agente público nas eleições de 2014 - o que pode e o que não pode
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Esta publicação explicita, em função do pleito que acontece em 5 de outubro de 2014, quais são as condutas vedadas aos agentes públicos federais, estaduais e municipais, quais os impactos gerados para a Administração Pública e as consequências para os agentes públicos que as desrespeitarem.TRANSCRIPT
o q u e p o d e e o q u e n ã o p o d enas eleições de 2014agente público
Governo do Estado de São PauloGeraldo Alckmin
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento RegionalJulio Semeghini
Fundação Prefeito Faria Lima – CepamLobbe Neto
Produção Editorial
Coordenação | Adriana Caldas, MTB 23.878
Editoração de Texto e Revisão | Eva Célia Barbosa e Vanessa Umbelina
Direção de Arte | Michelle Nascimento
Chefia de Arte | Carlos Papai
Assistência de Arte | Janaína Alves Cruz da Silva
Ilustração | Monstro
CTP, Impressão e Acabamento | Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Tiragem | 2 mil exemplares
3ª edição atualizada
São Paulo, 2013
o q u e p o d e e o q u e n ã o p o d enas eleições de 2014agente público
Apoio Realização
© Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam)
1ª edição – 2010 – 2 mil exemplares
Título: Condutas Vedadas aos Agentes Públicos em Campanha Eleitoral
2ª edição atualizada – 2012 – 2 mil exemplares
Título: Agente Público no Período Eleitoral – O que Pode e o que Não Pode
Texto: Carlos Roberto de Abreu Sodré e José Carlos Macruz
Atualização do Texto
José Carlos Macruz, advogado, mestre em Direito de Estado, presidente da
Comissão de Direito Eleitoral da OAB – 93ª Subseção de Pinheiros, membro
da Comissão de Direito Eleitoral da OAB – Seção São Paulo e coordenador de
Assistência Jurídica do Cepam
Lígia Marquez Simões, advogada, especialista em Direito Público, membro da
Comissão de Direito Eleitoral da OAB – 93ª subseção de Pinheiros, e técnica
de Assistência Jurídica do Cepam
Apresentação
O Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) tem tradição histórica de atuação no processo eleitoral, com o objetivo de contribuir para que as campanhas transcorram da melhor forma possível e dentro da legalidade.
A partir de 1º de janeiro de 2014, em função do pleito que acontece em 5 de outubro desse ano, várias condutas são vedadas aos agentes públicos federais, estaduais e, inclusive, municipais, para garantir a igual oportunidade para todos os candidatos.
Esta publicação explicita quais são essas vedações, os impactos gerados para a Administração Pública nos âmbitos federal, estadual e municipal e as consequências para os agentes públicos que as desrespeitarem.
O texto está dividido em tópicos, visando favorecer a compreensão daqueles que, de alguma forma, podem influenciar no equilíbrio do pleito.
Esperamos, assim, que estas orientações subsidiem as ações dos governantes locais no cumprimento do que determina a legislação eleitoral.
Lobbe NetoPresidente do Cepam
SumárioApresentação
1 Bens, Materiais e Serviços Uso de Bens Públicos 7
Uso de Materiais e Serviços Pagos com Dinheiro Público 9
2 Servidores Públicos Cessão de Servidor 11
Regular Exercício Funcional 13
Revisão de Remuneração 16
3 Ações Sociais Distribuição Gratuita de Bens, Valores, ou Benefícios 18
Uso Promocional de Ação Social 21
4 Obras e Serviços Públicos Transferências de Recursos 22
Participação em Inaugurações de Obras Públicas 24
5 Pronunciamento em Cadeia de Rádio e Televisão 25
6 Publicidade Institucional Propaganda Institucional 26
Despesas com Publicidade 28
7 Contratação de Shows Artísticos 29
Glossário
Bens, Materiais e Serviços
Uso de Bens Públicos
Segundo o inciso I, do artigo 73, o agente público
está proibido de ceder ou usar, em benefício de
candidato, partido político ou coligação, bens móveis
ou imóveis pertencentes à Administração direta ou
indireta da União, dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios, ressalvada para a realização de
convenção partidária.
