terico. 2 | Perceived Competence Scale For Children [PCS-FC]. 3 | A estrutura da PCS-FC. PARTE II PERCEIVED COMPETENCE SCALE FOR CHILDREN: FOLHAS DE RESPOSTA. 1 | Toms. 2 | Rui. 3 | Marta.

    PARTE III RESULTADOS E ANLISE. 1 | Pontuaes obtidas na:

    Escala Como que eu sou e na Escala de importncia. 2 | Detalhe das pontuaes obtidas e clculo Discrepncia Global. 3 | Linhas orientadoras de interveno. PARTE IV E SE FOSSEM IRMOS? 1 | Briefing [situao fictcia]. 2 | Grelhas de anlise comparativa. 3 | E se fossem irmos? PARTE V REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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    PARTE I | perceived competence scale for children |

    | PCS-FC |

    1 | Autoconceito e autoestima: enquadramento terico. 2 | Perceived Competence Scale For Children [PCS-FC]. 3 | A estrutura da PCS-FC.

    pp.

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    1 | Autoconceito e autoestima: enquadramento terico. A terminologia do self prolixa: autoestima, autoconceito, auto-imagem, auto-avaliaes, auto-conhecimento, auto-percepes, auto-eficcia, etc., so termos que grassam pela literatura especializada. Todavia, existe um consenso generalizado de que o self mais correctamente descrito como um complexo sistema de constructos [Fox, 1999, 2000]. No obstante, esta complexidade tem propiciado a existncia de um conjunto de termos, cuja utilizao indiscriminada, gera, por vezes, ambiguidade e confuso conceptual, existindo uma certa indefinio quanto a uma correcta e objectiva diferenciao, nomeadamente entre as noes de autoestima e autoconceito. Esta impreciso arrastou-se durante muito tempo, mas, nos finais dos anos 80, parece ter emergido uma certa anuncia na definio destes constructos primrios do self [Fox, 1997, 1998], considerando que se tratam de duas entidades psicolgicas diferentes, que reenviam para distintas dimenses do self [Peixoto, 1996]. Segundo diversos autores o autoconceito um conceito mais abrangente relativo auto-descrio de um indivduo, pelo que est relacionado com a percepo que o mesmo tem de si prprio [e. g. Peixoto, 1996; Vaz Serra, 1988], enquanto a autoestima se equivale a uma dimenso avaliativa do auto-conhecimento, referente, portanto, forma como uma pessoa se auto-avalia [Baumeister, 1994]. Assim, enquanto o autoconceito se refere imagem multifacetada que um indivduo tem de si mesmo, a autoestima diz respeito avaliao, ou ao modo, como o indivduo se sente acerca da sua imagem. Neste sentido, a autoestima pode ser usada para se referir auto-avaliao de um indivduo como um todo, autoestima global, ou pode discutir-se o autoconceito, em relao avaliao do self em determinada dimenso ou domnio.

    O self mais correctamente descrito como um complexo sistema de constructos [Fox, 1999, 2000].

    A ambiguidade que cerca a utilizao indiscriminada dos vrios termos.

    A emergente separao conceptual das noes de autoconceito e autoestima, a partir dos finais do anos 80.

    Autoconceito: conceito mais abrangente relativo auto-descrio de um indivduo percepo que o mesmo tem de si prprio. Autoestima: dimenso avaliativa do auto-conhecimento - forma como uma pessoa se auto-avalia.

    Proposta de separao doutrinria entre autoconceito e autoestima e caracterizao do self, no mbito da sua complexidade.

