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619
Agente Administrativo Polícia Rodoviária Federal Conhecimentos Específicos

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Page 1: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Agente AdministrativoPolícia Rodoviária Federal

Conhecimentos Específicos

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Redação de Expedientes Correspondência Oficial Correspondência Comercial Formas de Tratamento Fechos para Correspondências Abreviaturas

Noções de Arquivamento Noções de Relações Humanas

Relações Interpessoais Comunicação Técnicas de Atendimento

Relações Públicas Noções de Administração Financeira

Gestão Financeira Balanço Patrimonial Fluxo de Caixa Rendimentos: Real e Nominal Taxa Efetiva e Taxa Nominal Custo Fixo e Variável Porcentagem Juros

Noções de Recursos Humanos e de Material Constituição da República

Organização do Estado Direitos e Garantias Fundamentais Direitos Individuais e Coletivos Administração Pública Serviço Público

Direitos do Consumidor Cargos Públicos

Provimento e Vacância Da Acumulação Direitos e Deveres dos Servidores Públicos

Coletânea de Exercícios 1, 2 e 3

Page 3: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Correspondência OficialAtos Oficiais

Atos de Comunicação

Atos Normativos

Alguns usos de letras maiúsculas e minúsculas

Grafia de Datas e Números

Números Fracionários:

Uso das Siglas

Outras Correspondências

Pronomes de Tratamento

Fechos para Comunicações

Abreviaturas

Correspondência OficialCorrespondência oficial é a meio de comunicação próprio das Instituições Públicas de uma forma geral. Sua finalidade básica é possibilitar a elaboração de comunicações e normativos oficiais claros e impessoais, pois o objetivo é transmitir a mensagem com eficácia, permitindo entendimento imediato.

A eficácia da comunicação oficial depende basicamente do uso de linguagem simples e direta, chegando ao assunto que se deseja expor sem passar, por exemplo, pelos atalhos das fórmulas de refinada cortesia usuais no século passado. Ontem o estilo tendia ao rebuscamento, aos rodeios ou aos circunlóquios; hoje, a vida moderna obriga a uma redação mais objetiva e concisa.

Considere-se, entretanto, que não há uma forma específica de linguagem administrativa, mas sim qualidades comuns a qualquer bom texto, seja ele oficial ou literário, aplicáveis à redação oficial: clareza, coesão, concisão, correção gramatical. Além disso, merecem destaque algumas características peculiares identificáveis na forma oficial de redigir: formalidade, uniformidade e impessoalidade.

A seguir, apresenta-se análise pormenorizada de cada uma dessas qualidades e características.

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Qualidades e características fundamentais da redação oficial

Clareza

Clareza é a qualidade do que é inteligível, facilmente compreensível. Já que se busca, então, com a clareza, fazer-se facilmente entendido, é preciso que o pensamento de quem comunica também seja claro, com as:

- idéias, ordenadas;

- a pontuação, correta;

- as palavras, bem dispostas na frase;

- as intercalações, reduzidas a um mínimo;

- a precisão vocabular, uma constante.

Da mesma forma, a indispensável releitura do texto contribui para obtenção da clareza. A ocorrência de trechos obscuros e de erros gramaticais em textos oficiais provém principalmente da falta da releitura, que torna possível sua correção. Além disso, a falsa idéia de que "escreve bem quem escreve difícil" também contribui para a obscuridade do texto. Ora, quem escreve difícil dificilmente é compreendido. Cada palavra dessa natureza é um tropeço para a leitura e só pode desvalorizar o que se escreve.

Alguns preceitos para a redação de textos claros:

a) utilizar preferencialmente a ordem direta ou lógica (sujeito, verbo, complementos); às vezes essa ordem precisa ser alterada em benefício da própria clareza;

b) usar as palavras e as expressões em seu sentido mais comum;

c) evitar períodos com negativas múltiplas;

d) transformar as orações negativas em positivas, sempre que possível;

e) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto;

f) escolher com cuidado o vocabulário, evitando o jargão técnico;

g) evitar neologismos (palavras, frases ou expressões novas, ou palavras antigas com sentidos novos), preciosismos (delicadeza ou sutileza excessiva no escrever) e regionalismos;

h) utilizar palavras ou expressões de língua estrangeira somente quando indispensável.

Exemplos de textos obscuros, que devem ser evitados:

a) mudança de sentido com a mudança da pontuação:

Aprovas? Não discordo. (Compare-se: Aprovas? Não! Discordo.);

b) má disposição das palavras na frase:

A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores para casal de lã.

(Compare-se: A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores de lã para casal.);

c) ambigüidade: Ela pensava no tempo em que trabalhara com o Cassiano e concluía que a sua falta de visão teria contribuído para o fracasso do projeto.

(Ambigüidade ocasionada pelo emprego do pronome sua, que é válido tanto para ela como para ele; falta de visão dele ou dela?);

d) excesso de intercalações: O planejamento estratégico, que é um instrumento valioso para a gestão da empresa pública, e esta, uma alavanca indispensável ao desenvolvimento econômico-social, deve periodicamente passar por um processode revisão, que o atualiza perante as velozes mudanças do mundo moderno.

(Compare-se: O planejamento estratégico deve periodicamente passar por um processo de revisão.).

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Coesão

O termo coesão pode ser conceituado como a união íntima das partes de um todo. Assim, o texto coeso é aquele em que as palavras, as orações, os períodos e os parágrafos estão interligados e coerentemente dispostos.

Às vezes, o cuidado com a estrutura do parágrafo pode induzir ao equívoco de encará-lo como redação autônoma, bastante em si mesmo. Apesar de ser uma unidade lógica completa (começo, meio e fim), não pode estar solto do restante do texto.

Para que esse desligamento não ocorra, temos de trabalhar com mecanismos de ligação entre os parágrafos. A utilização desses mecanismos chama-se transição ou coesão.

A transição não é necessariamente feita por partículas ou expressões. Ela pode ocorrer, por exemplo, com a utilização do mesmo sujeito da oração precedente. O importante nos mecanismos de transição é manter a fluência do texto.

Exemplos de algumas partículas e expressões de transição:

da mesma forma,

aliás,

também,

mas,

por fim,

pouco depois,

pelo contrário,

assim,

enquanto isso,

além disso,

a propósito,

em primeiro lugar,

no entanto,

finalmente,

em resumo,

portanto,

por isso,

em seguida,

então,

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já que,

ora,

daí,

dessa forma,

além do mais.

Concisão

A concisão consiste em expressar com um mínimo de palavras um máximo de informações, desde que não se abuse da síntese a tal ponto que a idéia se torne incompreensível. Afinal, o tempo é precioso, e quanto menos se rechear a frase com adjetivos, imagens, pormenores desnecessários ou perífrases (rodeios de palavras), mais o leitor se sentirá respeitado.

Para que se redija um texto conciso, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o tempo necessário para revisá-lo depois de pronto. É nessa revisão que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias.

Veja-se, por exemplo, o seguinte texto:

" A partir desta década, o número cada vez maior e, por isso mesmo, mais alarmante de desempregados, problema que aflige principalmente os países em desenvolvimento, tem alarmado as autoridades governamentais, guardiãs perenes do bem-estar social, principalmente pelas conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência urbana que aterroriza a família, esteio e célula-mater da sociedade".

Se esse mesmo trecho for reescrito sem a carga informativa desnecessária, obtém-se um texto conciso e não prolixo:

"O número cada vez maior de desempregados tem alarmado as autoridades governamentais, pelas conseqüências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência urbana".

Vê-se, assim, como é importante o texto enxuto. Economizar palavras traz benefícios ao texto: o primeiro é errar menos; o segundo, poupar tempo; o terceiro, respeitar a paciência do leitor.

Pode-se adotar como regra não dizer mais nem menos do que precisa ser dito. Isso não significa fazer breves todas as frases, nem evitar todo o detalhe, nem tratar os temas apenas na superfície; significa, apenas que cada palavra é importante.)

Procedimentos para redigir textos concisos:

a) eliminar palavras ou expressões desnecessárias:

ato de natureza hostil => ato hostil;

decisão tomada no âmbito da diretoria => decisão da diretoria;

pessoa sem discrição => pessoa indiscreta;

neste momento nós acreditamos => acreditamos;

travar uma discussão => discutir;

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na eventualidade de => se;

com o objetivo de => para;

b) evitar o emprego de adjetivação excessiva:

o difícil e alarmante problema da seca => o problema da seca;

c) dispensar, nas datas, os substantivos dia, mês e ano:

no dia 12 de janeiro => em 12 de janeiro;

no mês de fevereiro => em fevereiro;

no ano de 2000 = > em 2000;

d) trocar a locução verbo + substantivo pelo verbo:

fazer uma viagem => viajar;

fazer uma redação => redigir;

pôr as idéias em ordem => ordenar as idéias;

pôr moedas em circulação => emitir moedas;

e) usar o aposto em lugar da oração apositiva:

O contrato previa a construção da ponte em um ano, que era prazo mais do quesuficiente => O contrato previa a construção da ponte em um ano prazo mais do que suficiente.

O que se tem é a anarquia, que é a bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos => O que se tem é a anarquia, bagunça pura e simples, irmã gêmea do caos;

f) empregar o particípio do verbo para reduzir orações:

Agora que expliquei o título, passo a escrever o texto => Explicado o título, passo a escrever o texto.

Depois de terminar o trabalho, ligo pra você => Terminado o trabalho, ligo pra você.

Quando terminar o preâmbulo, passarei ao assunto principal => Terminado o preâmbulo, passarei ao assunto principal;

g) eliminar, sempre que possível, os indefinidos um e uma:

Dante quer (um) inquérito rigoroso e rápido.

Timor-Leste se torna (uma) terra de ninguém.

A cultura da paz é (uma) iniciativa coletiva.

Correção gramatical

Correção gramatical é a utilização do padrão culto de linguagem, ou seja, é escrever sem desrespeitar os fatos particulares da língua e as regras apropriadas para o seu perfeito

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uso. As incorreções gramaticais desmerecem o redator e põem em dúvida sua autoridade para falar sobre qualquer assunto.

Além disso, conhecer a própria língua não é privilégio de gramáticos, senão dever de todos aqueles que dela se utilizam. É erro de conseqüências imprevisíveis acreditar que só os escritores profissionais têm a obrigação de saber escrever. Saber escrever a própria língua faz parte dos deveres cívicos. A língua é a mais viva expressão da nacionalidade.

Formalidade e uniformidade

A formalidade consiste na observância das normas de tratamento usuais na correspondência oficial. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no tratamento do assunto do qual cuida a comunicação.

É importante salientar que a formalidade de tratamento vinculase, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a Administração Pública (municipal, estadual, distrital ou federal) é una, é natural que suas comunicações sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão exige atenção a todas as características da redação oficial e cuidado com a apresentação dos textos. O uso de papéis uniformes e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização das comunicações oficiais

Impessoalidade

A finalidade pública está sempre presente na redação oficial, daí a necessidade de ser ela isenta de interferência da individualidade de quem a elabora. O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos constantes das comunicações oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais da pessoa que comunica: independentemente de quem assina um expediente, a comunicação é sempre feita em nome do serviço público;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação:

seja um cidadão, seja um órgão público, o destinatário é sempre considerado de forma homogênea e impessoal;

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado:

as comunicações oficiais restringem-se a questões referentes ao interesse público; não cabe nelas, portanto, qualquer tom particular ou pessoal.

Desse modo, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. É importante salientar que o caráter impessoal do texto é mantido pela utilização do verbo na terceira pessoa do singular ou plural, ou ainda na primeira pessoa do plural.

Orientações básicas sobre o ato de escrever

Estilo

Tudo que o ser humano faz tem a marca de sua individualidade.

Essa maneira pessoal de as pessoas expressarem-se, dentro de uma determinada época, por meio da música, da literatura, da pintura, da escultura é o que se chama estilo. Em relação ao ato de redigir, estilo é, portanto, a maneira peculiar de cada escritor expressar os seus pensamentos.

Também nos textos oficiais pode-se identificar o estilo de cada pessoa. Convém respeitá-lo, apenas requerendo do redator a observância das qualidades e características fundamentais da redação oficial, já explicitadas nos tópicos anteriores.

Qualidades da harmonia e da polidez

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As qualidades tradicionalmente conhecidas da expressão verbal - a clareza, a coesão, a concisão, a correção gramatical, a harmonia, a polidez - adquirem proeminência indiscutível na redação. A clareza, a coesão, a concisão e a correção gramatical já foram comentadas nos tópicos anteriores; resta fazer breves observações a respeito da harmonia e da polidez.

Harmonia:

Uma mensagem é harmoniosa quando é elegante, ou seja, quando soa bem aos nossos ouvidos. Muitos fatores prejudicam a harmonia na redação oficial, tais como:

a) a aliteração (repetição do mesmo fonema):

Na certeza de que seria bem sucedido, o sucessor fez a seguinte asserção: ... (aliteração do fonema s);

b) a emenda de vogais (ou hiatismo): Obedeça à autoridade;

c) a cacofonia (encontro de sílabas em que a malícia descobre um novo termo com sentido torpe ou ridículo) : Dê-me já aquela garrafa;

d) a rima: O diretor chamou, com muita dor, o assessor, dizendo-lhe que, embora reconhecendo ser o mesmo trabalhador, não lhe poderia fazer esse favor;

e) a repetição excessiva de palavras: O presidente da nossa empresa é primo do presidente daquela transportadora, sendo um presidente muito ativo;

f) o excesso de "que": Solicitei-lhe que me remetesse o parecer que me prometera a fim de que eu pudesse concluir a análise que me fora solicitada.

Obs.: Observe-se que esse excesso de que confere ao período um estilo arrastado e deselegante; além disso, demonstra que o autor não conhece bem o manejo do idioma quanto à substituição das orações desenvolvidas por expressões equivalentes.

Polidez:

O texto polido revela civilidade, cortesia. A finalidade, especialmente nas correspondências oficiais, é impressionar o destinatário de forma favorável, evitando frases grosseiras ou insultuosas, expressando respeito sem rebaixamento próprio. Expressar consideração pelo outro, sem ao mesmo tempo rebaixar-se, por vezes até compensa falhas nas outras qualidades fundamentais do texto antes examinadas.

Correspondência é contato humano e, como tal, deve ser pautada pelos mesmos princípios de convivência pacífica da vida social.

Uso elegante de pronomes oblíquos

Os pronomes oblíquos (me, lhe, nos) substituem muito elegantemente os possessivos (minha, sua) em frases como as seguintes:

O barulho perturba-me as idéias (em vez de: O barulho perturba as minhas idéias).

Ninguém lhe ouvia as propostas (em vez de: Ninguém ouvia as suas propostas).

A solução do problema nos tomou o dia (em vez de: A solução do problema tomou o nosso dia).

Uso (não aconselhável) de cacófatos, chavões e pleonasmos

Cacófato (ou cacofonia):

É o som desagradável, ou a palavra obscena, proveniente da união das sílabas finais de uma palavra com as iniciais da seguinte:

Metalúrgica gaúcha espera crescer 40%.

Eva e Adão.

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Ela trina muito bem.

Uma prima minha.

Dê-me já.

Só haverá cacofonia quando a palavra produzida for torpe, obscena, ridícula. É infundado o exagerado escrúpulo de quem diz haver cacófato em:

por cada,

ela tinha,

só linha.

Citem-se, a propósito, os dizeres de Rui Barbosa: "Se a idéia de 'porta', suscitada em 'por tal', irrita a cacofatomania desses críticos... outras locuções vernáculas têm de ser, como essa, refugadas".

Chavão:

É lugar comum, clichê. É o que se faz, se diz ou se escreve por costume. De tanto ser repetido, o chavão perde a força original, envelhece o texto. Recorrer a eles poderá denotar falta de imaginação, preguiça ou pobreza vocabular. Por isso, deve-se procurar evitá-los.

Exemplos de chavões:

a cada dia que passa

a olhos vistos

abrir com chave de ouro

acertar os ponteiros

ao apagar das luzes

assolar o país

astro-rei (sol)

baixar a guarda

cair como uma bomba

calor escaldante

crítica construtiva

depois de longo e tenebroso inverno

dizer cobras e lagartos

em sã consciência

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estar no fundo do poço

hora da verdade

inflação galopante

inserido no contexto

mestre Aurélio (dicionário)

obra faraônica

óbvio ululante

parece que foi ontem

passar em brancas nuvens

perda irreparável

perder o bonde da história

pomo da discórdia

silêncio sepulcral

singela homenagem

tábua de salvação

vaias estrepitosas

voltar à estaca zero

Pleonasmo:

Indica redundância de expressão, ou seja, repetição de uma mesma idéia, mediante palavras diferentes. Quando a repetição de idéia não traz nenhuma energia à expressão, o pleonasmo passa a ser vício, devendo, nesse caso, ser evitado.

Exemplos de pleonasmos indesejáveis:

Problemas na construção de frases

A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas principalmente pela construção adequada da frase. Alguns problemas mais freqüentemente encontrados na construção de frases dizem respeito à utilização do sujeito da oração como complemento, à ambigüidade da idéia expressa, à elaboração de falsos paralelismos e aos erros de comparação, conforme exemplificado a seguir.

Uso indevido do sujeito como complemento:

Sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto, construções como:

acabamento final

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a razão é porque

a seu critério pessoal

certeza absoluta

comer com a boca

conviver junto

criação nova

descer para baixo

destaque excepcional

elo de ligação

em duas metades iguais

empréstimo temporário

encarar de frente

expressamente proibido

fato real

há anos atrás

meu amigo particular

multidão de pessoas

planejar antecipadamente

relações bilaterais entre dois países

sintomas indicativos

subir para cima

surpresa inesperada

todos foram unânimes

ver com os olhos

Errado: É tempo dos parlamentares votarem o projeto.

Certo: É tempo de os parlamentares votarem o projeto.

Errado: Antes desses requisitos serem cumpridos...

Certo: Antes de esses requisitos serem cumpridos...

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Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo...

Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo...

Ambigüidade:

Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambigüidade decorre, em geral, da dificuldade de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Outro tipo de ambigüidade decorre da dúvida sobre a que se refere a oração reduzida.

Exemplos:

Ambíguo: O Chefe de Gabinete comunicou ao Diretor que ele seria exonerado. (Quem seria exonerado? O Chefe de Gabinete? O Diretor?)

Claro: O Chefe de Gabinete comunicou a exoneração dele ao Diretor. (O Chefe de Gabinete foi exonerado.)

Claro: O Chefe de Gabinete comunicou ao Diretor a exoneração deste. (O Diretor foi exonerado.)

Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Estado, mas isso não o surpreendeu. (Discurso de quem? Estado de quem? Quem não se surpreendeu?)

Claro: Em seu discurso, o Deputado saudou o Presidente da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente. (Discurso do Deputado. Estado do Deputado. O Presidente não se surpreendeu.)

Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário. (Quem é indisciplinado?)

Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este indisciplinado.

Erros de paralelismo:

Uma das convenções estabelecidas na língua escrita consiste em apresentar idéias similares numa forma gramatical idêntica, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.

Exemplos:

Errado: Pelo aviso circular recomendou-se às unidades economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.

Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se às unidades que economizassem energia e (que) elaborassem planos para redução de despesas.

Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se às unidades economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.

Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser inseguro, inteligência e ter ambição.

Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição.

Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligência e ambição.

Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação acadêmica.

Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica.

Certo: O novo procurador é jurista renomado, que tem sólida formação acadêmica.

Errado: Sugere-se que o egrégio Plenário:

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I- tome conhecimento da ............;

II - autorizar a devolução de .........;

Certo: Sugere-se que o egrégio Plenário:

I - tome conhecimento da ............;

II - autorize a devolução de .........;

Certo: Sugere-se ao egrégio Plenário:

I - tomar conhecimento da ............;

II - autorizar a devolução de .........;

Erros de comparação:

A omissão de certos termos ao se fazer uma comparação deve ser evitada ao redigir, pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase:

Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um médico.

Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.

Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.

Errado: O alcance da Resolução é diferente da Portaria.

Certo: O alcance da Resolução é diferente do alcance da Portaria.

Certo: O alcance da Resolução é diferente do da Portaria.

Errado: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as Secretarias do Governo.

Certo: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as outras Secretarias do Governo.

Certo: A Secretaria de Educação dispõe de mais verbas do que as demais Secretarias do Governo.

Atos Oficiais (Os modelos apresentados a seguir são exemplificativos, devendo ser adaptados quando necessário for)

Considerações gerais

O que é ato oficial

É toda manifestação de vontade exarada pelo Poder Público no intuito de transmitir, interna ou externamente, assunto relativo às suas competências. Caracteriza-se pela impessoalidade, utilização do padrão culto da linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

Tipos de atos oficiais

Os atos oficiais são classificados em diversos tipos, tais como: normativos,

enunciativos,

negociais,

deliberativos,

comprobatórios,

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de ajuste,

de correspondência,

de comunicação e

processuais, entre outros.

Para os propósitos desta apostila, e levando-se em consideração os atos utilizados com maior freqüência no âmbito das instituições públicas, os atos oficiais foram classificados em quatro tipos, a saber:

atos de comunicação,

atos normativos,

atos processuais e outros atos.

Formas de encaminhamento dos atos oficiais Para os setores internos do Tribunal:

O encaminhamento dos atos oficiais de cunho interno será efetuado mediante registro em livro de protocolo da área emitente, no qual deve ser especificado o tipo de ato e o destinatário, bem como a data em que foi entregue, acompanhada da assinatura de recebimento pelo destinatário ou seu representante.

Para publicação no Diário Oficial:

As matérias para publicação no Diário Oficial devem ser encaminhadas à Secretaria das Sessões - quando oriundas de deliberações - ou à Diretoria-Geral de Administração, nos demais casos. Essas unidades adotarão os procedimentos necessários para ultimar a publicação.

Para publicação no Boletim Interno do Tribunal:

Os atos que se destinarem à publicação no Boletim Interno da instituição devem ser encaminhados à Divisão de Recursos Humanos da Diretoria-Geral de Administração para as providências pertinentes.

Para os demais órgãos e entidades da Administração Pública:

Os atos oficiais destinados aos demais órgãos e entidades da Administração Pública são encaminhados, pelas Inspetorias de Controle Externo e pela Diretoria-Geral de Administração.

Formas de fecho dos atos oficiais

O fecho dos atos oficiais objetiva demarcar o fim da exposição do assunto e proporcionar a saudação ao destinatário. Para atos de comunicação tais como o memorando, o memorando-circular, o ofício e o ofício-circular, e para atos processuais tais como a cientificação, a citação, a comunicação de audiência, a comunicação de diligência e a notificação, são utilizados dois tipos de fechos, a saber:

Respeitosamente, - para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República.

Atenciosamente, - para autoridades de mesma hierarquia ou hierarquia inferior.

Para os demais atos oficiais, devem ser observadas as especificidades de cada um, conforme os modelos apresentados nesta apostila.

Obs.: Em qualquer ato oficial, deve-se evitar que o nome ou a assinatura do emitente fique em página isolada do documento; transfira-se ao menos o último parágrafo do texto para a página seguinte, onde se encontra o nome ou a assinatura.

Padrão unificado de apresentação dos atos oficiais.

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Especificações:

• Tamanho de papel: padrão A4 (210 x 297mm)

• Tipo e tamanho da fonte: arial, corpo 12 (em determinados casos, tais como citações, notas, observações, gráficos e tabelas podem ser utilizados tamanhos menores, buscando, sempre que possível, manter harmonia no conjunto).

• Margens:

- superior : 2,5cm.

- inferior : 2,5cm.

- esquerda : 3,5cm.

- direita : 1,5cm.

- cabeçalho : 1,0cm.

- rodapé : 1,8cm.

• Formatação de parágrafos:

alinhamento do texto : justificado (salvo quando contrariamente especificado).

espaçamento entre parágrafos : 6pt antes e 6pt depois.

entre linhas : simples.

título do documento : 42pt antes e 6pt depois.

ementa : 18pt antes e 18pt depois.

nome do emitente : pelo menos 30pt antes (para aposição da assinatura).

recuo:

citações ou transcrições : esquerdo 2cm e direito 2cm (neste caso o texto é em itálico e a fonte tamanho 11 - ver estrutura de Ata).

ementa : esquerdo 9cm (exceto para os casos de Decisão, Despacho Singular, Informação, Parecer, Relatório de Auditoria e Relatório de Relator, em que a ementa possui alinhamento à esquerda, sem haver recuo).

texto : especial na primeira linha de 3cm (nos parágrafos numerados é inserida uma tabulação de 3cm após o ponto que segue o número).

Itens de sugestões: as sugestões oferecidas ao final de determinados atos são dispostas em itens numerados com algarismos romanos seguidos de traço.

O texto dos itens deve iniciar com letra minúscula (a menos que se justifique o uso de maiúscula na palavra inicial) e terminar por ponto e vírgula, com exceção daquele que contiver desdobramento em subitens, que se encerra por dois pontos e do último item, que termina por ponto.

Os itens podem ser desdobrados em subitens, que são expressos por letras seguidas de sinal de parênteses, de acordo com a seguinte formatação:

recuo para itens : esquerdo de 3cm e deslocamento de 1,25cm.

recuo para subitens : esquerdo de 4,25cm e deslocamento de 0,8cm.

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exemplos:

I - tomar conhecimento do .............................. e de seus anexos;

II - autorizar a elaboração da ................, com as seguintes etapas:

a) análise preliminar dos .................. conforme a ..............;

Obs.: Ver (Problemas na construção de frases), em especial a parte que trata de erros de paralelismo.

• Numeração de páginas:

sem carimbo : no rodapé, alinhado à direita e fonte tamanho 10.

com carimbo : no próprio carimbo, com fonte tamanho 6.

• Cabeçalhos: seguem o disposto na apresentação de cada modelo.

(ver sugestões de cabeçalhos)

Atos de comunicaçãoDefinição

São os atos que têm por finalidade estabelecer comunicação entre pessoas, órgãos e entidades.

Formas de endereçamento

Quanto às formas de endereçamento constantes dos envelopes das comunicações oficiais, devem ser observados os seguintes aspectos:

• Para autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve constar a expressão "Ao(À) Excelentíssimo(a) Senhor(a)", acrescida de nome, cargo e endereço.

• Para autoridades e particulares tratados por Vossa Senhoria, deve constar a expressão "Ao(À) Senhor(a)", acrescida de nome, cargo (quando for o caso) e endereço.

Tipos de atos de comunicação

• Aviso

• Comunicado

• Fac-símile

• Memorando

• Memorando-circular

• Ofício

AVISO

Expediente utilizado pelas instituições para tornar público, externamente, assunto de seu interesse, podendo ou não solicitar a participação dos interessados. Por ser multidirecional (dirigido a entidades diversas, não identificadas previamente), geralmente não traz destinatário, fecho ou expressões de cortesia.

Apresentação

Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área emitente.

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Competência

A expedição de avisos compete às unidades que compõem a Diretoria-Geral de Administração, nos assuntos que lhes forem afetos.

Estrutura

• Denominação do ato - AVISO, centralizada, em letras maiúsculas e em negrito, podendo ser complementada com outros dados em função do assunto a que se referir (ex.: AVISO DE LICITAÇÃO, AVISO DE REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO, AVISO DE RESULTADO DE JULGAMENTO DE LICITAÇÃO etc.).

• Texto com a exposição detalhada da matéria objeto da divulgação.

• Local e data por extenso, centralizados.

• Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo cargo.

AVISO DE LICITAÇÃO

TOMADA DE PREÇOS Nº ...... / ......

Objeto: aquisição de equipamentos e componentes de informática.

A COMISSÃO ESPECIAL DE LICITAÇÃO torna público aos licitantes e demais interessados que estará recebendo os envelopes com as propostas referentes ao objeto em epígrafe no dia ................... às ....... Informa, ainda, que cópia do Edital encontra-se à disposição na Seção de Compras, no ..... andar do ............. do Tribunal de .....................................Rua ............................. Informações adicionais poderão ser obtidas por meio dos telefones ................, ..................... e pelo fax................... .

Belo Horizonte (MG), ....... de ......................... de ............

NOME DO TITULAR

Presidente da Comissão Especial de Licitação

TRIBUNAL DE ..................................................

DIRETORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO

DIVISÃO DE LICITAÇÃO, MATERIAL E PATRIMÔNIO

COMUNICADO

Instrumento utilizado pela instituição para divulgação interna, a seus servidores, de eventos programados e outros assuntos de interesse, podendo ser afixado nos locais próprios para essa finalidade ou divulgados pela rede interna de computadores.

Apresentação

Devido à diversidade dos assuntos tratados em comunicados, nos quais a criatividade assume importante papel na qualidade da divulgação, não existe modelo específico que possa contemplar todos os tipos. Ademais, há situações em que a apresentação de "folder" ou cartaz do evento se torna mais apropriada. Para as situações em que os comunicados se caracterizam pela regularidade da divulgação, utiliza-se o padrão unificado, com identificação da área emitente.

Competência

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A expedição de comunicados compete a Diretoria-Geral de Administração, nos assuntos que lhes forem afetos.

Estrutura

Conforme já exposto, a correta exploração do aspecto visual confere maior potencial de alcance ao assunto a ser transmitido. Portanto, sem o intuito de tolher a capacidade criativa dos responsáveis pela elaboração do comunicado, recomenda-se que ele preencha, no mínimo, os seguintes requisitos:

Trate de matéria de interesse da instituição.

Contenha carimbo da área competente, quando se tratar de cartaz ou "folder".

Indique data, hora e local do evento.

Informe números de telefone e fax, ou "e-mail", por meio dos quais poderão ser obtidas informações adicionais sobre a matéria divulgada.

Identifique a área emitente.

Contenha a devida autorização da área competente, quando se tratar de divulgações de interesse particular de servidores.

COMUNICADO

Nos termos da Portaria nº ......., de .... de .................. de ........., comunicamos aos servidores do Tribunal que a entrega dos formulários referentes ao .................... será efetuada na ..........................., localizada no térreo do ........................, nas datas e horários abaixo relacionados:

Belo Horizonte (MG), ...... de ............... de ................

DIVISÃO DE SERVIÇOS GERAIS

Data .................

das ..... às .....h

das ..... às .....h

das ..... às .....h

Horário .................

TRIBUNAL DE.....................................................

DIRETORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO

DIVISÃO DE SERVIÇOS GERAIS

FAX

O fax (forma reduzida de "fac-símile") é modalidade de comunicação utilizada principalmente para transmissão de mensagens urgentes e para envio antecipado de documentos que, por sua natureza, requerem imediato conhecimento. Sua utilização deve ser direcionada para matérias de interesse da instituição, podendo, entretanto, abordar assuntos de interesse particular de servidor, mediante autorização da chefia competente.

Apresentação

O formulário de encaminhamento de fax segue o modelo padronizado apresentado na página seguinte.

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Estrutura

Número seqüencial de controle de encaminhamento de fax, seguido do ano com dois dígitos.

Data e quantidade total de páginas.

Nome do destinatário, número do fax e nome da empresa ou órgão correspondente.

Nome do emitente, número do fax e nome da unidade de lotação do remetente, e nome da pessoa que efetivamente transmitiu o fax.

Número de telefone para comunicação de eventuais problemas relativos à recepção do fax.

Texto com a mensagem.

TRIBUNAL DE ................................................

ENCAMINHAMENTO DE FAX

Nº ____/____ DATA __/__/____

Nº de páginas (inclusive esta):

DESTINATÁRIO:

EMPRESA/ÓRGÃO:

REMETENTE:

Nº FAX:

UNIDADE:

Ocorrendo problemas na recepção, favor comunicar pelo telefone

MENSAGEM

TRANSMITIDO POR:

N° FAX:

MEMORANDO

Definição

Documento destinado à exposição de assuntos referentes a situações administrativas em geral, utilizado para formalizar a comunicação interna entre as unidades da instituição.

Apresentação

Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área ou comissão emitente.

Competência

A expedição de memorando compete aos titulares das unidades dos Serviços Auxiliares e às comissões legalmente constituídas.

Estrutura

Denominação do ato - Memorando, em negrito, com seu número correspondente e ano com dois dígitos, seguida da sigla da unidade ou comissão emitente, com alinhamento à esquerda.

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Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à direita.

Expressão "Ao:" ou "À:", em negrito, seguida do cargo ocupado pelo destinatário, com alinhamento à esquerda.

Expressão "Assunto:", em negrito, com resumo do teor da comunicação, com alinhamento à esquerda.

Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeir parágrafo e do fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.

Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver - Formas de fechos dos atos oficiais).

Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo(s) cargo(s).

TRIBUNAL DE .............................................................

NÚCLEO DE ................................................................

Memorando nº ....../..... - NIPD

Belo Horizonte (MG), ..... de ............... de ..........

Ao: Senhor Diretor-Geral de Administração

Assunto: Alteração de férias de servidor.

Por estrita necessidade de serviço, solicito de Vossa Senhoria a fineza de viabilizar a alteração das férias do servidor .................................................., matrícula nº ..................., referentes ao exercício de ..........., preliminarmente previstas para serem fruídas em 20 dias, a partir de ................., para 30 dias, devendo o primeiro período, de 20 dias, ser iniciado em ................., ficando o segundo, de 10 dias, para ser marcado oportunamente.

Atenciosamente,

NOME DO TITULAR

Cargo

Curitiba (PR)

MEMORANDO CIRCULAR

Documento destinado à exposição de assuntos referentes a situações administrativas em geral, utilizado para formalizar a comunicação interna entre unidades das instituições públicas. Difere do memorando por ser encaminhado a vários destinatários.

Apresentação

Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área ou comissão emitente.

Competência

A expedição de memorando-circular compete aos titulares das unidades dos Serviços Auxiliares e às comissões legalmente constituídas.

Estrutura

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Denominação do ato - Memorando-Circular, em negrito, com seu número correspondente e ano com dois dígitos, seguida da sigla da unidade ou comissão emitente, com alinhamento à esquerda.

Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à direita.

Expressão "Aos:" ou "Às:", em negrito, seguida dos cargos ocupados pelos destinatários, com alinhamento à esquerda.

Expressão "Assunto:", em negrito, com o resumo do teor da comunicação, com alinhamento à esquerda.

Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeiro parágrafo e do fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.

Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver - Formas de fechos dos atos oficiais).

Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo(s) cargo(s).

Memorando-Circular nº ...../..... - (DIPLAN)

Belo Horizonte (DMG), ..... de ............ de ..........

Aos: Titulares das ........................................... e ................................................

Assunto: Encaminhamento do Plano Geral de Ação - PGA para o exercício de ...........

Para conhecimento e referência, estamos encaminhando, em anexo, cópia do Plano Geral de Ação - PGA para o exercício de ............. e da Decisão nº .............., de ..... de ................. de .........., que aprovou o referido documento.

2. Por oportuno, informamos encontrar-se o referido Plano disponível em rede, no endereço ...................................

Atenciosamente,

NOME DO TITULAR

Cargo

TRIBUNAL DE .......................................................... ...........

GABINETE DA PRESIDÊNCIA

DIVISÃO DE PLANEJAMENTO E MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DIPLAN

Curitiba (PR)

OFÍCIO

Correspondência oficial destinada ao trato de assuntos de interesse da Instituição, utilizada para formalizar a comunicação com dirigentes e demais autoridades de outras instituições, sejam elas públicas ou privadas, e com particulares. Seu uso é adotado, também, nas comunicações internas do(a) Diretoria, dos Presidentes, dos Conselheiros, dos Auditores e dos Procuradores do MP e naquelas a eles dirigidas pelos titulares de unidades das instituições e pelas comissões legalmente constituídas.

Apresentação

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Para destinatários externos é utilizado o padrão unificado, com o cabeçalho padrão da instituição. Nas comunicações internas, será utilizado o cabeçalho que identifica a área ou comissãoemitente.

Estrutura

Denominação do ato - Ofício, em negrito, com seu número correspondente e ano com dois dígitos, seguida da sigla da unidade ou comissão emitente, com alinhamento à esquerda.

Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à direita.

Vocativo, seguido de vírgula.

Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeiro parágrafo e do fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.

Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver- Formas de fechos dos atos oficiais).

Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo(s) cargo(s).

Expressão de tratamento do destinatário, nome completo em letras maiúsculas, cargo (quando for o caso) e endereço, com alinhamento na parte inferior esquerda da primeira página do ofício.

TRIBUNAL DE ..............................................................

Ofício nº ............/...... - GP

Belo Horizonte (MG), ..... de ............ de ............

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Presidente,

Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Excelência para encaminhar, em anexo, cópia do inteiro teor da Decisão nº .................., aprovada por este Tribunal na Sessão Ordinária nº ..............., realizada em ................, quando apreciou o Processo nº .....................

Atenciosamente,

NOME DO TITULAR

Cargo

Ao(À) Excelentíssimo(a) Senhor(a)

Deputado(a) ...............................................

Presidente da ..................................................

Nesta

Curitiba (PR)

OFÍCIO-CIRCULAR

Correspondência oficial destinada ao trato de assuntos de interesse da instituição, utilizada para formalizar a comunicação com dirigentes e demais autoridades de outras instituições, sejam elas públicas ou privadas, e com particulares. Seu uso é adotado, também, nas comunicações internas do(a) Presidente, dos Conselheiros, dos Auditores e dos Procuradores do MP.

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Como o próprio nome diz, o ofício-circular difere do ofício por ser encaminhado a vários destinatários.

Apresentação

Para destinatários externos é utilizado o padrão unificado, com o cabeçalho padrão da instituição. Nas comunicações internas, será utilizado o cabeçalho que identifica a área emitente.

Competência

A expedição de Ofício-Circular compete ao(à) Diretor (a), Presidente, aos Conselheiros, aos Auditores, aos Procuradores do MP e aos titulares das unidades de primeiro nível da instituição.

Estrutura

Denominação do ato - Ofício-Circular, em negrito, com seu número correspondente e ano com dois dígitos, seguida da sigla da área emitente, com alinhamento à esquerda.

Local e data por extenso, na linha seguinte à da denominação do ato, com alinhamento à direita.

Vocativo, seguido de vírgula.

Texto com a exposição do assunto, sendo que, à exceção do primeiro parágrafo e do fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados.

Fecho, com a expressão "Respeitosamente" ou "Atenciosamente", conforme o caso (ver - Formas de fechos dos atos oficiais).

Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo cargo.

Expressão de tratamento do destinatário, nome completo em letras maiúsculas, cargo (quando for o caso) e endereço, com alinhamento na parte inferior esquerda da primeira página do Ofício-Circular.

TRIBUNAL DE..................................................................

MINISTÉRIO PÚBLICO

GABINETE DA PROCURADORA-GERAL MIROSLAW SETEMBRINO DA SILVA

Ofício-Circular nº ...../..... - PG

Belo Horizonte (MG), ..... de .......... de ......... .

Senhor(a) Diretor(a),

Tenho a honra de convidar Vossa Senhoria para assistir ao ............., a realizar-se em ....... de ............... de ........... no(a) .........................................., sob a coordenação do(a)...........................................................................................

Atenciosamente,

NOME DO TITULAR

Cargo

Ao(À) Senhor(a)

.........................................................

Diretor(a) do(a) ................../...............

Nesta

Curitiba (PR)

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ATOS NORMATIVOSSão os atos expedidos por autoridade administrativa competente que estabelecem normas ou regras, com vistas à correta aplicação da lei.

Sistemática de elaboração dos atos normativos

A elaboração dos atos normativos baseia-se em critérios adotados na boa técnica legislativa, em que a exposição do assunto distribui-se em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens. Para os fins a que se destina este Manual, serão abordados alguns critérios, considerados relevantes na feitura de tais atos.

Ementa

É uma síntese do assunto que estiver sendo tratado, expressando, de forma inequívoca, a finalidade precípua do ato normativo. Deve ser iniciada por verbo na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo.

Para atos processuais, a ementa assume conotação diferente: apresenta resumo do andamento do processo, geralmente expresso por breves períodos.

Fundamentação legal

São os dispositivos legais que amparam o signatário na expedição de determinados atos. Os atos oficiais das instituições normalmente fazem remissões a dispositivos de seu Regimento Interno, à Lei Complementar , à Lei Orgânica, e aos diversos normativos internos vigentes. Dependendo do tipo de ato e da matéria nele tratada, deve-se mencionar o dispositivo mais apropriado:

.... no uso da atribuição que lhe confere o art.

.... do Regimento Interno.

Motivações em forma de "Considerando"

Após a fundamentação legal e antecedendo o texto do ato normativo, é usual a inclusão de considerações legais ou administrativas que orientam ou fundamentam a expedição do ato. Tais considerações são dispostas em parágrafos distintos, separados por ponto e vírgula, e iniciadas com a expressão "Considerando... "

Articulação do texto

No texto dos atos normativos, é usual o desdobramento do assunto a ser disciplinado em partes distintas, que devem ser adequadamente articuladas de forma a preservar a unidade e o bom entendimento do texto. Para tanto são utilizados, no que couber, os elementos caracterizados a seguir.

Artigo - É a unidade básica de articulação, à qual subordinam-se os parágrafos, incisos, alíneas e itens. Cada artigo deve conter um único assunto, fixando em seu "caput" a norma geral e deixando as restrições, exceções ou complementações para os parágrafos ou incisos em que for desdobrado. É indicado pela abreviatura "Art. ", seguido da numeração ordinal até o nono artigo e cardinal depois deste: Art. 1º, ....,

Art. 9º, Art. 10., ... Observe-se que deve haver um espaço em branco, sem traços ou outros sinais, entre a abreviatura e o número e entre este e o início do texto. O texto do artigo deve ser iniciado com letra maiúscula e terminado com ponto, salvo se o artigo for desdobrado em incisos, quando terminará com dois pontos. Nas remissões a dispositivos legais, utiliza-se a abreviatura "art." ou "arts." (se a referência for a mais de um artigo) seguida do(s) respectivo(s) número(s); quando não for explicitado o número, na remissão a palavra artigo será grafada por extenso: ...conforme disposto nos arts. 5º, 7º, IV e 9º da Lei ...; ... conforme disposto no artigo anterior.

Parágrafo - Constitui o desdobramento imediato de artigo. Serve para explicar ou complementar a disposição principal. É indicado pela abreviatura "§" e segue as mesmas regras de numeração aplicáveis ao artigo. Quando houver apenas um parágrafo, este será

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denominado de "Parágrafo único." (em itálico, com a inicial maiúscula e seguido de ponto) e não "§ único". O texto do parágrafo, a exemplo do texto do artigo, deve ser iniciado com letra maiúscula e terminado com ponto, salvo se o parágrafo for desdobrado em incisos, quando terminará com dois pontos.

Quanto às remissões, adota-se a mesma regra utilizada para o artigo, com a ressalva de que será utilizado o sinal "§" ou "§§" (quando se referir a mais de um parágrafo), como nestes exemplos:

... consoante dispõe o § 2º do art. 11;

... já estabelecido nos §§ 5º e 6º do art. 3º;

... conforme disposto no art. 11, § 2º;

... de acordo com o parágrafo único do art. 5º.

Inciso - É utilizado como elemento de desdobramento de artigo - desde que o assunto abordado não possa constar do "caput" do artigo ou não se mostre adequado para constituir parágrafo - e também como subdivisão de parágrafo, sendo comumente destinado a enumerações.

Os incisos são indicados por algarismos romanos, seguidos de traço, não havendo inciso único: I - , II - , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o algarismo e o traço e entre este e o início do texto.

O texto do inciso deve ser iniciado com letra minúscula (a menos que se justifique o uso de maiúscula na palavra inicial) e terminado com ponto e vírgula, com exceção do último inciso, que terminará com ponto, e do que contiver desdobramento em alíneas, que terminará com dois pontos. Nas remissões, a palavra inciso será grafada por extenso quando mencionada na forma direta, como nestes exemplos:

... de acordo com o inciso V do art. 5º

... de acordo com o inciso anterior; e será suprimida quando na forma indireta:

... de acordo com o art. 5º, V.

Alínea - É o elemento complementar do sentido oracional do inciso. As alíneas são indicadas por letras minúsculas, seguidas de parêntese, não havendo alínea única: a) , b) , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o parêntese e o início do texto. O texto da alínea, a exemplo do texto do inciso, deve ser iniciado com letra minúscula (a menos que se justifique o uso de maiúscula na palavra inicial) e terminado com ponto e vírgula, com exceção da alínea que contiver desdobramento em itens, que terminará com dois pontos, e da última alínea de uma série, que terminará por ponto, se depois dela não houver novo inciso. Quanto às remissões, adota-se a mesma regra utilizada para o inciso, com a ressalva de que a letra da alínea será grafada em itálico, como nestes exemplos:

... o disposto nas alíneas a e c do inciso IV... ;

... o disposto no inciso IV, a e c...;

... o disposto nas alíneas anteriores ...

Item - Constitui a subdivisão da alínea, quando esta, para maior clareza, exigir desdobramento. Os itens são indicados por números arábicos, seguidos de ponto, não havendo item único: 1. , 2. , ... Observe-se que deve haver um espaço em branco entre o ponto e o início do texto. O texto do item, a exemplo do texto da alínea, deve ser iniciado com letra minúscula (a menos que se justifique o uso de maiúscula na palavra inicial) e terminado com ponto e vírgula, com exceção do último item de uma série, que terminará com ponto, se depois dele não houver nova alínea. Nas remissões a itens adota-se a mesma regra utilizada para a alínea, com o número do item grafado em itálico, como nestes exemplos:

... de acordo com o item 1 da alínea a... ;

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... de acordo com a alínea a, 1... ;

... o disposto no item anterior ...

Cláusula de vigência

A vigência do ato normativo deve ser indicada de forma expressa, sendo regra geral a entrada da norma em vigor na data da publicação.

Usualmente, a vigência é explicitada no penúltimo artigo do texto, antecedendo a cláusula de revogação:

Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Cláusula de revogação

A cláusula de revogação, quando necessária, ocorre no último artigo do texto, devendo, sempre que possível, conter expressamente todas as disposições revogadas a partir da vigência do novo ato:

Art. 9º Revogam-se a Resoluções nos ....., de ...... de ................... de ............, e ....., de ...... de ................... de .............

ORDEM DE SERVIÇO

Expediente de caráter interno, mediante o qual o titular de unidade dos Serviços Auxiliares da instituição regula procedimentos específicos para a execução de serviços, fixa comandos de ação ou estabelece normas para cumprimento de determinado serviço.

Apresentação

Utiliza-se o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área ou comissão emitente.

Estrutura

Título do documento, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, formado pela expressão ORDEM DE SERVIÇO-ICE, quando proveniente de Inspetoria, ORDEM DE SERVIÇO-DGA, se expedido pela Diretoria-Geral de Administração, ou ORDEM DE SERVIÇO-(sigla que identifica a comissão) quando expedido por comissão legalmente constituída, seguido do número seqüencial e da data correspondente por extenso.

Ementa, fundamentação legal - iniciando com a expressão O(A)

INSPETOR(A) DA .................................. INSPETORIA DE CONTROLE

EXTERNO, ou O(A) DIRETOR(A)-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO, ou a COMISSÃO ............., conforme o caso -, motivações em forma de "Considerando" (quando for o caso) e a expressão "resolve:".

Texto com a exposição do assunto da ordem de serviço, seguido da cláusula de vigência e, se for o caso, da cláusula de revogação.

Nome do emitente, centralizado - ou com distribuição espacial simétrica, quando houver vários nomes -, em letras maiúsculas e em negrito, incluindo-se, no caso de comissões, os cargos dos membros respectivos.

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TRIBUNAL DE ..............................................................

DIRETORIA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO

GABINETE DO DIRETOR

ORDEM DE SERVIÇO-DGA Nº ...., DE ...... DE ............... DE ............

Revoga as Ordens de Serviço-DGA nos ..........,........... e .............

O(A) DIRETOR(A)-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos ..... e .......... do art........ do Regulamento dos Serviços Auxiliares do................, aprovado pela Resolução nº ......, de ........ de ................... de ..................., resolve:

Art. 1º Ficam revogadas as seguintes Ordens de Serviço:

I - nº ....., de ...... de ............. de ............, publicada no Boletim Interno do Tribunal, de ...... de .............. de .........., que regulamenta a requisição de veículos de serviço pela Diretoria-Geral de Administração - DGA;

II - nº ......, de ....... de ............. de ............., publicada no Boletim Interno de ..... de .......... de ........., que regulamenta a permanência de servidores nas dependências da DGA em dias e em horários em que não há expediente e dá outras providências;

III - nº ......, de ...... de ................ de ..........., publicada no Boletim Interno de ...... de ........... de ............., que determina a observância rigorosa dos prazos estabelecidos na Resolução nº ......, de ...... de ............... de ........, a qual regulamenta a concessão e o processamento das licenças para tratamento de saúde.

Art. 2º Esta Ordem de Serviço entra em vigor na data de sua publicação.

NOME DO TITULAR

PORTARIA

Ato administrativo interno que tem por finalidade estabelecer procedimentos relativos a pessoal ou à organização e funcionamento de serviços e, ainda, orientar quanto à aplicação de textos legais e disciplinar matéria ainda não regulamentada.

Apresentação

Para as portarias de iniciativa do(a) Diretor (a), Presidente é utilizado o padrão unificado, com o cabeçalho padrão da instituição. No caso das expedidas pelo titular da Diretoria-Geral de Administração, usa-se o padrão unificado com o cabeçalho que identifica a Diretoria-Geral de Administração.

Competência

A expedição de portarias compete ao(à) Diretor, Presidente e, em decorrência da delegação de atribuições, ao titular da Diretoria- Geral de Administração.

Estrutura

Título do documento, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, formado pela expressão PORTARIA, ou PORTARIA-DGA, no caso de ser proveniente da Diretoria-Geral de Administração, seguido do número seqüencial e da data correspondente por extenso.

Ementa, fundamentação legal - iniciando com a expressão O(A)

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PRESIDENTE DO ..............................................

ou O(A) DIRETOR(A)-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO, conforme o caso -, motivações em forma de "Considerando" (quando for o caso) e a expressão "resolve:".

Texto da portaria, seguido da cláusula de vigência e, se for o caso, da cláusula de revogação.

Nome do(a) Presidente do Tribunal, ou do(a) Diretor(a)-Geral, conforme o caso, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito.

TRIBUNAL DE ........................................................................

PORTARIA Nº ......... , DE .......... DE ............................. DE ............. .

Regulamenta a aquisição, a substituição e a renovação de assinaturas de jornais e dá outras providências.

O(A) PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ......................................., no uso da atribuição que lhe confere o art. ........., .........., do Regimento Interno e tendo em vista o que consta do Processo nº .............., resolve:

Art. 1º Compete à Diretoria-Geral de Administração, nos termos do art. ..... da Resolução nº ......., de ..... de ............. de ........, a aquisição, a substituição e a renovação de assinaturas de jornais.

Parágrafo único. Os pedidos de substituição ou cancelamento de assinaturas de jornais devem ser encaminhados ao Departamento .................. com, pelo menos, 30 (trinta) dias de antecedência do vencimento.

............................................................................................................................................

............. ....

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revoga-se a Portaria nº ......., de ..... de .......... de ..........

NOME DO(A) PRESIDENTE

DESPACHO

Instrumento pelo qual a autoridade competente recomenda ou determina, em processo ou outro tipo de documentação ou correspondência submetidos a sua apreciação, a adoção de providências acerca do assunto sob exame.

Apresentação

Os despachos utilizam o padrão unificado, com o cabeçalho identificando a área emitente. No caso do despacho interlocutório, adota-se também a forma manuscrita, no própriocorpo do processo, evitando-se, sempre que possível, sua aposição no verso das folhas, de forma a facilitar a reprodução de cópias dos autos.

Competência

A expedição de despacho compete ao(à) Diretor, Presidente, aos Conselheiros, aos Auditores, aos Procuradores do MP, aos titulares das unidades dos Serviços Auxiliares da instituição e aos demais servidores a quem for delegada competência - neste último caso, o despacho inicia-se com a expressão "De ordem". No caso de despacho singular, expedição cabe ao(à) Presidente, a Conselheiro-Relator e a Auditor-Relator.

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Estrutura

Para despachos decisórios administrativos:

Título do expediente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito,

formado pela expressão DESPACHO DO(A) (cargo do emitente).

Data, por extenso e centralizada, na linha abaixo do título.

Expressão "Processo nº :", em negrito, alinhada à esquerda, seguida

de sua identificação, composta do número e do ano com dois dígitos.

Expressão "Assunto:", em negrito, com o resumo do teor do despacho, com alinhamento à esquerda.

Texto decidindo a respeito do assunto objeto do despacho.

Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito.

Para despachos singulares:

Expressão "Processo nº :", em negrito, alinhada à esquerda, seguida de sua identificação, composta do número e do ano com dois dígitos.

Expressão "Apenso(s):", em negrito, alinhada à esquerda, seguida do(s) número(s) do(s) apenso(s) aos autos, quando for o caso.

Expressão "Órgão de Origem:", em negrito, alinhada à esquerda, seguida da procedência dos autos.

Expressão "Assunto:", em negrito, com o resumo do teor do despacho, com alinhamento à esquerda.

Expressão "Ementa:", em negrito, alinhada à esquerda, seguida do resumo do andamento dos autos.

Denominação do ato - DESPACHO SINGULAR, em negrito, com seu número correspondente e ano (com dois dígitos), seguida da sigla da área emitente, com alinhamento centralizado.

Texto decidindo a respeito do assunto objeto do despacho.

Data, por extenso e centralizada.

Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito.

Para despachos interlocutórios:

Expressão introdutória - "De acordo." (quando for o caso), ou "De ordem." (quando há delegação de competência) e expressão de encaminhamento, seguida de recomendações ou determinações pertinentes.

Data por extenso, centralizada, após a expressão de encaminhamento.

Nome do emitente, centralizado, em letras maiúsculas e em negrito, e respectivo cargo.

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DESPACHO DO(A) PRESIDENTE

...... de ............. de ......... Processo nº ....................

Assunto : Autorização para emissão de nota de empenho destinada à aquisição de .............. relativa ao mês de ............./.......

Nos termos do art. .... da Lei nº ........., de ...... de ............ de ........., ratifico a inexigibilidade de licitação para a aquisição de ................., no mês de ............../........, e autorizo a emissão de notas de empenho, na modalidade ordinária, nos valores de R$ ................ ( valor por extenso), R$ ................... (valor por extenso) e R$ ................. (valor por extenso), respectivamente em favor do ........................., da ....................... e

da ................................

Encaminhem-se os autos à Diretoria-Geral de Administração, para publicação e demais providências.

(Obs.: Este último parágrafo é um despacho interlocutório. Sua finalidade é interna, portanto não necessita constar da publicação externa.)

NOME DO(A) PRESIDENTE

TRIBUNAL ..................................................

TRIBUNAL ..................................................

GABINETE DO(A) .....................................

Fls.: 00

Proc.: 0000/00

__________

Rubrica

PROCESSO Nº :

APENSO(S) :

ÓRGÃO DE ORIGEM :

ASSUNTO :

EMENTA:

DESPACHO SINGULAR Nº ....../...... - (área emitente)

Nos termos do ( incluir o enquadramento legal das medidas), e de acordo com a manifestação da instrução, conforme Informação/ Relatório nº , fls. , e o posicionamento do Parquet, fls. , sobre o (resultado da auditoria, exame da licitação, pedido de prorrogação de prazo formulado pela jurisdicionada etc.), DETERMINO/SOLICITO/

CONCEDO/RECOMENDO etc.:

I - ..............................;

II - ..............................;

III - ............................. .

Belo Horizonte (MG), ....... de ............... de ...........

Presidente / Conselheiro(a)-Relator(a) / Auditor-Relator

Curitiba (PR)

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ALGUNS USOS DE LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Emprego de inicial maiúscula e minúscula em textos legais que fazem referência a leis, decretos, portarias etc.

a) utiliza-se a inicial maiúscula quando o nome dos atos estiver acompanhado do respectivo número:

A Lei nº 312, de 24.05.95, dispõe...

O Decreto nº 312, de 05.04.93, regulamenta...

A Portaria nº 234, de 25.07.97, teve várias alterações...

A Sessão Ordinária nº ...

O Parecer nº ....

A Informação nº ...;

Obs.: Não há consenso entre os gramáticos quanto ao uso de inicial maiúscula quando determinado ato, após sua primeira citação no texto - no caso, acompanhado do respectivo número - é referenciado em outras partes do texto, sem estar acompanhado do número.

O uso de inicial maiúscula em tais casos, desde que fique subentendido que os referidos atos estejam individualizados:

Art. 5° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Conforme o disposto no art. 3° da citada Lei Complementar, ...

b) a remissão a artigos, parágrafos e incisos escreve-se com letra minúscula:

Refiro-me ao parágrafo único do art. 11 da Portaria nº...

De acordo com o inciso I do art. 57 da Lei nº... ;

c) ganha a inicial maiúscula o nome de leis ou normas políticas e econômicas consagradas pela importância de que se revestem:

Lei de Diretrizes e Bases da Educação,

Lei Áurea,

Lei Afonso Arinos,

Lei Antitruste,

Código Civil,

Lei de Responsabilidade Fiscal.

Nome de moeda escreve-se com letra minúscula:

real, dólar, franco, peso, marco, libra.

O real está de cara e coroa novas.

Atenção: quando se fala do Plano Real, está-se falando de nome próprio; nesse caso, usa-se inicial maiúscula:

O (Plano) Real estabilizou a economia.

Nomes que designam cargos ou postos escrevem-se com inicial maiúscula:

Page 33: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

A Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu a palavra ao Relator.

O Diretor-Geral autorizou a publicação do normativo.

Nomes de profissões são escritos com inicial minúscula:

advogado, contador, engenheiro, jornalista, médico, professor.

Obs.: Quando individuados, emprega-se a inicial maiúscula:

o Advogado Rui Barbosa,

o Poeta Camões etc.

Após o parêntese, inicia-se com maiúscula somente quando o texto constitui oração à parte, completa, caso em que vem precedido de ponto. A oração que está entre parênteses tem o ponto dentro, antes de fechar o parêntese, e não fora:

Na portaria da fábrica o ambiente era de absoluta calma.

(A indústria não trabalha aos sábados.)

Grafia de Datas e NúmerosDatas:

Nos atos oficiais, as datas devem ser grafadas por extenso, quando se referirem a leis ou normativos em geral, citados pela primeira vez no texto:

Segundo a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993...

Observe-se que, ao escrever datas por extenso, não se coloca o zero antes do número indicativo do dia do mês:

Lei nº ..., de 2 de julho de 1999

(e não: Lei nº ..., de 02 de julho de 1999).

Nas citações (de leis e outros normativos) subseqüentes à primeira, usa-se a forma reduzida para as datas:

Lei nº 8.666/93, ou Lei nº 8.666, de 21.06.93.

Adota-se o ponto como elemento separador para as datas expressas na forma reduzida, e o uso de dois dígitos para representação do dia, mês e ano:

Referiu-se ao memorando de 12.10.99.

Elaborou o estudo consoante o disposto na Decisão nº ... de 06.03.99.

Neste último exemplo, relativo aos casos em que o mês do ano (ou o dia do mês) é representado por um só algarismo, coloca-se o número zero antes daquele algarismo.

O nome do mês escreve-se com letra minúscula:

13 de agosto, 4 de outubro. Só se escreve com maiúscula quando vira substantivo próprio.

Aí, nomeia datas comemorativas: o 7 de Setembro, o 15 de Novembro.

O primeiro dia do mês escreve-se em ordinal:

1º de janeiro, 1º de outubro (e não: 1 de janeiro ou 1 de outubro).

Escreve-se o ano sem ponto no numeral:

Ano 2000 (e não: Ano 2.000).

Portaria nº ..., de 2 de julho de 1999 (e não: ... de 1.999).

Números que identificam leis, processos, decisões e normativos em geral:

Page 34: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Devem ser grafados separando-se o milhar por um ponto:

Lei nº 8.666/93 (e não: Lei nº 8666/93).

Processo nº 1.530/96 (e não: Processo nº 1530/96).

Portaria nº 1.119/99 (e não: Portaria nº 1119/99).

Obs.: Os atos oficiais do Tribunal são identificados por meio de seqüências numéricas distintas, relativas ao ano de sua aprovação, salvo nos casos de Emendas Regimentais, Resoluções e Atas, em que a numeração não é reiniciada a cada ano.

Números cardinais compostos:

A escrita do cardinal, conforme sua composição, faz-se da seguinte maneira:

a) dois algarismos, põe-se a conjunção e entre os algarismos:

86 => oitenta e seis;

b) três algarismos, põe-se a conjunção e entre cada um dos três:

654 => seiscentos e cinqüenta e quatro;

c) quatro algarismos, omite-se a conjunção e entre o primeiro algarismo e os restantes:

4.455 => quatro mil, quatrocentos e cinqüenta e cinco. Se o primeiro algarismo da centena final for zero, aparecerá então o e:

3.048 => três mil e quarenta e oito.

Aparecerá ainda o e quando os dois últimos ou os dois primeiros da centena forem representados por zeros:

1.400 => mil e quatrocentos;

1.001 => mil e um;

R$ 4.005,28 => quatro mil e cinco reais e vinte e oito centavos;

d) de vários grupos de três algarismos, omite-se o e entre cada um dos grupos:

3.444.225.528.367 => três trilhões, quatrocentos e quarenta e quatro bilhões, duzentos e vinte e cinco milhões, quinhentos e vinte e oito mil, trezentos e sessenta e sete.

Emprego dos números ordinais pelos cardinais:

Em alguns casos o numeral ordinal é substituído pelo cardinal correspondente:

a) na numeração de artigos de leis, decretos e portarias, usa-se o ordinal até nove, e o cardinal, de dez em diante:

Art. 1º (primeiro).

Art. 9º (nono).

Art. 10 (dez).

Art. 91 (noventa e um);

b) nas referências aos dias do mês, usam-se os cardinais, salvo na designação do primeiro dia, em que é de regra usar o ordinal:

Viajaremos no dia quinze de agosto.

Regressaremos no dia primeiro de setembro;

c) também na indicação dos anos e das horas, empregam-se os cardinais:

Eram seis horas da tarde de vinte e quatro de dezembro de mil novecentos e sessenta e oito;

Page 35: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

d) na numeração de páginas e de folhas, bem como na de casas, apartamentos, quartos de hotel, cabines de navio, poltronas de casas de diversões e equivalentes usam-se os cardinais:

Página 5 (cinco).

Folha 33 (trinta e três).

Cabine 2 (dois).

Casa 1 (um).

Apartamento 203 (duzentos e três).

Quarto 25 (vinte e cinco).

Se o numeral vier anteposto, usa-se o ordinal:

Quinta página.

Trigésima terceira folha.

Segunda cabine.

Primeira casa.

Obs.: Na linguagem forense, diz-se:

De folhas vinte e duas a folhas trinta e uma.

Conforme estudo acostado às fls. 22/31.

Números Fracionários:

Para a escrita dos fracionários observe-se:

a) escrever-se-á, no plural:

meios,

terços,

quartos,

quintos,

sextos,

sétimos,

oitavos,

nonos;

b) quando se tratar de 10 ou potência de 10, o plural será:

décimos,

centésimos,

milésimos,

décimos milésimos,

centésimos milésimos,

milionésimos;

c) juntar-se-á a palavra avos em qualquer outro caso:

seis quatrocentos avos (6/400),

um dois mil avos (1/2000),

dois três mil e cinco avos (2/3005).

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Números no início de período:

Na escrita ordinária não se deve começar período com algarismos. O numeral deve vir por extenso:

Vinte e cinco dias passaram-se...

(e não: 25 dias passaram-se...).

Números ordinais:

O ordinal de 1000 é milésimo,

o ordinal de 2000 é segundo milésimo,

o de 3000, terceiro milésimo, e assim por diante.

Igualmente, o de milhão é milionésimo, o de 2 milhões é segundo milionésimo:

Falo pela milésima vez e falarei pela segunda milésima se for preciso.

No terceiro milésimo tricentésimo trigésimo terceiro dia (3333º dia).

Porcentagem:

Tanto faz usar percentagem ou porcentagem, mas o adjetivo só tem uma forma: percentual.

Na escrita, a percentagem pode ser expressa em algarismos seguida do símbolo % (3%, 10%) ou na fórmula mista (3 por cento, 10 por cento).

Obs.: Diante de dois ou mais valores da porcentagem, deve-se usar o % em todos eles:

O aumento oscilará entre 5% e 7%.

O imposto deve subir de 25% para 27,5%.

Uso das Siglas

Sigla é a abreviatura formada com as letras iniciais das palavras de um nome ou de um título:

Organização das Nações Unidas - ONU,

Partido da Frente Liberal - PFL,

Partido dos Trabalhadores - PT,

Tribunalde Contas do Distrito Federal - TCDF.

Por serem práticas e cômodas, as siglas vão-se multiplicando cada vez mais e até passam a funcionar como substantivos:

o CEP, a Funai, o Senai, a TV.

E, uma vez criada e vulgarizada, a sigla passa a ser sentida como uma palavra primitiva, capaz, portanto, de formar derivados:

petista,

pefelista,

peemedebista.

Na primeira citação de nome ou título que tenha sigla, é recomendável escrevê-lo por extenso, seguido da sigla, separada do nome por um traço (hífen), e não entre parênteses:

Partido dos Trabalhadores - PT,

e não:

Partido dos Trabalhadores (PT).

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Tribunal de Contas do Distrito Federal - TCDF,

e não:

Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).

Da segunda citação em diante, basta escrever a sigla.

A tendência atual é grafar todas as letras da sigla maiúsculas em duas situações:

1) se a sigla tiver até três letras: CEF, MEC, ONU, TCU;

2) se todas as letras forem pronunciadas: BNDES, INSS, TCDF.

Se a sigla tiver mais de três letras e for pronunciada como palavra, tem só a letra inicial grafada maiúscula: Detran, Embrapa, Opep, Otan, Varig.

Eliminam-se, atualmente, os pontos abreviativos nas siglas.

Quanto ao plural das siglas, não há regras específicas sobre o assunto.

Alguns gramáticos recomendam acrescentar um esse minúsculo no fim da sigla:

polícias militares (PMs),

medidas provisórias (MPs),

departamentos de trânsito (Detrans),

inspetorias de controle externo (ICEs).

Obs.: Não é recomendável usar o apóstrofo (') para identificar o plural de expressões ou siglas:

UFIR's, URV's.

Usa-se o apóstrofo para suprimir letra ou letras (copod'água, estrela-d'alva) e não para indicar plural.

A CARTA COMERCIAL

A carta comercial não é só Instrumento de comunição de que se valem as empresas ou pessoas no relacionamento comercial , é também a imagem de quem ela representa . Por isso, não basta que transmita um conteúdo, mas que o faça de maneira que impressione bem. Para tanto é necessário haver boa apresentação que cause, ao primeiro contato, uma impressão de ordem , organização e competência.

A clareza é uma qualidade imprescindível em qualquer comunicação, principalmente na escrita, pois não há possibilidade de esclarecer as dúvidas de imediato , como na comunicação oral. Além da perda de tempo, pode haver, em conseqüência, sérios prejuízos financeiros decorrentes de interpretação errônea motivada pela obscuridade do texto . O mínimo que se pode exigir de uma carta é que ela seja inteligível. Para se atingir este objetivo , deve-se usar um vocabulário simples , atual, com os termos bem estruturados na frase.

A simplicidade não deve tender ao genérico . Aquilatamos o conhecimento de alguém a respeito de um assunto pela capacidade de empregar vocabulário específico que proporciona maior precisão.

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Nas empresas, tempo é dinheiro; tempo de quem redige e de quem lê. A carta tem de ser , portanto, bastante concisa, isto é deve ter a informação completa com o menor número de palavras, sem se alongar em introduções ou encerramentos já em desuso há muito tempo.

Como é um relacionamento meramente comercial, o texto tem que ser impessoal, mas impessoalidade com cortesia - é um documento que não pode comprometer o conceito de que goza a firma.

A correção gramatical é importante: caracteriza a classe , o nível do emissor. A empresa não deve ser representada pela Ignorância do redator, que elabora o texto , e do chefe que assina concordando com os erros numa demonstração de incompetência.

É preciso tomar cuidado com o emprego dos pronomes de tratamento que há de ser uniforme, sem misturar a terceira pessoa gramatical com a segunda.

O cabeçalho ou timbre da firma deve conter todos os dados importantes para sua identificação.

A pauta entre as linhas deve ser de 1 ½ ou de 2 espaços.

A margem esquerda será de 15 espaços e a direita de 7 . É claro que depende do tamanho do papel e da extensão do texto, mas sempre a margem esquerda é maior que a direita , para facilitar o arquivamento.

Atualmente não há muita preocupação com o alinhamento da margem direita.

Quando no timbre houver indicação de uma só cidade , não é preciso indicar a localidade precedendo a data . costuma-se, entretanto , citar por tradição da linguagem comercial. A indicação do dia terá , por segurança, dois dígitos; assim : 01...09.

O índice da seção emitente, número da carta, iniciais do redator ( em 1º lugar ) e da datilógrafa (em 2 lugar ) têm sua localização determinada pela normas da empresa remetente. Podem estar no canto superior junto à margem esquerda como no canto inferior junto à mesma margem após o término da carta ou em outro lugar que julgar conveniente. As iniciais da datilógrafa são também com maiúsculas, pois é sigla de nome próprio.

Se enviar a carta aos cuidados (A/C) de algum funcionário, não significa que deva ter o tratamento no singular. Continua sendo V.Sas., pois a indicação a uma pessoa é só para facilitar o atendimento.

Nunca use Att., em português é At. para " atenção de". Redija a indicação de A/C ou At. abaixo do endereçamento na carta e não escreva no envelope, pois há o risco de ser considerada de caráter pessoal

A referência facilita a distribuição da correspondência em uma firma grande. Se carta é para uma pessoa física, não há necessidade de referência. Muitas vezes a referência indica os dados identificadores da correspondência e o conteúdo da carta é apresentado em "Assunto". Faz-se, então, indicação de n/ref. e de s/ref. (se houver).

A invocação " Prezados senhores " tem o vocábulo "senhores"grafado com s minúsculo..Alguns preferem simplesmente: "Senhores",sem a cortesia do "Prezados".

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Atualmente está muito divulgado o sistema "bloco", de origem norte-americana: a mudança de parágrafo é feita através de pauta maior e não se deixa distância da margem, isto é , sem "branco parágrafo". É um sistema que contraria a tradição da língua portuguesa e das demais línguas neolatinas.

No Brasil, a ABNT( Associação Brasileira de Normas Técnicas) determina na NB-311/1978: 4.6.1. O início de cada parágrafo do texto deve ficar no mínimo a nove espaços de máquina de escrever a partir da margem esquerda".

Qualquer indicação de elementos anexos deve ser registrada ao pé da folha , no final da carta, sem especificar, só com indicação do número de anexos.

As importâncias em dinheiro são também desenvolvidas por extenso, entre parênteses, com minúsculas

A assinatura terá abaixo a indicação de quem assina e que função exerce. Não há necessidade de colocar o nome da firma,pois ela já está no timbre. Se o timbre for com o nome ou logotipo de um grupo de empresas coligadas, esclarece-se o nome da empresa junto à assinatura. Evite-se usar o carimbo para identificação de quem assina. Prefira colocar a assinatura, do lado direito para dar mais destaque. Se houver duas assinaturas, o responsável assina à direita e o co-responsável à esquerda. Se forem mais de duas, as assinaturas serão em coluna.

Quando houver mais de uma folha , siga o que determina a ABNT na NB-311/1978:

"5.1 Quando o ofício ou carta ocupar mais de uma folha, usar:

a) para indicar continuação o sinal .../ a 30 mm do fim da página e a quatro espaços ( de máquina de escrever ) da margem direita;

b) para numerar as folhas subseqüentes, indicar o número de página entre hífens a dois espaços ( de máquina de escrever) a partir do alto da página e afastados, no mínimo da margem direita;

c) iniciar a continuação do texto a partir de, no mínimo, cinco espaços ( de máquina de escrever ) no alto da página."

Afirmam alguns que a carta "moderna"é aquela que é redigida no sistema bloco e tem todos os elementos, da data até a assinatura, iniciados junto à margem esquerda. Na verdade confundem as coisas. Há um sistema que é brasileiro ( não só brasileiro, mas usado em muitos países europeus e latino americanos ) e que deveria ser utilizado pelas firmas sediadas no Brasil para a correspondência em língua portuguesa. A linguagem comercial moderna caracteriza-se pelas suas qualidades de clareza, correção , simplicidade e concisão. Evitem-se, isto sim, os chavões como:"Vimos por meio desta ...", "Sem mais para o momento...", "mui", o espanholismo, "atentamente" no fecho, em vez de "atenciosamente". Não sublinhe desnecessariamente. Faça a divisão silábica correta em final de linha.

Quanto mais breve, clara, correta e simples, é a carta, tanto mais moderna ela é.

MODELO

JH 020/95

Campinas, 5 de outubro de 1995.

Page 40: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Guarizzo Ltda.

Amparo-SP

At.: Sr.Adriano Reis

Ref.: Compra de mαquina para pneus.

Senhores:

Gostarνamos de parabenizα-los pela compra da mαquina fabricada por nossa empresa pois auxiliarα em potencial sua produηγo de pneus.

Atenciosamente.

Josι Marcondes

Diretor Comercial

PROCURAÇÃO

É um documento pelo qual alguém dá legalmente a outra pessoa poderes para tratar de negócios ou de agir em seu nome . É o instrumento do mandato.

Pode ser por instrumento particular (redigida de próprio punho pelo mandante, com reconhecimento da firma e da letra ou datilografado, com reconhecimento da firma) por instrumento público ( lavrada por tabelião em livro de notas e da qual se fornece translado). a procuração é passada pelo mandante, constituinte ou outorgante para o mandatário procurador outorgado. Quando este transfere o mandato, diz-se que substabelece a outrem,isto é ,ao substabelecido. O substabelecido pode ser com ou sem reserva de direitos, parcial ou total. Com reserva, o procurador continua com iguais poderes.

Lavra-se a procuração em papel ofício .Inicia-se a identificação do outorgante e depois do outorgado. Em seguida , vem a especificação dos poderes .A localidade, a data e assinatura estarão abaixo do texto.

EXEMPLO:

PROCURAÇÃO

Pelo presente instrumento particular de procuração, JOSÉ SILVA SANTOS, com Cédula de Identidade R.G. 999 666 (SSP-SP), brasileiro,solteiro, estudante,residente e domiciliadoem São Paulo, à Rua Direita, 545, aluno da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, sob o nº 33333,nomeia e constitui seu bastante procurador o Sr. MANUEL ALVES , com

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cédula deIndentidade R.G. 222 333 (SSP-SP), brasileiro , solteiro, estudante residente e domiciliado em São Paulo à Av. Liberdade, 43 , para o fim especial de realizar a matrícula do outorgante na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo no primeiro semestre letivo de 1980, podendo o outorgado assinar todos os atos que se tornem necessários ao bom e fiel cumprimento do presente mandato assim como substabelecer.

São Paulo, 14 de Janeiro de 1980.

..............................................

REQUERIMENTO

É por meio do requerimento que se solicita algo de direito a uma autoridade, baseando-se em dispositivos legais. também é chamado de "petição". Em segundo grau, ë "recurso". Quando é coletivo, é, também, abaixo-assinado".

Com simplicidade e concisão, é redigido na terceira pessoa gramatical. É escrito em papel almaço simples ou duplo.

A estrutura do requerimento é fixa:

Invocação - Título funcional, sem o nome do ocupante do cargo, mas precedido pelo tratamento adequado (Ilmo Sr., em geral; Exmo Sr., para altos dignitários);

espaço de oito linhas ou oito espaços duplos;

corpo do requerimento;

identificação completa - nome do requerente com os dados necessários para sua identificação pela autoridade a que se requer;

contexto com motivos , fundamentação legal e a solicitação, citação de documentos anexos ( se houver, é claro);

fecho com fórmula terminal; Nestes termos,

pede deferimento.

local e data

assinatura

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Exemplo de requerimento:

Iimo Sr. Diretor da Despesa Pϊblica do Ministιrio da Fazenda.

MARIA DA SILVA, viϊva do ex-funcionαrio aposentado Josι da Silva, pertencente ao Ministιrio da Saϊde, que recebia pela folha nΊ 245, vem requerer os benefνcios da lei nΊ 3738, de 04 de abril de 1960, regulamentada pelo decreto 452 , de 04 de janeiro de 1962 que assegura pensγo especial ΰs viϊvas de ex-funcionαrios atacados de doenηas especificadas na referida lei.

Nestes termos

pede deferimento

Sγo Paulo ,07 de agosto de 1978.

...............................................

Excelentνssimo Senhor Diretor da E.E.P.G. "Joana Monteiro".

( 8 LINHAS)

(1) Sτnia Marques Carvalho , (2) R.G. n.o 7.432.153 (SSP-SP), brasileira, solteira residente ΰ Rua Santo Antτnio, 232- Caxingui, (3) Professor III, cargo efetivo, Padrγo35/A, em jornada completa de trabalho docente, com sede de controle de freqόκncia neste Estabelecimento de Ensino, classificada em exercνcio nesta Unidade Escolar,D.E. de Itapecerica da Serra, DRM 7- Oeste,(4) vem requerer a V.Exa. contagem de tempo para fins adicional de Magistιrio.

(5) Nestes termos,

pede deferimento.

Umbu-Guaηu, 5 de setembro de 1994.

(1) Parágrafo ( 2,5 em ou 10 toques )

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(2) Dados pessoais..

(3) Dados funcionais.

(4) Contexto com motivos.

(5) Fecho.

Diretor do Departamento _______________________________________

da Prefeitura Municipal de______________________________________, residente ΰ ____________________________________________ nΊ ____, bairro ________________________portador do RG nΊ ________________-(SSP-______), vem requerer a V.Sa__________________________________________________________________para fins de____________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nestes termos,

pede deferimento

, de de l996

...........................................................................

CORRESPONDÊNCIA INTERNA

A correspondência interna de uma firma compreende várias modalidades, como relatórios, comunicações internas ou memorandos, avisos, circulares, bilhetes, ordens de serviço , memoriais e outros documentos criados para atender necessidades específicas de uma empresa.

Destaquemos a comunicação interna ou memorando. A denominação tem variado entre as empresas, apesar de ambos os documentos serem, praticamente, iguais e com as mesmas finalidades. Hoje é mais freqüente a comunicação interna. Serve ela para mensagens, solicitações, consultas, informações breves, respostas, enfim comunicações , principalmente interdepartamentais.

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A linguagem é simples , reproduzindo a fala que seria usada na comunicação oral. Não há necessidade das fórmulas de cortesia na abertura ou fechamento comuns nas cartas, mas devem ser tomados cuidados, maiores quando se dirige a níveis hierárquicos superiores.

As empresas têm, normalmente, impresso próprio em papel que corresponde a meia carta para a padronização das comunicações internas.Uma sugestão pode ser um impresso com, o seguinte cabeçalho:

COMUNICAÇÃO INTERNA N.o..............

Para......................................... Dep.....................................

De............................................ Dep.....................................

Assunto.................................... Data....................................

COMUNICAÇÃO INTERNA ( N.o____) opcional

Para Antônio Carlos Dep. Pessoal

De: Eduardo Dep. Contab.

Assunto : saída antecipada Data 08-03-1989

A datilógrafa Maria da Silva se retirou duas horas antes do fim do expediente para atender irmão que sofreu acidente.

RELATÓRIO

O relatório é um documento em que se registram observações, pesquisas, investigações, fatos, variando de acordo com o assunto e com as finalidades. Assim, há, por exemplo, relatório executivo, operacional, de estágio,de auditoria, de reunião de estudos.

A redação é a etapa final do desenvolvimento de um processo. Só será bem feita se as etapas iniciais tiverem sido todas cumpridas com dedicação e cuidado. Para redigir bem, o relator deve ter expressão lingüística desenvolvida pelo treino constante de redação alicerçada em bons conhecimentos gramaticais.

A clareza e a correção devem constituir-se em preocupação constante para se conseguir um texto de leitura fácil e agradável.

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SUGESTÃO DE ESQUEMA PARA UM RELATÓRIO

Na capa:

Título de relatório

nome do relator

cidade

ano

Na folha do rosto:

Título do relatório Ref.:

Para:

Elaborado pôr:

Assunto:

Data da Verificação:

Local:

Data da elaboração:

Tipo de relatório: ( parcial, total inicial, final)

Natureza: ( normal,confidencial, reservado, secreto)

Nas folhas seguintes:

RESUMO (O quê ? Por quê ? O que se fez ? Recomendações.)

INTRODUÇÃO

Objetivos (O que se pretende).

Métodos (Entrevista, questionários, observações, testes....

Meios (Instrumentos)

Duração (Quanto Tempo?)

Pessoal envolvido (Quem?)

DESENVOLVIMENTO

Fatos, constatações (Exatos, objetivos , em seqüência.)

Avaliação critica: motivos e conseqüência , ou causas e efeitos.

Page 46: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Recomendações (Medidas a serem tomadas.) Conclusões (Resultados esperados.)

ANEXOS

BIBLIOGRAFIA

LOCAL E DATA Assinatura Nome Legível IDENTIFICAÇÃO FUNCIONAL

OBSERVAÇÃO:

É importante fazer o RESUMO. Quem lê o relatório pode estar satisfeito com as informações contidas no resumo e dispensar a leitura do restante . Caso contrário, terá adiante as informações que procura , pois quem redige tem obrigação de relatar tudo.

DICAS

1. Desde que o endereço do remetente conste do cabeçalho impresso, é desnecessário colocar o nome da cidade junto á data.

2. Para que preceder de um "A" o nome do destinatário ? se o nome dele consta no lugar tradicionalmente reservado ao nome do destinatário, é claro que a carta se dirige "a ele"

3. O endereço do destinatário não precisa constar na carta. Só do envelope. Ele sabe onde mora. Se além da rua e número põe-se a Caixa Postal . O erro é duplo.

4. É preciso lembra-se de registrar a referência para auxiliar na compreensão da carta, além do mais , adiantar sobre o que será tratado na correspondência.

5.Paragrafo: Oficialmente , 10 espaços.

6. Três erros num só:

a) O destinatário sabe por que o remetente está enviando as revistas; não é necessário repetir a informação "em resposta";

b) O destinatário sabe que o seu representante se chama Carter, de duas uma: ou você não repete o cargo, ou não repete o nome.

c) "Comunicamos que" é desnecessário : toda carta comunica algo : se não , não deve ser escrita.

7. Para que repetir o número do cheque , a data e o nome do Banco? O destinatário deve saber, pelo menos, onde está gastando o seu dinheiro.

8. A divisão silábica de uma palavra é feita com o uso do hífen e não do sublinhado

9. Hoje em dia, não se usa o alinhamento do lado direito.Não se perde tempo "para ver se vai dar".

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10. Há diferença entre abreviação e abreviatura. A abreviatura oficial de Departamento é "dep.".

11. "P.p." não diz nada ; pelo contexto da carta, o destinatário deve poder inferir de que ano você está falando . O nome do mês, sozinho, indica que você se refere ao ano seguinte. Se é passado ou futuro, ele sabe pela data da carta.

12. Se o remetente tivesse "mais para o momento", ele logicamente o diria.Se não tem, não diz e não é preciso esclarecer que não tem. Confie na inteligência do destinatário. além de tudo, não se utiliza mais fechos desde 1992.

13. " Atentamente"é espanholismo. O correto é utilizar "Atenciosamente"ou, com mais cortesia, "Cordialmente", desde que acompanhando o parágrafo.

14. Grafismo inútil : você sabe assinar direito sem pauta. não sabe?

15. Completar sempre com o nome e cargo . Este não é o espaço para colocar-se o nome da empresa e nem do Departamento.

GAFES NA LINHA

As secretárias que se sentem rainhas ao telefone

Sempre que devo falar com alguém importante sinto certo nervosismo, mesmo que a pessoa esteja esperando meu telefonema. Passar pela secretária costuma ser um constrangimento, por exemplo para um amigo executivo . Dou meu nome Ouço a pergunta:

___ De onde o senhor é ?

____De Marte Acabo de aterrissar.

É impressionante o número de vezes que já me perguntaram de onde sou. Dizer o quê? Onde nasci ?

Outras fazem o gênero íntimo, mas mais falso do que uma jibóia ao sorrir para um coelhinho.

___ Oi , querido . Um instantinho , meu amor .Ele não pode atender coração.

Não sou de ferro adoro ser chamado de meu amor.Imagino a desconhecida do outro lado .Dentinhos separados como os da Zelia que sempre teve um a boca perfeita para secretária, Cabelos loiros, no tom da Rosane Collor ( outra que....).Óculos iguais os da Erundina. Desisto sei que chama a todos de meu amor, a melosa.Também não faltam as que ultrapassam o limite da gafe para a delicadeza total . Um amigo acaba de se separar .Ligo para dar solidariedade. Ouço um rosnado , e uma voz metálica:

___ Poderia me adiantar o assunto?

____É particular

A voz ganha um tom mais irritado

___ Ele não gosta que eu passe a ligação sem saber do que se trata.

Page 48: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Explique que é sobre sexo. Ouço um suspiro nervoso. Logo ela retorna, a voz melodiosa. Descobriu que sou amigo do chefe.

____ Já vou passar para eeeeeeele!

Só falta oferecer cafezinho pele telefone. Reflito: como é falsa a humanidade. Mas Franqueza também é fogo.

__ Vou ver se ele pode atender

É possível uma resposta mais fina, mais elegante do que essa .Nem mamãe dinossauro seria tão sutil. Se existisse lei para o comportamento das secretárias , algumas mereceriam um bom processo .Como as que perguntam:

_____ O senhor é da parte de quem?

____ De mim mesmo faz favor.

Quanto mais importante o figurão, mais importantes algumas secretárias se sentem. Ficam tão esnobes quanto a rainha da Inglaterra. Algumas gastam todo o salário em roupas de seda, cabeleireiro, bijuterias e perfumes até andam mais bem vestidas do que a mulher do patrão, mesmo que o saldo no banco atinja o vermelho e vivam numa roleta financeira com os crediários. Nervosas, atendem ao telefone como se estivessem deitadas em um sofá de veludo:

____ Eu não sei se ele vai poder fala. Está muito ocupado. Muitos homens, é verdade , adoram ter secretárias tão arrumadas, quanto um poodle e com o comportamento de um dobermann . Outros sofrem. Sabe-se que são comuns as secretárias com ciúmes do chefe. Odeiam voz de mulher.

___ Mas ele pediu que eu ligasse para combinar sobre hoje à noite

___ Deixe recado, é melhor. Ele está falando com a esposa.

Se houvesse o código penal para secretárias , a pena máxima deveria ser aplicada para os casos em que elas dizem com olhos de vítima , após provocar alguma tragédia:

____Não chamei porque pensei que. Deduziu que, imaginar que, achar que. Isso leva qualquer um à perdição . Principalmente o chefe de uma secretária que goste de achar. Certa vez uma arquiteta me atormentou meses para que eu lembrasse seu nome para uma entrevista, quando escrevesse sobre decoração. Um dia, telefonei. A secretária:

___ A coitadinha está exausta. Acho que não está com a cabeça para falar com você.

Quando passou o recado e a arquiteta me ligou aflita, era tarde . Eu já havia escrito a reportagem.

A arquiteta gemeu ao telefone e murmurou algo como "eu mato a..."

Enfrentar situações de saia justa faz parte do dia-a-dia da secretária. Talvez por isso atuem como se cada telefonema fosse um ataque inimigo . Evitar as gafes não faz mal a ninguém .

Um ex-prefeito de São Paulo certa vez ligou pessoalmente a um empresário e se anunciou à secretária. A moça morreu de rir.

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___Essa é boa. Diz quem é? Estou reconhecendo essa vozinha...

Está procurando emprego até hoje. E não ri nem em show humorístico.

