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TABELA DE CONTEÚDO
INTRODUÇÃOCapítulo 1 Definição de Ansiedade
Capítulo 2 Mitos e Erros de Interpretação
Capítulo 3 A técnica do Movimento Único
Capítulo 4 Aplicações da técnica do Movimento Único
Capítulo 5 Ansiedade Geral
Capítulo 6 Medicar ou Não
Capítulo 7 Despertando Seu Potencial Escondido
Conclusão
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Introdução
Parado na fila do supermercado após uma longa espera, mas agora há
apenas um cliente a ser atendido no caixa antes de você. Espere aí, que
sensação foi essa? Uma sensação desagradável forma-se em sua garganta,
você sente o seu peito apertar, uma repentina falta de ar e veja só - o seu
coração deixa de dar uma das batidas. "Deus, por favor, aqui não!"
Uma rápida conferida no território – é ameaçador? Quatro rostos hostis
fazem fila atrás de você, uma pessoa na frente. Alfinetes e agulhas parecem
perfurar seu braço esquerdo, você se sente levemente tonto e então vem a
explosão de medo que você mais temia. Você está prestes a ter um ataque de
pânico. Não há dúvida alguma de que este será um dos grandes. Tudo bem,
concentre-se: Lembre-se do que lhe foi ensinado e agora é a hora de aplicar
as técnicas de superação. Comece os exercícios de respiração profunda que
seu médico recomendou: “Inspire pelo nariz, expire pela boca”. Mantenha
pensamentos relaxantes, e novamente, enquanto inspira, pense “relaxe” e
então expire. Mas parece não estar surtindo qualquer efeito positivo; na
verdade, concentrar-se na respiração o deixa paranóico e ainda mais tenso.
Tudo bem, técnica de superação número 2:
Relaxe os músculos gradativamente. Tensione os ombros, segure por 10
segundos e solte. Tente mais uma vez. Nenhuma diferença ainda. A ansiedade
está piorando e o próprio fato de você não ter mais nenhuma técnica de
superação o deixa ainda mais em pânico. Se pelo menos você estivesse perto
de seus familiares ou se um amigo íntimo estivesse ao seu lado para lhe
ajudar a sentir-se mais confiante em lidar com esta situação.
Agora a adrenalina está percorrendo seu corpo com força total, seu
corpo está formigando com sensações desconfortáveis e a assustadora
sensação de perda total do controle toma conta de suas emoções. Ninguém à
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sua volta tem idéia do absoluto terror que você está sentindo. Para eles é
apenas um dia normal e mais uma fila frustrantemente lenta no
supermercado.
Você não tem mais opções. É hora do Plano C. A mais básica de todas
as técnicas de superação é “fugir”. Peça licença e saia da fila; você se sente
um pouco envergonhado já que agora é a sua vez de pagar. O atendente do
caixa olha perplexo enquanto você deixa suas compras para trás e se dirige à
porta. Não há tempo para pedidos de desculpas. Você precisa ficar sozinho e,
então, sai do supermercado e entra em seu carro para ir embora. Será que
este é o mais intenso de todos? Aquele que você receia que lhe faça extrapolar
seus limites físicos e mentais. Dez minutos depois o pânico desaparece.
São 10h30min da manhã. Como você irá enfrentar o resto do dia? Esta
situação lhe parece de alguma forma familiar? Talvez as sensações corporais
tenham sido um pouco diferentes. Talvez sua primeira vez tenha sido em um
avião, na cadeira do dentista ou mesmo em casa, enquanto não fazia nada em
particular. Se você alguma vez já teve o que hoje é conhecido como “ataque
de pânico”, conforte-se no fato de que você não está, de forma alguma,
sozinho.
Um ataque de pânico sempre vem acompanhado de uma sensação
aguda de uma ameaça iminente. Você sente que vai enlouquecer ou que
alguma das funções vitais do seu corpo vai parar de funcionar e que vai morrer
ali mesmo, em meio aos enlatados e às comidas congeladas. Você não está, de
maneira alguma, sozinho; você nem mesmo é um em um milhão. Nos Estados
Unidos, estima-se que quase 5% da população sofrem, de alguma forma, do
problema. Para alguns, os ataques de pânico podem ser raros; para outros
podem se tornar tão freqüentes que os impede de sair de suas próprias casas.
Crises freqüentes desse tipo, na maioria das vezes, evoluem até o que os
médicos chamam de “distúrbio de ansiedade”.
Um dos primeiros passos para recuperar o controle da sua vida é
conseguir informações úteis. Este livro lhe dará isto e muito mais. O início de
sua recuperação começa aqui. Você aprenderá que existem grandes chances
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de os ciclos de pânico em sua vida sumirem completamente. No entanto, não
quero fazer declarações exageradas sobre as técnicas deste livro (outras
pessoas gentilmente já o fizeram por mim). O ponto principal é que sua vida
pode voltar a ser como era antes. Na verdade, ao seguir e aplicar as técnicas
aqui descritas, você aprenderá não apenas a recuperar a vida tranqüila que já
teve, mas ganhará também uma nova confiança para viver. A resposta para
uma vida livre de “pânico” ou “ataques de ansiedade” está em suas mãos.
Neste livro é mostrado que a sua experiência com o pânico será a
própria chave para sua coragem e sucesso. O medo que você sente, quando
“dominado” e não “controlado”, é na verdade seu melhor aliado. É o
combustível para que você dirija a sua nova vida. Tenha certeza - Você está
lendo agora o material completo que será o catalisador para sua recuperação.
As únicas questões que ficam são: Por que não lhe deram a resposta antes?
Por que você perdeu tanto tempo vivendo com medo?
Irei revelar uma técnica simples chamada de “Movimento Único” que irá
atacar o ponto central dos seus ataques de pânico. Em seguida, eu lhe
ensinarei as quatro ferramentas para criar uma vigorosa área neutra de
proteção entre você e sua ansiedade; que irá lhe garantir livrar-se do longo
desconforto e da ansiedade, reclamação freqüente das pessoas que sofrem de
ansiedade extrema e ataques de pânico.
Primeiro, vamos começar a estrada à recuperação, examinando o que é
um ataque de pânico e um pouco da terminologia comumente usada quando
se refere a esses ataques. Muitos de vocês devem ter lido quase toda a
literatura possível relacionada ao pânico e à ansiedade, mas eu lhes peço que
leiam este material até o fim e não pulem partes, pois garanto que ele oferece
algo muito eficiente e útil no controle destas condições.
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Capítulo 1Ataques de pânico são causados por extrema ansiedade. Isto é
óbvio. A ansiedade é provavelmente a mais básica de todas as emoções.
Enquanto ela, por si só, for apenas uma sensação desagradável, não apresenta
perigo algum. Um dos maiores mitos em torno do assunto é que este
sentimento é prejudicial e pode levar a várias condições que põem a vida em
risco.
Definição de Ansiedade
A ansiedade é definida como um estado de apreensão ou medo,
provocado pela antecipação de uma ameaça, incidente ou situação, sejam elas
reais ou imaginárias. É uma das emoções humanas mais comumente sentidas
durante a vida. No entanto, a maioria das pessoas que nunca teve um ataque
de pânico, ou extrema ansiedade, não consegue compreender a natureza
assustadora dessa experiência. Tontura extrema, visão embaçada,
formigamento, falta de ar - e isso é apenas o começo! Quando estas sensações
acontecem e as pessoas não sabem a razão, acham que contraíram uma
doença ou algum grave problema mental. A ameaça de perder completamente
o controle parece bastante real e, naturalmente, assustadora.
Reação de Luta/Fuga
Tenho certeza de que a maioria de vocês já ouviu falar da reação de
luta/fuga como uma explicação para o seu problema. Você já fez a ligação
entre esta reação e as sensações incomuns que sente durante e depois de um
ataque de pânico?
A ansiedade é uma resposta ao perigo ou a uma ameaça. É
denominada assim porque todos os seus efeitos servem para fazer-nos lutar
ou fugir do perigo. Portanto, o único propósito da ansiedade é proteger o
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indivíduo do mal. Era vital para a sobrevivência diária de nossos ancestrais,
quando enfrentavam algum perigo, uma resposta automática que os fazia
tomarem uma atitude imediata, como atacar ou correr. Mesmo no
movimentado mundo de hoje, este é um mecanismo necessário. É bastante
útil quando se tem que responder a uma ameaça real de maneira muito
rápida.
A ansiedade é um mecanismo intuitivo que nos protege do perigo.
Curiosamente, é um mecanismo que protege, mas não prejudica—um ponto
importante que discutiremos mais tarde.
As Manifestações Físicas de um Ataque de Pânico
Nervosismo e Efeitos Químicos
Quando confrontado com o perigo, o cérebro envia sinais para uma
seção do sistema nervoso. Este sistema é o responsável pela adequação do
corpo à execução de uma ação e também o acalma e restaura o equilíbrio.
Para realizar estas duas funções vitais, o sistema nervoso autônomo tem duas
subdivisões, o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático.
O sistema nervoso simpático é o que tendemos a conhecer melhor, já que é o
responsável por fazer nosso corpo funcionar a fim de agir, nos prepara para a
reação de “luta ou fuga”. Já o sistema nervoso parassimpático é o que
amamos profundamente, pois ele atende como nosso sistema de recuperação,
retornando o corpo ao seu estado normal. Quando qualquer um desses
sistemas é ativado, eles estimulam todo o corpo, que tem um efeito de “tudo
ou nada”. Isto explica o porquê do indivíduo sofrer uma série de diferentes
sensações pelo corpo quando um ataque de pânico acontece.
O sistema simpático é responsável por liberar adrenalina a partir das
glândulas adrenais nos rins. Estas pequenas glândulas localizam-se logo acima
dos rins. O que muitos não sabem, entretanto, é que as glândulas adrenais
também liberam adrenalina por conta própria, funcionando como mensageiras
químicas do corpo para que a atividade continue. Quando um ataque de pânico
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tem início, este sistema não se desliga tão facilmente quanto foi ligado. Até
que estes mensageiros percorram o corpo todo, há sempre um período de
aparente aumento ou constância da ansiedade. Depois de um período de
tempo, o sistema nervoso parassimpático entra em ação. Seu papel é fazer
com que o corpo retorne ao seu funcionamento normal, uma vez que o perigo
detectado não exista mais. O sistema parassimpático é aquele que todos
conhecemos e amamos por que ele nos traz de volta a um estado de calma e
relaxamento.
Quando nos empenhamos em uma estratégia de superação aprendida,
como por exemplo, uma técnica de relaxamento, estamos na verdade
estimulando o sistema nervoso parassimpático a entrar em ação. É sempre
bom ter-se em mente que o sistema entrará em ação em algum momento,
quer queira ou não. O corpo não pode continuar numa espiral crescente e
constante de ansiedade. Chega um ponto onde ele deve simplesmente agir e
contribuir, relaxando o corpo. Este é um dos muitos sistemas intuitivos de
proteção do corpo para a nossa sobrevivência.
Você pode dar o melhor de si durante os pensamentos preocupantes,
mantendo o sistema nervoso parassimpático funcionando, mas eventualmente
ele pára. Com o tempo, ele fica um pouco mais esperto do que nós e percebe
que, na verdade, não há perigo algum. Nosso corpo é incrivelmente
inteligente—a ciência moderna está sempre descobrindo fantásticos padrões
de inteligência que ocorrem através das células do nosso corpo. O corpo
humano parece ter infinitas maneiras de lidar com as mais complicadas
funções, sem que percebamos. Fique tranqüilo tendo a certeza de que a meta
principal de seu corpo é mantê-lo vivo e bem.
Não está convencido ainda?
Tente prender sua respiração pelo máximo de tempo possível. Não
importa o quão forte seja a sua determinação, ela nunca anulará a vontade do
corpo. Esta é uma boa notícia—não importa o quanto você tente se convencer
de que morrerá de um ataque de pânico, isto não irá acontecer. Seu corpo irá
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superar este medo e buscar um estado de equilíbrio. Não há registro algum de
alguém que tenha morrido de um ataque de pânico. Lembre-se disto na
próxima vez que tiver uma dessas crises. A sua mente pode fazer com que as
sensações continuem por mais tempo do que o corpo esperava, mas
eventualmente tudo voltará a um estado de equilíbrio. Na verdade, equilíbrio
(homeostácia) é o que o seu corpo tentará constantemente alcançar.
Para seu corpo, a interferência não é diferente do que as sensações de
estar se exercitando intensamente. Nosso corpo não se alarma com estes
sintomas. Por que deveria? Ele conhece sua capacidade. É o nosso
pensamento consciente que entra em pânico, que exagera e grita,
completamente aterrorizado! Temos a tendência a temer o pior e exagerar nas
nossas próprias sensações. Uma batida mais rápida do coração torna-se um
ataque cardíaco. Uma mente hiperativa parece, e muito, com esquizofrenia. É
nossa culpa? Na verdade não—estamos simplesmente fazendo um diagnóstico
com informações errôneas.
Efeitos Cardiovasculares
A atividade no sistema nervoso simpático aumenta nossa freqüência
cardíaca, acelera a corrente sangüínea do corpo, garante que todas as regiões
estejam abastecidas de oxigênio e que produtos desnecessários sejam
removidos. Isto acontece para que o corpo seja preparado para ação.
Um fascinante atributo do mecanismo de “luta ou fuga” é que o
sangue (que é direcionado das áreas onde não é necessário no momento
através da constrição dos vasos sangüíneos) é trazido até regiões onde se
precisa dele urgentemente. Por exemplo, se houver um ataque físico o sangue
é drenado da pele, dedos da mão e dos pés para que menos sangue seja
perdido, são levados até as “áreas ativas” como as coxas e os bíceps a fim de
que o corpo se prepare para ação. É por esta razão que muitos sentem
dormência e formigamento durante os ataques de pânico, normalmente
interpretados como algum grave risco de saúde, como o anúncio de um ataque
cardíaco. Curiosamente, a maioria das pessoas que sofrem de ansiedade
freqüentemente sente que tem problemas de coração. Se você está realmente
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preocupado de que este seja o seu caso, consulte um médico. Pelo menos
assim você pode descansar sua mente.
Efeitos Respiratórios
Um dos efeitos mais assustadores de um ataque de pânico é o medo
de se sufocar ou de não conseguir respirar. É muito comum durante um
ataque de pânico sentir um aperto no peito e na garganta. Tenho certeza de
que todos apresentam algum medo de perder o controle da respiração. Por
experiência própria, a ansiedade cresce a partir do medo de que sua
respiração irá parar e você será incapaz de recuperá-la. Um ataque de pânico
pode parar a nossa respiração? Não.
Um ataque de pânico está associado ao aumento da velocidade e
profundidade da respiração. Isto tem uma importância óbvia para a defesa do
organismo, já que os tecidos precisam receber mais oxigênio a fim de se
prepararem para agir. As sensações provocadas por esse aumento na
respiração, entretanto, podem incluir dispnéia (falta de ar), hiperventilação
(excesso de respiração), sensações de asfixia, esganamento e até dores e
sensação de aperto no peito. O problema real é que tais sensações são
estranhas para nós e não parecem naturais.
Como eu mesmo já tive ataques extremos de pânico, lembro-me de
não conseguir, em muitas ocasiões, confiar que meu corpo fosse respirar
automaticamente e que por isso eu teria que fazê-lo manualmente, dizendo a
mim mesmo quando inspirar e quando expirar. É claro que isto não supriu as
necessidades de oxigênio do meu corpo e a sensação então aumentou junto à
ansiedade. Somente quando empreguei a técnica que descreverei mais tarde,
é que permite que o corpo faça o que faz de melhor — comandar todo o show.
Um importante efeito colateral do aumento da respiração
(especialmente se nenhuma atividade real acontecer) é que o suprimento de
sangue à cabeça diminui. Embora esta redução seja minúscula e nem um
pouco perigosa, provoca uma série de sintomas desagradáveis, porém
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inofensivos. Estes incluem tontura, visão embaçada, confusão, senso de
irrealidade, além de vermelhidão e aumento da temperatura da pele.
Outros Efeitos Físicos dos Ataques de Pânico
Uma série de outros efeitos é provocada pela ativação do sistema
nervoso simpático, nenhum deles é de maneira alguma, nocivo. Por exemplo,
as pupilas se dilatam para permitir uma maior passagem de luz, podendo
resultar em visão embaçada ou na impressão de “ver estrelas”, etc. Há uma
redução na salivação provocando boca seca. Há também uma diminuição na
atividade do sistema digestivo, o que freqüentemente produz náuseas,
sentimento de peso no estômago e até mesmo constipação (prisão de ventre).
Finalmente, muitos dos grupos musculares se tencionam preparando-se para a
reação de “luta/fuga”, provocando sentimentos subjetivos de tensão que
muitas vezes tornam-se dores e desconfortos reais, como tremedeiras e
convulsões.
De uma maneira geral, a reação de luta/fuga resulta numa ativação
completa de todo o metabolismo do corpo. Desta forma a sensação
normalmente é de se estar quente e corado, e já que este processo consome
muita energia, a pessoa geralmente se sente cansada e esgotada.
Manifestações Psíquicas
O objetivo da reação de luta/fuga é deixar o indivíduo ciente do perigo
em potencial que pode se apresentar. Portanto, quando ativado, a prioridade
mental é procurar potenciais ameaças. Neste estado a pessoa fica altamente
nervosa, por assim dizer. É muito difícil concentrar-se em alguma atividade
específica, já que a mente foi condicionada a procurar todas as potenciais
ameaças e não desistir até que tenham sido identificadas. Assim que o pânico
acontece, muitas pessoas procuram pela saída mais fácil e rápida do lugar
onde se encontram, como simplesmente abandonar a fila do banco e sair
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andando. Em algumas situações a ansiedade pode aumentar se sentirmos que
a saída brusca pode causar algum tipo de constrangimento social.
Se você tiver um ataque de pânico no local de trabalho, mas sentir
que deve seguir em frente com a tarefa que estava realizando, é bastante
compreensível que você tenha muita dificuldade em se concentrar. É muito
comum sentir-se agitado e inquieto numa situação destas. Muitos indivíduos
com quem trabalhei e que sofreram com ataques de pânico ao longo dos anos,
apontam que luz artificial—como a que vem dos monitores de computador e
telas de televisão—podem, muitas vezes, causar ou piorar um ataque de
pânico, particularmente se a pessoa estiver se sentindo cansada ou exausta.
Vale a pena ter isto em mente se você trabalha por longos períodos em um
computador. Avisos regulares de descanso devem ser colocados em seu
computador para que você se lembre de sair da mesa e respirar ar puro
quando possível.
Em outras situações, se durante um ataque de pânico uma ameaça
externa não pode ser normalmente encontrada, a cabeça volta-se para o
interior do indivíduo e começa a observar as possíveis doenças físicas ou
mentais que possam estar sofrendo. Isto abrange desde achar que foi algo que
você comeu no almoço até a possibilidade de uma parada cardíaca em
andamento.
A pergunta imediata é: Por que a reação de luta/fuga é ativada durante um
ataque de pânico mesmo quando aparentemente não há nada a se temer?
Analisando de perto, temos a impressão de que o que nos causa medo
são as próprias sensações—tememos que o corpo esteja perdendo o controle.
Estes sintomas físicos inesperados provocam o medo ou pânico de algo estar
terrivelmente errado. Para começar, por que você sofre os sintomas físicos da
reação de luta/fuga se não está com medo? Existem muitas maneiras pelas
quais estes sintomas podem se manifestar, não apenas através do medo. Por
exemplo, pode ser que você tenha ficado estressado de uma maneira geral por
alguma razão em sua vida e este estresse resulte em um aumento da
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produção de adrenalina e outras substâncias que, de vez em quando,
provocam sintomas. Este aumento da adrenalina pode ser mantido
quimicamente no corpo, mesmo muito tempo depois de o estresse ter
passado. Outra possibilidade é a dieta, que afeta diretamente nosso nível de
estresse. Cafeína, álcool e açúcar em excesso são conhecidos por estressar o
corpo (O Capítulo 5 apresenta uma discussão completa sobre a dieta e sua
importância).
Emoções mal resolvidas são apontadas, muitas vezes, como possíveis
causadoras de ataques de pânico. Mas é importante ressaltar que eliminar os
ataques de pânico da sua vida não requer necessariamente analisar sua psique
e vasculhar o seu subconsciente. A técnica do “Movimento Único” lhe ensinará
a lidar com o momento presente e neutralizar o ataque, além de remover a
base que dá início à ansiedade inicial.
Antes de passar para o ponto-chave examinaremos alguns dos mitos
comuns e erros de interpretação sobre o distúrbio de ansiedade.
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Capítulo 2Mitos e Erros de Interpretação
“Estou enlouquecendo?”
É compreensível que qualquer pessoa tema estar enlouquecendo
quando tem os primeiros ataques de pânico. O verdadeiro conhecimento da
população sobre as doenças mentais é pouquíssimo, o que normalmente
provoca conclusões extremas. Estas conclusões geralmente são baseadas em
más informações e imaginação exagerada.