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    Durante muitos anos, psiclogos e outros investigadores lidaram com a autoestima e com o autoconceito como entidades unidimensionais [Fox, 1997]. Os investigadores avaliavam estes conceitos como uma medida global, sem atender s diferentes percepes do self que os compem. A avaliao destes estudos revelou que as concluses reflectiam problemas de mensurao e de anlise estatstica, que no suportavam a unidimensionalidade considerada. Com efeito, esta perspectiva unidimensional considerada teoricamente limitada, uma vez que no permite investigar todos os mecanismos subjacentes s mudanas pessoais, pois no contempla o facto de cada indivduo ter sentimentos distintos sobre si prprio, em diferentes aspectos da sua vida, e que essa contribuio pode fazer variar, nomeadamente, a sua autoestima global [Faustino, 1994]. Mais recentemente, assistiu-se a vrios desenvolvimentos cruciais, sobretudo quando o enfoque se passou a centrar directamente nos mecanismos da mudana envolvidos no sistema do self [Fox, 1997], como acontece no caso do modelo hierrquico multidimensional. Os modelos hierrquicos multidimensionais sugerem que as auto-avaliaes, em domnios especficos, esto de algum modo agregadas para formar o autoconceito e a autoestima global. Por exemplo, Fox [1988, 1990] e Fox & Corbin [1989], sugerem um modelo hierrquico multidimensional da autoestima, que sustenta a existncia de um nvel global de autoestima relativamente estvel e alto no topo, resultado de percepes avaliativas em vrios domnios da vida. Cada domnio considerado representa os efeitos combinados de percepes de um nvel inferior de hierarquia, pelo que, medida que se desce, a estabilidade diminui e as facetas tornam-se cada vez mais especficas. Nos anos 80, verificaram-se vrios avanos importantes na avaliao do autoconceito e da autoestima [Fox, 1998]. Com o aparecimento dos perfis de

    Limitaes tericas das noes de autoconceito e autoestima, derivadas do facto de se considerarem como entidades unidimensionais, sem se atender s diferentes percepes do self que as compem.

    A apreciao multifacetada das vrias componentes do self, nomeadamente da autoestima.

    A arquitectura conceptual do modelo hierrquico multidimensional e as suas inequvocas vantagens na melhor definio dos constructos.

    A agregao das vrias dimenses que conduzem ao autoconceito e autoestima global.

    O fraccionamento sucessivo das observaes dos vrios domnios tericos da autoestima e a noo implcita de micro-domnio perceptivo.

    Perfis de auto-percepo e escalas globais separadas.

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    auto-percepo e das escalas globais separadas, surgiram modelos que sugeriam como os constructos se poderiam complementar e relacionar entre si. 2 | Perceived Competence Scale For Children [PCS-FC]. O instrumento metodolgico proposto por Susan Harter, a PCS-FC, Perceived Competence Scale For Children [Escala da Competncia Percebida para Crianas], minimiza significativamente os problemas associados aos formatos clssicos das escalas de duas escolhas [Verdadeiro Falso ou Sim No].

    Existe evidncia emprica que o formato proposto por Harter reduz a tendncia natural para se fornecer respostas socialmente desejveis e, desta forma, aquela metodologia favorece a reduo do risco do enviesamento dos resultados [Harter, 1982, 1985, 1988; Fox, 1988].

    A desejabilidade social [aspecto em que os indivduos tendem a concordar com as respostas que so socialmente mais adequadas, fornecendo respostas para agradar] mais dificilmente ocorre no formato proposto, face ao tipo de formulao das questes e ao processo de escolha que exige, o que transmite uma sensao ao sujeito de que todo o leque de respostas aceitvel.

    O procedimento geral para avaliao consiste na cotao de cada item com base numa escala de 4 pontos. A pontuao 1 significa baixa adequao ou baixa competncia percebida e a cotao 4 indica alta adequao ou alta competncia percebida, onde ambos os valores correspondem ao tipo de descrio totalmente verdadeiro para mim sou tal e qual assim.

    Os valores 2 e 3 indicam que a escolha do jovem do tipo parcialmente verdadeiro para mim sou um bocadinho assim, numa descrio mais auto-desfavorvel, ou mais auto-favorvel, respectivamente.

    Evidncia emprica de um menor enviesamento das respostas no modelo proposto por Susan Harter.

    A diminuio objectiva das respostas socialmente desejveis.

    Aumento do -vontade para os indivduos responderem mais honestamente.

    Pontuao 1: baixa adequao ou baixa competncia percebida.

    Pontuao 4: alta adequao ou alta competncia percebida.

    Pontuaes 2 e 3: descrio mais auto-desfavorvel ou mais auto-favorvel, respectivamente.

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    Ao responder, o indivduo em primeiro lugar decide qual das duas afirmaes melhor o descreve, aquela com que melhor se identifica, e, seguidamente, junto a cada afirmao, assinala se a mesma parcialmente verdadeira ou totalmente verdadeira para si.

