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Sócios Eduardo Chalfin Ilan Goldberg Clara Vainboim Paulo Maximilian Priscila Mathias de Morais Fichtner Antônio José Monteiro Gaspar Mirela Saár Câmara Sari Franco Consultores Paulo Gustavo Rebello Horta Marcia Latgé Mannheimer Gestores Beresford M. Moreira Neto (ES) Glaura Cristina G. S. C. Silva (SP) Luciano Rocha Mariano (RJ) Renato Godoy (PR) Causas Especiais e Consultoria CEC Ana Cristina Garioli Almeida Allegretto (RJ) Christiana Fontenelle (RJ) Daniel Rapozo (SP) Ivana Pedreira Coelho (RJ) Jean Carlos de A. Gomes (RJ) João Paulo de Sá de Freitas (RJ) Júlio César Provenzano Domiciano (RJ) Paolo Vieira Cabral (RJ) Pedro Bacellar (RJ) Coordenadores Alex Salles Gomes (RJ) Amanda Vieira Guedes (SP) Ana Cristina de Araújo Borges (RJ) Ana Estela Caló Morais (SP) Ariadne Teixeira Ribeiro (SP) Auricélia Duarte (SP) Barbara Cavalieri Mathias (RJ) Bdyone Soares da Rocha (RJ) Carlos Eduardo Soares (SP) Carlos Gustavo B. Pereira (SP) Cristina Tsiftzoglou (SP) Daniella Carmo (RJ) Eduardo Barroso Leventhal (RJ) Eduardo Melo Ferreira (RJ) Elaine Maria de Jesus (RJ) Fernanda Teixeira (RJ) Gabriel Castro (RJ) Gabriela Amaral (RJ) Gilberto Cezário Santos (ES) Grazielle Neves Araújo (RJ) Guilherme Ramos (RJ) Gustavo Nogueira Duarte (RJ) Janaina Andreazzi (SP) Juliana Padilha M. Rodrigues (RJ) Joana Parente de Mello Portugal (RJ) Kariny Oliveira Loures (RJ) Larissa dos Santos Hipólito (PR) Manuela Nishida Leitão (SP) Maria Fernanda Ito Cordeiro (RJ) Mylenna Wojcichowski Maia (PR) Patrícia Caetano (RJ) Rodrigo Leal Marra Pereira (RJ) Thaís Cardoso Teixeira (ES) Thaiz Cerqueira L. R. da Cunha (ES) Ticiana Lins Kirszberg (RJ) Valéria Cavalcanti Filardi (SP) Valéria Cristina Guerretta (RJ) Veruska Azeredo Valadão Monteiro (ES) Vivian Miranda Bezerra (SP) Vivian Vargas (RJ) Wilson Miranda dos Santos (SP) EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Recurso Especial nº. 0227623-96.2013.8.19.0001 BANCO ITAUCARD S/A, nos autos do recurso especial em referência, no qual figura como recorrido DIANA JACOMO DOS SANTOS ELIAS, vem, tempestivamente, por seus advogados infra-assinados, tendo em vista a r. decisão de fls. 459/463, interpor recurso de AGRAVO Com fulcro na redação do art. 544 e seus parágrafos, do CPC, requerendo seja o mesmo recebido e remetido ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça para regular processamento. Pede deferimento. Rio de Janeiro, 16 de Julho de 2015. Ilan Goldberg Jean Carlos de Albuquerque Gomes OAB/RJ 100.643 OAB/RJ 134.622 TJRJ 201500384119 16/07/2015 15:55:00 HO=B - PETIÇÃO ELETRÔNICA Assinada por ILAN GOLDBERG 477

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Sócios

Eduardo Chalfin

Ilan Goldberg

Clara Vainboim

Paulo Maximilian

Priscila Mathias de Morais Fichtner

Antônio José Monteiro Gaspar

Mirela Saár Câmara

Sari Franco

Consultores

Paulo Gustavo Rebello Horta

Marcia Latgé Mannheimer

Gestores

Beresford M. Moreira Neto (ES)

Glaura Cristina G. S. C. Silva (SP)

Luciano Rocha Mariano (RJ)

Renato Godoy (PR)

Causas Especiais e Consultoria – CEC

Ana Cristina Garioli Almeida Allegretto (RJ)

Christiana Fontenelle (RJ)

Daniel Rapozo (SP)

Ivana Pedreira Coelho (RJ)

Jean Carlos de A. Gomes (RJ)

João Paulo de Sá de Freitas (RJ)

Júlio César Provenzano Domiciano (RJ)

Paolo Vieira Cabral (RJ)

Pedro Bacellar (RJ)