Atenção para os HOMÔNIMOS e PARÔNIMOSacender- ......... atear fogo aascender - ........subir , elevar-se acento - ............sinal diacrítico , inflexão de vozassento - ...........lugar em que se assenta , baseacerto - ............perícia , ajusteasserto - ............proposição , afirmativa , alegaçãoacessório -........ que não é fundamentalassessório -........relativo ao assessorárea - ............... superfície, espaçoária - ............... peça musical para uma só voz arrear -............. pôr arreios , aparelhar , enfeitararriar -............. abaixar , desanimaratuar- ............. pôr em ação, dar atividade a autuar - ......... processarbocal - .......... embocadura de instrumento de soprobucal - .......... elativo à bocabucho - ......... estômago , barriga; (gíria) mulher feiabuxo- .......... arbustocaçar - ......... perseguir ou apanhar animaiscassar - ........ anularcartola - ....... chapéu alto , ricaçoquartola - ..... pequena pipacela - ............ pequeno quarto de dormir , prisãosela - ........... arreio sobre o qual se assenta censo - ......... recenseamento da populaçãosenso - ......... juízo claro , sisocerração - .......nevoeiro espessoserração - ..... ato de serrar , serraduracerrar - ......... fechar, unirserrar - ......... cortar com a serra, conseguir de graçacessão - ........ ato de cederseção ( ou secção) - divisão , corte, compartimentosessão - ......... tempo de uma reuniãochácara- .......quinta, casa de campoxácara - .........romance popular , narrativa popular em verso, cantigachalé - .......... casa de madeira , casa de estilo suíçoxale- ............ agasalho dos ombros e do troncococho - ......... recipiente de madeira onde comem os animaiscoxo - ...........mancocomprimento -.........extensão de linha , tamanhocumprimento- ......... execução , saudaçãoconcertar- .......... harmonizar , comporconsertar- ......... reparar , arranjar concerto -......... sessão musical , composição sinfônica , acordoconserto - .......... reparo , arranjoconjetura- ......... suposição , hipóteseconjuntura- ........ encontro de acontecimentos, ensejodecente - ........... decoroso, honestodescente- ........... que desce

Page 50: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

deferimento - ..... ato de deferirdiferimento - ...... adiamento , ato ou defeito de diferirdeferir - .............. atender , concederdiferir- ............. adiar, discordardegradar - ........ tornar desprezível , rebaixardegredar - ........ desterrar , exilardescrição - ....... exposiçãodiscrição - ......... reserva , modéstiadescriminar -...... inocentardiscriminar - ........distiguir , separardespensa - .......... onde se guardam mantimentosdispensa- .......... licença, ato de não precisar de destratar- .......... insultardistratar- ........... anular, rescindir contratodiscente - .......... estudantedocente - ........... professoremergir - ........... surgirimergir - ........... afundaremigrante - ........o que sai de sua pátriaimigrante - .......... o que o passa a viver em outro paíseminente - ......... elevado , excelenteiminente - ............ameaçador , o que está para acontecereminência - ........ elevação , tratamento dado aos cardeaisiminência - ..........estado do que está iminenteempoçar- ........... formar poçaempossar - ..........dar posse a espectador - ........testemunha; o que vê o espetáculoexpectador- .......esperançoso; o que tem expectativaesperto - ............ inteligente, ativo, vivoexperto - ........... perito, experimentadoespiar - ............. observarexpiar - ............. pagar a culpaespirar - ............ soprar, respirarespirrar - ............ soltar um espirro, sairexpirar - ............ expelir o ar, morrer, finalizarestrato - ............. camada social, nuvem baixaextrato - ........... recho, resumo, cópia, perfumeflagrante -.......... acalorado, evidente, ato em cuja prática a pessoa é surpreendidafragrante- ......... perfumadofúsil - ................ o que se pode fundirfuzil - ............... espingardafusível - ........... fio de fusibilidade calibradaincerto - ......... hesitante, duvidosoinserto- ............ intercaladoIncipiente - ........principiante, inicialInsiplente - ....... ignoranteIntenção - ......... desejo, propósitointensão - ......... veemência, Intensidadeintercessão - ....pedido, rogointerseção ( ou Intersecção) -............ cortemaça - ..............clavamassa- ............. pasta, aglomeraçãoMandado - ........ ordem de autoridade judicial ou administrativamandato - ......... procuração, delegaçãomoral - ............. (fem) preceitos de condutamoral - ............ ( masc.) sentimento, ânimo

Page 51: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

óptico - .......... relativo à vista ou à ópticaótico - ............ relativo ao ouvidopaço - ........... paláciopasso- ............. ato de andar, marchapleito - ............ demanda , discussãopreito - ........... sujeição, respeito, homenagemPrescrever - ......... receitar, ordenarproscrever - ........ desterrar, abolir, proibirratificar - ........... confirmar, validarretificar - ........... tornar reto, corrigirrecrear - ............ divertir recriar- ............. criar de novorevezar - ............ alternar-serevisar - ............. visar de novo, reverruço- ................. pardacento, de cabelo castanho muito clarorusso - ............ da Rússiasoar - .............. produzir som, ecoarsuar - .............. transpirarsortir - .............. abastecer, proversurtir - ............... produzir efeito, originartacha - .............. preguinho, mancha, grande tachotaxa- ................ tarifa, tributotenção - ............ resolução, plano, cantigatensão- ............. estado ou qualidade do que está esticado, estado de ânimo, agitação iminentetráfego - ............ transporte de mercadorias, grande atividadetráfico -............. .comércio, negócio, negócio indecorosovultoso - ........... volumosovultuoso - ..........com congestão da face

É indiferente usar uma das duas formas :catorze- quartozecociente - quocientecota - quotacotidiano - quotidianocotizar - quotizarmaquinaria- maquináriosóror - sororvôlei - voleibol

Pronomes de TratamentoConcordância com os Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático:

"Vossa Senhoria nomeará o substituto";

"Vossa Excelência conhece o assunto".

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:

Page 52: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

"Vossa Senhoria nomeará seu substituto" (e não "Vossa ... vosso...").

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é

"Vossa Excelência está atarefado",

"Vossa Senhoria deve estar satisfeito";

se for mulher,

"Vossa Excelência está atarefada",

"Vossa Senhoria deve estar satisfeita".

Emprego dos Pronomes de TratamentoComo visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado:

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo;

Presidente da República;

Vice-Presidente da República;

Ministros de Estado;

Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;

Oficiais-Generais das Forças Armadas;

Embaixadores;

Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;

Secretários de Estado dos Governos Estaduais;

Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo:

Deputados Federais e Senadores;

Ministro do Tribunal de Contas da União;

Deputados Estaduais e Distritais;

Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;

Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário:

Ministros dos Tribunais Superiores;

Membros de Tribunais;

Juízes;

Auditores da Justiça Militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Page 53: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,

Senhor Juiz,

Senhor Ministro,

Senhor Governador,

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

A Sua Excelência

o Senhor Fulano de Tal

Ministro de Estado da Justiça

70.064-900 - Brasília. DF

A Sua Excelência

o Senhor Senador Fulano de Tal

Senado Federal

70.165-900 - Brasília. DF

A Sua Excelência

o Senhor Fulano de Tal

Juiz de Direito da 10a Vara Cível Rua ABC, no 123

01.010-000 - São Paulo. SP

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:

Senhor Fulano de Tal,

(...)

No envelope, deve constar do endereçamento:

Ao Senhor

Fulano de Tal

Rua ABC, no 123

70.123 - Curitiba. PR

Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.

Page 54: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor,

(...)

Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:

Santíssimo Padre,

(...)

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou

Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

(...)

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.

Fechos para ComunicaçõesO fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram

regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:

Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.

Identificação do Signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:

(espaço para assinatura)

Nome

Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

(espaço para assinatura)

Nome

Page 55: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Ministro de Estado da Justiça

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

Lista de AbreviaturasA

(a), (a.) = assinado(a)

(aa), (aa.) = assinados(as)

a/c, A/C = ao(s) cuidado(s)

ad fin. ad finem, = até o fim

ad infin. ad infinitum, = até o infinito, inumeravelmente

ad init. ad initium, = no início, logo no início

ad int. ad interim, = interinamente, no ínterim

ad loc. ad locum, = ao lugar, para o lugar

add adde ou addatur, = junta, junte-se

adm. púb. = administração pública

adv.º, Advº = advogado

ap., apart.= apartamento

aprox. = aproximadamente

art., Art. = artigo

at.te = atenciosamente

aux.º = auxílio

aven., Av. = avenida

B

B.el = bacharel

B.éis = bacharéis

bibliog.= bibliografia

bibliot. = biblioteca

buroc. = burocracia

C

c/ com, = conta

cap., Cap. = capítulo, capital

caps. = capítulos

c/c = conta corrente, combinado(a)(s) com

C.C. = código civil

C.Com. = código comercial

cet. par. ceteris paribus, = sendo iguais (semelhantes, equivalentes) as outras coisas

cf. = confere, compare, confira, confronte, confronte com, verifique

Page 56: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Cia., Cia, Cia, C.ia = companhia

cif, C.I.F. cost, insurance and freight, = custo seguro e frete

cit. citação, citatus, citata, citatum, = citado, citada, citado (neutro)

citt. citati, citatae, citata, = citados, citadas, citados (neutro)

cód. águas = código de águas

cód. civ. = código civil

cód. com. = código comercial

cód. cont. = código de contabilidade

cód. pen. = código penal

cód. proc. = código de processo

cód. proc. civ. = código processual civil

cód. proc. pen. = código processual penal

cód. trab. = código do trabalho

cons.o, consel. = conselheiro

const., Const. = constituição

Cont.dor, Contor = contador

contab. = contabilidade

corresp. = correspondência

cump.to = cumprimento

cx, cx. = caixa

D

D. = dom

Da, D.a, Da. = dona

dec. = decreto

dep. = departamento

deps. = departamentos

Desemb., Des.dor, Des.or = desembargador

dir. adm. = direito administrativo

dir. ant. = direito antigo

dir. civ. = direito civil

dir. com. = direito comercial

dir. const. = direito constitucional

dir. consuet. = direito consuetudinário

dir. crim. = direito criminal

dir. fisc. = direito fiscal

dir. intern. = direito internacional

dir. pen. = direito penal

dir. pol. = direito político

dir. proc. = direito processual

Page 57: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

dir. públ. = direito público

dir. rur. = direito rural

dir. trab. = direito do trabalho, direito trabalhista

doc. = documento

docs. = documentos

Dr., D.r = doutor

Drs. = doutores

Dra., Dra, Dra, D.ra, = doutora

Dr.as = doutoras

E

ed. = edição, editado

E.D. = espera deferimento

e.g. exempli gratia, = por exemplo

E. M. = em mão, em mãos

E.M.P. = em mão própria, em mãos próprias

E. R. = espera resposta

et al. et alii, et aliae, et alia, = e outros, e outras, e outro (neutro)

etc. et cetera, = e as demais coisas

ex. exemplo(s), = em exemplo, por exemplo

Exa., Ex.a, Exa = excelência

Exma., Ex.ma = excelentíssima

Exmo., Ex.mo, Exmo = excelentíssimo

F

fol., f., fl.= folha

fols., ff., fls.= folhas

fig. = figura, figuradamente, figurado

fin. públ. finanças públicas

fisc. = fiscal

F.O.B. free on board, = livre a bordo

for. = forense, praxe forense

form. = formulário

fs. = fac-símile

fss.= fac-símiles

G

grd, gde = grande

gloss. = glossário

gov. = governador, governadoria, governo

G/P = ganhos e perdas

gráf. = gráfico

Page 58: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

H

h = hora, horas

hab. = habitante, habitantes

hipót. = hipótese

hist. contemp. = história contemporânea

hist. inst. = história das instituições

hist. mod. = história moderna

I

i.e. id est, = isto é

ib., ibid. ibidem, = no mesmo lugar

id. idem, = o mesmo

id. q. idem quod, = o mesmo que

Ilma., Ilma. = ilustríssima

Ilmo., Ilmo, Ilmo.= ilustríssimo

incog. incognito, = de forma não conhecida

índ. = índice

inf. = infra, abaixo

inform. = informação

in loc. in loco, no lugar, nesse mesmo lugar

inst., instit.= instituição, instituto

inst. pol. instituições políticas

inst. públ. = instituições públicas

itál. itálico

J

jur.= jurídico

juris, jurisp.= jurisprudência

J.z, Jz juiz

L

l = linea, linha

ll. lineae,= linhas

l., L., l.o, lo, liv. liber, = livro

lat.= latim, latinismo, latino

leg. fin. = legislação financeira

leg. soc.= legislação social

lit. litteraliter,= literalmente

l.c., loc. cit. locus citatus,= lugar citado, loco citato, = no lugar citado

loq. loquitur, = disse

L.Q. lege, quaeso, = lê ou leia, por favor

Ltda., ltda., Ltd., Lt.da, L.da = limitada

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M

m = metro, metros, minuto, minutos

mat. fin. = matemática financeira

máx.= máximo

M.D. = muito digno

memo. memorandum, = memorando

m/ = meu(s), minha(s)

min = minuto(s)

mín. = mínimo

MM., m.mo = meritíssimo

muit.mo = muitíssimo

munic. = municipal

N

n., nº, n.º, núm., Nº = número, números

n.b., N.B. nota bene,= note bem

non seq. non sequitur, = não segue

O

ob. cit. = obra citada

obg.mo, obr.mo = obrigadíssimo

obr.º = obrigado

obr. púb., Obr. Púb. = obras públicas

obs. = observa, observe, observação(ões)

of. = oficial, ofício

o m. q. = o mesmo que

op. cit. opere citato, = na obra citada,

opus citatum, = obra citada

opp. citt. opera citata, = obras citadas

op. laud. opus laudatum, = obra citada

P

p/ = para, por

pág., p. = página

págs., pp. = páginas

P.D. = pede deferimento

p.e. partes aequales, = partes iguais

P.E.F. = por especial favor

P.E.O. = por especial obséquio

p. ext. = por extensão, por extenso

pg. = pago, pagou

P.J. = pede justiça

Page 60: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

P.M. = prefeitura municipal

P.M.O. = por muito obséquio

p.m.o.m. = pouco mais ou menos

P.M.P. = por mão própria

p.p. = por procuração, próximo passado

P.P. = para protestar

P.P.S. post post scriptum, = depois do que foi escrito

pref.= prefeito, prefeitura, prefixo

pres., presid., Pres. = presidente

presid. = presidência

prev. soc. = previdência social

P.R.J. = pede recebimento e justiça

proc. = processo, processualística, procuração, procurador

proc. = dados processamento de dados

prof., Prof. = professor

profs., Profs. = professores

prof.a, Prof.ª = professora

prof.as, Prof.as = professoras

pro temp. pro tempore, = para o tempo em que for oportuno

P.S. post scriptum, = pós-escrito

pt = ponto

pts. = pontos

public.= publicação, publicidade

Q

q.e.d. quod erat demonstrandum, = o que se queria demonstrar

q.v. = queira ver, quod vide, veja isso

R

R. = rua

ref. = referência, referente

Rem.te = remetente

R.S.V.P. répondez, s'il vous plait, = respondei, por favor

S

s = segundo, segundos

S.A.= sociedade anônima

S.A.R.L. = sociedade anônima de responsabilidade limitada

s.d. = sem data, sine die

s.e.o., S.E.O.= salvo erro ou omissão

S. Exa., S. Ex.a = sua excelência

S. Ex.as, SS. Ex.as = suas excelências

Page 61: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

S. Ilma., S. Il.ma = sua ilustríssima

S. Il.mas, SS. Il.mas = suas ilustríssimas

s.m.j., S.M.J. = salvo melhor juízo

Sr. = senhor

Srs. = senhores

Sra., Sr.a = senhora

Sras., Sr.as = senhoras

Sr.ta = senhorita

Sr.tas = senhoritas

S.S.a = sua senhoria

S.S.as, SS.SS. = suas senhorias

sup.e s = uplicante

S.V.P. s'il vous plait, = por favor

T

tel., telef. = telefone

trib. = tribunal, tributário, tributos

U

u. e c. = usos e costumes

V

v., V. veja, vejam, veja-se

V. Exa., V. Ex.a = vossa excelência

V. Ex.as, VV. Ex.as = vossas excelências

V. Exma., V. Ex.ma = vossa excelentíssima

VV. Ex.mas = vossas excelentíssimas

v.g. verbi gratia, = por amor da palavra, por exemplo

V. Ilma., V. Il.ma = vossa illustríssima

VV. Il.mas = vossas ilustríssimas

vol. = volume

vols. = volumes

V.Sa., V.S., V. S.a = vossa senhoria

V. Sas., V. S.as, VV. SS. = vossas senhorias

V. Sa. Ilma., V. S.a Il.ma, V.S. Ilma = vossa senhoria ilustríssima

V. S.as Il.mas, VV. SS. Il.mas = vossas senhorias ilustríssimas

X

X.P.T.O. = excelente, magnífico, sem par

ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE ARQUIVOS

Page 62: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA

Arquivo é o instrumento principal para servir de controle à ação

administrativa de qualquer instituição, empresa, pública ou privada. É, por assim

dizer, um "Centro Ativo de Informações". Abriga os documentos resultantes de

uma atividade, os quais são conservados como comprovantes.

O arquivo deve adaptar-se à empresa ou instituição obedecendo a um plano

racional e técnicamente orientado. Arquivos organizados, sem orientação técnica

se transformam em verdadeiros depósitos de documentos.

O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita repetições

desnecessárias de experiências, diminui a duplicidade de trabalho, revela o que

está para ser feito, o que já foi feito e o resultado obtido. Constitui fonte de

pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o administrador na

tomada de decisões.

CLASSIFICAÇÃO

Segundo:

O Estágio de sua Evolução em :

CORRENTES - Guarda todos os documentos de consulta frequênte, cotidiana;

INTERMEDIÁRIOS - Guarda todos os documentos de menor frequência de

consulta.

PERMANENTES - Guarda todos os documentos a que se atribui valor histórico.

A Agência Criadora em :

Públicos, Privados, Institucionais e Comerciais.

Conteúdo da Documentação em :

Page 63: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Administrativos ou Técnicos.

Acesso em :

Abertos ou Restritos (Sigilosos)

EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

Pastas Convencionais:

PASTAS REGISTRADORAS - "A" a "Z" - são confeccionadas em papel forte, de

grande durabilidade, possui um lombo largo com dois orifícios próximos às

extremidades, providas internamente de um gancho de metal ou plástico, que se

mantém fechado por força de mola de pressão.

PASTAS SANFONADAS - também chamadas de "Follow-Up" confeccionadas

em papel cartão mais flexível e revestida com percalina. Possui uma tampa e um

amarrio ao meio e divisões em ordem alfabética e/ou numérica de 01 à 31.

PASTAS SUSPENSAS - confeccionadas em papel cartão forte e possuem em

ambas as partes uma barra que poderá ser metálica ou de plástico, com dois

encaixes nas extremidades e que ficam apoiadas no suporte do fichário ou

arquivo, permitindo o seu deslizamento.

GUIA - retângulo de cartão forte que serve para separar as partes ou seções dos

arquivos ou fichários reunindo em grupos as respectivas pastas ou fichas.

GUIA-FORA - folha de papel cartão ou cartolina, colocada no lugar de um

documento retirado.

Page 64: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

PROJEÇÃO - saliência na parte superior da guia ou pasta que recebe as

notações determinadas pelo método escolhido.

TIRAS DE INSERÇÃO - tiras de papel gomado ou de cartolina, picotadas, onde

são escritas as notações e inseridas nas projeções das partes ou das guias.

NOTAÇÃO - inscrição feita na projeção, podendo ser alfabética, numérica ou

alfanumérica . A notação pode ser aberta ou fechada. Simples ou Composta. A

aberta quando indica somente o início da seção e fechada quando indica o início

e o fim.

REFERÊNCIA CRUZADA OU REMISSIVA - indicação de um documento em

dois ou mais lugares.

De acôrdo com o modo de guardar os documentos podemos classificar os

arquivos em HORIZONTAIS E VERTICAIS. Como o nome indica, os Horizontais

guardam horizontalmente, dispostos uns sobre os outros, sendo que a margem

inferior recebe a notação e os Verticais, verticalmente.

Os arquivos Verticais podem ser: frontal e lateral. No frontal os documentos são

dispostos uns atrás dos outros, com a frente voltada para o arquivista, ou seja, a

projeção. No lateral, os documentos são dispostos uns ao lado dos outros, com a

parte lateral voltada para o arquivista.

Resumindo, podemos dizer que a escolha do móvel, atentaremos à aparência, à

resistência, à capacidade de expansão, à conveniência do serviço e à economia

do espaço, enfim a funcionalidade e racionalidade.

SISTEMAS DE ARQUIVOS

DIRETO- é aquele em que a recuperação da informação é feita diretamente ao

arquivo onde ela está armazenada.

INDIRETO - é o que depende de um indice ou código para localizar a informação.

SEMI INDIRETO- é onde pode ou não haver necessidades de uso de um índice.

MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO

A natureza dos documentos e a estrutura da entidade são as determinantes do

método de arquivamento. Estes podem ser divididos em dois grupos: Básicos e

Padronizados.

Page 65: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

MÉTODOS BÁSICOS

Método Alfabético - É um método direto, onde as fichas ou pastas são dispostas

em ordem alfabética rigorosa, separadas por guias. As notações nestas guias

podem ser abertas ou fechadas.

É aberta uma pasta para cada correspondência efetiva e,dentro desta, os

documentos são organizados em ordem cronológica. Para os correspondentes

eventuais devem ser preparadas as pastas miscelâneas, uma para cada letra,

podendo ser arquivadas antes ou depois das pastas individuais. Na projeção

desta pasta aparece o símbolo "M", seguido da letra de sua divisão. Dentro da

pasta miscelânea a ordem alfabética deve ser rigorosamente mantida, assim

como a ordem cronológica, dentro da alfabética.

REGRAS DE ALFABETIZAÇÃO

Para efeitos de arquivo, deve ser usado o alfabeto de 26 letras, em função das

muitas palavras em nomes estrangeiros que circulam em nosso país.

As regras de alfabetização podem ser alteradas, desde que sejam sempre

seguidos os mesmos critérios e feitas as remissivas necessárias para evitar

dúvidas futuras.

Tato o critério letra por letra quanto o de palavra por palavra podem ser adotados

para ordenação dos ítens, sendo que a escolha de um deles implica na completa

exclusão de outro.

Exemplo :

letra por letra palavra por palavra

Nova Friburgo Nova Friburgo

Novais, Ademir Alves Nova York

Nova York Novais, Ademir Alves

a) nos nomes individuais, é considerado primeiramente o último nome e depois o

prenome . quando houver nomes iguais, prevalece a ordem alfabética do

prenome.

Exemplos : Joquim Oliveira , Aníbal Barbosa.

Barbosa, Aníbal Oliveira, Joaquim

b) os nomes representados por letras devem preceder os de iniciais iguais,

escritos por extenso.

Page 66: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Exemplos : M.E.S., Marília Saraiva.

S., M.E.

Saraiva , Marília

c) as partículas D', Da, de, Del, Des, Di, Du, La, Le, Les, Mac, Mmc, O', Van,

Vanden, Van der, Von, Vonder, se escritas com letras maiúsculas, são

consideradas como parte integrante do nome. Porém, quando escritas com letras

minúsculas não devem ser consideradas.

Exemplos : Carlos de Oliveira , George O'Brien, Henrique Du Pont.

Du Pont, Henrique - O'Brien, George - Oliveira, Carlos de

d) os nomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen

não são separados .

Exemplos : Sérgio Castelo Branco, Ester Vila Lobos.

Castelo Branco, Sergio - Vila Lobos , Ester

e) os nomes com Santa, Santo e São seguem a regra dos formados por um

adjetivo e um substantivo.

Exemplos : Walter Santa Rita , Bonifácio São Tiago.

Santa Rita, Walter - São Tiago, Bonifácio

f) os nomes orientais, japoneses, chineses, árabes, etc..., são registrados como

aparecem.

Exemplos : Al Ben Hur, Li Yutang.

Al Ben Hur - Li Yutang

g) os nomes que exprimem o grau de parentesco, abreviados ou não, como

Filho, Junior, Neto, Sobrinho, são considerados parte integrante do último nome,

mas não são considerados na ordenação alfabética.

Exemplos: Alcides Freitas Junior, Henrique Vasconcellos Sobrinho.

Freitas Junior, Alcides ou Freitas, Alcides (Junior)

Vasconcellos Sobrinho, Henrique ou Vasconcellos, Henrique (Sobrinho)

h) os títulos honoríficos, pronomes de tratamentos e artigos são colocados

entre parênteses, depois do nome.

Exemplos : O Estado de São Paulo, Dr. Antonio Eduardo Pinto,

Page 67: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

General Paulo Araújo, Professor Adoaldo Mesquita.

Araújo, Paulo (General) - Mesquita, Adoaldo (Professor)

Estado de São Paulo (O) - Pinto, Eduardo Antonio (Dr)

i) os nomes ligados por apóstrofo devem ser lidos como uma só palavra.

Exemplos : Armindo Sant'Anna deve ser lido "Santanna".

j) os sinais gráficos como crase, til, cedilha, etc, não são considerados.

Exemplos : Campanha, Clodoaldo - Campanha, Raul

k) os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo nome que corresponde

ao da família do pai.

Exemplos : Carlos de Ovideo Y. Baños, Juan Gonzales Rodrigues

Gonzales Rodrigues, Juan - Ovideo Y. Baños, Carlos de

l) as empresas devem ser consideradas conforme se apresentam.

Exemplos :

Alvaro Costa & Cia - Baarbosa Lessa Ltda - Casas Bahia

m) as expressões muito comuns no comércio como Sociedade, Companhia,

Associação, etc, devem, ser consideradas na alfabetação.

Exemplos :

Associação Paulista de Medicina

Companhia Vale do Rio Doce

n) os nomes das empresas ou instituições que usam siglas, com ou sem ponto

entre as letras, devem ser alfabetados como se o conjunto de letras que formam

as siglas representassem uma palavra

Exemplos :

DASP, D.N.A.E.E, são arquivadas como Dasp e Dnaee.

o) a correspondência oriunda da seção, divisão, departamento, etc, de uma

empresa ou instituição deve ser arquivada pelo nome da empresa ou instituição e

não pela seção, divisão, departamento, etc.

p) as diversas filiais de determinada empresa são alfabetadas pelo nome da

empresa, seguido dos Estados em que se encontram as filiais e, finalmente, dos

Page 68: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

nomes das cidades e ainda, se estiverem localizadas na mesma cidade, são

colocados seus endereços.

Exemplos : Comercial Silva, Pernambuco, Recife

Comercial Silva, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Andradas 123

Comercial Silva, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, José Bonifácio,456

Comercial Silva, São paulo, campinas

q) os nomes de instituições ou orgãos governamentais, em português são

considerados como se apresentam.

Exemplos :

Banco Central do Brasil

Fundação Getulio Vargas

r) os nomes de instituições ou orgãos governamentais de países estrageiros

devem ser precedidos pelo nome do país.

Exemplos :

Estados Unidos - Army Medical Corps

s) nos títulos de Congressos, Conferências, Reuniões, Assembléias, etc, os

números arábicos, romanos ou escritos por extenso devem aparecer, entre

parênteses, no final.

Exemplos:

Congresso de Arquivologia (II)

MÉTODO GEOGRÁFICO

É o sistema direto preferido quando o principal elemento a ser considerado em

um documento é a procedência. As ordenações geográficas mais usadas são :

a) nome do Estado, Cidade e correspondente.

Exemplo:

Rio Grande do Sul - Palmares - Silvia, J.

Quando o arquivo é organizado por Estados, as capitais devem anteceder às

outras cidades, independendo da ordem alfabética .

Exemplos :

Rio Grande do Sul - Porto Alegre...

Rio Grande do Sul - Caxias do Sul...

Rio Grande do Sul - Palmares

Page 69: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

b) nome da Cidade, Estado e correspondente.

Exemplo :

Palmares - Rio Grande do Sul - Silvia, J.

Neste caso deve ser obedecido a ordem alfabética das cidades, incluindo as

capitais, rigidamente. É imprescindível que sejam colocados os nomes dos

Estados em segundo lugar, porque há cidades com o mesmo nome em diferentes

Estados.

c) quando for correspondência vinda do estrangeiro, o nome do País

aparece em primeiro lugar, seguido da cidade e correspondente.

Exemplo :

Estados Unidos - Los Angeles - George Segall

MÉTODO NUMÉRICO

É sempre indireto, havendo necessidade do uso de um índice alfabético. Tem

como vantagem - sigilo e a menor possibilidade de erros por ser mais fácil lidar

com números do que com letras. Pode ser simples ou cronológico.

MÉTODO NUMÉRICO SIMPLES

Neste método é atribuido um número a cada correspondente efetivo.

Além de um índice alfabético é feito um registro ( tombo ), em livro ou ficha, das

pastas ocupadas, para evitar que sejam abertas duas ou mais pastas com o

mesmo número.

É aconselhável que este registro seja feito em fichas pois, além de oferecer maior

elasticidade, permitindo fazer observações a respeito de cada correspondente.

É marcado em cada novo documento, em ordem crescente, em sua margem

superior, o número da respectiva pasta e, separado por um traço, o número que

este documento deve receber dentro da pasta, por ordem de entrada, facilitando o

rearquivamento e evitando o extravio.

Os correspondentes eventuais tem a sua correspondência arquivada nas pastas

miscelâneas, que devem conter no máximo dez correspondentes. Podem ser

usados dois tipos de notação:

M-1, M-2 ou M1 - 10, M11 - 20, etc.

As fichas do índice alfabético e as de registro numérico contém as mesmas

informações:

- nome e endereço do correspondente e número que recebeu a pasta a ser

arquivada.

Page 70: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

No método numérico simples, não havendo mais interêsse por um determinado

correspondente é possível dar baixa a esse número, aproveitando-o para outro

cliente.

Neste caso é feita uma anotação, nos índices, com a data em que se deu este fato

e a quem foi cedido o número.

Exemplos de Método Numérico Simples :

- Campos, Alex - 1

- Bartolomeu, Carlos - 2

MÉTODO NUMÉRICO CRONOLÓGICO

Neste variante do numérico, além da ordem, é observada a data. Além do índice

alfabético, existem os índices de procedência e de assunto. Neste método,

quando é anulado um registro, o número só é aproveitado por outro documento

com a mesma data.

MÉTODO POR ASSUNTO

É um dos métodos mais difíceis de arquivamento pois, consiste em agrupar os

documentos por assunto, apresenta dificuldades na escolha do melhor têrmo ou

expressão que defina o conteúdo das informações. Podem ser Alfabético,

Numérico, etc.

ALFABÉTICO

- em ordem dicionária, quando os assuntos isolados são dispostos

alfabeticamente, sendo obedecida somente a sequência das letras.

Exemplos: Impostos

Material de Consumo

Pessoal, etc...

As projeções podem ser assim divididas: guias principais em 1ª posição - guias

secundárias em 2ª posição - e finalmente, em 3ª e 4ª posições, as projeções das

pastas.

- em ordem enciclopédia, quando os assuntos correlatos, agrupados sob um

título geral, são dispostos alfabeticamente.

Exemplo :

Page 71: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Imóveis

Casas

Sítios

Terrenos

Loteamentos

Vendas, etc...

MÉTODO ALFABÉTICO NUMÉRICO

Este método não pertence nem a classe dos métodos básicos e nem a dos

padronizados. É considerado semi-indireto. É conhecido também pelos nomes de

Numeralfa e Alfanumérico. Consiste no uso de números agindo

concomitantemente com a ordenação alfabética dos documentos pelo nome.

É feito um planejamento prévio das divisões do alfabeto e, a seguir, a numeração,

em ordem crescente, de cada divisão. Sua desvantagem está exatamente nesta

determinação prévia do número de divisões e, para isso, deve ser feito um estudo

pormenorizado sobre o grau de incidência de nomes, por letra.

Exemplo :

Aa ...... A1 = 1 Am ...... Az = 2

Ba ...... B1 = 3 Bm ....... Bz = 4

Ca ...... C1 = 5 Cm ....... Cz = 6 e assim sucessivamente

até a letra Z.

São usadas notações fechadas, pois uma vêz numeradas as divisões não é mais

possível ampliá-las, a não ser que todos os documentos sejam renumerados.

As projeções das guias devem estar em primeira e segunda posições,

alternadamente, ficando todas as guias impares em primeira posição e as pares

em segunda posição. Em terceira posição aparecem as pastas em cujas

projeções são escritos os nomes dos correspondentes ou assuntos precedidos

dos números das divisões a que pertencem.

Estas pastas são colocadas em rigorosa ordem alfabética dentro de suas

divisões.

Em quarta posição aparecem as guias-fora e miscelânea.

CRITÉRIOS E CUIDADOS NO ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS

Page 72: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Recomenda-se aos que trabalham com arquivos observar os seguintes passos ao

arquivarem documentos que contribuirão decisivamente para que as informações

solicitadas posteriormente sejam localizadas e entregues com eficiência.

01) VERIFICAÇÃO INICIAL :

Consiste na verificação de cada documento quanto ao seu destino, pois este

pode chegar à seção de Arquivo por diversos motivos :

a) para arquivamento;

b) para solicitar uma informação;

c) para verificar a existência de antecedentes, ser anexado a outro, etc.

d) em obediência a uma rotina.

É importante que a pessoa que arquiva os documentos, regularmente, ao fazer

essa inspeção, verifique se os documentos possuem autorização para serem

arquivados (Ok, arquive-se). Aqueles que não apresentarem a autorização não

poderão ser arquivados, devendo retornar ao setor de origem. Nessa inspeção

também será verificadose os documentos possuem anexos e se esses estão no

documento.

02) LEITURA:

Cada documento deve ser lido cuidadosamente afim de verificar o seu conteúdo e

sob que notação deverá ser arquivado.

03) SELEÇÃO:

Selecionar o material que será realmente arquivado daquele que poderá ser

descartado.

A manutenção de um arquivo é dispendiosa e ocupa muito espaço. Portanto esse

trabalho de seleção requer conhecimento, critério e cuidado para não deixar de

arquivar o que é necessário, nem entulhar o arquivo de papéis desnecessários.

O selecionador deve conhecer as exigências que determinam a conservação de

documentos, tanto por lei como por necessidade de serviço.

04) REGISTROS:

Page 73: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Registrar diariamente, em um livro, os documentos que dão entrada no arquivo,

possibilitando, assim estabelecer uma estatística diária de arquivamentos

efetuados.

Marcar data e hora de entrada de documento no arquivo a fim de anular todas as

possíveis controvérsias sobre a chegada do mesmo no arquivo.

05) CLASSIFICAÇÃO:

Determinar como será arquivado o documento, de acôrdo com o método adotado

pela organização . Deve-se então sublinhar em cada documento a palavra ( ou

palavras) que determinou a sua classificação e preparar, quando o método assim

o exigir, os índices necessários à recuperação do documento.

06) CODIFICAÇÃO:

É a colocação no alto do documento, à direita, de símbolos (letras ou númros) de

acôrdo com a classificação e o método de arquivamento adotados.

Existem documentos que tratam de dois assuntos ao mesmo tempo, ou se

referem a mais de uma pessoa. Nesse caso codifica-se o documento de acôrdo

com o nome principal (se for arquivo de nome), ou com o assuntoque mais

interessar a organização (se for arquivo de assunto) e faz-se uma ficha de

referência para o segundo nome ou assunto.

Essas fichas serão guardadas na pasta a que se refere a sua codificação. Outra

solução será tirar cópias dos documentos.

07) ORDENAÇÃO:

É a separação e agrupamento de um conjunto de documentos, de acôrdo com a

codificação dada. A ordenação tem por objetivos:

a) acelerar o arquivamento;

b) diminuir o número de erros de arquivamento.

Os documentos deverão estar em perfeita ordem antes de serem arquivados.

Desta forma, aqueles referentes a uma mesma pessoa ou um mesmo assunto

estarão todos juntos.

a) o arquivamento é feito de uma só vêz;

b) cada pasta será aberta apenas uma vêz;

c) o movimento é feito em uma só direção;

d) o trabalho é racionalizado;

Page 74: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

0 os erros de arquivamento são reduzidos.

08) ARQUIVAMENTO:

Guardar os documentos nas respectivas pastas e estas, por sua vêz, no arquivo,

de acôrdo com o método de classificação.

09) RETIRADA E CONTROLE:

Essa operação ocorre quando se retira um documento ou uma pasta para

empréstimo aos usuários, bem como para prestar informações. Nessa fase, é de

grande importância a aplicação de controles específicos de empréstimo,

assegurando, a perfeita movimentação dos documentos do arquivo.

10) VERIFICAÇÃO FINAL:

Periódicamente, deve ser feita uma verificação total nos arquivos para correção

de possíveis falhas de arquivamento ou rearquivamento.

Para que os arquivos se mantenham sempre em ordem e com bom desempenho é

necessário que sigam as seguintes normas:

a) Colocar os papéis nas pastas, apoiando na margem esquerda, com o

timbre do papel voltado para a frente e para a esquerda.

b) Os documentos rasgados ou dilacerados devem ser consertados com fita

adesiva transparente própria antes de arquivados.

c) Não deixar acumular documentos. Arquivá-los diariamente.

d) Não deixe documentos espalhados sobre os arquivos ou engavetados.

e) Fechar as gavetas imediatamente após o uso.

f) Utilizar os lados das guias para dar busca nas pastas e nunca pelas

projeções.

g) Não abarrotar as gavetas ou pastas evitando assim inúmeros erros perda de

tempo, dilaceramento de documentos, além de obter mais flexibilidade.

h) Ao se tornar responsável por um arquivo já organizado, NÃO FAÇA

MODIFICAÇÕES IMEDIATAS, estude-o primeiro.

Page 75: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

i) Redija uma nota explicando o funcionamento e organização de seu arquivo,

estabelecendo regras e normas para sua utilização, distribuindo-as entre as

pessoas que o utilizam.

j) Manter os arquivos absolutamente limpos (dentro e fora), não permitindo a

presença de nenhum outro elemento além da documentação.

Relações Humanas As Relações Humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatosentre pessoas e grupos. Os indivíduos dentro da organização participam degrupos sociais e mantêm-se uma constante interação social. Relações Humanassão as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos.Cada indivíduo é uma personalidade diferenciada que influi no comportamento eatitudes uns dos outros com quem mantém contatos. É exatamente a compreensão da natureza dessas relações humanas que permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados.

"Onde houver duas pessoas, com certeza teremos um relacionamento".

Diante do crescimento demográfico, mobilidade espacial de indivíduos e de grupos, multiplicabilidade de aspectos da vida moderna, número elevado de instituições e de grupos aos quais pertencemos (às vezes até mesmo involuntariamente), contatos rápidos e superficiais que necessitamos manter com diferentes pessoas de classes sociais, além de outros fatores, vieram alertar os psicólogos, administradores, educadores e demais profissionais, quanto à importância do estudo das relações humanas.

Não é surpresa para ninguém que as pessoas diferem umas das outras, não havendo dois seres iguais no mundo. O homem sempre teve consciência das suas características individuais, das suas necessidades diferenciadas. Vejamos o exemplo de dois irmãos que foram gerados por pais de uma única família, tiveram a mesma criação, a mesma educação social e moral, mas desde pequenos demonstram características diferentes no comportamento no caráter moral e social.

Então façamos as perguntas:

"Por que os indivíduos diferem entre si? Quais são os fatores que produzem variações comportamentais?"

Essas perguntas estimulam longas discussões. Além de sua importância teórica, o problema da causa das diferenças individuais tem significado prático de longo alcance em muitos campos. Entender o que impulsiona o indivíduo para estabelecer seus contatos, bem como as formas de comportamento adotados em uma ou outra situação são temas que, entre outros, vãos servir de subsídio para um relacionamento interpessoal rico e produtivo.

Sendo assim, qualquer atividade destinada a melhorar o desenvolvimento das relações entre as pessoas precisa basear-se na compreensão dos aspectos que influenciam o total desenvolvimento. Observar com atenção os fatores que caracterizam uma relação harmoniosa entre as pessoas é saber respeitar cada indivíduo com suas características e peculiaridades.

Não é fácil aceitar às vezes nem mesmo as nossas próprias atitudes, então precisamos aprender que, se quisermos nos relacionar adequadamente com outro indivíduo, precisamos nos relacionar bem primeiro com nós mesmos, vencendo nossos obstáculos internos (medos, desconfiança, insegurança, etc).

Page 76: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Como lido no início, "Onde há duas pessoas, há um relacionamento", e assim sendo, com certeza estaremos falando em conflitos de crenças, costumes, gostos, educação, etc., pois relacionamentos são repletos de 'surpresas', que distinguem um indivíduo do outro.

Se abordarmos as relações humanas num contexto mais profundo, perceberemos que as nossas começam quando ainda estamos no útero de nossas mães. O primeiro contato, a primeira sensação de segurança, vem deste íntimo uterino, quando estamos sendo gerados. Infelizmente não nos lembramos das palavras carinhosas e nem dos afagos, mas essas primeiras informações nos são registradas no sótão do nosso sub-incosnciente, e desta fase surgem as nossas primeiras características como indivíduo.

Escola de Relações Humanas

Devido a crise de 1929, os estudiosos das empresas começaram a pensar no fator humano em relação ao trabalho, bem como as teorias até então lançadas, que precisavam de uma certa reformulação. Para alcançar uma maior eficiência nas empresas, reconsiderou-se vários elementos das relações e aspirações do fator humano na organização. A humanização dos conceitos administrativos mostrou-se mais viável às novas circunstâncias.

As origens da Teoria das Relações Humanas

1. Necessidade de se humanizar e democratizar a Administração - libertando-o dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica;

2. O desenvolvimento das ciências humanas - crescente influência intelectual e suas primeiras aplicações à organização industrial;

3. As idéias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin - foram fundamentais para o humanismo da administração;

4. As conclusões das experiências de Hawthorne - entre 1927 e 1932, sob coordenação de Elton Mayo, que puseram em xeque os principais postulados da Teoria Clássica.

A Experiência de Hawthorne

Em 1927 iniciou-se uma experiência em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne, cuja finalidade era determinar a relação entre a intensidade de iluminação e a eficiência dos operários, medidas por meio da produção.

Devido a Teoria das Relações Humanas passou-se a estudar a influência da motivação no comportamento das pessoas e a compreensão da motivação exige o conhecimento das necessidades humanas. A motivação refere-se ao comportamento que é causado por necessidades dentro do indivíduo e que é voltado na direção dos objetivos que podem satisfazer suas necessidades. Foram identificados três estágios de motivação:

- Necessidades fisiológicas;- Necessidades psicológicas, e- Necessidades de auto-realização.

A mensagem é clara, pode-se motivar uma pessoa quando se sabe o que ela necessita e quando uma necessidade de um determinado nível é satisfeita passa-se para o próximo nível na hierarquia.

Na época, valorizava o bem-estar dos operários, mantendo salários satisfatórios e boas condições de trabalho. A empresa não estava interessada em aumentar a produção, mas em conhecer melhor seus empregados.

1. Primeira Fase da Experiência de Hawthorne

Page 77: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Para analisar o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários, foram escolhidos dois grupos que faziam o mesmo trabalho e em condições idênticas: um grupo de observação trabalhava sobre intensidade de luz variável, enquanto o grupo de controle tinha intensidade constante. Os operários se julgavam na obrigação de produzir mais quando a intensidade de iluminação aumentava e, o contrário, quando diminuía. Comprovou-se a preponderância do fator psicológico sobre o fator fisiológico: a eficiência dos operários é afetada por condições psicológicas.

2. Segunda Fase da Experiência de Hawthorne

Começou em 1927. Foi criado um grupo de observação: cinco moças montavam os relés, enquanto uma sexta fornecia as peças para abastecer o trabalho. A sala de provas era separada do departamento (onde estava o grupo de controle) por uma divisão de madeira. O equipamento de trabalho era idêntico ao utilizado no departamento, apenas incluindo um contador de peças que marcava a produção. A produção foi o índice de comparação entre o grupo sujeito a mudanças e o grupo controle.

A pesquisa foi dividida em 12 períodos.

1° período: Durou duas semanas. Foi estabelecida a capacidade produtiva em condições normais de trabalho (2.400 unidades semanais por moça) que passou a ser comparada com os demais períodos.

2° período: cinco semanas. O grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo-se as condições e o horário de trabalho normais e medindo-se o ritmo de produção. Serviu para verificar o efeito da mudança de local de trabalho.

3° período: Modificou-se o sistema de pagamento. No grupo de controle havia o pagamento por tarefas em grupo. Os grupos eram numerosos (mais de cem moças), as variações de produção de cada moça eram diluídas na produção e não refletiam no salário individual. Separou-se o pagamento do grupo experimental e, como ele era pequeno, os esforços individuais repercutiam diretamente no salário. Esse período durou oito semanas. Verificou-se aumento de produção.

4° período: Início da introdução de mudanças no trabalho: um intervalo de cinco minutos de descanso no período da manhã e outro igual no período da tarde. Verificou-se novo aumento na produção.

5° período: Os intervalos de descanso foram aumentados para dez min. - novo aumento de produção.

6° período: Introduziu-se três intervalos de cinco minutos na manhã e três à tarde. A produção não aumentou e houve quebra no ritmo de trabalho.

7° período: Voltou-se a dois intervalos de dez minutos, em cada período, servindo-se um lanche leve. A produção aumentou novamente.

8° período: O grupo experimental passou a trabalhar até às 16h30min e não até às 17 horas, como o grupo de controle. Houve acentuado aumento na produção.

9° período: O grupo passou a trabalhar até às 16 horas. A produção permaneceu estacionária.

10° período: O grupo experimental voltou a trabalhar até às 17 horas. A produção aumentou muito.

11° período: Estabeleceu-se a semana de cinco dias, com sábado livre. A produção diária do grupo experimental continuou a subir.

12° período: Voltou-se às mesmas condições do 3° período, tirando-se todos os benefícios dados, com a aceitação das moças. Esse período durou 12 semanas. Inesperadamente a produção atingiu um índice jamais alcançado anteriormente (3.000 unidades semanais por moça).

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Conclusão:

As moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque era divertido e a supervisão branda (ao contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem) permitia trabalhar com liberdade e menor ansiedade;

Havia um ambiente amistoso e sem pressões, na qual a conversa era permitida, o que aumentava a satisfação no trabalho;

Não havia temor ao supervisor, pois este funcionava como orientador;

Houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e tornaram-se uma equipe;

O grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, embora fosse solicitado trabalhar normalmente.

3. Terceira Fase da Experiência de Hawthorne

Os pesquisadores, fixados no estudo das relações humanas no trabalho, verificaram que, no grupo de controle, as moças consideravam humilhante e constrangedora a supervisão vigilante.

Assim, em 1928 iniciou-se o Programa de Entrevistas (Interviewing Program) com os empregados para conhecer suas atitudes e sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e tratamento que recebiam, bem como ouvir sugestões a respeito do treinamento dos supervisores. O programa obteve sucesso. Foi, então, criada a Divisão de Pesquisas Industriais para ampliar o Programa de Entrevistas. Entre 1928 e 1930 foram entrevistados cerca de 21.126 empregados. Em 1931 adotou-se a técnica da entrevista não diretiva, onde o operário pode falar livremente, sem que o entrevistador desvie o assunto ou tente impor um roteiro prévio.

O Programa de Entrevista revelou a existência da Organização Informal dos Operários a fim de se protegerem das ameaças da Administração. Nela, os operários se mantêm unidos por de laços de lealdade.

4. Quarta Fase da Experiência de Hawthorne

Para analisar a relação entre a Organização Informal dos Operários e a Organização Formal da Fábrica, foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma sala especial com condições de trabalho idênticas às do departamento. Um observador na sala e um entrevistador fora entrevistando o grupo.

Sistema de pagamento baseado na produção do grupo. O salário só poderia ser maior se a produção total aumentasse. O observador pôde notar que os operários dentro da sala usavam uma porção de artimanhas - logo que os operários montavam o que julgavam ser a sua produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Os operários passaram a apresentar certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal. O grupo desenvolveu métodos para assegurar suas atitudes pressionando os mais rápidos para estabilizarem sua produção por meio de punições simbólicas.

5. Conclusões da Experiência de Hawthorne

a) Nível de Produção Resultante da Integração Social

O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais e expectativas grupais. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo

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estabelecido. Quanto maior a integração social do grupo, maior a disposição para trabalhar.

b) Comportamento Social dos Empregados

Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. Portanto, a administração não pode tratar os empregados um a um, mas sim como membros de grupos e sujeitos às influências sociais desses grupos. A Teoria das Relações Humanas contrapõe o comportamento social do empregado ao comportamento do tipo máquina da Teoria Clássica.

c) Recompensas e Sanções Sociais

Os precursores da Administração Científica, baseados no conceito de hommo economicus, pelo qual o homem é motivado e incentivado por estímulos salariais, elaboravam planos de incentivo salarial, para elevar a eficiência e baixar os custos operacionais. Para a Teoria das Relações Humanas, a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador. Para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades dos grupos sociais nos quais convivem. Daí o conceito de homem social.

d) Grupos Informais

Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, princípios gerais de Administração, departamentalização etc., os autores humanistas se concentravam nos aspectos informais da organização como grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc. A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de grupos sociais informais. Esses definem suas regras de comportamento, formas de recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento.

e) Relações Humanas

As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia.

f) Importância do Conteúdo do Cargo

A especialização não é a maneira mais eficiente de divisão de trabalho.Trabalhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e eficiência.

g) Ênfase nos Aspectos Emocionais

Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas. Daí a denominação de sociólogos da organização aos autores humanistas.

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Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas

Trata a organização como máquina Trata a organização como grupos de

pessoas

Enfatiza as tarefas ou a tecnologia Enfatiza as pessoas Inspirada em sistemas de

engenharia Inspirada em sistemas de psicologia

Autoridade centralizada Delegação de autoridade

Linhas claras de autoridade Autonomia do empregado Especialização e competência

técnica Confiança e abertura

Acentuada divisão do trabalho Ênfase nas relações entre as pessoas Confiança nas regras e nos

regulamentos Confiança nas pessoas

Com a abordagem humanística, a Teoria Administrativa passa por uma revolução conceitual: a ênfase antes colocada na tarefa (Administração Científica) e na estrutura organizacional (Teoria Clássica) para ênfase nas pessoas que trabalham e participam da organização.

Surgiu graças ao desenvolvimento das ciências sociais, principalmente com o aparecimento da Teoria das Relações Humanas principalmente a Psicologia e, em particular a Psicologia do Trabalho.

Devido à crise de 1929, os estudiosos das empresas começaram a pensar no fator humano em relação ao trabalho, bem como as teorias até então lançadas, que precisavam de uma certa reformulação. Para alcançar uma maior eficiência nas empresas, reconsiderou-se vários elementos das relações e aspirações do fator humano na organização. A humanização dos conceitos administrativos mostrou-se mais viável às novas circunstâncias.

A Teoria das Relações Humanas foi desenvolvida principalmente por cientistas sociais entre eles George Elton Mayo, considerado o fundador da escola graças às conclusões obtidas na Experiência de Hawthorne, sendo um movimento de oposição a Teoria Clássica.

Pressupostos da Abordagem Humanística

As pesquisas de Elton Mayo deram início a uma nova abordagem com relação a resolução de problema administrativos, centrado no processo de motivação do indivíduo para alcançar as metas da organização. Alguns pressupostos foram então lançados:

Integração e comportamento social - Mesmo com ótimas condições físicas de trabalho, o indivíduo socialmente desajustado não será eficiente. Logo, aspectos sociais, psicológicos e emocionais são mais importantes que os técnicos. A integração grupal é primordial para o sucesso do indivíduo. A administração que procura eficiência e mais produtividade deve tentar conciliar seus objetivos com os dos funcionários.

Participação nas decisões - É fundamental a participação de cada indivíduo no processo de decisão. Ele é um ser pensante, deve estar sujeito a um certo controle de alcance de metas mas não ao ponto de influenciá-lo em seu modo de trabalho. A participação estimula a iniciativa dos funcionários e aumenta a produtividade empresarial.

Homem social - O comportamento dos funcionários está condicionado tanto aos aspectos biológicos quanto as regras e padrões sociais. De acordo com a motivação psicológica empregada, a recompensa monetária passa a ser supérfula. Reconhecimento, aprovação social e participação são fundamentais.

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Conteúdo de trabalho - Trabalhos entediantes prejudicam o rendimento e a produção do indivíduo. As tarefas devem ser interessantes fazendo com que seu executor desenvolva interesse na produtividade e qualidade.

Contribuições na Abordagem Humanística

Oliver Sheldon

Apresentou em 1923 uma filosofia de administração enfatizando as responsabilidades sociais da empresa. Sua (a empresa) obrigação era tanto oferecer produtos/serviços, como zelar pelo bem-estar da comunidade.

Alfred J. Marrow

Introduziu métodos de pesquisa da psicologia aplicada à solução dos problemas organizacionais, defendendo a criação de um ambiente de trabalho capaz de atender as necessidades dos funcionários.

Ordway Tead

Defendia a compreensão do comportamento administrativo a partir do conhecimento da natureza humana.

Mary Follet

Dava grande importância às relações individuais na organização e ao reconhecimento das motivações dos trabalhadores, cujas reações não podem ser definidas com precisão. Também analisava padrões de comportamento dos funcionários dentro das organizações.

Críticas a Abordagem de Relações Humanas

Similarmente a Teoria Científica e a Teoria Clássica, a abordagem humanística foi alvo de muitas críticas:

Negação do conflito empresa-funcionário - O movimento humanístico nega a existência das diferenças entre os interesses da empresa e o interesse dos funcionários. Isso reflete a superficialidade na abordagem ao tema.

Restrição de variáveis e da amostra - A restrição de poucas variáveis e limitando-se apenas a análise de fábricas, resultou uma impossibilidade de generalização de resultados.

Concepção utópica - Tinha uma visão idealizada de um funcionário feliz e integrado ao ambiente de trabalho. Felicidade e produtividade não são diretamente proporcionais (funcionários infelizes podem produzir bastante).

Ênfase excessiva nos grupos informais - Existiu uma supervalorização no fator "Integração Grupal" com relação a produtividade. Tal fator representa apenas uma característica capaz de influenciar na produtividade.

Espionagem disfarçada - O estímulo à participação dos funcionários nas decisões acabou sendo burlado. Tal espaço cedido foi usado pela empresa com intuito de espionar idéias e insatisfações dos funcionários.

Ausência de novos critérios de gestão - Não forneceu critérios de gestão, não esclarecendo o que pode ou não pode ser feito para obtenção de melhores resultados. Além disso, não apresenta uma visão sócio-econômica realista das relações empresa-funcionário.

A Teoria de Herzberg Herzberg (1973, p.53), formulou uma teoria com aplicação específica para as atitudes no trabalho que podem ter relação com certos aspectos do potencial humano no trabalho.

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A teoria de higiene como motivação das atitudes no trabalho iniciou com um profundo estudo de entrevistas com mais de 200 engenheiros e contadores representando a indústria de Pittsburgh (Estados Unidos).

Herzberg (1975), formulou uma hipótese na qual os fatores que influíam na produção de satisfação profissional eram desligados e distintos dos fatores que levavam à insatisfação profissional. Os estudos realizados por Herzberg levaram-no a considerar que os dois sentimentos, quer sejam satisfação e insatisfação, não eram contraditórios entre si. Para o autor, "o oposto de satisfação no trabalho não é a insatisfação, mas sim nenhuma satisfação no trabalho; e da mesma forma, o oposto de insatisfação no trabalho não é a a satisfação, mas sim nenhuma insatisfação no trabalho" (Herzberg, 1975, p.7).

Segundo essa teoria, as pessoas têm duas categorias diferentes de necessidades, essencialmente independentes entre si e que influenciam o trabalho de maneira diferente. São eles os fatores de higiene ou manutenção e os motivadores (Herzberg, 1975; Hersey &

Blanchard, 1986, p.8).

Os fatores motivadores, relativos ao trabalho em si (fatores intrínsecos ao trabalho), são mais eficazes, motivando as pessoas para um desempenho superior. São eles (Herzberg citado por Nakamura, 1994, p.63):

reconhecimento: necessidade do indivíduo de ser reconhecido pelo seu trabalho por alguém como: o supervisor, o administrador de forma impessoal, o cliente, o colega e até pelo público em geral;

realização: fracasso e ausência de realização relacionada em fazer um trabalho completo e solucionar problemas;

possibilidade de crescimento: capacidade de superar a própria habilidade individual, capacidade de aprender novas técnicas e adquirir novas perspectivas profissionais;

progresso: mudança pessoal e profissional na organização com vistas à questão de status;

responsabilidade: relacionada com o próprio trabalho, com o trabalho de outras pessoas e aquisição de novas responsabilidades;

trabalho em si: situações como variação da rotina, criatividade, oportunidade de carreira.

Os fatores de higiene descrevem o ambiente das pessoas (fatores extrínsecos ao trabalho) e têm função primária de prevenir a insatisfação no trabalho. Herzberg também chamou-os de fatores de manutenção, pois nunca estão completamente satisfeitos, ou seja, precisam ser mantidos continuamente. Os fatores de higiene, incluem (Herzberg citado por Nakamura, 1994, p.63):

supervisão técnica: competência e incompetência, senso de justiça e injustiça, boa vontade e má vontade em delegar responsabilidade e ensinar os subordinados. Também, observou-se o superior que, freqüentemente chamava a atenção e criticava os subordinados, e de forma oposta, aquele mais condescendente na maneira de conduzir sua função;

relações interpessoais: foram divididas em três categorias: superior, subordinado e pares;

condições de trabalho: foram relacionados os aspectos físicos do ambiente de trabalho como adequação e inadequação de ventilação, iluminação, equipamentos, espaço;

salários: aumento ou descumprimento de expectativas do aumento salarial;

política e administração: desorganização da companhia no que se refere à comunicação interna e políticas mal conduzidas;

vida pessoal: questões familiares como problemas de moradia, salário e outros tipos de problemas;

status: mudança de posição (cargo) dentro da companhia;

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segurança: os indivíduos demostraram preocupação com questões como tempo de serviço, estabilidade e instabilidade de emprego.

A hipótese proposta por Herzberg foi então estudada. Ao invés de tentar medir o grau do sentimento, Herzberg focalizou o máximo de experiências e comparou o apogeu negativo (insatisfação) com o positivo (satisfação).

A hipótese proposta foi verificada. Os fatores da direita, que levaram à satisfação, contribuem muito pouco para a insatisfação profissional. Inversamente, os insatisfatórios contribuem muito pouco para a satisfação profissional.

Para criar uma situação motivadora para as pessoas numa determinada empresa, descobre-se quais são as necessidades de alta intensidade, buscando-se satisfazê-las ou superá-las, obtendo-se, assim, a satisfação das pessoas no trabalho (Hersey & Blanchard, 1986, p.8).

Assim sendo, numa visão humanística das organizações (Paladini, 1994), pode-se afirmar que os objetivos básicos de uma empresa incluem proporcionar uma vida condigna às pessoas que integram e usufruem as ações empresariais, com disponibilidade plena de informações, formação e qualificação adequadas às funções que irá exercer e procedimentos motivacionais que atendam às suas expectativas - sem as quais as ações das pessoas ficam prejudicadas, além da criação de ambientes de trabalho adequados à ação humana, sem restrições, constrangimentos ou riscos à integridade física ou psicológica de qualquer espécie. Deseja-se, para o empregado, condições compatíveis com sua condição de elemento mais relevante do processo e, simultaneamente, carente de um conjunto de ações que possibilitem uma vida melhor para si e para sua família.

Para proporcionar tais condições, alcançando a motivação, necessita-se conhecer o comportamento dos recursos humanos no trabalho.

Comportamento humano nas organizações

O comportamento organizacional é o estudo e aplicação do conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizações e aplica-se amplamente ao comportamento das pessoas em todos os tipos de organizações, tais como negócios, governo, escolas e organizações de serviços (Davis & Newstrom, 1992, p.5).

Lopes (citado por Nakamura, 1994) menciona três razões fundamentais que determinam o comportamento:

"percepção: maneira pela qual o indivíduo sente os estímulos que são absorvidos seletivamente;

atitudes: relacionado com as opiniões e valores;

mecanismos de defesa: processo de comportamento usado quando o feedback do comportamento original indica expectativas não alcançadas".

Segundo Kanaane (1995, p.59), "o comportamento está vinculado de certa maneira às normas e valores socialmente disseminados em dado contexto: o indivíduo reage a determinadas situações, mas suas ações são também influenciadas pelas circunstâncias presentes". Ainda, segundo o autor, "é preciso considerar a existência de diferentes concepções do termo comportamento (Kanaane, 1995, p.87):

comportamento individual: retrata as reações inerentes ao indivíduo e sua condutas no contexto organizacional;

comportamento grupal: refere-se à gama de reações dos indivíduos que compõem um grupo; as ações emergentes do comportamento grupal retratam as múltiplas influências decorrentes da dinâmica existente, incluindo as pessoas, a interação, o sentimento, as atividades (tarefas), a comunicação e os objetivos;

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comportamento organizacional: refere-se à manifestações emergentes no contexto das organizações, indicando os controles, o processo decisório e os esquemas técnico-administrativos assumidos num dado momento organizacional".

Por outro lado, afirma Schein (1982, p.25), "em muitos casos a percepção, os sentimentos e as atitudes das pessoas, refletidos nos procedimentos informais, mostram uma forte lealdade à subunidade à qual essas pessoas pertencem e são moldados pelo tipo de trabalho que a subunidade executa".

Para Kanaane (1995), a compreensão das concepções que os indivíduos e grupos possuem sobre o trabalho desempenhado possibilita entender as influências destas concepções no alcance da produtividade, e por conseqüência, da Qualidade empresarial.

As diferenças departamentais, são, portanto, componentes ativos do comportamento dos recursos humanos, e, conseqüentemente, da motivação destes no trabalho.

As diferenças internas nas organizações

O ambiente interno caracteriza-se por ser a parte humana e incontrolável da empresa, que forma a organização capaz de transformar a matéria-prima, ou informações, gerando serviços (Fischmann & Almeida, 1991). Configura-se, no ambiente interno, uma enorme quantidade de relações entre as pessoas, formando a chamada rede de clientes e fornecedores internos (Rummler & Brache, 1994, p.21). Os clientes e fornecedores internos são todas as partes que interagem nos processos produtivos, ou mesmo nos processos de apoio ao processo principal da organização (Iniciando..., 1994, p.9). Alguns dos processos são vitais à empresa.

As áreas vitais (Rangel, 1994) ou processos empresariais críticos (Harrington, 1993) são os processos dos quais a empresa depende para o seu sucesso. Para Harrington (1993) "esses processos são tanto mais críticos quanto maiores forem sua importância e sua oportunidade de aperfeiçoamento, e, desta forma, estes devem ser os primeiros a serem atacados". Segundo Rangel (1994),

"a instabilidade dos processos vitais traz conseqüências sérias e adversas às exigências dos clientes da empresa. A seleção deles é uma fase importante para priorizar os trabalhos de identificação dos clientes internos e os benefícios para a empresa residem, entre outros, em estar aplicando melhorias visando atender melhor os clientes de um processo considerado vital para a empresa".

Para o autor, deve-se estabelecer critérios de priorização que podem ser, por exemplo: número de clientes internos impactados; impacto do processo nos resultados de venda da empresa; interface do processo com o cliente externo.

Relações Interpessoais, Social e Profissional

"Relações Humanas". Juntas, estas duas palavras traduzem o significado do convívio social humano.

- Os relacionamentos podem existir por vários motivos.- Nós podemos nos relacionar com as pessoas profissionalmente ou simplesmente porque tivemos empatia por ela(s), ou ainda por vários outros motivos. O que devemos avaliar no momento do relacionamento é o seu propósito, principalmente para que não se tenha ambivalência nas interpretações. No momento, falamos do ponto de vista profissional. Se as pessoas aprendessem a se relacionar profissionalmente deforma correta, poderíamos evitar muitos problemas nos locais de trabalho.

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No ambiente de trabalho o que predomina e o que devemos avaliar são as condições para uma verdadeira harmonia entre o homem e o trabalho, e vice versa. Identificando o real motivo e o propósito de um relacionamento, estaremos caminhando dentro de um processo evolutivo para alcançarmos com êxito um bom relacionamento com os nossos colegas de trabalho.

A base concreta para um bom relacionamento é ter percepção dos nossos deveres e obrigações, e dos limites e regras que fazem a relação social ser harmônica.

DIFERENÇAS INDIVIDUAIS:

Diferenças Individuais + características inatas + experiências vividas.

Os Indivíduos se diferenciam nos aspectos: físico, aparência, inteligência, aptidões, personalidade, temperamento e caráter.

Sendo assim deve-se evitar comparações. Antes de iniciar uma avaliação de desempenho o chefe deve conhecer bem cada servidor que irá avaliar, bem como, as atribuições exigidas pela função que exerce.

Capacidade ou desempenho é o resultado das aptidões inatas do sujeito, somadas aos treinamentos recebidos.

É importante identificar se as falhas apresentadas no trabalho foram originadas pela falta de capacidade do servidor, má vontade no trabalho, falta de treinamento adequado, má conservação do equipamento, incompetência da gerência e outros.

OS DEZ MANDAMENTOS DAS RELAÇÕES HUMANAS

1) FALE com as pessoas. Não há nada tão agradável e animado quanto uma palavra de saudação, particularmente hoje em dia quando precisamos mais de sorrisos amáveis.

2) SORRIA para as pessoas. Lembre-se, que acionamos 72 músculos para franzir a testa e somente 14 para sorrir.

3) CHAME pelo nome. A música mais suave para muitos, ainda continua sendo o próprio nome.

4) SEJA amigo e prestativo. Se você quer ter um amigo, seja um amigo.

5) SEJA cordial. Fale e aja com toda sinceridade: tudo o que fizer, faça-o com todo o prazer.

6) INTERESSE-SE sinceramente pelos outros. Mostre que as coisas da qual gostam e com as quais se preocupam também têm valor para você, de forma espontânea, sem precisar se envolver diretamente.

7) SEJA generoso em elogiar, cauteloso em criticar. Os líderes elogiam. Sabem encorajar, dar confiança, e elevar os outros.

8) SAIBA considerar os sentimentos dos outros. Existem três lados em qualquer controvérsia: o seu, o do outro, e o que está certo.

9) PREOCUPE-SE com a opinião dos outros. Três comportamentos de um verdadeiro líder: ouça, aprenda e saiba elogiar.

10) PROCURE apresentar um excelente trabalho. O que realmente vale nessa nossa vida é aquilo que fazemos para os outros.

PARA REFLETIR

O Homem precisa aprender a conhecer a si mesmo, e ter equilíbrio e percepção em suas atitudes.

Respeito, espaço, direitos, deveres, obrigações, valores, são regras que não basta conhecer, precisamos colocá-las em prática. Assim estaremos entrando na linha do

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contínuo crescimento, e então o homem entenderá que ele é o único responsável por tudo o que lhe acontecer na vida.

A consciência humana do crescimento necessita ser despertada, e todos nós temos a capacidade de fazê-la; mas, muitas vezes, por comodidade, preferimos deixá-la dormir... E então percebemos que dez anos passam muito rápido, e que mais dez vêm chegando, e enfim continuamos a atribuir as nossas responsabilidades a outras pessoas e não percebemos que esta continua sendo a atitude mais fácil e o caminho pior...

Relações Humanas

As seis palavras mais importantes:

Admito que o erro é meu

As cinco palavras mais importantes:

Você fez um bom trabalho

As quatro palavras mais importantes:

Qual a sua opinião?

As três palavras mais importantes:

Faça o Favor.

As duas palavras mais importantes:

Muito Obrigado.

A palavra mais importante:

Nós

Comunicação

COMUNICAÇÃO é a utilização de qualquer meio pelo qual um pensamento 'transmitido de pessoa a pessoa sem perder, tanto quanto possível sua intenção original.

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O objetivo da comunicação é de influenciar para afetar com intenção, visando uma reação especifica de uma pessoa ou grupo (mudança no comportamento).

Num passado não muito distante, acreditavam que para manter uma comunicação era necessário apenas um diálogo, ou uma escrita, mas estudos recentes da psicologia moderna constataram que alguns itens a mais constituem uma comunicação real.

Nesta constatação de processo, deve-se observar que a fonte e o receptor são sistemas similares. Se assim não fosse, não haveria comunicação.

Vejamos:

Sabemos agora que existem vários tipos de comunicação, e que é preciso conhecê-los para termos êxito ao estabelecer a comunicação.

Temos assim os elementos do processo da comunicação, a fonte da comunicação

o codificador

a mensagem

o canal

o decodificador, e

o receptor da comunicação

Ao tratarmos especificamente de comunicação pessoa a pessoa, que é o modelo mais simples e o que mais nos interessa, podemos agrupar fonte e codificador num único elemento, fazendo-se o mesmo com o decodificador e o receptor, resultando em quatro elementos:

emissor

receptor

canal, e

mensagem

Contexto

E Mensagem

Código

Canal

R

Observação importante: devemos ficar atentos, para as falhas, às distorções, as deformações nas mensagens, os devaneios e as falsas verdades, as quais fazem com que raramente um fato seja relatado da maneira que realmente ocorreu.

Embora cada situação comunicativa seja única, ainda assim é possível isolar certos elementos do processo que são comuns a toda e qualquer comunicação.

Vejamos os tipos de Comunicação:

Comunicações Orais: são as ordens, pedidos, colóquios, "bate-papos", comunicações telefônicas, pelo rádio, debates, discussões, etc.

Comunicações Escritas: são as cartas, jornais impressos, revistas, cartazes, etc.

Comunicações Não Verbais: são as comunicações estabelecidas:

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Por Mímicas: gestos das mãos, do corpo, da face (caretas).

Pelo olhar: podemos saber o que uma pessoa quer de nós muitas vezes pelo olhar.

Pela postura do corpo: o nosso corpo fala muitas vezes o que realmente gostaríamos de dizer verbalmente.

Consciente ou inconscientemente: falar é uma atitude consciente enquanto a postura é inconsciente.

BARREIRAS NAS COMUNICAÇÕES Muitas vezes a comunicação deixa de efetivar-se por barreiras, "obstáculos", que restringem a sua eficácia, os quais podem estar ligados ao emissor, ao receptor, ou a ambos, ou ainda a interferências presentes no canal de comunicação.

Nós podemos entender como barreiras nas comunicações, desde as limitações de ordem emocional, tais como a incapacidade dos interlocutores para abordar determinados temas considerados por demais ameaçadores, até as dificuldades relacionadas à utilização dos códigos de linguagem; todos estes fatores representam maior ou menor grau de obstáculos a uma comunicação plena.

A idéia que se tem da comunicação é que ela existe em mão dupla, ou seja, um indivíduo pode ser ou não aceito simplesmente pela sua forma de expressar-se.

Para que haja um sentido bilateral da comunicação, é necessário que tanto o emissor quanto o receptor percebam o outro.

Não poderá haver uma comunicação correta, ou seja, sem interferências, quando não há sintonia no que se diz, e no que se ouve.

Eis algumas barreiras a título de exemplo:

Opiniões e atitudes:

O pai pede ao filho: "Vá a padaria da esquina, comprar pães". mas o pai não justifica qual o tipo de pão a ser comprado. O garoto terá neste caso livre conduta para comprar o pão que ele quiser.

Egocentrismo ou Competição

Essas duas palavras, juntas, acarretam um monólogo coletivo, onde o que predomina é o interesse individual e não o interesse do grupo.

O locutor está falando enquanto o receptor, "quem ouve", rebate tudo o que o outro diz, sem ao menos processar e analisar o que lhe está sendo dito. Esta atitude é muito comum para pessoas egocêntricas e/ou competitivas, pois esses indivíduos não aceitam ser o segundo plano, eles precisam estar sempre em evidência.

"A pessoa egocêntrica ou competitiva quase sempre se envolve em situações ridículas e equívocas sem ao menos se dar conta".

Vejamos o exemplo de um grupo de pessoas conversando, onde cada um conta uma história ou experiência vivida; ocorre de um membro do grupo interferir dizendo que o que ele viveu ou que o que aconteceu com ele é sempre mais interessante. Ou ainda podemos ver o exemplo de um casal, onde os dois tentam chegar a um denominador comum, mas o que ocorre é que um dos dois precisa ceder, e o egocentrismo não permite o façam.

Percepção

Para ter percepção com as coisas que nos rodeiam, precisamos, antes de tudo, é ter sensibilidade. Sabemos que a nossa percepção é influenciada por preconceitos e estereótipos. São esses fatores que nos predispõem a fazer com prestemos atenção ou não no que nos é dito ou vice-versa, ou ainda é assim que fazemos que as pessoas prestem a atenção no que falamos.

É através da percepção que "captamos os fatos e adquirimos informações com auxílio de todos os sentidos."

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A percepção não é estática; é um processo dinâmico a envolver não somente a apreensão dos estímulos sensoriais, mas também a interpretação, por parte do receptor, da realidade observada.

Uma característica da percepção consiste no seu caráter individual, isto é, cada pessoa capta uma mesma situação de forma única e inteiramente particular.

Percebemos as situações de acordo com as nossas experiências anteriores, nossas expectativas e necessidades, e também nos deixamos influenciar pelos fatores circunstanciais.

A percepção é seletiva. Não percebemos, mas é através da percepção que selecionamos com quem nos relacionamos. Começamos um relacionamento buscando características que nos atraem no outro. Quando nos simpatizamos com alguém, tendemos a ver e reconhecer somente as suas qualidades, eliminando quase que por completo os seus defeitos, mas quando o indivíduo já não nos é tão querido, passamos a realçar seus defeitos, não mais vendo qualidades mesmo que elas existam.

Resumo:

A percepção envolve a interpretação dos fatos que nos rodeiam, trazendo-nos muitas vezes a devaneios, mesmo quando estamos acordados. Baseados nisso sabemos que nós nos comportamos de acordo com aquilo que percebemos.

Frustração

A pessoa frustrada também produz uma barreira na comunicação. Inconscientemente ele bloqueia o que lhe é dito, mas o seu problema é diferente dos casos mostrados anteriormente. A pessoa frustrada não vê saída para os problemas que lhe são apresentados, nada tem solução. O que lhe causa um negativismo muito grande, podendo ser passado para outras pessoas influenciáveis.

Inconsistência nas comunicações verbais e não verbais:

As comunicações verbais e não verbais nem sempre estão sintonizadas, e por este motivo causam alguns inconvenientes quando uma ou mais pessoas tentam dialogar.

Pessoas que não conseguem concatenar e expressar os seus movimentos corporais, e até mesmo a sua expressão verbal, em razão de suas variáveis culturais ou falta de sensibilidade nas relações humanas, ocasiona para si o afastamento e incompreensões de seus amigos, colegas, enfim, das pessoas que o rodeiam.

Os movimentos corporais: voz e as expressões faciais expressam o inconsciente, muitas vezes omitido e aflorado sem que o indivíduo perceba.

Exemplo: movimentos bruscos podem vir acompanhados de palavras dóceis, ou ainda palavras enraivecidas podem muitas vezes ser acompanhadas de olhares mansos, etc.

Resumo:

Qualquer que seja a barreira para uma comunicação eficaz, comprometerá os relacionamentos, interferindo negativamente nos processos de crescimento de um grupo ou indivíduo.

Comunicação à Serviço da Qualidade

Qualquer tentativa de melhorar ou minimizar as falhas na comunicação deverá partir tanto do emissor quanto do receptor.

Procedimentos para uma comunicação eficaz:

Ouvir com atenção e concentrar-se; absorver, analisar quem nos fala, e então responder (de forma educada e equilibrada).

Não ter preconceitos com quem nos fala. Dê uma chance ao locutor de mostrar-se como pessoa única e especial que é. Considere a individualidade alheia.

As palavras são mágicas. São as verdadeiras essências de um relacionamento, elas podem construir ou destruir um indivíduo. Seja dócil, amigo, e se precisar ser mais duro, o faça com a consideração de que há uma pessoa, um ser humano como você na sua frente.

Considere que 70% da comunicação não é verbal.

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Lembre-se:

Contato visual demonstre atenção ao outro;

Postura, o seu corpo fala, tenha uma postura ereta, competente e segura;

A expressão fácil causa simpatia e aproximação, seja cordial e sorria;

A aparência em geral, seja uma pessoa de hábitos limpo, asseado (a), com vestimenta adequada para cada ocasião ou função profissional, cabelos, peles e unhas. Uma aparência saudável demonstra que você está de bem com a vida e com as pessoas que o rodeiam. Pessoas que não cuidam do seu visual geralmente acreditam não serem muito bem aceitas na sociedade. E esta forma de desleixo é inconscientemente proposital, uma forma de chamar a atenção, de agredir o outro.

O silêncio

O silêncio denota que alguma coisa não vai bem. O silêncio pode às vezes ser necessário, mas não por muito tempo, quando se está num diálogo, pois o próprio nome já responde, que são duas pessoas ou mais se comunicando, senão seria um monólogo.

"A vida é um eco, se você não está gostando do que está recebendo,

então preste atenção no que você está emitindo".

Lair Ribeiro

COMUNICACÃO ORAL

A palavra, escrita, falada, ainda é a forma mais perfeita e segura de comunicação entre os homens. Mesmo que ela venha se transformando através dos tempos, o ser humano jamais poderá prescindir dela, pois é através de seu uso que revelamos aos outros o que e quem somos, nossas idéias, nossos conhecimentos, nossa cultura e nossas vontades.Na prática interelacional/institucional a comunicacão oral tem relevada importância visto que representamos uma organização, empresa ou mesmo um executivo, no papel de porta vozes.Para uma comunicação clara e eficiente, a CLAREZA E A OBJETIVIDADE devem ser as palavras de ordem aliadas à moderação e a prudência.Deve-se ter como compromisso pessoal o desenvolvimento de um vocabulário rico, com palavras simples e atuais, porém exatas, tomando todo o cuidado para empregá-lo adequadamente, o que revelará a qualidade de formacão cultural e profissional do individuo.A giria jamais deve fazer parte da sua comunicacão profissional. Além de ser deselegante e destoante, demonstra pobreza de vocabulário. Os modismos e a influência da linguagem coloquial de novelas e programas de t.v. fazem com que seu uso seja massificante. Por vezes, nem percebemos que estamos nos utilizando dela. É prudente policiar-se para não empregá-la na atividade de trabalho.A expressão corporal (entenda-se a maneira de falar) complementa a expressão verbal. Por isso, deve-se desenvolver uma forma elegante de falar, evitando trejeitos, gestos exagerados ou afetação.

Fale distintamente com boa pronúncia

Tente imprimir cada sílaba de cada palavra apropriadamente de modo que não haverá desentendimento. Se achar que algumas palavras são difíceis de pronunciar, diga-as devagar para assegurar-se de que elas foram entendidas. Não tenha medo de usar seu queixo, sua língua e seus lábios para pronunciar os sons perfeitamente.

Evite falar muito devagar ou muito rápido . Você sabe quantas palavras se fala por minuto?Teste-se a si mesmo, e corrija-se, se falar muito devagar ou muito depressa.

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Sua voz tem mil onflexões, use-as. Varie o tom de sua voz ao pronunciar certas palavras dando-lhe ênfase. EX.Oh! sr. Chaves, estou tão feliz que o sr. tenha vindo! Pronunciando-as em tom mais alto, isso legará à sua voz variações e as tornará mais interessante ao interlocutor.

Não varie o volume de sua voz

Quando você variar o tom da sua voz, não deverá variar o volume da voz demasiadamente. Gritar fará com que o interlocutor tenha dificuldade de entendimento. Você deverá tentar falar num tom normal da conversa com inflexões, mas não variar o volume.

Mantenha sua voz alegre e comercial

Nunca se esqueça das palavras "Por Favor , e Obrigada". Não use um tom frio, mas também não deixe sua voz parecer muito familiar. Escolha o meio termo.Não se esqueça da concordância se tiver falando com um homem diga "obrigado", se for com mulher "obrigada"

TÉCNICAS DE ATENDIMENTO

ATUAÇÃO DO (A) ATENDENTEVoz, interesse, Calma e Sigilo

Voz agradável e pronúncia correta são indispensáveis ao bom atendimento ao público.

Frases concisas demonstram a importância que a (o) atentende dá ao seu tempo e ao de quem procura se informar.

Descortezia no atendimento poderá causar má impressão de toda a instituição.

Ao dar informações, faça-o com honestidade. Não informe se não estiver segura (o) do que diz.

Nunca empregue gírias ou tratamentos íntimos

Não use o aparelho de seu trabalho para ligações pessoais, pelo menos durante o expediente.

Antes de ser bom orador(a) seja ótimo (a) ouvinte, só assim poderá auxiliar a pessoa que está procurando a informação.

Informe-se de tudo o que ocorre, tanto em seu ambiente de trabalho como com o que ocorre no resto do mundo, através de circulares, jornais, rádios, televisão,etc.

IMPORTÂNCIA DO (A) ATENDENTE

Toda instituição, seja ela pequena, média ou de grande porte, possui sempre um sistema telefônico instalado, para comunicação com o público, fornecedores e com o staf interno.

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Assim sendo, a pessoa mais importante é a (o) atendente, com a qual a instituição conta para seu sucesso, pois é através do (a) atendente que é feito o primeiro contato do público com a instituição, por esta razão seu procedimento deverá ser sempre gentil, correto e atencioso, para que todos tenham uma boa impressão da instituição.Toda (o) atendente deve ter consciência de que é um (a) funcionário (a) muito importante, sendo assim, deverá se empenhar ao máximo para ter um ótimo desempenho em seu trabalho.Para isso também será necessário seguir as sugestões, que aquí propusemos:

1) VOZ - Não fale nem muito alto, nem muito baixo, nem muito rápido, nem muito devagar.

Procure ter uma pronuncia clara, objetiva, assegurando exatidão e evitando assim a necessidade de repetição e, consequentemente perda de tempo.

2-CALMA - Toda (o) atendente executa várias tarefas , e por isso deverá manter-se sempre calma (o), principalmente nas horas de maior fluxo de chamadas. Lembre-se: o atendente é treinado (a) para prestar bons serviços, apesar das dificuldades que possam surgir, mantenha-se sempre calma (o) em todas as situações.

3-CORTESIA - A (o) atendente deverá ser sempre gentil e cortez em seu atendimento , demonstrando sempre amabilidade, principalmente nos momentos difíceis onde encontrar pessoas insistentes e inconvenientes.

4) INTERESSE - Cada chamada deve ser atendida com especial interesse e sincero desejo de ajudar.

Os usuários perceberão seu interesse ou indiferença , pelo simples tom de voz.

5) NATURALIDADE- Demonstrando naturalidade ao atender o público, a (o) atendente estará assumindo uma atitude amistosa, dando a impressão que está falando pessoalmente com as pessoas e funcionários

6) PRESTEZA E EFICIÊNCIA - Estar atenta (o) aos pedidos dos interlocutores e funcionários, agindo com rapidez na medida das possibilidades e tentando fazer com que as pessoas sintam que estão recebendo toda a atenção.

7- TOLERÂNCIA - Procurar não se envolver com estado emocional das pessoas ou fornecedores, mesmo em casos de "pessoas difíceis" nunca revidar grosserias recebidas. Mantenha sempre a calma, gentileza e cortesia.

Quando ao telefoneATENDIMENTO DE CHAMADAS

Fraseologias Adequadas

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Seu atendimento deverá se processar sempre da forma mais rápida possível, porém nunca de maneira incompleta ou indelicada. Recomenda-se sempre o uso das expressões "por favor", "senhor (a)", "as suas ordens", "pois não", etc., pois ajudam muito no relacionamento da telefonista com as pessoas com as quais ela vai manter contato, durante sua jornada de trabalho. uso das expressões "bem", "benzinho", "meu amor", devem ser evitadas, pois podem

significar uma intimidade indesejada.

O Que a (o) Atendente ou Telefonista deve ter sobre a mesa - Relação ( agenda ou arquivo ) dos telefones mais chamados. - Relação de ramais, denominações dos departamentos e pessoas mais solicitadas. - Bloco para anotar as ligações que são pedidas. - Caneta ou lápis- Relação de pessoas que estão autorizadas a receber ligações a cobrar.- Bloco para anotação de pedido de interurbanos.- Lista telefônica atualizada de sua localidade.- Lista de códigos de acesso e informações das localidades integradas ao sistema DDD e DDI

Normas e Cuidados

1) A discagem ou teclagem deve ser feita imediatamente, após o tom de linha, pois se você demorar para dar início à discagem, ou der intervalo longo entre um número e outro, a linha poderá cair. A discagem deve ser feita com o dedo indicador, o disco é muito sensível, por isso não se deve usar objetos para discar. Nunca forçe o seu retorno, cada algarismo deve ser discado assim que o disco volte à posição normal.

2) Atenda prontamente aos sinais de chamadas ( internos / externos) , quando todos estiverem chamando ao mesmo tempo, entre em cada linha e peça "Um momento por favor" , depois volte à primeira e atenda pela ordem, um por vêz.

3) O sigilo das ligações deve ser respeitado. Ouvir conversas telefônicas é falta grave, passível de punições previstas por Lei e fere a ética profissional.

Quando alguém solicitar uma chamada pelo nome da pessoa, informe a ela o número do ramal, para que em futuras chamadas ela facilite o seu trabalho.

Comportamento Profissional

O comportamento profissional está sujeito a regras de conduta que precisam ser adaptado à personalidade de cada um.

Faz parte deste comportamento: a) Pontualidade: é uma qualidade de grande importância no setor profissional. Chegar

com alguns minutos de antecedência permite uma melhor organização de seu local de trabalho.

b) Espírito de Iniciativa : procurar sempre encontrar a melhor forma de desempenhar as atribuições, buscando sempre maior aperfeiçoamento.

c) Boa Vontade: ser sempre prestativa, procurar solucionar problemas.

d) Colaboração : assumir uma atitude visando atingir objetividades comuns de todo o grupo de trabalho.

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e) Discrição : condicionar o comportamento, mostrando controle sobre as situações difíceis : ouvir sem replicar, deixar de dizer palavras ou assuntos que possam agravar mais uma situação.

f) Assumir uma Postura Adequada : nunca comer, beber, lixar unhas, pentear-se , maquiar-se, etc.em seu recinto de trabalho, principalmente na recepção. Não ficar falando assuntos particulares ao telefone. Não falar alto demais, cantar, assobiar, contar piadas, mascar chicletes, ler revistas ou jornais, durante seu horário de expediente.

g) Nunca ausentar-se sem deixar outra pessoa em seu lugar.

h) Mantenha Registro dos Telefonemas : mesmo que sua memória seja ótima, sempre anote tudo que lhe for pedido ao telefone, mantenha também anotado todas as ligações efetuadas interurbanas para controle mensal das contas telefônicas.

Recados

Blocos de Recados Telefônicos : Tenha sempre a mão um bloco para anotar recados, deixados pelos clientes.

Arte de Entender Nomes e Perguntas para Anotar Rapidamente : Não entre em pânico se lhe pedirem que transmita um recado longo ou complicado. Embora seja desagradável pedir ao interlocutor que repita algo que você não compreendeu, lembre-se que seu embaraço ainda será maior ao entregar ao seu chefe um recado errado ou incompleto.

Em caso de palavras ou nomes difíceis ou estrangeiros, peça à pessoa que soletre. Use sempre nomes de pessoas para identificar a letra que você não entendeu (C de Carlos, F de Fernando).

Atendimento ao Público

Cumprimente sempre o interpelante ou visitante com um "Bom Dia" ou "Boa Tarde". Deixe-o identificar-se e dizer o que deseja e escute atentamente para poder encaminhá-lo à pessoa correta.Solicite-lhe que aguarde um instante e ofereça-lhe uma cadeira e até mesmo um cafézinho se for possível.Avise a pessoa com que o interpelante ou visitante deseja falar, peça que venha até a recepção ou se for norma da instituição você deverá acompanhar o cliente até a pessoa ou departamento com que ele deseja falar, depois de avisá-los e receber a resposta que poderá entrar.Se você estiver atendendo à uma ligação telefônica e chegar um visitante cumprimente-o com um movimento de cabeça para que ele perceba que foi notado e aguarde você poder recebê-lo.

PARA MANTER UM BOM AMBIENTE DE TRABALHO

Local de Trabalho O local de trabalho reflete a imagem de quem atua nele.

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Logo que você chegar limpe sua mesa, cadeira e demais móveis e objetos que estiverem e sua sala. Verifique se tudo está em ordem.Tenha sempre à mão somente o material necessário ao desenvolvimento de seu trabalho ( agenda, guia telefônico, lápis, canetas, bloco de recados e relação de ramais). E solicite com antecedência o que for preciso.Procure sempre se manter atualizada nos assuntos que dizem respeito a seu trabalho e a sua empresa. Pelas próprias características de sua função, você estará sujeita à muitas perguntas, portanto saiba sempre o que você pode e o que deve responder.

Aparência Pessoal

Procure vestir-se bem, porém com simplicidade. Na medida do possível use roupas de acordo com o seu tipo físico. Jamais em um ambiente de trabalho use degotes profundos, saias com grandes aberturas ou roupas muito justas.Use maquilagem descreta e o cabelo bem limpo e penteado, nunca caído no rosto, se necessário prenda-o.Tenha sempre unhas aparadas e pintadas, se o esmalte começar a descascar melhor retirá-lo e usar somente uma base ou brilho.

