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.... DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO DE RUAS DE PETROLINA - PE Paulo César Fernandss Lima* Viseldo Ribeiro de Oliveira·· Clóvis Eduardo de Souza Nascimento** Salvador Barros Torres*** RESUMO - Com objetivo de avaliar as caracteristicas de arboriza ção de petrolina - PE, procedeu-se inventário total dos indivi~ duos nas ruas da cidade, identificando 71 espécies, num total de 8876 árvores. Dez espécies representam 90,53% da população arbórea sendo a frequência de Terminalia catappa 49,89%. Reali- zou-se a avaliação qualitativa, a nivel de 95% de probabilidade e 10% do erro, em 1066 árvores (36 espécies), provenientes de 60 amostras de 250 m de calçada efetivamente arborizadas. Inde- pendente da espécie, 63% das árvores foram classificadas emboas condições de qualidade, 61% com raizes profundas, 37% com infes tação de insetos, e 16% sofreram podas drásticas. Entre árvore~ de uma mesma espécie, Delonix regia apresentou maior porcenta- gem (51%) de raizes superficiais, Prosopis juliflora (49%) de individuos com podas drásticas, e Cassia siamea (62%) com infe~ tação de insetos. Os plantios foram realizados a distância mé- dia de 0,39 m do meio fio. A área livre de crescimento, o espa- çamento entre árvores, e a altura do primeiro galho, a exceção de T. catappa, estão abaixo dos padrões recomendados. Foi cons- tatado que 436 árvores (41%) foram plantadas sob fiação elétri- ca, a uma distância média de 0,29 m de sua projeção. ABSTRACT - The objetive of the study was to evaluate the characteristic of urban tree plantings in Petrolina, State of Pernambuco, Brazil. Based on a total inventory 71 epecies were identified within 8876 trees planting in the town's streets.Ten species represented 90,53% of the arborium population, where 49,89% of the trees are Terminalia catappa. The quality of the urban trees was evaluated through an inventory of 10% confidence limit and 0,05 probability level. A total of 1066 trees, from 60 plots of 250 m of sidewalk each, were sampled. Independently of species, 63% of the trees were classified as good conditioned, 61% deep roated, 37% insect affected, and 16% drastic prunned. Within species, 51% of Delonix regia showed superficial roots, 49% of Prosopis juliflora unproper canopy pruning, and 62% of * Eng. Florestal, M.Sc., Pesquisador EMBRAPA!CPATSA ** Eng. Florestal, B.Sc., Pesquisador EMBRAPA!CPATSA *** Eng. Agr., B.Sc., Pesquisador EMPARN!CPATSA 41 11"1 111 I, I' til' I 11 I i I 1I ' I. ' 1;111 11 11II IJ

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DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO DE RUAS DE PETROLINA - PE

Paulo César Fernandss Lima*Viseldo Ribeiro de Oliveira··

Clóvis Eduardo de Souza Nascimento**Salvador Barros Torres***

RESUMO - Com objetivo de avaliar as caracteristicas de arborização de petrolina - PE, procedeu-se inventário total dos indivi~duos nas ruas da cidade, identificando 71 espécies, num totalde 8876 árvores. Dez espécies representam 90,53% da populaçãoarbórea sendo a frequência de Terminalia catappa 49,89%. Reali-zou-se a avaliação qualitativa, a nivel de 95% de probabilidadee 10% do erro, em 1066 árvores (36 espécies), provenientes de60 amostras de 250 m de calçada efetivamente arborizadas. Inde-pendente da espécie, 63% das árvores foram classificadas emboascondições de qualidade, 61% com raizes profundas, 37% com infestação de insetos, e 16% sofreram podas drásticas. Entre árvore~de uma mesma espécie, Delonix regia apresentou maior porcenta-gem (51%) de raizes superficiais, Prosopis juliflora (49%) deindividuos com podas drásticas, e Cassia siamea (62%) com infe~tação de insetos. Os plantios foram realizados a distância mé-dia de 0,39 m do meio fio. A área livre de crescimento, o espa-çamento entre árvores, e a altura do primeiro galho, a exceçãode T. catappa, estão abaixo dos padrões recomendados. Foi cons-tatado que 436 árvores (41%) foram plantadas sob fiação elétri-ca, a uma distância média de 0,29 m de sua projeção.

