agricultura familiar uma alternativa de renda do pequeno produtor rural de jaupaci

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ CURSO DE GEOGRAFIA WALTENIR OLIVEIRA DOS SANTOS AGRICULTURA FAMILIAR: Uma alternativa de renda do pequeno produtor rural de Jaupaci IPORÁ 2011

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  • 1

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    CURSO DE GEOGRAFIA

    WALTENIR OLIVEIRA DOS SANTOS

    AGRICULTURA FAMILIAR: Uma alternativa de renda do pequeno produtor rural de Jaupaci

    IPOR 2011

  • 2

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    CURSO DE GEOGRAFIA

    WALTENIR OLIVEIRA DOS SANTOS

    AGRICULTURA FAMILIAR: Uma alternativa de renda do pequeno produtor rural de Jaupaci

    Trabalho de concluso apresentado Universidade Estadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor, como exigncia parcial para a concluso do Curso de graduao em Geografia, modalidade licenciatura. Orientador: Prof. Marcos Antnio Marcelino.

    IPOR

    2011

  • 3

  • 4

    Dedico este trabalho aos meus familiares, aos colegas e companheiros de estudo e a todos os professores e funcionrios da universidade, principalmente aqueles que me incentivaram a estar aqui neste momento.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus por ceder essa oportunidade;

    Aos meus pais que so base de sustentao da minha famlia;

    Aos amigos que de perto ou de longe acompanharam minha vida e que reconhece todo

    meu esforo para chegar a aonde cheguei;

    As pessoas que contriburam para a concretizao desse trabalho;

    Aos professores da universidade que sempre se dispuseram quando solicitados.

    Meus agradecimentos.

  • 6

    A educao o grande motor do

    desenvolvimento pessoal. atravs dela que a

    filha de um campons pode se tornar uma

    mdica, que o filho de um mineiro pode se

    tornar o diretor da mina que uma criana de

    pees de fazenda pode se tornar o presidente

    de um pas.

    Nelson Mandela

  • 7

    RESUMO O presente trabalho que se passa tem como objetivo fazer uma anlise da agricultura familiar no municpio de Jaupaci, para que isso fosse passvel, fizemos uma serie de abordagem sobre, a questo agrria brasileira e consequentemente na agrria goiana, passando pelas capitanias hereditrias, sesmarias, a posse, o coronelismo e as leis de terra. Lembrando que sempre houve luta no campo de um lado o grande produtor do outro o pequeno produtor. Conclui-se que as leis os programas de melhoria para as atividades agrcolas sempre esta voltada para as grandes propriedades dessa forma criando uma poltica agrria excludente e concentradora nas mos de poucos expulsando o homem do trabalho familiar do campo. Dessa forma surgiram movimentos sociais voltado para o campo como o MST (movimento dos sem terra) sendo que este uma forma que estes trabalhadores encontram para voltarem o campo. Sendo assim foi possvel formular um conhecimento onde nos permitiu conhecer que o municpio de Jaupaci em estudo passou por um processo de transformao social no campo no diferente da questo agrria brasileira. Apequena propriedade o objeto central de nossos estudos, sempre produzindo os mais variados gneros alimentcios, desde as pequenas lavouras, criaes de aves, porcos ou gado bovino, sendo ela essencial para formao econmica do municpio de Jaupaci. Palavras Chave: questo agrria brasileira, municpio de Jaupaci, pequena propriedade.

  • 8

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1 - Milhes de habitantes.............................................................................................17

    Grfico 2 PIB/per capta Jaupaci..........................................................................................27

    Grfico 3 - Populao Urbana e Rural......................................................................................36

  • 9

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Propriedades.............................................................................................................31

    Tabela 2 - sobre a produo de milho, arroz e mandioca do municpio de Jaupaci..................32

  • 10

    LISTA DE MAPA

    Mapa 1 - Mapa de localizao geogrfica do Municpio de Jaupaci Gois..............................24

  • 11

    SUMRIO

    INTRODUO .......................................................................................................................12

    CAPTULO I - A QUESTO AGRRIA BRASILEIRA ..................................................14

    1.1 A Questo Agrria Goiana............................................................................................18

    1.2 As Leis de terra no Brasil e Gois.................................................................................20

    CAPTULO II - FORMAO HISTRICA DO MUNICPIO DE JA UPACI ..............22

    2.1 Desenvolvimento Econmico de Jaupaci......................................................................25

    CAPTULO III - A QUESTO AGRRIA NO MUNICPIO DE JA UPACI- GO .........29

    CONSIDERAES FINAIS .................................................................................................37

    REFERNCIAS......................................................................................................................38

  • 12

    INTRODUO Neste trabalho com o tema agricultura familiar: uma alternativa de renda do pequeno produtor rural de Jaupaci aborda o assunto mais terico que nos esclarecera como aconteceu

    apropriao das terras brasileiras e de que forma propagaram a ocupao do solo goiano as

    lutas travadas na busca da conquista do pequeno pedao de terra que resultaram na criao de

    leis para poder controlar a ocupao das terras no pas. Sendo que para construo deste

    trabalho foi de muita importncia a analise de obras de autores como Estevam 2004, Calaa

    2010, Oliveira 1991, que nos deu um melhor embasamento terico e compreenso sobre o

    assunto. No segundo capitulo trataremos da formao histrica do municpio de Jaupaci, uma

    ocupao que se deu atravs da descoberta de minrios preciosos nas guas do Rio Claro no

    qual foi o motivo de atrao, de bom contingente de pessoas para a regio e logo foi o motivo

    para uma emancipao, tornando o surgimento de mais uma cidade sendo assim possvel a

    formao de mais uma arrecadao econmica do qual faz parte de nossos estudos.

    O terceiro capitulo do trabalho estaremos tratando, da produo na pequena

    propriedade, ou seja, o trabalho familiar, pois esta atividade tem chamado a ateno de muitos

    economistas pelo o pas, eles acreditam que o Brasil em breve ser o celeiro do mundo em

    alimentos e a agricultura familiar corresponde a uma grande parte da produo agrcola que

    abastece o Brasil.

    Mas, como o trabalho familiar se desenvolveu no pas? Segundo Oliveira, 1991, p. 25

    a expanso do trabalho patronal tem trazido consigo a expanso do trabalho familiar. Isto

    no ocorre porque o trabalho familiar funcional ou complementar ao assalariado, mas

    porque so contradies internas do capital que os geram.

    dessa forma, que a pequena propriedade a agricultura familiar vem se despontando

    pelo o mundo, e conseguentemente se caracterizando cada vez mais como uma parte

    econmica essencial para o desenvolvimento do nosso pas.

    Como pode ser observado, no que se trata o setor rural podemos considerar que a

    agricultura familiar uma funo que mantm o fornecimento de alimentos para o municpio.

  • 13

    E se observamos mais criteriosamente veremos que a as grandes produes mantidas pelas

    grandes empresas rurais produzem para exortao, ficando ai a tarefa para o pequeno produtor

    a necessidade de abastecer o pas com arroz, feijo, mandioca, milho, frangos, carnes sunas e

    bovinas produo que tem os laos bem aberto com a produo da pequena propriedade, pois

    ela que coloca estes produtos na mesa do brasileiro.

    Devido ao que trata se da agricultura familiar importante que se d muita nfase a

    este assunto, pois ela a responsvel pela a alimentao e manuteno da vida seja nos pases

    ricos ou pobres, tornado ela desta forma, diferente de uma agricultura patronal que s visam

    exportao deixando a populao local ser alimentada pelo trabalho familiar.