RELAÇÕES PÚBLICAS

O termo Relações Públicas pode ter diversos significados de acordo com o determinante que precedê-lo. Pode-se usá-lo para designar o profissional, a profissão, o processo, a atividade, a função e o cargo, sendo que todas essas designações só se fizeram possíveis a partir do processo das relações sociais. Portanto, além da sua polissemia dentro de cada uma das designações, tem-se conceitos complexos e diferentes trazidos por diversos autores para a sua concepção.

Algumas definições e conceitos:

"Para conceituar relações públicas, devemos partir da dedução da definição operacional que oferece as tradicionais etapas do exercício de RP: Diagnosticar a dinâmica no sistema organização-públicos na conjuntura política-econômica; prognosticar o que irá acontecer, neste sistema, a curto e médio prazos, assessorar os líderes nas políticas organizacionais, implantar programas de comunicação e, por fim, avalilar os resultados da intervenção no relacionamento organização-públicos.

Realizando uma leitura da definição operacional que é quase de consenso mundial - chega-se a uma definição conceitual que: Relações Públicas é a gestão da função organizacional política.

Podemos dizer que as funções estratégicas das relações públicas, de um modo geral, são as de gerenciar as políticas da organização e conduzir os seus discursos para com os públicos, diferenciando-os, estrategicamente, em relação ao seu posicionamento perante o poder da organização, e visando sempre o interesse comum como um pressuposto do interesse específico de legitimar o poder decisório da organização frente aos seus diversos públicos.

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Toda profissão possui uma finalidade moral. A Medicina tem a busca da Saúde, O Direito busca a Justiça. As Relações Públicas buscam a Harmonia social no sistema organização-públicos".

Portanto, as relações públicas são todos os esforços realizados no sentido de buscar, com as atividades de comunicação, um ambiente que propicie o desenvolvimento harmonioso dentro da instituição e um clima de compreensão e boa vontade com seus públicos externos. A função consiste em trabalhar a imagem da instituição junto à opinião pública, por meio de ferramentas eficazes, como: - planejamento estratégico da comunicação corporativa (imagem da instituição)

Imagem é o conceito que as pessoas têm e/ou formam sobre as coisas. O maior patrimônio da instituição é a imagem. Crie e mantenha a imagem positiva da sua instituição junto a seus públicos prioritários, divulgando suas filosofias, políticas e atitudes. Tendo um planejamento de Comunicação Institucional, o acompanhamento constante da imagem percebida pelos públicos da instituição é feito de forma organizada, profissional e com resultados efetivos.

- comunicação dirigida aos diversos públicos com que a instituição se relaciona: funcionários, parceiros comerciais, associações de classe, comunidade, formadores de opinião, governo, público em geral

- relações com a imprensa.

- administração de crises.

As relações públicas também englobam auditoria de opinião pública, jornalismo empresarial - desde a criação de conceitos básicos para um jornal até sua impressão, passando pelo layout, redação das matérias, coordenação geral, inclusive de fotos e produção da arte-final -, relações com diversos segmentos dos públicos prioritários, projetos especiais em geral, peças impressas, produções audiovisuais, eventos e serviços de apoio a marketing de serviços.

No trabalho de Relações Públicas existem duas coisas distintas. Uma é a chamada imagem institucional, que na verdade é autogerada à medida que um grupo de pessoas constrói uma empresa, uma instituição ou uma entidade. Quando estamos trabalhando numa instituição, nós nos perguntamos: qual é o nosso objetivo? Como vamos trabalhar? Como vamos tratar o nosso público e o nosso funcionário?

Estas questões perpassam toda a criação e o crescimento de uma instituição e fazem parte da expressão da autoimagem. Ou seja, elas começam a exprimir uma auto-imagem que depois se tornará a imagem institucional - que, enfim, identificará a escala valorativa e ética da instituição. Por isso, é praticamente impossível fazer Relações Públicas com quem não tem uma valoração ética. Se uma entidade é toda torta, toda errada, faz tudo mal feito e não respeita seus públicos, ela não pode fazer Relações Públicas.

Imagem Corporativa

A imagem corporativa e a imagem institucional - que, são organizadas pelos profissionais de Relações Públicas - devem servir como um produto de consumo para todos os públicos. Sem trabalhar todos os públicos de uma instituição ou empresa, esvazia-se a imagem, que acaba sendo vista fracionadamente por alguns. E se ela não for para todos, não será perene e não se tornará, ao final do tempo, um signo. Este é o objetivo que busca quando se atua em Relações Públicas: criar uma imagem tão forte que se torne um signo.

Para isso muitas vezes a instituição estabelece a figura de um ombudsman ou ouvidor.

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Ombudsman é uma palavra sueca que significa representante do cidadão. Designa, nos países escandinavos, o ouvidor-geral -função pública criada para canalizar problemas e reclamações da população.

A necessidade do uso de relações públicas com a população é cada vez mais clara entre os profissionais que atuam nos setores de atendimento e relacionamento com esse público. Primeiro porque o fazer da atividade de relações públicas envolvem estudos e pesquisas que englobam não só a relação direta da instituição ou empresa com o seu público usuário (requerente/cliente/cidadão), mas, ações com os públicos internos, responsáveis diretos pelo atendimento que o público recebe independentemente do canal de comunicação utilizado para acesso a instituição.

Tendo em vista que algumas características da sociedade contemporânea têm formatado um novo tipo de público/cliente/cidadão, muito mais exigente, seletivo e com alto grau de insatisfação intrínseca, e ainda que o advento das legislações de proteção à prática do consumo de bens ou serviços enfatizou essas características, percebemos que há uma necessidade de desenvolvimento de estratégias comunicacionais e administrativas cada vez mais elaboradas para manter a positiva imagem da instituição ou empresa.

Numa sociedade midiática, como a que vivemos, sabemos que as pessoas não adquirem produtos ou serviços apenas por necessidade, pela qualidade ou pelo preço que está sendo ofertado, muito menos pela relação custo-benefício que aquele bem ou serviço possa oferecer. Claro que esses itens são importantes e decisivos na hora de aportá-los, mas, uma aquisição pode ser efetivada por muitas outras razões de valor meramente simbólico.

Uma das teorias mais utilizadas, tanto pelos profissionais de marketing, quanto pelos de comunicação e administração, no desenvolvimento de planos que visam à obtenção dos objetivos organizacionais, é a Teoria da Motivação (TM), de Maslow. Essa teoria diz que:

"O homem tem cinco necessidades:

1. fisiológicas: constituem as básicas de seus desejos, como fome, sede;

2. segurança: compreendem o medo do desconhecido, como falta de moradia, receio de perder o que já foi conseguido;

3. efetivas: que surgem depois de satisfeitas as anteriores, ou seja, o homem quer ser aceito pelo grupo ao qual pertence, família, seus colegas de trabalho e de lazer;

4. estima: após atingir as necessidades efetivas, o homem almeja o prestígio, o status, o reconhecimento de todos que o cercam;

5. realização: quando o indivíduo está com todos os outros níveis satisfeitos, procura a realização, deseja desenvolver toda a sua especialidade no campo profissional, deseja ser o melhor (CESCA; CESCA, 2000, p. 40)."

Para uma melhor interpretação, é mister compreendermos melhor essa teoria. Uma pequena subdivisão nas cinco necessidades sistematizadas por Maslow nos permite chamar de "necessidades" apenas os dois primeiros itens, as necessidades fisiológicas e de segurança, têm a ver com algo imprescindível a todos os homens, independentemente de influências culturais por meio das relações sociais estabelecidas. As outras, as "afetivas", as de "estima" e de "realização", chamaremos de "desejos", pois, segundo nosso ponto de vista, transcendem as questões meramente físicas e se inserem no plano da composição dos hábitos e costumes da sociedade que aquele indivíduo, especificamente, faz parte.

Se, de um lado, as instituições investem cada vez mais na relação com os seus públicos/clientes/cidadãos, criando canais de comunicação em via de mão dupla para tentar entender as suas verdadeiras necessidades e desejos, de outro, o requerente ou

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consumidor tem estado cada vez mais atento aos seus direitos, exigindo, inclusive, do Estado, políticas públicas voltadas à regulação dos mecanismos da oferta de serviços, mercado e da comunicação de massa.

Com esse novo quadro, muitas organizações, tanto privadas quanto públicas, criaram os seus Serviço de Atendimento ao Consumidor ou ao Cidadão (SAC's),

Os SAC's, portanto, surgem da demanda das organizações de atender os clientes com presteza, tanto para dar conta da nova postura de cliente-cidadão desenvolvida pelos novos consumidores, muito mais exigentes e questionadores dos seus direitos, quanto para atender às novas regras jurídicas trazidas pelos institutos estabelecidos.

Os SAC's, em linhas gerais, têm como principais finalidades:

"1) permitir ao consumidor um contato direto com a organização/instituição/empresa, por meio de alguém que está ali especialmente para ouvi-lo;

2) evitar que o cidadão recorra aos órgãos de defesa oficiais, resguardando a instituição ou empresa de prejuízo de imagem e conceito;

3) colher sugestões e críticas que permitirão à instituição / empresa o aprimoramento dos seus serviços/produtos;

4) manter a instituição / empresa informada quanto à satisfação dos cidadãos com relação a seus produtos e/ou serviços;

5) mostrar ao cidaadão que ele poderá ter respaldo, às suas reivindicações.

6) responder a todos os questionamentos, seja pessoalmente, por telefone, e-mail, fax ou carta, com rapidez e eficiência;

7) solucionar todas as reclamações dos cidadãos, desde que sejam procedentes.

Já os setores de um SAC podem ser:

"1) Setor de reclamações: recebe todas as reclamações relativas a produto/serviço da instituição e faz os encaminhamentos necessários para a sua solução.

2) Setor de atendimento a cartas, e-mails e fax: responde a todas as solicitações com preocupação na qualidade das respostas; cada solicitação deverá ter uma resposta individualizada.

3) Setor de atendimento telefônico: com horário definido, equipe permanente com treinamento constante para satisfazer o cidadão, respondendo a todas as perguntas.

4) Setor de produção de material: produz manuais, folders, folhetos e outros, podendo ser um setor com serviço terceirizado.

5) Setor de eventos: organiza todos os eventos necessários, como: programa de visitas, lançamentos de concursos, entrega de prêmios, encontros específicos e outros que se fizerem necessários.

6) Setor de pesquisa: realiza todas as pesquisas necessárias, coordenação de cadastros e contatos com cidadãos, consumidores e líderes de opinião.

Percebemos, portanto, que o SAC tornou-se um valor imprescindível a ser agregado aos produtos e/ou serviços oferecidos pelas organizações. Esse valor agregado, no entanto, não representa exatamente um problema. Muito pelo contrário. Aquelas instituições que sabem utilizar os seus SAC's para tentar entender os equívocos existentes nos seus processos produtivos e administrativos, podem estabelecer, a partir das queixas e reclamações dos cidadãos, níveis altíssimos de eficiência e eficácia das suas operações.

Para um bom aproveitamento das informações dos SAC's, entretanto, é de suma importância que ele esteja subordinado a um setor que tenha habilidades naturais para lidar com os públicos.

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Os SAC's são um importante instrumento para detectar a latência e evitar possíveis crises nas instituições. A partir das queixas e reclamações dos cidadãos é possível identificar, por exemplo, boatos que possam afetar a imagem e a credibilidade de uma organização.

Mario Rosa em A síndrome de Aquiles coloca, com muita propriedade, que,

"As crises de imagem se sucedem na rotina de nossas vidas, uma após a outra, variando de personagem para personagem, na dinâmica por vezes alucinante da vida real. Quando se está dentro de uma crise, sem saber direito como enfrentá-la, sem dispor de mecanismos para aferir sua evolução ou mensurar seus desdobramentos, é só aí, infelizmente, que muitos se dão conta de que bem melhor teria sido agir antes, muito antes, para que aquele verdadeiro inferno não estivesse acontecendo (ROSA, 2000, p.19)."

Nesse sentido, o gerenciamento das informações geradas pelas queixas e reclamações de cidadãos insatisfeitos através dos SAC's, torna-se um elemento que merece, da alta direção das instituições, uma grande atenção e, sobretudo, empenho para que sejam criados processos e dispositivos metodológicos que permitam a análise de crises latentes.

Rosa (2000) nos chama atenção para o fato de que "o sucesso não é um antídoto de crises. Ao contrário, funciona muitas vezes como um passaporte para elas. Por maiores que sejam a seriedade, ética e honestidade que você ou sua organização tenham".

A monitoração constante das informações dos SAC's, portanto, se faz necessária, mesmo quando a organização vai bem, os serviços bem prestados, a mídia espontânea está a seu favor, enfim, ainda que tudo esteja tecnicamente sob controle.

Uma crise de imagem se diferencia das demais crises, segundo Ian Mitroff, um dos maiores estudiosos do tema, essencialmente, pelo seu agente provocador: o homem. Isso torna tudo mais difícil, chamativo e perigoso. Mitroff explica que quando uma crise é causada por um desastre natural não se pode culpar ninguém. Entretanto, quando a falha é humana, imagina-se, em princípio, que o desastre poderia ter sido evitado e procura-se sempre um culpado para responsabilizar (ROSA, 2000).

A valor simbólico que está por trás do fato é muitas vezes mais forte do que o fato em si. Nesse sentido, as reclamações registradas pelos SAC's devem ser analisadas enquanto expressão de valores por parte dos usuários, com a finalidade de se entender o que sustenta aquela reclamação e qual a verdadeira razão que motivou o cidadão a apresentá-la.

Nesse sentido, os canais disponibilizados pelos SAC's deveriam favorecer o maior grau de interação possível dos cidadãos com a organização, tendo em vista o aprofundamento das informações disponibilizadas para análise pelos seus gestores.

No entanto, de nada adiantará um bom entendimento das informações geradas pelos SAC's, se essas informações não forem bem utilizadas pela organização para melhorar seus processos comunicativos, administrativos ou produtivos, visando a qualidade da relação com os seus públicos. Essa condição irrestrita nos remete à necessidade de utilização de estratégias de relações públicas para a manutenção de um relacionamento forte e duradouro com os nossos públicos prioritários e de interesse, especialmente na área de serviços, que demanda forte comprometimento do público interno, o pessoal do atendimento.

A necessidade de relações públicas estratégicas com o cidadão

Para entendermos a função estratégica das relações públicas no processo de gestão de relacionamentos desenvolvido pelos SAC's de uma organização, será preciso estabelecer a sua relação mais importante, que constitui o núcleo da atividade de RP: a relação Organização-Públicos. Neste binômio, estão todas as conexões das relações sociais das organizações e sua complexidade (SIMÕES, 1995).

Podemos dizer que as funções estratégicas das relações públicas, de um modo geral, são as de gerenciar as políticas da organização e conduzir os seus discursos para com os

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públicos, diferenciando-os, estrategicamente, em relação ao seu posicionamento perante o poder da organização, e visando sempre o interesse comum como um pressuposto do interesse específico de legitimar o poder decisório da organização frente aos seus diversos públicos.

Em relação aos SAC's, o processo estratégico de relações públicas estará focado em dois grandes grupos: o público interno (todos os funcionários, inclusive os de direção e os terceirizados) e o usuário (cliente/cidadão).

Para o público interno, o Relações Públicas deve trabalhar estrategicamente com programas de qualificação profissional e aprimoramento dos processos de atendimento e processamento das informações recebidas através dos SAC's. É importante estabelecer para esses públicos canais de comunicação em via de mão dupla, para que qualquer pessoa envolvida no processo possa tirar dúvidas, criticar e/ou sugerir mudanças no sentido de melhorar o andamento dos trabalhos, e, conseqüentemente, a qualidade dos serviços prestados pela organização ao seu público usuário (cliente/cidadão).

O usuário, deve ser trabalhado no plano da cordialidade, tentando se criar uma relação de afinidade deste usuário com a organização. Para isso, é preciso que não faltem alguns elementos, como a presteza, a cordialidade e a boa vontade em resolver os seus problemas, quando forem apresentados.

Muitas vezes uma reclamação de um cidadão significa que ainda existe alguma chance de reverter o protesto em conquista de confiança, que irá divulgar positivamente o nome da instituição. Para isso, é necessário que as instituições criem dispositivos que permitam ao cidadão um maior nível de interação.

Para que esses processos sejam implementados, as instituições devem trabalhar as relações públicas em sua plenitude, pois o relacionamento com o usuário deve ser permanente, não podendo a organização, em nenhum momento, prescindir dele. Percebemos, porém, que muitas vezes isso acontece devido à falta de conhecimento, por parte dos gestores, da importância das relações públicas nesse processo como atividade promotora da função política da organização, produtora de instrumentos e institucionalizadora de toda e qualquer comunicação, em via de mão dupla, entre a organização e seus públicos.

Nesse sentido, percebemos que o uso de relações públicas na relação da organização com o seu público usuário (cliente/cidadão), não só é interessante como imprescindível, pois garante a instituição o estabelecimento de processos de gestão e controle da sua imagem perante a opinião pública.

O Profissional de Relações PúblicasO relações-públicas é o profissional da boa imagem, o encarregado de zelar e melhorar a imagem corporativa de uma organização, instituição, empresa e até mesmo de pessoas importantes, expostas à mídia ou dependentes dela nas suas funções. Vale dizer que nos dias atuais a imagem de uma instituição ou empresa chega a ser tão importante quando sua saúde financeira. Visto de outro ângulo, é possível afirmar que uma séria lesão na imagem de uma instituição ou empresa poderá prejudicar seriamente sua saúde financeira. Em casos extremos pode até liquidá-la. Também é sabido que é mais difícil e custa muito mais caro recuperar a imagem perdida, que criar uma boa imagem. É por esse motivo que as organizações, conscientes do valor da sua imagem perante o público, investem anualmente grande soma de recursos nos seus departamentos de relações públicas.

Sem mais nada a ver com a imagem estereotipada do simpático bom-moço organizador de festinhas e coquetéis, o relações-públicas moderno, na sofisticada e delicada missão de resguardar imagens institucionais, tem de trabalhar muito, com inteligência, sensibilidade

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e amplos conhecimentos de comunicação, propaganda, marketing e, mais que nunca, de pesquisa. Mas tem de ser simpático, também, e politicamente correto. Sua missão principal é ganhar para sua organização a satisfação dos públicos/consumidores, a simpatia e a boa vontade dos empregados, políticos, ecologistas e, se for possível, do público do país inteiro. Daí a importância do relações-públicas ter uma boa cultura geral, conhecimentos de artes e espetáculos e domínio de idiomas. Ele será o encarregado de planejar propaganda institucional - para vender imagem e não produto - produzir publicações para públicos interno e externo, traçar estratégias de comunicação, planejar e promover espetáculos culturais, lidar com governos, empresas concorrentes, imprensa, políticos, dentre outras coisas.

Nas grandes organizações ou empresas as assessorias de imprensa estão diretamente controladas pelos departamentos de relações públicas, que se encarregam de eventos como os de lançamentos de produtos, serviços, projetos de apoio cultural, satisfação do público/consumidor, prevenção e amortecimento de noticiário hostil, dentre outros.

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRAAdministração financeira cuida de planejamento, analise de investimentos, política de crescimento, financiamento, contabilidade, etc. (Lima Netto, 1978).

Na administração financeira de uma instituição, qualquer que seja o grau de complexidade de suas operações ou a abrangência de sua atuação, são três os conceitos básicos que determinam o sucesso ou fracasso de uma gestão financeira:

1- O planejamento financeiro das operações;

2- O acompanhamento dos eventos que resultem em entrada ou desembolso de recursos;

3- A transparência nas operações visando a legitimidade dos atos.

O orçamento é a ferramenta administrativa mais adequada para se planejar financeiramente - e com segurança - as atividades operacionais de uma instituição, quer sejam atividades rotineiras (tais como folha de pagamento, manutenção da frota de veículos) ou periódicas (tais como projetos com tempo certo de duração, participação em seminários ou congressos). Os orçamentos devem ser confeccionados, preferencialmente, subdivididos em centros de custos, os quais refletirão as necessidades de controle de cada conjunto de tarefas, grupos de pessoas ou eventos. Orçar não só significa estimar a real necessidade de recursos de um centro de custo durante um determinado período como também avaliar com precisão a entrada dos recursos para sustentar a operacionalidade da instituição.

O acompanhamento dos eventos financeiros é efetuado em tempo hábil e mediante números precisos através do fluxo de caixa. Esta ferramenta administrativa permite o acompanhamento periódico - de acordo com as necessidades da instituição - e em tempo real das origens e aplicações dos recursos, o que possibilita decisões em tempo hábil. O fluxo de caixa permite responder de imediato perguntas tais como:

Nas próximas X semanas teremos disponibilidade para pagar os desembolsos que irão ocorrer?

Caso negativo, que desembolsos poderão ser remanejados? Ou que entradas de recursos poderão ser antecipadas?

Caso positivo e havendo disponibilidade de caixa, que investimentos poderão ser efetuados?

Embora existam no mercado excelentes programas para acompanhamento do fluxo de caixa (em geral é utilizado o termo em inglês cash flow), o usuário com alguma noção de planilha eletrônica - Excel - poderá desenvolver sua própria planilha, o que permitirá, com

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maior racionalidade, adaptar os níveis de controle às rotinas e necessidades da instituição.

A transparência das operações é assegurada no momento em que a instituição apresenta sua escrituração contábil de forma clara e apoiada por documentação legal, não só para atender à legislação vigente mas também para proporcionar fidedignidade aos atos de seus gestores. Assim como o orçamento, o plano de contas contábil de uma instituição também deverá ser composto por centros de custo, de acordo com as tarefas, grupos de pessoas ou eventos. Os números apresentados nos balancetes mensais refletirão o resultado real da instituição - superávit / déficit ou lucro / prejuízo - e sua situação patrimonial - ativo / passivo. Os balancetes servirão também de base para a comparação entre os valores orçados - conforme item 1 - e os valores reais, adotando-se então medidas corretivas para os próximos orçamentos, tendo como objetivo minimizar as distorções porventura existentes.

Desta forma, a adequada combinação das três ferramentas - orçamento, fluxo de caixa e contabilidade - permitirá que os três princípios básicos da administração financeira - planejamento, acompanhamento e transparência - sejam alcançados, o que resultará numa gestão tecnicamente correta, transparente e adequada ao bom desempenho da instituição como um todo.

O Planejamento Financeiro

Orçar significa fazer a previsão de um determinado evento, em função das entradas e saídas de recursos.

Sendo assim, na elaboração de um orçamento, visando uma adequada fonte de informações que servirão de base à tomada de decisões administrativas e financeiras que refletirão na continuidade operacional da instituição, os seguintes pontos devem ser considerados:

Realidade x Expectativa

Normalmente, na confecção de um orçamento, as pessoas envolvidas tendem a elaborá-lo de acordo com suas expectativas em detrimento da realidade da situação. Este fato acarreta distorções significativas, em alguns casos com sérios reflexos financeiros e operacionais.

As distorções financeiras podem ser observadas quando, por exemplo, a previsão do custo de pessoal de um determinado setor é subavaliado em função da expectativa de quem o orçou. No transcorrer do período os recursos acabam e inevitavelmente "corte de pessoal" é a única medida para sanear a questão.

Os problemas operacionais são observados nos casos de linha de produção. Quando os custos são orçados a menor o risco da falta de recursos inevitavelmente recairá na qualidade do produto, isto é, na aquisição de matéria-prima de pior qualidade ou na contratação de mão-de-obra desqualificada.

Base de avaliação

Os valores que irão compor o orçamento deverão ter preferencialmente como origem o histórico da Instituição, quer seja nos balancetes contábeis anteriores ou, nos também anteriores, relatórios gerenciais.

Na falta desses dados, as fontes de informações poderão ser obtidas através de consultas a instituições que se encontram em situação similar, sendo que neste caso especial atenção deverá ser dada a situações específicas de entrada e saída de recursos da outra instituição.

Outra base de dados importante é a experiência profissional de cada elemento do grupo, isto é, a capacidade de cada um para colaborar com informações, tendo em vista situações similares já vividas em outras ocasiões.

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Finalmente, quando nenhuma dessas alternativas estiver disponível, a linha de atuação mais adequada será traçar uma meta em cada item do orçamento. A partir daí, a meta será o valor orçado. No próximo orçamento você já terá como base um histórico como referência. Diz o ditado chinês que é melhor estar aproximadamente correto do que totalmente errado.

Eventos subseqüentes

Na implantação e no acompanhamento da previsão orçamentária devemos estar atentos para a possibilidade de alterações no fluxo de entrada e saída de recursos originadas por fatores não orçados, e que a falta de previsão não tenha como origem uma falha técnica, mas sim um fato eventual que em circunstâncias normais não ocorreria.

Para este fato não há um procedimento técnico a ser tomado, há sim de se tentar detectar este evento o mais rapidamente possível para que os dados do orçamento seja refeitos e readaptados a nova situação.

Padronização

Os relatórios e os formulários contendo dados orçamentários devem ser confeccionados de maneira que facilitem a comparação com os demais relatórios gerenciais da Instituição. Assim sendo, quando se fala de orçamento, fluxo de caixa e contabilidade, é fundamental que estes relatórios sejam padronizados entre si porque, em primeiro lugar, a leitura e a compreensão desses relatórios será mais objetiva e, em segundo lugar, numa situação um pouco mais complexa, poderá ser adotada a utilização de software que agrupe estes três relatórios em uma única base de dados.

Gestão Financeira

Gestão Financeira

A gestão financeira é um conjunto de ações e procedimentos administrativos envolvendo o planejamento, análise e controle das atividades financeiras da empresa, visando maximizar os resultados econômico - financeiros decorrentes de suas atividades operacionais. O caminho do lucro passa OBRIGATORIAMENTE por uma gestão financeira eficiente.

Objetivo básico do Gestor Financeiro

O objetivo do gestor financeiro é aumentar o valor do patrimônio líquido da empresa, através da geração de lucro líquido decorrente das atividades operacionais da empresa. Para realizar esta tarefa, o gestor financeiro precisa ter um sistema de informações gerenciais para conhecer a situação financeira da empresa e tomar as decisões mais adequadas para maximizar os seus resultados.

Alocação Eficiente dos recursos da Instituição ou empresa

Isto implica na constante verificação da utilização dos recursos no caixa, nas contas a receber, em títulos de curto prazo, estoques, investimentos de capital, e na análise do risco da empresa.Em resumo isto significa determinar o total do ativo, a composição deste ativo e o perfil de risco do negócio.

Principais funções da gestão financeira

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As principais funções da gestão financeira são:

Análise e Planejamento Financeiro: analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias.

Captação e Aplicação de Recursos Financeiros: analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários e a aplicação dos recursos financeiros disponíveis.

Crédito e Cobrança: analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o recebimento dos créditos concedidos.

Caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos e controlar o saldo de caixa.

Contas a Receber: controlar as contas a receber relativas às vendas a prazo.

Contas a Pagar: controlar as contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos, despesas operacionais, e outras.

Contabilidade: registrar as operações realizadas pela empresa e emitir os relatórios contábeis.

Principais instrumentos de controle utilizados na gestão financeira

Os principais instrumentos de controle utilizados na gestão empresarial são:

1. Fluxo de Caixa: O objetivo do fluxo de caixa é apurar o saldo disponível de caixa, para se tomar a decisão de captar os recursos necessários ou aplicar os recursos disponíveis. O saldo de caixa não indica necessáriamente que a empresa está tendo lucro nem prejuizo em suas atividades operacionais. No fluxo de caixa deverão ser registrados todos os recebimentos (vendas a vista, recebimento de duplicatas e outros recebimentos) e todos os pagamentos (compras a vista, pagamentos de duplicatas, pagamento de despesas, outros pagamentos) previstos para o dia.

2. Demonstrativo de Resultados O objetivo é mostrar o resultado financeiro (lucro ou prejuízo) das vendas realizadas no período. No demonstrativo de resultados deverá constar o valor total das vendas realizadas no período, independentemente do seu recebimento, o custo das mercadorias vendidas, independentemente de seu pagamento, e as despesas decorrentes de suas atividades operacionais. O registro dos recebimentos das vendas e dos pagamentos dos custos e das despesas é feito no Fluxo de Caixa.

Alternativas para CAPTAR e APLICAR os recursos financeiros

As alternativas para captar recursos financeiros necessários para a empresa são: Capital inicial, aumento de capital e aplicação dos lucros acumulados obtidos junto

aos Sócios.

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Empréstimos obtidos junto às Instituições Financeiras.

Financiamento das mercadorias obtido junto aos Fornecedores.

As alternativas para aplicar os recursos financeiros disponíveis da empresa são:

Aplicações junto às Instituições Financeiras.

Aquisição de mercadorias para serem vendidas.

Financiamento aos clientes decorrentes das vendas à prazo.

Aquisição do ativo fixo (móveis e utensílios, equipamentos, veículos, e outros) para uso da empresa.

O que um gestor financeiro deve saber sobre Legislação Tributária

Para elaborar o adequado planejamento tributário, o gestor financeiro precisa conhecer bem a legislação tributária referente aos impostos, taxas, contribuições que incidem sobre as atividades operacionais da sua empresa (base de cálculo, lucro real ou lucro presumido, prazo de recolhimento, isenções, incentivos, benefícios fiscais, SIMPLES Federal, (SIMPLES estaduais)).

O que um gestor financeiro precisa saber sobre o mercado

O gestor financeiro precisa conhecer as principais características financeiras dos participantes do mercado onde atua a sua instituição ou empresa, envolvendo clientes, fornecedores e concorrentes, entre as quais citamos: Clientes:

Quantidade de clientes, por região e geral

Volume médio de vendas por cliente, por tipo de produto e geral

Prazo médio e forma de pagamento das vendas Fornecedores:

Quantidade de fornecedores, por tipo de produto

Volume médio de compras por fornecedor

Prazo médio de pagamento das compras Concorrentes:

Quantidade de concorrentes, por região e por tipo de produto

Preço médio por tipo de produto.

Prazo médio e forma de pagamento das vendas.

Erros mais comuns na gestão financeira

A inexistência de uma adequada gestão financeira pelas empresas, provoca uma série problemas de análise, planejamento e controle financeiro das suas atividades operacionais, entre os quais citamos:

1. Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas fixas ou financeiras, etc., porque não fazem o registro adequado das transações realizadas.

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2. Não saber se a empresa está tendo lucro ou não em suas atividades operacionais, porque não elaboram o demonstrativo de resultados.

3. Não calcular corretamente o preço de venda de seus produtos, porque não conhecem os seus custos e despesas.

4. Não conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos e o volume e o destino dos pagamentos, porque não elaboram o fluxo de caixa.

5. Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não elaboram o balanço patrimonial.

6. Não saber quanto os sócios retiram de pro-labore, porque não estabelecem um valor fixo para a remuneração dos sócios.

7. Não conhecer corretamente o custo das mercadorias vendidas, porque não fazem um registro adequado do estoque de mercadorias.

8. Não saber corretamente o valor das despesas fixas da empresa, porque não fazem separação das despesas pessoais dos sócios com as despesas da empresa.

9. Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque não conhecem o ciclo financeiro de suas operações (PMRV, PMRE, PMPC).

10. Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não tem um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial).

Despesas fixas

São as despesas administrativas realizadas para adequado funcionamento da empresa, independentemente do valor das vendas. Exemplos de despesas fixas:

Aluguel, condomínio, IPTU .

Água, luz, telefone .

Salários administrativos .

Pro-labore (retirada dos sócios) .

Encargos sociais sobre salários e pro-labore .

Honorários profissionais (Contador, Advogado, Consultor) .

Despesas com veículos .

Despesas com alimentação .

Despesas financeiras .

Despesas de manutenção .

Depreciação sobre ativo fixo

Meios de controle das despesas fixas

O gestor financeiro deverá controlar as despesas fixas da seguinte forma:

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Diariamente: Registrar no Controle de Despesas Fixas todas as despesas fixas realizadas, devidamente classificadas.

Mensalmente: Comparar as despesas fixas realizadas com os meses anteriores e analisar as eventuais discrepâncias.

Modelo de Controle de Despesas Fixas Pagamentos Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 5 Dia 31 Total Despesas Fixas - Aluguel 0,00 0,00 1.000,00 1.000,00 - Salários 0,00 0,00 1.000,00 1.000,00 - Encargos 300,00 0,00 0,00 300,00 - Água 0,00 200,00 0,00 200,00 - Luz 0,00 300,00 0,00 300,00 - Telefone 200,00 0,00 0,00 200,00 - Manutenção 100,00 200,00 300,00 600,00 - Pro-Labore 500,00 0,00 600,00 1.100,00 - Financeiras 300,00 100,00 200,00 600,00 - Outras 100,00 200,00 100,00 400,00 Total das Despesas 1.500,00 1.000,00 2.200,00 1.000,00 5.700,00

Balanço PatrimonialO Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis preparadas pelas empresas e demais organizações. Mostra a posição numa determinada data, normalmente 31 de dezembro, como se fosse uma fotografia. Está dividido em:

Ativo,

Passivo e

Patrimônio Líquido.

Ativo

É a parte do Balanço que demonstra onde foram aplicados os recursos da empresa. O Ativo está representado pelos bens e direitos. Inclui, por exemplo, o dinheiro em caixa e em bancos, estoques de mercadorias, equipamentos, imóveis, duplicatas a receber, entre outros.

Passivo

São recursos de terceiros colocados na empresa através de obrigações ou dívidas. É tudo aquilo que ela deve na data do balanço.

Patrimônio Líquido

É a outra parte dos recursos da empresa chamados de próprios, porque pertencem verdadeiramente aos donos. É a diferença entre o Ativo e o Passivo. Uma empresa pode ter muitos bens, mas se ela tiver muitas dívidas também, o patrimônio dos donos poderá ser nulo ou até negativo.

Demais Demonstrações Contábeis de uma empresa, além do Balanço Patrimonial

a. Demonstração do Resultado do Exercício;

b. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos;

c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, que nas empresas de capital fechado pode ser substituída pela Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; e

d. Notas Explicativas.

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Conjunto de informações que uma empresa deve divulgar para fazer a sua prestação de contas.

a. Relatório da Administração;

b. Demonstrações Contábeis e as Notas Explicativas que as integram; e

c. Parecer dos Auditores Independentes, que é obrigatório para as empresas de capital aberto e instituições financeiras, além de algumas outras.

É obrigatória a publicação das Demonstrações Contábeis?

Para as sociedades por ações, sim, de acordo com a Lei 6404 de 15 de Dezembro de 1976, que, em seu artigo 133, determina a publicação dessas informações. As empresas de capital aberto sujeitam-se, ainda, às normas da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, que é o órgão fiscalizador do mercado de capitais. Empresas de capital aberto são aquelas que têm suas ações, ou quaisquer outros de seus valores mobiliários, negociados em bolsa ou em mercado de balcão.

O que é o Parecer dos Auditores Independentes?

O Parecer do Auditor trata da qualidade das demonstrações contábeis em relação a:

a. Práticas contábeis de aceitação geral e apropriadas às circunstâncias;

b. Demonstrações e notas com informações suficientes sobre assuntos que possam afetar seu uso, entendimento e interpretação; e

c. Conteúdo das demonstrações classificadas e agrupadas de maneira apropriada.

O parecer compõe-se basicamente de três parágrafos:

1. identificação das Demonstrações Contábeis e definição das responsabilidades da administração e dos auditores;

2. extensão dos trabalhos; e

3. opinião sobre as Demonstrações Contábeis.

Em que ordem as informações do Balanço devem ser analisadas?

A primeira coisa que você deve ler é o Relatório da Administração, que, adequadamente elaborado, reúne melhores condições de entendimento e apresenta uma análise corporativa, setorial e financeira. Também enfoca projeções e contém, ainda, informações do passado explicando o desempenho do período e as tendências. Em seguida, é recomendável a leitura das Notas Explicativas, que tratam do contexto operacional e das práticas contábeis adotadas de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade. Depois, você deve passar à Demonstração do Resultado, ao Balanço Patrimonial, à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e às Mutações do Patrimônio Líquido. As Notas Explicativas devem ser lidas em conjunto com o Balanço, pois são um detalhamento desse demonstrativo. Não deixe de ler o Parecer dos Auditores Independentes, que trata da qualidade das Demonstrações Contábeis. Nesse parecer poderão estar contidas informações que modificarão completamente sua opinião sobre a empresa. Normalmente, as demonstrações são apresentadas em colunas comparativas para facilitar a análise da evolução de um ano para o outro. Propicia, também a comparação de, pelo menos, dois anos, pois o Princípio Contábil da Consistência prevê a utilização de critérios de valorização e avaliação semelhantes. Em alguns momentos, novas colunas são criadas para mostrar a situação da empresa dentro do que manda a lei e de acordo com a inflação.

Princípios Fundamentais da Contabilidade

O objetivo dos princípios é garantir a comparação e a integridade das Demonstrações Contábeis e, por isso, são homologados por órgãos internacionais de contabilidade. No Brasil, além da CVM, também pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC, com a elaboração do Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON. Eles permitem a você ter

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uma razoável garantia de que a empresa e a administração utilizaram critérios uniformes em relação às demais empresas brasileiras e ao restante do mundo. Sem os princípios contábeis, seria uma grande confusão, pois cada empresa adotaria o seu critério e seria impossível fazer qualquer comparação entre elas. Os princípios buscam assegurar regras definidas e eqüitativas. Você deve ter em mente que a contabilidade e os critérios adotados baseiam-se no princípio geral da sinceridade e seriedade da informação contábil.

Princípios Fundamentais da Contabilidade

São dez os princípios organizados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - IPECAFI, USP - e aprovados pelo IBRACON, em 22 de Novembro de 1985: Entidade Contábil; Continuidade; Custo como Base de Valor; Denominador Comum Monetário; Realização da Receita; Confronto das Despesas com as Receitas e com os Períodos Contábeis; Objetividade; Materialidade; Conservadorismo e Consistência.

O Princípio da Continuidade

Este princípio considera que a empresa usa o patrimônio (máquinas, terrenos, edifícios, etc.) para atingir suas metas. Por isso, a contabilidade não leva em conta o valor de mercado dos bens usados na operação. O que interessa é saber quanto foi investido para obter os resultados. Não seria este o caso se a empresa fosse paralisar suas atividades. A descontinuidade levaria à avaliação das contas pelo valor de mercado de seus bens, direitos e obrigações. Para que seja reconhecido o estado de descontinuidade imediata ou iminente, é necessária uma avaliação minuciosa que, se confirmada, deve ser mencionada no Parecer dos Auditores.

Os Princípios do Custo como Base de Valor e Denominador Comum Monetário

Estes princípios determinam que os bens ou direitos devam ser registrados pelo preço pago em moeda corrente; da mesma forma, os produtos fabricados, pelo custo de fabricação. Em países com inflação, esses conceitos foram aprimorados para não prejudicar a informação contábil. Nesses casos, trabalha-se com o conceito de moeda constante, atualizando-se todos os valores para a moeda válida na data do balanço. O modelo de contabilidade prevista na atual Lei das Sociedades por Ações carrega distorções, pois junta valores de poder aquisitivo diferentes (moedas presente, futura e passada), como se estivessem expressos por um único denominador monetário. Quando são mencionados os Princípios Fundamentais da Contabilidade, entende-se que esses detalhes foram considerados, estando as Demonstrações em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante na data das Demonstrações Contábeis. Essa informação deve constar da Nota Explicativa de Práticas Contábeis e do Parecer dos Auditores.

Os Princípios de Realização da Receita e de Confronto das Despesas com as Receitas e com os Períodos Contábeis

Estes princípios são também conhecidos como Regime de Competência. As receitas devem ser consideradas quando auferidas - ganho líquido e certo - ainda que o recebimento se dê em outra época. A realização ocorre no momento em que os produtos ou serviços são transferidos ao cliente. É quando todo ou quase todo o esforço para obter a receita já foi feito (exceto para bens de fabricação de longo prazo, cujo resultado seria em virtude de estágios completados). Os contratos assinados ou os pedidos em carteira não estão reconhecidos no balanço porque a contabilidade trabalha com fatos que afetam o patrimônio. A simples assinatura ou o pedido recebido ainda não provocaram esse incremento. Trata-se apenas de intenções. O mesmo se dá com as despesas ou custos: são registrados proporcionalmente às receitas ou quando incorridos, independentemente da data de pagamento.

Custo x Despesa

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O custo é um gasto que geralmente agrega valor a um bem ou serviço. A despesa é um gasto que se consome sem estar diretamente relacionado com o produto.

Receita

É a remuneração obtida pela venda ou aluguel de um bem ou pela prestação de serviços. É reconhecida no momento em que a transação é feita, independentemente do seu recebimento.

Demonstração do Resultado do Exercício

Se o balanço é uma fotografia, esta demonstração é um filme. Apresenta de que forma o lucro ou prejuízo foi apurado, ordenando as receitas diminuídas das despesas. Primeiro, as receitas de vendas ou serviços (deduzidas dos impostos sobre vendas e das devoluções). Depois, os custos do período (gastos de fábrica ou produção), as despesas (de escritório, administrativas, comerciais e financeiras - líquidas das receitas financeiras) e, por último, a participação de terceiros antes do Lucro Líquido ("fatia do lucro" entregue ao imposto de renda, participação dos administradores e gratificações aos empregados).

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Esta demonstração apresenta a movimentação nas contas do Patrimônio Líquido. São os aumentos de capital em dinheiro, bens ou com as reservas. Mostra também os lucros retidos, os dividendos propostos ou pagos e os outros aumentos e reduções ocorridos durante o ano. É um apêndice do Balanço que tem o objetivo de detalhar o Patrimônio Líquido ali demonstrado.

Dividendo

É a distribuição, em dinheiro, aos acionistas ou donos da empresa de uma parcela do seu lucro. Normalmente ocorre ao final de um exercício social, geralmente um ano de operações. O percentual distribuído é estabelecido no estatuto da empresa ou em normas legais. Algumas empresas o pagam mensalmente. O dividendo é a parte sagrada que remunera o investimento do acionista.

As Notas Explicativas

Esclarecem pontos que a linguagem contábil não consegue retratar, tais como transações ou fatos que podem alterar, futuramente, a situação patrimonial demonstrada. Também são utilizadas para informar as Práticas Contábeis e detalhar algumas contas do Balanço Patrimonial ou de outra demonstração. O Parecer do Auditor também pode fazer referência a uma Nota Explicativa.

Por que o Balanço é dividido em Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido e em Contas?

Porque não basta detalhar uma lista dos bens e direitos apresentados sob os títulos de Ativo Circulante, Ativo Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanente. É necessário apresentar a fonte desses recursos. Os recursos podem ter vindo de terceiros aí apresentados sob os título de Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo ou vindo dos acionistas, o que está demonstrado no Patrimônio Líquido. Há uma equação que mostra isso: (Patrimônio Líquido) = (Ativo) - (Passivo). As contas servem para reunir os valores de mesma natureza e são também utilizadas para possibilitar os lançamentos contábeis de forma ordenada. Nas Contas do Ativo temos o dinheiro da empresa em Caixa e Bancos, as duplicatas emitidas por vendas e prazo em Contas a Receber e assim por diante.

Se o Ativo representa os bens e direitos da empresa, por que as Contas do Ativo têm saldos devedores?

A contabilidade tem regras, e uma delas manda que para se aumentar contabilmente uma Conta do Ativo, deve-se debitar essa conta, e para que uma Conta do Ativo seja diminuída, o que se deve fazer é creditá-la. Com as Contas do Passivo e do Patrimônio Líquido ocorre o contrário. Você pode gravar na memória a representação gráfica:

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BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (+) (-)

debitar creditar

PASSIVO (-) (+)

debitar creditar

PATRIMÔNIO LÍQUIDO (-) (+)

debitar creditar

Como a empresa registra no seu Ativo os chamados bens intangíveis, como o seu "know-how", a tradição, a marca e tantos outros?

A contabilidade só registra aquilo que é mensurável em dinheiro, que seja útil e que pertença à empresa. Dessa forma, uma firma de auditoria pode Ter nos seus quadros excelentes profissionais, uma metodologia de trabalho extremamente moderna e uma reputação irretocável. Tudo isso tem valor, é o seu goodwill, mas não estará registrado no seu Ativo. Se, eventualmente, outra empresa adquiri-la, o valor pago por conta desse goodwill será registrado no Ativo da nova empresa.

Como se dividem as contas do Balanço?

Para facilitar a análise da situação da empresa, as contas são ordenadas em grupos, segundo sua natureza e ordem decrescente de liquidez. Essa liquidez está na ordem da velocidade com que os valores podem ser transformados em dinheiro ou exigíveis. Até o prazo de 360 dias, a classificação se dá no CIRCULANTE e acima desse limite, no LONGO PRAZO. É o que se faz no Balanço, conforme quadro:

BALANÇO PATRIMONIAL Mais Líquida ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Menos Líquida REALIZÁVEL A EXIGÍVEL A LONGO LONGO PRAZO PRAZO Sem Liquidez PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Ativo Circulante

É o dinheiro da empresa, os direitos que serão recebidos em dinheiro, serviços ou bens, e os estoques que serão vendidos e recebidos em prazo nunca superior a 360 dias. As

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contas são apresentadas em ordem de liquidez e as mais comuns, são: Caixa e Bancos, Aplicações Financeiras, Contas a Receber de Clientes e Estoques. Os estoques estão registrados pelo seu preço de compra ou de fabricação, as contas a receber são diminuídas de perdas prováveis e, caso alguma mercadoria ou produto tenha custado mais do que o seu atual valor de mercado, teremos uma provisão para perdas. Nas Demonstrações Contábeis em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante, o preço de compra ou fabricação dos estoques é corrigido monetariamente.

Passivo Circulante

É tudo o que a empresa deve pagar até 360 dias. As contas estarão ordenadas pela sua exigibilidade, vindo primeiro as de prazo mais curto: Empréstimos, Contas a Pagar, Dívidas com Fornecedores, Impostos a Recolher e Provisões (são as despesas incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: Imposto de Renda, Férias, Décimo Terceiro Salário, Salários a Pagar etc.).

O que é Capital de Giro e qual o objetivo da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos?

O Capital de Giro representa os recursos que estarão girando num curto espaço de tempo - um ano - e é representado pela diferença entre o Ativo e o Passivo Circulantes. Na contabilidade, é chamado de Capital Circulante Líquido, cuja variação é explicada na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). Essa demonstração apresenta, em primeiro lugar, as fontes de recursos que contribuíram para o Capital de Giro. A principal origem geralmente deve ser o Lucro. Em segundo lugar, demonstra o que foi feito com esses recursos, fornecendo informações quanto à política de expansão da empresa e a sua capacidade para saldar seus empréstimos de longo prazo e de pagar dividendos, além do nível de endividamento. Mostra como a empresa obtém e administra seus recursos financeiros. Em períodos de crise, esta passa a ser a demonstração mais importante, pois é através dela que se conhece a saúde, inclusive no Brasil, de se adotar o Fluxo de Caixa em substituição à DOAR. O Fluxo de Caixa é mais fácil de entender.

E quando existe dúvida quanto ao registro de uma perda ou divulgação de uma informação?

O Princípio Contábil do Conservadorismo ou Cautela faz com que o Contador seja extremamente cuidadoso e não corra riscos no Balanço. Quer dizer, quando houver possibilidade de perdas, cujo valor seja conhecido ou calculável, ele não espera o fato acontecer, devendo registrá-lo de imediato. Imagine se já fosse do conhecimento da empresa que ninguém iria pagar as duplicatas e o lucro fosse distribuído aos acionistas? Seria um desastre. Um acionista ficaria com o lucro e o outro com o encargo, caso tivesse negociado suas ações. A contabilidade além de ser justa e sensata, procura tratar com equidade os direitos de cada um dos interessados. Se foi feito um mau negócio na compra ou fabricação ou na concessão de crédito aos clientes, o ônus deve ser alocado naquele período em que o fato se verificou. A contabilidade não trabalha com fantasias nem com castelos de areia. Trabalha com fatos. Para manter a qualidade da informação contábil, o Parecer do Auditor deve relatar incertezas em relação a fato relevante, cujo desfecho poderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira. As informações são importantes e significativas nos casos em que, se não evidenciadas ou mal evidenciadas, poderiam levar o leitor a sério erro sobre a avaliação do empreendimento e de suas tendências (Princípio Contábil da Materialidade).

Por que se diz que o "Balanço não bate", que "se está procurando uma diferença" ou que se está "fechado para Balanço"?

Como já se sabe, para todo recurso tem que existir uma fonte. A contabilidade usa as partidas dobradas, representadas por débitos e créditos de mesmo valor, para indicar a conta onde foi feita a aplicação do recurso e para creditar a conta que representou a origem. Concluiu-se que, para todo débito, teremos um ou mais créditos ou vice-versa. Se o "Balanço não bate" é porque uma das partidas não foi feita, está defeituosa ou a soma

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não confere. É por isso que o Contador apura antes um balancete, somando apenas os saldos devedores e confrontando-os com os credores. É para saber se o Balanço "vai bater". Quanto ao famoso "fechado para Balanço", não quer dizer que a empresa precisa fechar as portas para concluir o Balanço: isso seria uma catástrofe, pois algumas empresas levam semanas para fechar seus Balanços. O que na verdade acontece é que a empresa está fazendo a contagem de suas mercadorias e produtos em estoque. Trata-se do inventário físico, para confrontar com os controles contábeis.

Como é iniciado um Balanço?

Quando se integralizam ações de uma empresa, o dinheiro é registrado no Caixa e o valor do recurso na conta Capital. Por exemplo, se esse valor for de $ 1.000, teremos:

BALANÇO PATRIMONIAL Lado esquerdo = débito Lado direito = crédito

ATIVO Caixa 1.000

PASSIVO Zero PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital 1.000

Total 1.000 Total 1.000

Assim, a equação seria:

Ativo 1.000 - Passivo Zero = Patrimônio Líquido 1.000

Como fica o Balanço num segundo momento, se a empresa tomar um empréstimo bancário?

Aí ela passaria a ter recursos de terceiros, além do capital próprio que não tem data para ser devolvido e compõe o Patrimônio Líquido. O capital de terceiros normalmente tem prazo de vencimento. Se o empréstimo for de $ 500, com vencimento após um ano, o Balanço seria fechado como se segue:

BALANÇO PATRIMONIAL Lado esq. = aplicações Lado direito = origens

ATIVO Ativo Circulante . Caixa 1.500

PASSIVO Exigível a longo prazo . Empréstimos Bancários 500 PATRIMÔNIO LÍQUIDO . Capital 1.000

Total 1.500 Total 1.500

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Equação:

Ativo 1.500 - Passivo 500 = Patrimônio Líquido 1.000.

Como fica a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos?

Origens de Recursos

Integralização de capital ............. 1.000Recursos de Terceiros .................. 500Total das Origens ......................... 1.500

Aplicação de Recursos Aumento do Capital Circulante Líquido ou de Giro (Caixa) ............ 1.500

E os lançamentos contábeis para registrar esses fatos?

Pela integralização de capital

- Debitar: Caixa ...................... 1.000

- Creditar: Capital ................... 1.000

Pelo Financiamento

- Debitar: Caixa ........................ 500

- Creditar: Financiamentos bancários .... 500

Consolidação de Balanços

Significa juntar num mesmo relatório as contas de um grupo de sociedades sob um mesmo controle financeiro. Apresenta a situação financeira e econômica de diversas empresas de um mesmo grupo econômico como se fossem uma única. Para isso, adota-se a ficção contábil de uma única empresa, eliminando-se as operações entre as pessoas jurídicas desse mesmo grupo. A ficção contábil está relacionada com o Princípio da Entidade, que não confunde o patrimônio dos donos com o caixa da empresa. Por analogia, imagine que se queira consolidar os rendimentos de uma família. Não se pode considerar a venda do carro do pai para o filho, pois nenhuma riqueza foi acrescida à família. Embora o pai tenha agora mais dinheiro, o filho tem menos: nada entrou de fora. Do mesmo modo, considerando o grupo de empresas como uma família empresarial, as operações entre elas não enriquecem nem empobrecem o grupo. A divulgação das demonstrações consolidadas evita interpretações duvidosas, pois informa a situação do grupo de empresas como um todo.

Eis um modelo mais completo de Balanço Patrimonial:

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MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

DISPONÍVEL Fornecedores

Caixa Obrigações Fiscais

Bancos c/ movimento Obrigações Sociais e Trabalhistas

Bancos c/ aplicação Outras Contas a pagar

CRÉDITOS

Duplicatas a receber EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

(-)Duplicatas descontadas Fornecedores a pagar

Adiantamentos a fornecedores Empréstimos bancários

Adiantamentos a empregados Outras Contas a pagar

Adiantamentos a sócios

Impostos a recuperar RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

Outras contas a receber Aluguéis Ativos a vencer

ESTOQUES Outras receitas a vencer

Mercadorias

Matérias primas PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Produtos acabados Capital Social

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE Lucro do Exercício

Prêmios de Seguros a apropriar Lucros Acumulados

Juros Passivos a apropriar (-) Prejuízos acumulados

Reservas de Lucros

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Reserva Legal

Empréstimos a sócios

Investimentos temporários a longo prazo =

Despesas antecipadas

Outras contas a receber =

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Noções sobre análise de Balanço

A análise de Balanço é tão antiga quanto a própria contabilidade. Começa quando esta termina, ou seja, a partir do Balanço encerrado. Dependendo da situação devemos avaliar não só um balanço, mas fazer comparações com outros anos, para conhecermos a sua evolução.Tem como objetivo avaliar a empresa para tomada de decisões.

Métodos de Análise mais comuns:

5) Quocientes: É o método mais usado, onde são comparados dois valores patrimoniais, dividindo-se um pelo outro.

Ex. Ativo Circulante sobre Passivo Circulante.

Principais Quocientes de Liquidez:

Liquidez Geral: demonstra a capacidade de a empresa pagar seus compromissos a curto e longo prazos, contando com recursos disponíveis no mesmo período.

Fórmula: AC + LP / PC + LP Limite de Normalidade: 0,40 a 1,40.

Interpretação: Para cada real de dívida a curto e longo prazos a empresa dispõe de... para pagar a curto e longo prazos.

Liquidez Corrente: demonstra a capacidade de a empresa pagar suas dívidas a curto prazo, contando com recursos do mesmo período:

Fórmula: AC / PCLimite de Normalidade: 0,51 a 2.

Interpretação: Para cada real de dívida a curto prazo a empresa dispõe de... para pagar a curto prazo.

Liquidez Seca: é um índice de liquidez mais conservador, onde não consideramos os Estoques. Utilizado quando os Estoques passam a constituir valores de difícil conversão em moeda. Ex. Empresas que concentram vendas em determinadas épocas do ano e em épocas de retração do mercado.

Fórmula: AC - Estoques / PCLimite de Normalidade: Próximo a unidade.

Interpretação: Para cada real de dívida a curto prazo a empresa dispõe de... para pagar a curto prazo sem considerar a venda dos estoques. 4) Percentual: Quando queremos obter o valor percentual de uma determinada verba em

relação a um determinado total.

Endividamento Geral: Demonstra o percentual que as dívidas da empresa a curto e longo prazos representa sobre o Ativo Total.

Fórmula: PC + LP / AT.

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Limite de Normalidade: 35 a 75%.

Rentabilidade do Patrimônio: Demonstra o percentual que o lucro do perído representa sobre o PL.

Fórmula: Lucro Líquido / PL.

Exercício

No último dia do exercício social, a empresa RedGreen Ltda. Demonstrou um patrimônio com bens no valor de R$ 13.000,00, direitos no valor de R$ 7.000,00, dívidas no valor de R$ 9.000,00 e capital social no valor de R$ 10.000,00, devidamente registrado na Junta Comercial. Com base nessas informações pode-se afirmar que, do ponto de vista contábil, o patrimônio referido apresenta:

a) Situação Líquida Nula ou Compensada

b) Passivo a Descoberto no valor de R$ 1.000,00

c) Prejuízos Acumulados no valor de R$ 1.000,00

d) Patrimônio Líquido no valor de R$ 1.000,00

e) Patrimônio Líquido no valor de R$ 11.000,00

Comentário: É uma questão de nível fácil. Envolve tão somente conhecimento da equação fundamental do patrimônio: A = P + PL, e saber identificar contas de ativo e passivo.

Logo nas primeiras aulas de contabilidade é estudado que o ativo é composto por bens e direitos, o passivo é composto por obrigações, enquanto que no patrimônio líquido estão representados os valores do capital próprio da empresa, ou seja, o valor que os sócios aplicaram na empresa como capital social (recursos de origem externa) e os lucros e reservas gerados pela empresa (recursos de origem interna).

Classificando os valores temos:

ATIVO: PASSIVO:

Bens R$ 13.000,00 Dívidas R$ 9.000,00

Direitos R$ 7.000,00

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social R$ 10.000,00

Somando os bens e direitos (Ativo) temos R$ 20.000,00

Somando o passivo com o PL temos R$ 19.000,00

Analisando os dados da questão pode-se deduzir que não há outros valores de ativo ou passivo. No entanto, falta exatamente a quantia de R$ 1.000,00 para que a equação feche. Este valor, considerando os dados da questão, deverão ser adicionados no patrimônio líquido, como lucros ou reservas, assim, os dois lados do balanço totalizarão R$ 20.000,00

ATIVO: PASSIVO:

Bens R$ 13.000,00 Dívidas R$ 9.000,00

Direitos R$ 7.000,00

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social R$ 10.000,00

Lucros/reservas R$ 1.000,00

___________________ _________________

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TOTAL R$ 20.000,00 R$ 20.000,00

Alternativa correta: E - patrimônio líquido de R$ 11.000,00.

A empresa Internacional S/A., no encerramento do exercício de 2002, obteve as seguintes informações,conforme segue:

(Valores em R$)

Adiantamento a Fornecedores 15.000,00

Ativo Imobilizado 1.300.000,00

Contas a Pagar 1.100.000,00

Disponibilidades 150.000,00

Duplicatas a Receber 1.200.000,00

Empréstimos 1.000.000,00

Estoques 850.000,00

Lucros Acumulados 200.000,00

Reserva Legal 10.000,00

Na elaboração do Balanço Patrimonial da empresa, os valores do Patrimônio Líquido e do Capital Social Integralizado serão:

(Valores em R$)

Patrimônio Líquido Capital Social Integralizado

a) 1.400.000,00 1.190.000,00

b) 1.400.000,00 1.205.000,00

c) 1.415.000,00 1.205.000,00

d) 1.415.000,00 1.225.000,00

e) 1.425.000,00 1.225.000,00

As contas do Ativo são:

Adiantamento a Fornecedores

Ativo Imobilizado

Disponibilidades

Duplicatas a Receber

Estoques

As Contas do Patrimõnio Líquido são:

Lucros Acumulados

Reserva Legal

As demais contas são do Passivo.

O total do Ativo é R$3.515

O total do Passivo é R$2.100

O valor do PL é a diferença entre Ativo e Passivo.

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O Capital Social Integralizado corresponderá ao valor do PL deduzido de Lucros Acumulados e Reserva Legal.

Alternativa do Gabarito Oficial: C

A empresa Primavera Ltda., no encerramento do exercício de 2004, obteve as seguintes informações, conforme segue:

(Valores em R$)

Adiantamento a Fornecedores 1.000,00

Adiantamento de Clientes 2.000,00

Ativo Imobilizado 20.000,00

Capital Social 29.000,00

Contas a Pagar 40.000,00

Depreciação Acumulada 2.000,00

Despesas Antecipadas 1.000,00

Disponibilidades 1.000,00

Duplicatas a Receber 30.000,00

Estoques 20.000,00

Realizável a Longo Prazo 2.000,00

Reserva Legal 2.000,00

Assinale a opção correta, que corresponde ao valor do Ativo que estará presente no Balanço Patrimonial.

a) R$ 71.000,00

b) R$ 72.000,00

c) R$ 73.000,00

d) R$ 74.000,00

e) R$ 75.000,00

As contas do Ativo são:

Adiantamento a Fornecedores

Ativo Imobilizado

Depreciação Acumulada

Despesas Antecipadas

Disponibilidades

Duplicatas a Receber

Estoques

Realizável a Longo Prazo

Todas as contas devem ser somadas, exceto Depreciação Acumulada, que deverá ser subtraída.

Alternativa do Gabarito Oficial: C

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64 - Uma empresa possui um passivo a descoberto quando:

(A) o passivo é superior ao ativo;(B) ativo = passivo + patrimônio líquido;(C) ativo = patrimônio líquido;(D) ativo = passivo;(E) o patrimônio líquido é nulo.

65 - Os bens que uma empresa possui são representados por contas de:

(A) receita;(B) passivo;(C) compensação;(D) ativo;

(E) despesa.

Fluxo de caixa

É onde acontecem os movimentos de entrada e saída de recursos financeiros do caixa das organizações. Com sua utilização, é possível planejar as necessidades de caixa a curto prazo.

A elaboração do orçamento de caixa deverá seguir a ordem descrita abaixo:

Passo 1 - Projetar os recebimentos de recursos financeiros (todos: doações, recursos para execução de projetos, receitas de venda de produtos etc.)

Passo 2 - Projetar todos os pagamentos (luz, água, telefone, salários, encargos, impostos etc.)

Passo 3 - Cálculo do fluxo líquido de caixa.

A administração do fluxo de caixa requer alguns princípios básicos, como:

- Alongar sempre que possível os prazos para pagamento de duplicatas, principalmente as que vencem em carteira.

- Aproveitar ao máximo todos os descontos dos fornecedores para pagamentos, por exemplo, antecipados.

- Girar o estoque com a maior rapidez possível. Estes somente se aplicam às organizações que de alguma forma são produtoras.

- Como resultado anterior, obter as duplicatas a receber no menor espaço de tempo.

A forma mais comum para visualizar um fluxo de caixa é através de um fluxograma em que a escala horizontal indica o tempo (semanas, meses etc.) e as flechas para baixo indicam saída de recursos ou despesas. Já as setas para cima correspondem às entradas de recursos financeiros.

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R$ 200 R$ 300 R$ 400 R$ 350

R$ 150 R$200 R$ 450

A seguir, apresentaremos outra forma de controlar o fluxo de caixa semanalmente e de forma cumulativa. Neste modelo, é possível verificar no dia o que entrou e saiu e ter ao final da semana o seu saldo, que naquela semana poderá ser positivo ou negativo. Você, de posse dessas informações, poderá saber se na próxima semana precisará adiar alguns pagamentos ou pedir empréstimos bancários.

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Fluxo de caixa

Período 17/05 a

21/05/2004

Saldo em: 17/05/2004

957.198,40 959.353,40 959.353,40 959.353,40 957.053,40 Total OBS

Receitas 17 18 19 20 21

0,00

Associados 5.000,00 5.000,00

0,00

0,00

Total 5.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5.000,00

Despesas 17 18 19 20 21 Total OBS

0,00

Vale-transporte 2.845,00 2.845,00

Telefone 2.300,00 2.300,00

Vale-refeição 3.850,00 3.850,00

Fundo fixo 1.000,00 1.000,00

0,00

0,00

0,00

Total 2.845,00 0,00 0,00 2.300,00 4.850,00 9.995,00

Saldo do fluxo 17 18 19 20 21 Total OBS

Total 959.353,40 959.353,40 959.353,40 957.053,40 952.203,40 -4.995,00

A Demonstração dos Fluxos de Caixa indica, no mínimo, as alterações ocorridas no exercício no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregadas em fluxos das operações, dos financiamentos e dos investimentos. Essa demonstração será obtida de forma direta (a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa) ou de forma indireta (com base no Lucro/Prejuízo do Exercício). As práticas internacionais dispõem que essa demonstração seja segregada em três tipos de fluxos de caixa: os fluxos das atividades operacionais, das atividades de financiamento e das atividades de investimentos.

Explicação sobre a demonstração do fluxo de caixa

Ajuste do Lucro Líquido referente a Despesa Não Desembolsável

Há determinados itens que reduziram o Lucro Líquido na DRE que não representam saída de dinheiro. Daí, o fato de se adicionar novamente Depreciação, que é um item econômico e não financeiro. A Depreciação não significa um desembolso, mas um fato econômico.

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Ajuste do Lucro Líquido no Circulante

O aumento do estoque de novas peças faz-se com dinheiro, o que leva à redução do caixa.

Maior número de duplicatas a receber significa retardar o recebimento do dinheiro que iria para o caixa e teria algum destino. Reduções nos montantes de estoque e duplicatas a receber significam mais recursos no caixa.

Quando os clientes, por exemplo, antecipam pagamento, reduz-se o montante de duplicatas a receber e, consequentemente, aumenta-se o caixa.

Por outro lado, se há aumento de fornecedores no Passivo Circulante, há mais crédito, evita-se a saída do caixa e pode-se utilizar o dinheiro para outras finalidades. A recíproca é verdadeira.

Se há redução de imposto a recolher, o dinheiro que seria usado para essa finalidade pode sê-lo para outros pagamentos.

Como regra geral, temos:

Os aumentos no Ativo Circulante provocam uso de dinheiro (caixa); as reduções do Ativo Circulante produzem caixa (origem de caixa);

Os aumentos do Passivo Circulante evitam saída de mais dinheiro, aumentando o caixa; as reduções do Passivo Circulante significam que o pagamento foi feito, reduzindo o caixa (uso de caixa);

Para calcular as variações líquidas, basta subtrair o saldo anterior do saldo atual das contas do Circulante (Ativo e Passivo).

Atividades de InvestimentosReferem-se ao Não Circulante da empresa. Quando uma empresa compra máquinas,

ações, prédios etc., reduz o caixa. Quando a empresa vende esses itens, aumenta o caixa.

Atividades de FinanciamentosOs financiamentos poderão vir dos proprietários (aumento de Capital em dinheiro)

ou de terceiros (financiamentos, bancos etc.).

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXAEmpresa "X" Ltda. - Exercício de 200___

Saldo Inicial em 31-12-2003.............................. ..................................... .........60.000EntradasReceita Operacional Recebida.......................... ...................730.000 ......................Receitas Financeiras........................................... .....................10.000 ......................Recebimentos de Coligadas............................... .....................10.000 ......................Vendas Investimentos......................................... .....................10.000 ......................Novos Financiamentos........................................ .....................50.000 ......................Aumento de Capital em R$............................... .....................40.000 ......(850.000)(Saldo anterior em R$)...................................... ................................. ......................SaídasCompras Pagas.................................................... .................(660.000) .......................Despesas de Vendas Pagas................................. ...................(30.000) .......................Despesas Administrativas.................................. ...................(50.000) .......................Despesas Financeiras......................................... ...................(30.000) .......................Imposto de Renda............................................... ...................(60.000) .......................Dividendos Pagos................................................ ...................(50.000) ......(880.000)Saldo final em 31.12 .2004................................ ..................................... .........30.000

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Rendimentos: Real e Nominal

Se um investidor aplica R$ 100 e consegue um rendimento de 10% no mês, ele coloca no bolso R$ 110, certo? Errado. Esse ainda é o rendimento bruto nominal, ou seja, sem descontar os impostos e a inflação. No mercado financeiro, no entanto, o que interessa mesmo ao investidor são apenas os juros reais, porque indicam quanto realmente será colocado no bolso.

Para descobrir o rendimento líquido real do investimento, é preciso antes calcular o valor do rendimento líquido nominal, que é encontrado descontando do rendimento bruto - no nosso exemplo, 10% - os impostos a serem pagos. Essas taxas variam de acordo com as aplicações efetuadas. Descontando 20% de Imposto de Renda, por exemplo, sobre os 10%, o investidor achará um rendimento líquido nominal de 8%.

Sabendo, então, esse valor, o investidor já pode calcular seu rendimento líquido real. Para isso, basta descontar a inflação do período. Isso porque, se a inflação sobe e os preços dos bens e serviços acompanham, o dinheiro precisa crescer na mesma proporção para não se desvalorizar.

Descontando a inflação

A inflação que deve ser levada em conta, nesse caso, é a medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Supondo que a inflação seja de 2%, basta diminuir esses 2% do rendimento líquido nominal de 8%. O rendimento líquido real fica em 6%.

Essa cálculo só é usado para aproximações, para números pequenos e para fins didáticos, já que o mercado financeiro trabalha com fatores de correção. Em uma conta envolvendo pequenos valores, o ganho aproximado é bem próximo do valor real. No entanto, 1% ou 2% de grandes valores é muito dinheiro.

Confira as diferenças:

Rendimento bruto nominal - Representa quanto um investimento rendeu sem descontar os impostos e a inflação.

Rendimento líquido nominal - É encontrado descontando do rendimento bruto nominal os impostos a serem pagos.

Rendimento líquido real - É o dinheiro que vai realmente para o bolso do investidor. Para calcular, basta descontar do rendimento líquido nominal a inflação do período de investimento.

Veja agora a regra matemática utilizada para o cálculo:

Para descobrir exatamente o rendimento real de um investimento, o caminho é um pouco mais complexo.

1inflação tx1

nominal líquida juros de tx1real juros de Tx

Na situação citada, teríamos:

5,9% ou 0,059 real juros de Tx

12% 1

8% 1real juros de Tx

Outros caminhos

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Há outras formas de se chegar a esse mesmo resultado.

0,02 1

0,02 - 0,08 real juros de Tx

inflação tx1

inflação Tx nominal líquida juros de tx1real juros de Tx

5,9% ou 0,059 real juros de Tx

Se o rendimento líquido nominal for menor que a inflação no período da aplicação, o investidor estará perdendo seu poder de compra. Se o problema for contínuo normalmente, os investidores começam a migrar para aplicações mais rentáveis.

Taxa Efetiva x Taxa Nominal

Na hora de contratar um financiamento ou pagar alguma dívida deve-se ficar atento se a taxa estipulada em contrato é nominal ou efetiva. Muitas vezes, sem saber a diferença, acaba-se pagando mais do que esperava.

Os contratos de financiamento, em geral, informam a taxa de juros nominal. Entretanto, a que realmente vigora para o cálculo das prestações e do saldo devedor é a taxa efetiva, que é sempre maior do que a primeira. Uma taxa de juros nominal de 12% ao ano, capitalizados mensalmente, corresponderá, na prática, a uma taxa efetiva de 12,6825%.

A taxa efetiva é aquela que realmente incide em determinada operação. Já a nominal é a taxa que é divulgada para um período. Mas a que sempre nos é cobrada é a efetiva.

Quem pega um financiamento de 1 ano, com taxa nominal de 12% ao ano capitalizada mensalmente, estará pagando juros efetivos de 12,6825% por um motivo simples: no primeiro mês, será cobrado 1% de juro. No segundo, o juro também será de 1%, mas incidirá sobre o saldo do mês anterior (já somado ao juro do mês anterior), e assim sucessivamente. É que esses financiamentos são calculados no regime de juros compostos (juro sobre juro). Acompanhe o exemplo:

Financiamento de R$ 1.000, em 12 meses, com taxa nominal de 12% ao ano, capitalizada mensalmente. A taxa mensal será de 1%:

Dívida no 1º mês:R$ 1.000 + 1% = R$ 1.010,00

Dívida no 2º mês:R$ 1.010,00 + 1% = R$ 1.020,10

Dívida no 3º mês:R$ 1.020,10 + 1% = R$ 1.030,30

Dívida no 4º mês:R$ 1.030,30 + 1% = R$ 1.040,60

Dívida no 5º mêsR$ 1.040,60 + 1% = R$ 1.051,01

Page 126: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Dívida no 6º mêsR$ 1.051,01 + 1% = R$ 1.061,52

Dívida no 7º mêsR$ 1.061,52 + 1% = R$ 1.072,13

Dívida no 8º mêsR$ 1.061,52 + 1% = R$ 1.082,85

Dívida no 9º mêsR$ 1.082,85 + 1% = R$ 1.093,68

Dívida no 10º mêsR$ 1.093,68 + 1% = R$ 1.104,62

Dívida no 11º mêsR$ 1.104,62 + 1% = R$ 1.115,67

Dívida no 12º mêsR$ 1.115,67 + 1% = R$ 1.126,82

Agora, basta fazer o cálculo: quem pegou um financiamento de R$ 1.000 e desembolsou, no fim do prazo R$ 1.126,82, pagou 12,68% de juros, e não 12% como informado. Se a taxa efetivamente cobrada tivesse sido de 12%, a dívida final seria de R$ 1.120,00.

É importante que o tomador de empréstimo peça sempre o cálculo da taxa efetiva. Se for um financiamento de um imóvel, por exemplo, que tem prazo longo, a diferença final é realmente muito grande. No caso de um financiamento em 25 anos, com juros nominal de 12% ao ano pagará, de taxa efetiva, um total de 1.878,84%. Se a taxa nominal anunciada estivesse mesmo valendo, o juro seria bem menor: 300%.

Diferença prática entre a taxa nominal e a efetiva:

TAXA NOMINAL TAXA EFETIVA

12% ao ano, capitalizados mensalmente 12,6825% ao ano

6% ao ano, capitalizados mensalmente 6,1678% ao ano

12% ao semestre, capitalizados mensalmente 12,6162% ao semestre

9% ao trimestre, capitalizados mensalmente 9,2727% ao trimestre

4% ao mês, capitalizados diariamente (dias úteis) 4,0773% ao mês

Veja a diferença conceitual de cada uma das taxas:

Taxa efetiva - É aquela em que a unidade de referência de seu tempo coincide com a unidade de tempo dos períodos de capitalização. Assim, são taxas efetivas: 3% ao mês, capitalizados mensalmente; 4% ao mês, capitalizados mensalmente, e assim por diante.

Taxa nominal - É aquela em que a unidade de referência de seu tempo não coincide com a unidade de tempo dos períodos de capitalização. A taxa nominal é quase sempre fornecida em termos anuais e os períodos de capitalização podem ser semestrais trimestrais ou mensais. Exemplos de taxas nominais: 12% ao ano, capitalizados mensalmente; 24% ao ano, capitalizados mensalmente.

Page 127: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

CUSTO FIXO E VARIÁVELCusto Fixo

Sabidamente, não existe custo ou despesa eternamente fixos: são isso sim, fixos dentro de certos limites de oscilação da atividade a que se referem, sendo que, após tais limites, aumentam, mas não de forma exatamente proporcional, tendendo a subir em "degraus". Assim, o custo com a supervisão de uma fábrica pode manter-se constante até que se atinja, por exemplo, 50% da sua capacidade; a partir daí, provavelmente precisará de um acréscimo (5,20 ou 80%) para conseguir desempenhar bem sua função.

Alguns tipos de custos podem mesmo só se alterar se houver uma modificação na capacidade produtiva como um todo, sendo os mesmos de 0 a 100% da capacidade, mas são exceções (como a depreciação, por exemplo).

Podemos começar por verificar que uma planta parada, sem atividade alguma, já é responsável pela existência de alguns tipos de custo e despesas fixos (vigia, lubrificação das máquinas, depreciação, etc...).

Exemplos: Mão-de-obra indireta, constas do telefone da fábrica, depreciação das máquinas da produção, aluguel do prédio utilizado para produção da fábrica, etc...

Custo Variável

Em inúmeras empresas, os únicos custos realmente variáveis no verdadeiro sentido da palavra são as matérias-primas. Mesmo assim pode acontecer de o grau de consumo delas, em algum tipo de empresa, não ser exatamente proporcional ao grau de produção. Por exemplo, certas industrias têm perdas no processamento da matéria-prima que, quando o volume produzindo é baixo, são altas, tendendo a diminuir percentualmente quando a produção cresce.

Pode a mão-de-obra direta, noutro exemplo, crescer à medida que se produz mais, mas não de forma exatamente proporcional, devido à produtividade que tenderia a aumentar até certo ponto, para depois começar a cair.

Se o pessoal tem oito horas para produzir 60 unidades, quando normalmente levaria seis para tal volume, provavelmente gastará as oito horas todas trabalhando de forma um pouco mais calma (se não estiver o volume por hora condicionado por máquinas). Se o volume passar para 80 unidades, trabalharão as mesmas oito horas; se for de 90 unidades, talvez levem pouco mais de nove horas, em função do cansaço, que faz decrescer a produtividade.

Exemplos: Matéria prima, mão-de-obra direta, embalagens, energia elétrica (consumida na fabricação direta do produto) etc.

PORCENTAGEM (%)

"Porcentagem é uma fração decimal, cujo denominador é cem, a expressão x %, é chamada de

Page 128: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

taxa percentual e representa a razão

100

x".

Exemplos:

OPERAÇÕES COM PORCENTAGEM

Podemos, por exemplo, operar números na forma de porcentagem, observe:

Exemplo:

Efetue:

Page 129: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

%64=

5

4

10

8

100

64 = 0,8 = 80%

(10%)2 = 22

10

1

100

10

=

100

1= 1%

5% 15% =100

5100

15=20

120

3= 400

3= 0,75%

TRANSFORMAÇÕES

Muitas vezes teremos que transformar números decimais, ou frações, para a forma de porcentagem, ou mesmo teremos que fazer o contrário, transformar porcentagens em números decimais ou frações.

DECIMAIS PORCENTAGEM

"Para converter números decimais em porcentagem, basta multiplicar o número por 100".

Exemplos:Vamos converter os números abaixo para a forma de porcentagem:0,57100 = 57%0,007100 = 0,7%1,405 100 = 140,5%

FRAÇÕES PORCENTAGEM

"Para converter frações para porcentagens, em geral, vamos transformar as frações em números decimais, em seguida multiplicá-los por 100".

Exemplos:

Page 130: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

15

7=0,466...=46,666% aproximadamente 46,7%

4

3= 0,75 = 75%

CÁLCULOS EM PORCENTAGEM

Existem problemas onde precisamos encontrar a porcentagem de um valor específico, ou mesmo a porcentagem de um determinado número de elementos em um conjunto, ou população:

Exemplo1:Em uma empresa trabalham 60 pessoas, sendo 15 mulheres. Vamos

determinar qual a porcentagem de homens, existente nesta empresa.Observe que de 60 pessoas, 15 são mulheres e 45 são homens, logo, em

sabemos que 60

45

dos funcionários da empresa são homens.

Simplificando a fração encontrada obtemos 4

3

, então teremos 75% dos funcionários como sendo homens e o restante (25%) sendo mulheres.

Exemplo2:Vamos determinar quanto é 23% de R$ 500,00. Paratanto, vamos calcular

de duas formas distintas, a primeira utilizando uma regra de três, e a outra, utilizando a relação "fração todo", utilizada na resolução de problemas que envolvem frações.

1O.Modo: "Regra de Três"

% R$ 23 x 100 500

Como as grandezas são diretamente proporcionais a equação fica assim:

Page 131: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

100

23= 500

x 100x = 23 . 500 x = 23 . 5 x = 115 Logo, 23% de R$ 500,00 é igual a R$ 115,00.

2O.Modo: "Fração Todo"

23% de 500 =

100

23. 500 = 23 . 5 = 115

Logo, 23% de R$ 500,00 é igual a R$ 115,00.

Exercícios Resolvidos

R1) Ao receber uma dívida de R$ 1.500,00, uma pessoa favorece o devedor com

um abatimento de 7% sobre o total. Quanto recebeu?

Resolução:Uma pessoa deve receber R$ 1.500,00, e no entanto, essa pessoa, concede um abatimento de 7% sobre esse valor, portanto, ela recebeu 93% do valor total (R$ 1.500,00).

Page 132: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

93% de 1.500 =

100

93 1.500 = 93 . 15 = 1.395 Logo a pessoa recebeu R$ 1.395,00.

R2) Uma pessoa ao comprar uma geladeira, conseguiu um abatimento de 5%

sobre o valor de venda estipulado, e assim foi beneficiado com um desconto de R$ 36,00. Qual era o preço da geladeira?

Resolução:

1 O .Modo: "Regra de Três"

% R$ 5 36 100 x

Como as grandezas são diretamente proporcionais a equação fica assim:

100

5= x

36 5x = 36 . 100 x = 36 . 20 = 720

Page 133: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Portanto, o preço da geladeira era de R$ 720,00.

2 O .Modo: "Fração Todo"

Sabemos, do enunciado, que 5% de um valor qualquer (aquele que temos que descobrir) é igual a R$ 36,00, logo:

5% de x = 36

100

5. x = 36 5x = 36 . 100 x = 720

Portanto, o preço da geladeira era de R$ 720,00.

R3) Uma coleção de livros foi vendida por R$ 150,00. Com um lucro de R$ 12,00.

Qual foi a porcentagem do lucro?

Resolução:

"Fração Todo":

x% de 150 = 12

100

x. 150 = 12 x = 8%

"Regra de Três"

Page 134: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

% R$ X 12 100 150

100

x= 150

12 150x = 1200 x = 8%

AUMENTOS E DESCONTOS

Uma determinada loja de roupas dá as seguintes opções de compra de uma calça jeans, cujo preço é de R$ 40,00:

1a.Opção de Pagamento pagamento à vista com um desconto de 5%.

2a.Opção de Pagamento Þ pagamento a prazo com um aumento de 5%.

Qual será o novo preço da calça, nos dois casos considerados?

Uma forma de encontrarmos estes dois valores é determinando quanto é 5% de R$ 40,00. Na opção de pagamento à vista, subtrairíamos do valor da calça, e na segunda opção, somaríamos os 5% no valor da calça, obtendo assim, nos dois casos, os seus respectivos valores.

Entretanto, em geral, utilizaremos um Fator de Multiplicação, para o caso de haver um desconto ou um aumento.

DESCONTOS

"Um desconto de x % em cima de um valor V é dado por: (0,a) V, onde a = (100 - x)".

Exemplos (Tabela):

Descontos (%) Fator de Multiplicação 25 0,75

Page 135: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

30 0,70 70 0,30 5 0,95

Observe que:

75 = (100 25)70 = (100 30)30 = (100 70)95 = (100 5)

Voltando ao nosso exemplo inicial, o preço pago pela calça, no pagamento à vista será:

0,95 40 = R$ 38,00

AUMENTOS"Um aumento de x % em cima de um valor V é dado por: (1,x) V".

Exemplos (Tabela):

Aumentos (%) Fator de Multiplicação 25 1,25 30 1,30 70 1,70 5 1,05

Voltando ao nosso exemplo inicial, o preço pago pela calça, no pagamento a prazo será:

1,05 40 = R$ 42,00

Exercícios Resolvidos

1) Uma adega vende certa quantidade de garrafas de vinho a R$ 580,00, obtendo um lucro de 25% sobre o preço da compra. Determinar o preço da compra e o lucro obtido.

Resolução: Como se trata de um lucro, nos deparamos com um problema de aumento. Pelo enunciado R$ 580,00 é o preço de venda e o lucro de 25 % (ou o aumento) é dado em cima de um valor de compra desconhecido, vamos escrever uma equação que nos relacione esses valores em linguagem matemática:

Preço de Compra: C

Page 136: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Logo:1,25 C = 580 C = 464

Portanto o preço de compra é R$ 464,00 e o lucro obtido é igual a 580 - 464 = R$ 116,00.

2) Um número diminuído de seus 18% vale 656. Qual o número?

Resolução:Houve uma diminuição, portanto é o mesmo que dizer que houve um desconto, e este foi de 18%, logo o fator de multiplicação é 0,82. Escrevendo a equação matemática vem:

Número: x0,82 x = 656 x = 800

Portanto o número é 800.

EXERCÍCIOS - PORCENTAGEM

P1) Qual o número cujos 18% valem 108?

P2) Qual o número cujos 43% valem 374,1?

P3) Uma pessoa compra um terreno por R$ 17,500,00 e vende-o com um lucro de

R$ 3.500,00. Qual a porcentagem do lucro?

P4) Qual o número que aumentado de seus 20% da a soma de 432?

P5) Escrever a razão 3/8 na forma de porcentagem.

P6) Um desconto de R$ 7.000,00 sobre um preço de R$ 25.000,00,

representa quantos por cento de desconto?

P7) Um lucro de R$ 12.000,00 sobre um preço de R$ 150.000,00,

representa quantos por cento desse preço?

P8) Exprimir 51% na forma decimal.

P9) Em um jogo de basquete, um jogador cobrou 20 lances livres, dos quais

acertou 65%. Quantos lances livres acertou?

P10) Durante o ano de 1992, uma equipe de basquete disputou 75 jogos, dos

quais venceu 63. Qual a porcentagem correspondente aos jogos vencidos?

P11) Comprei 60 figurinhas e aproveitei apenas 45 em meu álbum. As restantes

eram repetidas. Qual foi a porcentagem de figurinhas repetidas?

Page 137: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

P12) Em um colégio, 1400 alunos estudam no período da manhã. Esse número

representa 56% do número de alunos que estudam no colégio. Quantos alunos estudam ao todo nesse colégio?

P13) Na compra de um objeto, obtive um desconto de 15%. Paguei, então, R$

7.650,00 pelo objeto. Nessas condições qual era o preço original desse objeto?

P14) Um representante comercial recebe de comissão 4% pelas vendas que

realiza. Em um mês recebeu de comissão R$ 580,00. Quanto vendeu nesse mês?

P15) Em uma fábrica 28% dos operários são mulheres, e os homens são 216.

Quantos são no total os operários dessa fábrica?

P16) Um comerciante compra 310 toneladas de minério à R$ 450,00 a tonelada.

Vende 1/5 com lucro de 25%; 2/5 com lucro de 15% e o resto com um lucro de 10%. Quanto recebe ao todo e qual é o seu lucro?

P17) Um agente de motores adquire os mesmos por R$ 18.000,00 e paga

uma taxa alfandegária de 15%. Devendo dar ao vendedor uma comissão de 10%. Por quanto deve vender para pagar 30% sobre o mesmo preço?

P18) Uma pessoa compra uma propriedade por R$ 300.000,00. Paga de

taxas, comissões e escritura R$ 72.000,00. Por quanto deve revendê-la para obter um lucro de 12%?

P19) Um número diminuído de seus 27% vale 365. Qual é o número?

P20) Uma pessoa ganha em uma transação 3/5 da quantia empregada. De quantos

por cento foi o lucro?

P21) A porcentagem de 36% sobre um valor, que fração é desse mesmo valor?

P22) Uma betoneira depois de trabalhar na construção de um edifício, sofre uma

depreciação de 27% sobre seu valor e, é então avaliada em R$ 36.500,00. Qual o valor primitivo?

P23) Com uma lata de tinta é possível pintar 50m2 de parede. Para pintar uma

parede de 72m2 gastam-se uma lata e mais uma parte de uma Segunda. Qual a porcentagem que corresponde a parte que se gasta da segunda lata?

P24) Sabendo-se que uma substância chamada óxido de magnésio contém 24g de

magnésio. Sendo assim, qual a porcentagem de magnésio existente em 40g de óxido de magnésio?

Page 138: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

P25) A área de um terreno A é 930m2, enquanto a área do terreno B é 1500 m2.

Nessas condições a área do terreno A representa quantos por cento da área do terreno B?

GABARITO - PORCENTAGEM

P1) 600

P2) 870

P3) 20%

P) 360

P5) 37,5

P6) 28%

P7) 8%

P8) 0,51

P9) 13

P10) 84%

P11) 25%

P12) 2.500

P13) 9.000

P14) 14.500

P15) 300

P16) Recebe R$ 160.580,00 e lucra R$ 21.080,00

P17) R$ 29.250,00

P18) R$ 416.640,00

P19) 500

P20) 60%

Page 139: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

P21)

25

9

P22) R$ 50.000,00

P23) 44%

P24) 60%

P25) 62%

JUROS

"Juro é a remuneração do capital empregado. É a compensação em dinheiro que se recebe quando se emprega uma determinada quantia por um determinado

tempo".

Quando aplicamos um capital durante um certo período de tempo, esperamos obter um rendimento. Após esse período, o capital se transformará em um valor capitalizado, chamado montante.

"Montante é o capital aplicado acrescido do rendimento obtido durante o período da aplicação. É também chamado valor futuro, valor de resgate ou valor

capitalizado".Sejam: C = Capital aplicado ou principalt = Tempo de aplicaçãoi = Taxa porcentualJ = Juro produzido ou rendimentoM = Montante

Page 140: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Observação:

O tempo de aplicação deve estar coerente com a taxa, isto é, se um estiver expresso em anos o outro deve estar também, e assim sucessivamente.

JUROS SIMPLES

"No juro simples a taxa será incidente apenas no valor inicial".

Exemplo:

Empregando R$ 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m. a juros simples, qual será o valor resgatado após 3 meses?

Repare que:

C = 5.000t = 3 mesesi = 10%J = ?M = ?

O que se pede no problema é o montante (M), vamos então, estabelecer uma seqüência de rendimentos durante os meses, sabendo que se a aplicação está relacionada com o juros simples devemos empregar a taxa apenas ao valor inicial

(Capital = 5.000): 10% de 5000 = 500

Logo, a seqüência:(5000; 5000 + 500, 5500 + 500, 6000 + 500, ...)

