agências de viagens mantêm competitividade na era da ...ve_ed1248... · e alcácer do sal. ......

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AUTOMÓVEL SEGUNDA GERAÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS VAI ACABAR COM INTERFERÊNCIA NA CADEIA ALIMENTAR Pág. 46 e 47 RENAULT SCÉNIC CUSTA MAIS 65% EM PORTUGAL PÁG. 4 BANCA A nossa análise CRÉDITO PESSOAL BPI COM TAXA MÉDIA DE 7,5% Pág. 42 MERCADOS Em menos de um ano FUNDOS DE ACÇÕES NACIONAIS PERDEM 28,5% Pág. 41 Nº 1248 / 9 Maio de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20www.vidaeconomica.pt DIRECTOR João Peixoto de Sousa 9 720972 000037 01248 António Loureiro, director-geral da Galileo Portugal, considera Agências de viagens mantêm competitividade na era da internet As agências de viagens ofe- recem propostas de preços mais aliciantes do que os utilizado- res conseguem obter de forma directa nos canais on-line. Isto acontece porque “uma agência de viagens com um canal on-line apoiado num sis- tema de pesquisa global pode combinar a melhor opção de preço sem estar a recorrer a um único fornecedor” – considera António Loureiro, director-ge- ral da Galileo Portugal. O sistema global de reser- vas da Galileo tem quase 90% do mercado e inclui os serviços de mais 500 companhias aére- as, entre as quais a generalidade das “low-cost”. Em entrevista à “Vida Eco- nómica”, António Loureiro revela que os operadores, que têm os seus próprios sistemas on-line, tenderão a juntar-se ao sistema global de reservas. “Um sistema global multipli- ca de uma forma direccionada toda a sua oferta”, afirma. A Galileo Portugal vai alar- gar o sistema de reservas às unidades de turismo rural, que irão contribuir para facilitar o acesso do mercado aos serviços turísticos disponibilizados no mercado português. A estratégia passa também por apostar em novos conceitos de negócio. “A lógica de distri- buição global que existia até Ao ano passado de se fechar na questão do ‘outgoing’ acabou”, acrescenta António Loureiro. Pág. 20 ”O MERCADO ANGOLANO TEM DE SER OPCIONAL E NÃO ALTERNATIVO” SUPLEMENTO PME PORTUGAL “Estamos a transaccionar em média, via internet, quartos na ordem dos 193 dólares” SANTANDER TOTTA CRESCE 23% NAS MICROEMPRESAS O segmento das empresas é agora um alvo estratégico para o banco Santander Totta. Com uma quota de mercado a rondar os 6%, o crédito a empre- sas e negócios continua a crescer em termos anuais cerca de 17%. Nas micro e pequenas empresas, atinge os 23%. O rácio de crédito vencido há mais de 90 dias é de 0,58%. Pág. 41 GOVERNO DEIXA CAIR ESCRITURAS DOS IMÓVEIS As escrituras públicas para a compra e venda de casa ou para a constituição de hipotecas sobre imóveis vão deixar de ser obriga- tórias. A medida já foi aprovada em Conselho de Ministros, se- guindo para publicação o respec- tivo decreto-lei. Estes actos passam a poder ser realizados por documento parti- cular autenticado. Pág. 26 BOLSA NACIONAL ESQUECE “SUBPRIME” Pág. 37 MODCOM ABRE NOVA FASE DE CANDIDATURAS No próximo dia 15 abre a ter- ceira fase de candidaturas ao Sis- tema de Icentivos à Moderniza- ção do Comércio – Modcom. Tal como nas duas fases ante- riores, a dotação orçamental é de 20 milhões de euros. Os projectos de zonas rurais são contemplados com 2,5 milhões de euros. São admitidas candidaturas individu- ais ou em associação. Pág. 5 PSI20 A SUBIR 4/1/2008 5/6/2008 10600 10800 11000 11200 “Vamos reinventar o conceito de comunicação do ponto de venda para as massas”

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Page 1: Agências de viagens mantêm competitividade na era da ...ve_ed1248... · e Alcácer do Sal. ... tecnológica e digital merecerão uma especial atenção. É ... De tantas e tão

AUTOMÓVEL

SEgUndA gErAçãO dE biOcOMbUSTíVEiS VAi AcAbAr cOM inTErfErênciA nA cAdEiA ALiMEnTAr

Pág. 46 e 47

rEnAULT ScÉnic cUSTA MAiS 65% EM POrTUgAL

PÁg. 4

bAncAA nossa análise

crÉdiTO PESSOAL bPi cOM TAxA MÉdiA dE 7,5%

Pág. 42

MErcAdOSEm menos de um ano

fUndOS dE AcçõES nAciOnAiS PErdEM 28,5%

Pág. 41

Nº 1248 / 9 Maio de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€

www.vidaeconomica.pt

dirEcTOrJoão Peixoto de Sousa

9 720972 000037

0 1 2 4 8

António Loureiro, director-geral da Galileo Portugal, considera

Agências de viagens mantêm competitividade na era da internet

As agências de viagens ofe-recem propostas de preços mais aliciantes do que os utilizado-res conseguem obter de forma directa nos canais on-line.

Isto acontece porque “uma agência de viagens com um canal on-line apoiado num sis-tema de pesquisa global pode combinar a melhor opção de preço sem estar a recorrer a um único fornecedor” – considera António Loureiro, director-ge-ral da Galileo Portugal.

O sistema global de reser-vas da Galileo tem quase 90% do mercado e inclui os serviços de mais 500 companhias aére-as, entre as quais a generalidade das “low-cost”.

Em entrevista à “Vida Eco-nómica”, António Loureiro

revela que os operadores, que têm os seus próprios sistemas on-line, tenderão a juntar-se ao sistema global de reservas. “Um sistema global multipli-ca de uma forma direccionada toda a sua oferta”, afirma.

A Galileo Portugal vai alar-gar o sistema de reservas às unidades de turismo rural, que irão contribuir para facilitar o acesso do mercado aos serviços turísticos disponibilizados no mercado português.

A estratégia passa também por apostar em novos conceitos de negócio. “A lógica de distri-buição global que existia até Ao ano passado de se fechar na questão do ‘outgoing’ acabou”, acrescenta António Loureiro.

Pág. 20

”O MErcAdO AngOLAnO TEM dE SEr OPciOnAL E nãO ALTErnATiVO”

SUPLEMEnTO PME POrTUgAL

“Estamos a transaccionar em média, via internet, quartos na ordem dos 193 dólares”

SAnTAndEr TOTTA crEScE 23% nAS MicrOEMPrESAS

O segmento das empresas é agora um alvo estratégico para o banco Santander Totta.

Com uma quota de mercado a rondar os 6%, o crédito a empre-sas e negócios continua a crescer em termos anuais cerca de 17%. Nas micro e pequenas empresas, atinge os 23%.

O rácio de crédito vencido há mais de 90 dias é de 0,58%.

Pág. 41

gOVErnO dEixA cAir EScriTUrAS dOS iMÓVEiS

As escrituras públicas para a compra e venda de casa ou para a constituição de hipotecas sobre imóveis vão deixar de ser obriga-tórias. A medida já foi aprovada em Conselho de Ministros, se-guindo para publicação o respec-tivo decreto-lei.

Estes actos passam a poder ser realizados por documento parti-cular autenticado.

Pág. 26

bOLSA nAciOnAL ESqUEcE “SUbPriME”

Pág. 37

MOdcOM AbrE nOVA fASE dE cAndidATUrAS

No próximo dia 15 abre a ter-ceira fase de candidaturas ao Sis-tema de Icentivos à Moderniza-ção do Comércio – Modcom.

Tal como nas duas fases ante-riores, a dotação orçamental é de 20 milhões de euros. Os projectos de zonas rurais são contemplados com 2,5 milhões de euros. São admitidas candidaturas individu-ais ou em associação.

Pág. 5

PSI20 A SUBIR

4/1/2008 5/6/200810600

10800

11000

11200

“Vamos reinventar o conceito

de comunicação do ponto de venda para as massas”

Page 2: Agências de viagens mantêm competitividade na era da ...ve_ed1248... · e Alcácer do Sal. ... tecnológica e digital merecerão uma especial atenção. É ... De tantas e tão

EMPRESAS CITADAS

Qimonda ...............................03

Wal-Mart ...............................09

Tilda .....................................09

Sam´s Club ...........................09

Visa ......................................10

Master Card ..........................10

Steyr ....................................13

Oto Melara ............................13

NBB .....................................15

Mcorporate............................18

La Varzea ..............................18

Somague ..............................18

Hidroprojecto ........................18

Flex & Go ..............................18

Softinos ................................18

Vale Pisão .............................19

McAfee .................................21

In-Stat ..................................22

Logica Iberia .........................22

Johnnie Walker ......................31

McLaren Mercedes ................31

TNS Portugal.........................32

Ogilvy Portugal ......................32

EDP .....................................37

Galp .....................................37

Ericsson................................37

Volvo ....................................37

LJ Carregosa .........................42

Inapa....................................42

REN .....................................42

CGD .....................................42

Sonaecom .............................44

BCP .....................................44

Portucel ................................44

General Motors ......................46

Toyota Caetano Portugal .........46

ACTUALIDADE

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

sexta-feira, 9 Maio de 2008ACTUALIDADE2

Pág. 18Pág. 7 Pág. 14

COMISSÃO TOMA MEDIDAS

CONTRA PORTUGAL NA TRIBUTAÇÃO DE DIVIDENDOS

A Comissão Europeia enviou um parecer fundamentado – segun-da etapa do processo por in-fracção – a Portugal, colocando em causa a norma que permite que os dividendos distribuídos a fundos de pensões estrangeiros sejam objecto de uma tributa-ção mais gravosa do que os divi-dendos distribuídos a fundos de pensões nacionais.Uma tributação mais pesada dos dividendos distribuídos a fundos de pensões estrangeiros pode dissuadir estes fundos de investirem no Estado-membro que cobra o impoisto mais ele-vado. Ora, Portugal isenta os dividen-dos de fundos de pensões na-cionais e aplica uma retenção na fonte de 25% aos dividendos distribuídos a fundos de pen-sões estabelecidos noutros es-tados.

PME

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

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TIRAGEM CONTROLADA PELA:

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 21.900

4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

PROJECTOS DE ALCÁCER DO SAL E GRÂNDOLA

COM DEFICIÊNCIAS AMBIENTAIS

Bruxelas vai enviar um primeiro aviso escrito (carta de notifi cação por in-cumprimento) a Portugal, pelo facto de não terem sido tomadas medidas sufi cientes para proteger a natureza. O problema reside na autorização da-da a projectos de complexos turísticos em zonas protegidas de Grândola e Alcácer do Sal. Estes dois empreendimentos têm suscitado alguma po-lémica ao nível ambiental. A Comissão Europeia detectou graves defi ciên-cias nas avaliações de impacto ambiental, o que poderá travar o desenvol-vimento de ambos os projectos em causa.

“GOVERNO NÃO ESTÁ INTERESSADO NUMA VERDADEIRA REFORMA DAS RELAÇÕES LABORAIS”Ao contrário do que tem anunciado, o Governo não está interessado na reforma das relações laborais, conjugada com a segurança social. Ribeiro Fontes, secretário-geral da ANIT-Lar, considera que o essencial não foi sequer admitido à discussão. O dirigente associativo contesta as novas regras para o mercado laboral.

PRODUTORES VINÍCOLAS DEVEM CRIAR REDES TRANSNACIONAIS PARA COMPETIR NOS MERCADOS GLOBAISO posicionamento dos produtos de vinho europeus tem que passar pela as-sociação em redes transnacionais, capazes de fazerem face à concorrência do Novo Mundo e modifi car a tradicional postura defensiva. Esta a opinião de Fabrizio Carfaggi, professor da Universidade de Trento.

CALÇADO DESENVOLVE PLANO DE QUALIFICAÇÃO SECTORIALO sector do calçado continua a dar mostras de um forte dinamismo. A APICCAPS e o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal têm em pers-pectiva o desenvolvimento de um plano de qualifi cação sectorial. As áreas tecnológica e digital merecerão uma especial atenção. É mais um passo importante para garantir a competitividade desta indústria tradicional, a qual tem revelado resultados melhores do que os esperados.

BREVE

NEGÓCIOSE EMPRESAS

BREVE

De tantas e tão longas guerras se tem feito a política de educação no nosso país que seria precioso encontrar um denominador comum a todos os agentes educativos – professores, alunos e seus pais –, o qual pudesse servir de ponto de partida para as medidas a implementar politicamente no sector – sendo certo que algumas nunca conseguirão consenso, mas sempre valerá a pena tentar e tentar de novo, já que aqui se joga o futuro.

É que é desolador e preocupante ver avançar, sem tino nem destino, uma juventude para quem a Escola já não é um espaço de afi rmação de humanis-mo e de aprendizagem do futuro, mas, antes, um momento de depressão e de revolta.

Isto não pode continuar assim! Há que revisitar serenamente o tema da Educação, pois ele afecta toda a

sociedade, e tanto no presente como no futuro. A educação para a cidadania e a democracia a partir da centralidade da pessoa é, talvez, o maior desafi o estratégico que se coloca, hoje, a Portugal numa perspectiva de independên-cia do país. É, na verdade, dramático conceber que as grandes ambições e desafi os dos estudantes se fi quem pelas batalhas erráticas contra as propinas e as dos professores se limitem à luta cega contra sistemas de avaliação da sua docência e por aumentos salariais. Com pequenas variantes é, porém, esta a roda em que, no espaço público, todos têm dançado.

A Educação tem de ser vista como um serviço público – e quer assente na escola pública quer em instituições da sociedade civil (escolas privadas) –, sempre tendo por fi m último o interesse geral. Formar pessoas livres, autóno-mas, criativas e empreendedoras, tanto quanto cultas e responsáveis – cida-dãos de corpo inteiro! – não pode deixar de ser a ambição da Educação. Mas tal não tem acontecido também por subserviência intolerável ao facilitismo e ao hedonismo que caracteriza o nosso tempo.

A urgência, muitas vezes, não deixa tempo para o importante e o impor-tante, muitas vezes, também, não releva, senão, para conquistar votos e o ine-rente poder. Depois passa a banalidade partidária e governativa. Tendo sido a “paixão” que muitos pretenderam ter abraçado, a verdade é que, em sede de Educação, se vive um divórcio assustador, hoje, entre o poder e os governados e uma separação de facto entre as oposições e um projecto democrático para o sector.

Ora é imprescindível desencadear na sociedade um profundo debate sobre a educação para a cidadania, onde deverão participar professores, pais (não digo a família, tão frágil é, hoje, a sua organização), alunos e, em geral, todos os cidadãos que pensam a coisa pública e o futuro do país. Precisa-se de um frémito de inquietação na sociedade civil, já que nada mais parece poder es-perar-se dos partidos políticos que temos e cujo objectivo é, apenas, manter ou conquistar o poder a qualquer preço e, assim, servir o egoísmo das suas clientelas. E para começar esse debate talvez fosse útil ler o pensamento sere-no e desapaixonado de Miguel Rumayor no seu livro recente “Ciudadanía y democracia en la educación” (EUNSA, 2008).

Afi nal andamos todos a falar do que não sabemos nada.

EDUCAR PARA A CIDADANIA E A DEMOCRACIA

A educação para a cidadania e a democracia a partir da centralidade da pessoa é, talvez, o maior desafi o estratégico que se coloca, hoje, a Portugal.

CAUSAS DO DIA-A-DIA

ANTÓNIO VILARADVOGADO

antoniovilar@antoniovilarpt

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70 milhões de euros

Investimento previsto

da Qimondapara Portugal

Manuel PinhoAs empresas poderão receber adiantado até 35% dos fundos co-munitários. Esta uma medida adequada anunciada pelo Minis-tério da Economia, sobretudo tendo em conta as dificuldades do contexto internacional. De facto, os empresários já aplaudiram a decisão, na medida em que podem garantir uma parte do valor global do incentivo, a partir do momento em que arranquem com o investimento.

João Tiago SilveiraÉ o rosto visível das reformas de simplificação no sector da Jus-tiça. Várias novidades importantes estão previstas entrarem em vigor em breve. Os registos passarão a ser mais simples e com menores custos nas áreas predial, comercial e automóvel. Mas as intenções do secretário de Estado da Justiça vão mais longe. Também as fusões e a titularização de créditos passarão a ser mais simples. Está-se no bom caminho para tornar a actividade económica mais flexível.

JoSé SócraTeSO primeiro-ministro continua a esconder a cabeça na areia. Os portugueses estão a passar por sérias dificuldades e nada está a ser feito para prevenir o agravamento da situação. As petrolíferas aumentam os preços, em sistema de cartelização, a seu bel-prazer, a distribuição está a tirar partido do aumento dos preços das maté-rias-primas, o comércio está em clara roda livre. Mas tudo tem um fim e isso mesmo acabará por se reflectir nas receitas do Estado. É tudo uma questão de tempo. Talvez não fosse má ideia Sócrates ouvir as críticas recentes do Conselho Económico e Social.

Teixeira doS SanToSO ministro das Finanças está junto de Sócrates no que respeita à realidade do país. Insiste que tudo vai bem, quando se mul-tiplicam os avisos das instituições nacionais e internacionais. O exagerado optimismo em termos de crescimento e inflação pode ter consequências muito graves. Por outro lado, a DGCI mantém uma postura de atropelo aos direitos dos contribuin-tes, perante a passividade do maior responsável da adminis-tração fiscal. A paciência dos cumpridores fiscais começa a esgotar-se.

econóMeTro

sexta-feira, 9 Maio de 2008 3acTualidade

12%Aumento da Euribor

a seis mesesdesde Fevereiro

FacToS relevanTeS

FiSco leva “Puxão de orelhaS”de secretário de estado

Os contribuintes têm-se queixado de serem alvo de penhoras irregulares. Perante um ce-nário de descontentamento que se justifica, Carlos Lobo, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, repreendeu os responsáveis da Direc-ção-Geral dos Impostos (DGCI). Por escrito, é referido que os serviços devem cumprir escru-pulosamente a legislação em vigor.

As críticas surgem pouco tempo depois de uma auditoria da Provedoria de Justiça ter co-locado em causa a actuação do fisco em termos de execuções fiscais. O secretário de Estado não terá perdido tempo e enviou aos respon-

sáveis da DGCI um despacho em que chama a atenção que a informática deve ser utilizada, mas sem colocar de parte os direitos e as ga-rantias dos contribuintes.

A realidade é que se têm sucedido situação anómalas, o que coloca em risco a própria cre-dibilidade dos serviços de Finanças. Por outro lado, não é menos verdade que a opinião públi-ca também se começa a insurgir contra certas atitudes para além do que é de bom senso por parte do fisco. Afinal, simplificação e eficácia não significam garantir receita fiscal a todo o custo e por qualquer meio.

conselho econóMico e socialaconSelha nova deScida do iva

Os parceiros sociais, no âmbito do Conse-lho Económico e Social, consideram que seria positiva uma nova descida do IVA, desde que não sejam colocados em causa os objectivos definidos para o défice público. O conselho deu nota positiva à baixa de um ponto per-centual no IVA, que entrará em vigor a partir de Julho.

Grandes Opções do Plano

O CES comentou as Grandes Opções do Pla-no para o próximo ano, tendo também feito um

aviso quanto à necessidade de uma política fis-cal adequada, face à perda de poder de compra por parte das famílias, sobretudo num momen-to em que se verifica uma desaceleração eco-nómica. Por outro lado, os representantes dos sindicatos, das associações patron ais e das organizações não governamentais estão preo-cupados com os benefícios fiscais que não não têm um carácter social. Apelam à sua revisão, no sentido de serem atribuídos a actividades que o justifiquem ou que contribuam, de al-gum modo, para a competitividade económica do país.

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A mais recente campanha publicitária do Renault Scénic permite verificar a diferença de preços entre Portugal e Espanha, com desvantagem para os por-tugueses. A mesma versão de entrada do monovolu-me francês, a 1.4 a gasolina com 100 cv, custa €22 950 euros por cá e €13 900 do outro lado da fron-teira. São 9050 euros, ou seja, 65% de diferencial entre Portugal e Espanha. À primeira vista, parece um qualquer erro de impressão, mas uma observa-ção mais atenta desfaz qualquer dúvida e sublinha a diferença, que é sobretudo fiscal. Com efeito, dos 22 950 euros que o consumidor português tem de pa-gar para comprar o modelo, 7068,06 (44% do preço base do carro) correspondem ao Imposto Sobre Ve-ículos e ao IVA.

O enorme diferencial de preços entre Portugal e Espanha verifica-se em todas as marcas e modelos de automóveis.

Como se não bastasse, este modelo paga 125 euros por ano de Imposto Único de Circulação, quando,

antes da alteração fiscal operada em Julho do ano pas-sado, se ficava pelos 50 euros de Imposto Municipal Sobre Veículos. O acréscimo do IUC foi justificado pelo “desconto” no ISV cobrado no momento da venda, mas de facto agrava a tributação dos veículos.

Em declarações à “Vida Económica”, o director de comunicação da Renault Portugal, Ricardo Oliveira, ressalvou que cerca de 2500 dos quase 10 mil euros de diferença “podem referir-se a equipamento”, já que, regra geral, a versão equivalente no nosso país é mais equipada. A mesma fonte não tem, porém, dúvidas e aponta a diferença da realidade fiscal entre os dois países ibéricos como grande responsável pela diferença de preço entre as versões de entrada do Re-nault Scénic. “Não é novidade para ninguém que a fiscalidade portuguesa está entre as mais elevadas da Europa. Repare que em Portugal este modelo paga só de impostos mais de 7000 euros”, conclui Ricar-do Oliveira.

Aquiles [email protected]

ISV e IVA explicam a diferença

Renault Scénic custa mais 65% em Portugal do que em Espanha

O resultado do estudo não constitui propriamente uma surpresa. Esta é a primeira reacção de Pais An-tunes, ex-secretário de Estado do Trabalho, a um tra-balho de análise realizado, recentemente, pelo Ban-co de Portugal e em que este dá conta que os apoios aos desempregados – este trabalho está limitado a dois programas, o Inserjovem e o Reage —, durante o período de tempo que vai de 1997 a 2002, foram pouco eficazes, tiveram um impacto reduzido.

E Pais Antunes continua o seu raciocínio ao afir-mar que “é sabido que, de uma forma geral, o nível de eficácia dos programas de apoio ao emprego não é muito significativo” e isto apesar dos “montantes elevados envolvidos na sua execução”. Pais Antunes não deixa, contudo, de lembrar que este não “é um problema específico do nosso país ou o grau de efi-cácia das diferentes políticas activas de emprego ne-cessariamente semelhante nas diferentes medidas”.

De qualquer modo, o ex-secretário de Estado do Trabalho considera que, posteriormente, ou seja, entre 2003 e 2004, se “fizeram alguns progressos”, nomeadamente com a adopção de programas mais localizados, de base local ou regional. Pais Antunes

está a falar, em particular, das regiões da Península de Setúbal, Beira Interior, Vale do Ave e Porto. O mesmo se aplica, no entender, deste ex-governante, aos projectos mais focalizados, agora, em termos de populações-alvo, como aconteceu com o FACE, li-gado à reconversão de trabalhadores.

Para Pais Antunes, contudo, mais importante do que apoiar aqueles que se encontram na situação de desemprego, é promover o desenvolvimento da eco-nomia. As suas palavras deixam adivinhar isto mes-mo: “Sem prejuízo de tudo o que acabei de referi, continuo a achar que as medidas mais eficazes do ponto de vista do emprego são as que visam o estí-mulo da actividade económica e as que se dirigem à qualificação dos trabalhadores e empregadores”.

Para Paula Bernardo, membro da Comissão Per-manente da UGT, começa por dizer à VE que, “ain-da que seja difícil medir o impacto das medidas, é importante que as políticas sejam analisadas e se cor-rijam os pontos mais fracos”.

sAnDRA [email protected]

sexta-feira, 9 Maio de 2008actualidade4

Pais Antunes afirma

“Reduzida eficácia dos programas de emprego não surpreende”

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Anastácio Sicato, ministro da Saúde angolano, afi rma

“Angola é um bom investimento para Portugal”

“Angola e Portugal caminham, hoje, em diversifi cados e largos modos, numa rota de inegável

cooperação estratégica em que sobreleva a importância da iniciativa empresarial privada”. Estas e outras palavras poderão ser lidas no livro “Guia de Negócios em Angola”, da autoria de António Vilar, des-tinado a empreendedores interessados em investir naquele país.

O Gabinete de Advogados António Vi-lar & Associados, no âmbito do seu 30º aniversário, e por ocasião do início de ac-tividade do Departamento de Direito de Saúde, promoveu recentemente no Porto uma sessão-debate sobre o Sector da Saú-de em Angola, que contou com a presença do Ministro da Saúde de Angola, Anastá-cio Sicato.

“O país precisa de se redimensionar e de se requalifi car: necessitamos de médicos, de serviços, de assessoria, de tecnologia e de formação”, frisou na ocasião Anastácio Sicato, ministro da Saúde angolano. “Es-tamos totalmente abertos ao investimento estrangeiro e, neste momento, os labora-tórios que queiram instalar-se em Angola serão, tenho a certeza, bem sucedidos, pois não temos nenhum neste momento. Há inclusive espaço para, a partir de Angola, abastecerem os países da África Austral”, continuou o ministro, destacando como principais oportunidades de negócio “a construção de hospitais, o tratamento de doentes e a instalação de laboratórios”.

O objectivo é criar condições em Ango-la para dar resposta aos problemas do país nas especialidades em que o país é carente,

Foram recentemente publicados em Diário da Repú-blica os despachos que determinam a abertura, no próximo dia 15 de Maio, da terceira fase de candi-

daturas ao Sistema de Incentivos à Modernização do Co-mércio - Modcom.

Tal como nas duas fases anteriores, esta terceira fase tem uma dotação orçamental de 20 milhões de euros e tem por objectivo o apoio às micro e pequenas empresas do sector do comércio, fazendo uma discriminação positiva de pro-jectos promovidos por jovens empresários e por empresá-rios de meio rural. Nas duas fases anteriores do Modcom foram apresentadas aproximadamente 3100 candidaturas de micro e pequenas empresas e associações comerciais, o que correspondeu a um investimento de 207 milhões de euros. Foram considerados susceptíveis de apoios mais de 1700 projectos para um investimento público a fundo perdido de 40 milhões de euros. Estima-se no total destas duas fases anteriores a criação de cerca de três mil postos de trabalho.

Uma das grandes novidades desta terceira fase do Mod-com é a discriminação positiva de projectos apresentados por jovens empresários, procurando incentivar o processo de rejuvenescimento do sector do pequeno comércio em Portugal estando prevista uma dotação de quatro milhões de euros para esta tipologia de projectos. De igual modo, foi dada especial atenção aos projectos oriundos de zonas ru-rais do país, onde o envelhecimento das populações, com a consequente difi culdade de mobilidade, torna mais difícil o acesso a um comércio mais moderno e com maior oferta de produtos. Desta forma, esta terceira fase do Modcom tem uma dotação de 2,5 milhões de euros para apoios a projectos de zonas rurais, aos quais os empresários podem candidatar-se de forma individual ou através de associações.

Modcom abre nova fase de candidaturas

AEP festeja aniversário

A AEP – Associação Em-presarial de Portugal, festeja hoje, no Europar-

que, em Santa Maria da Feira, o seu 159º aniversário.

Este momento constituirá a última participação de Ludgero Marques em cerimónias de ani-versário da AEP, enquanto seu presidente, uma vez que termina brevemente o mandato dos ac-tuais Órgãos Sociais, cujo Con-selho Geral preside há 23 anos.

A cerimónia, que terá lugar

pelas 17.30 horas, contará com as presenças do Ministro de Es-tado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, e do Minis-tro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho.

Pelas 19 horas, haverá um recital com excertos do “West Side Story” pelo coro da Escola de Música de Perosinho e a Or-questra de Jovens de Sta Maria da Feira, seguindo-se a atribui-ção da Medalha de Honra da AEP a cinco empresários.

Apreensão de veículos pela Internet

Entrou em funcionamento um novo serviço on-line que per-mite efectuar através da In-

ternet os pedidos de apreensão de veículos, incentivando por esta via a regularização e actualização do registo automóvel.

Assim, um cidadão ou uma empresa que tenham vendido um veículo sem que o novo proprietário tenha regista-do esse veículo em seu nome, podem agora pedir a apreensão desse veículo através do site www.automovelonline.mj.pt. Para pedir a apreensão on-line do veículo basta que o ex-proprietá-rio, que ainda tem o veículo registado em seu nome, ou o seu representante, aceda ao referido site, preencha o res-pectivo formulário electrónico e sub-meta o pedido sem quaisquer encar-gos. Até agora, a apreensão do veículo tinha de ser pedida junto do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Ter-restres – IMTT, I.P, das autoridades policiais ou das conservatórias do re-gisto.

Outra novidade é a possibilidade de o ex-proprietário, para pedir a apreen-

são do veículo, poder optar entre a au-tenticação com a assinatura electrónica através do Cartão de Cidadão, ou em alternativa poder usar o seu NIF e a senha de acesso ao site das declarações electrónicas do Ministério das Finan-

ças. Este serviço pode, igualmente, ser usado por advogados, notários, solici-tadores e pelos revendedores certifi ca-dos, mediante a utilização dos certifi -cados digitais que atestam a qualidade dos seus titulares.

formando simultaneamente um corpo de médicos e enfermeiros locais.

Outro objectivo do Ministério da Saú-de é “estimular mais empresas de medi-camentos” a instalarem-se em Angola. Isto, afi rma Sicato, para “acabar com a anarquia actual, em que aqueles que fa-zem comércio de medicamentos fazem de tudo e mais alguma coisa”, e para permitir a “instalação de especialistas, procurando mais qualidade e melhores resultados”.

Segundo os últimos dados ofi ciais dis-poníveis, mais de metade do mercado angolano de medicamentos é informal e a maioria das importações tem origem em Portugal. “Vamos precisar regulamentar tudo isso. É um trabalho que o Ministério está a fazer e que fi cará muito mais facili-tado se tivermos no terreno empresas de

medicamentos”, referiu o ministro ango-lano.

Nesse sentido, a reformulação da legisla-ção angolana na área do medicamento tem sido apoiada pelo Instituto da Farmácia e do Medicamento (Infarmed), que presta ainda formação a técnicos angolanos em Portugal, no âmbito de um acordo bilate-ral.

“Angola está a crescer, mas para que haja sustentabilidade desse crescimento e desenvolvimento é necessário que a saúde acompanhe, senão a população angolana, os quadros, os investidores estrangeiros, os empresários privados, todos vão sentir uma espécie de insegurança, que vai travar o crescimento”, afi rmou.

FERNANDA SILVA TEIXEIRA

sexta-feira, 9 Maio de 2008 5ACTUALIDADE

António Vilar, Anastácio Sicato (ao centro) e Daniel António.

Mais 20 milhões de euros para apoio ao pequeno comércio.

O 30º aniversário do Gabinete de Ad-vogados António Vilar e a realização do seminário sobre o Sector da Saúde em Angola propiciou a apresentação do livro “Guia de Negócios em Angola”.

Esta obra, da autoria de António Vilar, não pretende abordar questões do foro político. Apesar de importantes, a análise tem por objectivo informar sobre a orga-nização económica, jurídica, fi nanceira e social existentes.

“A decisão de fazer negócios em An-gola deve ser tomada com muito cuida-do. Implica visão estratégica, estudos prévios de viabilidade do investimento e competente análise fi nanceira respecti-va. A busca de alianças estratégicas lo-cais é um ponto a não descurar”, afi rma Antóno Vilar que, para além de advogado, é professor universitário e presidente da Fundação Afro-Lusitana.

Guia de Negócios aconselha alianças estratégicas

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Vida Económica - O “incentivo” fiscal nas contribuições para a Segu-rança Social a quem contratar traba-lhadores efectivos é suficientemente atractivo para as empresas?

Armindo Monteiro - O desconto de apenas um ponto percentual nas contri-buições para a Segurança Social de um tra-balhador efectivo, dos actuais 23,75% para os 22,75%, não é suficientemente atractivo para as empresas. A medida peca por falta de ousadia e dificilmente irá inverter a que-da da contratação a termo. Queda essa que, aliás, se integra num contexto mais vasto de flexibilização e mobilidade laborais que se verifica na generalidade das grandes eco-nomias do mundo.

VE - E as penalizações contributi-vas para quem contrate a termo certo ou a recibos verdes são dissuasoras?

AM - Os contratos a termo são muito importantes para a viabilidade de certas empresas e, neste sentido, constituem uma realidade inelutável e irreversível do actual mercado laboral. As penalizações podem, por isso, dificultar a vida das empresas e, simultaneamente, falharem o seu objec-tivo primeiro de estimular a contratação efectiva. É que há muitas empresas que, de facto, não têm necessidade ou capacidade para contratar trabalhadores sem termo.

Quanto às medidas relativas aos recibos verdes, penso tratar-se de uma mera opera-ção de fachada. Com uma contribuição de apenas 5% para a taxa da Segurança Social, as empresas não vão sentir-se dissuadidas a recorrer aos chamados falsos recibos ver-des. Pelo contrário, a medida veio de algu-ma forma dar uma caução legal ao expe-diente dos falsos recibos verdes, aliviando a consciência das empresas. Por conseguinte, a proliferação dos falsos recibos verdes não vai ser travada com esta medida de pura cosmética.

Por outro lado, a medida não distingue entre falsos recibos verdes e os verdadeiros trabalhadores independentes, que, aliás, podem ver a sua contri-buição para a Segurança Social fortemente agrava-da. E isto sem que os ver-dadeiros trabalhadores independentes tenham, na verdade, contraparti-das de apoio social equi-valentes.

De resto, considero que, relativamente aos recibos verdes, a melhor opção teria sido a toma-da em Espanha. No país vizinho, os trabalhadores independentes passaram a descontar mais 30 euros por mês, mas viram reconhecido o direito ao subsídio de desemprego. Foi igualmente reconhecida a figura do trabalhador inde-pendente que desenvolve a sua actividade para uma única empresa, sendo-lhe atribu-ído o direito a pelo menos 18 dias úteis de férias por ano. Com o novo estatuto, todos os trabalhadores independentes passaram também a descontar para terem direito ao subsídio de doença. É também obrigatório o pagamento por acidentes de trabalho e por profissões com risco especial.

VE - A facilidade no despedimento por inadaptação é uma medida positi-va? E é suficiente para contribuir para a renovação dos quadros de pessoal das empresas?

AM - Também neste caso faltou ousadia ao Governo, pois não foram gizadas medi-das que, de forma transparente e inequí-voca, promovam a flexibilidade na redução e renovação dos recursos humanos das empresas. De forma encapotada, abriu-se a porta aos despedimentos com base no eu-femismo da “inadaptação funcional”, que é justificada quando ocorre uma “alteração

na estrutura funcional do posto de trabalho”. Este jargão de burocrata é suficientemente ambí-guo para justificar todo o tipo de despedimen-tos e provocar, por via disso, um acréscimo do trabalho dos tribunais. Era preferível que o Go-verno tivesse sido mais claro nos seus intentos.

VE - Os jovens são dos mais lesados com

a precariedade laboral. Que medidas deveriam ser tomadas nesse âmbito?

AM - Com pouca experiência, os jovens sentem muitas dificuldades para entra-rem num mercado de trabalho blindado como é o português. Obrigadas a mante-rem trabalhadores pouco competentes e sem capacidade para submeterem os novos trabalhadores a períodos experimentais, as empresas optam por estabelecer contra-tos de prestação de serviços com os mais jovens. Ou seja, para evitarem o risco de contratações mal sucedidas, as empresas sujeitam os jovens a situações de preca-

riedade laboral. Se o mercado de trabalho fosse mais flexível, as empresas arriscariam menos ao contratarem com vínculos mais duradouros jovens pouco experientes.

Por outro lado, o desemprego dos jovens está directamente relacionado com três re-alidades do sistema educativo: o abandono escolar precoce, que produz trabalhadores pouco qualificados; a escassez de oferta do ensino técnico ou tecnológico; e o desfa-samento entre a oferta e organização dos cursos do ensino superior e as necessidades do mercado de trabalho. Neste sentido, o sistema educativo também deveria ser re-formulado tendo em conta as especificida-des laborais do país.

VE - Combater o trabalho precário é mesmo a medida laboral mais priori-tária em Portugal?

AM - O problema, neste caso, tem sido a sistemática tentativa de tapar o sol com a peneira. É hoje impossível evitar alguma precariedade e risco nas relações laborais, pois as novas dinâmicas competitivas à es-cala do globo são incompatíveis com os pa-drões clássicos do modelo social europeu. Importa encontrar novas fórmulas que garantam, por um lado, a salvaguarda de direitos civilizacionais de protecção do tra-balhador e, por outro, a competitividade das empresas numa conjuntura económica em constante mutação. A flexissegurança é, de resto, uma fórmula que procura compa-tibilizar estas duas realidades: competitivi-dade e protecção social. Neste contexto, a precariedade laboral em Portugal devia ser combativa, não com medidas pontuais e desgarradas, como está a ser o caso, mas sim com uma estratégia mais ampla e in-tegradora.

TERESA [email protected]

Presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) comenta a proposta de revisão do Código do Trabalho

Agravamento fiscal nos recibos verdes é “uma operação de fachada”

Despedimento por inadaptação

vai criar dificuldades aos tribunais

“Não faz sentido manter nos quadros de pessoal de qualquer organização uma pessoa que revele total inadaptação ao trabalho que lhe seja exigível”. Esta é a convicção do pro-fessor universitário e presidente da Escola de Gestão do Porto (EGP), Daniel Bessa, em declarações à “Vida Económica” sobre a pro-posta de revisão do Código do Trabalho apre-sentada pelo Governo aos parceiros sociais.

Concordando que, “num caso destes, a primeira solução terá de consistir em formar e qualificar o trabalhador, para que a inadap-tação desapareça” – até por considerar “uma monstruosidade que a renovação dos quadros de pessoal que as empresas tanto reivindicam se fizesse por recurso predominante à figura de despedimento por inadaptação ao posto de trabalho” -, Daniel Bessa não tem dúvi-das: “se a situação [de inadaptação] subsistir, e se não houver possibilidade de afectação a outras funções, encaro com normalidade o termo da relação laboral”.

Uma coisa parece-lhe, porém, óbvia. Um maior recurso a esta figura jurídica “presta-se a abusos”. E “os tribunais não terão vida fácil quando forem chamados a dirimir con-flitos no âmbito desta razão de despedimen-to”, avisa o professor da EGP.

É que se a figura do despedimento por inadaptação pode, nalguns casos, ser encara-da com “normalidade”, noutros, pode mes-mo tornar-se “uma solução fora do campo do bom-senso e da razoabilidade”, afirma Daniel Bessa, partilhando da opinião do ex-ministro do Trabalho e ‘pai’ do Código do Trabalho, Bagão Félix, quando diz que o despedimento por inadaptação é “altamen-te perigoso”. “Pelo acabado de expor, não posso deixar de dar razão ao doutor Bagão Félix”, afirma à “Vida Económica”.

Já quanto aos incentivos fiscais ao nível das contribuições para a Segurança Social a quem contratar trabalhadores efectivos, eles são “modestos”. “Mas dar-nos-á isso o

direito de o questionar desde já, ainda ele não foi sequer efectivamente introduzido?”.

É que, até aqui, que não havia incentivo nenhum, “não me dei conta de que alguém fizesse disso um problema”. “No dia em que o Governo se propõe introduzi-lo, dando um passo na boa direcção, já nos permiti-mos vir a terreiro afirmando que é insufi-ciente... Fará sentido?”, interroga-se Daniel Bessa, para quem é melhor “dar tempo ao tempo para ver quais serão os efeitos”.

Face à multiplicidade de questões em pre-sença, “não sei se combater o trabalho pre-cário é a medida laboral mais importante a tomar no quadro legislativo da economia portuguesa”, diz Daniel Bessa. Mas, mesmo “sem certezas absolutas, sou levado a admitir que medidas que aumentem a flexibilidade funcional e de horários de trabalho poderão ser mais importantes”.

Apesar disso, “é importante combatermos o trabalho precário” que, no nosso País, “atinge níveis de abuso, talvez em reacção aos excessos de rigidez que ainda rodeiam as relações de trabalho sem termo”.

TERESA [email protected]

Em Portugal o trabalho precário “atinge níveis de abuso, talvez em reacção aos excessos de rigidez que ainda rodeiam as relações de trabalho sem termo”, diz Daniel Bessa.

sexta-feira, 9 Maio de 2008actualidade6

Armindo Monteiro, presidente da ANJE, considera que “o despedimento por inadaptação é um jargão de burocrata suficientemente ambíguo para justificar todo o tipo de despedimentos e provocar, por via disso, um acréscimo do trabalho dos tribunais”.

“Com uma contribuição de apenas 5% para a taxa da Segurança Social, as empresas não vão sentir-se dissuadidas a recorrer aos chama-dos falsos recibos verdes”. A opinião, em tudo coincidente com a das centrais sindicais, é do presidente da Associação Nacional dos Jovens

Empresários (ANJE). Em entrevista à “Vida Económica”, Armindo Monteiro diz que, “pelo contrário, a medida veio dar uma caução legal ao expediente dos falsos recibos verdes, aliviando a consciência das empresas”. Para o presidente da ANJE esta é uma “medida de pura cosmética”.

“A proposta do Governo não distingue entre falsos recibos verdes e os verdadeiros trabalhadores independentes”

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Luís Ribeiro Fontes, secretário-geral da ANIT-Lar, muito crítico

“Governo não está interessado numa verdadeira reforma das relações laborais”O Governo não está interessado numa verdadeira reforma das relações laborais, conjugada com a segurança social, como anuncia. Se assim fosse, deveria ter o cuidado de admitir à discussão temas como o da taxa social única e o trabalho suplementar, através da revisão alargada da base de incidência da taxa social única e respectivas taxas que diferenciassem positivamente a indústria através de uma taxa inferior, considerando que se trata da actividade económica que mais mão-de-obra ocupa. Luís Ribeiro Fontes, secretário-geral da ANIT-Lar, “desmonta” as novas regras para o mercado laboral.

A ideia central é que não se está peran-te uma verdadeira reforma. A política da segurança social centra-se na novidade da taxa social única para os “verdadeiros re-cibos verdes”, na redução daquela no caso dos contratos por tempo indeterminado, designados por trabalhadores efectivos, e na vontade de instituir uma contribuição adi-cional aplicável aos contratos a termo.

A opinião pública está centrada nalgumas matérias, que Luís Ribeiro Fontes acha que estão mal explicadas. Os recibos verdes, na sua perspectiva, representam prestações de serviços e os prestadores que o Código de IRS enuncia e que resultam de uma op-ção profissional desses profissionais. No que se refere à indústria, trata-se de uma falsa questão. “Não vai servir para o Esta-do honrar as suas obrigações, quando é o verdadeiro utilizador maioritário dos falsos recibos verdes, mas que já teve uma virtu-alidade, a proposta de aplicação de uma taxa social única de 5%, a suportar pelas empresas que recorram a serviços prestados por trabalhadores independentes.”

Para o dirigente associativo, trata-se de uma situação imoral. E levanta várias in-terrogações: “A actividade de prestador de serviços não foi uma opção voluntária e não define os honorários, considerando as obrigações, nomeadamente para com a segurança social? E porque não obrigar o cidadão que recorre a um prestador de ser-viços a suportar a mesma taxa? Que dizer das prestações de serviços que decorrem de obrigações legais – médico do trabalho ou revisor oficial de contas? Para um Governo que pretende tornar a lei compreensível, eficaz e estável, esta proposta mais não é do um absurdo ao confundir a natureza e as características das típicas relações de trabalho com as prestações de serviços e as obrigações fiscais e sociais daí inerentes.

Na contratação a termo, o Governo pre-tende reduzir o prazo máximo de duração dos contratos a termo de seis para três anos e aplicar a taxa social única adicional de 3% neste tipo de contratos. O segundo aspecto preocupa Luís Ribeiro Fontes, que adian-ta: “A incidência de uma taxa adicional de 3% sobre 23,75% é um erro quanto ao conceito e quanto aos efeitos. Como efeito perverso vai acarretar o aumento de custos nas empresas e da permanência como be-neficiários do subsídio de desemprego, face à redução da oferta de trabalho.”

Lamenta este responsável as declarações de representantes patronais que conside-ram justa a aplicação de uma taxa adicional aos contratos a termos. Quando não está sequer iniciada a apresentação efectiva de

propostas e a sua discussão, dá-se de ban-deja como aceite este princípio que agrava-rá os custos das empresas. “Se a intenção é desincentivar a utilização dos contratos a termo, a via correcta está nos incentivos à contratação por tempo indeterminado e na existência de um processo célere de ade-quação da força de trabalho às exigências de mercado.”

Um outro aspecto que suscita críticas tem a ver com a “licença de paternalida-de” (termo desconhecido do léxico). Neste caso, Luís Ribeiro Fontes refere que as alte-rações propostas têm uma dimensão social, compreensível do ponto de vista das obri-gações e responsabilidades da sociedade no seu todo, mas desejável que tenham uma cobertura orçamental sustentável e não acarrretem dificuldades acrescidas na acti-vidade das empresas. O que não é aceitável é que se aumente ao tempo de ausência do trabalho dos progenitores em razão da paternalidade e que perante um contrato a termo substitutivo daquela ausência a em-presa tenha que suportar um adicional de 3% de taxa social única.

As preocupações do dirigente associati-vo têxtil vão ainda mais longe. É o caso do reforço das convenções colectivas, conce-dendo-lhes a oportunidade de preverem e regulamentarem matérias como os “ban-cos de horas” ou a forma alternativa de remuneração do trabalho suplementar, “mas esclarecendo que desse papel só pode resultar um tratamento mais favorá-vel para o trabalhador do que o disposto na lei, num conceito de tal modo abstrac-to que inibirá a livre negociação e a rea-lidade em concreto, porque considerado medida por medida e não na globalidade da convenção”.

Guilherme [email protected]

Intervenção efectiva da Autoridade da Concorrência

nos combustíveis

A Associação Nacional das Indústrias de Têxteis-Lar (ANIT-Lar) considera inexplicável o aumento consecutivo do preço dos combustíveis. Atingiu-se um nível inaceitável e que acabará por ter graves consequências em todo o ciclo produtivo. Considera o presidente desta associação, Amadeu Ferreira Fernandes, que o Governo tem que tomar medidas, designadamente chamar a Autoridade da Concorrência (AdC) a intervir, desta vez de forma efectiva.“A escalada dos preços dos combustíveis reflecte-se em todo o ciclo produtivo, considerado este desde a recepção dos diversos produtos na fábrica até à en-trega do produto final no cliente e, nos termos actuais, é irrepercutível no preço vendido, quer no mercado interno, quer externo”, de acordo com o dirigente as-sociativo. Ora, a indústria de têxteis-lar é constituída por cerca de 150 empresas, é responsável por 20 mil postos de traba-lho e exporta mais de 80% da sua produ-ção. Adianta Amadeu Ferreira Fernandes: “A sua competitividade será seriamente ameaçada, caso a Autoridade da Concor-rência não intervenha rapidamente, não obstante ser uma das indústrias mais inovadoras, criativas e bem apetrechadas tecnologicamente.”Lembra aquele responsável o que se pas-sou há poucos meses, face ao anúncio público de um projectado aumento em alguns bens essenciais, perante o qual o Governo sugeriu a intervenção da AdC. “Também neste caso se impõe que o Go-verno assuma idêntica iniciativa, sem a qual iremos assistir a dificuldades acres-cidas nas unidades produtivas, em virtu-de do agravamento inusitado dos custos de produção.”

Casa da Música é exemplo de um “não projecto”“É fundamental que haja um bom pro-

jecto e um planeamento eficaz.” É com estas ideias que Portugal deve entrar no periodo de construção de grandes obras que se avisinham. O novo Código dos Contratos Públicos que entra em vigor a 29 de Julho, trouxe novas regras às nor-mas aplicáveis à contratação pública e ao regime substantivo dos contratos públi-cos. A Casa da Música foi o exemplo cita-do pelo presidente da Indústria da Con-strução e do Imobliário (InCI), Ponce de Leão, como uma obra que não teria sido adjudicada com este novo código: “a Casa da Música é o exemplo de um ‘não pro-jecto’, mas não se pode falar em derrapa-gem se não há uma projecto apresentado” (o custo ascendeu aos 24 milhões de euros

quando a previsão inicial era de 4 mil-hões).

“Sei que está a ser feito um esforço paraSei que está a ser feito um esforço para que as regras agora aprovadas sejam já pos-tas em prática nestas grandes obras que se avizinham”, afirma o presidente do InCI. As declarações foram feitas à margem de um seminário sobre o novo Código dos Contratos Públicos, realizado no Porto. Ponce de Leão foi mais longe e afirmou que “existem obras que são lançadas e que já se sabe que nunca serão feitas por aquele valor”. A questão que se coloca é se o códi-go acaba com este tipo de situação. “É essa a intenção, é fundamental que haja um observação atenta”. O presidente do InCI defende a alteração da Lei dos Alvarás. “Não sou a favor de revoluções, mas sou a

favor de reformas. Elas são necessárias. A lei tem que ser alterada.” A actual lei de Alvarás tem quatro anos, mas Ponce de Leão afirma que a lei “não tem uma visão global da realidade” e chama a atenção para as “soluções de secretaria” que po-dem “complicar mais do que ajudar”.

A degradação dos prédios de Lisboa e Porto é um assunto na agenda. O presiden-te da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), Reis Campos, acredita que o Governo deve assumir a reabilitação como uma priorida-de e ter a coragem de corrigir uma lei que fez mal. Durante muito tempo tinha-se a esperança que a lei de rendas pudesse pôr fim ao problema da degradação dos edifí-cios, mas isso não aconteceu. A lei pretende

dinamizar o mercado e melhorar a relação inquilinos/senhorios para evitar conflitos que dificultem as operações. Na reabilitação é necessário que os processos sejam céleres. A redução do IVA e o IMI veio facilitar o processo, mas não resolveu tudo.

Foram seis anos de recessão e perdas acu-muladas de 70 mil empregos. O sector da construção em Portugal enfrentou uma “cri-se profunda”, mas o volume de obras que se espera para os próximos anos deverá tirar o sector da crise, afirma o presidente da FE-PICOP. O novo aeroporto, as auto-estradas e barragens que o Governo está a ponderar construir e as construções na área da saúde são a base para o optimismo de Reis Cam-pos.

mariana PintO

sexta-feira, 9 Maio de 2008 7actualidade

No âmbito do novo Código dos Contratos Públicos, Ponce de Leão afirma

Para o dirigente associativo, as propostas avançadas para os recebidos verdes são “imorais”.

Alta rentabilidade ● Investimento seguro ● Venda directa do ProprietárioAlenquer Reguengos Setúbal

Supermercado Supermercado Terreno comercialRenda anual: 157.800€ Renda anual: 157.680€ 9.620m2 terreno

Rentabilidade: 6,6% Rentabilidade: 6,6% 4.810m2 construção

+(351) 21 754 33 60 ● [email protected]

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“Sic transit”… A. mAgAlhães pintoEconomista

[email protected]://poliscopio.blogspot.com

A cena teve um sabor medieval. Pa-recia retirada de um filme de cava-laria a preto e branco. Só não a as-

sociei ao episódio dos Doze de Inglaterra (Lusíadas) porque os personagens foram apenas dois e porque o cavalo revestia a imagem de um meio de transporte mais prosaicamente moderno, um automóvel negro. Como são negros todos os veícu-los que servem ao transporte dos digni-tários das novas cortes, mais a fazer lem-brar o cavalo do Zorro do que os alazões de imaculados cavaleiros. Dois persona-gens. O cavaleiro e o pajem. O homem de Estado e o motorista. O cavaleiro, isto é, o homem de Estado, rotundo e anafa-do como convém a cavaleiro do regime. O pajem, isto é o motorista, enfezado e pequenote, como soem ser os servos da gleba. Chegaram ao arraial, cavaleiro montado no cavalo conduzido pelo pa-jem. O Rei ainda não havia chegado. O adiantamento do cavaleiro justificava-se. Afinal, ele era um fidalgo para aí de quar-ta categoria. Nem sei se já terá o título de visconde. A sua notoriedade advinha de ter ficado, depois de algumas manobras do paço que agradaram ao Rei, com os teres e haveres, incluindo os domínios, de um célebre duque do reino. Não era Mi-nistro dos Negócios com a Estranja, mas andava lá por perto. De Negócios tratava. Com a Estranja também. Então, o Rei tardava e, imponente e orgulhoso, o equídeo negro implantou-se no meio da praça. Foi aí que começou o filme.

Na primeira cena, o cavaleiro desmontou do cavalo. Em mangas de camisa, parecia, se as camisas já tinham sido inventadas. E ficou imóvel, ao lado do dito, como quem espera que a mul-tidão em redor solte um grande Viva o Visconde (se é que o é). Depois, do ou-tro lado do cavalo, pressuroso, o pajem deixou os arreios que segurava e voou,

autenticamente voou, para as traseiras do equídeo, a buscar o manto, parecido com um casaco. O cavaleiro continuava imóvel no local aonde tinha posto os pés em terra firme. Continuando a rodear o negro bicho, o pagemaproximou-se do fi-dalgo. Suavemente, colocou-lhe o manto – ou casaco ou lá que era – sobre os om-bros primeiro, ajudando-o depois a enfiar os braços nas mangas do manto, que as tinha. Sacudiu um hipotético grão de po-eira que repousaria nas costas do manto e, sempre ligeiro, dirigiu-se à bagageira do cavalo, que abriu e donde retirou uma re-luzente pasta de coiro, que, pelo cuidado que nisso pôs, devia conter todos os segre-dos do reino. E, com a mesma ligeireza, foi entregá-la ao fidalgo que – pasme-se o meu Leitor como ele – permanecia no mesmo sítio de sempre. Só então – ima-gine-se a eternidade que tudo isto durou – o fidalgo ergueu o olhar altivo, ergueu os ombros encorrilhados, ergueu a barriga descaída. E avançou para o que deveria ser a Sala dos Contratos.

