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Sumário Executivo Soja Cotações internacionais deverão seguir em leve alta, em resposta ao recuo da produção norte- americana e o incremento do consumo. Estoques globais em níveis confortáveis limitarão a alta. Cotações domésticas caíram desde o começo do ano, refletindo surpresas positivas para as estimativas da safra. Mas, daqui para frente, não deverão apresentar quedas relevantes, já que boa parte da safra já está colhida. Milho Preços internacionais continuarão subindo de forma contida, por conta da menor safra norte- americana. Mas os estoques em níveis confortáveis, embora menores ante a safra passada, limitarão essa alta. As cotações domésticas ainda poderão apresentar queda, em decorrência do avanço da colheita da safra recorde brasileira e da intensificação da colheita da 2ª safra a partir de junho. Café Cotações internacionais deverão seguir em alta moderada nos próximos meses, como reflexo do recuo da relação entre os estoques e o consumo globais e a safra brasileira de baixa bienalidade. Cotações domésticas continuarão em elevação, em resposta à menor safra brasileira. Boi Os preços do boi permanecerão em baixos patamares refletindo a combinação de demanda doméstica fraca, baixos volumes de exportação e ampliação da oferta de animais prontos para abate, levando em conta a retenção de fêmeas ocorrida nos anos recentes. Açúcar e Etanol Como resultado do superávit global de produção, os preços internacionais do açúcar deverão continuar em baixos patamares, sem tendência de alta. Com menor volume previsto de produção de etanol, os preços devem subir, mas a alta será limitada pela retração das cotações do petróleo, e consequentemente da gasolina, e pelo volume de importações de etanol. Junho de 2017 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Panorama Macroeconômico A surpresa baixista com o desempenho dos indicadores correntes de atividade econômica nos levou a atualizar nossa projeção para o PIB. Esperamos estabilidade neste ano e crescimento de 2,0% no ano que vem. Essa calibragem deriva, em grande medida, do resultado qualitativamente pior do que o esperado para o primeiro trimestre. Apesar do crescimento de 1,0% na margem, essa alta foi quase totalmente explicada pelo setor agropecuário, com desempenho ainda fraco da indústria e do segmento de serviços. Somado a isso, os dados correntes apontam para uma contração de 0,3% do PIB no segundo trimestre, aumentando as dúvidas sobre a intensidade da retomada da economia no segundo semestre. No último mês, a elevação do risco país influenciou a cotação da moeda brasileira, mas atuações do Banco Central, a baixa vulnerabilidade externa, o forte fluxo contratado comercial e o ambiente externo favorável acabaram minimizando a intensidade da depreciação. De fato, o balanço do ambiente externo tem sido favorável para as moedas de países emergentes, com o enfraquecimento da moeda norte-americana. Com isso, ajustamos nossa projeção para a taxa de câmbio de final de ano, de R$/US$ 3,10 para R$/US$ 3,20 em 2017 e de R$/US$ 3,25 para R$/US$ 3,30 em 2018. O balanço dos ajustes das expectativas para a atividade econômica e a taxa de câmbio, somado a uma nova rodada de surpresas baixistas com a inflação corrente, nos levou a revisar novamente nosso cenário para a inflação deste e do ano que vem. Projetamos alta do IPCA de 3,4% e 4,0% para 2017 e 2018, respectivamente. A despeito dessas calibragens, incorporando os resultados de curto prazo, entendemos que a manutenção da política econômica segue fundamental para a retomada gradual da economia. O ambiente desinflacionário, com expectativas bastante ancoradas, garante que o ciclo de queda da taxa de juros se estenderá ao longo do segundo semestre, levando a Selic a 8,00%, com impactos favoráveis para a atividade econômica, que ganhará força na virada deste para o próximo ano. Tivemos, ao longo do último mês, um leve arrefecimento das expectativas com o crescimento dos Estados Unidos e da China, em contrapartida a uma melhora marginal da avaliação da economia europeia. De forma prospectiva, enxergamos riscos assimétricos para uma desaceleração adicional, ainda que lenta, da atividade. Essa desaceleração, combinada com a dinâmica mais favorável da inflação, traz um viés de redução mais lenta da liquidez global, com as políticas monetárias dos principais Bancos Centrais mantendo-se expansionista por mais tempo. AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

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Sumário Executivo

Soja – Cotações internacionais deverão seguir em leve alta, em resposta ao recuo da produção norte-

americana e o incremento do consumo. Estoques globais em níveis confortáveis limitarão a alta. Cotações

domésticas caíram desde o começo do ano, refletindo surpresas positivas para as estimativas da safra. Mas,

daqui para frente, não deverão apresentar quedas relevantes, já que boa parte da safra já está colhida.

Milho – Preços internacionais continuarão subindo de forma contida, por conta da menor safra norte-

americana. Mas os estoques em níveis confortáveis, embora menores ante a safra passada, limitarão essa alta.

As cotações domésticas ainda poderão apresentar queda, em decorrência do avanço da colheita da safra recorde

brasileira e da intensificação da colheita da 2ª safra a partir de junho.