    O instrumento pode ser administrado individual ou colectivamente, sendo necessrio, em quaisquer dos casos, assegurar que os sujeitos se situem previamente num dos lados do item e s depois assinalem a escolha do grau de acordo com a afirmao escolhida, j que h uma tendncia comum, sobretudo entre os mais novos, para se escolherem alternativas em ambos os lados de cada item. 3 | A estrutura da PCS-FC. O instrumento operacional contm 6 sub-escalas, 5 referentes aos domnios especficos do autoconceito e 1 sobre a avaliao da autoestima. Os domnios especficos [5 + 1]: Competncia Escolar: avalia a percepo do indivduo relativamente

    sua competncia ou aptido no domnio do desempenho escolar. Aceitao Social: mede o grau de aceitao do sujeito pelas outras

    crianas, bem como o sentimento de popularidade entre os seus pares. Competncia Atltica: considera a competncia do indivduo em

    desportos ou jogos ao ar livre. Aparncia Fsica: determina a sua percepo relativamente prpria

    aparncia, como por exemplo peso, tamanho e aspecto. Comportamento: avalia a percepo da criana relativamente ao modo

    como se comporta. Autoestima: at que ponto a criana gosta dela enquanto pessoa, isto

    , se est satisfeita com a sua forma de ser. Constitui um julgamento global do seu valor, no sendo portanto um domnio especfico de competncia.

    Estrutura sequencialmente posicional das repostas.

    Cuidados na aplicao e reparos iniciais necessrios boa execuo do questionrio.

    Autoconceito + autoestima.

    Competncia Escolar Aceitao Social Competncia Atltica Aparncia Fsica Comportamento

    Autoestima

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    Cada uma das sub-escalas contm 6 itens, constituindo um total de 36 itens [existe mais um item adicional, introduzido como exemplo, mas que no cotado]. Para quebrar a tendncia resposta estereotipada, dentro de cada sub-escala, 3 dos itens esto construdos de modo a que, de forma no constante, a afirmao, reflectindo uma alta competncia percebida, surja do lado esquerdo, enquanto que, nos restantes trs, a mesma afirmao surge do lado direito. Nos 6 primeiros itens, as diferentes sub-escalas vo aparecendo de forma alternada pela seguinte ordem: [1] Competncia Escolar, [2] Aceitao Social, [3] Competncia Atltica, [4] Aparncia Fsica, [5] Comportamento e [6] Autoestima Global. Esta ordem mantm-se ao longo de toda a escala para os 36 itens que a constituem. Conforme foi adiantado anteriormente, pretende-se com o tipo de formato utilizado para as respostas, mostrar ao sujeito que existem crianas com caractersticas diversas, com as quais se pode identificar em maior ou menor grau. No existem, partida, respostas certas ou erradas, repostas melhores ou piores, mas sim, ao invs, respostas possveis e igualmente aceites. Esta ideia operacionalizada atravs de uma estrutura alternativa para os vrios itens da escala.

    Dentro de cada sub-escala, 3 dos itens esto construdos de modo a que a afirmao, reflectindo uma alta competncia percebida, surja do lado esquerdo, enquanto que, nos restantes trs, a mesma afirmao surge do lado direito.

    Ordem sequencial dos itens das vrias sub-escalas.

    Diminuio do risco de enviesamento dos resultados obtidos.

    No existem, partida, respostas certas ou erradas, repostas melhores ou piores, mas sim, ao invs, respostas possveis e igualmente aceites.

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    PARTE II | perceived competence scale for children |

    | folhas de resposta |

    1 | Toms 2 | Rui 3 | Marta

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    Ficha biogrfica [fictcia]: Nome completo: Toms Evelsio de Almeida Nome privado: Toms Filiao | pai: Adonildo Lidrio de Almeida | me: Alvarina Claudemira de Almeida Data de nascimento: 14.02.1995 Idade: 10 anos Sexo: Masculino Observaes: Tem 1 irmo, de 9, e 1 irm, de 8 anos.

    TOMS Evelsio de Almeida 14.02.1995

    10 anos

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    Ficha biogrfica [fictcia]: Nome completo: Rui Garibaldo de Almeida Nome privado: Rui Filiao | pai: Adonildo Lidrio de Almeida | me: Alvarina Claudemira de Almeida Data de nascimento: 19.06.1996 Idade: 9 anos Sexo: Masculino Observaes: Tem 1 irmo, de 10, e 1 irm, de 8 anos.