(5000; 5500; 6000; 6500; ...)Pela seqüência podemos concluir que após os três meses de aplicação

termos um montante de R$ 6.500,00, tendo rendido R$ 1.500,00 de juros.

Imagine agora se fôssemos calcular o montante obtido após 30 meses. Seria inviável utilizar uma seqüência para a obtenção do montante, portanto utilizaremos para cálculo do Juros Simples, a seguinte fórmula.

Nota: Para a obtenção do montante basta somar o juros obtido com o capital empregado.

100tiCJ

e M = J + C

Vamos calcular novamente o montante de uma aplicação de R$ 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m. durante 3 meses:

Page 141: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

100

3105000J =

100

150000= 1500

M = 1500 + 5000 = 6500

Observações:

Para o nosso estudo, designaremos m (minúsculo) e d (minúsculo) para referirmo-nos ao tempo em meses e a dias, respectivamente.

Vamos considerar o ano com 360 dias (ano comercial).

Exercício Resolvido

R1) Seja um capital de R$ 800.000,00, investido durante 4 meses e a taxa de juros

simples de 120% a.a.. Calcule:a) O juro obtido.b) O montante.

Resolução:a) Dados:

C = 800.000t = 4 mesesi = 120 % a.a.

Observe que a taxa está em anos e o tempo em meses, portanto devemos converter um deles, é mais conveniente, em geral, transformar o tempo de acordo com a taxa e paratanto podemos utilizar uma regra de três:

Ano Meses 1 12 x 4

Como são grandezas diretamente proporcionais, o cálculo será imediato.

Page 142: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Repare que não haveria necessidade da regra de três, uma vez que quatro meses

é uma parte do ano e essa parte nada mais é que 12

4

que é o mesmo que 3

1

.

Logo:

t =

3

1

Substituindo na fórmula:

100

tiCJ

=

1003

1120800000 = 320.000

M = J + C = 320.000 + 800.000 = 1.120.000

JUROS COMPOSTOS

Page 143: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

"No Juro Composto, os juros gerados são calculados em cima do valor inicial de cada período, sendo incorporado ao montante de cada período".

Exemplo:

Empregando R$ 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m. a juros compostos, qual será o valor resgatado após 3 meses?

Repare que:

C = 5.000t = 3 mesesi = 10%J = ?M = ?

Analogamente aos juros simples vamos estabelecer uma seqüência de rendimentos durante os meses, como o juros será calculado em cima do valor inicial de cada período, vamos utilizar um fator de multiplicação para o rendimento de 10% 1,10

A seqüência:(5000; 1,10 . 5000, 1,10 . 5500, 1,10 . 6050, ...)

(5000; 5500; 6050; 6655; ...)Pela seqüência podemos concluir que após os três meses de aplicação

termos um montante de R$ 6.655,00, tendo rendido R$ 1.655,00 de juros.

Em geral, utilizaremos a fórmula:

Mt = C (1 + i)t

Vamos calcular novamente o montante de uma aplicação de R$ 5.000,00 a uma taxa de 10% a.m. durante 3 meses:

M3 = 5000 . (1 + 0,10)3 = 5000 . (1,10)3 = 6.655

EXERCÍCIOS - JUROS

P1) Qual o juro produzido por R$ 14.000,00 em três anos, a 5% ao ano?

P2) Calcular o juro de R$ 2.700,00 a 8% ao ano, em 3 anos e 4 meses.

P3) Calcular o juro produzido por R$ 900,00 em 1 ano, 5 meses e 20 dias a 0,8% ao

mês.

P4) Calcular o juro de R$ 264,00 em 9 meses a 7% ao ano.

Page 144: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

P5) Qual o capital que produz R$ 400,00 de juro ao ano em 1 ano e 8 meses á uma

taxa de 1% ao mês?

P6) A que taxa ao ano deve ser empregado o capital de R$ 16.000,00 para produzir

R$ 2.520,00 em 2 anos e 3 meses?

P7) O capital de R$ 6.000,00 empregado à 9% ao ano, produziu R$ 810,00 de juro.

Durante quanto tempo esteve empregado?

P8) Uma pessoa adquire um automóvel por R$ 18.000,00. O vendedor

oferece um abatimento de 5% pelo pagamento à vista. A pessoa, no entan-to, prefere pagar em duas prestações iguais. A primeira 6 meses depois da compra e a outra um ano depois submetendo-se ao pagamento de 7% de juro ao ano. Quanto gastou a mais, adotando o pagamento em prestações?

P9) Certo capital colocado a juro durante 3 anos e 4 meses a 8% ao ano, produziu

R$ 720,00 de juro. Qual o capital?

P10) O capital de R$ 900,00 empregado a 0,8% de juro ao mês, produziu R$ 127,00

de juro. Durante quanto tempo esteve empregado?

P11) Um aparelho eletrônico custa R$ 620,00 à vista. Em 5 prestações mensais o

preço passa a ser de R$ 868,00. Sabendo-se que a diferença entre os preços é devida ao juros, qual a taxa de juros cobrada ao mês por essa loja?

P12) Quem aplicou R$ 20.000,00 por 2 meses a uma taxa de 10% ao mês vai

receber a mesma quantia que quem aplicou R$ 25.000,00 a uma taxa de 8% ao mês pelo mesmo período de tempo. Esta afirmação é VERDADEIRA ou FALSA?

P13) Qual o tempo necessário para que um capital, colocado a 5% ao ano, dobre

de valor?

P14) Qual o capital que colocado a 6% ao ano, produz um montante de R$

100.000,00 no fim de 15 anos?

P15) Qual o montante de R$ 100.000,00 no fim de 10 anos à taxa de 5,5%?

P16) Qual a taxa que esteve empregado o capital de R$ 24.750,00, se ao fim de 60

dias produziu o montante de R$ 24.997,50?

P17) Uma pessoa deposita suas economias no valor de R$ 13.000,00 num banco

que paga 5% ao ano. Qual o capital acumulado em 5 anos?

P18) Uma pessoa emprega seu capital a 8% e, no fim de 3 anos e 8 meses recebe

capital e juros reunidos no valor de R$ 15.520,00. Qual o capital empregado?

P19) No fim de quanto tempo um capital qualquer aplicado a 5% triplica de valor?

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P20) Uma pessoa coloca um capital a 4%. No fim de 3 anos retira o capital e juros

e coloca o montante a 5%. Ao cabo de 2 anos o novo montante é de R$ 6.160,00. Qual o capital?

GABARITO - JUROS

P1) R$ 2.100,00

P2) R$ 720,00

P3) R$ 127,20

P4) R$ 13,86

P5) R$ 2.000,00

P6) 7% ao ano

P7) 1 ano e 6 meses

P8) R$ 1.845,00

P9) R$ 2.700,00

P10) 1 ano, 5 meses e 20 dias

P11) 8%

P12) sim

P13) 20 anos

P14) R$ 52.631,58

P15) R$ 155.000,00

P16) 1,67% a.d.

P17) R$ 16.250,00

P18) 12.000

P19) 40 unidades de tempo

P20) R$ 5.000,00

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NOÇÕES DE RECURSOS HUMANOS E DE MATERIALO Departamento de Recursos Humanos - DRH é um órgão administrativo ligado à Coordenadoria de Administração Geral , e tem por finalidade administrar o quadro de pessoal da instituição, através de várias atividades, como as que envolvem contratação, programas de treinamento e desenvolvimento, gestão de benefícios, entre outras.

Seu objetivo é fazer com que a instituição possua uma mão-de- obra estável, bem preparada tecnicamente, preocupada em evoluir para bem executar suas funções, e motivada para a prestação de serviços que atendam os objetivos da Instituição.

Recursos humanos Conceitos básicos

O trabalho humano em organizações tem merecido a atenção de muitos estudiosos, tentando compreender os fatores que influenciam o desempenho das pessoas no ambiente de trabalho. Isto porque tudo que uma organização é capaz de realizar depende, em última análise, das pessoas com que conta. Planejamento, marketing, direção, controle, arrecadação de fundos e as atividades fim estão diretamente relacionados aos conhecimentos, atitudes e habilidades que as pessoas trazem e desenvolvem ao longo de sua vida pessoal e profissional.

Isto vale para todas as organizações, independente da atividade a que se dedicam. A peculiaridade está em dar aos recursos humanos um tratamento adequado aos propósitos da organização e aos valores que ela expressa. Por isso, não é raro encontrarmos autores que sustentam que o primeiro público a ser considerado por uma organização é o público interno. Em linhas gerais, uma organização não será capaz de demonstrar respeito por seus consumidores se não praticar este mesmo princípio internamente, até porque são os recursos humanos da empresa que possuem contato direto com os públicos externos.

No caso das organizações sem fins lucrativos, há algumas características que merecem destaque para se pensar a utilização e o desenvolvimento de recursos humanos: a adesão de seus colaboradores à causa da organização normalmente é grande, não sendo raro que se identifiquem como militantes da causa. Neste sentido, a "militância" tem suas vantagens: a dedicação dos colaboradores ao trabalho se dá na medida de seu envolvimento emocional, político e ideológico com as propostas da organização. No entanto, pode ter seu lado negativo: nem sempre uma pessoa, por mais dedicada que seja, é a mais qualificada a desenvolver certas atividades, tornando problemático direcionar-lhe o trabalho de maneira mais produtiva.

Outro aspecto a considerar, ainda dentro deste tema, é que militantes podem não aceitar com facilidade a necessidade de planejar o trabalho de forma mais sistemática, preferindo atuar a partir de suas próprias convicções e critérios e ao sabor dos acontecimentos. Se por um lado isto confere maior flexibilidade às organizações, pode também significar que os objetivos organizacionais estejam dispersos, perdendo-se o horizonte do que se pretende alcançar e as estratégias necessárias à organização como um todo.

Mais recentemente, a necessidade de compatibilizar estas duas dinâmicas - militância e profissionalismo - tem se imposto às organizações sem fins lucrativos, uma vez que as exigências do ambiente apontam no sentido de dotá-las de instrumentos mais precisos de gestão, de transparência junto à sociedade e de maior precisão quanto aos resultados alcançados.

Para isto, as organizações podem valer-se dos conhecimentos já existentes sobre o desenvolvimento dos recursos humanos e de sua própria capacidade em adaptar estes conhecimentos às suas características individuais, produzindo uma política de recursos humanos adequada. Tal política prevê, basicamente, os critérios a utilizar na seleção, contratação, desenvolvimento, incentivo, avaliação e demissão de pessoas por parte de uma organização. A vantagem de existir uma política é que ela explicita, para todos os

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membros da organização, o que se espera de cada pessoa, seja ela ocupante de cargo técnico, administrativo ou de direção. Desta forma, cada um tem a chance de saber seus direitos e deveres, o que é esperado como contribuição individual, por que razões seu desempenho está sendo avaliado positivamente ou não, formas de superar eventuais dificuldades e assim por diante. O importante, então, é que haja uma política de recursos humanos e não que esta política esteja difusa, porquanto só existente na cabeça de uma pessoa ou de um grupo restrito de pessoas.

Conforme mencionamos, uma política diz respeito a critérios. Que critérios serão utilizados pela organização como um todo - e não somente por alguns - quando se tratar de selecionar, contratar, avaliar, desenvolver e demitir pessoas? De que forma estes critérios expressam os valores que a organização defende? Ao mesmo tempo, como mantê-los em níveis que possibilitem realizá-los e não inviabilizem o funcionamento da organização?

Como se pode observar, uma política de recursos humanos é algo plausível de ser realizado por qualquer organização, seja qual for seu âmbito de atuação, tamanho ou quantidade de recursos materiais disponíveis.

O DRH - Departamento de Recursos HumanosNo Brasil, como em todo o mundo, a atividade realizada pela área de Recursos Humanos vem se transformando a cada dia.

Atualmente, seu principal desafio é acompanhar a evolução na forma como se administram as instituições ou empresas em uma economia globalizada num mundo ligado pela tecnologia da comunicação.

O modo como se faz Gestão de Recursos Humanos no Brasil está sendo modificado de maneira brusca. Se até bem pouco tempo atrás o foco dos administradores do Departamento de Recursos Humanos estava em realizar atividades burocráticas e de controle, atualmente, a forma como se gerem as Pessoas passou a ser um diferencial estratégico independentemente do porte da instituição ou empresa.

Deste modo o foco do Departamento de RH amplia-se. Além de continuar respondendo por questões de cunho operacional, passa também a ser responsável direto por ajudar a organização a atrair, reter e desenvolver as pessoas que compõem a sua atividade ou mesmo seu negócio.

Em muitas instituições ou empresas brasileiras estas preocupações começam a fazer parte de seu dia a dia, porém, muitas das práticas empregadas no Departamento de RH atendem as necessidades de âmbito operacional. Necessidades que podem ser melhor explicadas pelos acontecimentos históricos que marcaram a relação de trabalho no Brasil, e que, sem dúvida trazem reflexos até os dias de hoje.

A história dos Departamentos de RH no Brasil inicia-se junto a legislação trabalhista na década de 30, com o movimento sindical e a proteção aos trabalhadores que levaram às modificações significativas nas relações de trabalho no Brasil, surgindo naquele momento a proteção social aos trabalhadores.

Já nas décadas de 40 e 50 a intervenção governamental nas relações trabalhistas se acentuaram mostrando às empresas a necessidade de ampliação das funções do Departamento de RH. Todavia, como marco principal nas relações de trabalho, tivemos em 1943, a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho (a CLT, legislação reguladora do trabalho no Brasil). Esta legislação criou a Carteira Profissional, regulamentou horários de trabalho, definiu férias remuneradas, instituiu as Comissões Mistas nas Juntas de Conciliação, estabeleceu as condições de trabalho para menores, entre outras normas.

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Nas décadas de 60 e 70, tivemos a promulgação de leis de Segurança no Trabalho, Saúde Ocupacional e Pensões.

Com a constante criação de leis reguladoras por parte do Estado, e a necessidade das instituições e empresas implementarem e administrarem estas leis, os Departamentos de RH se tornaram cada vez mais valorizados e informatizados dentro das organizações.

Portanto, quando observamos as atividades que são desenvolvidas pelo Departamento de RH, seja para dar resposta as questões de formulação de políticas de gestão ou para realizar a integração de processos, sistemas e pessoas às atividades das instituições ou ao negócio da empresa ou ainda para realizar as atividades de cunho legal e burocrático, verifica-se a necessidade premente do uso intensivo de tecnologia.

No entanto, para a realização de atividades de cunho legal e burocrático do Departamento de RH é comum o desenvolvimento de sistemas de abrangência puramente departamental, e não é raro percebê-los como fragmentos quando se observa a Gestão de Pessoas como um todo. Por outro lado, para dar respostas estratégicas de Gestão de Pessoas o Departamento de RH necessita de soluções ( processos e sistemas ) corporativos que sejam sincronizados e integrados.

Pensar na empresa hoje e no futuro, significa entender que obter excelência empresarial deve ser um trabalho realizado com e através das Pessoas. Ou seja, significa realizar a gestão com a participação efetiva dos Gestores de Área, do Departamento de RH e dos Colaboradores.

A globalização é uma realidade, e o intensivo uso de tecnologias nas mais diversas atividades das empresas são uma necessidade, que são supridas através de softwares diversos, planilhas de cálculo, bancos de dados, sistemas de work-flow e correio eletrônico, e a tendência é que fiquem cada vez mais complexos e integrados, cada vez mais amigáveis e flexíveis..

À uma Divisão de Recursos Humanos compete administrar as políticas adotadas para os Planos de Cargos e Salários e de Desenvolvimento Profissional, bem como criar condições para assessorar e treinar coletivamente funcionários administrativos, chefias administrativas e acadêmicas.

Sua função é metodológica, isto é, procura orientar sobre procedimentos e analisa com as chefias as propostas de desenvolvimento profissional apresentadas. Estabelece previsões orçamentárias para treinamentos e evoluções de cargos e salários.

Administração de BenefíciosO Departamento de Administração de Benefícios tem por objetivo viabilizar a concessão dos benefícios existentes, bem como aproximar-se das reais necessidades dos funcionários, com vistas a possíveis negociações para atender tais necessidades em função das possibilidades da organização.

Esse Departamento deve buscar novas estratégias para administrar os atuais benefícios visando à melhoria da qualidade dos serviços prestados com maior eficiência e agilidade, atuando como facilitador da Política de Recursos Humanos existente.

Deve, também, estabelecer uma Política de Benefícios visando ao reconhecimento das necessidades de seus funcionários, provendo-os com serviços e benefícios que lhes assegurem condições de conforto, segurança e preservação da saúde.

Benefícios

Serviço Social

Assistência Previdenciária

Serviço Médico

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Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

Administração de PessoalA Área de Administração de Pessoal, pertencente a Divisão de Recursos Humanos, tem como finalidade planejar, organizar, coordenar e supervisionar as atividades relativas à administração de pessoal na gestão de pessoas relativa a aplicação da legislação vigente e normas internas de pessoal, registro e cadastro de dados pessoais e funcionais e pagamento de empregados.

Para facilitar a gestão das atividades de administração de pessoal e oferecer atendimento e serviços com maior qualidade e rapidez, racionaliza e simplifica os procedimentos administrativos da sua área de atuação.

COMPETÊNCIA

Responde pelo registro, acompanhamento, cumprimento e operacionalização das obrigações e informações legais relativas ao empregado desde a sua admissão, vigência do contrato, desligamento e, até, depois de sua saída da Instituição.

Aplica e cumpre a legislação e normas internas de pessoal vigentes, oferecendo orientação e suporte técnico às chefias acadêmicas e administrativas, empregado e familiares, nas questões relacionadas a sua área de atuação.

Administra e controla a inclusão, alteração e exclusão de dados cadastrais pessoais e funcionais.

Executa os controles sistêmicos e supervisiona as operações de processamento de dados para elaboração da folha de pagamento dos empregados.

Mantém e conserva o arquivo de documentos funcionais e institucionais.

ATIVIDADES

Folha de Pagamento

Férias

FGTS

Jornada de Trabalho - Controle de Freqüência

Registro e Contrato de Trabalho - anotações na CTPS .... carteira de Trabalho e Previdência Social

Rescisões Contratuais

A Divisão de Recursos Humanos adota as políticas estabelecidas pelo Plano de Cargos e Salários e pelo Plano de Desenvolvimento Profissional.

Os Planos devem ser desenvolvidos com ampla participação de funcionários, lideranças administrativas e diretoras.

Plano de Cargos e SaláriosA estrutura do Plano de Cargos e Salários normalmente é elaborada adotando-se o Método por Pontos e apresenta "x" grupos de cargos com suas respectivas faixas salariais. Encontram-se distribuídos nestes grupos cargos administrativos, acadêmico-administrativos, cargos de suporte operacional etc.

A evolução na carreira pode ocorrer de forma horizontal (quando o funcionário obtém aumentos salariais por mérito durante a ocupação do mesmo cargo) ou de forma vertical (quando o funcionário passa a ocupar outro cargo classificado em grupo superior na

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estrutura do Plano de cargos e Salários). Cada faixa salarial apresenta um valor mínimo e um valor máximo. Entre o valor mínimo e o valor máximo existe uma amplitude de " x % ", constituindo o limite de ascensões salariais por mérito em cada faixa.

O Plano de Cargos e Salários privilegia a ascensão a cargos superiores de funcionários já contratados, garantindo processos endógenos de preenchimento de vagas, o que representa fator motivacional para desenvolvimento do quadro.

Os processos de evolução na carreira deve envolver uma sistemática de avaliação estabelecida pelo Plano de Desenvolvimento Profissional.

A administração e manutenção do Plano de Cargos e Salários implica análise da estrutura organizacional das unidades no contexto da organização, resultando na criação, extinção ou redesenho de cargos.

O Departamento também atua no controle e na aplicação de índices e reajustes salariais determinados legalmente ou por Acordo Interno de Trabalho, Convenções Sindicais ou Dissídios Coletivos, a partir dos quais são confeccionadas as tabelas salariais dos diversos segmentos profissionais da organização.

Desenvolvimento de PessoalO desenvolvimento de competências nas pessoas pode contribuir para que elas aperfeiçoem seu desempenho nas organizações e se tornem criativas e inovadoras. Para as organizações, investir em seus recursos humanos propicia maior facilidade no alcance de seus objetivos, garante integração e maior qualidade na prestação de serviços.

Tendo como referência essa premissa, o Deptº de Desenvolvimento de Pessoal se propõe a criar situações organizadas de aprendizagem que favoreçam a melhoria do desempenho e/ou do crescimento pessoal e profissional dos funcionários.

A partir da elaboração de diagnósticos institucionais, da sistematização e acompanhamento de instrumentos de avaliação profissional , do planejamento de carreira individual, esta área viabiliza a construção de políticas, projetos e cursos direcionados ao desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários.

Acreditando no potencial do ser humano e na importância do investimento em aprendizagem contínua. Esta idéia abre portas para um futuro melhor, com realizações e novas perspectivas de sucesso profissional. Quem escolhe o caminho a percorrer tem maior chance de atingir aquilo que realmente quer.

Plano de Desenvolvimento Profissional Um Plano de Desenvolvimento Profissional é conseqüência de estudos que se iniciam para compor uma nova estrutura de cargos e salários para o quadro administrativo de uma organização.

Conceitos como empregabilidade, endogenia, participação do funcionário, atribuição de salários às pessoas e não aos cargos e planejamento da carreira profissional são itens norteadores de um Plano de Desenvolvimento Profissional.

A realização pessoal e o crescimento profissional individualizados são os princípios que fundamentam este plano, sendo essencial o papel das chefias na elaboração e condução do mesmo. Cabe às chefias, em conjunto com seus funcionários, identificar potenciais, incentivar planos de carreira e de desenvolvimento viáveis aos funcionários.

As definições dos planos de carreira e o apontamento de necessidades de treinamento para os funcionários, mapeadas por um instrumento de avaliação profissional, oferecem informações para a programação de cursos ou propostas de desenvolvimento coletivas.

O processo de crescimento pessoal e profissional dos funcionários de determinada organização, pode ser contínuo, pois deve se propor :

• Incentivo ao treinamento no próprio local de trabalho;

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• Subsídio para cursos externos visando atender demandas e necessidades apontadas pelo trabalho;

• Possibilidade de participação nos projetos e cursos criados pela Divisão de Recursos Humanos, voltados ao desenvolvimento profissional dos funcionários.

Avaliação Profissional Avaliar é uma prática universal em todas as atividades humanas. As organizações, em geral, procuram sistematizar, uniformizar e orientar procedimentos para avaliação de desempenho do seu quadro de pessoal.

Dentro de uma organização, o processo de avaliação profissional pode contribuir para:

• Que as pessoas reflitam acerca de si próprias e de sua relação com a organização.

• Avaliar o estágio de desenvolvimento atual e estabelecer metas futuras para sua evolução na carrreira profissional

• Estimular o comprometimento dos profissionais com os objetivos institucionais.

• Estimular a comunicação entre chefias e suas equipes.

É importante avaliar periodicamente para rever a orientação, corrigir eventuais desvios, definir passos futuros e, principalmente, estimular, motivar e fazer crescer o avaliando.

A avaliação profissional analisa a capacidade das pessoas no trabalho. Esta capacidade é apontada pelos conhecimentos, habilidades e atitudes, fundamentais ao crescimento profissional. A sistemática de avaliação profissional, deve ter como referência instrumentos desenvolvidos pelo DRH propondo reflexões sobre o estágio atual de desenvolvimento e o planejamento de carreira. Este instrumento é um canal de comunicação entre chefias e funcionários e, portanto, é responsabilidade das chefias divulgar o programa, os princípios, objetivos e metodologia a serem utilizados.

O processo de avaliação tem por objetivos:

• Enfatizar o auto-desenvolvimento, a participação e a reflexão sobre o papel profissional.

• Promover um equilíbrio entre os objetivos do indivíduo e da instituição.

• Criar condições de mudanças no que se refere a conhecimentos, habilidades, atitudes, comportamentos grupais e individuais.

Este processo, comumente, é realizado em duas etapas: primeiro, funcionário e chefia respondem, individualmente, um formulário específico; depois, em conjunto e buscando o consenso, montam uma síntese indicando aspectos favoráveis e desfavoráveis ao perfil do cargo, desempenho, objetivos, treinamentos e medidas necessárias para aperfeiçoamento do trabalho. Também são estabelecidas metas dentro de um planejamento individual de carreira.

Conceitos utilizados no processo de Avaliação Profissional

Para se realizar a Avaliação Profissional torna-se fundamental a compreensão dos conceitos : atribuições, conhecimentos, habilidades e atitudes.

Atribuições

Um Plano de Desenvolvimento de Pessoal tem por atribuições definir as tarefas principais do cargo - aquelas que são fundamentais, que caracterizam o cargo e formam sua razão de existir dentro da organização.

Tarefa ou atribuição é o que a pessoa efetivamente faz, executa, opera, realiza. Não devem ser incluídos, como tarefas, compromissos, responsabilidades ou expectativas do tipo "manter atualizado arquivo de ..."; "atualizar conhecimento de ..."; "ser responsável por...", etc.

Para identificação da tarefa, deve-se procurar o objetivo da ação, como por exemplo: "esclarecer pessoas sobre..." ao invés de " atender telefone " que seria sua forma de agir.

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Conhecimentos

Os conhecimentos necessários para o desempenho das funções são aqueles inseridos nas tarefas e que são facilmente identificados. São também conhecimentos necessários aqueles destinados a tarefas futuras, isto é, tarefas que o funcionário não realiza porque não conhece ou tarefas para as quais se deseja prepará-lo.

Em qualquer hipótese, para cada funcionário, dever ser dispensada uma atenção especial aos conhecimentos necessários, sem os quais não seria possível o exercício de suas funções (os conhecimentos variam de acordo com as atribuições de cada cargo).

Habilidades

Por habilidades deve-se entender as facilidades que a pessoa tem ou deveria ter para desempenhar determinada tarefa com eficiência. Exemplo: todos podem "tocar violão", entretanto, aqueles que têm habilidade (aptidão ou dom musical) desenvolvida terão muito mais facilidade e conseguirão melhores resultados.

Exemplos de habilidades:

•facilidade para expressar-se (raciocínio ou fluência verbal)

•facilidade para calcular (raciocínio numérico)

• memória

•organização (capacidade de ordenar, priorizar e apresentar)

Atitudes

Podem ser entendidas como reações determinadas pela personalidade de cada um.

Exemplos:

• dedicação ao trabalho (gosto pelo trabalho)

• cooperação (estilo dos que gostam de trabalhar em equipe)

Também nas atitudes, outros exemplos poderão ser identificados. Não se recomenda que atitudes circunstanciais e facilmente corrigíveis sejam realçadas na avaliação profissional, como por exemplo, a assiduidade. A avaliação deve prestar-se ao desenvolvimento profissional de médio e longo prazos. Os problemas circunstanciais podem ser discutidos em outros momentos, ou mesmo neste, sem merecer, no entanto, o mesmo peso de outras considerações.

Capacitação Profissional A análise do conjunto de avaliações profissionais permite ao Deptº de Desenvolvimento de Pessoal identificar carências e necessidades individuais e coletivas, diagnosticar fatos e aspectos diversos de recursos humanos, propor e viabilizar treinamentos, buscar ou criar formas alternativas para proporcionar apoio ao desenvolvimento profissional do quadro administrativo e outras ações voltadas, inclusive, para o clima e cultura organizacional.

As avaliações também constituem fontes para alimentação de um banco de dados (Banco de Recursos Humanos) que deve comportar informações sobre históricos, potenciais e objetivos profissionais dos funcionários. Os processos de seleções internas envolvem pesquisa no banco de dados para identificação de funcionários com perfis compatíveis às vagas existentes. A DRH mantém canal aberto para organização, revisão ou atualização das informações do Banco de Recursos Humanos. Assim, pretende-se contemplar expectativas de carreira de funcionários de acordo com necessidades institucionais.

A Administração de Materiais

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A administração de materiais, junto com os recursos humanos e financeiros, são a base de sustentação de uma organização ou empresa.Tal importância mede-se por várias e fundadas razões de ordem econômica, social e técnica.

Conceitualmente, a Administração de Materiais é a ciência que estuda um campo específico, os materiais. A administração de materiais compreende um ciclo contínuo de operações correlatas e interdependentes que são a previsão, aquisição, transporte, recebimento, armazenamento, distribuição, conservação, e análise de controle de inventários, sendo importante enquanto assegura à organização o reabastecimento racional dos materiais necessários à manutenção de seu ciclo operacional.

A administração de materiais é uma função coordenadora que tem como responsabilidade o planejamento e controle do fluxo de materiais. Seus objetivos, dessa forma, são maximizar a utilização de recursos pela organização e fornecer o nível requerido de serviços ao público/consumidor.

Ballou (2003) trata a administração de materiais de forma mais ampla, com uma abordagem logística, onde a mesma pode ser entendida como um conjunto de atividades funcionais, que é repetido inúmeras vezes ao longo do canal de suprimentos, através do qual as matérias-primas são convertidas em produtos acabados sendo que o valor é adicionado aos olhos do público/cliente.

Por materiais entende-se todos os itens contabilizáveis do almoxarifado, que participam diretamente na constituição de um bem ou serviço e também os demais, de participação indireta, mas que fazem parte da rotina da organização, como materiais de escritório, materiais de conservação e reparos, materiais de segurança, de construção entre outros.

Vários e conflitantes interesses estão envolvidos na administração de materiais.

• O ponto de vista do usuário: deseja o material correto, em condições apropriadas de utilização, entregue no lugar certo e a tempo de evitar a sua falta. Podemos ainda acrescentar que o usuário gostaria que o tempo despendido na entrega fosse o menor possível e que se gastasse o mínimo de tempo no preenchimento de formulários e seu arquivamento.

• O ponto de vista da área econômico-financeira: deseja adquirir o material ao menor custo e maiores prazos de pagamento; busca uma redução do valor do estoque e não quer que ocorrências relacionadas a materiais (como compras erradas, falta de itens críticos, etc.) sejam freqüentes.

• O ponto de vista dos fornecedores: desejam fornecer a maior quantidade de material possível, vendê-lo ao maior preço, receber a curto prazo e não ter qualquer responsabilidade futura a respeito da utilização dos itens.

A administração de materiais deve conciliar esses interesses tão diversos.

Para tanto, utiliza técnicas cujas funções estão agrupadas em quatro subsistemas ou grupos:

Grupo 1 - Subsistema de normalizaçãoResponsável por responder à pergunta: o quê? (comprar, armazenar e distribuir).É composto das funções de normalização, que vai selecionar, padronizar e especificar os materiais, e de classificação/codificação de materiais.

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Grupo 2 - Subsistema de controleDeve responder às questões: quando e quanto? Suas funções são gestão e valoração de estoques.

Grupo 3 - Subsistema de aquisiçãoPossui duas funções - a aquisição, que responde pela compra dos materiais, e a alienação, que cuida do descarte (pode ser venda) de materiais não utilizados ou inservíveis.

Grupo 4 - Subsistema de armazenamentoResponsável pelo recebimento de materiais, armazenamento e distribuição.Nesse subsistema há as funções de armazenamento, movimentação e transporte de materiais e o controle de qualidade.

Em suma, a administração de materiais engloba a seqüência de operações que se inicia na identificação de fornecedores, se concretiza com a compra do bem, seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo (consumo na organização / empresa), em sua armazenagem como resíduo e finalmente seu descarte, na quantidade e qualidade requeridos. Assim sendo, a finalidade da administração de materiais é gerir este processo.

No que tange às funções da administração de materiais, pode-se citar a função de compras, que diz respeito à aquisição dos materiais necessários ao funcionamento do processo produtivo da organização. Outros elementos da função de administração de materiais são o recebimento e a conferência, a armazenagem, o transporte e a distribuição. No entanto, o aspecto controle, terá maior peso no estudo de custos e na busca da eficiência operacional do processo.

Por fim, a administração de materiais deve ser capaz de controlar quais materiais devem realmente ser mantidos em estoques; o tempo em que devem ser repostos os estoques, ou seja, uma determinação do nível que se deve providenciar um novo pedido e qual a quantidade deve ser adquirida a fim de que não haja problemas de falta ou excesso. Para que esses controles sejam realizados, uma série de ferramentas podem ser aplicadas. Entre elas, destaca-se a Análise da Criticidade de Materiais.

Gestão de Estoques

Para determinar as quantidades a serem adquiridas, há vários métodos.A maior parte dos métodos propostos passa por consultas aos usuários a respeito das previsões de consumo, principalmente quando se trata de atividade ou serviço novos.O primeiro método considera as necessidades de atendimento da população requisitante.

Nesse processo, a dificuldade reside no fato de que será necessário um envolvimentoconsiderável de levantamentos das urgências e formas consensuais de atendimento a ser dispensado. Embora possua qualidades, a aplicação dessa metodologia é muito difícil na prática.

O método baseado na média histórica de consumo é o mais barato e simples.Para sua aplicação, torna-se necessário dispor de registros confiáveis.

As estimativas de necessidades futuras são feitas a partir dos dados de entradas e saídas dos meses anteriores.A sistemática proposta, denominada média aritmética móvel, considera períodos de consumo dos seis meses anteriores para fazer-se a previsão de consumo.

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Assim, para o cálculo de consumo do mês 7, utilizamos os dados dos meses 1 a 6; para o mês 8, os registros dos meses 2 a 7, e assim por diante.Se não ocorrer nenhuma instabilidade, geralmente essa unidade apresenta um padrão de consumo aproximadamente constante, porém podem sobrevir variações devidas a alterações de padrão de atendimento, ocorrências sazonais, etc.Uma observação importante: períodos de estoque zero de um produto não devem ser considerados no cálculo da média, devendo ser substituídos para que não afetem o resultado final.

Uma atenção especial deve ser dispensada para os casos em que faltas de produtos determinam um aumento do consumo médio de outros.

Precipuamente, os estoques são mantidos para: a) melhorar o serviço ao público requisitante, disponibilizando o material na hora certa; b) economia de escala, reduzindo custos que serão menores quando o produto é reposto continuamente e em quantidades constantes; c) proteção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta, aumentando o volume de compras minimiza o impacto do aumento de preços pelos fornecedores entre outros. A manutenção de estoques diminui tais riscos.

Funções de estoques

De forma resumida, pode-se dizer que os estoques têm a função de funcionar comoreguladores do fluxo de consumo. Como há uma diferença nas velocidades entre entradas e saídas de materiais, há a necessidade de que os mesmos sejam depositados, ou armazenados em um local apropriado, esperando seu consumo em alguma unidade da organização.

Como analogia, Martins e Alt (2001) utilizam o exemplo da caixa de água. Quando a velocidade da entrada de água é maior que a saída, o nível da caixa de água aumenta, do contrário ela abaixa. Portanto, a caixa serve como um amortecedor (buffer), um instrumento necessário para que não falte e nem sobre água em demasia. Quanto aos materiais, quando o número de unidades recebidas é maior que o número de unidades expedidas, o nível de estoque aumenta. Os estoques então, regulam a equação.

A filosofia JIT, já abordadas anteriormente, procura justamente igualar a equação. Para Berliner e Brinson (1992), a técnica just in time tem como objetivo, além de eliminar custos que não agregam valor, como já mencionado, eliminar o gerador de custo que são os grandes estoques (ou inventários, para os autores), de forma a manter níveis de estoque igual a zero. A manutenção de grandes estoques, desta forma, necessita ser eliminada, como forma de obter maiores vantagens competitivas. Anular os estoques é seu objetivo, mais difícil de se cumprir em um ambiente organizacional, onde a utilização de uma gama de materiais, numa intensa rotatividade, se faz absolutamente necessária sendo, portanto mais observado na indústria.

Necessidade de controle e gestão de estoques

Atender aos requisitantes, na hora certa, na qualidade e quantidade exatas, é o maior objetivo do setor de materiais. Assim, a rapidez, eficiência e presteza na distribuição dos itens assumem um papel cada vez mais preponderante na gestão de uma organização. Os estoques, desta forma, devem ser bem administrados e a necessidade de seu controle torna-se inevitável. Além disso, como cita Paterno (1990) o controle deve estar presente em todas as fases do ciclo operacional da organização, começando quando surge a necessidade de materiais e só terminando quando os mesmos forem consumidos ou utilizados. Especialmente em, organizações que lidam com uma gama muito grande de

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produtos, em grandes quantidades, e que em sua maioria são indispensáveis ao fornecimento de serviços, isso é observado.

Para que esse controle seja eficiente, deve-se supervisionar o funcionamento no decorrer da execução e medir os resultados em relação aos planos, determinando-se assim fatores que favorecem ou dificultam a obtenção desses resultados, procurando corrigir os desvios e facilitando com isso à administração de materiais para a consecução dos objetivos da organização.

Métodos gerenciais contribuem para a redução de estoques e para seu eficiente controle. Entre eles, o CMS, do inglês Cost Management System, abordado por Berliner e Brinsom (1992). O conceito de valor não adicionado, para os autores, se enquadra na gestão de materiais e estoques, a partir do momento em que uma série de itens, bem como atividades como recebimento, conferência e inventários físicos não adicionam valor ao produto, ou serviço. Desta forma, a Análise da Criticidade irá se tornar uma excelente ferramenta para identificar itens de um almoxarifado que não agregam valor.

O Método da Criticidade (ou XYZ)

Cada produto utilizado em uma organização ou empresa, possui a sua importância para o processo produtivo. Assim como no Estudo da Curva ABC, que mostra quais os itens são os que possuem o mais alto custo, se comparado ao todo do estoque, a análise do método da Criticidade (ou XYZ) demonstra o grau de importância de cada material em relação à soma total dos itens, classificando os materiais em categorias X, Y ou Z em termos de importância.

Assim, sendo, a Análise da Criticidade visa fornecer subsídios para a tomada de decisões dos gerenciadores, identificando as poucas e importantes características para que certos produtos recebam atenção especial.

A Análise da Criticidade, como observado, provém da gestão da qualidade. Ela implica, dessa forma, numa avaliação adicional do impacto que determinado item causará nas operações de uma organização. Este impacto se dá quanto à imagem da mesma, frente aos que requisitam ou consomem; na facilidade de obtenção ou substituição de um item por outro e na velocidade de obsolescência.

Assim sendo, em uma indústria automobilística, um parafuso, por exemplo, por ter baixo custo unitário e baixo consumo. No entanto, esse parafuso é essencial ao acabamento do produto final da empresa. Neste caso, ele é um item crítico no processo produtivo e não pode faltar. Esse material, se faltando em estoque, provoca uma escala gradativa de criticidade, em termos de funcionamento da empresa. Assim tem-se o Índice de Criticidade dos itens em estoque.

Usando o conceito de criticidade dos itens do estoque, os itens podem ser agrupados em três categorias: material Z em Criticidade, que são aqueles materiais cuja falta causará uma interrupção no processo produtivo da empresa, ou, no caso de um hospital, a interrupção de uma cirurgia ou exame, por falta de agulha, por exemplo. São, dessa forma, imprescindíveis;materiais Y em Criticidade, do qual fazem parte dessa categoria aqueles itens cuja falta não irá provocar efeitos em curto prazo, sendo que são importantes, mas sua falta não irá impedir um procedimento, e; materiais X em Criticidade, onde entram todos os demais itens do estoque, que não entram nem na classe Z nem na classe Y.

Estudo de caso

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Este estudo de caso utilizou o almoxarifado geral de um Hospital, que engloba apenas os materiais gerais de uso, tais como materiais de expediente, de construção (elétrico e hidráulico), de limpeza, bem como alguns itens médicos que não necessitam um controle tão rígido quanto à segurança e que ocupam grandes espaços, como soros e esparadrapos. Para a coleta de dados, foi utilizado o sistema de observação direta intensiva. A observação deu-se entre os meses de julho a setembro de 2003, com dados de maio de 2002 a junho de 2003.

A metodologia empregada na elaboração da Criticidade foi baseada em Neto e Filho (2003).Tal como acontece em um Estudo da Curva ABC, que leva em consideração a relação de consumo e custo individual frente ao custo total de estoque, a classificação levando em conta a criticidade, sob o aspecto do consumo, assumirá as seguintes proporções:

a) Z, 5% do totalde itens em estoque possuem cerca de 80% do consumo; b) Y, 15% do total de itens em estoque possuem aproximadamente 15% do consumo e c) X, 80% do total de itens possuem cerca de 5% do consumo.

Na elaboração do estudo de Criticidade (XYZ) foram utilizados dados do consumo mensal de itens do almoxarifado (em unidades). Consideraram-se apenas os materiais que tiveram algum consumo no período observado, totalizando em torno de 770 itens. Utilizando o programa Microsoft Excel, calculou-se a porcentagem do consumo anual total de cada item, e o consumo anual acumulado, em relação ao consumo total anual de todos os itens.

Análise dos Resultados

As figuras 2 e 3 a seguir representam alguns resultados sobre este estudo, e estão apresentados em forma de gráfico pizza, objetivando apresentar uma visualização bastante facilitada dos resultados obtidos. A posição lado a lado facilita a comparação entre quantidade e consumo, objetivo do estudo.

Figura 2 - Classificação de criticidade quanto à Figura 3 - Classificação de criticidade quanto ao quantidade. consumo.

Quanto a Criticidade, os dados apontam para uma concentração bastante grande de consumo em poucos itens do estoque. Assim sendo, 2% dos itens que pertencem à classe Z, (figura 2), apresentam 81% do consumo (figura 3). Nos itens da classe Y, 3% dos mesmos (figura 2) possuem 14% do consumo (figura 3). Por fim, os itens da classe X (figura 2), que são 95% dos itens do estoque, possuem um baixíssimo consumo, apenas 5% do consumo total. Outra forma de visualização é a seguinte, também em forma de gráfico:

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Figura 4 - Curva de criticidade do almoxarifado geral da SCMP

Como pode ser observado na Figura 4, a concentração do consumo de materiais em poucos itens é bastante saliente. A curva é bastante irregular e concentrada. Na tabela 1, destacamos 10 produtos principais de cada classe do almoxarifado:

Tabela 1 - Itens da criticidade, por classe.

Pode-se observar que em relação à importância, baseados na idéia de Neto e Filho (2003) de que os materiais mais consumidos seriam os mais importantes, notamos que uma pequena variedade de itens, 2%, Figura 2, apresentam um grande consumo, cerca de 81%, Figura 3, ao passo que uma variedade de mais de 95%, dos materiais Figura 2, possuem um consumo de menos de 5% do total, Figura 3, ou seja, muitos materiais do estoque poderiam ser eliminados ou ter seu estoque reduzido pelo baixo uso que se faz deles, reduzindo-se os custos que não agregam valor. É uma concentração bastante acentuada, notada especialmente na curva que forma, observada na Figura 4.

Quanto ao tipo de material, quatro itens dos materiais Z (copos, papel higiênico, papel ofício e sacos plásticos, não considerando sua variedade de tipos), têm um consumo extremamente elevado em relação aos demais itens, de forma que o material descartável tem os maiores índices de consumo. O consumo de papel também é muito grande.

Nos itens que exigem um grau médio de atenção, pois englobam materiais Y, encontram-se materiais compostos em sua maioria de sacos de lixo, que também possuem um alto consumo.

A variedade desse produto é muito grande devido aos diferentes usos do mesmo. Nos itens X, encontram-se materiais dos mais variados, materiais elétricos e hidráulicos. Nota-se aí que há uma quantidade muito grande de materiais que tiveram um consumo muito pequeno durante o ano. Esses itens poderiam ser eliminados do estoque ou comprados de forma just in time, já que as facilidades de distribuição e entrega são grandes.

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QUANDO COMPRAR?

A literatura especializada indica várias técnicas para responder a essa pergunta. De modo bastante sintético, pode-se dizer que a compra deve ser feita sempre que o estoque apresente uma quantidade de produto suficiente para atender as necessidades do período compreendido entre a solicitação e a chegada do pedido. Esse tempo é chamado de prazo de abastecimento (PA); o nível de estoque que indica o momento de solicitação de compra é denominado nível de ressuprimento (NR). A quantidade a ser adquirida deve ser a mínima suficiente para atender as necessidades até que se atinja um novo período de abastecimento e é calculada a partir das médias já mencionadas.

Durante o período de renovação, que é o tempo que decorre entre dois pedidos consecutivos, podem ocorrer algumas falhas, motivadas, por exemplo, por atrasos por parte dos fornecedores na entrega dos produtos ou por aumento de demanda.Para evitar falta de produtos e compras emergenciais, introduz-se o conceito de estoque de reserva (ER), que é uma quantidade de material para suprir eventuais necessidades do sistema.

Há várias formas de calcular os estoques de reserva.

A primeira forma determina que o ER é uma quantidade igual ao aumento de demanda (D) durante o período de abastecimento (D x PA), somada à quantidade a ser consumida durante o período estimado de atraso do fornecedor (D x EAF).ER = (D x PA) + (D x EAF), em que:D = variação de demanda;PA = prazo de abastecimento;D = demanda média esperada (calculada a partir da média aritmética móvel);EAF = variação da expectativa de atraso do fornecedor (costuma-se considerar que para um prazo de entrega estimado de quatro semanas haja um atraso de cerca de duas semanas).

Para dimensionar adequadamente os prazos que decorrem desde o pedido até a entrega dos produtos, as instituições públicas devem ainda considerar os prazos legais obrigatórios (que variam conforme a modalidade de compra), assim como o tempo despendido com os trâmites internos.

Um método empírico, porém bastante utilizado, estabelece os estoques de reserva (em semanas de consumo) de acordo com o prazo de abastecimento:

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Entendidos os conceitos anteriores, passa-se então à apresentação de dois dos métodos utilizados para renovação de estoques.

Modelo de estoque mínimo

Esse modelo estabelece que o nível de reposição será uma quantidade de material necessário para atender ao período de abastecimento, tendo em vista a expectativa de consumo indicada pela média aritmética móvel, mais o estoque de reserva. Sempre que o nível de estoque de um determinado item atingir esse valor, será feito o pedido.

A expressão do modelo é:Q = ER + (PA x D), em que;Q = quantidade a ser adquirida;ER = estoque de reserva;PA = prazo de abastecimento;D = demanda média.

Esse gráfico mostra a variação de estoques quando se utiliza o modelo de estoque mínimo, considerando-se um item de consumo constante ao longo do tempo.

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Como pode-se notar, em ambos os casos a quantidade é que determina o ponto de pedido. Sempre que se atingir um volume de estoque definido como estoque mínimo, será feito o pedido de uma certa quantidade, calculada segundo a fórmula citada anteriormente.

Modelo de estoque máximo ou de renovação periódica

Esse método estabelece que o pedido seja feito de acordo com datas estabelecidas; por exemplo, a cada dois meses verifica-se a posição de estoques e emite-se um pedido de compra.A quantidade a ser adquirida é calculada da seguinte maneira:Q = EMax - ED, em que:Q = quantidade a ser adquirida;EMax = estoque máximo;ED = estoque disponível (soma dos estoques existentes + pedidos já feitos e ainda não recebidos).

Define-se como estoque máximo (EMax):EMax = ER + (D x PR) + (D x PA), em que:ER = estoque de reserva (verificar forma de cálculo citada anteriormente);D = demanda média (calculada a partir da média aritmética móvel);PR = prazo de renovação (período entre duas avaliações do estoque);PA = prazo de abastecimento (tempo que decorre entre o pedido e a entrega efetiva do material).

No gráfico da figura 7, as quantidades adquiridas em cada pedido são iguais apenas porque o item possui consumo constante e a avaliação dos estoques ocorre a intervalos regulares.

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A figura 8 mostra a variação das quantidades em estoque de um item que é adquirido conforme o modelo de renovação periódica e cujo consumo é variável; ela revela ainda que os pedidos são feitos e as quantidades de cada um, variáveis. Assim, no momento do pedido (P1), solicita-se a quantidade suficiente para atingir o estoque máximo (Q1), e o recebimento dessa quantidade estárepresentada por (R1).

Seguindo o mesmo raciocínio, estão representados os pedidos 2, 3 e 4, com as quantidades correspondentes e os respectivos recebimentos. É importante notar que os prazos de renovação são constantes, conforme definido pelo modelo.Como pode-se observar, para itens de consumo constante os métodos apresentam comportamento semelhante.

O modelo de estoques mínimos tem níveis de estoque médio mais baixos e uma freqüência variável de compras, ao passo que o método de estoques máximos apresenta uma distribuição mais homogênea de processamento ao longo do tempo.A escolha da metodologia depende da política de armazenamento dos produtos a ser adotada.

Em qualquer situação, o sistema deve estar sempre pronto a emitir relatórios de estoques que permitam agir prontamente para suprir necessidades emergenciais, que podem indicar a adoção de medidas extraordinárias para evitar a falta de material.

Indicadores de Gestão

A literatura apresenta vários dados que funcionam como indicadores da gestão de materiais. Alguns deles são citados a seguir:• Porcentagem de funcionários de compras.• Número de compras por comprador ao mês.• Custo de um pedido: divide-se o custo do setor de compras pelo número total de aquisições efetuadas no período. • Nível de serviço: é uma relação expressa em porcentagem - divisão do número total de pedidos atendidos pelo número de solicitações recebidas, multiplicada por 100. O ideal é que essa relação seja o mais próximo de 100%.

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• Tempo médio de abastecimento: o tempo decorrido entre a solicitação de compra e a entrega do produto. É importante que se monitore esse período, o que pode ser feito por amostragem.• Giro de estoque ou rotatividade: um indicador que reflete o número de vezes que o estoque roda em um determinado período. A expressão matemática para calculá-lo é:

O dado referente ao estoque médio de um determinado item é obtido calculando-se a média dos estoques diários do produto no período considerado.Uma forma simplificada de cálculo substitui o estoque médio do período pelo número de unidades em estoque no último dia do período considerado.

Assim, se uma organização consome 200 caixas de determinado produto de 10 ml por mês e possui um estoque médio de 400 caixas, o giro desse item será 0,5. Isso significa que o estoque do produto girou meia vez em um mês.

O inverso do giro (ou antigiro) indica o número de períodos necessários para o consumo do estoque. No caso acima, dois períodos, que equivalem a dois meses.Valores elevados de giro indicam a necessidade de compras freqüentes; por outro lado, valores baixos revelam um volume elevado de estoque e, portanto, grandes valores monetários imobilizados.

A monitoração de preços e quantidades adquiridas são ferramentas importantes para o administrador de materiais. O estudo desses parâmetros fornece indicações acerca de variações percentuais de preços em determinado período, variações de quantidades em estoque ou aumento de consumo.

Administração de Materiais no Setor Público

A atividade de administração de materiais é hoje considerada de vital importância para a sobrevivência das grandes empresas industriais e prestadoras de serviços. Seja pela dependência dos mesmos no processo produtivo, seja pelo impacto econômico nas suas planilhas de custo, exigindo, por conseqüência, um alto nível de profissionalização dos agentes responsáveis pela condução dos processos de suprimentos, em todas as suas fases: do planejamento, da compra, do recebimento, da armazenagem, da distribuição, da aplicação e do uso criterioso e consciente dos materiais e recursos. Não se admitem desperdícios e perdas. Não é aceitável conviver com políticas de suprimentos que resultem em níveis elevados de estoque, que invariavelmente acobertam a ineficiência e a falta de um planejamento adequado, realista e consolidado em todos os níveis da organização.

Na área governamental as dificuldades nascem e se multiplicam à medida em que a infra-estrutura necessária mostra-se, muitas vezes, sem agilidade para dar suporte a uma demanda cada vez mais crescente e diversificada por serviços públicos, arraigada na velha ordem processualística administrativa, impedindo que o atendimento à população seja realizado de uma forma eficiente e eficaz.

O problema tem origem no entendimento que a administração pública tem sobre administração de materiais, que é o de que as atividades que compõem esta função

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agregam-se a "Compras" como partes estanques e, ao mesmo tempo, como conseqüência delas.

Políticas de suprimentos que resultem em níveis elevados de estoque, invariavelmente acobertam ineficiência e falta de planejamento adequado e realista.

Esta função tem sido apenas campo de elucubrações nos aspectos jurídico-administrativos dos procedimentos licitatórios, em que a preocupação com a moralidade pública dos atos administrativos é a tônica. Nesse particular, o Direito Administrativo é sua principal fonte normativa e o Orçamento-Programa, o principal instrumento de decisão de que dispõem os administradores para gerirem indiretamente esta função, responsável por um montante de recursos gastos com material que ascende a cifras fabulosas no conjunto dos setores públicos.

Este fato, acrescido da importância sobre o fator preço, ainda não despertou a atenção das autoridades para a necessidade de estudos que venham a definir, dentro da administração pública, as políticas, diretrizes, normas e os instrumentos de gestão de material, passando por uma concepção ampla, interdisciplinar e integrada de suas subfunções.

De um modo geral, tenta-se centralizar a função material para evitar problemas de legalidade e moralidade administrativa. São criadas normas, leis e decretos na tentativa vã de organizar os desejos e as necessidades de aquisição de materiais e serviços, engessando a máquina administrativa, reduzindo a margem de ação dos administradores públicos, impedindo uma gestão profissional, empreendedora, inovadora e construtiva. E, o que é pior, sem que nenhum processo importante de metamorfose aconteça e impeça situações de desvio de finalidade.

O resultado de todo esse imbróglio são estruturas organizacionais decadentes, irracionais, alienadas, onde as determinações e as orientações se perdem num emaranhado burocrático-legal promíscuo, onde não se consegue auferir resultados, potencializar metas e objetivos, onde as avaliações de desempenho técnico-administrativo caem no terreno da subjetividade. Uma máquina parada por força de suas próprias regras, de seu próprio engodo.

Resultado tão ou quão pernicioso é o conceito que cria na população de que o serviço público é ineficiente, inoperante porque gerenciado por profissionais incompetentes e desidiosos, incapazes de administrar com a assertividade necessária a produção dos serviços básicos essenciais ao cidadão, atribuição constitucional do Estado.

Não poderia ser diferente. O discurso, a lei, o papel desgarrado da ação - conduzida sem projetos concretos - não trazem mudanças e nem se materializam em resultados. Não há como falar em modernização dos fatores de produção, melhoria de qualidade, elevação dos índices de produtividade, sem o pressuposto básico da existência de Recursos Humanos capacitados e adequados à sustentação desse quadro evolutivo, sem um projeto que oriente e conduza as ações. Falta às organizações públicas o exercício do planejamento, a concepção de projetos, a definição de metas e resultados claros a serem atingidos.

A existência de projetos com estas características consegue romper barreiras, engajar aliados qualificados, detonar paradigmas, pois eles têm o pressuposto de utilizar da estrutura organizacional instituída e não o de ser conduzido ou orientado por ela.

LICITAÇÕES

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Para o setor público o instrumento utilizado para compras é a licitação, como forma de dar transparência à compra pública. Licitação é o procedimento administrativo pelo qual uma pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo condições por ela estipuladas previamente, convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Esta exigência encontra fundamento na Constituição Federal, no seu artigo 37 inciso XXI. Este procedimento visa garantir duplo objetivo:

- De um, lado proporcionar às entidades governamentais possibilidade de realizarem o negócio mais vantajoso;

- De outro, assegurar aos administrados ensejo de disputarem entre si a participação nos negócios que as pessoas administrativas entendam de realizar com os particulares.

a) Quem está Obrigado a Licitar

União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obrigados a licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação, o que é ponto incontroverso. O problema que se põe é saber se as sociedades de economia mista e empresas públicas também se sujeitam ao dever de licitar.

b) Inexigibilidade de Licitação

A obrigatoriedade somente não se aplica em determinados casos descritos a seguir conforme decreto-lei Nº 200 de 25 de fevereiro de 1967:

Art. 126. As compras, obras e serviços efetuar-se-ão com estrita observância do princípio da licitação.§ 1.0. A licitação só será dispensada nos casos previstos nesta lei.§ 2.0. É dispensável a licitação:

- Nos casos de guerra, grave perturbação da ordem ou calamidade pública;- Quando sua realização comprometer a segurança nacional, a juízo do Presidente da

República;- Quando não acudirem interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as

condições preestabelecidas;- Na aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos por

produtor, empresa ou representante comercial exclusivos, bem como na contratação de serviços com profissionais ou firmas de notória especialização;

- Na aquisição de obras de arte e objetos históricos;- Quando a operação envolver concessionário de serviço público ou, exclusivamente,

pessoas de direito público interno ou entidades sujeitas ao seu controle majoritário;- Na aquisição ou arrendamento de imóveis destinados ao Serviço Público;- Nos casos de emergência, caracterizada a urgência de atendimento de situação que

possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas, obras, bens ou equipamentos;

- Nas compras ou execução de obras e serviços de pequeno vulto, entendidos como tal os que envolverem importância inferior a cinco vezes, no caso de compras e serviços, e a cinqüenta vezes, no caso de obras, o valor do maior salário mínimo mensal.

c) Princípios de Licitação

A Lei Nº.8-666, de 21 de junho de 1993, dispõe no artigo 3º que as licitações serão processadas e julgadas na conformidade com os seguintes princípios: da legalidade, da

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impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos.

Além dos princípios arrolados na Lei 8.666/93, Hely Lopes Meirelles acrescenta outros como sigilo:

Na apresentação das propostas; Adjudicação compulsória; e Procedimento formal.

d) Modalidades da Licitação

Cinco são as modalidades de licitação previstas na lei -art. 22 (O § 8' veda a criação de outras modalidades licitatórias ou sua combinação):

- Concorrência: É a modalidade de licitação própria para contratos de grande valor, em que se admite a participação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que satisfaçam as condições do edital, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, com ampla publicidade pelo órgão oficial e pela imprensa particular;

- Tomada de preços: É a licitação realizada entre interessados previamente registrados, observada a necessária habilitação, convocados com a antecedência mínima prevista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em jornal particular, contendo as informações essenciais da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei aproximou a tomada de preços da concorrência, exigindo a publicação do aviso e permitindo o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas;

- Convite: É a modalidade de licitação mais simples, destinada às contratações de pequeno valor, consistindo na solicitação escrita a pelo menos três interessados do ramo, registrados ou não, para que apresentem suas propostas no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite não exige publicação, porque é feito diretamente aos escolhidos pela Administração através de carta-convite. A lei nova, porém, determina que cópia do instrumento convocatório seja afixada em local apropriado, estendendo-se automaticamente aos demais cadastrados da mesma categoria, desde que manifestem seu interesse até vinte e quatro horas antes da apresentação das propostas;

- Concurso: É a modalidade de licitação destinada à escolha de trabalho técnico ou artístico, predominantemente de criação intelectual. Normalmente, há atribuição de prêmio aos classificados, mas a lei admite também a oferta de remuneração;

- Leilão: É a espécie de licitação utilizável na venda de bens móveis e semoventes e, em casos especiais, também de imóveis.

e) Publicação dos Editais

Os editais de concorrência, tomada de preços, concurso e leilão deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário Oficial da União, no Diário Oficial do Estado, ou em jornal de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município, dependendo da estância da licitação.

f) Limites das Licitações

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O artigo 23 define 3 modalidades de Licitação em função dos tipos de serviços solicitados, tendo em vista o valor estimado da contratação. Estes limites foram recentemente alterados pelo Decreto n. 9.618, publicado no Diário Oficial da União em 28/05/98 com os seguintes valores:

Para Obras e Serviços de Engenharia:

- Convite: Valores de até R$ 150.000,00;- Tomada de Preços: Valores de R$ 150.000,00 a R$ 1.500.000,00;- Concorrência: Valores acima de R$ 1.500.000,00.

Para Compras e Serviços não referidos no tópico anterior:

- Convite: Valores de até R$ 80.000,00;- Tomada de Preços: Valores de R$ 80.000,00 a R$ 650.000,00;- Concorrência: Valores acima de R$ 650.000,00.

g) Dispensa de Licitação

O Artigo 24 define que a Licitação é dispensável nos seguintes casos:

- Para obras e Serviços de Engenharia: Até o valor de 10% do limite previsto no caso da modalidade Convite (R$ 15.000,00), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

- Para Compras e outros Serviços: Até o valor de 10% do limite previsto no caso da modalidade convite (R$ 8.000,00), desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço ou compra de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.

h) Prazos para Publicação do Edital

O prazo mínimo que deverá mediar entre a última publicação do edital resumido ou da expedição do convite e o recebimento das propostas será:

De quarenta e cinco dias para:- Concurso;- Concorrência: do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço", ou execução por empreitada integral;

De trinta dias para:- Concorrência, nos casos não especificados acima;- Tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

De quinze dias para:- Tomada de preços, nos casos não especificados acima;- Leilão;

De cinco dias úteis para:- Convite.

i) Procedimento da Licitação

Apesar dos atos que compõem o procedimento terem, cada um, finalidade específica, eles têm um objetivo comum: A seleção da melhor proposta. Este ato derradeiro do

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procedimento é um ato unilateral que se inclui dentro do próprio certame, diferentemente do contrato, que é externo ao procedimento.

"O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:... "

Da Requisição de Compra deverá constar obrigatoriamente:

- Justificativa do pedido, endossada pelo titular do órgão;- Especificação adequada do produto a ser adquirido;- Indicação do recurso próprio a ser onerado, devidamente confirmado pela Seção de

Contabilidade da unidade requisitante;- Atendimento ao princípio de padronização, sempre que possível for;- Indicação dos fatores a serem considerados e expressamente declarados no Edital, para

fins de julgamento das propostas.

Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da licitação à qual se segue a fase externa, que se desenvolve através dos seguintes atos, nesta ordem:

- Edital ou convite de convocação dos interessados; - Recebimento da documentação e propostas; - Habilitação dos licitantes; - Julgamento das propostas (classificação)- Adjudicação e homologação.

A modalidade em que todas as fases da licitação se encontram claramente definidas é a concorrência.

1 - Edital

"É o instrumento pelo qual a Administração leva ao conhecimento público a abertura de concorrência, de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições de sua realização e convoca os interessados para a apresentação de suas propostas. Como lei interna da licitação, vincula a Administração e os participantes.

Funções do edital

Segundo a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, o edital:

- Dá publicidade à licitação;- Identifica o objeto licitado e delimita o universo das propostas;- Circunscreve o universo dos proponentes;- Estabelece os critérios para análise e avaliação dos proponentes e das propostas;- Regula atos e termos processuais do procedimento;- Fixa cláusulas do futuro contrato.

2 - Habilitação (documentação)

A habilitação, por vezes denominada "qualificação", é a fase do procedimento em que se analisa a aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualificação indispensável para que sua proposta possa ser objeto de consideração, sendo que o licitante pode ser habilitado ou não pelo órgão competente.

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Obs: Na modalidade de licitação chamada "convite" inexiste a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a priori pelo próprio órgão licitante que escolhe e convoca aqueles que julga capacitados a participar do certame, admitindo, também, eventual interessado, não convidado, mas cadastrado.

3 - Classificação (propostas comerciais)

"É o ato pelo qual as propostas admitidas são ordenadas em função das vantagens que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos no edital". (Celso A. Bandeira de Mello).

Após se confrontar as ofertas, classificam-se as propostas e escolhe-se o vencedor, a partir das vantagens que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos no edital a quem deverá ser adjudicado o objeto da licitação.

A classificação se divide em duas fases:

- Abertura dos envelopes "proposta": Entregues pelos participantes do certame. Os envelopes são abertos em ato público, previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada;

- Julgamento das propostas: Que deve ser objetivo e em conformidade com os tipos de licitação.

Critérios de classificação

Existem quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos para avaliação das propostas): - Licitação de menor preço - é a mais comum. O critério do menor preço é, sem dúvida, o

mais objetivo. É usual na contratação de obras singelas, de serviços que dispensam especialização, na compra de materiais ou gêneros padronizados;

- Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a qualidade do bem, obra ou serviço propostos em função da necessidade administrativa a ser preenchida. O que a Administração pretende é a obra, o serviço, o material mais eficiente, mais durável, mais adequado aos objetivos a serem atingidos;

- Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação, combinam-se os dois fatores: técnica e preço. Esse critério pode consistir em que a técnica e preço sejam avaliados separadamente, de modo a que, após selecionar as propostas que vierem a alcançar certo índice de qualidade ou de técnica, o preço será o fator de decisão. Pode-se, ainda atribuir pesos, ou seja, ponderação aos resultados da parte técnica e ponderação ao preço, que serão considerados em conjunto;

- Licitação de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso (art. 45 § 1' da Lei 8.666/93).

As propostas que estiverem de acordo com o edital serão classificadas na ordem de preferência, na escolha conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apresentarem em conformidade com o instrumento convocatório serão desclassificadas.

Não se pode aceitar proposta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, ainda que o instrumento convocatório não tenha estabelecido limites mínimos (v. § 3' do art. 44 da Lei 8.666/93).

j) Conclusão

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O processo de compras públicas se assemelha em quase sua totalidade ao do sistema privado, sendo assim, todas as técnicas de compras devem ser observadas e sempre que possível aplicadas, seguindo o que foi visto neste trabalho.

O fator diferencial para compras públicas é o uso do instrumento para a efetivação da compra: A licitação, que consiste geralmente de um processo longo e extremamente burocrático com grande quantidade de documentação. Sua utilização pode ser explicada pela preocupação de se garantir a ética no que se trata ao uso do dinheiro público. A licitação visa evitar fraudes e vícios do sistema, por isso é um processo rígido com pouca flexibilidade o que dificulta o desenvolvimento de inovações.

Estes fatores vêm a reforçar os argumentos para que geralmente se compre em grandes quantidades (gerando aumento no custo final da mercadoria). Na verdade o que realmente deve-se fazer é tomar a licitação como a restrição do sistema e, por este motivo, deve-se concentrar esforços e subordinar as outras atividades à restrição para se otimizar ao máximo o processo, possibilitando a redução dos estoques. Umas das atividades com enorme relevância neste sentido é a de planejar rigorosamente a aquisição dos materiais para que o estoque dos mesmos não termine antes da adjudicação de um novo lote.

Certamente este método não deve ser adotado pelas empresas privadas, pois já está garantido o controle do emprego do dinheiro pelo dono do capital, gozando então do benefício de utilizar processos mais flexíveis e eficientes, proporcionando menores custos e melhores resultados à empresa.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

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A palavra Constituição é originária do verbo constituere (latim) e significa constituir, construir, edificar, formar, organizar, estabelecer.No Brasil, além da Constituição Federal, também denominada de Carta Magna ou Lei Maior, em virtude da sua importância hierárquica, temos também as Constituições Estaduais e as Municipais (Lei Orgânica do Município).

Conceitos Introdutórios ao Estudo do Direito Constitucional

Direitos Individuais - Também denominados direitos naturais, humanos, coletivos. São bens que estão ligados de forma inseparável à dignidade do ser humano. São assegurados pela Constituição a cada indivíduo e à sociedade. "Direitos individuais" é uma nomenclatura utilizada pela Constituição para referir-se a um grupo de direitos fundamentais relacionados à vida, à propriedade e à segurança.

Garantias Fundamentais - Assim como a Constituição assegura os direitos fundamentais, assegura também as garantias, objetivando a proteger esses direitos, fornecendo meios jurídicos e impondo inclusive limitações aos poderes públicos em benefício dos cidadãos.

Caput - Termo que provém do latim e significa: cabeça, topo, parte superior. Parte do artigo que contém o fundamento deste. Após o caput se sucedem os parágrafos, itens, incisos ou alíneas.

Artigo - Do latim "articulus": divisão, pequena parte de um todo. Divisão ordenada de uma Lei, decreto ou regulamento. É designado por um número ordinal.

Exemplo: Artigo 3o (lê-se artigo terceiro).

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Inciso - Divisão de um parágrafo, designado por numeração romana ou arábica. Pode subdividir-se em alíneas ou itens.

Exemplo: Artigo 5o inciso X.

Soberania - Conjunto de poderes institucionais da nação. Autoridade suprema de um estado politicamente organizado, como por exemplo, no Brasil, exercida de modo absoluto, por intermédio dos poderes da República: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Poder executivo - É um dos três poderes do Governo Federal, dos Estados e dos Municípios. A ele compete o governo, a administração dos negócios públicos dentro do que a Lei determina. É exercido pelo Presidente da República no âmbito federal; pelos Governadores na esfera estadual e pelos Prefeitos no que se refere aos Municípios.

Poder Legislativo - É ao qual compete a elaboração, discussão e aprovação das Leis, bem como certos atos comuns ao poder executivo. A nível Federal, dizemos que é "Bicameralista", uma vez que é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; a nível Estadual, pela Assembléia Legislativa e a nível Municipal, pela Câmara dos Vereadores.

Poder Judiciário - É formado por um conjunto de órgãos incumbidos da distribuição da justiça. É exercido pelos seguintes órgãos: Supremo Tribunal Federal, Tribunal Federal de Recursos (Terceira Instância), Tribunais e Juizes Estaduais (Segunda Instância) e Juizes Singulares (Primeira Instância).

Cidadania - Qualidade ou estado do cidadão, ou seja, do indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um país, ou no desempenho de seus deveres para com este. Ato de respeito e obediência às normas estabelecidas e à liberdade do próximo.

TÍTULO IDOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

ARTIGO 1o

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos;

I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humanaIV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativaV - o pluralismo político.

Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

ARTIGO 2o

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- São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si o Legislativo, o Executivo e o Judiciário;

ARTIGO 3o

- Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e

regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

quaisquer outras formas de discriminação.

ARTIGO 4o

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios;

I - independência nacional;II - prevalência dos direitos humanos;III - autodeterminação dos povos;IV - não intervenção;V - igualdade entre os estados;VI - defesa da paz;VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;X - concessão de asilo político.

Parágrafo único - A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana das nações.

Organização do Estado Federal Brasileiro:

repartição de competências

CAPÍTULO III

DOS ESTADOS FEDERADOSArt. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.

§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a empresa estatal, com exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás canalizado.

§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)

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§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

§ 2º - A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a subseqüente, pela Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. arts. 150, II, 153, III e 153, § 2.º, I.

§ 2.º A remuneração dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura, para a subseqüente, pela Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. arts. 150, II, 153, III e 153, § 2.º, I , na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquela estabelecida, em espécie, para os Deputados Federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 1, 1992)

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º - Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.

§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á noventa dias antes do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá no dia 1º de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)

Parágrafo único. Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso

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público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

CAPÍTULO IV

Dos Municípios

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito até noventa dias antes do término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de municípios com mais de duzentos mil eleitores;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;

IV - número de Vereadores proporcional à população do Município, observados os seguintes limites:

a) mínimo de nove e máximo de vinte e um nos Municípios de até um milhão de habitantes;

b) mínimo de trinta e três e máximo de quarenta e um nos Municípios de mais de um milhão e menos de cinco milhões de habitantes;

c) mínimo de quarenta e dois e máximo de cinqüenta e cinco nos Municípios de mais de cinco milhões de habitantes;

V - remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores fixada pela Câmara Municipal em cada legislatura, para a subseqüente, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, § 2.º, I;

VI - a remuneração dos Vereadores corresponderá a, no máximo, setenta e cinco por cento daquela estabelecida, em espécie, para os Deputados Estaduais, ressalvado o que dispõe o art. 37, XI; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)

VI - subsídio dos Vereadores fixado por lei de iniciativa da Câmara Municipal, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Estaduais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

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a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no

§ 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - oito por cento para Municípios com população de até cem mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

II - sete por cento para Municípios com população entre cem mil e um e trezentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

III - seis por cento para Municípios com população entre trezentos mil e um e quinhentos mil habitantes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

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IV - cinco por cento para Municípios com população acima de quinhentos mil habitantes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o

desrespeito ao § 1o deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

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CAPÍTULO V

DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

Seção I

DO DISTRITO FEDERAL

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

§ 2º - A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

§ 3º - Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.

§ 4º - Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.

Seção II

DOS TERRITÓRIOS

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.

§ 1º - Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.

§ 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.

§ 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VI

DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

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b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII;

III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV - de provimento, pelo Superior Tribunal de Justiça, de representação do Procurador-Geral da República, no caso de recusa à execução de lei federal. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

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PODER EXECUTIVO

PODER LEGISLATIVO

PODER JUDICIÁRIO

Poder Executivo Federal

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É aquele que, segundo a organização constituicional do Estado, tem a seu cargo a execução das leis, bem como o governo e a administração dos negócios públicos.

O Poder Executivo Federal é exercido, no sistema presidencialista, pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado. O Presidente da República, juntamente com o Vice-Presidente, são eleitos pelo voto direto e secreto para um período de quatro anos, sendo permitida a reeleição para um único mandato subseqüente.

Em democracias constitucionais, o Poder Executivo é geralmente limitado de três formas:

por um sistema de controle que separa os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no governo nacional;

pelo federalismo, que divide o poder entre o governo federal e os governos estaduais/locais; e por garantias constitucionais dos direitos fundamentais.

Em nível nacional, o Executivo é limitado pela autoridade constitucional conferida ao poder Legislativo e

por um Poder Judiciário independente.

O Poder Executivo nas democracias modernas é geralmente organizado de uma ou duas maneiras: como um sistema parlamentarista ou presidencialista.

Em um sistema parlamentarista, o partido da maioria nessa legislatura constitui o Poder Executivo do governo, chefiado por um primeiro-ministro.

Em um sistema parlamentarista, os Poderes Legislativo e Executivo não estão totalmente separados um do outro, uma vez que o primeiro-ministro e os membros

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do governo provêm do Parlamento. Nestes sistemas, a oposição política é o meio principal de limitar ou controlar o Poder Executivo.

Em um sistema presidencialista, o presidente é eleito separadamente dos membros do Legislativo.

Em um sistema presidencialista, tanto o presidente como o Poder Legislativo têm as suas próprias bases de poder e eleitorado político, que servem para controlar e se auto-equilibrar.

As democracias não exigem que os seus governos sejam fracos, mas que tenham limites. Por consequência, as democracias podem levar algum tempo para chegar a um acordo sobre assuntos de interesse nacional; contudo, quando o fazem, os seus líderes podem agir com grande autoridade e confiança.

Os líderes de uma democracia constitucional agem sempre de acordo com a lei que define e limita a sua autoridade.

Compete ao Presidente da República entre outros:

chefiar o governo;

administrar a coisa pública;

aplicar as leis;

iniciar o processo legislativo;

vetar, total ou parcialmente projetos de lei;

declarar guerra;

prover e extinguir cargos públicos federais; e

editar medidas provisórias com força de lei.

O exercício das funções relativas ao Poder Executivo é feito através da Administração Direta, que compreende a estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios e Indireta, que é o conjunto dos entes personalizados (Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) que, vinculados a um ministério, prestam serviços públicos ou de interesse público.

Estados e MunicípiosA estrutura político-administrativa dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios é semelhante à federal, variando apenas em detalhes de adaptação às particularidades regionais.

Dessa forma, no âmbito Estadual, o chefe do Poder Executivo é o Governador de Estado auxiliado pelos Secretários Estaduais e no âmbito Municipal o representante do Poder Executivo é o Prefeito auxiliado pelos Secretários Municipais. Os Estados e municípios também tem seus poderes legislativos, nas Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais.

Competências:

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PODER EXECUTIVO: • controla o Judiciário:

1. nomeando os ministros do STF e dos demais tribunais superiores (CF, art. 101, parag. único art. 104, parág. único art. 84, XIV)

• controla o Legislativo:

1. paticipando da elaboração das leis, através da sanção ou veto aos projetos de lei aprovados (CF, art. 84, IV e V)

2. participando da escolha dos ministros do Tribunal de Contas da União.

Composição do Executivo brasileiro

Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República Federativa do Brasil desde 1º de janeiro de 2003. Candidato da aliança PT, PL, PCdoB, PCB e PMN, foi eleito no segundo turno em 27 de outubro de 2002 com 61,2% dos votos válidos, 52,79 milhões de votos.

José Alencar Gomes da Silva: Vice-Presidente da República

Preceitua, a Constituição Federal

DO PODER EXECUTIVO

Seção I

DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

§ 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.

§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.

§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.

§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

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Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.

Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.

Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II

Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

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VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

X - decretar e executar a intervenção federal;

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;

XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;

XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;

XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;

XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;

XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Seção III

Da Responsabilidade do Presidente da República

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Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.

§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV

DOS MINISTROS DE ESTADO

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República;

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Seção V

DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Subseção I

Page 187: Agente_administravio_da_PRF_-_Apostila_de_Conhecimentos_especificos[1]

Do Conselho da República

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

VI - o Ministro da Justiça;

VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:

I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;

II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

§ 1º - O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.

§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

Subseção II

Do Conselho de Defesa Nacional

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros natos:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - o Ministro da Justiça;

V - o Ministro de Estado da Defesa;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

VI - o Ministro das Relações Exteriores;

VII - o Ministro do Planejamento.

VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição;

II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;

III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;

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IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático.

§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

PODER LEGISLATIVO

O Poder Legislativo, no âmbito federal, é exercido pelos deputados federais e pelos senadores, que compõem a Câmara dos Deputados e o Senado Federal (sistema bicameral). Atualmente, o Congresso Nacional é constituído por 513 deputados e 81 senadores, que têm como principal função fazer as leis. Podemos dizer que o processo legislativo compreende a elaboração, discussão, redação, alteração e consolidação das leis que, em algumas situações, são também submetidas ao Presidente da República, quando este toma a iniciativa de elaborar leis e quando edita medidas provisórias. A legitimidade desse Poder é constitucional, prevista na Constituição Federal de 1988, mas também definida pelos Regimentos de suas Casas Legislativas e pela Lei Complementar 95/1998, sobre elaboração das leis. A partir de 1988, com a promulgação da nova Constituição Federal, o Congresso Nacional tornou-se o grande símbolo da democracia brasileira.

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O Poder Legislativo teve a sua origem na Inglaterra. Formou-se durante a Idade Média quando representantes da nobreza, do clero e do povo procuraram limitar a autoridade absoluta dos reis, tomando como base o ensinamento doutrinário de Montesquieu, um dos pioneiros em dividir a função estatal, criando a teoria da separação dos poderes e propondo: "um sistema em que cada órgão desempenhasse função distinta e, ao mesmo tempo, que a atividade de cada qual caracterizasse forma de contenção da atividade de outro órgão do poder".

Tal poder consiste em fazer, emendar, alterar e revogar as leis. Ele é exercido pelo Congresso ou Parlamento.

Há países em que o Poder Legislativo se constitui num único órgão ou câmara legislativa, esse sistema é conhecido como sistema unicameral. Porém, existe outro sistema, segundo o qual o Poder Legislativo se compõe de dois órgãos ou câmaras legislativas.

Este sistema que foi o adotado no Brasil no âmbito federal, conhecido como bicameral, pois nos Estados e Municípios o sistema legislativo é unicameral.

Este sistema já era previsto em nossa primeira Constituição Republicana (1891) no artigo 16, § 1º, que adotou a denominação de Congresso Nacional, termo empregado, tradicionalmente, pelos países que adotam o regime presidencialista, composto por duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Esta denominação tornou-se tradicional em nossa sistemática constitucional, com exceção da Constituição de 1937, que usou o termo "Parlamento Nacional".

Câmara dos Deputados

Sistema proporcional (proporcionalmente à população).

Cada Estado tem no mínimo 8 e no máximo 70;

Territórios (atualmente não temos): quatro Deputados;

A representação e o número de Deputados são fixados através de lei complementar, proporcionalmente à população.

Mandato de quatro anos;

Senado Federal

É composto por 3 representantes dos Estados e do Distrito Federal;

Sistema majoritário (a representação é atribuída ao candidato que obtiver o maior número de votos);

Mandatos de 8 anos, com dois suplentes;

A renovação é realizada de forma alternada, de quatro em quatro anos (1/3 e 2/3). São eleitos os que tiverem o maior número de votos.

O Brasil é composto de 26 Estados e 1 distrito Federal, totalizando, assim 81 Senadores.

O Congresso Nacional e cada uma de suas Casas adotará organização interna na forma dos respectivos regimentos. Assim, elas possuem órgãos internos destinados a ordenar seus funcionamentos, tratar de suas polícias, dispor sobre criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva renumeração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

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A rigor, não há interferência de uma Casa nam outra, nem de qualquer outro órgão governamental.

No âmbito do Poder Legislativo da União existem três mesas diretoras:

a do Congresso Nacional,

a do Senado Federal e

da Câmara dos Deputados.

A primeira será formada a partir das duas últimas. As mesas, com mandato de dois anos e algumas atribuições já previstas na Constituição, devem resguardar a proporcionalidade da representação dos partidos e blocos partidários.

Boa parte dos trabalhos parlamentares se desenvolvem nas Comissões. Estas podem ser:

(a) permanentes;

(b) temporárias;

(c) mistas e

(d) de inquérito.

As comissões permanentes são organizadas por áreas ou temas. Entre as suas atribuições estão as de discutir e votar os projetos (até mesmo de forma conclusiva, ressalvado o recurso ao Plenário), de realizar audiências e de convocar Ministros e autoridades.

As comissões mistas envolvem deputados e senadores. Existe uma importantíssima comissão mistas para tratar de assuntos relacionados com as finanças públicas.

As comissões parlamentares de inquérito são instrumentos importantíssimos para o exercício das atividades de fiscalização e controle instaladas por requerimento de um terço dos parlamentes para apuração de fato determinado e com prazo para conclusão dos trabalhos. São dotadas de poderes de investigação próprios de autoridades judiciárias.

A Constituição prevê a existência de uma Comissão representativa com a função de representar o Congresso Nacional durante o recesso parlamentar.

O Congresso Nacional desenvolve suas atividades em legislaturas, sessões legislativas ordinárias ou extraordinárias e sessões ordinárias e extraordinárias. A legislatura tem a duração de quatro anos. A sessão legislativa ordinária com duração de um ano divide-se em dois períodos legislativos. Na sessão legislativa extraordinária somente serão apreciados os assuntos presentes na pauta de convocação e as Medidas Provisórias pendentes. Em casos específicos serão realizadas reuniões conjuntas das duas Casas do Congresso Nacional.

As deliberações de cada Casa ou do Congresso Nacional serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria de seus membros, salvo os casos de quórum especial por maioria absoluta (arts. 55, § 2º, 66, § 4º e 69), por três quintos (art. 60, § 2º) e dois terços (arts. 51, I, 52, par.único e 86).

O Congresso Nacional possui atribuições legislativas (arts. 48, 61 a 69), meramente deliberativas (art. 49), de fiscalização e controle (arts. 50, § 2º, 58, § 3º, 71 e 72, 166, § 1º, 49, IX e X, 51, II e 84, XXIV), de julgamento de crime de responsabilidade (arts. 51, I, 52, I e II, 86) e constituintes (art. 60). Existem atribuições privativas de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Diferenças básicas entre o sistema majoritário e o proporcional

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O sistema majoritário (Casa Alta):

Utilizado para a eleição dos SENADORES. Estes têm mandato de 8 anos, sendo que as eleições se realizam de 4 em 4 anos, renovando-se sucessivamente 2/3 e 1/3 dos componentes do Senado Federal.

Por este sistema os candidatos mais votados sãos os escolhidos. Essa é a vantagem do sistema, pois torna a escolha mais democrática, na medida em que serão eleitos aqueles que obtiverem maior número de votos, independente do partido político.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

Lembrar:

O mandato dos Senadores é de 8 anos.

Atualmente temos 81 senadores.

O Sistema Proporcional (Casa Baixa):

É utilizado na eleição dos DEPUTADOS FEDERAIS.

Segundo esse critério leva-se em conta a proporcionalidade dos votos obtidos pelos respectivos partidos políticos. Assim, primeiro se apura qual o número de cadeiras obtidas por um partido político, para, então, determinar-se que sejam preenchidas pelos seus candidatos mais votados.

Valoriza-se, aqui, o voto na legenda (no partido). O eleitor leva em conta a proposta partidária dos partidos e não apenas do candidato individualmente. Assim, nem sempre o candidato que recebeu mais voto será eleito, pois se leva em conta o número de votos que o seu partido recebeu.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

Lembrar:

O mandato dos Deputados Federais é de 4 anos;

Eleitor só vota em candidatos do seu Estado.

O número mínimo de Deputados Federais que um Estado pode ter é 8 e o máximo são 70 (é o caso de São Paulo). Esse número será estabelecido por lei complementar.

Atualmente temos 513 Deputados.

Diferença entre maioria absoluta, maioria simples e maioria qualificada.

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Maioria = mais da metade de um órgão colegiado (formado por um conjunto de indivíduos, não é uma pessoa só que decide), até alcançar um número inteiro.

1. Maioria simples: é calculada em relação aos membros presentes, mais da metade de um órgão colegiado presente, até alcançar um número inteiro. É a regra geral para a aprovação de uma lei ordinária.

Art. 47 da Constituição Federal: Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

2. Maioria absoluta: é mais da metade da totalidade dos membros integrantes de um órgão colegiado (aprovação de leis complementares, art. 69, perda do mandato de senador ou Deputado).

Exemplos na Constituição Federal

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. (...)

§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997).

§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

3. Maioria qualificada: É calculada em relação à totalidade dos membros de um órgão colegiado, presentes ou ausentes e pode ser exigida em diversos patamares, como maioria absoluta, 3/5 ou 2/3.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em

dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.

Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

O quorum de instalação (para que se delibere sobre uma determinada lei) sempre será de metade mais um da totalidade dos membros da casa. A aprovação ou não de determinado fato é que será variável, quando se considerará o número de presentes. Esse é o quorum de votação.

ESFERAS DO LEGISLATIVO.

Existem em três níveis (federal, estadual e municipal) e estão representadas pelo Congresso Nacional, assembléias legislativas e câmaras municipais.

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Competências:

PODER LEGISLATIVO: • controla o Judiciário:

1. participando da escolha dos membros dos tribunais superiores (CF, art. 101, parag. único art. 104, parág. único)

2. julgando os ministros do STF nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, II)

3. fiscalizando a forma como é gerenciado o dinheiro público pelo Poder Judiciário, no exercício da atividade administrativa (CF, art. 71, II)

• controla o Executivo:

1. julgando o Presidente da República, o Vice-Presidente, os ministros de Estado, nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, I)

2. apreciando as contas do Presidente da República (CF, art. 51, II) e dos demais órgãos da Administração Pública (CF, art. 71, I e II)

3. fiscalizando e controlando os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta (CF, art. 49, X), podendo convocar ministros de Estado para prestar informações (art. 58, III), criar comissões parlamentares de inquérito para apuração de fatos relevantes (art. 58, § 3º).

Preceitua, a Constituição Brasileira

DO PODER LEGISLATIVO

Seção I

DO CONGRESSO NACIONAL

O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

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§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º - Cada Senador será eleito com dois suplentes.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

Seção II

DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;

X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; ( Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

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II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)

§ 1º - Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.

§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)

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Seção III

DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV

DO SENADO FEDERAL

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do Banco Central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

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X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Seção V

DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

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§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

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I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.

§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

Seção VI

DAS REUNIÕES

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.

§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º - Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.

§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

§ 6º - A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante.

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º, vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao subsídio mensal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

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Seção VII

DAS COMISSÕES

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

§ 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

PODER JUDICIÁRIO

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O Poder Judiciário Brasileiro tem como característica fundamental a sua unidade e o fato de exercer o monopólio do poder de dizer o direito aplicável no caso concreto, a chamada coisa julgada, que é decisão contra a qual não cabe mais nenhum recurso.

A Constituição Federal assegura ao Poder Judiciário autonomia administrativa e financeira, com o objetivo de garantir-lhe a independência necessária para o exercício pleno de sua missão institucional.

O Poder Judiciário no Brasil se organiza no âmbito da União Federal e de cada Estado membro da Federação.

A Justiça da União compreende:

a Justiça Federal, a Justiça do Trabalho,

a Justiça Eleitoral e

a Justiça Militar.

Os estados devem organizar seus Poderes Judiciários, no exercício de sua autonomia política, observados, no entanto, os princípios estabelecidos na Constituição Federal.

Estrutura do Poder Judiciário

STF

O Supremo Tribunal Federal é o tribunal de cúpula do Poder Judiciário brasileiro e compõe-se de onze ministros. A nomeação é feita pelo presidente da República, após

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aprovada a escolha pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal. A principal atribuição do STF é a guarda da Constituição, mas não se trata de uma Corte Constitucional nos moldes existentes na Europa, pois exerce também outras atribuições, como, por exemplo, processar e julgar autoridades federais nas infrações penais comuns. A competência do Supremo Tribunal Federal está definida no art. 102º da Constituição Federal.

STJ O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de 33 ministros, também nomeados pelo presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal.

Os cargos do STJ seguem a seguinte composição:

• 1/3 dos cargos preenchidos por juízes dos Tribunais Regionais Federais

• 1/3 por desembargadores dos Tribunais de Justiça

• 1/3 por advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, de forma alternada.