O problema de saúde mental mais conhecido é a esquizofrenia—até
mesmo a palavra em si causa terror ao cidadão comum. A esquizofrenia é um
distúrbio grave caracterizado por sintomas severos como pensamentos e
comunicação verbal desarticulados, fala rápida e incompreensível, ilusões,
crenças estranhas (por exemplo, os esquizofrênicos muitas vezes afirmam
ouvir vozes interiores) e alucinações. Além disso, esta doença é amplamente
aceita como uma doença genética, com grande incidência em membros da
mesma família.
A esquizofrenia geralmente começa muito gradualmente e não de
forma abrupta (como um ataque de pânico). Sem contar que, por ser uma
doença hereditária, apenas certa proporção da população pode se tornar
esquizofrênica, enquanto em outras pessoas estresse algum pode desencadeá-
la. Outro ponto importante é que as pessoas que se tornam esquizofrênicas
comumente apresentarão alguns sintomas leves durante a maioria de suas
vidas (como pensamentos incomuns, discursos retóricos, etc.). Portanto, se
isto ainda não foi percebido em você, as chances são de que você não venha a
se tornar um esquizofrênico. Isto é ainda mais verdadeiro se você tem mais de
25 anos, já que a esquizofrenia geralmente se manifesta entre a adolescência
e os 23 anos.
Perdendo o controle
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Durante um ataque de pânico, algumas pessoas tendem a acreditar
que vão “perder o controle”. Esta perda de controle pode ser corporal, ou seja,
que todos os seus órgãos vitais vão parar completamente de funcionar levando
o corpo à desordem total, ou que o indivíduo vai mentalmente perder o senso
de realidade. Geralmente são aqueles que odeiam constrangimentos sociais
quem sofrem mais deste medo.
Perder controle pode significar desde atropelar com seu carro um
pedestre inocente até pegar uma faca e matar a pessoa mais próxima e que
você mais ama (não que todos nós não pensemos nisso de vez em quando!).
Não se preocupe! Por mais assustadores que estes pensamentos possam ser,
você não cometerá nenhum desses atos. Relaxe. Você só está tendo tais
pensamentos porque seu corpo se sente fora de controle. Sua mente pensa
que se seu corpo está fora de controle, ela é a próxima da lista.
Você não irá perdê-lo. Na verdade tenho certeza de que em todos os
ataques de pânico que você possa ter tido em lugares públicos, ninguém
percebeu o seu desconforto. Somos, por natureza, animais sociais e tememos
ser vistos em qualquer tipo de situação constrangedora. Pular da sua cadeira
em uma reunião de negócios e gritar por uma ambulância pode passar pela
sua cabeça, mas é improvável que aconteça. No final das contas, mesmo que
nós realmente tenhamos vergonha na frente dos outros, isto realmente
importa? Temos que aprender a sermos gentis conosco. Sendo assim, qual o
problema se causarmos uma cena e um grande constrangimento? A vida é
muito curta para se manter as aparências o tempo todo. Na verdade, quanto
mais honesto você for com os seus medos, menos pressão você submeterá a
si mesmo.
Desmaiando em Público
O centro do medo de desmaiar em público é que nos tornamos
repentinamente muito vulneráveis, especialmente se estivermos sozinhos.
Quem irá nos cuidar enquanto estamos deitados, esparramados na calçada?
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Também tememos a idéia de desmaiar por medo de nunca mais acordar e
entrar em coma. Desmaios são causados por falta de sangue no cérebro.
Quando desmaiamos, o corpo vai ao chão e permite que o sangue seja
facilmente levado ao cérebro—o que é, novamente, outro dos inteligentes
mecanismos de segurança do corpo. Desmaiar durante um ataque de pânico é
bastante incomum devido à grande quantidade de sangue que está circulando.
Seu coração normalmente bate rápido e há pouca preocupação com o fato do
cérebro não receber suprimento fresco. A tontura muitas vezes sentida
durante um ataque de pânico e causada pelo aumento da respiração e ainda
que cause confusão no indivíduo, é inofensiva e não leva ao desmaio.
Ataques do Coração
Este é realmente um assunto delicado e praticamente todo mundo que
já teve um ataque de pânico, em algum momento, temerá pela saúde do seu
coração. Vamos analisar os fatos sobre as doenças cardíacas e ver de que
forma diferem dos ataques de pânico.
Os sintomas principais das doenças cardíacas são: falta de ar e dores
no peito, além de palpitações ocasionais e desmaios. Tais sintomas estão
geralmente relacionados à quantidade executada de esforço físico. Isto é,
quanto mais você se exercita, piores os sintomas e exercitando-se menos eles
melhoram.
Os sintomas normalmente vão embora rapidamente assim que o
indivíduo descansa. Bem diferente dos sintomas associados aos ataques de
pânico. Certamente, sintomas de pânico podem ocorrer durante o exercício,
mas são diferentes dos sintomas de um ataque do coração, pois ocorrem
freqüentemente quando se está parado. Mais importante ainda, doenças
cardíacas quase sempre produzirão grandes mudanças elétricas no coração,
que são obviamente percebidas em um Eletrocardiograma (ECG). Em ataques
de pânico a única mudança que aparece no ECG é um pequeno aumento da
freqüência cardíaca.
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Algumas vezes os indivíduos passam por preocupações com seus
corações similares às preocupações com suas respirações. As pessoas se
convencem de que ao se preocupar bastante com seus corações, ou se
concentrarem demasiadamente nas ações cardíacas, ele se confundirá de
alguma forma e se esquecerá de bater corretamente. É muito comum entre as
pessoas que sofrem ataque de pânico checar regularmente seus corações em
intervalos, para ter certeza de que eles ainda estejam batendo.
É verdade que, mentalmente, todos podemos afetar o padrão das
batidas dos nossos corações. Quando você se concentra muito pode perceber
uma ou duas batidas irregulares. Não há nada de preocupante nisto. Lembre-
se de que nosso corpo tem uma inteligência interna incrível e dizer ao seu
coração, em pânico, que ele pode parar não significa que irá prestar atenção.
Aprenda a ficar mais confortável com o seu coração, deixe que ele faça o
trabalho dele. Escute seu coração quando relaxado e quando estiver se
exercitando. Quanto mais confortável você estiver com a diversidade e
abrangência de suas batidas, mais confiante será durante uma atividade
intensa.
Se você está preocupado com problemas cardíacos, presenteie-se com
um ECG e tire isso da cabeça. Caso você já tenha feito um ECG e o médico lhe
disse que está tudo bem, pode seguramente assumir que não tem problemas
cardíacos. Ainda, se seus sintomas acontecem a qualquer hora e não apenas
sob esforço, é mais uma evidência da ausência de distúrbios cardíacos.
Irrealidade/Estado de Desconexão
Há um sintoma não mencionado freqüentemente na literatura sobre
ataques de pânico (induzido pela ansiedade extrema) que eu gostaria de
discutir. É a sensação de irrealidade. Muitas pessoas ficam agoniadas com esta
sensação e acham que estão enlouquecendo.
Pessoas que têm ataques de pânico relatam sentirem-se
desconectadas de seu mundo, ou a sensação de que nada é real. A sensação é
descrita como se o mundo nada mais fosse do que a projeção de um filme.
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Esta situação é bastante angustiante, pois muitas vezes leva o indivíduo a
acreditar que algum dano permanente foi causado ao seu cérebro, provocando
tais sensações. Um exemplo típico é quando o indivíduo está conversando com
alguém e repentinamente sente-se totalmente isolado e excluído da situação.
Uma vez que a sensação surge, pode ser tão impactante que demora dias para
que o estranho sentimento desapareça. Menciono isto porque normalmente
não se fala sobre esta condição e também para reafirmar àqueles de vocês que
possam ter tido esta sensação, que é apenas um efeito colateral da ansiedade
extrema e que irá passar assim que o corpo aprender a relaxar. Uma vez que
o corpo volte ao normal e disperse as substâncias químicas produzidas em
excesso pelas glândulas adrenais, esta sensação estranha irá dissipar-se. Dê
tempo ao tempo e este sentimento sumirá enquanto você passa de uma vida
de ansiedade para uma vida muito mais tranqüila.
Analisamos as características comuns dos ataques de pânico. Agora, vamos
ver como neutralizá-lo.
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Capítulo 3
A Técnica do “Movimento Único”
Todos estão cientes do quão assustador um ataque de pânico pode ser.
Nossa cabeça viaja na possibilidade de uma mente e um corpo fora de
controle. Colocamos em uso todos os mecanismos de superação que temos e,
quando eles falham, nos sentimos vulneráveis e sozinhos com diversas
sensações corporais desconcertantes e pensamentos aterrorizantes.
Permitam-me dividir com vocês minha visão de como os ataques de
pânico mudaram por completo a minha vida—de uma vida de medo para uma
de coragem e autoconfiança verdadeira. A técnica é sutil e mesmo assim quero
que vocês a considerem cuidadosamente, pois ela não só eliminou totalmente
os ataques de pânico da minha vida, mas também das vidas de muitos que
sofriam do mesmo mal há tempos. É diferente de qualquer outro tratamento
de distúrbio de ansiedade que eu já me deparei, pois ataca diretamente o
âmago da ansiedade e dos ataques de pânico.
A abordagem tradicional para lidar com distúrbios de ansiedade é falha.
As pessoas são constantemente ensinadas a usar o confronto e a superação
para “derrubar” suas ansiedades. Existem inúmeras técnicas de superação que
são recomendadas e ensinadas como “armas” para vencer os perigosíssimos
“ataques de pânico”. Até mesmo o termo “ataque de pânico” é sugestivo para
batalhas e conflitos. Ataques de pânico são descritos como uma força externa
que visa derrotar e levar ao isolamento aqueles que os têm. A verdadeira
realidade do assunto é que não há um ataque real nem um atacante. Ataques
de pânico não são ameaçadores ou perigosos; são uma percepção ampliada de
uma série de sensações corporais. Mas onde está a verdadeira resposta para
uma vida sem pânico? Está em uma batalha contínua para frustrar o avanço
da ansiedade ou quem sofre com isso tem que se resignar a viver pra sempre
com esta condição perturbadora pelo resto da vida?
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A resposta foi descoberta observando a natureza. Esta é uma ótima
professora, observe como ela lida com forças opostas. A árvore se inclina com
o vento, o rio corre em torno da pedra, o verão abre caminho para o outono. A
natureza nunca luta, nunca resiste, tudo flui com uma aceitação inata e aí está
a chave para lidar com os ataques de pânico.
Nossos instintos primordiais nos dizem para nos afastarmos e nos
protegermos do medo. Ou lutamos com nossas melhores técnicas de
superação ou nos fechamos e corremos para um refúgio seguro. Todas estas
ações criam uma luta interna. Como um cabo-de-guerra no caso de um ataque
de pânico, juntamos nossas forças e lutamos contra a ansiedade com
resistência máxima, tentamos superar/lidar com a situação provocando ainda
mais estresse interno, medo e conflito. Pensamos de maneira nervosa, “E se
eu perder esta luta?” “O que acontecerá se a ansiedade me vencer? Serei
hospitalizado, ou pior, ficarei louco?” Enquanto enfrentamos estes
pensamentos, apertamos nossa captação mental e nos afastamos da ameaça
através da tentativa de suprimir estas sensações. Podemos tomar remédios
calmantes, iniciar uma série de exercícios de superação ou até mesmo beber
um pouco de álcool para suprimir esses sentimentos assustadores que estão
percorrendo nosso corpo.
Algumas vezes, quando temos sorte, estamos em boas condições para
lutar e o medo aparentemente desaparece. Outras vezes, perdemos feio e
experimentamos ataques de pânico com força máxima enquanto o medo
destrói nossas emoções fazendo que nos sintamos vulneráveis e
amedrontados. Não importa a forma que aconteça, sempre somos deixados
com um último e recorrente pensamento: “Quando acontecerá novamente?
Quando terei que combater este terror de novo?”
Assim que os intrigantes sinais de um ataque de pânico aparecem, como
a aceleração da respiração ou o aumento da freqüência cardíaca,
imediatamente tentamos cortar e controlar as sensações na esperança de
forçar um estado de relativa tranqüilidade. Aqueles que sofrem de ataques
regulares de pânico muitas vezes mencionam que o seu medo predominante é
o de perder o controle do corpo e da mente. Fazemos o melhor que podemos
22
para controlar a situação e, ao fazer isso, não permitimos que nosso corpo flua
nas funções corporais ampliadas causadas pela reação de lutar ou fugir.
Fechamos-nos e tencionamos nossos músculos, ainda que estejamos nos
preparando para uma colisão psicológica. Esta preparação para colisão é
similar àquela que nosso corpo realiza para uma colisão física da vida real,
como um acidente de carro.
Usando uma simples analogia de um acidente de carro, podemos
observar o iminente perigo adiante na estrada e respondemos com reflexos
automáticos a partir da adrenalina liberada na corrente sangüínea. Então,
aplicamos toda e qualquer manobra de fuga que pudermos a fim de evitar a
ameaça extremamente real de um impacto físico. A diferença principal para
um ataque de pânico é que não há ameaça real. Ao invés de uma rápida
explosão de ansiedade que normalmente se dissiparia assim que a ameaça
terminasse, uma pessoa sofrendo de ataques de pânico revê a ameaça
observada várias e várias vezes em câmera lenta, levando-a a um estado
prolongado de ansiedade extrema.
Antes de apresentar-lhe a técnica do "Movimento Único", é importante
entender: Nunca existe uma colisão prejudicial psicológica ou física
durante um ataque de pânico. Pode parecer que exista uma ameaça real e
presente, como no exemplo do acidente de carro. Lembre a si mesmo de todas
as ocasiões anteriores em que você saiu ileso dos ataques de pânico. Pense
em todos os ataques de pânico que você viveu e como você sempre chegou do
outro lado—possivelmente apavorado, porém vivo e inteiro, sem ter sofrido
nenhum mal em seu corpo, exceto pelo possível cansaço. A real questão aqui,
que causa a maior parte da angústia e compreensível agonia, é o medo de o
dano que um ataque de pânico supostamente causa.
Então onde isso nos leva? A primeira pista para uma recuperação bem-
sucedida está em nossa capacidade de ativar um ataque de pânico, de se
comprometer totalmente com a experiência. Para usar um clichê, precisamos
“fluir com ele”, tornando-nos observadores do medo e da ansiedade, não
vítimas. O medo e o pânico vivido durante ansiedade extrema é resultado de o
indivíduo reagindo às suas emoções e identificando-se com o aviso de um
23
“ataque”, acreditando numa real e iminente ameaça física ou psicológica.
Então o primeiro ponto para a compreensão é que não há pânico se
não há ameaça.
Você percebe que há uma grande semelhança entre um ataque de
pânico e uma volta em uma montanha-russa? Os dois são experiências
estimulantes que excitam nosso sistema nervoso e aumentam nossa
percepção corporal. A montanha russa, no entanto, não nos causa tanto
pânico, pois estamos bem cientes de que não corremos risco de vida e logo
pararemos em segurança. Esta é a mesma atitude que precisamos adotar ao
enfrentarmos os ataques de pânico. O que difere é apenas a nossa
interpretação. Estamos procurando mudar essa interpretação. O que isto
significa em termos práticos? Significa que se você aceitar o medo e deixar as
emoções e sensações correrem livremente através de si, em vez de se fechar
frente a um iminente ataque de pânico, seu medo imediatamente diminui. As
sensações que normalmente o apavoram, não passam disso, sensações, e
nada mais, como suor nas mãos, tontura, palpitações, falta de ar, etc. o
incomodará. Sim, são sensações desconfortáveis, mas o ponto-chave para esta
abordagem é que elas não levam a um ataque de pânico.
Não que você nunca vá se sentir ansioso; certo nível de ansiedade faz
parte do dia a dia. A diferença é que a sua ansiedade ocasional vai se
desenvolver até uma experiência de maior ansiedade. O sentimento esporádico
de ansiedade é bom e vivido por todos. Sua nova resposta é colocar-se em
sintonia com todas as pessoas que nunca tiveram ataques de pânico porque
seus sentimentos não se desenvolvem até uma sensação exagerada e
irracional de medo.
Então por onde começamos? Já que não há perigo, não há ameaça real.
Esta compreensão simples, mas verdadeira, combinada com a técnica do
“Movimento Único” descrita abaixo serão as ferramentas pelas quais você
aprenderá a neutralizar os ataques de pânico em segundos!
Vamos analisar, então, o primeiro passo para neutralizar um ataque de pânico.
24
- Abraçar e aceitar o medo para que as emoções corram livremente e se
dissipem, ao invés de trancar-se em um ciclo vicioso de ansiedade recorrente.
Em outras palavras, observe e não reaja.
A faísca inicial que dispara um ataque de pânico origina-se a partir de um
conflito interno, localizado, normalmente, no fundo do nosso subconsciente. O
que causou este conflito inicial é irrelevante, já que varia muito para cada um
e é desnecessário saber disso para eliminar os ataques de pânico. De todo o
jeito, visite um psicoterapeuta e descubra a raiz da ansiedade, mas esteja
ciente de que isto apenas lhe dará a percepção do gatilho original, e não
necessariamente resultará na cura da sua condição. O que estamos
procurando é um reconhecimento consciente do ataque de pânico e uma nova
e mais forte resposta para ele quando surgir. Uma reação que anulará o
ataque de pânico quando estiver chegando e eliminará o padrão dos ataques
recorrentes.
Durante os momentos iniciais de um ataque de pânico, você perceberá
alguns padrões familiares. Para muitos, pode ser simplesmente um sentimento
de desconforto ou aperto no estômago, uma respiração mais curta ou pressão
no peito. Os sintomas normalmente começam em um nível muito sutil,
algumas vezes horas ou dias antes do verdadeiro ataque, dependendo da
situação. Quando você sentir as sensações iniciais que geralmente
acompanham uma crise, pare o que estiver fazendo e, se possível, encontre
um lugar confortável para si mesmo e fique sozinho. Desta vez, porém, você
não está preparando a cena para entrar em uma batalha como antes, mas está
preparando o espaço—um espaço de aceitação para convidar e dar as boas
vindas ao medo e à ansiedade.
Abrace o medo quando surgir dentro de você. Envie uma pequena mensagem
mental dizendo que você está feliz com a visita dele, você estará enviando um
“seja bem-vindo” aconchegante. Envie uma mensagem de que você está
convidando este sentimento para dentro do seu corpo e sua mente. Trate-o
25
como um velho amigo que está vindo lhe visitar. Você o está recebendo mais
perto para conhecê-lo e observá-lo. Não é anormal estar se sentindo um pouco
apreensivo a esta altura, já que esta nova abordagem pode parecer estranha—
convidar a ansiedade para que chegue mais perto. Você está na verdade
convidando e saudando o pânico que normalmente o perturba e assusta.
– Seja firme. Apenas observe enquanto o sentimento de medo
surge e se aproxima.
Se você é do tipo visual, pode querer dar à ansiedade uma imagem mental
como uma criança irritante ou um personagem engraçado de desenho
animado.
Deixe o medo tomar conta de você. Sinta toda e cada sensação em detalhes.
Não estamos tentando fugir do ataque de pânico desta vez—de fato, estamos
na verdade tentando abraçá-lo completamente.
Mantenha-se com as sensações e as observe como se observasse uma onda no
oceano enquanto ela quebra e surge de novo por todo o seu corpo. O período
de tempo estimado para cada ataque de pânico individual é de cerca de vinte
minutos.
Chegará uma hora em que você pode observar e experimentar até um ponto,
e então ficará impressionado, você pode querer lutar contra ou retirar-se em
segurança. Isto é compreensível, pois as sensações podem ser muito
desconfortáveis. Entretanto, este é o ponto vital do processo. Sinaliza o
momento para o uso da técnica que fez toda a diferença na minha vida — o
“Movimento Único”. Neste momento-chave, quando você sentir que tudo está
perdido e que não consegue mais continuar a observar e experimentar as
fortes sensações, identifique a fonte da sua ansiedade e exija mais.
MAIS?
26
Você está pensando, “Só pode ser brincadeira!”, “Eu mal agüento isso, quanto
mais uma dose extra”.
Exija mais! Grite se quiser, mas deixe sua ansiedade saber que você está
fazendo uma firme exigência de querer experimentar o pior que ela pode lhe
oferecer! O pedido de mais é a mais poderosa declaração que você pode fazer,
em meio a um ataque de pânico com força total. Envia uma declaração clara e
forte que, por trás de tudo, você está desafiando o blefe do medo, você ainda
está realmente no controle e sempre esteve. Até então, você estava apenas
observando. Como ao andar de montanha-russa você estava se permitindo
sentir aquela experiência, as sensações de medo. Você foi um participante
pago e por vontade própria, não uma vítima. Agora você está conscientemente
se movendo em direção ao medo, exigindo que ele lhe mostre mais destas
incomuns sensações físicas que você está passando.
