cartilha vamos arborizar ribeirao preto

40
1

Upload: gabriela-cristina-sganzerla

Post on 09-Jul-2015

2.301 views

Category:

Documents


14 download

TRANSCRIPT

Page 1: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

1

Page 2: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

2

Realização:Secretaria Municipal do Meio AmbientePrefeitura Municipal de Ribeirão Preto

Concepção e Organização: Perci Guzzo - Ecólogo Regina Maria Alves Carneiro - Engenheira Florestal

Colaboração: Licia Brasil Cesarino Vecchi - Engenheira Agrônoma Carlos Henrique Alonso Toldo - Engenheiro Agrônomo Olga Kotchetkoff Henriques - Bióloga Paulo de Tarso Mello - Engenheiro Florestal Hamilton de Oliveira Júnior - Engenheiro Agrônomo Nádia Fontes (estagiária) - Arquiteta Urbanista Carolina Silva Simões (estagiária) - Ecóloga

Ilustração: Nádia Fontes

Diagramação: Marcos Rivera / Claudio Lapria Junior

Tiragem: 5.000 exemplares

1ª edição, 2008

FICHA CATALOGRÁFICA

G9948v Vamos arborizar Ribeirão Preto / Perci Guzzo, Regina Maria Alves Carneiro(orgs.). - Ribeirão Preto: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, 2008.40 p.; 22 cm.

1. Arborização urbana. 2. Plantio em calçadas. 3. Áreas verdes. 4. Espéciesarbóreas. I. Guzzo, Perci. II. Carneiro, Regina Maria Alves. III. Título.

CDU 712.2

Page 3: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

3

Arborização urbana é o conjunto de árvores existentes em uma cidade. Entretanto, esse termo também

inclui os cuidados aplicados a essas árvores, como: plantios, controle de doenças e pragas, rega, podas quando

necessário, adubação do solo, entre outros. Esses cuidados são imprescindíveis para a boa qualidade da

arborização e a pessoa que se dedica a plantar, manter e zelar pelas árvores de sua cidade é chamado de

arboricultor ou arborista.

Ribeirão Preto precisa aumentar a quantidade e melhorar a qualidade do verde em sua área urbana. As

árvores são necessárias para nossa cidade, pois contribuem para diminuir os impactos da urbanização. O

clima local pede uma cidade bem arborizada que se traduza em maior conforto térmico e controle de luz.

Nas últimas décadas a cidade cresceu bastante, mas o verde urbano não acompanhou esse crescimento.

Na verdade, o verde tem perdido espaço para outras estruturas urbanas, como a exposição de fachadas e

elementos publicitários, ou o rebaixamento de guias ao longo das calçadas para uso privativo de estacionamento

de automóveis.

Para melhorar a arborização da cidade são necessárias regras urbanísticas que garantam espaço para as

árvores, assim como o desenvolvimento do Plano Diretor de Arborização e Áreas Verdes que oriente os projetos

e a gestão do verde urbano no município. Além disso, são necessários investimentos financeiros e educativos,

decisões administrativas e técnicas, esforços individuais e coletivos para a implementação de um programa

eficiente de arborização urbana.

A cartilha Vamos Arborizar Ribeirão Preto é um material de apoio às ações educativas e técnicas que

visam contribuir para uma cidade com melhores índices de verde urbano e melhor qualidade ambiental na

cidade.

Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto

O desafio de arborizar a cidade

Page 4: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

4

Índice

Por que as árvores da cidade são importantes?

Onde estão e quantas são as árvores da cidade?

Planejando o plantio: o quê e onde plantar?

Atenção ao porte da árvore e ao formato da copa

Atenção ao verde de acompanhamento viário: as calçadas

Escolhendo o que plantar

Espécies indicadas para arborização urbana em Ribeirão Preto - SP

Atenção ao verde de acompanhamento viário:

canteiros centrais, trevos e rotatórias

Áreas verdes públicas (AVP) e áreas de preservação permanente (APP)

Plantando

Canteiros em calçadas

Cuidados com o solo

Depois do plantio: mantendo a muda

Poda

Poda na passagem da fase juvenil para a fase adulta da árvore

Os tipos de poda

Ferramentas adequadas para serviços de poda

Ferramentas não recomendadas para a poda de árvores

Equipamentos de proteção individual

Equipamentos acessórios

Pragas e doenças em árvores. O que fazer?

Práticas inadequadas

Extração de árvores urbanas

Os resíduos do manejo da arborização urbana. O que fazer?

Apoio e orientações para suas ações pelo verde urbano

Bibliografia

.....................................................................................

..................................................................................

...........................................................................................

.......................................................................

........................................................

.....................................................................................................................

...........................................

..........................................................................................

..............................................

.............................................................................................................................................

...............................................................................................................

..................................................................................................................

....................................................................................................

...................................................................................................................................................

..................................................

........................................................................................................................

..........................................................................

...........................................................

........................................................................................

...........................................................................................................

........................................................................................

...........................................................................................................................

................................................................................................................

................................................................

......................................................................

...........................................................................................................................................

5

7

9

9

12

18

19

23

24

26

26

27

28

29

29

30

32

33

34

34

35

36

36

37

38

39

Page 5: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

5

Por que as árvores da cidade são importantes?

Figura 1: A presença de árvores na cidade proporciona melhor qualidade de vida.

Page 6: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

6

As árvores das calçadas, praças, parques, avenidas e quintais oferecem:

• sombra e frescor;

• flores e frutos;

• embelezam a cidade com formas e cores;

• reduzem a intensidade dos ruídos;

• retêm poeira, absorvem gás carbônico e produzem oxigênio, reduzindo a poluição do ar;

• amenizam conseqüências indesejáveis da insolação direta;

• melhoram o solo por meio de suas raízes e folhas;

• diminuem a força da água da chuva que cai no solo;

• alimentam e abrigam pássaros e outros animais;

• criam lugares agradáveis para encontros, descanso e brincadeiras...