A principal atribuição do STJ é garantir a inteireza do direito federal e a uniformidade de sua interpretação. A competência do Superior Tribunal de Justiça está definida no art. 105º da Constituição Federal.

TRF Os Tribunais Regionais Federais têm composição variável, com o número de juízes definido em lei, sendo 1/5 escolhido entre os advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos de carreira. Os demais são escolhidos mediante promoção de juízes federais com mais de 5 anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente. Os TRFs representam a 2ª Instância da Justiça Federal, sendo responsáveis pelo processo e julgamentos dos recursos contra as decisões da 1ª Instância. A competência dos Tribunais Regionais Federais está definida no art. 108 da Constituição Federal.

Juízes Federais Os juízes federais representam a Justiça Federal de 1ª Instância e estão organizados em Seções Judiciárias (uma no Distrito Federal e uma em cada estado, com sede na respectiva capital). As Seções Judiciárias são divididas em Varas, localizadas nas capitais e no interior dos estados. Aos juízes federais compete processar e julgar as causas em que entidades autárquicas ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, com exceção das ações de falência e de acidentes de trabalho e as de competência da Justiça Eleitoral e do Trabalho. Também faz parte da competência dos juízes federais o processo e julgamento de causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no país as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesses da União. Atualmente, está em exame no Congresso Nacional a inclusão na competência da Justiça Federal dos crimes contra os direitos humanos. A competência da Justiça Federal está definida no art. 109º da Constituição Federal.

Tribunais de Alçada

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Também são órgãos da 2ª Instância da Justiça Estadual, assim como os TJ. A competência dos Tribunais de Alçada é definida nas leis de organização judiciária dos estados. Muitos defendem a sua extinção. Funcionam atualmente somente em três estados.

Tribunal de Justiça Órgão de segundo grau, de criação obrigatória em todos os Estados, com competência para julgar recursos das decisões dos juízes de primeiro grau.

Juízes Estaduais Os juízes estaduais representam a 1ª Instância da Justiça Estadual e é responsável pelo julgamento de processos envolvendo matérias cíveis, de família, do consumidor, de sucessões, de falâncias e concordatas, da infância e juventude, além das matérias criminais.

TSE O Tribunal Superior Eleitoral é instância máxima da Justiça Eleitoral e é composto por 7 membros escolhidos da seguinte forma:

mediante eleição, pelo voto secreto, de três juízes dentre os ministros do STF e

dois juízes dentre os ministros do STJ por nomeação do presidente da República,

dois juízes dentre os advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF. O presidente e o vice-presidente do TSE são eleitos dentre os ministros do STF e o corregedor eleitoral dentre os ministros do STJ.

TRE Há um Tribunal Regional Eleitoral em cada estado e no Distrito Federal e eles são compostos da seguinte forma:

mediante eleição, pelo voto secreto, de dois juízes dentre os desembargadores do TJ e

dois juízes dentre os juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça um juiz do TRF com sede na capital do Estado ou no DF, ou, não havendo juiz federal, escolhido pelo TRF respectivo por nomeação, pelo presidente da República,

dois juízes dentre os seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

TST O Tribunal Superior do Trabalho é órgão superior da Justiça do Trabalho e é formado por 17 ministros, nomeados pelo presidente da República, após aprovados pelo Senado Federal. À Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores.

TRT Existem Tribunais Regionais do Trabalho em todos os estados e no Distrito Federal. Os TRTs representam a 2ª Instância da Justiça do Trabalho, sendo responsáveis pelo processo e julgamentos dos recursos contra as decisões da 1ª Instância. São compostos por juízes nomeados pelo Presidente da República, observada a proporcionalidade estabelecida na Constituição.

Juízes do Trabalho

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Os juízes do trabalho representam a 1ª Instância da Justiça do Trabalho e estão organizados nas Varas do Trabalho. À Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores e outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive as coletivas.

Superior Tribunal Militar À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. O STM é a instância máxima da Justiça Militar, e é composto por quinze ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três oficiais-generais da Marinha, quatro do Exército e três da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre os civis. Os civis devem ser selecionados entre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo três dentre os advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.

Competências:

PODER JUDICIÁRIO: • controla o Legislativo:

1. exercendo controle da constitucionalidade das leis e atos administrativos

2. julgando os membros do Congresso Nacional nos crimes comuns, e os membros do Tribunal de Contas da União nos crimes comuns e de responsabilidade.

• controla o Executivo:

1. exercendo o controle da constitucionalidade das leis e atos administrativos

2. julgando o Presidente da República, o Vice-Presidente, os ministros de Estado, nos crimes comuns

3. julgando os ministros de Estado nos crimes de responsabilidade, quando esses não forem conexos com crimes atribuídos ao Presidente ou ao Vice-Presidente.

Preceitua, a Constituição

CAPÍTULO III

DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

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IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. ( Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII A remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

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III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e

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sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 100. à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)

§ 1º-A Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)

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§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exeqüenda determinar o pagamento segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor, e exclusivamente para o caso de preterimento de seu direito de precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)

§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)

§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 5º A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º deste artigo, segundo as diferentes capacidades das entidades de direito público. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

§ 6º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

Seção II

DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente- Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

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e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do "exequatur" às cartas rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu Presidente; (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; ( Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade

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produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. ( Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso."

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Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal;

II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;

III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;

IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;

XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;

XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em caso de empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal.

§ 2º Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

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IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;

V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;

VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:

I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;

III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.

§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.

Seção III

DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

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c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - o Conselhoda Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Seção IV

DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

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I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

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V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.

§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção V

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juizes do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

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Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:

I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;

II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. ( Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Seção VI

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

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Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.

§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.

§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;

V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de injunção.

Seção VII

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

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Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.

Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

Seção VIII

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do T ribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

CAPÍTULO IV

DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

Seção I

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DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I - o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II - os Ministérios Públicos dos Estados.

§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.

§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.

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§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;

e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

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IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I o Procurador-Geral da República, que o preside;

II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;

III três membros do Ministério Público dos Estados;

IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;

V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendolhe:

I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos

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disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:

I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Seção II

DA ADVOCACIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.

§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.

§ 3º - Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Seção III

DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA

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Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.)

§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Conceituação

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Antes de estudarmos o artigo 5o e seus 77 (setenta e sete) incisos, que tratam dos direitos individuais e coletivos, iremos inicialmente conceituá-los, para uma compreensão mais fácil do assunto.

Direito Individual - É aquele que beneficia o indivíduo em particular, isto é, isoladamente.

Exemplo: "É garantido o direito de herança" (artigo 5o, inciso XXX da CF).

Direito Coletivo - É aquele que favorece ou protege um grupo de pessoas que estejam ligadas entre si por algum vínculo jurídico. Por exemplo: a criação de associações e, na forma da Lei, de

cooperativas, independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal (artigo 5o, inciso XVIII).

Há diferenças entre direitos e deveres:

Direitos - São benefícios concedidos pela norma jurídica.

Deveres - São limites impostos pela norma aos direitos, com a finalidade de proteger os benefícios

jurídicos concedidos. Analisando o artigo 5o, podemos verificar que não há um só direito, por mais importante que seja, que se caracterize por ser absoluto, pois todo direito tem um dever correspondente.

Por exemplo: O inciso IV do artigo 5o diz: "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. (É como a Lei da Física quando explica "ação e reação").

Direito: "É livre a manifestação do pensamento"

Dever: A pessoa que manifestar seu pensamento deve se identificar, porque "é vedado o anonimato".

TÍTULO II

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAISCAPÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

ARTIGO 5 o Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à prosperidade, nos termos seguintes;

(Este artigo constitui-se no Princípio da isonomia ou igualdade)

I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.

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ComentárioÉ uma afirmação do princípio da isonomia. Observar é a preocupação do legislador (aquele que faz as Leis) em que não haja, de forma alguma, tratamento diferenciado entre homens e mulheres, o que não acontecia em épocas passadas.

II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei.

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ComentárioEste inciso é chamado também de Princípio da Legalidade, e assegura o dever de cumprirmos somente aquilo que as Leis nos determinam. O fundamento deste inciso é a liberdade: "não farei o que a Lei proíbe". Somente as Leis podem nos obrigar a fazer alguma coisa. Por esta razão, nenhuma autoridade pode nos obrigar a nada que não estiver previsto nas Leis do país.

III - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

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ComentárioA tortura constitui-se numa violação do direito à vida. O inciso visa assegurar ao ser humano a integridade física e psicológica, independentemente da condição do indivíduo. Por esta razão, a Constituição proíbe os castigos físicos e psíquicos, inclusive aos criminosos que cumprem pena de reclusão.

IV - É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

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ComentárioTodo indivíduo tem o direito de expressar livremente seu pensamento por qualquer meio ou forma. Este inciso constitui-se numa variação do direito à liberdade, uma vez que esta não se restringe à condição física, somente. A manifestação do pensamento é de extrema necessidade para a concretização da efetiva liberdade. Todavia, para se evitar abusos a esse direito, o indivíduo deve identificar-se. Tais abusos ocorrem quando se divulgam notícias de má fé, inverídicas ou que venham a denegrir a imagem ou a honra das pessoas.

V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.

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ComentárioAgravo - Significa ofensa, injúria, afronta, prejuízo, dano. A liberdade de manifestação do pensamento dá margens para que ocorram manifestações ofensivas à honra de determinadas pessoas, afetando a imagem que lhes era resguardada. Entretanto, o direito de resposta é garantido na mesma qualidade e quantidade. Assim, se alguém se utilizou de um jornal para ofender determinada pessoa, pode-se exigir que aquele jornal, na mesma página, no mesmo tamanho, com o mesmo destaque, conceda a oportunidade ao ofendido de responder ao agravo sofrido. Caso provado, cabe ação judicial contra o ofensor, para que o ofendido seja indenizado. Seja o dano moral, material ou à imagem.

VI - É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da Lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias;

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ComentárioO Estado brasileiro não possui religião oficial. É, portanto, um Estado laico. Mas, por outro lado, assegura a liberdade de crença e o livre exercício dos cultos religiosos.

VII - É assegurada, nos termos da Lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

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ComentárioEntidades de Internação Coletiva - São hospitais, quartéis, penitenciárias, etc.Este inciso decorre do anterior (VI) assegurando em todo e qualquer lugar onde haja pessoas internadas, a prestação de serviços de assistência religiosa. O inciso garante também a liberdade de crença aos doentes, detentos, etc., independentemente da orientação religiosa do estabelecimento de internação coletiva.Por exemplo: Um hospital mantido por uma irmandade religiosa católica não pode negar a um paciente evangélico assistência espiritual por parte de um ministro, um pastor adventista, batista, presbiteriano ou pertencente a qualquer outra religião.

VIII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta, e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em Lei;

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ComentárioEx: Certas religiões não permitem que seus membros cumpram o serviço militar obrigatório. Nessa situação, a autoridade competente poderá substituir a obrigação legal pela prestação alternativa. Assim, em vez do serviço militar, o indivíduo poderá exercer uma outra atividade como a prestação de serviços num orfanato. Mas, caso o indivíduo se recusar a cumprir a prestação alternativa, fixada em lei, então, perderá seus direitos políticos e deixará de ser cidadão, ou seja, não poderá mais votar ou se candidatar a uma eleição.

Observação: Só poderá ser privado dos direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica ou política, quando a obrigação legal a todos impostas não poder ser substituída por uma prestação alternativa.Entretanto, haverá privação de direitos quando alguém alegar estes motivos para livrar-se de obrigações legais. Também ficará privado de direitos aquele que recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em Lei.

Prestação Alternativa: Pena restritiva de direitos, que consiste em atribuir ao condenado tarefas gratuitas junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres em programas comunitários ou estatais. Trata-se de uma inovação implantada pela Lei nº 7.209, de 11/07/1984, que reforma a parte geral do código penal vigente, sendo as tarefas atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas durante oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados.

IX - É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

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ComentárioA Constituição garante expressamente a abolição da censura e da licença em seu conteúdo, proporcionando liberdade de expressão nas atividades intelectuais. O escritor, o músico e o pesquisador científico, por exemplo, não mais precisam de licença prévia para publicarem suas obras, como na época da ditadura militar imposta ao Brasil no passado.

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

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ComentárioA Constituição brasileira estabelece uma diferença entre intimidade e vida privada.

Intimidade é o direito de estar só; vida privada significa vida particular, é a vida social. A honra e a imagem das pessoal são asseguradas neste inciso, pois ambas refletem o respeito adquirido perante a sociedade, garantindo assim, sua segurança e confiança. É assegurado o direito à indenização por dano material ou moral decorrente de sua violação.

XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

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ComentárioRelativamente à inviolabilidade domiciliar, trata-se de um preceito de natureza histórica, conhecido desde a Idade Média, principalmente na ordem jurídica inglesa. Pinto Ferreira traz o sublime discurso de Lord Chatham sobre o tema:

O homem mais pobre desafia em sua casa todas as forças da Coroa, sua cabana pode ser muito frágil, seu teto pode tremer, o vento pode soprar entre as portas mal ajustadas, a tormenta pode nela penetrar, mas o Rei da Inglaterra não pode nela entrar.

Casa significa morada, vivenda, lar, habitação. É o lugar onde a pessoa está abrigada, e onde está desenvolvendo atos de sua intimidade ou de vida privada.Inviolável é a condição do que ninguém pode violar, penetrar. Esta regra poderá ser quebrada somente em casos excepcionais, ou seja, pode-se penetrar na casa sem consentimento do morador em casos de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro ao morador.

Flagrante delito - (o filho está agredindo fisicamente o pai)Desastre - (uma das paredes da casa está desmoronando)Para prestar socorro - (o morador sofreu uma crise convulsiva)

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ComentárioNas situações descritas, poder-se-á entrar na casa do morador, tanto no período diurno quanto no noturno. Entretanto, em casos de determinação judicial, poderá ser penetrada, mas somente durante o dia - das 6:00 às 20:00 horas, através de mandados de busca e apreensão, penal ou domiciliar, expedido por juiz competente.Uma ordem judicial nunca poderá autorizar, por si própria, invasão da casa à noite.

XII - É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a Lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

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ComentárioEm princípio, a inviolabilidade das comunicações é absoluta. Exceção à regra são as novas Leis permitindo a escuta telefônica ("grampo") e a quebra do sigilo do banco de dados dos computadores, autorizadas por juiz de direito, mediante solicitação fundamentada por escrito por parte da polícia ou do ministério público para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, respectivamente.

XIII - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a Lei estabelecer;

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ComentárioÉ garantida a liberdade para o exercício de qualquer atividade profissional, desde que sejam respeitados os requisitos técnicos de escolaridade e legais, de cada serviço profissional.Assim, por exemplo, para alguém exercer a profissão de advogado, é preciso ter cursado uma Faculdade de Direito, para adquirir conhecimentos técnicos jurídicos, e ter sido aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

XIV - É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

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ComentárioO acesso à informação é requisito básico para o convívio social. A Constituição assegura o sigilo da fonte de informação, quando necessário ao exercício profissional. É o caso, por exemplo, do jornalista, que não está obrigado a revelar a fonte para denunciar eventual corrupção em órgão público, ou do advogado, que não precisa revelar a fonte de informações à qual recorre para obtenção de dados relativos ao processo. (Os jornalistas devem assinar a matéria, pois, caso ofenderem alguém, serão responsabilizados por aquilo que tiverem publicado), ou do advogado.....

XV - É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da Lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

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ComentárioQualquer pessoa (brasileiros e estrangeiros);A locomoção é a liberdade física do homem. Todas as pessoas gozam do direito de ir e vir, garantidas pela democracia que vigora em nosso país. A liberdade de locomoção é ampla, pois permite que qualquer pessoa, nos termos da Lei, entre, permaneça ou saia do Brasil, inclusive com seus bens. Tanto é que toda vez que uma pessoa sofrer ou se achar ameaçada de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou por abuso de poder, será concedido o "habeas corpus".

XVI - Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

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ComentárioPrévio aviso (para que a autoridade competente possa tomar as devidas providências, tais como: liberar ruas, interditar a área onde ocorrerá a reunião, convocar força policial para garantir a realização da reunião, etc).Reunião é um acontecimento de curta duração, que proporciona o encontro de diversas pessoas num determinado local, residência, clube, igreja, passeatas, comícios, sindicatos, etc. A prática do direito de reunião, hoje, não depende de autorização legal, sendo exigido apenas prévio aviso, o qual, por não se caracterizar como requerimento, não poderá ser indeferido, a não ser que esta reunião esteja marcada em local, dia e hora coincidentes com outra, anteriormente marcada.Um dos requisitos básicos para o exercício do direito de reunião é ter finalidades pacíficas, pois não basta estar desarmado para comportar-se pacificamente.

XVII - É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

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ComentárioA Constituição Federal garante a criação de associações para que os cidadãos possam administrar melhor seus interesses comuns. Assim, são criadas associações beneficentes (associação de pais e amigos dos excepcionais), associações de classe (associação dos funcionários públicos do Estado de São Paulo), associações empresariais (associação comercial e industrial), e ainda associações culturais, desportivas e sociais.O direito de associação somente poderá existir quando for lícito (legal), pois a ilicitude do ato resulta em crime ou contravenção.A proibição relativa às organizações paramilitares é dirigida às associações com fins militares não inseridas na organização das Forças Armadas ou Polícias Militares dos Estados.Um exemplo típico de organização paramilitar que hoje seria proibida pela Constituição foi o famigerado Comando de Caça aos Comunistas (CCC), organização paramilitar de extrema-direita surgida em São Paulo, em 1964 no início do Regime Militar instalado no Brasil.Esta organização , atuou na tomada da Companhia Telefônica da Capital de São Paulo e na ocupação das Docas de Santos. No fim da década de 1970, dirigiu suas ações contra os setores do clero.

XVIII - A criação de associações e, na forma da Lei, a de cooperativas, independe de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

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ComentárioO inciso anterior, garante a liberdade de associação para fins lícitos. Ora, se os cidadãos têm a liberdade de se associarem, essa liberdade não pode sofrer entraves por parte da administração, pois caso esta exigisse autorização prévia para que as associações começassem a funcionar, estaria cerceando o direito dos cidadãos de se associarem, direito este assegurado pela Constituição.O inciso XVIII refere-se também a proibição imposta ao Estado de interferir no funcionamento das associações, fato que podia ocorrer na época do Regime Militar, quando dirigentes eram afastados e substituídos por representantes do Governo.

XIX - As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

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ComentárioAs associações são grupamentos legítimos de pessoas com o objetivo de exigirem e fiscalizarem seus direitos, bem como as atividades do estado, ou apenas defenderem com mais eficácia seus interesses. As associações possuem imunidades quanto à interferência estatal, só podendo ser dissolvidas ou ter suas atividades suspensas pelos poderes públicos por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado, isto é, decisão judicial para a qual não cabe mais recurso.

XX - Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

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ComentárioPartindo-se da premissa de que há liberdade total para associar-se, concluímos que a mesma liberdade é concedida às pessoas que quiserem sair da associação.Entretanto, o inciso XX admite exceções.É o caso de certos profissionais que devem se filiar aos respectivos conselhos regionais, sob pena de exercício ilegal da profissão.Assim, o médico deve filiar-se ao CRM (Conselho Regional de Medicina); o Psicólogo ao CRP (Conselho Regional de Psicologia); o Advogado à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), e assim por diante.

XXI - As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

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ComentárioLegitimidade significa legalidade, ou seja, ser legítimo para efeitos da Lei. A palavra representação, no texto do inciso, significa a delegação (transmissão) de poderes conferidos pelos filiados às associações, para que estas defendam seus interesses. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, somente poderão defender interesses de seus filiados naquilo que se refere a assuntos pertinentes à categoria representada.

XXII - É garantido o direito de propriedade;

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ComentárioPropriedade, sob o ponto de vista jurídico, é o direito de usar, gozar e possuir bens e dispor deles da maneira como quiser. O direito de propriedade não se restringe somente a bens imóveis (casas, terrenos), pois não se refere somente a bens materiais. Existem também os bens imateriais, assim considerados quando seu valor pode ser expresso em termos monetários, como por exemplo, os direitos autorais de um escritor.

XXIII - A propriedade atenderá à sua função social;

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ComentárioO inciso anterior (XXII) assegura ao cidadão o direito de propriedade. Entretanto, este direito, em algumas circunstâncias, é limitado. Isto ocorre quando o patrimônio da pessoa é sobreposto pelo interesse social.

Exemplo: 10 (dez) casas são desapropriadas porque no local onde estão situadas passará uma avenida que irá melhorar o trânsito para determinado bairro.

Função Social da PropriedadeNo decorrer dos tempos, a propriedade vem evoluindo com o objetivo de atender de maneira mais efetiva às necessidades sociais.

Propriedade Rural - em seu estágio atual de evolução, a propriedade rural tem sua função social cumprida quando atende, simultaneamente, aos seguintes requisitos: utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente; exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e trabalhadores; aproveitamento racional e adequado e observância das disposições que regulam as relações de trabalho.Se a propriedade não cumprir sua função social poderá ser desapropriada. Um exemplo muito comum é a possibilidade do Estado desapropriar terra improdutiva com a finalidade de promover a Reforma Agrária.

Propriedade Urbana - a propriedade urbana, por sua vez, cumpre sua função social quando atende às exigência do Plano Diretor (instrumento de política de desenvolvimento e expansão urbana exigida pela C. F. para cidades com população acima de 20.000 habitantes. No Plano Diretor estão elencadas as obrigações dos proprietários de imóveis urbanos, e as punições que poderão sofrer, caso não as cumpram.

XXIV - A Lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

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ComentárioComo vimos, o direito à propriedade pode ser perdido quando há interesse social. A desapropriação consiste no ato pelo qual o Estado toma para si, ou transfere para outrem, bens de particulares, contando ou não com o consentimento do proprietário. Esta forma de intervenção na propriedade resulta na perda desta para os poderes públicos de forma irreversível.O ato desapropriatório só é cabível em casos de utilidade pública, necessidade pública e interesse social.

Utilidade Pública - É aquela em que o poder público manifesta a vontade de utilizar um bem. Ex.: Determinada propriedade pode ser desapropriada para fins de se construir escolas, orfanatos, etc.

Necessidade Pública - Quando há uma razão imperiosa que obriga a desapropriação do bem. Necessidade de se construir uma rodovia ou uma represa nas terras onde se situa a propriedade.

Interesse Social - Quando o motivo da desapropriação trará benefícios à coletividade.Ex.: Terras inativas são tomadas para se fazer o assentamento de famílias sem terra.O ato de desapropriar tem como característica a indenização, que deve ser em dinheiro, além de justa e prévia, isto é, realizada antes da desapropriação. Entretanto, há exceções previstas neste inciso. São casos em que a indenização será em títulos de dívida pública, quando o bem de produção urbana não cumpre sua função social, desobedecendo o plano diretor, ou em títulos de dívida agrária, quando é o bem de produção rural que não cumpre a sua função social.

XXV - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

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ComentárioExemplo: O Poder Público visando conter o rompimento de uma barragem, utiliza-se de área particular vizinha, área esta destinada ao plantio de feijão. Mas, devido ao uso pelo Poder Público, a colheita ficou prejudicada, gerando ao proprietário da mesma o direito à indenização.Aqui não se trata de desapropriação. A requisição da propriedade é para uso temporário e necessário, face a uma situação de perigo público, sendo previsto o ressarcimento ao proprietário se houver dano à propriedade.

XXVI - A pequena propriedade rural, assim definida em Lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a Lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

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ComentárioO inciso XXVI tem por finalidade assegurar ao pequeno agricultor a manutenção de sua propriedade, protegendo-a da penhora decorrente de empréstimos realizados para investimentos na atividade produtiva, e que não pode paga-los. Para que a propriedade não seja penhorada, ela deverá ser:- Pequena - de acordo com a metragem fixada em lei.- Ser trabalhada pela família.- Ter a dívida sido contraída em decorrência da atividade produtiva.Em caso de dívidas fiscais, a penhora da pequena propriedade poderá ser realizada em virtude do não pagamento dos tributos.

Penhora: É o bloqueio dos bens realizado pelos oficiais de justiça, ou ordem do juiz, suficientes para o pagamento da dívida mediante execução.

A Constituição, ao mesmo tempo que assegura o direito de propriedade, impõe que a terra seja trabalhada pela família, proporcionando-lhe estabilidade por meio de sua fixação nela, dispondo a Lei sobre os meios de financiar seu desenvolvimento. Esta estabilidade é assegurada pelo fato de que a pequena propriedade não pode ser penhorada para pagamento de dívidas decorrentes das atividades agrícolas, como por exemplo, a compra de implementos agrícolas. Por outro lado, torna-se difícil ao pequeno produtor conseguir empréstimos junto a instituições financeiras, pois nenhuma delas empresta dinheiro sem uma garantia em troca e, via de regra, o único bem que este possui é a sua terra, que sendo impenhorável, não pode ser dada como garantia.

XXVII - Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a Lei fixar;

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ComentárioAutor é o criador intelectual. A Constituição de 1988 assegura aos autores o direito exclusivo de utilizar, publicar ou reproduzir suas obras. Assim, por exemplo, se um professor criar um novo método de ensino para facilitar o aprendizado de determinada disciplina, ele poderá utilizá-lo e publicá-lo. Ninguém mais poderá faze-lo sob pena de estar violando seus direitos autorais. Caso o faça estará sujeito a penas previstas na Lei.O direito de propriedade não é restrito somente a propriedade material (casa, terreno, chácara, etc). Refere-se também a propriedade imaterial como por exemplo, os direitos autorais de um escritor.O inciso XXVII protege a propriedade imaterial (obras científicas, inventos, obras literárias, artísticas, etc).A Constituição Federal de 1988 é pródiga em garantias aos autores de obras intelectuais. Essas garantias são estendidas aos herdeiros, como forma de motivação e criatividade.O direito do autor de explorar sua obra com exclusividade é válido para toda sua vida, perdurando esse direito por toda a vida de seus herdeiros, se eles forem filhos, pais ou conjugues, Os demais sucessores do autor gozarão dos direitos patrimoniais que lhes transmitir pelo período de sessenta anos. Após este prazo, a obra cai em domínio público, passando a partir daí, ser o seu uso totalmente livre.

XXVIII - São assegurados, nos termos da Lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

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ComentárioObra coletiva é aquela criada por diversos autores trabalhando em conjunto. As participações individuais em obras coletivas são protegidas pela Constituição. Assim, se um livro didático de matemática tiver sido escrito por quatro autores, por exemplo, cada um deles teria a sua participação individual protegida, apesar da obra pertencer a todos.A Constituição também procura proteger o direito dos participantes em obras como telenovelas e semelhantes que, vendidas para apresentação no exterior, reproduzem imagem e voz sem remuneração ulterior. O objetivo é evitar que a produtora enriqueça com reproduções sucessivas, pagando aos participantes uma só vez.

XXIX - A Lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país;

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ComentárioO inciso em pauta objetiva assegurar proteção mais ampla ao direito do autor. Assim, são resguardadas também as criações industriais, as quais quando registradas no órgão competente, proporcionam o privilégio de uso exclusivo ao proprietário de seus direitos.O privilégio de que trata o inciso em questão, consiste no direito de obter patente de propriedade do invento, e ainda no direito de utilização exclusiva desse invento. Entretanto, o inciso deixa claro que esse privilégio é ainda temporário.Como vimos no inciso XXII., o direito de propriedade não é restrito aos bens imóveis ou materiais, mas abrange também os bens imateriais, ou seja, aqueles de criações intelectuais.Neste aspecto, a Constituição Federal de 1988 é pródiga em garantias aos autores de músicas, obras literárias, técnicas, científicas, etc., garantias essas estendidas aos seus herdeiros, como forma de motivação à criatividade. São resguardadas também as criações industriais, as quais, quando registradas no órgão competente, proporcionam o privilégio de uso exclusivo ao proprietário de seus direitos.A Lei assegura também proteção aos inventores industriais concedendo-lhes o direito de explorar seus inventos com exclusividade durante determinado período de tempo, podendo depois ser explorado por todos os que desejarem.

XXX - É garantido o direito de herança;

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ComentárioHerançaAo garantir o direito de herança a Constituição Federal assegura mais uma vez o direito de propriedade, impedindo que o Estado se aproprie dos bens do falecido. Se não houver herdeiros, a herança será considerada jacente (herança cujos herdeiros não são conhecidos, ou se conhecidos renunciaram à herança). Nessa situação os bens serão apropriados pelo Município, ou pelo Estado, ou pelo Distrito Federal, ou pela União, dependendo dos respectivos territórios onde estiverem. XXXI - A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela Lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a Lei pessoal do "de cujus";

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ComentárioA sucessão dos bens situados no país, pertencentes a estrangeiros falecidos é regulada pela Lei brasileira em benefício do(a) viuvo(a) ou dos filhos. A Lei estrangeira só é utilizada quando garante maiores privilégios que a brasileira àqueles que aqui nasceram.

XXXII - O Estado promoverá, na forma da Lei, a defesa do consumidor;

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ComentárioConsumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço para satisfazer um desejo ou uma necessidade. O objeto deste inciso é oferecer as garantias claras e objetivas para a defesa do consumidor, face às lesões ao seu interesse eventualmente provocadas por fornecedores e comerciantes. A Lei que protege o consumidor foi promulgada em 11 de setembro de 1990, e é conhecida como Código de Defesa do Consumidor.

XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da Lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

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ComentárioO inciso é muito claro, não necessitando de detalhamento. Contudo, cabe ressaltar que, caso o cidadão seja cerceado em seu direito de informação, poderá impetrar o habeas data (instrumento jurídico que assegura o conhecimento de informações relativas à sua pessoa, que estejam em arquivo público. O habeas data é personalíssimo, só pode ser impetrado pela pessoa detentora dos dados questionados).Exceção à regra são as informações cujo sigilo seja imprescindível para a segurança do Estado e da sociedade.

XXXIV - São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:- o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder- a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

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ComentárioDireito de Petição - É o direito de dirigir petições aos órgãos públicos, solicitando ou exigindo dos mesmos determinadas providências em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, independentemente do pagamento de taxas. Foi recentemente objeto da Lei 9.051/95, que estabelece o prazo de resposta em 15 dias .A obtenção de certidões em repartições públicas também é gratuita, se a pessoa for reconhecidamente pobre.Embora a Constituição em seu inciso XXXIV, alínea b assegure a todos a obtenção de certidões, junto às repartições públicas, gratuitamente, na prática isto não acontece, porque é cobrada uma taxa denominada "emolumentos" ou "custas judiciais", para cobrir as despesas referentes a confecção dos documentos (papel, carbono, tinta, etc), e com o tempo dispendido pelo servidor.

XXXV - A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça ao direito;

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ComentárioO inciso em estudo consagra o princípio da universalidade de jurisdição.A Constituição Federal estabeleceu por meio deste princípio, a possibilidade de todos buscarem auxílio no poder judiciário, sempre que houver lesão ou ameaça ao direito.Ao Estado cabe o monopólio da justiça, evitando a auto-tutela (auto-defesa, auto-proteção), não obstante a legislação admita a auto-tutela excepcionalmente, como nos casos de legítima defesa, para preservação da vida.A regra constitucional exige submissão ao Poder Judiciário de todo e qualquer conflito de interesses. Assim, qualquer prejuízo (lesão) ou ameaça deve ser submetido ao Poder Judiciário para ser apreciado.

XXXVI - A Lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

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ComentárioDireito Adquirido - É aquele que já se constituiu de maneira definitiva, estando perfeitos seus requisitos legais e de fato. É aquele direito que vinha sendo praticado ou não por um cidadão, conferido por uma Lei ao longo do tempo. Caso esta Lei seja modificada no transcorrer de sua validade, ou se for promulgada uma nova Lei revogando a anterior relacionada a esse direito, estas mudanças não afetarão o direito que estava sendo usufruído, pois a Lei não pode retroagir (voltar atrás), a não ser em benefício da pessoa. Por exemplo: O funcionário público após trinta e cinco anos de serviço adquire o direito à aposentadoria, conforme a Lei vigente, não podendo ser prejudicado por eventual Lei posterior que venha a ampliar o prazo para aquisição do direito à aposentadoria.

Ato Jurídico Perfeito - É o ato consumado de acordo com a Lei vigente no tempo em que se efetuou. Assim, se o ato foi praticado dentro das normas legais válidas em determinada época, não pode uma Lei nova (posterior) ao ato, invalidá-lo. Por esta razão, todas as Leis novas respeitam o que já foi feito sob a validade da Lei anterior.

Coisa Julgada - Efeito da sentença para a qual não se cabe mais recurso, porque já foi apreciada pelo poder judiciário e houve uma decisão, à qual não se é possível recorrer.

XXXVII - Não haverá juízo ou tribunal de exceção;

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ComentárioTribunal de Exceção - É um tribunal excepcional em sentido amplo. Em sentido estrito é o tribunal instituído em caráter provisório para julgamento de questões que o Estado não quer que sejam apreciadas por tribunais regulares normalmente integrantes do Poder Judiciário. Por exemplo: Em época de guerra, podem ser constituídos tribunais de exceção para julgamento de pessoas acusadas de traição.A Constituição veda os tribunais de exceção, garantindo ao cidadão o direito a um julgamento legal e comum, evitando a criação de juízos e tribunais para fins específicos, muitas vezes sem os mínimos requisitos exigidos pela Lei Maior, para que o princípio da isonomia seja assegurado.

XXXVIII - É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a Lei, assegurados:- a plenitude de defesa- o sigilo das votações- a soberania dos veredictos- a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

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ComentárioA vida é o maior bem do cidadão. Portanto, os crimes contra ela são os de maior gravidade. Por esta razão, os processos devem ser os mais minuciosos possíveis, altamente cautelosos, pois a pena, quando houver, será de reclusão.Os crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, são julgados pela sociedade através do júri. Tais crimes estão abaixo elencados:- aborto- auxílio ou induzimento doloso- homicídio doloso- infanticídio

Júri - É um tribunal (tribunal do júri), constituído por um juiz de direito que é seu presidente e sete cidadãos (jurados), que formam o conselho de sentença para julgar a inocência ou a culpa do réu, no que se refere aos crimes dolosos contra a vida. É uma garantia dos cidadãos que consiste no direito de ser julgado pelos seus pares, pessoas do povo que não julgam de modo técnico como um juiz profissional, mas baseados no senso comum prevalescente no seio social.Estes sete jurados, escolhidos entre o povo, devem ser maiores de vinte e um anos, alfabetizados e domiciliados no município. Os jurados, após ouvirem as alegações da acusação e da defesa durante os debates, poderão formular perguntas às partes, ao réu e aos depoentes (pessoas chamadas a depor). Após os referidos debates, retiram-se para uma sala onde, de maneira sigilosa (o voto é secreto, não conhecendo um jurado o voto do outro), votam pela condenação ou absolvição do réu. A decisão do jurado é chamada de veredicto e é imutável.A atuação do juiz limita-se a presidir o julgamento, absolvendo ou fixando a pena quando o réu é considerado culpado.Entretanto, caso ocorra irregularidade, ou seja, impetrado recurso ao veredicto, será realizado novo julgamento, com outros jurados. O veredicto inicial, todavia, é soberano, pois nem mesmo um tribunal pode modificar a decisão dos jurados.A instituição do júri é, pois, a garantia da democracia no Judiciário, pois respeita os princípios de auto-defesa, o sigilo das votações e a soberania dos veredictos.

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XXXIX - Não há crime sem Lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

ComentárioCominação: é a pena estabelecida pela Lei para determinado crime.O inciso XXXIX é denominado de princípio da anterioridade da lei penal.Um ato só pode ser considerado como crime quando existe uma lei elaborada, e já em vigor descrevendo-o, antes que esse crime tenha sido cometido.

Ex: furtar é crime, porque existe uma lei em vigor descrevendo-o.

Com efeito, o artigo 155 do C.P. descreve o crime de furto "subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel".Assim, a lei que prevê o crime, deve ser anterior ao fato, isto é, não será caracterizado como crime um fato ocorrido hoje, se a lei que prevê o fato entrar em vigor amanhã.Além disso; não haverá pena, sem que esta tenha sido estabelecida anteriormente para determinada infração.Ex: No crime de extorsão mediante seqüestro, descrito no artigo 159 do C.P. "seqüestrar pessoa, com o fim de obter para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição do preço do resgate" :Pena: reclusão de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (note, que já há pena estabelecida antes desse tipo de crime ser cometido por alguém).Por outro lado, todos os crimes possuem correspondentes penas elencadas junto a própria definição do crime. XL - A Lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

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ComentárioEste inciso é denominado de princípio da retroatividade da lei penal. É comum a todos os ramos do direito e, estabelece que a lei penal nova não retroagirá para atingir fatos ocorrido no passado, a não ser que seja para beneficiar o réu. Assim, por exemplo, se uma lei nova for mais severa que aquela que estava em vigor, pelo fato de aumentar a pena do condenado, essa lei jamais poderá ser aplicada, pois não irá beneficiar o réu.Por outro lado, se determinado fato não era considerado como crime conforme a lei anterior, e a nova lei vier a considerar esse fato como crime, esta não poderá ser aplicada, pois iria ferir uma das mais importantes garantias constitucionais "não há crime sem lei anterior que o defina". (inciso XXX).Quando uma lei nova for mais benigna ou mais favorável, esta sim, vai atingir o fato praticado antes de começar a vigorar. Este princípio é denominado princípio da retroatividade da lei mais benigna, que prevê a hipótese de que durante o período que a lei estiver vigorando, surja uma nova lei impondo penas menos rigorosas para um crime praticado durante a vigência da lei anterior. Nesse caso o Estado não pode punir o criminoso com a pena mais severa estabelecida na lei anterior, pois, se o próprio Estado considera que a pena anterior era muito severa, havendo necessidade de atenuá-la, demonstra sua renúncia ao direito de aplicá-la.Exemplo: "Fulano de Tal" cometeu crime de roubo em 04 de abril de 2001. Nessa data a pena estabelecida para esse tipo de crime era de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa. Vamos supor que em 18 de janeiro de 2005, entre em vigor uma nova lei reduzindo a pena para o mínimo de 3 (três) anos e máximo de 8 (oito) anos. Esta lei retroagirá beneficiando o "Fulano de Tal".

XLI - A Lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

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ComentárioO princípio da isonomia (igualdade) é ressaltado mais uma vez, refletindo a preocupação do legislador com o tratamento igual para todos os brasileiros, e prevendo punição para as discriminações atentatórias aos direitos e liberdades fundamentais, tipificando tal comportamento como delituoso e, portanto, passível de apenação.

XLII - A prática do racismo constitui crime inafiançável, sujeito à pena de reclusão, nos termos da Lei;

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ComentárioO racismo é uma doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras, não se limitando apenas a fatores relacionados a aspectos físicos. Consiste na enfatização de diferenças étnicas entre homens para fins de discriminação de seus direitos, cultuando o ódio por uma determinada raça, a qual normalmente se considera inferior e responsável por males que são produzidos à raça que se considera superior. A prática do racismo é uma das maiores preocupações da Constituição, haja vista o tratamento rigoroso que lhe foi dado, pois o condenado é punido com pena de reclusão. Além do mais, é crime inafiançável, isto é, não goza dos benefícios da fiança (pagamento de uma quantia, pelo acusado, para que possa defender-se em liberdade, nos casos previstos na Lei). É também crime imprescritível, ou seja, que não está sujeito à prescrição (maneira pela qual se extingue a punibilidade do autor de um crime ou contravenção, por não haver o Estado exercido contra ele, no tempo legal, o seu direito de ação, ou por não ter efetivado a condenação que lhe impôs).

XLIII - A Lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, omitirem-se;

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ComentárioGraça- Perdão individual concedido pelo Presidente da República que, como efeito leva a extinção da punibilidade do agraciado. Entretanto, não restitui a primaridade do agente, pois o delito foi praticado.

Anistia - Ato pelo qual o Poder Público declara o fim da punibilidade, por motivo de utilidade social, para todos aqueles, que até certo dia praticaram determinados delitos, em geral políticos, seja fazendo cessar as diligências persecutórias, seja tornando nulas e de nenhum efeito as condenações e o perdão geral.

A palavra "hediondo" origina-se do latim hoedos, cuja tradução é bode, que, em sentido figurado, tem a conotação de algo fétido, mal cheiroso.Hediondo significa sórdido, repulsivo, mal cheiroso.Os crimes hediondos são gravíssimos, pois atentam contra a segurança individual e a coletiva, ferindo de forma profunda a dignidade humana.Os crimes hediondos são aqueles definidos na Lei 8.072"são considerados crimes hediondos:- atentado violento ao pudor- homicídio praticado por grupo de extermínio- extorsão qualificada pela morte- extorsão mediante seqüestro- estupro- epidemia com resultado morte- envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte- genocídio- latrocínio (roubo seguido de morte)".- falsificação de medicamentos.

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Obs.: Crime qualificado é aquele em que a forma como foi cometido é especialmente agravada em virtude de certas circunstâncias expressas em Lei. Assim, extorsão qualificada pela morte significa que o crime de extorsão foi agravado pela morte.Estes crimes são inafiançáveis, respondendo por eles os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. Além do mais, são crimes insuscetíveis de graça e anistia.

XLIV - Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático;

ComentárioO que visa este dispositivo é a garantia da sociedade e do Estado contra movimentos armados que coloquem em risco a normalidade constitucional e o estado democrático. Ex.: invasão da favela naval em São Paulo; chacina da Candelária no Rio de Janeiro, onde 11 meninos de rua foram mortos por policiais militares, etc.

XLV - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da Lei, estendida aos sucessores e contra eles executada, até o limite do valor do patrimônio transferido;

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ComentárioÉ o princípio da intranscendência da pena; somente o condenado pode pagar por seus erros, um terceiro, mesmo que queira, não pode tomar o seu lugar e, é óbvio, não pode a autoridade pública determinar ou admitir nenhuma espécie de substituição neste sentido. Existe apenas a possibilidade da obrigação de indenizar uma vítima, mas somente até o valor do limite herdado, e, no caso do condenado falecer antes de efetivar sua obrigação, seus bens deixados em herança devem atender primeiro a esta indenização, repartindo o que sobrar aos herdeiros.

Individuação da Pena - É a pena correspondente ao crime cometido, que o juiz deverá aplicar ao acusado, levando em consideração a situação pessoal do mesmo.

Privação ou Restrição da Liberdade - Esta pena, segundo o Código Penal, pode ser de dois tipos:

Detenção - Neste tipo de pena, o condenado poderá iniciar o cumprimento da pena em regime semi-aberto, trabalhando durante o dia em colônia penal agrícola, recolhendo à sua cela à noite.

Reclusão - É uma modalidade de pena mais rigorosa. O condenado cumpre sua pena inicialmente em regime fechado, ou seja, em prisões de segurança média ou máxima, preso numa cela.

Perda de Bens - Diz respeito aos bens conseguidos com a prática dos delitos.

Prestação Social Alternativa - (Vide inciso VIII do art. 5o da CF)

Suspensão - Quando a perda do exercício do direito é temporário. Ex: suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículos.

Interdição - Quando a perda do exercício do direito é permanente. Ex: proibição definitiva do exercício de uma profissão.

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XLVI - A Lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes medidas;- privação ou restrição da liberdade- perda de bens- multa- prestação social alternativa- suspensão ou interdição de direitos

ComentárioA privação ou restrição à liberdade, refere-se a pena de reclusão em estabelecimento penal.A perda dos bens diz respeito aos bens conseguidos com a prática de delitos.Suspensão ou interdição de direitos é também uma pena em que proíbe ao criminoso de exercitar algum direito.Exemplo : Art. 165. Do Código Nacional de Trânsito.Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação.

Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277.

XLVII - Não haverá penas;- de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX- de caráter perpétuo (prisão perpétua)- de trabalhos forçados (no Brasil os presos que trabalham nos presídios são remunerados e os trabalhos forçados são gratuitos).

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- de banimento - não é admitida pela C.F. a expulsão do brasileiro do território nacional.- cruéis.

XLVIII - A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

ComentárioO inciso visa possibilitar a separação dos presos em conformidade com a idade, sexo e grau de periculosidade, para fins de cumprimento de pena. Assim, os mais jovens ficarão separados dos mais velhos, as mulheres dos homens e, os mais periculosos dos menos periculosos.Exemplos:1 - Um preso cumpre pena de detenção, outros de reclusão.2 - Penitenciárias para homens e penitenciárias para mulheres.

XLIX - É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

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ComentárioO Estado é responsável pela integridade física e moral dos presos. Portanto, se um apenado for assassinado ou torturado numa prisão, caberá ação indenizatória contra o Estado.

L - - Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.

LI - Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da Lei.

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ComentárioExtradição - É a expulsão de estrangeiros do território nacional, quando requerida por outro país, para responder um processo ou cumprir uma pena. O brasileiro nato jamais poderá ser extraditado. O naturalizado, este sim, se, estiver envolvido com tráfico de entorpecentes ou por ter cometido crime comum antes da naturalização.

LII - Não será concedido extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

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ComentárioA competência para processar e sentenciar alguém é atribuída à Lei. Compete exclusivamente ao juiz natural, ou seja, aquele integrado ao poder judiciário com todas as prerrogativas atribuídas pela Constituição, julgar e, por conseguinte, sentenciar. Este é o princípio do juiz natural, ou juiz constitucional.

LIV - Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

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ComentárioEste é o princípio do processo legal, que confirma a maneira de solucionar conflitos através do processo obrigatório por Lei. Portanto, o direito penal não pode ser aplicado senão conforme as normas do processo, melhorando assim a garantia de defesa do acusado.

LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

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ComentárioAmpla defesa é o direito do acusado de apresentar, no processo, todos os meios legais necessários para provar sua inocência, tais como, documentos, testemunhas, etc.Contraditório é a possibilidade de se refutar a acusação.A igualdade das partes impede que a acusação ou defesa possuam privilégios, ao menos sem justa razão.

LVI - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

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ComentárioEste é o princípio da licitude da prova. A prova obtidas por meio ilícito é aquela colhida de maneira diferente do que determinam as Leis, como por exemplo, as provas obtidas através de tortura, fraude, invasões, chantagem, etc. Existe ainda a prova ilícita por derivações, ou derivada, que é aquela que, em si, é regular, mas foi conseguida por intermédio de uma prova ilícita.

Ex.: O réu confessa que matou e mostra onde está o corpo - a apreensão do corpo é lícita, mas a confissão sob tortura não. As provas ilícitas não são admitidas, para garantir a moralidade do processo.

LVII - Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória;

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ComentárioÉ uma defesa do cidadão, consagrada pela obrigatoriedade do processo legal, fazendo com que se afaste a presunção de culpabilidade até o trânsito em julgado (decisão para a qual não cabe mais recursos para a defesa do réu). O inciso em estudo é chamado princípio da presunção da inocência. O réu é presumivelmente inocente até prova em contrário.

LVIII - O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em Lei;

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ComentárioEste dispositivo assegura a preservação da pessoa contra o constrangimento da identificação policial denominada datiloscopia (colheita das impressões digitais), quando o cidadão for preso em flagrante delito ou for suspeito de um crime praticado. Objetivando evitar esta coação por parte das autoridades, a Constituição proíbe a identificação criminal, quando o cidadão portar um documento que o identifique para os efeitos da vida civil. Entretanto, há hipóteses previstas em Lei para que uma pessoa seja identificada criminalmente - é o caso, por exemplo, de alguém possuir mais de um documento de identidade com dados diferentes, ou documento sobre o qual recaia desconfiança das autoridades.

LIX - Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

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ComentárioSabemos que ao Estado compete o monopólio da justiça. O direito de ação do Estado nos crimes de caráter público é exercido através do Ministério Público que promove a ação penal, acionando o Poder Judiciário. O Estado não admite a auto-tutela, como já vimos, a não ser em alguns casos excepcionais (inciso XXXV). Portanto, o cidadão não pode processar pessoalmente um criminoso, mesmo tendo sido sua vítima, salvo nos crimes de ação privada, que são definidos em Lei.Caso haja omissão do Ministério Público, não apresentando a denúncia dentro do prazo legal (15 dias), o particular poderá contratar um advogado e efetuar a denúncia.

LX - A Lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou interesse social o exigirem;

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ComentárioNormalmente os atos processuais são públicos (princípio da publicidade dos atos processuais), podendo deles todos tomarem conhecimento. O segredo de justiça é uma exceção que torna os atos de processo sigilosos, limitando inclusive a presença apenas das partes e seus advogados em determinados atos, ou somente estes, tudo com o intuito de evitar prejuízo que poderia advir da publicidade de certos processos.Conforme o inciso, o sigilo processual visa a defesa da intimidade, como em casos de separações, reconhecimento de paternidade, etc., ou se o interesse social exigir que aquilo que foi dito ou apresentado no processo seja divulgado, resultando, por exemplo, em grave perigo de perturbação da ordem.

LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em Lei;

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ComentárioO indivíduo só poderá ser preso em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente (mandado de prisão). A Constituição limita, portanto, a prisão a estas duas situações, não admitindo mais as prisões para averiguações e as administrativas. Fora destas situações, a prisão é ilegal e deve ser relaxada imediatamente ou seja invalidada.Os crimes e as transgressões cometidas por militares, são regidos por Leis específicas próprias de suas atividades que compõem os códigos disciplinares. O militar pode ser preso até mesmo por ordem verbal de um superior hierárquico ou de igual patente.

LXII - A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ela indicada;

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ComentárioÉ exigido pela Constituição que, além da comunicação imediata, seja estabelecido o local onde o preso se encontra, a fim de evitar-se a incomunicabilidade do mesmo, o que, por conseqüência, facilitará eventual abuso de autoridade.

LXIII - O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e do advogado;

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ComentárioO preso tem o direito de permanecer calado, embora o interrogatório possa ser um ato de defesa, ou seja, a oportunidade para o próprio acusado dar sua versão do fato e apresentar suas justificativas.O preso deverá ter assegurado a assistência da família, bem como de um advogado e, caso seja comprovadamente pobre, o Estado deverá proporcionar-lhe assistência jurídica gratuita.

HABEAS DATA

LXIV - O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

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ComentárioO direito à identificação dos responsáveis pela prisão visa a proteção do preso contra eventuais violações de seus direitos individuais no momento do interrogatório ou da prisão.

LXV - A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

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ComentárioA prisão é legal em casos de flagrante de delito ou quando há mandado judicial de prisão.Fora estes casos, a prisão é ilegal e o juiz deverá determinar o relaxamento da prisão, ou seja, a libertação do réu.

LXVI - Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a Lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

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ComentárioNo Brasil, a prisão é a forma mais grave e comum de punição para os culpados, apenas excepcionalmente deve ser ela aplicada aos presumivelmente inocentes.Antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, a prisão tem medida cautelar, visando preservar a integridade das testemunhas, da ordem pública, da ordem econômica, e evitar que o réu se evada.Há delitos de menor gravidade, que não justificam o aprisionamento do acusado, que poderá pagar uma fiança arbitrada pela autoridade policial ou pelo juiz, e aguardar em liberdade a conclusão do processo.Caso o acusado tenha direito à liberdade provisória, não será mantido na prisão, e se o crime for afiançável, informar a quem tenha interesse em providenciar a fiança.

LXVII - Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

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ComentárioPelo exposto no inciso, fica claro que não existe prisão por dívida, excetuando-se dois casos: aquele que não paga a pensão alimentícia por vontade própria e a do depositário que quebrar a sua obrigação de zelar e de devolver o bem demandado judicialmente.Depositário: (auxiliar de justiça, designado pelo Juiz para guarda, vigilância e administração dos bens retidos judicialmente) que será denominado de depositário infiel, caso empreste, troque, venda ou danifique o bem pelo qual é responsável.

LXVIII - Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

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Comentário- conceito: ação penal de natureza constitucional, cuja finalidade é prevenir ou sanar a ocorrência de violência ou coação na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.- sujeito ativo: qualquer pessoa, homem, mulher, maior, menor, capaz, incapaz, nacional, estrangeiro, não exigindo sequer que tenha capacidade postulatória (não precisa ser advogado)- sujeito passivo: contra ato de qualquer agente, no exercício de função pública. Assim, sempre que alguém atuar em nome do Estado e, nesta qualidade, constranger ilegalmente a liberdade de outrem cabe HC. A CF não exclui o ato de particular, há controvérsia.- espécies: preventivo e liberatório.

Violência, coação ou constrangimento, em termos jurídicos, são todos os acontecimentos que ocorrem, quando a lei determina uma coisa e as autoridades, ou seus representantes, atuam contrariamente. Exemplos:a) - O cidadão - entendemos que antes de ser condenado com sentença condenatória irrecorrível, deva ser tratado como ser social em sua denominação, ao invés de acusado, indiciado etc.-, que eventualmente tenha praticado um delito, ou haja suspeição de que tenha sido, e venha a ser preso em "flagrante delito", deve, por força dos dispositivos constitucionais, ser orientado e cientificado de seus direitos constitucionais prescritos na Constituição Federal (art. 5º incs. LXIII e LXIV).b) - A mulher gestante, que eventualmente venha a ser presa, por qualquer razão (flagrante ou não), deve receber tratamento diferenciado, em razão do "ser" que carrega dentro de sí, e que por força da lei deve ser protegido e assegurado o seu desenvolvimento natural (art. 4º do Código Civil).c) - Quando o cidadão tenha sido condenado a pena restritiva de direito e permaneça preso em regime fechado, porque na comarca não existe a Casa do Albergado.O Eminente Juiz WLADIMIR VALLER(1) preleciona que: "A pena restritiva de direito consiste na limitação de fim de semana é também denominada prisão de fim de semana. A pena privativa de liberdade imposta, uma vez preenchidos os requisitos ou condições, é substituida pela obrigação do condenado de permanecer, durante cinco horas, aos sábados e domingos, em casa de albergado ou em outro estabelecimento adequado. Como a lei menciona apenas aos sábados e domingos, inviável será impôr ao condenado a limitação de fim de semana também nos feriados".

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Portanto, neste caso, embora sentenciado, caracteriza-se constrangimento.

d) - Entendemos, ser constrangimento ilegal, ou melhor VIOLÊNCIA IMORAL, a segregação do condenado sem o exame criminológico de classificação (art. 8º. da Lei nº 7.210/84), em que tem que avaliar as condições do condenado para uma adequada classificação, ou seja, não colocar na mesma cela por exemplo, um perigoso latrocida confesso, com um depositário infiel...MIRABETE (2) lembra que "Inseparável do estudo da personalidade do condenado e também o de seus antecedentes, entre os quais se destacam a reincidência e o envolvimento em inquéritos ou processos judiciais, mas que alcança toda vida pregressa do condenado. O exame desses antecedentes também podem ser muito úteis à classificação do condenado e à determinação do tratamento penitenciário a ser seguido.Os exames de personalidade e dos antecedentes são obrigatórios para todos os condenados a penas privativas de liberdade e se destinam à classificação que determinará o tratamento penal mais recomendado. Como se anota na exposição de motivos, reduzir-se-á a mera falácia o princípio da individualização da pena se não se efetuar o exame de personalidade no início da execução, como fator determinante do tipo de tratamento penal e se não forem registradas as mutações do comportamento ocorridas no itinerário da execução".Entendemos, ainda que, o cidadão, enquanto perdurar a persecução processual, deva permanecer segregado -se o exigir o delito (estuprador confesso, etc.)-, separado dos demais infratores, principalmente, se estes estão condenados."Não se fala em prisão, não se fala em constrangimento corporal. Fala-se amplamente, indeterminadamente, absolutamente, em coação e violência; de modo que, onde quer que surja, onde quer que se manifeste a violência ou a coação, por um desses meios, aí está estabelecido o caso constitucional do Habeas Corpus. Quais são os meios indicados? Quais são as origens da coação e da violência, que deve concorrer para que se estabeleça o caso legítimo de Habeas Corpus? Ilegalidade ou abuso de poder. Se de um lado existe a coação ou a violência e de outro a ilegalidade ou o abuso de poder, qualquer que seja a violência, qualquer que seja a coação, desde que resulte do abuso do poder, seja ele qual for, ou de ilegalidade, qualquer que ela seja, é inegável o recurso do Habeas Corpus". (RUI BARBOSA - parte do discurso proferido pelo grande Mestre em 22.01.1915, numa Sessão do Senado Federal, lembrado pelo eminente jurista RUBEM NOGUEIRA (3).E se a doença (constrangimento, violência, coação etc.) está presente e pondo em risco a "saúde" do grupo social é necessário que se combata com eficácia ministrando-se o remédio certo que é o Habeas Corpus.

NOTAS (1)VALLER, Wladimir Responsabilidade Civil e Criminal Tomo II, 3º E.V. Editora, 1993, pág. 624 (2)MIRABETE, Julio Fabbrini Execução Penal - Comentários Editora Atlas, 1987 - pág. 6 (3)NOGUEIRA, Rubem Revista de Informação Legislativa a. 21, nº 84, out/dez. 1984 - pág. 136

LXIX - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

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ComentárioO Mandado de Segurança é o remédio específico contra violação pelo Poder Público de direito líquido e certo, que não seja violação ao direito de locomoção ou, ao de se obter ou se retificar informação sobre a própria pessoa. O conceituado jurista Hely Lopes Meirelles em sua obra "Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, "Habeas Data",

14a Edição, atualizada por Arnoldo Wald, Malheiros Editores, 1990, conceitua o Mandado de Segurança como "o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou univrsalidade reconhecida por lei, para a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça".

- sujeito passivo: autoridades públicas e agentes de pessoas jurídicas privadas com atribuição de Poder Público. É proposto contra a autoridade coatora e não contra a pessoa jurídica.- Autoridade coatora: será sempre aquela que concretiza a lesão a direito individual como decorrência de sua vontade (aquela que tem poder de desfazer o ato).

No ato colegiado (formado por varias vontades) deve ser impetrado contra o presidente, no ato complexo (se forma pela vontade da autoridade, mas dependendo de referendo de autoridade superior) é impetrado contra a autoridade inferior que elaborou o ato, já que a autoridade superior fez mera conferência. Não cabe MS contra ato de particular.- sujeito ativo: só o próprio titular do direito violado, qualquer pessoa natural ou jurídica.- litisconsórcio - admite-se no polo ativo e passivo.- direito líquido e certo: é a certeza quanto à situação de fato. É o direito certo quanto a sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da sua impetração. Pode ser provado documentalmente.- prazo para interposição: 120 dias.- procedimento: recebida a petição, notifica a autoridade para, em 10 dias prestar informações; em seguida os autos vão ao MP para parecer, em 5 dias, seguindo-se, imediatamente, a sentença. Não

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há dilação para provas. As informações não tem natureza de contestação e sua falta não gera confissão.- liminar: é possível.- sentença: só faz coisa julgada material quanto enfrentar o mérito, ou seja, quando declarar a legalidade ou ilegalidade do ato.

LXX - O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

legitimidade ativa: a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses dos membros ou associados;

ComentárioO impetrante atua como substituto processual dos associados, ou seja, age em nome próprio na defesa de interesse de terceiro (deve ser autorizada - estatuto).

legitimidade passiva: - se os associados estiverem sob a área de atuação de autoridades diferentes, a impetrada será a que estiver sobre todos, ainda que não tenha praticado o ato (não há litisconsórcio)- objeto: as relações jurídicas precisam ser determinadas, mas não precisam ser todas demonstradas na inicial.

LXXI - Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

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Comentáriofinalidade: em tese, é viabilizar o exercício de um direito constitucionalmente previsto e que depende de regulamentação por estar previsto em uma norma constitucional de eficácia jurídica limitada.legitimidade ativa: qualquer pessoa, natural ou jurídicalegitimidade passiva: órgão ou poder incumbido de elaborar a normaprocedimento: se não houver necessidade de produção de provas segue o rito do MS, havendo dilação probatória segue o rito ordinário.

LXXII - Conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;b) para a retificação de dados, quando não se prefira faze-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

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Comentárioconceito: e um remédio constitucional, que tem por finalidade proteger a esfera íntima dos indivíduos, possibilitando-lhes a obtenção e retificação de dados e informações constantes de entidades governamentais ou de caráter público.objeto: assegurar o direito de acesso e conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante e o direito à retificação desses dados.

características: - é uma ação, pois invoca a tutela jurisdicional, devendo preencher as condições da ação; de natureza mandamental; - seu conteúdo é de natureza constitutiva quando visa a retificação; - é ação personalíssima, não se admite pedido de terceiros, nem sucessão no direito de pedir. não depende de prévio pedido administrativoprocedimento: - enquanto não houver disciplinação legal, deve ser aplicado o MS, desde que desnecessária a

produção de prova, se contrário o rito será o ordinário.Sigilo: - art. 5º, XXXIII - dispõe que o direito de receber dos órgãos públicos informações não inclui aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

LXXIII - Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

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Comentárioconceito: é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal, ou ao patrimônio de autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiro público. Popular - deriva da natureza impessoal do interesse defendido, da coisa do povo.requisitos: a) só poder ser proposta por cidadão brasileiro; b) ilegalidade na formação ou no objeto do ato; c) lesividade ao patrimônio público (erário, moralidade, meio ambiente, etc)fins da ação: preventivo, repressivo e supletivo.objeto da ação: é o ato ilegal e lesivo ao patrimônio público.sujeito passivo: litisconsórcio entre entidade lesada, os autores e responsáveis pelo ato e os beneficiários do mesmo. MP é parte sempre - é parte autônoma, só não pode defender o ato.competência: é determinada pela origem do ato impugnadoprocedimento: segue o rito ordinário com algumas adaptaçõesliminar: é possível. Se concedida cabe agravo de instrumento, correição parcial e mandado de segurança. Se negada cabe agravo de instrumento.sentença: se procedente o pedido, o juiz deverá decretar a invalidade do ato, a condenação ao ressarcimento de perdas e danos por parte dos responsáveis, pelos atos praticados com dolo ou culpa. O autor vencido é isento de custasrecursos: recurso de ofício, se julgada procedente ou decretada a carência da ação. Cabe também apelação voluntária, com efeito suspensivo

LXXIV - O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV - O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

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LXXVI - São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da Lei:a) o registro civil de nascimentob) a certidão de óbito.

LXXVII - São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da Lei, os atos necessários ao exercício da cidadania;

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Inciso acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08/12/2004

ComentárioSempre foi corrente na doutrina que uma emenda constitucional poderia ampliar o rol de direitos individuais do artigo 5ª e, após mais dezesseis anos de promulgação da Carta, a Emenda nº 45/04 finalmente alterou este dispositivo constitucional acrescentando este novo inciso.

Eis que surge o Princípio da Duração Razoável do Processo que, se inobservado, constituirá verdadeira negativa de acesso à jurisdição, implicando em ofensa ao inciso XXXV do mesmo artigo.O direito à denominada ordem jurídica justa, aí incluída a celeridade do processo, é a tônica da processualística moderna.

O devido processo legal deve ser o justo processo legal, sendo imperativo que a tutela jurisdicional se não imediata, pelo menos seja rápida. Diante de ameaça ou vilipêndio a direito a resposta do Estado - que se pretende democrático - deve ser pronta e eficaz. Ressalte-se que, aqui, a eficácia se relaciona intimamente com a presteza. Caso contrário qualquer solução se torna injusta, porque tardia.

Torna-se evidente que inúmeras providências nas leis processuais devem ser tomadas para que este principio se institucionalize de fato e de direito em nosso ordenamento jurídico. Assim, por exemplo, deve ser ampliado o sistema de fungibilidade dos recursos, bem como evitar a extinção do processo, favorecendo-se a conversão do mandado de segurança em ação de rito sumário, desde que não traga

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nenhum prejuízo para defesa, evitando-se, assim, a extinção do feito sem análise de mérito, o que implicaria em novo ajuizamento, com o natural recolhimento de novas custas e taxa judiciária, entre outras providências.

Percebe-se a intenção do legislador constituinte em economizar o jurisdicionado. Não apenas na economia processual, através da simplificação dos ritos e rituais, dando relevância à oralidade, mas, também, à economia financeira otimizando gastos e realocando recursos. Isso sem falar na economia de tempo, visto que parece improvável que diante de tanta tecnologia os processos e as audiências ainda apresentem atos e práticas do século XIX. Abre-se espaço para o processo virtual, mais barato e rápido para todos, inclusive para o Estado. Audiências através de videoconferências, petições entregues via internet, interrogatórios de réus presos sem necessidade de deslocamento, economia de dezenas de milhares de folhas de papel etc.

§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Parágrafo acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08/12/2004)

§ 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Parágrafo acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08/12/2004)

ComentárioA internacionalização da jurisdição penal antes de ser uma realidade é uma necessidade imperativa para o combate à criminalidade internacional que desconhece fronteiras.Com o advento do Pacto de Roma de 1998, surge o Tribunal Penal Internacional (TPI), instalado em 2004, com composição paritária: treze juízes e treze juízas de diversas nacionalidades.O TPI é um Tribunal permanente com competência para investigar, processar e julgar indivíduos acusados das mais graves violações do direito internacional humanitário.Desde os chamados crimes de guerra, passando pelos crimes contra a humanidade e o genocídio. Diferente da Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição é restrita a alguns Estados, e dos Tribunais da Iugoslávia e Ruanda, que foram criados para situações específicas, o TPI é permanente e preexistente ao fato que originou a investigação e o processo.

DIREITOS SOCIAIS

São direitos fundamentais do homem, assegurados pela Constituição Federal de 1988, e que possibilitam aos indivíduos o acesso a bens que satisfaçam suas necessidades básicas, proporcionando-

lhes condições, para desfrutarem de uma vida digna e produtiva

ARTIGO 6º

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São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta

Constituição."

ComentárioEste artigo prevê educação gratuita e extensiva a todos, desde o nível primário ao universitário. Assim, o povo tem à sua disposição escolas de primeiro e segundo graus, e universidades como por exemplo a USP - Universidade de São Paulo. Os deficientes possuem direito de receberem educação específica em entidades especiais.

O direito a saúde também é gratuito, inclusive para aqueles que não contribuem para a Previdência Social oficial (INSS), havendo postos de atendimento médico e hospitais mantidos pelo governo.

Segurança é outra preocupação constitucional, pois implica na proteção a vida do homem, assim como ao seu patrimônio. A segurança é proporcionada pelas Polícias Civis e Militares do Estado, pela Polícia Federal e pelo Poder Judiciário.

O trabalho, também é uma garantia constitucional, pois a ele todos têm direito. Dessa forma, deve o país desenvolver política que incentive o trabalho e possibilitar ainda, uma remuneração justa.

Há em toda sociedade, inclusive na brasileira, pessoas necessitadas de maior atenção.

São as mães, crianças, adolescentes e desamparados que devem ter direito a uma atenção especial por parte do Estado, em conformidade com normas expressas da Constituição.

A Previdência Social é um conjunto de direitos relativos à Seguridade Social.

A Constituição delineou de maneira mais precisa os direitos de Previdência Social.

Seu princípio fundamenta-se no princípio do Seguro Social, de sorte que os benefícios e serviços se destinam a cobrir eventos de doença, invalidez, morte, velhice e reclusão.

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A moradia, também é uma garantia constitucional, pois a ela todos têm direito. Dessa forma deve o país desenvolver políticas habitacionais que a todos atendam, especialmente as camadas mais pobres da população.

O lazer é a entrega à ociosidade repousante. Sua finalidade é refazer as forças depois do trabalho diário e semanal. O lazer está bastante associado aos direitos dos trabalhadores relativos ao repouso.

ARTIGO 7ºSão direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros aqueles que visem à melhoria de sua

condição social:

I - Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de Lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

ComentárioO direito à segurança do emprego é assegurado pela Constituição Federal. Consiste na proteção da relação de emprego, contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, prevendo a indenização compensatória, em casos de dispensa injustificada, sem motivos relevantes.

A despedida por justa causa não é arbitrária, pois é decorrente de falta grave cometida pelo empregado, afetando o empregador, inviabilizando assim, a relação de emprego: embriaguez, deslealdade para com a empresa, abandono de emprego, etc.

A despedida arbitrária ou sem justa causa, é aquela que se caracteriza pelo rompimento do vínculo empregatício, quando o trabalhador vem exercendo suas atividades de forma correta, na empresa. Este rompimento pode ser devido a vários motivos, tais como encerramento das atividades da empresa por dificuldades financeiras, supressão de um departamento, mudança para outra localidade e muitos outros.

II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

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ComentárioA finalidade do seguro desemprego é proporcionar assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em casos de dispensa sem justa causa.

III - Fundo de garantia por tempo de serviço;

IV - Salário mínimo, fixado em Lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V - Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

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ComentárioPiso salarial é o valor mínimo que pode ser pago a uma categoria profissional ou a determinadas profissões dentro de uma determinada categoria profissional. É fixado normalmente para todos os empregados de qualquer profissão.

Exemplo: Piso salarial da telefonista, da secretária, do engenheiro, etc.

O piso salarial expressa-se como um acréscimo sobre o salário mínimo. Distingue-se deste que é geral para todas as categorias. Deve ser proporcional a jornada diária de trabalho ou a complexidade das tarefas. Assim, por exemplo, o piso salarial de um químico deve ser maior que o de uma copeira, pelo fato de suas atividades profissionais serem mais complexas que as daquela.

VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

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ComentárioA princípio os salários são irredutíveis. O empregador não pode diminuir o salário deste ou daquele empregado.Com a Constituição de 1988, a irredutibilidade é a regra geral. A redução porém não é proibida. É condicionada. Depende de negociação coletiva com o Sindicato.A medida pode ser colocada em prática, por ocasião de crises de produção ou dificuldades econômicas da empresa, para evitar a dispensa de funcionários.

VII - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que recebem remuneração variável;

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ComentárioHá trabalhadores que recebem remuneração variável, como é o caso dos garçons e barbeiros, por exemplo, que tem sua remuneração composta de salário pago pelo empregador, mais as gorjetas; aquele (salário) não poderá ser inferior ao mínimo.É freqüente nos empregos do comércio, a retribuição com bases e percentuais sobre os negócios que o vendedor realiza, ou seja, o salário por comissão. Também nesses casos a Constituição assegura aos profissionais o salário mínimo, mesmo que não consigam vender o suficiente para receber comissões equivalentes ao salário mínimo.

VIII - Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

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ComentárioDécimo Terceiro Salário:

Este, é uma gratificação compulsória por força da lei, tem natureza salarial e é também denominada gratificação natalina. Foi criado no Brasil, pela Lei nr. 4.090, de 1962, como um pagamento a ser efetuado no mês de dezembro e no valor de uma remuneração. Para o empregado que não trabalhou todo o ano, o seu valor é proporcional aos meses de serviço, na ordem de 1/12 por mês, considerando-se a fração igual ou superior a 15 dias como mês inteiro, desprezando-se a fração menor. Em 1965, a Lei nr. 4.749 desdobrou em dois os pagamentos. A primeira metade é paga entre os meses de fevereiro ou novembro ou, se o empregado quiser, por ocasião de suas férias. A segunda metade é paga até 20 de dezembro.

IX - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

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ComentárioSegundo o artigo 73 da CLT, a remuneração do trabalho noturno terá um acréscimo de 20% sobre a hora diurna.

O parágrafo 2o do mesmo artigo, considera trabalho noturno aquele executado entre as 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte.Entre nós a Lei considera noturno o trabalho agrícola realizado entre 21 e 5 horas e o pecuário entre 20 e 4 horas.O acréscimo rural sobre a hora diurna é de 25% .A fixação legal leva em conta o período habitual do repouso da comunidade e demais usos.

X - Proteção do salário na forma da Lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

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ComentárioO inciso em estudo já define como crime, a retenção dolosa do salário, o que nos termos da legislação penal vigente caracteriza apropriação indébita. Portanto, ninguém poderá reter intencionalmente o salário do trabalhador, nem mesmo seu empregador qualquer que seja o motivo alegado.

XI - Participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em Lei;

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Comentário

O artigo 7o em seu inciso XI manteve o direito de participação nos lucros das empresas assegurado desde a Constituição de 1946.O texto Constitucional reconhece que os trabalhadores são elementos exteriores à empresa, como força adquirida por salário.A participação nos lucros é desvinculada do salário, pois constitui-se "num acréscimo de rendimentos" do trabalhador, decorrente da relação de emprego, e, portanto, inconfundível com o salário.Por outro lado, não sendo salário, a participação nos lucros não será considerada para efeito de incidência de ônus trabalhistas, fiscais e previdenciários.A participação nos lucros não será computada para fins de recolhimento do fundo de garantia, do

cálculo de indenizações, do 13o salário, de remuneração de férias e do repouso semanal, prêmios, abonos, etc.O dispositivo ainda se refere à participação na gestão (direção, gerência) da empresa, mas, apenas excepcionalmente, por meio de uma Lei a ser criada.A participação na gestão da empresa, só se tornará efetiva, quando a coletividade trabalhadora da empresa, por sí ou por uma comissão ou um conselho ou delegado ou representante, fazendo parte ou não dos órgãos diretivos dela dispuser de algum poder de co-decisão ou pelo menos de controle.

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;" XIII - Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

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ComentárioA compensação foi inicialmente prevista para o sábado e é a mais comum.A compensação inicialmente semanal, foi extendida a quaisquer períodos. É o chamado "Banco de Horas", onde as horas extras trabalhadas em um dia poderão ser compensadas com a correspondente diminuição em outro dia.O "Banco de Horas" tem como finalidade permitir às empresas maior possibilidade de adequar a atividade dos trabalhadores às necessidades de produção, evitando-se assim a dispensa de funcionários.

XIV - Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

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ComentárioTurnos Ininterruptos - São aqueles que compreendem jornadas rotativas de seis horas cada uma, de maneira que o empregado trabalhará sempre em períodos diferentes (manhã - tarde ou noite)

XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

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ComentárioO repouso do trabalhador é outro elemento que se inclui nas condições dignas de trabalho.O sistema de submeter o trabalhador a atividades contínuas em todos os dias da semana e do ano seria desumano. Por esse motivo, a Constituição assegura, seguindo a evolução das Constituições anteriores, o repouso semanal remunerado, de preferência aos domingos, muito embora alguns profissionais, como os médicos, motoristas de ônibus, etc, nem sempre podem gozar do repouso semanal aos domingos, por força de suas atividades, devendo, porém, faze-lo num outro dia da semana.

XVI - Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

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ComentárioRemuneração do serviço extraordinário, nada mais é que o pagamento das horas trabalhadas, após a jornada de trabalho de 8 horas diárias ou 6 horas (se for o caso de turno ininterrupto) limitadas pela Constituição.Após esses limites, as horas serão consideradas extraordinárias (horas extras), devendo ser pagas com acréscimo de 50%.

XVII - Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX - Licença-paternidade, nos termos fixados em Lei;

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ComentárioLicença Paternidade - Para servidores celetistas, autárquicos e docentes será concedido cinco dias consecutivos, contados a partir da data do nascimento da criança, mediante cópia da certidão de nascimento. A licença paternidade também deverá ser concedida quando se tratar de adoção de menor de até sete anos de idade.

Jurisdição - aplica-se aos servidores que notificarem o nascimento de seu filho.

Objetivo - estabelecer critérios e procedimentos para a concessão de licença-paternidade.

Competência:1 por parte do interessado- entregar cópia da Certidão de Nascimento ao superior imediato. 2 por parte do superior imediato- receber a cópia da Certidão de Nascimento; - anexar a cópia da Certidão de Nascimento ao Boletim de Freqüência do interessado;- encaminhar o Boletim de Freqüência à área de pessoal da Unidade/Órgão. 3 por parte da área de pessoal da Unidade/Órgão- receber o Boletim de Freqüência juntamento com a Certidão de Nascimento; - verificar se atende as normas vigentes;- cadastrar a licença-paternidade, através do SIAP, utilizando a transação LIC AFAST;- arquivar.

CRITÉRIOS1- a licença-paternidade também deverá ser concedida quando se tratar de adoção de menor de até 7 (sete) anos de idade.2- a licença-paternidade prevista na Constituição Federal é de 5 (cinco) dias, conforme §1º do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

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XX - Proteção ao mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da Lei;

XXI - Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da Lei;

XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

ComentárioToda empresa com mais de cinqüenta empregados, deve instalar uma CIPA (comissão interna de prevenção de acidentes), cuja finalidade é fiscalizar junto a outros órgãos públicos, o cumprimento fiel das normas relativas a saúde, higiene e segurança do trabalhador.

XXIII - Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da Lei;

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ComentárioAtividades Penosas - São aquelas exercidas em zonas de fronteiras ou em localidades cujas condições de vida sejam precárias e de difícil acesso por insuficiência absoluta de meios de transportes e equipamentos urbanos.

Atividades Insalubres - São todas aquelas que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde. Ex: Trabalhador que manipula produtos tóxicos ou alergênicos.

Atividades Perigosas - São todas aquelas que envolvem operações perigosas, que por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem no contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

Exemplo: Trabalhador que exerce suas atividades no depósito de combustíveis.O trabalho envolvendo atividades. Penosa, perigosas ou insalubres assegura um adicional à remuneração do trabalhador, conforme expõe o texto do inciso.

XXIV - Aposentadoria;

XXV - Assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até seis anos de idade, em creches e pré-escolas;

XXVI - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII - Proteção em face de automação, na forma da Lei;

XXVIII. Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

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ComentárioHá dolo do empregador quando não existe equipamento de segurança adequado para os trabalhadores, ou existe em número insuficiente ou de péssima qualidade.O dolo existe porque o empregador sabe que a falta de equipamentos ou sua inadequação, bem como a baixa qualidade dos equipamentos, pode levar a ocorrência de acidentes.Há culpa do empregador, quando apesar da disponibilidade de equipamento de segurança, este não obriga os trabalhadores a usá-los, ou não fiscaliza a utilização correta e contínua dos referidos equipamentos, pecando, portanto, por negligência.

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;"

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ComentárioPrescrição: É a perda do direito de exercer uma ação, por ter vencido prazo para exercê-lo. No inciso em estudo, é perda por parte do trabalhador do direito de pleitear na justiça verbas trabalhistas sobre as quais tem ou acredita ter direito.Tanto o trabalhador urbano como o trabalhador rural, gozam do prazo máximo de até dois anos para recorrer à justiça após a extinção do contrato de trabalho. Há uma diferença, porém, pois, o trabalhador urbano poderá pleitear direitos trabalhistas referentes aos últimos cinco anos, contados da data em que entrou com ação na justiça. Já o trabalhador rural poderá pleitear todo o período trabalhado. Importante esclarecer que esta diferença foi estabelecida objetivando compensar os trabalhadores rurais de todo o período decorrido antes da atual Constituição começar a vigorar, período esse em que os trabalhadores rurais ficaram sem direitos assegurados.

Exemplos:1) Paulo, trabalhador urbano, trabalha em uma empresa como vendedor. Além do salário fixo, recebe um percentual sobre as vendas realizadas (comissões). No ano de 1992, não recebeu as comissões referentes ao mês de dezembro. Segundo o inciso, Paulo poderá mover uma ação dentro do prazo prescricional de cinco anos, ou seja, até o fim de 1997.

2) Paulo, trabalhador urbano, trabalhou durante 10 anos numa empresa e é dispensado (mandado embora ). Paulo espera 1 ano e 8 meses para ingressar com ação trabalhista. Nessa ação, poderá pleitear somente os últimos 5 anos. Caso vença a causa, receberá somente o correspondente a 3 anos e 4 meses, porque durante os 5 anos (prazo prescricional), esteve desvinculado da empresa por 1 ano e 8 meses.

3) Cidônio, trabalhador rural (lavrador); trabalhou durante 12 anos numa grande propriedade rural e é mandado embora. Espera 1 ano e 8 meses para entrar com uma ação trabalhista. Nessa ação, poderá pleitear tudo o que acha que tem direito a receber referente aos 12 anos que lá trabalhou.

XXX - Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou Estado civil;

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ComentárioPrincípio da Igualdade de Salário - Encontra-se definido na quinquagenária CLT , artigo 5º " A todo trabalho de igual valor corresponderá salário igual , sem distinção de sexo." É mais completa no artigo 461: " Sendo idêntica a função , a todo trabalho de igual valor , prestado ao mesmo empregador na mesma localidade, corresponderá igual salário , sem distinção de sexo , nacionalidade ou idade." E no parágrafo 2º exclui da hipótese de equiparação o empregado , quando houver pessoal organizado em quadro de carreira , hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento." Para os fins previstos no parágrafo 2º do artigo 461 CLT , só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira , quando homologado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social." - Enunciado nº 6 do TST.O parágrafo 3º exige que , havendo quadro de carreira organizado seja assegurada promoção alternada por antiguidade e por merecimento , dentro de cada categoria profissional , e o parágrafo 4º exclui da condição de paradigma o trabalhador readaptado por motivo de doença física ou mental atestada por órgão da Previdência Social.Como demonstramos acima , o princípio da igualdade salarial opera sob várias condições , as quais resumimos:- identidade de função - de fato e não meramente nominal;- igualdade de valor do trabalho - igual produtividade e mesma perfeição técnica;- diferença de tempo de serviço entre o equiparado e o paradigma não superior a dois anos - na mesma empresa de ambos;- trabalho na mesma localidade - mesmo domicílio; - inexistência na empresa de pessoal organizado em quadro de carreira , que garanta acesso por antiguidade ou merecimento.Essas condições operam em conjunto , de maneira que a ausência de qualquer uma delas descaracteriza o direito a isonomia salarial.Dá-se a equiparação salarial quando um empregado alega em juízo realizar trabalho igual ao de outro colega de empresa (paradigma) , entretanto mediante remuneração inferior , caracterizando-se com isso , a odiosa discriminação. Esse fato ocorre principalmente em empresas estatais , onde a ingerência política põe os laços partidários acima do profissionalismo.

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Princípio da Isonomia - É importante esclarecer que a igualdade determinada pelo artigo 5o da Constituição Federal refere-se à igualdade de todos perante a lei, pois, as igualdades física, econômica e cultural são inexistentes.Entretanto, certas vezes, em virtude da necessidade, é permitido ao Estado a prática de certas discriminações, dando origem ao binômio finalidade / discriminação. Um exemplo claro, já conhecido de todos é o concurso de ingresso para a polícia feminina, que só admite inscrições para as mulheres. Esse concurso, contudo, não contraria o princípio da isonomia, pois sua finalidade é o preenchimento de vagas na polícia feminina e, nesse caso a discriminação quanto ao sexo é condição essencial para concorrer ao certame.

XXXI - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critério de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - Proibição de distinção entre o trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;"

XXXIV - Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso;

ComentárioO trabalhador avulso é definido pela portaria 3.107, de 7 de abril de 1971, do Ministério do Trabalho nos seguintes termos: " Entende-se como trabalhador avulso, no âmbito geral da Previdência Social, todo trabalhador sem vínculo empregatício que, sindicalizado ou não, tenha a concessão de direitos de natureza trabalhista executada por intermédio da respectiva entidade de classe".

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Um exemplo de trabalhadores avulsos, são os estivadores, que trabalham nos portos, executando serviços de carregamento e descarregamento de navios, conferência de mercadorias e outros serviços semelhantes.Esses trabalhadores são contratados pelas empresas de navegação por intermédio dos sindicatos, que recrutam o pessoal, neles agrupados.Após o término das tarefas, as empresas contratantes, colocam à disposição dos sindicatos o valor total correspondente aos serviços executados. O sindicato efetua então, o pagamento dos trabalhadores.Os estivadores, não são considerados empregados das empresas de navegação, porque os serviços prestados são eventuais e esporádicos e porque nada recebem delas diretamente. Por outro lado, não são empregados do sindicato de classe, porque esta entidade não exerce atividade lucrativa e não paga salário, funcionando como simples posto de recrutamento e seleção de pessoal.Um outro exemplo de trabalhadores avulsos são os garçons. Muitos, trabalham no mesmo sistema, contratando serviços por meio do sindicato.

§ único - São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV bem como a sua integração à previdência social.

ComentárioA Constituição conforme o parágrafo único do inciso XXXIV, assegura aos trabalhadores domésticos:

IV - Salário MínimoVI - Irredutibilidade de Salário

VIII - 13o SalárioXV - Repouso Semanal RemuneradoXVII - Férias + 1/3,XVIII - Licença Maternidade de 120 diasXIX - Licença Paternidade se for doméstico.XXI - Aviso Prévio

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XXIV- Aposentadoria, além de se filiarem ao Sistema de Previdência Social.

ARTIGO 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

ARTIGO 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de

exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

ARTIGO 10º É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos

em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

ARTIGO 11ºNas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes

com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

Capítulo IIIDA NACIONALIDADE

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Introdução - Conceitos Básicos

Nação - Agrupamento humano, em geral numeroso, cujos membros fixados num território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos e lingüísticos.

Território Nacional - Abrange o espaço aéreo, terrestre e marítimo.O espaço terrestre é delimitado pelas fronteiras terrestres demarcadas por rios,

lagos, baias, golfos, ilhas, etc., formando o território propriamente dito.O mar territorial e o espaço aéreo brasileiro tem como limite 200 (duzentos) milhas a

partir do continente.

O conceito de território é amplo, pois dele fazem parte os aviões civis e militares, bem como navios de guerra ou mercantes, em qualquer lugar que se encontrem, ou em território estrangeiro (aéreo ou marítimo).

Nacionalidade - É a qualidade de nacional, isto é, do indivíduo que por nascimento ou naturalização pertence a uma nação. A nacionalidade implica na subordinação das pessoas às Leis internas de determinado país.

A nacionalidade pode ser classificada em primária ou originária e secundária.

Primária - É aquela que o indivíduo adquire ao nascer.

Secundária - É aquela obtida voluntariamente.

Exemplo:Espanhol naturalizou-se brasileiro porque assim o quis.A atribuição da nacionalidade obedece a dois critérios básicos: o "jus sanguinis" e

o "jus solis".

"Jus sanguinis" - (origem sanguínea, filiação). Segundo este critério, será nacional, todo aquele que descende de nacionais, não importando o local do nascimento.

Por exemplo: Filhos de pais ingleses, são ingleses.

"Jus solis" (origem territorial, local do nascimento) conforme este critério, todo aquele nascido no território de um país, independente da nacionalidade dos pais, será nacional.

Por exemplo: Filhos de pais italianos nascidos no Brasil, são brasileiros.

Observação - A Constituição brasileira adotou o "jus solis" como regra, mas também admite o "jus sanguinis".

População: É o conjunto de habitantes de um pais, cidade ou região. Este conceito engloba os nacionais e os estrangeiros.

Exemplo: População de Brasília. Cidadão - É o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo de seus direitos

políticos e participante da vida do país.Brasileiro Naturalizado - É aquele que adquire a nacionalidade brasileira

voluntariamente, desde que satisfaça os requisitos constitucionais legais.

ARTIGO 12ºSão brasileiros

I - natos:

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a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.

A exceção a regra do artigo 12º refere-se ao item a pois não serão considerados brasileiros aqueles que nascem no Brasil e cujos pais são ambos estrangeiros. E que pelo menos um deles, esteja no território brasileiro a serviço de seu país.

Com relação ao item b podemos observar que a Constituição adotou o "jus sanguinis" com o critério funcional, ou seja, a necessidade de pai ou de mãe brasileiros, natos ou naturalizados, estarem a serviço do Brasil. Tais serviços abrangem o serviço diplomático, consular, serviços públicos prestados a autarquias, sociedades de economia mista e empresas públicas no exterior.

Observação: Houve extensão do critério "jus sanguinis", pois se um dos pais for brasileiro e o filho vier a residir no Brasil, mesmo tendo nascido no estrangeiro, será considerado brasileiro. Exige-se apenas o registro em repartição competente (embaixada, consulado) ou a residência no Brasil antes da maioridade.

II - naturalizados:

a) os que, na forma da Lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigida aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo nos casos previstos nesta Constituição;

§2º A Lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos pela Constituição;

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

de Presidente e Vice-Presidente da República; de Presidente da Câmara dos Deputados; de Presidente do Senado Federal; de Ministro do Supremo Tribunal Federal; da carreira diplomática; de oficial das Forças Armadas. de Ministro de Estado da Defesa

Alguns cargos a Constituição considerou privativo de brasileiros natos, pela importância de suas funções características, que se fossem desempenhadas por alguém naturalizado, poderiam colocar em risco os interesses do país.

Por esta razão, a Constituição Brasileira fixou dois sistemas com a finalidade de definir os cargos privativos de brasileiros natos: a linha sucessória (Presidente, Vice-

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Presidente da República) e a segurança nacional, pois as funções exercidas pelas forças armadas e pela diplomacia, são estratégicas para os negócios e a defesa do Estado.

§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

II -Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela Lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.

Atualmente já se admite a dupla nacionalidade. Assim, o brasileiro que venha adquirir outra por sua vontade não perderá a nacionalidade brasileira.