Aqui estão algumas frases que você pode usar e repetir pra si mesmo:
“Sinto-me ansioso, mas agora me mostre como é estar muito, muito ansioso”.
“Mostre-me como é sentir minha garganta e meu peito ainda mais apertados”.
“Posso sentir meu estômago embrulhado, mas eu quero saber como seria se
ficasse ainda pior, consegue deixá-lo pior? Isto é o pior que pode fazer?”
“Percebo todo o tipo de pensamentos assustadores passando pela minha
cabeça; torne-os mais rápidos, existem mais desses pensamentos
assustadores?”
Esta exigência é algo que o medo não consegue cumprir. Você está
voluntariamente se movendo na mesma direção que as sensações, não dando
chance para que o medo possa criar o conflito mental e a ansiedade. Isto
atinge a ansiedade em cheio, pois não há mais combustível para manter a
campanha do terror. O fusível que estava perigosamente perto de explodir em
27
um ataque de pânico extremo é eliminado. A novidade é que esta atitude
desafia o blefe do medo e é neste momento que ele, até então controlando
toda a experiência, revela a verdade por trás da situação — desde o começo
nunca houve nada a temer realmente. A ameaça era uma farsa. O ataque de
pânico fracassou, nunca houve uma ameaça real e tangível.
Seu medo não tem escolha, a não ser retirar-se. Você não lhe deu espaço para
manobrar.
Pode ajudar exigir mais de uma maneira agressiva. As sensações, claro, são
desagradáveis e ninguém está tentando fingir o contrário—mas isto não tem
que lhe impedir de experimentá-las por completo. Na verdade você sempre as
vivenciou por inteiro, mas desta vez está participando porque quer. O que
você está fazendo é declarando com confiança em si mesmo e, ao seu corpo,
ser capaz de viver esta e qualquer quantidade de ansiedade extrema que
possa surgir em seu caminho porque você sabe a verdade. Não há nada a
temer. Eu sugiro mudança nestas últimas linhas, a idéia não está clara,
coerente.
Insista em pedir mais.
O medo não sabe como lidar com essa exigência; fica completamente
confuso com essa nova reação, não tem outra opção a não ser entrar em
colapso consigo mesmo e desaparecer. O medo alimenta a ausência do medo;
Você está eliminando o combustível que move um ataque de pânico. Agora
não há conflito, nada com o que alimentá-lo. Como medida extra (com o medo
se extinguindo), silenciosamente diga a ele: “Isto é o melhor que pode fazer?”
Convide-o a voltar! “Fique, você não tem mais nada com o que me
aterrorizar?” Enquanto vai embora—e ele irá—despeça-se dele e novamente
mantenha aberto o convite para que retorne. Você precisa acolher a ansiedade
para que ela retorne a fim de acabar com pensamentos prolongados de um
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retorno inesperado. Você está falando do medo ou da ansiedade? Parece-me
que há uma diferença entre esses sentimentos, apesar de semelhantes.
Quando feito corretamente, os resultados desta técnica são
instantâneos. Você sentirá imediatamente o momento decisivo e o sistema
nervoso parassimpático, do qual falamos anteriormente, entrar em ação
restabelecendo a calma. É como se você tivesse passado para o outro lado do
medo com confiança renovada. Não houve abismos nem penhascos para que
você despencasse. Tudo não passou de uma série de sensações físicas.
Pode ser que você perceba o medo tentando voltar, ou seja, alguma
coisa aterrorizante, como um pensamento assustador passando pela sua
cabeça. Não se preocupe. É apenas o ciclo de encerramento da ansiedade. Não
deixe que tome conta de você. Observe-o da mesma forma que antes, como
se olhasse para uma nuvem passando no céu e deixe que vá embora. Lembre-
se, observe e não reaja. Mantenha-se firme e continue a observar seu corpo e
sua mente. Fique tranqüilo sabendo que não importa o que venha a surgir em
seu caminho você sabe como resolver. Deixe que esta seja sua oração diária.
“Posso lidar com qualquer situação que a vida coloque em meu caminho”.
No início você provavelmente achará difícil acreditar em si mesmo para
exigir mais, já que os ataques de pânico podem ter minado sua autoconfiança.
Isto é mais do que natural—você pode flagrar-se pedindo mais e então
imediatamente sair correndo com as mãos pra cima. Não deixe que qualquer
empecilho o preocupe. Pratique e pratique. Se você não conseguir resultados
imediatos, continue; quanto mais usar esta técnica mais você verá a força que
ela tem. Com o tempo você chegará ao ponto de sentir um ataque de pânico
chegando e lhe dar as boas vindas, com todo o seu corpo e mente de maneira
sincera. Você entenderá, verdadeiramente, que não há nada com o que se
preocupar. Você pedirá mentalmente para que sua ansiedade entre — mas
desta vez ela não aparecerá. Você já notou que quando se sente relaxado não
consegue provocar em si mesmo um ataque de pânico, não importa o quanto
tente? Tampouco consegue forçar a si mesmo para que se sinta empolgado ou
29
radiante. Por mais força que empregue você não consegue fazer o seu corpo
ter um ataque de pânico. Agora você sabe o porquê. Mover-se em direção ao
medo elimina a fonte que este exerce sobre você do seu poder. Ambíguo: a
fonte do medo ou sua fonte? Você provavelmente está pensando: “De jeito
nenhum! Não vou pedir por mais sensações de pânico, conhecendo a minha
sorte, é exatamente isto que vou conseguir, finalmente chegarei e morrerei”.
Você teme que se realmente pedir por mais medo, mais ansiedade, esta
exigência lhe criará mais problemas.
Confie em si mesmo. Confie na capacidade de seu corpo em lidar com a
situação.
Aplique o que você leu aqui, pratique; será seu melhor aliado nos momentos
mais assustadores.
Vamos usar um exemplo e colocar isto em prática.
Você está em um trem e acabou de sentar-se. Foi um longo dia; você está
cansado e pretende dormir durante o trajeto. O apito soa e a porta do trem se
fecha com um som alto. Um pensamento de ansiedade passa pela sua cabeça.
“E se eu tiver um ataque de pânico neste trem? Como irei superar? Não
poderei descer do trem!”
E então uma nova crise inicia-se. De repente seu peito sente um aperto; você
percebe sua freqüência cardíaca aumentar. Rapidamente olha em volta. Algum
rosto amistoso para que você possa se consolar? Nenhum. Os sintomas iniciais
de um ataque de pânico começam. E aí vamos nós, analisaremos primeiro a
forma com a qual você vem lidando com isto:
À medida que sua freqüência cardíaca aumenta você fica nervoso. Deve ter
aprendido algumas técnicas de respiração e então você as coloca em prática.
Um dos problemas com as técnicas de respiração, apesar de serem úteis, é
30
que os resultados nunca parecem ser rápidos ou evidentes o suficiente.
Portanto, são raramente executados até o fim e mantidos. Muitas pessoas não
gostam de concentrar-se em sua respiração, pois sentem que isto apenas
causa uma sensação de sufocamento e mais intensidade de quê? Não fica
claro.
Então a respiração parece não estar funcionando. Provavelmente sua próxima
ação é levantar-se e dar uma volta. Entrar no banheiro, por exemplo, onde
você pode ficar sozinho. Levantar-se e caminhar faz com que você se sinta
menos encurralado. Você fecha a porta do banheiro e senta-se no vaso.
Sente-se um pouco melhor. É bom estar sozinho—longe de qualquer um que
possa vê-lo em desespero e fazendo papel de bobo. O problema é que você
está começando a se sentir encurralado novamente e não há mais lugares
para aonde correr. Você procura em seu bolso e pega seu relaxante de
emergência para ataques de pânico. Não precisa ser necessariamente um
medicamento; talvez uma pequena garrafa de bebida alcoólica ou até mesmo
um rosário. Qualquer que seja a sua supressão, isto é o melhor que você pode
fazer. Caso contrário você terá que usar a última estratégia de superação—
puxar a corda de emergência e saltar do trem. Esta situação, como a maioria
dos ataques de pânico, é de agravamento da crise e exaustão das técnicas de
superação.
Agora vamos tentar o mesmo cenário com a nova compreensão:
Quando você ouve a porta do trem se fechar, os pensamentos amedrontadores
surgem desta vez, você não reage com terror, mas simplesmente
observando—talvez uma leve excitação, já que lhe será oferecida uma nova
oportunidade de aprender mais sobre seus ataques de pânico.
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Não estou dizendo que você não vai ter medo—isto é algo inevitável. Mas a
diferença é que seja qual for as sensações que você vai experimentar, irá se
dedicar a elas. Você é um sobrevivente.
Seu coração está batendo mais rápido agora e você percebe sua respiração se
tornado curta e rápida. Você decide continuar sentindo tudo isso—cem por
cento. Uma idéia o arrepia e lhe diz para se levantar, andar por aí, ir ao
banheiro. Você decide que não. Diz a si mesmo que caso se torne realmente
intenso, talvez considere isto como uma última opção. Mas por enquanto, você
resistirá onde está.
Você está agora no momento de um ataque de pânico. Está ouvindo seus
pensamentos apavorantes e mal sente as estranhas sensações físicas. Está
satisfeito consigo mesmo. Percebe que está surfando na onda de ansiedade e
nem mesmo começou a usar as técnicas de superação. Então ela se
intensifica. Você começa a sentir um medo extremo em seu estômago,
enquanto seu braço esquerdo parece ser espetado por alfinetes e agulhas.
Você está atingindo o clímax da ansiedade. Examina todas as suas opções—
grite, fuja ou peça mais. Então é isso que você faz—pede mais. Na verdade
você exige, com firmeza, que o pânico aumente até que você experimente a
abrangência total da emoção. Alguns segundos se passam. Sem aumento
algum, você pede novamente—e mais uma vez, nada. Na verdade, as coisas
começam a se acalmar. Seu coração não está acelerado como antes, o seu
peito parece de alguma forma mais leve. Está chegando ao fim. Agora pode
realmente sentir-se confiante! Você não só atravessou um ataque de pânico,
mas também o acompanhou e o vivenciou por inteiro. Manteve seu território,
não de maneira agressiva, mas como um explorador, buscando sentir toda a
extensão de suas experiências. Não ficou medo algum de um novo ataque de
pânico em sua viagem de trem porque você está seguro de que caso apareça,
irá suportá-lo como o anterior. Você fecha os olhos e relaxa confiante em seu
assento.
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O que você está fazendo é encarando o medo sem confrontá-lo. Você está
convidando-o à sua vida, tornando-o seu, dominando-o.
É uma reviravolta total em tudo que já foi ensinado anteriormente.
Normalmente nos dizem para combatermos as crises usando técnicas de
superação e após um significativo período de tempo, você vencerá sua
ansiedade. Contorne esta abordagem submissa. Vá para a linha de chegada.
Tente o oposto total—auxilie seu medo, e então observe sua ansiedade perder
a força rapidamente.
Esta não é de maneira nenhuma uma técnica nova. Podemos ver como isto foi
aplicado no passado em diversas áreas na busca de uma vida bem-sucedida.
As milenares artes marciais chinesas como o aikidô, usam esta
abordagem como autodefesa. Quando estavam frente a um agressor, os
praticantes que iniciavam nestas escolas de defesa eram ensinados que a
melhor de todas as maneiras para se defender era nunca reagir, em primeiro
lugar. Simplesmente observe e se afaste. Caso um ataque persista depois de
se ter tentado o caminho da não resistência, era ensinado aos iniciantes
movimentos como o bloqueio das mãos, para canalizar a energia do agressor
de uma forma inofensiva e deixar que siga seu caminho. Eventualmente o
agressor (após ir ao chão por muitas e muitas vezes) desiste e recua. Ele se
torna inofensivo. O perigo foi desarmado.
Descrevo o medo de forma simples—como uma força externa, um
invasor que vem visitar. A verdade é que fomos nós quem criamos tudo—um
jogo com nós mesmos. O medo é uma reação exagerada às sensações
corporais. Quero destacar o fato de que isto não é apenas um processo onde
simplesmente se observa a ansiedade ou, usando um termo popular, “fluindo”
com a ansiedade. O método de aceitar e observar é mencionado e usado em
outras abordagens cognitivas de como lidar com a ansiedade, mas se realiza
apenas o primeiro passo da técnica do Movimento Único.
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Por si só, a observação não chega nem perto de ser forte o suficiente
para parar o ataque em seu andamento. Apenas observar é como sentar
imóvel em uma cerca. É uma posição de neutralidade, embora você possa ter
notado, no passado, que permanecer neutro em direção à ansiedade não é
algo comum. Para realmente eliminar de vez os ataques de pânico você
precisa de um elemento extra. Você precisa de ação. Esta ação é interna e em
direção à ansiedade e aos ataques de pânico. Pedir por mais é uma destas
ações. Devido à sua natureza simples, é um conceito muitas vezes descartado
ou negligenciado pelos médicos.
Não se confunda com o jargão acadêmico usado para explicar seus
distúrbios de ansiedade. O que os psicólogos e médicos não explicam a você é
que o mecanismo da ansiedade não é um problema complexo. Sim, os
problemas em sua vida ou as reações químicas do seu corpo que ocasionam a
ansiedade inicial podem ser complexos, mas ser capaz de entender e desarmar
o mecanismo da ansiedade não é um processo complexo. “Os 33 Passos para
Livrar-se da Ansiedade” não é uma solução. É simplesmente uma lista
elaborada de habilidades de superação. Você só precisa de um passo, um
movimento voltado para o âmago da ansiedade. Esta mudança de pensamento
vai levar-lo aos resultados que está procurando. Lembre-se, a ansiedade não
é algo lógico. Olhe para os medos que passam pela sua mente; eles não têm
fundamento para serem validados, nem apresentam razão ou estrutura.
Os ataques de pânico são totalmente ilógicos; não fazem sentido. Não
há ameaça e mesmo assim você teme as sensações. O que você precisa é uma
solução igualmente ilógica. Neste caso, significa fazer o contrário do que a sua
mente lógica tem tentado fazer todo esse tempo ao lutar contra a ansiedade.
Você precisa adotar o Movimento Único.
Resumindo, os passos discutidos são os seguintes:
1. Quando o pânico chega onde quer que você esteja, simplesmente comece
a observá-lo. Não tente evitar ou suprimir as sensações físicas.
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2. Participe o máximo possível da experiência, sinta todas as sensações
enquanto elas percorrem seu corpo. Não rotule as sensações como boas
ou ruins.
3. Quando parecer que o pânico vai sair do controle e sua confiança na
capacidade de observar o medo sumir utilize o “Movimento Único”
convidando seu corpo a experimentar mais. Exija mais das estranhas
sensações.
4. Mantenha. Repita o processo; continue movendo-se em direção ao medo
pedindo por mais. Em pouco tempo seu corpo voltará ao normal.
O que acontece quimicamente quando você tem um ataque de pânico é que
você pensa ‘estou em extremo perigo’. Este pensamento ativa suas sinapses
nervosas e lança a reação de lutar ou fugir. O pensamento original que provoca
todo o processo vem das sensações físicas incomuns que falamos
anteriormente. O que causa esta sensação inicial varia de pessoa para pessoa.
Para alguns são problemas emocionais mal resolvidos, para outros é a
alimentação ou mudanças no corpo. As causas ou origem das sensações não são
o que nos preocupam agora; é a nossa reação a estas sensações que causam a
ansiedade e o pânico.
Então o pensamento dispara em sua cabeça que algo está fora de controle.
Que algo realmente ruim está prestes a acontecer e você pode vir a sofrer
algum dano terrível ou até mesmo o pior de todos os males, irreversível – a
morte. Estes pensamentos aterrorizantes ativam o fusível de um iminente
ataque de pânico.
-Você anula esta ameaça imediatamente tirando a força destes pensamentos
assustadores.
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-Você tira a força destes pensamentos usando o Movimento Único. Embrulhe sua
cabeça com esta técnica e vá com tudo.
A diferença principal entre os que se curam dos ataques de pânico e os que não
conseguem é na verdade muito simples. Os que conseguem Não têm medo
dos ataques de pânico. Eles vêem as sensações físicas como sensações e não
como algo para se assustar. Estou lhe mostrando como se tornar uma destas
pessoas.
Aqui está outra interessante maneira de analisar a técnica do Movimento Único:
O truque para acabar com os ataques de pânico e ansiedade é querer ter um. -
o desejo o manda embora. Você consegue ter um ataque de pânico neste exato
segundo? Tente com afinco, aposto que não consegue. Você já ouviu o ditado
‘àquilo que você resiste, persiste’. Bom, este ditado aplica-se perfeitamente ao
medo. Se você resiste à situação ou foge, o medo em questão persistirá. Como
parar de resistir – vá imediatamente a sua direção e ao fazer isso, ele não
conseguirá persistir. Na essência, isto significa que se você diariamente buscar
um ataque de pânico, de forma voluntária, você não consegue tê-lo. Você pode
não perceber, mas sempre decidiu entrar em pânico. Você faz a escolha ao
pensar ‘isto é além do meu controle’, ‘algo terrível está prestes a acontecer’.
Para usar uma analogia visual; imagine que ter um ataque de pânico é como
ficar à beira de um precipício. A ansiedade parece estar lhe empurrando para
mais próximo da beirada. Cada uma das sensações incomuns confirma que algo
terrível está para acontecer e você se sente cada vez mais perto do limite do
abismo. Restam-lhe duas opções nesta situação.
1. Você pode dar a volta e lutar para conseguir um caminho de recuo a um
território seguro usando as técnicas e estratégias de superação que você
aprendeu anteriormente. Pode procurar conforto em um amigo ou tomar
36
uma dose de medicação a fim de ajudá-lo a sentir-se melhor.
Basicamente você luta.
2. Ou dois. Você usa a minha técnica. Bravamente você pula!
Para ficar realmente livre do medo você deve metaforicamente ‘pular’. Deve
saltar do penhasco que tanto o assusta para dentro das coisas que você mais
teme.
Como pular – Você pula chamando mais medo.
Sua segurança garantida é o fato de que um ataque de pânico nunca lhe
machucará. Isto é um fato médico. Você está seguro, as sensações são
violentas, mas nenhum dano lhe será causado. Seu coração disparou, mas
nenhum mal lhe acontecerá. O pulo nada mais é do que uma queda de meio
metro! Você tem todos os arreios de segurança que precisa, pois nunca teve
nada a temer, em primeiro lugar. O abismo que havia à sua frente era uma
ilusão. Confie nesse conhecimento medico, assegure-se disto – pense em todos
os ataques que teve que enfrentar e atravesse para o outro lado.
Então agora vamos tratar cada uma das situações de ansiedade de
maneira diferente. Você regularmente procura os ataques de pânico como um
aventureiro. Esta busca pela ansiedade aplica-se quando você se vê em meio a
um episódio de ansiedade, mas também ajuda a fazê-lo quando está se sentindo
bem e descansado. Comece agora e o faça durante o resto do dia. Saia de casa
desejando de verdade que você tenha um ataque de pânico! Parece um pouco
maluco, mas tente. Sinta como esta nova forma de pensar o fortalece. Até agora
você temia sua chegada, mas agora você a está buscando. O medo não tem
onde se esconder agora que os papéis se inverteram.
Quero que você pense na ansiedade como uma bolha que nos cerca.
Quando estamos dentro desta bolha de medo, nossa percepção das coisas muda
e sentimos nosso mundo ficar cada vez menor. Sentimos-nos literalmente
37
desconectados do mundo que nos cerca enquanto o olhamos através dessa
bolha de medo. A bolha de medo distorce os cenários do dia a dia. Para alguns,
uma tarefa simples como fazer compras pode se tornar uma experiência
aterrorizante.
Usar o “Movimento Único” como descrito acima é bastante eficiente
porque é como pegar um alfinete e estourar a bolha. Pop!—Explode a ilusão de
uma ameaça real. O alfinete nesta situação imaginária é vontade ou desejo de
desafiar o ataque de pânico, exigindo mais, pagando pra ver. É a confiança que
você tem dentro de si mesmo que o faz sair da bolha de medo em direção à
vida.
Pânico Fora, você está nas mais seguras das mãos!
38
Capítulo 4Neste capítulo, quero lhe dar alguns exemplos de como o Movimento Único podeser aplicado em várias situações na vida real. Pode ser que você tenha umasituação específica que lhe causa pânico e não está certo de como a técnicapode ser aplicada apropriadamente. Espero que este capítulo esclareça algumasquestões.
Dirigindo com a Ansiedade
Uma das perguntas mais comuns que me fazem é como aplicar a técnica
do Movimento Único para superar a ansiedade quando se está dirigindo. Desde o
medo se per pego no trânsito até o de ser pego ao atravessar pontes, as
pessoas temem muitas coisas diferentes nesta área. Muitas vezes a ansiedade
se origina a partir do medo de ficar preso no veículo durante um
engarrafamento ou de perder o controle do carro e causar uma batida.