    Rui Garibaldo de Almeida 19.06.1996

    9 anos

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    Ficha biogrfica [fictcia]: Nome completo: Marta Cleodice de Almeida Nome privado: Marta Filiao | pai: Adonildo Lidrio de Almeida | me: Alvarina Claudemira de Almeida Data de nascimento: 11.10.1997 Idade: 8 anos Sexo: Feminino Observaes: Tem 2 irmos, 1 de 10 e outro de 9 anos.

    Marta Cleodice de Almeida 11.10.1997

    8 anos

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    PARTE III | resultados e anlise |

    1 | Pontuaes obtidas na:

    Escala Como que eu sou e na Escala de importncia. 2 | Detalhe das pontuaes obtidas e clculo Discrepncia Global. 3 | Linhas orientadoras de interveno.

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    3 | Linhas orientadoras de interveno. Toms. 10 anos. No mbito da metria proposta por Susan Harter, as dimenses do autoconceito do Toms, cujos perfis se revelaram menos favorveis, so, por ordem sequencialmente decrescente, as reas da Competncia Atltica, do Comportamento e da Aparncia Fsica. Todavia, nas reas acima mencionadas, o Toms tem uma competncia [a]percebida acima da mdia, mas o facto de lhes atribuir uma grande importncia faz com que, em mdia, fique aqum do que desejaria ser. Por outro lado, a comparao da mdia da Discrepncia global [0.33, em valor absoluto] e da autoestima global [4.00], revela que o Toms possui uma auto-percepo geral muito positiva e equilibrada, cujas reas negras apenas se devem ao facto da elevada exigncia que tem para consigo mesmo. Neste contexto, e face avaliao dos resultados no seu todo, a linha orientadora a explorar deveria passar por faz-lo abrandar os seus excessivos nveis de auto-exigncia e ambio nos domnios em que o [mensagem: j s bom], guiando-o, em simultneo, para a atribuio de uma maior valorizao Competncia Escolar. Rui. 9 anos.

    As pontuaes ponderadas do Rui indiciam uma ambivalncia face aos domnios em que avaliado o seu autoconceito. Com efeito, apresenta uma co-variao positiva na percepo das dimenses da Competncia Atltica, da Aparncia Fsica e da Aceitao Social junto dos seus pares. Ao invs, a Competncia Escolar e o Comportamento, sugerem-lhe uma apreciao negativa [< 3.00].

    reas negras nos perfis comparados da Competncia Atltica, do Comportamento e da Aparncia Fsica.

    Perfis negativos induzidos pela auto-exigncia.

    Discrepncia global: |0.33|. Autoestima: 4.00.

    Toms: re-orientao do seu modelo de auto-percepo.

    Caso de agregao perceptiva das dimenses com afinidades funcionais.

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    Por outro lado, da comparao dos resultados anteriores com a Escala de Importncia, paradoxalmente, revela uma correspondncia perceptiva inversa, com excepo do Comportamento, fazendo equivaler, s reas em que melhor se auto-percepciona, uma menor importncia e, dimenso em que se atribui um menor desempenho [Competncia Escolar], uma valorizao mxima [4.00]. Paralelamente, da panormica dos valores mdios obtidos, releva ainda notar um baixo valor da autoestima [2.50] e uma Discrepncia global de 1.67, em valor absoluto. Neste sentido, as linhas orientadoras, para o Rui, deveriam passar por 4 eixos principais: melhorar o seu rendimento escolar, incentivar o seu sentido de socializao, lev-lo a valorizar mais as suas capacidades fsicas e, tomando como boa a sua elevada Competncia Atltica, estimular-lhe a importncia atribuda sua Aparncia Fsica. Resultados positivos em qualquer uma das linhas de interveno melhoraro, certamente, tambm a sua autoestima. Marta. 8 anos.