ARTIGO 13ºA Língua Portuguesa é o Idioma Oficial da República Federativa do Brasil;

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a Bandeira, o Hino, as Armas e o Selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IVDIREITOS POLÍTICOS

São direitos que disciplinam as formas de atuação da soberania popular, permitindo aos cidadãos o exercício completo da liberdade de participação nos negócios políticos do país, assegurando-lhes o direito de eleger seus governantes ou ocupar cargos políticos, como também manifestar suas opiniões sobre o governo.

ARTIGO 14ºA soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e

secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da Lei, mediante:

I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular.

Sufrágio - É um direito que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização e das atividades políticas, sociais, econômicas e administrativas do país.

O direito de sufrágio, é que permite que as pessoas elejam Vereadores, Prefeitos, Deputados, Senadores, Governadores e o Presidente da República. É o aspecto principal dos direitos políticos. Consiste na capacidade de eleger alguém para um cargo público (elegibilidade) e o direito de votar (alistabilidade). O sufrágio é universal porque é extensivo a todos os cidadãos

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Atenção - As palavras sufrágio, voto e escrutínio, são muitas vezes utilizadas como sinônimo, entretanto possuem sentidos diferentes, conforme esclarece o professor José Afonso da Silva.

Voto - É o direito de exercer o sufrágio. É a maneira de expressar a vontade ou opinião num processo decisório. É um dever sócio político, pois todo cidadão tem o dever de expressar sua vontade para a escolha de seus governantes. O voto tem valor igual para todos, pois todos tem o mesmo valor no processo eleitoral, independentemente de sexo, cor, religião, idade, posição profissional ou sócio econômica.

Escrutínio - É a maneira como é realizada a votação (voto secreto, por aclamação, etc).

Plebiscito - É uma votação prévia, submetendo uma resolução de grande interesse nacional à apreciação dos eleitores, para que o resultado desta, seja submetido à votação pelo congresso nacional. Esta manifestação normalmente é de caráter nacional, onde o povo de posse de seus direitos políticos optam pelo sim ou pelo não.

Exemplo: Realização de plebiscito para consultar a população sobre mudanças de limites de Municípios, Estados ou criação de novos.

O plebiscito visa consultar o povo antes que haja um ato já praticado pelo governo.

Referendo - Consiste em uma consulta posterior a determinado ato praticado pelo governo. O referendo é realizado para aprovar ou reafirmar uma Lei, uma Constituição, povo concorda ou não com uma decisão ou proposta do pais, representada pelo seu governo.

Iniciativa Popular - É um ato por intermédio do qual os cidadãos (povo) propõem uma Lei ou modificação de uma já existente.

Alistamento eleitoral é o procedimento que concede ao cidadão o direito de votar.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

1 - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;2 - facultativos para:

a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

Os militares conscritos (convocados para o serviço militar obrigatório) não podem votar. Já os militares profissionais podem votar e serem votados sem qualquer restrição.

§ 3º. São condições de elegibilidade, na forma da Lei:

I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exercício dos direitos políticos;III - o alistamento eleitoral;IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;V - a filiação partidária;VI -a idade mínima de :

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a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses anteriores ao pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

§ 10º O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

§ 11º A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da Lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

São inelegíveis também, todos aqueles sujeitos a condenação criminal enquanto durarem seus efeitos, cancelamento de naturalização, declaração de incapacidade absoluta e desonestidade quando atuando na administração.

ARTIGO 15º É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos

casos de:

cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

incapacidade civil absoluta;

condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

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recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;

improbidade administrativa, nos termos do art. 37º, § 4º.

ARTIGO 16º A Lei que altera o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua

promulgação;

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ComentárioA palavra administração significa gerenciar (negócios públicos e particulares, dirigir, reger com autoridade, governar). A administração pública pode ser definida como a atividade que o Estado desenvolve para atender os interesses coletivos. É constituída por um conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a Lei atribui o exercício da administração do Estado.A administração pública compreende a administração direta e indireta

Administração Direta - É aquela que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. São os órgãos propriamente ditos como por exemplo o Ministério da Saúde e a Secretaria da Receita Federal.

Administração Indireta - É aquela em que órgãos públicos se valem de órgãos intermediários, criados por Leis específicas, para a realização dos serviços estatais. Compreendem as seguintes

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categorias dotadas de personalidade jurídica própria: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

Pessoa física - É o sujeito considerado regularmente como o sujeito de direitos.

Pessoa Jurídica - Entidade jurídica resultante de um agrupamento humano, organizado, estável e que tem por finalidade a utilidade pública ou privada, e é completamente distinta dos indivíduos que a compõe, sendo capaz de exercer direitos e contrair obrigações. As pessoas jurídicas podem ser de direito público ou de direito privado.

Pessoa Jurídica de Direito Público - A União, os Estados e os Municípios.

Pessoa Jurídica de Direito Privado - Sociedades civis, mercantis, fundações, etc. Exemplos: Indústrias, estabelecimentos comerciais, fundações beneficentes particulares, etc.

Autarquia

Comentário A palavra autarquia vem do grego auto que significa "por si só" e arche "governo".

Autarquia - É uma entidade com personalidade jurídica e finalidade pública, autônoma e desmembrada da administração, sujeita a fiscalização e tutela do Estado, com patrimônio e receita própria cujo fim é executar serviços administrativos do Estado ou necessários a coletividade. As autarquias se auto - administram mediante dirigentes nomeados pelo próprio Estado, e só podem ser criadas por Lei, jamais por decreto ou resolução.

Exemplos de Autarquias: INSS, Caixa Econômica Federal e Banco Central.

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Fundação (entidade fundacional) - É uma entidade autônoma, dotada de personalidade jurídica, constituída por um complexo de bens, e destinada a fins de utilidade pública ou de beneficência. O caráter da fundação é eminentemente patrimonial.

Patrimônio - É um conjunto de bens, materiais ou não, direitos, ações, posse. E tudo o mais que pertença a uma pessoa ou empresa.

Existem Fundações de Direito Público e de Direito Privado.

As Fundações de Direito Público são aquelas criadas pelo Estado por Lei.

As de Direito Privado são criadas através de escritura pública ou por testamento.

Exemplo de Fundações Públicas: FUNAI (Fundação Nacional do Índio) - FEBEM (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor).

ComentárioEmpresa Pública

A administração pública é responsável somente por aquelas atividades fundamentais para a vida em sociedade, que os particulares isoladamente não conseguem levar a efeito.A iniciativa particular nem sempre consegue reunir meios suficientes para realizar certos empreendimentos ou por outro lado, pode não existir interesse de sua parte em realizá-losAlém disso, existem determinadas atividades que fazem parte de objetivos que envolvem a própria segurança do país.Nestes casos, o Estado intervêm criando empresas públicas destinadas a tais funções.A empresa pública é uma entidade de personalidade jurídica de direito privado, criado por Lei para exploração de atividade econômica, que o governo seja obrigado a exercer por força de contingência ou interesse administrativo, possuindo patrimônio próprio e capital exclusivo da União.

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Há empresas públicas, em que a União participa com a maioria do capital, mas admite no capital da empresa outras pessoas jurídicas de direito público interno e Estados, Distrito Federal e Municípios.A instituição de empresas públicas e disciplinada no artigo 37º incisos XIX, XX da Constituição Federal.

ComentárioSociedade de Economia Mista

São empresas onde existe colaboração entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para a realização de uma finalidade sempre de ordem econômica.A razão de ser das sociedades de economia mista, é que nem sempre o Estado dispõe de recursos suficientes para investir em determinado empreendimento, que de maneira direta ou indireta, visa o interesse da sociedade.O Estado então, associa a particulares objetivando a atender essas necessidades sociais, e os particulares visando alcançar os objetivos pretendidos motivados pelo lucro.A Sociedade de Economia Mista será sempre uma Sociedade Anônima (S.A.), sendo portanto pessoa jurídica de direito privado.

Exemplo de Sociedade de Economia Mista: Banco do Brasil.

CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

ARTIGO 37º

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:"(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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Comentário Princípio da Eficiência - A Emenda Constitucional de nº19/98 denominada de "Reforma Administrativa" tornou expresso mais um princípio a ser observado pela administração pública que é o "princípio da eficiência", o qual pode ser entendido como o dever de boa administração.

A introdução do princípio da eficiência na Emenda Constitucional 19/98 (Reforma Administrativa), tem por objetivo tornar a administração pública mais eficaz proporcionando agilizar um melhor atendimento ao cidadão, com uma escalada cada vez maior, no processo de desburocratização

Princípio da Legalidade - Este princípio, já apresentado no artigo 5º, inciso II, "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da Lei", aplica-se a administração pública de forma rigorosa e especial para o administrador, pois tudo deve ser realizado de acordo com Lei, sob pena de praticar um ato que viole a norma jurídica. Portanto na administração pública só se pode fazer o que a Lei determina ou autoriza.

Princípio da Impessoalidade - É um desdobramento do princípio da isonomia (artigo 5º - caput)O princípio da impessoalidade visa a garantir a neutralidade da administração, proporcionando aos administradores, tratamento que afaste qualquer espécie de discriminação ou favorecimento, pois qualquer ato deve ser de interesse público e nos estritos termos da Lei, caso contrário estará sujeito a invalidação por desvio de finalidade, por meio da ação popular.O concurso para ingresso no serviço público, é um exemplo da aplicação prática deste princípio, pois a administração é neutra, não havendo qualquer tipo de discriminação ou favorecimento em benefício de alguém.

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Princípio da Moralidade ou da Probidade Administrativa- Não se refere a moral comum como a concebemos, mas a um conjunto de regras éticas que norteiam a Administração Pública.Este princípio exige que haja validade entre os meios empregados e os fins a atingir.

Por exemplo: O Estado deseja melhorar a segurança pública e os serviços de saúde.Para alcançar seus objetivos, eleva os impostos para conseguir verbas com o objetivo de comprar viaturas para a polícia e aumentar o número de investigadores e policiais militares, bem como contratar médicos, e abrir novos postos de saúde.Se a população receber tais benefícios com o aumento de impostos, a administração estará satisfazendo o princípio da moralidade.

Princípio da Publicidade - É a divulgação de atos (Leis, Decretos, contratos administrativos, etc.), para o conhecimento público em geral e início da produção de seus efeitos.A publicidade se faz nos diários oficiais da União, do Estado e do Município conforme a competência ou por meio de editais afixados em lugares próprios para a divulgação dos referidos atos, para que a coletividade em geral, deles tome conhecimento.Estes atos exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é perante as partes, terceiros e ao povo em geral, proporcionando ainda aos administradores o conhecimento dos atos praticados pela administração.

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

ComentárioA reforma administrativa tornou possível a um estrangeiro tornar-se funcionário público, com o objetivo de atrair pesquisadores, técnicos especializados e professores, que possam contribuir para com o desenvolvimento tecnológico do Brasil.

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Cargos como contínuo, coletores de lixo, datilógrafos, também poderão ser ocupados por estrangeiros, pois o texto constitucional não impõe limitações quanto a especificidade dos cargos.A Lei que disciplinará o ingresso de estrangeiros na administração pública, ainda não foi promulgada.

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

ComentárioEste inciso extinguiu as formas de provimento derivado vertical, como a ascensão, o acesso e a promoção, mantendo apenas os provimentos derivados horizontais (transferência, readaptação e remoção) por reingresso (reversão, aproveitamento, reintegração e recondução).Veja que, por ele, qualquer troca de cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público.A Emenda à Constituição 19/98 abriu as portas, perigosamente, a realização de concursos públicos simplificados, variáveis com a "natureza e a complexidade do cargo ou emprego".No caso das paraestatais, o concurso público tem o significado de processo seletivo, na forma dos respectivos regulamentos internos, sendo necessário que haja, porém, e necessariamente, competição e igualdade.Ainda sobre esse inciso, na parte final, o STF julgou que criação de cargos em comissão em moldes artificiais e não condizentes com a praxe configura inaceitável esvaziamento da exigência constitucional do concurso publico.Por este inciso, estão inconstitucionais:

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as transposições, sob qualquer fundamento;

as diferenciações com base em idade e sexo, por ferir o art. 7º, XXX.

A não ser que o órgão que esteja realizando o concurso público demonstre que as funções do cargos excluem determinadas faixas de idade.Os concursos internos são constitucionais, desde que apenas se prestem a elevação de servidor na carreira, por promoção ou acesso, conforme a lei.

III o prazo de validade do Concurso Público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

ComentárioA Administração pode fixar qualquer prazo inicial para o concurso público, até dois anos, contados, da abertura do certame, segundo Diógenes Gasparini.Se o Edital nada disser sobre o prazo, presume-se que é fixado pelo teto.A renovação única deverá ser no máximo pelo prazo inicialmente determinado:Se um ano, por outro;Se dois meses, por outros dois meses.

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em Concurso Público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados, para assumir cargo ou emprego, na carreira.

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ComentárioO Concurso Público é o único meio para alguém ingressar no serviço público. A nova Constituição impõe a necessidade do Concurso Público para todos aqueles que desejam ingressar nos quadros públicos de pessoal, excetuada a nomeação para cargos declarados em Lei, de provimento em comissão, que pela sua natureza, inviabilizariam a realização do certameO concurso deve ser público, extensivo a todos aqueles que preencham os requisitos dispostos na Lei e no correspondente edital, ao qual se impõe ampla publicidade, sendo vedado, pois, o denominado concurso interno restritos aos que já são servidores públicos.Diz-nos, ainda, o texto constitucional que o concurso deve ser de provas ou de provas e títulos. A pontuação atribuída aos títulos não deve superar a conferida as provas, a fim de que a aprovação seja decidida pela competição das provas e os títulos computados apenas para classificação.Nesta modalidade, os candidatos deverão apresentar seus títulos (doutor, mestre, especialista), livros publicados, teses defendidas, aprovação em outros Concursos Públicos, etc.

Nomeação - É o ato formal pelo qual o poder público atribui um cargo a pessoa estranha a seus quadros de pessoal.

Exoneração - É a dispensa de um funcionário público não estável (nomeado), deliberado a juízo exclusivo da autoridade competente.

Comissão - Preenchimento de cargo ou função em caráter temporário, através de nomeação, por um funcionário pertencente a administração pública, com a finalidade de prestigiar os quadros públicos de pessoal.

Observação: Tanto a nomeação quanto a exoneração dos ocupantes dos cargos são livres, não havendo portanto estabilidade.

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Não é proibida a abertura de novos concursos dentro do prazo de validade de outros, mesmo que ainda haja candidato aprovado. A constituição apenas proíbe que os aprovados no novo certame sejam convocados antes dos habilitados pelo anterior, durante o prazo de validade daquele.O inciso IV assegura o direito de convocação (direito de não ser preterido) aos aprovados no Concurso Público, durante o prazo estabelecido no edital de convocação, que é improrrogável, podendo ser dilatado apenas uma única vez.Tais prazos são distintos, sendo que no primeiro período de validade não pode ser realizado outro concurso. No segundo período de validade (prorrogação) e daí para a frente, a administração poderá realizar novo concurso, mas estará obrigada a respeitar a prioridade dos concursados aprovados no concurso anterior, para somente depois admitir os aprovados no novo concurso.

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;"(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

ComentárioA redação da EC-19/98 veio eliminar o aconselhamento contido na redação original da Constituição, onde se dizia que os cargos em comissão e as funções de confiança seriam exercidos, "preferencialmente", por servidores de carreira, previsão essa que reconhecemos inócua nas edições anteriores a este material. A nova redação dada pela Emenda citada, tecnicamente superior à anterior, estabelece que as funções de confiança são exclusivas de servidores de carreira; em outra passagem, separando os tipos que não deveriam estar juntos, prevê que os cargos de provimento em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, no que anda bem, já que o Supremo Tribunal Federal vem decidindo, e a partir dele outros Tribunais, que não é

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qualquer cargo que pode ser provido em comissão, mesmo que assim esteja previsto em lei, sendo que somente se admite essa forma de provimento para cargos com determinadas atribuições, as quais são, em síntese, as contidas na nova redação deste dispositivo. Ainda, é determinado que os cargos em comissão serão ocupados por um mínimo de servidores de carreira, percentual esse que deverá ser fixado em lei. As vagas restantes são de provimento livre.

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

ComentárioMas não ao servidor público militar, segundo o art. 42, § 5º.

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioTem-se aqui norma de eficácia limitada, segundo resultou do julgamento, pelo STF, do mandato de injunção nº 20. Segundo o entendimento do STF, somente após o advento dessa lei complementar será lícito ao servidor fazer greve, mas o STJ, julgando o MS 2.677, afirmou o contrário, reconhecendo o direito à greve sem que se exija a lei complementar referida, cuja ausência será suprida pelos princípios jurídicos e pela legislação que disciplinar a matéria.Com o advento da Emenda à Constituição 19, esse assunto deixa de ser objeto de lei complementar, passando a poder ser cuidado por lei ordinária específica. A sua condição de eficácia, contudo, permanece a mesma.Desse choque de orientações jurisprudências prevalece a do Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição que é, nos termos do art. 102, caput.

VIII - a Lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

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ComentárioSão poucas as funções de confiança e cargos em comissão exercidas exclusivamente por servidores públicos efetivados no cargo. Tais funções destinam-se a atribuições de direção, chefia e assessoramento.

O inciso VI e o VII representam importantes inovações no plano constitucional.O inciso VI confere a todo servidor público, o direito a sindicalização, do qual não gozava anteriormente.O inciso VII por sua vez, estende ao servidor público o direito de greve, desde que, na forma da Lei, fiquem preservados as atividades essenciais.O inciso VIII trata de outra novidade constitucional, que visa a assegurar o ingresso do deficiente físico no funcionalismo público, reservando para estes cargos compatíveis as suas deficiências e aptidões profissionais.A necessidade de Lei para assegurar ao deficiente acesso ao serviço público, parece a primeira vista dispensável. Isto porque, recusar a admissão de deficientes em cargos, funções ou empregos públicos, desde que reunam condições para exercê-los, seria incorrer em discriminação afrontosa a própria Lei Magna (artigo 5º "caput") dos direitos e garantias fundamentais, já mencionados diversas vezes em nosso estudo.O estatuto do servidor público civil, Lei 8112/90 determina que sejam reservadas 20% das vagas aos deficientes.

IX - a Lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado por necessidade temporária de excepcional interesse público.

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ComentárioDeverão ser atendidos, nesses casos, os princípios da razoabilidade e da moralidade. O contratado sob este fundamento não é beneficiado nem pode reivindicar qualquer direito à permanência no serviço público, sendo impositivo, para isso, a submissão ao concurso público de provas ou provas e títulos.

Há períodos no serviço público que o volume de tarefas a serem realizadas, torna-se desproporcional em relação ao número de funcionários públicos. É quando a administração adota como solução temporária, a contratação de profissionais objetivando a atender o interesse público;

Estes funcionários contratados obedecerão ao regime da C.L.T. (Consolidação das Leis Trabalhistas), e portanto sem direito a estabilidade.

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioA remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do artigo 39 (consultar), somente poderão ser alteradas ou fixadas mediante Lei específica, levando-se em consideração as remunerações respectivas devidas aos Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais. Sendo ainda assegurada revisão geral sempre na mesma data e sem diferenças de índices.

Subsídio - É uma ajuda financeira concedida pelos governos Federal, Estadual e Municipal, destinada a remunerar o Presidente, Vice-Presidente da República, Ministros e os membros que integram o Poder Legislativo: Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores.O subsídio é dividido em duas partes: uma fixa que se paga mensalmente no decurso do ano e outra variável correspondente ao comparecimento nas sessões.Esta remuneração por sessão é designada como cédula, mais conhecida como "jeton". É uma bonificação de presença não recebendo-a os deputados e senadores que não comparecem as chamadas. O subsídio difere da ajuda de custo e das contribuições devida pela presença nas sessões. A ajuda de custo visa o ressarcimento dos gastos com transporte e instalação.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal

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de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

ComentárioCumpre-se ressaltar que o direito adquirido será preservado, mesmo porque se constitui em cláusula pétrea da Constituição Federal, não podendo portanto ser alterada por emendas constitucionais.Consequentemente, quem tiver vencimentos superiores aos dos Ministros do Supremo Tribunal Federal continuará a recebê-los, pois a Lei não tem efeito retroativo, especialmente no que se refere a esse direito. O Supremo Tribunal Federal decidiu que a norma do artigo 29 da emenda constitucional nº 19/1998 não é auto-aplicável, declarando que esta regra será amplamente discutida, depois que for editada Lei pelo Congresso Nacional, que deverá resultar de projeto de iniciativa conjunta do Presidente da República, do Presidente da Câmara dos Deputados, do Presidente do Senado e do Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Vencimentos - Este termo é utilizado na prática como sinônimo de remuneração.

Provento - Rendimento.

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

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ComentárioAtravés desse inciso verificamos que a atual Constituição garante que os funcionários públicos de todos os poderes (executivo, Legislativo, Judiciário) que exercerem atividades semelhantes terão vencimentos equiparados. Esses vencimentos não poderão ser superiores aos pagos pelo poder executivo.

Exemplo:Um faxineiro do poder legislativo, não poderá ganhar mais que o faxineiro do poder executivo

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;"(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioA Constituição atual proíbe a vinculação de vencimentos (remuneração) entre categorias de funcionários, o que era permitido pela Constituição anterior. Por exemplo: Estabelecia-se que os fiscais ganhariam 50% do que recebiam os Secretários de Estado. Então, quando estes últimos recebiam aumento, os primeiros automaticamente eram aumentados. Atualmente a Constituição proíbe este tipo de vinculação relativa aos vencimentos, bem como a equiparação.

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;"(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioOs acréscimos pecuniários ao padrão de vencimentos dos servidores públicos são admitidos pela Constituição, que proíbe porém, seu cômputo ou acumulação para fins de acréscimos ulteriores. É a proibição do chamado "repique" que consiste na incidência de adicionais sobre adicionais.Vale dizer que só podem ser recebidos singelamente sem acumulações de qualquer natureza, isto é, não se somam ao vencimento para constituição da base sobre a qual eles mesmos incidiram.

Como eraUm servidor público cujo vencimento fosse de R$ 500,00 e recebesse três quinqüênios, sendo cada um dos adicionais equivalente a 5% do salário, receberia;

1o quinqüênioR$ 500,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base que é R$ 500,00 ) = R$ 525,00

2o quinqüênioR$ 525,00 + 26,25 ( 5% sobre a nova base que agora é R$ 525,00 ) = R$ 551,25

3o quinqüênioR$ 551,25 + 27,56 ( 5% sobre a nova base que agora é R$ 551,25 ) = R$ 578,81

Como é agora

1o quinqüênioR$ 500,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 525,00

2o quinqüênioR$ 525,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 550,00

3o quinqüênioR$ 550,00 + 25,00 ( 5% sobre o salário base de R$ 500,00 ) = R$ 575,00

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XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;"(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

ComentárioA expressão observado em qualquer caso o disposto no inciso XI, quer dizer que, a soma do "salário" dos dois cargos públicos não poderá exceder "o subsídio mensal em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal".

"XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;c) a de dois cargos privativos de médico;"

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ComentárioConforme o dispositivo, um professor pode lecionar em duas escolas públicas. Assim, se foi aprovado em dois concursos públicos, um da rede municipal de ensino e outro da rede estadual, poderá acumular dois cargos, lecionando numa escola municipal e também numa escola estadual. Poderá também lecionar em duas escolas municipais ou em duas escolas estaduais ou federais.Um técnico ou cientista pode acumular dois cargos públicos remunerados, desde que o outro seja o de professor. É o caso, por exemplo, de um pesquisador da Fapesp ( Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ) que lecione numa Universidade Estadual ou Federal. O médico poderá ocupar também dois cargos privativos de médico. Isto significa que ele poderá exercer, por exemplo, suas atividades em dois hospitais públicos; um estadual e outro municipal ou federal. O que a Constituição não permite é que ele ocupe dois cargos públicos, sendo um deles diferente do cargo de médico, como por exemplo, ser médico de um hospital estadual e chefe de serviço de contas a pagar da prefeitura de sua cidade. OBS: Cargos Privativos - São cargos que só podem ser ocupados por pessoas que tenham diploma e habilitação para o exercício de determinada profissão. Portanto, o cargo privativo de médico é aquele que só pode ser ocupado por alguém que seja diplomado e habilitado para o exercício da medicina.

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioInciso que alarga a expressivamente a regra da inacumulabilidade, para abranger também a administração indireta.A nova redação deste dispositivo, imposta pela Emenda à Constituição nº 19/98, veio alargar ainda mais o âmbito da inacumulabilidade, para incluir nas regras também cargos nas subsidiárias de entidades da administração indireta e as sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público.

XVIII - a administração fazendária e seus serviços fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da Lei; a Constituição assegura à Fazenda Pública e seus fiscais, prioridade sobre qualquer outro setor da administração, significando que poderão ter acesso a todo tipo de informação, mesmo aquela que deveria ser comunicada a outra repartição pública. Assim, os servidores públicos responsáveis pela fiscalização, devem ter acesso a tudo que se refere ao dinheiro público, para verificar se os tributos estão sendo pagos ou não ou adotar medidas judiciais para cobrança de tributos não recolhidos.

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ComentárioInciso que assegura privilégio interno, administrativo, aos servidores da Fazenda e aos demais que exerçam atividades a ela ligadas.

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;"(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioSomente por Lei específica poderá ser criada Autarquia e autorizada a instituição de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação, cabendo à Lei Complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. A reforma administrativa estabeleceu que as autarquias somente poderão ser criadas por meio de Lei específica, isto é, especial.Para a criação de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista e de Fundação, há necessidade também de Lei específica, autorizando o governo a criá-las, o que se dará naturalmente por Decreto.Finalmente, a área de atuação de uma Fundação Pública deverá ser definida em Lei Complementar.

Lei Complementar - Lei elaborada pelo Presidente da República, por comissão do Congresso Nacional, ou de qualquer de suas casas.Decreto - determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade superior.

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

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ComentárioA primeira conclusão que se impõe é a de que, para criar subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, não se poderá usar lei. Se isso fosse possível, a redação seria tão clara quanto é a do inciso anterior, onde se fala de "lei". Mas não. Aqui, o que se exige, é uma autorização legislativa, que, por ser autorização, pressupõe um pedido, e que será uma manifestação do Legislativo diferente de lei, assumindo a forma de decreto legislativo.

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da Lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

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ComentárioA contratação de empresas pela administração pública para a construção de obras, serviços, compras e alienações é realizada mediante processo de licitação pública (concorrência pública).O processo de licitação é democrático, pois assegura a todos os concorrentes igualdades de condições para obtenção do contrato. Por outro lado, esta forma de seleção possibilita a administração pública contratar a empresa que oferecer o melhor serviço pelo menor preço.

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens, que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

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ComentárioExpressão da impessoalidade administrativa. Qualquer sinal indicativo, frase, palavra ou o que quer que seja, que leve à identificação da pessoa que exerça atividade pública é inconstitucional. Note que nada se fala quanto à possibilidade de identificação de entidade, como partido político, por exemplo, que, por isso, poderá ser feita, a princípio.

§ 2º - A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição de autoridade responsável, nos termos da Lei.

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ComentárioO que se pune aqui é a inobservância dos princípios referentes ao concurso público. A nulidade do ato não está condicionada a um determinado tempo, pelo que poderá ser reconhecida e declarada a qualquer momento.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública."

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ComentárioUsuário é cada um daqueles que usam ou desfrutam alguma coisa coletiva, ligada a um serviço público ou particular, exercendo seu direito de uso.A participação do cidadão na administração pública, será prevista na Lei que regulamentará seu acesso aos registros administrativos, bem como as informações sobre atos do governo, observado o disposto no artigo 5º, inciso X e XXXIII, incluindo a representação contra o servidor que abusar do cargo que ocupa ou for negligente para com seus deveres.A Lei, preverá também o encaminhamento de reclamações relativos a prestação de serviços públicos em geral.

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em Lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º - A Lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

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ComentárioImprobidade significa mau caráter, desonestidade, maldade. No que concerne ao assunto em pauta, improbidade administrativa é a desonestidade praticada na administração, por qualquer agente servidor público ou não, que será punida com a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em Lei, e ainda sofrendo o agente a ação penal cabível.O parágrafo 5º assegura que a Lei estabelecerá os prazos de prescrição para os ilícitos praticados, ressalvando-se as respectivas ações de ressarcimento. Ora, todo direito deve ser exercido dentro de um determinado espaço de tempo, caso contrário ocorrerá a prescrição, isto é, este direito não poderá mais ser exercitado.Portanto, se o poder público não processar e punir o agente da infração dentro de um prazo pré-fixado em Lei, não mais poderá fazê-lo.Por determinação constitucional será criada uma Lei que fixará os prazos constitucionais.A Lei 8424/92 de junho de 1992 disciplinou a responsabilidade civil daqueles servidores públicos que cometerem atos de improbidade administrativa. Para tais atos os prazos prescricionais estão definidos no art. 23 que dispõe que "as ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas nesta Lei podem ser propostas":

I - Até cinco (5) anos após o término do exercício do mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. II - Dentro do prazo prescricional previsto em Lei específica, para faltas disciplinares puníveis a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

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ComentárioOs serviços públicos são prestados tanto pelas pessoas jurídicas de direito público (União, Estado, Município), como pelas pessoas jurídicas de direito privado (industrias, estabelecimentos comerciais, enfim, particulares em geral).Se na execução desses serviços, for constatado algum prejuízo a qualquer pessoa, esta deverá ser indenizadaEssa indenização será paga pelo prestador de serviço seja ele administração pública ou o particular. Caso esse último não possuir condições financeiras para ressarcir o prejuízo pelo qual é responsável, a administração pública arcará com a indenização.Entretanto, é importante ressaltar que o causador do dano, seja ele um funcionário público ou funcionário de uma empresa particular, poderão ser obrigados a pagar o prejuízo que causaram caso fique provado dolo ou culpaNestas circunstâncias o dispositivo assegura o direito de regresso do valor correspondente ao dano que foi causa de indenização contra os responsáveis nos casos de dolo ou culpa, pois os valores pagos pela administração pública ou particulares a título de indenização, deverão ser cobrados do funcionário público ou particular para reembolsar o valor da indenização que foi pagaA única hipótese para que a administração não indenize ou indenize com valor menor que o prejuízo, somente ocorrerá caso ela provar a culpa ou dolo da empresa particular.

§ 7º - A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas."Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

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ComentárioÉ óbvio que a administração pública constitui-se num núcleo de informações extremamente importantes e, que se forem conhecidas por indivíduos inescrupulosos, poderão trazer prejuízos as pessoas, ao país, bem como poderá beneficiar de forma criminosa àqueles que conseguirem a posse dessas informações. O conteúdo do parágrafo é claro, pois determina que Lei Ordinária estabelecerá condições especiais para a ocupação do cargo onde seu titular tenha acesso a informações privilegiadas. Um dos objetivos ao que parece se refere aos cargos de direção ou chefia superior.

Exemplo: Um funcionário do Banco Central que tomando ciência com antecipação que o dólar seria valorizado em relação ao real dentro de poucos dias, comprasse, baseado nessa informação, alguns milhares de dólares conseguindo assim um lucro significativo com esta operação.

§ 8º - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal."

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ComentárioA autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada, permitindo assim, que as metas fixadas de desempenho sejam atingidas, gerando maior eficiência na prestação dos serviços públicos típicos e atípicos.O parágrafo em pauta refere-se a APO (Administração por Objetivos), corrente administrativa cuja ideologia é transferir a atenção e os esforços dos dirigentes, das atividades para os objetivos. O dispositivo, refere-se também a duração do contrato, fator significativo e indicador de que haverá prazo estabelecido para o cumprimento das metas, bem como mecanismos pré-estabelecidos de fiscalização e controle.Quanto a remuneração da pessoa, esta poderá ter um tratamento diferenciado em relação as regras gerais, sugerindo este parágrafo que esta remuneração seja relacionada as entidades da administração indireta, como as Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas, que poderão remunerar seus funcionários com valores superiores à aqueles fixados pela própria Constituição, alegando que precisam captar no mercado, profissionais de alto nível cuja remuneração nas empresas privadas de destaque, são geralmente mais elevados que o teto pago pelos serviços públicos.

§ 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral."Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

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ComentárioDe notável nesse parágrafo é o fato de ele isentar as entidades para-estatais dos tetos de remuneração previsto pela Constituição Federal que corresponde ao salário dos Ministros do Supremo Tribunal Federal .

§ 10 - É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração."Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98:

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ComentárioAntes desse parágrafo ser acrescentado pela Emenda Constitucional nº 20 /98 (Reforma da Previdência), era ato comum, que funcionários se aposentassem com tempo especial de aposentadoria. Caso conquistassem um novo cargo público através de concurso, além de gozar dos benefícios da aposentadoria passavam a receber também os vencimentos do novo cargo. Portanto, recebiam duas remunerações distintas, uma referente a aposentadoria e a outra do novo cargo ocupado. Atualmente, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, foi proibida a acumulação de proventos de aposentadoria e de vencimentos, ressalvados apenas os cargos acumuláveis na forma da Constituição atual, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em Lei de livre nomeação e exoneração.

Neste parágrafo três fatos podem ser evidenciados:

A Emenda Constitucional 20 / 98 assegurou expressamente, o direito adquirido aos membros do poder e aos inativos, servidores e militares. O artigo 11 da Emenda 20 / 98 dispõe que "a vedação prevista no art. 37 § 10, da Constituição, não se aplica aos membros do poder e aos inativos, servidores e militares, que até a publicação desta Emenda tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público em provas ou de provas de títulos, e pelas demais formas previstas na Constituição, sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime de previdência ao que se refere o art. 40 da Constituição, aplicando-se-lhes, em qualquer hipótese, o limite de que trata o parágrafo 11 desse mesmo artigo.

Ora, o Inciso 11 do art. 37 refere-se ao teto salarial previsto pela Constituição e que corresponde ao do Ministro do Supremo Tribunal Federal. Portanto é evidente que a soma dos proventos da aposentadoria mais os vencimentos oriundos do novo cargo, jamais poderão superar ao salário do Ministro do Supremo Tribunal Federal.

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Por outro lado, o servidor aposentado e que foi nomeado após ser aprovado em um novo Concurso Público, não poderá se aposentar no novo cargo, pois de acordo com o regime de previdência do servidor público (art. 40 / CF ficou proibida o recebimento de mais de uma aposentadoria).

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 05/07/2005:

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Or gânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores." (NR) Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 05/07/2005:

ARTIGO 38°

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:"

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato do Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceber as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

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ComentárioQuando o servidor público tiver que se afastar da administração para exercer um cargo eletivo, seu tempo de serviço será contado para fins de aposentadoria, acréscimos salariais e promoção por antiguidade. Entretanto, o tempo em que o servidor exercer o cargo eletivo não será contado para efeito de promoção por merecimento, porque não haveria o que avaliar, pois durante esse tempo o servidor esteve afastado do cargo.

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.ComentárioReza este artigo, que o servidor que for eleito para qualquer cargo de mandato eletivo, ficará afastado de seu cargo, retomando-o após o término do mandato. Quanto a remuneração, se for eleito prefeito, poderá optar entre a remuneração correspondente ao seu cargo de funcionário público e a de prefeito.Se for eleito vereador, havendo compatibilidade de horários, poderá continuar exercendo suas funções como servidor público, percebendo as vantagens de seu cargo, mais as do cargo eletivo.Caso os horários sejam incompatíveis, será aplicada a norma do inciso II (anterior).Em casos de afastamento do cargo eletivo, qualquer que seja o motivo, os benefícios serão pagos com base no salário do cargo de servidor e não com base no salário referente ao cargo de mandato eletivo.A remuneração durante o mandato, não será considerada para fins previdenciários, tanto é que se o servidor for eleito deputado e morrer durante sua gestão, seus dependentes não receberão a pensão com base no valor do salário de deputado, mas sim sobre a quantia com a qual venha contribuindo como servidor público.

ARTIGO 39°

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A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos

respectivos Poderes."(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

ComentárioEste conselho de política de administração, é um órgão criado com a incumbência de opinar sobre a política de recursos humanos da administração pública, incluindo planos de carreira, direitos e deveres, critérios de promoção, disciplina e remuneração.A legitimidade de representação deste conselho é traduzida pelo fato de que o mesmo é integrado por servidores públicos.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;II - os requisitos para a investidura;III - as peculiaridades dos cargos."

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ComentárioNeste parágrafo, pode-se perceber a preocupação da reforma administrativa para com a profissionalização do funcionário público, proporcionando-lhe remuneração condizente com a complexidade, natureza, grau de responsabilidade e características do cargo.

§ 2º - A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados."(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioEsta é uma iniciativa importante para a melhoria dos serviços públicos, pois estimula o servidor a enriquecer seus conhecimentos e consequentemente melhorar seu desempenho profissional.

§ 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir."Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

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ComentárioNo que se refere aos direitos do servidor público, foram excluídos o direito a irredutibilidade do salário e os adicionais de insalubridade e periculosidade, subsistindo porém alguns direitos sociais em favor do funcionário público e que foram também previstos para o trabalhador comum.

Estes direitos estão abaixo elencados:- salário mínimo- garantia de salário mínimo- décimo terceiro salário- adicional noturno- salário-família para seus dependentes- jornada diária de trabalho de no máximo 8 horas e 44 horas semanais- repouso semanal remunerado- horas extras- férias- licença à gestante- licença-paternidade- proteção ao trabalho da mulher- segurança de trabalho- igualdade legal.

§ 4º- O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI."Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

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ComentárioRemuneração por subsídio fixado em parcela única, significa remuneração fixa, pré-estabelecida, sem acréscimo de qualquer gratificação adicional, abono, prêmio, verba de representação, etc.O objetivo de se ter estabelecido a remuneração "por subsídio fixado em parcela única" está ligado ao fato de que haviam pessoas que trabalhavam na administração pública , recebendo salários de pequena monta, que, acrescidos de adicionais, abonos, verbas de representação, etc, acabavam por receber salários muito mais elevados. A adoção desse tipo de remuneração representa um movimento moralizador na administração.

§ 5º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI."Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

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ComentárioCuriosamente, a redação facultada as entidades estatais estabelecer, ou não, por lei ordinária, um padrão de diferença entre a menor e a maior remuneração dos servidores públicos, que seria condicionante dos trabalhos dos conselhos de política de administração e remuneração de pessoal.

§ 6º - Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos."Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

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ComentárioO parágrafo em epígrafe aborda dois aspectos:- expor à população como o funcionário é remunerado;- tornar efetivo o princípio da publicidade.

§ 7º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

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ComentárioO texto demonstra mais uma vez, a preocupação do Estado com a melhoria de seus serviços, pois prevê que os recursos orçamentários provenientes da economia corrente de cada órgão, autarquia, fundação, etc., sejam empregados para o treinamento e desenvolvimento dos servidores, programas de qualidade e produtividade, e para o reaparelhamento e racionalização do serviço público. Parte desses recursos deve ser destinada para adicionais (acréscimos salariais) ou para prêmios de produtividade.

§ 8º - A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

ComentárioA EC-19 abre aqui, a possibilidade de instituição de política remuneratória que suprima absolutamente o pagamento de quaisquer gratificações ou adicionais aos servidores e empregados públicos. Isso é especialmente importante quando se constata que, hoje, praticamente todas as carreiras têm vencimentos básicos fixados em valores modestos, os quais são expressivamente inflados pela soma de um sem-número de gratificações, diferenças, adicionais, verbas e funções.

ARTIGO 40°

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Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente

público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Comentário O objetivo deste novo texto constitucional, é assegurar condições para que o dinheiro arrecadado por meios de contribuições previdenciárias, sejam utilizados de maneira criteriosa, de modo a preservar o equilíbrio financeiro, e proporcionar os meios suficientes para custear os pagamentos das aposentadorias e pensões dos servidores, procurando-se assim evitar a importação de recursos obtidos com o recolhimento de tributos (impostos, taxas contribuições). De maneira idêntica as empresas de iniciativa privada, onde as pensões e aposentadorias são custeadas pelos empregados e empregadores, o servidor público e seu empregador (União), também passam a contribuir em conjunto para pagar suas pensões e aposentadorias. Entretanto existe preocupação com a falta de dinheiro que a União, alguns estados, o Distrito Federal e os municípios, eventualmente venham a sofrer para o pagamento dos proventos de aposentadorias e pensões de seus servidores e, por esta razão autorizou que qualquer um deles (União, Estado, Distrito Federal e Municípios), possam constituir algumas fontes de recursos adicionais, o que se fará mediante Lei, uma vez que se trata de gerenciamento de dinheiro público estabelecido pela Constituição.

O artigo 249º é claro neste sentido, pois reza que:

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O Artigo 249 diz:

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de aposentadoria e pensões concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos recursos dos respectivos tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desses fundos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1º do ARTIGO 40° Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

ComentárioNeste item vale comentar que se o servidor sofreu um acidente grave não relacionado ao seu serviço, portanto não caracterizado como acidente de trabalho, mas que lhe ocasionou invalidez permanente, seus proventos serão proporcionais ao tempo que contribuiu no exercício de seu cargo.É o caso por exemplo, de um servidor público que no final de semana, sofresse um acidente, causando-lhe sérias lesões neurológicas, obrigando-o a se aposentar por invalidez.

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Ora, se este servidor contribuiu durante 18 anos, e sendo 35 anos a regra para se aposentar integralmente, receberá seus proventos de aposentadoria fracionada, isto é, apenas 18/35.

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

ComentárioEsta inovação pôs fim à aposentadoria integral por tempo de serviço, preservando a aposentadoria proporcional à idade, porém a vinculou ao tempo de contribuição e não mais ao tempo de serviço, como fazia anteriormente.

Esta é outra oportunidade do servidor público se aposentar, mesmo que não tenha completado o tempo de serviço/contribuição. Esta opção de aposentadoria, só acontecerá depois que os servidores de ambos os sexos, alcançarem as idades respectivas de 65 e 60 anos.

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º do ARTIGO 40°.

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Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

ComentárioAntigamente havia casos de aposentados que passavam a ganhar mais que aqueles que estavam na ativa, pois existiam casos de servidores que eram promovidos com aposentadoria. Atualmente, conforme o parágrafo 2º do art. 40, o servidor que se aposentar não poderá receber mais do que recebia quando estava na ativa, o mesmo ocorrendo com a viúva , que não poderá receber pensão maior do que o marido recebia quando ocupava seu cargo.

§ 3º do ARTIGO 40°observa que:

Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

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ComentárioEsta Lei determina como serão efetuados os cálculos dos proventos da aposentadoria, mas o valor deste nunca será superior ao valor total que o servidor recebia na ativa.

Veja na íntegra o que diz o artigo 201 da Constituição Federal

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O Artigo 201 diz: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação

obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 4º do ARTIGO 40° É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de

aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

I - portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

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II - que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Comentário A análise do parágrafo 4º nos permite verificar que não haverá mais requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadorias aos abrangidos pelo regime de que trata o art. 40 da E.C. nº 20/98. Entretanto haverá exceções para aqueles servidores cujas atividades são exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde e integridade física, como as atividades insalubres e perigosas.Importante ressaltarmos que para estes servidores , o tempo especial de contribuição só será concedido quando trabalharem exclusivamente sob condições especiais de adversidade. Este dispositivo contudo, depende de Lei Complementar a ser editada, que irá definir quais são as atividades prejudiciais à saúde e à integridade física do servidor público e quais os trabalhos em que será possível obter a aposentadoria com menos de 35 anos (homem) e 30 (mulher) de contribuição previdenciária.

§ 5º do ARTIGO 40°

Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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ComentárioA aposentadoria integral para os professores que exercem suas funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, gozam de direito especial, ou seja 30 anos de contribuição e 55 anos de idade para o homem e 25 anos de contribuição e 50 anos de idade para a mulher;

O privilégio desta aposentadoria especial, refere-se apenas a aposentadoria por idade, pois enquanto os demais trabalhadores podem se aposentar voluntariamente aos 60 anos de idade e 35 anos de contribuição se homem e 55 anos de idade e 30 anos de contribuição se mulher, o professor se aposentará voluntariamente aos 60 anos de idade e 30 anos de contribuição e a professora aos 50 anos de idade e 25 anos de contribuição.Ao professor que já é contribuinte, deverá ser aplicada a mesma regra para professor da rede privada, com exigência de 48 anos para a mulher e 53 anos para o homem.Quanto ao professor universitário, este foi excluído do privilégio da aposentadoria especial, devendo cumprir 35 anos de contribuição e ter 60 anos de idade para obter a aposentadoria voluntária. Para a professora universitária a idade mínima será de 55 anos e 30 anos de contribuição.A aposentadoria proporcional do professor universitário do ensino superior público obedece ao seguinte critério:O professor passa a ter direito a este benefício se, com a bonificação, o tempo de trabalho até o dia 15 de Dezembro de 1.998 for igual ou superior a 25 anos.Para obter a aposentadoria proporcional vale a regra de transição estabelecida para os servidores públicos.

§ 6º do ARTIGO 40°

Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de

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previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

ComentárioO parágrafo em análise assegura mais de uma aposentadoria, se os cargos forem cumuláveis ou seja aqueles estabelecidos no art. 37 - inciso XVI da emenda 19/98 (reforma administrativa), ou seja:

De dois cargos de professor

Um cargo de professor com outro técnico ou científico

De dois cargos privativos de médico: desde que haja compatibilidade de horários.

§ 7º do ARTIGO 40°

Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

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ComentárioO § 7º do art. 40 (redação dada pela EC) limita a pensão por morte ao valor dos proventos do servidor falecido, até o máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, tudo nos termos da lei.

Veja o exemplo: Vencimento = R$ 10.000,00. Parcela excedente a R$ 2.400,00 = R$ 7.600,00. 70% da parcela excedente = R$ 5.320,00. R$ 2.400,00 + R$ 5.320,00 = R$ 7.720,00, que é o total da pensão.

Interpretando o § 7º, do art. 40 na sistemática da EC 41, chega-se à conclusão de que referida lei regulamentadora deverá ser editada por cada ente federado. Portanto, não haverá lei complementar federal, mas sim lei ordinária em cada unidade da Federação, inclusive nos Municípios.

Insta salientar, que o § 7º do art. 40 da Constituição Federal, com redação dada pela EC, tem aplicação, inclusive, aos dependentes dos servidores que vierem a ingressar no serviço público depois de promulgada a Emenda Constitucional. Haverá uma situação curiosa: os proventos de aposentaria estarão limitados inexoravelmente a R$ 2.400,00, enquanto as pensões terão um acréscimo de 70% da parcela excedente a este limite. Ressalvando melhor estudo do dispositivo sob enfoque, as pensões não estarão limitadas ao teto do RGPS, mesmo que o servidor falecido tenha entrado no serviço público após a promulgação da Emenda.

Curiosamente, em que pese a clareza da redação do § 7º do art. 40, parece haver conflito com § 14 do mesmo art. 40 da Constituição da República. Este manda limitar a pensão dos futuros pensionistas (que ingressaram no serviço público depois da EC nº 20/98), ao máximo pago pelo Regime Geral de Previdência Social. Dever-se-á utilizar as técnicas de hermenêutica para superar essa aparente antinomia.

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Atuais PensionistasOs atuais pensionistas, ou aqueles que obtenham o benefício em decorrência da morte do servidor até a data da promulgação da EC, têm seus direitos assegurados nos termos da legislação vigente (art. 7º da EC).

Não sofrem nenhum prejuízo, exceto: a) contribuição prevista no art. 4º da EC, que é de 11% sobre a parcela da pensão que superar cinqüenta por cento do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, isto é, sobre o que exceder R$ 1.200,00; b) redução para o subteto, se a maior, o que ocorrerá imediatamente (art. 9º da EC).

§ 8º do ARTIGO 40°

É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

ComentárioO § 8º do art. 40 (com redação dada pela EC), quebra a paridade entre vencimentos e proventos de aposentadoria. A partir da promulgação da Emenda poderá haver reajustes diferenciados para vencimentos e aposentadorias, o que certamente ocorrerá em relação aos servidores que vierem a ingressar no serviço público após a promulgação da Emenda Constitucional. Alterou-se completamente o então § 8º do art. 40 da Constituição, que previa a paridade.

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Mantém-se o direito adquirido à paridade em relação aos servidores aposentados e pensionistas, ou que implementaram os requisitos necessários até a data da promulgação da EC (art. 7º).

§ 9º do ARTIGO 40°

O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Comentário A troca aqui é reciprocidade por tempo de serviço por reciprocidade por tempo de contribuição nos parâmetros da administração pública.Assim, se uma mulher trabalhou como telefonista durante 14 anos na prefeitura de uma cidade e vier mediante aprovação em concurso a ocupar o cargo de Oficiala de Justiça, o tempo que contribuiu como telefonista, será contabilizado para sua futura aposentadoria. Por outro lado, para obter a sua aposentadoria por tempo de contribuição, deverá trabalhar e contribuir mais 16 anos para atingir 30 anos de tempo de contribuição, além, é claro, de atender os requisitos exigidos no que se refere a idade mínima (55 anos).

§ 10 do ARTIGO 40°

A Lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Atenção: Por razões didáticas este parágrafo já foi comentado no capítulo que trata dos direitos adquiridos.

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§ 11 do ARTIGO 40°

Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Comentário Este parágrafo é uma confirmação do art. 37, inciso XI da Emenda Constitucional 19/98 (reforma administrativa), estabelecendo clara e taxativamente que nenhum servidor público receberá salário superior aos subsídios do Ministro do Supremo Tribunal Federal.Este texto é válido para todos, inclusive para o servidor público aposentado, que esteja ocupando um cargo na empresa privada, portanto sujeito a contribuir para o regime geral da previdência. Se um agrônomo aposentado vier a ocupar um cargo na secretaria da agricultura, ou um servidor público aposentado vier a ser um vereador, deverão informar à fonte pagadora o que estão recebendo no exercício da outra atividade para que seja descontado o valor que superar o teto salarial que, para o servidor aposentado corresponde ao valor dos vencimentos do cargo que ocupava e os subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

§ 12º ARTIGO 40°

Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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Comentário É uma sugestão proposta pela E.C. nº 20/98 para que seja adotado ao regime de previdência dos servidores públicos, titulares de cargos efetivos, requisitos e critérios fixados para o regime geral de Previdência Social.

§ 13º ARTIGO 40°

Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em Lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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Comentário O inciso IX do art. 37 da C.F dispõe que a Lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado por necessidade temporária de excepcional interesse público. Estes funcionários contratados obedecerão o regime da C.L.T.Há cargos ou funções que são preenchidos sob o regime de comissão, isto é através de nomeação, por um funcionário da administração pública.Caso estes funcionários cumprirem o tempo de contribuição ocupando um cargo temporário ou em comissão, de acordo com a Emenda Constitucional nº 20/98, somente poderão pleitear sua aposentadoria sob o regime geral da previdência social; que atualmente é gerenciado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

§ 14 do ARTIGO 40°

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de Previdência Social de que trata o artigo 201; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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Comentário O § 14 do art. 40, desde a EC nº 20/98, limita o valor da aposentadoria ao máximo estabelecido para o regime geral da Previdência Social. A EC nº 41, no art. 5º, fixa esse valor em R$ 2.400,00, devendo ser reajustado de forma a preservar, em caráter permanente, o seu valor real, atualizado pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de previdência social.

Até o montante de R$ 2.400,00 o servidor receberá sua aposentadoria, levando-se em conta as remunerações que serviram de base para o cálculo das contribuições (art. 40, § 3º, com redação dada pela EC). Acima desse patamar, somente se contribuir para fundo de previdência complementar.

Importante salientar, essa regra apenas valerá para aqueles que ingressarem no serviço público após a promulgação da Emenda Constitucional. Quanto aos atuais, fica assegurada a integralidade da aposentadoria, nos termos das condições estabelecidas no art. 7º da EC.

§ do 15 ARTIGO 40°

O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

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Comentário O dispositivo impõe a necessidade de editar uma Lei Complementar para que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam o regime de previdência complementar para seu servidores.O objetivo desta Lei é implantar normas gerais para este regime de caráter complementar ou como já vimos no parágrafo 14º art.40, visa melhorar os proventos da aposentadoria que o servidor receberá segundo o regime contributivo da Previdência Social.Este regime complementar será facultativo, só participando dele os servidores que assim o desejarem, pois conforme o art. 202 da E.C nº 20/98 "o regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime de previdência social. Será facultativo baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado e regulado por Lei Complementar.Observação: O regime de previdência complementar de que trata o art. 40 parágrafos 14, 15 e 16, da constituição federal somente poderá ser instituído após a publicação da Lei Complementar prevista no parágrafo 15 do mesmo artigo.

§ 16 do ARTIGO 40°

Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos parágrafos 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data de publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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Comentário O parágrafo deixa claro que a adesão dos antigos servidores públicos ao regime da previdência complementar é facultativo. Por facultativo podemos entender que, quem quiser não participa, não paga e consequentemente não terá os benefícios respectivos.Todavia é interessante levar em conta que para o servidor antigo o regime da previdência complementar será facultativo. Para os neo-servidores (novatos), o regime da previdência complementar será obrigatório se assim determinar a Lei, que irá disciplinar tal regime.

§ 17 do ARTIGO 40° Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto

no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 18 do ARTIGO 40° Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas

pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 19 do ARTIGO 40° O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para

aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

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§ 20 do ARTIGO 40° Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os

servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 21 do ARTIGO 40° A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de

proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Direitos Adquiridos

Comentário A Reforma Previdenciária através da emenda 20/98, trouxe mudanças significativas desvinculando a aposentadoria ao tempo de serviço e vinculando-a ao tempo de contribuição. Essas mudanças do regime jurídico da aposentadoria e pensão por morte do servidor, entretanto, não prejudicaram os

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servidores públicos, pois o artigo 3º da emenda 20/98, assegura os direitos adquiridos pelos servidores. Com efeito o artigo 3º diz : assegurada a concessão de aposentadoria e pensão; a qualquer tempo, aos servidores públicos e aos segurados do regime geral de previdência social, bem como aos seus dependentes, que até a data da publicação desta emenda, tenham cumprido os requisitos para a obtenção destes benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente".

ComentárioPelo exposto no artigo 3º, poderá aposentar-se pelo tempo de serviço, sem exigência de idade mínima, o servidor que atender as exigências da Lei, até a entrada em vigor da Emenda Constitucional. O direito adquirido, só é válido para o tempo de serviço completado antes da mudança da legislação.Dessa forma, o segurado que completou o tempo de serviço para a aposentadoria pelo regime anterior até 15 de Novembro de 1.998, poderá entrar com pedido de benefício em qualquer época; esse segurado possui direito adquirido, isto é, preencheu os requisitos legais antes da Lei ser alterada.

O parágrafo 1º do artigo 3º da Emenda Constitucional nº 20/98,dispõe que"o servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exigências para a aposentadoria integral e que opte por permanecer em atividade fará juz à isenção da contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria contidas no artigo 40, parágrafo 1º,- III da Constituição Federal".

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Comentário A análise do parágrafo 1º -III do artigo 3º da Emenda Constitucional nº 20/98, nos permite deduzir que a emenda da reforma da previdência incentiva a permanência desses servidores em seus cargos, provavelmente para evitar que muitos servidores abandonem o serviço público.

O parágrafo 2º do ARTIGO 3º da E.C. nº 20/98, dispõe que: "os proventos da aposentadoria a ser concedida aos servidores públicos no Caput, em termos integral ou proporcionais ao tempo de serviço já exercido até a data de publicação desta emenda, bem como as pensões de seus dependentes, serão calculados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidas as prescrições nela estabelecidas para a concessão destes benefícios ou nas condições da legislação vigente".

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Comentário A Emenda Constitucional 20/98 é cautelosa no que se refere a eventuais prejuízos que alguns funcionários venham a sofrer, caso decidam aposentar-se futuramente, concedendo a eles o direito de optar se os proventos de sua futura aposentadoria serão definidos pelas normas atuais ou pelas normas da Lei futura.

O parágrafo 3º do ARTIGO 3º a E.C. nº 20/98,Refere-se aos aposentados e as viúvas pensionistas e dispõe que "são mantidos todos os direitos e garantias assegurados nas disposições constitucionais vigentes à data de publicação desta emenda aos servidores e militares, inativos e pensionistas, aos anistiados e aos ex-combatentes, assim como aqueles que já cumpriram até aquela data; os requisitos para usufruírem tais direitos, observado o disposto no artigo 37, XI da constituição federal".

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Comentário O que o artigo expõe é que os direitos dos aposentados, pensionistas, anistiados, etc., são direitos adquiridos, portanto juridicamente incontroversos.A E.C. nº 20/98 insiste em vincular qualquer pagamento previdenciário ao valor teto dos subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (artigo 37, inciso XI da C.F. - reforma administrativa 19/98), conforme o disposto no artigo 3º, parágrafo 3º. Portanto, quem estiver recebendo valor superior ao teto estabelecido no artigo 37, inciso XI da reforma administrativa, não deverá sofrer prejuízo, pois tem direito adquirido, que é irreversível. Assim, somente as novas concessões de aposentadorias e pensões é que estarão sujeitas ao valor teto, conforme o artigo 37, inciso XI da reforma administrativa 19/98.

O ARTIGO 4º da E.C. nº20/98, estabelece que:

"observado o disposto no artigo 40, parágrafo 10 da constituição federal, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que tal Lei discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição".

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Comentário Em primeiro lugar vamos verificar o artigo 40, parágrafo 10º que diz "a Lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictícia". Isto significa, que doravante não haverá mais tempo fictício, como licença prêmio não gozada com tempo contado em dobro, cumprimento de mandato eletivo, etc. Todavia, todo tempo empregado com licença prêmio, mandato eletivo e viagens de estudo no exterior, antes da emenda previdenciária 20/98, será considerado como tempo de contribuição, preservando-se portanto o direito adquirido.

REGRAS DE TRANSIÇÃO(mudanças de um sistema para outro)

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Comentário São fórmulas de adaptação para quem é servidor público, com o objetivo de adaptar seu tempo de serviço. As novas regras estabelecidas pela E.C. nº 20/98 através de seu artigo 8º, que dispõe

"observado o disposto no artigo 4o desta emenda e ressalvado o direito de opção a aposentadoria pelas normas por ela estabelecida, é assegurado o direito à aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o artigo 40, parágrafo 3º da Constituição Federal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na administração pública, direta, autárquica e fundacional até a data de publicação desta emenda, quando servidor, cumulativamente":

Tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher.

Tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria.Contar tempo de contribuição igual, no mínimo à soma de :

Trinta e cinco anos, se homem e trinta anos se mulher;

Um período adicional equivalente a 20% do tempo que, na data da publicação desta emenda, faltaria para atingir o limite de tempo da alínea anterior.

Parágrafo 1º do art. 8o dispõe que: "o servidor que trata este artigo, desde que atendido o disposto em seus incisos I e II; e observado o disposto no artigo 4º, desta emenda pode aposentar-se com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, quando atendidas as seguintes condições":

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ComentárioContar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de :I-trinta anos se homem, vinte e cinco anos, se mulher; eUm período adicional de contribuição equivalente a 40% do tempo que, na data anterior; da publicação desta emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alíneaII - Os proventos da aposentadoria proporcional serão equivalentes a 70% do valor máximo que o servidor obteria de acordo com o caput, acrescido de 5% por ano de contribuição que sugere a soma a que se refere o inciso anterior, até o limite de 100%.

Atenção: Para os novos servidores foi extinta a aposentadoria proporcional.

APOSENTADORIAS ESPECIAIS

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Comentário Servidores que pelo sistema previdenciário anterior a E.C. nº 20/98 se aposentavam integralmente com 30 anos e 25 anos respectivamente.Dentre estes servidores podemos elencar os professores, membros do ministério público (promotores de justiça e os juizes. Para eles foi também elaborada regras de transição. Conforme os parágrafos 2º, 3º e 4º do artigo 8º de E.C. nº 20/98.

§2o - Aplica-se ao Magistrado e ao Membro do Ministério público e do Tribunal de Contas o disposto neste artigo.

§3o- Na aplicação do disposto no parágrafo anterior, o Magistrado ou o Membro do Ministério Público ou de Tribunal de Contas, se homem, terá o tempo de serviço exercido até a publicação desta emenda contado com acréscimo de 17%.

§4o-O professor, servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas Autarquias e Fundações, que, até a data da publicação desta emenda, tenha ingressado, regularmente, em cargo efetivo de magistério e que opte por aposentar-se na forma do disposto do "caput", terá o tempo de serviço exercido até a publicação desta emenda contado com acréscimo de 17%, se homem, e de 20%, se mulher, desde que se aposente, exclusivamente, com tempo de efetivo exercício das funções de magistério.

Medidas para Evitar Excesso de Aposentadorias Proporcionais

Comentário Além das medidas que incentivam a permanência em seus cargos daqueles servidores que tenham completado as exigências para a aposentadoria integral (artigo 3º - parágrafo 1) da E.C. nº 20/98, a Reforma Previdenciária preocupou-se também com o excesso de pedidos de aposentadorias proporcionais, concedendo a todos os servidores que tenham condições de se aposentarem proporcionalmente, a isenção da contribuição previdenciária, evidentemente, só possível após

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satisfeitos os requisitos para este tipo de aposentadoria. É o que dispõe o parágrafo 5º do artigo 8º da E.C. nº 20/98 abaixo descrito.

ARTIGO 41°

São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Observação: Redação dada apela Emenda Constitucional 19/98 (Reforma Administrativa), que institui a estabilidade para o servidor público após 3 (três) anos de efetivo exercício no cargo. Esta estabilidade refere-se apenas aos funcionários concursados.No sistema constitucional brasileiro, da efetividade não resulta obrigatoriamente a estabilidade, nem a estabilidade pressupõe necessariamente a efetividade.Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho:

a efetividade dá direito a um cargo.

a estabilidade mantém o servidor no quadro da administração.

ComentárioA redação imposta a este dispositivo pela EC-19 ampliou de dois para três anos o período do estágio probatório. Foi, também, melhorada a técnica da redação, com a previsão de

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estabilidade aos servidores nomeados "para cargo de provimento efetivo" em virtude de concurso público.

§1o do ARTIGO 41°

O servidor público estável só perderá o cargo : I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II- mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de Lei Complementar, assegurada ampla defesa.

ComentárioDiferença fundamental em relação ao servidor vitalício, como juiz, membro do Ministério Público ou Ministro de Tribunal Superior, cuja perda do cargo depende sempre de processo judicial.Talvez uma das mais discutidas medidas da EC-19, a perda por insuficiência de desempenho, a rigor, já era possível sob a disciplina anterior, se aplicados os dispositivos legais relativos aos deveres e as proibições dos servidores. Não é, então, a rigor, uma novidade, mas, agora constitucionalizada, a perda do cargo por esse fundamento certamente está mais visível e será lida com mais atenção.

§2o do ARTIGO 41°

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioA EC-19 perdeu uma excelente oportunidade de corrigir equívoco técnico que vem desde a redação original da Constituição, em 1988. A demissão do servidor pode ser invalidada, também, administrativamente, já que, segundo o próprio STF, a administração pública está obrigada a rever os seus atos, quando eivados de vício ou erro. Revendo uma demissão, assim, poderia concluir que essa é ilegal, e determinar a sua anulação. É importante observar que não há um limite de tempo para isso, uma vez que o STF deixou julgado poder ocorrer essa revisão administrativa "a qualquer tempo". A Segunda previsão importante da alteração imposta pela Emenda é a remuneração da disponibilidade, que passa a ser proporcional ao tempo de serviço, e não mais integral.

§3O do ARTIGO 41°

Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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ComentárioA EC-19, coerentemente com a previsão do parágrafo anterior, também aqui impõe a disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 4º do ARTIGO 41°

Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Este parágrafo deve ser comentado pois foi acrescentado pela Emenda Constitucional nº 19/98 (reforma administrativa) que dispõe como condição para a aquisição da estabilidade, ser obrigatória a avaliação de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.A avaliação de desempenho é um processo utilizado nas empresas privadas que visa avaliar a qualidade do trabalho do funcionário; interesse, iniciativa, busca do aperfeiçoamento profissional, capacidade de liderança, dentre muitos outros aspectos relacionados ao desempenho profissional.Então, se antes conseguia estabilidade apenas com o "tempo de casa", agora dependerá de sua competência profissional avaliada por uma comissão.

Serviços Públicos

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É todo aquele prestado pela administração pública ou por seus delegados sob normas e controles estatais para satisfazer necessidades essenciais (saúde, segurança, etc.) ou secundárias da coletividade ou simples conveniência do Estado (CPF, etc.).

Em outras palavras, Serviço Público é aquele que é instituído, mantido e executado pelo Estado, com o objetivo de atender aos seus próprios interesses e de satisfazer as necessidades coletivas.

Sentido formal: à tarefa exercida sob a influência de normas de direito público;

Sentido Material: corresponde à atividade que atende os interesses ou necessidades da coletividade.

Dever de prestar: Ao Poder Público incumbe a prestação de serviços públicos (Art. 175 da C.F.) podendo seu desempenho ser direto ou indireto.

Prestação indireta: 1º) da instituição de pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado criadas com essa finalidade; 2º) Concessões; 3º) Permissões.

Prestação direta: - Aos Municípios: é confiado prestar maior gama de serviços públicos, posto ser de sua competência todo aquele que toque o seu "peculiar interesse" ou o "interesse local" (C.F. Art. 30, V).

- À União compete, além dos comuns a Estados e Municípios (Art. 23 da C.F.), os que lhe são privativos (Art. 21 C.F.).

- Aos Estados somente os remanescentes podem lhes ser atribuídos (C.F., Art. 25, § 1º), excetuada uma única hipótese: distribuição de serviço de gás canalizado (C.F., Art. 25 § 2º).

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- Atividade judiciária.

CONCEITO DE SERVIÇO PÚBLICO

A noção de serviço público se trata de verdadeira demarcação do âmbito de incidência do Direito Administrativo nas atividades estatais. É o serviço público campo próprio de atuação do Estado em que a intervenção de particulares é meramente acessória ou substitutiva e só se dá mediante condições muito específicas. O conceito de serviço público nasce justamente para determinar a separação entre direito público e privado, distinção esta que remonta à fase absolutista.Com o advento da chamada Teoria do Serviço Público, a noção adquiriu os contornos do Estado do bem-estar social, passando a se consubstanciar em uma obrigação de prestar atribuída ao Estado, sendo um dever e não um direito.No atual Estado brasileiro, que tem como inspiração a noção de Estado do bem estar social, a Constituição prevê várias atribuições que cabem ao Estado prestar (Art. 175), consubstanciando-se, tais atividades, nos chamados serviços públicos que, como veremos, são atividades juridicamente distintas que se apresentam completamente delineadas pela Constituição Federal.

Veja a seguir alguns conceitos de Serviço Público, conforme alguns autores:

1. "Serviço público é toda a atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruível diretamente pelos administrados, prestados pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público - portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais - instituído pelo Estado em favor de interesses que houver definido como próprios no sistema normativo. (...) a noção de serviço público há de se compor necessariamente de dois elementos: um deles, que é seu substrato material, consiste na prestação de utilidade ou comodidade fruível diretamente pelos administrados; o outro, traço formal indispensável, que lhe dá justamente caráter de noção, consistente em um específico regime de Direito Público, isto é, numa "unidade normativa" (BANDEIRA DE MELLO, C. A. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 1999).

2. "Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado. Fora dessa generalidade não se pode indicar as atividades que constituem serviço público, porque variam de acordo com a exigência de cada povo e de cada época. Nem se pode dizer que são as atividades coletivas vitais que caracterizam os serviços públicos, porque ao lado destas existem outras, sabidamente dispensáveis pela comunidade, que são realizadas pelo Estado como serviço público". (MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 1999).

3. "Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente as atividades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público". (DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 11. ed. Atlas. São Paulo, 1999).

4. "Saber quando e porque uma atividade é considerada serviço público remete ao plano da concepção política dominante, ao plano da concepção sobre o Estado e seu papel. É o plano da escolha política, que pode estar fixada na Constituição do país, na lei e na tradição. A Constituição pátria considera como serviços públicos p.ex.: o transporte coletivo, no art.30,V; serviços telefônicos, telegráficos, no art. 21, XI; energia elétrica, no art. 21,XIII. (...) Finalidades diversas levam a considerar certa atividade como serviço público, dentre as quais: retirar da especulação privada setores delicados; propiciar o benefício do serviço aos menos favorecidos; suprir carência da iniciativa privada; favorecer o progresso técnico. Em essência, serviço público significa prestações; são atividades que propiciam diretamente benefícios e bens, aos administrados, não se incluindo aí as de preparação de infra-estruturas (arquivo, arrecadação de tributos, p.ex.). Abrange prestações específicas para determinados indivíduos, p.ex. água, telefone e prestações genéricas, p.ex. iluminação pública, limpeza de ruas. No momento em que a atividade de prestação recebe a qualificação de serviço público, conseqüências advêm, em especial quanto ao regime

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jurídico, mesmo que fornecida por particulares". (MEDAUER, O. Direito administrativo moderno. São Paulo: RT, 1996).

5. Conceito "tradicional" de serviço público: "atividade da Administração Pública que tem por fim assegurar de modo permanente, contínuo e geral, a satisfação de necessidades essenciais ou secundárias da sociedade, assim por lei consideradas, e sob as condições impostas unilateralmente pela própria Administração".

Conceito "contemporâneo" de serviço público: "as atividades pelas quais o Estado, direta ou indiretamente, promove ou assegura a satisfação de interesses públicos, assim por lei considerados, sob regime jurídico próprio a elas aplicável, ainda que não necessariamente de direito público". (MOREIRA NETO, D. F. Mutações do direito administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2000).

Características do Serviço Público

O serviço público é bastante diferente dos serviços comuns prestados pelas empresas privadas ou pelos prestadores autônomos, vez que está subordinado coletivo, portanto, um interesse maior que o interesse individual de cada cidadão.Assim, o Estado, por critérios jurídicos, técnicos e econômicos, define e estabelece quais os serviços deverão ser públicos ou de utilidade pública, e ainda se estes serviços serão prestados diretamente pela estrutura oficial ou se serão delegados a terceiros.

Naturalmente alguns serviços não poderão ser delegados a terceiros pela sua complexidade ou vinculação direta com a administração pública, entretanto, outros tipos de serviços não devem ser prestados diretamente e, por conseqüência, sempre são transferidos à iniciativa privada, contudo, obedecidas certas condições e normas.

Os serviços públicos, propriamente ditos, são aqueles prestados diretamente à comunidade pela Administração depois de definida a sua essencialidade e necessidade. Assim são privativos do Poder Público, ou seja, só a Administração Pública deve prestá-los. Por exemplo a preservação da saúde pública e os serviços de polícia.

Outros serviços públicos, chamados de serviços de utilidade pública, são aqueles que a Administração Pública reconhece a sua conveniência para a coletividade prestando-os diretamente ou delegando-os a terceiros, nas condições regulamentadas e sob o seu controle. Por exemplo o transporte coletivo, a energia elétrica, o serviço de telecomunicações e o fornecimento de água.Os serviços que são prestados individualmente a cada cidadão, por exemplo o fornecimento de água, luz, telecomunicações etc., geralmente o são por empresas privadas mediante concessão outorgada pelo poder público e sob pagamento da tarifa respectiva diretamente pelo usuário.A cessação do pagamento desses serviços por parte do usuário tem suscitado hesitações da jurisprudência sobre a legalidade e legitimidade da suspensão de seu fornecimento em face de normas vigentes como o Código de Defesa do Consumidor. Mas, importante, o prévio aviso da suspensão não pode ser ignorado e é obrigatório pela lei e, aliás, conforme tem entendido pacificamente a jurisprudência.A lei também define como essenciais alguns tipos de serviços, que nem sempre são serviços públicos, mas que, sendo essenciais à coletividade, poderão sofrer alguns tipos de intervenção do poder público. São serviços essenciais, assim definidos pela Lei n.º 7.783/89, os serviços os de água, energia elétrica, gás, combustíveis, saúde, distribuição de medicamentos e alimentos, funerário, transporte coletivo, captação e tratamento de esgoto, tráfego aéreo, compensação bancária e outros.

Classificação dos Serviços Públicos

Serviço próprio ou impróprio:

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Direta Próprio

Indireta

Classificação do Serviço Público

Impróprio autorizados

PRÓPRIO: Atendem as necessidades coletivas. O Estado assume como seus e os executa diretamente (agentes) ou indiretamente (por meio de concessionários e permissionários).

IMPRÓPRIO: Atendem também as necessidades coletivas, mas, não são assumidos nem executados pelo Estado, seja direta ou indiretamente, são apenas por ele autorizados, fiscalizados e regulamentados. Na verdade essa categoria de impróprio não é serviço público em sentido jurídico.

Ex.: serviços prestados por instituições financeiras (art. 192, I e II da C.R.). São atividades privadas que dependem de autorização do Poder público.

Quanto ao objeto:

Administratrivos

Objeto sociais

Comerciais

Industriais

Administrativos: A administração executa para as sua necessidades internas ou outros que serão prestados ao público.

Comercial ou industrial: Administração executa ou indiretamente para atender às necessidades coletivas de ordem econômica. Não deve ser confundido com atividade econômica do art. 173 da C.R.

Serviços gerais, ou de fruição geral (uti universi), os que não possuem usuários ou destinatários específicos e são remunerados por tributos (calçamento público, iluminação pública etc.).

A atividade econômica pode ser executada pelo Estado de 3 formas:

a) privativa da iniciativa privada (Art. 173 da C.R.).b) exploração de petróleo, de minas e jazidas, de minérios e minerais nucleares (art. 176 e 177 da C.R. com alterações pelas Emendas Constitucionais 6 e 9 de 1995).c) Artigo 175 da C.R. por meio de concessão ou permissão serviços de transportes, energia elétrica, telecomunicações e outros serviços previstos constitucionais 8 e 5 de 1995.d) Quanto a maneira para satisfazer o interesse geral (critério do destinatário):

UTI SINGULI - Satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos. Para Celso Antonio Bandeira de Mello só esta categoria constitui Serviço Público. Poderão existir reclamações valendo-se a ação de preceito cominatório previsto no Artigo 287 do C.P.C., considerando constituírem atividades geradoras de direito subjetivo à sua obtenção.

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Serviços comerciais Serviços sociais

Energia elétrica E industriais Luz, Gás

Transportes

Ensino,saúde Assistência Previdência Social

UTI UNIVERSI - Satisfação coletiva, mas usufruídos apenas indiretamente pelos indivíduos. São aqueles destinados a servir a coletividade como um todo, não geram direitos objetivos e são mantidos por tributos.

Ex.: serviços de defesa do país contra inimigo externo, serviços diplomáticos, serviços administrativos prestados internamente pela administração trabalhos de pesquisa científica, de iluminação pública, de saneamento, polícia.

Caio Tácito divide em:

originários ou congênitos e

derivados ou adquiridos.

Originário: está diretamente ligado a atividades essenciais do Estado (tutela do direito) privativos do Estado. Helly chama de Serviços Públicos.

Adquirido: é atividade facultativa (social, comercial e indústria do Estado). Helly chama de Serviços de utilidade pública.

Princípio da exclusividade ou não exclusividade do poder público na prestação de serviços.

Exclusivos - serviço postal e correio aéreo nacional (art. 21, X); telecomunicações (art. 21, XI), radiodifusão, energia elétrica, navegação aérea, transportes e demais indicados no artigo (Art. 21, XII), o serviço de gás canalizado (art. 25, § 2º).

Não Exclusivos - São considerados serviços públicos próprios, quando executados pelo Estado; e podem ser considerados serviços públicos impróprios, quando prestados por particulares.

Outros serviços públicos podem ser executados pelo Estado ou pelo particular mediante autorização do poder público.Título VIII da C.R. ordem social - saúde (art. 196 e 199 da C.R.);

Previdência Social (art. 201, § 8º);

Assistência Social (Art. 204);

Educação (Art. 208 e 209).

Entenda as Formas de Prestação dos Serviços Públicos.

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A) Serviço centralizado: é o prestado pela própria administração, através de suas próprias repartições, sob sua responsabilidade direta e exclusiva. O Estado se apresenta ao mesmo tempo como titular e prestador do serviço.

B) Serviço descentralizado: É aquele cuja titularidade (ou apenas a sua execução) transferiu-se da Administração Pública para Autarquias, entidades paraestatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), empresas privadas ou particulares. Ela acontece por meio de outorga ou delegação.

C) Execução direta do serviço público: Realiza-se quando os meios utilizados para a sua prestação pertencem àquele responsável pelo seu oferecimento ao público. Poderá assim, o prestador constituir pessoa estatal, autárquica, paraestatal, empresa privada ou particular.

D) Execução indireta do serviço público: realiza-se quando os meios utilizados para a sua prestação pertencem a terceiros que, através de contrato com o prestador do serviço, oferecem atendimento ao público.

Assim sendo, tanto a Administração direta quanto a Administração indireta (autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista) poderão executar serviços indiretamente. Essa possibilidade estende-se aos entes de cooperação (serviços sociais autônomos, entre outros), empresas privadas e particulares.

SERVIÇO PÚBLICO OUTORGADO E SERVIÇO PÚBLICO DELEGADO.

O serviço público outorgado é aquele transferido por lei - por tempo geralmente indeterminado - a entidade criada pelo Estado, e só por lei poderá ser retirado ou modificado seu destino originalmente previsto. A titularidade do serviço só poderá ser efetuada por outorga. Podemos concluir que a autarquia sempre executará determinado serviço com titularidade na sua prestação.

O serviço público delegado é aquele transferido através de ato administrativo bilateral (concessão) ou unilateral (permissão e autorização), motivo pelo qual poderá ser revogado, modificado ou anulado, e onde sua transferência tem sempre caráter temporário. Nestes não haverá transferência de titularidade, mas apenas a execução do serviço transpassada. Assim ocorre com a concessão, permissão e autorização, como modalidades de delegação de serviços.

(CONCESSIONÁRIO) SERVIÇOS CONCEDIDOS.

São serviços de utilidade pública delegados pelo Poder Público, através de contrato administrativo a particular, que os executa em seu nome e por sua conta e risco.

A retomada do serviço concedido:

reversão,

encampação,

rescisão ou

anulação.

A) Reversão: término do prazo. O serviço retornará ao concedente, assim como os bens a ele vinculados que irão integrar-se ao patrimônio público. Normalmente é gratuita, contudo, caso o ressarcimento do investimento que o concessionário tenha feito durante a prestação do serviço tenha sido impossível, em razão do emprego de investimento especiais ou devido ao curto prazo da concessão, admitir-se-á reversão onerosa.

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B) Encampação: É a retomada do serviço, mediante coação, em razão de conveniência e interesse público. É ato de império do Poder Público, que resgatará o serviço, entrará na posse dos bens utilizados na sua prestação e, posteriormente, indenizará o concessionário.

C) Rescisão: É a extinção do serviço em razão do desfazimento do contrato, durante a sua execução. Poderá ser bilateral (distrato, amigável), unilateral (falta grave, legal ou contratual prevista, cometida pelo concessionário. Também receberá o nome de caducidade.

D) Anulação: ilegalidade nos elementos contratuais. Possui efeitos ex tunc.

(PERMISSIONÁRIO) Serviços permitidos:

São serviços de utilidade pública delegados pela Administração a particular, por meio de ato administrativo unilateral, discricionário e precário. Serviço executado por conta e risco do permissionário, sem direito a indenização.

Conceito de tarifa: Remuneração exigível na prestação de serviços que podem ser mensurados na sua utilização. Preço público: é arrecadado na prestação do serviço predominantemente particular, mas sempre considerado o interesse público, razão pela qual melhor se encaixa na definição de tarifa.

Para não esquecer. A Permissão se diferencia da Concessão, pois

permite a pessoa física como prestadora de serviços, bem como não admite a presença de empresas

consorciadas.

À LUZ DA LEI

Em relação à concessão de serviço público, a lei assim a define: "delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado" (art. 2º, II).

No que toca à permissão de serviço público, a lei estabeleceu a seguinte regra: "delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco" (art. 2º, IV).

Quanto ao conteúdo, os dispositivos apontam as diferenças e os pontos de identificação. Os elementos de identificação consistem nos seguintes dados:

1º) em ambos os institutos há delegação do serviço pelo Poder Público;2º) ambos devem ser precedidos de licitação; 3º) a exigência de concorrência só é prevista para a concessão, mas não o é para a permissão, o que indica que esta pode resultar de outra modalidade de licitação; 4ª) em ambos o delegatário deve demonstrar que tem capacidade para executar o serviço; e 5º) o serviço deve ser executado por conta e risco do delegatário.

As diferenças resultam do cotejo entre os dispositivos:

1ª) na permissão há precariedade, enquanto na concessão não há qualquer referência a essa característica; 2ª) a concessão só pode ser delegada a empresa ou consórcio de empresas, enquanto a permissão pode ser atribuída à pessoa física ou jurídica; e

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3ª) na concessão há previsão de prazo determinado, o que não ocorre na conceituação da permissão.

Fica restando o aspecto da instrumentalização dos institutos. Para a concessão, em suas duas modalidades, a lei previu claramente que será ela um contrato. O art. 4º da lei é peremptório: "A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta lei, das normas pertinentes e o edital de licitação."

Ao dizer que a formalização da concessão, seja qual for a modalidade, se dará por meio de contrato, está a lei qualificando o instituto como contrato administrativo. E nesse ponto adotou a qualificação da doutrina dominante, como já visto.

No entanto, no que diz respeito à permissão, o art. 40 apresentou o seguinte texto:"A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente."Nunca a permissão foi considerada um contrato. A concessão, já nos referimos ao fato, é qualificada por alguns autores como ato, e não contrato. Mas a permissão jamais foi tida como contrato. Embora haja elementos prévios negociais, porque permitente e permissionário manifestam suas vontades no sentido da prestação do serviço, a permissão é formalizada por ato administrativo unilateral.

AUTORIZAÇÃO

Toda pessoa natural ou jurídica que preencha as condições previstas na lei, na regulamentação e, quando for o caso, no instrumento convocatório poderá requerer autorização para prestação de serviço Público.O concedente não poderá negar autorização para exploração de serviço, no regime privado, salvo se já atingido o número máximo de prestadores, imposto por razões técnicas ou para evitar o comprometimento da prestação de modalidade de serviço de interesse coletivo, ou por motivo relevante, hipótese em que sua decisão deverá ser fundamentada, com indicação das razões de fato e de direito sobre as quais ela se apoia, sendo comunicada ao interessado em prazo estabelecido em Lei.

1 - A autorização será formalizada mediante assinatura de termoO interessado será previamente convocado, por meio de aviso publicado no Diário Oficial da União ou por qualquer outro meio com comprovante de recebimento, para assinar o termo.Do aviso constará o nome e qualificação do interessado, local, data e horários em que poderá assinar o termo.

2 - O termo de autorização indicará:I - objeto, área e prazo da autorização;II - modo, forma e condições da prestação do serviço;III - a vinculação da autorização ao cumprimento dos compromissos e contrapartidas assumidos pela autorizada, em conformidade com sua proposta e com o instrumento convocatório;IV - o preço público devido pela autorização, em conformidade com a proposta da autorizada e com o instrumento convocatório;V - os direitos, as garantias e as obrigações dos usuários, da Agência e da autorizada;VI - a forma da prestação de contas e da fiscalização;VII - as condições para interconexão, se houver;VIII - o preço máximo dos serviços que serão praticados junto aos usuários, quando for o caso, e os critérios de reajuste e revisão;IX - a obrigação de a autorizada manter suas condições subjetivas, aferidas pela Anatel, durante todo o período de exploração do serviço;X - a obrigação de a autorizada prestar os serviços em conformidade com o plano de execução por ela apresentado;XI - as garantias de pagamento do preço público devido pela autorização e de cumprimento dos compromissos e contrapartidas;

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XII - as sanções; eXIII - o foro e modo para solução extrajudicial das divergências.

3 - Como condição para assinatura do termo, a adjudicatária deverá apresentar garantia de pagamento do preço público devido pela autorização e de cumprimento dos compromissos e contrapartidas assumidos.

Quando o interessado se tratar de consórcio de empresas ou não for empresa constituída segundo as leis brasileiras, com sede e administração no País, deverá, antes da assinatura do termo, adaptar-se ou constituir empresa com as características adequadas e com observância das exigências previstas no instrumento convocatório.

A autorização do serviço não confere direito adquirido à permanência das condições vigentes quando da sua expedição ou do início das atividades, devendo a autorizada observar os novos condicionamentos impostos por lei e pela regulamentação

Regulamentação e ControleAs agências reguladoras.

A partir do momento em que alguns dos serviços públicos no Brasil deixaram de ser prestados pelo Estado, diretamente ou por intermédio de empresas públicas ou sociedades de economia mista, e passaram a ser concedidos a empresas com o capital exclusivamente privado, houve a necessidade de uma reestruturação do papel do Estado nessas áreas.

Desse modo, com o fim precípuo de exercer a regulação do mercado, tendo, dentre outras inúmeras atribuições, a função de fiscalizar o exato cumprimento dos termos do contrato da concessão, foram criadas as agências reguladoras.

Segundo o disposto no texto constitucional, a regulação pode se dar de duas maneiras - normativa e operacional. - e o modelo adotado pelo Brasil foi o da regulação operacional, o que significa que as agências são mera executoras de políticas definidas pelo governo. Prova disso, é o que dispõe o parágrafo único do art. 175, já transcrito acima, determinando que questões como direito dos usuários, qualidade dos serviços e políticas tarifárias sejam definidas por lei.

Embora não haja disciplina legal única, a instituição dessas agências vem obedecendo mais ou menos ao mesmo padrão, o que não impede que outros modelos sejam idealizados posteriormente.

AGÊNCIAS REGULADORAS

Natureza Jurídica

São figuras muito recentes em nosso ordenamento jurídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com capacidade administrativa, aplicando-se a elas todas as regras das autarquias.

Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução de serviços públicos. Elas não executam o serviço propriamente, elas o fiscalizam.

NEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)É agência regulamentada pela Lei n. 9.427/96. É autarquia especial, vinculada ao Ministério das Minas e Energia. Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços de energia elétrica (art. 21, XII, "b", da CF/88). Dentro da regulação e da fiscalização da prestação de serviço público, poderá:abrir licitações;

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celebrar contratos;gerenciar a execução dos contratos;aplicar sanções e penalidades pelo descumprimento de seus contratos;resolver conflitos de interesses das concessionárias.

ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações)É agência regulamentada pela Lei n. 9.472/97. É uma autarquia especial, vinculada ao Ministério das Telecomunicações. Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços na área de telecomunicações (art. 21, XI, da CF/88). Dentro da regulação e da fiscalização da prestação de serviço público, poderá:abrir licitações;celebrar contratos;gerenciar a execução dos contratos;aplicar sanções e penalidades pelo descumprimento de seus contratos;resolver conflitos de interesses das concessionárias. ANP (Agência Nacional de Petróleo)É regulamentada pela Lei n. 9.478/97. É uma autarquia especial vinculada ao Ministério das Minas e Energia. Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços relacionados ao petróleo (art. 177, § 1.º, da CF/88). Dentro da regulação e da fiscalização da prestação de serviço público, poderá:abrir licitações;celebrar contratos;gerenciar a execução dos contratos;aplicar sanções e penalidades pelo descumprimento de seus contratos;resolver conflitos de interesses das concessionárias; ANS (Agência Nacional de Saúde)É regulamentada pela Lei n. 9.961/00. É uma autarquia especial, vinculada ao Ministério da Saúde. Foi criada para regular e fiscalizar a prestação ou execução de serviços na área de saúde (arts. 196 e 197 da CF/88). Dentro da regulação e da fiscalização da prestação de serviço público, poderá:abrir licitações;celebrar contratos;gerenciar a execução dos contratos;aplicar sanções e penalidades pelo descumprimento de seus contratos;resolver conflitos de interesses das concessionárias. AGÊNCIA EXECUTIVA

Trata-se de atributo conferido a certas autarquias e fundações por iniciativa da Administração Direta, visando atingir certas metas em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira por meio de um contrato de gestão. Não se cria uma nova figura, são apenas prerrogativas dadas a autarquias e fundações temporariamente. O instrumento para conferir essas prerrogativas é o contrato de gestão, que está previsto em lei.