Café – Cotações internacionais deverão seguir em alta moderada nos próximos meses, como reflexo do recuo

da relação entre os estoques e o consumo globais e a safra brasileira de baixa bienalidade. Cotações domésticas

continuarão em elevação, em resposta à menor safra brasileira.

Boi – Os preços do boi permanecerão em baixos patamares refletindo a combinação de demanda doméstica

fraca, baixos volumes de exportação e ampliação da oferta de animais prontos para abate, levando em conta a

retenção de fêmeas ocorrida nos anos recentes.

Açúcar e Etanol – Como resultado do superávit global de produção, os preços internacionais do açúcar

deverão continuar em baixos patamares, sem tendência de alta. Com menor volume previsto de produção de

etanol, os preços devem subir, mas a alta será limitada pela retração das cotações do petróleo, e

consequentemente da gasolina, e pelo volume de importações de etanol.

Junho de 2017

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Panorama Macroeconômico

A surpresa baixista com o desempenho dos indicadores correntes de atividade econômica nos levou a

atualizar nossa projeção para o PIB. Esperamos estabilidade neste ano e crescimento de 2,0% no ano que vem.

Essa calibragem deriva, em grande medida, do resultado qualitativamente pior do que o esperado para o primeiro

trimestre. Apesar do crescimento de 1,0% na margem, essa alta foi quase totalmente explicada pelo setor

agropecuário, com desempenho ainda fraco da indústria e do segmento de serviços. Somado a isso, os dados

correntes apontam para uma contração de 0,3% do PIB no segundo trimestre, aumentando as dúvidas sobre a

intensidade da retomada da economia no segundo semestre. No último mês, a elevação do risco país influenciou a

cotação da moeda brasileira, mas atuações do Banco Central, a baixa vulnerabilidade externa, o forte fluxo

contratado comercial e o ambiente externo favorável acabaram minimizando a intensidade da depreciação. De

fato, o balanço do ambiente externo tem sido favorável para as moedas de países emergentes, com o

enfraquecimento da moeda norte-americana. Com isso, ajustamos nossa projeção para a taxa de câmbio de final

de ano, de R$/US$ 3,10 para R$/US$ 3,20 em 2017 e de R$/US$ 3,25 para R$/US$ 3,30 em 2018. O balanço dos

ajustes das expectativas para a atividade econômica e a taxa de câmbio, somado a uma nova rodada de

surpresas baixistas com a inflação corrente, nos levou a revisar novamente nosso cenário para a inflação deste e

do ano que vem. Projetamos alta do IPCA de 3,4% e 4,0% para 2017 e 2018, respectivamente. A despeito dessas

calibragens, incorporando os resultados de curto prazo, entendemos que a manutenção da política econômica

segue fundamental para a retomada gradual da economia. O ambiente desinflacionário, com expectativas bastante

ancoradas, garante que o ciclo de queda da taxa de juros se estenderá ao longo do segundo semestre, levando a

Selic a 8,00%, com impactos favoráveis para a atividade econômica, que ganhará força na virada deste para o

próximo ano.

Tivemos, ao longo do último mês, um leve arrefecimento das expectativas com o crescimento dos Estados

Unidos e da China, em contrapartida a uma melhora marginal da avaliação da economia europeia. De forma

prospectiva, enxergamos riscos assimétricos para uma desaceleração adicional, ainda que lenta, da atividade.

Essa desaceleração, combinada com a dinâmica mais favorável da inflação, traz um viés de redução mais lenta da

liquidez global, com as políticas monetárias dos principais Bancos Centrais mantendo-se expansionista por mais

tempo.

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte e projeção (*): Conab,

Bradesco

Produção nacional

de soja

(em mil toneladas)

SO

JA

2

SOJA – Cotações internacionais deverão seguir em leve alta, refletindo o recuo da

produção norte-americana e o incremento do consumo. Estoques globais em níveis

confortáveis limitarão essa alta. Cotações domésticas, daqui para frente, não deverão

apresentar quedas relevantes, já que boa parte da safra já está colhida.

15.39419.419

25.934 26.16031.370 32.345

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52.018 49.98955.027

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em mil toneladasFonte e Projeção: CONAB

Elaboração: BradescoProdução Nacional de Soja 1990 - 2012

Fundamentos

O USDA divulgou o 2º levantamento da safra 2017/18 de grãos, já plantada nos EUA e que será

plantada no Brasil e na Argentina, a partir de setembro. A produção norte-americana está estimada

em 115,8 milhões de toneladas, recuando 1% ante a safra anterior (117,2 milhões de toneladas). A

área plantada no país deve ser 7,1% maior, porém é esperada retração de 7,9% da produtividade

norte-americana. O consumo mundial deverá crescer 3,9%. Assim, a relação entre o estoque e o

consumo global está estimada em 26,8%, mais baixa ante a observada na safra passada (28,1%).

Apesar do recuo da produção, os volumes produzidos nas últimas quatro safras permitiram a

recomposição dos estoques globais, que embora mais baixos, ainda estão em níveis bastante

confortáveis. Para a Argentina, a estimativa é de 57 milhões de toneladas, mesmo volume da safra

que está sendo colhida no país. Para o Brasil, o USDA espera produção de 107 milhões de toneladas,

caindo 6,1% ante a atual safra (114,0 milhões de toneladas).