Essa vedação aplica-se ao prefeito, vereador e aos
dirigentes de autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedades de economia mista municipais,
que não podem ceder ou utilizar os bens públicos
dessas entidades em benefício de partido político,
coligação ou candidato.
Assim, não podem ser cedidos ou utilizados seus
prédios ou edifícios públicos, veículos oficiais, linhas
1
8
telefônicas, ou qualquer material (mesas, cadeiras,
equipamentos de informática), em benefício de
candidatos, partidos políticos ou coligações. Pode-se
apontar como exemplo a utilização de veículos que
se encontram a serviço do governo estadual para
ostentar propaganda eleitoral de candidato.
A exceção apresentada tem relação com o uso das
dependências dos prédios públicos para realizar as
convenções dos partidos políticos, que devem ocorrer
entre os dias 10 e 30 de junho de 2014.
A vedação também não se aplica ao uso, em
campanha, pelos candidatos à reeleição de Presidente
e vice-presidente da República e de governador
e vice-governador de Estado, de suas residências
oficiais, com os serviços inerentes à sua utilização
normal, para realizar contatos, encontros e reuniões
pertinentes à própria campanha, desde que não
tenham caráter de ato público.
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9
Caracterizada a conduta vedada, os prejuízos podem
ser enormes, tanto para os responsáveis, com o
pagamento de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$
106.410,00, como para o candidato beneficiado,
agente público ou não, que pode ter seu registro de
candidatura ou seu diploma cassados, além, claro, de
a Justiça Eleitoral determinar a suspensão da conduta,
quando for o caso.
Não se afasta possível condenação pela prática de ato
de improbidade administrativa.
Uso de Materiais e Serviços Pagos
com Dinheiro Público
Segundo o inciso II, do artigo 73, é vedada a
utilização de materiais ou serviços, custeados pelo
governo federal, estadual, distrital, ou municipal, ou
Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias
Legislativas, ou Câmaras Municipais, que excedam
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as prerrogativas consignadas nos regimentos e nas
normas dos órgãos que integram.
Assim, os materiais e serviços de comunicação social,
gráficos, postais, telefônicos e outros, custeados pelo
erário, ainda que dentro da quota estabelecida nas
normas regimentais e administrativas – como, aliás,
sempre devem ser –, não podem ser utilizados para
beneficiar partidos políticos, coligações ou candidatos,
sejam agentes públicos ou não. É o que ocorre com
a utilização de microcomputador e serviço de Internet
do Senado Federal para enviar mensagem eletrônica
com pedido de votos em benefício de candidato.
Uma vez caracterizada a conduta, os responsáveis
sujeitam-se ao pagamento de multa no valor de
R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00, e o candidato
beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à
cassação de seu registro ou seu diploma, além de a
Justiça Eleitoral determinar a suspensão da conduta,
quando for o caso.
Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam
11
Não se afasta possível condenação dos infratores pela
prática de ato de improbidade administrativa.
2 Servidores Públicos
Cessão de Servidor
Nos termos do inciso III, do artigo 73, é vedado ceder
servidor público ou empregado da Administração
direta, ou indireta, federal, estadual ou municipal, do
Poder Executivo, ou usar seus serviços, para comitês
de campanha eleitoral de candidato, partido político
ou coligação, durante o horário de expediente normal,
salvo se o servidor, ou empregado, estiver licenciado.
Embora não se refira expressamente ao Poder
Legislativo, deve-se entender que a restrição também
o atinge, pois é inadmissível supor que as Casas
Legislativas possam ceder ou usar os serviços de
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seus servidores para comitês de campanha eleitoral
durante o horário de expediente normal.
Portanto, Presidente da República, governador de
Estado, deputado federal, ou estadual, senador, prefeito,
vereador, ministro de Estado, secretário estadual, ou
municipal, e dirigentes de autarquias, fundações,
empresas públicas ou sociedades de economia
mista, não podem ceder – ou colocar à disposição –,
gratuita ou onerosamente, qualquer servidor público
ou empregado, durante o seu período de trabalho, a
candidato, partido político ou coligação.