Enfim, elas melhoram a qualidade de nossas vidas. Porém, para serem saudáveis, as árvores da cidade têmque conviver bem com calçadas, pedestres, asfalto, tubulações, alicerces, paredes, ônibus, caminhões,sinalizações de trânsito, fios elétricos e telefônicos, por isso seu plantio deve ser planejado.

As árvores são um bem de interesse coletivo, assim como o ar, as águas, os animais e seus ninhos, não sãopropriedades particulares e por isso pertencem a todos os habitantes da cidade.

Você sabia?Uma árvore isolada de grande porte, se estiver em boas condições, pode transpirar até 400 litros deágua em um dia, enriquecendo a umidade do ar.

Estima-se que um pequeno maciço de árvores de copas frondosas pode gerar um ambiente sombreadocom até 3ºC a menos de temperatura em relação ao ambiente ao redor.

A vegetação gera menos aquecimento do ar e de objetos próximos porque reflete apenas 10 a 20% daradiação, enquanto que as superfícies artificiais podem refletir até 50% da radiação incidente.

A presença de 3 árvores frondosas pode reduzir o consumo de energia para ar condicionado em até50%, devido ao sombreamento de um edifício e diminuição da temperatura em seu interior.

Maciços de árvores são até 40% mais eficientes do que campos gramados para funcionar como zonasde amortecimento, ou seja, barreiras contra a dispersão de poluentes.

Cientistas sociais e ecólogos comprovaram que as famílias passam mais tempo de folga juntas e têmmais relações sociais com seus vizinhos quando moram próximas a áreas verdes.

Page 7: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

7

Onde estão e quantas são as árvores dacidade?

Na cidade, as árvores estão presentes em:

• áreas verdes públicas - praças, parques e outros espaços de lazer;

• áreas verdes particulares - quintais, jardins internos, chácaras, sítios e clubes de lazer;

• áreas verdes de universidades e escolas;

• áreas que acompanham o sistema viário – calçadas, canteiros centrais de avenidas, trevos e rotatórias;

• áreas de preservação permanente (APP) - margens de cursos d’água, topos de morro e áreas deencostas, de domínio público ou privado, definidas de acordo com a Lei Federal 4.771/65 que institui oCódigo Florestal Brasileiro;

• unidades de conservação localizadas na área urbana;

• áreas de proteção obrigatória, localizadas em área urbana, de acordo com a Lei Complementar 1.616/2004 que institui o Código Municipal de Meio Ambiente.

Área verde é todo espaço urbano livre de edificação com presença considerável de vegetação e de solopermeável.

Quando observamos a cidade de um avião é possível visualizar toda a cobertura vegetal existente. Pelasimagens aéreas e de satélite podemos quantificar a cobertura vegetal da cidade e saber qual a porcentagemque está coberta por verde. Com esses dados calculamos o índice de cobertura vegetal da área urbana.

Alguns pesquisadores estimaram para cidades norte-americanas, onde, de um modo geral, as temperaturassão mais baixas que na maioria das cidades brasileiras, que é necessário o mínimo de 30% de coberturavegetal para manter o clima mais fresco. Podemos então imaginar quanto de cobertura vegetal seria necessáriopara refrescar uma cidade como Ribeirão Preto, quente em boa parte do ano.

Também é possível medir a quantidade de áreas verdes públicas da cidade, com o objetivo de saber qual aoferta de espaços ao ar livre para o lazer da população, com presença de vegetação. Esse índice é expressoem metros quadrados por habitante (m2/hab). A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), por ocasiãodo VI Encontro Nacional sobre Arborização Urbana, realizado em Londrina em 1995, recomendou um índicemínimo de 15 m2/hab de áreas verdes públicas destinadas à recreação para as cidades brasileiras. RibeirãoPreto, no último levantamento feito pela Prefeitura Municipal, em 2005, contava com 4,5 m2/hab de áreasverdes públicas devidamente implantadas. Vamos fazer aumentar nossas praças e parques!

Page 8: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

8

Figura 2:As árvores na cidade devem estar presentes nas calçadas, avenidas, praças, parques, quintais e ao longo dos rios.

Page 9: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

9

Planejando o plantio: o quê e onde plantar?Não há uma espécie ideal de árvore e o importante é a maior variedade possível de espécies na arborização da

cidade, pois isso atrai uma diversidade maior de animais o que permite um reequilíbrio na cadeia alimentar do

ambiente urbano. Assim, pode ocorrer uma diminuição de animais tidos como pragas, tais como baratas,

pernilongos, ratos, pombos e escorpiões. O maior número de espécies de árvores embeleza a cidade pela

variedade de formas e cores.

O plantio de árvores frutíferas na cidade é recomendado, pois atrai animais, principalmente as aves, e também

porque os frutos podem ser fonte de alimento para as pessoas. Todavia, plantas com frutos carnosos devem

ser evitadas nas calçadas (riscos de escorregões), nos locais de trânsito intenso de veículos (riscos de

atropelamentos) e nos estacionamentos (riscos de danos aos veículos).

Cada lugar na cidade tem suas necessidades e exige atenções, que serão tratadas nas próximas páginas.

Atenção ao porte da árvore e ao formato da copa

Na arborização urbana classificamos as árvores em pequeno, médio e grande porte, com a função de orientar,

principalmente, o plantio nas calçadas, avenidas e rotatórias, para evitar conflitos com redes de fiação, edificações

e com fluxo de pedestres e veículos.

• Árvore de porte pequeno: espécies quena fase adulta atingem, no máximo, 6 metrosde altura e que possuem um diâmetro decopa* de 5 metros, em média.

Page 10: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

10

• Árvore de porte médio: espécies que na fase adulta atingem,

no máximo, 12 metros de altura e cujo diâmetro da copa é, em

média, de 7 metros.