A Conab divulgou a 9ª estimativa da safra 2016/17, que está em fase final de colheita no Brasil. A

produção esperada é recorde, alcançando 113,9 milhões de toneladas, o equivalente a uma expansão

de 19,4% ou de 18,5 milhões de toneladas em relação à safra anterior. Na comparação com o

levantamento do mês anterior, a Conab revisou para cima pelo 6º mês consecutivo sua estimativa, de

113,0 para 113,9 milhões de toneladas, refletindo a melhor expectativa para a produtividade.

Desde o início do ano, as cotações domésticas da soja têm recuado, refletindo as surpresas positivas

para as estimativas da safra no Brasil. Daqui para frente, os preços não deverão apresentar quedas

relevantes, já que boa parte da safra já está colhida, limitando assim a retração de preços. Além

disso, nos próximos meses, as atenções estarão mais voltadas ao desenvolvimento da safra norte-

americana, que será menor ante a safra passada. Assim, o menor volume produzido nos EUA e o

incremento do consumo global deverão favorecer a elevação das cotações internacionais a partir do

segundo semestre. De todo modo, os estoques globais em níveis bastante confortáveis limitarão essa

alta.

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

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PREÇOS INTERNACIONAIS DE SOJA - BOLSA DE CHICAGO - CBOT PREÇO FUTURO 1º VENCTO 2000 - 2010

em US$ cents por bushel

em US$ cents por bushel

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco•Projeção de preço: média dos preços futuros

de

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Produtividade da

lavoura de soja

(em kg por ha)

Fonte e (*) projeção: Conab,

Bradesco

Fonte: Deral, Bradesco

Preço de soja em grão ao

produtor – Praça Paraná -

(em R$ por saca de 60 kg)

3

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Soja - Preço futuro 1º vencimento

(em US$ cents/bushel) Projeção de preço: média dos

preços futuros

1.580

2.027

2.1502.221

2.175

2.2992.367 2.395

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2.245

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2.816

2.629

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3.115

2.651

2.9382.854

2.998

3.362

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1.700

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7*

em kg por ha Fonte e Projeção: Conab Elaboração: Bradesco Produtividade da lavoura de soja - 1990 - 2012

18.04

26.63

19.98

43.93

32.42

48.15

22.57

28.62

44.37

39.81

30.59

45.68

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73.92

50.53

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53.38

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SOJA EM GRÃO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA PR

em R$ por saca de 60 kg Fonte: Deral PR Elaboração e Projeção: Bradesco

de

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

MIL

HO

MILHO – Cotações internacionais devem seguir alta moderada, por conta da menor

safra norte-americana. Mas os estoques em níveis confortáveis, embora menores ante

a safra passada, limitarão essa alta. As cotações domésticas ainda poderão cair, em

decorrência do avanço da colheita da safra recorde brasileira e da intensificação da

colheita da 2ª safra a partir de junho

Fonte e (*) projeção: Conab,

Bradesco

Produção nacional

de milho

(em mil toneladas)

4

24.096

30.77133.174

37.44235.716

32.393

42.290

35.281

47.411

42.129

35.007

42.515

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56.01857.407

72.980

81.50680.052

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*

em mil toneladas Fonte e Projeção: ConabProdução Nacional de Milho - 1991 - 2012

Fundamentos

O USDA divulgou o 2º levantamento da safra 2017/18 de grãos, já plantada nos EUA e que será plantada

no Brasil e na Argentina, a partir de setembro. A produção norte-americana está estimada em 357,3

milhões de toneladas, caindo 7,1% ante a safra anterior. A área plantada, mais direcionada para a soja,

será 4,3% menor. A produtividade esperada é 2,2% mais baixa. O consumo mundial deverá registrar

incremento de 0,7%. Assim, a relação estoque consumo está estimada em 18,3%, abaixo da safra

passada (21,3%). Apesar do recuo da produção norte-americana, os bons volumes produzidos nas

últimas quatro safras permitiram a recomposição dos estoques globais, que embora mais baixos, ainda

estão em níveis bastante confortáveis. Para a Argentina, a estimativa é de 40 milhões de toneladas,

mesmo volume da safra que está sendo colhida no país. Para o Brasil, o USDA espera produção de 95

milhões de toneladas, o que representa recuo de 2,1% ante a atual safra (97 milhões de toneladas).

A Conab divulgou a 9ª estimativa da safra 2016/17 para o Brasil, que está sendo colhida. A produção

total de milho deve alcançar 93,8 milhões de toneladas, avançando 39,5% em relação à safra anterior, o

equivalente a 26,3 milhões a mais de produção. A primeira safra deve atingir 30,3 milhões de toneladas,

com elevação de 17,7%. Já a segunda safra, que apresentou redução significativa de produtividade no

período anterior em função da estiagem, deve recuperar seu potencial produtivo. Estimam-se 63,5

milhões de toneladas, o que representa crescimento de 55,8% em relação a 2016. Na comparação com o

levantamento do mês anterior, a Conab apresentou leve revisão para cima da primeira safra, de 30,2

para 30,3 milhões de toneladas, refletindo, principalmente, a melhor estimativa para a produtividade.