Se o servidor público desejar trabalhar, que o faça
fora de seu expediente e, para isso, é irrelevante
qualquer autorização ou manifestação da entidade à
qual ele pertence.
Também está proibido usar servidores ou empregados
para prestar serviços para partidos políticos, coligações,
ou candidatos. É exemplo disso um advogado que,
Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam
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durante seu expediente, trabalha no comitê eleitoral de
um candidato, cuidando da defesa de sua campanha.
Se o servidor ou empregado estiver licenciado, e, por
consequência, afastado de suas atividades rotineiras,
estará liberado para trabalhar em comitê eleitoral de
candidato, partido político, ou coligação.
Caracterizada a conduta vedada, os responsáveis
pela cessão, ou liberação, sujeitam-se ao pagamento
de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00,
assim como o candidato beneficiado, agente público
ou não, podendo, ainda, ter cassado o registro de sua
candidatura ou de seu diploma, além de a Justiça
Eleitoral determinar a suspensão da conduta, quando
for o caso, sem prejuízo de eventual caracterização de
ato de improbidade administrativa.
Regular Exercício Funcional
O artigo 73, V, estabelece que, nos três meses
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anteriores às eleições, até a posse dos eleitos – 5 de
julho a 31 de dezembro de 2014 –, é vedado nomear,
contratar ou, de qualquer forma, admitir, demitir sem
justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou,
por outros meios, dificultar ou impedir o exercício
funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou
exonerar servidor público na circunscrição do pleito,
sob pena de nulidade de pleno direito.
Porém, estão admitidas, como exceções:
• anomeação,ouexoneração,decargosemcomissãoe
designação, ou dispensa, de funções de confiança;
• anomeaçãoparacargosdoPoderJudiciário,Ministério
Público, dos Tribunais, ou Conselhos de Contas, e órgãos
da Presidência da República;
• a nomeação dos aprovados em concursos públicos
homologados até 5 de julho de 2014;
• a nomeação, ou contratação, necessária à instalação,
ou ao funcionamento, inadiável de serviços públicos
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essenciais, com prévia e expressa autorização do chefe
do Poder Executivo;
• a transferência ou remoção ex officio de militares,
policiais civis e de agentes penitenciários.
Para 2014, essa regra não se aplica ao município, uma
vez que a restrição se dá apenas na circunscrição do
pleito, isto é, apenas onde haverá eleições, no caso,
federais (União), estaduais (estados) e distritais (Distrito
Federal). Mas nem por isso deve-se admitir que a
autoridade municipal possa dificultar o exercício de
atividade funcional de servidor por razões eleitorais.
Qualquer uma dessas condutas não gerará efeitos,
sem prejuízo de sujeitar a autoridade ao pagamento
de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00
e responder por prática de ato de improbidade
administrativa e, se houver candidato beneficiado,
deve-se aventar a possibilidade de ver seu registro,
ou seu diploma, cassado.
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Embora não seja matéria eleitoral, é bom dizer que,
a partir do dia 5 de julho de 2014, não será admitido
o aumento de despesa com pessoal (LRF, art. 21,
parágrafo único).
Revisão de Remuneração
Os Poderes Executivos e Legislativos federais,
estaduais e distritais estão proibidos de fazer, na
circunscrição do pleito, a revisão geral da remuneração
dos servidores públicos que exceda a recomposição
da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da
eleição, conforme prevê o artigo 73, VIII. A restrição
começa a valer em 8 de abril de 2014, data a partir
da qual somente pode ser concedida, aos servidores
públicos, revisão que reponha a inflação apurada a
partir de 1º de janeiro de 2014.
Assim, até o dia 7 de abril de 2014, poderá ser
concedida reposição salarial com base em qualquer
alíquota; de 8 de abril de 2014 a 1º de janeiro de
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2015, somente poderá ser feita revisão salarial que
não exceda a perda inflacionária ao longo do ano da
eleição, ou seja, aquela verificada entre 1º de janeiro
de 2014 e a data da concessão do reajuste.
Não está vedada a aprovação de leis de reclassificação
salarial e reestruturação de carreiras de servidores,
com a fixação de nova remuneração.