• Árvore de porte grande: espécies com altura superior a

12 metros e com diâmetro de copa superior a 10 metros.

• Copa piramidal: Espécies com essa característica, como magnólias,

pinheiros e jambo-vermelho, não devem ser plantadas sob fiação e,

quando podadas, não devem ter a gema apical* removida, evitando

assim a descaracterização de sua forma original.

O formato da copa da árvore adulta também é outro fator importante na escolha da espécie, para evitar aqueles

mesmos conflitos. Esse formato também interfere nos tipos de poda a realizar.

Page 11: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

11

• Copa pendente: Os exemplos mais comuns são

calistemom, aroeira-salsa e chorão-verdadeiro. Espécies

com essa característica nem sempre são adequadas para

calçadas, pois dificultam a passagem de pedestres ou

demandam serviços constantes de poda dos ramos.

• Copa arredondada: Os ipês, paineiras, falsa-murta,

angicos, são exemplos desse tipo de copa.

* VOCABULÁRIO TÉCNICO

Diâmetro de copa: É o comprimento entre dois pontos extremos da copa de uma árvore. Imagine uma linha retaque una esses dois pontos, passando pelo centro da copa. O comprimento dessa linha é o diâmetro de copa.

Gema apical: protuberância no caule ou nos ramos de uma planta, que dá origem a folhas, flores e a outros ramos.Pode ser lateral ou apical. Neste caso se refere à ponta do caule em formação. O mesmo que brotação ou broto.

Page 12: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

12

Atenção ao verde de acompanhamento viário: as calçadas

As calçadas são espaços que acompanham as ruas e avenidas da cidade e que devem ser arborizadas deacordo com o espaço aéreo e subterrâneo disponível.

As principais questões que interferem na escolha das espécies a plantar em calçadas são:

• A largura das calçadas;• Presença ou ausência de fiação aérea*;• Tipo de fiação aérea (convencional, isolada ou protegida*);• Recuo frontal* das edificações;

Algumas das principais questões que interferem na localização e distanciamento entre mudas são:

• Localização da rede de água e esgoto;• Rebaixamento de guia;• Postes;• Sinalizações de trânsito;

Distanciamento das esquinas.

VOCABULÁRIO TÉCNICO

Fiação aérea convencional ou cabo nú: fios da rede elétrica, telefonia e/ou tv a cabo sustentados por postes.

Fiação aérea isolada/multiplexada e protegida/compacta: os fios de transmissão elétrica podem ser isolados total-

mente por cobertura emborrachada especial ou podem ser compactos com distanciadores ocupando menos espa-

ço aéreo e com maior proteção do que a fiação convencional. Esse tipo de fiação não entra em curto circuito

quando em contato com galhos de árvores.

Recuo frontal: distância entre a edificação e o limite do terreno com a calçada.

Figura 5A: Fiação aérea convencional oudesprotegida.

Page 13: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

13

A Prefeitura Municipal orienta e recomenda a presença de árvores em calçadasnas seguintes condições:

Para calçadas com largura de no mínimo 2,50 m até3,40 m:

• Árvores de pequeno porte: quando houver fiaçãoconvencional ou não houver recuo predial.

• Árvores de médio porte: quando houver recuo predialinferior a 3m e fiação ausente, protegida ou isolada;

• Árvores de grande porte: quando houver recuo predialsuperior a 3m e fiação ausente, protegida ou isolada.

Para calçadas com largura em torno de 2m

• Árvores de pequeno porte: quando houver fiaçãoconvencional

• Árvores de médio porte: quando houver recuopredial de no mínimo 3m e fiação ausente, protegidaou isolada.

Figura 5B: Situação em que deve serutilizada árvore de pequeno porte.

Figura 6A: Situação em que deve ser utilizadaárvore de médio porte.

Page 14: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

14

Para calçadas com largura a partir de 3,5m:

• Árvores de pequeno porte: apenas se todas as fiações de energia elétrica forem convencionais;

• Árvores de médio porte: apenas se não houver recuo predial, mesmo com fiação ausente, protegida ouisolada;

• Árvores de grande porte: quando houver recuo predial de no mínimo 3m e fiação ausente, protegida ouisolada.

Figura 7 B: Situação em que deve serutilizada árvore de grande porte.

Figura 7 A: Outra situação em que deveser utilizada árvore de médio porte.

Page 15: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

15

De forma geral, os recuos prediais favorecem a presença de espécies arbóreas de maior porte. Mas,

mesmo sem recuo, é possível manter árvores maiores se a edificação for de um pavimento, pois a

copa pode formar-se acima do telhado – o que também pode exigir manutenção periódica do telhado,

dependendo da espécie.

A largura das calçadas varia de acordo com o tipo de rua. Por exemplo, pela legislação de Ribeirão Preto, as

calçadas de avenidas devem ter no mínimo 4 metros e em ruas de menor circulação, no mínimo 2 metros.

Em calçadas com largura a partir de 4 metros e fiação não protegida, é possível deslocar o plantio

para o interior da calçada, para além dos 50 centímetros de distância mínima da guia. Dessa forma,

desviamos o plantio do alinhamento dos postes/fiação, permitindo a presença de espécies de maior

porte.

As calçadas não comportam árvores de porte muito grande, tais como jequitibás, paineiras, palmeiras imperiais,

pinheiros, abacateiros, flamboynts entre outras.

Para conciliar a presença de árvores saudáveis com a passagem segura de pedestres, bem como, com a

conservação dos equipamentos urbanos, as calçadas não devem ter menos que 2 metros de largura, de forma

que é difícil promover a arborização nas calçadas mais antigas e estreitas da cidade.

Para segurança e conforto dopedestre, deve ser mantida,conforme lei, uma faixa livrepara passeio de 1,20 metros,no mínimo, independente dalargura da calçada.