Para a segunda safra, cuja colheita começará em junho, as estimativas passaram de 62,7 para 63,5

milhões de toneladas. Com a forte expansão da produção de milho, as exportações poderão ser um

canal de escoamento do excedente. Na safra passada, foram exportadas 18,9 milhões de toneladas.

Para este ano, a Conab estima que deverão ser embarcadas 7,1 milhões de toneladas a mais, somando

26 milhões de toneladas. Ainda assim, os estoques domésticos de milho saltarão de 8 para 20 milhões

de toneladas, o equivalente a 36% do consumo, relação que foi de 15% na safra anterior.

Os preços domésticos estão recuando de forma acentuada nos últimos meses, refletindo a colheita da 1ª

safra, bem como as expectativas para a entrada a partir de junho da 2ª safra que será recorde. Além

disso, desde o começo do ano estão sendo feitas revisões positivas das estimativas. As cotações ainda

podem apresentar retração nos meses à frente, com o avanço da colheita da 2ª safra.

As cotações internacionais devem seguir em trajetória de alta moderada, refletindo a menor safra norte-

americana. Os estoques em níveis confortáveis, embora menores ante a safra passada, limitarão essa

alta.

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Produtividade –

milho

(em kg por ha)

Fonte e projeções (*):

Conab, Bradesco

Fonte: Deral, Bradesco

Preço de milho ao

produtor – Praça

Paraná

(em R$ por saca de

60 kg)

5

Milho - Preço futuro 1º vencimento

(em US$ cents por

bushel) Projeção de preço: média dos

preços futuros

Fonte: Bloomberg, Bradesco 217

235

267

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316

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Milho - Bolsa de Chicago - CBOTPreço futuro 1º vencimento

Em US$ cents por bushelFonte: Bloomberg Elaboração e Projeção: Bradesco

de

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7

1.791

2.1942.3492.344

2.622

2.356

2.5882.6502.5892.480

3.260

2.864

3.585

3.296

2.867

3.279

3.655

3.972

3.599

4.3114.158

4.808

5.1495.057

5.396

4.178

5.409

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em kg por ha Produtividade - Milho - 1991 - 2012

11.95

7.05

11.40

22.28

18.96

16.26

10.44

14.14

24.94

13.07

26.92

17.26

23.29

19.17

24.34

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/15

Jan

/16

Jan

/17

Preço pago ao produtor de milho - Paraná Fonte: DeralElaboração e Projeção:

Em R$ por saca de 60 kg Fonte: DeralElaboração e Projeção: Bradesco

Em R$ por saca de 60 kg

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

CAFÉ – Cotações internacionais deverão seguir em alta moderada nos próximos

meses, como reflexo do recuo da relação entre os estoques e o consumo globais e a

safra brasileira de baixa bienalidade. Cotações domésticas continuarão em elevação,

em resposta à menor safra brasileira

Produção nacional de

café

(em mil sacas de 60 kg)

Fonte e projeção (*): Conab,

Bradesco

CA

6

26.000

16.800

27.500

18.860

34.547

27.170

31.100

28.137

48.480

28.820

39.272

32.944

42.512

36.070

45.992

39.470

48.095

43.484

50.82649.152

45.342

43.235

51.369

45.563

11.000

21.000

31.000

41.000

51.000

61.000

94/9

5

95/9

6

96/9

7

97/9

8

98/9

9

99/0

0

00/0

1

01/0

2

02/0

3

03/0

4

04/0

5

05/0

6

06/0

7

07/0

8

08/0

9

09/1

0

10/1

1

11/1

2

12/1

3

13/1

4

14/1

5

15/1

6

16/1

7

17/1

8*

Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: BradescoProdução Nacional de Café - 1994 - 2012mil sacas de 60 kg

Fundamentos

O USDA divulgou neste mês seu 1º relatório semestral de café para a safra 2017/18. Essa safra está

em fase de colheita no Brasil e começará a ser colhida nos demais países produtores a partir de

outubro. A produção mundial está estimada em 159,3 milhões de sacas de 60 quilos, com leve

incremento de 0,1%. Apesar do aumento da produção previsto para diversos países produtores, a

produção brasileira será menor em 7,1% em razão da baixa bienalidade deste ano. A safra brasileira

está estimada pelo USDA em 52,1 milhões de sacas, ante 56,1 milhões da safra passada. Já o

consumo global foi estimado em 157,7 milhões de sacas, com alta de 1,3%. Com isso, os estoques

deverão cair 3,2% e a relação entre o estoque e o consumo global chegará a 21,6%, abaixo do nível

registrado nas duas últimas safras (22,8% e 28,6%). O superávit global, que foi de 3,6 milhões de

sacas no ano passado, deverá somar 1,7 milhão de sacas neste ano. O próximo levantamento do

USDA será divulgado em dezembro deste ano.