ABSTRACT - The objetive of the study was to evaluate thecharacteristic of urban tree plantings in Petrolina, State ofPernambuco, Brazil. Based on a total inventory 71 epecies wereidentified within 8876 trees planting in the town's streets.Tenspecies represented 90,53% of the arborium population, where49,89% of the trees are Terminalia catappa. The quality of theurban trees was evaluated through an inventory of 10% confidencelimit and 0,05 probability level. A total of 1066 trees, from60 plots of 250 m of sidewalk each, were sampled. Independentlyof species, 63% of the trees were classified as good conditioned,61% deep roated, 37% insect affected, and 16% drastic prunned.Within species, 51% of Delonix regia showed superficial roots,49% of Prosopis juliflora unproper canopy pruning, and 62% of

* Eng. Florestal, M.Sc., Pesquisador EMBRAPA!CPATSA** Eng. Florestal, B.Sc., Pesquisador EMBRAPA!CPATSA*** Eng. Agr., B.Sc., Pesquisador EMPARN!CPATSA

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Cassia siamea insect presence. Among quality parameters thetree-to-curb distance was abserved to be 0,39m. The space fordevelopment, the distance between trees, and heigth of thefirst branch were bellow the desired standards. Four hundredthirty six trees (41%) were planted under electric wires, witha 0,29m projection distance.

com essas condições, ou planta-se árvores de pequeno porte outer-se-á a contingência de sujeitá-Ias a podas deformantes. PA-LERMO JUNIO (1987) chama aatenção para a coexistência harmõnicaque deve existir entre o sistema elétrico e arborização.

Em função da adaptabilidade climática das espécies utÜiza-das, resistência às pragas e doenças, /"s'istemaradicular, formae dimensões da copa, bem como espaço fisico disponivel, o pre-sente trabalho tem por objetivo avaliar e analisar as caracte-risticas técnicas de arborização da cidade de Petrolina. Estasinformações servirão de subsídios a planos de arborização de novas áreas e ao manejo dos plantios já existentes.

1. INTRODUÇÃO

Os beneficios proporcionadas pelo plantio de arvores em rua~parques, jardins e quintais, são inúmeros. Agem como elementopromotor da renovação do oxigênio do ar, reduzem a poeira levantada por pedestres e veiculos e amenizam a poluição sonora,amo;tecendo os ruidos estridentes. Proporcionam, ainda, proteçãocontra o sol e ventos excessivos, contribuindo com sua sombrapara a redução da temperatura ambiente (SANTIAGO, 1983; CRESTA-NA, 1984; MILANO, 1984). A existência de áreas verdes nos cen-tros urbanos e adjacências, é de suma importância para a estab~lidade emocional do ser humano (NEVES, 1975).

Segundo MILANO (1984), arborizar uma cidade não significaapenas plantar árvores em suas ruas. Compreende-se por arborização urbana o conjunto de terras públicas e particulares com co~bertura arbórea que uma cidade apresenta. Neste sentido, compe-te à administração pública o planejamento "e controle das áreasverdes e o de arborização de ruas.

No planejamento de áreas verdes, GRIFFITH & SILVA (1987) consideraram como fundamental a localização da área, função princIpaI do sistema, plano diretor, quantidade de espaço verde porhabitante e os recursos disponiveis. Na arborização de ruas, deve-se conhecer o ambiente urbano, o espaço fisico disponivel eas características das espécies a utilizar (MILANO, 1987).

Entre as características mais importantes na escolha da esp~cie, SOUZA (1969) e SANTIAGO (1983) recomendam plantas com re-sistência a pragas e doenças, crescimento médio para rápido,nãoproduzir frutos grandes ou apreciados pelo homem, sistema radi-cular pivotante e profundo, flores que não exalam odores forte~árvores sem princípios tóxicos ou reações alérgicas e copa deforma e tamanho adequados e de boa formação, de maneira a prop~ciar ramagem compacta e densa.