Em 2014, essa disposição não se aplica ao município,
uma vez que a restrição se dá apenas na circunscrição
do pleito, isto é, apenas onde haverá eleições, no caso,
federais, estaduais e distritais. Todavia, não se admite
qualquer ação por parte do governante municipal em
conceder revisão salarial aos servidores locais com
claro intuito de beneficiar candidato, partido político
ou coligação.
Embora não seja matéria eleitoral, é bom dizer que,
a partir do dia 5 de julho de 2014, não será admitido
aumento de despesa com pessoal (LRF, art. 21,
parágrafo único).
18
3 Ações Sociais
Distribuição Gratuita de Bens,
Valores, ou Benefícios
Segundo o § 10, do artigo 73, no ano em que se
realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita
de bens, valores, ou benefícios, por parte da
Administração Pública direta ou indireta, exceto
nos casos de calamidade pública, de estado de
emergência, ou de programas sociais autorizados
em lei e já em execução orçamentária no exercício
anterior ao ano das eleições, casos em que o Ministério
Público poderá promover o acompanhamento de sua
execução financeira e administrativa.
Qualquer programa social que distribua gratuitamente,
por exemplo, cesta básica ou leite, à população carente,
ficará proibido de ser executado em 2014, se não estiver
autorizado em lei e em andamento no ano de 2013.
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A norma não faz menção à circunscrição do pleito, a
indicar que, mesmo que aconteçam eleições federais,
estaduais e distritais, como ocorrerá em 2014, os
municípios estão proibidos de distribuir gratuitamente
bens, valores ou benefícios, salvo nas hipóteses
nela estabelecidas.
Entretanto, é razoável admitir que o Poder Público
municipal, nas eleições federais, estaduais e distritais,
possa instituir programa de caráter eminentemente social
voltado a atender às reais necessidades de sua população,
sem embutir qualquer conotação de natureza eleitoral.
Embora possam ser mantidos, em 2014, os programas
sociais em execução no ano anterior, não poderão
ser cumpridos por entidade nominalmente vinculada
a candidato ou mantida por ele, conforme prevê o §
11, do artigo 73. Não importa a amplitude da relação
do candidato com a entidade executora: se é dono,
colaborador, mantenedor, já são razões suficientes para
a incidência da vedação.
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É sabido e noticiado que entidades sociais recebem apoio
financeiro de agentes políticos, quando eles mesmos não
são os seus proprietários, e da própria Administração
Pública, e que muitos se utilizam disso em época
eleitoral para atrair eleitores. A restrição é exatamente
para impedir a prática e, assim, evitar, por que não,
que o eleitor vote no candidato apenas porque a sua
entidade faz com que lhe cheguem às mãos benefícios,
em sentido amplo, oriundos dos cofres públicos.
O desrespeito a essas regras pode levar a Justiça
Eleitoral a determinar a suspensão da conduta, quando
for o caso, e sujeitar os responsáveis ao pagamento
de multa no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00,
assim como o candidato beneficiado, agente público,
ou não, podendo, ainda, ter cassado o registro de sua
candidatura ou de seu diploma.
Não se afasta possível condenação pela prática de ato
de improbidade administrativa.
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Uso Promocional de Ação Social
O agente público não pode fazer ou permitir que
se faça uso promocional de programas sociais de
distribuição gratuita de bens e serviços, custeados
ou subvencionados pelo Poder Público, em favor de
candidato, partido político ou coligação, conforme prevê
o artigo 73, IV. É o que ocorreria com o uso de veículo
destinado ao transporte escolar ostentando placas e
adesivos de propaganda eleitoral de candidatos.
Essa regra aplica-se não somente à União, aos estados
e Distrito Federal, mas também aos municípios,
que, evidentemente, não podem lançar mão desses
programas para promover a candidatura de quem quer
que seja, nem mesmo de partidos ou coligações.
Uma vez caracterizada, a Justiça Eleitoral deve
determinar a suspensão da conduta. Quando for o caso,
os responsáveis sujeitar-se-ão ao pagamento de multa
no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00, e o candidato
beneficiado, agente público, ou não, pode ter cassado o
22
registro de sua candidatura ou de seu diploma, sem se
afastar, para todos os envolvidos, possível condenação
por prática de ato de improbidade administrativa.