A Conab divulgou em maio o 2º levantamento da safra 2017/18 de café, que está sendo colhida. A

estimativa para a produção total de café registrou leve revisão para baixo (de 45,58 para 45,56

milhões de sacas). A estimativa para o café arábica passou de 36,5 para 35,4 milhões de sacas,

recuando 2,8% ante o levantamento de janeiro e 18,3% ante a safra passada, refletindo a

bienalidade baixa. Já a projeção de produção do café robusta passou de 9,1 para 10,1 milhões de

sacas, subindo 11% ante o levantamento de janeiro e 26,9% ante a safra passada (atingida pela

estiagem). Apesar da melhora, a safra do robusta ainda permanece abaixo do seu potencial de 13

milhões de sacas, registrado antes da quebra que a cultura registrou nos dois últimos anos. O

próximo relatório da Conab será divulgado em setembro.

Os preços internacionais do café estão em queda desde o começo do ano, por conta da liquidação

de posições pelos fundos de investimentos, que vislumbram um cenário de oferta mais ajustado.

Apesar disso, nos próximos meses, as cotações internacionais deverão registrar elevações

moderadas, refletindo o melhor ajuste entre oferta e demanda globais, com recuo dos estoques e a

safra brasileira de baixa bienalidade. Os preços domésticos continuarão em elevação, em resposta à

menor safra brasileira.

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: CEPEA ESALQ, Bradesco

Preço do café arábica

(em R$ por saca de 60

kg)

Projeção de preço: média

dos preços futuros BMF

7

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Café arábica - NYBOT Preço futuro 1º

vencimento

(em US$ cents por

libra peso)

Projeção de preço: média

dos preços futuros 115.06

63.07 65.95

67.78

99.48

127.53

96.55

131.18

152.04

108.67

142.45

272.07

180.03

150.03

117.62

197.02

118.14

160.47

138.62 128.25

25.0

75.0

125.0

175.0

225.0

275.0

325.0

Jan

/00

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Projeção de preço: média dos preços futuros Café em grão - Bolsa de Nova York - NYBOT2000 - 2010Em US$ cents por libra peso

Fonte: Bloomberg Elaboração:

de

z/1

7

223.6239.8

337.0

230.4

291.4269.8

247.5

328.0

530.8

408.6

247.7

366.3

480.1

424.0

556.7

467.6

516.6

50.0

150.0

250.0

350.0

450.0

550.0

650.0

750.0

Jan

/00

Jan

/01

Jan

/02

Jan

/03

Jan

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Jan

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Jan

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Jan

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Jan

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Jan

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Jan

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Café Arábica - Preço ao Produtor - Praça São Paulo 2000 - 2012Em R$ por saca 60 kg Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

7

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

BO

I BOI – As cotações do boi continuarão sem tendência de alta e em baixos

patamares refletindo a combinação de demanda doméstica fraca, baixos volumes

de exportação e ampliação da oferta de animais prontos para abate, como

resultado da retenção de fêmeas em anos recentes

8

Fundamentos

Em meados de março, a Polícia Federal deflagrou a operação Carne Fraca, apontando

irregularidades na fiscalização de frigoríficos. Imediatamente, países compradores responsáveis por

mais de 50% dos destinos, como China, Hong Kong, Egito, Arábia Saudita, África do Sul e União

Europeia, embargaram a carne brasileira para averiguação. Passados quinze dias, os principais

países de destino retiraram os embargos temporários, mas manterão maior rigidez nos controles.

Assim, nos primeiros cinco meses do ano, os embarques de carne bovina tiveram movimento

bastante volátil e caíram 10,5% em volume ante o mesmo período do ano passado. Em valores, as

exportações caíram 5,8% no período.

Como resultado da retenção de fêmeas realizada nos últimos anos, a oferta doméstica de bezerros

está em expansão, levando à redução dos preços dos animais. Desde abril do ano passado, os

preços do bezerro já caíram 22%. Diante disso, a relação de troca entre boi gordo e bezerro está

melhor, mesmo com a recente queda dos preços do boi. Essa elevação propiciará uma ampliação

da oferta de animais prontos para abate no curto e médio prazos.

Em abril, as cotações do boi recuaram, como consequência da operação Carne Fraca. Mas, logo em

seguida, voltaram ao nível registrado antes da operação. As boas condições climáticas permitiram

ao pecuarista segurar o boi no pasto, esperando preços melhores. Já, desde meados de maio, as

cotações adotaram novamente a tendência de queda, dessa vez mais acentuada.

As cotações do boi continuarão em baixos patamares e sem tendência de alta, refletindo: (i) o

consumo doméstico fraco, afetado pelos ajustes ainda em curso do mercado de trabalho; (ii) a

ampliação da oferta de animais prontos para abate, em resposta à maior oferta de bezerros; (iii) o

recuo das exportações, que representam 20,0% da demanda total e não deverão crescer como

esperado inicialmente.