O porte da árvore é função do espaço fisico disponivel. SOU-ZA (1969) recomenda para ruas inferiores a 8m de largura, e calçadas até 2,5 m, a arborização com espécies de porte pequeno.p;ra ruas com dimensões superiores a 8 m de largura e 2,5 m dec~çadas,o plantio de espécies de maior porte.

Segundo MIRANDA (19700, fios aéreos de iluminação, de traçãoelétrica e de telefone, bem como redes de água e esgoto consti-tuem sempre ~ilhos para a arborização das ruas. Para locais

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. CARACTERÍSTICAS DA CIDADE

Petrolina, situada na microregião do Sertão do são Francis- o-co' a 377 m de altitude, tem por coordenadas geograficas 9 23'35" de latitude Sul e 400 29' 56" longitude Oeste. Segundo aclassificação de Koeppen, o clima do município é do tipo BShw,semi-árido quente com chuvas de verão. A precipitação médiaanual varia de 347 a 600mm, com chuvas concentradas nos mesesde dezembro a abril. A temperatura média anual está em torno de260C (CONDEPE, 1988).

Expandindo-se em uma área pediplanizada, a partir das mar-gens do rio são Francisco, a cidade de petrolina apresenta áreascom problemas de solos com alto teor de sais. Com relação a ur-banização, em alguns bairros, os mais antigos, predominam ruase calçadas estreitas, e edificações sem recuo. A fiação elétri-ca, em geral, está presente em pelo menos um lado da rua.

A rede viária urbana compreende aproximadamente 340 km deruas e avenidas, e em alguns bairros, o sistema de rede de esgoto são instalados ao longo do meio das calçadas. -

A zona urbana, com aproximadamente 8.000 ha tem 108.567 habitantes, correspondendo a 72% da população do municipio. -

O ritmo de crescimento de petrolina está atribuido aosfluxos migratórios, face as modificações estruturais no perfileconõkico do município, saindo do binõmio pecuária extensiva versus cultura de subsistência, para, a partir de 1969, criação demédias e grandes empresas agricolas, mediante utilização conjunta da agricultura irrigada e sequeiro, e assistência técnica ecrediticia (CONDEPE, 1988).

2.2. AVALIAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO

Utilizando mapa na escala de 1:10.000, a cidade foi dividida em parcelas de 250 x 250 m, onde se procedeu inventário to~

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------------------c:pz ~..',tal da arborização de ruas, catalogando, mapeando e definindo apop~lação de árvores existentes nas áreas urbanizadaseernurban!zaçao.

Estes dados norte aram o inventário qualitativo entre asruas efetivamente arborizadas utilizando amostragem aleatória ,com parcelas de 250 m de calçada. A amostragem foi realizada para um nivel de 95% de probabilidade de 10% do erro, utilizand;corno variável, o número de árvores encontrado por parcela.

As informações qualitativas sobre porte e finalidade dasespécies, posição de plantio, posição de fiação elétrica aérea,necessidade de manejo, e outras de planejamento, foram realiza-dos de acordo com metodologia proposta por MILANO (1984; 1988)e BIONDI (1985) quando do diagnóstico arbóreo das cidades deCuritiba, Maringá e Recife, respectivamente.

Foram ainda determinados a distribuição espacial e os indIces de área verde da cidade, através de levantamento realizadosjunto a Secretaria de Obras da prefeitura Municipal, onde es-tão catalogados as praças, parques e jardins existentes. Os da-dos serão discutidos e publicados posteriormente.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. COMPOSIÇÃO ARBÓREA DE RUAS.