  • 14

    CAPTULO I A QUESTO AGRRIA BRASILEIRA Quando se trata do setor agrrio brasileiro encontramos grandes problemas que se

    arrasta ainda do perodo colonial, com as distribuies de terras, primeiro com as capitanias

    hereditrias e depois as sesmarias, da qual foi um dos grandes percussores dos grandes

    latifndios que se encontra no pas. Logo depois veio o sistema de posse que tinha intuito de

    legalizar grandes extenses de terras. Um sistema que em todos os momentos de sua histria

    s favoreceram aqueles que tinham poder herdeiro de uma linhagem de famlia considerada

    nobre da poca, ficando sempre os menos favorecidos (pobres) a explorao e a expulso de

    seus lugares de origem pelo grande conflito no campo, uma batalha armada entre fazendeiros

    e trabalhadores, no qual em muitas das vezes acabam em mortes, sempre do lado mais fraco, a

    do trabalhador.

    O grande latifndio tem sua estrutura formada ainda num Brasil colnia, pode se dizer

    que a marca de seu incio com as capitanias hereditrias e seus donatrios no qual em busca

    das produtivas terras da descoberta portuguesa distriburam grandes faixas de terras prxima

    ao litoral entregando a pessoas de Portugal onde deviam produzir para manter a colnia.

    A capitania Hereditria foi uma forma em que a coroa portuguesa encontrou para

    empreender a colnia, pois o pas no possua nenhuma condio financeira nem populacional

    o bastante que fosse necessrio para o desenvolvimento das terras que aqui estavam quase

    sem produtividade, soluo que a coroa encontrou foi repartio dessas terras entre as

    pessoas que viam as terras brasileiras como uma nova opo de vida. Mendes, (1996) cita

    por essa razo para promover a ocupao das terras brasileiras, entregou a tarefa de coloniz-

    las a particulares que viam nas terras brasileiras uma nova opo para obter ou aumentar a sua

    riqueza por meio da populao.

    Dessa forma o reino de Portugal dividiu as terras brasileiras em capitanias hereditrias

    e entregando a aqueles que tinham interesse de vir para ocup-las e um pouco mais tarde

    dividiu o restante entre colonos que aqui viviam pelo sistema sesmaria.

    O regime das Sesmarias tinha como intuito o desenvolvimento de cada regio, foi um

    dos grandes passos para a organizao da produo da colnia. Com esse sistema tambm

    trouxe as diferenas que existe no grande latifndio, uma terra que deveria servir a todos,

  • 15

    passa a servir somente aos que tinham mais prestigio, com distribuio de imensos pedaos de

    terras para uma s pessoa.

    De acordo com o trabalho de Freire encontrado no artigo de Nozoe os primrdios da

    colonizao da Bahia no sculo XVI, sem dos primeiros beneficirios foi segundo o autor, o

    Conde de Castanheira, D. Antonio de Athaide que recebeu por carta passada em 10 de

    novembro de 1556, a ilha de Itapirica, localizado na entrada da Bahia para a cidade de

    Salvador, com cerca de 239 quilmetros quadrados. Em 1558 o armador-mor de El Rei, D.

    lvaro da Costa, obteve por sesmaria, as 4 lguas de terras que separavam pelo litoral as

    barras do Poraguass e do Jaguaripe. Com 10 lguas de fundo este territrio de quase 1750

    quilmetros quadrados. Isto nos faz refletir o porqu o poder se concentra nas mos de

    poucos, quanto s terras que deveriam ser um bem de todos, concentraram nas mos de

    poucos, em uma sociedade totalmente consumista.

    A posse tambm foi um procedimento de apropriao de terras no Brasil colnia, um

    pouco diferente das sesmarias que apropriavam de terras prximas aos ncleos de

    povoamento, a posse constitua em desbravar terras nas fronteiras agrcolas por pessoas

    estrangeiras que habitavam no Brasil ou pessoas com pouco recurso que viam a terra como

    nica forma de sobrevivncia, ficando sujeito a conflitos com os nativos da terra, pela a

    expanso e apropriao de terras abrindo assim novas fronteiras agrcolas, Nozoe destaca:

    Ao lavrador de poucos recursos analfabeto e desprovido de meios para influenciar os governantes, convinha a posse das faixas situadas entre os limites das faixas situadas entre os limites das grandes propriedades ou, no caso dos mais audozes a migrao para as passagens mais distantes dos ncleos de povoamento em demanda de terras que de to remotas ao senhor de fazendas lhe no valia ainda a pena requerer de sesmaria. (NOZOE P. 11)

    Desse modo, a posse foi um sistema em que a colnia teve como mecanismo de

    marginaliza as pessoas desprovidas de recursos, empurrando para reas de fronteiras agrcolas

    onde poderiam cultivar e criar animais que eram gnero bastante consumido na poca, nas

    regies mais povoadas, com a fixao de uma economia interna. Assim os grandes latifndios

    foram surgindo a cada momento de sua histria construindo um pas de desigualdade entre

    seus povos.

    De acordo com Oliveira:

    Um grande nmero de conflitos em geral sangrentos tem acontecido no campo. Lideranas Sindicais de trabalhadores, religiosos, advogados entre outros, tm sido

  • 16

    cruelmente assassinados ao arrepio da lei. Sendo que justia continua ser a nica ausente do campo. (OLIVEIRA 1991, p. 7)

    Isso uma repercusso do que veio acontecer com as irregularidades que houve na

    distribuio das terras brasileiras, problemas que podemos considerar como herana colonial

    afetando de forma direta e indiretamente pessoas que lutam no dia a dia para tirar sua

    sobrevivncia dos campos agrcolas do pas.

    A questo agrria brasileira passa, por vrios momentos conflituosos em sua formao

    devido a suas diferenas na distribuio de terras pela as regies do pas, vemos diariamente

    nos meios de comunicao conflitos entre trabalhadores rurais e policia entre e trabalhador e

    fazendeiros, s vezes com mortes.

    Um dos conflitos marcantes foi o massacre de trabalhadores rurais do movimento sem

    terra no Eldorado dos Carajs no Par em 1996, um conflito sangrento entre trabalhadores e

    policiais que resultou em varias mortes. Batalha que ainda est vivo e marcado nas

    lembranas de muitas pessoas, principalmente daqueles que lutam pela defesa do pequeno

    pedao de terra, pessoas que foram expulsas do campo pela modernizao e expanso da

    fronteira agrcola, pelo pas.

    Outro acontecimento foi morte da missionria Dorothy Stang que pregava e

    acreditava numa possvel minimizao dos conflitos entre grileiros e posseiros de terras em

    2005 tambm no Par no qual acabou com sua morte por jagunos contratados por

    fazendeiros da regio, ou o vandalismo praticado nos campos laranjais do estado de So

    Paulo, pelos trabalhadores do MST (movimentos dos trabalhadores sem terra) reivindicando

    rapidez sobre a questo da reforma agrria, os conflitos citados e muitos outros marcam a

    historia do campo brasileiro.

    A morte de lideres sindicalista abriu lugar para o avano das lutas travadas. O movimento dos trabalhadores tem feito da luta pela terra uma bandeira de defesa e de conquista da reforma agrria. Os acampamentos so verdadeiras escolas onde se discute a necessidade da produo coletiva nos assentamentos. (OLIVEIRA 1991, p, 15)

    Diante dessa idia percebemos que as vitrias em sua maioria so conquistadas atravs

    do sangue derramado de pessoas que lutam no s para si, mas em defesa de um grupo que

    menos desprovida de um setor regente no pas, o capitalismo. Por isso Oliveira, 1991, p, 15

    ainda destaca: A luta pela propriedade coletiva dos meios de produo, o passo

    fundamental no processo de luta contra os capitalistas e seus aliados, os rentistas.

  • O campo brasileiro palco de grandes lutas por ser um local de disputa de fora de

    trabalho onde o homem trabalhador de fora familiar se v estreitado pelos grandes

    propriedades capitalistas, que produzem para exportao, forando a vender sua propriedade

    mudarem para as cidades, para um lugar onde no esto acostumados a lidar com o dia a dia

    urbano e os movimentos MST (movimentos dos sem terra) uma forma que estas pessoas

    encontram para voltar ao campo, onde conseguem trabalhar com a terra, foi o que

    em suas vidas.