Exportações

brasileiras de

carne bovina

(em mil toneladas)

Fonte: Secex, Bradesco

129.482

97.221

108.879107.175

113.219

80.000

90.000

100.000

110.000

120.000

130.000

140.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Exportações Brasileiras de carne bovina - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

2015

2016

2017

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Boi gordo – Preço ao

produtor – Praça São

Paulo

(em R$ por arroba)

Fonte: CEPEA, Bradesco

9

Projeção de preço:

média dos preços

futuros BMF BOVESPA

Abate de bois

em mil

cabeças

Fonte: MAPA,

Bradesco

2.253

2.058

1.998

2.0812.047

1.655

2.055

1.540

1.640

1.740

1.840

1.940

2.040

2.140

2.240

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Abates mensais de boi - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

2015

2016

2017

61.8

93.3

74.5

109.6106.9

90.897.0

108.4

125.2

150.7

157.7

148.1

125.2

129.1

20.0

40.0

60.0

80.0

100.0

120.0

140.0

160.0

Jan

/06

Jan

/07

Jan

/08

Jan

/09

Jan

/10

Jan

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Jan

/12

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/13

Jan

/14

Jan

/15

Jan

/16

Jan

/17

BOI GORDO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA SP

Em R$ por arroba (15 kg)Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

7

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

222.429240.944

287.810

314.969

257.592

320.650

359.316

431.413

474.800

559.432

604.514623.905

560.364

588.916

658.822

634.767

657.184647.626

150.000

250.000

350.000

450.000

550.000

650.000

90

/91

91

/92

92

/93

93

/94

94

/95

95

/96

96

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97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

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03

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04

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/12

12

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14

/15

15

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16

/17

17

/18

*

mil toneladasProdução Nacional de Cana-de-Açúcar - 1990 - 2013

Fonte e projeção : Conab Elaboração. Bradesco

AÇÚCAR E ETANOL – Como resultado do superávit global de produção, os

preços internacionais do açúcar deverão continuar em baixos patamares. Com

menor volume previsto de produção de etanol, os preços devem subir, mas a

alta será limitada pela retração das cotações do petróleo e pelo volume de

importações de etanol

10

ÚC

AR

E

ETA

NO

L

Produção nacional de

cana-de-açúcar

em mil toneladas

Fonte e projeção (*): Conab,

Bradesco

Fundamentos

O USDA divulgou em maio seu relatório semestral com a 1ª estimativa para safra 2017/18 de açúcar. A

projeção é de estabilidade do consumo e de alta de 5,2% da produção. Os maiores incrementos de

produção virão dos seguintes produtores: Índia (17,7%), União Europeia (12,7), Tailândia 12,3% e Brasil

(1,3%). Com isso, após quatro safras seguidas de déficit global de produção, a atual safra deverá

registrar superávit de 8 milhões de toneladas. O próximo relatório do USDA será divulgado em

novembro.

Em abril, a Conab divulgou a 1ª estimativa para a safra 2017/18. Foi estimado recuo de 2,3% para a

área plantada. Em São Paulo, maior estado produtor, a área deverá ser 4,5% menor. A produção de

cana está estimada em 647,6 milhões de toneladas, recuando 1,5%. A produtividade deverá subir 0,9%,

com a melhora do clima no Nordeste. Refletindo a melhor rentabilidade do açúcar, novamente a safra

será mais voltada à produção da commodity, devendo somar 38,7 milhões de toneladas (mesmo volume

da safra passada). Já a produção de etanol deverá cair 4,9%. A produção de etanol anidro (misturado à

gasolina) deverá crescer 2,8%, enquanto o etanol hidratado deverá cair 10%. O próximo relatório da

Conab será divulgado no final de agosto.

A Unica divulgou sua 1ª estimativa para a safra 2017/18. A produção de cana no Centro-Sul deverá

somar 585 milhões de toneladas, com queda de 3,7% ante a safra passada que chegou a 607 milhões

de toneladas. A produção de açúcar está estimada em 35,2 milhões de toneladas, caindo 1,2%, e de

etanol 24,7 milhões de toneladas, recuando 3,7%.

Segundo a Unica, até início de junho, o processamento de cana na safra 2017/18 caiu 20,9%, o de

açúcar 18,6% e de etanol 21,5%, ante o mesmo período do ano passado. A moagem da safra passada

foi bastante elevada no início do ano, favorecida pelo clima e pela cana bisada da safra anterior. Apesar

do menor volume de açúcar processado no início deste ano, os preços do açúcar seguiram em baixa,

refletindo as notícias de superávit, com melhora de produção na Índia e na Tailândia e as vendas dos

fundos.

As vendas de gasolina cresceram 5,5% no 1º quadrimestre deste ano, após registrar expansão de 4,6%

no ano passado. Na mesma comparação, as vendas de etanol hidratado caíram 19,3% neste ano e

18,3% em 2016. Até abril de 2017, os preços do etanol recuaram 20%, em resposta à queda da

demanda e do incremento das importações. As importações de etanol alcançaram 864,5 milhões de

litros neste 1º quadrimestre, ultrapassando o volume total importado no ano passado (818 milhões de

toneladas).

Refletindo o superávit global de produção, os preços internacionais do açúcar deverão continuar em

baixos patamares, sem tendência de alta. Com menor volume previsto da produção de etanol, os preços

devem subir, mas a alta será limitada pela retração das cotações do petróleo, e consequentemente da

gasolina, e pelo volume de importações de etanol.