Também é recomendado man-ter a base da copa da árvoreadulta com altura mínima de 2metros.

Figura 8: Para a livre mobilidade do pedestre nascalçadas deve ser respeitada a largura mínima depasseio e observada a altura mínima da base dacopa da árvore.

Page 16: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

16

Distâncias mínimas entre as árvores e os equipamentos urbanospresentes nas calçadasComo regra geral, para o plantio de árvores em calçadas podem ser adotadas as seguintes dimensõesmínimas:

Espaçamento entre mudas:

Distância da muda (haste) à guiaDistância de esquinasDistância de postes de fiação e iluminaçãoDistância de placas de sinalização de trânsitoDistância de semáforosDistância de bocas-de-lobo e caixas de inspeçãoDistância de guias rebaixadas (acesso de veículos ecadeirantes)

4 m entre espécies de pequeno porte6 m entre espécies de médio porte8 m entre espécies de grande porte0,5 m6 m da confluência do alinhamento das guias4 m3 m6 m1,5 m1,5 m

Quando a testada do lote tiver a guia toda rebaixada, plantar uma árvore a cada 7 metros,aproximadamente.

Quando houver sobreposição de distâncias recomendadas, considerar a maior.

Figura 9A: Distâncias recomendadas das árvores em relação ao meio fio, a bocas-de-lobo e a guias rebaixadas.

Page 17: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

17

Figura 9B: Distâncias recomendadas das árvores em relação às esquinas, àssinalizações de trânsito e aos postes de iluminação.

Figura 9C: É possível e recomendado a presença de árvores em calçadas comguias rebaixadas.

Page 18: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

18

Escolhendo o que plantarÉ preciso escolher as espécies que serão plantadas em função do espaço disponível e do resultado que se

quer obter com a árvore adulta. Por exemplo, para estacionamentos amplos, podemos optar por espécies de

grande porte, de folhas perenes que ofereçam sombra durante o ano todo e de frutos pequenos e leves que não

ofereçam riscos aos automóveis.

Para a escolha das espécies, podem ser consideradas características de floração, frutificação e caducidade

das folhas*, entre outras, em função do efeito estético e ambiental desejado.

Para ajudar nessa escolha, foi construída uma lista de espécies indicadas para a arborização urbana em

Ribeirão Preto, informando sobre:

• Nome popular e científico;

• Origem:

• se a espécie é nativa brasileira e qual tipo de vegetação está associada;

• ou se é uma espécie exótica, ou seja, originária de um ecossistema diferente dos existentes no Brasil;

• Floração: período do ano em que ocorre a floração da espécie e qual a sua cor predominante;

• Frutificação: período do ano em que ocorre e se o fruto é do tipo seco, carnoso ou vagem;

• Porte da árvore;

• Tipo de copa;

• Indicações de onde plantar;

• Observações sobre o comportamento da espécie.

Essa listagem, apresentada a seguir, foi construída com base em pesquisas e na experiência de técnicos

dedicados ao planejamento e manejo da arborização de Ribeirão Preto. Não deve ser tomada como única fonte

de pesquisa, pois há muitas outras espécies que podem e devem ser utilizadas.

A Prefeitura de Ribeirão Preto estimula a variedade de espécies na arborização urbana, em favor da

biodiversidade, da conservação ambiental e do embelezamento da cidade.

VOCABULÁRIO TÉCNICO

* Caducidade das folhas: diz-se da planta ou vegetação que perde as folhas em determinada época do ano,geralmente na estação seca ou inverno.

Page 19: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto
Page 20: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto
Page 21: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto
Page 22: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto
Page 23: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

23

Atenção ao verde de acompanhamento viário: canteiros centrais,trevos e rotatórias

Os trevos, as rotatórias e os canteiros centrais de avenidas possuem grande potencial para abrigar árvores e,

assim, contribuir com o embelezamento e ordenamento da paisagem urbana. Quando esses espaços não

estão impermeabilizados, contribuem para a qualidade ambiental, porém sem função de lazer.

Da mesma maneira que as calçadas, a escolha da espécie e o local de plantio dependem:

• Da largura dos canteiros centrais das avenidas ou o raio das rotatórias e dos trevos;

• Da localização de redes coletoras de esgoto e água pluvial;

• Da presença, localização e condição de redes aéreas de fiação elétrica, telefônica e TV a cabo;

• Da existência e localização de placas de sinalização de trânsito;

• De outros mobiliários urbanos existentes.

Sobre a interferência de redes de esgoto e água, redes aéreas de fiação e sinalização de trânsito, as mesmas

questões levantadas para as calçadas são válidas para os canteiros, trevos e rotatórias.

Para termos canteiros com árvores de grande porte, como na Avenida Nove de Julho, repleta de Sibipirunas, e

na Avenida Costa e Silva, repleta de flamboyants, o ideal é que as fiações aéreas estejam nas calçadas laterais

ou, se estiverem nos canteiros, que sejam protegidas, compactadas ou subterrâneas.

Em canteiros, trevos e rotatórias não se deve plantar espécies arbustivas, porque os “muros verdes” feitos com

essas espécies atrapalham a visão do trânsito, provocando acidentes.

Page 24: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

24

Áreas verdes públicas (AVP) e áreas depreservação permanente (APP)

As praças e os parques são os dois principais tipos de áreas verdes públicas (AVP).

Ribeirão Preto possui muitas áreas desse tipo, mas grande parte ainda não está arborizada e estruturada para

permitir o uso pela população. As árvores são imprescindíveis nesses espaços, pois proporcionam maior

qualidade para o ambiente urbano e conforto para o lazer das pessoas.

As praças e os parques são os lugares mais adequados para as árvores de grande porte, de frutos grandes e

carnosos, e quando estão integradas a áreas com remanescentes de vegetação natural, podem abrigar

exemplares da fauna regional. Esses lugares também são importantes para diminuir os riscos de enchentes

nas cidades, porque seus grandes espaços e canteiros com solo vegetado permitem a infiltração e o

amortecimento da força das águas de chuva que escoam pela superfície do solo.

