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Fevereiro de 2015 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Panorama Macroeconômico A volatilidade dos preços das commodities, com destaque para o petróleo, as ações dos bancos centrais e seus impactos sobre as economias pautam as expectativas relacionadas ao cenário global neste início de ano. Ao mesmo tempo, incertezas ligadas à Grécia e a redução das tensões na Ucrânia dividem as atenções do mercado. Em relação às perspectivas para as principais economias do mundo, a retomada da economia norte- americana segue em curso, com melhora contínua e sustentada do mercado de trabalho. Nessas condições, ganham força as apostas de que o Fed, de fato, começará a normalização da política monetária em meados deste ano. Na Área do Euro, as surpresas positivas com o desempenho da economia na virada do ano passado para este e os efeitos dos estímulos monetários e da queda do preço do petróleo nos levaram a revisar para cima nossa projeção para o crescimento do PIB da região em 2015, de 1,1% para 1,3%. Por fim, os primeiros indicadores deste ano divulgados na China sugerem uma desaceleração da economia mais forte e rápida do que esperávamos. Mesmo que o consenso do mercado ainda aponte para expansão do PIB de 7,0% em 2015, projetamos crescimento de 6,5%, que ficará abaixo da meta do governo (que acreditamos que deverá ser revista da taxa vigente de 7,5% para 7,0%). Nos últimos meses, o balanço de riscos para o crescimento do PIB de 2015 apresentou piora relevante. Por conta disso, atualizamos nossa projeção para o desempenho do PIB brasileiro, passando de uma alta de 0,5% para uma queda de 0,5%. Dentre os principais vetores baixistas, destacamos: (i) a piora do cenário de chuvas, o que aumentou a probabilidade de observarmos um racionamento de água e/ou de energia; (ii) a surpresa negativa com o resultado dos indicadores fiscais ao fim de 2014, o que requererá um ajuste (via impostos e/ou despesas) mais forte do que o trabalhávamos anteriormente para atingir a meta de superávit de 1,2% do PIB em 2015; (iii) a forte queda de investimentos planejados pelo setor de petróleo e seus efeitos sobre a cadeia produtiva e (iv) o desaquecimento mais nítido do mercado de trabalho, com geração negativa de vagas nos últimos meses, conforme apontado pelo CAGED. A alta da inflação, em curso, tem refletido os efeitos dos ajustes na política econômica, em especial devido ao realinhamento dos preços relativos, levando o IPCA a chegar a uma alta de 7,0% neste ano. AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO Sumário Executivo Soja Os preços deverão seguir voláteis refletindo as preocupações com os efeitos da seca sobre o nível de produtividade no Brasil. Mas o viés continua sendo de baixa como resultado do incremento de produção nos EUA, no Brasil e na Argentina e da consequente elevação da relação estoque consumo atingindo 30,9%, ante 24,3% da safra passada. Milho A tendência para os preços continua de alta, refletindo os efeitos da seca sobre o potencial produtivo no Brasil e o recuo de área plantada. Mas não deveremos observar altas relevantes de preços, como reflexo da safra recorde nos EUA. Café As cotações deverão continuar voláteis com tendência de alta, por conta das incertezas quanto aos efeitos da estiagem sobre o potencial produtivo dessa safra. Boi O incremento de oferta com a entrada da safra e a moderação da demanda levarão ao arrefecimento dos preços nos próximos meses. Mas os efeitos da estiagem e a oferta ainda restrita de animais prontos para abate limitarão a queda. Risco para esse cenário é a possibilidade de redução do consumo nos países produtores de petróleo, que são importadores relevantes de carne brasileira. Açúcar e Etanol Como resultado da menor safra brasileira e do melhor ajuste global entre oferta e demanda, os preços do açúcar devem seguir em alta moderada. Os preços do etanol deverão continuar subindo em decorrência da elevação dos preços da gasolina, via tributação da Cide, e também sustentados pela demanda doméstica robusta por combustíveis.

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Page 1: AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCOAGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO³cio Bras… · projetamos crescimento de 6,5%, que ficará abaixo da meta do governo (que acreditamos que deverá ser revista