A diferença entre agência reguladora e agência executiva é que a primeira tem personalidade jurídica de Direito Público, sendo autarquia em regime especial, e a segunda configura um rótulo dado a autarquias e fundações, que amplia sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira. Contrato de GestãoÉ um contrato administrativo celebrado entre a Administração Direta e a Indireta, visando o cumprimento de certas metas em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira (art. 37, § 8.º, da CF/88). Conteúdo do contrato de gestão:metas que devem ser atingidas;prazos em que as metas serão atingidas;instrumentos de controle (exercido pela Administração Direta);

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penalidades a serem aplicadas;termos da ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS Podem ser definidas como pessoa jurídica de Direito Privado, criada por particulares, sem fins lucrativos, que recebem esse rótulo para o desempenho de serviços públicos não exclusivos do Estado. Esses serviços públicos são definidos pela Lei n. 9.637/98: saúde, ensino, meio ambiente, cultura e pesquisa científica.Essas organizações sociais não integram a administração do Estado, mas estabelecem parcerias com ele para exercer os serviços públicos; estão ao lado dele (entes paraestatais). Essa parceria entre as organizações sociais e o Estado será firmada por meio de um contrato de gestão. A CF/88 dispõe sobre um contrato de gestão no seu art. 37, § 8.º Esse contrato de gestão disposto no art. 37 da CF/88, entretanto, não é o mesmo contrato de gestão disposto na Lei n. 9.637/98. A denominação é a mesma, mas as situações são diferentes. O contrato de gestão deverá prever:os serviços públicos que serão exercidos por essas organizações sociais;o prazo que elas têm para executar esses serviços;os instrumentos de fiscalização;as penalidades em caso de descumprimento.

As organizações sociais podem ser contratadas sem licitação (art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93) e recebem verbas ou dotações orçamentárias (verbas, pessoal e bens públicos).

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS

São todos aqueles instituídos por lei e que contêm uma personalidade de Direito Privado. Não possuem finalidade lucrativa e têm por único objetivo prestar assistência a certas categorias profissionais.

Não integram a Administração Pública, mas estabelecem parceria com o Estado. Não exercem serviço público, mas sim serviços de interesse público, portanto, a parceria se deve ao interesse da Administração Pública em incentivar o desenvolvimento dessas atividades.

Os serviços sociais autônomos têm como fonte de renda dotações orçamentárias e contribuições parafiscais cobradas dos empregadores. Como exemplos de serviços sociais autônomos temos o SENAI, o SESC e o SESI.

DIREITOS DO CONSUMIDOROs consumidores têm o direito de denunciar estabelecimentos comerciais quando se sentir prejudicado por eles na aquisição de bens, produtos ou serviços. Confira os casos mais comuns:

Preços diferentes nas gôndolas e na caixa registradora dos supermercados

Produtos com prazo de validade vencido ou sem a data de vencimento

Mercadorias expostas na vitrine sem o preço

Preços diferentes no pagamento à vista, dinheiro, cheque ou cartão de crédito

Imposição de limite mínimo para a venda no cartão de crédito

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Produtos importados com bula, rótulo ou manual sem a tradução para a língua portuguesa

Postos de combustíveis sem tabela de preços

Financiamentos sem explicitar o número de prestações, valor total à vista, valor total a prazo e valor dos juros cobrados

Propaganda enganosa

São Deveres do Consumidor

Exigir sempre as notas fiscais

Exigir um contrato ao solicitar prestação de serviço

Solicitar os termos de garantia de serviços e produtos por escrito e definidos em contrato

Pedir o manual ou o rótulo de qualquer produto em língua portuguesa

Guardar os recibos para comprovar os pagamentos efetuados

Colocar no verso do cheque a data combinada para a compensação (caso seja pré-datado) e a que ele se destina

Não se esquecer que as lojas de roupas são obrigadas apenas a trocar peças com defeitos

O que é Código de Defesa do Consumidor?

- É uma lei de ordem pública (8.078/90) que estabelece direitos e obrigações de consumidores e fornecedores, para evitar que os primeiros sofram qualquer tipo de prejuízo. Uma lei de ordem pública não pode ser contrariada nem por acordo entre as partes.

Quem são os Consumidores?

- Pode ser uma pessoa, várias pessoas ou ainda empresas que compram ou utilizam produtos e serviços, para uso próprio.

E os Fornecedores, quem são?

- São empresas ou pessoas que produzem, montam, criam, constróem, transformam, importam, exportam, distribuem ou vendem produtos ou serviços.

O que é Produto?

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- É qualquer bem móvel (carro, eletrodoméstico, sofá etc.) ou imóvel (casa, terreno, apartamento etc.).

O que é Serviço?

- É qualquer trabalho prestado mediante pagamento, inclusive serviços públicos, bancários, financeiros, de crédito e de seguros.

O que é Serviço Público?

- São aqueles prestados pelo poder público à população: transportes, água, esgotos, telefone, luz, correios. Estes serviços podem ser prestados diretamente pelo poder público ou por empresas públicas e autarquias. O prestador de serviço público também é fornecedor, portanto, os serviços públicos devem ser adequados e eficazes.

OS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

O Código de Defesa do Consumidor enumera os direitos básicos do consumidor. No entanto, outras situações que venham a causar prejuízos também estão previstas no Código.

São direitos do consumidor:

1 - Proteção à vida e à saúde;

2 - Educação para o consumo;

3 - Escolha de produtos e serviços;

4 - Informação;

5 - Proteção contra publicidade enganosa e abusiva;

6 - Proteção contratual;

7 - Indenização;

8 - Acesso à justiça;

9 - Facilitação de defesa de seus direitos;

10 - Qualidade dos serviços públicos.

Proteção da vida e da saúde

O Código de Defesa do Consumidor se preocupa com a proteção da vida, saúde e segurança do consumidor contra produtos e serviços perigosos ou nocivos que ofereçam riscos. Produtos perigosos por natureza como, por exemplo, inseticidas e álcool, devem ser acompanhados por impressos próprios que tragam todas as informações necessárias sobre seu uso, composição, antídoto e toxidade. Se depois que o produto for colocado à venda o fornecedor tiver conhecimento de seu perigo, deverá imediatamente comunicar às autoridades competentes e aos consumidores, através de anúncios publicitários em rádio, TV, jornal. É, portanto, dever do fornecedor informar o consumidor sobre a quantidade, características, composição, preço e riscos que porventura o produto apresentar. O não cumprimento a esta determinação do Código configura crime e prevê detenção de 6 meses a 2 anos e multa.

Publicidade

O Código de Defesa do Consumidor proíbe a execução ou promoção de publicidade enganosa ou abusiva e prevê pena de 3 meses a um ano e multa para quem incorrer na prática. O ideal é que toda publicidade seja clara para que o consumidor possa identificá-la facilmente. O fornecedor deve dispor de informações técnicas e científicas para provar a veracidade da propaganda e deve cumprir o que for anunciado. As informações da propaganda fazem parte do contrato.

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A propaganda enganosa contém informações falsas sobre o produto ou serviço, quanto à: - Características;

- Quantidade;

- Origem;

- Preço;

- Propriedades;

- Ou quando omite dados essenciais.

A publicidade é abusiva quando:

- Gera discriminação;

- Provoca violência;

- Explora o medo e a superstição do consumidor;

- Aproveita da falta de experiência da criança;

- Desrespeita valores ambientais;

- Induz a comportamento prejudicial à saúde e à segurança.

Proteção contratual

O Código de Defesa do Consumidor garante a igualdade nas contratações, possibilitando modificação ou supressão de cláusulas contratuais desproporcionais, que provoquem desequilíbrio entre o consumidor e o fornecedor.

O que é contrato?

- É um acordo em que as pessoas assumem obrigações entre si.

O que é contrato de adesão?

- Nem sempre o contrato é elaborado e escrito pelas partes. Se uma das partes apresenta a outra um contrato já elaborado e impresso para assinar, será chamado de contrato de adesão.

O contrato deve ter:

- Linguagem simples;

- Letras em tamanho de fácil leitura;

- Destaque nas cláusulas que limitem os direitos do consumidor.

Regras gerais para qualquer tipo de contrato:

O Código de Defesa do Consumidor garante o equilíbrio dos direitos e obrigações na assinatura de qualquer tipo de contrato. Assim, não são permitidas cláusulas que:

a) Diminuam a responsabilidade do fornecedor no caso de dano ao consumidor;

b) Proíbam o consumidor de devolver o produto ou reaver a quantia já paga quando o produto ou serviço apresentar defeito;

c) Estabeleçam obrigações para outras pessoas além do fornecedor e do consumidor;

d) Coloquem o consumidor em desvantagem exagerada;

e) Estabeleçam obrigatoriedade somente para o consumidor apresentar provas no processo judicial;

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f) Proíbam o consumidor de recorrer diretamente a um órgão de proteção ao consumidor ou à justiça, sem antes recorrer ao próprio fornecedor ou a quem ele determinar;

g) Possibilitem ao fornecedor modificar qualquer parte do contrato, sem autorização do consumidor;

h) Estabeleçam perda das prestações já pagas por descumprimento de obrigações do consumidor.

Como proceder quando seu contrato apresentar alguma cláusula abusiva?

Ler atentamente o contrato é de fundamental importância. Quando encontrar alguma cláusula com a qual não concorde, questione e proponha sua alteração ou supressão antes de assinar. Se a outra parte não concordar, o consumidor deverá levar seu contrato ao órgão de defesa do consumidor que convocará o fornecedor para explicações e eventual acordo. Quando o problema atingir vários consumidores contra o mesmo fornecedor, esse órgão defenderá todo o grupo.

Se o consumidor preferir poderá procurar advogado de sua confiança ou, não tendo recursos, a assistência judiciária gratuita do Estado.

DEVERES DO CONSUMIDOR

Consciência Crítica: questionar o preço e a qualidade de produtos e serviços.

Preocupação Social: estar ciente das conseqüências de nosso consumo sobre os outros cidadãos.

Reclamação: mais que um direito, é um dever de consciência.

Solidariedade: organizar-se em conjunto, para a promoção e proteção dos interesses dos consumidores.

Pesquisa: pesquisar sempre antes de comprar.

Consciência do Meio Ambiente: preservar, conservar, proteger nossos recursos naturais.

Boicote: a comerciantes desonestos e inescrupulosos.

Honestidade: falar sempre a verdade ao reclamar junto aos órgãos de Defesa do Consumidor.

Ao adquirir produtos observe:

1) O prazo de validade. Observe com atenção as datas indicadas nos alimentos e remédios.

2) A boa aparência das embalagens. Latas amassadas, estufadas ou enferrujadas, embalagens abertas ou danificadas causam danos à saúde.

3) A autenticidade. Produtos falsificados podem ser perigosos.

Ao contratar serviços evite:

1) oficinas não autorizadas e profissionais inexperientes. Na dúvida contrate um profissional recomendado.

2) contratar serviço antes de fazer um orçamento. O orçamento é direito do consumidor e nele deverá constar:

a) forma de pagamento;

b) o tempo de execução do serviço;

c) o tipo de material a ser usado;

d) detalhes do serviço a ser executado.

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O orçamento tem validade de 10 dias a partir da data de recebimento pelo consumidor.

ATENÇÃO: A APROVAÇÃO DO ORÇAMENTO DEVE SER FEITA POR ESCRITO E SOMENTE PELO CONSUMIDOR.

O prestador de serviços deve sempre utilizar peças novas quando o serviço exigir reposição de peças. O consumidor deverá ser consultado quanto à possibilidade da utilização de peças usadas ou recondicionadas. Apresentação do produto:

Os produtos ou serviços devem ser oferecidos ao consumidor brasileiro em língua portuguesa e com informações claras sobre:

1 - As características do produto ou serviço;

2 - Suas qualidades;

3 - Quantidade;

4 - Composição, ou seja, ingredientes utilizados;

5 - Preço;

6 - A garantia;

7 - Prazo de validade;

8 - O nome do fabricante e o endereço;

9 - Os eventuais riscos que possam apresentar à saúde e segurança dos consumidores.

Quando o consumidor compra um produto nacional ou importado (eletrodoméstico, por exemplo) o fabricante ou importador deve garantir a troca das peças enquanto ele estiver à venda. Mesmo depois que o produto deixou de ser fabricado ou importado, a oferta das peças deverá ser mantida por determinado prazo.

Reembolso postal, compra por telefone, etc.

Quando você comprar um produto ou contratar um serviço através de:

- reembolso postal (anúncios em revistas, TV, jornais, etc);

- pedido por telefone;

- vendedores na porta de sua casa e outros meios que sejam fora do estabelecimento comercial;

Você tem direito de se arrepender da compra ou contratação no prazo de 7 dias, contados a partir do recebimento do produto ou serviço ou assinatura do contrato. No caso de arrependimento, o consumidor deverá devolver o produto ou suspender o serviço e terá direito à devolução do valor pago, com correção monetária.

TERMO DE GARANTIA

O Termo de Garantia deverá ser preenchido no momento da compra, na frente do consumidor. Junto com ele deve ser entregue o Manual de Instalação e Instrução de uso do produto. O Termo de Garantia deverá esclarecer:

a) No que consiste a garantia;

b) Qual o seu prazo;

c) O local em que deve ser exigida.

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ATENÇÃO: ainda que o termo de garantia não exista, o Código de Defesa do Consumidor garante os seus direitos. No caso de produtos ou serviços defeituosos procure o PROCON!

Consumidor, fique atento! Você não deve comprar:

1) Produtos com prazo de validade vencido. Observe com atenção os prazos indicados nos alimentos e remédios.

2) Produtos com má aparência, latas amassadas, estufadas ou enferrujadas, embalagens abertas ou danificadas.

3) Produtos com suspeita de terem sido falsificados.

4) Produtos que não atendam à sua real finalidade. Ex.: chuveiro elétrico ou ferro de passar que não esquentem. Procure testar o produto na loja, antes de comprar.

São práticas abusivas:

1) Obrigar o consumidor, na compra de um produto, levar outro que não queira para que tenha direito ao primeiro. É a chamada venda casada. A regra é válida também na contratação de serviços.

2) Recusar atender consumidores quando há estoque de mercadorias.

3) Fornecer serviço ou produto sem que o consumidor tenha solicitado e depois, cobrar por ele.

4) Aproveitar-se da ignorância, falta de conhecimento em vista da idade, saúde ou condição social do consumidor para convencê-lo a comprar um produto ou contratar um serviço.

5) Exigir vantagem exagerada ou desproporcional em relação ao compromisso que o consumidor esteja assumindo.

6) A prestação dos serviços sem que seja apresentado ao consumidor um orçamento com a previsão de custos, mão-de-obra etc.

7) Difamar o consumidor, principalmente se ele estiver exercendo seu direito.

8) Colocar no mercado produto ou serviço em desacordo com as leis que regulamentam sua produção.

9) Deixar de estipular prazo máximo para entrega de produto ou fornecimento de serviço.

10) Utilizar peças de reposição usadas ou recondicionadas no conserto de um produto, sem autorização de consumidor.

11) Fixar multa superior a 2% do valor da prestação, nos contratos de financiamentos.

Reparação de danos

Sempre que um produto ou serviço causar acidente, serão responsabilizados:

1º - O fabricante

2º - O produtor

3º - O construtor

4º - O importador

Na impossibilidade de identificar o fabricante, o produtor, o construtor ou o importador, que respondem solidariamente pelo dano, o responsável passa a ser o comerciante. Um produto é considerado defeituoso quando não oferece a segurança que dele se espera, levando-se em consideração certas circunstâncias relevantes, entre as quais:

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- sua apresentação;

- o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

- a época em que foi colocado em circulação;

Atenção: um produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.

AS OPÇÕES DO CONSUMIDOR

1) Quando um determinado produto apresentar defeito de fabricação, o fornecedor tem 30 dias para corrigí-lo. Passado esse prazo, o consumidor pode exigir:

- A troca do produto;

- Abatimento no preço;

- O dinheiro de volta, corrigido monetariamente.

2) Havendo defeito na prestação do serviço o consumidor tem direito de exigir:

- Nova execução do serviço, sem qualquer custo;

- Abatimento no preço;

- Devolução do valor pago, em dinheiro, com correção monetária.

3) Se o problema refere-se à quantidade do produto, o consumidor pode exigir:

- Troca do produto;

- Abatimento no preço;

- Que a quantidade seja completada de acordo com a indicada no rótulo ou conforme a solicitação;

- O dinheiro de volta, corrigido monetariamente.

Prazos para reclamar de produto ou serviço com defeito:

- 30 (trinta) dias para produto ou serviço não durável, contados a partir do recebimento do produto ou término do serviço. Ex: alimentos.

- 90 (noventa) dias para produto ou serviço durável, contados também a partir do recebimento do produto ou término do serviço. Ex: eletrodomésticos.

Se o defeito não for evidente, dificultando a sua identificação imediata, os prazos começam a ser contados a partir do seu aparecimento.

COBRANÇA DE DÍVIDAS

Todo inadimplente tem que ser cobrado, mas existe forma certa de fazer a cobrança. O Código de Defesa do Consumidor não permite que o fornecedor faça escândalos na porta da casa do consumidor ou tenha qualquer outra atitude que o exponha ao ridículo.

CADASTRO DE CONSUMIDORES

Normalmente, quando o consumidor aluga uma casa ou compra a prazo, preenche fichas de seus dados pessoais. Essas fichas formam um cadastro, cujas informações podem ser utilizadas pelos comerciantes para se protegerem dos maus clientes. A criação e a utilização deste tipo de cadastro não é proibida pelo Código que, no entanto, assegura ao consumidor:

- Direito à retificação de dados incorretos;

- Direito a exclusão de informações negativas após um período de 5 anos;

- Direito de acesso às informações cadastradas a seu respeito;

- Direito de saber antecipadamente sobre a abertura da ficha de cadastro.

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CADASTRO DE FORNECEDORES

O Código de Defesa do Consumidor determina que os órgãos públicos de defesa do consumidor façam uma listagem dos fornecedores reclamados. Essa listagem poderá ser consultada, a qualquer momento, pelos interessados, que poderão saber, inclusive, se o fornecedor atende ou não a reclamação. Além disso, o Código de Defesa do Consumidor prevê sua publicação anual.

COMO RECLAMAR?

Em primeiro lugar, é bom saber que para exigir seus direitos, o consumidor não precisa contratar um advogado: o atendimento no PROCON é gratuito. O órgão público analisará o seu caso e convocará as partes para um possível acordo.

COMO MOVER UMA AÇÃO?

A ação na justiça pode ser individual ou coletiva, se várias pessoas sofreram um mesmo tipo de dano.

- Se o dano for individual:

O consumidor deverá procurar a assistência judiciária gratuita, se for carente, ou contratar advogado.

-Se o dano for coletivo:

Os órgãos e as associações de proteção ao consumidor, além do Ministério Público poderão, em nome próprio, ajuizar ação em defesa dos lesados.

COMO USAR O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR?

A aplicação do Código de Defesa do Consumidor depende só de você. Deixe-o sempre à mão. Leve-o em suas compras e, em caso de dúvida, consulte-o. Não se acanhe, é um instrumento de defesa de seus direitos.

QUEM PODE AUXILIAR NA UTILIZAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR?

Havendo dificuldades em fazer valer seus direitos, procure os órgãos (PROCON's) ou associações de defesa do consumidor.

CONSUMIDOR:

Código de Defesa do Consumidor é uma lei que está à sua disposição. Exija que ele seja respeitado. RECLAME, ARGUMENTE E FAÇA VALER SEUS DIREITOS. Agora que você já o conhece, divulgue o seu conteúdo.

Comprei um produto que apresentou defeitos. O fabricante diz que não pode fazer nada porque não tem culpa pela ocorrência do defeito. Isso é verdade?

R: Não. De acordo com o artigo 12, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o fabricante, o produtor, o construtor, seja ele nacional ou estrangeiro e o importador respondem, independentemente de culpa, pela reparação dos damos ocorridos aos consumidores, sejam esses defeitos decorrentes de falha de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento dos produtos, assim como por informações incompletas ou inadequadas sobre a utilização e os riscos que ofereçam esses produtos.

O fornecedor de um determinado produto, adquirido por mim, se recusa a trocá-lo por outro, alegando que o defeito apresentado é culpa do fabricante. O que eu devo fazer?

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R: Primeiramente, a responsabilidade do fornecedor é solidária, ou seja, tanto ele quanto o fabricante são responsáveis pelos produtos colocados à venda. Isso significa que, caso o consumidor queira exigir a troca do produto diretamente com o fornecedor, ele poderá fazê-lo. É o que diz o artigo 18 do CDC.

O produto que eu comprei está dentro da garantia, mas já faz 40 dias que o mesmo está na assistência técnica. Desde que eu o comprei ele já estava com defeito. O que eu posso fazer neste caso?

R: No caso de o vício, ou seja, o problema não ser sanado no prazo máximo de 30 (trinta dias), o consumidor pode exigir qualquer uma destas 3 opções: a substituição do produto por outro similar, em perfeitas condições de uso, a restituição imediata da quantia paga, devidamente corrigida ou o abatimento proporcional do preço. Neste último caso, o artigo se refere, por exemplo, na hipótese de vários produtos adquiridos da mesma loja. Isso está expresso no artigo 18, parágrafo 1.º, do CDC.

Mas, e se a substituição das partes defeituosas, em razão de sua gravidade, puder comprometer a qualidade do produto?

R: O parágrafo 4.º, do artigo 18, do CDC, diz que, no caso de, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas vier a comprometer a qualidade, as características do produto ou no caso de se tratar de produto considerado essencial, o consumidor poderá exigir, de imediato, a substituição desse produto. Isso quer dizer que ele não precisará esperar os 30 dias citados na resposta anterior.

Comprei alguns vegetais que estavam em estado de decomposição. O dono do mercado me disse que não se lembra de quem comprou as maçãs que estavam estragadas por dentro, por isso disse que não vai me trocar as frutas. Quem é o responsável?

R: O artigo 18, do CDC, em seu parágrafo 5.º, diz que, no caso de fornecimento de produtos "in natura" (ao natural), como frutas e verduras, será responsável, perante o consumidor, o fornecedor imediato, a não ser que seja claramente identificado o seu produtor. Ou seja, o responsável neste caso será quem vendeu as frutas, isto é, o mercado.

Contratei uma empresa para pintar as paredes de minha casa, mas o serviço ficou péssimo, muito mal feito. O que eu posso fazer?

R: De acordo com o artigo 20, do CDC, o consumidor pode exigir, de acordo com o que julgar melhor: a reexecução do serviço, sem ter de pagar por isso, a devolução da quantia paga, devidamente corrigida ou o abatimento proporcional do preço. Esta última hipótese se refere, por exemplo, àquele caso em que apenas algumas paredes ficaram mal pintadas. Isto é, ele terá direito de receber de volta o valor pago apenas pela pintura dessas paredes.

Minha máquina de lavar roupas foi para o conserto e, na autorizada, foram colocadas peças recondicionadas, mas eu não autorizei isso. Como fica minha situação?

R: O artigo 21, do CDC diz que no fornecimento de serviços de consertos de qualquer produto, é obrigação do fornecedor usar, no conserto, peças novas, originais e adequadas, mesmo que o consumidor não exija isso. Ou ainda, peças que não alterem as

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características originais do produto, mas desde que, nesta última hipótese, não haja autorização em contrário por parte do consumidor.

No contrato de compra e venda que eu assinei com a loja que me vendeu um aparelho de som, diz que não poderei reclamar por causa de defeitos ocorridos no rádio. Mas o rádio estragou. A loja diz que não pode fazer nada, pois, no contrato assinado por mim, eu abri mão de meus direitos. Isso é correto?

R: De modo algum. O artigo 25, do CDC é claro com relação a isso. Ele diz que é proibida a presença de cláusula, no contrato, que impossibilite, retire ou atenue a responsabilidade de indenizar os defeitos ou danos ocorridos.

Qual é o prazo para eu reclamar por um defeito existente em um produto?

R: Tanto para produtos como para serviços, o prazo é o mesmo. Mas deve ser analisado se o vício é aparente ou não, ou seja, se o defeito é de fácil constatação, se é visualmente perceptível. Sendo esse o caso e se o produto é durável (como os eletrodomésticos, por exemplo), o prazo é de 90 dias. Caso o produto seja não-durável (como pilhas e alimentos, por exemplo), o prazo é de 30 dias. Isto está previsto no artigo 26 do CDC.

E quando se inicia esse prazo para eu reclamar de vícios aparentes?

R: De acordo com o artigo 26, em seu parágrafo 1.º, o prazo começa a contar da data da entrega do produto ou do fim da realização do serviço.

O produto que eu comprei tinha um defeito interno, que só apareceu quando o mesmo foi para o conserto e foi desmontado por um técnico. Quando começa a contar o prazo para reclamar disso? É a partir da datra da compra?

R: Não. Em se tratando de vício oculto, ou seja, escondido, o prazo começa a contar a partir do momento em que o vício é detectado, segundo o artigo 27, do CDC.

Uma empresa poderá ser considerada uma consumidora? Quando isso ocorrerá?

R: Sim. De acordo com o artigo 2.º, do CDC, "Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utliza produto ou serviço como destinatário final." Isso quer dizer que, se uma empresa contratar outra para o conserto, por exemplo, dos encanamentos de sua sede, a contratante será considerada uma consmidora, pois é a destinatária final desse serviço. Mas, se aquela empresa tivesse contratato uma marcenaria para fabricar móveis para serem revendidos, ela não se equiparará à figura de consumidor, pois os imóveis fabricados e adquiridos de outra empresa serão revendidos.

Comprei um eletrodoméstico importado no mês passado. O produto estragou e não acho peças de reposição. A loja que me vendeu disse que o produto não está mais sendo importado, por isso não há mais peças para troca nos serviços autorizados. E agora, o que eu faço?

R: De acordo com o artigo 32, do Código de Defesa do Consumidor, os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não for parada a importação ou fabricação do produto. E, após parada a importação ou

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fabricação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei. Infelizmente, esse período não foi ainda determinado. Mas o período de um mês, com certeza, está enquadrado no que diz o artigo 32. Assim sendo, você poderá exigir do importador ou do fabricante a oferta de peças de reposição para o produto que apresentou defeito.

Uma determinada firma procurada por mim se recusa a apenas vender os maços de cigarros. Ela obriga que a pessoa compre também uma determinada marca de isqueiro. Isso é correto?

R: De forma alguma. isso é o que se chama de venda-casada e contraria o disposto no artigo 39, inciso I, do CDC, que diz que é proido ao fornecedor de produtos ou serviços condicionar a venda de um produto ou o fornecimento de um serviço ao fornecimento de um ouitro serviço ou outro produto. E nem a quantidade produtos pode ser limitada. Caso você queira comprar apenas um maço de cigarros e o vendedor se recusar, você não poderá ser obrigado a comprar dois ou três deles (ou quantos forem, além do que você quiser).

Uma empresa de cobrança está me incomodando. Eu comprei um produto e deixei de pagar algumas parcelas do carnê. Agora, ela fica ligando para o meu serviço e fala com o meu chefe sobre isso. Estou constrangida por esse fato. A empresa pode fazer isso?

R: Absolutamente não. O artigo 42, do CDC, afirma que, na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente (que está com os pagamentos atrasados) não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. E ligar para o seu chefe para cobrar uma dívida sua caracteriza esse constrangimento previsto no artigo citado.

Paguei uma conta que estava em atraso, mas acho que me foi cobrado um valor acima do que deveria. A loja deve me devolver o valor pago a mais?

R: Caso seja comprovado que foi pago um valor acima do que deveria ter sido cobrado, o consumidor tem direito a receber a diferença em dobro e corrigida pelos juros legais. Isso está claramente previsto no artigo 42, em seu parágrafo único, do CDC. O Procon mesmo pode conferir esse cálculo feito pela loja.

Uma empresa de cobrança está me cobrando, além dos juros e multa, 20% a título de honorários advocatícios. Ela pode fazer isso?

R: Não. Honorários advocatícios apenas podem ser cobrados quando há uma discussão judicial sobre alguma coisa. Cobrar honorários advocatícios na cobrança extra-judicial (que não está na justiça) é ilegal. Caso sejam pagos esses 20% (ou outra porcentagem), esse valor terá que ser devolvido, em dobro, ao consumidor.

Comprei, por telefone, um gel para a pele. Mas desisti da compra, que foi feita há 4 dias. Tenho algum direito de não querer mais o produto?

R: Sim. De acordo com o artigo 49, do CDC, o consumidor tem o prazo de 7 dias para desistir de compras feitas fora do estabelecimento comercial, ainda mais se ela for feita através do telefone ou em domicílio. Esse prazo se inicia na data da assinatura do contrato (no caso de venda em domicílio, a conhecida venda de porta em porta) ou na

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data do recebimento do produto ou serviço. Por isso, lembramos aqui, mais uma vez, da importância de se guardar todos os comprovantes, contratos e recibos relativos a compras efetuadas ou serviços prestados.

Meu contrato tem uma cláusula considerada nula pelo CDC. Por causa disso, todo o contrato será nulo?

R: Não.O artigo 51, em seu parágrafo 2.º, expressa que a mulidade de uma cláusula não implica a nulidade de todo o contrato. O artigo 51 elenca algumas hipóteses de nulidade de cláusula contratual, como, por exemplo, as que a diminua a responsabilidade de um fornecedor por um defeito ocorrido em um produto por ele vendido; que estabeleça obrigações consideradas abusivas, ao consumidor; que que autorizem o fornecedor a alterra o valor do contrato por sua única ontade; que viole normas ambientais, etc.

Quero pagar antecipadamente as parcelas do meu carnê, mas a loja não quer me dar um desconto, alegando que a cobrança é feita por outra empresa. O estabelecimento está correto?

R: Bem, de acordo com o artigo 52, do CDC, em seu parágrafo 2.º, está garantido, ao consumidor, o direito de redução proporcional dos juros e demais acréscimos no caso de pagamento antecipado (tanto total quanto parcial) do débito. Então, só pague antecipadamente se a loja lhe oferecer um desconto. Realmente, muitas lojas terceirizam seus departamentos de cobrança, ou seja, são outras firmas que fazem a cobrança dos débitos. Mas não pague caso não vá receber um abatimento proporcional dos juros e demais correções.

Tenho um contrato de compra e venda de uma casa, mas atrasei o pagamento das prestações. A construtora diz que eu irei perder o dinheiro pago, além de ficar sem a casa, pois isso está previsto em uma cláusula desse contrato que eu assinei. E agora?

R: Essa cláusula é plenamente nula, de acordo com o que dispõe o artigo 53, do Código de Defesa do Consumidor. Você não poderá perder o dinheiro já pago só porque atrasou o pagamento das prestações.

Deixei meu carro parado em um estacionamento e, quando voltei para pegá-lo, ele estava todo riscado. O que posso fazer? O estacionamento diz que não pode fazer nada.

R: O estacionamento é responsável pelos veículos nele deixados, ainda mais se a tarefa de pegá-los e retirá-los de onde estejam guardados seja exclusiva dos manobristas. Ele será responsável pelos danos ocorridos ao seu veículo e terá de indenizá-lo por isso.

Nesse mesmo estacionamento foram furtados alguns objetos que estavam dentro do meu carro. Com a alegação de que há uma placa no local informando que eles não se resonsabilizam por ojetos deixados dentro do veículo, os proprietários do estabelecimento não querem me ressarcir. Isso é certo?

R: Não, não é. Independente da existencia de tal placa, que não tem nenhuma validade, o estabelecimento é responsável pelo veículo, pelos seus acessórios e objetos em seu interior. Assim, se você teve algum objeto subtraído, deve ser ressarcido. Para evitar esse tipo de problema, deixe os objetos com o responsável pelo estabelecimento, como o gerente, por exemplo.

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Meu carro foi furtado do estacionamento de um supermercado. O que devo fazer?

R: O mercado é responsável pelos veículos deixados em seu estacionamento, mesmo que ele seja gratuito. Os tribunais assim entendem porque o estacionamento gratuito é um atrativo ao consumidor, o que acaba revertendo em lucro para o estabelecimento.

Existe diferença entre oficina especializada e autorizada?

R: Sim, há diferença. As especializadas são empresas com experiência em determinado tipo de conserto, essa é sua especialidade. As autorizadas são credenciadas pelos fabricantes dos produtos e fornecem peças originais, garantindo a qualidade do serviço. Mas isso não quer dizer que as especializadas não sejam boas e idôneas, de modo algum, elas apenas não têm vínculo nenhum com os fabricantes.

Sou obrigado a mudar de categoria de plano de saúde, segundo consta de carta que eu recebi da empresa?

R: Não. É comum as empresas de planos de saúde enviarem correspodências dizendo que o consumidor terá alterada a sua categoria. Por exemplo, é dito que essa categoria não mais existirá. Nesse caso, o consumidor deverá ser incluído em categoria que não lhe gere ônus (como pagar mensalidades mais caras, por exemplo). Caso não haja categoria com cobertura similar, o consumidor não é obrigado a pagar a diferença no valor das mensalidades, a não ser que essa mudança ocorra por força de lei.

Fiz um empréstimo com um agiota e o valor que estou pagando já ultrapassou em muito o valor que eu emprestei. O que eu faço?

R: Nesse caso não se trata de relação de consumo, portanto, não se aplica o CDC. Você deve ir a uma delegacia de polícia para denunciar o agiota.

Fiz uma compra pela Internet. Também tenho os direitos expressos no CDC?

R: É claro que sim. O consumidor que faz compras pela Internet têm os mesmos direitos daquele que as faz no comércio tradicional. O CDC não discrimina nenhum tipo de consumidor em relação ao aoutro. Mas você deve se precaver, apenas comprando em "sites" conhecidos e guardando todos os documentos referentes à compra (imprimindo os "e-mails" recebidos da loja, comprovantes, recibos etc.) . Isso será útil em caso de futura reclamação.

Compri um CD (com embalagem lacrada) em uma loja. Quando cheguei em casa, a caixinha estava vazia. O vendedor disse que não pode fazer nada. E agora?

R: Você tem direito à devolução do valor pago ou o recebimento de um CD similar. Guarde a caixinha vazia e a nota fiscal para abrir um processo administrativo no Procon.

Comprei determinado material escolar para o meu filho. Ao chegar em casa, vi que meu outro filho já possuía esse material. Tem direito de receber meu dinheiro de volta?

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R: Infelizmente, não. A loja não é obrigada a devolver o valor pago pelo material. A não ser que você tenha feito a compra por telefone, pela Internet ou através de um vendedor que foi até a sua casa. Nesses casos você têm 7 dias para desistir da compra (art. 49, do CDC), mesmo sem motivos relevantes para isso. Mesmo tendo comprado na loja, não custa nada tentar devolver o material e ficar com um crédito para futuras compras ou tentar a troca por outros materiais. Uma boa conversa pode fazer milagres!

É correto estipular, nos cartões de consumação, em casas noturnas ou outros estabelecimentos, um valor de R$100 para o caso de perda do mesmo?

R: Não, isso não é correto. Algumas casas estipulam os valores de R$ 100,00, um salário mínimo, etc. como multa para quem perder o cartão de consumação que é entregue aos fregueses na entrada do estabelecimento. Entendo que o empresário procure se precaver de pessoas de má-fé que possam consumir um valor alto e alegar que perderam o cartão e que não consumiram nada. Mas cobrar um valor desses caracteriza-se como abusividade por parte do fornecedor, pois o valor é muito elevado. Assim, não é correto esse tipo de prática, que onera excessivamente o consumidor por um fato que, às vezes, a ele não deu causa.

A escola onde meu filho estudava se recusa a entregar seus documentos porque há algumas mensalidades atrasadas. Isso é correto?

R: Não, essa atitude é ilegal. O estabelecimento de ensino não pode reter documentos do aluno para forçar a cobrança de mensalidades atrasadas.

Uma empresa também pode ser considerada consumidora e utilizar os direitos previstos no CDC?

R: Sim, e isso não é uma incoerência. Uma empresa será considerada consumidora quando adquirir um bem que não irá revender, comercializar. Ou seja, caso uma padaria compre um forno que apresente problemas, ela poderá se utilizar do CDC para fazer valer os seus direitos de consumidora, pois o que ela vende são pães, doces etc., e não fornos. O forno é para uso da empresa, assim, ela se torna, neste caso, consumidora (pois ela é a destinatária final desse produto). Mas, se ela comprasse doces de outra padaria para revendê-los, ela não poderia ser caracterizada como consumidora, pois ela iria revender esses doces (com objetivo de lucro e não seria a destinatária final desses produtos).

Sempre ouço falar que, em uma ação de cobrança, o credor não deve cobrar o devedor no seu trabalho, lazer, descanso etc. Isto é correto? Onde está esta proibição? E como fica a situação do credor, isto é, onde e como cobrar o que lhe é de direito, se, ao menos em tese, uma pessoa sempre estará em uma dessas situações: trabalhando, descansando ou em lazer?

R: Realmente é preciso que o credor tome alguns cuidados ao exigir seus créditos... Ele pode até telefonar para a empresa em que o devedor trabalha, mas deve falar diretamte com ele, não entrando em detalhes ou falando que se trata de cobrança, para outros funcionários e/ou chefe do devedor. No caso de correspondências, elas podem ser em tom firme, mas nunca desrespeitosas ou ofensivas. E, no caso de ligações telefônicas para a residência, o credor também não poderá fazer xingamentos, ameaças etc. Uma boa conversa e o aviso de que a dívida poderá ser cobrada judicialmente são suficientes (isso não é ameaça, é o exercício de um direito). Em suma: o bom-senso deve imperar - tanto do lado do credor quanto do devedor - na cobrança de dívidas.

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Fui a um supermercado e escolhi alguns produtos de que eu precisava. Quando cheguei ao caixa, percebi que o preço que foi acusado pela leitora digital do código de barras era diferente (mais caro) do que aquele que constava na prateleira do mercado. Qual dos dois preços é o correto?

R: Nessas hipóteses, sempre prevalecerá o preço mais baixo. Assim, exija que seja cobrado o valor que consta da prateleira ou da gôndola. E o supermercado não fica livre de uma punição por prática que lesa o consumidor. Portanto, fique sempre atento aos preços, para ver se, na hora de pagar, ele não é mais alto do que deveria ser. Infelizmente, esse tipo de situação ocorre, diariamente, em todo o País. E, curiosamente, a diferença no preço é sempre para mais, nunca para menos...

Algum tempo atrás, fiz minha lista de presentes de casamento em uma determinada loja. O vendedor que me atendeu disse que, se eu quisesse trocar algum presente recebido, era só levá-lo à loja, e ele seria, imediatamente, trocado. Nada mais. Contudo, recebi alguns presentes que decidi trocar. Retornando à loja, ao conversar com o vendedor, ele me disse que só aceitaria a troca dos produtos se eu aceitasse um desconto de 25% no valor da mercadoria. Essa seria a "norma da empresa". Isso pode ser feito?

R: Não. Isso só poderia acontecer se essa condição (a respeito do desconto no valor) fosse explicada, no momento em que foi elaborada a lista de presentes. Como o vendedor nada falou a respeito disso, quando você montou a lista de presentes, é ilegal exigir um desconto, sobre o valor da mercadoria, para efetuar a troca da mesma. Caso essa condição houvesse sido explicitada a você, anteriormente, aí o desconto até poderia ser cobrado. Assim, seria uma faculdade do consumidor fazer a sua lista nessa loja, ou não.

Segundo a Lei n.º 9.656/1998, eu serei obrigado a migrar de plano de saúde?

R: Para aqueles consumidores que tinham contratos assinados em data anterior à vigênciadessa Lei, e que, portanto, têm que se adaptar às suas novas exigências, a mudança não é obrigatória. Caso a alteração não lhe seja vantajosa, não altere o seu plano. O seu plano continuará vigorando por prazo indeterminado. Assim, as empresas não poderão coagir os clientes a migrar de opção, pagando mais caro por isso.

Ainda tenho créditos em meu aparelho celular pré-pago. Todavia, como fiquei um certo tempo sem colocar novos créditos, o mesmo foi bloqueado. Isso é certo?

R: Não, essa é uma prática considerada abusiva, pelo CDC, pois força o consumidor a utilizar um serviço, mesmo que não precise, sob pena de perder os créditos ainda restantes.

Ao efetuar uma compra, o comerciante quis me cobrar uma porcentagem a mais, sobre o valor do produto, porque eu iria pagar com cartão de crédito? Isso não é errado?

R: Sim, essa é uma prática irregular. Embora tenha que pagar taxas de aluguel das máquinas e uma porcentagem das vendas às operados de cartões de crédito, o comerciante não pode diferenciar os preços dos produtos entre pagamentos com dinheiro, cheque ou cartão (de crédito ou de débito). O que o comerciante pode fazer é dar desconto para pagamento em dinheiro e não dar desconto (ou dar um desconto menor) para pagamento a prazo, ou no cartão. Isso é permitido, pois ele não é obrigado a dar descontos em seus produtos, salvo propaganda ou publicidade em contrário.

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Pertinência !

A responsabilidade pelo fato do produto e do serviço

O artigo 12 do CDC abre a especificação do tema: responsabilidade pelo fato do produto e do serviço legalizando que o construtor, o importador, o produtor e o fabricante, indiferente se estrangeiro ou nacional, respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes do fabricação, montagem, construção, projeto, fórmulas, manipulação, acondicionamento ou apresentação de seus produtos, respondendo também por informações inadequadas ou insuficientes sobre sua utilização e riscos.Fazendo uso da frase: "(...) independentemente da existência de culpa (...)", constatamos que o CDC adota a responsabilidade objetiva; ou seja, não existe relevância do grau de culpa do fornecedor. Se for constatado que determinado dano foi causado em decorrência da "substância falha do produto", o fornecedor é obrigado indenizar. Neste artigo encontramos a responsabilidade civil do fabricante, do construtor, do importador e do produtor.

A responsabilidade do fabricante, do construtor, do importador e do produtor "será aferida pelo defeito apresentado pelo produto, em virtude da adoção da teoria do risco da atividade, no qual o exercício da atividade econômica no mercado de consumo, acarreta-lhe a obrigação de indenizar quaisquer danos advindos deste exercício."

O artigo 3° do CDC conceitua em seu caput o que vem a ser fornecedor, e o seu §2° conceitua o que vem a ser produto. Evidentemente, os bens que se refere o CDC, são aqueles de natureza patrimonial, econômica, redutíveis a um valor pecuniário.Antes de aprofundarmos o tema, torna-se válido uma rápida exposição do que vem a ser a responsabilidade civil .

No que deriva sobre os conceitos de responsabilidade civil os doutrinários nem sempre chegam a um acordo. Para alguns autores "responsabilidade" consiste em "responder". Outros estabelecem na conceituação de responsabilidade como alusão a uma das causas do dever de reparação, atribuído-a ao fato culposo do agente. Já outros preferem não conceituar.

A responsabilidade civil tem essencialmente uma função reparadora ou indenizatória. Também garante o direito lesado à segurança e serve como sanção civil, de natureza compensatória.Com a finalidade de corrigir as distorções e injustiça que decorrem da teoria subjetiva (responsabilidade civil subjetiva \ existência da culpa), os juristas conceberam a responsabilidade sem culpa e traçaram os traços gerais da teoria objetiva.

A teoria objetiva resulta na responsabilidade civil objetiva: atividade que gerou o dano é lícita, mas causou perigo a outra pessoa, de modo que aquele que a exerce, por ter a obrigação de velar para que dela não resulte em prejuízo, terá o dever ressarcitório, pelo simples implemento do nexo causal. Basta provar a existência de nexo entre a causa e o dano.Para alguns doutrinários a teoria objetiva e não pode ser confundida com a teoria de risco. Para outros autores, como Sílvio Rodrigues, ambas teorias são praticamente sinônimos, a teoria objetiva seria um aperfeiçoamento mínimo da teoria do risco: trabalharemos na versão deste.

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Segundo a teoria do risco ( ou da responsabilidade civil objetiva), o sujeito de direito que através de sua atividade, criar um risco de dano a outrem, deve ser obrigado a repará-lo, ainda que sua atividade e seu comportamento, sejam isentos de culpa.

Na responsabilidade objetiva a atitude, culposa ou dolosa, do agente causador do dano é de menor relevância, porque desde que exista relação de causalidade entre o dano experimentado pela vítima e o ato do agente, surge o dever de indenizar, que tenha este último agido ou não culposamente. Então, constatamos que os elementos constitutivos desta teoria são: nexo de causalidade; dano; ação de um agente ou risco.

A responsabilidade civil encontra-se legitimada no art. 159 do CCB.A legislação brasileira entende por dano é o prejuízo causado a outrem. "Dano é todo mal ou ofensa que tenha uma pessoa causado a outrem, da qual possa resultar uma deterioração ou destruição à coisa dele ou em prejuízo a seu patrimônio."

No que se refere a existência do dano, são requisitos: Destruição ou diminuição de um bem jurídico, moral ou patrimonial pertencente a

pessoa: todo dano é tem que haver um pressuposto lesado. O dano acarreta lesão nos interesses de outrem, sejam eles econômicos ou não. Não há dano sem lesado, pois só pode reclamar indenização do dano aquele que sofreu a lesão. Neste item subdivide-se em vítima direta (quando quem sofre o dano é a própria pessoa) ou indireta (quando o dano foi causado a família ou terceiros).

Causalidade: Deverá haver uma relação entre a falta e o prejuízo causado. Aqui o dano também poderá se direto (oriundo da ação, como conseqüência imediata, ou se for resultante de ato lesivo. Há uma relação imediata entre a causa destacada pelo direito e da perda sofrida pela pessoa) ou indireta (perda sofrida pelo lesado, representando uma repercussão ou efeito da causa noutros bens não os diretamente atingidos pelo fato lesivo. Trata-se do dano por mero reflexo).

Legitimidade: Para que a vítima possa pleitear a reparação, precisará ser titular do direito atingido.

Subsistência do dano no momento da reclamação do lesado: O prejuízo é insubsistente se o dano já foi reparado pelo responsável, porém se o foi pela vítima, a lesão subsiste pelo quantum da reparação.

Efetividade ou certeza do dano: A lesão não poderá se conjetural ou hipotética. O dano dever ser efetivo e real, sendo necessária sua demonstração e evidência em face dos acontecimentos e sua repercussão sobre a pessoa, ou patrimônio. Aqui se ressalva os casos de dano presumido.

Ausência de causas excluentes de responsabilidade: Que o dano não recaia em questões excluentes da responsabilidade (condições já apresentadas).

Voltando ao tema principal, o art. 12 do CDC , em seus parágrafos, conceitua o que vem a ser um produto defeituoso. Segundo o CDC, o produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais sua apresentação, o uso e os riscos que razoavelmente desse se esperam, a época em que foi colocado em circulação. Porém, não é de qualquer insegurança que o tornar defeituoso. Os defeitos previsíveis e normais encontram-se abrangidos na expectativa do consumidor. Os produtos que excedem esta abrangência e podem provocar um acidente de consumo é que são considerados defeituosos.

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A autora Maria Donato trabalha com a idéia que considerada a insegurança do produto teria três espécies de defeitos de caracterização: os defeitos decorrentes da falta de informação ou instrução adequada sobre os riscos oferecidos por certo produto; os defeitos pré vindos da concepção técnica do produto e que afetam toda a série de produção; e os defeitos oriundos da fase de fabricação e que atingem apenas exemplares de determinada série.

O autor Arthur Marques da Silva Filho, doutrina sobre o assunto: "A ação de colocar um produto no mercado exige do fabricante ou de outras pessoas equiparadas o dever de diligência para que o produto ofereça segurança. Daí, por conseqüência, o derivado dever de informação. Esta deverá ser a mais adequada e suficiente possível, para permitir que o produto, sendo utilizado segundo as suas intrusões, não perca a segurança, e, pois, não cause riscos ao consumidor."Mas nem sempre o fato do produto ser defeituoso acarreta em indenização; é necessário comprovar a responsabilidade civil objetiva do fornecedor em seus requisitos. Esta comprovação é feita pela consumidor, mas poderá ter seu ônus invertido - segundo o art. 6°, VIII, do CDC.

O parágrafo 2° deste mesmo artigo, ressalta que produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. Em exemplo ilustratório: Dorothea compra um batom e após pagar, passa no balcão e descobre outro batom, de outra marca, pelo mesmo preço, que tem duração de 24 horas. O fato de batom comprado não estar em conta, não se encaixa neste artigo.

Leva-se em conta nesta exceção do produto defeituoso, que no mundo de hoje, a tecnologia avança rapidamente. Em fase disto, a legislação considera que não é pelo fato que um produto ser ultrapassado, que ele seja defeituoso.O artigo 12 do CDC, em ser 3° parágrafo, exclui a responsabilidade do fabricante, o construtor, o produtor ou importador quando: não colocou o produto no mercado; quando, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito seja inexiste, e quando a culpa se torna exclusiva do consumidor ou de terceiro.Aqui, as causas excluentes do dever de indenizar são expressas em numerus clausus. Observa-se que o caso fortuito ou a força maior não são causas excluentes.

Assim como descreve o artigo 12 do CDC sobre a independência da existência da culpa por parte do fornecedor, também o artigo 13, deste mesmo código, abrange para o comerciante a mesma responsabilidade.Obviamente, isto se o comerciante não puderem ser identificada o fabricante, o construtor, o produtor ou importador. Se o comerciante poder a vir identifica-los, terá direito de regresso contra eles, sendo que cada um responde proporcionalmente pela sua parcela de responsabilidade. Assim, legaliza o parágrafo único deste mesmo artigo, dizendo que aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. Neste item, observa-se o artigo 88 do CDC.

Inclui-se como responsabilidade do comerciante se o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador e o mesmo (comerciante) não conservar adequadamente os produtos perecíveis.Constatamos que, como vimos, a responsabilidade civil exercida pelo comerciante também é objetiva.

"A responsabilidade do comerciante não é conjunta à dos responsáveis pela introdução de um produto no mercado, mas subsidiária. Prevê o Código a responsabilidade do comerciante quando não se tem mais a origem do produto, ou quando se torna difícil ou impossível (ou inócuo) acionar o fabricante.

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Caso não houvesse essa responsabilidade subsidiária do comerciante, estaria aberto o caminho à irresponsabilidade. Não é este, sem sombra de dúvida, o desiderato da lei. Ao contrário, buscaram-se todos os meios juridicamente possíveis para que a responsabilidade seja efetiva."

O artigo 14 do CDC trabalha com a responsabilidade civil dos fornecedores de serviços. Também incluídos em responsabilidade objetiva, respondem pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Antes de prosseguirmos, torna-se importante conceituar o que o CDC considera serviço.

Conceituado em seu artigo 3°, § 2°, identifica serviço como qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária financeira, de crédito de secundária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Assim, a lei consumista, aplica-se exclusivamente, aos prestadores de serviços autônomos, sejam naturais ou jurídicas.

Um exemplo ilustratório, é do dentista que faz uma dentadura. Se logo após entregue, ela apresentar problemas, não pode o dentista exonera-se da responsabilidade, a jogando por cima do fornecedor. Cabe a ele orientar o consumidor quanto aos riscos decorrentes de sua fruição.

Obviamente a responsabilidade do fornecedor, sendo objetiva, dará ao dentista direito de regresso, sendo que este terá que provar que não teve culpa, conforme diz o artigo 14, §4°,a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação da culpa. Observamos que aqui existe a adoção da responsabilidade civil subjetiva.

Encontra-se no §3° as razões pelo qual o fornecedor de serviços só não será responsabilizado, ou seja, quando, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste ou quando for provado a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, existe exclusão da responsabilidade. O ônus da prova é do fornecedor, quando faz alegação deste parágrafo - enquadra-se no art. 333 do CPC + o art. 6° ,VIII do CDC.Observa-se que os serviços prestados gratuitamente não são abrangidos pelo CDC. Isto porque o código exige o recebimento de pagamento, para que possa pedir indenização.

O §1° do art. 14 do CDC conceitua quando o serviço é defeituoso, ele é considerado assim quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, leva-se em conta as circunstâncias: o modo de ser fornecimento; o resultado e os riscos que razoavelmente pela adoção de novas técnicas; e a época em que foi fornecido.

Para finalizar é importante dizer que segundo o §2°, deste mesmo artigo, o serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. Em exemplo ilustrativo, o fato de eu comprar um aparelho odontólogico móvel comum, e após feito descobrir que existe outro que produz o mesmo resultado, mas deixa gosto de determinada fruta na boca, não torna o aparelho defeituoso, apenas ultrapassado.

O artigo 17 do CDC mostra a abrangência de quem é considerado consumidor, para efeitos da aplicação deste assunto.

Assim, equipara a consumidor, terceiros vitimas pelo evento danoso.Com este artigo todos os lesionados tem legitimidade para ajuizarem a ação. Esta legitimidade se justifica pelo fato que existe um nexo causal direito entre o fato danoso e a vítima. havendo outras vítimas, nas quais vão se refletir os prejuízos mas de forma indireta.

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Na doutrina de Orlando Gomes encontramos o assunto: "Nem todo as pessoas prejudicadas pelo ato ilícito fazem jus à indenização. è preciso esclarecer o sentido da palavra vítima, para determinar, com segurança, quem adquire a condição de credor na obrigação de reparar. Considera-se vítima, em princípio, a pessoa diretamente prejudicada pelo ato ilícito, conforme o princípio da causalidade imediata.

O direito de reclamar a indenização não nasce para os que sofreram prejuízo indiretamente ou de modo reflexo. Aqueles a quem o ato ilícito prejudica por esses modos não se investem, pois, na pretensão de indenização."Assim concluímos que, para a doutrina majoritária, o código, para efeitos de reparação de danos por fato do produto e do serviço, equipara a consumidor todas as vítimas do evento.

LEI N° 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I - Dos Direitos do Consumidor

CAPÍTULO I - Disposições Gerais

Art. 1° O presente Código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

CAPÍTULO II - Da Política Nacional de Relações de Consumo

Art. 4° A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a

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proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:

a) por iniciativa direta;

b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;

c) pela presença do Estado no mercado de consumo;

d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho;

III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;

IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;

V - incentivo à criação, pelos fornecedores, de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;

VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;

VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;

VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:

I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita, para o consumidor carente;

II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;

III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;

IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;

V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.

§ 1° (Vetado).

§ 2º (Vetado).

CAPÍTULO III - Dos Direitos Básicos do Consumidor

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

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II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

IX - (Vetado);

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Art. 7° Os direitos previstos neste Código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.

Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IV - Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção

e da Reparação dos Danos

Seção I - Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.

Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devem acompanhar o produto.

Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.

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Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.

§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.

§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.

§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.

Art. 11. (Vetado).

Seção II - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - sua apresentação;

II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi colocado em circulação.

§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.

§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:

I - que não colocou o produto no mercado;

II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;

III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;

III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.

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Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.

Art. 15. (Vetado).

Art. 16. (Vetado).

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.

Seção III - Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.

§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie,

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marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.

§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.

§ 6° São impróprios ao uso e consumo:

I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;

II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;

III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.

Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, da rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - o abatimento proporcional do preço;

II - a complementação do peso ou medida;

III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;

IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.

§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.

§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.

§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam às normas regulamentares de prestabilidade.

Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto, considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.

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Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste Código.

Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.

Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.

Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.

§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.

§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.

Seção IV - Da Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos não-duráveis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos duráveis.

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.

§ 2° Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;

II - (Vetado).

III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

Parágrafo único. (Vetado).

Seção V - Da Desconsideração da Personalidade Jurídica

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Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

§ 1° (Vetado).

§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste Código.

§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste Código.

§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.

§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

CAPÍTULO V - Das Práticas Comerciais

Seção I - Das Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

Seção II - Da Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação, com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.

Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.

Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.

Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.

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Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.

Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;

II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;

III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Seção III - Da Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.

Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir ao erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

§ 2° É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

§ 3° Para os efeitos deste Código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.

§ 4° (Vetado).

Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.

Seção IV - Das Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;

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III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;

VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Conmetro;

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;

X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;

XI - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido;

XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;

Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.

Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.

§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.

§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.

§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.

Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de, não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir, à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Seção V - Da Cobrança de Dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

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Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Seção VI - Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.

§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos.

§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.

§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.

§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.

§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado.

§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste Código.

Art. 45. (Vetado).

CAPÍTULO VI -Da Proteção Contratual

Seção I - Disposições Gerais

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.

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Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.

Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.

Seção II - Das Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste Código;

III - transfiram responsabilidades a terceiros;

IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

V - (Vetado);

VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;

VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;

VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;

IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;

X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;

XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;

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XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;

XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;

XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;

XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;

XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.

§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:

I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;

II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.

§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

§ 3° (Vetado).

§ 4° É facultado, a qualquer consumidor ou entidade que o represente, requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste Código, ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.

Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:

I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;

II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;

III - acréscimos legalmente previstos;

IV - número e periodicidade das prestações;

V - soma total a pagar, com e sem financiamento.

§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.

§ 2º É assegurada ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.

§ 3º (Vetado).

Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.

§ 1° (Vetado).

§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.

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§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional.

Seção III - Dos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.

§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.

§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.

§ 3° Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.

§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.

§ 5° (Vetado).

CAPÍTULO VII - Das Sanções Administrativas

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.

§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem necessárias.

§ 2° (Vetado).

§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.

§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial.

Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

I - multa;

II - apreensão do produto;

III - inutilização do produto;

IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;

V - proibição de fabricação do produto;

VI - suspensão de fornecimento de produto ou serviço;

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VII - suspensão temporária de atividade;

VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;

IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;

X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;

XI - intervenção administrativa;

XII - imposição de contrapropaganda.

Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.

Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos

Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), ou índice equivalente que venha substituí-lo.

Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.

Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste Código e na legislação de consumo.

§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.

§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.

§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.

Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.

§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma forma, freqüência e dimensão e, preferencialmente, no mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.

§ 2° (Vetado).

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§ 3° (Vetado).

TÍTULO II - Das Infrações Penais

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste Código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.

Art. 62. (Vetado).

Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.

§ 2° Se o crime é culposo:

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.

Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.

Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.

§ 2º Se o crime é culposo;

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:

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Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 70. Empregar, na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:

Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.

Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;

Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste Código, incide nas penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.

Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste Código:

I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;

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II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;

III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;

IV - quando cometidos:

a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente superior à da vítima;

b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;

V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais .

Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal.

Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:

I - a interdição temporária de direitos;

II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;

III - a prestação de serviços à comunidade.

Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este Código, será fixado pelo juiz ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.

Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:

a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;

b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.

Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste Código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

TÍTULO III - Da Defesa do Consumidor em Juízo

CAPÍTULO I - Disposições Gerais

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente ou a título coletivo.

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

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I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;

II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.

Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:

I - o Ministério Público;

II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;

III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código;

IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código, dispensada a autorização assemblear.

§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 2° (Vetado).

§ 3° (Vetado).

Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.

§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do Código de Processo Civil).

§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.

§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas

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e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.

Art. 85. (Vetado).

Art. 86. (Vetado).

Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este Código não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas processuais.

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.

Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste Código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.

Art. 89. (Vetado).

Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste Título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.

CAPÍTULO II - Das Ações Coletivas para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.

Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:

I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;

II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.

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Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.

Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.

Art. 96. (Vetado).

Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiverem sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.

§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.

§ 2° É competente para a execução o juízo:

I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;

II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.

Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985, e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.

Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.

Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.

Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.

CAPÍTULO III - Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:

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I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;

II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.

Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste Código poderão propor ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação, distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.

§ 1° (Vetado).

§ 2° (Vetado).

CAPÍTULO IV - Da Coisa Julgada

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este Código, a sentença fará coisa julgada:

I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;

II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;

III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.

§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.

§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervido no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.

§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste Código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.

§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.

Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

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TÍTULO IV - Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor - SNDC, os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.

Art. 106. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, da Secretaria de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:

I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção ao consumidor;

II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de direito público ou privado;

III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias;

IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de comunicação;

V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;

VI - representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;

VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;

VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens e serviços;

IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a formação de entidades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;

X - (Vetado).

XI - (Vetado).

XII - (Vetado).

XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.

Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-científica.

TÍTULO V - Da Convenção Coletiva de Consumo

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo.

§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de títulos e documentos.

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§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.

Art. 108. (Vetado).

TÍTULO VI - Disposições Finais

Art. 109. (Vetado).

Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:

"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo."

Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:

"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo."

Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:

"§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa."

Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:

"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.

§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial."

Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados."

Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte redação:

"Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a danos."

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Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°7.347, de 24 de julho de 1985:

"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais."

Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes:

"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da Lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor."

Art. 118. Este Código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua publicação.

Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.

FERNANDO COLLOR

Bernardo Cabral

Zélia M. Cardoso de Mello

Ozires Silva

Henrique Hargreaves

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Secretaria de Direito Econômico

Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor

Brasília 1998

CARGOS PÚBLICOS

Na organização do serviço público a Administração cria cargos e funções, institui classes e carreiras, faz provimentos e lotações, estabelece vencimentos e vantagens e delimita os deveres e direitos de seus servidores.

Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei. Função é a atribuição ou o conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços eventuais.

Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As funções do cargo são definitivas; as funções autônomas são, por índole, provisórias, dada a transitoriedade do serviço que visam a atender. Daí por que as funções permanentes da Administração devem ser desempenhadas pelos titulares de cargos, e as transitórias, por servidores designados, admitidos ou contratados precariamente. Os servidores podem estabilizar-se nos cargos, mas não nas funções. Não obstante a validade deste princípio, muitas leis

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vinham dando estabilidade a servidores exercentes de funções, que, por natureza, são transitórias.

Para liquidar de vez com essa aberração administrativa foi que o constituinte, desde 1967, passou a vincular a estabilidade à prévia aprovação em concurso público, requisito essencial para o preenchimento dos cargos de provimento efetivo.

DIFERENÇA ENTRE CARGO PÚBLICO E FUNÇÃO PÚBLICA

Todo cargo público, só pode ser criado por lei. Essa é uma exigência da Constituição (art. 37,I).

Não há como se confundir cargo com função pública. A idéia de função pública está relacionada com atividade, atribuição. Cargo, por sua vez, no seu sentido etimológico, pode ser traduzido como incumbência.

Sob o aspecto material representa o lugar onde o servidor desempenha sua atividade específica.

Cargo público é portanto,

o lugar instituído na organização do funcionalismo, com denominação própria, atribuições específicas, e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por seu titular, na forma estabelecida em lei. Ex.: Auditor Fiscal do Tesouro Nacional (AFTN), Técnico do Tesouro Nacional (TTN), Fiscal de Mercadorias em Trânsito, Agente Administrativo, Procurador do Estado, etc.

Função pública é

a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional ou individualmente a determinados servidores de serviços eventuais.

Os cargos são distribuídos em classes (agrupamento de cargos da mesma profissão e com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos) e carreira (agrupamento de classes da mesma profissão ou atividade, escalonadas segundo a hierarquia do serviço). O conjunto de carreiras e cargos isolados constitui o quadro permanente do serviço dos diversos órgãos da Administração.

Assim, cargo de carreira é escalonado em classes, para acesso privativo de seus titulares, até a mais alta hierarquia profissional. Já o cargo de chefia é o que se destina à direção dos serviços.

Um quadro administrativo, portanto é composto de cargos de carreira e cargos isolados, considerados aqueles como de caráter dinâmico que possibilitam ascensão do funcionário na escala hierárquica. Contrario sensu os cargos isolados não oferecem condições de promoção.

O magistério superior, por exemplo, é uma carreira, porque resulta do agrupamento das classes seguintes: professores assistentes, adjuntos e titulares.

DIREITO DO TITULAR DO CARGO PÚBLICO

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Entre os direitos do titular do cargo público está o da estabilidade, mas esta restringe-se ao exercício, às prerrogativas da função, pois o cargo não é apropriável pelo servidor.

A administração, por isto mesmo, pode alterar os cargos públicos ou os serviços, independentemente da aquiescência de seu titular, visto que este não tem direito adquirido à imutabilidade de suas atribuições. Hely Meirelles doutrina:

O funcionário tem direito adquirido à permanência no funcionalismo, mas nunca adquirirá direito ao exercício da mesma função, no mesmo lugar e nas mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem uma exceção constitucional à regra estatutária.

Segue dizendo o mestre:

Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, o seu titular terá direito ao exercício nas condições estabelecidas pelo Estatuto, mas se se modificar a estrutura, as atribuições, os requisitos para o seu desempenho, lícita é a exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a transferência de seu ocupante, para que outro o desempenhe na forma da lei. O que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por ato do Executivo, sem lei que o autorize.

Temos, a título de exemplo, na carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional uma mudança de nomenclatura de cargos e atribuições, onde os cargos de Fiscais de Tributos Federais e Controladores de Arrecadação, foram extintos em 1985 e transformados no atual AFTN, consoante Decreto-lei n° 2.225/85, sem que isto tenha causado qualquer furor nos tribunais.

Provimento e Vacância

Provimento é o ato pelo qual o servidor é designado para o cargo (Maria Sylvia se refere também aos empregos ou funções públicas). Pode ser originário ou derivado.

Provimento originário é o que vincula inicialmente o servidor ao cargo, no caso a nomeação. Portanto, diz-se que o concurso é o procedimento seletivo pelo qual se realiza o provimento de certos cargos públicos efetivos.

O provimento de cargos públicos comissionados, independe de procedimento seletivo, vez que o cargo pode ser preenchido por quem o administrador desejar, servidor público ou pessoa estranha ao funcionalismo.

O provimento derivado depende de um vínculo anterior com a Administração. É o preenchimento de cargo público por quem já é membro do funcionalismo. Compreendia antigamente a ascensão, a transferência, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, a reintegração e a recondução.

A ascensão era o ato pelo qual o servidor passava de um cargo para outro, de conteúdo diverso (normalmente de nível médio a superior) e a transferência, a passagem do servidor de um cargo para outro, integrante de outro quadro. Não se confunde com a redistribuição, onde o servidor "leva seu cargo" para outro quadro.

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São inconstitucionais, ao violarem a regra do concurso público.

Nomeação

O Provimento originário de um cargo público é feito pela nomeação de seu titular. Nomeação é o ato administrativo mediante o qual se atribui determinado cargo a pessoa geralmente estranha aos quadros do funcionalismo.

Estágio Experimental ou Probatório

É o período, de vinte e quatro meses, durante o qual o admitido nos quadros do funcionalismo mediante concurso, ou seja em caráter efetivo, fica em observação a fim de que a Administração verifique se o servidor preenche os requisitos necessários ao eficiente exercício do cargo público. Caso tal fato não ocorra, isto é, caso o servidor seja considerado inapto para o cargo, ele será exonerado (exoneração não é punição), ou se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.

Estabilidade

A estabilidade do funcionário nomeado por concurso se verifica aos dois anos de efetivo exercício e somente poderão der demitidos, observado o seguinte:

a) os vitalícios (Juizes, Promotores), mediante sentença do Poder Judiciário;

b) os efetivos, mediante processo disciplinar onde se assegure o contraditório e ampla defesa ou através de sentença judicial

c) os comissionados, quando cessa a comissão, decorrente da vontade do poder que o nomeou

d) os celetistas, em qualquer ocasião, mediante as indenizações de lei.

O prazo para aquisição de estabilidade foi ampliado para três anos e duas novas hipóteses de perda do cargo foram criadas: a insuficiência de desempenho, mediante processo administrativo de avaliação, regulado por lei complementar e o descumprimento ao limite de despesa com pessoal, estabelecido em lei complementar (atualmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal - 50% na União, 60% nos demais entes, fixados subtetos para cada Poder).

A Constituição Federal veda a estabilidade de Funcionário que não tenha sido admitido em Concurso Público, independentemente do tempo de exercício. Faz-se necessário lembrar que tal regra tem apenas uma exceção: são estáveis independentemente de concurso público aqueles servidores que tivessem mais de 5 anos de efetivo exercício na data da promulgação da CF/88.

O servidor estável, posto em disponibilidade, em face da E.C. n. 19/98, agora faz jus à remuneração proporcional ao tempo de serviço, não tendo mais direito à remuneração integral.

Posse

Ato solene pelo qual a pessoa nomeada pela Administração Pública, para o provimento de determinado cargo público, declara aceitar-lhe as atribuições. Tal solenidade pode

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inclusive dar-se por procuração, não caracterizando início do exercício das atribuições do cargo, mas mero termo de declaração.

Tal instituto não se confunde, com a nomeação, que é um ato unilateral da Administração, enquanto que a posse é ato unilateral do nomeado aceitando sua nova condição.

A nomeação para cargo público efetivo e, a seguir, a posse são requisitos necessários para a investidura no mesmo.

Exercício

É a prática pelo funcionário dos atos relativos ao cargo público para o qual foi nomeado. É o efetivo trabalho. O exercício das funções inerentes ao cargo público completa a investidura do funcionário nesse cargo.

A promoção é o provimento derivado vertical, através do qual o servidor alcança um cargo de nível mais alto na sua carreira.

A readaptação não implica ascensão ou rebaixamento do servidor, mas a designação do servidor para outro cargo mais compatível com uma superveniente limitação de sua capacidade laborativa.

A reversão é o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público, quando cessada a incapacidade que gerou aposentadoria por invalidez ou quando anulado o ato de aposentação.

O aproveitamento é o reingresso de servidor estável, que estava em disponibilidade, no mesmo cargo ou em cargo equivalente.

A reintegração é o reingresso de servidor ilegalmente desligado de seu cargo.

A recondução é a volta do servidor estável ao seu cargo, em virtude de inabilitação no estágio probatório para outro cargo ou em virtude da reintegração de servidor no cargo que, naquele momento, estava ocupando.

Vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo. Decorre da exoneração (a pedido ou de ofício, nos casos de cargo em comissão ou inabilitação em estágio probatório), demissão (sanção administrativa), provimento derivado (promoção, readaptação etc.) ou posse em cargo inacumulável.

Portanto, é a condição do cargo público sem titular. A vacância pode ser originária, quando o cargo público vago nunca foi provido ou derivada, quando a vaga surgiu por motivos acima expostos.

DA ACUMULAÇÃO

A Emenda Constitucional n. 19/98 veio a ratificar o entendimento do STF no tocante à acumulação de cargos, empregos e funções públicas. Além das hipóteses previstas expressamente na CF (dois cargos de médico, dois cargos de professor ou um de professor e outro técnico ou científico; bem como o cargo público e o mandato de vereador), o STF admitia a acumulação na inatividade, quando permitida na atividade.

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Assim, por exemplo, o aposentado poderia continuar exercendo cargo em comissão ou assumir cargo eletivo.

Por outro lado, a vedação à acumulação irregular de cargos, empregos e funções públicas estendeu-se para abranger, além da Administração Direta e Indireta, as sociedade controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público.

Contudo, a Emenda Constitucional n. 20 (art. 11) permitiu aos servidores que acumulavam ilegalmente cargos, empregos ou funções na data de sua publicação permanecer recebendo ambas as remunerações, sem, contudo, ter direito a uma segunda aposentadoria e respeitado o teto máximo de vencimentos.

Antes disso, o ADCT já havia permitido aos profissionais da área de saúde que estivessem acumulando ilegalmente cargos, empregos ou funções públicas permanecer no exercício desses vínculos.

Deveres do Servidor Público

Os direitos do servidor público estão consagrados, em grande parte, na Constituição Federal (arts. 37 a 42); não há impedimento, no entanto, para que outros direitos sejam outorgados pelas Constituições Estaduais ou mesmo nas leis ordinárias dos Estados e municípios.

Os direitos e deveres do servidor público estatutário constam do Estatuto do Servidor que cada unidade da Federação tem competência para estabelecer, ou da CLT, se o regime celetista for o escolhido para reger as relações de emprego. Em qualquer hipótese, deverão ser observadas as normas da Constituição Federal.

Os estatutos promulgados antes da atual Constituição consignam direitos e deveres do funcionário. Do mesmo modo o faz a Lei nº 8.112/90.

A Lei n. 8.112/91 traz no art. 116 uma lista de deveres e, no art. 117, uma lista maior ainda de proibições.

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargoZelo e dedicação no exato sentido de aplicação ao serviço. São cuidados que se equivalem e, juntos, reforçam a qualidade que se espera da ação pública, contrapondo-se à negligência e ao desleixo ou desídia. Comportamento derivado do dever de eficiência que impõe a todo servidor público realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional.

II - ser leal às instituições a que servirLealdade implica sinceridade, fidelidade. Trata-se de sentimento devido às instituições e não aos dirigentes. Cuida-se da obediência às normas legais que regem as instituições a que o servidor se vincula. A lealdade às instituições exige também e, por via de conseqüência, estrita identificação para com o serviço público, fiel observância às relações de hierarquia, subordinação e respeito ao regime instituído pela Constituição.

III - observar as normas legais e regulamentaresA regra consagra o princípio da legalidade, já que a eficácia de toda atividade jurídica está condicionada ao atendimento da lei. Este comando exige que o servidor esteja permanentemente atualizado e familiarizado com o complexo legislativo regulamentador dos serviços que lhe são afetos, para que possa bem atender a sua finalidade pública. Nesta regra se inclui o dever de obediência às normas e aos seus princípios gerais, como

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o de eficiência, eficácia, probidade, moralidade, prestação de contas, legalidade, publicidade e impessoalidade.

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegaisConstitui infração disciplinar a desobediência às ordens superiores. Trata-se, aqui, do respeito ao princípio hierárquico, comportamento indispensável ao bom e correto funcionamento da máquina administrativa. Cuida-se, também, do dever de obediência, de respeito e de acatamento às ordens superiores que se referem à disciplina dos serviços, dos expedientes baseadas, sempre, no exato cumprimento da lei, dos regulamentos e das normas.A exceção quanto ao cumprimento de ordem emanada de superior hierárquico, diz respeito à ilegalidade das ordens, na medida em que o servidor público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e do bem comum, não podendo deles se afastar ou desviar, sob pena de invalidade do ato que praticar, expondo-se à responsabilidade administrativa, civil e criminal, conforme o caso. É de suma importância, no entanto, examinar se a ordem é indiscutivelmente ilegal, vez que o entendimento do que seja legal e ilegal tende a variar segundo as condições pessoais, profissionais e culturais de cada servidor.

V - atender com presteza:a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas pelo sigilo:b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal:c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.A lei determina presteza no atendimento do pedido ou da requisição que, se não for imediato, deverá ocorrer na primeira oportunidade. No entanto, a Lei 9784/99 que regula os Processos Administrativos de modo geral, estabelece vários prazos, em situações diversas que deverão ser observados.Quer o dispositivo evitar, assim, os atos de desrespeito ao ser humano, decorrentes da procrastinação ou da negativa de informação de que necessita o usuário, como de resto, a humilhação, o dano moral, a disfunção social.Na terceira hipótese , a gravidade é ainda maior porque está em jogo o interesse do erário, inafastável e indisponível por versar direito coletivo defendido pelo Estado.

VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargoA norma impõe ao servidor a obrigação de noticiar, ao superior hierárquico, irregularidades de que tiver conhecimento, em razão do cargo que ocupa. A norma não estimula, assim, regime de delação e nem propõe interferência abusiva e indevida em serviços que não são os do servidor. Portanto, esse dever encontra limites no seu abusivo exercício. O desrespeito a esse dever, entretanto, pode configurar condescendência criminosa de que cuida o Código Penal, Art. 320.

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio públicoEvidencia-se a atenção básica e o cuidado elementar que deve haver para com o bem da coletividade, colocado à disposição do servidor, com o fim exclusivo e necessário à execução das tarefas públicas.A norma, portanto, veda o desperdício, o estrago, o uso negligente e indevido, devendo o servidor evitar gastos inúteis, preservar o patrimônio público e agir com parcimônia no trato do material posto a sua disposição para a execução do serviço público. Trata-se de decorrência natural do indeclinável dever de prestar contas, resultantes do encargo de gestão administrativa de bens e interesses alheios.

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição

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A regra impõe a discrição funcional, ou seja, os fatos passados no âmbito da administração não devem ser divulgados, antes de sua publicação oficial. Assim, é dever do servidor manter reserva sobre fatos sabidos em razão de sua condição funcional, sejam eles relacionados com o interesse público ou particular. Por sigilo devemos entender como sendo a modalidade de segredo profissional, isto é, de silêncio obrigatório pertinentes a fatos ou circunstâncias sabidos em razão exclusiva da atuação profissional do servidor, cuja revelação possa vir a acarretar dano moral ou material ao serviço ou a terceiros. Todavia, deverá ser mantida a transparência em relação aos assuntos da repartição, que não tenham o caráter de reservado, sigiloso ou confidencial.

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativaO desempenho da função pública deve ser, por princípio, inarredável, confiável e respeitoso, por isso que exigido do servidor a observância, tanto na vida pública como na vida privada, das regras de boa conduta, como as de educação, tratamento cortês e conveniente apresentação.

X - ser assíduo e pontual ao serviçoOs serviços públicos devem ser desempenhados com regularidade, continuidade e ininterruptamente, no local e horário designados. Daí a obrigação de o servidor se fazer presente no local de trabalho, com regularidade e exatidão, observando o horário estabelecido para o funcionamento da repartição.A pontualidade refere-se ao cumprimento do horário e a assiduidade ao comparecimento regular durante todo o expediente.

XI - tratar com urbanidade as pessoasO objetivo é manter o melhor nível de relacionamento resultante da convivência diária do servidor, com os seus colegas e o público a que serve.A urbanidade compreende tratamento cortês, afável e respeitoso, e nela se compreende, ainda, as iniciativas de cooperação e solidariedade, na medida em que o servidor trabalha para a coletividade.O trato pessoal rude traduz defeito de educação doméstica, divergindo da falta de urbanidade porque esta é reveladora da intenção de menosprezar e ofender a terceiros, com palavras ou gestos.Dentre as diversas formas que contrariam o dever funcional de urbanidade, assumem gravidade as atitudes adotadas pelo servidor público que impliquem discriminação ou estabeleçam diferenças ou preferências em razão de cor, raça, sexo, convicção política, filosófica, religiosa ou de estado civil, atentatórias aos direitos e liberdades fundamentais, constitucionalmente previstas e que, também, guardam conotações penais.O revide verbal e imediato, como reação do servidor ofendido ou injuriado, não deve implicar a falta de urbanidade pois, neste caso, a falta terá sido praticada por quem tomou a iniciativa das ofensas pessoais.

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poderA regra torna obrigatória a comunicação de irregularidades verificadas no serviço público, para impor o dever específico de preservar a administração contra os danosos e nefastos efeitos da ilegalidade e mau uso do poder, via representação. O poder não pode ser instrumento de satisfação de interesses particularistas, exigindo de quem o detém comportamento equilibrado, nos limites da lei.O discricionarismo da administração não vai ao ponto de encobrir arbitrariedades, capricho, má-fé ou imoralidade administrativa.O parágrafo único estabelece que a representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

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No tocante aos deveres, Celso Antônio Bandeira de Mello os resume do seguinte modo:

a) em relação à legalidade (observar as normas legais e regulamentares, manter conduta compatível com a moralidade administrativa, levar ao conhecimento do superior irregularidades de que tenha ciência, representar contra ilegalidades, omissões ou abuso de poder, cumprir ordens do superior, salvo quando manifestamente ilegais);

b) em relação ao serviço público especificamente (ser leal com as instituições a que serve, exercer com zelo e dedicação suas atribuições, ser assíduo e pontual, zelar pela economia do material, guardar sigilo sobre assunto da repartição); e

c) em relação ao público (atendê-lo com presteza e urbanidade).

Direitos e Vantagens do Servidor

De ordem pecuniária, são o subsídio ou o vencimento, mais as vantagens pecuniárias (gratificações, adicionais e indenizações).

As gratificações, pela Lei n. 8.112/91, incluem as parcelas decorrentes do exercício de função comissionada, cargo em comissão ou de natureza especial, bem como a gratificação natalina (décimo terceiro salário). Leis esparsas criam outras gratificações, em prol de determinadas categorias.

Os adicionais podem ser de vários tipos e constam de várias leis esparsas, normalmente relacionados ao local ou à natureza do trabalho. A Constituição, nos direitos sociais, refere-se expressamente ao decorrente de atividades insalubres, penosas ou perigosas, de serviço extraordinário, por trabalho noturno e ao adicional devido nas férias.

As indenizações decorrem de despesas realizadas pelo servidor em razão do serviço. São a ajuda de custo (em caso de mudança permanente, para trabalhar em outra sede), as diárias (gastos com deslocamento transitório e eventual) e a indenização de transporte (quando o servidor utiliza veículo próprio para realizar atividades externas).

Há também os benefícios de natureza previdenciária, devidos ao servidor e aos seus dependentes. A aposentadoria já foi mencionada alhures. Incluem também: o auxílio-natalidade, o auxílio-funeral, o salário-família e o auxílio-reclusão (atualmente, estes dois apenas são devidos aos servidores de baixa renda).

Em termos de benefícios previdenciários, há também a pensão, que pode ser temporária ou vitalícia.

A pensão temporária é devida aos filhos ou enteados (até 21 anos ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez) e aos menores sob guarda (até 21 anos).

À inexistência desses dependentes, ou seja, subsidiariamente, também são contempláveis o irmão órfão (até 21 anos) ou inválido (enquanto durar a invalidez), bem como a pessoa designada, que vivia às expensas do servidor falecido, até 21 anos ou, se inválida, enquanto durar a invalidez.

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A pensão vitalícia é concedida ao cônjuge sobrevivente e/ou à companheira ou companheiro, que comprove união estável. É devida também à pessoa desquitada, separada ou divorciada, que faça jus à pensão alimentícia.

Caso não haja cônjuge ou companheiro (o fato de haver pessoa separada etc., com direito à pensão, não impede), ou seja, subsidiariamente, são contempláveis os pais e a pessoa designada, maior de sessenta anos ou portadora de deficiência (em ambos os casos precisando provar a dependência econômica em relação ao servidor falecido).

Caso haja pluralidade de dependentes, divide-se o valor da pensão em duas partes: uma para os titulares de pensão vitalícia e outra para os de pensão temporária, subdividindo-se cada parcela "per capita".

Por exemplo: deixando o "de cujus" viúva e dois filhos menores, aquela tem direito à pensão vitalícia (50%) e estes à pensão temporária (50% a ser rateado entre ambos, 25% para cada um). Caso o servidor deixe viúva, companheira e dois filhos, aquelas têm direito à pensão vitalícia (50% a ser rateado entre ambas, 25% para cada) e estes à pensão temporária (50% a ser rateado entre ambos, 25% para cada um).

Direitos de ausência ao serviço

São as férias, as licenças e os afastamentos.

As primeiras férias são adquiridas após um ano de serviço, as demais são adquiridas por exercício (para simplificar o controle da Administração).

O art. 81, do Estatuto, lista sete casos de licenças, existindo mais cinco casos no capítulo referente à seguridade social. São eles:

- doença em pessoa da família (depende de exame médico e impede que, nesse período, o servidor desempenhe qualquer outra atividade remunerada. As alterações na lei excluíram o parente colateral consanguíneo ou afim e incluíram o dependente que viva às expensas do servidor e conste de sua ficha funcional. Também exigiram como requisito a incompatibilidade de horários e reduziu o prazo de remuneração de 90 para 30 dias, prorrogável por mais 30 dias);

- afastamento do cônjuge ou companheiro (sem remuneração. Apenas têm direito à lotação provisória em outro órgão se o cônjuge ou companheiro for servidor público);

- atividade política (também foi diminuída com a reforma, agora vai do registro da candidatura até o décimo dia seguinte ao pleito, anteriormente era até o décimo quinto dia após o pleito. Os vencimentos são mantidos no período máximo de três meses, antes a lei se referia à remuneração, e permitia até quatro meses);

- serviço militar;

- capacitação (entrou no lugar da licença-prêmio por assiduidade. Agora, a cada quinquênio de serviço, o servidor pode se afastar por até três meses, no interesse da Administração, para fazer curso de capacitação. Não é acumulável);

- trato de interesses particulares (esta, como é sem remuneração, foi ampliada: antes ia até dois anos, agora vai até três anos);

- desempenho de mandato classista (foi retirada a remuneração e fixados limites para o número de servidores em licença, a depender do porte da entidade).

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No capítulo referente à seguridade social, há a licença-gestante, a licença-paternidade, a licença-adotante, a licença para tratamento de saúde e a licença por acidente em serviço.

Observe-se que nas licenças em geral, o tempo é contado para todos os efeitos legais. No caso de mandato classista, o tempo não conta para fins de promoção. No caso de licença para atividade política e em face de doença em pessoa da família, o tempo apenas é contado para disponibilidade e aposentadoria. No caso de afastamento do cônjuge ou companheiro, ou trato de interesses particulares, o tempo não é contado para nenhum efeito.

Sob o nome afastamento, a lei menciona apenas três hipóteses: serviço em outro órgão ou entidade, exercício de mandato eletivo e estudo ou missão no exterior.

Há, porém, quatro hipóteses que a lei denominou "concessões": doação de sangue (1 dia), alistamento eleitoral (2 dias), casamento (8 dias) e falecimento de pessoa da família (8 dias).

Por fim, há algumas hipóteses "inominadas": participação em programa de treinamento, participação do tribunal do júri, deslocamento para nova sede, participação em competição desportiva e serviço em organismo internacional do qual o Brasil participe ou com o qual coopere.

Em todas essas hipóteses, o tempo de serviço é contado para todos os fins, salvo no caso de mandato eletivo, quando não se conta para fins de promoção.

DEVERES E PROIBIÇÕES

Os estatutos trazem de maneira diferenciada os deveres e as proibições funcionais. É dever do funcionário atentar para as normas gerais e a de cada órgão público(interno). Se ele não leva em consideração poderá sofrer alguma punição. O dever de lealdade é amplo e deve ser exercido em todos os órgãos.

É dever do funcionário ser obediente as normas, só admite exceção as ordens que forem ilegais ou irregulares. Também constitui dever dos funcionários públicos guardar sigilo sobre documentos que estejam sob sua guarda.

O rol de proibições é bem mais extenso e não há como resumi-lo:

Regime jurídico dos servidores públicos civis da União - Lei. 8.112-1990 Título IV

Do Regime DisciplinarCapítulo II

Das Proibições

Art. 117. Ao servidor é proibido: (redação dada pela MP-002.225-000-2001)

Ao servidor é proibido:I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediatoO dispositivo legal reafirma a importância da permanência do servidor durante todo o desenrolar do expediente. A regra veda a saída abusiva, não autorizada do local de trabalho, mesmo que o servidor retorne antes do término do expediente. No entanto, caso a ausência seja inevitável, o servidor deverá justificá-la perante à chefia imediata que verificará se o motivo apresentado é relevante e justo.

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II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartiçãoO material destinado ao serviço e os documentos da repartição somente poderão ser retirados, temporariamente, sob a responsabilidade do servidor e mediante prévia permissão da autoridade competente, quando no exclusivo interesse e conveniência do serviço público. Assim, apesar de ter o servidor sob sua responsabilidade funcional o material que necessita para a execução de suas atividades, pertence esse material à repartição, para uso exclusivo durante o expediente, sujeito à prestação de contas.Com relação à retirada de documentos a punição se dirige ao servidor que assim o faz para fins escusos, excluído quem, de boa-fé, esteja agindo em colaboração com o serviço.

III - recusar fé a documentos públicosOs documentos públicos, como os atos administrativos em geral, diferem-se dos documentos particulares, por serem dotados de fé pública, presumindo-se, portanto, verdadeiros e legítimos, até prova em contrário. Se o servidor recusar fé estará desrespeitando a lei a que se obrigou a cumprir.

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviçoTrata-se de resistência, recusa imotivada, obstáculo sem justa causa que dificultam ou impedem a prestação do serviço público. Refere-se, pois, às dificuldades propositadamente criadas, como a formulação de exigências incabíveis, em relação ao movimento normal e desejável do expediente.

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartiçãoTrata-se da proibição de manifestações estranhas que, de forma direta ou indireta, possam prejudicar o bom rendimento do serviço público ou ter reflexo negativo na produtividade do trabalho.O servidor público foi admitido e é pago para servir ao público, e a repartição é destinada ao trabalho, devendo nela reinar clima de dedicação exclusiva ao serviço.A proibição destina-se à forma coativa e constrangedora, sob qualquer modalidade de aliciamento, de convite, de apelo sentimental ou financeiro e de catequese de companheiro de trabalho. A proibição, assim, não se refere às manifestações espontâneas contra ou a favor de determinadas situações.Assim, a repartição pública não pode servir de ponto de encontro ou de espaço para reunião política, social ou comercial, assim como para a prática de qualquer atividade estranha aos fins a que se destina, como, por exemplo, atividades lúdicas, de leitura, de palestras e outras incompatíveis com o exercício do cargo ou da função, durante o horário de trabalho.

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinadoOs encargos cometidos ao servidor, em virtude de sua investidura no serviço público, são pessoais, intransferíveis e inerentes ao cargo, de nenhum modo podendo ser cedidos a terceiros, mesmo que sejam parentes ou subordinados, por melhor que sejam as intenções.

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou a partido políticoA regra deriva de dispositivos constitucionais que estabelecem que "Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado" (art. 5º , inciso XX) e "ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato" (art. 8º, inciso V).Coagir significa, no caso, forjar, obrigar o servidor sob ameaça e aliciar implica em constranger o servidor a aderir a partido político, a associar-se a sindicato ou a órgãos de classe contra as suas convicções, com total desrespeito à liberdade de opção.