    Os movimentos da reforma agrria que deve acontecer na realidade do campo

    acontecem sempre nas cidades porque l que os trabalhadores rurais se reuniram em locais

    que se diz ser estratgicos formando grandes grupos de pessoas

    uma serie de passeatas e vandalismo, movimentos que geram repercusso at mesmo

    internacional, forando que autoridades maiores tomem decises rapidamente para as

    solues das idias dos movimentos. Oliveira

    campo, mas se ganha nas cidades.

    Nas dcadas de 1950 e 1960 quando o setor agrcola comea a

    comea a sofrer suas primeiras mudanas no modo de vida das pessoas, tornando o pas que

    antes era rural em um pas urba

    dessas pessoas do campo lugar onde

    industrializao e mecanizao do setor agrcola no estavam

    produtores que viviam praticamente do trabalho familiar se viu obrigado a vender suas

    propriedades e mudarem para as cidades. Veja os grficos abaixo

    Milhes de habitantes

    Fonte: IBGE (Org: Santos, Waltenir

    1 http://educacao.uol.com.br/geografia/ult1701u57.jhtm (acesso

    0

    50

    100

    150

    200

    1940 1950

    12,9 18,828,3 33,2

    campo brasileiro palco de grandes lutas por ser um local de disputa de fora de

    trabalho onde o homem trabalhador de fora familiar se v estreitado pelos grandes

    propriedades capitalistas, que produzem para exportao, forando a vender sua propriedade

    mudarem para as cidades, para um lugar onde no esto acostumados a lidar com o dia a dia

    urbano e os movimentos MST (movimentos dos sem terra) uma forma que estas pessoas

    encontram para voltar ao campo, onde conseguem trabalhar com a terra, foi o que

    Os movimentos da reforma agrria que deve acontecer na realidade do campo

    acontecem sempre nas cidades porque l que os trabalhadores rurais se reuniram em locais

    ser estratgicos formando grandes grupos de pessoas causando muitas das vezes

    uma serie de passeatas e vandalismo, movimentos que geram repercusso at mesmo

    internacional, forando que autoridades maiores tomem decises rapidamente para as

    solues das idias dos movimentos. Oliveira, 1991 diz que a reforma agrria se faz no

    campo, mas se ganha nas cidades.

    Nas dcadas de 1950 e 1960 quando o setor agrcola comea a

    comea a sofrer suas primeiras mudanas no modo de vida das pessoas, tornando o pas que

    antes era rural em um pas urbano, uma das principais causas que contribuiu para a rev

    dessas pessoas do campo lugar onde no lhes ofereciam mais nenhum sustento de vida, pois a

    industrializao e mecanizao do setor agrcola no estavam altura de todos aqueles

    viam praticamente do trabalho familiar se viu obrigado a vender suas

    propriedades e mudarem para as cidades. Veja os grficos abaixo1.

    Milhes de habitantes / populao urbana e rural do Brasil

    Org: Santos, Waltenir Oliveira dos)

    http://educacao.uol.com.br/geografia/ult1701u57.jhtm (acesso dia 7 de agosto de 2011 s 10:35 hs)

    1950 1960 1970 1980 1990 2000 2007

    31,3

    52,1

    80,4

    111

    138

    158,4

    33,2 38,841,1 38,6 35,8 31,8 31,4

    17

    campo brasileiro palco de grandes lutas por ser um local de disputa de fora de

    trabalho onde o homem trabalhador de fora familiar se v estreitado pelos grandes

    propriedades capitalistas, que produzem para exportao, forando a vender sua propriedade e

    mudarem para as cidades, para um lugar onde no esto acostumados a lidar com o dia a dia

    urbano e os movimentos MST (movimentos dos sem terra) uma forma que estas pessoas

    encontram para voltar ao campo, onde conseguem trabalhar com a terra, foi o que aprenderam

    Os movimentos da reforma agrria que deve acontecer na realidade do campo

    acontecem sempre nas cidades porque l que os trabalhadores rurais se reuniram em locais

    causando muitas das vezes

    uma serie de passeatas e vandalismo, movimentos que geram repercusso at mesmo

    internacional, forando que autoridades maiores tomem decises rapidamente para as

    rma agrria se faz no

    Nas dcadas de 1950 e 1960 quando o setor agrcola comea a modernizar e o pas

    comea a sofrer suas primeiras mudanas no modo de vida das pessoas, tornando o pas que

    no, uma das principais causas que contribuiu para a revirada

    no lhes ofereciam mais nenhum sustento de vida, pois a

    altura de todos aqueles

    viam praticamente do trabalho familiar se viu obrigado a vender suas

    dia 7 de agosto de 2011 s 10:35 hs)

    2007 2010

    161

    31,4 29,8

    Urbana

    Rural

    Grfico 1

  • 18

    Observando o grfico pode se perceber que a populao brasileira rural apartir da

    dcada de 60 se estagnou, enquanto a urbana s veio a crescer devido ao novo modelo de vida

    que setor urbano estava oferecendo populao mesmo pelo processo de industrializao que

    o campo estava sofrendo, fazendo com que a populao procurasse as cidades para se

    abrigarem e consequentemente na busca de emprego. Problematizando as questes urbanas

    aumentando as diferenas sociais entre as pessoas devido nova ordem de desenvolvimento

    que o pas passa a sofrer mediante a mecanizao do campo e o surgimento de empregos nas

    cidades.

    1.1 A Questo Agrria Goiana

    O estado de Gois teve seu povoamento com inicio das bandeiras paulistas que

    adentraram o serto em busca de minrios preciosos como ouro e diamantes, pedras preciosas

    com o achado destes minerais atraram pessoas para essas regies, um Brasil que vivia quase

    exclusivamente da agricultura principalmente da cana de acar, passa a ser um pas voltado

    para as minas de ouro, no qual perodo consolida a economia brasileira e Gois tem sua

    apropriao de terra exclusivamente atravs da explorao de jazidas de ouro descoberto no

    serto brasileiro. De acordo com Calaa:

    A explorao de ouro foi responsvel pela ocupao de grande parte das terras de Gois, de forma direta nas reas onde a presena do ouro dinamizava a economia, indiretamente nas reas que se constituam em rota de passagem e pouso das comitivas. (CALAA 2010 p.3)

    O povoamento das terras de Gois passou por vrias transformaes econmicas como

    a minerao, a pecuria, a agricultura, o agro negocio e a agroindstria, estes foram as

    principais transformaes da economia do Estado, no qual trouxe vrios problemas para a

    questo agrria do Estado, com os incentivos oferecidos para a modernizao do campo.

    O baixo valor das terras contribuiu para a grande expanso dos latifndios, hoje

    grandes lavouras de soja, milho, algodo, canas de acar ocupam grandes extenses de terras

    que antes eram ocupadas por pequenos produtores, que cultivam essas terras antes do

    desenvolvimento e mecanizao da produo no campo, pois o cerrado era palco de

    propriedades que mesmo em solo pobre tinha produo de alimentos, produzidos atravs da

  • 19

    fora de trabalho familiar, e reas abertas para a criao de gado, do qual foi um dos grandes

    percussores do latifndio em Gois.

    A discusso agrria a cada momento, de sua histria tem suas transformaes, sendo

    que a cada passo as lutas travadas de um lado o setor capitalista que impiedosamente tiram do

    pequeno produtor rural tudo que levam anos para construir, de outro lado est o pequeno

    produtor que lutam para se garantir no campo ou pela reforma agrria atravs dos movimentos

    que uma forma de voltarem ao campo, e so atravs destas lutas que representam o setor

    agrrio do pas.