As áreas de preservação permanente (APP) são uma categoria especial de área verde nas cidades. Estão

associadas aos percursos de córregos e rios, lagos, nascentes, aos topos de morro, encostas íngremes, restingas

e outras áreas frágeis. Precisam ser conservadas em estado natural e assim podem ajudar muito na proteção

dos cursos d’água e na estabilidade do solo, evitando desmoronamentos.

O Código Florestal Brasileiro (Lei n. 4771 de 1965) determina os limites mínimos das áreas de preservação

permanente, mas, além dessas normas, os municípios também podem estabelecer outras áreas que devem

ser protegidas, criando leis específicas e mais restritivas. O plantio e a manutenção de árvores nas APPs

devem ser autorizados pelo Poder Público estadual.

A Resolução SMA no47 / 2003 traz uma extensa listagem de espécies arbóreas indicadas para a recuperação

de áreas degradadas, que pode ser utilizada como importante fonte de pesquisa para plantio em APP. As áreas

de preservação permanente podem ser públicas ou privadas.

Page 25: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

25

Fig

ura

10: A

o lo

ngo

dos

curs

os d

’águ

a e

nas

área

s ve

rdes

, a a

rbor

izaç

ão p

rote

ge o

sol

o e

o re

curs

o hí

dric

o, a

trai

a fa

una

epr

opor

cion

a be

m-e

star

par

a qu

em v

isita

ess

as á

reas

.

Page 26: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

26

Plantando

Canteiros em calçadasDepois de escolhidas as espécies e os locais de plantio, de acordo com as orientações das páginas anteriores,partimos para a construção do canteiro da muda.

O canteiro ou área livre de impermeabilização ao redor da muda é importante para que as raízes da árvorerespirem e retirem água e nutrientes do solo. A dimensão recomendada dessas áreas é, no mínimo:

• 1 m² para árvores pequenas e médias;

• 2 m² para árvores grandes.

Em áreas verdes para fins de reflorestamento, a muda da árvore pode ser plantada quando tiver a alturamínima de 1,20m, mas em áreas verdes com função de lazer e principalmente nas calçadas, o ideal éque tenha pelo menos 1,80m.É recomendável que a muda tenha haste única, esteja sem brotações laterais ou bifurcações e que sejao mais retilínea possível.

Figura 11: Ao plantarmos uma muda de árvore,devemos adotar medidas para garantir seu bomdesenvolvimento.

Page 27: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

27

Cuidados com o solo

• A ocasião mais apropriada para o plantio da muda é o início do período chuvoso (outubro a dezembro),quando o solo se mantém úmido;

• A cova deve ter a forma de uma bacia, sendo mais profunda na parte central, com aproximadamente 60centímetros;

• Se o solo for de boa qualidade (argiloso, vermelho escuro, fofo e com camada superficial sem pedras, reboquesetc.), a cova pode ter dimensões menores;

• Se o solo não for de boa qualidade (arenoso, de cores mais claras, compactado, solo de aterro e/ou compresença de entulho), a cova deve ser maior.

• A cova deve acomodar o torrão* da muda com folga, para que as raízes encontrem solo fofo na sua fase deacomodação;

• Recomenda-se fertilizar a cova para garantir um desenvolvimento inicial rápido e saudável da muda. Misturebem os fertilizantes com a terra e encha a cova com este material, comprimindo com as pontas dos dedos cadacamada adicionada.

• No plantio, o colo* da muda deve estar no nível da superfície do solo;

• Não deixe raízes sem enterrar;

Para guiar a muda, utilize um sarrafo ou uma estaca de bambu enterrada cerca de 0,50m e com pelo menos2 m acima da superfície do terreno. Use um cordão de sisal para amarrar a muda ao tutor. Faça o amarrilhoem forma de oito deitado.

* VOCABULÁRIO TÉCNICO

Torrão: porção de terra que contém as raízes que são formadas no viveiro em uma lata ou num saco plástico. Nomomento do plantio o que é enterrado é exatamente o torrão.

Colo: parte intermediária entre o tronco e as raízes da árvore, que fica em contato com a superfície do solo.

Sugestão de adubação orgânica da cova:10 litros de esterco de curral curtido ou 5 litros de esterco de galinha ou 1 litro de torta de mamona. Oadubo é depositado no fundo da cova.

Sugestão de adubação inorgânica da cova:200 gramas de 4 : 14 : 08 ( Nitrogênio : Fósforo : Potássio ) ou 400 gramas de superfosfato simples.

Page 28: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

28

Depois do plantio: mantendo a mudaA rega é necessária principalmente no desenvolvimento inicial da muda:

• No verão, jogue água a cada dois dias, caso não esteja chovendo.

• Na estação seca, jogue água todos os dias.

• Procure aguar pela manhã ou no final da tarde. Evite o excesso de água, pois pode ser prejudicial.

O controle de pragas e doenças deve ser efetuado se necessário (confira este assunto nas páginas 22 e 23).

Para as mudas plantadas em áreas verdes e áreas de preservação permanente:

• É necessário o controle do mato que cresce ao seu redor, por isso se faz o coroamento* da muda e amanutenção do mesmo.

• O mato que se desenvolve por toda a extensão dessas áreas também deve ser controlado ao longo do anotodo, por meio de capina.

• Para o coroamento das mudas e a capina é importante privilegiar meios mecânicos ao invés do uso deherbicida. Os herbicidas contaminam o solo e a água, podendo prejudicar o crescimento de outras espécies, jáo emprego de enxada, ceifadeiras e cortadores de grama, não é agressivo ao ambiente.