4 Obras e Serviços Públicos
Transferências de Recursos
Nos termos do artigo 73, VI, a, fica vedada, nos
três meses anteriores às eleições – a partir de 5
de julho de 2014 –, a transferência voluntária de
recursos da União e dos estados aos municípios,
exceção feita quando se tratar de recursos
repassados voluntariamente ao município, ainda
que provenientes de convênio ou outra obrigação
preexistente, destinados à execução de obras ou
serviços fisicamente já iniciados, ou para atender a
casos de emergência, ou calamidade pública.
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A transferência de recursos voluntários atinge apenas
aqueles que não decorrem de imposição feita por lei,
fazendo-se mediante a livre vontade da União e dos
estados. Esses recursos – federais ou estaduais –,
portanto, não podem ser repassados aos municípios.
Neste ano eleitoral de 2014, essa regra atinge todos os
governos – federal, estaduais e municipais –, na medida
em que a União e os estados não podem repassar
recursos aos municípios até a data das eleições, em 5
de outubro, e os municípios não podem recebê-los.
O desrespeito à regra pode levar a Justiça Eleitoral a
determinar a interrupção da transferência de recursos
e a paralisação da obra ou serviço. Além disso, os
responsáveis se sujeitam ao pagamento de multa no
valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00, e o candidato
beneficiado, agente público ou não, pode ter cassado
seu registro, ou seu diploma, se tiver sido outorgado.
Outro efeito indesejável é a caracterização do ato
proibido como de improbidade administrativa.
24
Participação em Inaugurações
de Obras Públicas
É proibido a qualquer candidato comparecer, nos três
meses que precedem o pleito – a partir de 5 de julho
de 2014 –, à inauguração de obras públicas, segundo
o artigo 77, sob pena de o infrator ter o registro
de sua candidatura cassado, ou o seu diploma,
caso tenha sido eleito. Tanto faz se o candidato é
postulante a cargo no Poder Executivo, incluído o de
vice, ou no Poder Legislativo. Não pode, de maneira
nenhuma, comparecer ou assistir à inauguração
de obras públicas federais, estaduais, distritais, ou
municipais. A participação do candidato é vedada
e, no caso de sua presença, sofrerá as penalidades
eleitorais referidas.
Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam
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5 Pronunciamento em
Cadeia de Rádio e Televisão
Nos três meses anteriores às eleições – a partir
de 5 de julho de 2014 –, segundo o artigo 73, VI,
c, os agentes políticos estão proibidos de fazer
pronunciamento em cadeia de rádio e televisão fora
do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério
da Justiça Eleitoral, se tratar de matéria urgente,
relevante e característica das funções de governo.
Essa é outra restrição que não incide sobre os
municípios, em 2014, uma vez que está limitada à
circunscrição do pleito, isto é, às eleições federais,
estaduais e distritais, o que não afastará eventual
punição por pronunciamento favorável feito por prefeito
ou outro agente político municipal a candidato, partido
político, ou coligação, em eventual pronunciamento, a
reclamar a aplicação, conforme o caso, do artigo 73,
incisos I e II, da lei eleitoral.
26
Não é demais advertir que o pronunciamento deve ater-
se a questões relacionadas com a gestão pública, não
sendo meio para propaganda eleitoral que, se indevida,
será punida pela Justiça Eleitoral com a suspensão da
conduta e pagamento de multa, pelos responsáveis,
no valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00, sem
prejuízo de caracterizar-se como ato de improbidade
administrativa, e, conforme o caso, cassar o registro
ou o diploma do candidato beneficiado.
6 Publicidade Institucional
Propaganda Institucional
O artigo 73, VI, b, prevê que, com exceção da
propaganda de produtos e serviços que tenham
concorrência no mercado, é vedado, aos agentes
políticos federais, estaduais e distritais, nos três
Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam
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meses anteriores ao pleito – a partir de 5 de julho de
2014 –, autorizar publicidade institucional de atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos ou das entidades da Administração indireta,
salvo em caso de grave e urgente necessidade
pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.
Quer se evitar que a publicidade institucional sirva de
propaganda eleitoral para candidato, partido político
ou coligação.
A vedação não tem incidência sobre os municípios, pois
se atém à circunscrição do pleito e, no caso, não temos
eleições municipais em 2014, mas eleições federais,
estaduais e distritais.
É preciso advertir, porém, que não estará afastada
eventual punição por publicidade institucional de atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos ou das entidades da Administração indireta
favorável a candidato, partido político ou coligação,
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passível de configuração de abuso de autoridade,
ficando o responsável, se candidato, sujeito ao
cancelamento do registro ou do diploma.
A prática da conduta vedada pode ser caracterizada
como ato de improbidade administrativa, sem prejuízo
de ver suspensa a conduta pela Justiça Eleitoral;
sujeitar os responsáveis ao pagamento de multa no
valor de R$ 5.320,50 a R$ 106.410,00; e, conforme
o caso, cassar o registro ou o diploma do candidato
beneficiado.
Despesas com Publicidade
O artigo 73, VII, traz que o governo federal, estadual,
distrital ou municipal não pode – a partir de 1º de
janeiro até 4 de julho de 2014 – realizar despesas
com publicidade institucional de seus órgãos públicos
ou das respectivas entidades da Administração
indireta, que excedam a média dos gastos nos três
últimos anos que antecedem o pleito, ou do último
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ano imediatamente anterior à eleição, prevalecendo
a que for menor.
A publicidade institucional realizada no período vedado
enseja a prática de ato de improbidade administrativa,
sem prejuízo da suspensão da conduta, pela Justiça
Eleitoral, quando for o caso, o pagamento de multa
pelos responsáveis no valor de R$ 5.320,50 a R$
106.410,00, e de problemas que podem atingir o
candidato beneficiado, inclusive ver cassado seu
registro ou seu diploma.
7 Contratação de Shows Artísticos
Nos termos do artigo 75, é vedada a contratação de
shows artísticos, pagos com recursos públicos, para
inaugurações realizadas nos três meses anteriores às
eleições – a partir de 5 de julho de 2014.
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A pretensão da norma é impedir que os governos
federal, estadual e distrital usem os recursos do erário
para promover eventos artísticos na inauguração de
obras ou serviços públicos em pleno período eleitoral.
Se isso ocorrer, o evento pode ser suspenso por
ordem da Justiça Eleitoral e, se houver candidato
beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à
cassação de seu registro ou de seu diploma.
A regra não faz menção à circunscrição do pleito, a
indicar que, mesmo que ocorram eleições federais,
estaduais e distritais, como em 2014, os municípios
estão proibidos de contratar shows artísticos pagos
com o erário.
Todavia, é razoável admitir que o Poder Público
municipal, nas eleições federais, estaduais e distritais,
possa contratar tais shows, sem embutir qualquer
conotação de natureza eleitoral, em prol de candidato,
partido político ou coligação.
Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam
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Glossário
Agente público. Todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente, ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação, ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função, nos órgãos ou nas entidades da
Administração Pública direta, indireta, ou fundacional.
Ato de improbidade administrativa. Ato praticado
pelo agente público, que contraria os princípios
da Administração Pública, durante o exercício de
mandato, cargo, emprego, ou função pública.
Bens públicos. São os bens móveis ou imóveis
pertencentes à Administração direta, ou indireta, dos
municípios.
Programa social. Consiste em atividade do Poder
Público, voltada à distribuição gratuita de benefícios,
valores, ou serviços, a pessoas necessitadas, carentes
ou hipossuficientes.
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Publicidade institucional. É aquela que divulga ato,
programa, obra, serviço e campanhas de governo, ou
órgão público, autorizada por agente público e paga
pelos cofres públicos.
Revisão geral da remuneração. É a recomposição
do poder aquisitivo da remuneração dos servidores
públicos atingido pela inflação.
Transferência voluntária. É aquela que não
decorre de lei, que não é cogente, que se faz
mediante manifestação de vontade, quer da União
quer dos estados.
Realização
o q u e p o d e e o q u e n ã o p o d enas eleições de 2014agente público
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