    Gois tambm teve sua base no latifndio do perodo imperial, com tudo a grande

    propriedade tomou mais fora com o desenvolvimento capitalista no Estado, de tal modo que

    as grandes propriedades se acentuaram mais com as criaes de gado, mesmo porque era uma

    forma de expandir o capital que j estava bastante difundido entre os grandes fazendeiros.

    Outro fator importante tambm de se dizer, que a apropriao de terras era uma

    forma de mostrar riqueza, e isso contribui para o aumento de grilagens de terras, posse entre

    outros meios de adquirir propriedades, agravando ainda mais o setor agrrio goiano.

    As grandes fazendas de Gois tinham como principal fonte de produo a criao de

    gado e lavoura, explorando a mo de obra do homem que se via inviabilizado a se constituir

    sua prpria produo, pois as terras j estavam ocupadas, tornando assim sujeitos a

    explorao dos grandes fazendeiros, trabalhando nas terras como parceiros, posseiros ou

    arrendatrios, abrindo sempre ao final de uma explorao novas pastagens, contribuindo para

    o grande produtor uma forma de diminuir custos na propriedade e consequentemente um

    aumento de capital.

    Os mtodos primitivo de cultivar exauriam rapidamente o solo e tornavam a atividade quase itinerante, exigindo a ocupao de novas reas. Alm disso o monoplio da terra parte dos grandes proprietrios era uma forma de reduzir os custos de produo no campo. Excludo do direito a propriedade da terra e da legalizao trabalhista, o agregado ou camarada estava sujeito s relaes de trabalho de super explorao que lhe eram impostos pelo fazendeiro. (Borges, 2000, p, 130)

    A apropriao do solo goiano pelos grandes latifundirios foi mediante a expulso de

    pequenos agricultores que cultivavam com o cunho do trabalho familiar suas terras com a

    presena de documentos forjados reivindicando o abandono das terras pela famlia, ou seria

    retirada pela fora, outra questo tambm que vale ser lembrado, so apropriaes de terras

    devolutas que somente o Estado teria o direito sobre elas. Estes so problemas propulsores de

  • 20

    movimentos que no dia a dia, como do MST, movimentos de sindicatos na tentativa de

    resolver um problema que j dura alguns sculos.

    Um dos Estados mais afetados a essas novas concepes de vida do trabalhador rural

    foi Gois principalmente considerado que as grandes empresas capitalistas de terras passam a

    cultivar o cerrado. Neste contexto Calaa, 2010 comenta que a estrutura agrria de Gois

    passa por transformaes importantes, substituindo sua paisagem natural por monoculturas,

    adequando o tamanho das propriedades ao gnero de produo agregando assim a agricultura

    familiar ao agro negocio.

    1.2 As Leis de terra no Brasil e Gois As leis que surgiram no Brasil sobre a questo agrria deveriam propor uma resoluo

    entre os entraves do homem no campo, mas isso no ocorreu devida a pouca penalidade que

    se exerce sobre o homem que enfrenta a lei empunhando sua forma brutal de adquirir a terra.

    O sistema de sesmaria foi uma das primeiras leis que surgiu no Brasil, perodo que

    ficou caracterizado como legalizador das posses que j existiam no territrio, e a partir desse

    momento s adquiriam terras atravs da compra. Este sistema foi uma forma em que a coroa

    encontrou para evitar que os estrangeiros, e negros libertos se apropriassem de terras que

    haviam no Estado num perodo de poucos recursos e comunicaes leis no evitavam que as

    posses continuassem sempre com grandes extenses de terra, pois os cartrios aceitavam a

    venda e compra das posses tornando-os legalizados, esse sistema se vinculou 300 anos teve o

    papel do Coronel bastante visvel nas grandes fazendas, homem que tinha fortes influencia na

    poltica, local, tudo que ocorria primeiramente teria que passar por seu conhecimento, pois ele

    controlava a poltica e a produo local sob a fora do trabalho familiar,com as grandes

    extenses de terras adquirindo, ficava quase impossvel explor-la s, distribuindo entre,

    posseiros, famlias para poder cultiv-lo cobrando, uma porcentagem da produo, mas

    muitas das vezes o resto que sobrava de cada safra ia tudo para o Coronel, pagando produtos

    que no produziam e compravam nas casas de comercio nas fazendas, dessa forma os

    coronis sempre conseguiram sua hegemonia no poder.

    Com as leis que rege no pas tambm so aplicados em Gois, o coronelismo tambm

    foi bastante presente na vida dos grandes fazendas Goianas CAMPOS diz (1987) o lema era

    quanto pior melhor o baixo desenvolvimento econmico e cultural a garantia de posse para

    os coronis Goianos. Leis que das muitas vezes era proposta pela fora expulsando os mais

  • 21

    fracos de sua terra. Num estado que era considerado completamente agrrio e no tinha terra,

    que pudesse servir a todos. Essa forma de lei ir perder fora com a criao do Estatuto da

    Terra, que passa a controlar todos os meios de apropriao de terras, e o leiloa mento das

    terras devolutas que pertencia o Estado tambm passa a ser controlado pelo o estatuto, mas

    essas leis em todos os momentos de sua historia s beneficiaram os mais ricos, o estatuto da

    terra no foi diferente, contribuiu para a concentrao dos latifundirios, por vrios momentos

    o estatuto foi mudado por encontrarem falhas no seu sistema, mas nem sempre agiu com

    completa funo.

    Com novos movimentos sociais estavam acontecendo no campo agora mais

    organizado, principalmente nos anos 60 preocupando as autoridades que assumira o poder

    atravs do golpe militar foi criado o novo estatuto da terra que tinha como meta de

    desenvolvimento de uma reforma agrria e um completo desenvolvimento da agricultura,

    agora mediante cinco dcadas podemos concluir que apenas parte do estatuto pode ser

    desenvolvido principalmente quando se fala do setor capitalista que se apropriou do campo

    brasileiro concentrando a riqueza nas mos de poucos e invs de executar a reforma agrria s

    contribui ainda mais para agrava -l. (estatuto da terra lei 4.504, de 30-11-1964).

    Portanto com o que pode ser visto no decorrer deste capitulo que a questo agrria

    brasileira e tambm a goiana, tem por muitos anos seus problemas adquiridos atravs da

    apropriao de terras apartir do perodo colonial, sem que houvesse de forma alguma uma

    total poltica que buscasse as resolues dos problemas agrrios do pas. Sendo que apartir do

    segundo capitulo discutiremos sobre a formao histrica do municpio de Jaupaci.

  • 22

    CAPTULO II FORMAO HISTRICA DO MUNICPIO DE JA UPACI A formao histrica do municpio de Jaupaci esta ligada diretamente a extrao de

    diamantes e ouro aluvio nas margens do Rio Claro. A data correta sobre a possvel

    descoberta da regio ainda no se tem ao certo, mas segui uma linha de aproximadamente na

    dcada de 1940 a 1950 com a chegada de garimpeiros que montaram acampamentos ali para a

    explorao de diamantes.

    Com a descoberta de diamantes na regio fez com que muitas pessoas migrassem de

    outros lugares do pas principalmente da Bahia, Cear, Paraba e de varias partes do Estado de

    Gois sendo que relatos de pessoas que presenciaram esta poca comentam a trajetria de

    pessoa que circulavam entre a regio e os estados do nordeste principalmente da Bahia no

    carro de boi ou mesmo a p sendo que estas viagens levavam meses para ser concluda, todo

    este sacrifcio era para chegar ao municpio em busca do to cobiado minrio.

    A partir da iniciou-se um aglomeramento de indivduos sobrem as margens do Rio

    Claro, iniciando assim o processo de povoamento, que a comeo chamou-se Mancho do

    Pacu, sendo este distrito de Ipor. Segundo Santos 2002 p. 22 a expanso da agricultura

    comercial e a explorao mineral foram a base de um povoamento e uma criao de riquezas

    redundando na ampliao da vida de relaes e no surgimento de cidades no interior. Foi

    neste contexto que se formou o municpio de Jaupaci primeiramente a extrao mineral e

    conseguentemente a agricultura passa a ser o novo modelo econmico. O que ser

    aprofundado no decorrer do texto.