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Preço de etanol hidratado

(em R$ por metro cúbico)

Fonte: BMF BOVESPA, Bradesco

11

Preços internacionais

de açúcar

(em US$ cents por

bushel)

Projeção de preço: média

dos preços futuros

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Produção nacional de

açúcar (em mil

toneladas) e produção

nacional de etanol (em

mil litros)

Fonte: Conab, Bradesco

Projeção de preço: preços

futuros BMF BOVESPA

11.700

19.380

38.16838.691

38.702

12.692

10.518

26.682

23.640

27.957

30.462

27.808 26.451

8.000

15.000

22.000

29.000

36.000

43.000

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

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/05

05

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06

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09

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10

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11

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12

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13

/14

14

/15

15

/16

16

/17

17

/18

*

Açúcar em mil toneladasEtanol em mil litros

Fonte e (*) Projeção: Conab Elaboração: Bradesco

Produção nacional de açúcar e de etanol 1993 – 2013

AÇÚCAR

ÁLCOOL

5.6

10.7

9.0 8.8

6.3

9.0

8.4

17.9

8.9

13.1

11.3

28.4

14.6

32.1

21.9

29.5

24.9

17.7

15.4

10.7

14.9

22.9

20.4

13.6

14.5 15.3

3.0

9.0

15.0

21.0

27.0

33.0

Jan

/00

Jan

/01

Jan

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/18

Preços internacionais de açúcar – NYBOT – Preço futuro 1º Vencto 2000 – 2013Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Em US$ cents por libra peso

de

z/1

7

1.291

1.025

1.354

1.076

1.316

1.148

1.842

1.285

1.840

1.925

1.505

1.626

920

1.020

1.120

1.220

1.320

1.420

1.520

1.620

1.720

1.820

1.920

2.020

jan

/13

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3m

ar/

13

ab

r/13

mai/1

3ju

n/1

3ju

l/13

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13

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no

v/1

3d

ez/

13

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4m

ar/

14

ab

r/14

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4ju

n/1

4ju

l/14

ag

o/1

4set/

14

ou

t/14

no

v/1

4d

ez/

14

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5m

ar/

15

ab

r/15

mai/1

5ju

n/1

5ju

l/15

ag

o/1

5set/

15

ou

t/15

no

v/1

5d

ez/

15

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6m

ar/

16

ab

r/16

mai/1

6ju

n/1

6ju

l/16

ag

o/1

6set/

16

ou

t/16

no

v/1

6d

ez/

16

jan

/17

fev/1

7m

ar/

17

ab

r/17

mai/1

7ju

n/1

7ju

l/17

ag

o/1

7

em R$ por metro cúbico

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Posições não

comerciais e preços

internacionais de soja

Posições não

comerciais e preços

internacionais de

milho

Posições não

comerciais e preços

internacionais de café

Acompanhamento das posições não comerciais

884,75-93386

-160

-120

-80

-40

0

40

80

120

160

200

240

280

800

900

1.000

1.100

1.200

1.300

1.400

1.500

mai/1

4

jun

/14

jul/14

ag

o/1

4

set/

14

ou

t/14

no

v/1

4

dez/

14

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5

mar/

15

ab

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mai/1

5

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ag

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5

set/

15

ou

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no

v/1

5

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6

mar/

16

ab

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6

jun

/16

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ag

o/1

6

set/

16

ou

t/16

no

v/1

6

dez/

16

jan

/17

fev/1

7

mar/

17

ab

r/17

mai/1

7

US$ cents por bushel em mil contratos

preço soja Posição não-comercial

16-j

un

-

356

-73302

-300

-200

-100

0

100

200

300

300

350

400

450

500

550

mai/1

4

jun

/14

jul/14

ag

o/1

4

set/

14

ou

t/14

no

v/1

4

dez/

14

jan

/15

fev/1

5

mar/

15

ab

r/15

mai/1

5

jun

/15

jul/15

ag

o/1

5

set/

15

ou

t/15

no

v/1

5

dez/

15

jan

/16

fev/1

6

mar/

16

ab

r/16

mai/1

6

jun

/16

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ag

o/1

6

set/

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7

em mil contratosUS$ cents por bushel

preço milho

posição não comercial

117,75

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-40

-20

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20

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7

Posições Não Comerciais e Preços Internacionais de café - 2007 - 2014 - Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Café posição não comercial

US$ c / libra peso em mil de contratos

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: Bloomberg, Bradesco

Posições não

comerciais e preços

internacionais de

açúcar

Acompanhamento das posições não comerciais

15,0251641

-100

0

100

200

300

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-13

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4

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-15

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-17

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r-1

7m

ai-

17

Sugar

Preços Açúcar

Posição não comercial

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

SO

JA

Complexo Soja

Da soja em grão produzida no Brasil, 60% do volume é exportado e 40% é destinado à moagem. O

processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas.

Do farelo produzido, 50% são exportados e do óleo, 20% são embarcados.

A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%.

Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e

cerca de 80% são usados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e

suínos.

Países de destino

Grão: 75,0% China, 10,0% Europa.

Farelo: 56,0% Europa, 14,0% Indonésia, 8,0% Tailândia.

Óleo: 48,8% Índia, 12,0% China.

Sazonalidade

Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio.

Regionalização

Centro-Oeste: 46,0%; Sul 37,0%; 8,0% Sudeste; 5,0% Nordeste

Ranking

O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 31,2%, atrás dos EUA, com 33,4%, mas é o

maior exportador, com 43,0% do total, seguido pelos EUA, com 38,2%.

Retrato do mercado

14

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto

representa:

64,0% da avicultura

65,0% da suinocultura

23,0% da pecuária de leite

Países de destino

As exportações de milho respondem por 32,0% do volume produzido. Os principais mercados de destino

são: 15,0% Irã, 10,0% Coréia do Sul, 9,6% Japão.

Sazonalidade

O milho tem duas safras:

Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e

maio. Representa 40,0% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45,0% Sul; 26,0% Sudeste;

13,0% Nordeste; 10,0% Centro-Oeste.

Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro.

Responde por 60,0% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,0% Centro-Oeste; 24,0% Sul

(somente Paraná); 7,0% Sudeste; 3,0% Nordeste (somente Bahia).

Ranking

O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 8,0% de participação no mercado e o terceiro maior

exportador, com 16,0% de participação.

MIL

HO

Retrato do mercado

15

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O Brasil exporta 70,0% do café produzido, sendo 96,0% de café verde e 4,0% de café solúvel

A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos

totais, pois a maior parte da colheita é manual.

Países de destino

Europa 50,3%, 21,6% EUA, Japão 6,7%.

Regionalização

Distribuição regional da produção de café arábica:

70,6% Minas Gerais

12,7% São Paulo

8,9% Espírito Santo

3,4% Bahia

2,7% Paraná

Distribuição regional da produção de café robusta:

65,6% Espírito Santo

14,3% Rondônia

15,7% Bahia

2,9% Minas Gerais

Sazonalidade

A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se

estende até setembro.

Ranking

O Brasil é o maior player global, com participações de 33,0% na produção e de 27,0% na exportação. Os

demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que

responde por 14,0% do consumo mundial. C

AF

É

Retrato do mercado

16

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para

abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais

para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro.

As exportações respondem por 20,0% da produção nacional de carne bovina.

Países de destino

Os principais mercados de destino em 2015 foram: 19,4% Hong Kong, 14,4% Egito, 13,2% Rússia,

8,6% União Europeia, 7,2% Irã, 7,2% China e 6,9% Venezuela.

Regionalização

Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,1% Centro-Oeste; 21,2% Sudeste; 20,8%

Norte; 11,5 Sul; 10,4% Nordeste.

Ranking

O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,3% de participação, antecedido

pelos EUA, que representam 19,2%.

O Brasil é o maior exportador mundial, com 20,0% do mercado.

Sazonalidade

O ciclo da pecuária bovina é longo – 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do

animal com aproximadamente 15 arrobas.

O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto,

alimentado à base de capim.

O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde

por apenas 5,0% do total de abates.

A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens

abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são mais

baixos.

A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam

as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. Como consequência, os preços se

elevam nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais

elevado. No pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado.

Nos confinamentos há dois turnos:

1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro

2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro

BO

I

Retrato do mercado

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Complexo Sucroalcooleiro

Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 47,0% se destinam à produção de açúcar e 53,0% à produção

de etanol.

O açúcar tem a seguinte destinação: 70,0% exportação e 30,0% mercado doméstico. O etanol tem a

seguinte destinação: 6,0% exportação e 94,0% mercado interno.

Do total de etanol produzido, o hidratado representa 60,0% (usado como combustível nos carros flex

fuel) e o anidro, 40,0% (misturado à gasolina na proporção de 20,0% a 25,0%).

O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de

70,0%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

Países de destino

Açúcar: 10,4% China, 10,3% Bangladesh, 6,8% Argélia, 6,3% Índia.

Etanol: 49,2% EUA, 25,2% Coreia do Sul.

Sazonalidade

A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita é de 18 meses, e da mesma

planta é possível fazer até 6 cortes, em média.

O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas.

Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção.

O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores

relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre.

Regionalização

65,0% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul.

Ranking

O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 20,3%. Os demais players são:

Índia 16,6%; União Europeia 9,4%; Tailândia 6,3%.

O Brasil é o maior exportador, com participação de 43,4% no mercado global. Os demais exportadores

são: Tailândia 16,1%; Austrália 6,7%.

Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57,5% EUA e 27,7% Brasil.

ÚC

AR

E

ETA

NO

L

Retrato do mercado

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Economistas: Ana Maria Bonomi Barufi / Andréa Bastos Damico / Constantin Jancso / Daniela Cunha de Lima / Ellen Regina

Steter / Estevão Augusto Oller Scripilliti / Fabiana D’Atri / Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão / Marcio Aldred Gregory / Myriã

Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Regina Helena Couto Silva / Thomas Henrique Schreurs Pires Estagiários: Alexandre Stiubiener Himmestein / Christian Frederico M. Moraes / Felipe Alves Fêo Emery de Carvalho / Felipe Yamamoto Ricardo da Silva/ Gabriela Soares de Faria / Mariana Silva de Freitas / Rafael Martins Murrer

Fernando Honorato Barbosa – Economista Chefe

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Equipe Técnica

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