Não é necessário dizer que, embora tenham lutado contra a fobia de
dirigir por muitos anos, quase todas as pessoas que aconselhei não viram seus
medos de um acidente se concretizar. Vamos analisar o medo primordial, de
sofrer um acidente devido às distrações de um ataque de pânico enquanto
dirige. A maioria das pessoas acaba provocando em si mesmas um estado de
ansiedade extrema antes mesmo de tirarem o carro da garagem, imaginando
situações onde “surtam”, batem em outro veículo e causam acidentes
envolvendo vários carros. Se você tem estas preocupações, a primeira coisa
importante para começar é uma revisão do seu histórico como motorista. Você
já foi um motorista irresponsável no passado? Você tem histórico de dirigir mal?
A maioria dos que tem fobia de dirigir na verdade não tem nenhum registro de
problemas no trânsito e nem mesmo estiveram em um pequeno acidente.
Motoristas ansiosos não são um perigo mortal na estrada; pra ser sincero eles
podem ser mais alertas do que muitos motoristas comuns que depois de um
longo dia no trabalho estão verdadeiramente sonolentos ao volante.
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Conforme discutimos anteriormente, quando olhamos para a biologia da
ansiedade, em virtude da sua condição, um motorista ansioso tem um alto nível
de percepção sensorial. Este nível de percepção o mantém alerta para quaisquer
potenciais perigos e concentrado na tarefa de dirigir, sem sonhar acordado,
conversar ou fuçar o porta-luvas. É claro que isto não quer dizer que dirigir
ansioso é o jeito ideal de ir para o trabalho, mas acredito ser importante
ressaltar este ponto já que muitos se punem por ficarem ansiosos em seus
carros. Se você é, de uma maneira geral, um bom motorista, então antes de
entrar em seu carro tenha confiança nisto e reafirme este fato para si mesmo.
Tendo certeza e reafirmando que você é um motorista capacitado vai de alguma
forma suavizar esta preocupação. Esta auto-afirmação, junto à “técnica do
Movimento Único para motoristas” (abaixo) o ajudará a ser novamente o
motorista confiante que foi um dia.
A segunda maior preocupação da maioria dos motoristas fóbicos é o medo
de ficar preso no carro de alguma maneira. Quero dizer, ser pego no tráfico,
numa Estrada de três pistas engarrafada, em pontes muito longas ou mesmo ao
parar no sinal vermelho. Quando permitida, a mente acompanhará este medo e
imaginará todos os tipos de situações mortais onde você pode vir a sentir-se
encurralado ou preso em seu veículo sem nenhuma assistência caso tenha um
grande ataque de pânico.
O importante aqui é conter estes medos antes que criem raízes,
oferecendo a si mesmo soluções viáveis para qualquer uma destas situações e
não deixar que sua cabeça o engane fazendo-o acreditar que há uma armadilha
a sua frente. Pense um pouco. Existe realmente alguma situação, como as
descritas acima, onde você está preso e sem maneira alguma de escapar?
Não, é claro que não.
O tráfego sempre se movimenta, o engarrafamento não dura para sempre.
Existe fluxo e sempre há uma saída. Isto pode significar ter que descobri-la
saída por conta própria, mas nunca deixe que estes pensamentos o encurralem
e o façam pensar que não há escapatória. Quando você contra-ataca estes
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medos com soluções lógicas, mina o controle que ele tem sobre você. Você
começa a enxergar o blefe usado para mantê-lo apavorado com o que pode
potencialmente acontecer no tráfego. Sua mente pode se rebelar e criar o pior
cenário possível, mas de novo, esta é realmente a armadilha apavorante que
você imaginava? Tome cuidado para não deixar que estes pensamentos
prendam a sua mente. Todos os dias os carros das pessoas quebram no
trânsito. Estes motoristas não têm opção senão ligar as luzes de emergência e
sair do veículo. Não vai a lugar algum. Aí está, esta é uma saída, embora seja
extrema. Entretanto, ao usar a minha técnica nunca será preciso chegar a este
ponto. Na verdade você aprender como dirigir pode mais uma vez ser uma
experiência agradável.
O Movimento Único para Motoristas
Irei mostrar como aplicar o Movimento Único em situações onde se está
dirigindo. Neste caso estamos procurando neutralizar o ataque de pânico
enquanto se dirige um carro. Ao conduzir um veículo, o procedimento é
exatamente o mesmo de quando se usa o Movimento Único conforme foi
descrito no capítulo anterior, exceto o fato de existir um grau necessário de
precaução. Eu explicarei.
Sugiro que você comece saindo de carro na prática, possivelmente à noite
ou no Domingo quando o tráfego é menor. Siga uma rota que o deixe ansioso;
talvez isto signifique ir além da sua zona de segurança ou dirigir sobre uma
ponte. Caso sinta-se muito nervoso, comece com um teste mais fácil. O
importante, porém, é desafiar a si mesmo com um caminho que ao menos lhe
cause algum grau de preocupação. Não levará muito tempo em sua viagem para
que a ansiedade comece a se manifestar. Esta ansiedade pode ser baixa, mas se
dirigir é realmente um problema, ela se manifestará gradualmente até os
sentimentos de pânico.
Ao sentir que o pânico surge, comece encorajando as sensações. Perceba
o quão ansioso seu corpo se sente. Tenha interesse nas sensações incomuns
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que percorrem seu corpo e comece forçadamente a encorajar os ataques a
aumentarem a força. Você está agora desafiando a ansiedade a se revelar. Entre
na ansiedade o máximo possível. Seu treinamento consiste em sair de carro
para um “passeio teste” na esperança de ter um ataque de ansiedade. Esta é a
sua meta. Antes mesmo de sair de casa você está caçando a ansiedade ao se
preparar para a viagem, propositadamente. É uma mudança de situação porque
quando se sente ansioso, você normalmente prefere nem pensar em dirigir. De
início, os passeios para praticar podem ser feitos com outra pessoa, mas após
algum tempo eu recomendo fazê-los sozinho, pois é assim que a verdadeira
independência e liberdade são encontradas. Se você sempre pratica com outro
indivíduo, pode formar a idéia de que é o seu passageiro quem faz com que se
sinta seguro e não a nova confiança que encontrou.
Existem algumas coisas que você precisa cuidar quando praticar. Tenha
certeza de estar dirigindo a uma velocidade segura e mantenha a concentração
na Estrada e no tráfego. Se você sentir-se tonto e desmaiar é melhor encostar e
continuar com o Movimento Único com o carro estacionado; de qualquer forma
você está perfeitamente seguro. Está seguro porque, na verdade, está em um
elevado estado de percepção e, mantendo uma velocidade baixa, não
representa perigo para si mesmo nem para outros carros. Está seguro porque as
sensações estranhas nada mais são do que isto, “sensações”; não causará mal
algum. Os pensamentos em sua cabeça que o aterrorizam são meras ilusões.
Quando voltar para casa depois de um passeio bem-sucedido, você pode
se ajudar mantendo um diário para acompanhar seu desempenho. Auxilia a
reafirmar como você está progredindo bem e caso tenha um dia ruim na
estrada, será capaz de retornar ao diário e lembrar que está verdadeiramente
fazendo progressos. Tente afirmar para si mesmo que você está indo bem.
Podemos ter uma ótima semana, um dia ruim e de repente é como se os seis
dias bons nunca tivessem existido! Então tente se concentrar no sucesso para
que ele cresça e se expanda pela sua vida. Isto se aplica a qualquer situação em
que você tente superar a ansiedade.
O Movimento Único lhe dará a capacidade de encarar o medo de qualquer
situação na estrada. Mover-se em direção ao medo cancela a força ou o impacto
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da ansiedade. Isto requer um pouco de prática, mas como eu digo, alguns
passeios como teste durante horas de pouco tráfego é o melhor a se fazer.
Para terminar, gostaria de dar algumas afirmações que você pode usar
enquanto dirige. Podem ser repetidas silenciosamente ou em voz alta e o
ajudarão a manter a mente relaxada e centrada, permitindo que você
concentre-se em dirigir bem.
“Sou um motorista competente e sempre chego a meu destino de forma
segura”.
“Sou calmo, alerta e tenho controle total enquanto dirijo”.
Estudo de Caso
O Medo de Dirigir de Lindsey
“Meu medo de dirigir estava debilitando minha vida. Dirigir em pistas
movimentadas, especialmente auto-estradas, freqüentemente me levava aos
ataques de pânico. Começava com um pensamento trivial normalmente sobre
alguma história de horror nas estradas que eu tivesse ouvido recentemente.
Então meu corpo respondia com batidas do coração mais rápidas, respiração
superficial, o show completo. O próprio fato de o meu corpo estar ficando
nervoso ligava o medo de que eu tivesse um dos meus infames ataques de
pânico. Não era incomum para mim, ter que ligar para meu marido e pedir que
ele viesse me resgatar!
“Era impossível parar de dirigir. Tenho crianças para levar à escola todos os dias
da semana e o único jeito de fazer isso é comigo dirigindo. Tenho certeza de que
eles adorariam se eu dissesse: ‘Sinto muito crianças, nada de escola por hoje;
sua mãe está com medo demais para levá-los’. Mas é claro que esta não era
uma opção. Eu lutava com este medo demoníaco todas as manhãs e, muitas
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vezes, sentia que estava perdendo. Estava me esgotando e me tirando o sono,
pois eu não dormia pensando em ter que dirigir no dia seguinte.
“Existem dois jeitos de se chegar à escola. Um é a auto-estrada, o outro, muito
mais longo, faz uma volta que é um completo desperdício de tempo. De acordo
com o que estava sentindo, saía extremamente cedo para fazer o caminho mais
longo se estivesse um pouco tensa, ou no mesmo horário que as outras mães da
vizinhança, caso me sentisse corajosa. Chegou a tal ponto que meus filhos já
estavam percebendo.
‘Caminho mais longo hoje; mamãe não deve estar se sentindo bem’.
“Algo precisava ser feito. Comecei pesquisando na Internet e me deparei com o
programa Pânico Fora. Levou um tempo até que eu entendesse por inteiro o que
estava sendo ensinado pela técnica do Movimento Único e realmente não fazia
idéia de como aplicá-la nas idas à escola. Mas após algumas leituras, devo ter
tido um estalo. Acho que começou comigo perdendo a calma com este medo
demoníaco. Por mais embaraçoso que seja eu literalmente gritei ‘Vem com tudo!
’ como eles falam nos filmes. ‘Se você vai me aterrorizar por toda a minha vida
enquanto eu dirigir, então venha e faça o pior que puder’.
“Foi realmente assustador e surpreendentemente fortificante, como se estivesse
tirando um peso do meu peito. Saí de casa na manhã seguinte com a mesma
postura. E pela primeira vez em anos, encontrei-me dirigindo pela estrada com
um senso de calma resignação. Analisando agora, era resignação ao fato de que
se tivesse o enorme e terrível ataque de pânico que sempre tive, eu
simplesmente aceitaria! ‘Isto não vai me matar, portanto se não vai me matar,
que diabos! É melhor deixar-me levar as crianças à escola e continuar com
meus afazeres diários’. Esta linha de pensamento mais tarde se desenvolveu em
‘Se isto não vai me matar é melhor que caia fora ao invés de eu ter que viver
com isto pelo resto dos meus dias’.
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“Uau, que reviravolta! Tive realmente um estalo. Sim, eu senti os mesmos
formigamentos e as mesmas palpitações estranhas durante semanas, mas agora
eu realmente não me importo. Minha postura mudou totalmente, de se sentir
apavorada para simplesmente não me importar. É quase como se eu tivesse
cansado da explosão dos ataques de pânico e não tolerasse mais os medos. Não
tenho certeza se esta é a verdadeira interpretação do Movimento Único, mas é o
que eu tirei dela e realmente funciona para mim.
“Agora dirijo com confiança e com uma vaga lembrança de me sentir assustada.
Não vou dizer que não há estresse algum, o barulho, o tráfego, etc., mas acho
que isto significa que estou de volta ao mesmo patamar que qualquer outro
motorista por aí”.
Medo de Sair de Casa
Existem fobias ligadas à experiência de se ter ataques de pânico e existe
a agorafobia. A agorafobia é o medo de lugares abertos ou de locais públicos
lotados, como supermercados. É um medo associado ao fato de sair de uma zoa
segura, como a sua casa.
Devido a um sentimento de vulnerabilidade, as pessoas que
experimentam este medo, mesmo freqüentemente têm ataques de pânico
nestas situações “abertas”. É correto dizer que muitas pessoas que têm ataques
regulares de pânico experimentam diferentes graus de agorafobia. Alguns
apresentam um longo histórico de ansiedade por medo de sair de casa e ter um
ataque de pânico. Outras pessoas ficam tão paralisadas pelo medo que acham
muito difícil sair de casa mesmo por um curto período de tempo. O pensamento
por trás da agorafobia normalmente segue a mesma linha de um ataque de
pânico. Quem irá cuidar da pessoa, como conseguirá a assistência e segurança
que precisa? A vulnerabilidade cresce a partir do sentimento de que, uma vez
que as vítimas da agorafobia são pegas pela ansiedade, repentinamente
tornam-se incapazes de cuidar de si mesmas e dependem da compaixão de
estranhos. Em seu grau máximo a agorafobia pode levar as pessoas a se
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confinarem em casa por vários anos. Por favor, observe que isto não é de
maneira nenhuma algo sem salvação e eu sempre preciso reforçar o fato de que
só acontece se a pessoa realmente acreditar que é o caso. O Movimento Único
tirou muitas pessoas da agorafobia e as devolveu uma vida ativa.
O primeiro assunto a ser discutido é a crença na zona de segurança. Para
esclarecer, quando falo sobre zona de segurança, refiro-me ao lugar onde se
pensa que os ataques de pânico não acontecem, ou pelo menos com menos
freqüência. Por ser um lugar confortável é onde a pessoa tende a passar cada
vez mais tempo. A zona de segurança da ansiedade é um mito sustentado pela
mente. A mente desenvolveu o hábito de que ordenar o indivíduo a permanecer
dentro da zona de segurança é a única maneira de mantê-lo seguro.
Se a agorafobia é um problema para você, observe como a sua mente
cria razões para acreditar que um determinado espaço é seguro e outro não.
Essas razões podem variar desde estar perto do telefone ou pessoas em quem
você confia até permanecer em ambientes familiares que o tranqüilizem. A
realidade da ansiedade é que não há uma zona de segurança. Não há nenhum
risco de vida em um ataque de pânico e, portanto, sentar-se em casa é o
mesmo que se sentar sob as estrelas ou em uma ilha deserta. Claro que sua
cabeça vai imediatamente lhe dizer que uma ilha deserta é um lugar ridículo
para se estar, pois não há hospitais, tranqüilizantes, NEM SEGURANÇA.
Você precisa rever suas experiências anteriores com ataques de pânico. Você
não continua aqui, vivo e bem, depois de todos estes ataques onde tinha certeza
que morreria?
Em algumas ocasiões você pode ter dirigido até um hospital onde foi
medicado e se acalmou, mas você realmente acha que não teria sobrevivido se
não fossem pelas drogas? Teria. Se o mesmo ataque de ansiedade tivesse
acontecido em uma ilha deserta também passaria, mesmo estando totalmente
sozinho. Sim, quando se trata de condições que necessitam de cuidados
médicos como asma, diabetes e tantas outras doenças, ter assistência médica
por perto é uma grande vantagem, mas nenhum médico no mundo diria a
alguém com ansiedade que existem apenas lugares específicos onde se pode ir.
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Sei melhor do que ninguém o quão assustador pode ser sair da sua zona
de segurança enquanto o sentimento de medo surge por dentro, e não é minha
intenção parecer rude. Este curso não pretende castigar ninguém pelo seu
comportamento. É uma maneira de analisar conjuntamente as soluções e
enxergar a verdade por trás dos mitos que aprisionam. O objetivo é permitir que
você retorne a uma vida mais rica e significativa. Também percebo que as
pessoas ao seu redor não entendem por que uma ida ao shopping lhe causa
tanto desconforto. Você terá que perdoá-los e tentar não se aborrecer por sua
falta de compreensão do problema.
Se um indivíduo com um parceiro ou um membro da família não teve um
problema de ansiedade parecido, pode achar difícil entender e aceitar o que
você está passando. Tenho certeza de que você já foi arrastado de sua casa
inúmeras vezes contra sua vontade, chutando e gritando. Isto provoca tensões e
brigas e o deixa chateado, pois o faz sentir incompreendido pelos que o cercam.
As pessoas próximas aos agorafóbicos estão simplesmente tentando fazer o que
julgam ser o melhor. Se você conseguir ver que suas atitudes são bem
intencionadas (apesar de errôneas) será capaz de se relacionar melhor e ajudar
a apaziguar potenciais conflitos. Há algo de que tenho certeza, você concordará
que é o fato da única pessoa capaz de tirá-lo do seu pensamento agorafóbico é
você mesmo. Estes pensamentos são seus e somente você pode mudar esses
padrões. Lidar com a agorafobia a longo prazo, é um processo lento para
começar, mas assim que os resultados começam a aparecer, ficam cada vez
mais rápidos até chegar a um ponto em que você achará difícil acreditar que sair
de casa era uma tarefa tão difícil.
Estudo de Caso Agorafóbico
A ‘Movimento Único’ de Sylvia
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“Minha utilização do Movimento Único era na verdade bastante simples. Vejo a
técnica como a mudança de uma vida de restrições para uma de liberdade e
confiança. Fiquei confinada à minha casa por cinco anos. Eu conseguia funcionar
em certo nível por que tinha um marido e filhos que faziam coisas para mim,
mas por dentro eu estava realmente morrendo. Estava brava comigo mesma por
não ser corajosa e me sentia presa por uma fobia que iria durar até o fim dos
meus dias. É realmente muito deprimente quando não se consegue enxergar
uma solução.
“Meu problema surgiu a partir de uma ansiedade geral até chegar ao medo de
ser pega na rua por um ataque de pânico. Qualquer lugar fora de casa me
deixava extremamente ansiosa. Até mesmo caminhar até o fim da rua se
tornava um problema.
“Não tenho certeza de como esta fobia se tornou tão ruim, mas foi somente
quando cheguei ao fundo do poço que decidi parar de viver desta maneira. Meu
casamento estava sendo prejudicado e não tenho certeza o quanto duraria se eu
não tivesse derrubado a agorafobia. Eu precisava de uma solução.
“Meu marido me apoiava bastante, mas sei que lamentava ter perdido a mulher
confiante com quem tinha se casado anos atrás. Quando olho pra trás agora,
vejo que estava vivendo uma vida vazia. Tinha me feito prisioneira, não da
minha casa, mas da minha cabeça. Meus pensamentos eram meus carcereiros
me ameaçando de que se eu tentasse fugir, sofreria as conseqüências. Acontece
que depois da fuga a conseqüência era a liberdade!
“Foi a raiva, mais do que qualquer outra coisa, que é motivo a pesquisar e
eventualmente comprar o livro Pânico Fora. Li o material e inicialmente não
fiquei muito empolgada. Acho que estava procurando um método que não desse
trabalho e que me permitisse apagar todas as memórias de medo que tinha –
uma pílula mágica. Depois de lê-lo mais algumas vezes eu o guardei e não voltei
a ele até chegar ao fim da minha sagacidade.
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“A primeira vez que decidi usar a técnica foi em um passeio pelo shopping. Fazia
um tempo que planejava comprar cortinas e queria fazê-lo eu mesma. Cheguei
ao shopping com meu marido, assustada, mas empolgada por que hoje seria
diferente. Eu podia sentir. Comecei conversado com o medo conforme me foi
ensinado, sem reagir às suas vozes assustadoras, apenas observando e o
tratando como se tivesse cinco anos de idade.
“Quando o pensamento de um iminente ataque de pânico apareceu, vi-me
prestes a entrar numa crise. Já ia começar a dizer a mim mesma “Vou morrer se
não chegar em casa”. Este tipo de pensamento era exatamente o que me
mantinha prisioneira o tempo todo. Que absurdo. Dei meia volta e disse, ‘NÃO,
pode vir! Venha pânico, vamos nessa. Mostre-me o pior que puder e seja rápido,
tenho cortinas para comprar’.
“Nada.
“Vamos logo com o pânico, a sensação de morte, etc., etc. Não tenho o dia
todo’.
“A bolha estoura ali mesmo. Eu era agora a professora escolar mantendo as
crianças indisciplinadas (meus pensamentos) sob meu controle. Isto me dava
forças. Terminei a ida ao shopping sem problemas, voltei para casa e
comemorei com meu marido tomando uma taça de vinho.
“Minha recuperação completa não foi imediata. Levou mais algumas saídas,
junto com algumas derrotas, até que eu encontrasse meu próprio caminho. Logo
comecei a acordar de manhã e pensar aonde gostaria de ir aquele dia. Antes do
que eu imaginava, estava viajando por conta própria.
“Espero poder inspirar outros leitores que vivam algo semelhante, de que a
coisa mais importante a se lembrar é que há esperança. Não deixe estes
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pensamentos encurralá-lo e fazê-lo pensar que este é o único lugar seguro. Isto
não é verdade. Não é mesmo.