    No incio de sua formao, a minerao era a base principal da economia, por outro

    lado houve um processo significativo de povoamento mais afastados das regies garimpeiras

    das margens do Rio, ocasionando assim pequenos stios que cultivava somente para o prprio

    consumo. E as outras mercadorias que se faziam necessrio eram buscadas em outros

    municpios como: Vila Boa de Gois e posteriormente na cidade de Ipor.

    Os diamantes no incio da minerao eram encontrados com muita facilidade, mas,

    porm no se dava o mesmo valor comercial como na atualidade. Os diamantes eram

    comercializados atravs de escambo ou pela moeda corrente. Na forma de escambo,

  • 23

    trocavam-se os diamantes em gneros alimentcios, vesturios e at mesmo em animais de

    trao.

    Mas no ano de 1950 o perodo crucial da minerao em Jaupaci, momento em que

    muitos migrantes vindos de vrias partes do pas chegaram ao pequeno povoado.

    Sendo a explorao de diamantes e ouro o principal fator para a vinda dessas pessoas

    para a regio, considera-se que muitas famlias mudaram para o municpio neste perodo,

    sendo que ao chegar ao lugar j se encontrava famlia do Sr. Joo Paraba ou somente o

    paraibano, que levou o ttulo de descobridor da regio 2 este titulo devido o momento em

    que outras pessoas chegaram ao lugar aqui j estava morando o senhor Joo Paraba com sua

    famlia as margens do rio. Desde ento muitas famlias acabaram fixando residncia no local

    povoando ainda mais o ambiente.

    cabvel ressaltar que antes do Sr. Joo Paraba chegar ao municpio bem provvel

    que outros forasteiros j tivessem passado pelo municpio ou fixado moradia no mesmo, pois

    existem fortes relatos e principalmente indcios de que outras famlias j se concentravam

    nesse ambiente. Mas, porm, Joo Paraba por ser uma figura de poder nesse perodo foi lhe

    dado essa referencia de descobridor.

    Assim, com o quantitativo cada vez maior de famlias residindo na regio, juntando a

    desordenada demarcao de terrenos e de catras de explorao, juntamente com as inmeras

    invases de territrios alheios ocorriam inmeras mortes em decorrncia desses fatores, a

    partir da um desejo comum passa a fazer sentido s famlias que ali residiam, que seria a

    emancipao poltica do municpio.

    Havendo ento a necessidade de ter um governo municipal prprio, as famlias que ali

    residiam uniram foras para manifestar seus desejos de emancipao poltica. Por certo, est

    ocorreu atravs da Lei Estadual de N. 2.111 aos 14 dias do ms de novembro de 1958,

    elevando o Mancho do Pacu a categoria de municpio que passou a se chamar JAUPACI

    apartir da juno de trs nomes de travesses existentes no Rio Claro, JAU PAC CIPO.

    E assim, desmembrando-se do municpio de Ipor. Sua instalao se deu em 01 de janeiro de

    1959, em sesso solene realizada no prdio destinado a Prefeitura Municipal de Ipor,

    presidida pelo ento presidente da Cmara Municipal, o Sr. Artur da Costa Barros3.

    Jaupaci compe a mesorregio do Centro Goiano, inserindo-se na microrregio de

    Ipor, e conta na atualidade com uma rea de 527,20 km, localizando-se a 204 quilmetros

    2 Dados encontrados na Secretria de Educao do Municpio 1995. 3 Fonte encontrada na Secretria de Educao do Municpio em documento datado de 1995 e na ata da Sesso Solene Inaugural do Municpio de Jaupaci de 1 de janeiro de 1959 .

  • 24

    de distncia da capital goiana. Conta na atualidade com uma populao de 3000 habitantes

    segundo o senso de 20104, que atende pelo gentlico de jaupaciense, sua economia est

    fundamentada na atividade pecuria, explorao de granito e faces de roupas 5.

    Mapa de localizao geogrfica do Municpio de Jaupaci Gois

    4 Dados obtidos na home Page do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em agosto de 2011. 5 Dados tambm colhidos do livro Meio Ambiente e minerao: o desenvolvimento sustentvel, de NUNES, Paulo Henrique Farias, 2007, p. 148.

    Mapa 1

  • 25

    A minerao como em todos os lugares por onde ela ocorreu, teve seu perodo auge de

    extrao e com a diminuio dos minerais as cidades sempre acabavam caindo em decadncia

    dando lugar a outras atividades.

    [...] O extrativismo foi sendo vigorosamente substituda pela lavoura e pecuria de subsistncia, tendncia que se vinha anunciando mesmo antes do esgotamento das minas, minerao- lavoura- pecuria, contribui desde o inicio, um complexo interdependente. Tais atividades foram complementares e a produo de gneros alimentcios indispensvel para continuidade da extrao e abastecimento dos arraias. (Estevam, 2004, p. 39)

    E em Jaupaci no foi diferente, o municpio se constituiu atravs da minerao de ouro

    e diamantes, com a crise da produo cedeu lentamente lugar a pecuria e a agricultura, sendo

    assim, a extrao de granito surgiu como hiptese de fonte de renda no ano de 1975, mas no

    se tornando o principal produto econmico para a arrecadao da cidade.

    At 1990 a minerao de diamantes na regio era elevada como uma das bases

    principal da economia do municpio, onde em cada casa possua um garimpeiro que se

    prendia a minerao (garimpo) pela busca do sustento familiar, pelo prazer de garimpar ou a

    procura de grandes riquezas em curto prazo.

    [...] nas dcadas de 80 e 90, os rios Claro, Piles, Caiap e seus afluentes foram invadidos por dezenas de dragas. E a lucrativa garimpagem mecanizada s chegou ao fim, em 1994, em funo de uma Liminar impetrada pelo Ministrio Pblico. Medida executada a fim de salvar da morte os rios da regio e barrar a degradao desenfreada do meio-ambiente. (GOMIS, 1998, p 47).

    Com o fechamento do garimpo em 1994, por razes ambientais, muitas famlias no

    municpio viveram momentos de privao e total desconforto, pois o garimpo representava

    toda a renda de algumas famlias. Devido a isso, muitas famlias tiveram que se adaptar a

    outros meios de produo para manterem seu prprio sustento, da em diante a agropecuria

    se fortalece como principal fonte de renda para o municpio.

    2.1 Desenvolvimento Econmico de Jaupaci A economia de Jaupaci ao longo de sua formao esteve voltada exclusivamente para

    o garimpo, onde quase toda casa tinha como nica fonte de renda ou boa parte dela extrada

  • 26

    da garimpagem de ouro de aluvio ou diamantes nas guas do rio Claro. Com o fechamento

    do garimpo, em 1994 a economia do municpio passa por severa transformao, um local

    onde se via o real sonho de enriquecimento da noite para o dia com o achado de diamantes,

    que tinham valores inestimados de acordo com sua forma, tamanho e qualidade, se passa ver

    agricultura e pecuria como nica forma de vida, segundo Estevam 2009 o negocio aurfero

    em crise a populao crescendo aponta que a lavoura pecuria fornece a possibilidade no

    somente complementar, mas, de pura sobrevivncia, de fato o que aconteceu em Jaupaci no

    foi diferente um lugar que no perodo de explorao do garimpo no era fcil encontrar um

    homem que pudesse servir o trabalho que surgiam nas fazendas como diarista ou mesmo

    agregado, passa ter quase exclusivamente a fazenda como nica forma de sobrevivncia.