Coordenadores Alex Salles Gomes (RJ) Amanda Vieira Guedes (SP) Ana Cristina de Araújo Borges (RJ) Ana Estela Caló Morais (SP) Ariadne Teixeira Ribeiro (SP) Auricélia Duarte (SP) Barbara Cavalieri Mathias (RJ) Bdyone Soares da Rocha (RJ) Carlos Eduardo Soares (SP) Carlos Gustavo B. Pereira (SP) Cristina Tsiftzoglou (SP) Daniella Carmo (RJ) Eduardo Barroso Leventhal (RJ) Eduardo Melo Ferreira (RJ) Elaine Maria de Jesus (RJ) Fernanda Teixeira (RJ) Gabriel Castro (RJ) Gabriela Amaral (RJ) Gilberto Cezário Santos (ES) Grazielle Neves Araújo (RJ)

Guilherme Ramos (RJ) Gustavo Nogueira Duarte (RJ) Janaina Andreazzi (SP) Juliana Padilha M. Rodrigues (RJ) Joana Parente de Mello Portugal (RJ) Kariny Oliveira Loures (RJ) Larissa dos Santos Hipólito (PR) Manuela Nishida Leitão (SP) Maria Fernanda Ito Cordeiro (RJ) Mylenna Wojcichowski Maia (PR) Patrícia Caetano (RJ) Rodrigo Leal Marra Pereira (RJ) Thaís Cardoso Teixeira (ES) Thaiz Cerqueira L. R. da Cunha (ES) Ticiana Lins Kirszberg (RJ) Valéria Cavalcanti Filardi (SP) Valéria Cristina Guerretta (RJ) Veruska Azeredo Valadão Monteiro (ES) Vivian Miranda Bezerra (SP) Vivian Vargas (RJ) Wilson Miranda dos Santos (SP)

EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR 3º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Recurso Especial nº. 0227623-96.2013.8.19.0001

BANCO ITAUCARD S/A, nos autos do recurso especial em referência, no qual figura como recorrido DIANA JACOMO DOS SANTOS ELIAS, vem, tempestivamente, por seus advogados infra-assinados, tendo em vista a r. decisão de fls. 459/463, interpor recurso de

AGRAVO Com fulcro na redação do art. 544 e seus parágrafos, do CPC, requerendo seja o mesmo recebido e remetido ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça para regular processamento.

Pede deferimento. Rio de Janeiro, 16 de Julho de 2015.

Ilan Goldberg Jean Carlos de Albuquerque Gomes OAB/RJ 100.643 OAB/RJ 134.622

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Recurso Especial nº. 0227623-96.2013.8.19.0001 Agravante: BANCO ITAUCARD S/A Agravada: DIANA JACOMO DOS SANTOS ELIAS RAZÕES DO AGRAVANTE

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COLENDA TURMA JULGADORA,

ÍNCLITOS MINISTROS, I) TEMPESTIVIDADE 1. A r. decisão agravada, que negou seguimento ao Recurso Especial interposto, foi publicada na Imprensa Oficial em 06/07/2015 (segunda-feira). Assim, teve início em 07/07/2015 (terça-feira), primeiro dia útil subsequente, o prazo de 10 dias previsto no art. 544 do CPC para a interposição do presente recurso, findando-se em 16/07/2015 (quinta-feira). II) BREVE INTRÓITO 2. Trata-se de recurso especial interposto contra o acórdão de fls. 299/321, complementado pelas fls. 360/381, na qual a Recorrida, ora Agravada, afirma ter adquirido uma passagem aérea para viagem de sua filha, por meio do cartão de crédito Visa Platinum, e que, através dessa compra, também foi realizada contratação de seguro, segundo o qual a indenização em caso de morte seria de US$ 500.000,00 (Quinhentos mil dólares). 3. Prossegue afirmando que, em razão da morte de sua filha no acidente com a aeronave da Air France no dia 1º/06/2009, teria direito ao recebimento integral da indenização e que esse pagamento tenha sido negado pela empresa