    Da visualizao grfica das mdias das pontuaes obtidas pela Marta, sobressaem, por ordem crescente, duas extensas reas negras, ao nvel da Aparncia Fsica e da Competncia Atltica. Porm, de uma anlise mais detalhada aos resultados, pode, com algum rigor, estabelecer-se o encadeamento das razes que levam inverso das posies relativas da sua muito reduzida autoestima [1.50] e do elevado valor absoluto da sua Discrepncia global [1.72, em mdulo]. Neste mbito, e com excepo da Competncia Escolar, a sua Aparncia Fsica pouco vocacionada para um bom desempenho desportivo [auto-percepo da Competncia Atltica = 1.50], induz-lhe uma muito baixa Aceitao Social e, consequentemente, por desmotivao, uma menor

    Perspectiva adicional afinidade funcional dos domnios do autoconceito: a correspondncia inversa da Importncia.

    Discrepncia global: |1.67|. Autoestima: 2.50.

    4 eixos de interveno para melhoria global. Variao recproca da autoestima.

    Duas extensas reas negras: Aparncia Fsica e Competncia Atltica.

    Inverso da posio relativa dos valores da Discrepncia global, |1.72|, e da autoestima, 1.50.

    Encadeamento negativo por efeito de bola de neve.

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    valorizao do seu Comportamento. Assim, com 60% de mdias negativas, ao nvel das referncias do autoconceito, seria de esperar um baixo valor da autoestima, como efectivamente acontece. Ora, este enquadramento avaliativo, a par dos ndices de valorizao que lhes atribui, sugere, como cerne do dfice de auto-percepo da Marta, a necessidade intervir ao nvel da melhoria do seu perfil fsico. Melhorias a este nvel, face importncia implcita que da parece ressaltar, conduziro, com certeza, a uma melhoria global de todos os outros vectores de apreciao pessoal, nomeadamente a sua Competncia Atltica, onde reside uma extensa rea negra. de esperar que a Aceitao Social melhore por simpatia e puxe consigo a mdia da autoestima. Sobre a Competncia Escolar, onde revela, apesar de uma percepo positiva, uma elevada exigncia, apenas nos parece ser de acautelar que tal Discrepncia se mantenha como elemento catalisador do esforo e no decante, pela dificuldade, em desalento desmotivador.

    A melhoria do perfil fsico enquanto indutor positivo da auto-percepo psicolgica, quer sobre o autoconceito, quer ao nvel da autoestima. Encadeamento positivo por efeito de bola de neve.

    Em particular, na dimenso do autoconceito Competncia Escolar, parece existir, at determinado nvel de Discrepncia, uma relao benfica. A fronteira delimitada quando o sentimento de entusiasmo se transforma em desalento por desmotivao.

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    PARTE IV | e se fossem irmos? |

    1 | Briefing [situao fictcia]. 2 | Grelhas de anlise comparativa. 3 | E se fossem irmos?

    pp.

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    1 | Briefing [situao fictcia]. [com base nos perfis calculados] Toms, de 10 anos, Rui, de 9, e Marta, de 8, frequentam, na EB 1 de Paredes, respectivamente, os 4., 3. e 2. anos de escolaridade do Ensino Bsico. A escola est inserida num meio rural. O pai, Adonildo Almeida, trabalha como electricista na indstria da construo civil e a me, Claudemira Almeida, na recepo de um hotel. O nvel scio-econmico da famlia equilibrado, vivem em casa prpria, com boas condies de habitabilidade e tm um pequeno jardim. O nvel de instruo de ambos os pais o 12. ano, com um nvel cultural mdio. Tm alguns conhecimentos literrios e preocupaes em enriquecer culturalmente os filhos, comprando-lhes bastantes livros e jogos. Como curiosidade, e apesar de estarem constantemente a mudar de preferncias, o Toms gostaria de ser professor, o Rui preferia ser futebolista e a Marta cabeleireira. O Toms, com 10 anos de idade, uma criana desenvolta e exigente consigo mesmo nas actividades fsicas, eventualmente por se querer equivaler ao talento desportivo do seu irmo mais novo. vaidoso e preocupado com a roupa que veste, opinando frequentemente sobre as cores e o tipo de vesturio que quer usar. Na escola, tem boas notas e um aluno responsvel e bem comportado. Socialmente, interage com facilidade e razoavelmente popular entre os colegas e amigos. O Rui, tem 9 anos e um rapaz muito bem constitudo para a idade e, embora no goste de se evidenciar, tem uma forte apetncia para as actividades desportivas, apreciando particularmente jogar futebol. Na escola, tem um aproveitamento mdio, e fica muita vezes desiludido com as suas classificaes, ambicionando ser to aluno como o irmo mais velho. razoavelmente bem comportado, apesar de, por vezes, revelar atitudes

    Toms, 10 anos. Rui, 9 anos. Marta, 8 anos.

    Sucinta caracterizao familiar e scio-econmica.

    Perfil cultural sumrio.

    Professor, futebolista e cabeleireira.

    Toms Evelsio de Almeida. 14.02.1995 | 10 anos.

    Rui Garibaldo de Almeida. 19.06.1996 | 9 anos.

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    demasiadamente infantis, relativamente sua idade. bem aceite pelos colegas, mas no procura fazer novos amigos. A Marta, com 8 anos, uma menina muito reservada, cujos amigos so fundamentalmente os dos irmos mais velhos. Com uma aparncia fsica corpulenta e volumosa, tem pouca predileco pelas actividades desportivas, ficando frequentemente envergonhada com o seu baixo desempenho fsico. Na escola, uma aluna razovel e, semelhana do seu irmo Rui, tambm ambiciona ter to boas notas como o Toms. Apesar de desprendida, tem um comportamento regular, tanto em casa, como na escola. 2 | Grelhas de anlise comparativa. pp. 32-34

    Marta Cleodice de Almeida. 11.10.1997 | 8 anos.

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    3 | E se fossem irmos? Sob a hiptese de o Toms, o Rui e a Marta serem irmos, decorre da anlise comparativa das pontuaes obtidas na PCS-FC, a possibilidade de concertar os dfices individuais de auto-percepo, verificados nalgumas reas do autoconceito, com as valorizaes mais significativas obtidas nessas mesmas reas ou em dimenses com proximidade funcional. Neste contexto, conjugando as mdias apuradas nos vrios domnios do autoconceito e da autoestima, com as pontuaes atribudas na Escala de Importncia, em funo das posies relativas dos trs indivduos, poder-se-ia estimular, com a superviso e acompanhamento dos pais, uma espcie ciclo de entreajuda fraternal, entre irmos, no sentido de se reduzirem individualmente as respectivas reas negras. Assim, levando em considerao o detalhe da avaliao apresentada na Parte III, ponto 3., a situao fictcia criada, nesta Parte, ao ponto 2., e as grelhas das pginas anteriores, poder-se-iam, naturalmente adequando-as exigncia, razoabilidade e parcimnia que as idades sugerem, propor 4 linhas de aco: 1. Toms: encorajar o desempenho escolar dos irmos, bem como a

    melhoria do seu [deles] Comportamento. 2. Toms e Rui: em conjunto, incrementar os nveis de socializao da

    irm, bem como a valorizao da sua Aparncia Fsica. 3. Rui: melhorar a vertente desportiva do Toms e, principalmente, da

    Marta [esta responsabilidade induzir-lhe-, ao Rui, cr-se, uma maior valorizao das suas capacidades].

    4. Pais: superviso e acompanhamento. Estimular a autoestima do Rui e da

    Marta, assegurando-se que a do Toms se mantm.

    As vantagens da entreajuda familiar, liderando o sujeito cujo desempenho mais elevado.

    O ncleo familiar esclarecido enquanto vanguarda positiva de um desenvolvimento equilibrado.

    Pressupostos das linhas de aco propostas.

    Toms: Competncia Escolar e Comportamento.

    Toms e Rui: Aparncia Fsica e Aceitao Social.

    Rui: Competncia Atltica.

    Pais: superviso, acompanhamento da autoestima.

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    PARTE V | referncias bibliogrficas |

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    Referncias Bibliogrficas

    BAUMEISTER, R. F. [1994]. Self-esteem, in V. S. Ramachandran, Ed., Encyclopedia of Human Behavior, Vol. 4., pp. 83-87. San Diego: Academic Press.

    FAUSTINO, A. [1994]. Desenvolvimento motor e autoconceito. Tese de Mestrado. Lisboa: Universidade Tcnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana.

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    MARSH, H. W., & Hattie, J. [1996]. Theoretical perspectives on the structure of self-concept. In B. Bracken, Ed., Handbook of self-concept: Developmental, social, and clinical considerations, pp. 38-90. New York: Wiley.

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