Fevereiro de 2015

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Panorama Macroeconômico

A volatilidade dos preços das commodities, com destaque para o petróleo, as ações dos bancos centrais e seus

impactos sobre as economias pautam as expectativas relacionadas ao cenário global neste início de ano. Ao

mesmo tempo, incertezas ligadas à Grécia e a redução das tensões na Ucrânia dividem as atenções do

mercado. Em relação às perspectivas para as principais economias do mundo, a retomada da economia norte-

americana segue em curso, com melhora contínua e sustentada do mercado de trabalho. Nessas condições,

ganham força as apostas de que o Fed, de fato, começará a normalização da política monetária em meados

deste ano. Na Área do Euro, as surpresas positivas com o desempenho da economia na virada do ano passado

para este e os efeitos dos estímulos monetários e da queda do preço do petróleo nos levaram a revisar para

cima nossa projeção para o crescimento do PIB da região em 2015, de 1,1% para 1,3%. Por fim, os primeiros

indicadores deste ano divulgados na China sugerem uma desaceleração da economia mais forte e rápida do

que esperávamos. Mesmo que o consenso do mercado ainda aponte para expansão do PIB de 7,0% em 2015,

projetamos crescimento de 6,5%, que ficará abaixo da meta do governo (que acreditamos que deverá ser revista

da taxa vigente de 7,5% para 7,0%).

Nos últimos meses, o balanço de riscos para o crescimento do PIB de 2015 apresentou piora relevante. Por

conta disso, atualizamos nossa projeção para o desempenho do PIB brasileiro, passando de uma alta de 0,5%

para uma queda de 0,5%. Dentre os principais vetores baixistas, destacamos: (i) a piora do cenário de chuvas, o

que aumentou a probabilidade de observarmos um racionamento de água e/ou de energia; (ii) a surpresa

negativa com o resultado dos indicadores fiscais ao fim de 2014, o que requererá um ajuste (via impostos e/ou

despesas) mais forte do que o trabalhávamos anteriormente para atingir a meta de superávit de 1,2% do PIB em

2015; (iii) a forte queda de investimentos planejados pelo setor de petróleo e seus efeitos sobre a cadeia

produtiva e (iv) o desaquecimento mais nítido do mercado de trabalho, com geração negativa de vagas nos

últimos meses, conforme apontado pelo CAGED. A alta da inflação, em curso, tem refletido os efeitos dos

ajustes na política econômica, em especial devido ao realinhamento dos preços relativos, levando o IPCA a

chegar a uma alta de 7,0% neste ano.

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Sumário Executivo

Soja – Os preços deverão seguir voláteis refletindo as preocupações com os efeitos da seca sobre o nível de

produtividade no Brasil. Mas o viés continua sendo de baixa como resultado do incremento de produção nos EUA,

no Brasil e na Argentina e da consequente elevação da relação estoque consumo atingindo 30,9%, ante 24,3% da

safra passada.

Milho – A tendência para os preços continua de alta, refletindo os efeitos da seca sobre o potencial produtivo

no Brasil e o recuo de área plantada. Mas não deveremos observar altas relevantes de preços, como reflexo da

safra recorde nos EUA.

Café – As cotações deverão continuar voláteis com tendência de alta, por conta das incertezas quanto aos

efeitos da estiagem sobre o potencial produtivo dessa safra.

Boi – O incremento de oferta com a entrada da safra e a moderação da demanda levarão ao arrefecimento dos

preços nos próximos meses. Mas os efeitos da estiagem e a oferta ainda restrita de animais prontos para abate

limitarão a queda. Risco para esse cenário é a possibilidade de redução do consumo nos países produtores de

petróleo, que são importadores relevantes de carne brasileira.

Açúcar e Etanol – Como resultado da menor safra brasileira e do melhor ajuste global entre oferta e demanda,

os preços do açúcar devem seguir em alta moderada. Os preços do etanol deverão continuar subindo em

decorrência da elevação dos preços da gasolina, via tributação da Cide, e também sustentados pela demanda

doméstica robusta por combustíveis.

Page 2: AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCOAGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO³cio Bras… · projetamos crescimento de 6,5%, que ficará abaixo da meta do governo (que acreditamos que deverá ser revista

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte e projeção: Conab

Elaboração: BRADESCO

Produção Nacional

de soja

(em mil toneladas)

1991 – 2015

SO

JA

2

SOJA – Os preços deverão seguir voláteis refletindo as preocupações com

os efeitos da seca sobre o nível de produtividade no Brasil

15.39419.419

25.934 26.160

31.370 32.345

41.917

52.01849.989

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em mil toneladasFonte e Projeção: CONAB

Elaboração: BradescoProdução Nacional de Soja 1990 - 2012

Fundamentos

O USDA revisou para baixo a produção brasileira de soja no relatório mensal de fevereiro, em menos

1 milhão de toneladas, o equivalente a um recuo de 1,0% ante o mês anterior, refletindo a estiagem

no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do País. Em sentido contrário, elevou a estimativa de produção

na Argentina em mais 1 milhão de toneladas, uma alta de 1,8% sobre o levantamento do mês

passado.