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seguradora (AIG Seguradora), razão pela qual pleiteia do Recorrente, ora Agravante, emissor do cartão, o pagamento da indenização. 4. A sentença afastou a ilegitimidade do Banco, afirmando haver solidariedade entre os participantes da cadeia de consumo, mantendo a inversão do ônus da prova e condenando-o ao pagamento de R$ 1.126.700,00, (Um milhão cento e vinte e seis mil e setecentos reais), acrescido de juros de mora de 1% desde a citação e correção desde a sentença, além de custas e honorários de 10% sobre o valor da condenação. 5. Foi interposto recurso de Apelação no qual foram expostas as razões pelas quais deveria ser reconhecida a ilegitimidade passiva do Recorrente, bem como restou demonstrada a ausência de grupo econômico, a ausência do preenchimento dos requisitos autorizadores do direito à indenização pleiteada (em especial com relação ao quesito etário e de dependência econômica da vítima) e, por fim — mas não menos importante —, o fato da Recorrida não possuir cartão do segmento Platinum, mas sim Classic, o que reduz o valor da indenização de U$500.000,00 (quinhentos mil dólares) para U$75.000,00 (setenta e cinco mil dólares), ou seja, de forma bastante significativa, fato conhecido através de documento novo fornecido pela “Bandeira” do Cartão de Crédito (VISA). 6. Entretanto, contra toda expectativa, a C. 3ª Câmara Cível negou provimento ao recurso, sob o fundamento que o ora Agravante seria parte legítima em decorrência da aplicação da Teoria da Aparência, bem como que não havia que se falar na juntada e análise de documento novo, ainda que tenha ficado evidenciado que o valor da indenização imposta possibilitará o enriquecimento sem causa da ora Agravada, já que, ainda que a mesma preenchesse os requisitos necessários para tanto (o que não ocorreu!), faria jus a uma indenização em montante bem inferior ao pleiteado e que acabou por constar da condenação. 7. Considerando as omissões, contradições e obscuridades encontradas foram opostos embargos de declaração e, às fls. 360/381, foi prolatado novo acórdão conhecendo, mas rejeitando o recurso. 8. O recurso especial interposto teve seguimento negado, inobstante a demonstração do seu cabimento, com o preenchimento de seus requisitos de admissibilidade.

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III) A R. DECISÃO AGRAVADA E AS RAZÕES PARA A SUA REFORMA 9. A C. Terceira Vice-Presidência do TJRJ, no decisum de fls. 459/463, houve por bem inadmitir o Recurso Especial, pois entendeu, equivocadamente, que o Agravante, em suas razões, objetiva, por via transversa, a revisão de matéria fática, apreciada e julgada com base nas provas produzidas nos autos, bem como sustentou que não foi demonstrada a alegada divergência jurisprudencial. 10. Entretanto, como será reiterado nas razões deste agravo, o recurso especial interposto não carece de condições necessárias para seu prosseguimento perante o E. Superior Tribunal de Justiça. III.1) A VIOLAÇÃO DA LEI FEDERAL — COMPROVAÇÃO DO CABIMENTO DO RECURSO — AUSÊNCIA DE APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 5 E 7 DO STJ. 11. Discutir-se-á, individualmente, cada um dos impeditivos apontados na r. decisão agravada.

A) NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 267, I e VI DO CPC — QUESTÃO MERAMENTE DE DIREITO — A EVIDENTE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO AGRAVANTE — CONTRATO DE SEGURO FIRMADO COM EMPRESA DIVERSA DO RECORRENTE — AUSÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO A ENSEJAR A APLICAÇÃO DA TEORIA DA APARÊNCIA — QUESTÃO AMPLAMENTE DEMONSTRADA NOS AUTOS. 12. O Acórdão de fls. 299/321 reconhece, EXPRESSAMENTE, que a bandeira do cartão (Visa do Brasil Empreendimentos Ltda.) e a seguradora responsável pelo contrato de seguro firmado com a Agravada (AIG Brasil Seguros S/A) SÃO PESSOAS JURÍDICAS DISTINTAS DO AGRAVANTE (Banco Itaucard), mas, ao final, aplica a teoria da aparência, em evidente violação ao art. 267, VI do CPC. 13. O C. STJ tem entendimento sedimentado de que para reconhecer a instituição bancária como responsável pelo cumprimento de contrato de seguro, pela teoria da aparência, é necessário que o banco seja líder do grupo econômico. Veja-se:

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“(...) CONTRATO DE SEGURO DE VIDA E ACIDENTES PESSOAIS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO. INEXISTÊNCIA. PECULIARIDADES DO CASO QUE NÃO AUTORIZAM A LEGITIMIDADE PASSIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA PERTENCENTE AO MESMO GRUPO ECONÔMICO DA SEGURADORA. (...). (...). II - A jurisprudência desta Corte tem reconhecido a legitimidade da instituição financeira para responder pelo cumprimento de contrato de seguro nas hipóteses em que o banco, líder do grupo econômico a que pertence a companhia seguradora, se utiliza de suas instalações, logomarca, prestígio, empregados, induzindo o consumidor a crer que, de fato, está contratando com a instituição bancária, entendimento que decorre da aplicação da teoria da aparência. III - NA HIPÓTESE EM EXAME, CONTUDO, SOPESANDO AS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS DA CAUSA, ASSEVEROU O TRIBUNAL DE ORIGEM NÃO HAVER DÚVIDA DE QUE A RECORRENTE CONTRATOU A APÓLICE DIRETAMENTE COM A EMPRESA SEGURADORA, NÃO SENDO A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, POR ESSE MOTIVO, PARTE LEGÍTIMA PARA RESPONDER À AÇÃO DE EXECUÇÃO FUNDADA NO CONTRATO FIRMADO ENTRE AS PARTES.(...).”. (STJ – 3ª Turma, AgRg no REsp 969071-MG, Rel. Min. Sidnei Beneti j. 12/08/2008)

14. E este não é o caso dos autos!!! Ficou comprovado que a Agravada tem relação contratual com a empresa Seguradora AIU Seguros S/A (atualmente AIG Brasil Seguros S/A), contratada pela Bandeira do cartão, qual seja, Visa. 15. O Banco Itaucard, é apenas responsável pela emissão do cartão de crédito, respondendo apenas pelas questões de posse, uso e despesas da recorrida. Não sendo líder do grupo econômico da empresa seguradora, não pode ser responsabilizado pelo pagamento da indenização cabível à Seguradora AIU Seguros S/A (atualmente AIG Brasil Seguros S/A). 16. Por tais razões, verifica-se que é evidente a caracterização da negativa de vigência ao art. 267, I e VI do CPC. B) AUSÊNCIA DE SOLIDARIEDADE — VIOLAÇÃO AOS ARTS. 265 E 359 DO CPC — QUESTÃO MERAMENTE DE DIREITO. 17. A Eg. 3ª Câmara Cível reconheceu a solidariedade entre o Agravante e as duas outras pessoas jurídicas mencionadas (Visa e AIG) sob o fundamento que

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a Instituição Financeira faz parte da cadeia de consumo. Contudo, esse argumento viola o art. 265 do Código Civil, que determina que “a solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes”. 18. Conforme anteriormente demonstrado, as empresas não formam um grupo econômico, exercendo cada uma o seu papel, não havendo que se falar na aplicação do art. 14 do CDC. 19. Entender-se pela solidariedade das empresas bandeira, seguradora e administradora do cartão, viola-se frontalmente o previsto no art. 265 do Código Civil, que trata da não presunção da solidariedade, pois esta decorre de lei ou da vontade das partes e, no caso em comento, nenhuma dessas hipóteses pode ser verificada, já que as empresas são distintas e cada uma com uma função específica. 20. Neste sentido, veja-se a decisão deste C. STJ:

Por outro lado, a empresa comercial que mantém contrato de cessão do nome para utilização em cartão de crédito não pode ser parte legítima em ação de revisão de cláusulas contratuais relativas aos encargos cobrados em cartões de crédito, porquanto não tem qualificação apropriada para fazer modificá-las. O que existe, na minha compreensão, é apenas um contrato separado entre a empresa administradora de cartão de crédito e a empresa comercial para utilização do nome da última em cartão de crédito da instituição financeira. A marca da empresa, sim, aparece no cartão de crédito, mas a empresa é aquela da origem do cartão. Não se trata de cartão emitido pela própria empresa comercial, mas, tão somente, de cartão de crédito emitido por instituição financeira autorizada que usa marca da empresa ao lado da sua. Com isso, não há como identificar legitimidade passiva. (STJ — REsp nº. 652.069, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, Terceira Turma, julgado em 14/12/2006, unânime). (destacou-se)

21. O mesmo ocorreu com relação à aplicação do art. 359, do CPC, que afirma que são presumidos verdadeiros apenas e tão somente “os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar”, sendo certo que é indispensável a análise dos fatos em conjunto com as demais provas produzidas nos autos. 22. Aliás, essa presunção de veracidade do art. 359 do CPC é tão tênue, que, o STJ, admite até a posterior produção de prova, caso o fato presumido como verdadeiro desafie o “prudente critério judicial”.