***

A cena fez-me recordar um bom amigo dos tempos da saga heróica dos

anos setenta e oiten-ta, quando o país ain-da gatinhava no seu caminhar para um destino livre. Silveira Godinho, se chama. Tinha já sido secretá-rio de Estado de um governo qualquer. En-tão, administrava um banco. Por razões que já não recordo, havia-se pegado com o chefe

de gabinete de um secretário de Esta-do posterior. O dito chefe de gabinete, que era meu conhecido também, tinha-lhe dado tratos de polé, tipo de senho-ria para servo. Silveira Godinho, nada agradado com a descortesia, fez-me um pedido lapidar:

– Ó Magalhães Pinto, por favor, diga ao seu “amigo” que só entre ministros e secretários de Estado já vamos numas cen-tenas. Que ele faça uma ideia de quantos chefes de gabinete já houve. Não vale a pena estar a colocar-se em bicos dos pés, que ninguém vai vê-lo no meio dessa multidão…

Nunca mais esqueci este episódio, pró-prio de um homem inteligente. Na sua ironia, ele trazia à superfície algo pró-prio de muitos que, por fortuito acaso, se vêem um dia alcandorados a lugares de Poder que nem nos seus mais íntimos sonhos ousavam sonhar e, por via disso, se julgam os donos do Mundo. Algo a que eu chamaria “a soberba dos gover-nantes”. É vê-los, no espavento das suas transitórias lantejou-las, a olhar os outros de soslaio. É vê-los, na reduzida altitude do seu degrau tem-porário, a derrama-rem a sua altivez so-bre os pobres diabos que tanto trabalho lhes dão. É vê-los, na quase ridícula nudez da sua incompetên-cia, a debitarem sen-tenças de sabedoria para parolo aprender. E é, sobretudo, vê-los na exposição dos seus pequenos manei-rismos de todo-poderosos incapazes de alterar o curso dos acontecimentos.

Admito que, muitas vezes, tenham consciência do triste papel desempenha-do. Mas não podem ceder. O Poder assen-ta muita da sua força no “parece que é”. Perante um “parece que é” haverá sempre pajens dispostos a ajudar a vestir os man-tos e a ir buscar, em carreirinha, a pasta dos contratos. Donde retirarão um papel já ensebado pelas milhentas mãos por onde andou. Para deixar poisar nele umas assinaturas sofismadas, as quais muitas ve-zes já têm por detrás de si a ambição, que neste quadro parece legítima, de abichar

uns cruzados do tesouro público. Tudo será selado pelo Selo da Coroa. Por isso e para isso é que o Rei também está sempre presente. Depois vem a agradável tarefa de juntar todos os arautos na sala do trono, dar-lhes a boa nota do contrato firmado e mandá-los pelo reino fora a anunciar a boa-nova.

***

Aos poucos, o meu filme de cavalaria foi descambando para epopeia tragicó-mica. Mas a culpa não é minha. Somos agredidos tantas vezes, todos os dias, pela arrogância dos momentaneamente pode-rosos e não há volta de lhes escaparmos. Para podermos escapar aos fidalgos desta

nossa sociedade ha-veríamos de ter, to-dos, um senso crítico apurado, a capacida-de de não embarcar em “slogans”. Se não consigo fazer-me en-tender, reparem no próximo discurso do nosso Primeiro-Mi-nistro. Verão a quan-tidade de vezes que ele, num só discur-so, repete a mesma ideia. Não porque seja burro ou porque

não tenha outras ideias. Mas é que ele sabe que uma mentira, ou meia mentira, ou simplesmente uma hipótese, serão ver-dades insofismáveis se forem repetidas o suficiente número de vezes.

Deixei o pano correr sobre o meu filme. Ainda não tinha acabado. O cavalo con-tinuava no meio da praça. O pajem recu-perava as energias perdidas nas correrias, hirto, ao lado do dito. O fidalgo fora lá para dentro e nunca mais alguém o vira. E eu fui para casa em exame de autocrítica. Se o Poder e a Glória se baseiam na obs-curidade das aparências, porque hei-de andar para aqui eu a pretender claridades? “Sic transit”…

Como tirar vantagem de um evento de networking

Os eventos de networking, quer sejam promovidos sob essa desig-nação ou sob conferências, sim-

pósios, congressos ou até mesmo jantares ou encontros de grupos profissionais, são umas das ferramentas mais eficazes nos nossos dias para atrair mais negócios para a sua empresa.

A questão que se coloca é saber qual a melhor estratégia que você deverá de-senvolver para despertar o interesse dos outros participantes num evento de ne-tworking?

Quando participa num grande evento de networking, estão presentes, por vezes, dezenas ou centenas de pessoas com as quais tem um potencial interesse em con-tactar. Porventura, vai armado de cartões comerciais, com um conhecimento fan-tástico do seu produto e diz para si pró-prio: estou impecável e pronto para ir!

Contudo, o que sucede a si e à maioria das pessoas é que vivem numa atmosfera algo festiva, dispõem de alguma comida, bebem um pouco e, depois, são geradas poucas oportunidades de negócio.

Porquê?Desde logo porque o seu foco de inte-

resse está errado! O seu foco não deverá estar centrado em querer vender no mo-mento, mas APENAS em criar o ambien-te para que possam reunir-se após o even-to de networking.

Assim, o seu sucesso depende de dois elementos: da sua capacidade em criar em-patia e da sua estratégia de networking.

O que é interessante é que a empatia e a estratégia estão intrinsecamente ligadas. Quando se empregam ambas em simultâ-

neo, o efeito conjunto é muito superior.Quando participa num evento de ne-

tworking colocam-se-lhe várias opções, por exemplo, pode dizer: “Bom dia, eu sou o António Silva. A minha empresa fa-brica frigoríficos. Somos uma das maiores empresas portuguesas no sector”. Ainda lhes pode informar sobre os nomes de alguns clientes seus e propor o envio de uma brochura. Avanço-lhe, desde já, que essa forma não é a mais adequada para se iniciar um relacionamento porque não faz ideia do que a outra pessoa faz, nem quais as suas necessidades.

Em vez de fazer o que foi proposto an-teriormente sugiro-lhe que faça uma per-gunta ao seu interlocutor cumprindo dois objectivos em simultâneo: seja do interes-se do seu interlocutor e que o deixe ficar a pensar. Depois, esteja atento à resposta, interprete-a e conclua caso se trate de um decisor ou não.

A resposta dessa pessoa irá determinar a direcção que tomará. Deverá centrar o di-álogo subsequente nos interesses e preocu-pações do seu interlocutor e não nos seus.

Por fim conclua: “Parece-me que se de-para com um desafio interessante, Sr. José Silva. Não sei se nos ajustamos na perfei-ção ou não para a resolução desse desafio. Sugiro que nos encontremos na próxima semana. Nesse encontro, dir-lhe-ei, com mais detalhe, se o podemos ajudar ou não. Se não o puder ajudar, recomendar-lhe-ei a melhor empresa para o fazer…” Que tal? Parece-lhe bem.

Comece já e faça com que o ano de 2008 seja o MELHOR de sempre para Si.

Azuil BArrosEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner & Director Geral da Quantum Portugalwww.QuantumCrescimentoNegocios.com

sexta-feira, 9 maio de 2008OPINIÃO8

“Não vale a pena estar a colocar-se em bicos dos pés, que ninguém vai vê-lo no meio dessa multidão”

O seu foco não deverá estar centrado em querer vender no momento, mas APENAS em criar o ambiente para que possam reunir-se após o evento de networking

Somos agredidos tantas vezes, todos os dias, pela arrogância dos momentaneamente poderosos e não há volta de lhes escaparmos

Sugiro-lhe que faça uma pergunta ao seu interlocutor cumprindo dois objectivos em simultâneo: seja do interesse do seu interlocutor e que o deixe ficar a pensar

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sexta-feira, 9 Maio de 2008 9opinião

Imagine que pousa o jornal, se dirige a um supermercado para fazer as suas compras e

que não lhe permitem adquirir mais do que um certo número de quilos de arroz.

Estará a ser alvo de um “apa-nhado televisivo”? Terá entrado sem querer num filme de ficção científica sobre um futuro dis-tante, pós-apocalíptico?

Se, todavia, for cliente das americanas Costco Wholesale Corp. ou Sam’s Club (do Gru-po Wal-Mart) ou da britânica Tilda, esta é uma situação pos-sível de se ter verificado desde a semana passada, altura em que estas cadeias de distribuição de-cidiram racionar a venda de ar-roz aos seus clientes.

Na base de tão surpreenden-te quanto drástica decisão está um conjunto de factores extre-mamente graves, que alicerçam uma das maiores crises alimen-tares que a humanidade enfren-tou nos tempos modernos, com consequências que se poderão vir ainda a amplificar no tem-po.

Como em qualquer mercado, este tipo de decisão “adminis-trativa” de restrição da oferta só pode ser explicado num contex-to de grande desequilíbrio entre as duas forças em contenda, ou por escassez de oferta ou por ex-

cesso de procura.Antes mesmo de tal medida,

é óbvio que o mercado tenderia a ajustar-se por si, via subidas do preço do bem, o que veio efectivamente a acontecer, pese embora a delicadeza “social” do produto em questão.

Na verdade, ao longo do úl-timo ano, os preços do arroz nos principais mercados inter-nacionais registaram subidas exponenciais, em linha com o que sucedeu com vários outros cereais, por motivos de natureza similar.

O que deu então origem a tão inusitado fenómeno?

Mais do que um aumento de procura por via do crescimento da população mundial ou de uma redução da oferta em re-sultado de uma diminuição da capacidade produtiva (em re-sultado, por exemplo, de condi-ções climáticas adversas) – que têm também ocorrido –, o prin-cipal factor explicativo reside na utilização alternativa destes produtos, nomeadamente para a produção de combustíveis.

De facto, à medida que o preço do petróleo tem também registado crescimentos incon-tidos nos mercados mundiais, a generalidade dos países que pagam elevadas facturas energé-ticas e que dispõem deste tipo

de recursos tem optado pelo uso alternativo destas matérias-primas para a obtenção de bio-combustíveis.

A conjugação de cada um des-tes contributos deu assim ori-gem ao actual estado de coisas, para o qual parece não haver so-lução à vista.

Em resultado desta evolução

recente, muitos países decidi-ram limitar o seu volume de ex-portações, de forma a assegurar a alimentação das suas popula-ções e a dispor de recursos para a produção dos referidos com-bustíveis.

Tal opção vem agravar ainda mais a pressão inflacionista so-bre o preço destes bens e esti-mulou a ocorrência de práticas de açambarcamento por parte dos consumidores em certos pa-íses desenvolvidos, que agora se pretendem combater com me-didas como o referido raciona-mento das vendas.

Para agravar a situação, a su-bida dos preços dos cereais terá várias repercussões em outros bens alimentares, aumentando ainda mais a pressão sobre a in-flação nos países desenvolvidos.

Por sua vez, nas economias mais débeis do Planeta, este cumular de factos pode também dar origem a diversas situações perniciosas, desde a incapaci-dade de satisfazer a crescente procura de franjas da popula-ção que começam a ter acesso a maiores níveis de rendimento, até à própria impossibilidade de assegurar níveis mínimos de alimentação ao conjunto da po-pulação mais carenciada, com o que tais situações podem repre-sentar ao nível da instabilidade

social e política dessas nações.Ao longo dos anos mais re-

centes, foram já várias as inci-dências de motins por força da dificuldade de acesso a bens ali-mentares ou de contestação com a evidente escalada dos preços, da América Latina a África, a vários países orientais ou do Pa-cífico.

Em plena Europa, os italianos fizeram, em 13 de Setembro de 2007, uma “greve à pasta”, em resposta a eventuais movimen-tos especulativos no preço deste produto.

No conjunto desta realida-de, há inúmeras questões que permanecem sem uma resposta clara, dando indicações contra-ditórias sobre a evolução futura destes mercados: será mesmo economicamente eficiente o recurso a estes cereais na pro-dução de combustíveis? Poderá aceitar-se o recurso a alimentos geneticamente modificados para compensar o défice de oferta mundial? Será este o tempo de voltar a apostar no sector pri-mário?

Como parece claro, Portugal não passará incólume a esta cri-se, faltando apenas apurar qual a repercussão concreta e o timing da mesma e as medidas que o Governo irá tomar para tentar contornar essas consequências.

Ricardo [email protected]

http://econominho.blogspot.com

“Portugal não passará incólume a esta crise, faltando

apenas apurar qual a repercussão concreta

e o timing da mesma”

Arroz amargo

Richard Florida, o guru de culto da “classe criativa”, esteve em Lisboa. Na sequência do lançamento do

seu novo livro, “Who´s your city?”, o es-pecialista, que se radicou há poucos anos em Toronto, esteve na Gulbenkian para falar sobre o novo desafio para as Cida-des que a Criatividade e o Conhecimento exigem. Richard Florida é um Trabalha-dor do Conhecimento e sabe melhor do que ninguém que cabe aos Talentos, num contexto de Tolerância e sob o impulso da Tecnologia, fazer a diferença para o fu-turo. Lisboa quer também ser uma Cida-de Criativa. Pena foi que Richard Florida não tivesse visto o sol que continua a ser a grande esperança duma cidade única na Europa e no Mundo.

Richard Florida é um cidadão do mun-do que há já muito tempo compreendeu que os tempos mudaram e na mudança dos tempos é preciso saber construir um tempo novo, contribuindo no quadro duma independência colaborativa para a consolidação do conhecimento como a grande marca da diferença duma so-ciedade moderna. Começam de facto a ser muitos os agentes autónomos dessa “classe criativa” a quem cabe de forma inelutável a tarefa não encomendada mas demonstrada como necessária de induzir dinâmicas efectivas de criação de valor acrescentado nos processos e nas organi-zações.

A Aposta na “nossa Cidade”

A matriz de ajustamento entre os “tra-balhadores do conhecimento” e as organi-zações implica uma nova abordagem do Capital Social — Dinamizar uma Cultura

de Participação Efectiva, consolidar me-canismos de valorização da ética compor-tamental por parte dos diferentes actores, estabelecer uma matriz doutrinária peda-gogicamente disseminada de qualificação dos princípios do rigor, respeito pela in-clusão em sociedade mas aceitação dos resultados do jogo da competitividade. Não se trata de impor “social rules” pré-formatadas a uma sociedade com padrões comportamentais historicamente consoli-dados, mas de fazer do desafio da qualifi-cação do Capital Social Global um exercí-cio exigente de responsabilidade colectiva de mudança da capacidade de ir a jogo.

É aqui que reside a essência da outra mensagem de Richard Florida. Trata-se claramente do vértice mais decisivo do “capital estratégico” que importa cons-truir neste novo tempo. O exercício de maior selectividade dos potenciais pro-motores de acções estratégicas e de maior atenção operativa a uma monitorização dos resultados conseguidos terá que ser acompanhado desta acção global de qua-lificação sustentada da rede de actores que compõem o quadro de animação social e económica da sociedade. Não se realizan-do por decreto, não restam dúvidas que esta acção de “competence building” das organizações estatais, centros de ensino e saber, empresas, associações e demais protagonistas da sociedade só tem senti-do de eficácia se resultar dum exercício de “cumplicidade estratégica” entre os dife-rentes protagonistas.

A mensagem de Richard Florida só tem sentido enquanto factor de qualificação social se assente numa plataforma activa de relação entre actores e dinamização de redes em permanente interacção. A lógica

de aposta da mensagem de Richard Flo-rida passa pela preferência dada à escala permitida pelas “redes colaborativas” e capacidade de articulação entre actores de diferentes competências num quadro de participação com dimensão interna-cional de crescente carácter global. Daí a necessidade da aposta no “capital rela-cional”, na promoção duma cultura de articulação proactiva entre actores tendo vista a capacidade de poder estar na escala da dimensão global. Apesar da histórica capacidade da sociedade de protagonizar grandes exercícios de articulação estra-tégica, o certo é que é mínima à escala global a prática efectiva de inserção em redes colaborativas por parte dos nossos actores.

A Competitividade dos Talentos

Cabe às elites a tarefa de liderança desta Revolução Tranquila de consolidação dO Conhecimento e da Criatividade como peças centrais duma nova matriz estraté-gica social. Tem que ser necessariamente uma Revolução diferente. Um compro-misso entre tranquilidade participativa e perturbação inovadora. Como referido por Michael Young, no seu “The rise of the meritocracy”, a obsessão da sociedade pelo talento tem que ser controlada. Não se pode, a pretexto da apropriação do meio de produção individual do talento, pôr em causa uma mais do que nunca ne-cessária coesão social, onde os perdedores têm que ter a sua oportunidade. A opor-tunidade da participação social assente na dimensão da verdadeira capacidade humana.

A grande diferença no papel das elites

enquanto “classe criativa” é a de protago-nizarem uma acção global de aposta no papel do indivÍduo como motor ope-rativo de modernidade mas enquadra-do num contexto de ajustamento social equilibrado. Só assim tem sentido a apro-priação individual deste novo paradigma, só assim se poderá combater a ameaça da diferença social numa lógica de igualdade de participação global. As elites têm que efectivamente saber mobilizar, organizar e monitorizar. A diferença da Revolução das Elites assenta na dimensão única que a estas cabe de fazer da criatividade e va-lor do trabalho dos novos “actores do co-nhecimento” um exercício de humildade social. Não se pode tolerar a presunção de Samuel Huntington de que “está a aumentar na América um fosso entre as elites desnacionalizadas e um crescente público sem condição social”.

Richard Florida encontra na moderna Sociedade do Conhecimento o contexto da mudança para o futuro. As redes de que nos fala implicam, cada vez mais, que “as elites sejam globais e as pessoas meramente locais”. Não há qualquer pro-blema nesse facto. É essa a essência da sua mensagem, estratégica na sua dimensão inovadora e criativa. O que importa, e aí assentará verdadeiramente a razão que Ri-chard Florida acabará por ter, é que entre o global das elites e o local das pessoas se construa uma plataforma de participação social justa e equilibrada. É esse o para-digma de todos. É essa a vontade das pes-soas. É essa a razão duma aposta perma-nente no papel que as Cidades Criativas como Lisboa têm que cada vez mais ter. Pena Richard Florida não ter visto o sol em Lisboa. Razão para ter que cá voltar.

Um novo papel para as cidades portuguesas

FRancisco JaiMe QuesadoGestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento

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Estados Unidos apelam aos produtos geneticamente modificados

Os Estados Unidos estão a pressionar a União Europeia no sentido de serem levantadas as restrições aos produtos geneti-camente modificados. Conside-ram que seria uma forma eficaz de fazer face à crise mundial de fornecimento de alimentos.

Para a administração Bush, este tipo de produtos pode ser uma solução para certas parte do mundo, tendo em conta a sua elevada produtividade e re-sistência à seca e às doenças. A descida da produção agrícola e os aumentos exponenciais dos preços correm o risco de tornar a situação alimentar muito grave. Entretanto, os Estados Unidos rejeitam as críticas da sua opção pelos biocombustíveis, afirman-do que estará na base de apenas uma pequena percentagem do aumento dos preços. E acusa a Europa de estar a prejudicar o desenvolvimento dos alimen-tos geneticamente modificados, considerando que estes são abso-lutamente seguros.

Bolsa brasileira lidera subidas mundiais

Os analistas dão uma prefe-rência crescente aos mercados emergentes. O Brasil posicio-na-se para garantir, já este ano, as maiores subidas entre as 20 maiores bolsas mundiais. Nos últimos tempos, o índice brasi-leiro Bovespa tem dado cartas.

Acontece que a valorização está a superar todos os efeitos das turbu-lências financeiras que têm afecta-do os mercados financeiros inter-nacionais desde Janeiro passado. Os preços recordes das vendas de matérias-primas têm contribuído em muito para o seu desempenho. A verdade é que este índice acaba mesmo por ultrpassar o Taiex, de Taiwan. As perspectivas são muito positivas por parte dos analistas, facto que joga também a favor da bolsa brasileira.

Dinheiro continua a abandonar fundos de investimento

Teve um impacto mínimo a subida dos principais índices mundiais para o sector dos fun-dos de investimento. De facto, a liquidez continua a abandonar este tipo de produtos. Pelo 12º mês consecutivo, em Abril, o di-nheiro abandonou os fundos.

A diferença entre as subscrições líquidas e os reembolsos é clara-mente favorável aos segundos. Aliás, este foi o pior ano de sem-pre na história do sector, tendo em conta o volume de resgatres. Apenas há uma leitura positiva em todo este cenário: é que a saída de dinheiro abrandou um pouco ao longo do último ano. O grande problema continua a ser a elevada exposição de alguns fundos à crise financeira.

Para obter um maior peso no cenário internacional

União Europeia vai ter um novo serviço

diplomáticoA política externa da União Europeia vai estar

em destaque no próximo ano. Bruxelas vai criar um novo serviço diplomático. Consiste no Serviço de Acção Externa, o qual vai juntar funcionários de Bruxelas com diplomatas dos ministérios dos negó-cios estrangeiros nacionais. Isto só acontecerá se o Tratado de Lisboa for ratificado, o que tende a su-ceder.

A intenção é evidente. O serviço não vai aparecer desde a primeira hora, mas há expectativas eleva-das que representará uma redução da duplicação de esforços e de multiplicidade de opiniões que caracterizam a política externa da União Europeia. Neste momento há demasiada confusão, o que tem consequências negativas para a política comum eu-ropeia.

Com este sistema, Bruxelas pretende garantir uma posição mais reforçada enquanto uma dos interve-nientes mais importantes no cenário internacional. A realidade é que ainda se está longe de atingir os objectivos pretendidos oas níveis da políticas polí-ticas externa e de segurança. Quando a Europa fala a uma só voz, é evidente que é ouvida. A China, a

Rússia e os Estados Unidos, acham os responsáveis comunitários, têm aproveitado esta falta de unida-de.

Para já, ainda há aspectos relacionados com aquele serviço que têm que ser resolvidos. Desde logo, que orçamento é que será atribuído e que estrutura ad-ministrativa terá. Também não se sabe qual a desig-nação que terá uma missão num país estrangeiro, no âmbito do serviço a criar. O serviço, numa primeira fase, vai funcionar muito perto do actual represen-tante dos assuntos externos da União, o espanhol Javier Solana. Este responsável deverá permanecer no cargo até ao final do próximo ano.

Existe unanimidade quanto ao facto de Solana estar a desenvolver um papel positivo no cenário internacional e que tem utilizado correctamente os instrumentos disponíveis, mas também é verda-de que a maioria considera que se tem que ir mais longe. Uma das vantagens será o desenvolvimento de uma nova identidade, sob o Tratado de Lisboa, possibilitando assinar certos acordos internacionais, sem a necessidade do consentimento expresso de to-dos os países da União Europeia.

Europeus estão menos confiantes

A confiança na zona euro está a revelar uma rápida erosão, com si-nais crescentes que o abrandamen-to do crescimento está a afectar o mercado de trabalho. O sentimen-to económico terá descido ao nível mais baixo desde há mais de três anos, em Abril.

Começam agora a acentuar-se os rumores que o Banco Central Euro-peu poderá reduzir as taxas de juro no final do ano. Até porque o pior, em termos de inflação, já terá passa-do. No entanto, o banco espera que a inflação apenas se desça de forma gradual ao longo do próximo ano e meio. Entretanto, os países da zona euro apresentam desempenhos va-riáveis. Em Espanha, o sentimento económico é bastante pessimista, mas na Alemanha e em França re-vela alguma consistência.

Banca espanhola torna a superar a crise

A banca espanhola tornou a pas-sar a crise financeira sem problemas. Os resultados do primeiro trimestre das principais entidades indicam que a época de acalmia terminou, mas os bancos espanhóis estão me-lhor preparados para a crise. A fraca exposição aos produtos “subprime”, a política regulatória cuidadosa por parte do Banco de Espanha e um modelo sobretudo centrado na ban-ca de retalho evitaram que as insti-tuições espanholas se defrontassem com as perdas que registaram alguns dos principais bancos europeus. De facto, a banca espanhola conseguiu continuar a garantir ganhos, contra perdas dos concorrentes. Os cinco maiores bancos aumentaram os lu-cros mais de 6%, face a igual perío-do do ano passado.

No entanto, colocam-se desafios a que o sector deverá estar particular-mente atento. Existem três factores de risco, em especial: uma deterio-ração maior do que a esperada no sector imobiliário, as dificuldades nos mercados de financiamento e o aumento progressivo dos encargos financeiros para as famílias espa-nholas (já bastante endividadas), o que se traduzirá numa maior mo-rosidade.

Crise não chega aos cartões de crédito

As duas empresas emissoras de cartões de crédito, Visa e Master Card, conseguiram fortes aumentos nos seus lucros trimestrais. O que significa que a crise do crédito não afecta o seu negócio. Ambas estão satisfeitas com os resultados obti-dos, apesar do contexto difícil.

A marca Visa garantiu lucros de 314 milhões de dólares, perto de 28% mais do que em período ho-mólogo do ano passado. Já a Master Card teve ganhos de 447 milhões de dólares, o que significou mais do que a duplicação. Sobretudo esta última empresa superou as expecta-tivas dos analistas de mercado, com a acção a sair bastante reforçada. O grupo Visa argumenta que a desci-da da acção se terá ficado a dever a gastos extraordinários, tendo em conta uma queixa apresentada por abuso de posição dominante.

Bruxelas pretende impulsionar o “tráfego verde” nas estradas europeias

A Comissão Europeia pretende que os automóveis e os camiões paguem pela utilização das auto-estra-das em função das suas emissões e da densidadade de tráfego. Trata-se de uma alteração à directiva de 1999, conhecida como eurovinheta, que apenas tem em conta o pagamento para uso de infra-estruturas para compensar os custos de construção.

De salientar que a maioria dos países não está a aplicar a eurovinheta, como é o caso de Portugal. O novo sistema será variável em função do mo-mento ou do lugar de circulação. A directiva fa-vorecerá o tráfego nocturno ou em momentos do dia menos congestionado, bem como as estradas menos concorridas. Também variará em função do tipo de emissões dos veículos. Numa primeira fase, este sistema apenas será obrigatório para os pesados.

A nova proposta prevê uma regulamentação so-bre a utilização que os estados nacionais devem fazer destas receitas. Parte das mesmas será para o finan-

ciamento de projectos que baixem os custos externos gerados pelo transporte, a investigação sobre veícu-los e combustíveis “verdes”, para melhorar os fluxos de circulação ou para o desenvolvimento de infra-estruturas alternativas. A criação desta obrigatorie-dade ficará à responsabilidade de uma autoridade independente em cada Estado-membro, a qual fixa-rá a quantidade para cada veículo, as auto-estradas, o momento de circulação ou os períodos do ano. O cálculo é feito através de um sistema de valores máximos e mínimos, que se incluem na proposta da Comissão Europeia.

Entretanto, Bruxelas não quer que seja apenas o transporte por auto-estrada a pagar os custos relacio-nados com a protecção do ambiente e está também a estudar um sistema de tarifas para o transporte ma-rítimo. O sector aéreo fica de fora desta directiva, já que existe o sistema europeu de troca de direitos de emissões de CO2, sendo suficiente a contribuição do sector para melhorar o ambiente.

sexta-feira, 9 Maio de 2008intErnaCional10

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António Azevedo, director de marketing da Finnacount, considera

Contabilidade tem de evoluir para a consultoria às empresas“Cada vez mais há empresas que necessitam de informação tratada, trabalhada, apresentada e discutida” – afi rma António Azevedo, director de marketing da Finnacount. Em entrevista à “Vida Económica”, António Azevedo afi rma que a fi losofi a da Finnacount é não fazer unicamente contabilidade, assumindo um papel crescente de consultoria aos clientes. A empresa tem como principal objectivo alargar a sua presença no mercado através do crescimento da rede em regime de franchising.

sexta-feira, 9 Maio de 2008 11PME

Vida Económica – Considera que o franchising é um bom modelo na área da contabilidade?

António Azevedo – É um bom modelo, porque consegue criar sinergias entre os diversos franchisados. A criação de um grupo mais forte no mercado vai permitir a captação de novos clientes. Um modelo, quando está bem estruturado em no-vas tecnologias, permite um acesso mais fácil à informação, a novos métodos de trabalho e a serviços que um gabinete tradi-cional não consegue desenvolver. Em regime de franchising, um gabinete consegue propor soluções de valor acrescentado para o cliente. E isso vai-se refl ectir num crescimento futuro.

VE – Também permite uma padronização de servi-ços e uma politica uniforme de preços?

AA – O modelo de franchising facilita a padronização de serviços, embora a nossa política seja desenvolver serviços ad-equados à realidade de cada cliente. Quanto aos preços, com o modelo de franchising há tabelas para os serviços prestados. Agora não nos podemos esquecer que cada realidade local tem as suas possibilidades. Cada franchisado tem margem de mano-bra para se ajustar à realidade onde está inserido, o que é funda-mental. Caso contrário, não é competitivo no mercado.

VE – Neste momento, qual é a dimensão da rede?AA – Neste momento, temos cinco escritórios. Nós temos

como objectivo ampliar a rede que começou em 2002. Este período de crescimento permitiu avaliar a sustentação de al-gumas ideias que tínhamos.

VE – O modelo e o conceito da Finnacount são na-cionais?

AA – A rede nasce da estratégia de crescer no mercado por-tuguês. Um dos modelos possíveis para esse crescimento era

o franchising. Tivemos de preparar uma série de ferramentas porque não estavam preparadas para ser franchisadas. Recor-remos às novas tecnologias, como é o caso da internet. Trans-portamos isso para a contabilidade, que, normalmente, é vista sempre sob uma perspectiva muito tradicional. Deixamos de fazer unicamente contabilidade para sermos um parceiro na área da contabilidade e da consultoria ao cliente.

VE – O que pensa sobre a procura de serviços de contabilidade no mercado?

AA – A aposta que fi zemos foi de acrescentar valor ao serviço de contabilidade e começamos a notar que começa haver essa necessidade. Em momentos de crise começa-se a dar mais valor à contabilidade quando ela é trabalhada de uma forma não só de produção e tratamento de documentos, mas sim tratamento de informação, que corresponde ao que fazemos. Cada vez mais há empresas que necessitam de infor-mação tratada, trabalhada, apresentada e discutida.

VE – Os profi ssionais que têm uma abordagem mais tradicional terão difi culdade em obter clientes?

AA – Com o aparecimento de empresas com jovens mais qualifi cados, que exigem outro tipo de informação e têm outro tipo de necessidades, penso que o gabinete tradicional vai tender a desaparecer. Nunca vai desaparecer completamente, porque haverá sempre mercado mas terá uma menor dimensão.

VE – Actualmente, existe uma maior debilidade no tecido empresarial especialmente ao nível das peque-nas empresas que se refl ecte sobre os gabinetes de contabilidade?

AA – Acho que há duas realidades. Há as empresas que apostaram em desenvolver novos produtos e em procurar

novos mercados, estando hoje numa situação favorável. Aquelas que se centraram na sua actividade tradicional, não apostaram na inovação nem acrescentaram valor ao produto ou serviço passam por algumas difi culdades.

VE – É verdade que o cumprimento das obrigações representa um custo elevado para as empresas?

AA – O Estado assume uma posição de força nos paga-mentos que exige. Efectivamente, a carga fi scal portuguesa é elevada, o que se refl ecte na tesouraria das empresas, pondo em causa o pagamento dos serviços regulares. As empresas estão a dar prioridade aos pagamentos à administração fi scal.

VE – O pagamento especial por conta tem um ca-

rácter injusto ao impor um custo elevado às pequenas empresas?

AA – Penso que é uma situação que devia ser revista. Não faz sentido estar a pagar sobre aquilo que esperamos vir a ganhar. Acho que é uma medida que administração fi scal in-troduziu para contrabalançar a fuga aos impostos.

VE – Acha que há medidas que deviam ser tomadas para se estimular a iniciativa empreendedora?

AA - O QREN já tem algumas medidas para estimular a actividade empreendedora. Os primeiros contratos entre o Governo e os promotores já começaram a ser assinados. Exis-tem incentivos, mas não chegam para todas as necessidades. A própria banca teria aqui um papel importante se revisse a sua posição face às exigências que faz quando alguém quer iniciar uma actividade empreendedora. Penso que o Governo deveria rever algumas questões passadas com a banca para incentivar a iniciativa privada e estimular os pequenos empreendedores.

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“Em momentos de crise começa-se a dar mais valor à contabilidade quando ela é trabalhada de uma forma não só de produção e tratamento de documentos, mas sim tratamento de informação” – diz António Azevedo.

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A formação executiva em debate no IPAM

Portugal não incentiva o espírito competitivo e mostra-se avesso à mudança

O que determinou o desenvolvimento de países com uma dimensão igual à nossa, como é o caso da Irlanda ou da Finlândia? As respostas poderiam ser diversas, mas há, com certeza, uma que é quase unânime: a apos-ta na educação, na formação, a vontade de aprender e de mudar. Portugal deverá seguir pelo mesmo caminho? Ora, segundo os ora-dores de um debate organizado pelo Institu-to Português de Administração e Marketing (IPAM) – um evento que decorreu, há pouco tempo, no Porto –, a resposta é necessaria-mente positiva.

Ricardo Mesquita, director de marketing da IKEA Center Group e um dos dois di-namizadores desta conversa, é desta opinião e destaca que, em Portugal – estamos a falar de um quadro já com alguma experiência in-ternacional com destaque para um MBA que frequentou, em Madrid –, é preciso olhar para estes países, para a Finlândia e a Irlanda, e perceber como é que eles fizeram esta revo-lução, como é que, a certa altura, perceberam que o caminho passava pelas pessoas e pela sua formação. É preciso, segundo Ricardo Mesquita, seguir-lhes o exemplo e incutir na nossa sociedade um determinado espírito de competitividade. Algo que se afigura uma tarefa algo árdua. Afinal, como destacou o director de marketing da IKEA, nós temos pouca apetência para a mudança”.

Norberta Lima, directora de Recursos Hu-manos da Câmara Municipal do Porto e a outra dinamizadora convidada deste evento, considera que a mudança é possível, mas, para que isto aconteça, é necessário que exis-ta nas organizações uma liderança forte. Há uma liderança forte e, por isso, é possível a mudança”, diz esta responsável a respeito da câmara onde trabalha. E tanto assim é que os colaboradores da edilidade portuense têm vindo a participar num conjunto diversifica-

do de iniciativas, com destaque para um pro-grama de estágios do projecto europeu Leo-nardo da Vinci. Algo, destaca Norberta Lima, que tem causado surpresa junto dos próprios participantes, desconhecedores das potencia-lidades que tinham. Os nossos colaboradores até desconhecem as capacidades que têm”.

Uma opinião semelhante a esta tem Maria Geraldes, representante da Fundação da Ju-ventude e uma das pessoas convidadas para este debate, ao afirmar que no nosso país fal-ta o discurso da qualidade”. Estamos quase lá”, refere ainda. E Maria Geraldes fala pela experiência que tem de trabalhar com a po-pulação juvenil que, muitas vezes, segundo esta responsável, aproveita os programas in-ternacionais que a fundação proporciona não como um investimento, mas como algo que, um dia, lhes vai proporcionar um emprego melhor. Maria Geraldes considera, por isso, que é preciso olhar para estas oportunidades com uma outra consistência e isto tanto por parte dos jovens como de suas famílias. Falta trabalhar a questão do investimento”, desta-ca. E acrescenta: É preciso trabalhar bem a questão da oportunidade tanto nas escolas como nas empresas”. E tanto assim é que as verbas do QREN, pelo menos de acordo com a visão de Maria Geraldes, não estão a ser de-vidamente aproveitadas em tudo aquilo que diz respeito à formação. Há pouca adesão à vertente ligada à formação”, considera ainda este quadro da Fundação de Juventude.

E aqui Daniel Sá, director do IPAM Ma-tosinhos e moderador de mais este debate – o IPAM já organizou eventos como este, mas ligados a áreas como o futebol, a cultura ou o turismo – lembra que se há alunos do IPAM que são incentivados a estudar, outros há que escondem das respectivas entidades patronais o facto de frequentarem algum tipo de for-mação”.

A formação é por vezes encarada como uma perda de tempo

Paula Cruz, consultora e professora do IPAM, dos seus programas para executivos, segue o mesmo raciocínio dos seus colegas de debate ao afirmar que há muitas pessoas que consideram a formação uma perda de tem-po”. Paula Cruz diz ainda que os portugueses “estão pouco orientados para a competitivi-dade e muito orientados para o status”. Dá-se, na opinião de Daniel Sá, uma importân-cia brutal aos títulos”.

Esta professora do IPAM, à semelhança de Maria Geraldes, lembra ainda que “há em-presas que não aproveitam os fundos para a formação” e volta a falar de algo que perpassa em toda esta peça, o facto de não existir, em Portugal, uma, mentalidade” capaz de fo-mentar a competitividade”.

Formação pouco adequada às necessidades das empresas

Uma ideia que é, muitas vezes, divulgada por quem conhece por dentro as realidades da formação. Ou seja, a de que a formação que existe no nosso país é pouco adequada às necessidades das nossas empresas. É isto que diz Sónia Ferreira, do Instituto de In-formação, Apoio e Formação Empresarial (IAFE). E dá o exemplo da formação muito ligada às questões da liderança, da motivação e pouco ligada à realidade das empresas. Os empresários sentem a necessidade de adap-tar a formação às suas empresas”. E Sónia Ferreira aproveita a oportunidade para dar uma sugestão: “As empresas de formação têm de encontrar metodologias alternativas para formar as pessoas que estão nas empre-sas”. A formação imposta, diz ainda, não

resulta. Uma opinião que é partilhada por Ricardo Mesquita e dá o seu próprio exem-plo. Sem deixar de lembrar que a formação –, no seu caso um MBA, em Madrid – exige um grande investimento e apoio da família, este director de marketing da IKEA recorda que esta decisão partiu de si, da necessidade que sentiu de valorizar a sua formação, de potenciar o seu percurso.

Não se pense, contudo, que a frequência de acções de formação são sempre uma ini-ciativa individual. Apesar das debilidades já citadas, há alguma evolução e temos o exem-plo da Câmara do Porto referido por Nor-berta Lima. Esta, como já vimos, tem feito um esforço de modernização nesta área e isto passa também por incentivar as pessoas a frequentarem acções de formação, inclusive, formação de executivos. A directora de re-cursos humanos da Câmara do Porto alerta, contudo, para um aspecto: a necessidade de analisar com cuidado o tipo de curso que te-mos pela frente. Norberta Lima destaca, em particular, a qualidade das formações, dos docentes e dos próprios conteúdos.

O país não tem um figurino ligado à formação

Uma visão crítica do país na área da for-mação. É esta que nos deixa Sá Pereira, repre-sentante neste debate da Escola Profissional de Matosinhos, quando afirma que “Portugal não tem um figurino ligado à formação”. E as críticas continuam, com Sá Pereira a dizer que os MBA e mestrados estão aligeirados, em Portugal, sendo que estes padecem do mesmo mal do próprio país: não obedecem a um grande desígnio.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

RICARDO MESQUITA

Há pouca apetência para a mudança”. Quem o diz é Ricardo Mesquista, um dos dinamizadores deste debate do IPAM e director de marketing da IKEA. Uma das razões pela qual não há uma grande motivação para investir na formação e na formação de executivos. Não é o seu caso. Ricardo Mesquita, um jovem quadro, decidiu por volta dos 30 anos parar um pouco e dar prioridade à formação. A escolha foi um dos melhores MBA do mundo, na cidade de Madrid.

NORBERTA LIMA

Como é que se podem motivar as pessoas para a formação? Norberta Lima, directora de Recursos Humanos da Câmara do Porto, fala do exemplo da edilidade da Invicta e da sua liderança forte, capaz de definir projectos que se mostrem motivadores para quem aposta neles. Há, no entanto, que ter alguns cuidados. Para Norberta Lima, é preciso estar atento a pormenores como a qualidade da formação, dos seus docentes, dos seus conteúdos.

MARIA GERALDES

Para Maria Geraldes, representante da Fundação da Juventude, é preciso, tal como já foi dito, apostar na mudança e também na qualidade. E dá o exemplo de jovens que participam em programas internacionais organizados por esta fundação, apenas, com o objectivo de virem a obter um melhor emprego e não como um investimento. É preciso trabalhar bem a questão da oportunidade tanto nas escolas como nas empresas”, referiu ainda Maria Geraldes.

PAULA CRUZ

A formação como uma perda de tempo. É isto que Paula Cruz, consultora e professora do IPAM, diz que ainda acontece, por vezes, em Portugal. Segundo esta docente, os portugueses ainda estão muito orientados para o status e pouco para a competitividade. A este soma-se um outro problema: a falta de aproveitamento que se verifica por parte das empresas quando se trata de aproveitar os fundos destinados à formação.

SÓNIA FERREIRA

A formação não preenche as necessidades das empresas. É assim que pensa Sónia Ferreira, do Instituto de Informação, Apoio e Formação Empresarial (IAFE), e dá o exemplo das acções que são ministradas, muito centradas em questões de liderança, e pouco orientadas para a realidade prática do meio empresarial. “As empresas de formação têm de encontrar metodologias alternativas para formar as pessoas que estão nas empresas”, destaca ainda Sónia Ferreira.

Intervenientes

sexta-feira, 9 Maio de 2008pme12

O que promove o desenvolvimento dos países? Certamente a formação. Mas será que esta máxima está a ser seguida pelo nosso país? Ora, é caso para dizer que é possível fazer muito melhor. Mas, para que isto seja uma realidade, pelo menos para os convidados de um debate do IPAM, é preciso que assistamos a uma mudança de mentalidades. É preciso, segundo os mesmos, uma maior aposta em factores como a qualidade ou a competitividade. A formação imposta às pessoas não produz resultados, consideram os

convidados deste debate

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Oto Melara melhora eficiência do Pandur II 8x8A torre Hitfact poderá representar a escolha acertada em termos de qualidade e preço

Melhor desempenho com menor cus-to são os dois factores que irão determi-nar o fornecedor das torres, dotadas com canhão de 105 mm, dos 33 Pandur II 8X8, veículos blindados sobre rodas, que a Steyr-SSF, empresa austríaca do grupo General Dynamics Eurpean Landd Syste-ms, irá fornecer ao Exército português. Os italianos da Oto Melara concorrem agora com os belgas da CMI Defence.

A mesma equipa de reportagem, que es-teve há cerca de seis meses atrás no campo de tiro de Allensteig, na Áustria, para as-sistir aos testes de fogo da torre belga, foi agora convidada pela Steyr, para assistir aos testes de tiro da torre produzida pela Oto Melara. O objectivo foi dar o mesmo tratamento informativo, ao nível da co-bertura pela imprensa, dos fornecedores de equipamento dos Pandur II 8X8.

A torre Hitfact de 105 mm da Oto Me-lara passa, assim, a ser uma segunda opção de escolha para o Exercito português, no âmbito do contrato de 15 de Fevereiro de 2005 (33 viaturas blindadas Pandur 8x8, equipados com uma torre de 105 mm, para além dos já encomendados 260 ve-ículos) . A Oto Melara, que preparou a integração completa e o respectivo ajuste de 33 torres Hitfact nos veículos Pandur II 8x8, prevê a sua produção final em Por-tugal sob a supervisão de engenheiros es-pecializados.

O valor do negócio atinge, recorde-se, os 140 milhões de euros. Mas o facto de haver agora uma oferta concorrente da Oto Melara dá ao Goveno português me-lhores condições de negociação. A decisão terá de ser tomada até ao próximo mês de Junho

Note-se que já se produziram cinco cen-tenas de unidades da Hitfact, das quais 400 estão ao serviço das Forças Armadas italianas e as restantes ao serviço das For-ças Armadas espanholas. Esta tecnologia já participou em diferentes operações de manutenção e implementação de paz em vários países.

À semelhança do que aconteceu com o sistema de armanento belga, o sistema da Oto Melara será também testado no Campo Militar de Santa Margarida.

Torre italiana demonstra eficácia

Características excepcionais relativamen-te ao poder de fogo, à mobilidade e à fiabi-lidade foi o que a “Vida Económica” pôde constatar nos testes de mobilidade e tiro realizados recentemente em Allensteig.

A Hitfact é um sistema standard da NATO que incorpora as últimas tecnolo-gias disponíveis em áreas como a mecâni-ca, a electrónica, a protecção, a optrónica e

o software. Para além da habitual doutrina dos carros de combate de três elementos, providencia várias ferramentas que se tor-nam essenciais para o cumprimento total e bem sucedido de uma missão de 24 ho-ras, mesmo nas mais extremas condições. Com a introdução de modernos equipa-mentos electrónicos e a digitalização do campo de batalha, sensores, sistemas de alerta, comunicação, entre outros, o chefe de viatura e o apontador têm de estar mui-to concentrados em gerir, do modo mais eficiente, todos estes instrumentos para minimizar as tarefas manuais, mas que o municiador pode efectuar à vontade.

Computador de bordo assegura precisão de tiro

O Hitfact FCS possui um computador completamente balístico-digital e capaz de processar a balística de vários tipos de munições, incluindo as de alta pressão.

Este computador pode também calcular a trajectória, assim como o futuro ponto de impacto para assegurar uma capaci-dade muito elevada de atingir à primeira vez. Para além disso, o chefe de viatura e o apontador têm à sua disposição dois pos-tos operativos simétricos com “display” a cores, “joysticks”, capacidades nocturna e diurna, protecção ocular LRF e duas miras ópticas diurnas como recurso manual para

manusear a torre em graus diferentes.A torre Hitfact foi desenhada numa apro-

ximação modular a partir da estrutura, em alumínio, a fim de deixar espaço para a ins-talação de uma protecção balística modular avançada, constituída por diferentes mate-riais como aço, cerâmica e “sandwich”, até ao nível 5 de 4569 Stanag. Assim, permite instalar uma arquitectura aberta do FCS digital e acrescentar diferentes opções, tais como uma mira panorâmica e uma estação de armamento à distância. Também pode ser montado um sistema de armamento de 105 ou 120 mm. Este último e único sis-tema possibilita a mudança de um calibre para outro num ápice.

A utilização abrangente dos sistemas em diversos teatros de operações e condições ambientais exigentes tem provado a ele-vada eficácia e a fiabilidade da torre Hi-tfact. Devido a esta vasta experiência foi possível reduzir o tempo entre a falha, e a reparação e fornecer ao cliente um servi-ço de assistência logística abrangente e à medida, de acordo com as mais diversas missões, mesmo as mais duras.

O peso do Pandur varia entre 18 e 20 toneladas conforme a versão.

VIRGÍLIO [email protected]

Na Áustria, a convite da Steyr-SSF

Oto Melara prevê a produção final em Portugal sob

a supervisão de engenheiros especializados

sexta-feira, 9 Maio de 2008 13PME

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Neste momento há procura de empresas em áreas como a saúde, o turismo e o imobiliário. “O merca-do português é considerado de alto risco” – afirma João Pedro Soares.

Um factor positivo será o arranque em Portugal da Alternext, a bolsa para pequenas e médias empresas. A Alternext já funciona em vários pa-íses europeus com bons resultados. João Pedro Soares considera que a Alternext vai ter futuro em Portugal, criando uma fonte alternativa de fi-nanciamento para as empresas. Por outro lado, também cria uma alter-nativa para os investidores.

Permite às empresas estarem cota-das em Bolsa quando não têm con-dições para estar no primeiro merca-

do. “A Alternext tem um potencial de crescimento mais elevado. As empresas cotadas no primeiro mer-cado estão demasiado consolidadas e demasiado maduras” – considera.

A NBB é “sponsor list” da Al-ternext, ou seja, é uma entidade reconhecida como proponente de empresas para o mercado.

Solução para empresas em dificuldades

O mercado da venda de empresas pode ser interessante para empresas em dificuldades porque o modelo de negócio não é viável ou porque a estrutura financeira se encontra desequilibrada.

Em sectores tradicionais como o têxtil têm sido compradas empre-sas e por vezes surgem interessados para áreas específicas de activida-de. João Pedro Soares refere como exemplo um cliente francês que pretendia comprar lagares de azeite em Portugal porque estava especia-lizado em marketing do produto. Mas deparou com uma dificulda-de porque a maioria dos lagares de azeite não estavam licenciados.

No sector imobiliário também foram criados fundos de investi-mento abertos ou fechados. Este modelo tinha vantagens para todos, permitindo ao detentor do imóvel libertar capital e proporcionando boas rentabilidades aos investido-

res. Foram constituídos fundos nos últimos dois ou três anos com capi-talizações muito elevadas, mas este modelo já atingiu a maturidade.

A NBB é uma rede multinacio-nal de consultores com sede em Portugal. João Pedro Soares criou o primeiro escritório da NBB em Portugal. A actividade de “business brokerage” já existe nos Estados Unidos há mais de 50 anos. Dife-rencia-se da mediação imobiliária, sendo um processo mais complexo. Envolve a apresentação da empresa ao mercado, a “due dilligence”, e fi-nalmente o fecho do negócio, com implicações jurídicas e fiscais.

“Tudo o que é o processo de compra é tratado por nós e a con-

fidencialidade representa um factor importante, ao contrário do que acontece no imobiliário” – refere João Pedro Soares.

Há um investimento dos poten-ciais compradores nestes processos, pelo que as empresas têm que estar em condições de serem compra-das. “Na NBB trabalhamos para o vendedor com a perspectiva do comprador” – resume João Pedro Soares.

Os mercados compradores es-tão hoje muito mais selectivos e avessos ao risco.”Há cinco anos atrás havia mais compradores para empresas em dificuldades” – admite o director da NBB.

Luís RodRigues

João Pedro Soares, director da NBB, destaca importância da avaliação das empresas

“O mercado valoriza o futuro e o empresário o passado”“Os empresários devem saber quanto valem as suas empresas” – afirma João Pedro Soares, director da NBB. Por vezes, existe algum desfasamento entre o valor que os empresários atribuem às suas empresas e seu valor efectivo em termos de mercado. “Isso acontece porque o mercado valoriza o futuro enquanto que o empresário valoriza o passado” – refere João Pedro Soares.A avaliação de empresas é uma das áreas mais solicitadas à NBB. A avaliação correcta passa pela análise da criação do valor. Há empresas que vendem mas não criam assim tanto valor. E os sectores de actividade também são determinantes. Os investidores aceitam períodos mais longos de recuperação do investimento numa empresa industrial do que numa empresa de distribuição. “O mercado português é considerado de alto risco” – afirma João Pedro Soares.

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Fabrizio Carfaggi, professor da Universidade de Trento, afi rma

Produtores vinícolas devem criar redes transnacionais para competir nos mercados globaisO posicionamento das empresas produtoras de vinhos europeias no mercado global deverá passar pela associação em redes transnacionais, capazes de enfrentar a concorrência dos países do Novo Mundo e modifi car a postura defensiva que a Europa tem mantido perante esta crescente competitividade – afi rma Fabrizio Carfaggi, professor da Universidade de Direito de Trento. Este posicionamento deve ser “antecipado” pela criação de uma moldura legislativa propícia.

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ta, passará pela criação de redes transnacionais de vinhos euro-peus no mercado global”, garante Fabrizio Carfaggi.

Este responsável reconhece tra-tar-se “de um passo muito impor-tante, que envolve uma grande transformação cultural”. “O que poderemos esperar é que a pro-moção baseada nos cartéis nacio-nais possa ser a alavanca para essa

cionais que se tornaram actores globais, com interesses vinícolas em vários países. É o caso, em Portugal, da Sogrape, que actua na Argentina, Espanha, Chile e Nova Zelândia, ou da Dão Sul, que apostou também no Brasil para produzir vinhos. Mas “o que não se verifi ca é uma aliança es-

tratégica entre um destes produ-tores portugueses com um actor multinacional francês, italiano ou húngaro”. Ou seja, continua, “esta integração vertical não foi acompanhada de uma integração transnacional”.

MARC [email protected]

A Comissão Europeia está a de-senvolver um estudo envolven-do várias regiões produtoras eu-ropeias, casos de França, Itália, Áustria, Hungria e Portugal, este último analisando a realidade do Douro, com o objectivo de de-terminar o posicionamento dos produtores de vinho europeus no mercado global. Designado «Cor-porate Governance and Interfi rm networks in the wine industry in Europe», o projecto encontra-se sobretudo vocacionado para as PME e, especialmente, “às associa-ções e cooperação entre elas”. Isto porque, refere Fabrizio Carfaggi, “as pequenas empresas têm pou-cos recursos para criar e expandir redes transeuropeias”. O objecti-vo do estudo é, assim, “conhecer casos de empresas que possuem já redes de ‘networking’ e identifi car os melhores modelos e apontar as molduras legislativas necessárias para desenvolver estes modelos”.

O sector dos vinhos foi o esco-lhido para o arranque do projec-to por duas razões. “Esta indústria tem empresas privadas e coopera-tivas, pelo que queríamos estudar ambos os modelos; por outro lado, há diferentes mercados na Europa, com países que produzem, outros que apenas comercializam, mas com cadeias transeuropeias já ins-taladas”.

Aliança entre Douro e Bordéus?

Fabrizio Carfaggi identifi cou já redes “verticais, com produtores e distribuidores no fi nal da cadeia”, mas a criação de redes “a nível horizontal, entre produtores, ou entre distribuidores, não se ve-rifi ca”. Em termos de produção, adianta, “existem poucas redes transnacionais, mas assistimos ao crescimento de redes nacio-nais, com empresas produtoras que actuam nas diferentes regiões do país”. E uma das perguntas é: “por que razão não se desenvol-vem redes transnacionais entre Portugal, França, Itália, Áustria ou Hungria?”

A noção de territorialidade e a ligação ao “terroir” jogam aqui um papel importante. Mas “pode ser esta tradição complementada com uma actuação global? Ou seja, haverá bases para a criação de uma aliança estratégica, di-gamos, entre Douro e Bordéus, para conquistar o mercado chi-nês? O que verifi camos actual-mente são empresas de um mes-mo país, que eram anteriormente concorrentes, mas que se aliaram e ‘cartelizaram’, no sentido de ga-nhar dimensão externa. Mas o fu-turo, assim a legislação o permi-

aliança estratégica europeia. Basi-camente é isso que fazem os pa-íses do chamado Novo Mundo”. E “terá que ser a UE a defi nir os modelos que as empresas possam adoptar, caso pretendam, estabe-lecer essas alianças. A legislação, que ainda não existe, deverá ante-cipar essa necessidade”.

O impulsionador do estudo refere os casos de produtores na-

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No entanto, esta abordagem cria os seus próprios desafios, pois os desastres são ocorrências raras, pelo que a justificação das despesas às soluções que lhe estão associadas exige um complexo balanceamento de prioridades. Tem sobretudo a ver com a natureza da actividade e com o grau de exigência que ela tem, em termos de disponibilidade dos sistemas.

Neste sentido, este evento é concebido para ajudar os decisores a responder às principais questões sobre como avaliar e implementar uma estratégia de Business Continuity, quer a nível organizacional, quer ao nível tecnológico.

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“Poderemos esperar é que a promoção baseada nos cartéis nacionais possa ser a alavanca para essa aliança estratégica europeia”, refere Fabrizio Carfaggi.

sexta-feira, 9 Maio de 2008 15PME

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O fim da tentativa de conciliação extrajudicial nas obras públicas: que alternativas?

A tentativa de conciliação extra-judicial nas empreitadas de obras públicas assumiu durante a sua aplicação no nosso ordenamento jurídico, por força do disposto no Regime Jurídico das Empreitadas de Obras Públicas (Decreto-Lei nº 59/99, de 2 de Março), um papel de enorme relevância e utilidade.

Resultava, assim, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 260º e seguintes, que as questões relativas à interpretação, validade ou execução do contrato (tais como as relativas a multas contratuais, danos sofridos pelo empreiteiro por factos que não lhe são imputáveis, entre outras) seriam, antes de submetidas ao julgamento dos Tribunais Admi-nistrativos, precedidas de tentativa de conciliação extrajudicial.

Para o efeito, era constituída uma comissão composta por re-presentantes de ambas as partes (um representante de cada uma com a devida qualificação técni-ca), sendo a mesma presidida por membro da Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes.

Havendo conciliação, era la-vrado o respectivo auto com os termos e condições do acordo e, após a sua homologação, o mesmo constituía título exequível.

Se, pelo contrário, se frustrava a conciliação ou não se verificava a sua homologação, o requerente ficava munido da cópia do auto

para, caso assim o entendesse, in-tentar a respectiva acção judicial.

Pese embora o grande inconve-niente de este sistema ter estado sempre centralizado em Lisboa, o que acarretava inconvenientes eco-nómicos e técnicos para as partes que estavam associadas a obras fora da capital, os seus resultados prá-ticos foram-se revelando bastante positivos ao longo do tempo, de-signadamente por se verificar um saldo francamente razoável na re-solução desse tipo de conflitos.

Porém, com a publicação do Novo Código dos Contratos Pú-blicos (Decreto-Lei nº 18/2008, de 29 de Janeiro, que transpôs as Directivas nº 2004/17/CE e 2004/18/CE, ambas do Parlamen-to Europeu e do Conselho, de 31 de Março, assim como as Direc-tivas nº 2005/51/CE e 2005/75/CE, da Comissão, de 7 de Setem-bro, e do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Novembro, respectivamente) aquele sistema foi revogado, deixando, assim, de existir a tentativa de conciliação extrajudicial nas condições men-cionadas.

Assim, apesar de o Código se aplicar aos procedimentos de con-tratos que sejam iniciados após a sua entrada em vigor (Julho de 2008) e, também, à execução dos contratos que revistam a natureza de contratos administrativos ce-lebrados na sequência de proce-

dimentos de formação iniciados após a mesma data, é certo que comporta uma excepção no tema em análise.

Ora, através da excepção su-pra referida quanto à tentativa de conciliação extrajudicial e ao seu processo nas acções relativas a questões submetidas ao julgamen-to dos tribunais administrativos sobre interpretação, validade e exe-cução do contrato de empreitada de obras públicas, não há dúvida de que essa matéria já foi revo-gada. E, portanto, o disposto nos artigos 260º a 264º do Regime Jurídico das Empreitadas de Obras Públicas não se aplica aos contratos celebrados a partir do final Janeiro de 2008.

Perante o exposto e face ao fim da figura da tentativa de conciliação ex-trajudicial, é de referir que fica a car-go das partes a ponderação e opção por esta possibilidade de resolução de conflitos, uma vez que a mesma deixou de ser pressuposto processual do procedimento judicial.

Pelos motivos indicados, parece que actualmente é fundamental que as partes considerem e estabe-leçam contratualmente a tentativa de resolução de conflitos como meio prévio de recurso aos tribu-nais. Pois só assim evitarão um au-mento litigância judicial que, em princípio, irá ocorrer.

Gabinete de AdvogadosAntónio Vilar & Associados

[email protected]

Notas sobre CoNtratos públiCos

ana medeirOs

Advogada

Foi um trimestre de crescimen-to para o grupo Jerónimo Mar-tins. A companhia apresentou re-sultados líquidos de 31,9 milhões de euros, o que representou um crescimento de 75% face a perío-do homólogo de 2007.

As vendas do grupo registaram um crescimento de 32,4%, ul-trapassando os 1,5 mil milhões de euros. Para este crescimento contribuiu, sobretudo, o negócio de retalho em Portugal (Pingo Doce) e da Biedronka, na Poló-nia, que representaram 86,8% do total das vendas.

O resultado operacional (EBI-TDA) chegou aos 91,9 milhões de euros, num crescimento de 44,1% face a igual período de 2007.

“Os crescimentos apresenta-dos resultam da forte solidez e competitividade dos modelos de negócio. Os consecutivos au-mentos das vendas demonstram a crescente preferência dos consu-

midores pelas cadeias de Retalho de Jerónimo Martins, para a qual continuaremos a trabalhar ofere-cendo qualidade, preço competi-tivo e constante inovação”, refere em comunicado o CEO do gru-po, Luís Palha da Silva.

A Autoridade da Concorrência aprovou a aquisição das opera-ções Plus em Portugal, cujas lo-jas devem ser integradas em breve. “O Grupo está muito satisfeito com o parecer da Autoridade da Con-corrência e com a possibilidade de poder avançar com o projecto de integração das lojas Plus. Estamos diante de um grande desafio para 2008”, afirmou Luís Palha da Silva.

As expectativas são, ainda as-sim, cautelosas, tendo em conta a envolvente macroeconómica e o consumo privado, mas o Grupo estima investir 400-450 milhões de euros, excluindo a aquisição das operações da Plus.

Mariana Pinto

sexta-feira, 9 maio de 2008NeGÓCios e eMpresas16

Pingo Doce e Biedronka sustentam crescimento do grupo Jerónimo Martins

Entre 6 e 9 de Maio, em Ma-drid, mais de 600 empresas mar-cam presença na 11ª edição da VETECO – Salão Internacional das Janelas, Fachadas, e Divisárias Envidraçadas, organizada pela IFEMA.

Sete empresas portuguesas es-tarão presentes no mais represen-tativo certame de um sector de actividade onde o elevado nível de competitividade e a constan-te busca de inovação são factores determinantes no sucesso desta indústria.

Portugal é, deste modo, o se-gundo país mais representado,

logo a seguir à Itália e à frente da Alemanha, num total de 72 ex-positores.

Alualpha, Ciaferal – Centro Industrial Alumínio e Ferragens, M. Rodrigues, Beltiga, LM Perfis, STA – Sociedade Transformadora de Alumínios (Sobinco-Sofis) e Flexidoor, constituem a presença nacional.

Os principais objectivos da re-presentação nacional são o cresci-mento no mercado internacional e a apresentação das mais recentes inovações neste segmento de ne-gócio.

Fernanda Silva teixeira

VETECO tem presença assídua de portugueses

Está contabilizado o mais re-cente recorde da Exponor: três dias e mais de 42 mil visitas. A edição 2008 da Expocosmética contabilizou mais visitas (6%), mais expositores (25%) e mais área expositiva (15%). O grande destaque vai para o aumento dos profissionais estrangeiros – 981 para 267 do ano anterior – que significaram mais do triplo das presenças.

“A cada ano que passa, a Expo-cosmética está mais internacio-nal. Existe uma natural apetência, sobretudo dos nossos vizinhos, pelo certame, aliada a uma forte promoção, que resultou num sig-

nificativo aumento do número de expositores e visitantes, dos quais se destacam os espanhóis”, referiu em comunicado Joana Vila Pou-ca, directora da feira.

A Espanha voltou a liderar o ranking (928) de entradas, segui-do da Alemanha (22), Itália (15) e Estados Unidos (8).

Nos três dias da feira, os 20 mil metros quadrados e 350 ex-positores apresentaram as últimas novidades e tendências de cabelo, cosmética e estética. No local es-tiveram algumas caras conhecidas da moda e realizaram-se diversas palestras, “workshops” e demons-trações.

Expocosmética triplica interesse internacional

A Trelleborg, empresa de ori-gem sueca e que actua na área dos pneus agrícolas e industriais, nomeou José Saraiva como res-ponsável da marca para o mercado português. A entrada deste profis-sional na empresa sueca coincide com a nova estratégia do grupo para o mercado nacional, que pas-

sa por levar a Trelleborg Portugal a atingir uma quota de mercado equivalente à que já existe no resto da Península Ibérica.

Saraiva vai ficar também res-ponsável por gerir, localmente, a mudança definitiva da marca Pirelli Agricultura para a marca Trelleborg.

Trelleborg com novo responsável para o mercado nacional

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Economistas amadores de pintura

A delegação regional do Norte da Ordem dos Economistas está a promover a realização da II Ex-posição de Pintura, sob o tema “Economistas amadores de pin-tura”. A exposição tem lugar no Centro de Cultura e Congressos da secção regional Norte da Or-dem dos Médicos, entre 12 e 26 de Maio.

Os objectivos desta iniciativa

passam por proporcionar con-tactos adicionais fora do contex-to profissional e, por outro lado, divulgar os trabalhos de natureza artística dos profissionais que pre-tendam participar neste evento. A exposição estará patente ao públi-co, todos os dias, entre as 10 e as 22 horas. A sessão de inauguração é no dia 12 de Maio, pelas 18 ho-ras.

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sexta-feira, 9 Maio de 2008 17negócios e empresas

As cinco pirâmides do CRM

A AESE – Escola de Direcção e Negócios vai realizar um semi-nário, nos dias 27 e 28 de Maio, em Lisboa, sob o tema “As cinco pirâmides do CRM”. Será subli-nhada a importância dos factores que condicionam a atitude no ren-dimento dos colaboradores, a inte-ligência emocional na empresa.

Serão estudados os fundamen-tos do CRM e do marketing “one-

2one”, o modelo de fidelização de clientes, as políticas de gestão das equipas comerciais, as cinco pi-râmides do marketing relacional “one2one”, as estratégias do ma-rketing relacional e o marketing relacional através da internet. De notar que a perspectiva do marke-ting relacional insiste na eficácia de desenvolver um marketing à medida de cada um.

Golfe em Ponte de Lima

No âmbito do Circuito de Seniores de Golfe, tem lugar, no dia 21 de Maio, em Ponte de Lima, o Torneio Associa-ção Portuguesa de Seniores de Golfe Delegação Norte. A prova será jogada na modali-dade individual, seguida de al-moço no Hotel do Gofe. Para quem o desejar, há condições especiais de alojamento nesta unidade hoteleira.

AIDA debate preocupações e necessidades da região de Aveiro

A Associação Industrial do Distrito de Aveiro está a pre-parar o I Fórum Empresarial da Região de Aveiro, a decorrer no dia 20 de Junho, no Centro Cultural de Ílhavo. Serão abor-dados temas da actualidade, de encontro às principais preocu-pações e necessidades do tecido empresarial da região. O fórum terá três painéis, necessidades, oportunidades e reivindicações da região de Aveiro, estratégias e condicionantes para a competi-tividade empresarial e perspecti-vas para o futuro da região.

Vinhos e turismo em conferência no Porto e Alto Douro

O Porto e a região do Douro serão palco da conferência in-ternacional dedicada à temáti-ca da ligação entre os vinhos e o turismo. O «Wine & Tou-rism Marketing» realizar-se-á nos próximos dias 29 e 30 de Maio, sendo que os trabalhos no primeiro destes dias terão lugar no Auditório Calém, nas Caves do Vinho do Porto, en-quanto que o segundo dia de conferência desenrolar-se-á na Quinta do Crasto, no Douro vinhateiro. As potencialidades que o enoturismo pode trazer a Portugal, a partilha de expe-riências internacionais e o de-senvolvimento.

Unión Fenosa disponibiliza simuladores de poupança de energia

A Unión Fenosa acaba de lançar uma ferramenta onli-ne que permite diagnosticar o nível de eficiência energética e o potencial de poupança de consumo de energia no seg-mento doméstico. No website da Unión Fenosa existem três simuladores diferentes, que têm por objectivo informar o consumidor do quanto é que representa o consumo energé-tico de cada equipamento do-méstico ao longo do mês.

Os simuladores são de aces-so livre e gratuito na página web da Unión Fenosa em Por-tugal (www.unionfenosa.pt).

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Sector do calçado desenvolve plano de qualificação sectorialA APICCAPS e o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal vão desenvolver um plano de qualificação sectorial

Trata-se de realizar uma análise aprofundada da fileira do calçado nos planos tecnológico e digital. As áreas da higiene, da segurança no trabalho e da responsabilidade social merecerão uma especial atenção neste contexto.

Do plano de qualificação sectorial faz ainda parte um diagnóstico às empresas, em termos energético e ambiental. Além disso, vai efectuar-se a certifica-ção do sector em questões como o eco-design – po-tenciando-se os novos materiais “verdes” que estão em desenvolvimento – ou os sistemas de gestão. O Plano de Qualificação Sectorial é uma das mais de oitenta medidas que integram o Programa de Acção para a Fileira do Calçado. Consiste, em termos gerais, colocar em prática os três eixos definidos no novo plano es-tratégico do sector, designadamente internacionalização, qualificação e inovação.

Considera a associação única do sector a este propósito: “O grande desafio do sector passa por aliar a competitividade à responsabilidade social e à qualidade de vida. A inovação continua a figurar como um dos principais pilares estratégicos do sector. Num ambiente competitivo caracteriza-do pela emergência de novos produtores à escala mundial, com vantagens de custo acentuadas, a in-dústria de calçado nacional exige mudança.”

Neste cenário, a inovação pode ser a resposta a desafios como a valorização do produto. E, pela via tecnológica, é possível minimizar as desvantagens com que a indústria portuguesa se debate. O ob-jectivo passa por potenciar a oportunidade de uma maior proximidade aos grandes mercados euro-peus, com rapidez e flexibilidade, aspectos que os concorrentes mais distantes terão bastante dificul-dade em igualar. Muito dependerá da forma como as empresas vão fazer face a estes desafios.

A APICCAPS lembra ainda que as exigências re-gulamentares em matéria ambiental e a crescente

consciência dos consumidores para este assunto têm que ser encaradas como desafios que a inovação permi-tirá transformar em oportunidades. De facto, os materiais representam uma das áreas em que a indústria nacional do calçado tem capacidade e competitividade, como fica claro dos últimos indicadores ao nível das vendas.

Por último, adiantam os responsá-veis associativos: “Atendendo a que o

calçado já exporta mais de 90% da sua produção, importa alargar o âmbito de internacionalização das empresas, procedendo à necessária transforma-ção nos modelos de negócios, alargando o âmbito da inserção internacional das empresas no contexto global.”

Mcorporate afirma-se em angola

A mCorporate, empresa de prestação de serviços de assesso-ria e consultoria empresarial nas áreas da contabilidade, fiscalidade e recursos humanos, entrou em fase de consolidação da sua po-lítica de expansão para Angola. Presente em Lisboa e no Funchal, há três anos optou por investir na internacionalização. Foi criado o projecto angolano onCorporate.

De tal forma que, no ano pas-sado, os resultados operacionais do investimento em Angola já

representaram cerca de 15% da facturação global da empresa. As previsões são muito optimis-tas para o presente exercício, de acordo com os seus responsáveis. A facturação poderá ser multi-plicada por cinco, para perto de 400 mil euros. É que, em apenas três meses, a empresa conseguiu já o número de contratos equi-valente ao total do ano passado. A mCorporate está a conseguir captar mais clientes e consolidar a estrutura existente.

Hidroprojecto mais presente no mercado africano

A Hidroprojecto é mais uma empresa da fileira da construção que está consciente da importância do proces-so de internacionalização. O mercado africano representa já um peso importante na sua carteira de encomendas. O mercado nacional, no entanto, também continua a mere-cer a atenção desta empresa de engenharia e gestão.

A nível internacional, a Hidroprojecto está a realizar o estudo de impacte ambiental de um empreendimen-to turístico e residencial, de grande dimensão, em Cabo Verde. A empresa apresentou ainda diversas candidaturas

a projectos na Argélia e em Moçambique, onde já está presente há vários anos. Mas existem outros mercados in-teressantes. A empresa está a elaborar, conjuntamente com outras empresas, uma propos-ta de3 candidatura à constru-ção e concepção de uma gran-de sistema adutor de água na Venezuela, num investimento de 300 milhões de euros.

Por cá, a Hidroprojecto conseguiu adjudicações, no primeiro de trimestre, no valor de mais de 1,6 milhões de euros, o dobro do registado em igual período do ano passado. Entre as obras garantidas, destaque para duas empreitadas lançadas pela Empresa de Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA) e uma empreitada da responsabili-dade da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho. Estão também em curso alguns projectos de viabilidade técnica. Por estas duas vias, uma presença mais consistente nos mercados nacional e internacional, a empresa espera ga-nhar visibilidade, continuando a apostar numa forte es-pecialização das suas actividades. Essa é mesmo uma das principais vantagens competitivas.

somague investe 200 milHões

em plataforma logística

A Somague vai investir cer-ca de 200 milhões de euros na plataforma logística da Maia/Trofa. Metade dos terrenos foi já adquirida pela construtora. A estrutura vai ocupar uma área na ordem dos 100 hectares. A empresa está em negociações com o Estado, no sentido de fi-car com a promoção do empre-endimento.

O investimento em platafor-mas logísticas continua a dar sinais muito positivos. No caso deste empreendimento, o pro-jecto integra-se numa zona bas-tante industrializada e vai servir a região a norte do Porto, com o objectivo de impulsionar o trans-porte de mercadorias entre esta região e a Galiza. A plataforma vai incluir ligações às redes ro-doviária e ferroviária, para além de ficar perto do aeroporto Sá Carneiro e do porto de Leixões. Tudo indica que o projecto im-plicará algumas expropriações, caso não se chegue a acordo com os proprietários dos terrenos.

empresas “aproveitam” envelhecimento da populaçãoO envelhecimento da popu-

lação é um dos grandes proble-mas da actualidade, mas também pode criar novas oportunidades para as empresas. A indústria do calçado está atenta a essas novas oportunidades. São os exemplos de marcas como a Flex & Go, a Softinos e a Softwaves.

Ainda que com características diferentes na sua origem, as três marcas encontraram na popula-ção mais envelhecida um bom ni-cho de mercado. Sendo certo que

a tendência é para uma forte ex-pansão do mesmo, o importante torna a ser a diversificação, a par da necessária inovação e adequa-ção a uma realidade em constante mudança. A Flex & Go foi cria-da há cerca de seis anos e o seu lançamento teve como objectivo ir ao encontro da crescente ne-cessidade de conforto de uma po-pulação europeia que está a enve-lhecer, tendo em conta a quebra na fecundidade e o aumento da esperança de vida.

Já a Softinos é uma marca do grupo Kyaia e só foi lançada no ano transacto. O que esteve na origem da sua criação foi a possi-bilidade de ocupar um crescente nicho de mercado. Os seus res-ponsáveis afirmam que se apre-senta ao consumidor como uma marca de conforto, que privilegia as formas e os materiais. A opção foi por peles muito macias, mas consiste num calçado agradável do ponto de vista estético.

A Comforsyst acabou por “em-

barcar” numa aposta mais radical. A marca desenvolvida foi bapti-zada com o nome de Softwaves, na sequência de um segmento de calçado de senhora clássico que estava esgotado. De facto, houve a transferência de posições, face à entrada de novos intervenien-tes no sector do calçado. A mar-ca criada apostou num tipo de cliente global, menos interessado na moda e mais preocupado com o conforto. Foi o assumir de um risco que está a ter resultados po-

sitivos, isto no que respeita às três marcas em causa.

Durante o presente século, a proporção de pessoas com mais de 60 anos vai triplicar, passando de apenas 10%, em 2000, para cerca de 32% no final do sécu-lo. Na Europa Ocidental, quase metade da população terá então mais de 60 anos. Aliás, importa notar que as alterações demográ-ficas se farão sentir de forma mais acentuada a partir do fim da pri-meira década.

A inovação continua a figurar como um dos principais pilares estratégicos do sector

projecto La Varzea cHega ao mercado britânico

Na sequência do processo de comercialização e internaciona-lização, o projecto La Varzea foi apresentado ao mercado britâni-co, em Londres. Trata-se do único empreendimento português ligado ao pólo. De salientar que já se ve-rificou a replicação deste projecto inovador na Argentina.

A apresentação decorreu num clube privado, ligado à arte equestre. O posicionamento do projecto foi claramente definido para o exigente target britânico e internacional. Foi tido em conta o facto de na capital do Reino Unido residirem muitos em-presários e investidores de várias nacionalidades, interessados em

realizarem investimentos seguros. Ficou patente que se está perante um empreendimento, agora na sua primeira fase de comerciali-zação, de características bastante diferentes das habituais.

Situado no concelho de Bena-vente, ocupa 300 hectares e já aí decorrem torneios internacionais de polo. José Mourinho vai “dar a cara” pela campanha que teve iní-cio este mês. Para além deste des-porto, vai ainda incluir toda uma série de actividades. Na primeira fase do projecto foram já investi-dos 15 milhões de euros, sendo que o investimento global, num período de dez anos, vai ascender a cerca de 210 milhões de euros.

sexta-feira, 9 maio de 2008negócios e empresas18

Adjudicações atingem valor de 1,6 milhões de euros

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Vale Pisão adere ao serviço “Chamada Grátis”

Brevemente, os visitantes de Vale Pisão podem ser contactados pela empresa atra-vés do seu website. Para isso, o cliente só tem de clicar o botão “Chamada Grátis” no website de Vale Pisão.

Segundo Pedro Sottomayor, ad-ministrador de Vale Pisão, “o cli-car no botão da Chamada Grátis é quase instintivo. Acontece a toda a gente estar a trabalhar on-line e querer contactar a empresa. Não tem caneta para anotar o contacto e aquilo passa-lhe. Com a Chama-da Grátis carrega no Botão e a cha-mada é imediata.”

Gabriela Silva, administradora da Líder Partner, recorda que o “Cha-mada Grátis” não leva ninguém ao website da empresa. O objectivo é que “o cliente não saia do website sem falar com a empresa”. Mesmo fora do horário de funcionamento,

a empresa “pode reencaminhar as chama-das para um telemóvel”, afirma a respon-sável.

PatrÍcia Flores

Pedro Sottomayor, administrador de Vale Pisão, afirma

Vale Pisão quer oferecer habitação permanente em ambiente de férias O Nature Resort oferece um conjunto de serviços e equipamentos pensados em função da qualidade de vida dos seus utilizadores. Segundo Pedro Sottomayor, administrador de Vale Pisão, o objectivo é “oferecer às pessoas no dia-a-dia o mesmo estilo de vida que normalmente têm em férias”. Com uma resposta positiva por parte do mercado interno, cerca de 95% das moradias da primeira fase estão vendidas. Contudo, Pedro Sottomayor considera que o Norte do país “está mal divulgado” no exterior.

Vida económica – Qual o conceito as-sociado a Vale Pisão?

Pedro Sottomayor – O conceito está ex-plicado pelo nome “Nature Resort”. Nor-malmente, as pessoas que vivem nas cida-des com trânsito e stress, quando estão de férias, vão para resorts, onde vivem com tranquilidade para apreciar a natureza. Li-bertas do stress da cidade. O grande con-ceito de Vale Pisão é oferecer às pessoas no dia-a-dia o mesmo estilo de vida que nor-malmente têm em férias. Mas é bom saber que teve um reconhecimento do público. Porque nós podíamos ter pensado numa coisa muito bonita e na prática não fun-cionar. Fizemos estudos de mercado e por isso tínhamos uma base de sustentabilidade forte. Mas é bom perceber que o mercado reconhece essa qualidade de Vale Pisão. Isso é a chave do sucesso do empreendimento.

Ve – como é o cliente de Vale Pisão? PS – A idade média do cliente é mui-

to baixa. Tem 39 anos. Tipicamente é um casal, com um ou dois filhos pequenos. A âncora de Vale Pisão é o campo de golfe, a área verde, o hotel e uma zona comercial. Estes são os serviços estruturantes e que criam o eixo central de Vale Pisão. Mas há uma série de serviços que vão depender de quem lá mora. Para isso temos previsto fa-zer inquéritos aos clientes de levantamento de necessidades. Primeiro, queremos saber exactamente quem são para podermos sa-ber se vamos fazer uma universidade sénior ou se vamos fazer um jardim-de-infância. Temos uma fotografia geral do cliente mas vamos condensar a informação toda.

Gaspar Ferreira – O empreendimento tem de ser a favor das pessoas.

PS – Estes serviços só podem abrir se exis-tir do outro lado alguém que os sustente. O

facto de os nossos clientes terem esta cons-tituição familiar vai fazer com que, todos os dias, exista uma vida em Vale Pisão diferen-te da que existe noutros empreendimentos. O apontar para o mercado externo, nome-adamente holandês e espanhol, vai criar um equilíbrio entre a primeira e a segunda habitação. O nosso objectivo é cerca de 20, 30% de segunda casa. Colocarmo-nos no mercado externo sobe-nos o valor. Eu com-pro uma casa por 300 mil e tenho alguém que me dava um milhão de euros pela casa é bom, mesmo para quem lá mora que vê o investimento recompensado.

Ve – como têm promovido o empre-endimento?

PS – Até agora, fizemos feiras, em Lon-dres e Madrid, para perceber como fun-cionam estes mercados. Mas não temos promovido mais porque essa promoção a partir do momento que está a ser feita tem de ter acompanhamento. Senão acontece o mesmo que em 2006, fazemos uma apre-sentação, as pessoas gostaram, mas, depois, porque a resposta do mercado interno foi muito forte, não foi dada sequência e não funciona. A nossa acção está a ser estrutu-rar um departamento internacional para a dinamização desses contactos.

Ve – em que mercados pensam lá fora?

PS – Sobretudo o Britânico e Espanha. Mas há mais mercados. Por exemplo, te-mos um agente holandês que veio cá em 2006 à apresentação e desde essa altura que nos acompanha. Portugal, à luz da Euro-pa, é um país apetecível para férias. Até virem não é fácil. Mas basta trazé-los cá. Por exemplo, o Algarve foi eleito o melhor destino de golfe do mundo. É um destino perfeitamente consolidado. No Norte, te-mos história, gastronomia, o Douro e uma

paisagem fantástica. Logo, tem uma oferta diferente, que eu acho que lá fora esta mal vendida.

Ve – em que fase de execução está o projecto?

PS – A construção iniciou-se em 2006. A primeira estrutura de golfe fica pronta e utilizável em Junho e o campo de golfe em Setembro deste ano. As primeiras casas inauguram em Junho de 2009 e a segunda fase em Junho de 2010. Queremos, entre-tanto, anunciar agora em Junho a extensão do campo de 9 para 18 buracos.

GF – O nosso objectivo é que uma per-centagem substancial da terceira fase seja projectada para o exterior.

Ve – Qual é o investimento para um

empreendimento como este?GF – Movimenta acima de 100 milhões

de euros. Mas também é um investimento doseado. O objectivo é manter a notorie-dade deste empreendimento. Tem de acon-tecer coisas novas todos os dias. Esse é o nosso grande desafio.

Ve – em que fase está a comercializa-ção das casas?

PS – A primeira fase, que terá 128 mo-radias, em 95%. Faltam uma dúzia de casas que nós retivemos. Acrescentamos aos jar-dins das casas mais 200 m2. A segunda fase terá 108 moradias e está a 30, 35%. Neste momento, temos clientes efectivos mas há desistências, que normalmente têm a ver com a componente de crédito. A compra em Vale Pisão é muito emocional.

Patricia Flores

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Pedro Sottomayor e Gaspar Ferreira acreditam que a compra em Vale Pisão é uma opção inteligente.

sexta-feira, 9 Maio de 2008 19negócios e empresas

Pedro Sottomayor e Gaspar Ferreira, administradores de Vale Pisão, e Gabriela Silva, administradora da Líder Partner.

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Vida Económica – Dizia-se que com o canal on-line parte das agências iam perder a sua razão de ser. Mas não é isso que tem acontecido. Há novas oportunida-des para agências que utilizam o canal on-line?

António Loureiro – Ninguém vai desaparecer do mercado. A internet tem um espaço e as agências têm outro. Vão existir aqueles que vão querer utilizar mais um canal de distribuição de uma forma ainda mais profissional e vão existir as agências que vão querer permanecer da forma de operar que têm hoje. Porque temos agências que, não sendo modelos de automati-zação para o consumidor final, estão bem automatizadas para o tipo de negócio que operam. Enquanto outras, se quiserem progredir noutro tipo de lógica de grau de distribuição, vão ter que se adaptar a uma lógica de mercado absolutamente nova.

VE – As companhias low-cost também aderem ao vosso sistema?

AL – Contamos com 75 companhias low-cost. O concei-to low-cost tem origens já um pouco antigas. Em 1989, nos Estados Unidos, apareceram as low-cost. Não estamos a fa-zer mais na Europa do que desfragmentar o que era a oferta de charter e torná-las em companhias de voos regulares com um risco menor. A questão das low-cost é uma questão de marketing puro. A tendência para as low-cost é entrar no mercado de retalho, porque, se ficarem na área do “cor-porate” vão ter sempre um nível transaccional limitado ao preço.

VE – O utilizador consegue melhores preços nas agências de viagens ou no ca-nal on-line das companhias low-cost?

AL – A agência de viagens on-line tem uma capacidade de combinar voos regulares de companhias mais conhecidas. Enquanto num site de uma low-cost pode acontecer a ida ter um preço muito baixo mas o regresso ter um preço altíssimo e o marketing leva-o a concluir pelo preço mais baixo. Enquan-to uma agência de viagens com um sistema de on-line apoia-do num sistema pesquisa de global pode combinar a melhor opção de preço sem estar a recorrer a um único fornecedor. O comparativo de preços que o Global Distribution Systems (GDS) proporciona dá-lhe uma listagem de 500 companhias aéreas, em vez de fazer a busca com uma única companhia aérea. Com o GDS o cliente tem um comparativo efectivo de preço.

VE – Há novas oportunidades no negócio da distri-buição do turismo?

AL – Há excelentes oportunidades. Desde que existam duas condições. A primeira, que as pessoas entendam que a internet tem muito custo escondido quando utilizada com grau de distribuição. Quando queremos visibilidade na inter-net, temos de pagar por ela. Se passasse tudo para o on-line, o consumidor adquiria controlo total sobre o preço e este, muitas vezes, não é compatível com a qualidade nem pode ser só o preço a ditar as regras do mercado. Portanto, as agências de viagens vão sempre viver neste espaço de quem está só por preço, ou quem está por qualidade e por serviço. A internet, na maior parte dos casos, não preenche totalmente a questão do serviço, nem consegue substituir a intervenção humana.

A outra condição é que as autoridades têm que ter o má-ximo rigor relativamente à oferta que aparece na internet. Existe efectivamente desrespeito nalguns casos pelas regras comunitárias, logo as ofertas no canal da internet não são

António Loureiro, director-geral da Galileo Portugal, afirma

Agências de viagens mantêm competitividade na era da internetAs agências de viagens conseguem oferecer propostas de preços mais aliciantes do que os utilizadores conseguem obter de forma directa nos canais on-line – considera António Loureiro, director-geral da Galileo Portugal.O sistema global de reservas da Galileo tem quase 90% do mercado e inclui os serviços de mais 500 companhias aéreas, entre as quais a generalidade das low-cost.Em entrevista à “Vida Económica”, António Loureiro revela que a Galileo Portugal vai alargar o sistema de reservas às unidades de turismo rural, entre outras iniciativas, que irão contribuir para facilitar o acesso do mercado aos serviços turísticos disponibilizados no mercado português: “Vamos reinventar o conceito de comunicação do ponto de venda para o público” – afirma.

Com um aumento nas reservas hoteleiras de 23%, 36 mil a 40 mil postos de reserva em funcionamento, 1127 pontos de venda e 630 agências/clientes, a Galileo Portu-gal aposta na consolidação destes resultados, implantan-do novos conceitos de negócio.

“A lógica de distribuição global que existia até o ano passado de se fechar na questão do ‘outgoing’ acho que acabou. Temos que entrar em novos conceitos de negó-cio. Neste momento, o Galileo tem a plataforma mais aberta em termos de integração com qualquer agência de viagens que queira trabalhar connosco”.

“Relativamente à instalação do projecto THOR, que criámos para as agências de viagens, vai sofrer grandes alterações. Vamos reinventar o conceito de comunicação do ponto de venda para as massas. Vamos bater mais uma comunicação direccionada ao público que os faça ter consequência no ponto de venda. Vamos introduzir uma lógica diferente ao nível da promoção de destinos internos e externos”, afirma António Loureiro.

Relativamente aos pontos de venda, “ao que assisti-mos em Portugal é a factores de consolidação. O que vai suceder agora em Portugal é que o volume de tran-

sacções vai ter tendência a aumentar. Porque em 2008 vamos introduzir um conceito novo de pesquisa de va-lores”.

A Ryanair, que está de fora do sistema Galileo, não preocupa António Loureiro: “Há uma ou outra que está de fora. Mas estamos mais preocupados com quem está dentro. Interessa-nos que a visibilidade das companhias de nova geração e das companhias de uma geração mais antiga estejam perfeitamente visíveis, disponíveis e com-bináveis”.

Tanto mais que a tendência é para os operadores, que estão no mercado com os seus próprios sistemas on-line, juntarem-se ao sistema global de reservas. “A partir do momento que um operador esteja isolado do mercado sem qualquer conexão internacional se o fizer através de um sistema global multiplica de uma forma direccionada toda a sua oferta e por outro lado o valor de venda por noite, via sistema global, no primeiro trimestre cresceu sobre o ano passado cerca de 11%. Estamos a transac-cionar em média via internet quartos na ordem dos 193 dólares. Na internet não consegue este valor porque vai para a lógica de preço”, acrescenta António Loureiro.

Galileo aposta em novos conceitos de neGócio

sexta-feira, 9 Maio de 2008neGócios e empresas20

“Contamoscom 75companhiaslow-cost”

“A internet, na maior parte dos casos, não preenche totalmente a questão do serviço, nem consegue substituir a intervenção humana”, afirma António Loureiro.

iguais porque estão distorcidas pela falta de respeito por essas regras que regem algumas ofertas.

VE - Que balanço faz dos 15 anos de actividade?AL – Durante estes 15 anos, soubemos manter junto dos

nossos clientes, de uma forma muito clara e transparente, uma quota de mercado invejável. Mas também sempre sou-bemos manter a postura de nos anteciparmos às inovações do mercado. Acho que a tecnologia já faz parte da nossa vida. Acho que o sucesso destes 15 anos baseia-se essencialmente nas pessoas, foram elas que contribuíram para a história da Galileo em Portugal. A história dessas pessoas fomos buscar à experiência de todos os intervenientes nos processos, passan-do pelos agentes de viagens, pelo retalho e pelos fornecedores (companhias aéreas, hotéis, rent-a-cars), e soubemos manter com eles uma relação não só de uma sã partilha de lucro rela-tivamente à operação mas também uma quota-parte de servi-ço que tem sido inigualável.

VE – Quanto representa a quota de mercado da Ga-lileo?

AL – Findámos o ano de 2007 com 88,7%. Mas a nós interessa-nos muito a questão dos pontos de venda, pois são eles que determinam tudo o resto. Para nós, o que nos interessa é o vo-lume que esta quota de mercado gera e que nos permite actuar nos mais diversos tipos de cenário com propostas completamente di-ferentes. Fomos os primeiros a introduzir o bilhete electrónico em Portugal, em parceria com a TAP. Antes disso, tínhamos lançado o ATB, aqueles bilhetes parecidos com o cartão de embarque. Fomos os primeiros a encon-

trar um modelo de relacionamento com os agentes de via-gem que nos permitisse uma forma de automatização sem incorrer em custos desnecessários, ou seja, não colocámos computadores quando o cliente não precisava deles, apenas com o intuito de ter uma fonte de receita que não estava

adequada ao volume de operação do cliente. Introduzimos os circuitos de comunicação de última geração muito à frente de qualquer outra empresa em Portugal. Fomos os primeiros também a concluir um acordo para integração da CP. Fomos os primeiros a celebrar protocolos de formação e de apoio com Associação de Agências de Viagem. Estamos em 52 instituições de ensino porque fomos os primeiros a disponibilizar o sistema Galileo como conteúdo de ensino da distribuição de sistemas em Portugal. Muitas vezes ante-cipámo-nos às necessidades. Fomos os primeiros também a fazer integrações com todos os sistemas de “backoffice” de todas as agências de viagens.

Fomos os primeiros a introduzir plataformas de “self-booking-tool” que permite às próprias empresas operarem os sistemas de reservas de viagem. Nestes casos, a agência tem um papel de emissor. Achamos que a única forma que as empresas utilizadoras têm de controlar os custos é através da capacidade de intervenção directa.

VE – As unidades mais pequenas, incluindo o turis-mo rural, vão ter a possibilidade de distribuir através do vosso sistema?

AL – Vamos ter surpresas muito fortes em 2008 para essa faixa de mercado. Aliás vamos apostar num projecto de dis-tribuição.

Recentemente, celebrámos um acordo com a Associação dos Hotéis de Portugal. Patrocinámos a adesão de escolas de turismo associadas fomos nós que pagámos a jóia à As-sociação. Estamos a construir uma comunidade científica de partilha de conhecimentos que começa não só ao nível de hotelaria. Por exemplo se um hotel necessitar de um profis-sional qualificado que terminou o curso, essa informação vai estar disponível numa plataforma chamada TTT, em que o empresário tem acesso a toda a informação para gerir melhor o seu negócio e evitar perdas de tempo na partilha de conhe-cimentos.

JOãO Luís DE [email protected]

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Os Chief Information Officers (CIO) continuam a ser marginalizados ao ní-vel dos Conselhos de Administração das empresas, com apenas 47% destes a apresentarem questões nas discussões do Conselhos de Administração, revelou um estudo da McAfee. Em quase metade das organizações inquiridas continua a ser o Chief Executive Officer (CEO) a lide-rar todas as questões relacionadas com as TI, enquanto um quin-to dos Chief Financial Officers (CFO) são os representantes dos departamentos de TI. Esta situação evidencia de forma clara como os CIO necessitam de au-mentar a sua visibilida-de e influência, à me-dida que as TI são cada vez mais consideradas essenciais para o sucesso e reputação dos negócios.

Este estudo foi conduzido pela Eco-nomist Intelligence Unit da McAfee e explorou a evolução do relacionamento entre os CIO e os respectivos Conselhos de Administração. “Felizmente, e apesar da aparente falta de um verdadeiro im-pulso das relações no seio dos Conselhos de Administração, têm também sido fei-tos progressos aparentes no sentido de aumentar o perfil e a importância dos CIO bem como a percepção das respon-sabilidades dos departamentos de TI”,

revela a McAfee no documento de apre-sentação do estudo.

Olhando além da tradicional ideia de custos/eficiência, cerca de 42% dos inquiridos vêem agora as TI fundamen-talmente como uma função estratégica para o negócio. Com o crescente foco das empresas em cumprir regulamen-

tos, administrar de forma eficiente e gerir os riscos, as empresas de TI estão agora in-cumbidas de mediar e avaliar os riscos, a par do papel de financia-mento.

Não só quase um terço dos entrevista-dos acredita que o de-partamento de TI é o principal responsável por facilitar a segu-rança dos sistemas e

das redes – cimentando os CIO como facilitadores de boas práticas de gestão nas empresas – como também vê esta regra estender-se à capacidade de gerar receitas. Como tal, 83% dos inquiridos concorda que este crescimento tem aju-dado a elevar o perfil dos CIO ao nível dos Conselhos de Administração, e um quarto destes acredita mesmo que o re-lacionamento com os Conselhos de Ad-ministração melhorou substancialmente nos últimos dois anos.

Curiosamente, parece que o maior desafio para o aumento da importân-

cia dos CIO provém dos Chief Finan-cial Officers, com a grande maioria dos inquiridos a este nível, cerca de 86%, a encarar as TI como simples funções de suporte.

Adicionalmente, nenhum dos CFO inquiridos viu os departamentos de TI como os principais responsáveis pela geração de receitas, com 71% destes a encará-los principalmente como forne-cedores de soluções de segurança para sistemas e redes. Quando consideramos que os whitepapers referem que cerca de 20% dos CFO falam em nome dos departamentos de TI ao nível dos Con-selhos de Administração, tal demonstra que é relativa a importância conferida a estes departamentos.

Apesar de tudo, e embora seja expec-tável que o papel dos CIO continue a cres-cer em paralelo com a crescente necessidade da boa gestão global nas empresas, o duro ambiente empresarial vai levar a que apenas uns tímidos 23% das empresas não faça alte-rações no investimento em gestão de risco no próximo ano. E uma parcela de 30% não vai fazer alterações na quantia investida em práticas de cum-primento de regulamentos. Isto significa que, enquanto 82% aguardam um au-

mento das regulamentações nos próxi-mos anos, o investimento vai manter-se inalterável e os departamentos de TI vão ser forçados a responder a mais solicita-ções com os mesmos recursos.

Javier Perea, Country Manager da McAfee para Portugal e Espanha, refe-riu a propósito que “é preocupante que, numa fase da gestão diária das empre-sas em que o risco e o cumprimento de regras são cruciais para o sucesso dos negócios, apenas uma minoria dos CIO participem de forma plena ao nível das decisões dos Conselhos de Administra-ção. Os responsáveis das TI necessitam de capitalizar sobre os rápidos progres-sos que tiveram nos últimos anos, de modo a assegurarem que a totalidade do investimento em TI é compreendida pe-

los decisores”.“Tem sido uma dura

batalha conseguir que os Conselhos de Ad-ministração reconhe-çam o valor estratégi-co da função das TI, e a batalha ainda não terminou”, afirmou Clint Witchalls, Se-nior Editor na Econo-mist Intelligence Unit da McAfee. “Os CIO necessitam de ser cui-dadosos para que o

actual abrandamento económico não os relegue para a sua antiga função de cen-tros para redução de custos”.

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Estudo da McAfee revela que ainda falta influência aos CIO, mesmo quando as TI são encaradas como parte estratégica dos negócios

CEO continuam a liderar decisões nos departamentos de TIMesmo quando as Tecnologias da Informação (TI) são encaradas como parte estratégica dos negócios, a verdade é que os Chief Information Officers (CIO) anda continuam a ser marginalizados ao nível dos Conselhos de Administração das empresas, com apenas 47% a apresentarem questões nas discussões dos Conselhos de Administração, revelou um estudo da McAfee. Apesar de tudo, e embora seja expectável que o papel dos CIO continue a crescer em paralelo com a crescente necessidade da boa gestão global nas empresas, o duro ambiente empresarial vai levar a que apenas uns tímidos 23% das empresas não faça alterações no investimento em gestão de risco no próximo ano. E uma parcela de 30% não vai fazer alterações na quantia investida em práticas de cumprimento de regulamentos.

INDRA assina protocolo com o Instituto

Superior Técnico

Sage lança soluções 2008 para PME

Tecnologiasde Informação

83% dos inquiridos concorda que este crescimento tem ajudado a elevar o perfil dos CIO ao nível dos Conselhos de Administração

Chief Information Officers (CIO) ainda continuam a ser marginalizados ao nível dos Conselhos de Administração das empresas

sexta-feira, 9 Maio de 2008 21

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De acordo com a consultora In-Stat, os telemóveis com siste-ma operativo (smartphones) vão crescer a uma taxa anual de 30% nos próximos cinco anos, uma vez que o volume de unidades a nível mundial já ultrapassa o dos por-táteis. A In-Stat calcula também que oito milhões de telemóveis foram perdidos em 2007 e desses 700 mil eram smartphones. Este é o panorama ideal para a perda e violação de informação, diz a

Trend Micro. O principal risco que esta situação coloca aos uti-lizadores é a perda de informação financeira através de fraude ou ainda problemas de produtivida-de.

A verdade é que as ameaças a aparelhos móveis estão a evoluir de forma semelhante às dos PC. As principais plataformas móveis tornaram-se suficientemente am-plas para atrair o interesse e têm largura de banda na forma de HS-

DPA, EV-DO e redes WiFi para descarregar aplicações. Para além do mais, o malware móvel cres-ceu bastante entre 2004 e 2007 e tem focado os sistemas opera-tivos: Symbian OS (usado pela Nokia, Sony Ericsson e outros produtores de aparelhos móveis) e o Microsoft Windows Mobile.

É certo que todos os sistemas operativos têm vulnerabilidades, mas são os sistemas mais usados que assistem à exploração destas

falhas. Pelo menos é o que garante a Trend Micro que tem identifica-do várias vulnerabilidades que po-dem ser usadas em ataques Denial of Service (DoS).

Embora existam já patchs em lançamentos posteriores para es-tas falhas, milhares de aparelhos em circulação não são normal-mente actualizados pelos utiliza-dores.

O malware móvel existe, em-bora ainda em pequenas demons-trações e não surtos alargados afectando os aparelhos móveis como Java. Este tipo de malwa-re surgiu em 2005 com o PBSteal que roubava informação de apare-lhos Nokia e, em 2006, Redbrow e Flexspy, responsável pelo reenca-minhamento de uma chamada e informação de mensagens escritas. O malware que causa inconve-niências ou incapacita aparelhos tem sido encontrado em sistemas operativos desde 2004. Enquan-to dados em cartões de memória podem ser destruídos por este malware, o serviço no aparelho in-fectado pode ser restaurado ao fa-zer um “hard reset” nas aplicações “factory” do dispositivo.

Os Widgets são miniaplicações que permitem aos utilizadores retirar e ordenar informação das suas páginas web preferidas com alimentadores RSS. Representam um vector de ataque atractivo, como ficou demonstrado pelo malware “Secret Crush” que se fazia passar por widget da Face-book e se instalou em cerca de um milhão de PCs no final de 2007 e início de 2008. A Trend Micro avança que, se os widgets começa-rem a proliferar em telemóveis de forma semelhante ao que acontece

nos PC, pode provar-se um vector apelativo contra aparelhos mó-veis.

A linguagem de programação do Javascript com Asynchronous JavaScript e XML (AJAX) dispo-nibiliza outra entrada para ma-nipular aparelhos móveis. AJAX é uma extensão da linguagem de programação do JavaScript que pode ser usada para melhorar a resposta de webpages ao automa-tizar a troca de informação entre software de busca e servidores web back-end. As ferramentas AJAX são usadas por sites como Mapas Google, Yahoo e MySpace.

Já o Blackberry foi pioneiro no

mercado de aparelhos móveis em-presariais com e-mail, dispositivos icónicos e gestão do Blackberry Enterprise Server (BES). O BES tem a capacidade de bloquear apa-relhos e codificar dados, limitan-do ameaças potenciais, através da instalação de aplicações. As vulne-rabilidades na solução Blackberry surgem quando os administrado-res não bloqueiam os aparelhos ou codificam os dados. Aparelhos que não estão bloqueados através do BES tornam-se vulneráveis no caso de se instalar software suspei-to ou Trojans.

Ameaças a aparelhos móveis estão a evoluirde forma semelhante às dos PC

Objectivo é melhorar em 30% os tempos de resposta

Logica reposiciona serviço de manutenção SAP

A Logica Iberia acaba de imple-mentar um programa de reposi-cionamento do serviço de Manu-tenção SAP com o objectivo de melhorar em 30% os tempos de resposta e aumentar a excelência do serviço, líder no mercado.

O programa tem dois eixos fun-damentais. Por um lado, prevê a alocação de uma equipa fixa e multidisciplinar, composta por consultores de todas as áreas das aplicações SAP, desde os recursos humanos e logística à área finan-ceira. Esta equipa está focada no cumprimento dos níveis de servi-ço acordados, na entrega de solu-ções de qualidade e na identifica-ção dos potenciais problemas da aplicação do cliente, quer perante os cenários actuais, quer na pers-pectiva da sua evolução. Por ou-tro lado, faz uso do Service Desk da Logica, suportado por um sistema de gestão de pedidos que permite interagir a qualquer mo-mento com o cliente e acompa-nhar as solicitações. Este Service

Desk, que utiliza uma das melho-res ferramentas de acompanha-mento e tracking de pedidos de manutenção aplicacional, permi-te monitorizar a performance do serviço e, com isso, tirar o melhor partido da expertise e experiência da Logica na manutenção SAP.

A empresa garante que este pro-grama traduz a aposta clara da Logica Iberia na área SAP, quer ao nível da formação quer no âmbi-to do recrutamento de consulto-res sénior. No final de 2007, foi inaugurada a SAP Academy, um projecto interno de formação in-

tensiva em consultoria e desenvol-vimento de tecnologia SAP dirigi-do a recém-licenciados e a quadros da empresa. Mais de 40 consulto-res receberam já formação, sendo que o objectivo é chegar aos 100 até ao próximo Verão.

Quádrio Alves, director de solu-ções de negócio da Logica Iberia, explicou em comuniucado que “o serviço de manutenção aplicacio-nal SAP está assente em quatro áreas de intervenção: Manutenção Correctiva, Manutenção Evolu-tiva, Manutenção Preventiva e Apoio Funcional. No âmbito da manutenção correctiva, estabele-cem-se com os clientes níveis de serviço que poderão, nas situações mais urgentes, conduzir à resolu-ção de problemas no próprio dia e num espaço de tempo relativa-mente curto. Com este programa de redefinição do serviço da Ma-nutenção SAP, queremos garantir que conseguimos prestar o melhor serviço aos nossos clientes, no me-nor tempo possível”.

A SAP Academy é dirigido a recém--licenciados e a quadros da empresa

As principais plataformas móveis tornaram-se suficientemente amplas para atrair o interesse

sexta-feira, 9 Maio de 2008tecnologias de informação22

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Governo assina contratos com 19 PME um mês antes do prazo limite

QREN apoia criação dos primeiros núcleos de I&DT

O Governo, através do Ministério da Economia e da Inovação, assinou, recentemente, em Braga, com 19 PME, os primeiros contratos de incentivo à cria-ção de núcleos de I&DT, apoiados pelo Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecno-lógico (SI I&DT), do QREN.

Os projectos aprovados dizem respeito à primeira fase de candidaturas do SI I&DT, que decorreu de 15 de Novembro de 2007 a 31 de Janeiro de 2008. Recorde-se que a segunda fase de candidaturas abriu a 17 de Março e encerra a 15 de Maio, ou seja, na próxima quinta-feira.

Nesta primeira fase, há a registar a assinatura de contratos realizada um mês do prazo limite.

Os 19 projectos contratualizados abrangem exclu-sivamente investimentos destinados a desenvolver as competências internas das empresas promotoras, na área da Investigação e Desenvolvimento Tecnológico e de Gestão da Inovação, mediante a constituição de equipas especializadas, com características de per-manência e dedicadas exclusivamente a actividades de I&DT.

São projectos dos sectores da Indústria e Serviços que, no seu conjunto, envolvem um volume de in-vestimento total próximo dos 12 milhões de euros, dos quais 4,3 milhões de euros correspondem a in-centivos QREN (FEDER).

São abrangidos aqui diferentes tipos de actividade, com destaque para as Tecnologias de Informação e Comunicação, que contam com sete dos projectos contratados.

Estes incentivos agora contratados correspondem a 33% do total da verba disponibilizada nesta pri-meira fase, o que quer dizer que 10,1 milhões de eu-

ros poderão ser canalizados para o apoio de centros de I&DT, respeitantes a projectos promovidos por empresas que já desenvolvem de forma contínua e estruturada actividades de I&DT.

Relativamente à dimensão das empresas promo-toras de núcleos de I&DT, sendo todas elas PME, é de realçar o peso das micro e pequenas empresas, responsáveis por 68% dos projectos e 60% do total do investimento a realizar.

Os Núcleos de I&DT a criar inserem-se em em-presas das regiões Norte e Centro, sendo que é no Norte que se localiza a grande maioria dos inves-timentos (79% dos projectos aprovados e 74% do investimento elegível).

VIRGÍLIO [email protected]

Colaboração:

Reis Campos, presidente da AICCOPN, avisa

QREN pRECisa dE QuadRo lEgal EstávEl E tRaNspaRENtE

Na CoNstRuçãoO QREN não tem apenas uma

importância decisiva em termos de desenvolvimento. Também se assume como determinante para a coesão territorial do país. Para o sector da construção representa uma referência. É com base no QREN que vai passar a construção de grande parte das infra-estrutu-ras que o país carece. Reis Campos, presidente da AICCOPN, avisa que cabe ao sector privado investir cerca de metade da verba total na valorização do território.

O que significa que o Estado re-corre, cada vez mais, aos privados para financiar os seus projectos. “Para que tal aconteça com su-cesso, é necessário que os agentes económicos sintam confiança, o que implica a existência de um quadro legal estável, fiscalmente atractivo e transparente. O país precisa de um consenso de ordem técnica sobre a melhor solução para as grandes infra-estruturas, a par das exigências referidas.”

Reis Campos defende ainda que aquilo que é planeado seja, de facto executado. Seja como for, existem preocupações por parte daquele dirigente associativo. “O QREN deveria, para além dos grandes projectos, contemplar outros de menos dimensão, os quais parecem esquecidos.” Por outro lado, há muitas dúvidas quanto ao modelo encontrado para a gestão do programa. “A in-tervenção de três ministérios e a excessiva centralização na gestão dos recursos pode criar dificulda-des de articulação e ineficiência, provocando atrasos na aprovação de projectos.”

Finalmente, Reis Campos deixa claro que os projectos apoiados por este quadro comunitário de-vem ser alvo de uma maior selec-tividade, coerência e eficiência. “Algo que implica que se aposte não no transitório, mas no sus-tentável. Não no subsídio, mas no investimento.”

sexta-feira, 9 Maio de 2008 23QREN

apoio a dEsEMpREgados E JovENs À pRoCuRa

do 1º EMpREgoEstou desempregado e penso, juntamente com a minha namorada

que tem 25 anos e nunca trabalhou, montar um estabelecimento de cafetaria e de fornecimento de comidas rápidas. Calculo investir 120 000J no projecto.

Posso candidatar-me aos apoios do QREN?

1. EnquadramentoO QREN, na sua vertente de apoio ao investimento empresarial,

contempla três sistemas de incentivos, a saber: Sistema de In-centivos à Qualificação e Internacionalização de PME, Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico e Sistema de Incentivos à Inovação.

Os dois primeiros sistemas de incentivos referidos não se aplicam literalmente ao seu caso. Por sua vez, o Sistema de Incentivos à Inovação pressupõe uma despesa elegível mínima de 150 000J, entre outras condições selectivas, tais como a inovação do projecto ao nível do produto ou do processo, o que não é o caso que menciona.

Assim, o seu projecto não se enquadra no QREN.No entanto, há um programa de incentivos que apoia projectos

promovidos por desempregados involuntários ou por jovens à pro-cura do primeiro emprego – trata-se do programa Iniciativas Locais de Emprego(ILE). Igualmente, pode usufruir cumulativamente do programa Criação do Próprio Emprego (CPE), desde que esteja a beneficiar do subsídio de desemprego.

2. Descrição do ILEO programa ILE apoia projectos que dêem lugar à criação de

novas entidades, independentemente da sua forma jurídica e que originem a criação líquida de postos de trabalho, contribuindo para a dinamização das economias locais.

Quanto a apoios, há apoios técnicos e financeiros. No que se refere aos apoios técnicos, eles consistem em formação na área empresarial e na consultoria especializada nas áreas financeira, comercial, de recursos humanos, marketing, publicidade e de gestão da produção. Quanto aos apoios financeiros, consistem num subsídio não reembolsável, igual a 18 vezes a remuneração mínima mensal mais elevada garantida por lei, por cada posto de trabalho criado e preenchido por desempregados ou jovens à procura de 1º emprego. Por outro lado, há um apoio directo ao investimento (fundo perdido) até ao limite de 40% do investimento total admissível, ou seja, 60 000J, não podendo exceder 12 500J por cada posto de trabalho criado.

3. Descrição do CPEO programa CPE apoia projectos de emprego promovidos por

desempregados subsidiados que, individualmente ou de forma as-sociativa, apresentem projectos que assegurem o emprego a tempo inteiro dos respectivos promotores.

Quanto a apoios, igualmente há apoios técnicos e financeiros. Os apoios técnicos são iguais aos previstos no programa ILE, já citados anteriormente. No que se refere aos apoios financeiros, consistem no pagamento de uma só vez do montante global das prestações de desemprego devidas que, conforme já foi referido, pode acumular com os apoios previstos no programa ILE.

CoNsultóRio dE FuNdos CoMuNitáRios

Colaboração:[email protected].: 228348500

po NoRtE soMa Mais apoios do QRENPO NORTE

PROMOTOR LOCAL INV. ELEGÍVEL INCENTIVO QRENDourogás Vila Real 732 000 325 000Biostrument Porto 395 000 178 000Romeningh HW Guimarães 476 000 214 000Simbiente Braga 200 000 90 000Instituto Agilus (IATI) Matosinhos 288 000 130 000CSIDE Vila Nova de Gaia 357 000 160 000MOG Technologies Maia 462 000 208 000Biosckin Maia 882 000 397 000Ubisign Braga 320 000 144 000Iportalmais Porto 257 000 116 000PO CENTROANGG Indústria Marinha Grande 481 000 217 000Take The Wind Coimbra 377 000 169 000Blueworks Coimbra 564 000 254 000PO FACTORES DE COMPETITIVIDADEMoliporex Marinha Grande 546 000 246 000ETMA Braga 681 000 306 000Caixiave Vila Nova de Famalicão 336 000 151 000IT Sector Porto 826 000 372 000F3M Braga 251 000 113 000Earthlife Santa Maria da Feira 1100 000 495 000

PEQuENAs EMPREsAs lIDERAM INvEsTIMENTO

Pequena Empresa 44%

Média Empresa 40%

Microempresa 16%

Risa e Santander com condições especiais de apoio ao QREN

A Risa e o Santander Totta estabeleceram um acor-do de colaboração institucional para promoverem e divulgarem os sistemas de incentivos comunitários de apoio ao investimento das empresas, com espe-cial destaque para as PME.

O protocolo proporciona às empresas condições mais vantajosas e soluções inovadoras, especifica-mente desenhadas para apoiar os projectos no âm-bito do QREN. São os casos da emissão da carta de aprovação das fontes de financiamento dos capitais

alheios previstos no projecto e do adiantamento dos incentivos não reembolsáveis após a aprovação do Programa Operacional competente e com base no contrato de concessão de incentivos.

De salientar ainda que, com a assinatura deste protocolo, os clientes Risa e Santander passarão a beneficiar de prioridade na análise dos seus projec-tos, sendo a consultoria para a análise das condições de elegibilidade e enquadramento em programas de incentivos ao investimento gratuita.

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Decidimos vender uma das empresas do grupo. O problema é que o meu irmão, que é exactamente o administrador dessa empresa, opõe-se à venda. Os seus motivos assentam mais no seu envolvimento pessoal no negócio do que na inconveniência da venda. Ele teria lugar e outras oportunidades noutros negócios da família, mas rejeita essa possibilidade. Devemos respeitar a sua vontade? Será possível ter êxito empresarial não dando resposta aos critérios pessoais-familiares?

A última parte da sua questão aborda precisamente o cerne da questão na empresa familiar: a confluência e conflito dos interesses de carácter empresarial e os interesses, expectativas e motivações de carácter pessoal-familiar. O que deve prevalecer? Peter Drucker afirmava que a palavra determinante em empresa familiar tem de ser empresa. Por outro lado, é verdade que dirigir e administrar uma empresa de propriedade familiar implica fazê-lo tendo presente, o que não significa necessariamente assumir ou aceitar, os interesses dos membros da família, pessoas com motivações subjectivas e em algumas situações contrárias aos interesses do negócio. Entendo que esta é a situação da sua empresa. O que pedem ao seu irmão é uma renúncia, um sacrifício pessoal. Deveria aceitar? Sim, o bem da empresa dará sem dúvida lugar ao bem da família, ou, dito de outra forma, o prejuízo e os danos na empresa traduzem-se irremediavelmente em danos na família e nas relações entre os seus membros. Uma questão diferente é se este tipo de situação foi abordada de forma global e prévia entre os membros da família envolvidos na propriedade e administração da empresa, ou se é a urgência de uma situação concreta que obriga a tomar uma decisão. Neste caso, logicamente, as pessoas afectadas opõem-se, pois entendem que se exige delas um sacrifício maior ou diferente do que é exigido aos restantes, e que talvez não se tenha consciência disso mesmo. Sugiro que abordem o processo de forma global, regulem não unicamente a solução a tomar nesta situação como também o critério e o processo que orientará a tomada de decisões noutras situações semelhantes, e noutras como a entrada de familiares na empresa, a remuneração ou a avaliação de desempenho dos familiares.

Consultório da empresa familiar

Envie-nos as suas questões [email protected]

Qual a percentagem dos lucros que devemos distribuir no final do ano? Esta pergunta colocada pelo dono de uma empresa média durante uma conferência sobre a continui-dade das empresas familiares coloca sobre a mesa uma das questões que mais polémica gera; contrabalançar as necessidades empresariais de reinvestimento dos lucros com o legitimo direito do accionista de obter um retorno do seu investimento, e até que ponto é possível satisfazer

as necessidades da família sem prejudicar o futuro da em-presa.

Esta sobreposição entre os interesses do accionista e as necessidades da empresa cria problemas que não são de fácil solução. Além do mais este problema acentua-se na empresa familiar devido à existência de diferentes percep-ções do mesmo problema: nem todos os proprietários têm as mesmas inquietações pessoais. Cruzam-se questões pu-ramente empresariais com as situações individuais de cada um dos sócios. Pensemos em dois irmãos, um profissional liberal com uma excelente situação económica e o outro assalariado de nível médio com uma família numerosa. Se a empresa precisar de apertar o cinto e auto-financiar-se ao máximo, o nosso segundo exemplo terá certamente mais dificuldades em aceder às necessidades da empresa.

E se algum dos accionistas trabalhar na empresa? A sua visão também será diferente e será influenciada não só pela sua situação económica pessoal, como também por um maior envolvimento na empresa. A formação e a experi-ência de gestão dos diferentes accionistas servem também de influência na altura de interpretar adequadamente as necessidades de fundo de um determinado projecto, os re-sultados ou a evolução da própria empresa.

Deve ter-se em consideração uma última dimensão: o tempo. A realidade mostra que aparecerão novos membros na família e que outros já cá não estarão; além do mais, to-dos os membros vão mudar a sua forma de pensar à medida

que mudam também as circunstâncias. Na Etapa Fundador existe uma única postura sobre o

lucro que deve ser distribuído: o fundador detém a tota-lidade ou uma grande parte das acções (e além do mais ocupa, provavelmente, a direcção executiva do negócio); pelo que a distribuição de dividendos não gera grandes di-ficuldades.

Na segunda fase da evolução da empresa familiar – a etapa Associação de Irmãos – em função dos diferentes interesses que os diferentes membros tenham tanto da propriedade como da gestão, surgirá o desencontro rela-tivamente às expectativas sobre liquidez. Provavelmente, o forte vínculo emocional existente entre os membros e a facilidade para a comunicação informal resultante de con-tar com um número ainda limitado de accionistas funcione como um bálsamo apaziguador de possíveis conflitos.

Será a partir da incorporação das terceiras gerações – a etapa Confederação de Primos – que se verifica uma maior heterogeneidade entre os membros da família. As percep-ções sobre a realidade empresarial serão então múltiplas e variadas, o que, simultaneamente com uma grande di-versidade de circunstâncias pessoais, fará com que haja uma grande disparidade no que se refere às expectativas relativamente aos dividendos.

Nos próximos artigos aprofundaremos esta problemática, a melhor forma de dar resposta à mesma assim como a influência desta situação na nossa empresa.

A problemática dos dividendos na empresa familiar

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Mário Louro, director do Concurso Nacional de Vinhos Engarrafados, afirma

Concursos devem oferecer contrapartidas aos produtores

O CNVE espera ter entre 800 e 1000 vinhos nacionais de todas as categorias. Cerca de 140 provadores integrarão os 10 júris, constituídos por enólogos, escan-ções, profissionais da restauração, especia-listas e um reputado painel de jornalistas nacionais e estrangeiros, entre outros, que disporão de meios informáticos para pro-cessarem as suas avaliações. Aos melhores classificados serão atribuídas as Medalhas de Ouro, Prata e um Prémio Prestígio, que visa distinguir a excelência entre os vinhos premiados.

“Este ressurgimento veio preencher uma lacuna, uma vez que existem vários concursos de âmbito regional mas que não dão visibilidade nacional. A nossa perspectiva é a de dar um retorno ao pro-dutor e daí termos, o ano passado, cele-brado um protocolo com o El Corte In-glès para a colocação à venda dos vinhos premiados. O importante é que o produ-tor venda os vinhos”, refere Mário Louro. Aliás, disse, foi um vinho Prestígio da re-gião do Douro que marcou o ‘top’ de ven-das do Natal passado no El Corte Inglès.

Para 2008 a aposta foi maior: “Vamos estar com os produtores vencedores do prémio Prestígio em 19 superfícies co-merciais da cadeia Jumbo durante o seu período da feira de vinhos”. Ficou ainda

definido que esta cadeia elaborará um conjunto de referências regionais para cada unidade. “A contrapartida que ofe-recemos ao produtor é uma vitória do concurso”.

Para além disso, o CNVE contará com 12 provadores internacionais que avalia-rão o Fine Wines Board, ou seja, um con-junto dos vinhos com melhor pontuação. “Chamamos-lhe uma avaliação, através de três júris, na sua maioria estrangei-ros, direccionados para os mercados in-glês, alemão e norte-americano”, apon-tados pela ViniPortugal de acordo com as recomendações do estudo Porter. Esta avaliação terá como base a qualidade dos vinhos mas também as suas característi-cas face aos diferentes mercados. “Assim veremos se estes têm ‘competência’ para estarem nesses países”.

O concurso rege-se pelas normas defini-das pela Organização Internacional da Vi-nha e do Vinho (OIV) e é controlado pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). Para além disso, tem na sua estrutura um Pre-sidium do júri, composto por quatro ele-mentos, que asseguram o cumprimento e performance de todos os critérios.

Recorde-se que na edição anterior participaram 570 vinhos, dos quais 61 oriundos da região dos Vinhos Verdes, 86

de Trás os Montes e Douro, 61 das Beiras, 95 do Ribatejo, 87 da Estremadura, 121 do Alentejo, 44 da Península de Setúbal, seis do Algarve, sete da Madeira e dois dos Açores. Aos melhores vinhos deste con-junto foram atribuídos 10 prémios Pres-tígio, 41 Ouro e 93 Prata.

Formação pedagógica

O CNEMA receberá o Portuguese Wine Fair, que decorrerá entre 11 e 15 de Junho, na nave A do Centro Nacional de Exposições, ocupando um espaço de 2500 m2, mais 1500 m2 do que no ano transacto, sendo esperada a presença de 120 a 150 expositores nacionais “de for-ma profissional”.

Existe igualmente uma vertente pe-dagógica, no sentido de promoverem a divulgação dos vinhos mas também as formas adequadas de prova e de serviço. “Desenvolvemos um projecto de forma-ção com a Associação de Municípios do Vinho e a CAP, para criar com a restau-ração local meios para levar a cabo acções de formação pedagógica. Podemos fazer vinhos de alta qualidade mas se não tiver-mos quem os saiba vender tudo é mais di-fícil”, considera Mário Louro.

Marc [email protected]

Jesus e Francisco Negreira del Rio.Professores da Escuela de Negocios Caixanova

sexta-feira, 9 Maio de 2008empresas Familiares24

O CNEMA – Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, de Santarém, será novamente o palco do Concurso Nacional de Vinhos Engarrafados (CNVE), a segunda edição a ter lugar após um interregno de 13 anos. Com o objectivo de promover, valorizar e premiar a imagem dos vinhos portugueses de qualidade, o concurso, que ocorrerá entre 13 e 16 de Maio, resulta de um investimento que ronda os 200 mil euros e conta com o apoio da Viniportugal, entre outras instituições do sector.

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Esta medida irá permitir reunir vários serviços de justiça que hoje se encontram instalados em 25 edifí-cios dispersos pela cidade de Lisboa, alguns dos quais em “defi cientes condições”, obtendo-se “ganhos no domínio da funcionalidade e do acesso e uma poupança signifi cati-va nos custos de funcionamento”, refere o comunicado emitido pelo Governo.

Em declarações à imprensa, o ministro Alberto Costa explicou que os edifícios integrados no pa-trimónio do Estado que irão fi car devolutos com esta ‘transferência’,

“poderão vir a ser objecto de reuti-lização ou alienação”. E, de acordo com as contas do Ministério da Jus-tiça, “só em matéria de custos ener-géticos haverá uma economia de 900 mil euros por mês”, sustentou o Ministro. Os custos do novo ar-rendamento no Parque das Nações serão na ordem dos 9,6 milhões de euros.

Para além da “redução de cus-tos de funcionamento, impulsio-nados pela concentração de meios e serviços”, esta decisão permitirá a rentabilizar o património do Es-tado situado “em locais de valor

imobiliário relevante (centro de cidades), de forma, a que a sua eventual alienação possa consti-tuir uma fonte de fi nanciamen-to, ainda que parcial, dos custos deste projecto”. Além disso, e conforme o documento divulga-do pelo Conselho de Ministros, esta medida “exclui a necessida-de de aquisição, construção e/ou ampliação de novos espaços, nomeadamente novos tribunais, novas secretarias do Ministério Público, gabinetes de inquirição e salas de audiência”. Por outro lado, permitirá que se economi-

Valores médios de arrendamento aumentam no primeiro trimestre

Imobiliário

Lisbon Prime index

O Lisbon Prime Index registou, no primeiro trimestre, uma subida nos valores das rendas médias nas zonas que demonstram maior mo-vimento no mercado de escritórios. O comportamento dos valores das rendas prime mantém-se estável, com excepção do eixo da Aveni-da da República até Entrecampos e Amoreiras onde se verifi cou uma subida para os 19,50 euros /m2, face aos 18,01 euros m2 verifi cados no último trimestre de 2007.

Os valores médios de arrendamento praticados no eixo mais central de Lisboa, Avenida da Liberdade até à praça do Saldanha, apenas com segundas ocupações, atingiu valores superiores a 17 euros/m2, o que já não se verifi cava desde o segundo trimestre do ano transacto.

A renda prime nesta zona continua a ser a mais elevada de todo o

mercado e a única que ultrapassa os 20 euros/m2, o valor fi xado no último trimestre de 2007 continua também a servir de referência para os três primeiro meses deste ano atingindo os 21,50 euros/m2.

O eixo da Avenida da República até Entrecampos e Amoreiras des-taca-se pela subida, nos valores médios de arrendamento, para um patamar acima dos 15 euros/m2, o que já não acontecia desde 2006. Este nível de rendas compara com o Parque das Nações onde a prin-cipal fonte de negócios são primeiras ocupações.

O corredor Mirafl ores – Porto Salvo continua também em alta, depois de muito tempo com valores médios entre os 11 e os 12 euros/m2, o primeiro trimestre deste ano mantém o valor já alcançado no último trimestre do ano passado, superando os 12 euros/m2.

Proibidaa reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

Ministério da Justiça vai poder poupar 900 mil euros por mês só em matéria de custos

energéticos

Offi ce Park Expo é um dos maiores empreendimentos de escritórios em

desenvolvimento no país

Num complexo promovido pela Norfi n

Serviços do Ministério da Justiça vão ocupar 65 mil m² no Parque das Nações

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JAN2005

MAR2005

MAI2005

JUL2005

SET2005

NOV2005

JAN2006

MAR2006

MAI2006

JUL2006

Índice Confidencial Imobiliário (2005=100)

Taxa de variação média dos últimos 12 meses

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[email protected]

sexta-feira, 9 Maio de 2008 25

zem “intervenções para benefi cia-ção e melhoria das condições de funcionamento dos serviços da justiça, como sejam a execução de obras de conservação e manuten-ção dos actuais edifícios”.

Offi ce Park Expo deverá estar concluído no início do próximo ano

Com conclusão prevista até 2009 o Offi ce Park Expo é um dos maio-res empreendimentos de escritórios em desenvolvimento no mercado nacional nos últimos anos. Repre-sentando um investimento inicial-mente estimado em cerca de 90 milhões de euros, este projecto é promovido pela Norfi n SGFII, que lançou um fundo de investimento criado para o efeito, denominado Offi ce Park Expo. Com um capital fi nal superior a 183 milhões de eu-ros, este fundo foi colocado exclu-sivamente em quatro investidores institucionais nacionais.

Implantado num lote de terreno

com 30 mil m², na Alameda dos Oceanos, no Parque das Nações, o complexo é constituído por um con-junto de dez edifícios de escritórios com alturas entre os três e os 18 pisos acima do solo, contando igualmente com cinco pisos subterrâneos. A área de construção ascende aos 190 mil m² e, uma vez concluído, o Offi ce Park Expo irá contar com uma ABL de 65 mil m² de escritórios.

Depois de algum impasse em torno desta questão, o Governo já deu luz verde à instalação de vários serviços judiciais num só empreendimento de escritórios, no Parque das Nações. Inserida no quadro do programa de modernização do sistema judicial, esta resolução do Conselho de Ministros foi divulgada no passado dia 30 de Abril. O objectivo é “reunir em 65 mil m² no Offi ce Park Expo, um campus de justiça – um novo conceito que abarca diferentes serviços numa base de maior funcionalidade, menores custos e maior qualidade do lado de quem presta e do lado do utente”, defendeu o ministro da Justiça, Alberto Costa, à saída do Conselho de Ministros.

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A nova legislação viabiliza a prestação de novos serviços em regime de “balcão único” relativamente a actos sobre imóveis, com “mais simplicidade e redução de custos di-rectos e indirectos para cidadãos e empresas”, refere o Governo através dum comunicado do Conselho de Ministros.

Advogados, câmaras de comércio e indús-tria, notários e solicitadores poderão assim prestar, em concorrência, serviços relacio-

nados com transacções de bens imóveis em regime de balcão único.

Este objectivo é, segundo a mesma nota informativa, obtido através da conjugação de três medidas.

Por um lado, tornam-se facultativas as escrituras relativas a diversos actos da vida dos cidadãos e das empresas. Deixam de ser obrigatórias, por exemplo, as escrituras pú-blicas para a compra e venda de casa ou para a constituição de hipotecas sobre bens imó-veis. Estes actos passam a poder ser realiza-dos por documento particular autenticado.

Por outro lado, as entidades a quem é atribuída competência para praticar actos relativos a imóveis (advogados, câmaras de comércio e indústria, notários e solicitado-res) passam a promover o registo predial do acto em que tenham intervenção, assim “de-sonerando os cidadãos e empresas das deslo-cações às conservatórias”.

Finalmente, “são criadas novas condições de segurança para os serviços disponibiliza-dos nestes balcões únicos”. Prevê-se, designa-damente, a realização obrigatória de um de-pósito electrónico dos documentos relativos ao acto praticado, que até agora não existia.

Competência territorial eliminada

Por outro lado, são eliminados e simplifi-cados actos e práticas dos serviços de registo.

É eliminada a competência territorial das conservatórias do registo predial, permitindo que qualquer cidadão pratique actos de registo predial em qualquer conservatória do registo predial do território nacional, independente-mente do lugar da situação dos prédios. Os interessados passam a poder escolher o serviço mais rápido, que lhes fica mais próximo ou que lhes presta um melhor atendimento.

É eliminada a necessidade de apresentação junto dos serviços de registo de certidões que já se encontrem noutras conservatórias ou serviços de registo, passando estas a ter de verificar a informação que já está disponível no sector dos registos, em vez de a exigir aos cidadãos e empresas.

Venda da herança simplificada

Segundo o Governo, “são eliminados ac-tos de registo que não tinham valor acrescen-tado, sem prejudicar a segurança jurídica”.

Por exemplo, até hoje, no caso de falecer o dono de um prédio e os herdeiros qui-serem vendê-lo, têm de registá-lo primeiro em seu nome para poderem formalizar a venda. Com as medidas agora aprovadas, o registo passa a poder ser efectuado di-rectamente em nome daquele a quem os herdeiros pretendam vender o prédio, eli-minando-se o registo intermédio em nome dos herdeiros.

A conservatória passa a ter de suprir os vícios dos pedidos apresentados pelos inte-ressados em mais situações, assim evitando que tenha de ser o interessado a fazê-lo. Por exemplo, um interessado quer registar a aquisição de um prédio que comprou mas

não apresenta a certidão da escritura. Hoje, o registo

seria recusado.

Com o novo regime, é permitida a junção da escritura no prazo de cinco dias.

Obtenção de certidões através da Internet

Por último, são criadas, segundo informa também o Governo, “condições para a des-materialização de actos e processos de regis-to”, por exemplo, através da viabilização de serviços on-line, a disponibilizar através da Internet.

Assim, “criam-se as condições legais” para que possam ser promovidos actos de registo predial através da Internet e para que possa ser solicitada e obtida on-line uma certidão permanente de registo predial, a disponibili-zar em sítio na Internet.

Em quarto lugar, adopta-se um sistema de registo predial obrigatório, “potenciando a coincidência entre a realidade física, a subs-tantiva e a registral e contribuindo, por esta

via, para aumentar a segurança no comércio jurídico de bens imóveis”, conclui o mesmo

comunicado.

A identificação dos locais de uso privativo do arrendatário, dos de uso comum a que ele tenha acesso e dos anexos que sejam arrendados com o objecto principal do contrato;

A natureza do direito do loca-dor, sempre que o contrato seja celebrado com base num direito temporário ou em poderes de ad-ministração de bens alheios;

O número de inscrição na ma-triz predial ou a declaração de o prédio se encontrar omisso;

O regime da renda, ou da sua actualização;

A existência do regulamento da propriedade horizontal, que deverá ser anexado ao contrato depois de assinado.

Do contrato poderá ainda cons-tar o prazo pelo qual se pretende que o mesmo seja celebrado. Para o efeito a leitora poderá optar por celebrar o contrato com duração indeterminada ou com prazo cer-to. No primeiro caso, o prazo fixa-do renovar-se-á automaticamente até que seja denunciado por uma das partes. Caso a leitora preten-da celebrar o contrato com prazo certo, não ficará sujeita ao limite mínimo de cinco anos de prazo inicial previsto por lei, dado que o arrendamento a estudantes é consi-

derado um fim especial transitório do arrendamento, designadamen-te para fins de educação, pelo que poderá fixar o prazo que se preveja necessário para cada um dos arren-datários.

Dado que, em casos semelhan-tes, por força das circunstâncias, o arrendamento inclui fornecimento de água e electricidade, será conve-niente que o contrato estabeleça, desde logo, se os custos inerentes estão incluídos na renda ou se os mesmos deverão ser reembolsados à leitora e em que moldes se fará a sua imputação a cada um dos arrendatários e o respectivo paga-mento.

A leitora não nos diz se pretende arrendar a casa mobilada ou não, contudo, prevendo essa hipótese resta informar que a locação de imóveis mobilados e seus acessó-rios se presume unitária, o que ori-gina uma única renda. Neste caso, apenas se recomenda que seja ane-xada ao contrato uma relação, com a descrição dos móveis existentes no sector do imóvel a que o arren-damento respeita, que deverá ser assinada pelo arrendatário.

O Novo regime do Arrenda-mento Urbano, ou NRAU, que a leitora refere, aplica-se a todos os contratos de arrendamento urba-no celebrados depois que o mesmo entrou em vigor, ou seja, a partir de 27.06.2006. Dado que o refe-rido diploma legal dispõe que o arrendamento de um imóvel pode ser feito parcialmente, o facto de o arrendamento dos cada um dos sectores da casa ser feito a distintas pessoas não cria qualquer entraves ao contrato.

Nos termos do NRAU, o con-trato de arrendamento urbano só tem que ser celebrado por escrito se tiver duração superior a seis me-ses, pelo que em casos em que o estudante pretenda arrendar por este período ou inferior, a leitora não será obrigada a celebrar o con-trato por escrito, muito embora, por uma questão de segurança, seja sempre aconselhável fazê-lo.

Não obstante não ser viável, nesta

sede, proceder à publicação de mi-nutas de contratos, forneceremos algumas indicações que a leitora de-verá ter presentes na elaboração dos mesmos, muito embora sempre se recomende que a mesma seja levada a cabo por profissional forense.

Para além do que supra se referiu ,a leitora deverá ter sempre presente que, do contrato de arrendamento celebrado por escrito devem cons-tar, obrigatoriamente:

A identidade das partes, incluin-do naturalidade, data de nascimen-to e estado civil;

A identificação e localização do arrendado, ou da sua parte;

O fim habitacional ou não habi-tacional do contrato, com indica-ção, no caso de se tratar de habita-ção não permanente, como será o caso dos estudantes que se tem em vista, o motivo da transitoriedade, ou seja, a frequência de determi-nado curso ou estabelecimento de ensino;

Legal & ImobiliárioNovo regime do arrendamento urbano

Arrendamento parcial de imóvel a estudantes«Tenho  uma  habitação que pretendia arrendar a estudantes.  Como sabemos, a situação dos estudantes não é certa, ou seja,  entram hoje e saem amanhã... Neste caso  aplica-se o NRAU?Em que termos devo fazer o contrato nestes casos em que o ar-rendamento é individual onde que cada um usa o seu quarto e as zonas comuns da casa, sendo pessoas autónomas e indepen-dentes umas das outras? Pode facultar exemplos de contratos a aplicar nestas situações?»

sexta-feira, 9 Maio de 2008ImObIlIárIO26

MARIA DOS ANJOS GUERRA

[email protected]

A existência da licença de uti-lização, o seu número, a data e a entidade emitente, ou a referência a indicação de que aquela não é exigível;

O quantitativo da renda e data da celebração.

Do contrato de arrendamen-to, para além de quaisquer outras cláusulas permitidas por lei e pre-tendidas pelas partes, podem ainda constar, directamente ou por re-missão para regulamento anexo:

Governo deixa cair escrituras dos imóveisO Conselho de Ministros aprovou recentemente um decreto-lei que simplifica, desmaterializa e elimina alguns actos e procedimentos no âmbito do registo predial e actos conexos. A desnecessidade da escritura é a medida mais notória.Este diploma altera, assim, o regime formal da compra e venda de imóveis, com ou sem financiamento bancário, hipotecas sobre imóveis ou doações de imóveis.

VIRGÍLIO [email protected]

A compra e venda de casa ou a constituição de hipotecas passam a poder ser realizadas por documento particular autenticado

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Bang & Olufsen tem novo presidente

Kalle Hvidt Nielsen, engenheiro dinamarquês, foi nomeado presi-dente e CEO da Bang & Olufsen. Com uma vasta experiência inter-nacional em marketing, desenvol-vimento de produto e de negócio e gestão de topo, Nielsen entra em funções no próximo mês de Agos-to. O seu principal objectivo pas-sa por concretizar todo o potencial inovador da empresa de tecnolo-gia, numa perspectiva de focar o consumidor e as suas necessidades específicas.

Galileo Portugal celebra 15 anos

Ontem à noite, as portas do sa-lão Preto e Prata do Casino Estoril abriram-se para acolher o jantar de gala da Galileo Portugal. A celebrar os 15 anos de presença no nosso país, a empresa de distribuição de serviços de turismo pertencente à Travelport marcou o momento com a distribuição dos Prémios Galileo Portugal, num total de 13 categorias. Os galardões visam dis-tinguir entidades e personalidades pelo seu contributo para o sector do Turismo nacional.

As categorias são: Top Customer Award, Travel Association Award, Top Madeira Award, Top Azores Award, Top Roomaster Award, Top Car Award, Top Train Award, Top Tour Operator Award, Best Education Partner, Top Supplier Award, Business Partner Award, New Business Partner Award e o Prémio Prestígio. António Lourei-ro, director-geral da Galileo Portu-gal e da Galileo Brasil, revisitou os momentos mais importantes destes 15 anos.

PSD pede plano de estímulo à economia

O líder parlamentar do PSD, Santana Lopes, propôs ao Governo que apresente um plano de estímu-lo à economia, tendo em conta o ambiente que se vive a nível inter-nacional. O Primeiro-Ministro, José Sócrates, acha que tal plano não é necessário. A Espanha criu um pla-no para estimular a economia do país. Sócrates considera mais um-portante centrar as atenções nas ex-portações e no investimento.

ARESP contra os preços do azeite

A Associação da Restauração e Similares de Portugal (ARESP) en-tregou a semana passada ao Gover-no, no final de uma audiência com o secretário de Estado do Turismo, um pedido de revogação da Porta-ria 24/2005, referente à proibição de utilização dos tradicionais ga-lheteiros de azeite nos estabeleci-mentos de restauração e bebidas.

Portugal, diz a ARESP, “é o úni-co país do mundo que ostenta este monstruoso atentado à gastronomia património cultural e às empresas do sector”, referindo que entre 2005 e 2008 o preço, por litro, do azeite, já aumentou mais de 255%.

Amílcar Falcão é a figura do ano dos Prémios Almofariz 2008

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O investigador e professor catedrático da Faculdade de Farmácia da Universida-de de Coimbra Amílcar Falcão foi o esco-lhido pela redacção da revista “Farmácia Distribuição” para figura do ano da edi-ção de 2008 dos prémios Almofariz, en-tregues esta semana no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa.

O prémio para o projecto do ano foi entregue à Escola de Pós-Graduação em Saúde e Gestão, sendo que o Breathe-Right, da GlaxoSmithKline, foi eleito o produto do Ano e o GlaxoSmithKlime o laboratório do ano.

O prémio para o melhor produto de dermocosmética do ano foi para o In-neov Celulite, dos Laboratórios Inneov, e o Cêtussin, da Janssen-Cilag Farma-cêutica, foi considerado o melhor medi-camento não sujeito a receita médica do ano de 2008.

O júri publicitário dos prémios Almo-fariz elegeu ainda para melhor anúncio profissional dirigido à Farmácia o anún-cio Centrum Gama, da Wyeth Consu-

mer Healthcare, cuja peça foi desenvol-vida pela agência Today Comunicação.

Foi ainda atribuído o prémio Desafiar o Futuro, dirigido a estudantes de ciências farmacêuticas, que este ano distinguiu Renata Barata da Silva, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

Recorde-se que nos prémios Almofariz, atribuídos pela primeira vez em Abril de 1995, estão representados simbolicamente os mais significativos elementos da farmácia de oficina. Entre as personalidades já dis-tinguidas em anos anteriores encontram-se Odette Ferreira, ex-coordenadora da Co-missão Nacional da Luta contra a Sida, João Cordeiro, presidente da Associação Na-cional das Farmácias (ANF), João Silvei-ra, José Aranda da Silva, Francisco Guer-reiro Gomes, Manuela Teixeira, João Carlos de Sousa, Margarida Caramo-na, Rui Santos Ivo, Francisco Batel Marques, Odete Isabel e Francisco Carva-lho Guerra.

TERESA [email protected]

sexta-feira, 9 Maio de 2008 27Em foco

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Representantes dos consumidores e operadores com visões diferentes sobre as vantagens e desvantagens da voz sobre IP

VoIP: uma tecnologia ainda polémica A voz sobre IP (VoIP) quando surgiu foi apresentada quase como uma revolução. Mas será que tudo é pacífico quando se analisa esta tecnologia um pouco mais de perto? Ora, a resposta não é imediata. Entidades como a Proteste num estudo divulgado, recentemente, aponta como principais vantagens o preço, alertando, contudo, para a questão da qualidade. Já os operadores, esses, preferem dizer, embora com posições diferenciadas, que o VoIP veio para ficar.

O que se pode dizer da voz so-bre IP (VoIP)? Que vantagens e desvantagens apresenta ao mer-cado? Ora podemos afirmar que as respostas a estas perguntas não são unânimes. Se, por um lado, aqueles que estão do lado do consumo – estamos a falar de um estudo da Proteste publica-do, há pouco tempo, numa das suas revistas – falam do preço como a principal vantagem do VoIP e a qualidade como a prin-cipal falha, já os operadores pre-ferem dizer que estamos perante uma tecnologia inovadora, cuja utilidade depende, em muito, da forma como é aplicada.

Analisemos mais em porme-nor a posição dos consumidores. Aqui, não há margem para dúvi-das, pelo menos, para a Protes-te quando afirma que uma das “mais-valias do VoIP é o preço”. As chamadas, dizem ainda, são “mais baratas do que através dos serviços telefónicos tradicionais, sobretudo as internacionais, sen-do que, através de alguns opera-dores, é possível telefonar para números nacionais da rede fixa a custo zero”. Onde está o ‘calca-nhar de Aquiles’ do VoIP? Ora, aqui, o estudo da Proteste des-taca a qualidade das comunica-ções ao afirmarem que esta “não é tão estável quanto a oferecida pelos serviços convencionais”. E dá um exemplo: “Se, num dado momento, a qualidade da cha-mada pode ser melhor do que a da rede fixa, horas depois pode apresentar eco e atrasos”. A isto, a Proteste acrescenta ainda ou-

tros problemas menores como a dependência energética, na me-dida em que qualquer falha eléc-trica dita necessariamente o fim do serviço.

Sonaecom fala de pioneirismo na área do VoIP

Do lado dos operadores, po-demos dizer que os prós e os contras não são assim tão fáceis de explicar. Como seria de es-perar, os operadores vêem com bons olhos o VoIP e falam dos seus ‘feitos’ neste segmento. Te-mos o caso Sonaecom e do seu administrador, Pedro Carlos, que à VE começa, desde logo, por afirmar que o “VoIP é, ape-nas, um dos componentes de um universo muito mais vasto e complexo constituído pelo leque de serviços suportados por uma rede IP”. Isto para afirmar, logo de seguida, que estamos perante um novo paradigma que a So-naecom tem utilizado de forma sistemática, donde se destacam pelo seu pioneirismo serviços – estes residenciais – como a “Oferta Telefone PC” ou o ser-viço “ADSL Clix Turbo”.

E se isto é verdade para o re-sidencial também o é para os empresariais, como afirma o Pe-dro Carlos, que neste contexto, em que as “funcionalidades e a qualidade do serviço são deter-minantes, apenas as soluções as-seguradas por um operador com uma rede como a da Sonaecom é susceptível de corresponder ao

grau de exigência dos utilizado-res profissionais”. Pedro Carlos fala ainda do pioneirismo da So-naecom na introdução das tarifas planas, as únicas, no seu enten-der, que “constituem a única for-ma sustentável dos clientes bene-ficiarem da oferta de chamadas”. E o administrador da Sonaecom alerta para o facto dos serviços VoIP típicos não oferecerem chamadas por tempo. A prazo, conclui, todos “os fornecedores pressupõem o pagamento das comunicações para sustentar as respectivas operações”.

Qualidade do VoIP depende de factores que fogem ao controlo dos operadores

Já a Vodafone, pela voz do seu director de Produtos Globais e Inovação, António Carriço, lem-bra à VE que os níveis de quali-dade do VoIP dependem de fac-tores que fogem ao controlo dos operadores. António Carriço está a falar de coisas como o tipo de equipamento usado pelo cliente – este computador pessoal ou equipamento móvel –, dos aces-sórios usados nas comunicações, como por exemplo, o tipo de auriculares e microfones usados nas comunicações de voz sobre IP. Este responsável da Vodafo-ne considera ainda importante, quando se pensa numa ligação VoIP, ter em atenção aspectos como o tipo de ligação, a largura

de banda usada e a estabilidade da ligação à internet.

Ligações VoIP podem chegar ao nível das convencionais

Para Luís Ávila, administrador da Netcall – uma empresa que actua, em exclusivo nesta área – não há margem para dúvidas: a qualidade do serviço VoIP, com as devidas precauções, pode che-gar aos níveis que são apresenta-dos pelas chamadas convencio-nais e, na maior parte dos casos, ser, mesmo, superior àqueles que caracterizam as chamadas mó-veis. O que é preciso fazer para que isto aconteça?

Aqui, Luís Ávila deixa algumas sugestões: ter no equipamento que gere a ligação de banda lar-ga, router, mecanismos de prio-ritização de tráfego de modo a que este serviço acabe por ser superior em relação a outros menos críticos. E tanto assim é que Luís Ávila à VE não deixa de dizer que “com o aumento da proliferação da banda larga e aumento das capacidades dis-poníveis tem-se vindo a verificar um aumento acelerado na adop-ção deste tipo de serviço”. E isto não só por causa da “redução do preço das chamadas, mas tam-bém em virtude do aumento da flexibilidade e mobilidade desta soluções”. E a sua confiança nes-ta tecnologia continua com Luís

Ávila a dar conta que, nos últi-mos anos, têm assistido a uma “forte procura por parte dos utilizadores na obtenção de in-formação sobre o VoIP com este a ser adoptado em paralelo com as tecnologias tradicionais ou até mesmo substituindo-as”.

Oni olha para o VoIP como uma tecnologia residencial

Xavier Rodriguez-Martin, pre-sidente da Oni, numa entrevista que concedeu, há pouco tempo à VE, remete o VoIP para as conversações dos residenciais, as quais não exigem uma grande qualidade, mas que compensam pelo seu reduzido custo, sobretu-do se forem à distância.

Algo que, no seu entender, não se aplica ao utilizador empresa-rial. As suas palavras são revela-doras: “Os clientes empresariais não estão dispostos, em troca da gratuitidade, a renunciar à qua-lidade do serviço”. E Xavier Ro-driguez-Martin diz ainda que não acredita que o VoIP ou qualquer outra tecnologia venham a domi-nar as restantes – “não acredito em modelos de negócio baseados numa tecnologia”, destaca – para logo a seguir acrescentar que a Oni opta faz uma combinação de várias, no seu total 15, podendo, deste modo, oferecer ao mercado soluções únicas e diferenciadoras.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

sexta-feira, 9 Maio de 2008teLecOmunIcaçõeS28

“Durante o primeiro trimestre de 2008, a Sonaecom manteve o forte crescimento de clientes e receitas de clientes, já registados no quarto trimestre de 2007, nos negócios de telecomunicações”. É desta forma, e com este tom de satisfação, que os responsáveis da sub-holding da Sonae – esta inclui

empresas como a Optimus ou a Novis – falam dos últimos resulta-dos da empresa. O que o justifica?

Podemos dizer que alguns valo-res: temos o já citado número de clientes, este alvo de um aumento de 8,2% no negócio móvel ou dos acessos directos no negócio fixo, mais 68,2%. Quanto às receitas,

aqui, a Sonaecom, em comu-nicado de imprensa, fala de um aumento de 25,4% em relação a igual período do ano anterior. Para este grupo, é de igual forma motivo de satisfação o crescimen-to registado nas receitas de servi-ços de dados no negócio móvel. Estas aumentaram, à excepção

das receitas de SMS, 78,2%. Uma evolução que teve tam-

bém o seu efeito nos resultados líquidos. Estes, apesar de benefi-ciarem de uma melhoria de 8%, continuam no entanto, negativos nos 5,5 milhões de euros. Em 2007, no primeiro trimestre, o mesmo valor chegava aos seis

milhões de euros. Quanto ao número de colaboradores, esses registaram um aumento de 5,2% em relação a 2007. Algo que a Sonaecom justifica com a inte-gração de colaboradores oriundos de empresas adquiridas ao longo de 2007, como é o caso da Tele2 e Cape Technologies.

Sub-holding da Sonae destaca forte crescimento dos clientes e suas receitas

Sonaecom satisfeita com os resultados do primeiro trimestre de 2008

Page 29: Agências de viagens mantêm competitividade na era da ...ve_ed1248... · e Alcácer do Sal. ... tecnológica e digital merecerão uma especial atenção. É ... De tantas e tão

É possível que um sujeito passivo de IVA Normal mensal, que vai construir em terreno próprio um edifício (nave industrial), possa deduzir o IVA des-sa construção ou tem que renunciar à isenção prevista no DL 21/2007 ou esta só aproveita a transmissões e locações?

Resposta do Assessor FiscalA locação e a transmissão onerosa de bens imóveis, estão isentas de IVA (n.º 30 e 31 do artigo 9.º do CIVA). Contudo, os sujeitos passivos que procedam à locação de prédios urbanos ou fracções autónomas des-tes a outros sujeitos passivos que os utilizem, total ou predominantemen-te, em actividades que conferem di-reito à dedução, podem renunciar à isenção prevista no n.º 30 do artigo 9.º do CIVA, do mesmo modo que

os sujeitos passivos que efectuem a transmissão do direito de proprie-dade de prédios urbanos, fracções autónomas destes ou terrenos para construção a favor de outros sujei-tos passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em activi-dades que conferem direito à de-dução, podem renunciar à isenção prevista no n.º 31 do artigo 9.º do CIVA (n.ºs 4 e 5 do artigo 12.º do CIVA). Os termos e condições da renúncia às isenções anteriormente referidas estão estabelecidos no DL 21/07, de 29.01).Não sendo a construção do edifício referido efectuada com nenhum desses objectivos, o IVA suportado a montante nas aquisições de bens e serviços é dedutível desde que o imóvel integre o imobilizado da em-presa.

MAIOAté ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de Março. O pagamento pode ser efectuado através das cai-xas automáticas Multibanco, nas Tesourarias de Finanças informatizadas e nos balcões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Internet. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitu-lativo, referente às transmissões intracomuni-tárias isentas, efectuadas no mês de Março.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singularesOs notários, conservadores, secretários judi-ciais e secretários técnicos de justiça devem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a re-lação dos actos praticados no mês anterior susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS.

Até ao dia 15

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado

Periodicidade trimestral - Pagamento do Im-posto sobre o Valor Acrescentado referente ao 1.º trimestre de 2008 pelos sujeitos passivos abrangidos pela periodicidade trimestral do regime normal.

Até ao dia 20

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado Pequenos Retalhistas - Entrega pelos retalhistas sujeitos ao regime de tributação previsto no art.º 60º do CIVA, da guia modelo 1073 ou da guia modelo 1074, consoante haja ou não imposto a pagar.

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pes-soas colectivas- Entrega, das importâncias retidas no mês de Abril sobre os rendimentos sujeitos a reten-ção na fonte de IRC.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega, pelas entidades obrigadas a efec-tuar retenção, do imposto deduzido em Abril pela aplicação das taxas liberatórias previstas no artº 71º do CIRS. - Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada, das importâncias deduzidas em Abril sobre

rendimentos de capitais e prediais e rendi-mentos de propriedade intelectual ou indus-trial e prestações de serviços (Categoria B).- Entrega do imposto deduzido em Abril sobre os rendimentos do trabalho dependente e de pensões, com excepção das de alimentos

• Imposto de Selo- Entrega, por meio de guia, nas tesourarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado em Abril, pelas entidades a quem incumbe essa obrigação.

Até ao dia 25

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares- Entrega da declaração modelo 3, por via electrónica, com anexos, pelos sujeitos pas-sivos com rendimentos das Categoria A (tra-balho dependente), B (empresariais e profis-sionais), E (capitais), F (prediais), G (mais valias) e H (pensões).

Fiscalidade

Governo promete criação de comissões de conciliação tributária

AGENDA FISCAL

O Executivo tem em curso duas iniciativas que visam a aproximação da administração tributária ao contribuinte. O anúncio foi feito pelo minis-tro das Finanças, Teixeira dos Santos. Uma tem a ver com a constituição de comissões de conciliação tributária e a se-gunda com a criação de uma nova plataforma para permitir remover rapidamento erros ocorridos durante o procedi-mento tributário.

As comissões de concilia-ção vão ser desenvolvidas para resolverem conflitos de na-tureza tributária existentes entre a administração tributária e o contribuinte de uma relação ju-rídico-tributária. “As comissões de conciliação te-rão por finalidade a resolução de conflitos em processos de impugnação judicial penden-tes nos tribunais tributários”, explica aquele responsável po-lítico.

Quanto à criação da nova plataforma, o principal ob-jectivo é remover de forma célere os erros materiais ocor-ridos durante o procedimento tributário e no processo de cobrança, imputáveis à admi-nistração fiscal, “por forma a evitar que o contribuinte seja

indevidamente lesado por er-ros de natureza informática, de escrita ou de natureza fac-tual na execução dos procedi-mentos”.

Entre as características deste procedimento, algumas me-recem destaque. O procedi-mento é accionado mediante simples requerimento do con-tribuinte, pode ser apresenta-do no prazo de seis meses a contar do conhecimento do erro, a decisão serão proferi-da em 15 dias e não prejudica outros meios que estejam pen-

dentes ou que ainda possam ser accionados e tenham por fi-nalidade atacar a ilegalidade da liquidação ou a exigibilidade da dívida.

Entretanto, o ministro das Fi-

nanças garante que uma outra preocupação continua a ser a simplificação de procedimen-tos e a redução dos custos de contexto, a par da “promo-ção da equidade e da justiça fiscais, por via da luta contra a fraude e a evasão fiscais, no estrito cumprimento da lei”. Fica ainda a garantia de pros-secução da desmaterialização de processos e procedimentos e a generalização do relaciona-mento online entre os contri-buintes e a administração.

Regiões autónomas tardam em regularizar dívidas aos fornecedores

As regiões autónomas são as entidades cujos pagamentos aos fornecedores mais tempo levam. De facto, o tempo médio é de 159 dias, contra 47 por parte da ad-ministração central. Para o total da administração pública, o prazo médio de pagamento é de 96 dias. Isto mesmo se conclui da publici-tação das listas com os indicadores dos prazos médios de pagamentos a fornecedores, da responsabilida-de do Ministério das Finanças.

A Direcção-Geral do Tesouro já recebeu mais de três dezenas de candidaturas aos financiamentos de médio e longo prazos autoriza-dos a municípios e regiões ao abri-go do programa “Pagar a tempo e horas”, a que correspondendem pedidos de financiamento supe-riores a 330 milhões de euros. As candidaturas já estão encerradas, sendo que o produto dos financia-mentos se destina ao pagamento de dívidas a fornecedores.

O Governo está satisfeito, já que os valores do pagamento mé-dio registaram uma descida, “o que reflecte as medidas de mo-dernização da gestão de tesoura-ria implementadas nalguns sec-tores específicos e que resultaram na diminuição das dívidas em atraso dos serviços da administra-ção directa e indirecta do Estado a fornecedores”.

PRÁTICA FISCAL

Iva – renuncia à isenção – Dec.-Lei 21/2007

Administração fiscal quer análise mais cuidada dos processosCom objectivo de conferir um maior cuidado e, assim, uma maior eficácia à aplicação do instituto da reversão fiscal, a DGCI, emitiu um ofício aos seus serviços no qual são dadas indicações de procedimentos a obervar neste matéria.Com os novos procedimentos a adminsitração fiscal pretende que seja efectuada uma análise mais cuidada das respostas dos contribuintes em sede de direito de audição, bem como do conteúdo das notificações na reversão, especialmente no que diz respei-to à fundamentação e aos meios de reacção a utilizar, por forma a eliminar algumas questões processuais e legais, dando ao processo de reversão uma maior probabilidade de êxito.

ReVeRSãO FISCAL

Informação elaborada pela aPOTEC - associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade

[email protected]

administração pública regional tem um prazo médio de pagamento

de 159 dias

Ministério das Finanças quer acelerar

desmaterialização de processos

e procedimentos

sexta-feira, 9 Maio de 2008 29

Plataforma para remover erros de forma célere Um cliente tem uma papelaria onde

vende, entre outras coisas, tabaco. este sujeito passivo está sujeito ao regime especial do IVA p/revenda de tabaco? em caso afirmativo quais são as implicações práticas deste regime e a legislação aplicável?

Resposta do Assessor FiscalNas transmissões de tabacos manu-facturados, o imposto sobre o valor acrescentado é devido à saída do local de produção pelos respectivos produtores, com base no preço de venda ao público.

Os revendedores de tabaco não têm, por isso de entregar qualquer imposto ao Estado relativamente às transmissões que efectuem desses produtos, devendo, porém, registar separadamente as respectivas aqui-sições e vendas, do mesmo modo que não poderão deduzir o imposto contido no preço desses bens, sem prejuízo do direito à dedução que lhes couber, nos termos gerais do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado, relativamente às res-tantes despesas (ver DL 346/ /85, de 23.08).

Iva – regime especial de revenda de tabaco

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Uma empresa do grupo «ABC», sediada em Espanha, tenciona fazer no futuro a seguinte operação: enviar à consigna-ção matéria-prima para a sua sucursal em Portugal. Que documento deverá a «ABC» espanhola emitir para a «ABC» portuguesa, uma vez que não estamos na presença de qualquer venda? Esta operação de venda entre as duas em-presas do mesmo grupo está sujeita a IVA em Portugal? O que deverá constar na factura da empresa localizada em Espanha? Como podem os espanhóis liquidar o IVA no nosso País, se for caso disso?

O contrato de consignação é um man-dato comercial, em que o consignante en-trega, temporariamente, existências a um

terceiro – o consignatário – para que este proceda à sua venda, por conta e ordem do consignante, auferindo por essa interme-diação uma comissão.

Desde logo, há que clarificar que o envio de mercadorias à consignação para Portu-gal a partir de outros Estados-membros deve ser analisado à luz dos princípios de tributação previstos no Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias (RITI).

Na situação em que o consignante, sujei-to passivo do imposto sobre o valor acres-centado noutro Estado membro, procede ao envio de mercadorias para Portugal, efectua uma operação assimilada a aquisi-ção intracomunitária de bens no território nacional, nos termos da alínea a) do nº 1 do artigo 4º do RITI. Com efeito, naque-le preceito, vem equiparar-se a aquisição

intracomunitária de bens, efectuada a tí-tulo oneroso, “a afectação por um sujeito passivo às necessidades da sua empresa, no território nacional, de um bem expedido ou transportado, por si ou por sua conta, a partir de outro Estado membro no qual o bem tenha sido produzido, extraído, trans-formado, adquirido ou importado pelo sujeito passivo, no âmbito da sua activida-de”.

Em conformidade, deverá o consignante («ABC» Espanha) proceder à liquidação do IVA, determinando o valor tributável da operação nos termos da alínea b) do nº 2 do artigo 16º do Código do IVA, aplicável por força do disposto no nº 2 do artigo 17º do RITI.

Dado que a aquisição intracomunitária se relaciona com a posterior realização de operações tributáveis no território nacio-nal, por parte do consignante estrangeiro, o imposto liquidado nos termos referidos anteriormente poderá ser deduzido pelo próprio na mesma declaração periódica de imposto, de acordo com o estabelecido no artigo 19º do RITI.

A posterior transferência dos bens para o consignatário («ABC» Portugal) confi-

gura-se como uma transmissão de bens no território nacional, por força da alínea c) do nº 3 do artigo 3º e nº 1 do artigo 6º, ambos do CIVA, com os efeitos legais daí decorrentes.

Note-se que, nas transmissões de bens entre consignante e consignatário, o facto gerador e a exigibilidade do imposto ocor-rem no momento em que o consignatário puser os bens à disposição do adquirente (nº 5 do artigo 7º do Código do IVA). Nesta hipótese, na medida em que vai re-alizar operações tributáveis em território nacional, deverá o consignante estrangeiro obter um número de identificação fiscal em Portugal e proceder à entrega da declaração de registo, antes de iniciar a actividade, e das declarações periódicas do IVA.

Note-se que poderá ainda nomear um representante residente em território na-cional, munido de procuração com po-deres bastantes. Todavia, a nomeação de representante não é obrigatória (artigo 24º do RITI).

(InfOrmAçãO ElABOrAdA PElA CâmArA dOs TéCnICOs OfICIAIs dE COnTAs)

Envio de mercadorias à consignação para Portugal sujeito a Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias

As entregas por conta do imposto sobre o rendimento das pessoas co-lectivas (IRC) devidas num deter-

minado exercício exigem, muitas vezes um esforço excessivo de tesouraria para algumas empresas, não encontrando reflexo no im-posto efectivo e que só é determinado, em termos fiscais, no exercício seguinte com a entrega da declaração de modelo 22.

Nesta declaração fiscal é primeiramen-te apurado o imposto devido, calculado com base no lucro gerado no exercício anterior, entrando-se depois em linha de conta com os pagamentos e retenções na fonte entretanto entregues e determinan-do, por esta via, o valor que ainda há a pa-gar ou o valor que haverá a receber por se ter entregue imposto em excesso ao longo do ano.

As regras ditam, em termos muito sim-plistas (considerando que o exercício eco-nómico coincide com o ano civil), que o imposto a entregar no final do ano seja estimado com base nos dados do ano an-terior, mais concretamente com base na colecta apurada ( ), e entregue antecipa-damente em três prestações ao longo do exercício em causa (mais concretamente em Julho, Setembro e Dezembro); no exer-cício seguinte é apurado o imposto efectivo com base nos dados concretos do ano que findou e é feito o “acerto de contas” através da declaração referida com pagamento ou reembolso da diferença apurada.

No entanto, quando por diversos moti-vos a empresa tenha já conhecimento que o valor de imposto que irá entregar por conta é superior ao imposto que será devi-do relativamente ao ano em causa, começa a questionar-se, como não podia deixar de ser, sobre a possibilidade de deixar de efec-tuar estas entregas.

Isto porque o facto de o montante entre-gue em excesso durante um exercício vir a ser reembolsado no exercício seguinte não impede o esforço financeiro que, muitas vezes, tem de ser efectuado para cumprir com os pagamentos nos prazos devidos,

obrigando a recorrer a empréstimos, com os custos financeiros daí inerentes e que parecem despropositados quando se sabe de antemão, por análise dos dados dispo-níveis, que o valor a adiantar é, por certo, muito superior àquele que será efectiva-mente devido a final.

A situação será ainda pior se, por força das circunstâncias, a empresa se vir forçada a entregar no mesmo ano pagamentos por conta e pagamento especial por conta.

Algumas empresas chegam mesmo a ponderar a eventualidade de vir a suportar as penalizações aplicáveis em termos fis-cais pela falta destas entre-gas por conta, perante a falta de opções em termos finan-ceiros para responder em tempo útil aos prazos impos-tos, ainda mais quando sabem logo à partida que o imposto que agora en-tregam não se coaduna com o que será efecti-vamente devi-do pelo rendi-mento gerado no ano em curso.

Esta possibilidade de limitação das en-tregas não existe em termos de pagamento especial por conta (PEC) mas está previs-ta para os pagamentos por conta (PPC), embora deva ser analisada e utilizada com alguma cautela, ou a suspensão dos paga-mentos poderá, em termos de penalização fiscal (coimas e juros devidos), derivar num custo superior àquele que resultaria da in-vestida nas diligências necessárias ao cum-primento da obrigação.

A primeira coisa a levar em consideração

é que, quando seja efectuada a estimativa de acordo com as regras previstas na Lei e seja apurado valor a entregar por conta, o primeiro pagamento terá sempre de ser efectuado, não existindo aqui qualquer dis-pensa.

Feito que esteja o primeiro pagamento, entregue em Julho (ou no 7º mês do perío-do de tributação, caso este seja diferente do ano civil), pode então ser ponderada a sus-pensão dos restantes pagamentos por conta de acordo com os dados disponíveis, con-forme os nºs 1 e 3 do art. 99º do CIRC:

“1 - Se o contribuinte verificar, pelos ele-mentos de que disponha, que o montante do pagamento por conta já efectu-ado é igual ou superior ao im-posto que será devido com base na maté-ria colectável do exercício, pode deixar de efectuar novo pagamento por conta.”

Será aconse-lhável ter aqui alguma cautela com os cálcu-los a efectuar,

já que o artigo prevê também, no nº 2, a aplicação de uma penalização para quando, em função desta suspensão, se tenha dei-xado de pagar uma importância superior a 20 por cento da que, em condições nor-mais, teria sido entregue, havendo lugar à cobrança de juros compensatórios “desde o termo do prazo em que cada entrega deve-ria ter sido efectuada até ao termo do prazo para apresentação da declaração ou até à data do pagamento da autoliquidação, se anterior”.

Note-se que à penalização dos juros com-

pensatórios acresce ainda a possibilidade da aplicação da respectiva coima, prevista no Regime Geral das Infracções Tributárias.

Será fácil de concluir pela relevância da aplicação desta limitação nos casos em que situações extraordinárias ocorridas no exercício anterior tenham influenciado po-sitivamente o resultado tributável, e conse-quentemente a colecta, mas cuja probabi-lidade de ocorrência no ano seguinte seja reduzida ou nula – por exemplo, a venda de um imóvel do imobilizado da empresa gerando uma mais valia significativa e in-cluída nos proveitos do ano anterior.

No entanto, mesmo em situações de menos evidência (uma descida do volume de negócios comparativamente com o ano anterior), pode, ainda assim, justificar-se a limitação, sendo esta uma possibilidade que não pode deixar de ser avaliada pelo contribuinte e que lhe permite fazer uma gestão dos meios financeiros necessários ao cumprimento das obrigações devidas, des-de que usando de alguma cautela no cálcu-lo a efectuar.

A empresa pode ainda optar, não pela suspensão, mas pela redução dos valores a entregar para os montantes que achar devidos, calculados pela diferença entre o imposto total que o contribuinte julgar devido e as entregas já efectuadas, confor-me nº 3 do mesmo artigo (aplicando-se à limitação indevida, com as devidas adap-tações, as mesmas penalizações em termos de juros e de coimas que para a suspensão indevida).

Em termos de formalização desta limi-tação, não existe presentemente qualquer imposição no Código, o que significa que, efectuados os cálculos e concluindo-se pela vantagem da limitação, bastará deixar de fazer a entrega seguinte ou fazer a entre-ga pelo montante que se considere devido, consoante o caso, sem necessidade de qual-quer comunicação à Administração Fiscal.

(1) Sendo que a colecta resulta da aplicação da taxa de imposto à matéria colectável.

Limitação do pagamento por conta

Contas & Impostos

Sandra BernardoConsultora da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas

Dado que a aquisição intracomunitária se relaciona com a posterior realização de operações tributáveis no território nacional, por parte do consignante estrangeiro, o imposto liquidado nos termos referidos anteriormente poderá ser deduzido pelo próprio na mesma declaração periódica de imposto, de acordo com o estabelecido no artigo 19º do RITI.

sexta-feira, 9 Maio de 2008FISCALIDADE30

“As entregas por conta do imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRC) devidas num determinado exercício exigem, muitas vezes um esforço excessivo de tesouraria para algumas empresas, não encontrando reflexo no imposto efectivo e que só é determinado, em termos fiscais, no exercício seguinte com a entrega da declaração de modelo 22”

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Comunicar uma marca de whiskies, como a Johnnie Walker, não é o mesmo que publicitar uma outra bebida qualquer. Há restrições legais, dado que se trata de um produto alcoólico. O que faz com que as marcas tenham de ser mais criativas e investirem em outro tipo de acções/meios. A marca optou por apostar no marketing relacional, procurando criar experiências aos consumidores no ponto de venda (diga-se noite) e no patrocínio de um desporto mundial e abrangente: a Fórmula 1. Mas sempre debaixo de uma mesma assinatura: condução responsável.

Mas a restrição legal não é a única dife-rença. Há que ter em conta que o negócio dos whiskies funciona de Julho a Junho. Por isso é normal que a estratégia de comuni-cação siga um caminho diferente do que estamos habituados em outras categorias de bebidas.

A Johnnie Walker (JW), líder mundial na categoria de whisky escocês, depara-se com duas situações distintas no mercado nacio-nal. Isto porque o nível de notoriedade al-cançado na Madeira é muito superior ao do Continente. Pelo que a marca decidiu que a estratégia dos últimos 18 meses deveria incidir em Portugal Continental. Para tal a Diageo, empresa detentora da marca, de-cidiu reorganizar o portefólio e a forma de abordar o mercado. Principalmente porque a Johnnie Walker foi definida como sendo a marca estratégica da empresa.

Os patrocínios foram a forma escolhida para publicitar a marca. E a escolha recaiu sobre a Fórmula 1. O que por si só reflecte uma mudança na estratégia da empresa. A Johnnie Walker tinha uma política de não apoiar nada que estivesse relacionado com o desporto automóvel. E a convicção era tal que ia ao ponto de a marca não ter uma única inserção de publicidade em revistas do ramo automóvel. A escolha recaiu sobre a McLaren Mercedes, dado que os valores

da equipa são semelhantes aos da marca. Além de que, como afirma Bruno Martinia-no, “brand manager” de Johnnie Walker em Portugal, é impensável imaginar um piloto de Fórmula 1 embriagado.

Como contrapartida do patrocínio, a Johnnie Walker dispõe de um “share” no tempo dos pilotos, que a marca utiliza para promover a condução responsável e a divul-gação do seu whisky. Mika Häkkinen, an-tigo campeão de Fórmula 1, e embaixador da campanha, anda frequentemente a passar a mensagem, quer seja no circuito ou em acções desenvolvidas pela JW. Também Fer-nando Alonso já participou num anúncio onde se afirmava que “Aquele que conduz não bebe”.

Marca pretende aumentar a sua notoriedade junto do consumidor final

Apesar de toda a comunicação da JW estar apoiada no patrocínio da marca à F1, exis-tem outros apoios. É o caso do Doclisboa e do Festival Indie de Lisboa. Como afirma Bruno Martiniano, a marca está associada ao status, mas com alguma independência. “É uma marca para pessoas que gostam de coisas diferentes”. Sendo que a presença da JW nestes festivais incide mais numa tenta-tiva de experiência e experimentação. O ob-jectivo é criar um laço com o consumidor. Um exemplo? O Prémio do Público. Sem esquecer a presença nos momentos altos dos Festivais: abertura, encerramento e todas as festas associadas.

Com isto a marca pretende aumentar a sua notoriedade junto do consumidor final. Algo que a Diageo começou a trabalhar no fim de 2006, altura em que houve a reorga-nização mencionada atrás. Mas esse não é o único objectivo. A empresa também preten-de aumentar a distribuição e diminuir a dis-crepância que existe entre os mercados con-

Bruno Martiniano, “brand manager”, explica entrada no sector automóvel

Johnnie Walker e McLaren Mercedes têm valores de marca semelhantes

tinental e da Madeira. Em termos de acções concretas, a JW aposta essencialmente na noite, ponto de encontro dos seus consumi-dores. Por um lado, porque quem frequenta esses locais vai predisposto a consumir, e de-pois porque são pessoas adultas, eliminando a limitação idade.

Aqui existem duas estratégias distintas. Por um lado existem as acções efectuadas em restaurantes, onde o consumidor pode conhecer as origens do wisky, conhecer as suas diferenças e apreciar os vários produtos da marca. O que incialmente começou por acções pontuais, pedidas por restaurantes parceiros, e para clientes convidados, é hoje uma estratégia contínua. “Trata-se de acções de marketing sensorial e educativa”, consta-ta Bruno Martiniano.

Ao nível da noite, a aposta é outra. E se tudo começou como uma forma de levar à experimentação, agora a marca aposta mais na vivência de experiências. Todas à volta da F1. Por exemplo, recriar o ambiente dos “paddocks”, com a disposição de pneus, bi-dões,... Com isto os consumidores vão, como explica Bruno Martiniano, aprender mais coisas sobre a F1, experimentar a marca e até podem mesmo ganhar prémios. Sendo que o mais aliciante deles é a ida a “paddocks” verdadeiros, com a possibilidade de visitar os treinos, interagir com os pilotos...

Aposta na internet

Mas as acções da Johnnie Walker não fi-cam por aqui. Conhecedora do poder do di-gital, a marca aposta na criação e desenvol-vimento do site., sendo que os utilizadores registados terão acesso a ofertas exclusivas. Por exemplo, poder saber com antecedência em que restaurante a JW estrá a efectuar os seus workshops.

Apesar de esta estratégia ser recente (as acções na noite começaram em 2006, en-quanto as dos restaurantes iniciaram-se o ano passado), o certo é que os resultados já são visíveis. Segundo Bruno Martiniano, a marca está a ter um crescimento grande quer de Red no âmbito dos “whiskies” no-vos, quer no Black Label com crescimentos fortes e sustentados no segmento Deluxe. A justificação, afirma o “brand manager”, deve-se às campanhas de comunicação bem com às acções de activação da marcas nos locais de consumo mais relevantes.

 AlexAndrA [email protected]

Vulcano aposta na “poupança energética em água quente”&Marcas

MarketingPublicidade

Serra da Estrela investe 2,5 milhões de euros em campanha “Plantar uma árvore”

sexta-feira, 9 Maio de 2008 31

Portimão investe em campanha promocional

A série televisiva “Donas de Casa Deses-peradas” inspirou a campanha de divulga-ção dos eventos programados pela Câma-ra Municipal de Portimão até ao final do ano. O filme publicitário que acompanha a campanha foi apresentado recentemente à imprensa e contou com a participação de Fiona Bunet, Carla Matadinho, Anneli Lauren, Ana Ferreira e Noua Wong, mo-delos da Face Models, de Fátima Lopes.

O vídeo, produzido pela JMC-Produc-tions, com argumento de Nilton e José Mascarenhas, direcção de fotografia de David Matos e realização de José Cruz, foi gravado em vários locais do concelho e re-presenta um investimento da Câmara de Portimão na criação de um destino com ofertas culturais e desportivas que possam servir de complemento ou alternativo ao tradicional programa de sol e mar. “Este vídeo é um dos elementos de comuni-cação de uma estratégia que passou pela diferenciação e incremento de valor per-cebido do destino Portimão, através da re-alização de eventos de referência, capazes de captar novos e mais públicos”, explicou à “Vida Económica” fonte da Câmara de Portimão. Neste âmbito a autarquia assu-me anualmente um investimento superior a 10 milhões de euros na contratação e divulgação de eventos.

O filme conta a história de diversas per-sonagens que partem para Portimão à pro-cura de uma estrela de futebol, utilizando meios de transporte completamente dife-rentes: Fiona vai de avioneta, Noua Wong de moto, Anneli Lauren de comboio, Ana Ferreira de barco e Carla Matadinho de carro. A busca decorre em diversos cená-rios, palco dos eventos programados para este ano: as zonas ribeirinhas de Portimão e Alvor, a Marina de Portimão, o Auditó-rio Municipal, o Rio Arade, o Aeródromo e Museu Municipal, entre outros.

O programa de eventos inclui as mais variadas iniciativas, dos acontecimentos desportivos ao teatro e à ópera, das expo-sições aos desfiles de moda, até às festas de carácter popular. O objectivo da Câmara é mostrar ao país que “o Algarve não é só praia”, como referiu Manuel da Luz, pre-sidente da edilidade, durante a cerimó-nia de apresentação do filme. Os eventos apresentados decorrem entre os meses de Junho e Dezembro.

Este é já o segundo ano em que a marca Portimão se faz representar com um vídeo para apresentação dos eventos. Em 2007 ironizou-se com “CSI Portimão”, inter-pretado por Nilton e Fiona. Após ter sido apresentado em várias feiras nacionais e internacionais e em diversos locais do concelho, está disponível no “youtube”, onde já foi visto por mais de dez mil ci-bernautas. “Portimão é uma marca actual, mas já reconhecida por todos e com um posicionamento diferenciado e elevado”, concluiu Manuel da Luz.

“Donas de Casa em Portimão” será ain-da apresentado em Lisboa e Porto, exibi-do nos ecrãs públicos, unidades hotelei-ras, bares e restaurantes do concelho, em feiras, salas de cinema e internet.

PrinciPais concorrentes:

 -  JW  RED  actua  no  mercado  dos whiskies novos (standard). Os concor-rentes  mais  directos  (em  termos  de target a que se destina) são o Famous Grouse  e  Jameson  (este,  apesar  de concorrente directo e um whisky novo, é analisado em termos de SOM no sub-segmento dos whiskies Irlandeses) - JW BLACK actua no mercados dos whiskies velhos (Deluxe). O concorren-te mais directo em termos de posicio-namento de target e preço é o Chivas.

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Grupo Compal investe seis milhões na marca Frize

Sete milhões foi a quantia in-vestida pela marca Frize, do Gru-po Compal, na sua campanha de publicidade e comunicação que teve início na semana passada. “Portugueses com Frizes são portugueses felizes” é a frase que dá o mote ao filme de 30 segundos (o primeiro da cam-panha), a que se seguirá uma segunda versão, mais reduzida, com metade da duração.

A autoria é da McCann Erickson e a responsabilida-de criativa pertence a José Bomtempo e Diogo Anahory. “Pensámos um conceito criativo que combatesse o sentimento de tristeza que assola o país”, explicou José Bomtem-po. “Tratou-se de aproveitar e ler o momento para comunicar com o consumidor”, acrescentou Diogo Anahory.

“A Frize é a água da boa dispo-sição”, salientou Maria João Ser-ra, gestora de produto da Frize.

É por isso que, acrescentou, “esta campanha tem por objectivo lembrar o riso, aproveitar o bom humor e a boa disposição de ou-tras campanhas”.

Além da campanha televisiva, a Frize marcará ainda presen-ça em meios exteriores (mupis

e outdoors), imprensa e site da marca. A juntar a isto, a marca tem previstas acções junto do consumidor final e passatempos interactivos. Segundo Maria João

Serra, em negociações está ain-da a presença da marca nos cinemas.

Este investimento inclui ainda o relançamento da Frize Tangerina, “o mais

vendido de sempre”, conforme adiantou

Maria João Serra. De acordo com a responsável, o sabor tangerina vendeu mais de três milhões de litros no ano em que foi lançado.

A Frize detém actualmente cerca de 60% do merca-do das águas com gás de sabores e o objectivo é conti-nuar a crescer. “Va-mos explorar novas opor tun idade s” , afirmou Maria João

Serra. As refeições são um dos exemplos apresen-

tados. “Se bebemos refrigerantes à refeição, porque não beber Fri-ze?”, acrescentou.

PUB

sexta-feira, 9 Maio de 2008marcas, marketing e publicidade32

Que insígnia vence na distribuição?

Na distribuição, o comunicar de forma intensiva sem sempre indica o ganhar da preferência dos consumidores portugueses. Para tentar descobrir as suas opi-niões, a TNS Portugal, consulto-ra especialista em estudos de mer-cado, realizou o estudo “Retail Tracking”.

O projecto, realizado em quatro vagas, recolheu informações ao longo de 2007. O objectivo era sa-ber quais as insígnias que teriam os preços mais baixos, a melhor rela-ção preço/qualidade. Basicamente pretendia-se aferir a forma como as principais insígnias a operar no mercado nacional da distribuição são percepcionadas pelos consu-midores portugueses.

Os resultados de 2007 do es-tudo TNS Retail Tracking apon-tam para um domínio das marcas Continente e Pingo Doce.

Categoria Vencedor

Preços Mais Baixos Minipreço

Melhor Publicidade Continente

Melhores Promoções Continente

Maior Variedade de Produtos Continente

Melhor Carne Fresca Pingo Doce

Melhor Fruta Pingo Doce

Melhor Peixe Fresco Pingo Doce

Fonte: TNS Retail Tracking

Ogilvy Portugal finalista no “The One Show”

O “The One Show” é um dos festivais mundiais mais respeita-dos na área da criatividade pu-blicitária.

Organizado pelo The One Club for Art and Copy (organi-zação sem fins lucrativos, sediada em Nova Iorque, e que foi fun-dada com o objectivo de reco-nhecer e promover a excelência da criatividade em publicidade), recebeu, no concurso em vigor, um total de 18 mil trabalhos, inscritos por 60 países diferen-tes. As categorias em análise são: outdoor, televisão, rádio e im-prensa.

A Ogilvy Portugal, finalista do prémio, é a única agência portu-guesa com um spot de televisão entre os 500 finalistas. O filme “Mute”, para a MTV, foi criado e produzido em Portugal, tendo sido veiculado port todas as es-tações de televisão onde a MTV está presente.

“O júri passou por uma tarefa difícil ao seleccionar 500 fina-listas. O que diferencia o ‘One Show’ dos outros festivais de pu-blicidade é o facto de a sua prin-cipal preocupação ter desde sem-pre residido no aprofundamento dos conceitos de criatividade. O The One Show diz respeito a grandes ideias”, foram palavras de um representante do júri do Festival, Mary Warlick.

Ricardo Carriço dá a cara pelos transportes públicos

A terceira fase da campanha que incenti-va à utilização dos transportes arrancou no passado dia 5 e está disponível em televisão (RTP1 e 2) e no canal interno do Metro. O projecto, promovido pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunica-ções (MOPTC), tem como protagonista o actor Ricardo Carriço.

O conceito base da campanha (“Goze a viagem”) pretende demostrar os bons e os maus de utilizar o transporte individual. Como? Através de palavras-chave como sinais vermelhos, buzinas, engarrafamen-tos e acidentes que surgem em “voz off “enquadradas numa história na primeira pessoa. Conforme vão surgindo essas pa-lavras-chave, o filme apresenta metáforas cinematográficas onde o sinal vermelho é o

pôr-do-sol, a buzina é um músico no me-tro a tocar saxofone e o engarrafamento é um cardume de peixes no rio Tejo.

O projecto teve início em 12 de Setem-bro do ano passado, quando a campanha esteve presente em 1655 “mupis” espalha-dos pela Grande Lisboa e Grande Porto, assim como na televisão, na RTP, com fil-mes publicitários de cinco segundos. E se inicialmente o objectivo era o despertar a atenção, seguiu-se o desvendar da mensa-gem: “Vá de Transportes Públicos”.

A criatividade do spot da terceira fase es-teve a cargo da Unimagem e a produção, pós-produção e produção de som é da res-ponsabilidade da Sonomage. O filme terá a duração de 30 segundos e tem como base a assinatura “Vá de Transportes Públicos”.

Pedidos para:Vida Económica - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. 4049-037 • PORTO Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098

E-mail encomendas: [email protected]

Nesta nova etapa económica dominada pela Internet, os mercados adquirem uma dimen-são global, e as organizações têm de traba-lhar em tempo real, ultrapassando as barrei-ras geográficas e temporais. Intensificou-se a concorrência em todos os sectores produtivos, e estão a aparecer empresas virtuais que lan-çam produtos e serviços inovadores que colo-cam em perigo os modelos de negócio tradi-cionais.Este livro apresenta uma visão da Internet como um novo canal de comunicação para a empresa. Nos diferentes capítulos estudam-se as possibilidades que a Internet oferece en-quanto ferramenta de marketing, como novo canal de comunicação com os clientes, em que a interacção permite desenvolver novas estratégias e oferecer serviços totalmente per-sonalizados.

MARKETING NA INTERNETE NOS MEIOS DIGITAIS INTERACTIVOS

Autores: Álvaro Gómez Vieites e Manuel Veloso EspiñeiraPágs: 242 (15 x 23 cm) P.V.P: A 17

OUTRAS NOVIDADES:

Dinâmica Comercial na Actividade SeguradoraAutor: Luís DanielFormato: 17 x 23,5 cmPágs.: 169Preço: A 15

Política Orçamental na Área do EuroAutor: João LoureiroFormato: 17 x 23,5 cmPágs.: 256P.V.P.: A 22

A obra aborda os seguintes temas: Características da Internet como novo meio de comuni-cação; Impacto da Internet no marketing-mix; Definição de uma estratégia corporativa na Internet; Websites corporativos; A importância dos nomes de domínio; Os catálogos elec-trónicos de produtos; Promoção off-line do website; Promoção on-line; Publicidade na In-ternet; Utilização do correio electrónico; Controlo dos resultados; Programas de fidelização de clientes na Internet; Relações públicas na Internet; Identificação dos visitantes; Marketing one-to-one.

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Concurso “Cria a tua Empresa” premeia projecto ambientalA criação de um Centro de

Desmantelamento de Veí-culos em Fim de Vida foi

o projecto vencedor da 13ª edição do concurso “Cria a tua empresa 2008”, promovido pelo BIC-Mi-nho - Oficina da Inovação.

Os promotores do projecto, Celine Gonçalves e Mário Fon-seca, vão receber um prémio não pecuniário no valor de 2500 euros. Melhorar a empregabili-dade, desenvolver o espírito em-presarial e de empreendedoris-mo e rentabilizar o investimento aplicado foram os propósitos da dupla.

Celine Gonçalves, de 24 anos, tem nacionalidade francesa e é bacharel em Radiologia, pelo Instituto Superior de Saúde do Alto Ave. A falta de colocação na sua área de formação motivou-

a para, em parceria com o seu sócio, avançar para este tipo de projecto. Mário Fonseca, de 22 anos, concluiu o 9º ano de es-colaridade. Desde 2007 que de-senvolve actividade profissional no sector da comercialização de peças de automóveis e da mon-tagem e desmontagem de veícu-los.

O concurso contou com 171 candidaturas, 68% das quais de participantes com menos de 25 anos. A maioria dos candidatos (141) não possui licenciatura e apenas quatro têm o grau de Mes-tre. Mulheres e homens concor-reram quase por igual (86 e 85, respectivamente), optando, em grande maioria por projectos na área dos serviços (135), seguidos por ideias no turismo (10) e in-dústria (9).

Manuel Pinhopõe AdCa verificar preço dos combustíveis

O ministro da Economia e da Inovação solicitou à Autorida-de da Concorrência (AdC) que, no âmbito das suas competên-cias, proceda urgentemente à análise da formação do preço dos combustíveis, de forma a garantir que esse preço tradu-za adequadamente os custos da produção.

Seis passospara ajudaremo negócio a crescer

A Action vai realizar dois semi-nários, nos dias 14 e 15, em Lis-boa e Aveiro, respectivamente, ambos nas instalações da ANJE. Serão apresentados os seis passos que permitem fazer crescer um negócio, designadamente resul-tados, sinergia, equipa, alavanca-gem, nicho e controlo.

A Actioncoach tem-se afirma-do como um franchising mun-dial de serviços de consultoria para empresas, através de um modelo que pretende melhorar a definição de objectivos, a ges-tão do tempo, as competências de liderança e o desempenho dos colaboradores. O “coach” ensina ao empresário algo tão aparentemente simples como gerir o seu tempo, de forma a ter disponibilidade para fazer o

controlo estratégico e a gestão do negócio. Paulo de Vilhena, principal e general manager tem à sua responsabilidade apresen-tar aos empresários os seis pas-sos necessários para se ter suces-so empresarial.

FundaçãoSousa Pedroexpõe artede Miguel Barros

A Fundação Sousa Pedro tem exposta a exposição individual de pintura “Adeus Lisboa, Goodbye Lisbon” nas suas instalações, em Lisboa. É a obra do artista plásti-co Miguel Barros, estando tam-bém patente ao público, até ao final de Maio, um conjunto de esculturas de bronze de pequeno formato da escultora Maria João Saraiva Mendes, que integram o fundo permanente da galeria de arte da Fundação Sousa Pedro, ao Chiado. A exposição está pa-tente ao grande público durante os dias úteis.

sexta-feira, 9 Maio de 2008 33EmprEsas

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Vítor Marques da Cruzda F. Castelo Branco& Associados (FCB&A), representa Portugalno congresso da Unilawem Tóquio, de 15 a 18 de Maio.

NET promove minicursosobre como gerar ideias de negócios

A NET – Novas Empresas e Tecnologias, S.A. (Business and Inno-vation Center do Porto) vai organizar dois seminários de Geração e Maturação de Ideias entre Maio e Junho próximos.

Cada seminário está dividido em três sessões (Gerar Ideias; Amadu-recer Ideias; Avaliar de Ideias). Estes seminários são uma ferramenta para ajudar o empreendedor a conhecer fontes de obtenção de ideias e estabelecer um processo de maturação das mesmas para realizar uma primeira aproximação à análise de viabilidade do seu projecto.

O primeiro seminário decorre nos dias 13 e 27 de Maio e 3 de Junho e o segundo nos dias 14 e 28 de Maio e 4 de Junho, na sede da NET.

Profitecla debate comunicação A comunicação, colocada ao serviço de acções de responsabilidade

social, foi o mote da quarta edição das Jornadas de Comunicação, pro-movidas pela Escola Profissional Profitecla.

A iniciativa envolveu os cerca de 100 alunos do curso de Comunica-ção do pólo do Porto da Profitecla, teve lugar recentemente no Audi-tório da Junta de Freguesia de Santo Ildefonso, e apresentou este ano um formato diferente das edições anteriores. Embora com o propósito de promover um espaço de reflexão sobre o tema da comunicação, as IV Jornadas de Comunicação debruçaram-se sobre a temática da res-ponsabilidade social, debatida por profissionais de diferentes áreas da comunicação.

Cepsa/Total prevê facturarmais de mil milhões de euros

O que pretendem a Cepsa e a Total agora que uniram as suas forças para o mercado portu-guês? Ora, para além de um reforço signifi-

cativo da oferta comercial, a potenciação, claro está, dos seus resultados.

Luís Sobral, administrador delegado da Cepsa, afir-ma à VE que, com esta incorporação, a empresa que representa vai conseguir, em termos de facturação, ultrapassar os mil milhões de euros.

“Com a união das actividades da Cepsa e Total, está constituído um dos principais actores do sector petrolífero da Península Ibérica com uma quota glo-bal nacional de 11%”, afirma.

As ambições da Cepsa/Total não ficam por aqui, com Luís Sobral a falar de uma quota de 12,5% no segmento da rede de postos de abastecimento – es-tes passam a ser 302 – ou de uma quota de 8% na área de comercialização de lubrificantes. O admi-nistrador delegado desta empresa dá ainda desta-que a uma outra vertente do negócio, desta feita, os betumes. Aqui, a conjugação de esforços entre as duas marcas deverá resultar numa fatia importante do mercado: 32%.

Tudo isto vai ditar mudanças nas estruturas da

Cepsa/Total. Nos postos de abastecimento desta em-presa, a marca passa de Cepsa para Cepsa/Total. Luís Sobral fala, de igual forma, de um reforço da venda de lubrificantes e da qualidade e da inovação, agora, ao nível dos produtos betuminosos Cepsa.

Esta união entre a Cepsa e a Total poderá ditar ou-tras no futuro. As palavras de Luís Sobral vão neste sentido quando afirma que “estão garantidamente atentos a qualquer oportunidade que surja no mer-cado”.

Sobre o forte desfasamento que existe entre Por-tugal e Espanha ao nível da fiscalidade, Luís Sobral diz-nos que isso “cria importantes distúrbios no consumo de combustíveis no mercado português”.

“No nosso país, o preço da gasolina e do gasóleo é cerca de 28 cêntimos e 11,5 cêntimos, respectiva-mente, mais caro do que em Espanha. Isto tem um grande impacto nos condutores particulares e nos frotistas.”

“Da actual rede de postos Cepsa, 161 antes da união com a Total, cerca de 15% a 20% são continuamente afectados por este efeito”, conclui Luís Sobral.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

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Manuel Pinhoministro da Economia, apadrinhou o lançamento da comunidade virtual do Lycée Français Charles Lepierre – WebANEL.

sexta-feira, 9 Maio de 2008EmprEsas34

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• Estratégias de gestão e desenvolvimento organizacional• Transferência do conhecimento• Condições de trabalho e relações laborais• Tendências actuais na gestão das Pessoas• Gestão da performance• Liderança de equipas em contexto de fusões e aquisições• Legislação laboral e competitividade empresarial• Expatriação e recolocação

Oradores:José Côrte-Real – Administrador da Sonae DistribuiçãoMaria Manuel Seabra da Costa – Administradora Executiva do Nova FórumJosé Manuel Osório – Assistente de Gestão no Instituto Superior de Engenharia – IPPElisabete Silvestre – Coordenadora de Formação da ATECCarmo Neves – Coordenadora de Formação da Bosch TermotecnologiaJoão Leite Ribeiro – Assistente da Universidade do MinhoNorberto Rodrigues – Chefe de Divisão de Formação e Recursos Humanos da ACTLuís Reis – Administrador do Hay GroupMadalena Vilas Boas – Docente na Universidade de AveiroAnabela Sancho - Managing Partner da Pro.skillsAlexandra Godinho – Directora de Recursos Humanos da Corticeira Amorim SGPSFernando Fraga – Manager da HumangestPedro Cunha – Professor Auxiliar da Universidade Fernando PessoaCláudia Camelo – Coordenadora do Gabinete de Recursos Humanos da Universidade Fernando PessoaHelena Santos – HR Plant Manager da Kraft FoodsAna Veloso – Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade do MinhoJúlio Gomes – Docente na Universidade Católica do PortoCarlos Baltasar – General Manager da New WayIsabel Barroso – Responsável pelo departamento de formação do Grupo Inforpress

Inscreva-se já. Não perca esta notável oportunidade de valorização pessoal.

Informações e inscrições: Recursos Humanos MagazineTel. 218 551 203 • Fax: 218 551 204e-mail: [email protected]

organização:

P a t r o c í n i o s M e d i a P a r t n e r s

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MercadosSonae.com:

-30%desde

o início do ano

zon multimédia:

-4%desde

o início do ano

Eurodólar (Fecho) (7/05) 1,5371Var. Semana -0,63%Var. 2008 4,42%

EuroLibra (Fecho) (7/05) 0,7871Var. Semana 0,65%Var. 2008 7,33%

EuroIene (Fecho) (7/05) 161,80Var. Semana -0,45%Var. 2008 -1,90%

ÍndIcEs

PsI20 (Fecho) (7/05) 11294,07Var. Semana 2,90%Var. 2008 -13,25%

dowJones (Fecho) (7/05) 12952,6Var. Semana -0,44%Var. 2008 -2,35%

nasdaq (Fecho) (7/05) 1982,22Var. Semana 3,36%Var. 2008 -4,93%

Ibex (Fecho) (7/05) 14026,8Var. Semana 2,33%Var. 2008 -7,61%

dax (Fecho) (7/05) 7076,25Var. Semana 2,77%Var. 2008 -12,28%

cAc40 (Fecho) (7/05) 5075,31Var. Semana 1,97%

Var. 2008 -9,81%

PsI20

cAmbIALEurodóLAr

Euribor6m (Fecho) (7/05) 4,8790Var. Abs. Semana -0,0040%Var. Abs. 2008 0,1700%

Euribor3m (Fecho) (7/05) 4,8560Var. Abs. Semana -0,0010%Var. Abs. 2008 0,1660%

Euribor1Y (Fecho) (7/05) 4,9600Var. Abs. Semana -0,0050%Var. Abs. 2008 0,2060%

monEtárIoEurIbor6m

Petróleo (Brent) (7/05) 119,71Var. Semana 5,66%Var.2008 26,91%

ouro (Fecho) (7/05) 865,80Var. Semana 1,66%Var. 2008 3,91%

Prata (Fecho) (7/05) 16,55Var. Semana 2,60%Var. 2008 12,05%

mErcAdorIAsPEtróLEo

Santander Totta:posição cimeirano “cost to income” (42,5%)

sexta-feira, 9 Maio de 2008 37

Bolsa nacional esqueceu “subprime”

A praça nacional acabou por ter um mês de Abril bastante positivo, com

destaque para a Portugal Tele-com, a reagir ao facto de a “Oi” ter fechado o negócio para com-prar a Brasil Telecom, criando uma das maiores empresas de telecomunicações brasileira, e na qual a PT poderá vir a par-ticipar.

A banca também conheceu uma forte recu-peração, com destaque para o BES, que con-tinua a ser uma das acções pre-feridas dos in-vestidores e dos analistas pela sua solidez. Ou seja, os analistas con-tinuam a classifi-car o BES como uma acção so-bretudo defensiva, sustentando que tem um excesso de capital, alavancagem limitada, geração de resultados diversificada e uma estrutura accionista de-fensiva. O plano estratégico até 2010 recentemente anunciado veio cimentar essa ideia de cres-cimento sustentado, que muito agradou ao mercado nestes tem-pos de turbulência.

O sector financeiro está, no entanto, globalmente a ser im-pulsionado pelo bom compor-tamento a nível europeu e mes-mo do outro lado do Atlântico; de facto, apesar de as Bolsas americanas estarem em baixa, pressionadas pelas tecnológicas e pela queda da confiança dos consumidores, o sector finan-ceiro está em alta, sustentado pelos bons resultados da Ame-rican Express.

Aliás, as praças do Velho Continente foram animadas durante a segunda metade do mês que passou pelos resultados

acima das estimativas de algu-mas empresas, nomeadamente a Ericsson, a Volvo e a Samsung Electronics. A Ericsson registou o ganho mais acentuado desde há mais de duas décadas, en-quanto os títulos da fabricante de telemóveis subiram 27%, o que não acontecia desde Feve-reiro de 1987.

Ao longo do mês, a Bolsa por-tuguesa já chegou a esquecer

o “subprime” e brindou os in-vestidores com fortes ganhos, contagiado pelo clima vivido nos mercados ac-cionistas inter-nacionais, com vários títulos do PSI-20 a dispa-rarem mais de

5%: BES, BCP, Teixeira Du-arte, Portugal Telecom, Zon, Mota-Engil, Semapa e Soares da Costa.

maisum“spin-off”àvista

Este mês deu-se também a confirmação de Jorge Coelho como novo CEO da maior construtora nacional, o que em-polgou o título da Mota-Engil que se valorizou fortemente. Ajudou também a divulgação do início da construção de um empreendimento imobiliário em Angola no valor de 380 mi-lhões de euros, bem como o fac-to de no research “Iberian Small & Mid Caps 2008” do Santan-der a Mota-Engil surgir como a única empresa portuguesa que integra a lista de “value ideas”: empresas arriscadas mas com elevado potencial de retornos.

O mercado reagiu também positivamente ao anúncio do “spin-off ” da unidade de aços F. Ramada da Altri. A conclusão

da operação está agendada pa-raJulho. Os analistas acreditam que este “spin-off ” poderá ser um dos catalisadores da Altri, que reagiu com uma forte valo-rização após este anúncio.

A operação é justificada pela necessidade de maior transpa-rência nos seus negócios, permi-tindo assim uma maior visibili-dade à pasta e papel. Ou seja, como se encontra no comunica-do da Altri ao mercado: “a signi-ficativa dimensão atingida pela unidade de negócio de pasta e papel da Altri veio intensificar e tornar mais complexa a gestão e a implementação de estratégias específicas para este ramo de ac-tividade. Numa lógica de focali-zação e transparência dos negó-cios, torna-se imprescindível a separação das duas unidades sob gestão da Altri”. Com a separa-ção dos negócios, os accionistas da Altri vão receber uma acção da nova empresa, que passará a chamar-se Ramada Investi-mentos, por cada quatro títulos detidos da empresa de pasta e papel.

A“belaadormecida”sonae

As acções da ZON Multimé-dia subiram também em flecha com o anúncio do pagamento de um dividendo ordinário bru-to de 0,2 euros por acção, ao qual acresce um dividendo ex-traordinário bruto de 0,3 euros por acção. Por outro lado, e ape-sar das sucessivas negações por parte da ZON Multimédia, os analistas continuam a defender a complementaridade dos ne-

gócios da ZON e da Sonaecom, num cenário de fusão entre as duas partes.

Por falar em Sonae… os tí-tulos da família Sonae conti-nuaram a “penar” em Abril, havendo muitos analistas que as caracterizam como uma es-pécie de “Bela Adormecida” da Bolsa portuguesa, ao apresen-tarem grande potencial mas es-peram pelo “beijo do príncipe encantado” para despertarem do sono profundo em que mer-gulharam. Na verdade, a Sonae Indústria e a Sonaecom são as empresas que apresentam os mais elevados potenciais de valorização entre todas as em-presas do PSI-20; segundo as médias dos preços-alvo esta-belecidos por várias casas de investimento, a Sonae Indús-tria apresenta um potencial de apreciação superior a 100%.

Finalmente, nota para a esca-lada do preço do petróleo, as al-terações climáticas e a crescente importância das energias alter-nativas, que estão a colocar as acções das empresas de energia na berlinda. O preço do petró-leo continua a atingir máximos históricos, foram descobertas mais jazidas de crude no Brasil enquanto a EDP foi considerada uma das dez empresas mais “opá-veis” da Europa. Cenários mais do que suficientes para manter a atenção sobre este sector, que tem sido um dos menos penali-zados na Europa. Desde o início do ano o índice MSCI Europe recuou quase 14%, enquanto que o MSCI Europe Energy per-deu pouco mais de 5%.

martim Porto

A Bolsa nacional terminou o mês de Abrila ganhar terreno, em linha com as congénereseuropeias, essencialmente sustentada pelo sectordas telecomunicações e da banca. O mercado reagiu também positivamente ao anúncio do “spin-off ”da unidade de aços F. Ramada da Altri, com os analistas a acreditarem que este “spin-off ” poderá ser um dos catalisadores da Altri. Nota ainda para as acções EDP e Galp. Desde o início do ano o índice MSCI Europe recuou quase 14%, enquanto o MSCI Europe Energy perdeu pouco mais de 5%.

A banca nacional conheceu uma forte recuperação, com maior incidência no BES

PSI-20 recuPera eM abrIl coM bonS ventoS da euroPa

10,800

11,100

11,400

30-04 2-05 5-05 6-05 7-05

1.5300

1.5450

1.5600

1-05 2-05 5-05 6-05 7-05

4.87

4.88

4.89

30-04 2-05 5-05 6-05 7-05

100.00

115.00

130.00

30-04 1-05 2-05 6-05 7-05

4/1/08 5/7/0810600

10700

10800

10900

11000

11100

11200

11300

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www.concorrencia.ptA Autoridade da Concorrência, criada em 2003, suce-deu ao Conselho da Concorrência e à Direcção-Geral de Concorrência e Comércio, com poderes transversais sobre a economia portuguesa para aplicação das re-gras de concorrência, em coordenação com os órgãos de regulação sectorial. A Autoridade tem por missão assegurar a aplicação das regras de concorrência em Portugal, no respeito pelo princípio da economia de mercado e de livre concorrência, tendo em vista o fun-cionamento eficiente dos mercados a repartição eficaz dos recursos e os interesses dos consumidores, nos termos previstos na lei e nos presentes Estatutos. Criada à semelhança das entidades reguladoras anti-trust europeias e dos demais países desenvolvidos, goza de substancial independência, e pretende cons-

tituir-se como uma instituição de excelência entre os seus pares europeus.Com esta missão pretende controlar as estratégias em-presariais (cooperativa e concentrativa) e combater as práticas restritivas e abusivas com vista a assegurar um nível adequado de concorrência, identificar mercados em que a concorrência esteja restringida e promover soluções em benefício dos consumidores e que me-lhorem a eficiência, elevar a consciência pública sobre o contexto e benefícios da concorrência, proporcionar serviços ao governo, às agências de regulação e à sociedade, conformes com os padrões das melhores práticas a nível internacional.No site da Autoridade da Concorrência pode-se seguir todos os seus passos, desde a aprovação dos regula-mentos necessários para a defesa da concorrência às mais mediáticas emissões de recomendações e directrizes genéricas sobre os casos analisados e práticas seguidas, passando pelas decisões sobre as notificações de aquisições e fusões, dando a sua não oposição ou rejeição.

net.investidor

ricardo arroja

Pedro arroja Gestão de Patrimónios S.a.www.pedroarroja.com

Oportunidades em MaioO “Prós e Contras” desta semana teve como tema a su-

bida no preço das matérias-primas agrícolas. Há já várias semanas que o assunto é destaque nos jornais e noticiários. É natural. A subida no preço dos bens alimentares tem impacto no orçamento das famílias de recursos mais es-cassos. Ao mesmo tempo, o mercado de acções e o dólar recuperaram das perdas do início do ano, o que retirou algum brilho aos metais, nomeadamente, ao ouro. E, no campo dos combustíveis, o petróleo permaneceu em alta, levando a que algumas casas de investimento especulem já em favor do barril a 200 dólares a médio prazo. De resto, não é a análise do passado que dá dinheiro a ganhar. É a previsão do futuro. E o exercício a fazer é tentar prever de forma educada – a “educated guess”, tantas vezes lida nos meios de comunicação anglo saxónicos. Quem segue este rubrica já conhece a minha filosofia de gestão, por isso, já sabem que agora vos vou “massacrar” com alguns números no sentido de orientar essa minha previsão.

Primeiro, continuo optimista para o segmento das ma-térias-primas, mas novos investimentos neste domínio devem ser considerados com cautela. Nos últimos doze meses, terminados no final de Abril, o índice das matérias-

-primas – o CRB, cotado nos Estados Unidos – valorizou perto de 30%. Contudo, fê-lo com grande volatilidade. No total, seis meses positivos e seis negativos. A melhor performance mensal foi em Fevereiro – uma mais-valia de 11,7%, rendibilidade que neste índice apenas ocorre, em média, uma vez em cada 100 meses. E o pior mês foi Mar-ço, em que o CRB desvalorizou 6,3%. A inércia quantita-tiva é claramente favorável, mas a volatilidade é também bastante elevada. Assim, dada a progressão registada no último ano, talvez não seja má ideia começar a procurar oportunidades nos segmentos que, no universo das ma-térias-primas, se têm comportado menos bem nos meses mais recentes. Na minha lista temos à cabeça o ouro, a prata e o açúcar.

A forma mais fácil de investir no ouro é através da ne-gociação de instrumentos financeiros que incidem sobre esta mercadoria, em particular futuros sobre ouro. A ideia de comprar barras de ouro há muito que está ultrapassada. Nos últimos doze meses, os futuros sobre ouro cotados em Nova Iorque no NYMEX valorizaram 26%. Contudo, nos últimos dois meses, o preço do ouro apresentou menos- -valias em ambos e desvalorizou, cumulativamente, mais

sexta-feira, 9 Maio de 2008mercados38

de 10% enquanto o CRB, negativo em Março e positivo em Abril, apenas produziu uma perda residual de 0,5%. A correlação histórica entre as variações mensais de um e de outro é de 46%. E a elasticidade de longo prazo entre o ouro e o CRB é 1,43. Portanto, neste momento, a compra de ouro, com cobertura de risco através de futuros CRB ou até através de uma posição longa em futuros sobre o dólar, é, a meu ver, uma boa ideia. E se o ouro voltar a desvalori-zar em Maio, sobretudo se o fizer a ritmo decrescente face ao registado em Março e Abril, então é mesmo de comprar ouro sem cobertura alguma. Quanto à prata, o raciocínio é semelhante.

No caso do açúcar, a situação é talvez ainda mais atra-ente. Antes de mais, importa descrever a situação dos úl-timos doze meses. Nesse período, os futuros sobre açúcar valorizaram 20%. Cinco meses positivos e sete negativos. O melhor mês foi Fevereiro – uma mais-valia de 15%. E o pior mês foi Março, em que desvalorizaram mais de 18%. Nos últimos dois meses, Março e Abril, os futuros sobre açúcar perderam mais de um quarto do seu valor – 27%, para ser mais rigoroso. Ora, trata-se de uma desvalorização extraordinária face ao comportamento do índice CRB, em relação ao qual apresentam uma correlação de 42% e uma elasticidade de 2,98. A divergência relativa é bastante ele-vada. Contudo, “quando a esmola é grande, o pobre des-confia”, por isso, ao investir em futuros sobre açúcar será conveniente realizar a correspondente cobertura de risco através de uma posição curta em futuros CRB ou longa em dólar. A outra alternativa é adoptar uma postura mais conservadora e esperar por nova desvalorização do açúcar em Maio, em particular qualquer desvalorização inferior a 8% em módulo, que configuraria, na minha análise, um forte sinal de compra. Ufa, cansei!

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A Comissão Europeia, nas suas previsões de Primavera, estima que a Zona Euro crescerá 1,7% em 2008 e 1,5% em 2009, apon-tando para que a inflação se situe em 3,2% em 2008 e recue para 2,2% em 2009. No que toca a Portugal, a Comissão prevê um crescimento de 1,7%, uma infla-ção de 2,8% e uma taxa de de-semprego de 7,9% em 2008.

Na Alemanha, os dados pre-liminares da inflação em Abril apontam claramente para uma desaceleração na subida dos pre-

ços, tendo o IPC recuado 0,2% relativamente ao mês anterior e crescido 2,4%. No que ainda toca à inflação, a medida harmoniza-da à UE desacelerou para 4,2%, face a 4,6% no mês anterior. Para além disso, a primeira estimativa do Eurostat para a inflação da zona euro em Abril foi de 3,2%, consideravelmente abaixo dos 3,6% registados em Março. A confirmarem-se, estes números poderão levar a uma relativa des-compressão no discurso do BCE, apesar de não se esperarem cortes

de taxas nos próximos meses. Em França, a confiança dos

consumidores continuou a cair, atingindo um mínimo recorde de -37 pontos em Abril, face a -36 em Março. As vendas a retalho ca-íram 5,5% em Março, em termos mensais, reforçando as perspecti-vas de desaceleração da actividade económica no país, enquanto em Itália a confiança dos consumido-res caiu mais do que esperado, si-tuando-se em Abril em 86,9, face a 88,8 no mês anterior.

EUA crescem 0,6% no primeiro trimestre

O PIB nos Estados Unidos cres-ceu 0,6% no primeiro trimestre, na medida em que os fracos da-dos do consumo, que desacelerou para 1%, foram acompanhados de um crescimento bastante ele-vado das reservas das empresas e por uma queda no investimento. No segundo trimestre, a evolução do PIB irá ser penalizada pela ac-

tualização das reservas e poderá atingir valores significativamente mais baixos, apesar do pacote fis-cal que deverá incentivar o con-sumo das famílias.

Foram ainda divulgados hoje os dados do PMI de Chicago de Abril que indicam uma ligeira me-lhoria do índice geral (48,3) mas uma quebra significativa na com-ponente do emprego (35,3). A Fed baixou, como era esperado, a taxa de juro em 25 p.b. para 2%.

O presidente da Reserva Fede-ral veio também afirmar que as previsões económicas de curto prazo se deterioram, assumindo que o PIB, no primeiro semestre, desacelerará consideravelmente, admitindo-se mesmo a possibili-dade de uma ligeira contracção. Após um mês em que a turbu-lência nos mercados financeiros foi dominante, levando a Fed a intervir no mercado de forma contundente – foi criada Term Securities Lending Facilities, foi aberta a “discount window” a instituições do mercado primá-rio, a Fed ajudou à compra do Bear Stearns pelo JP Morgan e foi efectuado um corte nas taxas de juro de 75 p.b., para 2,25% –, Bem Bernanke expressou pre-ocupações quanto à evolução no curto prazo mas demonstrando optimismo quanto à evolução no médio prazo.

Ainda nos Estados Unidos, os indicadores da evolução do mer-cado imobiliário publicados esta semana apontam para o aumento significativo dos processos de hi-potecas iniciados, que cresceram 23% em termos trimestrais, assim como para a manutenção da ten-dência decrescente nos preços das habitações, na medida em que o indicador compósito de 20 cida-des S&P/Case-shiller diminuiu para 175,94, o que representou uma queda de -2,6% em termos mensais e de -12,7% em termos homólogos. Foi ainda divulgado

o indicador de confiança do con-sumidor do “Conference Board” que apresentou a leitura mais baixa em cinco anos em Abril, 62,3%.

Preço do petróleo testa os 120 dólares

Ainda que os fundamentos ma-croeconómicos apontem para o alívio das pressões altistas sobre o preço do petróleo, o preço dos fu-turos indicam que este continua-rá acima dos 110 dólares a médio prazo. De acordo com este mer-cado, no final deste ano, o crude cotará em tornos dos 113 dólares por barril, dos 108 em 2009 e dos 107 em 2010.

De acordo com o FMI, em 2008, a procura continuará a au-mentar (mais 1,8 milhões de bar-ris diários), enquanto a produção dos países da OPEP deverá esta-bilizar e a dos países não perten-centes ao cartel aumentará cerca de um milhão de barris, compen-sando apenas parcialmente o au-mento da procura.

Para além disso, também o au-mento dos custos de investimento poderão ser um factor a favorecer a estabilização do preço do petró-leo em níveis elevados. Segundo o FMI, no período entre 2004 e 2007, o investimento no sector petrolífero aumentou, em termos nominais, cerca de 70%. No en-tanto, em termos reais o compor-tamento foi diverso. Os motivos por detrás deste facto prendem-se com a escassez de equipamentos e de mão-de-obra qualificada. Fi-nalmente, o facto de muitos dos países produtores viverem condi-ções políticas conturbadas tenderá a limitar a apetência das grandes empresas petrolíferas em incre-mentarem os seus investimentos nessas regiões, funcionado como mais um constrangimento ao au-mento da oferta.

Martim Porto

Previsões de Primavera da Comissão Europeia

Zona Euro crescerá apenas 1,7%As previsões de Primavera da Comissão Europeia apontam, como se esperava, para uma desaceleração do crescimento na Zona Euro e para elevados níveis de inflação em 2008. Nos Estados Unidos, o PIB cresceu 0,6% no primeiro trimestre, na medida em que os fracos dados do consumo, que desacelerou para 1%, foram acompanhados de um crescimento bastante elevado das reservas das empresas e por uma queda no investimento.

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(valores em euros)PRIVATIZAÇÕES E OPV

Nota: * Preços corrigidos pelos “stock-splits” e aumentos de capital entretanto realizados** As cotações das acções da Brisa foram ajustadas, no âmbito do aumento de capital por incorporação de reservas efectuado pela empresa.

sexta-feira, 9 Maio de 2008 39mERcAdOS

EvolUção do PrEço do PEtrólEo (USd/Barril)

Fonte: Bloomberg

Privatizações Data da Privatização Capital Disperso Preço da OPV Corrigido (J) Preço Actual (J) Variação face OPV

Portugal Telecom 1ª fase 6/1/95 14.21% 2.79 7.95 184.54%

Portugal Telecom 2ª fase 6/11/96 6.66% 3.61 7.95 120.10%

Portugal Telecom 3ª fase 10/9/97 26.00% 7.45 7.95 6.68%

Portugal Telecom 4ª fase 7/12/99 3.84% 7.50 7.95 6.00%

Portugal Telecom 5ª fase 12/4/00 20.00% 9.40 7.95 -15.43%

Cimpor - 1ª Fase 7/4/94 20 .00% 1.51 6.05 301.21%

Cimpor - 2ª Fase 10/15/96 45.00% 1.98 6.05 205.88%

Cimpor - 3ª Fase 5/18/98 25.00% 4.05 6.05 49.17%

EDP - 1ª Fase 6/16/97 29.90% 2.16 4.21 94.91%

EDP - 2ª Fase 6/29/98 17.45% 4.29 4.21 -1.86%

EDP - 4ª Fase 7/3/00 25.00% 3.10 4.21 35.81%

Brisa - 1ª Fase 11/24/97 35.00% 2.42 9.56 295.20%

Brisa - 2ª Fase 11/9/98 31.00% 4.17 9.56 129.53%

Brisa - 3ª Fase 5/24/99 20.00% 4.35 9.56 119.77%

Brisa - 4ª Fase 7/16/01 4.00% 4.95 9.56 93.13%

Galp Energia 10/23/06 23.00% 5.81 16.29 180.38%

Portucel 3ª Fase 11/13/06 25.72% 2.15 2.38 10.70%

OPV’s Data da OPV Capital Disperso Preço da OPV Corrigido (J) Preço Actual (J) Variação face OPV

Lisgráfica 6/2/98 26.18% 20.95 0.14 -99.33%

Finibanco 6/22/98 21.13% 2.40 4.09 70.42%

SAG 7/13/98 25.00% 2.59 2.35 -9.41%

Orey Antunes 7/29/98 - 2.31 2.75 19.18%

ParaRede 6/28/99 31.50% 1.63 0.18 -88.97%

ZON Multimédia 11/16/99 23.55% 13.50 8.95 -33.70%

SonaeCom 6/2/00 20.99% 10.00 2.32 -76.80%

Impresa 6/6/00 30.00% 10.25 1.48 -85.56%

Novabase 4/7/00 33.00% 8.50 4.69 -44.82%

Ibersol 9/21/97 49.90% 2.00 7.76 288.00%

REN 9/7/07 - 2.75 3.42 24.36%

Grupo Media Capital 3/31/04 - 4.35 5.75 32.18%

SL Benfica 5/22/07 - 5.00 2.16 -56.80%

Martifer 6/26/07 33,33% 8.00 8.90 11.25%

Page 40: Agências de viagens mantêm competitividade na era da ...ve_ed1248... · e Alcácer do Sal. ... tecnológica e digital merecerão uma especial atenção. É ... De tantas e tão

fundos de investimentoDescrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAINDEXADAEURO F.I.M. Santander Multibond Premium 5.621 1.172 1.971 2.011F.I.M. Raiz Rendimento 6.015 1.140 1.078 1.284F.I.M. BPN Renda Mensal 4.978 1.084 2.172 2.374F.I.M. Santander MultiObrigações 5.956 1.068 1.716 1.706F.I.M. Esp. Santo Renda Trimestral 4.896 0.865 1.676 1.907F.I.M. Esp. Santo Renda Mensal 4.901 0.786 1.637 1.852F.I.M. Esp. Santo Capitalização 9.535 0.666 1.576 1.797F.I.M. Santander Multi Curto Prazo 5.287 0.308 1.029 1.094F.I.M. Montepio Obrigações 82.370 -0.053 0.975 1.169F.I.M. BPN Conservador 6.089 -0.414 1.646 2.046F.I.M. Caixagest Renda Mensal 4.699 -2.487 0.492 0.928F.I.M. Caixagest Rendimento 4.715 -2.608 0.273 0.699F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Variável 4.929 -2.740 0.245 0.973F.I.M. BPI Taxa Variável 7.414 -4.092 -0.014 0.894F.I.M. Millennium Rendimento Mensal 4.722 -4.563 -0.464 0.352F.I.M. Millennium Obrigações 6.522 -4.702 -0.516 0.250F.I.M. Millennium Obrigações Mundiais 13.604 -6.755 -1.228 0.579

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAINDEXADAINTERNACIONAISF.I.M. Finirendimento 5.159 1.288 1.502 1.856

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAFIXAEURO F.I.M. BPI Euro Taxa Fixa 11.432 4.424 1.299 2.528F.I.M. Esp. Santo Obrigações Europa 9.769 3.072 0.594 1.894F.I.M. Santander Multi Taxa Fixa 10.108 2.504 1.103 1.347F.I.M. Barclays Premier Obrig. Euro 9.158 2.293 0.678 2.211F.I.M. Montepio Taxa Fixa 62.934 1.676 -0.142 0.689F.I.M. Caixagest Obrigações Euro 8.974 1.215 -0.095 1.300F.I.M.Millennium Euro Taxa Fixa 10.342 1.131 -0.082 1.398F.I.M. Banif Euro Obrigações Taxa Fixa 6.110 -1.909 -1.328 0.392F.I.M. Millennium Obrigações Europa 5.586 -5.116 -2.056 0.568

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESTAXAFIXAINTERNACIONAIS F.I.M. Esp. Santo Obrig. Global 9.206 2.022 0.224 1.392F.I.M. Finibond Mercados Emerg. 10.917 -2.623 3.917 6.294F.I.M. BPI Obrigações A.R.A.R. 7.064 -8.140 0.302 4.584FUNDOS DE ACÇÕES NACIONAIS F.I.M. Banif Acções Portugal 6.773 -10.964 14.886 19.514F.I.M. Barclays Premier Acc. Portugal 17.083 -16.362 12.695 17.720F.I.M. BPI Portugal 17.649 -14.709 14.762 17.516F.I.M. Caixagest Accões Portugal 21.843 -15.871 11.284 16.712F.I.M. Esp. Santo Portugal Accões 7.997 -13.002 14.856 18.228F.I.M. Millennium Acções Portugal 19.954 -10.240 17.585 20.690F.I.M. Santander Accões Portugal 34.274 -13.727 16.366 20.853

FUNDOSDEACÇÕESDAUNIÃOEUROPEIA,SUÍÇAENORUEGA F.I.M. Banif Euro Acções 2.815 -10.555 9.017 9.752F.I.M. BBVA Bolsa Euro 3.148 -10.984 10.277 11.030F.I.M. BPI Europa Valor 23.556 -18.151 8.658 11.381F.I.M. BPI Europa Crescimento 13.590 -12.241 11.539 11.173F.I.M. Caixagest Acções Europa 10.132 -13.939 9.847 9.287F.I.M. Raiz Europa 4.375 -12.631 5.189 6.033F.I.M. Esp. Santo Accões Europa 12.290 -8.521 9.383 9.276F.I.M. Finicapital 8.374 -10.651 14.275 16.947F.I.M. Millennium Eurocarteira 12.702 -12.229 10.016 10.641F.I.M. Montepio Acções 129.849 -9.190 13.237 14.612F.I.M. Montepio Acções Europa 43.765 -9.854 10.527 11.693F.I.M. Santander Accões Europa 4.900 -13.414 10.259 11.224

FUNDOSDEACÇÕESDAAMÉRICADONORTEF.I.M. BPI América 4.713 -17.835 -1.698 0.254F.I.M. Caixagest Acções EUA 3.166 -13.440 2.153 3.059F.I.M. Esp. Santo Acções América 8.753 -2.962 5.983 7.223F.I.M. Millennium Acções América 2.423 -20.585 -0.484 0.009FUNDOS DE ACÇÕES SECTORIAIS F.I.M. BPI Tecnologias 1.054 -15.858 2.780 2.264F.I.M. Millennium Euro Financeiras 4.899 -25.632 7.424 9.192F.I.M. Millennium Global Utilities 6.830 -5.994 12.093 13.808F.I.M. Santander Euro Futuro Acções Def. 27.778 -9.523 9.545 11.033F.I.M. Santander Euro Fut. Banca e Seguros 25.265 -22.385 7.389 10.581F.I.M. Santander Euro Futuro Ciclico 32.619 -4.136 15.134 16.042F.I.M. Santander Euro Fut. Telec. 8.986 -10.365 7.008 8.677

OUTROSFUNDOSDEACÇÕESINTERNACIONAIS F.I.M. Caixagest Acções Emergentes 9.170 11.900 22.701 F.I.M.Millennium Mercados Emergentes 9.207 11.619 23.465 22.333F.I.M. Esp. Santo Mercados Emerg. 7.892 2.242 25.165 25.215F.I.M. Caixagest Acções Oriente 5.509 1.044 18.962 21.025F.I.M. BPI Reestruturações 7.181 -5.981 11.932 13.261F.I.M. Esp. Santo Acções Global 8.446 -6.334 8.270 7.387F.I.M. BPN Acções Global 6.031 -10.962 5.492 7.183

F.I.M. Finifundo Acções Internacionais 4.767 -13.458 7.737 9.233F.I.M. Millennium Acções Mundiais 9.595 -13.561 5.007 4.038F.I.M. Caixagest Acções Japão 2.636 -18.954 0.495 5.014F.I.M. Millennium Acções Japão 2.831 -21.139 -3.226 2.809

FUNDOSMISTOSPREDOMINANTEMENTEOBRIGAÇÕES F.I.M. BBVA Flexível* 5.089 -1.269 2.191 1.768F.I.M. BPN Optimização 6.132 -4.039 2.355 2.915F.I.M. Caixagest Estratégia Equilibrada* 5.643 -1.947 1.742 0.851F.I.M. Santander Multinvest 5.881 -2.127 2.282 2.868

FUNDOSMISTOSPREDOMINANTEMENTEACÇÕESF.I.M. BPN Valorização 6.644 -7.061 4.275 5.606F.I.M. Caixagest Estratégia Arrojada* 4.726 -4.820 3.880 F.I.M. Raiz Global 4.889 -4.916 3.149 2.957F.I.M. Finiglobal 6.928 -5.248 2.920 5.028

FUNDOSDEFUNDOSPREDOMINANTEMENTEOBRIGAÇÕESF.I.M. Barclays Global Conservador 7.355 -2.795 1.604 2.849F.I.M. Caixagest Estratégia Dinâmica* 6.423 -3.670 1.619 1.557F.I.M. Raiz Conservador 5.468 -1.805 2.962 3.020F.I.M. Esp. Santo Op. Conservadora* 5.585 0.855 2.087 2.512F.I.M. Esp. Santo Opção Moderada 5.195 -0.597 3.034 3.546F.I.M. Multi Gestão Prudente 50.423 -3.313 2.554 2.450F.I.M. Millennium Prestige Conservador 7.632 -1.427 3.192 2.974F.I.M. Millennium Moderado 7.490 -5.190 0.305 1.056F.I.M. Millennium Prudente 5.618 -4.061 0.249 1.000

FUNDOSDEFUNDOSMISTOS F.I.M. Barclays Global Moderado 11.787 -4.872 3.609 5.783F.I.M. Esp. Santo Opção Dinamica 4.609 -2.643 4.507 5.239F.I.M. Millennium Dinâmico 5.493 -11.217 2.410 3.198F.I.M. Millennium Equilibrado 4.908 -8.078 0.926 1.935F.I.M. Millennium Prestige Moderado 7.368 -5.045 2.473 3.061F.I.M. Millennium Prestige 2015 4.944 -8.002 2.891 3.933F.I.M. Millennium Prestige 2025 4.704 -11.999 3.662 4.733F.I.M. Multi Gestão Equilibrada 48.381 -5.127 4.416 4.133

FUNDOSDEFUNDOSPREDOMINANTEMENTEACÇÕESF.I.M. Barclays Global Acções 13.384 -8.937 8.939 F.I.M. Esp. Santo Top Ranking 6.269 -4.793 5.532 7.272F.I.M. Multi Gestão Dinâmica 39.359 -12.704 6.650 7.031F.I.M. Multi Gestão Mercados Emergentes 56.437 5.322 F.I.M. Millennium Prestige Valorização 7.536 -8.739 3.824 4.608F.I.M. Millennium Prestige 2035 4.413 -14.989 4.432 5.682

FUNDOSABERTOSCOMPROTECÃODECAPITALF.I.M. Fundo Garantido BBVA Ranking Plus 5.818 1.027 5.349 F.I.M. Fundo Garantido Extra 5 BBVA 4.930 -2.636 -0.584 F.I.M. Fundo Garantido IBEX BBVA 6.558 1.616 8.755 F.I.M. Fundo Garantido IBEX BBVA II 6.233 0.538 7.890

FUNDOSFLEXÍVEIS F.I.M. BPI Brasil 8.320 25.457 26.160 22.606F.I.M. BPI Global 7.087 -7.382 0.377 1.720F.I.M. BBVA Gestão Flexível Todo-o-Terreno FEI 5.227 -6.525 1.714 F.I.M. Espírito Santo Estratégia Activa 5.627 -0.683 3.662 F.I.M. Millennium Gestão Dinâmica 53.791 -9.971 5.627

FUNDOSÍNDICE F.I.M. BBVA PPA - F. Indice (PSI 20) 7.993 -7.408 15.625 16.487

OUTROSFUNDOS F.I.M. BPI Universal 6.541 -3.955 8.764 8.543F.I.M. Postal Acções 12.446 -13.769 11.954 17.149FUNDOS DIVERSOS

F.I.M.BBVATaxaFixaEuro 8.076 1.174 0.390 1.340F.I.M. Gestão Activa 6.243 -0.345 1.338 2.049F.I.M. PPA Finibanco 11.654 -11.155 14.001 16.684F.I.M. Millennium Investimento Taxa Fixa 6.645 3.882 0.849 1.922F.I.M. Montepio Renda Mensal 49.211 -0.771 0.697 1.040

FUNDOSPOUPANÇAACÇÕES F.I.M. Banif PPA 8.999 -10.611 16.253 20.305F.I.M. Barclays FPA 21.946 -16.089 14.342 19.558F.I.M. BPI PPA 18.948 -17.591 11.761 15.741F.I.M. Caixagest PPA 20.716 -15.623 12.439 17.930F.I.M. Raiz Poupança Acções 24.099 -9.659 17.296 19.698F.I.M. Esp. Santo PPA 18.665 -12.290 16.060 19.617F.P. ESAF PPA 8.268 -7.892 17.935 20.566F.P. PPA Acção Futuro 17.235 -9.749 15.226 17.480F.I.M. Millennium PPA 33.487 -9.239 19.267 22.186F.I.M. Santander PPA 44.467 -15.365 16.640 21.118

FUNDOSPOUPANÇAREFORMA

CATEGORIAA-Entre0%e5%deAcções F.I.M. Barclays PPR Rendimento 12.045 1.632 1.559 1.589F.P. Solidez PPR 5.422 1.460 1.654 1.510F.I.M. BPI Reforma Segura PPR 13.047 -1.926 0.262 1.267F.I.M. BPI Taxa Variável PPR 5.817 -1.134 1.394 1.965F.I.M. Millennium Reforma & Rendim. PPR/E 53.311 3.483 1.496 F.P. PPR Praemium S 14.562 -1.849 0.696 1.176F.I.M. Santander Poupança Premium FPR 5.785 1.450 2.712 F.I.M. Santander Poupança Segura FPR 6.253 1.047 2.332 2.616

CATEGORIAB-Entre5%e15%deAcções F.P. ESAF PPR Vintage 9.083 3.398 5.089 4.703F.P. PPR Garantia de Futuro 6.431 1.347 1.919 2.045

CATEGORIAC-Entre15%e35%deAcções F.P. Banif Previdência Privada PPR 10.803 -2.363 2.176 2.966F.I.M. Barclays PPR 13.166 -2.325 1.774 2.599F.P. PPR BBVA 10.063 -0.851 2.301 2.975F.I.M. BPI Reforma Invest. PPR 13.967 -2.859 3.016 4.270F.I.M. Raiz Poupança Ref./Ed. 8.493 1.036 1.789 3.068F.I.M. Espírito Santo PPR 14.492 -0.851 2.824 3.408F.P. PPR Platinium 6.519 0.448 4.535 4.164F.P. PPR 5 Estrelas 19.400 2.239 3.750 3.648F.P. PPR BNU Vanguarda 15.012 -2.075 2.078 3.050F.P. PPR Europa 7.783 -1.261 3.264 3.981F.P. Vanguarda PPR 6.783 -3.083 1.755 2.677F.I.M. Santander Poupança Invest. FPR 19.635 -1.892 2.979 3.558F.P. SGF Patr. Ref. Equilib. PPR (2) 6.917 -6.664 4.499 5.975F.P. SGF Patr. Ref. Prudente PPR (2) 1.382 -6.181 3.157 4.641

CATEGORIAD-Maisde35%deAcções F.P. CVI PPR/E 9.949 -0.064 3.353 3.752F.P. PPR Praemium V 17.820 -2.997 3.618 4.319F.P. SGF Patr. Ref. Acções PPR (2) 6.241 -7.139 6.519 OUTROS FUNDOS POUPANÇA REFORMA F.P. SGF Patr. Ref. Conservador PPR (2) 6.076 -4.574 2.658 3.744

FUNDOSDEPENSÕESABERTOS(AdesõesIndividuaiseColectivas)RENDIBILIDAEDESLÍQUIDASDECOMISSÃOEDEGESTÃO CATEGORIAA-Entre0%e5%deAcções F.P. Aberto Horizonte Segurança 8.326 0.717 1.568 2.511CATEGORIA B - Entre 5% e 15% de Acções F.P. Aberto Caixa Reforma Activa 12.110 0.100 2.888 3.000F.P. Aberto Esp.Sto Multireforma 9.221 -0.251 4.183 4.382

CATEGORIAC-Entre15%e35%deAcções F.P. Aberto Reforma Empresa 9.264 2.317 5.695 5.032F.P. Aberto VIVA 12.664 0.500 4.039 3.926F.P. Aberto Protecção 2020 5.334 0.360 F.P. Aberto Esp.Santo Multireforma Plus 5.537 0.059 F.P. Aberto BBVA PME’s 5.719 -0.180 2.948 3.154F.P. Banif Previdência Empresas 6.525 -0.267 4.035 4.651F.P. Aberto Turismo Pensões 6.201 -2.960 3.325 4.437F.P. Aberto Caixa Reforma Valor 5.348 -3.048 F.P. Aberto Horizonte Valorização 10.184 -3.481 2.987 4.181F.P. Aberto SGF Empresas (2) 9.809 -6.857 4.380 5.593CATEGORIA D - Mais de 35% de Acções F.P. Aberto Horizonte Valorização Mais 8.106 -5.089 3.578 5.599

FUNDOSDEPENSÔESABERTOS(AdesõesIndividuaiseColectivas)RENDIBILIDADESBRUTASDECOMISSÃODEGESTÃO CATEGORIAA-Entre0%e5%deAcções F.P. Aberto BPI Garantia (2) 10.794 2.367

CATEGORIAB-Entre5%e15%deAcções F.P. Aberto BPI Segurança (2) 15.297 1.924 4.127 5.112

CATEGORIAC-Entre15%e35%deAcções F.P. Aberto BPI Valorização (2) 14.250 0.694 5.907 6.665

CATEGORIAD-Maisde35%deAcções F.P. Aberto BPI Acções (2) 11.534 -2.498

FUNDOSINVESTIMENTOIMOBILIARIO(ABERTOS)AF Portfólio Imobiliário* 8.332 4.512 4.642 4.863Banif Imopredial 6.919 4.260 4.144 4.509BPN Imonegócios 6.873 3.849 3.887 3.975CA Patrimonio Crescente 11.268 4.483 Finipredial 8.266 4.301 3.765 3.722Fundimo 7.960 4.523 4.467 4.768Imofomento 5.487 4.704 4.571 4.673Imovest 9.645 2.985 3.901 4.560Novimovest 6.662 4.064 3.905 3.870VIP 9.377 5.004 5.132 5.129

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

Descrição Valor Valorização Valorização Valorização UP 1ano 3anos 5anos (%) (%) (%)

FUNDOSDEOBRIGAÇÕESNa fortíssima correcção sentida nas Bol-sas de todo o mundo, com a fuga das Bolsas para os mercados de obriga-ções, os fundos que mais beneficiaram com esta correcção foram os de menor risco, ou seja, os fundos de obrigações ou tesouraria. De entre esta tipologia de fundos aqueles que melhor performance registaram foram os de taxa fixa, dado o aumento da procura destes activos como refúgio aos investimentos.

FUNDOSDETESOURARIAOs retornos que proporcionam estes fun-dos continuam aquém dos outros produ-tos com risco semelhante (depósitos a prazo e certificados de aforro). No último ano, renderam em média 2%. Mesmo considerando o melhor fundo do merca-do num ano, o BPN Tesouraria, que tem uma rentabilidade de 2,9%, o retorno é reduzido. E se se considerar o pior fun-do da classe, o Millennium Curto Prazo, cujo retorno em 12 meses é inferior a 1%, os ganhos reais são francamente negativos. Perante retornos passados tão tímidos, a maior vantagem de utilizar es-tes produtos passa, sobretudo, por não ter de pagar comissão de subscrição nem de resgate.

FUNDOSDEACÇÕESDesde o início da turbulência financeira no Verão passado, os gestores portugue-ses estão a ter desempenhos ainda pio-res que o seu índice de referência. Em média, os fundos de acções nacionais

perdem 28,49% desde a eclosão da cri-se financeira, em Julho do ano passado, o que supera a desvalorização do índice PSI-20, que, no mesmo período, des-valorizou 23%. O mau desempenho da Bolsa de Lisboa, na actual turbulência internacional, está a afastar os gestores portugueses do seu mercado doméstico. Há dois anos que os fundos portugueses não investiam tão pouco nas empresas cotadas na bolsa nacional.

FUNDOSMISTOSDado a volatilidade vivida na Bolsa no ano que passou, o desempenho dos fundos mistos também se ressentiu. Apesar de estarem menos expostos ao sobe e desce das Bolsas do que os fundos de acções, os fundos mistos não conseguiram fugir totalmente à instabilidade dos mercados accionistas. Os desempenhos mais volá-teis foram, por isso, também mais acen-tuado nos fundos mistos agressivos, onde a percentagem de acções é maior.

FUNDOSDEFUNDOSOs fundos de fundos não estão a con-seguir escapar ao movimento correctivo sentido nos mercados financeiros, tendo acompanhado os principais fundos de acções na sua correcção face às per-formances positivas obtidas até então durante o ano de 2007/8. Ainda assim, fazendo jus ao facto de mitigarem o risco dos fundos que investem predominante-mente em acções, os fundos de fundos conseguiram, mais uma vez, moderar as quedas.

FUNDOSFLEXÍVEISOs fundos de gestão flexível beneficia-ram com a alteração do panorama nos mercados financeiros, isto porque o seu desempenho se caracteriza por não estar correlacionado com a evolução do valor dos activos. Os fundos flexíveis regista-ram um saldo positivo entre saídas e en-tradas de 350 milhões de euros, o que os coloca já como os terceiros produtos mais populares do mercado.

FUNDOSESPECIAISDEINVESTIMENTOO fundo que mais valorizou desde que os mercados financeiros começaram a der-rapar fortemente foi o Caixagest Energias Renováveis, um fundo especial de inves-timento (FEI) que aplica o capital em fundos de acções ou em projectos liga-dos às energias renováveis. No período da correcção, este FEI ganhou 1,46% e já está a subir 20% desde o início do ano.

FUNDOSPOUPANÇAACÇÕESAo saber-se, sem surpresa, que os fun-dos de acções foram os mais penalizados com a correcção que os mercados de ca-pitais conheceram, também se constata sem qualquer dose de surpresa que os FPA seguiram a mesma tendência. Mas menos notada em termos de correcção percentual da performance anual, o que reforça esta tipologia de fundos de entre os mais interessantes do mercado, pois dominam o “top 10” nacional em “bull market” e não saem de lá com movimen-tos correctivos.

FUNDOSPOUPANÇAREFORMA/EDUCAÇÃONos fundos de poupança as valorizações obtidas desde o início do ano passado justificam uma atenção especial por par-te de quem se preocupa com o seu futu-ro. Além disso, estes são produtos que gozam de vantagens fiscais. O BPI Taxa Variável PPR apresenta o menor retorno entre os fundos classificados com cinco estrelas pela especialista internacional de fundos, Morningstar.

FUNDOSDEPENSÕESABERTOSOs fundos de pensões portugueses ob-tiveram uma rendibilidade de 1,6% em Abril, o que permitiu baixar a perda de 2008 para 0,5%. A performance dos mercados accionistas explica o desem-penho no último mês. As obrigações deram um contributo neutro, com uma rendibilidade neutra em Abril, enquanto o imobiliário apreciou 0,4%.

FUNDOSIMOBILIáRIOSABERTOSOs fundos de rendimento, aqueles que distribuem os rendimentos gerados aos participantes de forma periódica, são naturalmente os que melhores perfor-mances apresentam, quando compa-rados com os fundos de acumulação/capitalização (reinvestem automatica-mente os rendimentos gerados pelas respectivas carteiras, não distribuindo rendimentos). O fundo imobiliário VIP do grupo SIL e o Imofomento do grupo BPI são os líderes de mercado desde há muito tempo.

fundos em análise

sexta-feira, 9 Maio de 2008mercados40

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Desde o início do século XXI, o petróleo e um sem-número de outras mercadorias têm registado ganhos substanciais.

Recordemos que o preço do barril de crude, atingido o seu preço mais baixo no Outono de 98 – entre 9 e 10 dólares – encontra-se actualmente a transaccionar perto dos 120 dólares.

Ao contrário do choque petrolífero dos anos 70 motivado pelos acontecimentos no Médio Oriente, nomeadamente a guer-ra israelo-árabe, a actual subida de preço “esconde-se” por detrás de questões estru-turais. Admitindo que os analistas estão correctos, e mantendo o actual ritmo de exploração petrolífera, as reservas existen-tes deste bem estarão esgotadas dentro de 40 anos. Ora, alinhando neste pressuposto, o valor do bem será incalculável, à medida que as reservas forem diminuindo, a sua es-cassez fará elevar o preço pela lei da oferta e da procura.

A solução estará no investimento em alternativas energéticas, como o nuclear, solar, eólica ou biodiesel, embora actual-mente não se configurem como verdadei-ros substitutos pela sua menor densidade energética.

Estaremos então condenados a ver o petróleo continuar a subir “ad eternum”? Atendendo a que a sua formação e acumu-lação no subsolo é um processo que pode demorar dezenas de milhões de anos, di-ficilmente o poderemos considerar um re-curso renovável eternamente. No entanto, quando se consideram as actuais reservas, levamos em linha de conta os conhecimen-tos tecnológicos actualmente disponíveis para a extracção deste minério, desprezan-

do o facto de a constante pesquisa e de-senvolvimento de tecnologia nesta matéria ter levado a progressos muito significativos nos últimos anos. Não só a nível de extrac-ção, mas também a nível de refinação com diminuição de perdas energéticas.

Pensamos também que a realidade que se nos apresenta obrigará a uma revolução de mentalidades, a qual demorará algum tem-po (gerações) a materializar-se, mas deve ser considerada aquando da formação do preço. Mudar a dependência da nossa vida ao petróleo é um desafio!

O desenvolvimento de novas fontes de energia será quão mais rápido quanto mais o preço do petróleo suba. Este maior in-vestimento em energias alternativas pode-rá pôr fim à escalada dos preços do crude. Alguns sinais recentes são encorajadores, como é o caso da produção de modelos hí-bridos pela indústria automóvel, o aprovei-tamento das oleoginosas para produção de biodiesel, o massificar dos parques eólicos, dos painéis solares, etc.

Quando olhamos para os fundamentais de uma empresa, devemos analisar o seu negócio actual, mas também perspectivar quais vão ser as condicionantes externas e qual a estratégia da empresa. Isto também deve funcionar quando analisamos os bens de consumo. Os avanços tecnológicos (pes-quisa e desenvolvimento), as transforma-ções na sociedade, as alterações nos hábitos de consumo e a possibilidade de substitui-ção do bem terão de ser considerados.

“Nunca saberás o que é bastante se não souberes o que é de mais” – William Blake

Será que a acentuada subida de preço do petróleo se prende apenas com fundamen-

tais?Na nossa perspectiva e ponderados todos

os aspectos enunciados acima, prós e con-tras, somos levados a pensar que não.

A especulação nos bens de consumo é uma realidade que ciclicamente se coloca, especialmente quando as taxas de juro es-tão baixas e as economias em crescimen-to. Isto leva ao aparecimento de bolhas especulativas que se traduzem em inflação neste tipo de bens. A adicionar à ciclici-dade natural temos a emergência de países como a China e a Índia, com um acentua-do crescimento económico e uma elevada dependência destes bens. Também com uma indexação ao dólar americano – tem caído bastante depois deste século – que se traduz na prática em maiores custos de im-portação, em inflação importada.

Teremos também de ponderar as altera-ções ocorridas durante a última década no sistema financeiro, nomeadamente a nível de fundos de investimento.

O aparecimento dos “hedge funds” revo-lucionou por inteiro a indústria. Impulsio-nados pelo “bear market” de 2000-2003, estes fundos especializaram-se na procura de investimentos alternativos que poten-cialmente produzissem resultados para os investidores não correlacionados com o mercado accionista. Atendendo a que os “yields” da dívida pública – habitualmen-te refúgio em cenários de crise – estavam também bastante baixos neste período e portanto pouco atractivos, estes fundos começaram a prestar bastante atenção às mercadorias. Apoiados numa boa história, a escassez dos recursos, começaram a pro-duzir investimentos especulativos volumo-

sos num mercado que habitualmente era dominado por “hedgers”, as grandes em-presas produtivas.

Actualmente crê-se que os “hedge fun-ds” gerem cerca de seis triliões de dólares, o que é superior à dívida pública america-na. Atendendo a que a diversificação em mercadorias, especialmente recursos natu-rais, tem vindo a aumentar, é lógico que o preço destes activos suba, uma vez mais produto da diversificação e, ultimamente, da especulação.

O cenário semiapocalíptico criado ajuda estes “hedge funds” a produzir resultados, mas tem profundas repercussões negativas na economia. A maior parte dos gestores depara-se com uma escalada de inflação, motivada pela subida dos bens alimentares e do petróleo.

Paralelamente, a crise “subprime” vivida nos Estados Unidos veio adicionar ainda mais “fuel” à especulação criada, por via da descida das taxas de juro. Para já, os espe-culadores estão a ganhar a guerra, embora para alguns analistas, o petróleo e outros bens estejam “overvalued”. No entanto, como dizia Goethe, “quando as ideias falham, as palavras são muito úteis” e os gestores dos “hedge funds” têm hoje em dia exposição e dimensão que lhes permite influenciar estes mercados.

Até quando e com que custos para o consumidor? Produzirá esta situação o fim do modelo capitalista como hoje o conhe-cemos?

Os “hedge funds” apenas aproveitam as ineficiências do mercado. Como sempre, acreditamos que o mercado encontrará o seu próprio equilíbrio…

(Não) há petróleo no Beato ?! PEDRO AZEVEDOAdministrador do Grupo Golden Assets

Num trimestre condicionado pela crise fi-nanceira internacional e em fase de correcção dos mercados, o Santander Totta apresentou 140 milhões de euros de resultados líquidos, o que corresponde a uma taxa de crescimen-to face a Março de 2007 de 7,5% . É óbvio o respectivo abrandamento se observarmos a taxa de crescimento de 20% no ano de 2007. Outros indicadores convergem também para o mesmo significado de contenção, como por exemplo o acréscimo de 4,3% no produto bancário gerado com clientes registado no 1º trimestre de 2008 face ao período homólogo anterior, comparando a variação positiva em 2007 da ordem dos 7 % .

Mas nestes indicadores relativos aos resultados há que destacar analiticamen-te as suas componentes preponderantes: em primeiro lugar, a margem financei-ra (que cresceu no 1º trimestre do ano mais 12,5% face ao 1º trimestre de 2007, quando a sua variação em 2007 tinha sido de apenas 7,6%); em segundo lugar, as comissões por serviços prestados a clien-tes que praticamente se mantiveram face ao 1º trimestre de 2007 (tinham decaído 3% durante o ano anterior) na sequência da política (com fortes campanhas) de adopção das “Comissões Zero” destina-da ao reforço da captação e vinculação da clientela.

Saliente-se pois o enfoque dado ao refor-ço da margem estritamente financeira, de-signadamente num contexto de forte rivali-dade e de aumento do custo do “funding”, o que de “per si” evidencia uma óptica de protecção da margem de intermediação so-

bretudo através, segundo revela o Banco, de uma criteriosa gestão dos “spreads”.

Ora esta óptica decorre da aposta na ac-tividade recorrente da banca comercial – os resultados da banca de investimento caíram 55% - que permitiu, mesmo num contex-to algo adverso, que o volume de negócios (credito+ recursos captados) tivesse cresci-do no 1º trimestre do ano a uma taxa de 5,8% face ao trimestre homologo do ano anterior, ligeiramente acima da respectiva taxa de 2007 (5,4%).

Se no âmbito da captação dos recursos a taxa de crescimento homóloga foi de apenas 1,1% (embora tenha ocorrido uma transferência de recursos fora do balanço para depósitos de clientes), já na área do crédito destaca-se o prosseguimento duma estratégia de penetração no segmento em-presarial, continuando o crédito a empre-sas e negócios a crescer em termos anuais cerca de 17% (23% para negócios/micro-empresas e 13% para médias empresas). Com efeito, e segundo revela o Banco, é de destacar neste primeiro trimestre de 2008

a actividade da Rede de Empresas não só pelo incremento do crédito e pelas acções bem sucedidas de captação e vinculação da clientela mas também pelo crescimento sustentado do produto bancário específico (+11%) assente na protecção da margem financeira. Acresce a forte produção do crédito especializado, nomeadamente o leasing (mais 31%) e o factoring e confir-ming (+ 27%).

O Santander Totta que detém uma quo-ta de mercado superior a 12% no crédito a particulares, o qual representa 58,5% do crédito concedido pelo Banco, mas eviden-ciando em Março 08 um crescimento anu-alizado de apenas 8,4%, define agora como alvo estratégico o segmento das empresas, onde a quota de mercado ronda os 6%.

Ao mesmo tempo que vem sendo refor-çada a penetração comercial no domínio do crédito, também tem o Banco asse-gurado proactivamente a manutenção de indicadores muito favoráveis em termos do sistema bancário nacional no que toca à qualidade do credito, já que o rácio de

crédito vencido há mais de 90 dias situa-se no confortável patamar dos 0,58%, contra 0,61% em Março 07, e a cobertura deste crédito por provisões é de 295%!

Entramos aqui no domínio da “forte retaguarda” do Santander Totta, expressa na já referida qualidade do credito e no provisionamento no balanço, bem como na solidez financeira (o “core capital” é de 7,4%) e no rácio de eficiência (os custos operativos com amortizações representam no período em análise 42,6% do produto bancário, quando por exemplo no BES os valores apontam para 50%) assegurado por uma efectiva contenção de custos (+2,2% no 1º trimestre do ano quando comparado com trimestre homologo do ano anterior), apesar do crescimento significativo da rede de balcões. A que acresce o elevado “rating” atribuído à instituição, o melhor da banca privada em Portugal.

E são estes factos naturalmente poten-ciados pelas economias de escala advindas da inserção num grande grupo financei-ro mundial e desde logo a capacidade de “funding”, que constituem as defesas que podem de imediato assegurar o reforço do ataque (agressividade comercial competiti-va) e deste modo dinamizar num contexto adverso o apoio ao tecido empresarial por-tuguês.

Apetece, pois, porque apropriada, uti-lizar uma linguagem “futebolística”: as equipas marcam golos e ganham os jogos se alicerçadas em defesas sólidas...

Linguagem esta que o Santander Totta tem muito boas condições para adoptar.

Crescimento de 23% no primeiro trimestre de 2008

Santander Totta reforça apoio às pequenas empresas

sexta-feira, 9 Maio de 2008 41mercados

CustOs COntiDOs AbAixO DA MéDiA

Custos operacionais (com amortizações) em % do produto bancário(valores em percentagem)

Fonte: Santander Totta. Nota: A média para o conjunto dos cinco maiores bancos nacionais ultrapassa os 55%

Dez./06Março/07

Dez./07Março/08

4742.5

44.542.6

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invalidez dos proponentes, bem como o seguro de protecção ao crédito, também na Allianz Portugal. Este último seguro garante o reembolso das prestações em caso de incapacidade temporária para o trabalho por doença e/ou acidente, desemprego involuntário e salários em atraso e hospitalização. Note-se, no entanto, que ficam isentos de seguros os créditos garantidos com penhor de aplicações financeiras.

Taxa de 5,75% para clientes fiéis

Para negociar a taxa mais reduzida de 5,75% o mutuário tem de criar o seu estatuto de cliente fiel, pelo que certamente que terá de apresentar um portefólio de produtos BPI para poder alcançar essa taxa mínima. Ou seja, caso não tenha crédito à habitação, conta-ordenado ou domiciliação de ordenado, cartão de crédito, ordens permanentes de pagamento (água, electricidade, etc.), planos de poupança e/ou aplicações financeiras no BPI, muito dificilmente ser-lhe-á fixada uma taxa de juro de 5,75% no crédito pessoal. Outra condição de possível aplicação de uma taxa mínima de 5,75%: clientes com um património financeiro superior a 150 mil euros, sendo que, nestes casos, os proponentes com esse património financeiro podem optar entre uma taxa fixa de 5,75% ou taxa variável indexada à Euribor a 3, 6 ou 12 meses (média do último mês) acrescida de “spread” de 1,25%.

uma TAEG de 5,584% para um financiamento de 30 mil euros, a 120 meses, com uma taxa de juro fixa de 5%, o que se compaginava com mensalidades desde 10,70 euros, por cada mil euros de financiamento.Atente-se que, tal como acontece em qualquer crédito pessoal, os custos atrás não incorporam os seguros obrigatórios. No caso do Crédito Pessoal BPI, é obrigatória a constituição de um seguro de vida na Allianz Portugal com cobertura do valor inicial em dívida, em caso de morte ou

A nossa análise

“Crédito Pessoal BPI”: prestação de 11,09 euros = taxa média de 7,5%O BPI é, provavelmente, o banco que com maior regularidade publicita o seu crédito pessoal. Vai alterando é a forma de o promover. No início do ano lectivo escolar destacou a taxa de juro de 5% que podia ser atingida por via da fidelização. Agora fá-lo através de uma prestação indicativa de 11,09 euros, que tem implícita uma TAEG de 6,41%. Em Setembro essa prestação era de 10,7 euros.

As principais vantagens do “Crédito Pessoal BPI” encontra-se no amplo leque de montantes, prazos até 10 anos, podendo ser usado para qualquer finalidade e a uma taxa competitiva – cerca de 7,5% em termos médios –, passível de bonificação em função do relacionamento comercial com BPI.

Conselho

marTim [email protected]

Banco Bpi aposta forte no crédito pessoal

A comunicação para o exterior do Banco BPI da sua oferta para particulares tem-se focalizado bastante no crédito pessoal. Fazendo jus a esta aposta, o banco liderado por Fernando Ulrich apresenta uma das mais vantajosas e competitivas soluções de crédito pessoal do mercado, com crédito para qualquer finalidade com uma prestação mínima mensal de 11,09 euros.A prestação fixa tem implícita uma TAEG de 6,41% para um financiamento de 30 mil euros e a 120 meses, o que se compagina com mensalidades desde 11,09 euros, por cada mil euros de financiamento. O Crédito Pessoal BPI pode ser contratado por prazos até dez anos e montantes até 30 mil euros.Mas se a solução do Banco BPI continua a ser competitiva face aos bancos congéneres, importa sublinhar que a solução de crédito pessoal está mais cara face ao que era oferecido há pouco menos de seis meses. Nessa altura aproveitando o início do ano lectivo, o Banco BPI oferecia uma taxa de juro de 5% que tinha implícita

o crédito pessoal deve ser sempre abordado com os pés bem assentes na terra. o mesmo é dizer que a construção do custo total com o empréstimo não passa apenas pela taxa de juro. As comissões também pesam, bem como os seguros associados à constituição do empréstimo. Faça, por isso, a soma de todos esses custos para formar o “all-in” final. e esse valor pode ser bem diferente dos médios 7,5% de taxa de juro.

Conselho

sexta-feira, 9 Maio de 2008merCAdos42

LJ Carregosa/GoBulling com desempenho superior à média do mercado

A LJ Carregosa/GoBulling (online) assu-me-se como a sociedade “não banco” com melhor desempenho comparativo no mer-cado de capitais. A afirmação dos seus res-ponsáveis decorre dos resultados obtidos no primeiro trimestre.

A actividade no mercado à vista aumen-tou 32%, contrariando a descida de 15,4% do mercado. No segmento online, a Go-Bulling transaccionou mais de 382 mi-lhões de euros, tendo aumentado a quota de mercado para 7,9%, “obtendo o maior crescimento absoluto, face aos restantes

intermediá-rios finan-ceiros”. Nos warrants, o a c r é s c i m o foi de 85% no volume transaccio-nado, contra

a queda de mais 22% no mercado. No mercado de derivados negociados

online, em Março teve o melhor desempe-nho, em termos relativos e absolutos, face aos demais operadores de mercado. Foram registados 2816 pedidos de contacto, cerca de 3600 downloads da plataforma de si-mulação GoBulling Pro e a actividade da LJ Carregosa/GoBulling aumentou 33%, em termos de aberturas de contas.

A Inapa, empresa distribuidora de papel, teve um resultado líquido de um milhão de euros no primeiro trimestre, mais 94% do que em período homólogo do ano passado. As perspectivas da admi-nistração são optimistas para o segundo trimestre.

Refere a empresa que houve, nos três primei-ros meses, uma melhoria considerávelo da eficiência operacional, o que se traduziu numa des-cida de quase 12% nos custos operacio-nais, sendo que os encargos com pessoal registaram uma redução de 40%. O EBI-

TDA apresentou uma melhoria de 4,1% para 4,3%, o que se cifrou em cerca de 11,6 milhões de euros. As vendas foram favorecidas pelo aumento do preço médio do papel e pçelo reforço nas vendas de outros produtos.

Para o segundo trimes-tre, a Inapa espera manter o bom desempenho dos três meses anteriores, tendo em conta o comportamento da

empresa a nível operacional, assim como a gestão dos capitais afectos, com as novas áreas de negócio a aumentarem o seu peso na globalidade do grupo.

Inapa ganha um milhão no primeiro trimestre

CGD lança obrigações a dois anos

A CGD está a disponibilizar obrigações de caixa ao portador, a dois anos, com pagamento trimestral de juros e capital garantido na maturidade. Trata-se de um produto que surge no âmbito das come-morações dos 132 anos da Caixa Geral de Depósitos, um instrumento financeiro não complexo e com um perfil de investimento prudente.

As obrigações decorrem mediante subs-crição pública, até 28 de Maio, podendo encerrar antes caso o montante máximo de emissão seja atingido. O valor nominal de

cada obrigação é de 50 euros, num míni-mo de mil euros e máximo de 50 mil. O reembolso das obrigações far-se-á na data de pagamento do íltimo cupão e será re-alizado ao par. O acesso é exclusivo para detentores de crédito à habitação e/ou com cartão de crédito/débito diferido. Foi soli-citada a admissão da cotação das obriga-ções à Euronext Lisbon.

Com um dividendo por acção de 16,3 cêntimos, a REN registou, no ano passado, um “dividend yield” de 4,8%, o mais ele-vado do sector na Península Ibérica e um dos mais elevados entre as empresas congé-neres no resto da Europa.

No exercício passado, a REN teve uma cotação média por acção na ordem dos 3,43 euros, tendo apresentado uma evolu-ção da sua cotação em 24,55%, contra os

9,85% da Enagás e os 22,9% da REE, as duas concorrentes espanholas.

A empresa nacional prevê distribuir os seus dividendos aos accionistas a partir de 28 de Maio. Associado a este “dividend yield”, a REN apresenta, ainda, um re-sultado líquido de 145,2 milhões de eu-ros, um EBITDA de 310,5 milhões e um investimento de cerca de 250 milhões de euros.

REN com maior “dividend yield” da Península Ibérica

A distribuidora de papel aumentou a eficiência operacional

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xetra dax

Olhando para a inflação e para a evolução do pe-tróleo, percebe-se que a margem de manobra para des-cida das taxas por parte do BCE é baixa, não sendo de esperar que tal suceda antes do último trimestre

de 2008. Mesmo assim, esse cenário tem uma probabilidade pequena.

Esta semana, foi divulgada a inflação no produtor europeu, voltando a sair alta

e acima das expectativas. Com efeito, os preços para os produtores subiram mais 0,7% em Abril, resultando numa subida anual de 5,7%.

Esta subida irá, por um lado, resultar em maior pressão nos preços do consumidor e, por outro em maiores dificuldades para as empresas que não tenham capacidade de passar estes aumentos para o retalho, dada a frágil situação de vendas. É exactamente este aspecto das vendas que induz alguma esperança na possibilidade de corte de ta-xas em 2008. Esta manhã, o gabinete de estatísticas da UE reportou uma quebra mensal de 0,4% nas vendas a retalho da Zona Euro, quando os analistas aguarda-

vam uma recuperação de 0,2%. Com estes valores verifica-se uma diminuição anual de 1,6% nas vendas face a uma expectativa de uma quebra de apenas 0,6%.

Já na sexta-feira os dados do retalho na Alemanha tinham dado uma indicação negativa ao registarem uma descida men-sal de 0,1%.

Bem pior está a Espanha, que apresen-tou, terça-feira, valores muito negativos quer de produção industrial quer de em-prego, surpreendendo os analistas com a velocidade com que a economia se tem estado a deteriorar. Na Alemanha, as en-comendas à indústria de Março caíram 0,6%, pior do que o esperado.

As taxas fixas têm vindo lentamente a cair, dada a maior expectativa da necessi-dade de um corte de taxas na Zona Euro.

No entanto, esta queda tem vindo a ser moderada por alguns comentários nos EUA que sugerem a possibilidade de a Fed poder que vir a subir taxas a médio prazo, dada a pressão inflacionista.

O pouco espaço para a subida de taxas pelo BCE e a possibilidade de a situação do mercado monetário se ir normalizando ao longo dos próximos meses levam-nos a pensar que não é atractivo cobrir a longo prazo aos actuais preços de mercado.

Análise produzidA A 22 de Abril de 2008

Filipe [email protected]

eur/Usd confirma topo a 1.60

Mercado Monetário interbancário

Mercado cambial

Yield curve euro e dólar euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Yield 10 anos euro benchmark

EUR/USDParece confirmar-se o “false-

break” acima de 1,59 dólares. A quebra da linha de tendência um pouco acima de 1,57 confirmou este cenário, pelo que foi efecti-vamente construído um “topo” acima de 1.60.

O Eur/Usd tem agora um

suporte importante perto de 1,5330, que, se for quebrado, levará o dólar a testar níveis per-to de eventualmente perto de 1,50/1,52 dólares.

A tendência de médio prazo permanece ainda de alta no Eur/Usd, mas está agora mais amea-çada.

EUR/JPYHá duas semanas, o Eur/Jpy

quebrou a barreira psicológica dos 160 e posicionou-se rapida-mente para a quebra das resistên-cias seguintes nos 162,50, 164 e 165 ienes.

No entanto, o “cross” foi ven-dido perto dessa última resistên-cia e pode dizer-se que, tal como no Eur/Usd, foi estabelecido um topo relevante para o curto pra-zo.

O mais provável é que o Eur/Jpy registe perdas adicionais, so-bretudo após uma eventual que-bra de 161,40 ienes. Suportes seguintes nos 159,60 e 158,30 ienes.

EUR/GBPApós semanas de máximos his-

tóricos consecutivos, o Eur/Gbp entrou em correcção técnica após o teste a 0,81 libras por euro.

Nesta semana o “cross” encon-

análise técnica - psi-20 - xetra dax

EUR/USD 1.5430 -0.71% -2.42% 4.82%

EUR/JPY 159.83 -1.72% 1.56% -3.09%

EUR/GBP 0.7887 -0.19% -0.90% 7.54%

EUR/CHF 1.5917 -1.42% 1.14% -3.81%

EUR/NOK 7.8545 -1.50% -2.44% -1.30%

EUR/SEK 9.2953 -0.66% -1.08% -1.55%

EUR/DKK 7.4586 -0.05% 0.02% 0.00%

EUR/PLN 3.4229 -0.83% -2.81% -4.75%

EUR/AUD 1.6312 -1.82% -5.90% -2.66%

EUR/NZD 1.9644 -1.74% -2.17% 3.26%

EUR/CAD 1.5462 -1.45% -4.71% 7.01%

EUR/ZAR 11.6126 -1.76% -9.36% 15.78%

EUR/BRL 2.5652 -2.94% -6.90% -1.20%

Taxas MMIT/N 3,951W 4,202W 4,231M 4,292M 4,573M 4,756M 4,819M 4,811Y 4,81

condIções dos bancos cenTraIs daTa

EuroRefinancingRate 4,00% 26/06/07bce EuroMarginalLending 5,00% 26/06/07 EuroDepositFacility 3,00% 26/06/07

eUa FEDFunds 2,00% 30/04/08r.UnidoGBPrimeRate 5,00% 10/04/08suíça TargetLibor3M 2,75% 13/09/07Japão RepoBoJ 0,50% 21/02/07

eUro fra’sForwardRateAgreementsTipo* bid Ask1X4 4,760 4,7903X6 4,650 4,6601X7 4,695 4,7253X9 4,642 4,6526X12 4,445 4,47512x24 4,112 4,142*1x4-Períodoterminaa4meses,cominícioa1M

eUro IrsInterestSwapsvsEuribor6Mprazo bid Ask2Y 4,513 4,5283Y 4,412 4,4285Y 4,513 4,3878Y 4,477 4,49210Y 4,581 4,59620Y 4,903 4,92330Y 4,793 4,813

evolução euribor (em basis points) 17.Mar.08 29.abr.08 08.abr.08

1M 4.332% 4.280% 0.052 4.156% 0.1763M 4.658% 4.743% -0.084 4.603% 0.0551Y 4.957% 4.684% 0.273 4.613% 0.344leIlões bce LastTender 29.Abr.08MiniumBid 4,00%MarginalRate 4,26%

psi-20Oaspectotécnicodoprincipalíndiceda

bolsanacionalcomeçaasermaispromete-dor.Apesardeseralgoprematuroespecu-larsobreosefeitosdeummovimentoqueaindanãoaconteceu,émuitoprovávelqueoPSI20quebreos11240pontosemalta,o que abriria caminhopara os “mais” se-rios”11450/11500pontos-actualresis-tênciamaisrelevanteemáximosde2008.

Ossuportesaconsiderarnestafasesão10470e10750pontos,masglobalmente,o“outlook”émaispositivo,peloeatribuímosuma maior probabilidade a um cenário dealta.

XeTrA dAXTambém no DAX o panorama técnico é

animador, mas, neste caso, o índice já seencontraatestarosmáximosdoano–nos7100pontos.

Se vierem a ser quebrados, parece ficarem aberto uma visita no curto prazo aos7300pontos.

Mesmoqueotesteaos7100pontosnãotenhasucessoimediato,enquantooDAXes-tiveracimade6850pontos,atendênciaédealtanocurtoprazo.

Resistências:7100,7300/7350e7440pontos.

Suportes:6970,6850e6650pontos.

FiXinG Variação Variação Variação 07.Maio.08 semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)

coberturas pouco atractivas

psi-20

trou suporte nos 0,7780, que ser-vem agora de referência para o curto prazo.

Esperamos agora um período mais “lateral” nesta fase. Primei-

ra resistência a 0.7950. Em caso de os 0,7780 cederem em baixa, fica aberto o caminho para uma visita à zona de 0,7650 libras por euro.

sexta-feira, 9 Maio de 2008 43mercados

4.540

4.640

4.740

4.840

4.940

01-Feb 02-Mar 01-Apr

3.7

3.8

3.9

4.0

4.1

4.2

4.3

4.4

Oct Oct Nov Dec Jan Feb Mar Apr2.00

2.50

3.00

3.50

4.00

4.50

5.00

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y

EUR

USD

eur/dólar

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consultório financeiro

Foram assim tão maus os resultados do pri-meiro trimestre deste ano da Sonaecom?

Os prejuízos já eram esperados, contudo ao atingir os 5,5 milhões de euros, que, ainda assim, representam uma melhoria de 8% face ao período homólogo de 2007, foi pior que o esperado pelos analistas, com o aumento dos custos acima das receitas a ditar a deterioração das margens.A Sonaecom explica a descida das margens com o aumento dos custos de marketing e vendas nos negócios de telecomunicações, os custos associados à integração dos ne-gócios adquiridos, o impacto negativo das tarifas mais baixas de “roaming-in”, o au-mento das venda de produtos de tecnolo-gias de informação, na área de Software e Sistemas de Informação (SSI), geradores de menores margens. Recorde-se que a empresa procedeu à compra do negócio da Tele2 em Portugal e do negócio de particu-lares da Oni, aquisições que permitiram à empresa aumentar a presença no negócio fixo, tendo ainda efectuado o lançamento da nova imagem da Optimus que provocou um aumento nos custos de marketing em mais 39,5% para 26,5 milhões de euros. Os custos operacionais totais da Sonaecom cresceram, assim, 23,6%, para 201,1 mi-lhões de euros, um aumento que foi supe-rior ao das receitas e explica a queda das margens. Por áreas de negócio, registe-se na Opti-mus um EBITDA de 33,1 milhões de eu-ros, que representa uma redução de 1,9 milhões, explicada pelo aumento dos cus-tos de marketing e vendas, no trimestre, e pelo impacto negativo da redução das tari-fas de “roaming”. No fixo, o EBITDA foi de 2,5 milhões de euros, um aumento de 2,3 milhões de euros, reflectindo claramente as economias de escala do crescimento orgânico continuado no negócio de acesso directo. No “Público”, o EBITDA foi ainda negativo em 1,2 milhões de euros.

Para além do investimento que foi anun-ciado como “leit motiv” para o crescimen-to futuro.

De facto, a penalizar ainda as contas es-teve o aumento do investimento, que a empresa atribui melhoria da qualidade da rede móvel e no reforço da posição de lide-rança na banda larga móvel. O investimen-to (“capex” operacional) subiu 13,8% no primeiro trimestre, para 32,7 milhões de euros, resultado dos elevados investimen-tos na área de negócio móvel, como refle-xo da decisão de acelerar a expansão da cobertura e capacidade da rede 2G/3G, de forma a melhorar a qualidade do serviço e consolidar a nossa posição de liderança na banda larga móvel.A dívida líquida consolidada, no final do primeiro trimestre, era de 343,7 milhões de euros, um aumento de 33,9 milhões de euros, em comparação com o final de

2007, reflectindo, principalmente, a evolu-ção do “free cash flow” no trimestre.

Como estão os analistas a reagir a esta conjuntura da Sonaecom?

As acções da Sonaecom foram fortemente penalizadas depois do Crédit Suisse ter re-visto em baixa a recomendação da empre-sa para “neutral” e o preço-alvo para 2,80 euros. O banco de investimento suíço assi-nala no seu “research” que as perspecti-vas de resultados para a Sonaecom podem estar em risco se os níveis de concorrência permanecerem intensos no próximo ano.Contudo, apesar desta reavaliação em bai-xa do papel da Sonaecom, em Portugal o banco de investimento diz que continua a preferir a Sonaecom face à Portugal Tele-com, assinalando que a Sonaecom deve continuar a beneficiar com a liderança na banda larga móvel, que recentemente au-mentou também a previsão do número de clientes da Optimus em 4% para reflectir esta tendência.Por outro lado, os analistas também têm vindo a aumentar as estimativas de subs-critores da Optimus, acrescentando que se pode ver um crescimento superior ao estimado nas margens da Optimus, caso o regulador de mercado (Anacom) opte por uma redução assimétrica das taxas de terminação. Mas, para além da Optimus, também, algum destaque tem merecido o negócio da rede fixa da Sonaecom, o qual tem agora escala, pelo que poderá de agora em diante vir a contribuir para a manuten-ção de um EBITDA positivo. Recorde-se que o Crédit Suisse tem uma recomendação de “underperform” para a PT, com um preço-alvo de 7,40 euros (abaixo da actual cotação) e para a Sona-ecom a recomendação é de “neutral” e o preço-alvo foi revisto de 3,50 euros para 2,80 euros.

Martim Porto

Sonaecom com “price-target” revisto em baixa

A acção da Sonaecom continua entre os títulos do PSI-20 que têm sido mais penalizados neste amargo 2008 bolsista. As perdas acumuladas desde o início do ano já ultrapassam os 30%. Nas últimas sessões a acção “Telecom “ do grupo Sonae foi pena-

lizada, sobretudo, pelos resultados líquidos negativos acima do esperado no primeiro trimestre do ano e ao “research” do Crédit Suisse onde a avaliação do título foi revista em baixa: o preço-alvo das acções caiu de 3,5 para 2,8 euros.

BCP disponibiliza portal

sobre mercados financeiros

O millenniumbcp.pt disponibiliza na sua página “mercados do dia” conteúdos multimédia para que os clientes possam acompanhar os mercados financeiros em directo. É uma nova funcionalidade que permite o acesso a vídeos com comentá-rios, que antecipam a abertura das bolsas e o essencial do comportamento e fecho dos principais mercados financeiros

A página possibilita a consulta diária, sem custos, de toda a informação neces-sária para quem pretende investir. Um ví-deo está disponível antes da abertura do mercado, com indicação dos principais temas que irão marcar o dia e com in-formação sobre o fecho de “Wall Street”. Há também um vídeo sobre o fecho das principais bolsas. Nos tópicos do dia são abordados os principais temas que mar-cam a actualidade financeira.

Em “notícias Dow Jones” é possível ob-ter notícias com actualização automática durante todo o dia. Nos comentários de mercado são actualizados os principais movimentos dos mercados accionistas. É apresentada a notícia do dia em “hot sto-cks” e apresentadas em detalhe as notícias de empresas de referência. No “diário de acções” pode-se encontrar o fundamental da informação financeira.

Factores de produção afectam resultados

da PortucelA Portucel, empresa de pasta e papel,

obteve um volume de 300,6 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 7,5% do que em igual período do ano passa-do. O desempenho favorável terá resul-tado do aumento do volume de vendas, de pasta e papel, e da evolução positiva dos preços.

No entanto, o EBITDA teve um recuo de 9,7%, o que ficou a dever-se ao agra-vamento acentuado dos custos de alguns factores de produção, com destaque para a madeira e os produtos químicos. Houve ainda a necessidade de recorrer à importa-ção de quantidades significativas daquela matéria-prima. Assim, os resultados ope-racionais foram de 62,1 milhões, cerca de 5,5% abaixo do período homólogo do exercício anterior. Os resultados líquidos foram idênticos ao ano passado, na ordem dos 39,4 milhões de euros. O investimen-to foi consideravelmente reforçado, ten-do em conta a construção de uma nova fábrica de papel em Setúbla. A empresa garante que existe robustez financeira.

As perspectivas para este ano caracteri-zam-se pela incerteza quanto à evolução cambial, ao aumento efectivo de capaci-dade a nível global e à manutenção dos actuais níveis de crescimento da procu-ra, bem como por uma evolução adversa dos principais factores de custo (madei-ra, produtos químicos, energia e custos logísticos). Para além da nova fábrica, o grupo vai desenvolver uma nova central de cogeração a gás natural.

Fonte: Sonaecom

SoNAeCom e PT São AS úNICAS “TeleComS” gloBAIS

7/2/2008 7/5/20082

2.1

2.2

2.3

2.4

2.5

2.6

2.7

2.8

CrÉdIT SuISSe ACredITA que AS ACçõeS dA SoNAeCom “vAlem” 2,80 euroS

sexta-feira, 9 maio de 2008mercados44

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As declarações do presidente da Reserva Federal do Kansas, nos EUA, no sentido de que uma

pressão inflacionista “séria” nos EUA poderia levar a Reserva Federal a au-mentar a taxa de juro de referência, foi a “gota de água” para a recuperação dos mercados. A taxa de juro de referência nos EUA veio dos 5,25% para os 2%, em oito meses, pressionando o dólar face ao euro, mas estas declarações ac-tuaram como um “despertar” das cons-ciências dos investidores.

O euro começou a desvalorizar lenta-mente, suportado por um “outlook” mais favorável da divisa americana. A facilitar a vida ao dólar esteve ainda o facto de se ter registado um aumento inesperado da produtividade nos EUA.

Em contraste, o Eurostat divulgou nos

últimos dias informações que davam conta da manutenção da inflação em níveis críticos, 3,3% em termos homó-logos, contra os 2% definidos pela polí-tica do BCE, a par de dados das vendas a retalho na Zona Euro, que em Março terão sofrido a maior queda dos últimos 13 anos. Este é um claro sinal do abran-damento da economia europeia, segun-do analistas. As vendas a retalho, um indicador de consumo privado, caíram 0,4% em Março face a Fevereiro, contra as previsões de um crescimento de 0,2% avançadas por vários economistas cita-das na comunicação social. As mesmas fontes têm referido que uma inflação acima dos 3% — o que está a acontecer – retira um efectivo poder de compra às famílias e daí o resultado daquele indi-car o de consumo.

A subida do dólar teve como conse-quência um ligeiro esfriar do interesse nas matérias-primas, com destaque para os metais preciosos. O recorde dos 121 dólares o barril de petróleo continua a preocupar os investidores, tanto mais que não param de aumentar os contratos de “barris papel”, gerando um crescendo ao nível da especulação.

O mercado nacional foi decididamen-te animado por um relatório da empresa de notação Fitch sobre a banca nacional. Afirmaram estes técnicos que os bancos nacionais deverão manter sã a sua renta-bilidade e não deverão ter problemas de liquidez. Toda a banca nacional evoluiu em alta e o mercado luso pareceu viver uma semana de minieuforia. As recentes subidas da Galp Energia serviram para realizar mais-valias algo cada vez mais

raro nas empresas nacionais. A EDP – Energias de Portugal foi igualmente uma estrela devido ao potencial encaixe com a colocação no mercado de 20 a 25% da EDP Renováveis, algo sobre o qual se sa-berá mais ainda este mês, de acordo com o presidente executivo, António Mexia. As construtoras foram atrás dos bancos e melhoraram significativamente pela ex-posição à banca, que completou as boas informações da Fitch.

Algumas informações deverão ser se-guidas nos próximos tempos, caso da So-ares da Costa e da Sonae, que se ligaram para a gestão do aeroporto Sá Carneiro, no Porto, e que procuram parceiros es-pecializados para o concurso. Também a Brisa está a ganhar relevância com o anúncio do convite da Gazprom para a gestão do aeroporto de São Petersburgo.

Mercados ganham com melhor “outlook” do dólar

VÍTOR [email protected]

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Título ÚltimaCotação VariaçãoSemanal Máximo52Sem Mínimo52Sem EPSEstAct EPSEstFut PEREstAct PEREstFut Div.YieldInd Div.YieldEst DataAct HoraActALTRI SGPS 4.78 0.00% 7.41 3.45 0.30 0.28 15.93 17.07 1.05% 1.40% 07-05-2008 16:29:19B. COM. PORT. 1.85 0.82% 3.87 1.51 0.17 0.18 11.21 10.22 4.13% 4.23% 07-05-2008 16:29:56B.ESP. SANTO 12.54 2.37% 17.98 10.62 1.22 1.36 10.32 9.24 3.82% 4.35% 07-05-2008 16:29:07BANIF-SGPS 3.06 -0.65% 6.75 2.62 0.39 0.46 7.95 6.65 4.89% 5.05% 07-05-2008 16:22:34B. POP. ESP. 11.42 3.63% 15.29 6.72 1.12 1.18 10.18 9.69 4.31% 4.71% 07-05-2008 15:35:48BANCO BPI 3.73 3.19% 6.96 3.00 0.45 0.52 8.26 7.11 5.03% 5.19% 07-05-2008 16:29:40BRISA 9.55 3.24% 10.46 8.91 0.33 0.37 28.77 25.88 3.22% 3.22% 07-05-2008 16:29:45COFINA,SGPS 1.65 3.77% 2.07 1.20 0.10 0.11 17.19 15.57 2.12% 2.27% 07-05-2008 16:28:29CORT. AMORIM 1.57 -1.26% 2.18 1.28 0.18 0.21 8.72 7.48 3.80% 4.43% 07-05-2008 14:28:56CIMPOR,SGPS 6.02 5.34% 7.72 4.75 0.47 0.51 12.86 11.74 3.80% 3.76% 07-05-2008 16:29:50EDP 4.22 3.81% 5.00 3.54 0.26 0.28 16.36 14.86 2.97% 3.11% 07-05-2008 16:29:08MOTA ENGIL 5.85 3.72% 8.35 3.53 0.24 0.22 24.38 27.21 1.88% 1.97% 07-05-2008 16:28:00FINIBANCO 4.02 3.08% 5.10 2.74 -- -- -- -- 2.18% -- 07-05-2008 15:47:17GALP ENERGIA 16.30 1.94% 19.50 7.93 0.62 0.68 26.21 23.90 1.03% 2.05% 07-05-2008 16:29:11IMPRESA,SGPS 1.50 -1.32% 3.23 1.29 0.14 0.18 10.71 8.48 0.00% 0.48% 07-05-2008 16:29:30J. MARTINS 5.10 -0.68% 5.73 3.71 0.22 0.28 23.39 18.28 1.88% 2.04% 07-05-2008 16:29:50MARTIFER 8.80 -2.22% 12.00 5.40 0.19 0.16 47.31 53.99 0.00% 0.00% 07-05-2008 16:21:45NOVABASE 4.70 6.10% 5.11 2.01 0.26 0.28 18.08 16.61 0.00% 0.00% 07-05-2008 16:29:00PARAREDE 0.19 5.56% 0.24 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 07-05-2008 16:29:20P. TELECOM 7.96 5.08% 9.67 6.90 0.66 0.73 12.15 10.96 7.17% 7.18% 07-05-2008 16:29:00PORTUCEL 2.38 -1.65% 3.18 1.63 0.20 0.18 11.84 13.52 1.47% 4.10% 07-05-2008 16:29:14REDES E. NAC. 3.46 0.73% 4.08 2.75 0.23 0.21 15.02 16.61 0.00% 3.93% 07-05-2008 16:29:09S. COSTA 1.61 4.55% 2.89 1.20 0.17 0.20 9.47 8.05 0.00% -- 07-05-2008 16:29:51SEMAPA 9.15 0.88% 13.70 7.31 1.05 1.17 8.71 7.85 2.81% 2.75% 07-05-2008 16:29:24SONAECOM 2.33 4.73% 5.24 2.07 0.04 0.08 52.84 29.06 0.00% 0.52% 07-05-2008 16:29:16SONAE,SGPS 1.15 -0.44% 1.98 1.05 0.08 0.09 15.07 12.31 2.62% 3.18% 07-05-2008 16:29:49SONAE IND. 4.57 0.88% 11.04 4.14 0.56 0.64 8.16 7.14 0.00% 2.36% 07-05-2008 16:29:43SAG GEST 2.44 3.83% 3.10 1.73 0.16 0.19 15.74 12.84 6.76% 4.30% 07-05-2008 16:14:48TEIX. DUARTE 1.62 3.85% 4.23 1.10 0.37 0.40 4.38 4.10 1.05% 2.12% 07-05-2008 16:29:35Z. MULTIMEDIA 8.94 4.32% 12.74 6.76 0.32 0.39 28.20 23.04 2.23% 2.89% 07-05-2008 16:29:18

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUSTítulo ÚltimaCotação VariaçãoSemanal Máximo52Sem Mínimo52Sem EPSEstAct EPSEstFut PEREstAct PEREstFut Div.YieldInd Div.YieldEst DataAct HoraActB.POPULAR 11.34 2.62% 15.32 8.51 1.12 1.18 10.11 9.63 4.34% 4.74% 07-05-2008 16:36:00INDITEX 35.66 1.51% 53.90 31.00 2.25 2.57 15.87 13.88 2.94% 3.36% 07-05-2008 16:36:00REPSOL YPF 26.62 2.03% 30.59 18.27 2.46 2.48 10.81 10.74 3.76% 4.08% 07-05-2008 16:36:00TELEFONICA 19 2.98% 23.48 16.04 1.63 1.86 11.66 10.24 3.95% 5.26% 07-05-2008 16:36:00FRA. TELECOM 20.53 2.78% 27.33 19.22 2.01 2.13 10.23 9.64 6.33% 6.73% 07-05-2008 16:29:58LVMH 74.95 4.17% 89.36 61.95 4.64 5.16 16.15 14.52 2.14% 2.36% 07-05-2008 16:29:51BAYER AG O.N. 55.44 1.17% 66.45 45.60 3.99 4.43 13.89 12.53 2.44% 2.52% 07-05-2008 16:33:59DEUTSCHE BK 78.16 1.55% 118.51 64.62 7.07 9.58 11.07 8.17 5.76% 5.59% 07-05-2008 16:34:03DT. TELEKOM 11.49 -0.43% 15.87 9.92 0.75 0.85 15.26 13.52 6.79% 6.91% 07-05-2008 16:34:03VOLKSWAGEN 185 -2.32% 199.70 104.24 12.17 13.54 15.20 13.66 0.97% 1.11% 07-05-2008 16:34:04ING GROEP 25.055 4.05% 33.98 18.77 3.43 3.63 7.30 6.90 5.90% 6.12% 07-05-2008 16:29:58

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

sexta-feira, 9 Maio de 2008 45MERCADOS

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Com produção massificada na próxima década

Segunda geração de biocombustíveis vai acabar com interferência na cadeia alimentarA produção de biocombustíveis nunca esteve tanto na ordem do dia como agora, porque alguns analistas os destacam entre os responsáveis para a crise alimentar mundial que vivemos. As marcas automóveis duvidam que os actuais níveis de consumo possam ter uma grande interferência nos preços dos alimentos (alguns países produzem biocombustíveis a partir de cereais), mas apontam, ainda assim, a segunda geração de biocombustíveis – cuja produção em massa deve acontecer na próxima década – como a solução.

Os biocombustíveis de segunda geração, que deverão estar massifi-cados num prazo de dez anos, vão permitir ao sector automóvel “sair, em definitivo, da cadeia alimen-tar”, disse à “Vida Económica” o director de comunicação da Gene-ral Motors (GM) Portugal, Miguel Tomé. O que diferencia a primeira da segunda geração de biocombus-tíveis é a forma como se aproveitam as fontes. Enquanto na primeira o combustível é produzido através da colheita e processamento da se-mente, na segunda a tecnologia que leva à produção de biocombustíveis permite passar a semente para que a indústria alimentar a aproveite e processar apenas a planta para fazer biocombustível.

É de admitir que a segunda ge-ração de bioetanol (o biodiesel está mais atrasado) seja comercializada em massa até ao fim da primeira metade da próxima década. A GM, por exemplo, anunciou em Janeiro, no Salão de Detroit, uma parceria com a empresa especialista Coskata para a produção. “O processo desta empresa permite produzir bioetanol de materiais celulósicos, como por

exemplo raspas de madeira. Mas o processo vai, numa fase posterior, permitir obter bioetanol a partir de, por exemplo, pneus velhos e lixo doméstico”, adianta o director de comunicação da GM Portugal. A fábrica piloto vai arrancar no fi-nal deste ano, devendo a produção em larga escala começar em 2011, a uma cadência média superior a 375 milhões de litros por ano.

António Costa, do departamento de comunicação da Toyota Caetano Portugal, uma das marcas mais re-conhecidas pelo esforço de baixar o

impacto ambiental dos automóveis, reconhece que a produção de bio-etanol “implica uma considerável emissão de CO2 para a atmosfera [ver estudos em destaque, na página 47], pelo que o processo de fabrico terá de melhorar, de forma a que o rácio produção/utilização seja ainda mais benéfico para o ambiente”.

Também o secretário-geral da Associação dos Industriais de Ali-mentos Compostos para Animais (IACA), Jaime Piçarra, afirma que a solução deve passar pelo biocom-bustíveis de segunda geração. “Pa-

rece que houve algum reencontro da sociedade com o facto de que a agricultura serve, sobretudo, para produzir alimentos e não para pro-mover uma concorrência entre a energia e a alimentação. A aposta que deve ser feita em termos de investigação e desenvolvimento, e tudo leva a crer que assim vai acon-tecer, vai passar pelas culturas que não concorram com a alimentação animal e humana”, referiu ao nosso jornal o dirigente da IACA.

Subsidiação do milho nos Estados Unidos criou desequilíbrios

Jaime Piçarra defende que a asso-ciação “obviamente compreende a questão das alterações climáticas e que é necessário baixar as emissões de CO2”, mas a utilização de milho para produção de biocombustíveis, no caso o bioetanol, criou desequilí-brios graves. “Por exemplo, nos Es-tados Unidos, a administração Bush decidiu subsidiar a produção de mi-lho para fazer biocombustível. E há duas matérias-primas de base para a alimentação humana e animal: a soja e o milho. Ora, ao apostar no incremento da produção do milho, a administração norte-americana provocou uma alta de preços neste cereal e põe em causa a própria ofer-ta de soja, já que muitos produtores passaram a apostar só no milho”, exemplifica Piçarra.

António Costa concorda que não deverá ser posta em causa a produ-ção de alimentos ou qualquer recur-so fundamental à vida das pessoas, explicando que os governos devem ter isso em atenção na produção de biocombustíveis (ver caixa). “No caso da desflorestação, é um caso de contra-senso, pois as árvores são um dos principais elementos para a captação e retenção de CO2, pelo que o seu abate para a produção de bioetanol vai piorar ainda mais situ-ação ambiental”, acrescenta.

Miguel Tomé refere que “é evi-dente que os biocombustíveis de

primeira geração, sendo produzidos a partir de alimentos, podem ter influência, já que, além do aspecto propriamente alimentício, aumen-tam a procura relativamente a ter-renos e culturas”. O director de co-municação da GM Portugal afirma, porém, que o actual consumo des-tes não justifica, pelo menos à escala que alguns analistas apontam, que o preço dos cereais tenha disparado nos mercados mundiais.

Aquiles [email protected]

Gigantes americanos são quem mais aposta

no bioetanol

O maior mercado do mundo de bioetanol é o Brasil, onde qua-se todas as marcas têm propos-tas movidas a este combustível. À escala global, os construtores que mais apostam na tecnolo-gia são os gigantes americanos, General Motors (GM) e Ford.A GM, por exemplo, além da parceria com a Coskata para a produção maciça da biocom-bustíveis de segunda geração, já anunciou que pretende que em 2012 metade dos seus au-tomóveis destinados aos Esta-dos Unidos sejam movidos a bioetanol. Além disso, já em 2006 lançou no Reino Unido e na Suécia versões movidas a este combustível do Saab 9-5.A Ford, tem, por seu turno, na gama Flexifuel grande parte dos seus modelos.“A tecnologia Flexifuel ofere-ce-nos uma oportunidade real de tornar a mobilidade pes-soal muito mais sustentável”, segundo o presidente da Ford Europa, John Fleming.De referir que o biodiesel não tem modelo preparados de raiz porque não obriga a alterações técnicas nos automóveis. Pelo contrário, para que um veículo se propulsione a bioetanol, terá que ter alterações na centrali-na, pelo que é mais fácil, até por questões relacionadas com a garantia e o após-venda, que haja versões de fábrica.

Os construtores automóveis discordam dos analis-tas que apontam os biocombustíveis como uma das principais causas para a crise alimentar mundial. Com efeito, reconhecem que, por serem produzidos a partir de alimentos, os biocombustíveis de primeira geração influenciam a cadeia alimentar, já que, além do as-pecto propriamente alimentício, aumenta a procura relativamente a terrenos e culturas. “Agora, há uma questão muito importante. O actual consumo de bio-combustíveis também não é assim tão grande que pos-sa justificar, pelo menos à escala que alguns analistas apontam, o disparo dos preços de alguns bens alimen-tícios”, defende Miguel Tomé.

Já António Costa considera que as características económicas e sociais do país, assim como a sua capaci-dade de produção agrícola deverão ser consideradas na produção de biocombustíveis, não colocando em risco a plantação de determinados produtos alimentares. “A título de exemplo, o bioetanol nos Estados Unidos é es-sencialmente proveniente do milho. Já na Europa, nos

países nórdicos, a principal fonte provém dos resíduos florestais. O biodiesel é maioritariamente proveniente de sementes como o girassol, palmeira ou soja. No caso do Brasil, a cultura da cana-de-açúcar é bastante exten-sa, pelo que esta matéria-prima é utilizada na obtenção de bioetanol. Nesse sentido, a Toyota desenvolveu o Co-rolla Flex que permite uma utilização de mistura entre dois combustíveis (gasolina e etanol) em qualquer per-centagem, podendo mesmo chegar aos 100% de um desses carburantes”, refere a mesma fonte.

O caso de maior sucesso em termos de impacto am-biental e na cadeia alimentar é o dos países escandina-vos, que juntam a estas vantagens o facto de diminuir o risco de incêndio, devido à limpeza de florestas. Tendo em conta que Portugal tem, por um lado, uma mancha florestal grande e, por outro, é assolado quase todos os Verões pelos fogos, a “Vida Económica” tentou contac-tar a Forestis – Associação Florestal de Portugal. Con-tudo, até ao fecho deste artigo não obteve resposta por parte desta entidade.

MarcaS rEjEitaM qUE biocoMbUStívEiS EStEjaM na baSE da criSE aliMEntar

AutomóvelMarcas dizem que consumo de biocombustíveis não justifica crise alimentar

Estudos revelam o lado mau da primeira geração

de biocombustíveis

sexta-feira, 9 Maio de 200846

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São vários os estudos que apon-tam o dedo acusador à primeira geração de biocombustíveis. As críticas baseiam-se no facto de a produção de biodiesel e bioetanol envolver, quase sempre, maté-rias-primas essenciais à indústria alimentar e porque as menores emissões da utilização podem ser neutralizadas pelo aumento das emissões de CO2 no cultivo.

Um destes estudos foi publi-cado em Agosto do ano passado pela FAO e pela OCDE e referia que a crescente procura de bio-combustíveis estava, já na altu-ra, a provocar uma alteração no mercado agrícola mundial, com o consequente aumento dos pre-ços de alguns alimentos. A aná-lise deixava ainda o alerta de que a desflorestação para o cultivo de cereais e oleaginosas pode ter impacto ambiental, não só pela

perda da biodiversidade das flo-restas, mas também porque as queimadas e utilização de ferti-lizantes aumentam as emissões de CO2.

Um estudo que o investiga-dor William Laurance publicou na revista “Science”, no final de 2006, referia que se é verdade que o bioetanol reduz as emis-sões até 60% quando comparado com a gasolina, a ponderação de factores como a desflorestação, a utilização de muita água e o uso de fertilizantes associados à pro-dução intensiva pode neutrali-zar esse mérito. O mesmo autor conclui também que os preços da alimentação também sobem pela canalização de investimento na produção de cereais para obter biocombustíveis.

Já em finais do ano passado, um estudo do Nobel da Quími-

ca Paul Crutzen indicava que os biocombustíveis podem ter um impacto climático superior aos combustíveis fósseis. Isto devido à energia necessária à produção de biocombustíveis e ao preço da colza e do milho, associados aos efeitos de estufa gerados (cientis-tas admitem que produzam mais entre 50 e 70% do que os com-bustíveis fósseis devido à liberta-ção de óxido nitroso causada pelo uso de fertilizantes).

Em Dezembro último, o estudo “Análise Energética e Ambiental da Produção de Bioetanol a Partir do Milho em Portugal”, efectu-ado pelos investigadores Tatiana Valada, Ricardo Teixeira e Tiago Domingos, do Instituto Superior Técnico de Lisboa, concluiu que o uso deste biocombustível pode ter um balanço negativo face à ga-solina em termos de emissões de

gases com efeito de estufa quan-do analisado num cenário que envolve a afectação de solo usado para pastagens. De acordo com a análise, as emissões de metano e

azoto associadas aos animais são bastantes superiores quando estes são criados em estábulos.

Aquiles [email protected]

Bioetanol substitui gasolina no médio prazo

Com a segunda geração de bio-combustíveis, o bioetanol vai ser, segundo o director de comuni-cação da GM Portugal, “o subs-tituto óbvio da gasolina”. Miguel Tomé sublinha, contudo, que a GM “está a olhar mais à frente” e que os objectivos do construtor norte-americano passam por ul-trapassar a fase do motor de com-bustão tradicional e electrificar o automóvel. “Por electrificação do automóvel entenda-se propulsão totalmente eléctrica, isto é, motor ou motores totalmente eléctricos, que podem ser alimentados por várias vias. Estamos a trabalhar em várias direcções nessa área. Te-mos tecnologia que nos permite olhar com muita confiança para a viabilidade de propulsão eléctri-ca com emissões zero”, adianta a mesma fonte.

A Toyota tem como um dos principais objectivos “atingir a mobilidade sustentada através do automóvel zero emissões”, de acordo com António Costa. Nes-se sentido, embora não o afirme, admite que a marca japonesa ve-nha a ter um sistema híbrido com locomoção, também, a biocom-bustível. “Independentemente do tipo de combinação de combustí-veis utilizados (seja a gasolina, o diesel, o bioetanol, o biodiesel, o hidrogénio ou até mesmo a elec-tricidade) consideramos que esta tecnologia é a melhor solução para corresponder às necessida-des de mobilidade das sociedades actuais e combater os problemas ambientais, graças à sua eficiência de funcionamento – redução do consumo, baixas emissões e pelo facto de não depender de um úni-co tipo de energia, levando à sua exploração exaustiva, com todas as implicações que isso acarreta. Por outro lado, as soluções híbri-das, permitindo várias combina-ções, podem sempre sofrer ajus-tamentos à medida que se vão tornando mais eficientes e mais sustentáveis”, refere.

Estudos põem em causa benefícios da primeira geração de biocombustíveis

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Os estudos criticam o facto de os biocombustíveis de primeira geração envolverem, quase sempre, a alimentação e porque as menores emissões de CO2 na utilização podem ser neutralizadas pelo aumento na produção.

sexta-feira, 9 Maio de 2008 47automóvel

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Nº 1248 / 9 Maio 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental

NOTA DE FECHO

Analfabetos em diagnóstico

Naquela manhã, sentei-me à secretária com prazer – voltava à prática que adoro desde há quase quarenta anos. E, instintivamente, peguei na lapiseira e na borracha. Lembrei-me logo do meu primeiro chefe e educador em todas as práti-cas, das profissionais às do exemplo como Homem e Profissional. Na-quele tempo, não havia Excel e o Pires Matos dizia “– Isto só pode ir com lápis e borracha …”.

Um dia, entregou-me um pro-cesso para analisar com a expressa recomendação de ir visitar a empre-

sa. Aos vinte e cinco anos, auto-suficiente e cioso da prática adquirida, decidi, sozinho, que não valia a pena ter o trabalho da deslocação. Passados dias, fui entregar-lhe o diagnóstico, baseado exclusivamente na documentação. Como seria de esperar, perguntou-me se tinha ido à empresa – respondi, displicente, que os dados eram tão eloquentes que não tinha valido a estafa da deslocação.

O Pires Matos olhou para mim, fez aquela fungadela que todos lhe conhecíamos quando as coisas não estavam a seu gosto e deu-me uma das suas lições, que eu repito, repito e repito à saciedade e sem descanso, desde então: “– Mário Jorge! Os instrumentos de diagnóstico são importantes mas precisam de ser sempre corroborados pelos outros, os menos falíveis – a boca, os ouvidos, os olhos e as pernas”.

Um chico-esperto, quando eu, passados vinte anos, era en-tão o chefe, trouxe de Inglaterra, sem eu saber, o software bengala em Lótus 123, em que só era preciso meter os dados – ele fazia tudo o resto – e resolveu guardá-lo no PC, para uso comum dos analistas. Como é óbvio, não foram preci-sos muitos dias para me cheirar a esturro. Passei uma manhã de sábado a vasculhar e encontrei. Na segunda-feira, quando chegaram, tiveram a desagradável surpresa de ver o software pura e simplesmente eliminado. Convoquei-os para uma reu-nião e comecei por dizer: “– Tive um querido chefe que, um dia, me ensinou … … …”

Desde há anos que se importou para a banca portuguesa o péssimo hábito de os analistas financeiros não poderem nem precisarem de contactar o cliente. Esta tradição autenticamente ignorante já trasfegou até para aqueles novos agentes que acabam de chegar ao mercado em contentores provenientes de Espanha, a quererem fazer o papel do INEM do sistema financeiro.

O diagnóstico e a análise da empresa e do projecto é a dis-ciplina operacional maior da gestão – para lá chegar, é preciso saber quase tudo. Quem não sabe anatomia nada perceberá de medicina. Quem não dominar o diagnóstico e análise de em-presas e projectos nunca chegará a perceber nada sobre gestão.

Gostaria de conhecer o crânio coroado do consultor que conseguiu o feito de mais esta unanimidade no sistema ban-cário – entregar o diagnóstico a perfeitos iniciados, empresa-rialmente ignorantes, com um poder imenso sobre as áreas comerciais, só porque, presumivelmente, gerem o risco con-solidado das exposições. Avançamos, assim e a passos de gi-gante, para o uniformismo, a desqualificação e a rasteirice no uso das ferramentas maiores da profissão.

E o mais curioso disto tudo é que a esmagadora maioria dos actuais gestores de primeira linha bancária deve à passagem pelos gabinetes de diagnóstico à moda antiga parte substan-cial da sua própria experiência de contacto e conhecimento das nossas empresas e seus clientes.

No fundo, se o senhor director coordenador, com mais de cem balcões para gerir, não tem quaisquer condições para co-nhecer a realidade vivida pelas empresas; se o senhor director de área precisa de coreografar (o termo usado por eles é esse mesmo …) a sua agenda diária para não se perder nas bu-rocracias; se o gerente de balcão, coitado! é, cada vez mais, a caixa de correio azul do cliente necessitado e se, também e em última instância, os analistas se quedam nas redomas de ar condicionado com medo de contaminações, a pergunta fundamental fica por responder: quem, na banca, efectiva e verdadeiramente, conhece hoje os seus clientes, em particular as PMEI fora de Lisboa e Porto?

Ah, é verdade, já me esquecia. Nós somos os eternos res-sabiados, os feitos reformados à má fila, sempre do contra e inadaptados, a sonhar ainda com a velha banca, que já nin-guém sabe como era e funcionava. Pois, são capazes de ter razão – o “subprime” foi um mero acidente de percurso …

Quem não dominar o diagnóstico e análise de empresas e projectos nunca chegará a perceber nada

sobre gestão

Funcionários do fisco podem pagar indemnizações

Já existem processos em tribunal decorrentes do diploma que rege a respon-sabilidade civil extracon-tratual do Estado. Caso os pedidos de indemnização sejam aceites, os funcio-nários da DGCI correm o risco de de terem de pagar aos lesados.

É um assunto que estará a ser analisado pelo próprio Ministério das Finanças. De facto, alguns contri-buintes consideram-se lesa-dos pela actuação do fisco e, entretanto, foi-lhes dada razão pelos tribunais nos processos fiscais. Face aos danos avaliados, os funcio-nários correm sérios riscos de terem que compensar os queixosos.

Vendas da Sonae Distribuição crescem 28%

A Sonae Distribuição concluiu o primeiro tri-mestre de 2008 com um volume de negócios con-solidado de 927 milhões de euros, traduzindo um crescimento de 28% face a idêntico período do ano precedente.

No período em análise o universo de insígnias de base alimentar totalizou 646 milhões de euros de volume de negócios, o que traduz um crescimento de 23% face ao período ho-mólogo.

MJCARVALHOEconomista

[email protected]

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60

80

100

1974 1977 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007

Anos

Portugal

UE-15 = 100

Desde Abril, Portugal convergiu (aproximou-se) um total de 8,4% da média europeia: passou de 57,3% para 65,7% da média europeia. Isto é, 0,25% ao ano. A este ritmo daqui a dez anos aproximámo-nos mais 2,5% (!), passando de 65,7% para 68,2% (!) da média europeia... Daqui a 20 anos estaremos a 70,7% (!)... Comentários?

A tendênciA(?)

Jorge A. VAsconcellos e sá

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrático

Vasconcellos e Sá Associados, S.A.

[email protected]

Fontes:

1974 a 1979: Statistical Annex of European Economy; Primavera 2003, Comissão Europeia1980 a 2007: Statistical Annex of European Economy; Outono 2007, Comissão Europeia

em 33 anos, Portugal convergiu 8,4%

Anos 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990

Portugal 57,3 53,3 53,2 54,4 53,9 54,6 59,8 60,4 60,8 59,5 56,9 57 57,8 59,9 62 64 65,2

PIB per capita português em % da UE-15 = 100

Anos 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Portugal 69 69,2 68,2 67 68,1 68,1 69,4 70,9 72,9 73 72,6 72,5 67,3 66,1 65,8 66,3 65,7

Anos 1974 2007

PPC per capita 57,3 65,7

Diferença (33 anos) 8,4%

Convergência anual 8,4% / 33 = 0,25%

UE

-15

=10

0

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“O MERCADOANGOLANO TEMDE SER OPCIONAL E NÃO ALTERNATIVO”Em entrevista ao Jornal das PME, Bayan Ferreira aborda a situaçãoeconómica actual de Angola, a relação bilateral entre os mer-cados português e angolano, bem como o papel daCCIPA no apoio à concretização desse mesmo rela-cionamento económico. Páginas 11 a 13

KIDDO ULTRAPASSAFRONTEIRAS

Página 8

CARLOS BAYAN FERREIRA, PRESIDENTE DA CCIPA

Director: Joaquim Rocha da Cunha | Maio de 2008 | Ano V | Número 28 | Mensal | 1,50 euros

IDEIA ATLÂNTICOINAUGURA EM MAIO

Página 3

MERCADO IBÉRICO

Marcasespanholaselegem PortugalPágina 14

ANGOLA

Novo fundode fomentoempresarialPágina 10

CONSTRUÇÃO

AICCOPN reclamacondições derelançamentoPágina 4

INTERNACIONALIZAÇÃO

China aberta aoinvestimentoportuguêsÚltima

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ficha técnicaPropriedade: Associação PME-Portugal (nc:504266616) | Director: Joaquim Rocha da Cunha | Edição, Redacção e Departamento Comercial: Avalanche d’Ideias - Rua André Soares

Nº 755, 1º Esq., Sala 7, 4715-035 Braga | Telefone: 253 609 988 | Fax: 253 206 432 | email: [email protected]| Grafismo e Produção: Cunh@ | Impressão: Naveprinter

Tiragem: 40000 exemplares| Depósito Legal 225578/05 | Registo ICS: 124583 | Distribuição gratuíta aos associados da PME-Portugal | Preço de capa: 1,50 euros

JORNAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

ABERTURA

Página 2 | Maio de 2008

JOAQUIM ROCHA DA CUNHA, DIRECTOR DO JORNAL DAS PME

Melhor que a propaganda é a acção e ocumprimento de promessas, contra-tos e obrigações. Refiro-me a estes

princípios básicos do bom-nome comercial, pa-ra analisar o paradoxo entre as declarações deresponsáveis públicos sobre o QREN, e à reali-dade do cumprimento do Estado, não apenas noQREN, mas também no 3º QCA.

Ora, por estas semanas, membros do Gover-no e outros responsáveis têm repetidamenteafirmado que o QREN está aberto, que temmuitas candidaturas e até muitas aprovações.Bem, poderíamos ficar por aqui, pois se numuniverso de mais de 300.000 empresas ter cercade 200 candidaturas aprovadas em ano e meiode QREN é bom, então a ambição é contraditó-ria com as metas do Plano Tecnológico.

Mas podemos e devemos ir mais longe. Por-que será que há tão poucas candidaturas? Por-que será que o investimento privado continuaem queda? Já para não falar do investimentopúblico que volta ao betão, betão, betão…

A verdade é que a crise de confiança dosagentes económicos, sejam famílias ou empre-sas, atingiu o ponto mais baixo de sempre, ten-do, em consequência, a receita fiscal caído, pe-la primeira vez, no primeiro trimestre deste ano.E porque é que nas empresas a confiança é bai-xa?

Será que é por ter autoridades como a ASAEque têm metas de multar à discrição? Será que é

por terem finanças com cronómetro on-line decobranças e reuniões semanais de “cobrado-res”? Será que é por sentirem que as decisõesempresariais são cada vez menos decididas pe-lo mercado, e cada vez mais decididas pela mãovisível da política?

É que quanto aos incentivos e investimentose à falta de candidaturas, a resposta é aparente-mente simples: a experiência do passado é mui-to má, os apoios não são claros, e os critérios deselecção permitem uma total discricionarieda-de. Por isso, bem podem publicitar, anunciar,gastar em publicidade, mas quando a fama vemde longe e não é boa, a boa moeda afasta-se, e aboa moeda são os empresários que ainda temos.

Porque 18 meses depois de aberto o 4º QCAou QREN, estão ainda por pagar milhões e mi-lhões do QCA, em especial a PMEs. Há cente-nas de projectos de investimento de microem-presas de 2000 que ainda não foram pagos! Háprojectos de formação de PMEs que não vêem

dinheiro desde o início e, estando previsto parao próximo mês o encerramento final dos pro-jectos (vulgo saldo), apenas viram o dinheirodo adiantamento! O PRIME não paga! O IAP-MEI assume, em privado, que não contabilizapagamentos sem dinheiro do PRIME! Os técni-cos do IAPMEI têm instruções, que ainda porcima assumem nas reuniões que têm com osempresários, para verificar duas, três, quatrovezes os projectos e para rescindirem com asempresas (PMEs claro) à mínima hipótese! Aordem é clara, não pagar, e rescindir!!!.

Ora, será isto normal? Porque não há dinhei-ro, se o QREN está aí? Porque se inventam des-culpas e pretextos, verificações e auditorias?Tudo para não pagar? Isto no mundo empresa-rial chamar-se-ia caloteirice, no Estado háquem lhe chame rigor.

E, num momento de início de execução deprojectos no âmbito do QREN, a realidade ins-talada é de caos de tesouraria, sendo que o caos

vem do próprio Estado. Que este no QCA IIIimpulsionou as empresas a investir para comenriquecimento ilícito (ou seja investimentofeito, PIB gerado, impostos arrecadados) vir nasua recta final querer rescindir contratos ou pu-ra e simplesmente não pagar. E para aquelesmenos atentos, o fecho final de execução do 3ºQCA à Comissão Europeia é este ano. E agoraque se pretende começar um novo ciclo, é im-possível fazer publicidade neste estado de coi-sas. Porque, se o Estado não paga investimentoe despesa já realizada, como vai querer arreca-dar receita fiscal se as empresas estão elas pró-prias estranguladas, provocado em cadeia peloEstado e suas “dependências”, nomeadamentea fiscal. Se o dinheiro é só para manter artifi-cialmente YAZAKIs e outras multinacionais,então desta vez não devem contar com asPMEs, que o Estado descapitaliza, para criaremprego. Pois de ilusões estão os empresários“cheios”.

A melhor publicidade, é pagar na hora

IT & INTERNET SECURITY29 de MaioCentro de Congressos da Exponor – Portowww.idc.com/portugal

Por vários anos as discussões sobre segu-rança das TIC foram dominadas pelos vírus,ataques de jovens a redes, e saber manterbackups actualizados. Hoje, o horizonte dasameaças mudou substancialmente: torna-ram-se multifacetadas, as redes tornaram-semais abertas, e os hackers tornaram-se mais objectivos e destrutivos, contando com melhores ferramentas e actuando sem-pre de forma muito rápida. Os decisoresafectos à segurança necessitam definir umaestratégia que permita à empresa ser resis-tente e estar preparada para os desafios dofuturo, sempre atendendo ao binómio custo-benefício.

Temas em Análise: Estratégia global de se-gurança, Plano de continuidade do negócio,Conformidade com as normas legais e-gover-nance, Auditoria e gestão/quantificação do ris-co, Segurança de clientes e privacidade, Com-portamento humano, dentro e fora das organi-

zações, Monitorização e reporting de seguran-ça, Tendências futuras ao nível das ameaças etecnologias de segurança, Protecção de infra-estrutura, Protecção do data center, Gestão deidentidade e acesso (SSO, PKI, Tokens, Biome-tria, etc.), Gestão de vulnerabilidade e ameaças(Firewalls, VPNs, apliances para gestão deameaças, etc.), Gestão de conteúdos seguros(Anti-vírus, Web filtering, gestão de messaging)e Estudos de caso.

TEKTÓNICA20 a 24 de Maio Parque das Nações – Lisboahttp://www.tektonica.fil.pt/

A TEKTÓNICA é o ponto de encontro em Por-tugal onde os profissionais (arquitectos, constru-tores, designers, arquitectos de interiores, enge-nheiros e Empreiteiros) contactam com as últi-mas apresentações no mercado de materiais eequipamentos para a construção, com inova-ções ao nível do design, utilização de novosmateriais, soluções tecnológicas, novas aplica-ções, capazes de enriquecer e diferenciar os

novos projectos de Construção e Obras Públicas.Como uma das grandes novidades para

2008 será editado um livro de grande prestígioque apresenta a selecção de produtos portu-gueses em exposição no espaço inovação. Es-te livro será publicado em Portugal e em algunsmercados internacionais.

Destaque também para a realização, em si-multâneo, do SIMAC – Salão Internacional deMateriais, Máquinas e Equipamentos para aConstrução e do SK – Salão Internacional dePavimentos e Revestimentos Cerâmicos, Espa-ço Cozinha e Banho.

MISSÃO TECNOLÓGICA IPTEC 200811 e 12 de JunhoFrankfurt – Alemanhawww.adi.pt

No âmbito da Enterprise Europe Network, aAgência da Inovação (AdI) está a organizaruma missão para promover a tecnologia portu-guesa na IPTEC – The International Market Pla-ce & Conference, a decorrer em Frankfurt, naAlemanha.

O evento constitui uma plataforma inter-nacional para dinamizar oportunidades de negócio de base tecnológica espe-cialmente dirigida a profissionais com responsabilidade na transferência de tecno-logia e no licenciamento da propriedade in-dustrial.

Para além da Conferência decorre umaexposição onde investigadores e empresasportuguesas poderão apresentar as suas tec-nologias inovadoras, um fórum de reuniõese demonstração de novas tecnologias, entreoutras actividades.

A IPTEC 2008 está particularmente voca-cionada para os sectores da informação ecomunicação, nanotecnologia, materiais,produtos de consumo, tecnologia ambiental,biotecnologia, telecomunicações e produtosfarmacêuticos.

A AdI oferece condições preferenciais departicipação e os interessados em apresen-tar tecnologia neste evento deverão contac-tar a Agência at´16 de Maio.

Mais informações e inscrições junto daAdI: Sérgio Vaz Lopes (telefone: +351 22 61678 20; e-mail: [email protected]).

AGENDA

Esta edição é suplemento ao Vida Económica nº 1248, de 9 de Maio de 2008, não podendo ser vendido separadamente

NOTA DE REDACÇÃO

Este suplemento Jornal das PME encartado no sema-

nário Vida Económica é uma edição que destaca alguns

dos principais temas publicados na edição de Maio de

2008. Para terem acesso à edição completa do Jornal das

PME, os interessados podem fazer chegar o seu pedido

através do e-mail [email protected]

Na edição completa, os leitores podem encontrar ain-

da mais e variada informação económica nacional e in-

ternacional.

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JORNAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

PORTUGAL

Maio de 2008 | Página 3

Jornal das PME – Já na recta final da suaconstrução, em Braga, para quando estáprevista a abertura do IA?

Hermenegildo Mota Campos – A abertu-ra do IA está prevista para a última semana deMaio.

JPME – Como está a decorrer o processode comercialização dos espaços?

HMC – Está a correr muito bem. Nestemomento, o IDEIA ATLÂNTICO - Braga as-segura a ocupação de 70 % do espaço doCentro de Negócios e Incubadora de Empre-sas Tecnológicas.

JPME – Recentemente anunciaram queo IA irá criar mais de 150 postos de traba-lho qualificado. Têm já firmados contratoscom empresas para se instalarem no edifí-cio? De que sectores ou áreas de activida-de?

HMC – Sim, o IDEIA ATLÂNTICO - Bra-ga firmou já contratos com 20 empresas eempreendedores, de vários sectores de activi-dades, nomeadamente tecnologias de infor-mação, consultoria ambiental, design indus-trial, contabilidade e restauração.

JPME – No entanto, a oferta do IA não seesgota na disponibilização do espaço para ar-rendamento. Que outros serviços disponibili-zam?

HMC – O IA disponibiliza um conjunto inte-grado de espaços e serviços técnicos, nomeada-mente apoio administrativo personalizado e con-sultoria especializada, através do acesso a umarede de parceiros. As empresas que integram arede IA podem, ainda, usufruir de uma modernarede de comunicações de voz e dados, recursospara formação, assessoria de comunicação eapoio ao nível da imagem.

Além disso, o IA apresenta diferentes solu-ções, ajustadas às necessidades de cada empre-sa: “Sistema Exclusive”, “Sistema” Livre”,“Sistema City”, “Sistema Presentation”, “Espa-ço Nómada” e “Escritório Virtual”.

JPME – O conceito IDEIA Atlântico não se fi-ca só por Braga. Em que outros locais está lo-calizado e que serviços tem para oferecer?

HMC – A rede IDEIA ATLÂNTICO possui,também, delegações em Lisboa e no Porto. Nacapital, as empresas têm ao seu dispor as solu-ções de “Sistema Exclusive”, “Espaço Nómada”e “Escritório Virtual”. No Porto está disponívelesta última solução; uma alternativa económicae de prestígio para a domiciliação de empresas.

JPME – O IA em Braga engloba tambémuma incubadora de empresas. Que tipo deprojecto e/ou empresas podem aí incubar-se?Quais as condições necessárias?

HMC – A Incubadora de Empresas Tecnoló-gicas IDEIA ATLÂNTICO destina-se, sobretu-do, a projectos tecnológicos de empreendedoresou empresas; spin-offs e startups com um fortecarácter inovador e graduados provenientes deCentros de Saber (Investigadores; docentes; li-cenciados e estudantes de mestrado e doutora-mento).

Poderão, também, integrar a Incubadora ini-ciativas empresariais sobre projectos de investi-gação e desenvolvimento (empresas de novosmateriais; empresas de tecnologias de informa-ção; empresas de biotecnologia e empresas deengenharia genética); empresas da nova econo-mia com I&DT aplicado e empresas de nanotec-nologia e nanociências;

JPME – Em que medida poderemos afirmarque o IA é um projecto inovador?

HMC – Em primeiro lugar, porque o projectoengloba uma Incubadora de Empresas e umCentro de Negócios. Por outro lado, o IAassociao arrendamento de espaços completamenteequipados ao apoio a empreendedores e empre-sários, disponibilizando produtos inovadores,nomeadamente a solução de “Escritório Vir-tual”.

JPME – De que forma o IA pode assumir-se como âncora à economia da região?

HMC – A Incubadora do IDEIAATLÂNTICO promove a criação e desen-volvimento de empresas, prestando-lhes

apoio técnico e orientação durante e após a fasede constituição e início de actividade. O Centrode Negócios acolhe empresas e presta-lhes, tam-bém, diversos serviços. Em conjunto, estas va-lências potenciam o aumento da competitivida-de e o desenvolvimento do tecido empresarial,gerando consequentemente, novos postos de tra-balho.

JPME – Recentemente o IA apresentou-secomo anfitrião à criação do Braga Toastmas-ters Club. Porquê e quais as vantagens de seassociarem a iniciativas como esta?

HMC – O objectivo do programa Toastmas-ters é ajudar as pessoas, sobretudo os empresá-rios, a desenvolver técnicas de comunicação efi-cazes, tornando-os mais confiantes e persuasi-vos. A ideia parece-nos muito interessante e, porisso, decidimos formar o Braga ToastmastersClub. Em cada sessão, os participantes apren-dem a formular e expressar as suas ideias eficaz-mente, perante uma audiência, e desenvolvemcapacidades de organização e liderança.

JPME – Estão previstas outro tipo de inicia-tivas que visem dinamizar o espaço IA emBraga? Quais?

HMC – Sim, o IA pretende promover diver-sas iniciativas, nomeadamente de cariz econó-mico, como a divulgação de projectos empre-sariais com interesse para a região e projectosde empreendedorismo. Visa, também, organi-zar eventos culturais. Além disso, é objectivodo Instituto estabelecer contacto com o meioacadémico e despertar o espírito empreende-dor dos estudantes.

CONJUNTO INTEGRADO DE SERVIÇOS É VALÊNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL

IDEIA ATLÂNTICO: um conceitoinovador para empresas de futuroCom inauguração prevista para o final de Maio, o IDEIA ATLÂNTICO - Braga tem já ocupado 70% do seu espaço. Compos-to por um centro de negócios e uma incubadora de empresas, o IDEIA ATLÂNTICO (IA) de Braga disponibiliza um conjun-to integrado de espaços e serviços técnicos que, em conjunto, se assumem como “valências que potenciam o aumento dacompetitividade e o desenvolvimento do tecido empresarial”. O Jornal das PME conversou com Hermenegildo Mota Cam-pos, administrador do IA, para levantar um pouco mais o véu sobre esta infra-estrutura de apoio ao tecido empresarial.

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JORNAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

PORTUGAL

Página 4 | Maio de 2008

EMPRESÁRIOS REELEGEM REIS CAMPOS À FRENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS INDUSTRIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E OBRAS PÚBLICAS

AICCOPN reclama condiçõespara o relançamento do sector

APESAR DA CONTRACÇÃO NA PRODUÇÃO

Empresários da construção mantêm confiança

Reis Campos iniciou o seu segundo mandato como presidente da AICCOPN – Associaçãodos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas. Num período em que a construção ci-vil e as obras públicas continuam a sentir os efeitos da crise que Portugal vive há mais deseis anos, a nova direcção da AICCOPN apresentou-se aos eleitores com um programa deacção que aponta para “a necessidade de reclamar do poder político medidas urgentes quepermitam iniciar já em 2008 um novo ciclo de crescimento para o sector e para o país”.

Os sucessivos anúncios de grandes in-vestimentos em construção, feitospelo Governo, e o forte aumento das

promoções de obras públicas provocaram umacréscimo de confiança dos empresários queoperam neste mercado. No primeiro trimestredeste ano, apesar do claro abrandamento doritmo de crescimento da produção do segmen-to de engenharia civil e de pouco se ter avan-çado, em termos de volume de obras adjudica-das, o índice de confiança respectivo subiu16% face ao período homólogo. Este é o cená-rio traçado pela FEPICOP – Federação Portu-guesa da Indústria da Construção e Obras Pú-blicas na conjuntura que publicou em Abrilpassado e que fez chegar ao Jornal das PME.

Em termos globais, no 1º trimestre de2008, o índice de produção do sector da cons-trução, calculado mensalmente pela FEPI-COP, caiu 1,9%, em termos homólogos. Estevalor reflecte essencialmente a quebra acen-tuada no segmento da construção dos edifí-cios habitacionais e o menor ritmo de cresci-mento no segmento da engenharia civil, No

entanto, apesar desta inflexão da curva de pro-dução do sector, é possível continuar-se a ob-servar um acréscimo de 1,5% na variaçãoanual da produção.

Face aos sinais positivos das intenções deinvestimento público anunciadas nos primei-ros três meses do ano, para uma clara recupe-ração do sector será fundamental a concretiza-

ção dos investimentos previstos para o perío-do de 2008 a 2017, que totalizam mais de 40mil milhões de euros para infra-estruturas debase, a que deverão juntar-se mais 12 mil mi-lhões de projectos em áreas como o comércio,turismo e reabilitação urbana.

A FEPICOP entende que só desta formaserá possível uma recuperação do sector daconstrução, “imprescindível a um novo ciclode crescimento do país”.

Ao efectuarmos uma análise por segmen-tos, verificamos que os empresários que sen-tem a actividade evoluir mais positivamentesão os que operam no ramo da engenharia ci-vil (+16%), seguindo-se os que se dedicam àconstrução de edifícios não residenciais(+9,1%).

Já quanto aos que representam o maior pe-so no sector – segmento dos edifícios residen-ciais – as opiniões quanto ao nível de activida-de mantêm-se em patamares muito reduzidos,embora se tenha verificado um ligeiro acrésci-mo de 1,9% no primeiro trimestre deste ano,face a igual período de 2006.

No programa da lista eleita que a AIC-COPN fez chegar à redacção do Jor-nal das PME pode ler-se que “o ano

de 2007 foi o culminar de uma crise prolonga-da”, expectando-se para 2008 “um crescimen-to positivo da produção, o qual se poderá si-tuar acima dos 2,5%, dando início a uma novaetapa para o sector e para o país”.

Segundo a AICCOPN, “a situação do paísé reveladora do fraco dinamismo da nossaeconomia que diverge, em termos reais, desde2000, da média da zona euro, sendo mesmo aeconomia europeia com pior desempenho noséculo XXI”. E acrescenta que, “nos últimosanos, Portugal desinvestiu e, em consequên-cia, não cresceu”. Entre 2002 e 2007 a quebrano investimento foi de 16%, enquanto naUnião Europeia cresceu 18%.

De salientar também que o sector da cons-trução é responsável por 50% do investimentoe, como tal, “foi um dos mais penalizadoscom este défice de investimento, registandoem 2007 o sexto ano consecutivo de quebra deprodução que, em termos acumulados, atingiuos -21%”.

É neste contexto que a recém-eleita direc-ção da AICCOPN afirma que “o país precisade um plano de investimento intenso e susten-

tável a médio prazo que contribua para a con-vergência real com os países mais avançadosda UE”.

Mesmo sendo um facto que as restriçõesorçamentais limitam a capacidade financeirado estado e, consequentemente, o motor do

desenvolvimento económico terá de ser a ini-ciativa privada, a AICCOPN relembra que es-ta “depende da capacidade do próprio Estadoem conseguir criar as condições necessáriasao relançamento de um novo ciclo de cresci-mento.

O QUE DEFENDER PARA O SECTORDA CONSTRUÇÃO?

Para o sector que representa, a AICCOPN de-

fende como pontos estratégicos:

- Prosseguir o caminho de reforço da coo-

peração e união entre as associações do

sector;

- Promover a adequação do enquadramen-

to jurídico do exercício da actividade, com

especial enfoque para as empreitadas de

obras públicas, licenciamento municipal e

promoção imobiliária, à realidade e necessi-

dades do sector;

- Definir uma política industrial para o sector

que credibilize os alvarás e que garanta

uma fiscalização adequada a assegurar a

concorrência leal entre as empresas;

- Exigir a assunção da reabilitação urbana

como prioridade nacional, promovendo-se

um efectivo investimento neste mercado;

- Pugnar pela adopção de um regime fiscal

mais eficaz, competitivo e socialmente jus-

to, sem ser inibidor do mercado;

- Continuar a apoiar a internacionalização

do sector, exigindo a definição de uma es-

tratégia clara de incentivo;

- Exigir a regularização das dívidas do Esta-

do, denunciando e combatendo a insusten-

tável prática de financiamento ilícito através

das empresas privadas;

- Manter a aposta na formação profissional;

- Incentivar a inovação e desenvolvimento

tecnológico e de gestão, bem como promo-

ver a adopção de boas práticas que contri-

buam para uma construção sustentável, de-

signadamente, com a salvaguarda da segu-

rança no trabalho e das medidas em

matéria de eficiência energética adequadas

ao sector.