• Os resíduos da capina ou roçada podem ser utilizados como cobertura vegetal, com o objetivo de manter aumidade, proteger e enriquecer o solo, gerando também menor quantidade de resíduos para depósito emoutros locais. Com essa prática, durante o período seco do ano, são necessários cuidados para evitar queimadas.

A queimada urbana não é uma prática recomendada e constitui crime ambiental. Quando ocorre nas áreasverdes urbanas, prejudica as plantas rasteiras, arbustivas e arbóreas e ainda provoca a morte da mesofauna*e dos microorganismos* que vivem no solo. Além disso, as queimadas aumentam a poluição atmosférica,piorando significativamente a qualidade do ar da cidade, dificultando a respiração e as condições de visibilidade.

* VOCABULÁRIO TÉCNICO

Mesofauna: invertebrados habitantes do solo, de tamanho intermediário entre a microfauna e a macrofauna. Sãoresponsáveis por fazer a decomposição inicial da matéria orgânica (folhas, galhos, fezes de animais etc) existenteno solo. Exemplos: minhocas, pequenos besouros, formigas, vermes de vida livre etc.

Microorganismos: organismos microscópicos como bactérias, fungos, vírus e protozoários que no solo exercem afunção de decomposição final da matéria orgânica, tornando disponível os nutrientes químicos (fósforo, potássio,magnésio, cálcio, sódio etc) para as raízes das plantas.

Coroamento: capina ao redor da muda com pequeno rebaixamento do nível do solo para acúmulo de água.

Page 29: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

29

Poda

Poda na passagem da fase juvenil para a fase adulta da árvore

A passagem da fase jovem (muda) para a fase adulta (árvore) requer alguns cuidados do arboricultor. Muitas

espécies utilizadas na arborização urbana, quando plantadas em lugares abertos, tendem a desenvolver ramos

laterais, formando sua copa a partir da base.

Assim, caso o plantio em calçadas, canteiros centrais e áreas verdes seja feito com mudas de altura menor que

1,80 m, além de precisar de maior proteção contra maus tratos, será necessário conduzi-las através da “poda

de formação” que deve ser iniciada já na fase de viveiro.

A “poda de formação” consiste na eliminação dos ramos inferiores, conservando, pelo menos, 1/3 do volume

original da copa para não prejudicar o crescimento da muda.

A futura árvore deverá ter os galhossituados sempre acima de 2,0 m. Assim,evitaremos que seus galhos atrapalhema passagem de veículos e de pedestrese, além disso, posteriormente serãodesnecessárias podas drásticas paracorrigir a sua forma.

Figura 12: A poda de formação é a de grande importânciapara compatibilizar a presença de árvores com osequipamentos urbanos.

Page 30: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

30

Os tipos de podas

Além da poda de formação, existem outros tipos de poda para condução de árvores urbanas:

• Poda de conformação: visa adequar o volume da copa ao ambiente onde a árvore está plantada, reduzindo

interferências na circulação de pedestres, veículos e nas edificações. Este tipo de poda é bastante criterioso,

respeitando-se a arquitetura original da árvore, sem causar o seu desequilíbrio.

• Poda de limpeza: tem o objetivo de retirar galhos secos, inativos ou mal formados. Ela também pode ser

usada para recuperar árvores danificadas. Nesta poda, procura-se serrar os galhos sempre rentes ao tronco ou

rentes aos galhos mais grossos de onde partem. A poda de limpeza é importante para reduzir a disponibilidade

de alimento para cupins, diminuindo sua infestação na cidade.

• Poda de elevação da base da copa: tem a finalidade de remover galhos pendentes ou que interfiram com

demais usos nos passeios e áreas públicas. Também deve ser feita com critério, sem causar o desequilíbrio da

árvore.

• Poda de contenção: serve para conter a copa da árvore abaixo dos fios elétricos e telefônicos. Este tipo de

poda não é recomendado para espécies de grande porte, podendo comprometer a saúde e longevidade da

árvore. É importante saber que este tipo de poda requer manutenção constante, tendo em vista que o crescimento

da árvore mantém-se enquanto ela estiver viva.

Page 31: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

31

* VOCABULÁRIO TÉCNICO

Crista: parte superior da inserção de um galho no tronco, com papel importante na cicatrização da base dogalho podado.

Colar: parte inferior da inserção de um galho, que também exerce função importante na cicatrização da base dogalho podado. Pode apresentar saliência, indicando preparo da árvore para a perda do galho.

A poda drástica ocorre quando há o corte total da copa, restando apenas o tronco da árvore; quando háo corte de grandes galhos deixando a árvore em desequilíbrio; e ainda, quando há a retirada de mais de30% das folhas.Esse tipo de poda não é recomendado e só será efetuado em condições de emergência. A poda drásticaé crime ambiental e há penalidades para a pessoa física ou jurídica responsável.

Em qualquer tipo de poda, os galhos devem ser removidos na sua base, respeitando-se a região dacrista* do galho e do colar*, de modo a garantir a adequada cicatrização. Esta técnica evita a permanênciade tocos ou “cabides” que dão origem a processos de apodrecimento do lenho com a exposição dostecidos internos à ação do tempo e de microrganismos.

Figura 13: Em qualquer tipo de poda, o cortedeve respeitar as regiões da crista e do colardo galho, de modo a garantir a adequadacicatrização.

Page 32: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

32

Ferramentas adequadas para serviços de podaPara que a poda seja bem-feita é importante utilizar ferramentas adequadas. As ferramentas mais utilizadasnos serviços de poda de árvores são:

• Serras manuais: para o corte de galhos comdiâmetro entre 2,5 e 15 centímetros. Existem váriostipos de serras manuais com características distintas,destacando-se dentre elas:

a. Serra de lâmina rígida – a lâmina é mais larga,exigindo maior esforço do operador. Permite acessoa forquilhas mais fechadas. A lâmina pode ser retaou curva;

b. Serra de arco – lâmina mais fina, facilitando aoperação de corte. Necessitam mais espaço para ocorte.

• Tesouras de poda: para cortar galhos finos, com diâmetro de

até 2 centímetros. São usadas manualmente na poda de formação

e no acabamento das podas de manutenção e de limpeza;

• Tesouras de poda de cabo longo e podão: para corte

de galhos com espessura entre 1,5 e 2,5 centímetros. É

formado por uma tesoura de poda montada sobre haste e

acionadas por cordel, sendo útil nas árvores adultas, em

poda de conformação e limpeza.

a b

Page 33: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

33

• Motosserra: utilizada para o corte de galhos com

diâmetro superior a 15 centímetros. A aquisição e

o uso de motosserra precisa ser licenciado e

por ser um equipamento perigoso devido ao

risco de acidentes, só deve ser utilizado por

profissionais treinados. A motosserra deve ser

utilizada no chão ou em plataforma elevatória, com

apoio seguro para o operador.

Ferramentas não recomendadas para a poda de árvores

Jamais deverão ser usados facões, foices e machados, pois, além de os cortes com essas ferramentas seremimprecisos, existe o risco de acidente envolvendo o podador.

Nas ações de poda, a casca da ár-vore deve ser mantida íntegra. Énecessário evitar lascas e danos àcasca da árvore.Nunca quebre um galho com asmãos.

Figura 15: A poda de galhos e ramos deve sempre serefetuada com ferramentas e técnica adequadas.

Page 34: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

34

Equipamentos de proteção individualEquipamentos de proteção individual (EPI) devem ser usados por todos os operadores que estiverem trabalhandona manutenção da árvore, para evitar acidentes. Os equipamentos mínimos são:

• Capacete de segurança com fixação no queixo• Roupas apropriadas (calça grossa e camisa de mangas compridas)• Óculos de proteção contra o pó de serra e serragem• Luvas de couro• Sapatos de solado reforçado e rígido• Cinto de segurança com alça de comprimento variável, para subir em árvores.• Coletes refletores, principalmente em local onde houver trânsito de veículos.Quando utilizar uma motosserra, além destes equipamentos de proteção, é necessário também um protetorauricular.

Equipamentos acessórios• Escada: o acesso à copa da árvore é feito com escada de madeira ou alumínio, sendo as escadas de doiscorpos mais seguras. Quando estendidas, devem ter altura entre 6 e 9 metros. Para atender às normas desegurança devem ter apoios antiderrapantes de solo, com base larga; apoio único na árvore, flexível e anti-deslizante, para evitar o tombamento da escada.• Cordas: a corda é um acessório indispensável em qualquer operação na copa das árvores. Serve decomunicação entre o operador e o solo, auxilia no transporte de ferramentas e, principalmente, atua na segurançado operador. A corda também pode ser usada no direcionamento da queda do galho cortado.Isolamento da área: para isolar a área de trabalho, devem ser usados cones de sinalização, cavaletes, fitasplásticas zebradas ou coloridas e placas de sinalização.

Figura 16: O podador deve utilizar osequipamentos de segurança para que não ocorraacidentes.

Page 35: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

35

Pragas e doenças em árvores. O que fazer?

O controle da saúde das árvores deve ser feito regularmente. Os problemas mais freqüentes são a presença de

formigas cortadeiras e carpinteiras, cupins, lagartas, cochonilhas, pulgões e fungos. O controle fitossanitário*

contra pragas e doenças pode ser preventivo ou curativo.

O controle fitossanitário preventivo é obtido:

• pelo uso de espécies nativas da região;

• adquirindo mudas de boa qualidade, com sistema radicular bem formado e parte aérea sadia;

• atendendo aos procedimentos recomendados de plantio, garantindo o desenvolvimento saudável da muda.

No controle fitossanitário curativo, podem ser empregados métodos menos agressivos ao ambiente, tais como:

• controle biológico* de pragas, inseticidas caseiros como “calda de fumo”, bem como o controle mecânico* de

lagartas, cupins e formigas cortadeiras.

Caso você detecte algum problema nas árvores próximas de sua casa, procure orientação de um engenheiro

florestal ou de outro profissional habilitado, que indique o procedimento adequado para cada caso, pois no

Brasil o uso de produtos químicos para controlar pragas na arborização urbana ainda não está regulamentado

por lei.

VOCABULÁRIO TÉCNICO

Fitossanitário: diz respeito às condições de saúde das plantas

Controle biológico: controle pela presença e ação natural de outros seres vivos, não fazendo uso de produtosquímicos estranhos àquele ambiente

Controle mecânico: retirada da praga fazendo uso das mãos ou de ferramentas.

Page 36: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

36

Extração de árvores urbanasHá situações na cidade em que algumas árvores estão tão velhas ou doentes que é preciso extraí-las, ou seja,

retirá-las por inteiro, inclusive suas raízes. São casos em que há o risco de a árvore cair por força da chuva ou

do vento forte. Há também situações de risco envolvendo espécies de grande porte que, plantadas em locais

inadequados, podem, por exemplo, causar danos a residências ou ao patrimônio público. Nesses casos, a

melhor medida é retirar a árvore e substituí-la por uma espécie de porte menor.

Para uma extração correta não se deve deixar parte do tronco rente ao chão e as raízes devem ser removidas

totalmente. Isso é necessário para manter a segurança do passeio público e liberar o canteiro para o plantio de

outra muda.

Nenhuma pessoa deve extrair árvores na cidade sem a autorização que é obtida no órgão ambiental competente.

Práticas Inadequadas:

- Caiar ou pintar o tronco- Colocar pregos e arames- Pendurar faixas, propagandas e outros objetos- Plantar a muda em tubos e manilhasTodas são prejudiciais ao desenvolvimento e àsaúde da árvore, por isso não são recomenda-das.

Figura 17: Caiar o tronco das árvores e fixar pregos e faixas são práticas não recomendadas.

Page 37: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

37

Situações em que é necessária a autorização do Poder Público Municipal

Extrações de árvores na área urbana necessitam de autorização da Prefeitura Municipal nos seguintes casos:

• quando localizadas em logradouros públicos, inclusive nas calçadas;

• quando isoladas em terrenos ou glebas particulares, na zona urbana;

O serviço de extração de árvores em logradouros públicos é de responsabilidade da Prefeitura Municipal. Jáem área particular, o serviço de extração é de responsabilidade do proprietário, com prévia vistoria técnica.

Situações em que não é necessária a autorização do Poder PúblicoMunicipalA poda de árvores localizadas em logradouros públicos ou em propriedades particulares não precisa serautorizada pela Prefeitura Municipal. No entanto, ela deve ser efetuada adequadamente, de forma a não prejudicara árvore, e ser executada por pessoa credenciada.

Os resíduos do manejo da arborizaçãourbana. O que fazer?

As sobras de podas e de remoções de árvores no meio urbano podem receber uma destinação ecológica, nosentido de serem transformadas em matéria-prima para produção de adubo orgânico. Para que isso ocorra énecessário um triturador mecânico.

O adubo pode ser obtido da seguinte maneira:

1) faz-se a trituração da folhagem, ramos e galhos;

2) dispõe-se o material triturado em camadas alternadas com esterco bovino ou eqüino;

3) acrescentam-se minhocas;

4) espera-se aproximadamente 90 dias quando são retiradas as minhocas e o material é peneirado;

5) usa-se o composto na produção de mudas e adubação de plantas utilizadas na arborização urbana.

Ao invés de serem transformados em adubo, alguns galhos e troncos podem ser úteis na carpintaria ou comofonte de energia.

Page 38: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

38

Apoio e orientações para suas ações peloverde urbano

Onde conseguir mudas adequadas

Para a obtenção de mudas saudáveis deve-se procurar por viveiros públicos ou particulares de Ribeirão Preto

e região. Segue uma pequena listagem de viveiros púbicos para consulta:

· Parque Ângelo Rinaldi – Viveiro Municipal. Avenida Manuel Antonio Dias, s/nº, Jardim Marquezi, Ribeirão

Preto – SP, telefone 16 - 3637-6198.

· CATI – Departamento de sementes, mudas e matrizes. Rua Peru, 1472, Vila Carvalho, Ribeirão Preto –

SP, telefone 16 - 3626-0235 / 3626-2659.

· Instituto Florestal - Estação Experimental de Santa Rita do Passa Quatro. Rodovia Zequinha de Abreu,

Km 8.5, Santa Rita do Passa Quatro – SP, telefone 19 - 3582-1807.

· Floresta Estadual de Batatais – Horto Municipal. Rodovia Cândido Portinari, Km 347, Batatais – SP,

telefone 16 - 3662-6327.

Orientações técnicas

O plantio e o manejo de árvores urbanas requerem conhecimentos técnicos. Além de consultar essa cartilha, o

morador deve buscar informações na Prefeitura Municipal nos seguintes setores:

• Secretaria Municipal do Meio Ambiente

• Parque Ângelo Rinaldi – Horto Florestal Municipal. Avenida Manoel Antonio Dias, s/no, Jardim Marchezi, Ribeirão

Preto – SP, telefone 16 – 3637-3341, endereço eletrônico: [email protected]

Parcerias em projetos e ações de arborização urbanaEmpresas, escolas, organizações não governamentais e outras entidades que desejem implementar ações ou

projetos relacionados à arborização da cidade, devem procurar a Prefeitura Municipal por meio da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente.

Page 39: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

39

Bibliografia

EFEITOS DA PAISAGEM. Revista Pesquisa FAPESP, São Paulo, n.127, seção Laboratório, Set. 2006. Disponívelem: <http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3257&bd=2&pg=1&lg=>. Acesso em: Out.2006.

GUZZO P., CARNEIRO, R.M.A., OLIVEIRA - JÚNIOR, H. Cadastro Municipal de Espaços Livres Urbanos deRibeirão Preto (SP): acesso público, índices e base para novos instrumentos e mecanismos de gestão. Revistada Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. V.1, N.1 Piracicaba, SP, Dez. 2006. Disponível emwww.revsbav.esalq.usp.br

LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil.Vol.1, 4.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 1992. 352p.

LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil.Vol.2, 2.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 1998. 199p.

LORENZI, Harri et al. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, SP:Instituto Plantarum, 2003. 368p.

MAGALHÃES, Luís Mauro S., CRISPIM, Angela Alves. Vale a pena plantar e manter árvores e florestas nacidade? Revista Ciência Hoje, Rio de Janeiro, vol. 33, p.64-68, Mai.2003.

PIRACICABA. Secretaria de Defesa do Meio Ambiente (SEDEMA). Manual de Normas Técnicas de ArborizaçãoUrbana. Disponível em <http://www.piracicaba.sp.gov.br>

PORTO ALEGRE. Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Plano Diretor de Arborização Urbana de Porto Alegre.Porto Alegre, 2007. 36p. il.

RIBEIRO, Edson Leite; SILVEIRA, José Augusto Ribeiro da. Desenho urbano e qualidade do ambienteatmosférico. In: Conferência Internacional de Eco City, IV, Anais. Curitiba, 2000. v.01.

SÃO PAULO. Prefeitura da Cidade de São Paulo - Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Manual técnico dearborização urbana. 2ª edição. São Paulo, 2005.

SEITZ, Rudi Arno. A poda de árvores urbanas. Curitiba, PR: Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná,1996.

SBAU. Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. Arboricultura: guia de consulta rápida. São Paulo, SP:Editora Nova Cultural, 2005.

SBAU. Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. Disponível em: <http://www.sbau.org.br>.Capa de fundo

Page 40: Cartilha vamos arborizar ribeirao preto

40