    Em todo momento de desenvolvimento econmico do municpio a idia era de

    melhorar a vida dos jaupaciense, embora vale salientar que o conceito de desenvolvimento

    no apenas econmico envolve uma mudana qualitativa nos indicadores de qualidade e

    satisfao das necessidades dos cidados. Segundo Pereira (1979, p. 21) o desenvolvimento

    um processo de transformao poltica e social, atravs da qual o crescimento do padro de

    vida da populao tende a torna- se automtico e autnomo. Ms com toda tentativa de

    desenvolvimento que se passa no municpio pouco notvel a qualidade de vida que a cidade

    oferece a suas pessoas, pois um lugar com mais de 50 anos de emancipao ainda no

    consegue suprir as necessidades que sua populao demanda em consumo ficando eles

    sujeitos a procurar as cidades vizinhas para solues de seus problemas.

    Por outro lado, a regio pode ser um grande produtor de gado bovino como mostra

    foto na p. 27 para o estado de Gois, pois em todas as propriedades do municpio tem seu

    plantel de animais caracterizando que a segunda maior arrecadao de Jaupaci vem da

    agropecuria porque o municpio palco de pequenas lavouras de milho, de arroz, de

    mandioca sendo que recentemente esto sendo implantadas pequenas lavouras de melancia

    tornando as atividades rurais bastante ativas na economia local, pois incorporaes de novas

    tcnicas que ligam pecuria e a agricultura contribuem e muito para o desenvolvimento da

    agropecuria do municpio.

  • 27

    Fonte: Santos, Waltenir oliveira dos 2011

    A maior arrecadao do municpio, ou seja, o PIB (produto interno bruto) vem dos

    servios que so exercidos dentro da cidade como vemos o grfico abaixo.

    Fonte: IBGE (Org: Santos, Waltenir Oliveira dos)

    7.135

    1.873

    11.658

    PIB /per capta

    JAUPACIAgropecuria Indstria Servios

    VALOR EM MIL Grfico 2

  • 28

    Neste contexto econmico que se passa o municpio de Jaupaci, reflete como

    importante o processo de planejamento das solues para a questo do campo, que se pense

    mais nas distribuies de terra para os trabalhadores rurais. preciso que se pense na

    reintegrao cultural, social e econmica das famlias em um espao rural que durante muitos

    anos fez parte de suas vivncias e hoje algo que no os pertencem mais, ms algo que

    procuram com muita intensidade, pois o municpio conta com assentamento, com 53 famlias,

    e mais outros dois assentamentos no municpio vizinho bem prximo a cidade de Jaupaci por

    onde comercializa sua produo devido a distncia que se da cidade de Fazenda Nova sede do

    municpio.

    neste sentido, acredita- se que a valorizao da pequena produo da pequena

    propriedade uma forma de contribuio com o trabalhador rural, dando lhe dignidade

    atravs do seu prprio esforo para retirar seu prprio sustento e de sua famlia. nessa linha

    de pensamento que se pretende neste terceiro capitulo analisar, a produo familiar na

    pequena propriedade no municpio de Jaupaci no qual contribui para o fornecimento de

    produtos dirios na mesa do produtor jaupaciense.

  • 29

    CAPTULO III A ESTRUTURA AGRRIA NO MUNICPIO DE JAUPACI- GO O processo de modernizao do campo no Brasil teve inicio na dcada de 1950, com

    novas tecnologias, sendo as mesmas inovadas de acordo com as tcnicas de produo e a

    prpria estrutura agrria. A grande produo esta voltada exclusivamente para o mercado

    externo, constituindo um modelo excludente e concentrador de riquezas nas mos de poucos.

    A pequena propriedade est voltada para produo de subsistncia e ao mercado interno com

    produo diversificada de milho, arroz, mandioca, criaes de gado e outros.

    O desenvolvimento ou at mesmo a resistncia da pequena agricultura de grande

    importncia, para as pequenas cidades, como o caso de Jaupaci e cidades vizinhas como

    Fazenda Nova, Israelndia, Ipor, Diorama e Montes Claros de Gois onde aparece no setor

    urbano atividades ligadas diariamente agricultura familiar. Esta prtica de sobrevivncia

    comum, pois se encontra em feras livres, em supermercados ou at mesmo pessoas que andam

    pelas ruas vendendo o que produzem em suas pequenas propriedades como: queijo, doce,

    hortalias, frutas, ovos, leite, frango etc. produtos de grande aceitao pela a populao local.

    Todo este desenvolvimento revela a importncia da pequena diversificao agrcola para tais

    municpios que apresenta no somente sua estrutura econmica como tambm o seu modo de

    vida.

    nesta perspectiva de conhecimento da agricultura e pecuria, que a produo do

    campo torna importante as atividades que sobressaem atravs dos tempos para darem

    sustentabilidade ao municpio de Jaupaci.

  • 30

    Fonte: SANTOS, Waltenir Oliveira dos 2011

    De acordo com a pesquisa de campo, pode encontrar no municpio em questo vrias

    fabricas de farinhas de mandioca como mostra a foto, da qual a matria prima extrada na

    prpria agricultura de cunho familiar sendo assim que o prprio produtor de farinha se sente

    satisfeito com que faz.

    Larguei tudo pra mexer com minha farinheira La d mais dinheiro, que nas outras coisas que eu mixia at meu bar quase no abro mais porque quase no tem mais tempo, todo tento de farinha pouco pra entregar, minha farinha esta indo at pro mato grosso, estou muito sastifeito com essa nova profisso eu j tenho minha roa de mandioca s pago uns menino ai da rua pr rancar a mandioca pr mim, ento eu compro poca mandioca, lucro maior j estou at pensando em comprar uma saveiro pra mim entregar a farinha um homem vem c hoje pra olha essa moto a pra ver se n is faiz negocio numa que ele tem l. (Valteno Pereira 07 de setembro de 2011 10:30)

    Tendo com base a distribuio de terra o municpio de Jaupaci considerando a

    concentrao, em nmeros entre os pequenos e mdios proprietrio contra a grande

    propriedade as que tm menor expressividade no campo, ou seja, a que depende

  • 31

    exclusivamente da fora da mo de obra familiar para poder ter algum tipo de produo na

    propriedade desta vez estas superior em nmeros. Veja a tabela.

    Propriedades:

    Pequenas 106

    Medias 83

    Grandes 60

    Total 249

    Fonte: agencia rural do municpio Org.: Santos, Waltenir Oliveira dos Como vemos estes dados contidos na tabela vale lembrar que nem sempre foi assim,

    houve muitas lutas, batalhas para que pudesse de certa forma acontecer alguma reforma

    agrria, dentro dos limites do municpio de Jaupaci, pois, muitas pessoas j foram expulsa de

    seus lugares pela a fora, principalmente no tempo dos coronis que andavam fazendo

    ameaas, o trecho abaixo cita a fala do senhor Joo Rosa Santos conhecido como (Joo da

    Manoela) um morador antigo que ainda toma conta de uma propriedade e viu seus pais serem

    expulsos de suas terras por jaguno a mando de patro.

    Era bem cedo quando chegou uns homem muntado de cavalo na porta da casa do meu pai onde nis morava, eles chegou nem apiou do cavalo e j falou que aquelas terras onde nis tava morano era de seu .... ele tinha comprado e tinha escritura dali, se nis no sasse dali eles ia tirar nis a fora, eles deu um prazim no lembro mais de quanto foi o prazo que eles deu pra que meu pai pudesse tira toda benfeituria que nis j tinha feito na terra, nis tinha uma casa de pau a pique com telha de barro, j tinha fruteira no quintal, chiqueiro cheio de porco j tinha um gadinho, resumimo ali dentro do prazo, meu pai vendeu umas vacas e com um pouquinho de dinheiro que meu pai tinha compramos um direito ali no capim branco foi pra onde nis mudou, terra naquele tempo era barata fcil de adquiri.

    Mediante ao exposto fica claro que a apropriao de terras do municpio de Jaupaci

    no foi diferente das demais regies do Estado de Gois mesmo por fazer parte dessa

    dimenso de terras que tinha em busca de uma organizao e produo no territrio, nesta

    disputa sendo ela injusta, os que tinham dinheiro saram na frente com os seus ideais, em

    busca de riquezas e expanso capitalista mesmo por ser isso uma forma de mostrar fortuna e

    poder poltico na regio. Embora com o tempo essa forma de apropriao de terra perdeu

    Tabela 1

  • 32

    fora mesmo por as leis a cada dia estar mais severas e fiscalizadas apesar de que em algumas

    regies do pas ainda haja agricultores expulsos do campo mediante ao medo.

    Considerando a questo agrria na atualidade as coisas esto bastante diferentes dos

    tempos onde a fora fazia o caboclo perder o direito da terra, agora s se pode ter direito

    atravs da herdagem, compra ou atravs de reforma agrria pelo INCRA (Instituto Nacional

    de Colonizao e reforma Agrria) um dos maiores distribuidores de terras no Brasil. Embora

    ainda falta muita vontade da poltica pblica na soluo e acompanhamento desses

    movimentos que se j faz presente em Jaupaci tambm tornando possvel o surgimento de

    mais 53 novos propriedades. Onde o trabalho familiar o corao da pequena propriedade

    tornando,a economia local diferenciada atravs da produo de gneros alimentcios

    diversificados.

    As pequenas lavouras de gros principalmente o milho que o cultivo de curto prazo

    mais realizado entre os pequenos proprietrios de terra, s vezes ainda negociado dentro da

    prpria lavoura que os agricultores chamam de Roa. Um dos fatores que chamam bastante

    ateno a forma como so negociado a produo, sem atravessadores, colhidos com a

    prpria fora do agricultor familiar com a ajuda de trabalhadores diarista, so negociados

    dentro da prpria lavoura como forma de balaio ou o carro de milho que a quantia de 40

    balaios, e no na forma de peso como so negociados os gros nas propriedades de grande

    produo capitalista.

    Estima-se que a produo de milho no municpio j ultrapasse 1400 toneladas anuais,

    sendo que a representatividade da pequena propriedade exclusiva nesta produo, mesmo

    porque o milho em sua fase verde tem muito valor na alimentao da populao, com pratos

    como pamonha, bolinho, cural, entre outros que enriquece a mesa do agricultor e os

    companheiros vizinhos. A produo de milho para o municpio de Jaupaci tem importncia

    no s de garantir a alimentao da populao mais o alimento de animais nas pequenas e

    grandes propriedades isso diferencie a pequena propriedade no contexto da produo

    brasileira. Veja a tabela sobre a produo de milho, arroz e mandioca do municpio de

    Jaupaci.

    Hectare plantado Toneladas Valor da produo (mil)

    Arroz 300 540 324 Milho 500 1.400 466 Mandioca 150 3.000 300

    Fonte: SEPLAM (Org: Santos, Waltenir Oliveira dos)

    Tabela 2

  • 33

    Observando a tabela podemos tirar a seguinte concluso que a produo de gros do

    municpio de Jaupaci est voltada quase exclusivamente para o milho e o arroz mesmo pelo o

    motivo de ser uma produo rpida de fcil cultivo que ao chegar ao final de cada safra ser

    facilmente vendida, sendo que a mandioca uma das alternativas em que os pequenos

    agricultores encontram para ganhar dinheiro por ser uma produo quase sem custos e uma

    garantia de uma boa renda na produo da mandioca isso talvez explique a preferncia do

    agricultor sobre essa produo como mostra a tabela.

    Atualmente o modo de preparar a terra para o plantio bem diferente do passado onde

    consistia na derrubada de matas, em seguida incendiava coivaras j seca, para limpar o local

    onde plantava, como hoje houve todo um desenvolvimento voltado para a criao de uma

    tecnologia que pudesse contribuir para aumento gradativamente da produo, torna ela de

    certa forma mais fcil, mediante o preparo da terra atravs da fora, Mecnica do trator

    puxando o arado , isto pode ser bem visto no final do ms de Outubro, com a aproximao das

    primeiras chuvas, os agricultores tomam conta que hora de preparar o terreno para cultivar

    sua produo,geralmente so cultivos que levam pouco tempo de ocupao sobre o solo

    mesmo pelo o motivo de poucas terras levando o resto do tempo para a pastagem de gado.

    De certo forma a prefeitura contribui para o preparo das lavouras que acontece num

    espao de aproximadamente cinco meses com emprstimos de tratores para o preparo da terra

    ficando somente o valor do leo para o agricultor custear durante o trabalho da maquina em

    sua propriedade isso contribui e muito para o desenvolvimento e conseguentemente o

    aumento da produo nas pequenas lavouras. O milho, arroz e a mandioca so os tipos de

    plantaes mais cultivados nas propriedades devidos o curto prazo na produo e um bom

    valor em media que os agricultores conseguem na produo. Ver tabela 2.

    Quando se trata na produtividade da pequena propriedade a produo de leite um dos

    fatores que mais so de interesse do agricultor devido ajuda que a renda do leite fornece nos

    gasto dentro da propriedade, dessa forma difcil encontrar algum agricultor que no tem

    nenhum vinculo ou direcionamento com a atividade leiteira que ate certo tempo era motivo de

    pouco caso pelo prprio agricultor por esta atividade no oferecer alguma expectativa de

    melhoramento no preo do leite e dar o direito ao produtor com a sua famlia uma

    melhoramento na qualidade de vida, pois o leite era vendido no prprio laticnio de Jaupaci ou

    a laticnios da regio que buscam leite resfriado nos tanquinhos implantados nas propriedades,

    e umas da forma que mais se reflete sobre a produo familiar a venda de leite pelas as ruas

  • 34

    da cidade como mostra a foto da p. 34b sendo est uma forma que o produtor encontra de ter

    uma maior renda na produo sendo que o litro vendido preo de 1,25 centavos em mdia

    pelas as ruas.

    Fonte: Santos, Waltenir oliveira dos 2011

    Em relao venda para laticnios esta havendo um contentamento maior entre os

    produtores sendo que o preo do litro de leite est chegando mdia 82 centavos, isso para os

    agricultores um timo preo tornando se uma grande vitria, pois algum tempo o litro de

    leite custava em media 57 centavos tornando assim quase impossvel o quitamento de dividas

    que so feitas para manter o prprio gado, na compra de raes, sais minerais e outro

    suplementos que so necessrios para manter a propriedade.

    Moo at um certo tempo tava dificio de mais moo tudo que eu fazia ficava L no tanquinho nos trem que eu ia pegano se precisava dum saco de milho eu ia La e pegava se precisava dum saco de sal eu ia La e pegava quando dava no fim do ms e ia pega o dinheiro do leite ficava tudo La, hoje no com esse preo que to pagando

  • 35

    t dano pra mim tira meus 751, 800 reais tranquilo t at pensano em compra mais umas duas vacas. ( Vanderlei Almeida 27 de setembro de 2011)

    Com essa nova expectativa e aprovao no preo do leite reflete at mesmo no preo

    do gado de leite sendo que os agricultores chegam a pagar em mdia 2000 mil reais em uma

    vaca que produz por dia cerca de 10 litros de leite, isso nada mais do o prprio capitalismo

    mostrando seu valor de acordo com o estado de aprovao e aceitao de mercado. Mais vale

    lembrar que nem todos tm condies de comprar vacas consideradas de boa produo

    ficando a sua propriedade baseada nas vacas consideradas fracas de pouca produtividade

    diria sendo ela um tipo de gado mais comum nas propriedades.

    Fonte: Santos, Waltenir Oliveira dos 2011 O agricultor em parte s vezes se sente inseguro desacreditado no que faz, devido a

    pouca lucratividade que consegue tirar dentro do seu pedao de terra comparado com as

    grandes propriedades se torna muito pouco lucrativa, levando em conta a jornada de trabalho

    que chega h 12 horas por dia, isto uma forma que o agricultor encontra de aumentar sua

  • produtividade, pois se mais trabalha mais chance de manter seu trabalho em dia, ele

    prprio servio, a famlia tambm faz parte desta fonte de trabalho dentro da propriedade

    talvez pela prpria falta de

    filhos destes agricultores partem para as cidades como Goinia e Rio Verde entre outras na

    tentativa de uma vida melhor

    pais por no querer ver seus filhos passarem o que passaram para poder cri

    Populao

    Fonte: SEPLAM Org: Santos, Waltenir Oliveira dos Mediante o que pode ser visto no grfico percebe

    decrscimo considervel talvez estimulado pela a prpria falta de oportunidade no campo ou

    pela a falta de estimulo, incentivos oferecidos pele o setor pblico em relao ao

    campo, porque se houvesse de certa forma aplicaes dos cofres pblic

    criaes de cooperativas, fornecimento de emprstimos ou financiamentos para compra de

    sementes e insumos agrcola com a inteno de melhorar a produo agrc

    agricultor tivesse chance de aumentar sua renda com certeza, o trabalho na propriedade

    aumentaria criando assim novos cargos de trabalho sendo ele temporrio, ou permanente

    podendo permanecer a famlia inteira dentro da propriedade sem que prec

    filhos partissem para outras cidades em busca de melhor qualidade de vida

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    1980

    1.3861.266

    produtividade, pois se mais trabalha mais chance de manter seu trabalho em dia, ele

    prprio servio, a famlia tambm faz parte desta fonte de trabalho dentro da propriedade

    falta de oportunidade que recebem dentro das atividades do campo os

    filhos destes agricultores partem para as cidades como Goinia e Rio Verde entre outras na

    tentativa de uma vida melhor, sendo que muitas das vezes so incentivados pe

    pais por no querer ver seus filhos passarem o que passaram para poder cri

    Populao Urbana e Rural de Jaupaci

    Org: Santos, Waltenir Oliveira dos

    Mediante o que pode ser visto no grfico percebe-se que a populao rural teve um

    decrscimo considervel talvez estimulado pela a prpria falta de oportunidade no campo ou

    pela a falta de estimulo, incentivos oferecidos pele o setor pblico em relao ao

    campo, porque se houvesse de certa forma aplicaes dos cofres pblic

    fornecimento de emprstimos ou financiamentos para compra de

    sementes e insumos agrcola com a inteno de melhorar a produo agrc

    agricultor tivesse chance de aumentar sua renda com certeza, o trabalho na propriedade

    aumentaria criando assim novos cargos de trabalho sendo ele temporrio, ou permanente

    podendo permanecer a famlia inteira dentro da propriedade sem que prec

    ras cidades em busca de melhor qualidade de vida

    1991 2000 2010

    2.285

    2.5132.358

    869

    641 642

    36

    produtividade, pois se mais trabalha mais chance de manter seu trabalho em dia, ele dono do

    prprio servio, a famlia tambm faz parte desta fonte de trabalho dentro da propriedade,

    oportunidade que recebem dentro das atividades do campo os

    filhos destes agricultores partem para as cidades como Goinia e Rio Verde entre outras na

    sendo que muitas das vezes so incentivados pelos os prprios

    pais por no querer ver seus filhos passarem o que passaram para poder cri-los.

    se que a populao rural teve um

    decrscimo considervel talvez estimulado pela a prpria falta de oportunidade no campo ou

    pela a falta de estimulo, incentivos oferecidos pele o setor pblico em relao ao homem do

    campo, porque se houvesse de certa forma aplicaes dos cofres pblicos e incentivo para

    fornecimento de emprstimos ou financiamentos para compra de

    sementes e insumos agrcola com a inteno de melhorar a produo agrcola, onde o

    agricultor tivesse chance de aumentar sua renda com certeza, o trabalho na propriedade

    aumentaria criando assim novos cargos de trabalho sendo ele temporrio, ou permanente

    podendo permanecer a famlia inteira dentro da propriedade sem que precisasse que seus

    ras cidades em busca de melhor qualidade de vida.

    Urbana

    Rural

    Grfico 3

  • 37

    CONSIDERAES FINAIS O objeto de trabalho desta monografia teve com intuito de levar a realidade como o

    agricultor familiar pode ser uma alternativa de renda em que o pequeno proprietrio de terra

    encontra para manter ou at mesmo aumentar sua lucratividade dentro do seu pedao de terra

    em um mundo totalmente capitalista.

    No desenvolvimento deste trabalho, com as leituras de autores que tratam da questo

    agrria brasileira da formao territorial do Brasil, j nos da uma idia de que no fcil,

    manter uma produo totalmente de cunho familiar, uma vez que os investimentos em

    tecnologia, as polticas publicas voltadas para o campo, so de exclusividade para as grandes

    propriedades devido o auto custo que se tem para tornar um pedao de terra totalmente

    produtivo.

    Na realidade de estudos em que colocamos em questo o municpio de Jaupaci,

    buscamos vivenciar bem prximo ao agricultor presenciar, que o caboclo da terra sente no

    dia-a-dia para poder garantir sua sobrevivncia, com jornadas de trabalho muitas vezes

    exaustivas, pelas longas horas de trabalho dirio na produo de pequenas lavouras de milho,

    arroz, mandioca ou mesmo a produo leiteira mais comum entre as propriedades mesmo por

    ser uma renda garantida todo final de ms.

    Ao longo do desenvolvimento deste trabalho com as observaes as conversas, que

    tomamos conta de como esse modo de vida essencial para a formao econmica deste pas.

    Dessa forma conclui-se que Jaupaci tambm faz parte deste desenvolvimento econmico, um

    municpio que surgiu atravs da descoberta de minrios preciosos nas guas do rio claro em

    pouco tempo passa ver sua economia voltada para agropecuria.

    Por finalizar este trabalho ficamos feliz em saber, embora no seja todos agricultores

    se sente realizados no que faz, mesmo assim lutam diariamente, com a falta de recursos, de

    apoio de rgos governamentais, ms so capazes de produzir o necessrio para manter a

    famlia, havendo o excedente populao local.

  • 38

    REFERNCIAS

    ALMEIDA, Rodrigues Botelho de. A influncia do Estado na produo territorial do municpio de Ipor. Ed. Ipor, 2009. 34 p.

    BORGES, Barsanufo Gomes Gois nos Quadros da Economia Nacional: 1930 1960 ed. UFG. 2000. 172. P.

    CALAA, Manoel e DIAS, Wagner Alceu. A Modernizao do Campo Cerrado e as Transformaes Socioespaciais em Gois. Campo territrio: revista de Geografia Agrria. V. 5, n.10, p.312 332, Ag. 2010.

    CAMPOS, F.I. Corenelismo em Gois. Goinia; UFG, 1987, 116 p. ESTEVAM, Lus. O Tempo da Transformao: Estrutura e dinmica da formao econmica de Gois. 2. Ed. UFG. Goinia, 2004. 238 p.

    FERREIRA, I.M e MENDES, E.P.P. A Organizao do Espao Agrrio em Gois: Povoamento e Colonizao (do sculo XVIII ao XX). So Paulo, 2009. Pp. 1 27.

    GOMIS, Moizeis Alexandre. Uma viagem no tempo de Piles a Ipor. Goinia: Nova Pagina 1998. NOZOE, Nelson. Sesmaria e Apossamento de Terras no Brasil Colnia. Universidade de So Paulo, Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade, Departamento de Economia.

    OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Agricultura Camponesa no Brasil. So Paulo: contexto, 1991 (coleo caminhos da geografia). 164 p.

    PEREIRA, Wellington Divino. O municpio de Aurilandia no contexto da produo do territrio goiano , Ed. Ipor, 2008. 35p. SANTOS, Milton. A urbanizao brasileira. 5. Ed. Edusp. So Paulo. 2002. 175 p.