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AINST/16/00024 — Relatório final da CAE AINST/16/00024 — Relatório final da CAE I - Avaliação da Instituição Perguntas A1. e A2. A1. Instituição de Ensino Superior: Universidade De Coimbra A2. Natureza da instituição: <sem resposta> Requisitos Gerais A3. Projeto educativo, científico e cultural da Instituição. A3.1. Projeto educativo, científico e cultural da Instituição. Está definido e é coerente com a natureza universitária e a missão da Instituição A3.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa. A Universidade de Coimbra (UC) tem uma estrutura complexa e uma realidade heterogénea, que combina um notável legado histórico, classificado pela UNESCO, com uma ambição de modernidade evidenciada por grupos de investigação de excelência e com afirmação internacional. A complexidade orgânico-estrutural é acentuada pela sua envolvente institucional, constituída por um elevado número de entidades participadas ou associadas, juridicamente independentes, utilizadas por número significativo de docentes e investigadores da Universidade para desenvolvem as suas atividades de investigação ou de interação com a sociedade. É notório que a Universidade está a procurar protagonizar um grande projeto de mudança, com profundas implicações na oferta educativa, na aposta na investigação e na interação com a sociedade. O ponto A6 do Relatório de Auto-Avaliação (RAA) descreve de forma muito sumária os objetivos, atividades e recursos, bem como o funcionamento e interligação entre os pilares da estratégia da Instituição, que estão muito bem definidos e são coerentes com a sua missão, no contexto da sua natureza universitária. Todavia, a mensagem subjacente ao RAA ou constante dos documentos estratégicos e de divulgação da UC traduz uma orientação genérica, pouco diferenciadora ou suficientemente forte para motivar ou orientar potenciais ações ou pro-atividade externa, de candidatos, instituições ou empresas. O peso da herança histórica é enorme, sendo assumidamente central no posicionamento e na cultura institucional da UC. No entanto, a Universidade tem e deve explicitar de forma mais clara outros fatores diferenciadores nas suas dimensões educativa, científica e cultural e no modo como as integra no seu projeto institucional global. O projeto educativo é extenso e diverso. Está alinhado com a estratégia da Universidade de atração de estudantes estrangeiros e de crescimento na pós-graduação, bem como de promoção da língua portuguesa. O projeto de investigação, assumido institucionalmente como fator de diferenciação e afirmação da Universidade, tem níveis de concretização muito diferentes, qualitativa e quantitativamente, nas várias unidades orgânicas da Universidade ou em centros de investigação independentes, mas a ela associados. É igualmente heterogéneo o impacto dessa atividade no tecido socioeconómico envolvente, com casos de sucesso reconhecidos internacionalmente. O projeto cultural está estruturado na dimensão de preservação e divulgação histórico-patrimonial, pág. 1 de 32

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAE

AINST/16/00024 — Relatório final da CAEI - Avaliação da InstituiçãoPerguntas A1. e A2.

A1. Instituição de Ensino Superior:Universidade De CoimbraA2. Natureza da instituição:<sem resposta>

Requisitos GeraisA3. Projeto educativo, científico e cultural da Instituição.

A3.1. Projeto educativo, científico e cultural da Instituição.Está definido e é coerente com a natureza universitária e a missão da InstituiçãoA3.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A Universidade de Coimbra (UC) tem uma estrutura complexa e uma realidade heterogénea, quecombina um notável legado histórico, classificado pela UNESCO, com uma ambição de modernidadeevidenciada por grupos de investigação de excelência e com afirmação internacional. Acomplexidade orgânico-estrutural é acentuada pela sua envolvente institucional, constituída por umelevado número de entidades participadas ou associadas, juridicamente independentes, utilizadaspor número significativo de docentes e investigadores da Universidade para desenvolvem as suasatividades de investigação ou de interação com a sociedade.

É notório que a Universidade está a procurar protagonizar um grande projeto de mudança, comprofundas implicações na oferta educativa, na aposta na investigação e na interação com asociedade.O ponto A6 do Relatório de Auto-Avaliação (RAA) descreve de forma muito sumária os objetivos,atividades e recursos, bem como o funcionamento e interligação entre os pilares da estratégia daInstituição, que estão muito bem definidos e são coerentes com a sua missão, no contexto da suanatureza universitária.Todavia, a mensagem subjacente ao RAA ou constante dos documentos estratégicos e de divulgaçãoda UC traduz uma orientação genérica, pouco diferenciadora ou suficientemente forte para motivarou orientar potenciais ações ou pro-atividade externa, de candidatos, instituições ou empresas.O peso da herança histórica é enorme, sendo assumidamente central no posicionamento e na culturainstitucional da UC. No entanto, a Universidade tem e deve explicitar de forma mais clara outrosfatores diferenciadores nas suas dimensões educativa, científica e cultural e no modo como asintegra no seu projeto institucional global.O projeto educativo é extenso e diverso. Está alinhado com a estratégia da Universidade de atraçãode estudantes estrangeiros e de crescimento na pós-graduação, bem como de promoção da línguaportuguesa.O projeto de investigação, assumido institucionalmente como fator de diferenciação e afirmação daUniversidade, tem níveis de concretização muito diferentes, qualitativa e quantitativamente, nasvárias unidades orgânicas da Universidade ou em centros de investigação independentes, mas a elaassociados. É igualmente heterogéneo o impacto dessa atividade no tecido socioeconómicoenvolvente, com casos de sucesso reconhecidos internacionalmente.O projeto cultural está estruturado na dimensão de preservação e divulgação histórico-patrimonial,

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEbem como num vasto conjunto de atividades produzidas por vários grupos ou estruturas daUniversidade, incluindo a vertente editorial

A4. Organização e gestão

A4.1. Órgãos de governo da Instituição e das suas Unidades Orgânicas estatutariamenteconsagrados

A4.1.1 Órgãos de governo da Instituição e das suas Unidades Orgânicas estatutariamenteconsagrados.Existem, satisfazem as condições legais e funcionam regularmenteA4.1.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.Nos termos dos seus estatutos, os órgãos de governo da Universidade de Coimbra são o ConselhoGeral, o Reitor e o Conselho de Gestão.

O Reitor é eleito pelo Conselho Geral, órgão colegial estratégico com 35 membros, constituídomaioritariamente por docentes (18), 5 estudantes e 2 trabalhadores não docentes e nãoinvestigadores eleitos pelos seus pares, bem como 10 personalidades externas. O Conselho deGestão é composto pelo Reitor, por um Vice-Reitor por ele designado e pelo Administrador (podendoo Reitor designar mais dois membros).

As unidades orgânicas (UO), dispõem de estatutos, nos termos dos quais são definidos os seusórgãos de governo. A orgânica das faculdades inclui a Assembleia da Faculdade, o Diretor, oConselho Científico e o Conselho Pedagógico. As demais unidades orgânicas de ensino einvestigação (UOEI), como são os casos do Instituto de Investigação Interdisciplinar e do Colégio dasArtes, são estruturas multidisciplinares, com oferta educativa apenas ao nível da pós-graduação.Têm como órgãos o Diretor, nomeado pelo Reitor, o Conselho Científico e o Conselho Pedagógico.As UOEI de maior dimensão estruturam-se em Departamentos cujos órgãos de governo são o Diretore a Comissão Científica que o elege.

As unidades orgânicas de Investigação são geridas pelo Diretor e pelo Conselho Científico. A gestãodas Unidades de Extensão Cultural e de Apoio à Formação é realizada por um Diretor nomeado peloReitor.No decurso da visita foi possível confirmar que a Instituição e todas as suas unidades orgânicasfuncionam regularmente nos termos dos respetivos Estatutos.

A Universidade tem ainda um Senado, de natureza consultiva. É constituído pelo Reitor, que preside,pelos diretores de todas as unidades orgânicas, por um estudante por cada unidade orgânica deensino e investigação e por dois trabalhadores não docentes e não investigadores.

A4.2. Autonomia científica e pedagógica do estabelecimento

A4.2.1 É assegurada a autonomia científica e pedagógica do estabelecimento:SimA4.2.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.Nos termos dos respetivos estatutos, a Universidade de Coimbra define livremente os objetivos dainvestigação que desenvolve e do ensino que ministra.

A autonomia científica e pedagógica da UC e das suas UO é assegurada pelo modelo de governação

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEimplementado e pelas normas de constituição dos órgãos de governo estabelecidas nos seusestatutos. O governo da Instituição assenta num modelo de gestão descentralizado que confereautonomia científica e pedagógica às faculdades, onde a capacidade executiva do diretor estáadequadamente balanceada com as competências de órgãos colegiais como o Conselho Científico eConselho Pedagógico, explicitadas nos estatutos da UC e das suas UO.

Durante a avaliação foi possível à CAE percecionar o normal e efetivo funcionamento deste modelo,bem como a elevada endogeneização do mesmo no seio da comunidade académica.

A forte natureza identitária das faculdades, resultante também do percurso histórico da UC, levou aInstituição a criar unidades orgânicas de ensino e investigação multidisciplinares, com o objetivo depromover projetos educativos e de investigação transversais a várias áreas do conhecimento. Estasunidades, o Instituto Interdisciplinar de Investigação e o Colégio das Artes, são iniciativas recentes,meritórias e de grande potencial. No entanto, carecem de consolidação e ainda procuram o seuposicionamento institucional.

A4.3. Participação de docentes, investigadores e estudantes no governo do estabelecimento

A4.3.1 É assegurada a participação de docentes, investigadores e estudantes no governo doestabelecimento:SimA4.3.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.Os estatutos da Universidade de Coimbra asseguram a representação dos estudantes e dos docentese investigadores nos órgãos de gestão pedagógica e científica, no contexto do RJIES.

Os docentes participam em todos os órgãos de governo da Instituição e das suas unidades orgânicas,bem como no Senado Académico, órgão de natureza consultiva que coadjuva o Reitor na gestão daUniversidade. Os estudantes participam nos Conselhos Pedagógicos e no Senado. Os trabalhadores não docentes e não investigadores estão representados no Conselho Geral e noSenado.

O Conselho Geral, tem 35 membros, incluindo 18 (51%) de docentes e investigadores e 5 (14%)estudantes.Existe paridade entre docentes e discentes nos órgãos de coordenação pedagógica, como é o casodos Conselhos Pedagógicos, cujos representantes são eleitos pelos respetivos corpos, bem como dasComissões de Curso.A CAE teve evidência do efetivo envolvimento dos diferentes corpos da Universidade (docentes einvestigadores; estudantes dos diferentes graus de ensino; e trabalhadores não docentes e nãoinvestigadores) nestes órgãos.

A4.4. Sistema interno de garantia da qualidade

A4.4. Sistema interno de garantia da qualidade (artigo 4º, nº 1, alínea c) do RJAES):Existe, a nível da Instituição, e está certificado pela A3ES (campo A4.4.1)A4.4.1. Evolução do sistema (no caso de sistema certificado pela A3ES).Sistema interno de garantia da qualidade definido a nível da Instituição e certificado pela A3ES:O Sistema de Gestão (SG) da Universidade de Coimbra está certificado pela A3ES como SistemaInterno de Garantia da Qualidade (SIGQ), desde 2015, estando os respetivos documentos

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEenquadradores disponíveis no site da internet da Universidade.

Segundo a Universidade, SG evoluiu positivamente em resultado do determinado pelo cumprimentode condições obrigatórias, pela reflexão sobre as recomendações facultativas e, principalmente, pelaexperiência ganha na implementação do ciclo de planeamento, sendo hoje reconhecido com um“efetivo instrumento de apoio à gestão estratégica e operacional”. Esta evolução resultou da melhor articulação entre os processos do SIGQ e os do sistema deplaneamento, cujo alinhamento e sincronização das suas diversas fases de funcionamentotraduziu-se num aumento da eficácia do Sistema de Gestão e num maior envolvimento das partesinteressadas.Não estando disponíveis evidências significativas sobre indicadores institucionais neste domínio,mas tendo sido percetível o conforto da malha de UO, bem como dos corpos docente e discente, aCAE considera esta evolução positiva. No entanto, como acontece na maioria das instituiçõesnacionais ou internacionais neste tipo de apostas, o grande desafio é transformar as ferramentas degestão da qualidade em instrumentos efetivos de melhoria do desempenho institucional.

A4.4.2. Breve descrição do sistema (no caso de sistema não certificado pela A3ES)Sistema interno de garantia da qualidade definido a nível da Instituição e ainda não certificado pelaA3ES:<sem resposta>

A5. Ensino

A5.1. Procura e acesso

A5.1.1. A instituição tem uma política de recrutamento de novos estudantes:SimA5.1.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.É notória a existência de uma política institucional de recrutamento de estudantes, nomeadamenteestrangeiros, uma vez que a estrutura dirigente da Universidade de Coimbra está muito conscientedos impactos negativos da evolução demográfica portuguesa na próxima década, bem como da suaperda de atratividade no contexto nacional, em resultados de vários fatores, nomeadamente docrescimento metropolitano de Lisboa e do Porto.

A política institucional de recrutamento de estudantes inclui vários tipos de ações que, aplicadas deforma concertada, procuram contribuir para aumentar a atratividade da oferta formativa. Dos váriostipos de ações destacam-se as seguintes:- existência de uma estratégia clara neste domínio, nomeadamente no referente a estudantesinternacionais, especialmente originários do Brasil;- a disponibilização de informação detalhada no portal da internet da Universidade sobre os cursos esobre as atividades das suas unidades de investigação e de serviços, em português, inglês emandarim;- a divulgação de informação das atividades da UC nas redes sociais;- a funcionalidade de apresentação de candidaturas online, bem como de pedidos de mudança decurso e reingressos, concursos especiais de acesso, aos cursos de 2º e de 3º ciclos e dos estudantesinternacionais;- apoio no aproveitamento das oportunidades de financiamento de programas doutorais;- a atribuição de bolsas e prémios aos melhores estudantes nacionais e internacionais;- a diversificação da oferta formativa, presencial e a distância, destinada a novos públicos e àformação ao longo da vida;- as ações especificamente destinadas ao público pré-universitário, como as realizadas nas escolas

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEsecundárias, a participação em feiras nacionais e internacionais e a organização de eventos como o“Um Dia na UC”, a “Universidade de Verão” e a UC na Escola”.

No entanto, verifica-se uma perda de atratividade da UC na formação inicial, evidenciada pelaredução sistemática, ao longo da última década, do número de estudantes inscritos em primeiraopção no Concurso Nacional de Acesso. Acresce que, a UC está e vai ser fortemente afetada pela evolução demográfica, bem como por umaperda relativa de dinamismo económico da região de Coimbra, nomeadamente em comparação àsvizinhas de Aveiro e Leiria, o que justificará a presente perda de estudantes em primeira opção emgrande parte dos seus cursos de formação de base.

A5.2. Sucesso escolar

A5.2.1. A instituição tem políticas para promover o sucesso escolar e a integração dosestudantes:SimA5.2.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A promoção do sucesso escolar na Universidade de Coimbra está baseada em dois tipos deiniciativas: - apoio e incentivo ao sucesso e mérito académicos; - combate ao insucesso e abandono escolar.

Na área do incentivo ao sucesso, identificam-se vários instrumentos como a atribuição de bolsas eprémios de mérito escolar, bem como a promoção do desenvolvimento de práticas pedagógicasadequadas, inclusivas e de construção de percursos académicos de sucesso.

No combate ao insucesso e abandono escolar, detetado através do acompanhamento dos indicadoresdo sistema de informação, são aplicadas medidas de proteção social, incluindo apoios à alimentaçãoe alojamento, e de intervenção direta, como o programa de formação UC-Skills e programa de paresnas residências.

Como políticas transversais, os estudantes dispõem de serviços de aconselhamento psicopedagógico,consultas de psicologia e serviços de apoio a alunos com Necessidades Específicas Especiais (NEE).Além disso, a UC oferece oportunidades através do Programa de Apoio Social a Estudantes (PASEP)que consiste na integração em atividades remuneradas, de tempo parcial, promotoras dodesenvolvimento de competências transversais.Em síntese, a UC dispõe de um vasto leque de incentivos ao sucesso e de combate ao insucesso eabandono escolar. Todavia, a eficácia do sistema criado poderá estar a ser comprometida pelos instrumentos dedeteção utilizados. A deteção do insucesso e do abandono pelos indicadores do sistema deinformação e a atuação ao nível do diretor de curso pode ser tardia e desajustada à dinâmica dofenómeno considerado.A informação oferecida no RAA revela uma situação preocupante ao nível do tempo médio deconclusão dos cursos, e muito preocupante nas taxas de sucesso e abandono escolar dos cursosidentificadas nas faculdades, as quais estão em linha com as apuradas num estudo sobre o InsucessoEscolar no Ensino Superior realizado pelo Observatório do Ensino Superior para o ano letivo de2004-2005.Certamente que esta realidade é muito diversa em termos de formação de base e de pós-graduação,bem como entre estudantes nacionais e estrangeiros. No entanto, deve ser alvo de uma atençãomuito particular por parte dos órgãos de governo da Instituição, uma vez que pode comprometer

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEdecisivamente os seus esforços de aumento da atratividade internacional.

A5.3. Ligação à investigação

A5.3.1. A instituição adota medidas que garantem o contacto dos estudantes com ainvestigação desde os primeiros anos:SimA5.3.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A articulação entre ensino e investigação tem expressões muito diferentes nas diversas UO daUniversidade. Sendo inquestionável e incontornável a sua existência ao nível dos cursos de 3.º ciclo,importa destacar a possibilidade oferecida pela UC de substituir a tese original por artigos jápublicados em periódicos científicos internacionais e, no caso das artes, por obra ou realizações comcarácter inovador.A realidade da UC, neste domínio, beneficia da existência de unidades de investigação de excelênciacom grande capacidade para integração de estudantes de doutoramento.No entanto, coexistem na mesma Universidade UO onde as práticas de investigação e de formaçãodoutoral não estão consolidadas, como é o caso da Faculdade de Ciências do Desporto e deEducação Física.Ao nível dos outros ciclos, formação inicial e mestrado, as estratégias para esta ligação passam pelainclusão de Unidades Curriculares (UC) de seminário de investigação e de projeto/dissertação/tesenos planos de estudo dos cursos, bem como pelo convite a estudantes para, numa base voluntarista,integraram ou acompanharam grupos de investigação. A situação da Universidade neste domínio éigualmente heterogênea coexistindo boas-práticas com modelos mais conservadores e desajustadosdeste desafio, essencial à formação universitária de qualidade.O contacto com a investigação também é facilitado pela organização regular de eventos científicosonde os estudantes são convidados a participar, como a realização de Estágios de Verão em Centrosde Investigação (CI) e a atribuição de prémios de mérito.

A5.4. Inserção dos diplomados no mercado de trabalho

A5.4.1. A Instituição promove de forma eficaz a monitorização da empregabilidade e o apoioaos estudantes para a sua inserção no mercado de trabalho:SimA5.4.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A política de inserção no mercado de trabalho está alicerçada na sólida preparação que a UC ofereceaos seus estudantes. Em algumas faculdades existe evidência de boas-práticas de adequação dosplanos de estudo às necessidades do mercado de trabalho, acompanhada pela promoção do contactoprecoce dos estudantes com os empregadores e pela oferta de ações de preparação para a procurade emprego.

Nas políticas de apoio à inserção dos diplomados no mercado de trabalho destacam-se as parceriascom os empregadores, concretizadas através da organização de eventos como a “Feira de Empregoda UC”, “Espaço Empresa” e a “Semana da Carreira da UC”. Estes eventos têm por objetivo oestabelecimento de contactos dos estudantes com as empresas e com profissionais de recrutamento.Também promove a realização de estágios ao longo da formação e divulga ofertas no Portal doEmprego.Para conhecer a empregabilidade dos estudantes, a UC aplica anualmente o inquérito “TrajetóriaAcadémica e Profissional dos Diplomados da Universidade de Coimbra” e analisa regularmente osdados de recém-diplomados registados no IEFP.

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A6. O corpo docente

A6.1. A Instituição dispõe de um corpo docente adequado e tem uma política derecrutamento:Em parteA6.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A Universidade de Coimbra possui um corpo docente altamente qualificado e estável, masenvelhecido, com uma média de idades superior a 50 anos, resultante das restrições, legais efinanceiras, à contratação dos últimos anos. De facto, a média de idades é elevada, variando entre os49,6 (Faculdade de Direito) e os 55,7 (Faculdade de Letras) anos e apresentado valores muito baixosdo indicador “percentagem de docentes com menos de 40 anos”, entre 1,9% (Faculdade de Medicina)e 16,7% (Faculdade de Direito).Apesar de elevadíssima percentagem de docentes doutorados, a progressão na carreira tem sidolimitada. De facto, o peso dos docentes com categorias de professor catedrático e associado no totaldos docentes de carreira está longe dos requisitos legais.No seu Plano Estratégico, a Instituição reconhece o problema e define como objetivo orejuvenescimento do corpo docente através de uma nova política de abertura de concursos paradocentes de carreira. Para a sua concretização foram já consagrados recursos no orçamento quepermitirão a abertura de cerca de uma centena de concursos destinados a suprir as necessidadesdas várias UO.No âmbito da regulação da atividade docente foi publicado em 2017 o Regulamento de Prestação deServiço dos Docentes, “… que define, o âmbito da UC, o regime relativo à concretização do ECDU,em matéria de prestação de serviço dos docentes “, que a Instituição considera uma solução parauma correta e justa distribuição e contabilização do serviço docente, bem como para um adequadobalanceamento entre as atividades de ensino, investigação e interação com a sociedade.Os docentes são avaliados no âmbito do Regulamento de Avaliação de Desempenho Docente.A Universidade tem organizado, regularmente, ações de formação sobre abordagens e práticaspedagógicas, nomeadamente um curso de ensino a distância para o desenvolvimento de práticaspedagógicas inovadoras financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

A7. A atividade científica e tecnológica

A7.1. Políticas de investigação científica e de desenvolvimento tecnológico

A7.1.1. A Instituição tem uma política para a investigação científica e o desenvolvimentotecnológico, e para a sua valorização económica:SimA7.1.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A UC tem como prioridade estratégica o desenvolvimento e a expansão da investigação científica,procurando ser protagonista dos avanços do conhecimento e diferenciar projetos de ensino. Paraconcretizar este objetivo definiu as seguintes iniciativas estratégicas:- desenvolver mecanismos de coordenação da atividade científica através do alinhamento entre osobjetivos gerais da Universidade e os específicos dos seus CI, neste domínio;- aproveitar as oportunidades de financiamento aos níveis regional, nacional e internacional;- promover a interdisciplinaridade e a utilização de recursos comuns que potenciem e promovamglobalmente a investigação científica;- desenvolver um sistema de informação para a investigação com capacidade para a difusão edisseminação do conhecimento científico gerado;- contribuir para a difusão da produção científica em língua portuguesa, estando presente em todasas áreas do saber, mas respeitando a sua matriz de tradição clássica.

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEAs consequências desta estratégia são visíveis nos resultados alcançados nos últimos anos ao nívelde artigos publicados e citações dos seus docentes e investigadores em periódicos científicosinternacionais de elevado prestígio, bem como no aumento do número de patentes e de invençõesregistadas.Contudo, estes resultados não são tão positivos quando, tendo por base a avaliação FCT (de 2013), eanalisada a classificação dos 33 CI da UC e o número de docentes integrados em CI comclassificação inferior a Very Good (6 com Good e 7 com classificação inferior), bem como o númerode docentes não inscritos em nenhum CI. De facto, o crescimento reportado no número de publicações tem vindo a crescer, realidade dagrande maioria das instituições do sistema científico nacional. O aumento de publicações emrevistas de referência, verifica-se apenas em algumas unidades de investigação.Assim, a CAE considera que este resultado, muito heterogêneo em termos de UO, está associado àinsuficiência da política de investigação científica, considerada demasiado genérica para garantir odesejado desenvolvimento e expansão da investigação na Universidade.Para aumentar a eficácia das linhas de orientação estratégica é preciso que estas sejamacompanhadas de medidas específicas capazes de promoverem, nomeadamente:- a definição de regras de funcionamento dos CI através de regulamento que promova elevadospadrões de exigência científica;- a definição de mecanismos de valorização da apresentação de candidaturas ao financiamentocompetitivo e a criação de condições de trabalho adequadas aos investigadores envolvidos emprojetos;- a definição de uma política geral de incentivo à atividade de investigação científica e seja dadoenquadramento aos docentes não integrados em CI.- padrões de qualidade científica dos CI alinhados com o definido no Regulamento de Avaliação deDesempenho dos Docentes.- uma melhor definição do papel e posicionamento do III, bem como da plataforma de projetos entrevários CI.

A7.2. Políticas de prestação de serviços à comunidade

A7.2.1. A Instituição dispõe de uma política institucional consistente para a prestação deserviços à comunidade, adequada à sua contribuição para o desenvolvimento regional enacional:SimA7.2.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A Universidade de Coimbra desenvolve uma intensa atividade de interação com a comunidade,incluindo a prestação de serviços, aos níveis local e global, constituindo-se como um polodinamizador da vida económica, cultural, desportiva e turística da cidade de Coimbra e da regiãoCentro. A política institucional a este nível integra orientações específicas nas respetivas grandesáreas de intervenção.Na área económica destaca-se o fomento do empreendedorismo, redes e parcerias através de váriosinstrumentos de apoio à criação de empresas, a liderança na criação do Ecossistema de InovaçãoInov.C e a parceria com outras IES da região no desenho e implementação da estratégia deespecialização inteligente da região Centro.O Instituto Pedro Nunes é uma entidade participada da Universidade com atividade de referêncianeste domínio.No turismo, a sua política assenta na manutenção e valorização do seu notável património constituiuma referência de promoção turística da cidade e da região, explorando também a atração deestudantes internacionais.

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEAo nível do desporto, procura projetar uma imagem capaz de atrair estudantes que valorizam aatividade física e o desporto com diversas iniciativas, de que são bons exemplos o envolvimento naorganização dos Jogos Universitários Europeus Coimbra 2018 – EUSA Games 2018, oestabelecimento de protocolos com agentes desportivos, nomeadamente a Associação Académica deCoimbra e a Câmara Municipal de Coimbra, e a realização de investimentos significativos no EstádioUniversitário.Também participa em vários eventos culturais, por solicitação de agentes culturais regionais eatravés das suas estruturas de ligação à comunidade, como o TAGV, o Centro Cultural D. Dinis, oJardim Botânico, o Colégio das Artes, e o Arquivo e a Biblioteca.Na política de aproximação à comunidade também oferece diversos serviços como, por exemplo,consultas médicas, de psicologia, exames, análises clínicas e consultoria, bem como o envolvimentode docentes e estudantes em ações de responsabilidade social.Contudo, a Universidade devia implementar metodologias de quantificação desta atividade no tecidoeconómico-social envolvente. Neste domínio, ficou evidenciada o propósito do Universidade deimplementar tais práticas que, no entanto, são muito insipientes.

A7.3. Políticas de captação de receitas próprias

A7.3.1. A instituição tem uma política de captação de receitas próprias e o seu nível éadequado:SimA7.3.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A política institucional da captação de receitas próprias aposta na diversificação das fontes definanciamento com especial atenção à captação de financiamento competitivo, em especial na áreade investigação.Esta política também abrange as receitas provenientes das propinas do estudante internacional, doturismo, da venda de material com a marca UC, da prestação de serviços à comunidade e dacomercialização do seu sistema de gestão académica.Na concretização deste objetivo, a Universidade desenvolve políticas coerentes com a oferta demelhores condições de trabalho às equipas de investigação, realiza inúmeros eventos de acolhimentodo estudante internacional e realiza ações de promoção turística.No seu conjunto as receitas próprias têm vindo a aumentar gradualmente de forma a superar oscortes sofridos no financiamento através do Orçamento do Estado.

A8. Políticas de colaboração nacional

A8.1. A Instituição dispõe de uma política institucional para a cooperação com outrasinstituições nacionais:SimA8.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.No RAA, a Universidade de Coimbra apresenta evidências da aplicação da sua política decolaboração nacional que privilegia o estabelecimento de colaborações com instituições de ensinosuperior (IES), dando particular destaque às instituições sediadas na região Centro. Neste domíniodestaca-se o consórcio com as Universidades de Aveiro e da Beira Interior no desenho eimplementação da estratégia regional de especialização inteligente. Neste grupo também se inclui aparceria com os Institutos Politécnicos de Coimbra, Leiria e Tomar nos projetos RedEmoreendia eInov.C onde também participam incubadoras de empresas, instituições de fomento do

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEempreendedorismo e os Parque de Ciência e Tecnologia Biocant e de Óbidos.No RAA também é dado particular destaque ao Consórcio Estratégico com a Universidade Abertapara o desenvolvimento de uma oferta alargada de ensino a distância para atrair estudantes de todoo mundo.Também privilegia acordos na área da saúde celebrados pelos SASUC com várias instituições daregião e o consórcio EIT Health da Comissão Europeia, que inclui diversas entidades como a BIAL,Câmara Municipal de Lisboa, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar deLisboa Norte, Hovione, Instituto Pedro Nunes, PT Cloud e Universidade de Évora e Universidade deLisboa.

A9. Políticas de internacionalização

A9.1. A Instituição dispõe de uma política institucional para a internacionalização:SimA9.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.O principal objetivo da política de internacionalização é aumentar a atratividade da Universidade deCoimbra, com especial atenção nos países da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa(CPLP) e obter reconhecimento como referência internacional de ensino, investigação e inovação.Para conseguir atrair estudantes, docentes, investigadores e pessoal técnico, desenvolve umapolítica muito centrada na sua história e nas dimensões material e imaterial do seu valiosopatrimónio histórico reconhecido pela UNESCO com património da humanidade. Em simultâneo, sãodesenvolvidas ações específicas, como são os casos recentes da organização dos Jogos EuropeusUniversitários em 2018, do apoio a IES de países emergentes e em desenvolvimento, bem como aoferta formativa a distância do consórcio com a Universidade Aberta.Para aumentar a relevância internacional, a UC pretende capitalizar o sucesso das políticasanteriores no desenvolvimento de parcerias e redes que a coloquem como plataforma de ligação nomundo lusófono e de ligação norte-sul/ocidente-oriente.Com a melhoria dos seus canais internacionais de difusão, a UC procura aumentar a visibilidade dasua capacidade para a resolução de problemas globais e, por esta via, concretizar o desígnioestratégico de ser um Universidade Global.

A10. Instalações

A10.1. A Instituição dispõe de instalações com as características exigíveis à ministração deensino universitário:SimA10.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A Universidade de Coimbra dispõe de património arquitetónico e edificado muito rico e diversificadoque integra edifícios recentes e muito modernos com todas as condições e equipamentos adequadosao cumprimento das suas missões, mas também inclui edifícios seculares que precisam de obras derecuperação e de manutenção, exigindo um enorme esforço, nomeadamente orçamental. Nesteâmbito, a UC tem realizado vários projetos de reabilitação e requalificação dos espaços mais antigose degradados, de forma a dotá-los dos recursos e funcionalidades adequadas ao cumprimento dassuas missões.No entanto, várias UO enfrentam dificuldades neste domínio, estando instaladas em espaços

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEprovisórios ou obsoletos, com deficientes condições de trabalho para estudantes, investigadores edocentes.

A11. Serviços de ação social

A11.1. São assegurados serviços de ação social:SimA11.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.Através dos Serviços de Acão Social (SAS), a Universidade de Coimbra oferece uma vasta gama deapoios sociais aos estudantes, quer de diretos quer indiretos. Para além das Bolsas de Estudo do Ensino Superior, oferece apoios complementares financiados porreceitas próprias, nomeadamente pelo Fundo de Apoio Social a Estudantes (FAS) e pelo Programade Apoio Social a Estudantes (PASEP), através de atividades de tempo parcial. Estes apoios incluema prestação de serviços de alimentação, alojamento, saúde, apoio à infância, apoio psicopedagógico,apoio à integração de estudantes com NEE e serviço de tratamento de roupa.Com o objetivo de garantir a sustentabilidade desta oferta, foram criadas respostas integradas e aoferta de alimentação diferenciada, acompanhada de oferta de alojamento local no portal UCAlojamento. Foi igualmente obtido financiamento externo para a aquisição de computadoresportáteis para estudantes com dificuldades económicas comprovadas. Com o objetivo de ir além da proteção social e contribuir para a cidadania e inclusão dos estudantesé oferecido programação cultural diversificada no Centro Cultural Dom Dinis.

A12. Informação para o exterior

A12.1. A Instituição publicita de forma adequada informação sobre a oferta educativa,incluindo os relatórios de autoavaliação e avaliação externa e das decisões da Agência:SimA12.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A Universidade de Coimbra oferece um vasto e rigoroso leque de dados e informações sobre a suaatividade nas suas páginas institucionais da internet, por forma a concretizar a sua política detransparência e de prestação de contas. Estas páginas integram os documentos definidosestatutariamente, nomeadamente, os Relatórios de Gestão e Contas e os Planos de Atividades eOrçamento, bem como o Plano estratégico. Integram ainda informação sobre a oferta formativa,alguns relatórios dos processos de acreditação e deliberações da A3ES, relatórios de auditoriasinternas e externas, relatórios de monitorização da trajetória académica e profissional dosdiplomados, informação sobre gestão de qualidade e demais informações previstas na lei. Todavia amaioria das UO não divulgam os seus Planos de Actividades Anuais e os seus Relatórios deAtividades Anuais nas suas páginas web.As páginas cumprem as recomendações das auditorias internas e externas e do World Wide WebConsortium e têm a certificação Qweb.

Requisitos Especificos

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAE

A13. Oferta educativa

A13.1. UNIVERSIDADE: A Instituição dispõe de, pelo menos, os seguintes ciclos de estudosacreditados:- Seis ciclos de estudos de licenciatura, dois dos quais técnico-laboratoriais;- Seis ciclos de estudos de mestrado;- Um ciclo de estudos de doutoramento em pelo menos três áreas diferentes compatíveis com amissão própria do ensino universitário.INSTITUTO UNIVERSITÁRIO: A Instituição dispõe de, pelo menos, os seguintes ciclos de estudosacreditados:- Três ciclos de estudos de licenciatura;- Três ciclos de estudos de mestrado;- Um ciclo de estudos de doutoramento em área ou áreas compatíveis com a missão própria doensino universitário.OUTRO ESTABELECIMENTO DE ENSINO SUPERIOR UNIVERSITÁRIO: A Instituição dispõede, pelo menos, os seguintes ciclos de estudos acreditados:- Um ciclo de estudos de licenciatura;- Um ciclo de estudos de mestrado.SimA13.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A Universidade de Coimbra cumpre os requisitos legais exigidos a uma Universidade, em termos deoferta formativa. De facto, o portfólio da Instituição é constituído por 228 cursos, sendo 35 delicenciatura, 12 de mestrado integrado e 110 de mestrado e 71 de doutoramento em áreas distintas,que constituem uma oferta compatível com a missão de uma Universidade.

A14. Corpo docente

A14.1. A Instituição dispõe, no conjunto dos docentes e investigadores que desenvolvam atividadedocente ou de investigação, a qualquer título, na Instituição, no mínimo:- Um doutor por cada 30 estudantes;- Um doutor em regime de tempo integral por cada 60 estudantes.SimA14.2. Evidências que fundamentam a apreciação expressa.A Universidade de Coimbra tem 1147 docentes doutorados, dos quais 1057 em tempo integral, numtotal de 1093,8 ETI e uma população discente de 25.334 estudantes. Pelo que, o número total dedocentes doutorados e de doutorados a tempo integral supera as exigências legais relacionadas como funcionamento desta Universidade, com um rácio estudantes/doutor a tempo integral de 24.

A15. Observações

A15. Observações<sem resposta>

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II - Avaliação das Unidades OrgânicasB1. Ensino

B1.1. Adequação da oferta educativaApreciação geral da adequação da oferta formativa das Unidades Orgânicas da Instituição, face,designadamente, à missão de uma Instituição de natureza universitária.A oferta formativa é adequada à missão e objetivos da Universidade e das suas UO, estandoenquadrada no Plano Estratégico. Contempla os três níveis académicos de formação universitáriaem todas as faculdades. O III só tem formação doutoral e o CA tem um curso de mestrado e um de doutoramento. EstasUOEI, criadas recentemente, têm meritórios objetivos multidisciplinares. A CAE acolhe favoravelmente a filosofia da UC de aprofundar a natureza do CA e do III, maiorcapacidade de inovação e flexibilidade de gestão. No entanto, levanta interrogações à suaclassificação institucional, uma vez que deviam funcionar de modo estruturalmente transversal aodas faculdades. Como no RAA todas as UO são consideradas ao mesmo nível institucional, a CAEreporta este facto, chamando à colação o modelo e a natureza orgânica destas unidades, comimpacto na qualidade e enquadramento da oferta formativa.A CAE recomenda a arrumação interna de saberes na estrutura da UC, sinalizando, p.ex., a ofertaformativa da FLUC, onde as humanidades convivem com Geografia, Turismo, Estudos Europeus e deHistória; ou da FDUC, onde o curso de Administração Pública e Privada ter maior articulação com aFEUC. Em suma, em certas áreas verifica-se um esforço notável de transdisciplinaridade que desafiao modelo orgânico convencional, enquanto outras, são marcadas por uma postura tradicional,assente numa interpretação rígida da compartimentação orgânica, não adequada aos desafios daeducação superior nas próximas décadas.Os doutoramentos de fileira continuam a ser ministrados nas faculdades, mas os interdisciplinares -com duas ou mais áreas científicas do Manual de Frascati - são ministrados no CA e no III. A CAEficou com fundadas dúvidas sobre o efetivo envolvimento das faculdades nos cursos ministrados noCA e no III. Foi igualmente percetível a tensão entre docentes que prestam serviços ao III ou ao CA eos que não fazem. Estes exemplos não questionam a louvável existência do CA e do III, apenasrecomendam melhor acompanhamento da sua implementação.Razões de cariz histórico explicarão esta interdisciplinaridade a diferentes velocidades, apesar daexcelente definição estratégica contida no Plano de Desenvolvimento Estratégico da Universidade aquatro anos.Relativamente a aspetos específicos da oferta formativa das UO, salienta-se positivamente, a FLUC,que iniciou há cerca de cinco anos um conjunto de reformas com significativas mudanças naspráticas pedagógicas.Assinala-se também a evidente fragilidade de um conjunto significativo de apostas recentes emcursos de pós-graduação da UC, nomeadamente: - 4 doutoramentos em associação da FCTUC, não tiveram inscritos nos últimos 3 anos;- 4 mestrados de ensino na FLUC, sem inscritos nos últimos 3 anos (referidos com extintos no RAA,mas listados no site da internet);- 12 mestrados de várias faculdades, sem estudantes inscritos, 9 já extintos;- 13 mestrados de várias faculdades, sem estudantes inscritos, 10 já extintos.

B1.2. EstudantesApreciação geral da evolução do número de estudantes nas Unidades Orgânicas.A análise realizada neste capítulo circunscreve-se apenas ao período de três anos letivos (2013/14,2014/15 e 2015/16) e, por isso, a sua apreciação pela CAE foi efetuada com grande precaução, uma

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEvez que, neste contexto, leituras generalizadas ou extração de tendências têm de ser apreciadas componderação. Uma análise por UO é efetuada nos próximos parágrafos.A Faculdade de Letras (FLUC) oferece 13 cursos de licenciatura, 31 de mestrado e 16 dedoutoramento. O número total de inscritos nas licenciaturas diminuiu (821, 789, 814), e aumentounos mestrados (185, 185, 246) e nos doutoramentos (58, 72, 99). Todavia quando se analisa aprocura pelo rácio entre os inscritos e as vagas, verifica-se que as licenciaturas têm uma procuraboa e estável, superando a oferta em todos os cursos exceto no de Geografia. No entanto, algunsmestrados e doutoramentos apresentam dificuldade de preenchimento das vagas e, apesar dosaumentos importantes, a população estudantil é baixa. De facto, destes cursos, 20 mestrados e 9doutoramentos, registaram um total de inscritos no 1º ano inferior a 15, nos três anos em análise. Na Faculdade de Direito (FDUC), o número total de inscritos diminuiu nas licenciaturas (702, 739,673) e nos mestrados (330, 351, 288), tendo aumentado significativa e consistentemente nosdoutoramentos (46, 65, 75). De salientar a procura dos cursos de licenciatura que superou o númerode vagas oferecidas nos dois cursos em todos os anos.A Faculdade de Medicina (FMUC) apresenta uma grande discrepância entre os números de vagaspostas a concurso e os números de inscritos no 1.º ano, justificada pelo UC com o ingresso deestudantes em regime de mobilidade. O total de alunos manteve-se sensivelmente constante nos trêsanos de observação (2513, 2487, 2487), com pequenos decréscimos nos mestrados (168, 125, 164) edoutoramentos (211, 198, 159), compensados por ligeiros acréscimos nos mestrados integrados(2134, 2164, 2174).Na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), os números de inscritos nas licenciaturas (2394,2209, 2156), mestrados integrados (3377, 3050, 3146), mestrados (983, 755, 746) e doutoramentos(671, 645, 744), sofreram globalmente uma descida de 8,4% (7425, 6659, 6792), embora comalguma recuperação no último ano letivo em análise. A FCTUC é a maior UO da Universidade e como mais extenso portfólio de cursos, por isso, merecem especial preocupação, os númerosrelativamente baixos de graduados por ano em mestrado e doutoramento. Na Faculdade de Farmácia (FFUC) verificou-se um decréscimo muito ligeiro no número total dealunos (1357, 1324, 1297) nos três anos considerados, com crescimento de 38,5% nas licenciaturas(135, 160, 187) e pequena oscilação nos mestrados integrados (967, 931, 956) e no doutoramentoem Ciências Farmacêuticas (92, 87, 78). O decréscimo global resultou essencialmente da redução donúmero de inscritos em mestrados (163, 146, 76).Na Faculdade de Economia (FEUC), o total de inscritos nas licenciaturas diminuiusignificativamente, cerca de 33% (603, 591, 405), nos mestrados manteve-se igual (232, 278, 232) etambém diminuiu nos doutoramentos (71, 73, 63). Na generalidade os cursos apresentam uma boataxa de ocupação de vagas, maior nas licenciaturas, embora apresente uma tendência decrescente.Os dados dos doutoramentos sugerem uma política de abertura dos cursos em anos alternados e dedificuldade de recrutamento nos cursos de Democracia no Século XX, Economia e Sociologia –Relações de Trabalho, Desigualdades Sociais e Sindicalismo. Na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCE), o número total de alunos decresceu9,1% (1826, 1710, 1660), sobretudo por influência das licenciaturas (471, 439, 384) e mestradosintegrados (951, 915, 867), com relativa estabilização nos mestrados (216, 203, 214) edoutoramentos (188, 153, 195).Na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF), o total de inscritos naslicenciaturas teve uma redução importante nos três anos em análise, 15,7 % (629, 537, 530), muitoacentuada nos mestrados, 44,3% (212, 155, 118), e também significativa nos doutoramentos, 14,8%(61, 53, 52). Nos mestrados, somente o Treino Desportivo para Crianças e Jovens e o Ensino emEducação Física apresentam números de alunos significativos. De salientar a grande desproporçãoentre o número de vagas disponibilizadas e o número de inscritos no 1.º ano, muito embora adesproporção se tenha atenuado entre 2013/14 e 2015/16.No Colégio das Artes (CA), o número total de inscritos é diminuto. No mestrado manteve-se no

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEperíodo (9, 13, 9) e aumentou no doutoramento (16, 11, 18). Este último regista alguma estabilidadeda procura e o mestrado apresenta alguma dificuldade de recrutamento.A oferta formativa do Instituto de Investigação Interdisciplinar (III) inclui 6 cursos de doutoramentoque revelam dificuldade no preenchimento das vagas oferecidas. O número total de alunos inscritosno 1º ano aumentou de 42 em 2013/14 para 48 em 2015/16.A redução da procura da UC por estudantes nacionais irá acentuar-se no futuro próximo, provocadapela evolução demográfica e pelas dinâmicas de desenvolvimento das diferentes regiões do País.Esta adversidade está muito bem diagnosticada pelos órgãos de governo da Universidade. Amagnitude do fenómeno, que poderá traduzir-se numa quebra de 25% de estudantes nacionais nospróximos dez anos, obriga a UC o concentrar-se na implementação de medidas de reposicionamentoinstitucional que, certamente, terão que ir além da procura de estudantes estrangeiros.

B1.3. DiplomadosApreciação geral da evolução do número de diplomados nas Unidades Orgânicas.Com a informação do RAA e a recolhida nas reuniões durante a visita, a CAE analisou a evolução dosdiplomados e da sua empregabilidade por UO, exercício sintetizado nos próximos parágrafos.A FLUC apresenta uma redução do número de diplomados nas licenciaturas (408, 365, 391) eaumento nos mestrados (68, 69, 93) e nos doutoramentos (8, 19, 18). Em geral a taxa de eficiênciaformativa, medida pelo rácio entre o “número de diplomados em cada ano” e o “número deestudantes inscritos nos cursos a dividir pela duração do curso” é baixa. Os graduados destes cursostambém revelam dificuldades no acesso ao mercado de trabalho, com apenas 25,2% a obter empregoaté um ano após a conclusão e 16,1% em atividades profissionais associadas às áreas desses ciclosde estudo.Na FDUC, o número de diplomados diminuiu nas licenciaturas (353, 298, 329) e no doutoramento(10, 8, 7), tendo aumentado nos mestrados (183, 237, 264). Todavia os cursos apresentam taxas desucesso escolar baixas e dificuldade no acesso ao mercado de trabalho, com apenas 26,4% aconseguirem emprego na área dos ciclos de estudo e 27,6% até um ano após a conclusão dos cursos.Na FMUC verifica-se estabilidade nos números de diplomados em mestrado integrado (309, 354,335), mestrado (32, 36, 36) e doutoramento (19, 48, 20). A empregabilidade é elevada,nomeadamente para o mestrado integrado cujo indicador, um ano após a conclusão do curso,cifra-se em 84,3 %.A FCTUC tem indicadores de produção de graduados baixos, sendo decrescentes nas licenciaturas,9,8 % (407, 335, 367), com crescimento significativo nos mestrados integrados, 31,5 % (337, 386,443), e decréscimos relevantes nos mestrados (375, 361, 321) e doutoramentos (99, 83, 80). Aempregabilidade global indicada, um ano após a conclusão da licenciatura é relativamente baixa(44,9 %). A duração média da formação doutoral na FCTUC tem o preocupante valor de 7,9 anos.A FFUC apresenta crescimentos bem visíveis nas licenciaturas (22, 31, 39), mestrados (54, 57, 59) edoutoramentos (2, 8, 18), acompanhados de uma estabilização no mestrado integrado (181, 155,176). 71,3 % dos diplomados terão obtido emprego até um ano após a conclusão do curso.Na FEUC, o número de diplomados nos cursos de 1º ciclo aumentou (305, 296, 316) e diminuiu nosmestrados (178, 163, 154) e nos cursos de doutoramento (24, 31, 21). Em termos gerais apercentagem de estudantes dos diversos ciclos de estudo que concluem os cursos no prazo previstoé baixa. A empregabilidade é de 50,3% até um ano depois da conclusão e 40,5% dos graduados têmemprego em atividade na área dos ciclos de estudo. Na FCDEF, os números de licenciados mantiveram-se sensivelmente estáveis (134, 121, 121), comnúmeros reduzidos nos mestrados, onde a maior expressão se verifica no mestrado em Ensino daEducação Física (68, 50, 42) nos três anos letivos (para totais de 105, 79, 65). As taxas deempregabilidade são baixas, com valores de 45,1 %, um ano após a conclusão da licenciatura.Na FPCE, há a assinalar uma oscilação nos números de diplomados, com redução significativa noterceiro ano letivo de observação nas licenciaturas (113, 125, 85), estabilidade no mestrado

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEintegrado (140, 131, 131), decréscimo com estabilização nos últimos dois anos nos mestrados (93, 77,77) e estabilidade nos doutoramentos (20, 19, 21). A Faculdade indica taxas de empregabilidade de100 %.O III apresenta um aumento do número de diplomados no período (2, 8, 11) e uma baixapercentagem de estudantes a terminar os cursos no prazo previsto. Do total de 21 diplomados nostrês anos, 15 são do curso de Biologia Experimental e Biomedicina. Os diplomados não revelamdificuldade no acesso ao mercado de trabalho.No CA, o número de diplomados no mestrado aumentou no período (3, 5, 8) e diminuiu nodoutoramento (5, 3, 3). Todavia, ambos os cursos apresentam uma baixa percentagem de estudantesa terminar os cursos no período de duração previsto. Os estudantes apresentam uma boa taxa deempregabilidade com 75% inseridos na área do ciclo de estudos e a obterem emprego até 1 ano apósa conclusão.

No RAA é afirmado que a percentagem de alunos que obtém a graduação em mais de 5 anos éinsignificante, bem como, no ponto C4, que esse número tem vindo a decrescer. Verifica-se umaaparente contradição com o que é afirmado em C3, bem como com a referência a uma melhoria dasituação, em resultado das medidas de tutoria implementadas. Neste ponto, é claro que a posição daUC não é acompanhada pela CAE que recomenda a criação, ao nível da Universidade ou das suasUO, de mecanismos específicos destinados a reduzir o abandono e o insucesso escolares.

B2. Corpo docente

B2.1. Adequação em número, qualificação e especializaçãoApreciação geral da adequação do corpo docente das Unidades Orgânicas.Da análise da informação contida no RAA e recolhida durante a visita podem retirar-se as seguintesconclusões:

1. Todas as faculdades cumprem largamente o rácio de estudantes por doutor e por doutor a tempointegral previstos nas alíneas b) e c) do art. 47º do RJIES, (indicadores R1 e R2) com exceção daFDUC, que não cumpre a exigência de um máximo de 30 estudantes por cada doutor calculado emtermos de ETI. 2. O CA e o III não possuem corpo docente próprio. Os docentes que prestam serviço docente nestasUO são cedidos por outras unidades da Universidade. Acresce que, esta cedência de docentes não seencontra contabilizada nas faculdades de origem ou nestas novas estruturas. Esta realidadeimpossibilita a CAE de confirmar o grau de cumprimento das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 47º doRJIES, uma vez que não é possível contabilizar doutores a tempo integral e respetivo ETI, bem comoestabelecer rácios relativos às categorias do corpo docente.3. Todas as faculdades possuem um corpo docente altamente qualificado e especializado nas áreasda sua oferta educativa, sendo por isso mesmo adequado ao cumprimento da sua missãoinstitucional.4. Relativamente ao estabelecido no ECDU sobre o balanceamento entre as categorias da carreiraacadémica e a consequente necessidade de os corpos docentes das instituições universitários teremmais de 50% de professores catedráticos e associados, no total dos docentes de carreira, indicadorR3, a situação da UC é preocupante. De facto, esse indicador varia entre 48,1 %, para a FMUC e18,1 % para a FEUC.Apresentam-se de seguida indicadores sobre o corpo docente das diferentes UO, relativos aosnúmeros de docentes doutorados, bem como dos que integram as categorias superiores da carreiaacadémica

Como já foi explanado no ponto B1.1, os dados relativos ao CA e ao III, constantes do RAA, não

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEpodem ser considerados. Os números de doutores constantes desse documento não podem sercontabilizados como pertencentes a essas UO. De facto, esse pessoal docente é cedido por outrasfaculdades da UC, por outros centros de investigação, integrados na Universidade ou com porentidades com personalidade jurídica independente, como é o caso, entre outros, do Centro deEstudos Sociais (CES).

Faculdade de Letras, FLUC:1 - Número total de estudantes = 28352 - Número total de doutores = 159 (151,6 ETI)3 - Número de doutores a tempo integral = 1434 - Número de professores catedráticos = 215 - Número de professores associados = 316 - Número de professores auxiliares = 90R1 (1/2) = 17,8 – 18,7R2 (1/3) = 19,8R3 (4 + 5) / (4 + 5 + 6) = 36.6 %

Faculdade de Direito, FDUC:1 - Número total de estudantes = 31372 - Número total de doutores = 70 (63,37 ETI)3 - Número de doutores a tempo integral = 654 - Número de professores catedráticos = 115 - Número de professores associados = 96 - Número de professores auxiliares = 46R1 (1/2) = 44,8 (49,5)R2 (1/3) = 48,3R3 (4 + 5) / (4 + 5 + 6) = 30,3 %

Faculdade de Medicina, FMUC: 1 - Número total de estudantes = 24872 - Número total de doutores = 111 (108,7 ETI))3 - Número de doutores a tempo integral = 1054 - Número de professores catedráticos = 275 - Número de professores associados = 246 - Número de professores auxiliares = 55R1 (1/2) = 22,4 (22,8)R2 (1/3) = 23,4R3 (4 + 5) / (4 + 5 + 6) = 48,1 %

Faculdade de Ciências e Tecnologia, FCTUC: 1 - Número total de estudantes = 6792 2 - Número total de doutores = 493 (474,3 ETI) 3 - Número de doutores a tempo integral = 4634 - Número de professores catedráticos = 665 - Número de professores associados = 706 - Número de professores auxiliares = 280R1 (1/2) = 13,8 (14,3)R2 (1/3) = 14,7R3 (4 + 5) / (4 + 5 + 6) = 32,7 %

Faculdade de Economia, FEUC:

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAE1 - Número total de estudantes = 24932 - Número total de doutores = 102 (100,67 ETI)3 - Número de doutores a tempo integral = 994 - Número de professores catedráticos = 85 - Número de professores associados = 106 - Número de professores auxiliares = 78R1 (1/2) = 24,4 (24,7)R2 (1/3) = 25,8R3 (4 + 5) / (4 + 5 + 6) = 18,8 %

Faculdade de Farmácia, FFUC: 1 - Número total de estudantes = 12972 - Número total de doutores = 67 (64,5 ETI)3 - Número de doutores a tempo integral = 624 - Número de professores catedráticos = 85 - Número de professores associados = 146 - Número de professores auxiliares = 37R1 (1/2) = 19,4 (20,1)R2 (1/3) = 20,9R3 (4 + 5) / (4 + 5 + 6) = 37,3 %

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, FPCE: 1 - Número total de estudantes = 16602 - Número total de doutores = 74 (72,3 ETI)3 - Número de doutores a tempo integral = 714 - Número de professores catedráticos = 75 - Número de professores associados = 166 - Número de professores auxiliares = 47R1 (1/2) = 22,4 (22,8)R2 (1/3) = 23,4R3 (4 + 5) / (4 + 5 + 6) = 32,9 %

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, FCDEF:1 - Número total de estudantes = 6502 - Número total de doutores = 24 (24 ETI)3 - Número de doutores a tempo integral = 244 - Número de professores catedráticos = 25 - Número de professores associados = 56 - Número de professores auxiliares = 17R1 (1/2) = 27,1 (27,1)R2 (1/3) = 27,1R3 (4 + 5) / (4 + 5 + 6) = 29,2 %

O indicador R1 varia entre 13,8 e 29,9, evidenciado grande discrepância no peso do corpo dedoutorados nas diferentes UO.Apesar das diferenças referidas, em todas as UO os docentes são confrontados, no processo deavaliação de desempenho, com a sua contribuição pedagógica expressa através das apreciações dosalunos feita no final de cada semestre e em que cada unidade curricular é analisada separadamente.

B2.2. Estabilidade e dinâmica de formaçãoApreciação geral do grau de estabilidade do corpo docente das Unidades Orgânicas.

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Page 19: AINST/16/00024 — Relatório final da CAE · AINST/16/00024 — Relatório final da CAE bem como num vasto conjunto de atividades produzidas por vários grupos ou estruturas da Universidade,

AINST/16/00024 — Relatório final da CAETodas as faculdades mostram possuir um corpo docente próprio e na sua maioria constituído pordoutores com contratos a tempo integral por períodos superiores a 3 anos. A exceção é o Colégio dasArtes que não apresenta corpo docente próprio nem informação sobre a formação dos docentes.A dinâmica de formação deve envolver a valorização completa do docente. Neste contexto,afigura-se como diminuta a presença de docentes da UC como professores visitantes emuniversidades estrangeiras, consubstanciada, apenas em poucos cursos ministrados em conjuntocom instituições estrangeiras. As sabáticas e o recurso a pós-doutoramentos em centros deexcelência no país ou no estrangeiro são mecanismos muito pouco usados pelos docentes. Oscontactos limitam-se a conferências e visitas curtas entre outras iniciativas de reduzida duração.A pirâmide etária do corpo docente revela uma média superior aos 50 anos e rácios muito baixosentre professores catedráticos e associados versus professores auxiliares. Assim, em matéria degestão de recursos humanos, importa adotar medidas urgentes destinadas a rejuvenescer o corpodocente, bem como a valorizar na carreira os que já dela fazem parte.

Perguntas B3. a B5.

B3. InstalaçõesApreciação geral da adequação das instalações das Unidades Orgânicas.De acordo com o RAA, as instalações e equipamentos existentes são adequados às características enecessidades dos ciclos de estudo lecionados. Todavia a CAE foi confrontada com a existência deinstalações exíguas ou inadequadas, como são os casos da FDUC, da FPCE e da FCDEF, bem comocom a plena satisfação com a infraestrutura física existente, como é o caso da FFUC.De facto, se forem considerados rácios de referência internacional de 6 m2/aluno para as áreas dasciências sociais e humanidades, de 12 m2/aluno para as engenharias e de 15m2/aluno para amedicina/ciências da saúde, os mesmos não são cumpridos por várias UO.Por exemplo, as instalações FDUC têm uma localização única e uma dignidade singular associadas àdimensão histórica dos seus edifícios, o que tem grande centralidade na cultura institucional daFaculdade. No entanto essa herança patrimonial não deve ser inimiga do conforto e funcionalidadede gabinetes para docentes e de salas de aula, bem como de espaços de estudo para alunos.A FMUC referiu o inconveniente de as suas instalações estarem repartidas por dois polos (I e III), oque constitui um aspeto negativo em termos operacionais. A FCTUC dispõe de instalações recentes e adequadas, apenas proporcionando pequenas dificuldadespontuais nos departamentos de Arquitetura e Ciências da Vida.A FFUC, quer no RAA, quer nas entrevistas que os docentes tiveram com a CAE, realçou a excelentequalidade e adequação das novas instalações.A FPCE reparte as suas atividades por três edifícios, o que constitui um inconveniente que foidevidamente sublinhado. A dispersão é, pois, grande e ainda agravada pela antiguidade de algumasinstalações.A FCDEF lamenta a insuficiência de instalações apropriadas e o seu mau dimensionamento para onúmero de estudantes. O reduzido número de gabinetes para os docentes está a dificultar oatendimento tutorial dos estudantes e os espaços físicos dos Serviços de Apoio à Gestão situam-senum vão de bancada de um pavilhão polidesportivo. As salas de aula são frias, húmidas e cominadequada arquitetura. A Universidade procurou minimizar estas insuficiências negociando apartilha de instalações com a Escola EB 2/3 Poeta Manuel da Silva Gaio.

B4. Atividades de investigação e desenvolvimentoApreciação geral das atividades de investigação e desenvolvimento nas Unidades Orgânicas.

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEA realidade das diferentes UO da UC é muito diversa e heterogénea no que respeita à estratégia,promoção, desempenho e produtividade científica, bem como da sua integração na oferta formativae nas práticas de interação com a sociedade. Essas diferenças são notórias e estão reportadas tantono RAA como no presente relatório, resultando das especificidades de áreas científicas, percursos eculturas institucionais, bem como da capacidade de mobilização e liderança de professores einvestigadores.Acresce que, uma parte muito significativa da investigação científica da UC e com grandereconhecimento internacional, é protagonizada por unidades de investigação com personalidadejurídica própria, de quem a UC é associada. A relação entre a Universidade e as suas UO com essasunidades merece um exercício e reflexão. Certamente que o atual modelo confere autonomia eflexibilidade de gestão a essas unidades, mas o seu nível de integração na estratégia global da UCafigura-se, em alguns casos como reduzido.

No entanto, neste contexto de diversidade e complexidade de relacionamento interinstitucional,importa assinalar que a necessidade de reforçar a capacidade de investigação e de a mesma serassumida como fator diferenciador das atividades e posicionamento a Universidade, é algofortemente interiorizado na comunidade académica, desde os diferentes níveis a sua hierarquiadirigente aos membros dos seus diferentes corpos, incluindo os estudantes.

Na FLUC, do total de 182 docentes equivalente a 167,0 ETI, apenas 109 e estão integrados emcentros e unidades de investigação avaliadas pela FCT. Destes, apenas 100 estão em unidades comclassificação superior a Very Good.Na FDUC, apenas 63,8% dos docentes estão integrados no Instituto Jurídico da Faculdade de Direito,o qual é uma unidade FCT com classificação Very Good. Na reunião com os docentes, a CAE foiinformada que os docentes indicados no RAA são membros integrados e que todos os docentes sãomembros do Instituto Jurídico. Na FMUC, sobressai o CIMAGO – Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética eOncobiologia, com 56 investigadores, recentemente constituído, mas ainda não avaliado pela FCT.Na FEUC, apenas 27 do total de 107 docentes da Faculdade estão integrados em unidades avaliadaspela FCT e nenhum deles está em unidades com classificação mínima de Very Good.A FCTUC tem um conjunto alargado de centros e unidades de investigação (num total de 15, com363 investigadores), dos quais o CMUC – Centro de Matemática se encontra classificado comOutstanding pela FCT, estando quatro outros centros classificados com Excellent, sete com VeryGood, dois com Good e um com Fair.A FFUC remete para as unidades de I&D no âmbito da Universidade de Coimbra, nas quais os seusdocentes estão integrados.Na FPCE indica que todas as unidades de I&D são membros do IIIUC, estando os respetivosinvestigadores considerados nesta unidade orgânica.A FCDEF está associada ao CIDAF – Centro de Investigação do Desporto e da Atividade Física, com21 investigadores, unidade FCT cuja classificação é de Fair.No III e no CA não é indicado no RAA os centros/ laboratórios associados onde os docentes estãointegrados, remetendo para todas as da UC.

Em face destes dados e da observação feita na visita à UC, não ficou claro para a CAE quais asmedidas destinadas para resolver o problema dos docentes não integrados em centros deinvestigação, quer através de iniciativas específicas das UO, ou por ações genéricas da Universidade.Sobressaiu igualmente a necessidade de evoluir para uma melhor e mais efetiva integração centrosde investigação dotados de personalidade jurídica que, se por um lado não tiram partido dopotencial das faculdades das suas áreas científicas, por outro inibem o desenvolvimento da dimensãode investigação das UO.

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEAssim, a CAE recomenda que a configuração estrutural da investigação na UC seja aperfeiçoada.Com efeito, com base na perceção da falta de informação partilhada entre a UC e estes centros compersonalidade jurídica, o RAA inferiu, inicialmente, que alguns cursos de 3ºciclo não têm o adequadoapoio de atividade de investigação. No entanto, após a visita, constatou-se que tal respaldo existe,sendo garantido pelos referidos centros, embora tal não seja explícita no RAA.

Esta convivência entre centros com e sem personalidade jurídica obriga a uma coordenação de todaa investigação da Universidade, tendo igualmente reflexos na formação pós-graduada, sobretudo aonível doutoral.

B5. Produção artísticaApreciação geral das atividades de produção artística nas Unidades Orgânicas.Neste domínio, apenas o Colégio das Artes apresenta informação no RAA, sendo referido umaintensa programação expositiva. Contudo, a CAE não obteve no RAA ou nas reuniões evidências dasua concretização, embora tenha encontrado destaque na dimensão das publicações e na produçãoreflexiva, bem como na relevância artística de alguns docentes.De facto, a CAE não conseguiu identificar a participação do CA em eventos específicos concretos, dasua iniciativa ou da comunidade, nem obteve evidências da sua relevância na vida artística e culturalda UC, da cidade de Coimbra ou da região, conforme seria esperar de uma UO com vocação emissão assumidas nesta área.

Perguntas B6. a B7.

B6. Prestação de serviços à comunidadeApreciação geral das atividades de prestação de serviços à comunidade (incluindo atividades depromoção cultural, artística e desportiva) nas Unidades Orgânicas.A FLUC tem promovido e desenvolvido atividades de ligação à sociedade, mediante a dinamizaçãode processos de transferência de saber e, também, da definição de estratégias de atuação queconcorram para a valorização económica e social do conhecimento. A Faculdade estabeleceu asseguintes metas neste domínio: i) aumentar em 20% ao ano a assinatura de contratos de prestaçãode serviços; e ii) aumentar em 10% as receitas provenientes de prestação de serviços e cursos nãoconferentes de grau. Destaca-se igualmente a existência do Centro de Línguas e a abertura da FLUCà frequência de unidades curriculares isoladas. As apostas em atividades de promoção cultural,incluem o projeto Casa das Caldeiras e de outras iniciativas destinadas a incentivar ainterculturalidade na UC. Os principais eventos são referidos o RAA.A FDUC tem um reconhecido impacto na vida jurídica nacional. Muitos os seus professores deram econtinuam a dar contributos relevantes para a elaboração da legislação nacional (do Código Civil aoCódigo Penal e ao Código de Processo Penal, do Código do Procedimento Administrativo e do Códigode Processo nos Tribunais Administrativos ao Código das Expropriações, da Lei das CláusulasContratuais Gerais à Lei do Contrato de Agência, entre outros), assim como se revelam assinaláveisos diversos cargos de relevo político-jurídico desempenhos por docentes de direito da UC. A FDUCtambém tem organizado cursos breves (financeiramente enquadrados em prestações de serviços)dirigidos a investigadores estrangeiros, e alguns dos seus docentes começam a exercer a suaatividade de consultoria através da Faculdade, originando a produção de relevantes estudostécnico-jurídicos para a comunidade, contribuindo, de igual modo, para a angariação de receitaspróprias. A FDUC tem assim apostado no desenvolvimento de um conjunto de serviços no âmbitojurídico voltado especificamente para o universo comunitário, onde se incluem atividades deformação não conferente de grau, de consultoria e estudos jurídicos, de investigação aplicada, bem

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEcomo na valorização do compromisso com a comunidade, seja através do desempenho de cargospúblicos seja através da prestação de serviços e funções públicas pelos docentes. Quanto à FEUC, os eventos são organizados por docentes e estudantes dos três graus de ensino.Foram realizados na FE 212 eventos relacionados com atividades letivas, abertos à comunidade e aopúblico em geral, dos quais se destacam a conferência de António Guterres (no âmbito do título deDoutor Honoris Causa concedido pela UC). A FEUC efetua ainda diversas prestações de serviçosespecializadas (PSE), nomeadamente autarquias e outras entidades públicas e privadas. AAssociação para a Extensão Universitária (APEU) colabora com a FEUC na organização de várioscursos e ações de formação oferecidos à comunidade, nomeadamente, “Criação de um Negócio”.O III interage com a sociedade civil através do envolvimento de pessoas convidadas paraparticipação em seminários e workshops cujo público-alvo são as instituições de ensino, deinvestigação, empresas e comunidade em geral, como os listados no RAA.O CA desenvolve as referidas atividades artísticas extracurriculares tais como as exposições, aspublicações, as conferências. Mantém uma colaboração com o Círculo de Artes Plásticas de Coimbrae participa em eventos que resultam da colaboração do CAPC com a UC na sua Bienal Anozero. Deacordo com o RAA, na vertente internacional a ação do CA teve o reconhecimento da suasingularidade e qualidade por personalidades de referência como James Elkins do Art Institute deChicago (membro do Conselho Consultivo do CA). Entre as cinco UO associadas às ciências sociais e humanas não parece ser de grande monta oentrosamento com a atividade económica da região (empresas administração pública), traduzida emcontratos de transferência de conhecimento estáveis e duradouros; antes pelo contrário tudo o que éfeito parece ser mais de natureza pontual. De facto, a exceção das à FDUC, graças talvez à suaprópria natureza e história, onde se verifica um forte entrosamento em particular com todo oprocesso legislativo em Portugal e com o desempenho de um papel destacado no panorama políticonacional.Nas restantes UO, tem-se desenvolvido um apreciável conjunto de interações de âmbito individualou de pequenos grupos, mas a articulação com a comunidade desenvolve-se essencialmente porintermédio de associações de interface, com assinalável ligação a estruturas da região, extensívelem diferentes áreas a outras regiões, e alcançando mesmo um âmbito internacional.A bateria de indicadores que a UC usa para avaliar esta dimensão da atividade lista um conjuntoelevado de iniciativas de natureza, dimensão e impacto muito diversos. No entanto, não quantificamde forma objetiva ao impacto económico ou na criação de emprego associado a essa atividade.Os exemplos do Instituto Pedro Nunes, no domínio da criação de novas empresas e interligação comempresas já instaladas no mercado, ou do envolvimento da UC no projeto Biocant, merecem realceparticular. Estas interações são desenvolvidas ao nível institucional, embora seja possívelestabelecer um envolvimento mais significativo da FCTUC e FFUC nos exemplos referidos,respetivamente.No entender da CAE e com base na informação a que teve acesso, de um modo geral a interaçãocom a sociedade de UO da Universidade de Coimbra fica muito aquém daquilo que a sua massacrítica e percurso histórico potenciam.

B7. Colaboração nacional e internacionalApreciação geral das atividades em cooperação nacional e internacional nas Unidades Orgânicas.O percurso da Universidade de Coimbra e a força do seu nome em termos internacionais potenciauma forte interação com outras instituições nacionais e estrangeiras.Neste domínio, registam-se igualmente fortes assimetrias entre as UO, coexistindo unidades commaior concretização na oferta de cursos em associação nacional ou internacional, bem como outrasum pouco mais fechadas sob si próprias. Nota-se que há uma orientação de abertura estratégica por

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEparte da reitoria, mas esta visão estratégica encontra no terreno graus diferenciados deimplementação.Novamente, razões de ordem histórica estarão, provavelmente, na base desta resistência à mudançae ao desejo de afirmação isolada de cada faculdade na concretização de parcerias nacionais einternacionais. Todavia, é reconhecido em geral que num país da dimensão de Portugal, com amassa-crítica escassa em certas áreas, as parcerias podem potenciar a evolução da qualidade doensino e da investigação.

B8. Sistema interno de garantia da qualidade

B8. Sistema interno de garantia da qualidadeNo caso de existir um ou mais sistemas, a nível da Unidade Orgânica, certificados pela A3ES,preencher o campo B8.1.B8.1. Evolução do sistema (no caso de sistemas certificados a nível de Unidade Orgânica)Apreciação geral da evolução dos sistemas certificados a nível de Unidade Orgânica, desde a suacertificação.Da leitura do RAA e das reuniões, a CAE confirmou que o Sistema de Gestão (SG) está implementadoem todas as UO, que estas estão fortemente empenhadas no desenvolvimento deste sistema ecomprometidas com a aplicação dos princípios de qualidade da UC, cuja concretização eaprofundamento consideram muito positivo para a melhoria global do seu funcionamento.Embora não pareça haver diferenças substanciais na implementação dos referenciais e dosprocessos e procedimentos entre as várias UO, destaca-se pela positiva a criação de uma Comissãode Monitorização Pedagógica em 2015/16 na Faculdade de Economia e a realização de JornadasPedagógicas organizadas pelos estudantes. Parece ter escapado ao SIGQ o estabelecimento de mecanismo de monitorização do grau desatisfação dos alunos de terceiro ciclo. Será de assinalar pela positiva a decisão da reitoria emassociar os representantes dos discentes na análise e monitorização dos resultados dos inquéritosaos alunos no final de cada semestre.

B8.2. Breve descrição do sistema (no caso de sistemas não certificados a nível de UnidadeOrgânica)Apreciação geral do estado de desenvolvimento dos sistemas definidos a nível de Unidade Orgânicanão certificados pela A3ES.Não aplicávelB8.3. Contributo da Unidade Orgânica para o funcionamento do sistema (no caso desistema a nível da Instituição)Apreciação do contributo das Unidades Orgânicas para o funcionamento do sistema interno degarantia da qualidade da Instituição.O Sistema de Gestão (SG) está centralizado e as diversas UO participam na implementação dos seusprincípios orientadores, bem como na promoção do seu funcionamento, contribuindo para promoçãode uma cultura de qualidade no contexto da UO alinhada com os princípios e boas práticas ao nívelda UC. Todas as UO seguem o modelo de planeamento, monitorização, avaliação e melhoria definido para aUC, ainda que com adaptações pontuais ao seu contexto específico. Este envolvimento da UO nofuncionamento regular do Sistema traduz-se também na promoção da participação das partesinteressadas nos processos de melhoria contínua, particularmente notória ao nível da gestão daqualidade pedagógica. Nesse contexto as UO asseguram a promoção da participação dos estudantes e dos docentes nos

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEinquéritos pedagógicos, de modo a alcançar a taxas de resposta ambicionadas pela UC. Promovemainda o preenchimento adequado da totalidade dos relatórios de autoavaliação dos ciclos de estudo,por parte dos respetivos coordenadores. Os resultados destes processos de auscultação eautoavaliação, incluindo a análise da informação qualitativa reportada quer pelos docentes querpelos estudantes no contexto dos inquéritos pedagógicos, são analisados anualmente pela Direção,com apoio do DQ e envolvendo, sempre que adequado, outras partes interessadas (PI),nomeadamente os elementos do Conselho Pedagógico. Este processo culmina na realização de uma reunião anual de balanço e reflexão, com envolvimentodas várias PI e posterior elaboração do relatório de autoavaliação da UO, seguindo o modelo definidopara a UC, e que integra, para além de uma SWOT simplificada, a definição das ações de melhoriaque a UO considera que devem ser privilegiadas no ano seguinte, e cuja implementação émonitorizada pela direção da UO, pela DAMC e pelo elemento da equipa reitoral que tutela oSistema. A página web da UO assegura a divulgação de uma hiperligação para a página web do Sistema,permitindo assim que estudantes, docentes, investigadores e técnicos da UO, entre outras PI,tenham acesso à informação mais relevante no âmbito da promoção de uma cultura de qualidade naUC. Sempre que necessário, a divulgação é reforçada através da publicação de conteúdos na própriapágina do CA, como acontece por exemplo com a publicação dos vídeos com as ações de melhoriaimplementadas na UO na sequência da análise dos resultados dos inquéritos pedagógicos. A promoção da qualidade remete sistematicamente toda a Universidade para o desenvolvimentocíclico dos processos de planeamento, monitorização, avaliação e retroação, com vista à excelênciaem toda a sua atuação. Este desiderato só pode ser alcançado com o comprometimento pleno detodas as UO. Este comprometimento das UO com os princípios de gestão da qualidade na UC jápermitiu identificar, documentar e implementar inúmeras ações que têm contribuído gradualmentepara a melhoria global das UO.

B9. Apreciação global, pontos fortes, pontos fracos e recomendações demelhoria

B9.1. Apreciação global das Unidades OrgânicasApreciação global da organização e funcionamento das Unidades Orgânicas.Dos elementos recolhidos durante as reuniões da visita e no RAA, assim como da reflexão realizadanos pontos anteriores deste relatório, resulta a seguinte apreciação global das unidades orgânicas:- a oferta formativa é muito extensa, diversificada e adequada à missão da Universidade, ondecoexiste um esforço de interdisciplinaridade com o modelo orgânico tradicional, identificando-se anecessidade de realizar uma reflexão séria sobre a reorganização da oferta nalgumas áreas e dedescontinuidade de alguns ciclos de estudo, nomeadamente alguns dos que apresentam reduzidaprocura;- a procura dos cursos é estável, embora se observe uma tendência para a redução do número deestudantes inscritos.;- a redução do número de estudantes diplomados nos cursos de 1º ciclo, verifica-se em quase todasas faculdades, algumas das quais também revelam dificuldades na colocação dos seus estudantes nomercado de trabalho.- o corpo docente, apesar de envelhecido, é altamente qualificado e especializado e na sua maioriaconstituído por doutores a tempo integral contratados por períodos superiores a três anos; noentanto, não cumpre o indicador da percentagem de professores catedráticos e associados no totalde professores de carreira; acresce que três UO não cumprem os rácios de estudantes por doutorprevistos no RJIES.- as instalações, infraestruturas e equipamentos existentes são maioritariamente adequados ao

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEcumprimento das atividades e às caraterísticas dos ciclos de estudos lecionados, embora apresentemalgumas fragilidades de conservação que importa superar, bem como insuficiências em algumas UO;- a realidade da investigação é muito diversa e heterogénea, sendo que uma parte muito significativae com grande reconhecimento internacional é realizada em unidades com personalidade jurídicaprópria de quem a UC é associada; todavia, esta complexidade não afeta o contato dos estudantescom a investigação que parece assegurado, mesmo ao nível dos cursos de 1º ciclo;- apenas o CA apresentou informação sobre produção artística, embora não tenha conseguidoapresentar evidências da relevância dos seus eventos para a vida artística e cultural da UC, dacidade ou da região de Coimbra;- o RAA apresenta uma extensa lista de projetos de prestação de serviços à comunidade e deprotocolos de colaboração nacional e internacional com diversas instituições universitárias e deinvestigação; no entanto, a Universidade não tem indicadores quantitativos do seu impacto,nomeadamente na economia regional.- o Sistema Interno de Garantia da Qualidade (SIGQ) está centralizado e as diversas UO participamna implementação dos seus princípios orientadores, bem como na promoção do seu funcionamento,contribuindo para criação de uma cultura de qualidade no contexto das UO, alinhada com osprincípios e boas práticas ao nível da UC.

B9.2. Áreas de excelênciaIdentificação de áreas de excelência.Os elementos descritos ao longo desta parte do relatório revelam que todas as UO têm áreas deexcelência. Por isso a CAE decidiu referenciar apenas aquelas que considera de maior relevância emtermos do seu impacto institucional:

Na Faculdade de Letras (FLUC): o Centro de Línguas e o projeto Casa das Caldeiras e outrasiniciativas destinadas a promover a interculturalidade na Universidade de Coimbra e a mudança naspráticas pedagógicas.Na Faculdade de Direito (FDUC): o reconhecimento como instituição de referência para a justiça e amagistratura portuguesas, a criação da Escola de Jurisprudência e a qualidade de prestação deserviços à comunidade na área legislativa.Na Faculdade de Medicina (FMUC): o reconhecimento como instituição de referência para amedicina portuguesa com vários grupos de referência internacional em prática hospital e eminvestigação, protagonizada por unidades independentes como é o caso do CNC.Na Faculdade de Economia (FEUC): a oferta formativa fortemente consolidada a nível nacional einternacional, beneficiando da sua multidisciplinaridade e grande atratividade para estudantes emmobilidade e estudantes internacionais.Na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC): a abrangência da oferta formativa e deinvestigação nos domínios da ciência e da tecnologia que potencia abordagens multidisciplinaresessenciais à resolução de grandes desafios societais.Na Faculdade de Farmácia (FFUC): a capacidade de produção de medicamentos à escala piloto queé singular no contexto nacional. No Colégio das Artes (CA): a capacidade para potenciar áreas de saber dispersas endógenas eexógenas através da presença regular de docentes e conferencistas.No Instituto de Investigação Interdisciplinar (IIIUC): A interdisciplinaridade do ensino ministrado e arelação entre o ensino e a investigação através da disponibilidade de instalações e equipamentosdidáticos e científicos assegurados pelos centros de investigação.No entanto, tendo em conta os quatro critérios indicados pela A3ES, para a identificação de áreas deexcelência, nomeadamente:a) existência de sistema interno de garantia de qualidade certificado;b) não existência de ciclos de estudos não acreditados, ao longo do primeiro ciclo de acreditação;

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEc) corpo docente adequado em número e qualificado;d) existência de centro(s) de investigação com uma classificação mínima de pelo menos Muito Bom;nenhuma UO os cumpre integral e cumulativamente.

B9.3. Áreas com fragilidadesIdentificação de áreas com fragilidades específicas.Pela análise do RAA e da informação recolhida nas reuniões durante a visita a CAE identificou, emcada uma das faculdades, as seguintes principais fragilidades:- elevado número de ciclos de estudos com reduzido número de estudantes inscritos, o que sugere anecessidade de reflexão sobre a oferta formativa e sobre as estratégias de divulgação dos cursos;- redução do número de diplomados e elevadas taxas de insucesso e abandono escolarprincipalmente nos cursos de 1º ciclo;- número significativo de docentes não integrados em unidades de investigação bem classificadas;- algumas unidades de investigação com classificação FCT inferior a Muito Bom;- envelhecimento do corpo docente e não cumprimento do rácio de professores catedráticos eassociados no número total de docentes de carreira;- não cumprimento do rácio de estudantes por doutor, na FDUC;- insuficiente enquadramento e reconhecimento institucional da atividade de prestação de serviços;- insuficiente harmonização das metodologias de distribuição de serviço docente que provocadesconfiança e dificuldade de articulação com as outras componentes de missão onde os docentes seenvolvem;- reduzida preocupação com a produção artística;- reduzida interação entre as faculdades e insuficiente partilha de recursos;- reduzida mobilidade dos docentes.

De acordo com o anteriormente exposto, recomenda-se para todas as UO a intensificação damobilidade de docentes e estudantes para centros de excelência de ensino e investigação,nomeadamente em sabáticas ou programa de pós-doutoramento, por período não inferiores a seismeses. Esta evolução deverá acontecer mantendo equilibrada a relação entre entradas e saídas depessoal em mobilidade e aumentando o número de colaborações e de projetos de cooperação cominstituições e empresas nacionais e internacionais.

B9.4. Recomendações de melhoriaRecomendações de melhoria da organização e funcionamento das Unidades Orgânicas.Ver C4

B10. Observações

B10. ObservaçõesA CAE analisou com apreço a pronúncia da UC sobre o Relatório Preliminar, tendo consideradomuito positivas as evoluções referidas em diferentes dimensões da atividade da Universidade. Oquadro de referência associado a este processo de avaliação institucional encerra uma fortecomponente autoavaliação e de subsequentes processos de melhoria que a Universidade está aexecutar e que importa salientar. O entendimento da CAE sobre os pontos dessa pronuncia éexplicitado se seguida.

II. RESPOSTA À RECOMENDAÇÃO FINALa) A cumprir no imediatoIncluir na página web os relatórios de autoavaliação dos cursos submetidos à acreditação, conforme

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEprevisto no artigo 16.º da lei 38/2007 de 16 de agostoA CAE regista o esforço da UC em garantir o cumprimento do requisito legal em causa. No entanto,a 15 de novembro, este incumprimento subsistia em várias unidades orgânicas, nomeadamente:FLUC, FDUC, FMUC, FFUC, FCTUC, FPCE, CA e III. Neste contexto, os termos do Relatório sobreeste assunto mantêm-se atuais e pertinentes.

b) A cumprir no prazo de 3 anosRácio de estudantes por doutor na Faculdade de Direito, previsto nas alíneas b) e c) do n.º 1 doartigo 47.º do RJIES.A CAE regista com apreço a evolução positiva neste domínio reportada pela UC. No entanto, afragilidade identificada mantém-se, correspondendo ao incumprimento do art 47.º do RJIES quedeverá ser aplicado a cada unidade orgânica. Assim, a CAE mantém os termos do seu RelatórioPreliminar. As medidas entretanto tomadas pela UC para ultrapassar esta situação demorarão aindaalgum tempo a efetivar-se, o que só acontecerá após conclusão dos referidos concursos para pessoaldocente e subsequente contratação das pessoas selecionadas.

Situação específica das unidades orgânicas de ensino e investigação Colégio das Artes e Instituto deInvestigação InterdisciplinarA CAE reconhece a especificidade destas unidades orgânicas e, como referido no RelatórioPreliminar, o potencial de estruturas transversais na promoção de abordagens multidisciplinarescientificamente robustas. No entanto, a UC deverá clarificar os mecanismos de afetação do pessoaldocente envolvido e conformar o estatuto destas unidades com o quadro legal vigente. Nestecontexto, a CAE mantém o enunciado do seu Relatório Preliminar.

III. RESPOSTA ÀS FRAGILIDADES E ÀS RECOMENDAÇÕES DE MELHORIARejuvenescimento do corpo docente e melhoria do rácio do número de professores associados ecatedráticos face ao número total de docentes de carreiraA CAE regista com apreço a intenção da UC em ultrapassar esta fragilidade, comum a muitasinstituições de ensino superior portuguesas, integrando e consumando na sua estratégia de atuaçãomedidas tendentes a promover o rejuvenescimento do seu corpo docente. No entanto, a dimensão dodesafio em causa exige um esforço significativamente maior que o referido, a efetivar de formapersistente ao longo dos próximos anos.

Investigação e desenvolvimentoA CAE reconhece os resultados positivos obtidos por algumas unidades orgânicas, nomeadamentetendo em conta os resultados da última avaliação FCT. No entanto, a heterogeneidade na produção científica das diferentes unidades orgânicas persiste,havendo unidades que mantêm um desempenho insuficiente.

Serviços de apoioA CAE regista com apreço a intenção da UC em ultrapassar esta fragilidade. As medidas referidas,sendo positivas, deverão ser consumadas de modo persistente, por forma a tornarem-se evidentes nodesempenho da Universidade.

InstalaçõesA CAE reconhece, como fez no Relatório Preliminar, o trabalho meritório da UC na compatibilizaçãoda aposta em instalações funcionais, com um grande esforço de preservação do seu patrimóniohistórico. No entanto, as fragilidades ao nível de algumas unidades orgânicas, nomeadamente naFCDEF, persistem e deverão ser alvo de ações específicas por parte da Universidade.

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEResolução 42/2015 da A3ES, que estabelece a revogação dos ciclos de estudos em funcionamentoque não estejam a receber novos alunos.É entendimento da CAE que esta situação não resulta unicamente de cursos de mestrado que sãoabertos de dois em dois anos, havendo cursos que, efetivamente, não estão a receber novos alunos.

Produção artísticaA CAE reconhece os argumentos da UC nesta resposta e regista com apreço as atividades referidas.No entanto, o potencial material e imaterial da Universidade e realidade da sua envolvente criamexpetativas para um metabolismo muito maior da Universidade na vivência cultural da suaComunidade Académica e da Cidade e da região em que está inserida.

Perda de atratividade da UC na formação inicialResposta baseada no resultado de um ano que não explica a diminuição consistente das notas deentrada ao longo dá última década. De facto, a resposta da UC parece querer relativizar umasituação que se afigura como preocupante e que poderá ser gravosa para o futuro da Instituição.Neste contexto, a CAE mantém o enunciado do Relatório Preliminar, e reforça a pertinência desteassunto no futuro da Universidade.

Atividade de prestação de serviços no tecido socioeconómico envolvente e seu impacto económico ouna criação de empregoA CAE regista positivamente o teor da resposta da UC, que não altera o enunciado do RelatórioPreliminar.

Sistema Interno de Garantia da Qualidade (SIGQ)A CAE não encontrou evidência dessa monitorização ao nível do terceiro ciclo, tendo mesmo sidoconfrontada com informação em sentido contrário.

Discrepâncias de números no Relatório Preliminar A CAE agradece estas e outras correções de que o Relatório possa ser alvo.

Áreas de ExcelênciaTendo em conta que se entende por “corpo docente altamente qualificado” a existência de um rácioentre a soma de professores catedráticos e associados e o total de professores de carreira superior a50%, subsiste a situação de nenhuma das unidades orgânicas da UC cumprir cumulativamente todosos critérios definidos pela A3ES.

III - Apreciação global da instituiçãoPerguntas C1. a C5.

C1. Apreciação globalApreciação global da Instituição.O conjunto de informações recolhidas pela CAE durante a visita, confirma os dados apresentados noRAA, bem como o esforço da UC em ultrapassar as dificuldades inerentes ao funcionamento de umaUniversidade que, não obstante o seu percurso histórico e de se situar numa zona privilegiada dacidade de Coimbra, enfrenta uma forte concorrência de outras instituições de ensino superior, aosníveis regional e nacional, o que recomenda uma análise contínua do projeto educativo e da suaadaptação aos contextos que resultam da própria evolução do ensino superior.

Em termos genéricos, a CAE sintetiza a sua apreciação nos seguintes pontos:

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAE1. Embora o projeto educativo da UC deva ser melhorado através de uma orientação mais precisa ediferenciadora, apresenta-se como adequado à missão e objetivos de uma instituição de ensinosuperior.2. A UC possui órgãos de governo, aos níveis da Instituição e das faculdades, que funcionamregularmente e estão de acordo com a legislação nacional relativa ao ensino superior.3. A autonomia científica e pedagógica da Universidade e das faculdades está assegurada pelosrespetivos Estatutos e pelo modelo de governação descentralizado em funcionamento.4. Os Estatutos asseguram a representação dos estudantes e dos docentes nos órgãos de gestãopedagógica e científica.5. O Sistema de Gestão está certificado pela A3ES como Sistema Interno de Garantia da Qualidade.6. O Sistema de Informação tem capacidade para recolher, tratar e divulgar informação de apoio àgestão e permite gerar os indicadores institucionais, incluindo os de monitorização do PlanoEstratégico e dos Planos de Atividades.7. A política de captação de estudantes tem garantido uma relativa estabilidade da procura damaioria dos cursos que constituem a oferta formativa, embora se observe uma tendência para aredução do número de estudantes inscritos.8. As taxas de insucesso e de abandono escolar são significativas e precisam de intervenção e deações de melhoria.9. Embora exista monitorização e políticas de apoio à inserção dos diplomados no mercado detrabalho, existem dificuldades de empregabilidade em vários cursos.10. O corpo docente é qualificado, mas está envelhecido.11. Embora exista política científica institucional, não parece suficientemente adequada ouimplementada.12. A dimensão e o potencial da Universidade recomendam a articulação dos seus centros deinvestigação, no contexto de uma estratégia institucional, promovendo a melhoria da qualidade dasestruturas de investigação e a motivação generalizada dos docentes para aumentarem, qualitativaquantitativamente, a produção científica.13. A Universidade é particularmente complexa na multiplicidade de instituições que constituem oseu universo, nomeadamente nas unidades de investigação e de interface, o que dificulta odesenvolvimento de estratégias cientificas integradas; esta realidade é agravada pela insuficiênciado sistema de informação de suporte à atividade de investigação.14. A política de prestação de serviços traduz-se num vasto leque de colaborações com acomunidade e no importante papel da UC na cidade e na região;15. A Universidade tem vindo a desenvolver projetos institucionais estratégicos e inovadores, como éo caso dos III (Instituto Interdisciplinar de Investigação), mas cuja consolidação carece doaprofundamento do seu posicionamento institucional e de uma melhor definição organizacional.16. A política de captação de receitas próprias é adequada e relevante para completar asnecessidades orçamentais da Instituição.17. A política de colaborações nacionais é conhecida e privilegia as relações com as instituiçõesregionais e com as dos países da CPLP.18. No Plano Estratégico a internacionalização é assumida como um eixo prioritário transversal dedesenvolvimento, dando prioridade à captação de estudantes dos países da CPLP.19. As instalações são na sua maioria adequadas ao desempenho das diferentes tipologias deatividades, embora tenham sido identificadas insuficiências nas instalações de várias UO, seja emresultado a obsolescência das mesmas ou do grande crescimento do respetivo número de estudantes.20. A oferta de serviços de ação social é grande e diversificada, capaz de responder às necessidadesinternas.21. Na informação para o exterior é privilegiada a página web da Instituição que oferece uma vastagama de informação sobre a oferta formativa e sobre a atividade da UC, cumprindo os requisitoslegais em vigor.22. O sistema de planeamento, que inclui o Plano Estratégico e a sua monitorização, é assumido

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEcomo um importante instrumento de apoio à gestão, mas que carece ainda de implementação eintegração em algumas UO.

C2. Pontos fortesPontos fortes da organização e funcionamento da Instituição.Considerando a informação contida no RAA e a recolhida durante as reuniões ocorridas durante avisita, a CAE identificou os seguintes pontos fortes na UC:

- A visão estratégica clara sobre a Universidade dos seus responsáveis máximos, partindo de umdiagnóstico lúcido das principais ameaças ao desenvolvimento da Instituição.- A monitorização das atividades e o desempenho institucional, bem como das suas unidadesorgânicas, através de uma extensa bateria de indicadores de planeamento estratégico. - A disponibilidade do corpo docente para interação com os estudantes.- A existência de centros de investigação de excelência com grande reconhecimento internacional.- A indexação de revistas e livros editados pela Universidade em bases de dados bibliográficas dereferência internacional.- O impacto regional em termos de projetos de desenvolvimento, de capacitação de empresas, deformação académica e profissional de quadros do tecido económico e social, de criação de empregoe atração de novas empresas, de transferência de conhecimento, de desenvolvimento regional.- O bom índice de captação de receitas próprias.- O Sistema Interno de Garantia da Qualidade que está certificado pela A3ES.

C3. Pontos fracosPontos fracos da organização e funcionamento da Instituição.Considerando a informação contida no RAA e a recolhida durante as reuniões ocorridas durante avisita, a CAE identificou como pontos a merecerem maior atenção institucional, os seguintes:

- Fraca atratividade de alguns cursos de mestrado e de doutoramento que constituem a ofertaformativa de algumas faculdades e reduzida atenção à inovação pedagógica e à introdução de novasmetodologias de ensino e aprendizagem.- O envelhecimento do corpo docente.- O baixo valor dos indicadores de valorização da carreira docente – rácio (Catedrático + Associados)/ docentes de carreira.- Os elevados níveis de insucesso e abandono escolar e o insuficiente acompanhamento dessarealidade.- Os baixos níveis de mobilidade de discentes e docentes.- O Colégio das Artes, a Faculdade de Direito e o Instituto de Investigação Interdisciplinar nãocumprem os requisitos legais exigidos a uma unidade orgânica pelo RJIES.- Não cumprimento do rácio do número de professores associados e catedráticos face ao númerototal de docentes em quase todas as UO.- Insuficiente aprofundamento de metodologias de distribuição de serviço docente que as tornemmais equitativas face às outras componentes da missão onde os docentes também se envolvem.- Reduzida preocupação com a produção artística.- Reduzido número de cursos em parceria nacionais e internacionais e entre as diferentes UO.- Insuficiente alinhamento dos centros de investigação com a estratégia da UC.

C4. Recomendações de melhoriaRecomendações de melhoria da organização e funcionamento da Instituição.As recomendações de melhoria decorrem, fundamentalmente, da superação dos itens anteriormente

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEassinalados, especialmente os que estão identificados no ponto “C3. pontos fracos”. Assim, asprincipais recomendações são as seguintes:

- Adaptar continuamente a oferta formativa às mudanças sociais, económicas, culturais etecnológicas, incluindo aos desafios de novas metodologias de aprendizagem e ensino, bem como àapropriação mais alargada de competências transversais e ao reforço da ligação aos diversos setoresda sociedade; em particular, proceder à revisão dos cursos de mestrado e de doutoramento, deforma a aumentar a sua atratividade.- Aprofundar as abordagens e as práticas multidisciplinares.- Consolidar as medidas de combate ao abandono e insucesso escolar, incluindo a melhoria dascondições de estudo e de alojamento dos estudantes.- Tomar medidas para garantir o aprofundamento da ligação entre o ensino e a investigação,nomeadamente ao nível dos cursos de 1º ciclo.- Elaborar plano de contratação orientado para o rejuvenescimento do corpo docente e darcontinuidade ao esforço para melhorar o rácio do número de professores associados e professorescatedráticos face ao número total de docentes de carreira.- Melhorar a colaboração entre as estruturas centrais e as UOEI na definição de políticasinstitucionais e na sua implementação através de uma política partilhada em diversos setores,inclusive no recrutamento de estudantes estrangeiros (internacionais ou de mobilidade). Emparticular, sem prejuízo da arquitetura de governo e da gestão parecer apropriada, deveráaprofundar o equilíbrio entre políticas institucionais integradas e a autonomia das UOEI (porexemplo, contratação de docentes, internacionalização, política de investigação…).- Rever a articulação operacional entre o nível central e o nível das UOEI, incluindo a que resulta dadistância entre os três campi. Foi particularmente frisada a dificuldade de resposta, em tempo eeficácia, do Gabinete de Apoio a Projetos às necessidades das várias áreas de investigação,sobretudo no plano das candidaturas e dos relatórios de execução de projetos. Sugere-se a revisãoda estrutura de unidades e serviços centrais, reforçando o apoio à investigação e aos percursosacadémicos.- Atender a preocupações manifestadas pelos estudantes no que diz respeito a espaços de estudo,aos recursos da biblioteca (bibliográficos e informáticos), ao apoio à alimentação nos fins de semanae para os alunos em regime pós-laboral, e às acessibilidades para os estudantes com dificuldades demobilidade.- Melhorar o Sistema de Informação, nomeadamente na Intranet.- Monitorizar regular e eficazmente os graduados e a sua situação face ao emprego.- Implementar um mecanismo de monitorização da informação sobre a oferta de CE abrangidos pelaResolução 42/2015 da A3ES.- Revisitar o Plano Estratégico, traçando novas metas e novos objetivos que se apoiem numa análisecuidada da dificuldade de atingir os objetivos do Plano Estratégico 2020 que, de todo, não se irãoconcretizar.

C5. Recomendação Final(Acreditar, Acreditar com condições, Não Acreditar)Atendendo à apreciação global positiva descrita em C1., aos pontos fortes enunciados e à diminutaexpressão dos pontos fracos, a CAE considera que a Universidade de Coimbra cumpre os requisitosde funcionamento previstos na lei, pelo que propõe a sua acreditação condicionada ao cumprimentodas seguintes condições:

a) A cumprir de imediato:Incluir na página web os relatórios de autovaliação dos cursos submetidos à acreditação conformeprevisto no artigo 16º da lei 38/2007 de 16 de agosto.

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AINST/16/00024 — Relatório final da CAEb) A cumprir no prazo de 3 anos:O cumprimento do rácio de estudantes por doutor na Faculdade de Direito conforme previsto nasalíneas b) e c) do nº1 do artigo 47º do RJIES.Clarificar com a A3ES a situação específica das unidades orgânicas de ensino e investigação Colégiodas Artes e Instituto de Investigação Interdisciplinar.

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