Através do inventário quantitativo total realizado no perimetro urbano de petrolina, foram identificadas 71 espécies arb~reas-arbustivas, num total de 8876 árvores compondo a arboriza=ção das ruas da cidade. Embora apresentando grande diversidadede espécies nestes plantios, apenas 10 representam 90% da popu-lação de árvores existentes (Tabela 1). A baixa frequência verificada em 52% das espécies inventariadas demonstram a práticad~plantios voluntários executados pela população local, introdu-zindo espécies as.vezes não recomendadas para os espaços fisi-cos disponiveis na cidade.

Com relação a distribuição das espécies e individuos, amaior intensidade se verifica nas ruas da região administrativaCentro, embora nas ruas principais, onde predominam lojas comerciais, a presença de árvores é praticamente nula. O maior indi=ce de árvores por quilometro decalçada é encontrado nos bairrosVila Mocó/Jardim Paulo Afonso (37,13)" Km 2 (37,04) e Centro(32,79) (Tabela 2). Admitindo um espaçamento regular de 15 m entre árvores, o número de árvores por quilômetro de calçada d~ve ser 67. Os valores encontrados nos bairros de Petrolina es-tão abaixo deste ideal. Para a cidade, o indice é de 13 árvores/km de calçada.

A frequência de Terminalia oatappa, com 49,9% em relaçãoao total de espécies plantadas, representa um risco para a arbo

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rização urbana de Petrolina, caso surja um surto de uma pragaou doença com esta espécie. De acordo com Grey & Deneke (1978),citados por BIONDI (1975) e MILANO (1988), tecnicamente se recomenda a distribuição de espécies em 10 a 15% dos plantios d;rua de uma cidade, tanto por razões estéticas quanto fitossa-nitárias .

A distribuição de frequência das principais espécies utilizadas nos plantios de rua, por bairros de Petrolina, está de=monstrado na TABELA 3. Observou-se que Terminalia catappa estapresente em todos os bairros com distribuição regular. Mesmocom alegações de que esta espécie tem problemas de queda exces-siva de folhas, e consequentemente sujeira nas ruas, tem a pre-ferência pelos moradores para plantios de rua, visando a prote-ção contra a insolação, face a sua rusticidade e crescimento rápido.

Com relação a Prolopil julitlora, os maiores plantios seconcentraram no Centro (41,6%), Km 2 (14,3%) e Palhinhas! Atrásda Banca (8,2%), graças a arborização sistemática da PrefeituraMunicipal em décadas passadas, quando a cidade enfrentou surtode Gynaicotripl ticorum (Marchal) que ocasionou substituição dosFicu. microcarpa por espécies arbóreas resistentes a esta praga.

A escolha de P. julitlora surgiu em função da difusão daespécie na época para reflorestamento na região semi-árida. Em-bora o objetivo da campanha fosse o suprimento de forragem paraos animais no periodo de seca, a espécie foi largamente utiliz2da na arborização urbana em diversas cidades nordestinas. Atualmente, em Petrolina, não mais se_observa o interesse por estaespécie, para arborização de ruas, face a problemas de tombamentos e dificuldades no manejo da copa.

A Cal lia .iamea apresentou uma distribuição regular namaioria dos bairros, com plantios mais intensos no Km 2 (20,6%).A Licania tomentola teve maior frequência nas ruas do Centro(29,7%) o mesmo ocorrendo com Spathodea campanulata com 56,9%Esta última tem presença nula nos bairros de João de Deus, Jar-dim são Paulo, Alto do cocá, Alto Boa Vista e são Gonçalo.

Com relação a Delonix regia, a distribuição de fr~quênciada espécie entre os bairros foi regular. Os maiores indices,17,4% e 15,4%, foram observados em Areia Branca e Centro, res-pectivamente.

Embora não seja recomendado o uso de frutiferas como prática de arborização de ruas, foram encontradas 14 espécies, send;as mais frequências a Manqitera indica (2,05%), Eugoniajambolona (1,44%), Euqenia malaccen.i. (0,98%), COCOI nucitera(0,82%), Phoenix dactylitera (0,45%) e Tamarindul indica (0,29%).

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3.2. CONDIÇÕES QUALITATIVAS DAS ARVORES<TIN

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Foram avaliadas 1066 árvores (36 espécies), representando12% da população existente nas ruas da cidade. A condição mé-dia, analisada em função do vigor, caracterIstica da espécie,resistência a pragas e doenças, e injúrias mecãnicas, indicam qu;'63% das árvores independente da espécie, apresentam-se como boas,33% satisfatórias, 3% ruins, e 1% mortas ou em estado irrecupe-rável. Nestes dois últimos Itens, constatou-se maior frequênciade Spathode. campanulata e Prolopil julitlora em função de ata-ques de pragas e podas drásticas.

Face a maioria das árvores terem suas alturas condicionadas à altura de fiação elétrica da rua, sofrendo com certa fre=quência podas de rebaixamento, não se procedeu a análise desteparâmetro. os valores médios encontrados para a circunferênciaa altura do peito (CAP), diâmetro de copa (Dcp), e altura doprimeiro galho (Hb) das principais espécies inventariadas, es-tão na TABELA 4.

As dimensões de copa de algumas espécies nao representamsuas formas reais pelo fato de sofrerem podas de conformação,périodicamente. Numa cidade como Petrolina, situada numa regiãõsemi-árida, com insolação elevada, a redução das copas das árvores implica diretamente no aumento da temperatura nas ruas d~cidade. As árvores situadas em canteiros centrais, sem proble -mas de fiação elétrica, não deveriam sofrer prática de podasdrásticas de conformação de copa, como vem ocorrendo, na cidade.

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TABELA 4. DIMENSÕES DA CIRCUNFERÊNCIA A ALTURA DO PEITO (CAP),DIÂMETRO DE COPA (Dcp) E ALTURA DO PRIMEIRO GALHO(Hb) DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE RUA DE PETROLINA-PE.

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ESPÉCIE CAP (cm) Dcp ( m) Hb (m)

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M

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Castanhola 58,88 6,08Algarobeira 93,13 5,22Bisnagueira 94,70 5,27Canafistula 37,78 3,93Flamboyant 71,79 5,34Oiti 50,89 4,07Chapeú de Napoleão 13,00 2,43Coqueiro 84,04 5,74Jambo 40,78 3,22Mangueira 33,71 2,23Eucalyptussp. 138,23 8,94 -

3,091,802,551,841,851,331,12

1,631,62

Com relação a altura de inserção do primeiro galho, para ototal de árvores amostradas, encontrou-se altura média de bifu~cação a 2,21 m do solo, dentro dos valores recomendados por~

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F .-sMIRANDA (1970), que é de 2,00 metros. Entrentanto, numa análiseindividual por espécie, (Tabela 4), Eugania malaccanlil,Manqiferaindica, Licania tomentola e Theveltia paruviana necessitam depodas de condução. A média geral encontrada foi elevada pelosvalores de T. catappa, que apresentou Hb médio de 3,09 m.

De acordo com a classificação adotada para a classe de raIzes, independente de espécies, encontrou 23, 16 e 61% de árvo=res respectivamente, com raIzes superfi~iais, medianamente su-perficiais e profundas. Delonix regia foi a que apresentou maior percentagem (51%) de raIzes superficiais.

TABELA 5. DISTÂNCIA DO MEIO FIO CONSTRUÇÕES, PROJEÇÃO DAçÃO ELÉTRICA, ESPAÇAMENTO ENTRE ÁRVORES E ÁREACRESCIMENTO DAS PLANTAS ENCONTRADAS ENTRE ASCIES PLANTADAS NAS RUAS DE PETROLINA - PE.