O 5º levantamento da safra 2014/15, divulgado pela Conab, apontou revisão para baixo na estimativa

de produção de soja no Brasil em 1,3 milhão de toneladas, o equivalente a um recuo de 1,4%. A

Conab apontou recuo de área plantada no Centro-Oeste e ajuste para baixo no nível de produtividade

esperado no Nordeste e no Centro Oeste. Ainda assim, a produção de soja deve somar 94,6 milhões

de toneladas, uma safra recorde, com incremento de 9,8% ante a safra anterior. O número da Conab

está em linha com o divulgado pelo USDA, de 94,5 milhões de toneladas. Estimativas de consultorias

especializadas apontam uma safra entre 91 e 92 milhões de toneladas de soja. Esperamos que nos

próximos levantamentos, tanto a Conab quanto o USDA convirjam para esse número, incorporando

os efeitos da estiagem severa principalmente no Sudeste e no Nordeste.

Os preços de soja deverão continuar voláteis, por conta das preocupações com os efeitos da seca

sobre o nível de produtividade da safra brasileira. Mas a tendência continua sendo de baixa das

cotações como resultado das safras recordes nos três maiores exportadores: EUA, Brasil e Argentina

que respondem juntos por pouco mais de 80% da produção global e deverão ter um incremento de

11,4% da produção. Com isso, a relação estoque consumo é a mais alta da série histórica, atingindo

30,9%, ante 24,3% da safra passada.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

491

546507

436

632

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989

526

689

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PREÇOS INTERNACIONAIS DE SOJA - BOLSA DE CHICAGO - CBOT PREÇO FUTURO 1º VENCTO 2000 - 2010

em US$ cents por bushel

em US$ cents por bushel

Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco•Projeção de preço: média dos preços futuros

de

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5

Produtividade da

lavoura de soja

(em kg por ha)

1991 – 2015

Fonte e (*) projeção: Conab

Elaboração: BRADESCO

Fonte: Deral

Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de soja em grão

ao produtor – Praça

Paraná -

(em R$ por saca de 60

kg) 2000 – 2015

3

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

Soja - Preço Futuro 1º vencimento

(em US$ cents/bushel)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros

1.580

2.027

2.1502.221

2.175

2.2992.367 2.395

2.751

2.567

2.816

2.339

2.245

2.419

2.816

2.629

2.927

3.115

2.651

2.938

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em kg por ha Fonte e Projeção: Conab Elaboração: Bradesco Produtividade da lavoura de soja - 1990 - 2012

18,04

26,63

19,98

43,93

32,42

48,15

22,57

28,62

27,03

44,37

39,81

30,59

45,68

40,14

73,92

50,53

61,83

53,38

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SOJA EM GRÃO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA PR

em R$ por saca de 60 kg Fonte: Deral PR Elaboração e Projeção: Bradesco

de

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

MIL

HO

MILHO – Preços continuam em alta refletindo os efeitos da seca sobre o

potencial produtivo no Brasil e o recuo de área plantada. Mas não deveremos

observar altas relevantes de preços, como reflexo da safra recorde nos EUA

Fonte e (*) projeção: Conab

Elaboração : BRADESCO

Produção Nacional

de milho

(em mil toneladas)

1991 – 2015

4

24.096

30.77133.174

37.44235.716

32.393

42.290

35.281

47.411

42.129

35.007

42.515

51.370

58.652

51.004

56.01857.407

72.980

81.506 80.05278.398

20.000

30.000

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em mil toneladas Fonte e Projeção: ConabProdução Nacional de Milho - 1991 - 2012

Fundamentos

O USDA divulgou o relatório mensal e trouxe revisão para cima na estimativa de produção global de

milho em mais 3,2 milhões de toneladas, uma alta de 0,3% ante o levantamento anterior. As revisões

positivas ocorreram para a safra na Argentina e na Ucrânia. Para a safra brasileira foi mantida a mesma

estimativa do mês anterior, de 75 milhões de toneladas.

Até o levantamento anterior, a Conab vinha repetindo a mesma área da safra passada plantada com

milho 2ª safra, à espera da aproximação do período de plantio, quando ficaria mais clara a intenção de

plantio. No atual levantamento, a Conab estimou recuo de 2,5%, com queda de 3,2% no Centro-Oeste e

de 1,7% no Paraná. Para a 1ª safra de milho a Conab apontou melhora dos níveis de produtividade no

Sul e no Sudeste ante o mês passado. Assim é esperado recuo de 4,8% da produção de milho 1ª safra e

de 0,3% da 2ª safra, comparativamente à safra do ano passado. A produção total de milho deve somar

78,4 milhões de toneladas, uma queda de 2,1% ante a safra passada. Os próximos levantamentos

deverão apresentar convergência para algo entre 73 e 75 milhões de toneladas, que são as estimativas

de consultorias especializadas e do USDA, refletindo os efeitos da seca.

Como resultado da safra menor, os preços devem seguir em alta, refletindo também o incremento de

demanda para ração pelos criadores de aves e suínos.

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Produtividade –

milho

(em kg por ha)

1991 – 2015

Fonte: Conab

Elaboração : BRADESCO

Fonte: Deral

Elaboração e Projeção: BRADESCO

Preço de milho ao

produtor – Praça

Paraná

(em R$ por saca de

60 kg)

2000 – 2015

5

Milho - Preço Futuro 1º vencimento

(em US$ cents por

bushel)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

11,95

7,05

11,40

22,28

18,96

16,26

10,44

14,14

24,94

13,07

19,96

26,92

17,26

23,29

17,84

20,97

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

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Preço pago ao produtor de milho - Paraná Fonte: DeralElaboração e Projeção:

Em R$ por saca de 60 kg Fonte: DeralElaboração e Projeção:

Em R$ por saca de 60 kg

de

z/1

5

217

235

267

215

316

237

413

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Milho - Bolsa de Chicago - CBOTPreço futuro 1º vencimento

Em US$ cents por bushelFonte: Bloomberg Elaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

5

1.791

2.1942.3492.344

2.622

2.356

2.5882.6502.5892.480

3.260

2.864

3.585

3.296

2.867

3.279

3.655

3.972

3.599

4.3114.158

4.808

5.1495.057

5.170

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em kg por ha Produtividade - Milho - 1991 - 2012

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fundamentos

Em janeiro, a Conab divulgou o 1º levantamento para a safra brasileira de café na temporada 2015/16

que começará a ser colhida em maio. Considerando o intervalo médio, a safra está estimada em 45,4

milhões de sacas, praticamente o mesmo volume da safra passada, que chegou a 45,3 milhões de

sacas. Especificamente para o café arábica, a estimativa é de expansão de 3,5% da produção, reflexo

dos seguintes fatores: (i) aumento de 2,9% da produção em Minas Gerais, resultado da ampliação de

30,5% da produção na Zona da Mata, que apresenta bienalidade invertida em relação às demais regiões

produtoras; (ii) recuperação do nível de produção no Paraná, que tinha sido fortemente afetada no ano

passado pelas geadas; (iii) ampliação da área e da produtividade na Bahia. Para São Paulo, a estimativa

da Conab é de recuo de 6,4% da produção, por conta do efeito da bienalidade negativa. Em maio a

Conab divulgará o 2º levantamento e poderá apontar revisão para baixo dessa estimativa, incorporando

os efeitos da estiagem.

As chuvas ainda continuam abaixo da média histórica no Sudeste do País, o que está gerando muitas

incertezas quanto aos efeitos sobre o potencial produtivo dessa safra. Essas dúvidas continuarão

gerando muita volatilidade nos preços, com tendência de alta, refletindo o baixo volume produzido no

Brasil.

CAFÉ – As cotações deverão continuar voláteis com tendência de alta,

tendo em vista as incertezas quanto aos efeitos da estiagem sobre o

potencial produtivo dessa safra

Produção Nacional de

Café

(em mil sacas de 60 kg)

1994 – 2015

Fonte e projeção (*): Conab

Elaboração: Bradesco

CA

6

26.000

16.800

27.500

18.860

34.547

27.170

31.100

28.137

48.480

28.820

39.272

32.944

42.512

36.070

45.992

39.470

48.095

43.484

50.82649.152

45.342 45.360

11.000

21.000

31.000

41.000

51.000

61.000

94/9

5

95/9

6

96/9

7

97/9

8

98/9

9

99/0

0

00/0

1

01/0

2

02/0

3

03/0

4

04/0

5

05/0

6

06/0

7

07/0

8

08/0

9

09/1

0

10/1

1

11/1

2

12/1

3

13/1

4

14/1

5

15/1

6*

Fonte e projeção (*): Conab Elaboração: BradescoProdução Nacional de Café - 1994 - 2012mil sacas de 60 kg

Page 7: AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCOAGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO³cio Bras… · projetamos crescimento de 6,5%, que ficará abaixo da meta do governo (que acreditamos que deverá ser revista

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Fonte: CEPEA ESALQ Elaboração: Bradesco

Preço Café Arábica

(em R$ por saca de 60 kg)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros BMF

7

Fonte: Bloomberg

Elaboração: Bradesco

Café Arábica - NYBOT Preço Futuro 1º

vencimento

(em US$ cents por

libra peso)

2000 – 2015

Projeção de preço:

média dos preços futuros 115,06

63,07 65,95

67,78

99,48

127,53

96,55

131,18

152,04

108,67

142,45

204,99

272,07

180,03

150,03

117,62

197,02

163,38

171,30

25,0

75,0

125,0

175,0

225,0

275,0

325,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

Projeção de preço: média dos preços futurosCafé em grão - Bolsa de Nova York - NYBOT

2000 - 2010Em US$ cents por libra peso

Fonte: Bloomberg Elaboração:

de

z/1

5

223,6

104,4

239,8

337,0

230,4

291,4

245,8

269,8

247,5282,2

328,0

530,8

457,8

387,5

408,6

247,7

366,3

455,2

576,1

90,0

190,0

290,0

390,0

490,0

590,0

690,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

Café Arábica - Preço ao Produtor - Praça São Paulo 2000 - 2012Em R$ por saca 60 kg Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

5

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

64.794

80.613

70.893

101.746

104.974

90.893

139.110

127.236

120.133

60.000

70.000

80.000

90.000

100.000

110.000

120.000

130.000

140.000

150.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Exportações Brasileiras de carne bovina - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

2011

2012

2013

2014

BO

I

BOI – Os preços devem arrefecer nos próximos meses, refletindo o

incremento de oferta com a entrada da safra e a moderação da demanda.

Mas os efeitos da estiagem e a oferta ainda restrita de animais prontos para

abate limitarão a queda

Fundamentos

As exportações de carne bovina estão em expansão desde 2012, favorecidos pela demanda de Hong

Kong, Venezuela, Oriente Médio e Rússia, que habilitou pouco mais de 80 unidades produtoras de carne

brasileira para exportação (antes eram 31 unidades habilitadas). Mas daqui para frente, as exportações

podem ser afetadas negativamente pela possibilidade de arrefecimento de demanda nos países

produtores de petróleo, dentre eles Rússia, Venezuela, Irã e Emirados Árabes, que juntos respondem

por 36% das exportações brasileiras de carne bovina.

Por outro lado, a oferta de carne bovina oriunda dos EUA e da Austrália, que juntos respondem por 30%

das exportações globais, deverá ser menor em 2015, fruto do recuo de abates.

O consumo doméstico deve moderar, refletindo os ajustes em curso da economia brasileira, que

implicam aumento da taxa de desemprego.

A oferta de animais prontos para abate continuará apertada, em razão do abate de fêmeas ocorrido em

anos anteriores, gerando alta de preços dos bezerros. Esse cenário é agravado pela ocorrência de

chuvas abaixo da média histórica na região Sudeste, que responde por 20% dos abates.

A partir de fevereiro, os preços de carne bovina no atacado de São Paulo mostraram recuo moderado,

em um momento que seriam esperadas quedas mais acentuadas com a entrada da safra. Mas a

ocorrência de chuvas ainda abaixo da média histórica não foram suficientes para recuperar as

pastagens e impulsionar a oferta.

Nos meses à frente, os preços de boi devem recuar, seguindo o movimento sazonal de entrada da safra.

No entanto, esses ainda devem seguir em patamar alto refletindo a baixa oferta de animais prontos para

abate e os efeitos da estiagem. Risco para esse cenário é a possibilidade de reversão das exportações,

podendo passar a registrar queda, diante da possibilidade de redução do consumo nos países

produtores de petróleo.

8

Exportações

brasileiras de carne

bovina

(em mil toneladas)

2011 – 2014

FONTE: SECEX

ELABORAÇÃO: BRADESCO

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Boi Gordo – Preço ao

Produtor – Praça São

Paulo

(em R$ por arroba)

2002 – 2015

FONTE: CEPEA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

9

Projeção de preço: média

dos preços futuros BMF

BOVESPA

Abate de bois

em mil cabeças

2011 - 2014

FONTE: MAPA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

42,2

51,7

61,8

93,3

74,5

109,6106,9

90,897,0

108,4

125,2

143,2 147,7

130,5

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

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/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

BOI GORDO PREÇO AO PRODUTOR - PRAÇA SP

Em R$ por arroba (15 kg)Fonte: Cepea EsalqElaboração e Projeção: Bradesco

de

z/1

5

1.792

1.8651.836

1.893

2.294

2.256

2.467

2.177

1.600

1.700

1.800

1.900

2.000

2.100

2.200

2.300

2.400

2.500

2.600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Abates mensais de boi - 2010 - 2012 - Em toneladas Fonte: Secex Elaboração: Bradesco

2011

2012

2013

2014

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

AÇÚCAR E ETANOL – Como resultado da menor safra brasileira e do

melhor ajuste global entre oferta e demanda, os preços do açúcar devem

seguir em alta moderada. Os preços do etanol deverão continuar

subindo por conta da elevação dos preços da gasolina

Fundamentos

A safra 2014/15, que está em fase final de processamento, é estimada pela Conab em 642,1 milhões de

toneladas de cana, um recuo de 2,5% ante a safra passada, refletindo a estiagem no Sudeste. A

estimativa para a próxima safra 2015/16 será divulgada pela Conab em abril.

A 1ª estimativa da Unica para a safra 2014/15 era de 580 milhões de toneladas de cana produzidas no

Centro Sul. Incorporando os efeitos da seca, a Unica reduziu a estimativa para 567 milhões. Até o início

de fevereiro o processamento de cana alcançou 570 milhões, ultrapassando portanto a estimativa da

instituição. Ainda assim, significa um recuo de 4,3% ante o volume processado no mesmo período do

ano passado. Para a próxima safra 2015/16, a Unica aponta que ainda existem dúvidas sobre o

potencial de produção no Centro-Sul.

A partir de 1º de fevereiro passou a vigorar o retorno da cobrança da Cide na gasolina, de R$ 0,22/litro.

Com o preço mais alto da gasolina, a demanda por etanol hidratado (usado direto no tanque dos

veículos) deve aumentar, favorecendo também o aumento de preços do etanol. Seguindo a paridade de

70% com o preço da gasolina, o incremento de preço do biocombustível pode ser de R$ 0,15/litro.

Foi aprovado o aumento do limite de mistura de etanol na gasolina de 25% para 27,5%. Segundo a

Unica, o aumento da mistura demanda 1,2 bilhão a mais de etanol, o equivalente a um incremento de

4% sobre a produção atual e 15 milhões de toneladas a mais de produção de cana de açúcar, o

representa 2,5% de crescimento.

Em Minas Gerais, foi reduzido o ICMS cobrado sobre o etanol de 19% para 14% e em sentido contrário

foi elevado o ICMS cobrado sobre a gasolina de 27% para 29%.

O aumento da Cide, do ICMS e da mistura na gasolina deverão levar a próxima safra a ser mais

alcooleira, podendo provocar recuo da produção de açúcar. Isso, por sua vez, poderá ser favorável para

impulsionar os preços dessa commodity.

Os preços do açúcar devem seguir em alta moderada nos meses à frente, como resultado do menor

superávit global e da menor safra brasileira. Os preços do etanol deverão continuar subindo,

sustentados pela demanda doméstica robusta por combustíveis e pela elevação dos preços da gasolina.

10

ÚC

AR

E

ETA

NO

L

Produção nacional de

cana-de-açúcar

em mil toneladas

1991 – 2015

222.429 223.460240.944

287.810

314.969

257.592

320.650

359.316

431.413

474.800

559.432

604.514623.905

560.364

588.916

658.822642.095

150.000

250.000

350.000

450.000

550.000

650.000

90

/91

91

/92

92

/93

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

/07

07

/08

08

/09

09

/10

10

/11

11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

*

mil toneladasProdução Nacional de Cana-de-Açúcar - 1990 - 2013

Fonte e projeção : Conab Elaboração. Bradesco

Fonte e projeção (*): Conab

Elaboração: Bradesco

Safra 14/15 Mil ton Var. Abs. Var. %

1º Levantamento Abr/14 671.690

2º Levantamento Ago/14 659.099 -12.591 -1,9%

3º Levantamento Dez/14 642.095 -17.004 -2,6%

4º Levantamento Abr/15

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

1.062

1.291

1.025

1.146

1.225

1.354

1.150

1.136

1.076

1.150

1.330

1.230

710

810

910

1.010

1.110

1.210

1.310

1.410

1.510

1.610

dez/

11

jan

/12

fev/1

2

mar/

12

ab

r/12

mai/1

2

jun

/12

jul/12

ag

o/1

2

set/

12

ou

t/12

no

v/1

2

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12

jan

/13

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3

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13

ab

r/13

mai/1

3

jun

/13

jul/13

ag

o/1

3

set/

13

ou

t/13

no

v/1

3

dez/

13

jan

/14

fev/1

4

mar/

14

ab

r/14

mai/1

4

jun

/14

jul/14

ag

o/1

4

set/

14

ou

t/14

no

v/1

4

dez/

14

jan

/15

fev/1

5

mar/

15

ab

r/15

mai/1

5

em R$ por metro cúbico

Preço de Etanol Hidratado

(em R$ por metro cúbico)

2011 - 2015

FONTE: BMF BOVESPA

ELABORAÇÃO: BRADESCO

11

Preços internacionais de

açúcar

(em US$ cents por

bushel)

2000 – 2015

Projeção de preço: média

dos preços futuros

FONTE: BLOOMBERG

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Produção nacional de

açúcar (em mil

toneladas)

Produção nacional de

etanol (em mil litros)

1993 – 2015

FONTE: CONAB

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Projeção de preço:

preços futuros BMF

BOVESPA

11.700

19.380

16.020

27.500

38.168

35.968

37.878

36.360

12.692

13.078

10.518

14.640

23.007

25.763

27.595

23.640

27.95728.664

8.000

15.000

22.000

29.000

36.000

43.000

93

/94

94

/95

95

/96

96

/97

97

/98

98

/99

99

/00

00

/01

01

/02

02

/03

03

/04

04

/05

05

/06

06

/07

07

/08

08

/09

09

/10

10

/11

11

/12

12

/13

13

/14

14

/15

*

Açúcar em mil toneladasEtanol em mil litros

Fonte e (*) Projeção: Conab Elaboração: Bradesco

Produção nacional de açúcar e de etanol 1993 – 2013

AÇÚCAR

ÁLCOOL

5,6

10,7

9,0 8,8

6,3

9,0

8,4

17,9

8,9

13,1

11,3

28,4

14,6

32,1

21,9

29,5

24,9

17,7

15,4

16,1

3,0

9,0

15,0

21,0

27,0

33,0

jan

/00

jan

/01

jan

/02

jan

/03

jan

/04

jan

/05

jan

/06

jan

/07

jan

/08

jan

/09

jan

/10

jan

/11

jan

/12

jan

/13

jan

/14

jan

/15

Preços internacionais de açúcar – NYBOT – Preço futuro 1º Vencto 2000 – 2013Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

Em US$ cents por libra peso

de

z/1

5

Page 12: AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCOAGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO³cio Bras… · projetamos crescimento de 6,5%, que ficará abaixo da meta do governo (que acreditamos que deverá ser revista

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não

comerciais e preços

internacionais de soja

2008 - 2015

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não

comerciais e preços

internacionais de milho

2008 - 2015

FONTE: Bloomberg

ELABORAÇÃO: BRADESCO

Posições não

comerciais e preços

internacionais de café

2008 - 2015

Acompanhamento das posições não comerciais

46.47850.224

38.200

139,70

304,9

211,8

159,4164,3

-30.000

-20.000

-10.000

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

0

50

100

150

200

250

300

350

fev/0

8

mai/0

8

ag

o/0

8

no

v/0

8

fev/0

9

mai/0

9

ag

o/0

9

no

v/0

9

fev/1

0

mai/1

0

ag

o/1

0

no

v/1

0

fev/1

1

mai/1

1

ag

o/1

1

no

v/1

1

fev/1

2

mai/1

2

ag

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2

no

v/1

2

fev/1

3

mai/1

3

ag

o/1

3

no

v/1

3

fev/1

4

mai/1

4

ag

o/1

4

no

v/1

4

fev/1

5

Posições Não Comerciais e Preços Internacionais de café - 2007 - 2014 - Fonte: Bloomberg Elaboração: Bradesco

posição não comercial Café

16-j

un

-09

US$ c / libra em número de contratos

-16.898

-56.797

203.215

-28.178

260.845

46.808

168.209

-130404

-66629

1.6281.613

913,25

1000

-160.000

-120.000

-80.000

-40.000

0

40.000

80.000

120.000

160.000

200.000

240.000

280.000

0

200

400

600

800

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000

fev/0

8

mai/0

8

ag

o/0

8

no

v/0

8

fev/0

9

mai/0

9

ag

o/0

9

no

v/0

9

fev/1

0

mai/1

0

ag

o/1

0

no

v/1

0

fev/1

1

mai/1

1

ag

o/1

1

no

v/1

1

fev/1

2

mai/1

2

ag

o/1

2

no

v/1

2

fev/1

3

mai/1

3

ag

o/1

3

no

v/1

3

fev/1

4

mai/1

4

ag

o/1

4

no

v/1

4

fev/1

5

US$ c / bushel em número de contratos

posição não comercial

preço soja

16-j

un

-09

113.201

-119.389

413.915

80.111

149456

312

764

831

704

321

385

-300000

-200000

-100000

0

100000

200000

300000

400000

500000

150

250

350

450

550

650

750

850

fev/0

8

mai/0

8

ag

o/0

8

no

v/0

8

fev/0

9

mai/0

9

ag

o/0

9

no

v/0

9

fev/1

0

mai/1

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preço milho

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

SO

JA

Complexo Soja

Da soja em grão produzida no Brasil, o volume de 43% é exportado e 57% são destinados à moagem. O

processo de moagem resulta em 72% farelo e 18% óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas. Do

farelo produzido, 50% são exportados e, do óleo, 20% são embarcados.

A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%.

Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e

cerca de 80% são utilizados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e

suínos.

Países de destino

Grão: 75% China, 25% Europa, 10% outros países asiáticos.

Farelo: 70% Europa, 20% países asiáticos.

Óleo: 50% China, 20% Índia.

Sazonalidade

Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio.

Regionalização

Centro-Oeste: 49%; Sul 33%; 8% Nordeste; 6% Sudeste

Ranking

O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 30,8%, atrás dos EUA, com 31,5%, mas é o

maior exportador, com 40,7% do total, seguido pelos EUA, com 39,3%.

Retrato do mercado

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto

representa:

64% da avicultura

65% da suinocultura

23% da pecuária de leite

Países de destino

As exportações de milho respondem por 28% do volume produzido. Os principais mercados de destino

são: 14% Japão, 13% Coréia do Sul, 8,5% Taiwan.

Sazonalidade

O milho tem duas safras:

Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e

maio. Representa 40% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45% Sul; 26% Sudeste; 10%

Centro-Oeste; 15% Nordeste.

Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro.

Responde por 60% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,3% Centro-Oeste; 23% Sul

(somente Paraná); 6% Nordeste (somente Bahia); 5% Sudeste.

Ranking

O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 7% de participação no mercado e o segundo maior

exportador, com 18% de participação.

MIL

HO

Retrato do mercado

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O Brasil exporta 67% do café produzido, sendo 90% de café verde e 10% de café solúvel

A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos

totais, pois a maior parte da colheita é manual.

Países de destino

Café verde: 19,3% EUA; 18,8% Alemanha; 10% Japão.

Café solúvel: 16,3% EUA; 13,5% Rússia; 6,4% Ucrânia.

Regionalização

Distribuição regional da produção de café arábica:

71,5% Minas Gerais

10,5% São Paulo

9,1% Espírito Santo

4,3% Paraná

2,8% Bahia

Distribuição regional da produção de café robusta:

75,6% Espírito Santo

12,5% Rondônia

6,7% Bahia

2,6% Minas Gerais

Sazonalidade

A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se

estende até setembro.

Ranking

O Brasil é o maior player global, com participações de 37% na produção e de 27% na exportação. Os

demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que

responde por 15% do consumo mundial. C

AF

É

Retrato do mercado

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Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para

abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais

para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro.

As exportações respondem por 20% da produção nacional de carne bovina.

Países de destino

A Rússia é o principal mercado de destino das exportações brasileiras de carne bovina, com

participação de 22%. Hong Kong responde por 18%.

Regionalização

Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,4% Centro-Oeste; 20,4% Sudeste; 20,1%

Norte; 12,3 Sul; 10,8% Nordeste.

Ranking

O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,9% de participação, antecedido

pelos EUA, que representam 19,1%.

O Brasil é o maior exportador mundial, com 21% do mercado.

Sazonalidade

O ciclo da pecuária bovina é longo – 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do

animal com aproximadamente 15 arrobas.

O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto,

alimentado à base de capim.

O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde

por apenas 5% do total de abates.

A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens

abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são menores.

A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam

as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. No entanto, os preços se elevam

nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No

pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado.

Nos confinamentos há dois turnos:

1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro

2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro

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Retrato do mercado

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Complexo Sucroalcooleiro

Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 46% se destinam à produção de açúcar e 54% à produção de

etanol.

O açúcar tem a seguinte destinação: 70% exportação e 30% mercado doméstico. O etanol tem a

seguinte destinação: 10% exportação e 90% mercado interno.

Do total de etanol produzido, o hidratado representa 55% (usado como combustível nos carros flex fuel)

e o anidro 45% (misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%).

O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de

70%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável.

Países de destino

Açúcar Bruto (73% da produção) : 15% China; 8% Bangladesh;

Açúcar Refinado (27% da produção): Principais países: Países árabes e africanos;

Etanol: 60% EUA; Coreia do Sul 13%.

Sazonalidade

A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita da canaé de 18 meses, e da

mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média.

O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas.

Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção.

O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores

relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre.

Regionalização

65% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul.

Ranking

O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 22,2%. Os demais players são:

Índia 15%; União Europeia 9,2%; China 8,5%; Tailândia 6,2%.

O Brasil é o maior exportador, com participação de 46% no mercado global. Os demais exportadores

são: Tailândia 15%; Austrália 5,4%.

Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57% EUA e 27% Brasil.

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Economia Internacional: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs Pires

Economia Doméstica: Igor Velecico / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast

Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida

Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi

Estagiários: Ariana Stephanie Zerbinatti / Vanderley Rodrigues Gonçalves Junior / Lucas Zaniboni / Thomaz Lopes Macetti /

Victor Hugo Carvalho Alexandrino da Silva / Davi Sacomani Beganskas / Ives Leonardo Dias Fernandes

Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos

Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo

O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO).

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