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civilAs relações de parentesco do servidor com o chefe podem ensejar favorecimentos pessoais em prejuízo da imparcialidade das decisões e interferir, negativamente, na predominância do serviço

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público e na moralidade administrativa. Trata-se de repúdio à formação, no serviço público, de clã, de feudo ou de qualquer forma que implique predomínio ou interferência negativa, de interesse particularista, em detrimento do interesse público.Deve-se atentar que a regra aponta para o parentesco com a chefia imediata, ou seja, aquela que se encontra imediatamente acima do servidor, estando ambos em cargo ou função de confiança.No que tange ao grau de parentesco, além do cônjuge ou companheiro, incluem-se pais, irmãos, avós, filhos e netos.

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função públicaA norma impede o proveito ilícito expresso em privilégios e vantagens, abusando o servidor da situação peculiar de seu cargo ou da função que exerce. É igualmente indigno quando beneficia ou favorece terceiros, em detrimento do interesse público.No caso, é necessária a prova do nexo causal entre o recebimento da vantagem (proveito pessoal ou de terceiros) e a prática ou omissão de ato inerente à função pública.

X - participar de gerência ou administração de empresa privada, sociedade civil, salvo a participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação do capital social, sendo-lhe vedado exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditárioDeve predominar sempre a atividade pública sobre a particular. A atividade empresarial objetiva o lucro, atividade esta conflitante com a exigida pelo interesse público.A atividade gerencial corresponde à de superintender os bens; a administrativa se correlaciona à de supervisionar os serviços. A proibição envolve função de mando, quer em relação aos bens, quer em razão dos serviços comerciais, industriais ou de prestação de serviços.Não podem, assim, os servidores públicos praticar atos de comércio ou atividade empresarial que envolvam sua responsabilidade ilimitada. Por esse motivo há exceção para acionista, cotista e comanditário, porque nessas situações a responsabilidade é limitada, sem função de mando, gerência ou interferência pessoal na gestão da sociedade.Outra exceção é feita pela norma nos casos do servidor participar de conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente participação do capital social.

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiroA regra impede a advocacia, o procuratório, o chamado "tráfico de influências", que se configura quando o servidor público se dispõe a intermediar ou pleitear interesse particular, perante repartição pública. O patrocínio e a intermediação de interesses privados também podem tipificar o crime de advocacia administrativa ou cumular-se com ilícitos afins como os crimes de concussão e corrupção passiva.A exceção prevista na lei refere-se ao tratamento de interesse de parentes, até o segundo grau, de cônjuge ou companheiro, restrita aos benefícios previdenciários ou assistenciais, exatamente porque em grau tão próximo, e em assuntos vinculados aos meios de subsistência, não se fazem presentes interesses subalternos ou puramente monetários.

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuiçõesA lei veda ao servidor o recebimento de qualquer benefício, em razão de suas atribuições públicas, independentemente de insinuação ou exigência. O comportamento também pode tipificar, na esfera penal, as figuras de corrupção passiva e de concussão.Propina: gratificação, gorjeta, vantagem pecuniária, ainda que reduzida.Comissão: interesse pecuniário, quase sempre expresso em percentual sobre os valores da vantagem pleiteada.Presente: dádivas, mimos, de qualquer valor.Vantagens: qualquer espécie de retribuição, envolvendo benefício para o servidor, em razão de suas atribuições.

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XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiroConsidera a lei que aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro é assumir postura incompatível com o serviço público, ante o grau de dependência estabelecido entre o brasileiro que exerce função pública e as autoridades estranhas ao Brasil. A regra vem a impedir que o servidor público assuma compromisso capaz de colocar sua fidelidade ao estado estrangeiro, acima da lealdade devida ao Brasil.

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formasConstitui usura a avidez do lucro, a prática de cobrança de juro exorbitante, excessivo, de ato de extorsão, de negócio especulativo, cometida por agiota.A usura, mesmo que ocorra fora da repartição e dos horários de trabalho compreende ação delituosa e é agravada para fins penais, se cometida por funcionário público.A usura é, também, forma de comércio vedada pelo inciso X do art. 117, aqui em estudo.

XV - proceder de forma desidiosaDesídia é ação contrária à de diligência, de bom desempenho, de zelo que, por sua vez, constituem requisitos justificadores da presença do servidor público, no serviço. É sinônimo de negligência, relaxamento, descaso, falta de cuidado, desleixo, ociosidade habitual, frouxidão, indolência continuada e incúria.Geralmente, a desídia se configura pelo cometimento reiterado de pequenas faltas, das mais variadas formas, violadoras dos deveres e das proibições, que demonstram o desinteresse do servidor em relação à administração, ao serviço, aos colegas, ao interesse público em geral.A desídia quase sempre se caracteriza pela repetição, pela insistência dos erros do servidor, mesmo quando advertido, multado ou suspenso. Porém, pode um só ato gerar a falta, ante a gravidade de sua conseqüência.

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particularesA norma completa a vedação do inciso II, proibitiva da retirada de qualquer documento ou objeto da repartição, reafirmando o princípio de que o material de serviço e os recursos humanos estão disponíveis na repartição, para uso exclusivo nos serviços públicos e não para uso de terceiros ou uso particular do servidor.

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência ou transitóriasAtribuir ao servidor execução de tarefas estranhas ao seu cargo implica em desvio de função, prejudicial não só para a organização dos serviços, como para o exercício regular da autoridade. Constitui, também, forma oblíqua de acesso a outra carreira, independente de concurso público.As exceções têm caráter emergencial e transitório.

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalhoA proibição diz respeito à atividade que prejudica a dedicação exclusiva ao serviço público como, por exemplo, as atividades empresariais, o patrocínio ou a representação de interesses privados, o comércio, além de outros, porque são incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.Não basta que o servidor seja pontual e assíduo, mas que se dedique às tarefas que lhe foram confiadas, as quais devem ser executadas da melhor e mais adequada forma, em respeito ao dever de eficiência.

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitadoO servidor deve manter atualizado seu cadastro junto à repartição, de forma que seja possível ao órgão saber dados fundamentais do servidor como, endereço, situação civil, número de dependentes, escolaridade, etc., elementos estes fundamentais para localização urgente do servidor em caso de notificações, intimações, acidente em serviço e demais eventualidades.

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A atualização deve ser considerada como um dever do servidor perante sua repartição, sendo que a recusa em atualizar tais dados, quando solicitado, constitui em infração disciplinar.

Responsabilidade do Servidor Público

Cabe ao servidor informar ao seu superior hierárquico qualquer irregularidade vinda ao seu conhecimento. Juntam-se o poder disciplinar e o poder hierárquico. Também há a obrigação do superior informar ao seu superior, em caso de incompetência do cargo.

O servidor público responde administrativa, penal e civilmente pelos atos que praticar, existindo autonomia entre as responsabilidades, salvo os casos, por exemplo, em que a sentença penal absolver pela inexistência do fato ou negativa de autoria.

Observe-se que a ação cível para reaver danos causados pelo servidor ao Erário é imprescritível.

Responsabilidade Civil - é decorrente de ação ou omissão que resulte em prejuízo do Poder Público ou de terceiro. Um funcionário público poderá responder civilmente se causar um prejuízo a terceiro ou ao Poder Público na condição de funcionário. Quando ele causa prejuízo a terceiro, este aciona a administração pública que indenizará o terceiro e irá ressarcisse através de uma ação. Poderá haver confisco de bens do funcionário.

Responsabilidade Penal - art. 312 a 327 CP, abrange os crimes e as contravenções penais ao servidor, podendo este ser preso e perder o cargo público.

Responsabilidade Administrativa - é resultante de ação ou omissão praticada pelo servidor no desempenho de cargo ou função pública. A responsabilidade deve ser investigada através de processo administrativo disciplinar e se for o caso aplicar as penalidades administrativa devidas. Este tipo de penalidade cabe à administração pública e as outras ao judiciário.

Obs.: o servidor poderá responder simultaneamente a essas responsabilidades, tanto o de cargo efetivo como o de cargo comissionado.

Sindicância - que pode chegar ao processo administrativo disciplinar.

Do ponto de vista administrativo, o servidor pode ser punido com advertência, suspensão (conversível em multa), demissão, cassação da aposentadoria ou disponibilidade e destituição do cargo em comissão ou função comissionada.

A advertência é aplicada por escrito em faltas de menor gravidade, sendo a suspensão utilizada em casos de reincidência nessas faltas ou nos casos de infração não arroladas como causa de demissão.

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A suspensão pode ser convertida em multa, à base de 50% por dia de vencimento ou remuneração (em vez de não trabalhar e não receber, no período de suspensão, o servidor trabalha e só recebe metade da remuneração pelo dia trabalhado nesse período).

A demissão é aplicada às infrações mais graves, normalmente vinculadas ao procedimento incorreto de verbas públicas e à ausência do serviço (abandono de cargo ou inassiduidade habitual). Não pode ser aplicada por qualquer autoridade, sendo privativa do Presidente da República, dos Presidentes das Casas Legislativas, dos Presidentes dos Tribunais e do Procurador-Geral da República. No Executivo Federal, há a delegação de competência para os Ministros de Estado.

A destituição de cargo em comissão ou função comissionada ocorre nas mesmas hipóteses em que se daria suspensão ou demissão, sendo de competência da autoridade que fez a nomeação.

A cassação de aposentadoria ou disponibilidade é aplicável quando o servidor cometeu falta em atividade, punível com demissão. Apenas pode ser aplicada pelas autoridades que podem demitir.

Prescrição - em cinco anos para as faltas puníveis com demissão ou sanção equivalente, em dois anos para as infrações puníveis com suspensão e em cento e oitenta dias para as puníveis com advertências. Todos os prazos se contam a partir da ciência da infração, não do momento em que efetivamente foram praticadas.

PROCESSO ADMINISTRATIVO E SUA REVISÃO

Processo administrativo disciplinar - está voltado para o comportamento dos funcionários públicos.

É o processo regular servindo como instrumento destinado a apurar a responsabilidade do servidor público ou infração praticado no exercício de suas atribuições.Há duas modalidades de apuração:

- Sindicância

- Processo administrativo

As penalidades apenas podem ser aplicadas após procedimento de apuração, onde se garanta a ampla defesa.

No caso de infrações puníveis com advertência ou suspensão inferior a 30 dias, é possível a mera sindicância. Nas infrações mais graves, o processo administrativo propriamente dito.

A sindicância, deste modo, pode ser autônoma (no final do procedimento aplicam-se de logo as sanções) ou meramente investigatória, colhendo subsídios para a instauração do processo administrativo. Se for autônoma, deve observar os princípios do contraditório e da ampla defesa. Se for apenas investigatórias, como não há formalmente "indiciados", não se pode alegar nulidade por cerceamento de defesa.

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Antigamente a sindicância era chamada de "processo sumário" por alguns autores. Contudo, hoje a lei usa essa nomenclatura para o processo administrativo a ser observado em casos de abandono de cargo, inassiduidade habitual e acumulação indevida de cargos, empregos ou funções públicas.

O processo administrativo se compõe de três fases: a instauração, o inquérito e o julgamento.

A instauração se dá com a publicação do ato que designar a comissão, composta de três servidores estáveis, de cargo (ou escolaridade) do mesmo nível ou superior que o do indiciado. No processo sumário, são dois servidores estáveis e, no ato de instauração, já se declina de logo a materialidade e a autoria da infração, procedendo-se a uma instrução sumária.

O inquérito compreende a instrução, a defesa e o relatório. Observe-se que embora a lei se refira a uma fase de defesa, o servidor poderá participar ativamente da fase de instrução, solicitando provas, indagando testemunhas etc. A defesa a que se refere a lei é aquela apresentada após a instrução, quando a Comissão apresentará a indiciação do servidor, um resumo de todos os fatos apurados e com a tipificação da infração verificada.

Feito esse resumo e recebida a defesa do acusado, a Comissão elaborará um relatório minucioso, concluindo pela inocência ou responsabilidade do servidor, a ser enviado para a autoridade competente para o julgamento. Esta pode divergir da conclusão da Comissão, desde que "contrária à prova dos autos".

O Processo Administrativo deve obedecer os seguintes princípios:

Princípio da legalidade - tudo deve ser feito de acordo com a lei, os estatutos.

Princípio da oficialidade - se a autoridade sabe que há algo errado tem que apurar ou mandar apurar.

Princípio do informalismo - é que ele não é tão formal como o processo judiciário, deve ser seguido o rito, mas não a formalidade do processo judiciário.

Princípio da verdade material - a autoridade pode ir buscar a prova onde for, também chamado de real.

Princípio da garantia de defesa - quem está sendo acusado tem direito de se defender.

O processo administrativo disciplinar é dirigido a uma pessoa certa, que é o indiciado. A autoridade tem que ter um prazo para mandar apurar. O prazo para conclusão do processo administrativo disciplinar é de 60 dias, que pode ser prorrogado.

A instauração é o ato em que a autoridade vai abrir o processo, através de portaria, já vai conter os membros da comissão e vai constar de forma sucinta o motivo porque está abrindo o processo.

A instrução onde a comissão vai ouvir as partes, intimar é ouvir o indicado e todos os meios de provas, se houver testemunhas que disseram coisas diferentes, vai ser feito à

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acareação(botar um na frente do outro). As provas podem ser apresentadas em qualquer fase, se houver fato novo pode ser trazida até o julgamento ou mesmo após o julgamento. É diferente do processo civil, que tem o momento certo para ser trazida a prova.

O indiciado tem até 10 dias para fazer defesa. Se houver mais um indiciado tem até 20 dias. O processo não pode sair da administração. Da instrução para a defesa vai haver a citação do réu.

A citação pode ser feita por um membro da comissão ou se não sabe onde ele está vai ser feito por edital. Quando é citado por edital vai ser a defesa feita a 15 dias. Se não faz a defesa dentro do prazo é considerado revel.

A defesa pode ser feita por autodefesa, por procurador, ou por dativo. Não é necessário que tenha advogado, mas deve constituir advogado. A por defensor dativo - se ele for revel a comissão vai nomear um defensor para o indiciado. Esse defensor tem que ser servidor estável e tem que ter nível hierárquico igual ou superior. Nesse processo tem que haver defesa senão ele é nulo. Esse defensor dativo não precisa ser advogado, pode ser qualquer servidor com as características já ditas. Aconselha-se que seja um advogado, mas pode ser qualquer servidor, às vezes até o membro da comissão. Se dependendo do fato que ocorreu, a autoridade supõe que aquele que cometeu merece uma suspensão por exemplo, a autoridade tem até o prazo de 2 anos para abrir o processo.

Recurso - ônus da prova é do servidor Busca a anulação ou atenuação da pena Reexame Revisão Lícito: confirmar ou invalidar a punição Proibido: substituir ou modificar penalidade a) Decisão contrária à lei; b) Decisão apoiada em provas falsas ou equivocadas;

c) Após a decisão surgem novas provas.

O reexame só pode ser pedido fundamentado numa dessa hipóteses acima.

Relatório- depois da defesa a comissão vai se reunir para analisar as provas, a defesa do indiciado para fazer o relatório. A comissão vai sugerir a penalidade, se necessário(nunca aplica a pena).

Julgamento - o recurso vai ser encaminhado para a autoridade que instaurou a sindicância que poderá ou não concordar com ele, se não concordar deverá fundamentar o julgamento.

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O indiciado não satisfeito entra com um recurso(só pode ser feito pelo indiciado) buscando a anulação ou diminuição é da pena. A revisão só pode ser proposta pela administração se continuar ele poderá pedir a revisão do recurso.

Ele não precisará esgotar todos os meios administrativos para poder recorrer aos meios judiciais.

O processo pode ser revisto a qualquer tempo, se houve a apresentação de fatos novos ou elementos não apreciados no processo, susceptíveis de alterar sua conclusão.

No âmbito judicial o juiz jamais poderá substituir ou modificar penalidades, não tem competência, só tem para dizer se a penalidade foi válida ou não, neste caso anulando todo o processo.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

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Os gabaritos encontram-se no final dos exercícios

Responda " certo " ou " errado "

A respeito da redação de expedientes, julgue os itens a seguir.

01 - É correto afirmar que o vocabulário adequado à redação de expedientes é aquele que leva em conta a capacidade de compreensão do receptor, embora seja aconselhável o uso de expressões raras para dar mais sofisticação e impressionar o leitor.

02 - Por ser a redação de expedientes de uso irrelevante, o redator desse tipo de texto consegue excelentes resultados com a mera reprodução dos modelos disponíveis em seu local de trabalho.

03 - São exemplos de documentos incluídos no conjunto expedientes as atas, os relatórios, os memorandos e os requerimentos.

04 - O relatório é um documento que expõe o que se observou a respeito de uma situação específica e é redigido por comissão ou pessoa responsável pela descrição e análise dosfatos. Difere, portanto, da ata, que é o registro dos fatos ocorridos em reuniões ou assembléias de entidades públicas ou particulares.

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05 - Na redação de expedientes, devem ser considerados os aspectos ligados à disposição do texto no papel e à indicação apropriada de dados relativos a remetente e destinatário.

Determinado assistente administrativo do CREA-DF encontrou o seguinte bilhete, deixado sobre a sua mesa por seu superior hierárquico.

Redigir documento para o setor de pessoal pedindo contratação de dois empregados.

Urgente!

Considerando a situação hipotética descrita acima, julgue os itens que se seguem.

06 - Para se executar corretamente a tarefa solicitada, o documento a ser redigido deverá ser o memorando, que trata de correspondência interna acerca de assuntos rotineiros.

07 - O documento deve ser escrito de forma precisa, direta e objetiva, caracterizando-se pelo emprego de adjetivos e linguagem figurada.

08 - Entre outros elementos, devem constar do documento a ser enviado ao setor de pessoal a data, a ementa ou o assunto, os nomes do destinatário e do remetente e a assinatura deste.

09 - O pronome de tratamento a ser empregado na redação do documento é Vossa Senhoria, que pode ser corretamente abreviado por V. S. e concorda com a 2.ª pessoa do plural.

10 - É correto afirmar que as expressões Brevemente, Cordialmente, Respeitosamente e Atenciosamente são apropriadas como fecho do documento.

A obtenção de resultados positivos no trabalho é muito influenciada pela qualidade das relações humanas existentes no ambiente organizacional. O bom relacionamento interpessoal depende de importantes habilidades de comunicação e da inteligência para lidar com o outro.O que é ser inteligente nas relações interpessoais? Essa indagação pode ter várias respostas. Pode-se dizer que é saber como conquistar aliados ou saber realmente como fazer as coisasou, ainda, ser simpático, receptivo e alegre. No entanto, essas respostas não são totalmente certas, pois, embora esses atributos sejam desejáveis, eles representam uma visão limitada do que é ser inteligente com as pessoas.Agir de forma inteligente em relação às pessoas significa ter uma inteligência multifacetada, que não seja limitada às competências políticas ou à generosidade social, mas que inclua uma ampla gama de habilidades interpessoais.

Acerca do tema abordado no texto acima e em relação às habilidades relacionadas a esse tema, julgue os itens seguintes.

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11 - Compreender as pessoas é uma habilidade que vai além da leitura das palavras ditas; inclui a capacidade de reconhecer e interpretar a linguagem não-verbal das pessoas, o que possibilita lidar com elas de maneira eficaz.

12 - Ter a capacidade para dar feedback permanente e fazê-lo sem ofender o outro é uma habilidade oportuna, prática e isenta de recriminações.

13 - Complementar os estilos de outros, coordenar os esforços individuais, sem ser despótico, e desenvolver consenso são habilidades necessárias para se atuar em equipe.

14 - Entrar em sintonia com outros, trazendo à tona as próprias necessidades, é uma maneira não-inteligente de lidar com as pessoas.

15 - Comunicar-se de maneira inteligível e objetiva é uma habilidade prescindível somente nas relações humanas profissionais.

Os documentos de arquivo

16 - devem ser produzidos em uma única via.

17 - testemunham a vida de uma instituição.

18 - não precisam ser preservados a médio e a longo prazo, em razão de seu valor secundário.

19 - podem consubstanciar-se como elemento de prova devido ao caráter probatório.

20 - são sempre produzidos para atender, única e exclusivamente, às demandas internas da instituição.

As etapas de trabalho a serem desenvolvidas, visando a organização e administração de arquivos, incluem o(a):

21 - planejamento.

22 - descrição de acervos.

23 - implantação e acompanhamento.

24 - levantamento de dados.

25 - elaboração de instrumentos de pesquisa.

Julgue os itens seguintes, acerca de administração financeira.

26 - As disponibilidades fazem parte do ativo do balanço patrimonial e mantêm, normalmente, saldo devedor.

27 - O pagamento de uma fatura, com um mês de antecipação, por determinada empresa, que obteve um desconto de R$ 100,00 sobre um

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valor de R$ 10.000,00, foi um bom negócio, considerando-se a taxa de juro de mercado de 1,7% a.m., livre de impostos para aplicação financeira.

28 - A antecipação sistemática de compra de mercadorias, com o objetivo de se manter o nível de estocagem sempre acima do prazo médio de reposição, é uma medida recomendada pelosprincípios de administração financeira.

29 - A venda por R$ 1.000,00 de uma unidade de mercadoria cujo custo médio tenha sido de R$ 500,00 gerará um lucro líquido superior a R$ 300,00, considerando-se não haver outras despesas e outros custos variáveis, a não ser o imposto de renda sobre o lucro (IR) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) que perfazem uma alíquota de 25% + 9%.

30 - Despesas com pessoal, na contabilidade geral, são consideradas despesas administrativas que afetam o lucro operacional da empresa.

Com relação à administração de recursos humanos, julgue os itens subseqüentes.

31 - O depósito de FGTS feito pela empresa na conta de cada empregado é encargo do próprio empregado, uma vez que o referido valor é descontado de seu pagamento.

32 - Sobre um salário mensal de R$ 3.000,00 de um contribuinte sem dependentes, incide a alíquota máxima da tabela de imposto de renda retido na fonte.

33 - O salário-família pago por determinada empresa na folha de pagamento de seus empregados é encargo adicional da empresa empregadora, e consta de suas despesas operacionais.

34 - O recrutamento e a seleção de recursos humanos devem ser tomados como duas fases de um mesmo processo. Enquanto o recrutamento é uma atividade de divulgação, de chamada, de atenção, de incremento da entrada, e, portanto, uma atividade convidativa, a seleção é uma atividade obstativa, de escolha, de opção e decisão, de filtragem da entrada, de classificação e, portanto, restritiva.

35 - Os encargos trabalhistas dos primeiros vinte dias de afastamento de empregado por doença ou acidente de trabalho correm por conta da empresa empregadora; após esse período, por conta do INSS.

Acerca de administração de materiais, julgue os itens que se seguem.

36 - Se o consumo médio anual de determinada unidade de estoque for de 800 unidades/ano e o estoque médio for de 100 unidades, é correto dizer que a rotatividade média desse item de estoque é de 8 vezes/ano.

37 - O ponto de pedido é um método utilizado para identificar o limite máximo de estocagem de determinado item de estoque.

38 - O estoque máximo não pode ser superior à soma do estoque mínimo com o lote de compra.

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39 - Tempo de reposição é o prazo médio necessário para se repor qualquer unidade de estoque, contado a partir do seu consumo.

40 - Uma empresa compra matéria-prima cinco vezes por ano, ao custo total anual de emissão de pedido de R$ 20.750,00. Com base nessa informação, pode-se dizer que o custo de um pedido é de R$ 4.150,00.

Gabarito

01 - E 02 - E 03 - C 04 - C 05 - C 06 - C 07 - E 08 - C09 - E 10 - E 11 - C 12 - C 13 - C 14 - E 15 - E 16 - E17 - C 18 - E 19 - C 20 - E 21 - C 22 - E 23 - C 24 - C25 - E 26 - C 27 - E 28 - E 29 - C 30 - C 31 - E 32 - C33 - E 34 - C 35 - E 36 - C 37 - E 38 - C 39 - E 40 - C

Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

Responda "certo" ou " errado"

01 - De acordo com a teoria arquivística, os documentos arquivados na fase corrente possuem valor primário e secundário.

02 - No método de arquivamento ideográfico, o principal elemento adotado para a recuperação da informação é o assunto.

03 - Ocorrendo o empréstimo de documentos do acervo, o profissional responsável pelo arquivamento e desarquivamento deve utilizar a guia-fora para indicar a retirada do documento.

04 - Os procedimentos teóricos da arquivística indicam que o arquivamento de documentos deve ser posterior à sua classificação, a qual deve ter como base o plano de classificação da instituição.05 - O prazo indicado para o arquivamento de documentos na fase intermediária é de 10 a 20 anos.06 - Além dos documentos textuais, os arquivos ocupam-se do gerenciamento e arquivamento de documentos pertencentes ao gênero iconográfico, filmográfico e sonoro.

07 - De acordo com a teoria arquivística, os atos de correspondência, como os ofícios, as cartas e os memorandos, devem ser arquivados obedecendo à classificação de "Recebidos", para os documentos encaminhados à instituição, e "Expedidos", para aqueles produzidos pela instituição.

08 - No que se refere ao arquivamento de documentos, é indicado que a instituição adote um método de arquivamento único.

09 - Os documentos que refletem a origem e os objetivos da instituição possuem valor secundário e, na terceira fase do ciclo vital, são de guarda permanente.

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10 - Somente serão aceitos, nos arquivos, os processos que, finalizado o trâmite, possuírem o indicativo "arquive-se", aposto pela autoridade competente.

11 - De modo geral, as pessoas têm objetivos e interesses diferentes, fato que gera conflitos, muitas vezes, inevitáveis nas relações humanas.12 - Toda pessoa com história de relacionamentos bem-sucedidos possui talento interpessoal e tende a ser mais flexível no contexto social.13 - O impacto da inteligência emocional é maior nas relações humanas profissionais que nas relações pessoais.

14 - Na resolução de problemas de relações humanas, deve-se definir claramente o objetivo pretendido.15 - No ambiente de trabalho, as relações humanas são favorecidas se o gerente compreender que o empregado deve ser tratado como um ser humano completo, com necessidades econômicas, psicológicas e sociais.

Gabarito

01 - E 02 - C 03 - C 04 - C 05 - E06 - C 07 - E 08 - E 09 - C 10 - C11 - C 12 - E 13 - E 14 - C 15 - C

Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

01 - Os orçamentos são instrumentos usados para o controle e a coordenação das atividades de uma organização. Seus principais centros de responsabilidade são

a) receita, despesas, lucro e investimento. b) custos, volume de vendas, despesas e recursos. c) liquidez, endividamento, cobertura, rentabilidade. d) balanço, demonstrativo de resultados, fluxo de caixa, aplicação. e) insumos, capital, instalações e lucros.

02 - Os itens abaixo apresentam diferentes definições para os Arquivos. Qual das alternativas é a mais completa?a) Conjunto organizado de documentos produzidos ou recebidos e preservados por instituições públicas ou privadas (pessoa jurídica e física), visando sua futura recuperação. b) Conjunto organizado de documentos preservados para fins administrativos e jurídicos, servindo para futura tomada de decisão. c) São coleções de papéis e documentos que guardados em fichários arquivo, preservam a memória e guardam a história. d) Tratam da organização de papéis e de documentos desorganizados. e) Nenhuma está correta.

03 - O processo de administração compreende amplas e variadas atividades que envolvem pessoas e recursos para a realização de objetivos organizacionais, incluindo o planejamento, a organização, liderança e controle, conhecidas como funções da administração. Dentre estas, diz-se

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que a função mais importante é o planejamento, pois ele possibilita ao administrador:

A) agrupar tarefas em unidades de trabalho, ordenar e alocar recursos de modo a criar condições para que as pessoas e as coisas (equipamentos, ferramentas, recursos financeiros) trabalhem juntas para alcançar o sucesso. B) especificar os objetivos e ações necessárias para enfrentar situações futuras, definindo onde a organização deseja estar no futuro e como chegar lá. C) dirigir, motivar e comunicar-se com os funcionários individualmente e em grupos, ajudando-os e inspirando-os em direção à consecução dos objetivos. D) estabelecer padrões de desempenho que indiquem o progresso rumo aos objetivos de longo prazo.E) estabelecer diretrizes específicas sobre como conduzir as atividades no dia-a-dia.

04 - A moderna administração tem sido marcada pela quebra de paradigmas. As organizações sentiram a necessidade de alterar os modelos de gestão baseados no desempenho individual para o trabalho em time (ou em grupo). O aspecto mais importante a ser observado na formação de grupos de trabalho é:

A) que o homem é um ser transacional, que não só recebe insumos do ambiente e reage ao mesmo, mas também adota uma posição proativa. B) o tamanho ideal de um grupo de trabalho depende de seus objetivos. C) que o homem tem um comportamento dirigido para um objetivo, sendo capaz de ter objetivos ou aspirações, imprimindo esforços para alcançá-los. D) é importante compreender o ritmo de próprio de cada grupo social, representado por sua dinâmica de forças, pela agilidade de suas ações e premência em tomar decisões. E) a segunda e a quarta alternativas são verdadeiras; a primeira e a terceira não expressam os aspectos do trabalho em grupo.

05 - A cultura e o clima organizacional são fatores que influenciam o desempenho das organizações e, conseqüentemente, o alcance de seus objetivos. Enquanto a cultura tem caráter histórico mais profundo, recorrente à origem da organização, seus valores básicos e a modelagem de seus padrões culturais, o clima refere-se a(o):

A) produto dos sentimentos individuais e grupais em relação à realidade percebida na organização. B) que as pessoas sentem a respeito da organização e que afetam de maneira positiva ou negativa sua satisfação e motivação para o trabalho. C) ambiente interno existente entre os membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. D) percepção que as pessoas têm da organização em que trabalham, sendo influenciado por fatores conjunturais internos e externos como uma notícia, um evento, um boato ou uma opinião pública. E) todas as respostas estão corretas.

06 - A tomada de decisão em grupos ou indivíduos é o processo de escolha da melhor alternativa para atingir os objetivos organizacionais. Entre os

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processos para ajudar os grupos e/ou gerentes na tomada de decisão, assinale a alternativa que define a técnica Delphi: A) é um processo de tomada de decisão em grupo em que o feedback negativo sobre alternativas sugeridas por qualquer membro do grupo, é proibido até que todos os membros tenham apresentado alternativas que considerem valiosas. B) é um processo que se destina a garantir que cada participante tenha igual participação na tomada de decisão em grupo. C) são decisões rotineiras e repetitivas, nas quais o grupo costuma desenvolver maneiras específicas de lidar com elas. D) são decisões tomadas uma única vez, em geral menos estruturadas que as decisões programadas. E) é um processo que envolve a circulação de questionários sobre um problema específico entre os membros do grupo, divide os resultados do questionário com eles e então continua a circular e a refinar respostas individuais até alcançar um consenso a respeito do problema.07 - Os métodos de arquivamento mais conhecidos levam em conta:a) as tabelas de classificação dos documentos. b) a ordem alfabética, numérica e a alfanumérica, sendo que este último considera números e letras. c) as tabelas de temporalidade. d) o Ciclo Vital dos documentos. e) as regras de alfabetação, indicadas no Código Anglo Americano.

08 - Numa estrutura organizacional as questões de conhecimento,..............., ..............., ................. e ........... quanto ao trabalho é também um resultado da qualidade do produto que essa organização pode gerar. Preencha as lacunas

a) habilidades, sociabilidade, desinteresse e amizadeb) habilidades, valores, interesses e atitudesc) moralidade, austeridade, interesses e habilidadesd) qualidade, amizade, valores e interesse.

09 - A escola das relações humanas trouxe para o campo da administração programas sociais que acima de tudo visam .................. o ser humano e ...................... no seu engrandecimento profissional e pessoal.

a) estimular e ajudar financeiramente b) socializar e orientá-lo c) corrigir e estimulá-lo d) valorizar e capacitá-lo

10 - São elementos que sustentam o poder e o controle dentro de uma estrutura organizacional.

a) austeridade e autoridade b) integridade e comunicação c) hierarquia e autoridade d) capacidade e hierarquia

11 - Uma entidade, pública ou privada, deve organizar seus arquivos com base:(a) nas linguagens ou sistemas de signos adotados para comunicar os diferentes conteúdos.

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(b) nos assuntos tratados na correspondência dos seus órgãos de cúpula.(c) nos códigos de classificação dos documentos do governo federal.(d) na distribuição hierárquica dos documentos em dez grandes classes.(e) nas competências, funções e atividades por ela desenvolvidas.

12 - O método dúplex é um dos métodos de arquivamento existentes, do qual um arquivista poderá fazer uso, na organização de um acervo arquivístico. Na arquivística, o método dúplex é normalmente representado pela codificação:A) 641.4.B) 64.14.C) 6.414.D) 64-14.E) 6-4-1-4.

13 - O arquivista deve ser criterioso na salvaguarda e na proteção dos documentos arquivísticos, adotando procedimentos e medidas bem estabelecidos. No que se refere às áreas afetas aos depósitos e com base no Manual de Preservação de Documentos, do Arquivo Nacional, que estabelece condições básicas para os depósitos de guarda e proteção de acervos documentais, julgue os itens abaixo.I - O afastamento entre as baterias de estantes deve ser de, no mínimo, 75 cm.II - O afastamento entre as paredes e a estanteria deve ser maior que 40 cm.III - A ventilação deve ser mantida constante, sem interrupção.IV - O pé-direito de um depósito não deve ser superior a 2 m.V - Somente nas áreas acima de 600 m2, devem ser adotadas portas corta-fogo.Estão certos apenas os ítens:A) I e II. B ) I e III. C ) II e IV. D) III e V. E ) IV e V.

14 - A instituição voltada para o pesquisador, cujos documentos entram por compra, pesquisa e doação e são produzidos com finalidade científica, sendo seu acervo caracterizado por coleções (documentos unidos pelo conteúdo) é:A) o museu.B) a biblioteca.C) o centro de documentação.D) o arquivo.E) o núcleo de pesquisa

15 - Na terminologia arquivística, o esquema preestabelecido para armazenamento, ordenação e classificação de documentos é um conceito atribuído para a elaboração do plano de:A) ordenação. B) destinação.C) classificação.D) arquivamento.E) armazenamento

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16 - O documento que é formado por um conjunto de normas estabelecidas para perfeita execução de uma lei é chamado de:

a) regimento.b) decreto.c) regulamento.d) decreto-lei.e) lei.

17 - O ato escrito por meio do qual o Ministro de Estado ou outra autoridade competente determina providências de caráter administrativo, dá instruções sobre a execução de uma lei, nomeia e designa funcionários e aplica medidas de ordem disciplinar a subordinados que incidem em falta é conhecido como:

a) portaria. b) despacho.c) requerimento.d) nota.

18 - O documento que atesta que algo aconteceu de acordo com o que já se encontrava registrado em outro documento, emanado de autoridade pública, é chamado de:

a) ata.b) certidão.c) atestado.d) despacho.e) ordem de serviço

Gabarito

01 - A 02 - A 03 - B 04 - E 05 - E06 - E 07 - B 08 - B 09 - D 10 - C11 - E 12 - E 13 - B 14 - C 15 - C16 - C 17 - A 18 - B 19 - 20 -

Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

(Questões formuladas na prova " Administrativo / Polícia Federal")

Responda:

" CERTO "C" ou ERRADO "E" "

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Paulo, agente administrativo lotado na Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DCOR) do Departamento de Polícia Federal (DPF), foi incumbido, por seu superior, de redigir um

ofício a ser enviado pela DCOR ao Procurador-Geral da República.Em face da situação hipotética acima, julgue os itens que se seguem.

01 - Ao redigir o ofício, Paulo deve empregar o pronome de tratamento Vossa Excelência para dirigir-se ao destinatário.

02 - O documento deve conter, entre outros elementos, a identificação do local e da data em que foi expedido, a assinatura de Paulo e o nome do signatário.

03 - Caso o ofício trate de um problema cuja solução dependa de providências por parte do destinatário do expediente, Paulo poderá optar por um dos seguintes fechos:* Atenciosamente, aguarda solução para o caso.* Respeitosamente, contando com vossa prestimosa colaboração para a solução do caso.

O chefe de uma seção do DPF solicitou a um funcionário que transcrevesse uma conversa gravada. Recomendou que o diálogo fosse apresentado em forma de relato e que fossem

respeitadas as regras da norma padrão da língua escrita.

A seguir, são apresentados duas falas do diálogo e os respectivos relatos escritos pelo funcionário.

Fala 1 Indivíduo X: Você tem certeza de que tinha dois carros aqui?Indivíduo Y: Tenho. Dois carros e uma bicicleta.

Fala 2 Indivíduo X: O que você vai dizer se te chamarem para testemunhar?Indivíduo Y: Eu falo que estava escuro e que não vi nada. Além do mais, eu tava só de passagem.

Relato 1 O indivíduo X perguntou para o indivíduo Y se ele tinha certeza de que tinha dois carros no local onde estavam, e o indivíduo Y respondeu que tinha certeza, e que havia dois carros e uma bicicleta.

Relato 2 Indagado pelo indivíduo X sobre o que diria se o chamassem para testemunhar, o indivíduo Y respondeu que falaria que estava escuro, que não tinha visto nada e que, além do mais, estava só de passagem.

Julgue os itens subseqüentes, relativos à redação de expedientes e à situação hipotética apresentada acima.

04 - Os relatos 1 e 2 reproduzem com fidelidade o conteúdo das falas 1 e 2.

05 - No relato 1, desconsideradas as repetições, que poderiam ser evitadas, a passagem "se ele tinha certeza de que tinha dois carros" atende plenamente à recomendação feita pelo chefe.

06 - No relato 2, para atender rigorosamente ao que lhe foi solicitado, o funcionário deveria ter escolhido a construção se caso chamassem-o em vez de "se o chamassem".

07 - O funcionário atenderia com objetividade ao que lhe foi solicitado se finalizasse o texto da seguinte maneira:

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Esperando estar cumprindo com meu dever, com todo respeito, alerto V.S.ª de que o indivíduo Y parece falsear os fatos, como concluí ao ouvir várias vezes e com bastante

atenção, esta fita.

08 - Para atender a recomendações dos manuais de redação de expedientes, depois de completar a tarefa, o funcionário precisaria redigir um ofício encaminhando a seu chefe os relatos escritos.

Com referência à redação de expedientes, julgue a associação entre documento, finalidade e fecho proposta em cada um dos itens seguintes.

09 - documento: requerimento finalidade: solicitação, de particular a autoridade, de algo a que o autor julga ter direitofecho: Nestes termos, pede deferimento.

10 - documento: atafinalidade: registro resumido e objetivo das decisões de reuniões e assembléias em geralfecho: Nada mais havendo a tratar na reunião do dia quatro de fevereiro de mil novecentos e noventa e nove, foram encerrados os trabalhos e eu, Fulano de Tal, lavrei a presente ata, que, lida e aprovada, foi assinada pelos presentes.

Novas competências começam a ser exigidas pelas organizações, que reinventam sua dinâmica produtiva, desenvolvendo novas formas de trabalho e de resolução de conflitos.

Surgem novos paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clientes e colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no ambiente de trabalho têm sido

foco da atenção dos gestores, para que sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao manejo inteligente das relações interpessoais.

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos relevantes das relações humanas no ambiente de trabalho, julgue os itens que se seguem.

11 - A satisfação com o trabalho resulta de um somatório de elementos, entre os quais se inclui a qualidade das relações humanas vividas no ambiente de trabalho, variável de grande impacto na produtividade.

12 - Relações humanas infortunadas geram nos empregados duas possíveis reações: a espera passiva, mas otimista, de que as condições relacionais melhorem na organização ou a investida ativa de busca de melhoria dessas condições.

A segunda reação é invariavelmente a melhor, pois possibilita agregar valor à resolução de problemas.

13 - São, geralmente, bem-sucedidos os relacionamentos interpessoais em que as pessoas são capazes de demonstrar suas necessidades e de relacioná-las de modo eficaz ao que os outros têm a lhes oferecer.

14 - Nas relações humanas, ocorre um conflito quando um indivíduo percebe que outra pessoa afeta ou pode afetar negativamente algo a que ele atribui importância.

15 - Como os efeitos dos conflitos, nos grupos de trabalho, são sempre negativos, os gestores devem lidar com eles com muita rapidez para evitarem que se manifestem com freqüência.

16 - Um dos requisitos atuais de sucesso das organizações fundamenta-se no conceito de inteligência emocional dos gestores.

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17 - Nas relações interpessoais, as pessoas devem não só agir com franqueza ao emitir suas opiniões mas também livrar-se da imposição de limites nos relacionamentos pessoais ou profissionais.

Acerca do trabalho de relações públicas (RP) em uma organização, julgue os itens subseqüentes.

18 - O objetivo principal das RP é promover o conhecimento e a compreensão, por parte do público-alvo, das realizações e dos objetivos de determinada organização.

19 - As organizações bem-sucedidas reconhecem que grande parte de seu sucesso deve-se ao trabalho de RP, que, por meio da comunicação contínua, ajuda a criar e a manter acredibilidade da organização no mercado.

20 - A imagem de uma organização é objeto de análise constante dos profissionais de RP, que cuidam da correção de uma eventual imagem equivocada e da manutenção da imagem desejada. Isso é válido em relação à imagem externa, pois a imagem interna independe do trabalho de RP.

21 - O trabalho de RP tem-se expandido como necessário e merecedor de respeito e apoio público, embora muitas organizações ainda se julguem capazes de manejar suas RP sem o auxílio de assessoria técnica.

22 - Os instrumentos que fornecem feedback acerca da eficiência e eficácia da organização incluem as pesquisas de opinião, os serviços de ouvidoria e a caixa de sugestões.

Lúcio é agente administrativo do DPF com lotação na unidade do Distrito Federal. No exercício do cargo, Lúcio deve manter contatos com seus pares, com técnicos de nível superior e com autoridades de alto nível hierárquico. Além disso, deve supervisionar

trabalhos relacionados às áreas de pessoal, orçamento, organização, métodos e material. Essas atribuições exigem que ele seja competente na comunicação interpessoal.

Em face da situação hipotética apresentada acima, julgue os itens seguintes, relativos ao processo de comunicação humana nas relações internas e públicas de trabalho.

23 - Considere que, ao se comunicar com seus superiores, Lúcio manipule a informação para que ela seja recebida de maneira mais favorável. Nesse caso, Lúcio cria uma barreira à comunicação eficaz.

24 - A comunicação de Lúcio será descendente toda vez que ele estiver mantendo contato com autoridades.

25 - Quando Lúcio se comunica com seus pares utilizando terminologia especializada ou linguagem específica de seu grupo profissional, ele está-se valendo de um jargão.

26 - As redes de comunicação interpessoal utilizadas por Lúcio no DPF são caracterizadas como redes informais de comunicação, pois ele conhece as pessoas com as quais se comunica.

27 - No exercício de sua função, Lúcio deve ater-se à comunicação verbal, pois a comunicação gestual é inexeqüível nas organizações.

28 - Lúcio deve levar em conta que os canais de comunicação diferem quanto à capacidade de transmitir informações.

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29 - Para enviar a seus superiores informações relativas à publicação de nova legislação pertinente ao trabalho do DPF, Lúcio poderá fazer uso de e-mail, que é um canal de comunicação apropriado para esse fim.

30 - Sendo Lúcio, na sua organização, responsável por contatos tanto horizontais quanto verticais, ele deve usar a mesma linguagem em todas as situações.

Suponha que, na organização Felicidade Ltda., a unidade de recursos humanos (RH) conta com 10 empregados. Nesse setor, o clima organizacional vem-se caracterizando

por manifestações de inveja, ressentimentos, inimizades pessoais.

As ações que o gerente de RH deve adotar para melhorar o clima organizacional dessa empresa incluem:

31 - realizar uma análise organizacional revendo o organograma, os fluxogramas, o estatuto e o regimento interno.

32 - estimular a auto-reflexão e, em um segundo momento, implantar um processo participativo que possibilite aos empregados exporem o que sentem e proporem soluções para melhorar o clima organizacional.

33 - propor aos insatisfeitos que se demitam.

34 - promover, em primeiro lugar, a negociação entre os subordinados e a direção da organização, buscando conciliar as metas organizacionais com os interesses individuais.

35 - iniciar um processo de comunicação que exclua o feedback centrado em mentira sobre desafeto. previsto.

Com relação a conceitos de administração financeira, especialmente no que se refere a balanço patrimonial, julgue os itens abaixo.

36 - O ativo circulante engloba, além das disponibilidades, créditos, estoques e despesas antecipadas realizáveis no exercício social subseqüente.

37 - Os ativos são considerados permanentes quando não são destinados à negociação, mas dirigidos para produzirem benefícios à investidora mediante sua participação nos resultados das investidas, ou para se obter bom relacionamento com clientes ou fornecedores (excluídas as instituições financeiras), ou para simplesmente especular, mas por prazo definido, como nas negociações de obras de arte e terrenos.

38 - Os estoques são avaliados apenas pelo custo de aquisição corrigido monetariamente. Os que estão sujeitos à perda de valor por causa do tempo, da obsolescência e do uso são periodicamente baixados.

39 - O passivo exigível, tanto o circulante quanto o exigível a longo prazo, é composto de dívidas, obrigações, riscos e contingências e não apresenta diferenciação entre eles em razão do prazo.

40 - Lucros ou prejuízos acumulados são parte das reservas de lucros que ainda não teve seu destino final determinado.

Julgue os itens seguintes, acerca de administração de materiais.

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41 - O método de avaliação de estoques que é pouco utilizado em economias inflacionárias e que reflete custos mais próximos da realidade do mercado é chamado de LIFO.

42 - No almoxarifado de materiais auxiliares, ficam armazenados os materiais utilizados na execução e na transformação do produto.

43 - Uma das vantagens de serem mantidos níveis reduzidos de estoques é a diminuição do refugo, pois as nãoconformidades são logo identificadas.

44 - O consumo de itens de demanda independente deve ser previsto.

45 - O consumo de itens de demanda dependente deve ser calculado.

A avaliação documental é uma função típica adotada mundialmente no tratamento técnico de acervos arquivísticos. Em relação a essa função, julgue os itens que se seguem.

46 - A avaliação dos documentos permite aumentar o índice de recuperação da informação.

47 - A aplicação dos critérios de avaliação possibilita ganho de espaço físico.

48 - A avaliação documental provoca, necessariamente, aumento de recursos humanos e de materiais.

49 - Como um dos requisitos básicos de sua função, o responsável pela avaliação documental deve conhecer a estrutura e o funcionamento da instituição a ser avaliada.

50 - A aplicação da tabela de temporalidade permite eliminar documentos ainda no arquivo corrente.

A organização dos arquivos correntes do DPF e de outros órgãos públicos e privados pressupõe atividades indispensáveis para a recuperação e a preservação da informação.

Considerando esse pressuposto, julgue os itens a seguir.

51 - O responsável pela guarda dos documentos nos arquivos correntes não pode emprestá-los a outros setores do próprio órgão; por isso, deverá copiá-los quando houver algum pedido de informação.

52 - Nos arquivos correntes, são guardados os documentos utilizados com muita freqüência pelos funcionários do órgão.

53 - Para bem ordenar os documentos, o responsável pelo arquivo dispõe de vários métodos, como o geográfico, o alfabético e o numérico-cronológico.

54 - Para melhor preservação dos documentos, deve-se guardá-los em caixas ou pastas suspensas, acondicionadas em estantes ou em arquivos de madeira, e deve-se utilizar espaços físicos que recebam diretamente a luz solar.

55 - Os funcionários responsáveis pelos arquivos correntes devem efetuar a autuação, o controle da tramitação, a distribuição e a expedição dos documentos sob sua guarda.

Nos itens de 56 a 70, considere que os agentes de polícia federal e os delegados de polícia federal são servidores públicos, ocupantes de cargos de provimento efetivo, que

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integram a carreira policial federal e são lotados no DPF, órgão da administração pública federal direta.

Agentes de polícia federal prenderam o brasileiro Rodrigo, em flagrante delito, pela prática do crime inafiançável de tráfico de entorpecentes.

Com referência a essa situação hipotética, julgue os seguintes itens, considerando o que estabelece a Constituição da República.

56 - A detenção de Rodrigo deve ser comunicada à autoridade judicial competente imediatamente após ser concretizada.

57 - Considere que Rodrigo solicitou ao DPF a identificação do delegado que coordenou o interrogatório a que foi submetido logo após sua prisão. Nessa situação, com o objetivo de proteger o referido delegado de eventuais retaliações por parte do preso ou de seus comparsas, o DPF poderá negar-se a prestar essa informação.

58 - Caso Rodrigo fosse servidor do Ministério do Planejamento, ele não poderia ter sido preso, pois estaria amparado por disposição constitucional que veda a prisão em flagrante de membro do Poder Judiciário.

Beatriz foi condenada e presa pela prática do crime de estelionato. Após sua prisão, foi aprovada e publicada uma lei que não fere a Constituição da República e que aumentou

em 20% os limites mínimo e máximo da pena privativa de liberdade previstos para o crime de estelionato.

Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

59 - A referida lei somente poderia ser uma lei federal, pois os estados e os municípios não têm competência para legislar sobre direito penal.

60 - Com a publicação da referida lei, a pena de Beatriz foi automaticamente aumentada em um quinto.

Os agentes de polícia federal entraram em greve, reivindicando reajuste salarial. Convencido pela argumentação dos grevistas, um senador da República apresentou

projeto de lei que determina a equiparação do salário dos agentes de polícia federal ao salário dos delegados de polícia federal.

Julgue os itens que se seguem, relativos à situação hipotética apresentada acima.

61 - Esse projeto de lei está em desacordo com a Constituição da República, pois são de iniciativa privativa do presidente da República projetos de lei que disponham sobre aumento de remuneração de servidores públicos federais.

62 - Esse projeto propõe a criação de lei inconstitucional, pois a Constituição da República proíbe a equiparação da remuneração reivindicada.

Para julgar os itens a seguir, considere que Manoel é um agente de polícia federal.

63 - Manoel não pode ser remunerado mediante subsídio, pois essa forma de remuneração é reservada aos ocupantes de cargos eletivos e de cargos comissionados.

64 - A Constituição da República não permite que Manoel receba remuneração com valor superior ao do subsídio pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal, mesmo que a parcela que exceda essa quantia seja recebida a título de vantagem pessoal.

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Em cada um dos itens subseqüentes, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

65 - Um delegado de polícia federal está respondendo a processo criminal em que ele é acusado de prática de homicídio.

Nessa situação, o processo deve correr na justiça federal, pois a ela compete o julgamento dos servidores públicos federais.

66 - Expediu-se mandado judicial que determinava a prisão de Maria. Os policiais encarregados de prendê-la descobriram, à meia-noite do dia em que o mandado foi expedido, que ela estava no escritório de seu advogado.

Nesse caso, o mandado deve ser cumprido imediatamente, mesmo que seja necessário arrombar a porta do escritório para efetuar a prisão, pois a Constituição da República

permite o ingresso de policiais em imóveis não-residenciais, a qualquer hora do dia ou da noite, para fins de cumprimento

de determinação judicial.

67 - Há cerca de um ano, Humberto aposentou-se como agente de polícia federal. Recentemente, ele foi aprovado em concurso público para provimento de cargo de escrivão de polícia federal.

Nessa situação, se entrar em exercício no cargo de escrivão, Humberto poderá receber simultaneamente os proventos da sua aposentadoria e a remuneração referente ao novo

cargo.

68 - Antônio ocupa cargo de psicólogo clínico no DPF. Nesse caso, Antônio pode acumular esse cargo com o de professor universitário em uma fundação pública federal, desde que haja compatibilidade de horários de trabalho.

69 - Um edital de concurso público para provimento de cargo de delegado de polícia federal estabeleceu, como requisito para ingresso no cargo, a comprovação de exercício de cargo de agente de polícia federal pelo prazo mínimo de dois anos.

Nessa situação, o referido requisito é inconstitucional.

70 - Foi apresentado projeto de lei federal determinando a conversão de todos os cargos de agente de polícia federal em cargos comissionados. Nessa situação, a proposta do projeto de lei viola a Constituição da República.

GABARITO

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01 – C 11 – C 21 – C 31 – E 41 – E 51 – E 61 – E 02 – E 12 – E 22 – C 32 – C 42 – C 52 – C 62 – C 03 – E 13 – C 23 – C 33 – E 43 – C 53 – C 63 – E 04 – C 14 – C 24 - E 34 – C 44 – C 54 – E 64 – C 05 – E 15 – E 25 – C 35 – C 45 – C 55 – E 65 – E 06 – E 16 – C 26 – E 36 – C 46 – C 56 – C 66 – E 07 – E 17 – E 27 – E 37 – E 47 – C 57 – E 67 – E 08 – E 18 – C 28 – C 38 – E 48 – E 58 – E 68 – C 09 – C 19 – C 29 – C 39 – E 49 – C 59 – C 69 – C 10 - * 20 – E 30 – E 40 – C 50 – C 60 – E 70 - C

10 - * ( anulada)

Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

01 - Os principais processos ou funções administrativas são: planejamento, organização, direção e controle, sendo que o processo de:

A) direção distribui recursos disponíveis segundo critérios pré-estabelecidos;

B) direção define objetivos, atividades e recursos;C) planejamento define o trabalho a ser realizado e suas respectivas

responsabilidades;D) controle assegura a realização dos objetivos e identifica a necessidade

de modificá-los;E) organização é o que trata da execução e envolve os demais processos.

02 - Um dos primeiros estudos sobre gerentes, divide seus papéis em três categorias. A categoria que agrupa os papéis interpessoais inclui, entre outros, o papel de:

A) líder;B) disseminador;C) porta-voz;D) negociador;E) controlador de distúrbios.

03 - Estratégia é a seleção dos meios empregados para realizar objetivos, envolvendo análises ambientais e definições de planos. Na análise:

A) externa ou do ambiente, é feito o estudo de desempenho da organização, com o objetivo de compreender sua evolução passada e projetá-la para o futuro;

B) da situação estratégica ou atual, são identificados os pontos fortes e fracos da organização;

C) externa ou do ambiente, os objetivos focalizados inicialmente são definidos de forma genérica, especialmente a missão e o negócio;

D) interna, são tratadas ameaças e oportunidades relativas à mudança tecnológica;

E) interna, os recursos e competências de cada área da organização são avaliados, bem como suas deficiências e vulnerabilidades.

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04 - A divisão do trabalho permite a realização de atividades complexas, podendo focalizar responsabilidades ou tarefas, sendo que:

A) responsabilidades se referem a aspectos operacionais;B) tarefas tratam da definição dos problemas que o ocupante de um cargo

deve resolver;C) tarefas tratam de ações sem prazos nem recursos definidos

previamente;D) responsabilidades são abrangentes e conceituais;E) responsabilidades são relativas a ações com prazos e recursos

específicos.

05- Um sistema de comunicação é um processo de transferir e receber informações que apoiam a tomada de decisão. Como um exemplo de meio de comunicação pessoal, pode-se citar:

A) memorando;B) reunião;C) relatório;D) carta;E) correio eletrônico.

06 - Dentro dos diferentes critérios ou tipos de departamentalização, temos que a organização:

A) por cliente é tal que cada unidade tem responsabilidade pelo atendimento de todos os tipos de clientes;

B) funcional é caracterizada pela ênfase no desempenho técnico, financeiro e comercial dos produtos;

C) por produto é aquela que gera insegurança da mão-de-obra, provocada pela instabilidade e vida limitada do produto no mercado;

D) territorial ou geográfica é reconhecidamente muito inadequada para operações comerciais, mas unifica esforços entre territórios com muita eficácia;

E) estruturada em unidades de negócio tem como principal característica a centralização.

07 - A análise do quadro de distribuição do trabalho (QDT) pode ser desenvolvida pelos seguintes pontos: fator tempo; fator capacidade profissional; equilíbrio no volume de trabalho dos diversos empregados; e possibilidades preliminares de simplificação no trabalho. Um aspecto fundamental relacionado com o fator tempo é a existência de:

A) empregados desempenhando tarefas com nível de dificuldade acima da do cargo de que é titular;

B) tarefas dispersas por vários executantes;C) duplicidade de trabalho;D) esforço mal empregado;E) acúmulo de trabalho.

08 - O fluxograma é uma ferramenta inestimável para entender o funcionamento interno e os relacionamentos entre os processos

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empresariais. O fluxograma mais utilizado para identificar as rotinas existentes num setor de trabalho qualquer é o:

A) administrativo;B) vertical;C) horizontal;D) global;E) gerencial.

09 - O documento elaborado dentro de uma empresa com a finalidade de uniformizar os procedimentos que devem ser observados nas diversas áreas de atividades, sendo normalmente constituído de diversos tomos, segundo os subsistemas integrantes da empresa, é denominado:

A) manual;B) norma;C) instrução;D) rotina;E) regimento interno.

10 - A representação gráfica e abreviada da estrutura de uma organização se faz através do:

A) organograma;B) fluxograma;C) mapograma;D) funcionograma;E) cronograma.

11 - Uma vantagem relativa ao sistema de armazenamento de ponto-de-uso é:

A) facilidade de controle;B) maior facilidade para manter a precisão do registro de estoque;C) possibilidade de utilizar armazenamento especializado;D) redução do estoque de segurança;E) eliminação ou redução do manuseio do material.

12 - A prevenção de perturbações na produção ou no atendimento ao cliente se refere ao estoque de:

A) antecipação;B) tamanho de lote;C) transporte;D) flutuação;E) ciclo.

13 - Com relação aos possíveis sistemas de contagem de estoques, é correto afirmar que:

A) o inventário periódico anual elimina a necessidade de fechamento da fábrica para realização da contagem;

B) o método ABC é impopular, pois impede o estabelecimento de uma regra de contagem;

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C) se é utilizado um sistema de localização flutuante, é adequada uma combinação do sistema ABC com o sistema de auditoria de localização;

D) os métodos de contagem cíclica envolvem uma única contagem dos itens ao longo do ano;

E) o método por zonas é adotado quando se usa o sistema de localização flutuante.

14 - De acordo com a Lei 8666/93, frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do processo licitatório, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, implica pena de detenção de:

A) 1 ano, e multa;B) 2 a 4 anos, e multa;C) 5 a 6 anos, e multa;D) 7 a 8 anos, e multa;E) 9 a 10 anos, e multa.

15 - De acordo com a Lei 8666/93, devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo, implicará pena de detenção de:

A) 1 ano e multa;B) 2 a 3 anos e multa;C) 4 a 5 anos e multa;D) 6 a 7 anos e multa;E) 8 a 10 anos e multa.

16 - Um dos meios de recrutamento é o recrutamento interno, que atua sobre candidatos que fazem parte da organização, para promovê-los ou transferi-los. O recrutamento interno:

A)é péssimo para empresas burocráticas e mecanísticas;B) facilita a entrada de novas idéias, experiências e expectativas;C) rompe atitudes conservadoras e dificulta manutenção de rotinas;D) aproveita melhor o potencial humano da organização;E)é ideal para situações de instabilidade e de grande mudança ambiental.

17 - Uma das técnicas de seleção mais utilizadas é a entrevista, a qual tem como uma de suas vantagens principais:

A) focalizar o candidato como pessoa;B) ser técnica altamente objetiva com grande margem de acerto;C) fazer com que os candidatos em geral tenham um bom desempenho;D) grande eficácia para comparar diversos candidatos;E) os entrevistadores não necessitam de treinamento específico.

18 - Um dos principais métodos de avaliação de desempenho é o que trata de escalas gráficas, o qual:

A) permite apenas visão pontual de cada fator de avaliação;B) dificulta em muito a compreensão e utilização;C)é de fácil planejamento e construção;

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D) inviabiliza comparação entre resultados de diferentes funcionários;E) avalia desempenho de forma profunda e objetiva.

19 - A avaliação e classificação de cargos pode ser realizada através do "método de comparação por fatores", composto por cinco fatores de avaliação. Entre eles, o fator "habilidade", que:

A) significa posse de traços mentais tais como inteligência;B) avalia capacidade de se responsabilizar por contatos com público;C)é a aplicação ativa de conhecimentos especializados;D) trata de condições físicas tais como força e capacidade visual;E) avalia coordenação muscular, como movimentos repetitivos.

20 - A segurança do trabalho envolve a prevenção de acidentes. É correto afirmar que:

A) o acidente sem afastamento é levado em conta nos coeficientes de freqüência e de gravidade;

B) a incapacidade parcial permanente pode ser motivada por perda de parte de um membro;

C) a incapacidade temporária é relativa a seqüelas que podem ter duração superior a um ano;

D) a incapacidade permanente total pode ser motivada exclusivamente pela perda de visão em um dos olhos;

E) a incapacidade temporária é motivada geralmente por perda de qualquer membro.

Gabarito

01 - D 02 - A 03 - E 04 - C 05 - B06 - C 07 - D 08 - B 09 - A 10- A11 - E 12 - D 13 - C 14 - B 15 - B16 - D 17 - A 18 - C 19 - E 20 - B

entidades governamentais ou de caráter público. III- O mandado de segurança coletivo, ajuizado por qualquer partido político, organização sindical, entidade de classe ou associação, desde que legalmente constituídos e em funcionamento há pelo menos um ano. Use a seguinte correspondência: a) I e II estão corretas. b) I e III estão corretas. c) II e III estão corretas. d) Somente II está correta. e) Somente III está correta.

329. Se não intentada no prazo legal a ação penal pública, admitir-se-á:a) a ação civil pública. b) a ação penal popular. c) o mandado de injunção. d) a ação penal privada. e) o mandado de segurança.

330. Segundo a CF de 1988, as comissões parlamentares de inquérito possuem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Tais poderes são, contudo, limitados. Assim, considerando o tema, assinale a alternativa CORRETA.

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a) As comissões parlamentares de inquérito não necessitam de autorização judicial para realizar buscas e apreensões em domicílio, desde que durante o dia. Nesse caso, não se configura a violação domiciliar indevida.b) As comissões parlamentares de inquérito da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal podem diretamente decretar a quebra do sigilo bancário, dispensando- se, nesse caso, ordem judicial.c) As decisões das comissões parlamentares de inquérito são políticas. Assim, não precisam ser motivadas, pois a natureza política dessas decisões termina afastando o controle jurisdicional.d) O poder das comissões parlamentares de inquérito federais, estaduais e municipais para convocar autoridades não inclui a convocação de Ministro de Estado, Secretário de Estado e Secretário da Prefeitura.

331. Segundo a Constituição Brasileira o voto é obrigatório para:a) Os maiores de 18 anos. b) Para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos.c) Obrigatório para os analfabetos.d) Todas as alternativas estão corretas.e) Nenhuma das alternativas está correta.

332. Segundo a Constituição Federal, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade é garantida:a) somente aos brasileiros natos. b) somente aos brasileiros natos e naturalizados. c) aos brasileiros e aos estrangeiros em missão oficial no País. d) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País. e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País há mais de 10 (dez) anos.

333. Segundo a Constituição Federal, a prática de atos de improbidade administrativa importará:a) a perda dos direitos políticos. b) a suspensão da função pública. c) a disponibilidade dos bens. d) o ressarcimento ao erário. e) o pagamento de multa.

334. Segundo a Constituição Federal, os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, possuem nova denominação na que se refere ao tipo de trabalho executado. Essa nova denominação considera os integrantes deste grupo como sendo:a) servidores públicos militares.b) trabalhadores especiais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.c) servidores públicos auxiliares do Exército.d) força militar comunitária.e) militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios.

335. Segundo o disposto na Constituição Federal, o direito de resposta, proporcional ao agravo:a) exclui apenas a indenização por dano material. b) não exclui a indenização por dano material, moral ou à imagem. c) exclui a indenização por dano material ou moral. d) exclui apenas a indenização por dano moral. e) acarretará a indenização por dano moral somente se for manifestado o agravo por meio da imprensa.

336. Segundo o disposto na Constituição Federal, o direito de resposta, proporcional ao agravo: a) exclui apenas a indenização por dano material. b) não exclui a indenização por dano material, moral ou à imagem. c) exclui a indenização por dano material ou moral. d) exclui apenas a indenização por dano moral. e) acarretará a indenização por dano moral somente se for manifestado o agravo por meio da imprensa.

337. Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, a soberania e a cidadania, conceder-se-á: a) Mandado Popular;b) HABEAS DATA;c) Mandado de Injunção;d) Mandado de Segurança;

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338. Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder, conceder-se-á:a) HABEAS DATA; b) MANDADO DE SEGURANÇA;c) HABEAS CORPUS;d) MANDADO DE INJUNÇÃO.

339. Sendo a prisão civil por dívida um instituto de direito constitucional, poderá ser decretada contra: a) Fiador insolvente.b) Depositário infiel ou responsável pelo inadimplemento de obrigação alimentar.c) Segurador que não pagou o prejuízo resultante do risco assumido ou o valor da apólice.d) Comodatário constituído em mora.e) Inadimplente involuntário de obrigação alimentícia.

340. Ser capaz politicamente é, em síntese, ter:a) Capacidade legislativa;b) Capacidade Civil;c) Capacidade administrativa;d) Capacidade física.

341. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: a) por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica se recusar a cumprir obrigação a todos imposta b) adquirir, por ato involuntário, outra nacionalidadec) praticar crime hediondod) tiver cancelado sua naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacionale) as letras "b" e "d" estão corretas

342. Só se pode pleitear, por HABEAS DATA, informações:a) sociais;b) relativas ao impetrante;c) criminais;d) de caráter coletivo.

343. Sobre a ação popular, é correto afirmar que: a) se presta para processar criminosos, nos crimes que são levados a júri;b) pode ser proposta por pessoas jurídicas;c) dispensa a propositura por advogado e não comporta custas nem sucumbência; d) protege direito líquido e certo contra ilegalidade ou abuso de poder praticado por autoridade pública;e) pode ser utilizada para anular ato lesivo à moralidade administrativa.

344. Sobre habeas corpus é incorreto afirmar: a) não pode ser impetrado por pessoa que tenha apenas 17 anos; b) é gratuito;c) não é necessário advogado;d) não pode ser impetrado perante o juízo trabalhista;e) é o meio hábil para proteger uma espécie de direito líquido e certo.

345. Sobre o estado de sítio, indique a alternativa correta:a) o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar o estado de sítio em qualquer das unidades federadas; b) o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio em qualquer das unidades federadas; c) o Presidente da República pode, em casos excepcionais, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio, sem ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; d) o Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio.

346. Sobre o processo de licitação pública, assinale a alternativa incorreta: a) Tem por finalidade a contratação de obras, serviços, compras e alienações. b) Deve necessariamente assegurar igualdade de condições a todos os concorrentes. c) Há casos em que pode ser dispensado.

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d) Pode exigir dos concorrentes qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. e) Pode estabelecer cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento diferentes das condições efetivas da proposta.

347. Sobre o processo legislativo, assinale a corretaa) É de iniciativa privativa do Governador, projeto de lei que disponha sobre o regime jurídico dos servidores.b) A emenda à Lei Orgânica será promulgada pelo Governador, com o respectivo número de ordem.c) A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.d) A Lei Orgânica poderá ser emendada por proposta da Câmara dos Deputados.e) A Lei Orgânica não poderá ser emendada mediante proposta do Governador.

348. Sobre o regime constitucional imposto à propriedade, é incorreto dizer que:a) é garantido o direito de propriedade.b) a propriedade atenderá a sua função social.c) a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social.d) a desapropriação será realizada mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição Federal.e) no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurado sempre ao proprietário indenização ulterior.

349. Sobre os Ministros, assinale a alternativa CORRETA:a) Os Ministros de Estado possuem a competência de referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República que sejam afetos à sua pasta.b) A Constituição Federal de 1988 exige que os Ministros de Estado sejam brasileiros. Assim, conclui-se que eles podem ser brasileiros natos ou naturalizados, com exceção do Ministro de Estado da Defesa, que deverá ser sempre brasileiro nato.c) Enquanto o Presidente é julgado por crime comum no Supremo Tribunal Federal, o Ministro de Estado possui prerrogativa de foro no Superior Tribunal de Justiça.d) O Ministro de Estado, se praticar algum crime de responsabilidade conexo com o do Presidente da República, será processado pelo Supremo Tribunal Federal.

350. Superior hierárquico que baixa norma impedindo funcionário público subordinado de exercer o direito de impetrar "habeas corpus" em favor de outro servidor irregularmente preso. Comete ilegalidade e abuso de poder passíveis de reparação por: a) ação popularb) mandado de injunçãoc) "habeas data"d) mandado de segurançae) "habeas corpus"

351. Tendo em vista as disposições constitucionais, assinale a alternativa incorreta:a) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial transitada em julgado. b) Ninguém será compelido a associar-se ou a permanecer associado.c) entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. d) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. e) É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

352. Todos os itens abaixo referem-se a algumas condições a liberdade de reunião, exceto:a) deve ser pacifica; b) sem armas;c) não na necessidade de prévio aviso a autoridade;d) sem frustrar outra reunião já marcada.

353. Todos os itens abaixo referem-se a algumas condições a liberdade de reunião, exceto: a) deve ser pacifica;

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b) sem armas;c) não na necessidade de prévio aviso a autoridade;d) sem frustrar outra reunião já marcada.

354. Todos os itens abaixo referem-se as liberdades inerentes aos brasileiros e aos estrangeiros, exceto: a) a violação das comunicações telegráficas de dados; b) a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;c) a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;d) o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão;

355. Todos são iguais perante a lei dos termos da Constituição Federal. Assinale a alternativa que caracteriza a garantia deste direito:a) Homens e mulheres são iguais em direito e obrigações, exceto quando à pensão de alimentos.b) É livre a manifestação de pensamentos mesmo através do anonimato.c) É assegurado a todos à informação, resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.d) A pequena propriedade rural, mesmo que trabalhada pela família poderá ser objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.e) Todas as respostas estão corretas.

356. Tribunal do Júri é parte: a) da Sociedade Civil e Judiciário;b) do Poder Judiciário;c) do Ministério Público;d) da Advocacia.

357. Um cidadão sofrendo violação de seus direitos, embora estes não sejam assegurados pela Constituição, mas sim pela legislação positiva: a) Poderá acionar o judiciário, optando por um dos vários instrumentos que a lei lhe coloca á disposição;b) Ingressará em juízo, desde que, se exaure previamente as vias administrativas;c) Terá restrito acesso aos órgãos judicantes por se tratar de preceito não resguardado pela Constituição Federal.d) N.R.A.

358. Um grupo de policiais, necessitando penetrar durante a noite em uma oficina mecânica a fim de capturar um indivíduo em flagrante delito, invade este estabelecimento sem o consentimento de seu dono. Podemos dizer que: a) Os policiais agiram ilegalmente;b) Os policiais agiram conforme o preceito constitucional lhes permite;c) O estabelecimento comercial não se equipara a casa;d) Os policiais só poderiam invadir o estabelecimento com autorização do Juiz;e) N.R.A.

359. Uma das assertivas abaixo constitui-se em direito individual garantido pela Constituição:a) o acusado de um crime pode optar entre ser julgado por um Juiz de Direito ou pelo Tribunal do Júrib) a polícia, sem ordem expressa de um Juiz de Direito, não poderá, sem ordem expressa de um Juiz de Direito, não poderá prender qualquer pessoac) a gestante e a pessoa com idade superior a 81 anos não poderão ser detidasd) n.d.a.

360. Uma emenda à Constituição só estará aprovada se:a) obtiver três quintos dos votos dos membros das duas Casas do Congresso Nacional;b) obtiver dois quintos dos votos dos membros das duas Casas do Congresso Nacional;c) obtiver quatro quintos dos votos dos membros da Câmara dos Deputados, apenas;d) obtiver quatro quintos dos votos dos membros do Senado da República, apenas.

361. Uma organização sindical pode impetrar mandado de segurança coletivo desde que: a) esteja constituída ou em funcionamento há mais de três anos;b) haja qualquer motivo de interesse dos seus membros ou associados; c) o trabalhador se ache ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade; d) esteja legalmente constituída em funcionamento há pelo menos um ano, e em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

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e) haja qualquer interesse da sociedade.

362. Uma pessoa nascida no rio Gde do Sul, filha de um casal de turistas japoneses, pode ser considerada como: a) estrangeirab) brasileira natac) brasileira naturalizadad) n.r.a.

GABARITO:

1-A 2-E 3-E 4-E 5-B 6-C 7-B 8-C 09-D 10-C11-B 12-C 13-B 14-A 15-C 16-A 17-B 18-B 19-D 20-C21-C 22-E 23-E 24-A 25-A 26-D 27-A 28-B 29-E 30-A31-A 32-B 33-D 34-B 35-B 36-C 37-E 38-B 39-B 40-B41-E 42-E 43-C 44-B 45-B 46-D 47-D 48-C 49-D 50-D51-B 52-C 53-C 54-B 55-B 56-D 57-B 58-D 59-d 60-E61-B 62-A 63-B 64-B 65-C 66-E 67-D 68-D 69-E 70-D71-B 72-B 73-D 74-A 75-B 76-E 77-A 78-E 79-D 80-A81-E 82-D 83-B 84-B 85-D 86-D 87-A 88-A 89-C 90-C91-B 92-E 93-E 94-B 95-B 96-B 97-C 98-C 99-B 100-A101-B 102-B 103-D 104-E 105-B 106-D 107-B 108-C 109-B 110-E111-A 112-D 113-B 114-A 115-D 116-B 117-D 118-A 119-D 120-B121-A 122-A 123-B 124-B 125-C 126-C 127-A 128-C 129-C 130-D131-D 132-B 133-C 134-D 135-A 136-A 137-A 138-D 139-B 140-D141-D 142-C 143-A 144-B 145-C 146-A 147-E 148-B 149-D 150-C151-D 152-D 153-D 154-A 155-C 156-E 157-D 158-E 159-B 160-D161-A 162-A 163-A 164-C 165-C 166-A 167-A 168-C 169-A 170-A171-E 172-D 173-C 174-D 175-C 176-B 177-E 178-C 179-A 180-A181-D 182-C 183-B 184-C 185-E 186-D 187-C 188-B 189-B 190-D191-D 192-B 193-D 194-B 195-A 196-E 197-C 198-E 199-B 200-C201-B 202-B 203-A 204-D 205-B 206-B 207-B 208-E 209-E 210-C211-B 212-E 213-E 214-C 215-B 216-B 217-A 218-A 219-D 220-C221-A 222-D 223-C 224-D 225-C 226-C 227-C 228-C 229-C 230-D231-E 232-D 233-A 234-E 235-B 236-E 237-D 238-B 239-B 240-B241-B 242-A 243-B 244-B 245-C 246-D 247-A 248-A 249-A 250-A251-B 252-D 253-C 254-C 255-C 256-A 257-B 258-B 259-A 260-C261-D 262-A 263-C 264-A 265-C 266-E 267-C 268-A 269-C 270-D271-D 272-C 273-D 274-D 275-B 276-A 277-A 278-C 279-E 280-A281-E 282-B 283-C 284-A 285-B 286-C 287-C 288-B 289-D 290-E291-B 292-A 293-C 294-D 295-C 296-C 297-C 298-E 299-C 300-D301-D 302-B 303-D 304-E 305-D 306-C 307-B 308-A 309-C 310-E311-C 312-C 313-D 314-A 315-D 316-B 317-E 318-E 319-C 320-D321-E 322-D 323-E 324-B 325-A 326-C 327-D 328-D 329-D 330-D331-A 332-D 333-D 334-E 335-B 336-B 337-C 338-C 339-B 340-A341-D 342-B 343-D 344-A 345-D 346-E 347-A 348-E 349-D 350-D351-A 352-C 353-C 354-A 355-C 356-B 357-A 358-B 359-D 360-A361-B 362-B xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx xxxxx

Olha aqui! Mais uma bateria de exercícios pra você.

Responda "certo" ou "errado"

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1) Os princípios relativos à Administração Pública, elencados na Constituição Federal, são impositivos para os Poderes da União e indicativos para os Poderes dos demais entes federativos.( ) Certo ( ) Errado

2) O prazo de validade de concurso público será de dois anos, prorrogável uma vez por igual período, o que resultará sempre no teto de 4 anos para qualquer concurso público.( ) Certo ( ) Errado

3) Aquele que for aprovado em concurso público adquire o direito de nomeação após a homologação e publicação do resultado final do certame.( ) Certo ( ) Errado

4) Pela interpretação dos princípios constitucionais relativos ao concurso público é possível dizer que um servidor pode trocar de carreira sem se submeter a novo concurso público.( ) Certo ( ) Errado

5) Não há na Constituição Federal, um percentual estabelecido para o número de cargos e empregos públicos destinados a pessoas portadoras de deficiência.( ) Certo ( ) Errado

6) O limite máximo de remuneração para servidores do Poder Executivo é a remuneração percebida, a qualquer título, em espécie, por Ministro de Estado ( ) Certo ( ) Errado

7) O servidor público tem direito à livre associação sindical e à greve.( ) Certo ( ) Errado

8) O direito de greve do servidor público civil é auto-aplicável, ou seja, não depende de nenhuma providência legislativa para ser exercido.( ) Certo ( ) Errado

9) Os limites máximos para a remuneração do servidor público federal são, na esfera do judiciário, a remuneração de Ministro do Supremo Tribunal Federal; na esfera do Executivo, a remuneração do Presidente da República; e na esfera do Legislativo, a remuneração de deputados e senadores, que é a mesma.( ) Certo ( ) Errado

10) Nos termos da Constituição Federal, as funções de confiança serão exercidas por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei.( ) Certo ( ) Errado

11) Apenas os vencimentos dos servidores públicos são irredutíveis. A remuneração, contudo, poderá ser reduzida para conformar-se com a isonomia entre os Poderes e os limites máximos de remuneração de cada poder.( ) Certo ( ) Errado

12) A acumulação remunerada de dois cargos de professor, ou dois cargos privativos de médico, é sempre possível, nos termos da Constituição Federal.( ) Certo ( ) Errado 13) Um servidor público, médico formado, que ocupe cumulativamente um cargo de médico num hospital público e outro de secretário parlamentar, função de confiança, no Poder Legislativo não está acumulando ilicitamente, pois a Constituição Federal apenas proíbe a acumulação de dois cargos públicos, e não de cargo e função.( ) Certo ( ) Errado

14) A criação de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa específica.( ) Certo ( ) Errado

15) A criação de empresa pública e de suas subsidiárias depende de lei específica.( ) Certo ( ) Errado

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16) A proibição de acumulação remunerada é limitada à Administração Direta, não alcançando as sociedades de economia mista.( ) Certo ( ) Errado

17) A utilização de nomes ou imagens, que caracterizem promoção pessoal de autoridade pública em atos, programas, obras e serviços, é constitucionalmente vedada. A Constituição Federal, contudo, não impede a utilização do símbolo ou logotipo de determinada administração.( ) Certo ( ) Errado

18) Os atos de improbidade administrativa, em relação aos direitos políticos, geram apenas a sua suspensão.( ) Certo ( ) Errado

19) As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Essa responsabilidade não alcança, em nenhum caso, pessoa jurídica de direito privado.( ) Certo ( ) Errado

20) A única hipótese de servidor detentor de mandato eletivo acumular vantagens do cargo, emprego ou função com a remuneração do cargo eletivo é restrita ao mandado de vereador, se houver compatibilidade de horário.( ) Certo ( ) Errado

21) O servidor eleito Prefeito Municipal não poderá acumular essas funções com as do serviço público, mas poderá optar pela remuneração de um outro cargo.( ) Certo ( ) Errado

22) Em qualquer dos casos que exija afastamento do servidor de seu serviço para exercício de cargo público, o seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais.( ) Certo ( ) Errado

23) As vantagens relativas à natureza ou ao local de trabalho são computadas para fins de aferição de isonomia.( ) Certo ( ) Errado

24) Determinado servidor público que ingresse no serviço público aos 50 anos de idade, sem nunca antes ter tido a condição de servidor público em qualquer ente estatal, pode vir a se aposentar com proventos integrais.( ) Certo ( ) Errado

25) Um servidor público homem, não sendo professor, pode se aposentar facultativamente aos 35 ou aos 30 anos de serviço, com proventos integrais no primeiro caso e proporcionais ao tempo de serviço no segundo.( ) Certo ( ) Errado

26) Os limites de idade para aposentadorias facultativas apresentados pela Constituição Federal não admitem redução ou exceção.( ) Certo ( ) Errado

27) Um benefício dado a todos os ocupantes de determinado cargo, em atividade, deverá ser estendido aos servidores aposentados nesse mesmo cargo.( ) Certo ( ) Errado

28) O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade da remuneração do servidor em atividade, ou dos proventos do servidor aposentado.( ) Certo ( ) Errado

29) O servidor público perderá o cargo por processo judicial, assegurada ampla defesa.( ) Certo ( ) Errado

30) São efetivos, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público.( ) Certo ( ) Errado

31) Invalidada por sentença judicial a demissão de servidor estável, será ele colocado em disponibilidade remunerada até seu adequado aproveitamento em outro cargo.( ) Certo ( ) Errado

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32) Extinto o cargo que ocupa, o servidor estável ficará em disponibilidade remunerada, até o seu adequado aproveitamento em outro cargo.( ) Certo ( ) Errado

33) Dentre os servidores militares federais estão os integrantes das Forças Armadas.( ) Certo ( ) Errado

34) O militar não pode estar filiado a partido político.( ) Certo ( ) Errado

35) O oficial condenado na justiça comum a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será julgado perante a justiça militar, para fins de apreciar se continua digno do oficialato ou com ele compatível.( ) Certo ( ) Errado

RESPOSTAS E COMENTÁRIOS

1) Errado. Os princípios a que se refere a questão dos impositivos para todos os entes federativos e também para a administração indireta e fundacional nas quatro esferas do poder.

2) Errado. O prazo de validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável uma vez por qualquer período, até o máximo de dois anos. Teor do Art. 37, III.

3) Errado. O único direito do aprovado em concurso público é o de ser convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego na carreira, durante o prazo de validade do concurso. Há exceções, já firmadas pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, quanto à pretensão e ao não-chamamento por falta de interesse público.

4) Errado. A interpretação conjunta dos incisos II e IV, parte final, levam à conclusão de que, para o ingresso em cada cargo inicial de carreira, é necessário e imprescindível o concurso público. Assim já decidiu o próprio Supremo Tribunal Federal.

5) Certo. A Constituição Federal limita-se a dizer que "a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos" para deficientes. O percentual de 20%, costumeiramente lembrado, não é constitucional, mas sim da Lei nº 8.112, e vale apenas para os servidores públicos civis da União.

6) Errado. Art . 37, XI, pela EC-19.

7) Errado. O servidor público civil tem ambos os direitos (art. 37, VI e VII), mas o servidor público militar os tem expressamente vedado pela Constituição (art. 42, § 5º).

8) Errado. O direito de greve do servidor público civil será exercido nos termos e nos limites definidos em lei. O Supremo Tribunal Federal, julgando o Mandado de Injunção nº 20, decidiu que, até que exista a citada lei, a greve de servidor público civil é inconstitucional.

9) Errado. Teor do art. 37, XI, pela EC-19.

10) Errado. A EC-19 ao alterar o art. 37, V, mudou o trato da matéria.

11) Errado. A EC -19 alterou a matéria.

12) Errado. A narrativa constitucional é clara: o primeiro requisito para tornar a acumulação lícita é a compatibilidade de horários. Só a partir da verificação da existência dessa compatibilidade é que se poderá conferir constitucionalidade à acumulação. Inteligência do art. 37, XVI.

13) Errado. Há dois erros no comando da questão. O primeiro é que a acumulação lícita seria de dois cargos privativos de médico, ou seja, cargos cujo exercício exija, preliminarmente, a condição de médico legalmente habilitado, o que não acontece com a função de secretário parlamentar. Ademais, a Constituição Federal é clara ao dizer que "a proibição de acumular estende-se a cargos e funções". Teor do art. 37, XVI e XVII.

14) Certo. Art. 37, XIX, com redação da EC-19.

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15) Errado. A criação de empresa pública depende de lei específica. A criação de subsidiária depende de autorização legislativa, em cada caso. A diferença é fundamental, pois autorização legislativa pode ser dada por Decreto ou Resolução de efeitos externos. Art. 37, XIX e XX.

16) A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo poder público. Teor do inciso XVII do art. 37.

17) Errado. Todas as formas de promoção ou identificação acima são proibidas pela Constituição Federal. Art. 37, § 1º.

18) Certo. Teor do art. 37, § 4º.

19) Errado. As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos também respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Art. 37, § 6º.

20) Certo. Teor do art. 38, III.

21) Certo. Art. 38, II.

22) Errado. O tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. Art. 38, IV.

23) Certo. EC-19

24) Certo. Há uma única hipótese possível: no caso de invalidez permanente, causada por acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável. Todas as demais hipóteses são barradas pela aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade.

25) Certo. Teor do art. 40, III, a e c.

26) Errado. Lei complementar poderá estabelecer exceções aos prazos de tempo de serviço para aposentadoria com proventos integrais ou proporcionais, exceto para professores, no caso de exercício de atividades penosas, insalubres ou perigosas. Art. 40, § 1º.

27) Certo. Teor do art. 40, § 4º.

28) Errado. Primeiro, o benefício da pensão por morte tomará por base os proventos do aposentado ou os vencimentos, e não remuneração, do servidor falecido. Segundo que a própria redação da Constituição Federal cuida de excepcionar o termo "totalidade", ao dizer, na parte final, que essa totalidade será limitada ao teto dado por lei. Art. 40, § 5º. Importante é notar a alteração de denominação trazida pela Lei nº 8.852/94.

29) Certo. Observe que há duas possibilidades de o servidor estável perder o cargo: por processo administrativo ou por processo judicial. O comando da questão não restringe à assertiva, mas apenas enumera uma de duas possíveis. Apenas o servidor vitalício exige, para sua demissão, processo judicial, exclusivamente. Art. 41, § 1º.

30) Errado. São estáveis tais servidores. A estabilidade é privilégio do servidor; a efetividade é atributo do cargo. Art. 41, caput.

31) Errado. Em tal caso, o servidor será reintegrado ao cargo que ocupou, e o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo ou colocado em disponibilidade. Art. 41, § 2º.

32) Certo. Teor do art. 41, § 3º.

33) Errado. Os integrantes das Forças Armadas são os militares federais. Art. 42, caput, pela EC-18.

34) Errado. O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a partidos políticos. Art. 42, § 6º.

35) Certo. Art. 42. § § 8º e 7º.

sumário não excederá 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem.

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71 - A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos.

72 - Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses.

73. A ação disciplinar prescreverá:em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou

disponibilidade e destituição de cargo em comissão;em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.

74. Da sindicância poderá resultar:aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias;

75. As penalidades disciplinares serão aplicadas: pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas

no inciso I quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

76 - O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

77 - Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

78 - Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

79 - O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

80 - A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.

81 - O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

82. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.

No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.

83. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

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O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

84 - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis.

85 - No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de 2 (duas) testemunhas.

86. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.

87 - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias.

88 - No prazo de vinte dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

89 - Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.

90 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.

91 - Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

92 - O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

93 - Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.

94 - O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

95 - O recolhimento de que trata o § 3o do art 183 deve ser efetuado até o segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de vencimento.

96 - A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.

97- O servidor será aposentado:compulsoriamente, aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

98 - A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.

99 - - Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia 20 do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.

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100 - O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.

101 - No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.

102 - A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 ( vinte e quatro) meses.

103 - Para Licença para Tratamento de Saúde até 30 (trinta) dias, a inspeção será feita por médico do setor de assistência do órgão de pessoal e, se por prazo superior, por junta médica oficial.

104 - O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite de 30 (trinta) dias de licença para tratamento de saúde, consecutivos ou não, para a concessão de nova licença, independentemente do prazo de sua duração, será submetido a inspeção por junta médica oficial.

105 - A licença à servidora gestante poderá ter início no 1º dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.

106 - No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

107 - Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.

108 - No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.

109 - A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

110 - Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.

111 - Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 ( seis meses), a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.

112 - À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.

113 - No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

114 - A pensão por morte poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.

115 - A pensão provisória por morte presumida do servidor será transformada em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.

116 - O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.

117 - À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:

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2/3 ( dois terços) da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;

118 - À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença

definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.

119 - Nos casos previstos no inciso I do artigo 229, o servidor terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.

120 - O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento.

121 - Os prazos previstos na Lei 8112/90 serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

122 - Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito àlivre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

de inamovibilidade do dirigente sindical, até 1 (um) ano após o final do mandato, exceto se a pedido;

123 - Ficam submetidos ao regime jurídico instituído pela Lei 8112/90, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, exceto os contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação .