agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

36
o que pode e o que não pode nas eleições de 2014 agente público

Upload: cepam

Post on 28-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Esta publicação explicita, em função do pleito que acontece em 5 de outubro de 2014, quais são as condutas vedadas aos agentes públicos federais, estaduais e municipais, quais os impactos gerados para a Administração Pública e as consequências para os agentes públicos que as desrespeitarem.

TRANSCRIPT

Page 1: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

o q u e p o d e e o q u e n ã o p o d enas eleições de 2014agente público

Page 2: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Governo do Estado de São PauloGeraldo Alckmin

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento RegionalJulio Semeghini

Fundação Prefeito Faria Lima – CepamLobbe Neto

Produção Editorial

Coordenação | Adriana Caldas, MTB 23.878

Editoração de Texto e Revisão | Eva Célia Barbosa e Vanessa Umbelina

Direção de Arte | Michelle Nascimento

Chefia de Arte | Carlos Papai

Assistência de Arte | Janaína Alves Cruz da Silva

Ilustração | Monstro

CTP, Impressão e Acabamento | Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Tiragem | 2 mil exemplares

Page 3: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

3ª edição atualizada

São Paulo, 2013

o q u e p o d e e o q u e n ã o p o d enas eleições de 2014agente público

Apoio Realização

Page 4: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

© Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam)

1ª edição – 2010 – 2 mil exemplares

Título: Condutas Vedadas aos Agentes Públicos em Campanha Eleitoral

2ª edição atualizada – 2012 – 2 mil exemplares

Título: Agente Público no Período Eleitoral – O que Pode e o que Não Pode

Texto: Carlos Roberto de Abreu Sodré e José Carlos Macruz

Atualização do Texto

José Carlos Macruz, advogado, mestre em Direito de Estado, presidente da

Comissão de Direito Eleitoral da OAB – 93ª Subseção de Pinheiros, membro

da Comissão de Direito Eleitoral da OAB – Seção São Paulo e coordenador de

Assistência Jurídica do Cepam

Lígia Marquez Simões, advogada, especialista em Direito Público, membro da

Comissão de Direito Eleitoral da OAB – 93ª subseção de Pinheiros, e técnica

de Assistência Jurídica do Cepam

Page 5: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Apresentação

O Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) tem tradição histórica de atuação no processo eleitoral, com o objetivo de contribuir para que as campanhas transcorram da melhor forma possível e dentro da legalidade.

A partir de 1º de janeiro de 2014, em função do pleito que acontece em 5 de outubro desse ano, várias condutas são vedadas aos agentes públicos federais, estaduais e, inclusive, municipais, para garantir a igual oportunidade para todos os candidatos.

Esta publicação explicita quais são essas vedações, os impactos gerados para a Administração Pública nos âmbitos federal, estadual e municipal e as consequências para os agentes públicos que as desrespeitarem.

O texto está dividido em tópicos, visando favorecer a compreensão daqueles que, de alguma forma, podem influenciar no equilíbrio do pleito.

Esperamos, assim, que estas orientações subsidiem as ações dos governantes locais no cumprimento do que determina a legislação eleitoral.

Lobbe NetoPresidente do Cepam

Page 6: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode
Page 7: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

SumárioApresentação

1 Bens, Materiais e Serviços Uso de Bens Públicos 7

Uso de Materiais e Serviços Pagos com Dinheiro Público 9

2 Servidores Públicos Cessão de Servidor 11

Regular Exercício Funcional 13

Revisão de Remuneração 16

3 Ações Sociais Distribuição Gratuita de Bens, Valores, ou Benefícios 18

Uso Promocional de Ação Social 21

4 Obras e Serviços Públicos Transferências de Recursos 22

Participação em Inaugurações de Obras Públicas 24

5 Pronunciamento em Cadeia de Rádio e Televisão 25

6 Publicidade Institucional Propaganda Institucional 26

Despesas com Publicidade 28

7 Contratação de Shows Artísticos 29

Glossário

Page 8: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode
Page 9: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Bens, Materiais e Serviços

Uso de Bens Públicos

Segundo o inciso I, do artigo 73, o agente público

está proibido de ceder ou usar, em benefício de

candidato, partido político ou coligação, bens móveis

ou imóveis pertencentes à Administração direta ou

indireta da União, dos estados, do Distrito Federal

e dos municípios, ressalvada para a realização de

convenção partidária.

Essa vedação aplica-se ao prefeito, vereador e aos

dirigentes de autarquias, fundações, empresas

públicas e sociedades de economia mista municipais,

que não podem ceder ou utilizar os bens públicos

dessas entidades em benefício de partido político,

coligação ou candidato.

Assim, não podem ser cedidos ou utilizados seus

prédios ou edifícios públicos, veículos oficiais, linhas

1

Page 10: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

8

telefônicas, ou qualquer material (mesas, cadeiras,

equipamentos de informática), em benefício de

candidatos, partidos políticos ou coligações. Pode-se

apontar como exemplo a utilização de veículos que

se encontram a serviço do governo estadual para

ostentar propaganda eleitoral de candidato.

A exceção apresentada tem relação com o uso das

dependências dos prédios públicos para realizar as

convenções dos partidos políticos, que devem ocorrer

entre os dias 10 e 30 de junho de 2014.

A vedação também não se aplica ao uso, em

campanha, pelos candidatos à reeleição de Presidente

e vice-presidente da República e de governador

e vice-governador de Estado, de suas residências

oficiais, com os serviços inerentes à sua utilização

normal, para realizar contatos, encontros e reuniões

pertinentes à própria campanha, desde que não

tenham caráter de ato público.

Page 11: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

9

Caracterizada a conduta vedada, os prejuízos podem

ser enormes, tanto para os responsáveis, com o

pagamento de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$

106.410,00, como para o candidato beneficiado,

agente público ou não, que pode ter seu registro de

candidatura ou seu diploma cassados, além, claro, de

a Justiça Eleitoral determinar a suspensão da conduta,

quando for o caso.

Não se afasta possível condenação pela prática de ato

de improbidade administrativa.

Uso de Materiais e Serviços Pagos

com Dinheiro Público

Segundo o inciso II, do artigo 73, é vedada a

utilização de materiais ou serviços, custeados pelo

governo federal, estadual, distrital, ou municipal, ou

Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias

Legislativas, ou Câmaras Municipais, que excedam

Page 12: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

10

as prerrogativas consignadas nos regimentos e nas

normas dos órgãos que integram.

Assim, os materiais e serviços de comunicação social,

gráficos, postais, telefônicos e outros, custeados pelo

erário, ainda que dentro da quota estabelecida nas

normas regimentais e administrativas – como, aliás,

sempre devem ser –, não podem ser utilizados para

beneficiar partidos políticos, coligações ou candidatos,

sejam agentes públicos ou não. É o que ocorre com

a utilização de microcomputador e serviço de Internet

do Senado Federal para enviar mensagem eletrônica

com pedido de votos em benefício de candidato.

Uma vez caracterizada a conduta, os responsáveis

sujeitam-se ao pagamento de multa no valor de

R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00, e o candidato

beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à

cassação de seu registro ou seu diploma, além de a

Justiça Eleitoral determinar a suspensão da conduta,

quando for o caso.

Page 13: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

11

Não se afasta possível condenação dos infratores pela

prática de ato de improbidade administrativa.

2 Servidores Públicos

Cessão de Servidor

Nos termos do inciso III, do artigo 73, é vedado ceder

servidor público ou empregado da Administração

direta, ou indireta, federal, estadual ou municipal, do

Poder Executivo, ou usar seus serviços, para comitês

de campanha eleitoral de candidato, partido político

ou coligação, durante o horário de expediente normal,

salvo se o servidor, ou empregado, estiver licenciado.

Embora não se refira expressamente ao Poder

Legislativo, deve-se entender que a restrição também

o atinge, pois é inadmissível supor que as Casas

Legislativas possam ceder ou usar os serviços de

Page 14: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

12

seus servidores para comitês de campanha eleitoral

durante o horário de expediente normal.

Portanto, Presidente da República, governador de

Estado, deputado federal, ou estadual, senador, prefeito,

vereador, ministro de Estado, secretário estadual, ou

municipal, e dirigentes de autarquias, fundações,

empresas públicas ou sociedades de economia

mista, não podem ceder – ou colocar à disposição –,

gratuita ou onerosamente, qualquer servidor público

ou empregado, durante o seu período de trabalho, a

candidato, partido político ou coligação.

Se o servidor público desejar trabalhar, que o faça

fora de seu expediente e, para isso, é irrelevante

qualquer autorização ou manifestação da entidade à

qual ele pertence.

Também está proibido usar servidores ou empregados

para prestar serviços para partidos políticos, coligações,

ou candidatos. É exemplo disso um advogado que,

Page 15: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

13

durante seu expediente, trabalha no comitê eleitoral de

um candidato, cuidando da defesa de sua campanha.

Se o servidor ou empregado estiver licenciado, e, por

consequência, afastado de suas atividades rotineiras,

estará liberado para trabalhar em comitê eleitoral de

candidato, partido político, ou coligação.

Caracterizada a conduta vedada, os responsáveis

pela cessão, ou liberação, sujeitam-se ao pagamento

de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00,

assim como o candidato beneficiado, agente público

ou não, podendo, ainda, ter cassado o registro de sua

candidatura ou de seu diploma, além de a Justiça

Eleitoral determinar a suspensão da conduta, quando

for o caso, sem prejuízo de eventual caracterização de

ato de improbidade administrativa.

Regular Exercício Funcional

O artigo 73, V, estabelece que, nos três meses

Page 16: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

14

anteriores às eleições, até a posse dos eleitos – 5 de

julho a 31 de dezembro de 2014 –, é vedado nomear,

contratar ou, de qualquer forma, admitir, demitir sem

justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou,

por outros meios, dificultar ou impedir o exercício

funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou

exonerar servidor público na circunscrição do pleito,

sob pena de nulidade de pleno direito.

Porém, estão admitidas, como exceções:

• anomeação,ouexoneração,decargosemcomissãoe

designação, ou dispensa, de funções de confiança;

• anomeaçãoparacargosdoPoderJudiciário,Ministério

Público, dos Tribunais, ou Conselhos de Contas, e órgãos

da Presidência da República;

• a nomeação dos aprovados em concursos públicos

homologados até 5 de julho de 2014;

• a nomeação, ou contratação, necessária à instalação,

ou ao funcionamento, inadiável de serviços públicos

Page 17: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

15

essenciais, com prévia e expressa autorização do chefe

do Poder Executivo;

• a transferência ou remoção ex officio de militares,

policiais civis e de agentes penitenciários.

Para 2014, essa regra não se aplica ao município, uma

vez que a restrição se dá apenas na circunscrição do

pleito, isto é, apenas onde haverá eleições, no caso,

federais (União), estaduais (estados) e distritais (Distrito

Federal). Mas nem por isso deve-se admitir que a

autoridade municipal possa dificultar o exercício de

atividade funcional de servidor por razões eleitorais.

Qualquer uma dessas condutas não gerará efeitos,

sem prejuízo de sujeitar a autoridade ao pagamento

de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00

e responder por prática de ato de improbidade

administrativa e, se houver candidato beneficiado,

deve-se aventar a possibilidade de ver seu registro,

ou seu diploma, cassado.

Page 18: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

16

Embora não seja matéria eleitoral, é bom dizer que,

a partir do dia 5 de julho de 2014, não será admitido

o aumento de despesa com pessoal (LRF, art. 21,

parágrafo único).

Revisão de Remuneração

Os Poderes Executivos e Legislativos federais,

estaduais e distritais estão proibidos de fazer, na

circunscrição do pleito, a revisão geral da remuneração

dos servidores públicos que exceda a recomposição

da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da

eleição, conforme prevê o artigo 73, VIII. A restrição

começa a valer em 8 de abril de 2014, data a partir

da qual somente pode ser concedida, aos servidores

públicos, revisão que reponha a inflação apurada a

partir de 1º de janeiro de 2014.

Assim, até o dia 7 de abril de 2014, poderá ser

concedida reposição salarial com base em qualquer

alíquota; de 8 de abril de 2014 a 1º de janeiro de

Page 19: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

17

2015, somente poderá ser feita revisão salarial que

não exceda a perda inflacionária ao longo do ano da

eleição, ou seja, aquela verificada entre 1º de janeiro

de 2014 e a data da concessão do reajuste.

Não está vedada a aprovação de leis de reclassificação

salarial e reestruturação de carreiras de servidores,

com a fixação de nova remuneração.