Medo de Voar
Voar é muitas vezes uma experiência que causa ansiedade nas pessoas
comuns, então é compreensível que seja um difícil desafio para quem tem
ansiedade extrema e ataques freqüentes de pânico. Demonstrarei como aplicar
o Movimento Único para subjugar o medo de voar, além de se sentir confiante e
seguro quando enfrentar vôos de curta e longa distância.
A maioria daqueles que têm ataques de pânico, normalmente, não teme
uma falha mecânica do avião, mas uma falha em si mesmo, ou seja, um
incidente abrupto de perda de controle durante o vôo. Isto acontece porque a
pessoa que tem ataque de pânico sente-se carregando uma bomba interna
capaz de explodir a qualquer momento e afundá-lo no pânico. Se esta “bomba
interna” explodir em um local seguro como em casa, é muito mais fácil de lidar
porque aquele ambiente, na cabeça da pessoa, é uma zona segura. Estar a
30.000 pés de altura faz com que não se sinta seguro e confortável no
ambiente. Muitas vezes há também o agravante da claustrofobia, que se
manifesta a partir do medo de voar. A pessoa que sofre freqüentemente com a
ansiedade sente a necessidade de mais espaço aberto ou de algum lugar para
esconder-se e ficar sozinha, longe dos outros.
Se o medo de voar lhe afeta, sua atitude inicial quando agendar seu vôo é
importante. Empolgue-se em ter esta oportunidade. Lembre-se de que quando
estiver a bordo, terá novas técnicas para lhe ajudar a superar o medo e voar
para destinos distantes. Não se preocupe! Você estará perfeitamente seguro no
avião. Muitas vezes poder voar, despreocupadamente, é um processo que
começa na noite anterior. Tenha certeza de estar bem descansado antes da
decolagem. Isto evitará a fadiga que pode lhe causar estresse excessivo. No dia
do vôo, organize a sua agenda da melhor maneira possível para que não haja
nenhum problema em chegar até o aeroporto, passar pelos passageiros, etc.
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Você pode fazer isso usando bem o seu tempo. Não há razão para somar
estresse a uma viagem nervosa, apenas por que você precisa correr pelo
aeroporto no ultimo minuto. Quando estiver entrando no avião, você precisa
reafirmar o fato de que se a ansiedade manifestar-se não irá machucá-lo. Como
sempre aconteceu no passado, você terá um período de ansiedade e estar em
um avião não significa que estes pensamentos não surgirão.
Então aqui está sua nova abordagem ao voar.
Você entra no avião não na esperança de sentir-se relaxado e calmo, masna esperança de ter ansiedade ou medo.
Como sempre o verdadeiro truque para que o Movimento Único seja totalmente
efetivo é jogar-se completamente na experiência. Se você mantiver em mente
que todas as sensações e sentimentos de ansiedade são ruins ficará ainda mais
aterrorizado e com menos vontade de voar.
Entre no avião, sente-se e se não estiver sentindo nenhuma das
sensações familiares de ansiedade peça que apareçam. Se estiverem lá você
quer que se revelem. Você pode fazer isso por que não está correndo ou se
escondendo delas. Não está sentado em seu assento rezando para que não
apareçam—lembre-se de como reagiu antes quando começavam a surgir?
Provavelmente entrava em pânico e pensava que aquele avião era o último
lugar no mundo onde gostaria de estar. Estes pensamentos cresciam até que
você se assustasse de maneira boba antes mesmo de a cabine ser fechada.
Porém, se você não sentir nada alarmante, tudo bem; distraia-se com uma
revista, livro ou música; mas tenha certeza de conferir seus sentimentos para
ver se existe uma pontinha de ansiedade escondida.
Na esperança de ter um ataque de pânico você está voluntariamente
atraindo as sensações de ansiedade. Parece ser a última coisa que devia estar
fazendo em um avião, mas lembre-se de não fugir do potencial ataque de
pânico. É nossa voz interior que, quando alertada de um potencial ataque, grita
uma das duas coisas:
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1) “Deus, por favor, não consigo superar isto aqui. Alerta Vermelho!”.
Ou a positiva, fortalecedora:
2) “Aí está você; Estava esperando que você aparecesse. Bom, mostre-me o
que você tem. Estou pronto, esperando e interessado”.
Então, se sentir os inícios de uma crise, tudo bem. Você nunca esteve tentando
fugir dele; na verdade estava torcendo para que aparecesse e você pudesse
enfrentá-lo.
Obs.: A expressão ‘ataque de pânico’ aparece incansavelmente no decorrer do
texto. Para substituí-la a língua oferece elementos coesivos que tomei a
liberdade de adicionar sem alterar o sentido.
Pelo fato de a situação toda lhe ser estranha e você temer um final ruim,
será preciso um pouco de coragem para pedir, de todo o coração, mais das
sensações incomuns. Mas o quanto mais você exige ter um ataque durante o
vôo, mais forte e confiante você fica. Às vezes ajuda emocionar-se e excitar-se
com o medo quando você o peça que apareça, pois ajuda com que as emoções
sejam liberadas e fluam.
Caso sinta a dose de adrenalina/medo, perceberá que tem o efeito de
uma onda. Percorre seu corpo e se você prestar bastante atenção, sentirá
acabar rapidamente em vinte ou trinta segundos. Não há nada a temer. Depois
que passa, a confiança retorna, até que a próxima onda venha, e a próxima até
que eventualmente você note o padrão. E por você não reagir, os efeitos nada
mais são do que sensações físicas sem o pânico.
Se estiver voando com pessoas que não conhece bem, ajuda não lhes
dizer o quão ansioso está se sentindo, já que isto pode deixá-lo menos à
vontade perto deles. Eles acabam se preocupando e você pode interpretar isto
de maneira errada como prova de que realmente há algo a se preocupar.
Diga a si mesmo:
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“Usarei meu treinamento e se mais tarde eu achar que preciso contra a eles,
contarei; por enquanto, porém, enfrentarei a experiência sozinho”.
Finalmente, se estiver se sentindo muito ansioso durante o vôo, com a cabeça
pesando, aqui estão algumas dicas úteis adicionais para deixá-lo mais confiante
a respeito da viagem:
Se não estiver tomando nenhum medicamento relaxante, considere visitar
seu médico e explicar sua situação. Mesmo que você nunca use, uma
receita de Xanex, por exemplo, é útil. Na verdade recomendo que você
tenha os tabletes em sua bagagem de mão. Desta forma, você pode
racionalizar que caso tenha as sensações desconfortáveis, pode usá-los
para se acalmar. Só em saber que você tem um apoio nestas situações já
ajuda bastante.
Beba bastante água fresca e leve uma garrafa para o vôo. É muito fácil
ficar desidratado durante viagens longas. Goles de água na decolagem e
aterrissagem também ajudam a normalizar a pressão nos seus ouvidos.
Caso ache que ajuda a acalmar sua aflição em voar, diga aos funcionários
do avião que você é um passageiro nervoso. Eles têm bastante
experiência, estão bem familiarizados com este medo e sempre poderão
lhe assistir caso precise. Faz parte do seu treinamento e da sua função
ajudar passageiros nervosos. Alguns acham que avisar aos funcionários
do avião faz com que se sintam menos sozinhos durante o vôo. A
realidade é que você não está sozinho; provavelmente existem outros
passageiros nervosos no mesmo vôo que você.
Estudo de Caso
O Medo de Voar de Stephen
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“Até o meu primeiro ataque de pânico, em 1999, voei por muitos anos sem
medo algum de voar. Após o primeiro ataque de pânico que aconteceu
acidentalmente quando eu realizava serviços para a igreja, minha atitude
quanto a voar mudou drasticamente. Nada de cruzar o Oceano Atlântico em um
avião; por medo de um ataque de pânico, eu estava agora ficando preocupado
com o simples fato de estar longe de casa. Percebi como eu comecei a criar
desculpas para evitar voar. Convenci minha namorada que passar as festas em
casa era muito mais prazeroso e que não havia necessidade de voar para outros
lugares.
“Em 2001, troquei de emprego, e parte das minhas novas responsabilidades
exigiam vôos regulares. Isto se tornou uma enorme fonte de estresse para mim.
Mal dormia na noite anterior e após me obrigar a subir a bordo, bebia muito
para acalmar meus nervos. Chegava aos meus destinos levemente bêbado,
cansado e sem condições de trabalhar apropriadamente. Alguma coisa tinha que
mudar.
“Li sobre o programa Pânico Fora em um fórum de discussão e decidi conferir
para ver se ajudaria com o meu, agora, crônico medo de voar. Faltavam apenas
alguns dias para que eu voasse de novo e eu estava realmente procurando por
um milagre da mente. Chegou a manhã do vôo e fui nervoso para o aeroporto
munido da minha pequena bagagem de mão e as novas habilidades de
sobrevivência ao pânico na cabeça. A técnica fez sentido pra mim no papel, mas
funcionaria numa situação real?
“Sentei em meu assento, no fundo do avião e me concentrei em perceber como
estava me sentindo. Sim, eu estava assustado. Tudo bem, me foi dito para
esperar isto. O avião taxiava na pista e, como sempre, eu me sentia mais
ansioso. O engraçado é que eu realmente sei quando o pânico está começando.
Meus pensamentos parecem espremer-se como se agarrassem a minha mente.
Meus olhos começam a lançar-se pelo avião e qualquer movimento ou som me
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distrai. Eu tinha uma garrafinha de bebida alcoólica e não tinha certeza se
deveria tomá-la em um só gole como sempre, ou tentar a nova técnica.
“Devo ter sentido o tipo de excitação que os soldados sentem antes de saltar
das trincheiras para a batalha. Lembro de gritar (em pensamento) para que a
ansiedade viesse-me pegar–FAÇA O PIOR. Arrumei-me em meu assento e
esperei o massacre. Eu estava me entregando ao medo de uma maneira
corajosa. Senti uma injeção de adrenalina, mas não me pareceu fora de
controle. Por que fui eu quem chamou esta experiência, ao invés das ondas de
medo me afogarem, me senti surfando nelas, sobre elas, não abaixo, sufocando.
Continuei a fazer isto por mais alguns minutos. Como eu havia lido, o medo
estava saindo do meu corpo em forma de onda, e se faz algum sentido, me
senti pegando fogo. Quando o ataque terminou fiquei alegre. Senti-me corajoso,
uma coragem infantil que eu não sentia há muitos anos.
“Este e os vôos seguintes foram maravilhosamente de acordo com o plano. Após
vários outros vôos comecei a não me preocupar tanto com o vôo na noite
anterior. Comecei a confiar que lidaria com qualquer situação que cruzasse meu
caminho. Não digo que sou hoje um passageiro totalmente relaxado, pois ainda
sinto uma leve preocupação quando entro no avião ou se passamos por alguma
turbulência. Porém, a verdadeira diferença para mim é que superei o obstáculo
que tornava voar algo tão terrível. O obstáculo era um medo de ‘perder o
controle’ dentro de um avião. Agora percebo que esta barreira era uma ilusão.
Eu havia permitido que minha mente acreditasse que ‘perder o controle’ era
uma possibilidade real e este pensamento me colocava dentro de uma espiral de
pânico.
“Surpreendentemente, assim que derrubei o medo de voar, a preocupação em
ter ataque de pânico em terra firma desapareceu. Acredito que este bônus tenha
acontecido por que alguma parte de mim deduziu que se eu conseguia lidar com
o pânico enquanto voava então, um cinema apertado ou um passeio de carro
era moleza”.
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Medo de Falar em Público
É bastante observado que o maior medo de muitas pessoas não é a
morte, mas ter que falar em público. O engraçado é que estas pessoas preferem
estar em um caixão no funeral do que dar um discurso. Falar em público pra
quem tem ataques de pânico ou ansiedade, em geral, pode se tornar uma
enorme fonte de preocupação durante as semanas ou meses que antecedem o
evento em que se fará o discurso.
Esses compromissos não precisam necessariamente ser no pódio
tradicional, podem ser tão simples quando uma reunião no escritório onde se
espera que o indivíduo expresse sua opinião ou responda alguma coisa. O medo,
nesse caso, está em ter um ataque de pânico enquanto se está falando. A
pessoa teme ser incapaz de completar o que estava dizendo, devido à
ansiedade. Imagina-se fugindo dos holofotes e mais tarde inventando todo tipo
de desculpa para a sua patética saída pela janela do escritório.
Isso difere levemente da maioria das pessoas que têm medo de falar em
público porque normalmente esse medo gira em torno de ter um branco
enquanto se fala ou de sentir-se desconfortável com os colegas prestando
atenção. A tensão ou nervosismo de falar em público são, é claro, um problema
para este grupo também, mas eles não conhecem a debilitante ameaça que é
um ataque de pânico, já que nunca tiveram um.
Então como uma pessoa com problemas de ansiedade pode conseguir falar em
público?
O primeiro estágio é aceitar que todas essas sensações bizarras e
extremamente enervantes não sumirão da noite para o dia. Na verdade você
nem vai se preocupar em se livrar delas na próxima vez que falar. Quando elas
surgirem durante um discurso/reunião, você as abordará de uma nova maneira.
O que precisamos fazer é trazer sua confiança de volta para onde estava
antes dessas sensações acontecerem. Desta vez você as abordará de uma
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maneira fortalecedora e única, permitindo que se sinta confiante novamente.
Diz-se que os melhores oradores são consumidos pela ansiedade antes de
falarem, mas de alguma forma eles usam esse nervosismo para melhorar seu
discurso. Vou lhe mostrar exatamente como fazer isso.
Meu primeiro ponto é este e é importante. A pessoa comum e saudável pode
experimentar uma quantidade enorme de ansiedade e sensações
desconfortáveis enquanto dá um discurso, sem perigo de perder o controle, ou
de parecer ansioso para o público. Não importa o quão difícil seja sempre
terminará a sua parte, mesmo que no início seja bastante desconfortável
continuar. Você não será incapacitado de forma alguma. A verdadeira conquista
acontece quando você acredita totalmente que não está em perigo e que as
sensações vão passar. Em essência, é isso que o Movimento Único quer
encorajar; ao pedir por mais, você está dizendo:
“Sei que você (a ansiedade) não é ameaça para mim”.
O que mantém os ataques de pânico voltando sempre é o medo do medo—o
medo de que o próximo vai acabar lhe destruindo e que você tem sorte em ter
escapado do último ileso. Por serem enervantes e assustadores, abalaram a sua
confiança com os episódios anteriores de ansiedade. Uma vez que entenda não
estar sob ameaça alguma, você pode ter uma nova reação à ansiedade quando
ela surge enquanto você discursa. Sempre há um ponto de transformação
quando a pessoa passa de uma ansiedade geral para um ataque de pânico e no
caso de falar em público, isto acontece quando você diz a si mesmo:
"Não serei capaz de lidar com isso na frente destas pessoas".
Esta fração de segundo de dúvida provoca uma injeção de adrenalina e a
ansiedade extrema chega a formato de onda. Entretanto, se quando você sentir
a ansiedade inicial, reagir com confiança de que não é uma ameaça, você sairá
da ansiedade rapidamente. Usar esta nova abordagem é uma ferramenta
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poderosa porque significa que não tem problema sentir ansiedade durante um
discurso – tudo bem; você vai sentir e se mover com, e através das sensações
em seu corpo, saindo do outro lado. Por estar se sentindo muito ansiosa,
normalmente antes da fala começar, a pessoa pode achar que vai se
decepcionar. Quanto a isso fique tranqüilo. É perfeitamente natural sentir a
ansiedade. Tome como exemplo a pior das sensações que você já teve nesta
situação—desde um desconforto geral à falta de ar. Você terá uma reação inicial
automática que diz:
“Perigo! Terei um episódio de ansiedade aqui e não posso permitir que isso
aconteça”.
Nessa hora a maioria das pessoas reage a essa idéia e confirma ser verdade
devido a todos os sentimentos incomuns que está tendo. É aí que a sua cabeça
pode afundá-lo em pensamentos que criam um ciclo de ansiedade, produzindo
um efeito negativo em suas habilidades gerais de apresentação.
Então deixe que este primeiro pensamento de “oh meu deus, não agora!” passe
e em seguida mantenha a atitude de:
“Aí está você – Estava me perguntando quando você ia chegar. Estive esperando
que aparecesse. À propósito, não me sinto nem um pouco ameaçado por
nenhuma das estranhas sensações que você está criando—estou completamente
seguro aqui”.
Em vez de empurrar a energia emocional estômago abaixo você a está
superando. Seu corpo está em um leve estado de excitação, exatamente como
deveria quando faz um discurso, então libere esta energia na sua expressão
corporal. Coloque-a em sua apresentação, não a sufoque em seu estômago.
Você a coloca para fora se expressando. Deste jeito deposita a ansiedade a seu
favor para realizar um discurso mais vivo, energético e presente. Quando menos
perceber a ansiedade baixa como acontece quando voluntariamente se move em
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direção a ela. Quando tiver uma pausa momentânea (tenho certeza que tem em
seu discurso) mande um rápido pensamento pedindo por “mais”. Você quer mais
dos sentimentos intensos, pois está interessado nesse, nem um pouco
ameaçado.
Parece coisa demais para pensar enquanto se está falando a um grupo de
pessoas, mas na verdade não. Você ficará surpreso ao descobrir a infinidade de
pensamentos não relacionados que pode ter durante um discurso. Esta
abordagem consiste em adotar uma nova atitude de confiança naquilo que, até
então, você considerava uma séria ameaça.
Se seu medo predominante de compromissos oratórios é movido por um
sentimento de estar preso, então eu sugeriria criar alguns lembretes mentais
que podem ser preparados antes do evento. Por exemplo, algumas
reuniões/discursos o permitem que volte a atenção para a sala a fim de coletar
opiniões, etc. do grupo. Se possível, pode tentar preparar tais oportunidades em
sua própria cabeça antes dos compromissos. Não quer dizer que você precise
usá-las, mas pessoas nesta situação muitas vezes frisam que ter pequenas
oportunidades onde a atenção pode ser desviada, mesmo que por um momento
breve, podem tornar a tarefa menos assustadora. Pode ser algo simples como
fazer com que as pessoas se apresentem ou abrindo para questões. Sei que
estas distrações nem sempre são possíveis e depende de cada situação, mas
qualquer coisa que você possa criar que o faça sentir menos preso e sob os
holofotes vale esforço.
Estudo de Caso
Experiência de Falar em Público de Robert
“Sou o diretor-executivo de uma empresa de desenvolvimento de softwares.
Sou convidado freqüentemente para falar sobre nossos produtos em
conferências e congressos para públicos que variam de poucos grupos a
centenas de pessoas. Fiz isso por muitos anos sem problema algum até ter tido
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o que foi diagnosticado mais tarde pelo meu médico como um ataque de pânico.
Meu primeiro ataque de pânico aconteceu durante uma semana muito
estressante. Dormi tarde na noite anterior devido a uma festa da empresa e
estava levemente de ressaca na manhã da minha apresentação.
“Estava prestes a começar minha parte quando senti meu coração iniciar uma
rápida sucessão de batidas e minha cabeça girar. Senti meu braço inteiro
formigar e calor. Estava convencido de estar sofrendo um ataque cardíaco. Fui
até o organizador e, sob a desculpa de problemas com meu PowerPoint, fiz com
que me agendasse para o final do dia.
“Este incidente realmente me assustou e apesar de todos os exames médicos
estarem ok, achei muito difícil acreditar que era apenas ansiedade. Eu sabia o
que era ansiedade, mas nunca a tinha sentido assim antes, nunca desta maneira
extrema. Como outros compromissos oratórios estavam marcados para o resto
do ano, precisava realmente resolver isto antes que me intimidasse totalmente
em aparecer em público. Isto estava se tornando um problema real na minha
cabeça, pois apresentações são funções cruciais do meu cargo na empresa.
“Foi minha esposa quem pesquisou e comprou o programa Pânico Fora para
mim. Tiramos férias tranqüilas por uma semana, o que me permitiu ter alguma
perspectiva do que estava acontecendo. À noite eu fazia anotações a partir do
programa e via se havia um jeito de implementá-lo totalmente para ajudar com
meu medo. As sensações que eu sentia eram bastante enervantes e eu achava
que apenas remédios poderiam me fazer superá-los.
“Meu próximo discurso não correu perfeitamente de acordo com o plano, apesar
de eu ter sentido que apresentei melhor. Porém, a grande diferença foi não ter
sentido medo das sensações que anteriormente me faziam entrar em pânico.
Pensei que drogas seriam necessárias para cancelar os sentimentos de medo,
mas o que aprendi com o curso foi que estava tudo bem; que o medo era algo
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que meu corpo estava criando, seja qual fosse a razão, freqüência cardíaca alta,
suor nas mãos, peito apertado.
“A novidade, porém, foi a minha reação a estas alarmantes sensações internas.
Anteriormente, eu exagerava e dizia a mim mesmo que iria morrer. Agora
estava superando as sensações e até mesmo as recebendo de bom grado. Eu as
estava observando e não rotulando como boas ou ruins. Elas eram apenas isso,
sensações.
“Com o passar do tempo fiquei mais e mais confortável com os sentimentos,
apesar de um pouquinho fora de controle antes de uma apresentação. Foi com
esta nova postura que as sensações desapareceram rapidamente. Durante o
último discurso que fiz em Novembro, eu estava mais relaxado do que nunca.
Subi no palco com este profundo sentimento de confiança dentro de mim; o
sentimento estava me dando sustentação total. Foi uma atitude de: “Bom, lá
vamos nós de novo. Sou muito macaco e muito experiente para me incomodar
com estes pensamentos e sensações de medo. Vou prosseguir com o que vim
fazer aqui e se eu morrer no palco, então que diabos, morri.”.
“Este foi o despertar que tive ao usar o programa Pânico Fora. O Movimento
Único foi a ferramenta que permitiu com que eu me abrisse para o sentimento
de: “Venha como quiser, não sairei daqui. Sou uma rocha sólida por dentro”.
“Pessoalmente, acredito que todos nós gastamos tempo demais agindo de
acordo com os pensamentos em nossas cabeças. A maioria das pessoas com
quem trabalho vive desequilibrada e estressada. O Movimento Único me ensinou
a dar um curto circuito nos pensamentos assustadores que estavam me
causando pânico e voltar minha atenção ao meu corpo. Ao sentir novamente as
sensações sem exagerar minha reação a elas, eu não estava mais as recusando
e me pressionando. O simples fato de estar ali com estas sensações permitia
que elas fossem processadas de maneira mais efetiva e, portanto, me trazendo
de volta ao meu senso de equilíbrio mais rapidamente”.
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Capítulo 5
Quando enfrentar um ataque de pânico, a técnica do Movimento Único é a
ferramenta psicológica mais poderosa que você pode usar. Aplique-a a qualquer
momento, quando sentir uma crise chegando e a situação será neutralizada
imediatamente.
Falamos sobre desenvolver uma estratégia específica para se mover em
direção ao medo a fim de diminuir seu poder e controle. Somente quando
lutamos contra ou fugimos é que a ansiedade ganha espaço. Só seremos vítimas
do medo se permitimos.
“Faça aquilo que tem medo, e a morte do medo é certa”.
(Ralph Waldo Emerson)
Agora quero derrubar os efeitos colaterais dos ataques de pânico. A
maioria das pessoas que tem ataque de pânico descreve sentir uma ansiedade
escondida que se prolonga até muito depois de o ataque acabar. Ataques de
pânico não acontecem de forma espontânea e aleatória. Eles são fundamentados
em uma ansiedade suporte que os alimenta para que possam acontecer.
Algumas pessoas afirmam que os ataques acontecem do nada, mas, na
verdade, examinando de maneira minuciosa, a pessoa normalmente já está em
certo nível de ansiedade antes de o ataque começar. É esta ansiedade escondida
que iremos destruir neste capítulo.
As pessoas descrevem a ansiedade geral como um embrulho no estômago
acompanhado por pensamentos assustadores. Esta condição é chamada de
Transtorno de Ansiedade Generalizada o TAG. Esta ansiedade generalizada é o
berço dos futuros ataques de pânico e é importante que seja gerenciada e
eliminada para que o indivíduo possa seguir com as obrigações diárias livre das
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desconfortáveis sensações de estresse. Se criarmos uma escala de ansiedade de
1 a 10, um ataque de pânico com força máxima seria 10 e relaxamento total e
feliz, 0.
Em um dia típico, a pessoa comum em uma área metropolitana deve ter um
grau de estresse/ansiedade entre 4 e 5. Já as pessoas que têm ataques de
pânico atingem o topo da escala (9/10) durante o ataque e não voltam
totalmente ao normal por um bom tempo. O que é particularmente preocupante
é que uma grande porcentagem de pessoas nunca mais retorna totalmente aos
níveis normais.
Muitos indivíduos com ataques freqüentes de pânico relatam sentimentos de
constante ansiedade, variando entre 6 e 7 quase todos os dias. Eles levantam
pela manhã com ansiedade e vão para a cama com a mesma aflição. É quase
como se seus corpos estivessem presos a um permanente estado de ansiedade
extrema. Esta sensação constante os deixa nervosos, irritáveis e com mal-estar
físico. O corpo fica tenso e desconfortável, enquanto a mente torna-se obcecada
pelas sensações de ansiedade. Esta tensão permanente na mente e no corpo
provoca sensações irritantes como:
Náusea
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Tontura
Exaustão
Problemas de visão
Câimbras
Pensamentos perturbadores
Sentimentos de irrealidade e depressão
Esta condição é comumente diagnosticada como Transtorno de Ansiedade
Generalizada (TAG) e está normalmente ligada aos ataques de pânico.
Se você foi diagnosticado com o Transtorno de Ansiedade Generalizada,
não ache que tem uma doença clínica. Você não tem. Este transtorno não
significa que você tem uma doença física ou mental. Seu cérebro está
bem; seu corpo está bem. Se eu tivesse autoridade editorial a respeito do que
está escrito nos manuais de psicologia, eliminaria o uso do termo “transtorno”.
O termo é exagerado e equivocado. Cria a idéia de caos e colapso total das
funções mentais. Não é o caso. TAG é uma condição comportamental e habitual
que pode ser revertida facilmente, seguindo alguns passos. Você conseguirá
voltar a uma vida mais tranqüila se seguir os passos e as técnicas psicológicas
que descreverei abaixo.
Tratando a Ansiedade Generalizada
Assim que praticam a técnica do Movimento Único para eliminar os
ataques de pânico, o medo intenso que cerca a ansiedade entra em colapso. À
medida que os ataques de pânico se tornam menos freqüentes, a ansiedade
generalizada evapora, enquanto um sólido estado de calma se restabelece.
Porém, se depois de um período de tempo você sentir que seu grau de
ansiedade generalizada não diminuiu pode, então, começar a implementar os
passos a seguir para tratá-la. Pode ser também, que nunca tenha tido ataques
de pânico propriamente dito, mas tem um problema constante com ansiedade
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generalizada. Se for este o seu caso, este capítulo é particularmente relevante
para você.
Explicarei cinco ferramentas poderosas que lhe capacitarão a remover
qualquer ansiedade escondida da sua vida e permitirão que seu corpo e mente
volte a um estado de paz e tranqüilidade. Estas ferramentas podem ser usadas
separadamente, mas para obter o máximo de benefício é melhor executá-las
todas juntas. As ferramentas são as seguintes:
Eliminar pensamentos ansiosos/perturbadores
Dieta
Exercício
Distração
Terapia do Campo do Pensamento (TFT-Thought Field Therapy)
Lidando com Pensamentos Indesejados
Em quase todos os casos de ansiedade generalizada, o combustível que
abastece as sensações são pensamentos ansiosos. Sem acessar estes
pensamentos ansiosos, há pouca chance de sucesso em eliminar a origem da
ansiedade. As pessoas que têm ansiedade e ataques de pânico normalmente
precisam lidar com os efeitos colaterais negativos de pensamentos ansiosos
indesejados. Estes pensamentos podem variar entre preocupações com a saúde,
com os entes queridos ou até mesmo medo que, racionalmente, não faz sentido
algum, mas permanece perturbando a mente. Algumas vezes os pensamentos
indesejados provêm de experiências anteriores; outras vezes são simplesmente
bizarros, deixando a pessoa preocupada com a razão pela qual estão
acontecendo. Em todos estes casos a pessoa é aborrecida pelos pensamentos
ansiosos porque eles provocam aflição e preocupação. Ao longo das próximas
páginas, o guiarei através de um simples processo de dois passos que está, em
parte, relacionado ao Movimento Único, mas criado especificamente para lidar
com os pensamentos de ansiedade.
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Obs.: Em alguns casos, como esse, parece-me que a palavra ‘cabeça’ deve ser
trocada por ‘mente’. É mais técnico, mais formal, menos coloquial.
Derrubar os pensamentos ansiosos de maneira efetiva exige uma abordagem
em duas partes. Para eliminar os padrões negativos de pensamento é preciso
que haja uma mudança de postura junto a uma detalhada visualização das
ferramentas.
A Mudança de Atitude
Não é o pensamento de ansiedade em si que causa a sua aflição. É como
você responde a estes pensamentos. É a sua reação que permite com que o
pensamento tenha influência e força sobre você. Para ajudar a entender melhor
como os pensamentos indesejados acontecem, pode-se visualizar uma imagem
divertida do processo. É um exemplo fictício e lhe ajudará a entender melhor
como lidar com o problema.
Imagine-se parado na rua e em volta estão flutuando preguiçosos, seus
pensamentos. Alguns deles são seus, outros são das fontes externas que você
tem acesso como jornais, TV, revistas etc. Você percebe que quando presta
atenção em um pensamento ele gravita mais perto. Os pensamentos que você
ignora vão embora. Quando você se concentra e analisa um pensamento de
perto, percebe como ele se conecta a outro pensamento semelhante e você
acaba de um a outro. Algumas vezes são pensamentos práticos, do dia a dia,
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como contas, obrigações, etc., ou então pensamentos sobre o passado ou
alguma fantasia.
Em nossa situação imaginária, você inesperadamente percebe um
pensamento pairando em sua frente que o assusta. Este pensamento é chamado
“Medo X”. X podem ser ataques de pânico, saúde ruim ou algo bizarro. Você
acha impossível não olhar para o pensamento e quando lhe dá atenção total ele
chega cada vez mais perto. Ao examiná-lo você reage com medo, como se não
gostasse do que vê. Mais tarde percebe como aquele pensamento assustador
inicial está ligado a outros pensamentos preocupantes do tipo “e se” e também
os analisa em detalhes. Quanto mais você tenta fugir destes pensamentos se
afastando, mais eles o seguem como se estivessem amarrados a você. Você
tenta se concentrar em pensamentos agradáveis, mas acaba voltando sempre
para os pensamentos amedrontadores.
Há uma expressão que diz “pensamentos que gruda feito cola”. O próprio
ato de reagir emocionalmente gruda o pensamento ainda mais em você e,
quanto mais tempo você gasta se preocupando e ficando obcecado com este
pensamento, mais a cola endurece. Todos estes pensamentos estão lá quando
você acorda pela manhã e continuam à noite quando você tenta dormir. O
pensamento acaba se prendendo à sua psique, pois sua reação a ele o fortalece.
Pensamentos são uma forma de energia, nem boa nem ruim. É a maneira como
julgamos estes pensamentos que determina seu impacto em nossas vidas.
Pensamentos primeiro se alimentam de atenção, mas o que eles realmente
gostam é uma boa reação emocional que os faça ficar!
Pensamentos que ficam conosco são atraídos primeiramente pela
atenção que lhes damos e permanecem firmes de acordo com o grau de
reação emocional que temos a eles.
Este é um ponto importante. Um pensamento somente poderá lhe influenciar se
você permitir. Nossa reação emocional é uma fonte de energia ao pensamento.
O interessante é que para o pensamento tanto faz se a reação é negativa ou
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positiva. Energia e atenção são o que o atraem. Sempre que reagir
emocionalmente a um pensamento, será sugado por ele até que a reação
emocional perca sua energia e desapareça. Por exemplo, se alguém que você
conhece lhe faz um ótimo elogio, você pode se encontrar involuntariamente
atraído por este pensamento sempre que tiver um tempo livre. Provavelmente
acha que melhora seu nível de confiança e humor, de uma maneira geral, ao
longo do dia. Porém, infelizmente temos a tendência de nos concentrarmos
menos no positivo e mais no negativo. Parece que esquecemos os elogios
positivos facilmente e somos atraídos mais freqüentemente àqueles
pensamentos que nos incomodam. Usando o exemplo oposto, se algum
conhecido o insulta, tenho certeza de que você reage emocionalmente a este
pensamento muito mais intensamente e provavelmente por bem mais tempo.
Então os padrões básicos de pensamento são:
Se você não está comprometido com uma atividade ou tarefa, sua mente
tenderá a divagar a respeito de qualquer pensamento que provoque uma reação
emocional forte em você. Em geral, já que provavelmente são os que você
reage de maneira mais forte, pensamentos de raiva e medo aparecem mais
facilmente. O que estou sugerindo é que a pior maneira de eliminar
pensamentos indesejados é tentar suprimi-los. Estudos sobre supressão de
pensamentos, (Wegner, Schneider, Carter, & White, 1987) provaram que o
simples ato de tentar abafar um pensamento apenas resulta em uma freqüência
maior do pensamento. Esta recorrência do pensamento é chamada de ‘efeito
rebote’. Resumindo, quanto mais você tentar suprimi-lo, mais o pensamento
indesejado continuará voltando (dando rebote).
Então como acabamos com o problema dos pensamentos indesejados?
É preciso uma mudança de postura. Com isso, quero dizer uma mudança na
forma como você tem reagido aos pensamentos. Uma mudança de postura
rapidamente desarmará a reação emocional que você tem aos pensamentos de
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medo. Assim que as reações emocionais tiverem reduzido significativamente, os
pensamentos indesejados de ansiedade se dissiparão. No passado você
provavelmente tentou se livrar dos pensamentos lutando contra eles. O truque,
no entanto, não é lutar contra, mas ter uma nova reação a eles quando
surgirem em sua mente. Nunca conseguimos controlar totalmente o que
se passa em nossa cabeça, mas podemos controlar como reagimos ao
que acontece por lá. Esta é a diferença principal entre quem se deixa capturar
por pensamentos assustadores e quem não deixa.
Os pensamentos que nos aterrorizam não são abastecidos por alguma
força desconhecida; mas por nós mesmos. Quando tem um pensamento
desagradável, você prefere não pensar, sua primeira reação normalmente é se
fechar internamente e dizer a si mesmo: "Oh não, não gosto desta idéia! Não
quero este pensamento agora”. O simples ato de tentar afastar o pensamento e
se aborrecer, de forma compreensível, quando não funciona, faz com que o
pensamento se prenda mais ainda à sua psique. É como dizer à sua mente
várias e várias vezes "o que quer que faça, não pense em elefantes cor-de-
rosa", e adivinhe? Você não consegue pensar em nada que não esteja
relacionado a elefantes cor-de-rosa.
Enquanto você lutar contra o pensamento, sua cabeça, tal qual uma
criança folgada, continuará voltando a ele. Não quer dizer que sua mente esteja
trabalhando contra você, maliciosamente. É melhor comparar a mente a um
radar que sinaliza os pensamentos internos ligados a altos níveis de reação
emocional. Para não reagir emocionalmente você precisa aprender a
enfraquecer o “fator de medo” ou o pensamento. Então você deve aceitar e ficar
confortável com qualquer coisa que surgir em sua mente. Não se esconda ou
afaste os pensamentos de ansiedade.
Veja um exemplo:
Digamos que você tem o medo "X" passando pela sua cabeça. O medo pode ser
verdadeiramente qualquer coisa que a sua mente possa imaginar. Você sabe
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que os pensamentos não são um medo realista e você quer que parem de
interromper sua vida.
Da próxima vez que os pensamentos de medo aparecerem em mente,
não os afastem. Isso é importante. Diga a si mesmo que tudo está bem e que o
pensamento pode continuar a brincar em sua cabeça se quiser, mas você não
lhe dará muita bola e certamente não o premiará reagindo com medo. Em seu
coração você sabe que é muito improvável que aquele pensamento aconteça.
Você tem um senso profundo de confiança e não vai ser incomodado
emocionalmente o dia todo por um pensamento. Diga a si mesmo:
"Bom, este pensamento/medo é uma possibilidade, mas é muito remota e não
vou me preocupar com isto agora. Hoje estou acreditando que tudo está bem".
O que é de suma importância é não se angustiar com a chegada do
pensamento. Para evitar qualquer reação emocional hesitante ao
medo/pensamento, dê ao medo algumas características de desenho animado.
Imagine por exemplo que é o Pato Donald lhe dizendo que "Algo terrível vai
acontecer. Você não está assustado". Dê ao personagem uma voz esganiçada e
crie uma cena completamente ridícula. Como você pode levar a sério um pato
ansioso com seus pés enormes? O uso de personagens de desenhos animados
reprograma a reação emocional inicial que você poderia ter tido ao pensamento,
e elimina qualquer autoridade que possa ter sobre você. Desta forma, você está
reduzindo a ameaça do pensamento. Quando isto for feito, volte a pensar no
que estava fazendo antes. Lembre-se, você não está tentando se afastar do
pensamento ou afogá-lo com estímulos externos.
Isso requer prática no começo, mas você se verá conferindo cada vez
menos como se sente/pensa durante o dia e como não há uma emoção forte e
assustadora ligada à sua mente, ela não será sugada pelo pensamento irritante.
Colocando em outros termos, o pensamento se solta e desaparece porque a
reação emocional foi neutralizada. Na verdade este é o primeiro passo para se
livrar dos pensamentos de ansiedade—neutralidade. É como se sua energia
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mental girasse em um ciclo negativo quando você era capturado pelos
pensamentos ansiosos. Agora você está aprendendo a parar o ciclo negativo e
colocá-lo em posição neutra (veja a ilustração abaixo).
A partir dessa nova posição de neutralidade, você terá um senso de
claridade muito maior, livre da confusão de uma mente exageradamente
ansiosa. Mover-se para este estado mental de neutralidade é o seu primeiro
passo. Pensamentos normalmente nos conduzem para uma direção ou outra -
um ciclo positivo (paz/senso de controle e ordem) ou um ciclo negativo
(ansiedade/ medo/ desordem). O próximo passo é adotar um estado mental
relaxado, em paz e transferir sua energia para um ciclo positivo de pensamento.
Descreverei agora uma técnica que vai levar sua confiança e senso de bem-
estar às alturas, levando sua cabeça e emoções a um estado mental positivo.
Ao praticar este exercício, você sentirá uma leveza e um maior senso de
perspectiva de tudo que o incomoda. Você colocará uma distância emocional
maior entre você e a ansiedade, enquanto seus pensamentos movem-se na
direção contrária à ansiedade.
Quero que feche os olhos e volte sua atenção para a área do seu coração.
Imagine um sentimento de entusiasmo saindo do centro do seu peito.
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Concentre-se em algo na sua vida que você aprecie de verdade. Pode ser
uma ou mais coisas que você realmente gosta de ter em sua vida
(família, saúde, amigos, trabalho, sua casa, etc.).
Continue a se concentrar nisto por mais alguns minutos até que se sinta
grato em seu coração e perceba uma mudança positiva em seu estado
emocional.
A prática de ser grato pelo que você tem em sua vida é uma ferramenta muito
antiga para mudanças positivas e tem sido ensinada na maioria das religiões do
mundo por séculos. Atualmente é muito popular em diversos programas de
auto-ajuda. O Hearth Math Institute (www.heartmath.com) realizou algumas
pesquisas muito interessantes sobre o coração e como este está intimamente
ligado ao cérebro através do sistema nervoso central. Eles concluíram que
concentrar-se no coração e gerar emoções positivas envia sinais ao cérebro que
faz que seus centros mais altos funcionem em maior harmonia. Isto traz o
benefício de baixar a pressão sangüínea, além de reduzir a tensão e estresse do
corpo. O exercício acima completa a primeira parte da abordagem para lidar
com a ansiedade, a mudança de atitude. Você precisará praticar esta mudança
diariamente até que se torne natural para você.
Você pode ter se perguntado por que algumas pessoas parecem mais
suscetíveis a preocupações e pensamentos indesejados do que outras. Agora
você sabe a resposta disso. A diferença é que as pessoas despreocupadas são
aquelas que não sentem uma forte sensação de medo quando tem um
sentimento ansioso. Estas pessoas têm a mesma quantidade de pensamentos
que alguém ansioso, mas não fazem com que um pensamento de medo seja
parte de suas vidas. Elas dispensam o pensamento ou riem da situação, com um
senso de confiança de que tudo acabará bem. Eles não vêem razão em reagir
com medo desses pensamentos, e isso garante que o pensamento não tenha
força ou autoridade sobre eles.
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Você pode achar que é uma pessoa ansiosa por natureza e que sempre
reagirá com medo a estes pensamentos, já que fez isso por muitos anos. Não é
o caso. Pensamentos contínuos ou obsessivos de ansiedade são um hábito de
comportamento e, como qualquer hábito, pode ser desaprendido. Descrevi a
maneira mais rápida e efetiva de fazer isso, usando uma única mudança de
postura. Você pode desfazer anos de pensamentos ansiosos e reduzir seu grau
de ansiedade generalizada rapidamente. Só é preciso prática.
Mencionei no começo desta seção que para eliminar totalmente os
pensamentos de ansiedade uma abordagem em duas partes era mais eficiente.
Explicarei agora a segunda parte desta abordagem, que é o uso de uma
ferramenta de visualização.
Ferramenta de Visualização para Acabar com o Pensamento Ansioso
A ansiedade causa um desequilíbrio em sua vida, através do qual todas as
preocupações em sua cabeça criam uma sensação de peso. Toda a sua
concentração passa do centro do corpo para sua cabeça. Escolas de meditação
normalmente gostam de mostrar um exemplo deste desequilíbrio pesado,
demonstrando como o corpo pode facilmente perder o senso de centralização.
Um aluno é chamado à frente de seu grupo e lhe é pedido que fique em
pé com as pernas afastadas. O professor, então, pede ao aluno que se concentre
em um aborrecimento pessoal ou preocupação. Assim que o aluno está fixado
na preocupação, o professor silenciosamente se posiciona ao lado do aluno e lhe
diz que vai tentar empurrá-lo. O professor o empurra pelos ombros e o derruba
com relativa facilidade. Pede-se ao mesmo aluno que esqueça a preocupação e
concentre sua atenção em visualizar algo sólido e fundamentado. Mais uma vez
o professor tenta derrubá-lo, mas encontra muito mais resistência do que antes.
O aluno está no lugar com os pés firmes no chão. Esta demonstração é dada à
classe para mostrar o quão importante é sentir-se firme e centrado no momento
presente e não continuamente preso à atividade mental. Quando está capturada
por ansiedades mentais, uma pessoa pode sentir-se desconectada da vida,
vivendo no piloto automático.
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Irei ensinar-lhe uma visualização única, separada em três partes. O
propósito da visualização é permitir-lhe limpar o estresse mental e a tensão. A
visualização pode ser usada quando se sentir estressado e é particularmente útil
quando sua mente está cheia de pensamentos de medo. Existem várias destas
visualizações, encontradas em diferentes cursos de auto-ajuda, mas eu
combinei três das mais efetivas e as adaptei para que a visualização resultante
única possa ser usada literalmente em qualquer lugar.
O processo de visualização, quando praticado regularmente, é muito
eficiente na eliminação de ansiedades mentais entranhadas ou pensamentos
invasivos. Para obter máximo benefício, o exercício deve ser mantido por mais
de 10 minutos a cada vez, pois menos que isso não trará resultados
perceptíveis. Não há jeito certo ou errado de realizar a visualização. Seja
intuitivo e não se sinta incapaz de realizá-lo se achar que não é muito bom em
enxergar imagens mentais. Enquanto sua atenção estiver no exercício, você terá
benefícios. É melhor fazer este exercício em um lugar calmo, onde você não
será incomodado e quando estiver bem treinado obterá os mesmos resultados
positivos em um ambiente mais movimentado, como seu local de trabalho. Você
deve perceber um efeito calmante em seu estado mental, junto com a sensação
de liberação da mente e relaxamento.
Certo, vamos começar.
Sentado ou em pé, feche os olhos e volte sua atenção à sua respiração.
Para ficar ciente da sua respiração coloque uma mão na parte superior do seu
peito e a outra em seu estômago. Respire e deixe que seu estômago projete-se
a frente quando inspira e volte gentilmente quando expira. Repita o processo a
cada vez, tentando manter um ritmo equilibrado. A mão em seu peito deve se
mexer o mínimo possível. Mais uma vez, tente repetir a respiração a cada
inspirada. Isto se chama Respiração Diafragmática. Quando se sentir à vontade
com esta técnica, tente diminuir a respiração, colocando uma pequena pausa
após expirar e antes de inspirar novamente. Inicialmente pode parecer que não
75
está obtendo ar o suficiente, mas com a prática esta respiração mais lenta logo
será agradável.
Muitas vezes é útil desenvolver um ciclo, onde você conta até três quando
inspira, pausa, e então conta até três quando expira (ou 2, ou 4—o que for
confortável para você). Isto também lhe ajudará a se concentrar em sua
respiração sem qualquer outro pensamento aparecendo em sua cabeça. Se você
perceber outros pensamentos entrando em sua mente, deixe-os irem e traga de
volta sua atenção à contagem e à respiração. Continue a fazer isto por alguns
minutos. (Se você praticar, fortalecerá o Músculo do Diafragma e ele começará a
funcionar normalmente—o deixando com uma gostosa sensação de relaxamento
o tempo todo).
Agora passe a atenção para os seus pés. Tente realmente senti-los. Veja
se consegue sentir cada dedo do pé. Imagine a planta do seu pé e visualize
raízes saindo dela lentamente e entrando no chão. As raízes crescem em um
ritmo acelerado e entram profundamente no solo. Você agora está fixado
firmemente no chão e sente-se estável como uma grande árvore. Mantenha
esse sentimento de segurança e seguridade na terra por alguns momentos.
Uma vez criado um forte sentimento ou impressão de estar fixo ao chão
como uma árvore, quero que visualize uma nuvem de luz brilhante se formando
acima de você. Um raio vindo da nuvem luminosa acerta a coroa da sua cabeça
e isto acende um feixe de luz branca que desce lentamente da sua cabeça e
percorre todo o seu corpo, suas pernas e sai pelos seus dedos do pé. Enquanto
o feixe de luz passa por você, sinta-o clareando seu estado mental. Está
iluminando sua mente e limpando qualquer entulho de pensamento. Repita esta
imagem quatro ou cinco vezes até que sinta um senso de limpeza e liberação.
Para terminar, imagine-se debaixo de uma luminosa cachoeira. A água é
radiante e borbulha com vitalidade e vigor. Enquanto fica debaixo da cachoeira,
você sente a água percorrer cada centímetro do seu corpo, tranqüilizando e
instalando uma profunda sensação de calma. Tente sentir o gosto da água. Abra
a sua boca e deixe a água entrar, refrescando-lhe. Ouça-a bater no chão. A
76
água é a própria vida e está levando embora o estresse e as preocupações da
sua mente e corpo.
Depois de um momento, abra seus olhos.
Tente usar todos os seus sentidos enquanto realiza a visualização. Para tornar
as imagens em sua mente as mais reais possíveis use seu tato, paladar e
audição. Sinta a água escorrer pelo seu corpo; ouça o som que faz quando bate
em você.
Quanto mais realista o cenário imaginado, mais benefícios você obterá.
Muitas pessoas relatam resultados bastante benéficos e tranqüilizantes usando
estas simples visualizações regularmente. A mente é como um músculo que
para relaxar precisa soltar regularmente o que está segurando. Ao visualizar as
diferentes situações, você permite que sua mente se solte. É como mandar uma
mensagem ao seu cérebro que ao fechar os olhos e iniciar o processo, é hora de
largar tudo que estiver sendo mentalmente segurado. Para começar, a fim de
treinar sua mente em como largar o estresse, é importante praticar diariamente.
Com treino, você pode aprender a soltar todo o estresse minutos após iniciar o
exercício. Recomendo que seu treino diário seja antes de ir para a cama, pois
isso o permitirá dormir mais profundamente. Muitas pessoas não fazem as
visualizações no quarto, mas em outro cômodo antes de irem para a cama.
Assim, quando entram no quarto e fecham a porta, deixam o estresse mental
para trás.
A visualização, enquanto ferramenta para lidar com o estresse mental, é
muito efetiva. Se for realizada apropriadamente, você pode atingir uma
sensação profunda de paz interior. Porém, por experiência própria, não acho que
a visualização é suficiente para acabar com um ataque de ansiedade ou pânico
(isto é um trabalho para a técnica do Movimento Único), mas é uma ferramenta
de suporte poderosa para livrá-lo das sensações de ansiedade generalizada.
Isto conclui a abordagem em duas partes para lidar com pensamentos
ansiosos. Com prática, você alcançará seus dias sem estes pensamentos
ansiosos interrompendo sua vida e mais importante, reduzindo
77
significativamente o nível de ansiedade generalizada que sente. Vamos analisar
agora a próxima ferramenta importante, a dieta.
Dieta
Água
Não há maneira mais rápida de reduzir a ansiedade generalizada do que
ter bons hábitos alimentares. Uma das coisas mais eficientes e fáceis de
adicionar à sua dieta é água fresca. A água é um ótimo matador da sede—mas
ainda mais relevante para este curso—também da ansiedade. Praticamente
todas as funções do corpo são acompanhadas e fortificadas pelo fluxo eficiente
de água pelo nosso sistema. A água transporta hormônios, mensageiros
químicos e nutrientes para os órgãos vitais do corpo. Quando não mantemos
nosso corpo bem hidratado, ele reage com vários sinais como a ansiedade, que
nunca pensaríamos estar relacionada ao pouco consumo de líquidos.
Aqui estão algumas informações importantes sobre a água:
1. Setenta e cinco por cento das pessoas são cronicamente desidratados.
2. Em 37%, o mecanismo da sede é tão fraco que muitas vezes é confundido
com fome.
3. Mesmo uma LEVE desidratação diminuirá o metabolismo de uma pessoa
em até 3%.
4. Um estudo da Universidade de Washington mostrou que um copo de água
acaba com a fome noturna de quase 100% dos que fazem dieta.
5. A falta de água é a razão número 1 do cansaço durante o dia.
O consumo regular de água é vital à sua dieta. Quando estamos desidratados,
nossas células sentem isso em nível molecular e comunicam isso ao
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subconsciente na forma de uma ansiedade escondida sutil. A chave para
equilibrar um déficit de fluidos é beber oito copos de água fresca diariamente.
Você já notou os efeitos da desidratação nas suas emoções antes? Se
você já sofreu com os sintomas de uma grande ressaca depois de uma noitada,
entenderá os sentimentos da desidratação muito bem. Ressacas resultam da
desidratação e desequilíbrio de eletrólitos. Tenho certeza de que muitos de
vocês conhecem a tendência do que ficou conhecido como “medo da ressaca”. É
um senso de ansiedade e nervosismo ampliado que resultam da desidratação
causada por uma ressaca. A maneira mais certa de alguém que sofre de
ansiedade ter um ataque de pânico é tomar bebidas alcoólicas em excesso e
esperar a ressaca do dia seguinte.
É importante estar ciente que a desidratação é um fator que contribui
para a ansiedade. A boa notícia é ser facilmente remediada bebendo líquidos
regularmente. Pessoalmente, descobri que não só o consumo regular de água
impede qualquer sentimento sutil de ansiedade, mas é também incrivelmente
eficiente para produzir energia e evitar a fadiga.
Dieta (Alimentação)
Em média, a maioria das pessoas tem uma dieta com muitos alimentos
ácidos, o que resulta não apenas em uma resistência mais baixa ao estresse,
mas em uma variedade de sérios problemas de saúde. A sua dieta é algo que
você pode controlar imediatamente. Ao dominá-la, não está apenas melhorando
seu bem-estar geral, mas construindo uma atitude mental positiva, que diz: “Eu
controlo meu corpo”.
Se nosso ambiente interno é muito ácido, pode acabar exagerando
qualquer ansiedade que se tem. O corpo encontra-se em ótima saúde quando
está equilibrado internamente. É necessário manter o pH interno total do corpo
em parâmetros aceitáveis. A eliminação da ansiedade extrema não é fácil, a não
ser que se mantenha o equilíbrio alcalino nos alimentos que você ingere. Se sua
alimentação é muito ácida ou excessiva, seu corpo não consegue funcionar da
melhor maneira. Terá dificuldades para eliminar toxinas e ficará estressado,
79
deixando que você fique vulnerável e abalado quando a ansiedade atacar.
Alimentos como sal, açúcar e produtos refinados ou processados, baixam a
resistência do seu corpo, enquanto frutas e vegetais a aumentam. Ao controlar
as necessidades do seu corpo, você se fortalece e constrói gradativamente um
corpo que não se sente ameaçado por um ataque de ansiedade extrema.
Proteínas, sementes, grãos e laticínios (exceto iogurte) junto ao álcool, e açúcar
são alimentos ácidos.
Frutas, vegetais e sucos são alcalinos.
Para um ótimo equilíbrio você precisa de uma dieta 80% alcalina. Isto
significa concentrar-se nas frutas e vegetais crus usando proteínas em pequenas
quantidades para quando precisar de energia. Uma pessoa com uma boa dieta
precisa de apenas 50 gramas de proteína por dia. Isto é igual a cerca de 200
gramas de proteína animal (ou o equivalente vegetariano) ou cerca de 1 litro de
um bom iogurte. O resto da sua dieta deve ser alcalina (caso tenha uma
profissão desgastante fisicamente, você pode precisar de mais que 50 gramas
de proteína por dia).
Abaixo temos uma lista mais abrangente de alimentos alcalinos que lhe ajudarão
a equilibrar sua dieta.
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Repolho Couve-Flor
Cogumelos Feijão Verde
Ervilhas Verdes Batata Tomates
Melão Melão Amarelo Limão Verde
Tangerinas Morangos
Abacaxi
Laranjas Uvas Damasco
Amora Pêssegos Framboesa
Pêras Maçãs Feijão
Figo Desidratado Alimentos Desidratados Bananas
Passas Abacate Ameixas
Batata Doce Melancia Melão Doce
Amêndoas Milho Verde Folha de Beterraba
Vagem Aipo Alface
Agrião Repolho Azedo
Pepino Beterraba
Repolho Verde Brócolis Soja Verde
Cenoura
Espinafre Cru
Minerais
As reservas de minerais em seu corpo têm ação neutralizadora nos
ácidos e tendem a reduzir a acidez no ambiente interno. Concentrações
baixas ou deficientes de minerais podem deixar o pH corporal mais ácido. A
ação apaziguadora dos minerais mantém o pH num nível mais saudável e
levemente mais alcalino. Este sistema de neutralização é delicadamente
equilibrado e pode ser prejudicado sob condições de deficiência de minerais.
Tanto os resíduos ácidos quanto os minerais são eliminados através da urina.
Com o tempo isto esgota as reservas de minerais se não são repostas. Este é
o motivo pelo qual devemos garantir níveis adequados de mineral em nossa
dieta. Se não conseguirmos isto através das frutas e vegetais que comemos,
então precisamos utilizar suplementos minerais de boa qualidade.
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Os nutrientes que mais ajudam o corpo a lidar com o estresse incluem
vitaminas do complexo B, concentrado adrenal, fígado ressecado,
óleo de semente de linhaça e minerais coloidais. Um suplemento
balanceado de vitaminas do complexo B é essencial para as funções
normais das glândulas pituitárias e adrenais. Sem o complexo B, estas
glândulas não produzirão a quantidade adequada de hormônios.
Os minerais são extremamente essenciais para as funções normais do
corpo, incluindo as do sistema nervoso autônomo. Um bom exemplo da sua
importância é demonstrado pelo papel que um mineral, como o Magnésio,
tem no funcionamento do corpo. O Magnésio serve de instrumento em mais
de 270 reações bioquímicas do corpo. Ele também ajuda a regular o pH
(equilíbrio ácido-base) da fisiologia humana. O corpo humano funciona com
uma variação muito pequena do pH. O Sódio e o Potássio são essenciais para
o funcionamento do sistema nervoso. Sem um dos dois, nosso sistema ficaria
inativo e morreríamos. Estes minerais são normalmente encontrados
naturalmente nos vegetais que comemos. Entretanto, a quantidade de
minerais nos vegetais tem diminuído ao longo dos anos devido ao desgaste
do solo. Portanto, talvez seja necessário consumir suplementos minerais.
A verdade é que é muito difícil manter a compostura e a confiança em
sua habilidade de lidar com todos os percalços da vida se seu corpo estiver
subnutrido ou com déficit de alimentos importantes. Proteja as necessidades
do seu corpo e estará fortalecendo sua capacidade de lidar, não somente com
os ataques de pânico, mas também com qualquer forma de estresse diário.
Estou convencido de que nos próximos cinco a dez anos, uma ligação
definitiva será feita entre a dieta e o aumento da incidência de ataques de
pânico e ansiedade na população em geral. Existem pesquisas muito
interessantes sendo conduzidas a respeito da conexão entre uma melhora
drástica da esquizofrenia e uma dieta sem glúten. Embora a esquizofrenia
não tenha nada a ver com ansiedade ou ataques de pânicos, é um exemplo
de como a ciência está procurando pela ligação entre a alimentação e nossa
saúde mental.
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Exercício
Exercitar-se é uma prática excelente para se ter vantagem em relação
ao estresse e à ansiedade. Além de todos os benefícios comprovados do
exercício regular, ele ainda ajuda a aumentar bastante a confiança e a crença
das pessoas na capacidade do corpo.
Durante um ataque de pânico, muitos dos sintomas são semelhantes aos que
sentimos após uma ótima sessão de exercícios:
- Aumento da freqüência cardíaca
- Suor
- Sensações corporais ampliadas
- respiração Acelerada
Uma das maiores vantagens de um treinamento cardiovascular saudável é
ensinar-lhe a sentir-se confortável com seu corpo durante um estado de
esforço intenso. Exercícios vigorosos nos dão a oportunidade de submeter
nosso corpo de maneira segura a um estado de atividade intensa, parecido
com a reação corporal que temos durante um ataque de pânico. Os exercícios
nos levam ao imite do esforço aceitável e nos treinam para ficarmos mais
confortáveis com sensações físicas como respiração pesada e freqüência
cardíaca acelerada. Isto constrói uma nova confiança na capacidade do nosso
corpo em lidar com altos níveis de esforço. Se você dá ao seu corpo
oportunidades regulares de sair de um estado de exaustão para um de
relaxamento, não sentirá ameaça alguma quando seus batimentos cardíacos
se acelerarem durante um ataque de pânico. Você terá o conhecimento e a
confiança para dizer a si mesmo que seu corpo é bem capacitado a lidar com
esse estado, como já o fez muitas vezes antes. Saberá que em um curto
período de tempo, seu corpo retornará a um estado tranqüilo, como sempre.
Para muitos, o fator de medo combinado de um ataque de pânico vem
da ansiedade pelas reações físicas estranhas. O exercício é um estresse
saudável e imposto ao corpo por nós mesmos. Ajuda a liberar as tensões e é
um útil exaustor de qualquer emoção que precise ser liberada.
83
A exigência para que o exercício apropriado o ajude a construir esta
confiança natural, na capacidade física do seu corpo, é um regime de
exercícios de 20 a 30 minutos de treinamento cardiovascular, no mínimo.
Pode ser uma caminhada vigorosa, trote, corrida, natação—qualquer coisa
que o deixe bem suado.
Ao começar um programa de exercícios é melhor fazê-lo com calma e
estabelecer objetivos modestos. Escolha a atividade que lhe for conveniente
e que lhe dê prazer para que continue sempre. Leve seu corpo a um alto
estado de exaustão, conseqüentemente elevando sua freqüência cardíaca e
respiração pesada . O melhor jeito de se exercitar é atingir o auge do esforço
por alguns minutos, reduzir a intensidade e então aumentá-la novamente.
Isto faz com que mantenha seu corpo progredindo a cada sessão, sem
estagnar nunca. Quando você entra realmente em forma, sua confiança, de
uma maneira geral, aumenta. Tenho certeza de que você já experimentou o
estímulo natural que o exercício oferece. Ele envia uma mensagem clara pelo
seu corpo que batimentos cardíacos acelerados, ou respiração aumentada
são reações perfeitamente naturais e dentro da sua capacidade.
Pesquisas recentes comprovam que o exercício abastece os
amenizadores de estresse do cérebro. Evidências anteriores sugerem que
pessoas fisicamente ativas têm taxas mais baixas de ansiedade e depressão
do que pessoas sedentárias. Os pesquisadores estão agora procurando
possíveis ligações entre o exercício e as substâncias químicas do cérebro, em
relação ao estresse, ansiedade e depressão. A pesquisa conduzida por Mark
Sothmann, PhD da Indiana University School of Medicine (Escola de Medicina
da Universidade de Indiana) sugere que biologicamente, o exercício dá ao
corpo a chance de treinar como lidar com o estresse. Ele força os sistemas
fisiológicos do corpo—todos os que estão envolvidos na reação ao estresse—a
se comunicarem muito mais que o usual: o sistema cardiovascular se
comunica com os rins, que então se comunica com os músculos.
Todos estes são controlados pelo sistema nervoso central e simpático, que
também se comunicam entre si. Este treinamento do sistema de
comunicação do corpo talvez seja o verdadeiro valor do exercício.
Não há dúvida, começar e manter um regime de exercícios requer
comprometimento. Se achar que não tem tempo para investir nisso, pode
84
deixar passar um ponto muito importante. Exercitar-se trará benefícios
tremendamente positivos à sua saúde mental, emocional e física. Seus níveis
de energia decolarão, sua resistência ao stress irá melhorar, reduzindo,
assim, as sensações gerais de ansiedade que discutimos anteriormente. Sua
percepção geral da vida será aprimorada à medida que a confiança em seu
novo corpo aumentar. Para finalizar a questão, seja sempre gentil consigo
mesmo, não se repreenda se sentir que está fora de forma por que não
consegue correr em volta do quarteirão. Comece devagar e seja
determinado. Se conseguir incorporar os exercícios regulares à sua vida, os
benefícios serão profundos.
(Existem muitos livros disponíveis nas livrarias e na Internet, a respeito da implementação de
exercícios da maneira adequada. Como sempre, caso tenha algum problema de saúde
consulte, é claro, o seu médico antes.)