FIA-DE

ESPÉ-

3.3. SISTEMA DE PLANTIO

DIST. DIST. DIST. ESPAÇ. AREAESPÉCIE MEIO FIO CONSTo FIAÇÃO LIVRE

(M) (M) (M) (M) CAL. CENCADA TRAL

Termina1ia catappa 0,43 1,47 0,35 8,13 0,39 0,62Prosopis ju1if1ora 0,24 1,41 0,06 8,18 0,42 0,69Spathodea campanulata 0,20 1,39 0,32 9,38 0,49 1,49Casaia aiamea 0,50 1,70 0,19 6,05 0,42Delonix reqia 0,65 1,25 0,42 9,23 0,81 *Moquilia tomentosa 0,63 1,26 0,17 9,64 0,47 0,66Theveatia peruviana - - - 5,84 - *COCOI nucifera 0,47 3,69 1,03 8,03 0,80Eugenia ma1accenaia 0,63 1,57 0,10 6,04 0,34Mangifera indica 0,49 2,00 0,13 7,00 0,37 *Eucalyptul sp - - - 6,29 - 1,02* área livre sem pavimentação de calçada.

3.4. TRATOS CULTURAIS

A distância média das árvores ao meio fio foi de 0,39 m e1,56 m até as construções, estando de acordo com SANTIAGO (1983)que recomenda recuo da guia em 0,30 a 0,40 m na arborização derua. Estes valores são ideais para as condições de petrolina ,qüe possue calçadas com dimensões média inferiores a 2,4 m. Ár-vores plantadas com recuo superiores a estas dimensões prejudi-cariam o fluxo de pedestres nas mesmas.

Com relação a fiação elétrica, foi constatado que 436 árvores (41%) foram plantadas sob fiação, a uma distância média d;0,29 m de sua projeção. A maioria das espécies plantadas sãoclassificadas como grande porte. Terminalia catappa, espécie degrande porte pode ser plantada sob fiação nas condições de Pe-trolina, devido a conformação de sua copa, cujos galhos primá-rios, são lançados por camadas, facilitando as podas de confor-mação e condução.

O espaçamento adotado variou entre as espécies plantadas ,estando abaixo das dimensões recomendadas por SOUZA (1969) eSANTIAGO (1983). Para árvores de pequeno porte recomenda-se distâncias de 5 a 7 m, e 10 a 15 m para as espécies de grande pOEte. Para Terminalia catappa, Prolopil juliflora, Mangiferaindica e outras espécies de grande porte, plantadas nas ruas dePetrolina, foram encontradas dimensões médias inferiores a10 m, para espaçamento (Tabela 5).

Com relação a área livre de pavimentação das calçadas, onde desenvolvem as árvores, o espaço livre médio encontrado par;a população plantada fo~ de 0,5774 m'. Entre espécies e posiçãoem relação a calçada, houve variação no tamanha da área de cre~cimento das plantas, sendo que nos canteiros centrais foram ob-servados para Spathodea campanulata e Eucalyptul sp. área médiasuperior a 1 m' •

Para calçadas laterais, Delonix regia, foi a espécie queapresentou maior área livre de crescimento (Tabela 5).

Independente da espécie, 52% das arvores analisadas nao n~cessitam de tratos culturais, 6,5% necessitam de podas leves delimpeza, 15% podas de condução e 1,6% precisam ser removidas porestarem plantadas em locais indadequados ou mortas.

No que se refere ao manejo realizado pela Prefeitura Muni-cipal, Companhia de Eletricidade de Pernambuco (CELPE), e/oumunIcipes, a realização de poda drástica, deformando a copa eforma das árvores, foi observadas em 16% dos indivIduos planta-dos nas ruas da cidade, sendo que 12,5% são Prasopil julif1ora.Estas podas foram realizadas, principalmente, para a conforma-ção da copa em função da altura da fiação elétrica, constituin-do remoção quase que total dos galhos e folhas da árvore.

Com relação a injúrias causadas por pedestres e veIculos ,constatou-se que 9,9% das árvores sofreram danos leves. Quantoa problemas fitossanitários, no geral, apenas 37% das árvoresapresentam infestação de insetos (cochonilhas, percevejos ecupins), sendo o maior Indice verificado em Terminalia catappa(15%) e Proaopil juliflora (13%). Dentre árvores de uma mesmaespécie, 62% de Casaia liamea, 56% de T. catappa, 53% de P.juliflora e 50% de FicuI microcarpa apresentaram insetos.

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