Em 2014, essa disposição não se aplica ao município,

uma vez que a restrição se dá apenas na circunscrição

do pleito, isto é, apenas onde haverá eleições, no caso,

federais, estaduais e distritais. Todavia, não se admite

qualquer ação por parte do governante municipal em

conceder revisão salarial aos servidores locais com

claro intuito de beneficiar candidato, partido político

ou coligação.

Embora não seja matéria eleitoral, é bom dizer que,

a partir do dia 5 de julho de 2014, não será admitido

aumento de despesa com pessoal (LRF, art. 21,

parágrafo único).

Page 20: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

18

3 Ações Sociais

Distribuição Gratuita de Bens,

Valores, ou Benefícios

Segundo o § 10, do artigo 73, no ano em que se

realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita

de bens, valores, ou benefícios, por parte da

Administração Pública direta ou indireta, exceto

nos casos de calamidade pública, de estado de

emergência, ou de programas sociais autorizados

em lei e já em execução orçamentária no exercício

anterior ao ano das eleições, casos em que o Ministério

Público poderá promover o acompanhamento de sua

execução financeira e administrativa.

Qualquer programa social que distribua gratuitamente,

por exemplo, cesta básica ou leite, à população carente,

ficará proibido de ser executado em 2014, se não estiver

autorizado em lei e em andamento no ano de 2013.

Page 21: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

19

A norma não faz menção à circunscrição do pleito, a

indicar que, mesmo que aconteçam eleições federais,

estaduais e distritais, como ocorrerá em 2014, os

municípios estão proibidos de distribuir gratuitamente

bens, valores ou benefícios, salvo nas hipóteses

nela estabelecidas.

Entretanto, é razoável admitir que o Poder Público

municipal, nas eleições federais, estaduais e distritais,

possa instituir programa de caráter eminentemente social

voltado a atender às reais necessidades de sua população,

sem embutir qualquer conotação de natureza eleitoral.

Embora possam ser mantidos, em 2014, os programas

sociais em execução no ano anterior, não poderão

ser cumpridos por entidade nominalmente vinculada

a candidato ou mantida por ele, conforme prevê o §

11, do artigo 73. Não importa a amplitude da relação

do candidato com a entidade executora: se é dono,

colaborador, mantenedor, já são razões suficientes para

a incidência da vedação.

Page 22: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

20

É sabido e noticiado que entidades sociais recebem apoio

financeiro de agentes políticos, quando eles mesmos não

são os seus proprietários, e da própria Administração

Pública, e que muitos se utilizam disso em época

eleitoral para atrair eleitores. A restrição é exatamente

para impedir a prática e, assim, evitar, por que não,

que o eleitor vote no candidato apenas porque a sua

entidade faz com que lhe cheguem às mãos benefícios,

em sentido amplo, oriundos dos cofres públicos.

O desrespeito a essas regras pode levar a Justiça

Eleitoral a determinar a suspensão da conduta, quando

for o caso, e sujeitar os responsáveis ao pagamento

de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00,

assim como o candidato beneficiado, agente público,

ou não, podendo, ainda, ter cassado o registro de sua

candidatura ou de seu diploma.

Não se afasta possível condenação pela prática de ato

de improbidade administrativa.

Page 23: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

21

Uso Promocional de Ação Social

O agente público não pode fazer ou permitir que

se faça uso promocional de programas sociais de

distribuição gratuita de bens e serviços, custeados

ou subvencionados pelo Poder Público, em favor de

candidato, partido político ou coligação, conforme prevê

o artigo 73, IV. É o que ocorreria com o uso de veículo

destinado ao transporte escolar ostentando placas e

adesivos de propaganda eleitoral de candidatos.

Essa regra aplica-se não somente à União, aos estados

e Distrito Federal, mas também aos municípios,

que, evidentemente, não podem lançar mão desses

programas para promover a candidatura de quem quer

que seja, nem mesmo de partidos ou coligações.

Uma vez caracterizada, a Justiça Eleitoral deve

determinar a suspensão da conduta. Quando for o caso,

os responsáveis sujeitar-se-ão ao pagamento de multa

no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00, e o candidato

beneficiado, agente público, ou não, pode ter cassado o

Page 24: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

22

registro de sua candidatura ou de seu diploma, sem se

afastar, para todos os envolvidos, possível condenação

por prática de ato de improbidade administrativa.

4 Obras e Serviços Públicos

Transferências de Recursos

Nos termos do artigo 73, VI, a, fica vedada, nos

três meses anteriores às eleições – a partir de 5

de julho de 2014 –, a transferência voluntária de

recursos da União e dos estados aos municípios,

exceção feita quando se tratar de recursos

repassados voluntariamente ao município, ainda

que provenientes de convênio ou outra obrigação

preexistente, destinados à execução de obras ou

serviços fisicamente já iniciados, ou para atender a

casos de emergência, ou calamidade pública.

Page 25: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

23

A transferência de recursos voluntários atinge apenas

aqueles que não decorrem de imposição feita por lei,

fazendo-se mediante a livre vontade da União e dos

estados. Esses recursos – federais ou estaduais –,

portanto, não podem ser repassados aos municípios.

Neste ano eleitoral de 2014, essa regra atinge todos os

governos – federal, estaduais e municipais –, na medida

em que a União e os estados não podem repassar

recursos aos municípios até a data das eleições, em 5

de outubro, e os municípios não podem recebê-los.

O desrespeito à regra pode levar a Justiça Eleitoral a

determinar a interrupção da transferência de recursos

e a paralisação da obra ou serviço. Além disso, os

responsáveis se sujeitam ao pagamento de multa no

valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00, e o candidato

beneficiado, agente público ou não, pode ter cassado

seu registro, ou seu diploma, se tiver sido outorgado.

Outro efeito indesejável é a caracterização do ato

proibido como de improbidade administrativa.

Page 26: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

24

Participação em Inaugurações

de Obras Públicas

É proibido a qualquer candidato comparecer, nos três

meses que precedem o pleito – a partir de 5 de julho

de 2014 –, à inauguração de obras públicas, segundo

o artigo 77, sob pena de o infrator ter o registro

de sua candidatura cassado, ou o seu diploma,

caso tenha sido eleito. Tanto faz se o candidato é

postulante a cargo no Poder Executivo, incluído o de

vice, ou no Poder Legislativo. Não pode, de maneira

nenhuma, comparecer ou assistir à inauguração

de obras públicas federais, estaduais, distritais, ou

municipais. A participação do candidato é vedada

e, no caso de sua presença, sofrerá as penalidades

eleitorais referidas.

Page 27: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

25

5 Pronunciamento em

Cadeia de Rádio e Televisão

Nos três meses anteriores às eleições – a partir

de 5 de julho de 2014 –, segundo o artigo 73, VI,

c, os agentes políticos estão proibidos de fazer

pronunciamento em cadeia de rádio e televisão fora

do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério

da Justiça Eleitoral, se tratar de matéria urgente,

relevante e característica das funções de governo.

Essa é outra restrição que não incide sobre os

municípios, em 2014, uma vez que está limitada à

circunscrição do pleito, isto é, às eleições federais,

estaduais e distritais, o que não afastará eventual

punição por pronunciamento favorável feito por prefeito

ou outro agente político municipal a candidato, partido

político, ou coligação, em eventual pronunciamento, a

reclamar a aplicação, conforme o caso, do artigo 73,

incisos I e II, da lei eleitoral.

Page 28: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

26

Não é demais advertir que o pronunciamento deve ater-

se a questões relacionadas com a gestão pública, não

sendo meio para propaganda eleitoral que, se indevida,

será punida pela Justiça Eleitoral com a suspensão da

conduta e pagamento de multa, pelos responsáveis,

no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00, sem

prejuízo de caracterizar-se como ato de improbidade

administrativa, e, conforme o caso, cassar o registro

ou o diploma do candidato beneficiado.

6 Publicidade Institucional

Propaganda Institucional

O artigo 73, VI, b, prevê que, com exceção da

propaganda de produtos e serviços que tenham

concorrência no mercado, é vedado, aos agentes

políticos federais, estaduais e distritais, nos três

Page 29: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

27

meses anteriores ao pleito – a partir de 5 de julho de

2014 –, autorizar publicidade institucional de atos,

programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos

públicos ou das entidades da Administração indireta,

salvo em caso de grave e urgente necessidade

pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.

Quer se evitar que a publicidade institucional sirva de

propaganda eleitoral para candidato, partido político

ou coligação.

A vedação não tem incidência sobre os municípios, pois

se atém à circunscrição do pleito e, no caso, não temos

eleições municipais em 2014, mas eleições federais,

estaduais e distritais.

É preciso advertir, porém, que não estará afastada

eventual punição por publicidade institucional de atos,

programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos

públicos ou das entidades da Administração indireta

favorável a candidato, partido político ou coligação,

Page 30: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

28

passível de configuração de abuso de autoridade,

ficando o responsável, se candidato, sujeito ao

cancelamento do registro ou do diploma.

A prática da conduta vedada pode ser caracterizada

como ato de improbidade administrativa, sem prejuízo

de ver suspensa a conduta pela Justiça Eleitoral;

sujeitar os responsáveis ao pagamento de multa no

valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00; e, conforme

o caso, cassar o registro ou o diploma do candidato

beneficiado.

Despesas com Publicidade

O artigo 73, VII, traz que o governo federal, estadual,

distrital ou municipal não pode – a partir de 1º de

janeiro até 4 de julho de 2014 – realizar despesas

com publicidade institucional de seus órgãos públicos

ou das respectivas entidades da Administração

indireta, que excedam a média dos gastos nos três

últimos anos que antecedem o pleito, ou do último

Page 31: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

29

ano imediatamente anterior à eleição, prevalecendo

a que for menor.

A publicidade institucional realizada no período vedado

enseja a prática de ato de improbidade administrativa,

sem prejuízo da suspensão da conduta, pela Justiça

Eleitoral, quando for o caso, o pagamento de multa

pelos responsáveis no valor de R$ 5.320,50 a R$

106.410,00, e de problemas que podem atingir o

candidato beneficiado, inclusive ver cassado seu

registro ou seu diploma.

7 Contratação de Shows Artísticos

Nos termos do artigo 75, é vedada a contratação de

shows artísticos, pagos com recursos públicos, para

inaugurações realizadas nos três meses anteriores às

eleições – a partir de 5 de julho de 2014.

Page 32: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

30

A pretensão da norma é impedir que os governos

federal, estadual e distrital usem os recursos do erário

para promover eventos artísticos na inauguração de

obras ou serviços públicos em pleno período eleitoral.

Se isso ocorrer, o evento pode ser suspenso por

ordem da Justiça Eleitoral e, se houver candidato

beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à

cassação de seu registro ou de seu diploma.

A regra não faz menção à circunscrição do pleito, a

indicar que, mesmo que ocorram eleições federais,

estaduais e distritais, como em 2014, os municípios

estão proibidos de contratar shows artísticos pagos

com o erário.

Todavia, é razoável admitir que o Poder Público

municipal, nas eleições federais, estaduais e distritais,

possa contratar tais shows, sem embutir qualquer

conotação de natureza eleitoral, em prol de candidato,

partido político ou coligação.

Page 33: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

31

Glossário

Agente público. Todo aquele que exerce, ainda que

transitoriamente, ou sem remuneração, por eleição,

nomeação, designação, contratação, ou qualquer

outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,

emprego ou função, nos órgãos ou nas entidades da

Administração Pública direta, indireta, ou fundacional.

Ato de improbidade administrativa. Ato praticado

pelo agente público, que contraria os princípios

da Administração Pública, durante o exercício de

mandato, cargo, emprego, ou função pública.

Bens públicos. São os bens móveis ou imóveis

pertencentes à Administração direta, ou indireta, dos

municípios.

Programa social. Consiste em atividade do Poder

Público, voltada à distribuição gratuita de benefícios,

valores, ou serviços, a pessoas necessitadas, carentes

ou hipossuficientes.

Page 34: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

32

Publicidade institucional. É aquela que divulga ato,

programa, obra, serviço e campanhas de governo, ou

órgão público, autorizada por agente público e paga

pelos cofres públicos.

Revisão geral da remuneração. É a recomposição

do poder aquisitivo da remuneração dos servidores

públicos atingido pela inflação.

Transferência voluntária. É aquela que não

decorre de lei, que não é cogente, que se faz

mediante manifestação de vontade, quer da União

quer dos estados.

Page 35: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode
Page 36: Agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode

Realização

o q u e p o d e e o q u e n ã o p o d enas eleições de 2014agente público

Apoio