Distração
Para livrar-se da ansiedade generalizada, você precisa se dedicar
100% ao que quer que seja. Pode ser difícil fazê-lo no começo,
especialmente se suas ocupações são tarefas diárias como lavar a louça ou
fazer compras, que não são muito atraentes. É preciso comprometer-se
regularmente com uma atividade que o estimule e prenda totalmente sua
atenção. Algo que o faça imergir totalmente. Quanto mais física é a atividade,
melhor.
Algumas das atividades que podem possivelmente interessar-lhe são
jardinagem, tocar um instrumento musical, praticar algum esporte ou
simplesmente conversar com um amigo. A idéia aqui é encontrar algo que
você pode repetir regularmente e que o tire dos pensamentos e o traga para
a vida. Alguma coisa que o distraia é uma ferramenta valiosa no que diz
respeito a tirar sua atenção das sensações desagradáveis que podem estar
perturbando seu corpo. Quanto mais se envolve em uma destas atividades,
mais se compromete com a vida, menos estagnado e ansioso se sentirá. Uma
das melhores distrações que posso recomendar para qualquer um que esteja
incerto sobre o que poderia lhe interessar é procurar um trabalho voluntário
local. Pode ser qualquer coisa, desde fazer sopa para os sem-teto até
85
conservação ambiental. Se puder passar pelo menos uma ou duas horas por
semana nesse tipo de trabalho, não só sentirá sua auto-estima melhorar,
mas acabará com qualquer sentimento persistente de isolamento ou solidão
que acompanham os ataques de pânico e ansiedade. Pode ter certeza que
existe alguma organização perto de você precisando de voluntários para
ajudá-la.
A arte da distração sempre foi usada para ajudar as pessoas a focalizar
e evitar que se concentrem em qualquer desconforto físico ou emocional que
estiverem sentindo. Como um amigo carinhoso, que convida seu colega de
coração partido para sair e se divertir. Dentistas e médicos muitas vezes
usam técnicas de distração para tirar a atenção do paciente de um possível
desconforto físico os oferecendo alguma outra coisa em que se concentrar
(normalmente a conta). O propósito de usar a distração para as pessoas que
querem viver sem ansiedade é criar novas atividades que façam com que o
indivíduo esqueça o transtorno de ansiedade que afeta sua vida.
Se você perceber que todos os pensamentos ansiosos de medo que
passam pela sua cabeça são como um rolo de filme sendo rodado em um
projetor (sua mente) dentro da sua vida, concentrar-se em alguma atividade
imediatamente corta o filme e o traz diretamente para o momento presente.
Quando você vive o momento, não há espaço algum para o transtorno de
ansiedade. Isto dá ao seu corpo e mente mais tempo de relaxamento
necessário para expelir qualquer excesso de substâncias químicas em seu
sistema que possam levar a sentimentos desagradáveis de ansiedade.
Terapia do Campo do Pensamento (TFT)
A quarta e última ferramenta para a eliminação de quaisquer
sentimentos de ansiedade do seu corpo é um tratamento natural e
revolucionário com muitos relatos empolgantes: a Terapia do Campo do
Pensamento (TFT).
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Dezenas de milhares de pessoas usam esta técnica para tratar
problemas psicológicos como ansiedade, fobias e emoções negativas em
geral. A TFT é comprovadamente uma ferramenta poderosa a fim de ajudar
as pessoas a superarem seus medos. Eu a estou colocando aqui como
ferramenta extra para ajudar-lhe a eliminar qualquer resquício da ansiedade
escondida persistente, que discutimos anteriormente. O maravilhoso a
respeito desta técnica é que é completamente segura e pode ser aplicada à
sua situação com resultados efetivos em questão de minutos.
A Terapia do Campo do Pensamento é diferente de qualquer outro
tratamento psicológico que você já tenha usado ou ouvido falar. É um
sistema que acessa e soluciona a essência e a raiz do problema, sejam em
ataques de pânico, traumas, fobias, tristeza, etc., simplesmente estimulando
pontos específicos do corpo. Para entender por inteiro o método TFT, é
preciso uma pequena introdução à acupuntura, pois é a base desta
abordagem.
A acupuntura age no sistema energético do corpo. Esse método de
cura milenar, desenvolvido na China, baseia-se na premissa de que ao
estimular o fluxo de energia, ativa-se a rede própria de cura do corpo. É em
torno desta energia corporal que a TFT aplica sua técnica. A TFT é um
processo onde se estimula pontos exatos, tradicionalmente através da
inserção de agulhas, para incitar a energia ou a força vital e dissolver
padrões de bloqueios energéticos do organismo da pessoa.
Terapeutas do campo do pensamento descrevem as emoções como
informações condensadas em forma de energia, ligadas ao que se denomina
“campo do pensamento”. O tratamento consiste em influenciar o campo
bioenergético do organismo, estimulando com os dedos pontos específicos do
corpo localizados ao longo dos meridianos energéticos. Acredita-se que
emoções improdutivas ou “negativas” são bloqueadas ou estagnadas no
campo energético e isto leva ao desenvolvimento de ansiedades, medos
irracionais, etc. Estas emoções “negativas” são então eliminadas através de
várias estimulações em pontos específicos.
Devo admitir que não acreditei nessa terapia quando fui apresentado a
ela, mas as informações e relatos de pessoas que experimentaram o método
são bastante encorajadores. Através de um processo de fácil compreensão,
destaquei abaixo o tratamento específico, usando a TFT, para os ataques de
87
pânico e ansiedade. Primeiro, o indivíduo é encorajado e pensar no problema,
ou seja, os ataques de pânico e ansiedade e então, dimensiona a intensidade
da aflição emocional que está sentindo, em uma escala de 1 a 10. Em
seguida há uma série de exercícios de estimulação em partes específicas do
corpo em uma seqüência determinada. Ao fazer isso, elimina-se o
desequilíbrio no sistema energético do corpo, além de erradicar as emoções
negativas e sintomas de sofrimento psicológico, no processo.
Será que funcionará para você? Bom, a maneira mais simples de saber
é tentar. O fator realmente interessante desta técnica é que os resultados
são quase instantâneos. Como não é preciso nada, além de simplesmente
pressionar pontos do corpo, é uma terapia inofensiva e fácil de fazer. Tive
várias respostas positivas a respeito desta técnica, especialmente na sua
capacidade de dissolver o sentimento de embrulho no estômago, tão
associado à ansiedade extrema.
A seguir, veremos a seqüência de exercícios de estimulação usada
para o tratamento da ansiedade e dos ataques de pânico. (a TFT possui
diferentes seqüências para uma ampla lista de emoções negativas e fobias).
Passo 1
Intencionalmente pense na sua ansiedade e em qualquer ataque de pânico
que tenha tido. Tente sentir a aflição que esta situação lhe causa. Classifique
esta aflição numa escala de 1 a 10.
O grau 1 indica absolutamente nenhuma aflição, enquanto o 10 significa
aflição total. Isto é chamado de escala de desconforto (SUD).
Passo 2
Usando dois dedos, bata levemente abaixo do olho, a cerca de 2 cm abaixo
do globo ocular no centro do osso orbital, na parte de cima da bochecha.
Mantenha as batidas firmes, mas sem machucar. Cerca de cinco batidas
servirão. (Veja a ilustração 1 abaixo.)
Observação: Não importa em qual dos lados do corpo o tratamento é feito.
Você pode estimular o lado esquerdo ou o direito.
88
Passo 3
Dê pequenas batidas firmes ao lado do seu peito, embaixo do braço, cerca de
4 cm diretamente abaixo à axila, na parede torácica, por cinco vezes
novamente. Este ponto fica na altura do mamilo para os homens e mais ou
menos no centro do sutiã nas mulheres.
(Veja a Ilustração 2 abaixo)
Passo 4
Encontre o “ponto da clavícula" da seguinte maneira. Usando dois dedos de
cada mão, percorra o centro de sua garganta e desça até atingir a parte
89
superior do esterno (começo do tórax). A partir deste ponto desça mais 3 cm
e então mais 3 cm para a direita ou esquerda. Dê pequenas batidas neste
ponto por cinco vezes.
(Veja Ilustração 3 abaixo)
Passo 5
Neste momento, pergunte a si mesmo como está se sentindo. Se a
diminuição for de 2 o mais pontos, vá para o Passo 6. Somente se não
houver mudança ou uma mudança muito pequena na maneira como
se sente, é que você deve seguir estas instruções, caso contrário vá
direto ao passo 6:
Encontre o ponto de Inversão Psicológica (PR spot – Psychological
Reverse) (veja a ilustração 4). É localizado na parte de fora da mão,
no ponto médio entre o pulso e a base do dedo mindinho. Bata neste
ponto por cinco vezes com os dedos da mão oposta e então retorne
ao Passo 1.
90
Passo 6
Certo, você percebeu certo decréscimo na sua ansiedade ou nos sentimentos
que causam seus ataques de pânico. Este próximo passo é chamado de ponto
gama. Está localizado no dorso da mão—cerca de um centímetro abaixo da
saliência que o dedo anular e o mindinho formam quando mantemos a mão
fechada. (Veja Ilustração 5 abaixo). Comece batendo no ponto com dois
dedos da mão oposta mais ou menos três vezes por segundo e continue a
bater quando executar a série de passos abaixo.
1. Olhos Fechados
2. Olhos Abertos
3. Mova os olhos para baixo e para o lado, cabeça parada
4. Mova os olhos para baixo e para o lado oposto, cabeça parada
5. Faça um círculo com os olhos em uma direção
6. Faça um círculo com os olhos na direção oposta
7. Sussurre um pedaço de uma canção
91
8. Conte de 1 a 5 em voz alta
9. Sussurre um pedaço de uma música
O truque aqui é continuar batendo no ponto gama enquanto executa esses
passos, simultaneamente.
Passo 7
Agora refaça a escala de desconforto (SUD). Em outras palavras, como se
sente agora a respeito da sua ansiedade em uma escala de 1 a 10?
Se você sentir que atingiu o nível 1 na escala—Que significa não ter
ansiedade persistente—vá para a última etapa, o Passo 8. Se você perceber
uma redução, mas não de maneira significativa, volte ao Passo 5 e bata no
ponto da inversão psicológica (PR) como descrito no passo 5. Neste caso,
porém, aumento o número de vezes que baterá no ponto de 5 para 15.
Observação: o ponto da inversão psicológica (PR) é usado para pessoas que
não estão obtendo máximo resultado. Ele ativa um ponto onde a energia
pode precisar de estimulação extra para desbloquear-se e mover-se
livremente.
Passo 8
O rolar dos olhos de cima para baixo é feito ao final de uma bem-sucedida
série de tratamentos. A pessoa normalmente relata 1 ou 2 na escala e este
tratamento serve para consolidar o 1 e baixar o 2 para 1. O indivíduo bate no
ponto gama (veja Ilustração 5) no dorso da mão, mantendo a cabeça parada
(muitas pessoas querem mexer a cabeça neste exercício ao invés dos olhos,
portanto tente manter a cabeça imóvel). Agora, enquanto dá pequenas
batidas no ponto gama:
- Role seus olhos para baixo olhando para o chão e então
92
- - Role-os verticalmente (levando cerca de 10 segundos) até em
cima, olhando para o teto. Deve-se continuar batendo
constantemente no ponto gama durante esse movimento dos olhos.
É isso!
Sei que alguns destes procedimentos podem parecer um pouco estranhos.
Mas, acredito firmemente que os resultados que você terá depois serão
provas suficientes de que usar a Terapia do Campo de Pensamento,
definitivamente, atinge resultados bastante efetivos. Segundo estudos
realizados, os resultados não são apenas soluções em curto prazo, é a
eliminação completa de qualquer medo ou fobia que esteja sendo tratado.
É uma área nova e em desenvolvimento, com uma grande quantidade
de informações disponíveis sobre o assunto. Recomendo que você leia o livro
Terapia do Campo do Pensamento de Roger Callahan, PhD, para maiores
informações sobre a origem da terapia e dos estudos que comprovaram sua
eficácia. Seria interessante que você me enviasse sua opinião a respeito
desta técnica.
93
Capítulo 6
Medicar ou Não
Se você está tomando algum medicamento ansiolítico para seus
ataques de pânico, parabéns por procurar ajuda médica. Muitos indivíduos
que têm ataques de pânico temem ir ao médico, achando que ele lhes dirá
que seu problema é muito pior do que imaginam. Parece que muito do que se
diz por aí a respeito dos ataques de pânico faz com que as pessoas sintam-se
culpadas e fracas, pelo simples fato de usarem remédios que as ajudem a
enfrentar o dia.
A medicação para ataques de pânico pode ser muito benéfica se, como
qualquer outra coisa, não for usada em excesso. Existem milhares de
pessoas que não seriam capazes de manter um emprego ou recuperar algum
senso de realização na vida, se não fosse pela medicação prescrita pelo seu
médico. Em minha opinião, a medicação torna-se perigosa quando o usuário
vira completamente dependente dos remédios, quando só de pensar em
esquecê-los ao sair já provoca um ataque de pânico.
A maioria dos bons médicos aconselha um plano apropriado de
tratamento, garantindo que assim que o usuário conseguir controlar melhor
seus ataques de pânico diminuirá gradualmente a dosagem. Sob
circunstância alguma um paciente assim deve eliminar o uso da medicação
completamente sem consultar seu médico. Aplique a técnica do “Movimento
Único” e as quatro ferramentas descritas acima. Quando sentir que está
melhorando (o que acontecerá em pouco tempo), discuta a situação com seu
médico.
Ao discutir a medicação, não custa checar métodos naturais ou
herbais, que estão se tornando cada vez mais populares na redução da força
e freqüência dos ataques de pânico. O argumento para se usar uma
abordagem natural é que ela tende a ser menos viciante e ter menos efeitos
colaterais que os remédios convencionais. O método natural mais eficiente e
que mencionarei rapidamente são florais de Bach.
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O falecido Dr. Edward Bach largou seu consultório em 1930 para
dedicar seu tempo à busca de remédios e ao aperfeiçoamento de seu método
de cura através de florais. Ele buscou remédios nas plantas, que
restaurassem o vigor dos doentes e aflitos, para que pudessem superar suas
preocupações, seus medos ou depressão e, desta maneira, ajudar na própria
cura.
Os remédios usados nesta forma de tratamento são todos
preparados a partir das flores de plantas silvestres, arbustos ou árvores.
Nenhum deles é nocivo ou vicia. São prescritos, não diretamente para o
problema físico, mas de acordo com o estado mental do paciente, de acordo
com seus medos, preocupações, raiva ou depressão. Segundo Bach, "Um
estado mental sem harmonia não somente atrapalha a cura e retarda a
melhora da saúde, mas é a causa principal de doenças e enfermidades".
Por exemplo, o remédio para o terror ou medo extremo (rock rose) é
ministrado quando o paciente ou aqueles próximos a ele são dominados pelo
terror absoluto, isto é, um ataque de pânico. A natureza do problema, ou o
nome da doença, não faz diferença. Se o terror está presente, então o
remédio para terror é o que o paciente, seus amigos e familiares precisam.
Além disso, uma mistura de cinco florais de Bach, adequadamente
chamada de “Rescue Remedy” (Remédio de Resgate) é ótima para medo e
ansiedade em geral. Este remédio é normalmente usado para os momentos
ansiosos, tais como, fazer uma prova, ir ao dentista ou ter uma entrevista
importante. Os remédios de Bach são benignos; não produzem qualquer
reação desagradável. Normalmente são ministrados na forma de gotas,
misturadas em um copo de água. Estes dois produtos herbais são facilmente
encontrados em lojas de produtos naturais ou pela internet.
O objetivo deste capítulo é destacar que sempre existem opções para
se lidar com os ataques de pânico. Nunca deixe que sua mente o faça
acreditar que não há solução.
Tenho certeza de que você concordará que a única recuperação
verdadeira bem-sucedida é aquela livre de muletas como o álcool, remédios
ou até mesmo um amigo compreensível. A proposta deste livro é fazer com
que os indivíduos usem a técnica do “Movimento Único”, sem muletas
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externas, para que onde quer que você esteja e com quem quer que esteja,
nunca mais tenha medo de ter um ataque de pânico.
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Capítulo 7Despertando Seu Potencial Escondido
Como vimos, não é a aceleração dos seus batimentos cardíacos ou a
pressão em seu peito que provocam medo em alguém quando um ataque de
pânico acontece. O medo nasce de uma preocupação que diz, “Não consigo
enfrentar isto, é demais, não sou capaz de lidar com esta situação”. Corra,
evite—fuja.
Todo mundo é capaz de lidar com situações estressantes. O problema
dos ataques de pânico, porém, é que eles destroem esta força interior e com
o tempo esgotam totalmente a confiança da pessoa na sua capacidade de
lidar com situações de estresse. Use as técnicas mentais e corporais
encontradas neste livro para reabastecer sua fonte de coragem e confiança.
Fortaleça sua capacidade de não somente lidar com os ataques de pânico,
mas com qualquer coisa que a vida coloque em seu caminho.
Aqui está uma última ferramenta de incentivo para lhe ajudar.
Todos sabem que nosso caráter é determinado pela nossa experiência. Mais
precisamente, é determinada por nossas memórias daquilo que já passou. O
momento em que enfrentou uma prova estressante ou conseguiu o emprego
que queria e o mais importante de tudo, todas as vezes que achou que
perderia o controle em um ataque de pânico—mas manteve a compostura e
superou.
Estes sucessos passados nos permitem ter confiança na maneira como
lidaremos com o futuro. Ataques de pânico devoram esta confiança. De fato,
eles mandam a mensagem de que você não é capaz de lidar com a situação e
as sensações corporais parecem fugir de seu controle. Qualquer esforço para
dominá-las só torna a situação ainda pior. Mas o que realmente aconteceu?
Mesmo que você não tenha conseguido se segurar, você morreu? Sofreu
sérios danos físicos?
Não. O ataque de pânico veio e, como sempre, foi embora. Agora, armado
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com as técnicas encontradas aqui, especialmente a do “Movimento Único”,
você verá como todos os futuros ataques de pânico desaparecerão tão
rapidamente quanto surgiram. Aqui está a sua base para construir sua nova
confiança.
Você constrói por cima do passado, cada vez que é bem-sucedido.
Lembre-se sempre disso, não apenas quando estiver assustado, mas
sempre que tiver um momento para si mesmo. Passe o filme em sua cabeça
várias vezes, de todas as vezes que os ataques de pânico vieram e se foram
e você saiu ileso; na verdade, não apenas saiu ileso, mas com prática,
indiferente. Como tudo que é bom, requer prática. Infelizmente não temos o
hábito de nos concentrarmos em nossos sucessos anteriores, mas continue.
Você pode até estar sentindo, a esta altura, que ter um ataque de pânico não
é uma experiência corajosa, para se ter orgulho. Discordo. Os ataques de
pânico são provavelmente uma das experiências mais assustadoras que uma
pessoa pode passar. Na maioria dos casos, o indivíduo sente como se
estivesse encarando a própria morte e este é um medo enorme para se
encarar durante o seu horário de almoço!
Orgulhe-se das duas experiências—você não é uma vítima covarde,
mas o sobrevivente de uma experiência aterradora e, mais, você
provavelmente continuou a trabalhar no mesmo dia ou buscou as crianças na
escola. Você continuou a viver. Lembre-se de outros momentos também, não
relacionados aos ataques de pânico, onde você lidou com situações muito
difíceis ou onde outras pessoas recorreram a você para apoio e conforto.
Se você tem ataques de pânico há muito tempo, melhor ainda; você
tem a vantagem de ter diversas experiências para trabalhar em cima. Claro,
devem existir más memórias de ataques de pânico, que você prefere
esquecer, mas a emoção fundamental a ser construída é que você sobreviveu
e está aqui, agora, vivo e aproveitando um novo dia.
Construa uma lista de memórias que será sua amiga, um recurso a ser
explorado. Escreva as memórias, pois isso as solidificam e as deixam mais
reais em sua cabeça. Leia a lista para si mesmo regularmente. Confiança,
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assim como o medo, é contagiosa e logo você a sentirá se espalhando por
todas as áreas da sua vida, dando-lhe mais qualidade de vida do que tinha
antes dos ataques de pânico.
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ConclusãoAplique as técnicas mentais e corporais que discutimos. Viva um dia de
cada vez. Logo você olhará e se encontrará vivendo uma vida completamente
nova, confiante e sem medo. Este livro foi escrito para todos os indivíduos
que sofrem com os ataques de pânico, mas especialmente àqueles que
acham que viverão para sempre sentindo medo e terror. Seu futuro será
brilhante. Como eu sei disso? Por que você tem a técnica que está mudando
as vidas de muitas pessoas; você já deu o primeiro passo, investindo em seu
próprio bem-estar ao comprar este livro. Quando se esforçar, o sucesso é
garantido. Ataques de pânico representam realmente as trevas antes da luz.
Ao seu futuro brilhante,
Joseph Barry
Referências
Wegner, D.M., Schneider, D.J., Carter, S., III & White, L. (1987) Paradoxical effects of thought
suppression. Journal of Personality and Social Psychology, 58, 409-418.