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23. LONGE DE SE QUERER BUSCAR UM REEXAME DE PROVAS, O QUE ENCONTRARIA ÓBICE NA SÚMULA Nº 7 DO STJ, NÃO SENDO ESTA A PRETENSÃO DO AGRAVANTE, O QUE SE BUSCA ATRAVÉS DO PRESENTE RECURSO É DEMONSTRAR A VIOLAÇÃO AO DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL. 24. Para isso, esclarece-se que não se trata de reexame de provas, mas sim verificar as consequências jurídicas que os fatos acima mencionados são capazes de gerar, já que os documentos que instruíram a petição inicial não são suficientes para a efetiva demonstração dos fatos constitutivos do alegado direito autoral e, muito menos ainda, para ensejar a conclusão taxativa de que haveriam elementos suficientes que pudessem autorizar a fixação da condenação no patamar de U$S 500.000,00 (Quinhentos mil dólares), na medida em que a própria documentação carreada aos autos pela Agravada não possibilita uma conclusão segura neste sentido. 25. Além disso, restaram devidamente demonstradas as violações aos arts. 397, 331, I, 283 do CPC, assim como aos ats. 16 do CTN e 406 do CCB/02, todos devidamente prequestionados no acórdão recorrido e que estão bastante distantes da análise de provas ou cláusulas contratuais, devendo, portanto, serem afastadas as Súmulas 5 e 7 do STJ. 26. Diante disso, requer o Agravante seja o presente recurso provido para que seja determinado o correto prosseguimento do recurso especial rejeitado na origem para que, com isso, seja feita a necessária justiça.

III.2) A COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL - RECURSO PELA ALÍNEA “C” DO PERMISSIVO CONSTITUCIONAL: 27. A decisão agravada afirma que o julgamento do recurso depende de serem colacionados os precedentes jurisprudenciais favoráveis à tese defendida, com a devida certidão ou cópia dos paradigmas de repositório oficial. 28. RESTA EVIDENTE QUE TAL DECISÃO É PADRONIZADA E NÃO SE ATENTOU PARA OS DOCUMENTOS JUNTADOS AO RECURSO ESPECIAL ÀS FLS. 434/440.

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29. Entretanto, ainda que assim não fosse, o entendimento do C. STJ é no sentido de que o recurso especial pode apenas indicar os precedentes violados, desde que tenham sua fonte, o que também foi feito pelo Agravante. 30. Resta evidente que a decisão de inadmissão não se atentou para os argumentos do recurso, pois conforme se extrai das razões recursais, o cotejo analítico foi devidamente realizado, não havendo razão para a manutenção da decisão agravada. 31. Conforme se extrai do item 63, às fls. 430, os dois acórdãos tratam de relação de consumo e se discute a legitimidade das partes para figurar no pólo passivo de demandas que versem sobre relação contratual de seguros de vida e acidentes pessoais em que a instituição financeira NÃO FAZ PARTE DO GRUPO ECONÔMICO da Seguradora. 32. O item 64 deixa claro que o TJRJ, apesar de reconhecer que a bandeira do cartão (Visa do Brasil Empreendimentos Ltda.) e a seguradora responsável pelo contrato de seguro firmado com a Agravada (AIG Brasil Seguros S/A) SÃO PESSOAS JURÍDICAS DISTINTAS DO AGRAVANTE, aplicou a teoria da aparência. 33. A distinção entre os acórdãos foi demonstrada no item 65, pois, o acórdão paradigma do C. STJ, afasta a teoria da aparência, uma vez que para a instituição financeira ser responsabilizada pela indenização securitária, deveria ser Banco Líder do grupo econômico a qual a Seguradora faz parte, bem como utilizar de suas instalações, logomarca, prestígio, empregados, de forma a induzir o consumidor a crer que, de fato, está contratando com a instituição bancária, não sendo esse o caso dos autos. 34. Verifica-se portanto, que o Agravante, após a transcrição do inteiro teor dos acórdãos, fez o confronto dos acórdãos, recorrido e paradigma, de forma analítica, expondo-se, inclusive, a similitude fática entre os julgados, demonstrando o dissídio entre as decisões. 35. Dessa forma, sob qualquer ótica que se analise a questão, chegar-se-á a conclusão de que o recurso não deve ser inadmitido, já que juntados aos autos o acórdão indicado como paradigma, bem como demonstradas as divergências entre as decisões, apontando as diferenças de entendimentos sobre o mesmo tema.

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IV) CONCLUSÃO E PEDIDOS:

36. Diante de todo o exposto, o Agravante confia no conhecimento e provimento deste recurso para reformar a decisão da Terceira Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e, assim, seja admitido e provido o seu Recurso Especial interposto com fundamento nas alíneas “a” e “c”, do art. 105, III, da CF/88. 37. Para as publicações oficiais, requer-se exclusivamente a anotação do nome e nº. de inscrição do advogado ILAN GOLDBERG, OAB/RJ 100.643.

Pede deferimento. Rio de Janeiro, 16 de Julho de 2015.

Ilan Goldberg Jean Carlos de Albuquerque Gomes OAB/RJ 100.643 OAB/RJ 134.622

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