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Maio de 2008 | Página 5

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JORNAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

PORTUGAL

Página 6 | Maio de 2008

MARCA PORTUGUESA FEZ SUCESSO EM BARCELONA

Clasus brilha na Expodidáctica 2008

NOVA FASE DO SISTEMA DE INCENTIVOS DE APOIO AO COMÉRCIO TRAZ ALTERAÇÕES

Modcom arranca a 15 de Maio

A Clasus esteve presente na maior feira de educação realizada bienalmente em Barcelona, Espanha. Seguindo a sua estratégiade implementação no mercado internacional e o seu projecto de apresentação do mais recente e inovador produto da marca, aClasus levou até Espanha a mais recente tecnologia e as melhores ferramentas para o processo de ensino/aprendizagem.

Apartir de 15 de Maio tem iníciouma nova fase do Modcom – Siste-ma de Incentivos a Projectos de

Modernização do Comércio. Com uma do-tação de 20 milhões de euros, o Modcomsofreu alguns ajustes e alterações, entre asquais se destacam o alargamento do âmbitodos incentivos a projectos promovidos porjovens empresários e a iniciativas de inves-timento empresarial no sector do comércioem meios rurais.

A entrega das candidaturas a esta tercei-ra fase do Modcom termina em Julho próxi-mo e deverá ser efectuada, via Internet,através do site do IAPMEI(www.iapmei.pt).

A maior fatia da verba agora disponibili-zada vai para a região de Lisboa e Vale doTejo (8,2 milhões de euros), seguindo-se oNorte (5,9 milhões de euros), Centro (3,1milhões de euros), Alentejo (1,9 milhões deeuros) e Algarve (900 mil euros).

De acordo com o Decreto-Lei emitidopelo Ministério da Economia e Inovação,embora a experiência obtida com a aplica-ção do Modcom tenha sido “bastante positi-

va”, passados dois anos desde a sua imple-mentação, tornou-se necessário efectuar al-guns ajustes, quer relativos aos seus desti-natários, quer na sua implementação.

Assim, a alteração agora efectuada “visacontribuir para a competitividade do sector

do comércio promovendo a sua sustentabili-dade quer através da dinamização de pro-jectos integrados, quer de projectos promo-vidos por jovens empresários”. Outro dosobjectivos é “contribuir para uma maiorcoesão territorial, apoiando pequenos pro-

jectos empresariais do sector do comércioem meio rural, de forma individual ou atra-vés de estratégias conjuntas, favorecendo,completamente, a melhoria do abastecimen-to e da qualidade de vida das populações”.

Trocando um pouco por miúdos, quantoaos critérios para concurso, é agora permiti-do também aos feirantes aceder mais facil-mente a este tipo de apoio. As iniciativas dejovens empresários de dinamização e mo-dernização do comércio terão uma majora-ção especial e destinam-se a empresas ad-quiridas ou constituídas há menos de trêsanos. Por seu lado, nos espaços rurais, aprioridade irá para projectos individuais depequena ou muito pequena dimensão, mastambém a investimentos conjuntos entre vá-rias empresas.

No sentido de também dar cumprimentoaos princípios do programa Simplex, estaalteração ao Modcom promove, igualmente,“uma simplificação de procedimentos, di-minuindo os custos de contexto para as em-presas beneficiárias e suas estruturas asso-ciativas, designadamente no que concerne àexecução dos projectos”.

Segundo declarações dos seus promotores,as funcionalidades dos Quadros Interacti-vos Clasus e do software exclusivo “a-mi-

go” não deixaram ninguém indiferente, o que fezcom que o stand E908 fosse o mais visitado aolongo dos dias de realização da feira. “O feed-back obtido por parte dos visitantes relativamen-te à marca não podia ter sido melhor, o que levaa que esta feira se tenha tornado num ponto ful-cral e de sucesso para a apresentação e integra-ção da marca no mercado espanhol”, sublinhamos responsáveis da Inclass, empresa detentora damarca Clasus.

No recinto de Montjuic, onde decorreu o cer-tame, a Clasus foi, “sem dúvida, a marca que

mais se afirmou e destacou, impressionando to-dos os visitantes com a qualidade e inovação doseu mais recente produto – os Quadros Interacti-vos Clasus”.

O jogador de futebol, Deco, esteve tambémpresente no evento, e no stand da Clasus, paraapresentar aos meios de comunicação social oseu mais recente projecto – o Instituto Deco 20”.Já há algum tempo que a Clasus tem vindo aapoiar este projecto de solidariedade, levando asnovas tecnologias da comunicação até a este ins-tituto com os seus computadores e quadros inte-ractivos. Uma forma de promover, assim, o de-senvolvimento cultural, intelectual e profissionalde crianças e adolescentes mais necessitados.

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JORNAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

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Maio de 2008 | Página 7

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Jornal das PME – Eleito pela revista nor-te-americana “Jump into Tomorrow” comoum dos produtos mais inovadores do mun-do, na categoria de segurança, o que tem oKiddo Kidkeeper de tão inovador que o le-vou a tão alto reconhecimento?

João Oliveira – Além da tecnologia utili-zada (RFID), julgo que o factor preponderan-te deste reconhecimento deve-se, sobretudo,ao carácter inovador da aplicação em si.

O Kiddo Kidkeeper destaca-se pela suaevidente utilidade e funcionalidade, especial-mente nos dias de hoje. O facto de poder terainda um vasto leque de outras aplicações(monitorização de bens valiosos, de doentesde Alzheimer, de animais de estimação, etc.)e de ter um design simplicista e atractivo, to-dos estes aspectos em conjunto fazem doKiddo um sistema inteligente e reconhecida-mente útil.

JPME – O que levou a Smart Target alançar o Kiddo?

JO – O Kiddo Kidkeeper aparece numa ló-gica de identificação de uma oportunidade demercado e de aproveitamento do know howinterno.

Partindo desta base, optou-se porseguir uma política de parcerias eoutsourcings com parceiros-cha-ve e estratégicos, quer ao níveldo desenvolvimento do pro-duto, quer ao nível da distri-buição.

JPME – Quais são as diferenças e vanta-gens que o Kiddo apresenta comparativa-mente a outros produtos semelhantes nomercado?

JO – Na verdade, o Kiddo é o único que,além de poder monitorizar mais que umacriança (até quatro em simultâneo), não pro-voca interferências com outros sistemas elec-trónicos, tem um sistema de garantia eficien-te (garantia total de 2 anos) e é feito de mate-riais seguros e certificados, aliás, o mercadoencarrega-se por si só de identificar a quali-dade dos materiais utilizados. Tudo isto, alia-do a um princípio de funcionamento muitofácil e eficaz, fazem do Kiddo um produto deposicionamento premium.

JPME – Como tem reagido o mercado aovosso produto?

JO – A reacção tem sido muito positiva, aoponto de em apenas 10 meses de actividade co-mercial o produto estar já em mercados tão im-portantes como o sueco, espanhol, romeno, me-xicano, chileno, português, holandês, e, breve-mente, também em França, EUA e Brasil.

JPME – Tem sido fácil a penetraçãono mercado internacional? Quais asmaiores dificuldades que têm encon-trado?

JO – Na verdade, a receptivida-de maior surgiu precisamente doexterior, apesar de acontecimen-tos como o "caso Maddie" e ou-tros. Nunca é fácil para uma startup portuguesa, e com recur-sos limitados, impor-se deimediato num âmbito in-ternacional, mas comuma aposta numaboa estratégia decomunicação e deparcerias de dis-tribuição estraté-gicas por paísesfoi relativamen-te rápido a pe-netração nosmercados cita-dos. O produtopor si tambémajuda muito, poistemos recebidomuitas solicitações ede todas as partes doglobo.

PRODUTO PORTUGUÊS INOVADOR RECONHECIDO INTERNACIONALMENTE

Kiddo ultrapassa fronteirasA prestigiada revista norte-americana “Jump into Tomorrow” colocou o produto português KiddoKidkeeper na lista dos produtos mais inovadores do mundo. Em entrevista ao Jornal das PME, JoãoOliveira, product manager da Smart Target (empresa portuguesa de investigação e desenvolvi-mento, detentora do Kiddo Kidkeeper), explica-nos as razões para tão importante distinção.

COMO O KIDDOPODE PROTEGER AS CRIANÇAS?

O Kiddo Kidkeeper é um alarme de proximi-

dade inovador que permite prevenir perdas

e acidentes infantis. É composto por duas

unidades: um emissor (que é fixo à criança)

e um receptor (que é transportado pelo

adulto).

O adulto pode definir a distância de afasta-

mento máxima pretendida. Sempre que a(s)

criança(s) se afastar(em) mais que essa dis-

tância pré-seleccionada, o Kiddo gerará um

alarme sonoro, possibilitando, assim, e em

poucos segundos, recuperar a criança para

junto de si novamente.

Desenvolvido pela empresa portuguesa de

investigação e desenvolvimento Smart Target,

os seus promotores apontam como sua mis-

são “conceber soluções que possam garantir o

bem-estar e a tranquilidade de toda a família”.

Daí que o Kiddo Kidkeeper surge como “um

projecto pioneiro, um conceito arrojado e inova-

dor a nível mundial”.

Para conhecer mais acerca deste produto portu-

guês inovador aceda ao site www.kiddo-kid-

keeper.com

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Página 10 | Maio de 2008

OGrupo Civigal expandiu a sua activi-dade em 2007 com uma forte aposta nainternacionalização em Angola, tendo

ali constituído uma sociedade de direito angola-no na área da construção civil. Em comunicadoenviado ao Jornal das PME, a empresa portu-guesa refere que se encontra, actualmente, no

mercado de Angola com uma “presença solida-mente incrementada” neste sector, contando jácom uma vasta carteira de obras, o que assegu-rará em 2008 uma facturação no valor aproxi-mado de 15.000.000,00 USD.

A entrada em Portugal de diversas multina-cionais na área do equipamento de aluguer para

a construção civil, levou a Civirent (empresa dogrupo Civigal) a adoptar também a estratégia edeslocou-se para o mercado angolano, onde jádesenvolve a actividade com grande sucesso eprogresso, em particular nas cidades de Luandae Lobito.

É intenção da Civigal dar continuidade a es-

te “ambicioso projecto” de expansão em Ango-la. Para tal irá desenvolver investimentos em di-versificadas áreas de actividade, dando comoexemplos a Civitec – fábrica de estruturas depré-fabricados em betão; uma central de betãopronto e carpintaria e a Civimo – promoçãoimobiliária.

A MAIORIA DAS IMPORTAÇÕES DE MEDICAMENTOS TEM ORIGEM EM PORTUGAL

Angola aguardainvestimentofarmacêutico luso

OBJECTIVO É GARANTIR CRESCIMENTO SUSTENTADO DAS EMPRESAS

Novo fundo de fomento empresarial

Em visita a Portugal no passado mês de Abril, o ministro ango-lano da Saúde afirmou que pretende atrair para o seu país far-macêuticas portuguesas e empresas de prestação de cuidadosmédicos. Anastácio Sicato afirmou, em declarações à AgênciaLusa, que “estimulamos os parceiros de Portugal, um país quetem um potencial enorme nesta área e que pode investir”, já quese trata de empreendimentos “muito caros, não é nada fácil”.

GRUPO PORTUGUÊS REVELA AMBICIOSO PROJECTO DE EXPANSÃO EM ANGOLA

Civigal incrementa investimento

Na mesma semana destas declarações, aEspírito Santo Saúde anunciou que vaiconstruir o seu próprio hospital em

Luanda. A infra-estrutura deste projecto que, se-gundo fonte da empresa, envolverá a Escom,unidade do grupo com forte implantação em An-gola, será criada à semelhança do recente Hospi-tal da Luz, em Lisboa, com uma forte valênciamaterno-infantil.

Questionado acerca deste projecto, Anastá-cio Sicato incentiva outros empresários a segui-rem este exemplo, ao referir que “queremos en-corajar empresários a fazerem o mesmo noutrasáreas”.

Outro investimento na área da saúde que jáestá ser implementado em Luanda prende-secom o projecto de uma equipa de médicos por-tugueses para prestar serviços de cirurgia plásti-ca nos hospitais dos Queimados e do Prenda.Um contrato “bastante bem negociado, com fis-calização e objectivos. É o primeiro com todosos requisitos e exigências”, sustentou o ministroangolano.

Sendo Angola um país carente, o objectivo écriar condições neste país no sentido de dar res-posta aos problemas na especialidade, formandoum corpo de médicos e enfermeiras locais.

Mas as intenções do Ministério da Saúde an-golano não se ficam por aqui. O titular da pastarefere que outro dos objectivos é “estimularmais empresas de medicamentos a instalarem-seem Angola”. Neste sentido pretende-se “acabarcom a anarquia actual, em que aqueles que fa-zem comércio de medicamentos fazem de tudoe mais alguma coisa” e possibilitar a instalaçãode “especialistas com mais qualidade e melhoresresultados”.

No âmbito de um acordo bilateral, a refor-mulação da legislação angolana na área do me-dicamento é apoiada pelo Instituto da Farmáciae do Medicamento (Infarmed) que presta aindaformação a técnicos angolanos em Portugal.

Os últimos dados oficiais publicados referemque mais de metade do mercado angolano demedicamentos é informal e a maioria das impor-tações tem origem em Portugal.

OConselho de Ministros angolanoaprovou recentemente um Decretoque cria o Fundo de Fomento Em-

presarial, com o objectivo de garantir o cresci-mento sustentado das capacidades empresa-riais e financeiras dos investidores privadosnacionais. Através deste novo instrumento deexecução política económica e social, que seinsere no processo de reconstrução nacional,pretende-se reindustrializar Angola e desen-volver o sector privado nacional.

Regendo-se pelas recomendações do Con-selho de Ministros, este instrumento financei-ro será tutelado pelo Ministério das Finançasangolano e dirigir-se-á preferencialmente àsempresas do sector industrial.

Entretanto, o Governo anunciou estar naposse de um programa agro-pecuário que visaproduzir bens alimentares em quantidade sufi-ciente, capaz de fazer face a uma eventual cri-

se de cereais a nível mundial.Este programa consubstancia-se em inves-

timentos na reabilitação de infra-estruturas,formação de quadros e de empresários do sec-tor agrário, assim como na concessão de cré-ditos às áreas produtivas, principalmente dascadeias do milho e do feijão, através do finan-ciamento do Banco de Desenvolvimento deAngola (BDA).

Por seu turno, o Ministério da Agriculturae do Desenvolvimento Rural está a implemen-tar, há três anos, diversos programas em todasas regiões do país, de modo a reduzir o déficede cereais, estimado em 40%.

O objectivo é, segundo o director-geral doInstituto de Desenvolvimento Agrário, Mar-cos Nhunga, reduzir a concentração de produ-tos no campo, através do escoamento de gran-de parte da produção, além de contemplar adistribuição de instrumentos de trabalho.

NO SECTOR IMOBILIÁRIO ANGOLANO

Abrantina investe 34 milhões USD

AAbrantina Investimento Imobiliário– empresa do Grupo Lena – tem emcurso a construção de um empreen-

dimento na baixa de Luanda, num investi-mento que rondará os 34 milhões de dólares(cerca de 21,7 milhões de euros).

Segundo revelou a empresa, este projec-to em terras angolanas envolve a construçãoe promoção de um edifício com 16.330,35metros quadrados que compreende uma zo-na comercial de dois pisos com 24 lojas, deoutros dois pisos com 12 escritórios e osrestantes sete pisos com 28 habitações

destinadas ao segmento alto e médio-alto.Com uma duração global de construção de

30 meses, a obra teve já início em Abril de2007, prevendo a sua comercialização a partirdo terceiro trimestre do corrente ano.

Com este investimento, a empresa reforçaa sua presença numa das maiores economiasem desenvolvimento a nível mundial – o mer-cado angolano.

A Abrantina refere ainda que perspectivaum volume de negócio para 2008 na ordemdos 14 milhões de dólares (9 milhões de eu-ros) em território angolano.

“EXPANSÃO DA REDE EM ANGOLA É PARA CONTINUAR”, GARANTE ULRICH

BPI negoceia venda de 49%do BFA à sonangol

BPI e Sonangol têm mantido conversa-ções para a cedência de 49% do Ban-co de Fomento de Angola (BFA) à

petrolífera angolana. Embora se tenha escusa-do a revelar o valor da participação que serávendida à Sonangol, o presidente do BPI, Fer-nando Ulrich, admitiu mudanças na estruturade gestão em virtude da entrada do novo ac-cionista. Ulrich adiantou, ainda, que a expan-são da rede em Angola é para continuar aolongo dos próximos anos. O BPI detém ac-tualmente 100% do BFA e é, até ao momento,

líder do sector bancário em Angola. É tambémo único banco comercial a operar em Angolacom capital 100% estrangeiro.

Com uma quota de mercado de 24%, oBFA é o maior banco angolano em volume decrédito e o segundo nos depósitos, com 20%da quota. No último ano, o banco cresceu45,6%, fixando-se em 24,2 milhões de euros.

O BFA tem 86 balcões de retalho e 11centros de investimentos e de empresas,número que cresceu 20% relativamente aMarço de 2007.

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CARLOS BAYAN FERREIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA PORTUGAL - ANGOLA

A primeira atitude a adoptar por quem quer abordar o mercado ango-lano é fazer o chamado “trabalho de casa”. O conselho é dado pelopresidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Angola(CCIPA), Carlos Bayan Ferreira. Em entrevista ao Jornal dasPME, Bayan Ferreira aborda a situação económica actual deAngola, a relação bilateral entre os mercados português e an-golano, bem como o papel da CCIPA no apoio à concretizaçãodesse mesmo relacionamento económico.

Jornal das PME – O mercado angolano éum importante destino de exportação e inves-timento para as empresas portuguesas. E, se-gundo o FMI, Angola será a economia commaior crescimento em 2008. O que é que real-mente contribuiu para que Angola se tornasseum dos maiores mercados emergentes da ac-tualidade?

Carlos Bayan Ferreira – O factor base funda-mental ao desenvolvimento e crescimento eco-nómicos de Angola é o de sempre e o mesmoque fez do país uma economia industrializada edesenvolvida até 1974: as inúmeras e diversifi-cadas potencialidades de que dispõe e que, seaproveitadas, poderão torná-lo praticamente au-to-suficiente e exportador para mercados africa-nos, europeus ou mesmo americanos e asiáticos.

Aquilo que marcou efectivamente a diferen-ça nestes últimos anos foi o advento da paz. De-pois de uma longa guerra - que começou comocolonial em 1961 e prosseguiu como civil até2003 -, a estabilidade militar e política no país, apar da descoberta de novos poços de petróleo(motor principal da economia angolana), permi-tiram ao país renegociar as suas dívidas externas,enveredar por um processo de reconstrução na-cional e atrair novos parceiros internacionais.

Estes parceiros, possuidores de capacidadeeconómica e tecnológica, criaram condições pa-ra aproveitar as oportunidades de negócio que seabrem ao investimento privado, por si só ou emsistema de parcerias público-privadas, a todos osníveis: um país em paz pode dedicar-se a diver-sas áreas de actividade e explorá-las. Não dis-pondo de mão-de-obra suficientemente capacita-da, de capital financeiro e técnico, de matérias-primas e subsidiárias, torna-se necessariamentereceptivo à intervenção de parceiros estrangeirosque, capazes de colmatar as suas carências, inter-vêm activamente no processo de reconstruçãonacional e partilham os seus conhecimentos como mercado local.

Estes novos parceiros são oriundos de diver-sos países e contribuem para a recuperação deAngola enquanto país e enquanto economia, re-forçando o seu carácter de alvo de investimentopreferencial, considerando que oferece condi-ções a todos os níveis e em todos os sectores deactividade.

JPME – De que forma as empresas portu-guesas têm vindo a demonstrar o seu interes-se pelo mercado angolano? Quais as suasmaiores apostas?

CBF – A forma de participação das empresasportuguesas em Angola varia desde o comércioao investimento, passando pela prestação de ser-viços às empresas e à banca, entre outras. Quan-

to à participação das empresas e dos empresáriosportugueses nas empresas angolanas, vai desde aparticipação no capital social, à gestão e ao de-sempenho de cargos técnicos, à titularidade datotalidade do capital, etc..

JPME – Trata-se de um interesse mais nu-ma óptica de investimento directo ou de ex-portação?

CBF – É difícil afirmar se o interesse das em-presas portuguesas em Angola se encontra orien-tado preferencialmente numa óptica de investi-mento directo ou de exportação, pois os valoresrelativos a ambas as formas de internacionaliza-ção têm vindo a sofrer um acréscimo anual acen-tuado. Seria, contudo, possível que o impacto doinvestimento directo português em Angola fossemaior se as empresas nacionais não estivessem apassar por uma longa fase de dificuldades fi-nanceiras que cria obstáculos à sua in-ternacionalização.

Se, por um lado, as em-presas portuguesasapresentam maisvalias para Ango-la no investimentoe nas exportações,e por seu turnoAngola “vive” pra-ticamente do comér-cio externo e neces-sita desenvolver a in-dústria nacional, entãoas empresas portuguesase angolanas poderão esta-belecer e manter relaçõesde parceria e comple-mentaridade nestasáreas. Não obstante,existirão sempre empresasportuguesas puramente ex-portadoras e outras que pas-sarão de uma fase à outra,não só para abastecimento domercado local mas tambémnuma tentativa de, a partir deAngola, aceder ao mercado re-gional mais vasto da SADC.

JPME – É um facto que omercado angolano está a evo-luir em todos os sectores de acti-vidade e a ficar mais operacionalpara quem quer fazer negóciosneste país. Em sua opinião, quaisdeverão ser os sectores de apostadas empresas portuguesas?

CBF – A capacidade tecnológica e a

“O mercado angolano tem de seropcional e não alternativo”

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JPME – Como classifica, actualmente, as relaçõeseconómicas entre Portugal e Angola?

CBF – As relações económicas e empresariais entrePortugal e Angola não foram sempre estáveis: a guerracivil e os esforços humano, material e financeiro de su-porte; políticas governamentais desajustadas das carên-cias e necessidades da população; as perspectivas depaz e as oscilações nas disponibilidades financeiras doEstado angolano, fizeram com que o relacionamento en-tre os dois países se caracterizasse pela instabilidade(tal como sucedeu com os demais potenciais e efectivosparceiros internacionais), tendo, contudo, Portugal, sido

o único parceiro que se manteve em Angola e a traba-lhar com o mercado, mesmo durante as piores fases doconflito armado.

A consolidação da paz em 2003 e a fase de estabili-dade militar vivida deste então permitiu às empre-sas consolidar a respectiva presença no mercado, promover o seu crescimento e colaborar no processo derecuperação e desenvolvimento sócio-económico do país. Em 2005, este relacionamento viria a registarum novo impacto positivo, derivado do pagamento da dívida de Angola ao Estado português (27% do

total de USD 955,9 milhões), à banca comercial e às empresas que haviam aceitado os termos do Protocolo assinado entre os dois países em Novembrode 2002.

O ano de 2006 marcou o início de uma etapa decisivanas relações entre Portugal e Angola: a deslocação doPrimeiro-Ministro português a Luanda permitiu elimi-nar alguns obstáculos de natureza política que as afecta-vam e criar mecanismos catalisadores do aumento doinvestimento e das exportações de Portugal em e paraAngola, reforçando as relações bilaterais. Destacam-se:

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qualificação técnica que as empresas e os técni-cos nacionais possuem permitem-lhes trabalharem qualquer sector de actividade: construção ci-vil, obras públicas e materiais de construção;metalurgia e metalomecânica; electricidade eelectrónica; agro-alimentar; prestação de servi-ços às empresas; banca; educação e formaçãoprofissional; combustíveis; telecomunicações etecnologias de informação.

Por outro lado, também as províncias, e no-meadamente as respectivas capitais, constitui-rão, a médio prazo, uma boa opção para os in-vestimentos das empresas, considerando queapresentam potencialidades diversas para explo-rar e um vasto trabalho a realizar em todos os as-pectos.

Contudo, e porque algumas províncias aindase deparam com problemas que, para a activida-de empresarial diária, se revelam difíceis de ul-trapassar - acessos rodoviários degradados, ine-xistência de acessos ferroviários, dificuldades eirregularidades no abastecimento em água, ener-gia eléctrica e telecomunicações, minas terres-tres -, será necessário criar primeiro condiçõessuficientes e adequadas de segurança e mobili-dade interna, pois enquanto as infra-estruturasnão estiverem reabilitadas, dificilmente as em-presas escolherão outros destinos para os seusinvestimentos que não aqueles onde já se encon-tram – Luanda, Benguela/Lobito, Kwanza Sul,Bengo, Huíla, Namibe e Huambo.

JPME – De que forma é que os empresáriosportugueses deverão abordar este mercado?

CBF – Num estudo efectuado pelo ICEPPortugal em 2002 – Observatório da PresençaEmpresarial Portuguesa em Angola –, 43,6%das empresas portuguesas inquiridas presentesem Angola reconheceram que, se pudessemvoltar atrás, se teriam munido de um maiorapoio de ordem informativa junto das entidadesoficiais portuguesas e das associações empresa-riais. Outra questão que se coloca frequente-mente, é a de muitos investidores apostarem emAngola por terem vivido no país ou aí teremcumprido o serviço militar antes de 1974, guar-dando do país uma imagem que já não corres-ponde à actual.

Nesta sequência, parece-nos que a primeiraatitude a adoptar por quem quer abordar o mer-cado angolano é fazer o chamado “trabalho decasa”, ou seja, obter o maior e mais diversificadovolume de informação possível (disponível emdiversas fontes e nomeadamente na Internet),conversar com pessoas, com entidades, com aCâmara, tentar ir a Angola, procurar seleccionaro que de facto é importante para a empresa e de-pois decidir se realmente o mercado angolano éo ideal para o seu projecto. Considerando os ele-vados custos do investimento em Angola, este

estudo inicial é fundamental: o mercado angola-no tem que ser opcional e não alternativo.

JPME – Mas, a atitude face a Angola temvindo a mudar…

CBF – É nossa opinião que, nos últimostempos, a atitude face a Angola tem vindo amudar, pois as novas gerações de empresáriosassentam as suas decisões em factores maisracionais e menos afectivos, dado o maiordistanciamento emocional que possuem rela-tivamente ao país.

Pese embora as empresas portuguesaspossuam duas grandes mais-valias na sua re-lação com Angola - a língua e a facilidade derelacionamento inter-pessoal, alargado àsrelações empresariais e institucionais -,

ao contrário do que muitos investidores por-tugueses que querem trabalhar em Angolaainda pensam, estes não são factores que, deper si, conduzam ao sucesso das suas empre-sas no mercado, seja numa perspectiva de in-vestimento, comércio ou prestação de servi-ços.

JPME – Quais são os principais obstáculosque os empresários portugueses ainda encon-tram em Angola?

CBF – As maiores dificuldades no acesso aomercado angolano e que poderão condicionar oinvestimento português em Angola, são: a obten-ção dos vistos de entrada, principalmente de tra-balho (espera-se que a nova legislação sobre estamatéria venha melhorar e acelerar os processosburocráticos inerentes a esta matéria); a disponi-bilidade de locais onde instalar a empresa e ostrabalhadores expatriados (quando existam); oselevados valores do aluguer de espaço; proces-sos administrativos muito burocratizados e len-tos; mão-de-obra local com insuficiente qualifi-cação profissional; absentismo dos trabalhado-res; abastecimento irregular de água eelectricidade.

Porém, e apesar de a formação de parceriacom um investidor angolano ter perdido o carác-ter legal de obrigatoriedade, o investidor portu-guês poderá optar por se instalar em Angola emcooperação com um empresário ou empresa lo-cal da mesma área de actividade. A adopção des-

ta medida poderá ajudar a ultrapassar algumasdificuldades resultantes das características e par-ticularidades próprias do mercado angolano, pa-ra as quais o investidor estrangeiro não está habi-litado nem capacitado e que poderão prejudicaro projecto e inviabilizar o investimento.

JPME – Que conselhos gostaria de deixaraos empresários portugueses que queremabordar o mercado angolano?

CBF – Apesar de, à partida, se poder pensarque aceder e trabalhar no mercado angolano é fácil, pois ambos os povos partilham a mesmalíngua, na realidade os valores e a filosofia em-presarial de uns e outros são substancialmentedistintos, o que por vezes dificulta o relaciona-mento e o sucesso dos projectos.

Contudo, na generalidade dos casos, o inves-tidor português tem consciência das vantagensque poderão advir da associação de um empresá-rio angolano ao seu projecto. Por isso, as parce-rias bilaterais têm, com frequência, resultado emcasos de sucesso para as partes envolvidas, o querevela a preocupação, o cuidado e a considera-

Movimento empresarial já é nosEstabilidade política e condições criadas permitem lançar as fundações para o estreitamento das relações

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ção que as premissas referidas lhes mereceram,no sentido de não colocar em causa a parceria epermitir que esta funcione como uma “bola deneve”: ao trazer benefícios para o investidor e oreceptor do investimento, possibilita o desenvol-vimento do tecido empresarial nacional e propi-cia as condições necessárias ao melhor desen-volvimento de cada uma das empresas.

Em conclusão, diríamos que uma parceriaestruturada permitirá ao empresário portuguêsassegurar a sua presença em nichos de mercadoonde já apresenta vantagens competitivas bemcomo garantir uma presença sustentada em no-vas actividades económicas que agora encon-tram condições para surgir e se desenvolverem(o marketing e a publicidade, por exemplo). Poroutro lado, as condições que apresenta e a quali-dade dos produtos que disponibiliza, devem tor-nar os empresários portugueses a primeira esco-lha dos parceiros angolanos, pelo que é funda-mental que às empresas portuguesas estejaassociada uma imagem de confiança, credibili-dade e qualidade, que permita marcar a diferen-ça pela positiva, face aos demais concorrentes.

- da parte portuguesa: aumento do montante da linhabilateral de crédito à exportação, com garantia COSEC,de 100 para 300 milhões de euros; entrada em vigor dos protocolos e acordos nos domínios da concessão de crédito ajuda, cooperação científica e tecnológica e turismo (Programa Integrado de Cooperação para operíodo 2007 – 2010); criação de um benefício fiscalpara as empresas nacionais, isentando-as do pagamento,em Portugal, da tributação dos dividendos obtidos emAngola, desde que comprovem tê-los liquidado nessepaís;

- da parte angolana: crescimento exponencial do PIB,

pelo 3º ano consecutivo a 2 dígitos; paridade cambialentre o dólar norte-americano e o euro e o kwanza; re-dução da taxa de inflação; abundância de recursos natu-rais; sistema financeiro moderno; legislação de enqua-dramento da actividade económica, propiciadora datransparência do clima de negócios e atractiva ao inves-timento privado, estrangeiro e nacional.

Por outro lado, e se até há bem pouco tempo, o movi-mento empresarial era, essencialmente, o das empresasportuguesas que se internacionalizavam para Angola,agora começamos a assistir ao movimento recíproco:

empresas angolanas, dotadas de meios financeiros e ca-pacidade tecnológica, conscientes das ligações cultu-rais, históricas e económicas que unem os dois países,iniciaram o seu processo de internacionalização paraPortugal, constituindo-se como empresas de direito por-tuguês ou tomando parte no capital social de grandesempresas portuguesas, abrindo, desta forma, “a porta”de acesso directo aos mercados da União Europeia.

A estabilidade política existente e as condições cria-das permitiram lançar as fundações para o estreitamentodas relações económico-empresariais entre Portugal eAngola num futuro breve.

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dois sentidoseconómico-empresariais entre Portugal e Angola

COM UMA PARTICIPAÇÃO ACTIVA NOS PROCESSOS DE ESTREITAMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE PORTUGAL E ANGOLA

Jornal das PME – A CCIPA comemora esteano 20 anos de actividade. Qual o balançoque faz do trabalho que a CCIPA tem vindo adesenvolver?

Carlos Bayan Ferreira – A CCIPA foi cria-da em Julho de 1987, com o duplo objectivode, por um lado, constituir um circuito de liga-ções institucionais que fortalecessem a relaçãoentre a instituição, representativa das empre-sas, e os órgãos de decisão responsáveis pelasrelações económicas bilaterais, e, por outro la-do, de recolher, seleccionar e tratar informaçãodiversa de enquadramento do mercado angola-no, para posterior divulgação junto dos opera-dores económicos nacionais. Desta forma, pro-porcionaria às empresas um conhecimento deAngola que lhes permitiria avaliar com segu-rança a possibilidade da concretização de par-cerias bilaterais bem como o apoio institucio-nal necessário para que as mesmas fossem de-vidamente acolhidas pelas instituições oficiaise governamentais de ambos os países.

JPME – Os laços criados com diversas en-tidades também têm sido importantes…

CBF – Os laços criados aos longo dos anoscom entidades oficiais e empresariais de am-bos os países (ICEP e AICEP, ex-Instituto daCooperação e Ministérios dos Negócios Es-trangeiros, das Finanças e da Economia, pelaparte portuguesa; Ministérios da Indústria, doPlaneamento e das Finanças, IDIA, ex-IIE eassociações empresariais congéneres, pela par-te angolana) e a proximidade que sempre man-teve com as empresas associadas, reflectem-seno acompanhamento e divulgação de dadossobre a evolução do mercado angolano e naparticipação activa da Câmara em processosimportantes e decisivos para o estreitamentodas relações entre Portugal e Angola, como se-jam, entre outros, a colaboração com o PNUDna organização da Mesa Redonda de Doadorespara Angola e do PRC – Programa de Reabili-tação Comunitária; a colaboração na definiçãoda agenda das Comissões Mistas de Coopera-ção; a negociação das dívidas de empresas an-golanas a empresas portuguesas.

JPME – E, neste contexto, a paz que se vi-ve em Angola tem sido, igualmente, funda-mental para a consolidação da missão daCCIPA…

CBF – O advento da paz em Angola há 5anos, associado aos esforços prosseguidos pe-las autoridades angolanas no sentido da actua-lização do enquadramento legislativo das acti-vidades económicas e na sua relação com osparceiros, internos e externos; o desenvolvi-mento e o crescimento da economia angolana;o aumento do número de entidades públicas eprivadas e de parceiros oriundos de outras na-cionalidades, intervenientes nas relações eco-nómicas internacionais, conduziram a um am-biente de negócios que, sendo mais atractivo,transparente e facilitador, consentâneo com asperspectivas de desenvolvimento do país, justi-fica, cada vez mais, a importância do acompa-nhamento e do apoio que a Câmara presta àconsolidação da presença das empresas portu-guesas em Angola e à entrada das empresas an-golanas em Portugal.

JPME – Quais as perspectivas e acções adesenvolver no futuro?

CBF – Tendo em perspectiva o fortaleci-mento dos laços bilaterais, a CCIPA pretendemanter o trabalho que tem vindo a desenvolvera diversos níveis, dos quais destacamos:

- a representação e defesa dos interesses dasempresas Associadas, portuguesas e angola-

nas, face às entidades dos dois países com po-der de decisão sobre as relações económico-empresariais bilaterais, no sentido de manter oseu envolvimento em processos importantes edecisivos para o estreitamento das relações en-tre Portugal e Angola;

- a recolha, tratamento e divulgação de in-formação económica, fiscal, financeira, jurídi-ca, laboral e comercial sobre os mercados an-golano e português, para posterior divulgaçãojunto das Empresas interessadas em investirem Angola e em Portugal, a fim de lhes pro-porcionar um conhecimento do país que per-mita avaliar com segurança a possibilidade daconcretização de parcerias saudáveis e de ne-gócios bem sucedidos, ou seja, com êxito paraambas as partes;

- a prestação de informação; a criação denovos laços institucionais e o fortalecimentodos já existentes; a presença da Instituição emambos os mercados, que não só mantêm váli-dos os pressupostos que levaram à criação daCCIPA como justificam a continuação da suaexistência e apresentam novos desafios sobre oque é possível fazer no sentido de fomentar eapoiar a constituição de parcerias bilaterais re-presentativas de ambos os países, que reforcemo bom relacionamento a todos os níveis entreparceiros de longa data, inicialmente unidospor laços de natureza cultural e linguística eagora, também, económica, financeira e em-presarial.

CCIPA comemora20 anos de actividade

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JORNAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

MERCADO IBÉRICO

Página 14 | Maio de 2008

FRANCHISING ESPANHOL ELEGE MERCADO LUSO COMO OPÇÃO PREFERENCIAL PARA A SUA INTERNACIONALIZAÇÃO

Portugal é primeiro destinodas marcas espanholasPortugal caracteriza-se como o anfitrião de primeira linha para as empresas estrangeiras. Bomexemplo disso é o mercado luso de franchising, um mercado que nos últimos dez anos experimentouum notável crescimento e onde, actualmente, mais de metade das lojas comerciais são estrangeiras.

Dada a proximidade geográfica e as se-melhanças de ambos os mercados,Espanha elege-se como o país com

maior número de redes em território portu-guês, concretamente soma uns 20% do total defranchisings. Por isso, Portugal é o país quemais centrais espanholas acolhe em toda a Eu-ropa. Mais concretamente, 91 empresas espa-nholas operam em Portugal, repartidas em1639 estabelecimentos.

Entre as razões que colocam Portugal comoo principal porto de desembarque dos franchi-sings espanhóis, encontra-se o facto de que amaioria dos empresários consideram este paíscomo uma extensão natural do mercado espa-nhol. Assim o constata, por exemplo, o presi-dente executivo da rede de mensagens urgen-tes MRW, Francisco Martin Frias, ao afirmarque “mais que apresentarmos este país como oprimeiro destino da nossa expansão internacio-nal, fomos crescendo em toda a península, in-cluindo Andorra, Gilbraltar e claro, Portugal. Anossa tarifa única facilitou-nos enormemente otrabalho”.

O caso da MRW é semelhante ao de outrosfranchisings. Para Press To, Clínicas VitalDent, Farggi ou Euro & Companhia, Portugalfoi também o primeiro passo nos seus proces-sos de internacionalização. A proximidade so-mada às semelhanças culturais e dos processosde trabalho são, de novo, os factores que moti-vam os responsáveis espanhóis a fazer negó-cios com os seus vizinhos lusos.

Um dos franchisings que está há mais tem-po instalado em Portugal, mais precisamente

desde 1992 quando abriu a sua primeira lojaem Coimbra, é a Mango. Hoje em dia, a em-presa trabalha para consolidar a sua posição nomercado luso. “Estamos a realizar um proces-so de restauração de muitas lojas. A nossa ex-pansão continua e, concretamente este ano,abriremos dois novos pontos de venda”, adian-tou fonte da empresa.

Um ponto onde parece não existir consensoentre os empresários espanhóis é a hora de es-tabelecer, já que surge como a principal barrei-ra de acesso ao país vizinho. Por um lado, háempresas que tiveram que modificar o seu con-ceito de negócio para ter êxito. Um exemplo éa cadeia de gelados Farggi que desenvolveuuma carta e um marketing próprio adaptadoaos gostos locais. Além do mais a companhiateve que adaptar-se a normas sanitárias maisrestritas do que as existentes em Espanha. “Te-mos avançado com os controlos de qualidade,de higiene e legislativos graças à nossa expe-riência portuguesa”, assegura o responsável daexpansão internacional da cadeia, Adriá Mas-saguer. Por outro lado, há companhias que nãonecessitaram de mudar em nada o seu modelode negócio. Um exemplo são as lavandariasPress To. Segundo o director da cadeia, AfonsoMartín, “quando se entra noutro país há sem-pre alguma concessão, mas no nosso caso, emPortugal não foi assim. Podemos, inclusive,realizar as mesmas acções promocionais quefazemos em Espanha e nas mesmas datas, deri-vado ao clima que é tão semelhante”.

Como já referimos no início desta reporta-gem, são 91 as marcas espanholas que operam

em Portugal através de 1639 estabelecimentos.A cadeia de supermercados Dia% encabeça oranking com 427 pontos de venda – um em ca-da quatro locais abertos no país vizinho perten-ce a esta marca. Segue-se a internacional dieté-tica Naturhouse, com 141 lojas, Telepizza,com 81 restaurantes, a especialista em trans-porte urgente MRW com 71 escritórios, oscentros de beleza e estética Cellulem Blockcom 70 locais e a Mango com 56 estabeleci-mentos.

As Clínica Vital Dent são outra das empre-sas espanholas que oferecem os seus serviçosaos portugueses através de uma rede de 21centros. O seu director-geral, Gert Jan Pauli,assegura que este ano aumentará em 15 o nú-mero de centros e “para 2010 o nosso objecti-vo é alcançar os 70”.

Os planos da Press To, que conta actual-mente com 36 estabelecimentos em Portugal,são também continuar a ampliar a sua rede. Enão só a lavandaria, Portugal foi eleito o pri-meiro escalão para a implementação interna-cional de outra das suas marcas – a Press Car,negócio dedicado à limpeza e restauração deautomóveis.

Euro & Companhia – negócio de utilidadesdo lar, decoração, presentes, oportunidades,entre outros – é outra das empresas que assegu-ra ter muitas esperanças no mercado luso. Comuma rede de 45 lojas, o co-fundador do grupo,Mariano Rubio, salienta que as expectativas decrescimento são muito positivas, já que “aolongo destes anos Portugal nunca nos decep-cionou”, referiu.

BREVES IBÉRICAS

CUF VENDE ADUBOS À FERTIBERIAEmbora os valores estejam ainda em segre-

do, a CUF noticiou a concretização do negó-

cio de venda da empresa de adubos à espa-

nhola Fertiberia.

Segundo informação da empresa do grupo

José de Mello, esta venda permite valorizar os

activos da empresa e “concentrar toda a acti-

vidade e esforços na área dos químicos in-

dustriais, que evidencia um elevado potencial

de crescimento”.

Considerada uma das maiores empresas de

adubos da União Europeia, a Fertiberia rem

sede em Madrid.

EDIFER INVESTEEM ESPANHASuportado na actividade internacional, o forte

crescimento do volume de negócios, previsto

pela Edifer, representou 57% na carteira de

encomendas da empresa em 2007.

Relativamente ao mercado espanhol, a em-

presa portuguesa mantém a perspectiva de

que se mantenha o elevado volume de in-

vestimento no sector da construção, mesmo

perante um cenário de decréscimo de negó-

cios no sector residencial.

COOPERAÇÃO IBÉRICANA SAÚDEO Grupo Português de Saúde e o grupo

espanhol Ribera Salud estabeleceram

um acordo de cooperação que inclui uma

troca de expertise entre as duas organiza-

ções.

“Vamos trocar experiências, tecnologia e

até formação”, referiu Franquelim Alves,

presidente da administração do Grupo

Português de Saúde. Embora o grupo esteja

focado na estratégia de expansão no

mercado luso, Franquelim Alves não descarta

a hipótese de entrar no mercado espanhol.

O grupo Ribera Salud apresenta-se como um

dos maiores operadores rpivados em Espa-

nha e tem sede em Valência.

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JORNAL DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

MERCADO IBÉRICO

Maio de 2008 | Página 15

ENDESA É UMA DAS EMPRESAS ESPANHOLAS QUE JÁ MANIFESTARAM INTERESSE EM APRESENTAR OFERTAS

Portugal abreo mercado hidroeléctrico

INFRA-ESTRUTURA PORTUGUESA QUER CONVERTER-SE NUMA DAS MAIS IMPORTANTES PORTAS ATLÂNTICAS IBÉRICAS

Câmara de Comércio de Bajadoz visita Porto de Setúbal

ACâmara de Comércio de Badajoz vi-sitou o Porto de Setúbal com o objec-tivo de conhecer as suas infra-estrutu-

ras. Os visitantes, na sua maioria empresáriosda Extremadura, foram recebidos por CarlosGouveia Lopes, presidente da APSS – Admi-nistração dos Portos de Setúbal e Sesimbra,S.A. que destacou as potencialidades desteporto português para fluir e receber mercado-rias oriundas ou com destino à região da Extre-madura. Uma opção ideal para as cadeias detransporte que fazem a rota entre o Atlântico eaquela província espanhola.

Segundo Javier Peinado, chefe da delega-ção espanhola, “há possibilidades de estabele-cer contactos para fazer negócios entre a plata-forma Logística de Elvas/Badajoz, a Câmarade Comércio e os operadores do Porto de Setú-bal.” Peinado destacou a importância de cons-truir um aeroporto na região e apelou ao Go-verno português para que acelere o transporteferroviário de alta velocidade de modo a quepossa servir os interesses de ambos os países.

O Porto de Setúbal tem conexão ferroviá-ria diária com Mérida. O grupo Conteparqueassegura a dita conexão entre o terminal lu-

so Sadoport e o Porto Seco de Santa Eulália.Trata-se de um serviço de logística co-mo-dal integrado que abrange desde o transportede contentores e carga geral, passando peloparqueamento de contentores de 2ª linha emMérida, até à consolidação, desconsolida-ção, armazenagem e oferta de serviços al-fandegários.

Além disso, o grupo Conteparque oferecea zona de 2ª linha do Vale da Rosa, com qua-se 40.000m2 e acesso directo ferroviáriocom soluções multimodelos ibéricas, assimcomo um conjunto adicional de frota rodo-

viária a operar permanentemente na ligaçãodo porto. O serviço de logística garante umfluxo integrado de porta-a-porta/terminal.

O Porto Seco de Santa Eulália e ActivaCarga, empresa associada ao grupo, garantemas operações no parque e a distribuição em Es-panha, oferecendo, além disso, a conexão bis-semanal Mérida-Madrid por carril ferroviário.

Com este novo serviço, o Porto de Setú-bal dá mais um passo na sua estratégia paraampliar a ligação até Madrid e converter-senuma das mais importantes portas AtlânticasIbéricas.

O primeiro-ministro português, José Sócrates, apadrinhou o primeiro concurso de construção de quatro hidroeléctricas, deum total de nove previstas para o Norte do País. Esta medida sublinha a aposta do Governo luso nas energias renováveis –um dos quatro sectores estratégicos para a nação, juntamente com o turismo, a agricultura e a exploração florestal.

As primeiras quatro centrais pressu-põem um investimento entre os 450e os 760 milhões de euros e produ-

zirão 427 megawatts. É a primeira vez que oExecutivo português põe a concurso públicoa construção de hidroeléctricas, uma medidaque tem a sua origem no final do monopólioestatal da electricidade nas mãos de Ener-gias de Portugal (EDP), que era quem faziauso do seu “direito de preferência”.

A Endesa e outras empresas espanholasjá manifestaram o seu interesse em apresen-tar ofertas, devido às restrições ambientaisque existem em Espanha para este tipo demini centrais e poderem conseguir, assim,concessões cujo prazo é de 65 anos.

Sócrates destacou as profundas mudan-ças que a estratégia energética de Portugalsofreu desde que o seu Governo tomou pos-se, faz agora três anos. “Em 2005 havia in-definição estratégica na Galp e nas Energiasde Portugal, havia dúvidas no que se referiaà eficiência eólica e uma paralisia no sectorhidroeléctrico”, disse o primeiro-ministroluso. Actualmente, assegurou, existe “umaestratégia clara para aumentar o potencial dePortugal nas energias eólicas e hidroeléctri-cas”. Sócrates disse ainda que a aposta “novento e na água resulta estrategicamente anível político porque reforça a segurança na-cional”.

O chefe do Executivo recordou tambémque o chamado Programa Nacional de Bar-ragens com Elevado Potencial Hídrico foilançado há menos de quatro meses e fez comque agora se abrissem os primeiros concur-sos, demonstrando “o sentido de urgência doGoverno”.

Segundo o presidente do Instituto daÁgua, Orlando Borges, os investimentos nasoutras cinco hidroeléctricas previstas calcu-la-se entre os 700 e 800 milhões de euros.

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ALEXANDRA CAMPOS, SECRETÁRIAEXECUTIVA DO INSTITUTO IDEIA ATLÂNTICO

“Uma jornadainteressantee produtiva”

Jornal das PME – Que importânciaatribui à realização de iniciativas comoesta que o Governo chinês promoveu?

Alexandra Campos – De facto, foi umajornada muito interessante e produtiva, jáque tivemos a oportunidade de trocar expe-riências e estabelecer plataformas institu-cionais, das quais, seguramente em breve,iremos dar conta de mais pormenores.

Tratou-se de um Fórum para a Coopera-ção Económica e Comercial entre a Chinae os países de língua portuguesa que, paraalém da presença de Portugal, contou comrepresentantes de Moçambique, Brasil,Guiné-Bissau, Cabo Verde e Timor-Leste.

De Pequim às províncias Hubei, Fujiane a Região Administrativa Especial de Ma-cau, pudemos fazer diversas visitas de es-tudo e contactar com empresas e empresá-rios.

JPME – Qual o balanço que faz destalonga jornada?

AC – Foram 22 dias de aprendizagem edesmistificação do conceito que os ociden-tais, mais concretamente os europeus, têmrelativamente à Republica Popular da Chi-na. Desmistificação relativamente à cultu-ra, à segurança e à hospitalidade.

Para além de termos tido a oportunida-de de visitar indústrias – fábricas têxteis,maquinaria de construção civil, cerveja,etc.), passamos, igualmente, por um perío-do de formação onde pudemos obter infor-mações e dados relativamente ao sistemamonetário e fiscal da China e sobre os in-centivos às pequenas e médias empresas,bem como sobre a abertura ao exterior porparte da China.

Pudemos conhecer, igualmente, as di-versas zonas francas da China, bem comoperceber como a China tenta captar o in-vestimento estrangeiro para o seu territó-rio.

JPME – Quais as vantagens que omercado chinês pode oferecer aos em-presários portugueses?

AC – A dimensão. A população chinesaé a maior do mundo. Uma quota de merca-do por mais pequena que seja, estamossempre a falar de muita gente.

Comparativamente com o custo de vidaeuropeu, na China é substancialmente maisbarato e existe uma grande disponibilidadede mão-de-obra.

As actividades dos participantes du-rante esta estadia em território chi-nês incluíram palestras, visitas den-

tro e fora de Beijing (incluindo uma visita àRegião Administrativa Especial de Macau) ereuniões com empresários chineses.

A realização deste fórum surge num pe-ríodo de uma nova era para a cooperaçãoeconómica e comercial entre a China e ospaíses de língua portuguesa, onde Macau[ver caixa) surge como plataforma de servi-ços para a concretização dessa mesma coo-peração.

“A China é um país com um vasto territó-rio e rico em recursos naturais”. No entanto,“é um país muito populoso e a possessão derecursos per capita é relativamente baixa.Apesar de ter uma história milenar e uma ci-vilização esplêndida, o nível cultural e edu-cacional da população é relativamente bai-xo”. A afirmação é de Wang Yaping, direc-tor-geral do Centro de Formação doMinistério do Comércio.

Segundo este responsável, “o sistema so-cialista tem as suas vantagens, mas como opaís tem uma base económica precária, aprodutividade e o nível de desenvolvimentoeconómico são ainda relativamente baixos”.E, embora a China conte com tecnologias so-fisticadas, “ao mesmo tempo tem uma baixacompetitividade nas áreas industrial e agrí-cola”.

O volume global da economia é grande ea renda per capita é baixa. As regiões Leste eSul são as mais desenvolvidas e as regiõesSudoeste e Noroeste são relativamente atra-sadas.

Desde a reforma económica iniciada nos

finais de 1978, a economia chinesa tem vin-do a alcançar êxitos que têm chamado aatenção do mundo inteiro:

- A China conseguiu manter um rápido econtínuo crescimento económico durante umperíodo de tempo bastante longo. De 1987 a1993, o PIB chinês duplicou por duas vezes(em 1993 foi quatro vezes maior do que o de1978), enquanto que em 2007, o PIB chinêsfoi 14,7 vezes maior do que o de 1978. Nos29 anos desde 1978 até 2007, a economia na-cional chinesa cresceu a uma média anual de9,7%. Em 2007, a economia chinesa ficou no4º lugar no ranking mundial.

- De 1978 a 2007, o comércio externochinês aumentou 105 vezes, registando umcrescimento médio anual de 17%. Em 2007,a China já se tornou o terceiro maior país de

comércio externo. A China é um dos poucospaíses em desenvolvimento com uma abertu-ra relativamente grande, sendo a dependên-cia do comércio externo em 2007 de 67%.Ao terminar o ano de 2007, as reservas cam-biais da China foram de 1,5 mil bilhões, paíscom maior reservas cambiais do mundo.

- Ao longo dos últimos 29 anos, o capitalestrangeiro aproveitado pela China acumu-lou 960 milhões USD. Durante os últimosdois anos, a China foi o país em desenvolvi-mento que captou mais investimentos direc-tos estrangeiros.

- De 1978 a 2007, o mercado domésticoda China ampliou por 50 vezes, e o volumetotal da venda a retalho registou um aumentoanual médio de 14,4%. Actualmente, a Chi-na é o maior mercado potencial do mundo.

FÓRUM PROMOVE A COOPERAÇÃO ECONÓMICA ENTRE A CHINA E OS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

China abre as portas aoinvestimento portuguêsCom o principal objectivo de procurar vias de cooperação para concretizar o desenvolvimen-to e alcançar a prosperidade, aprofundando a troca de ideias sobre grandes matérias funda-mentais para o desenvolvimento da China e dos países e territórios de língua portuguesa, oMinistério do Comércio chinês, através do seu Centro de Formação, promoveu, ao longo dopassado mês de Abril um Colóquio da Administração Económica, dirigido fundamentalmen-te aos países de língua portuguesa. Portugal esteve representado nesta longa jornada de tra-balhos através de Alexandra Campos.

MACAU COMO PLATAFORMA PARA A COOPERAÇÃO ECONÓMICA

ALGUMAS DAS VANTAGENS QUE O TERRITÓRIO OFERECE• O crescimento do PIB em 2007 foi de 22,1%;

•• MMaaiiss ddee 9955%% ddooss pprroodduuttooss ddaa iinnddúússttrriiaa ttrraannssffoorrmmaaddoorraa ssããoo ppaarraa eexxppoorrttaaççããoo;;

• Mantém relações económicas estáveis com mais de 120 países/territórios;

•• MMeemmbbrroo ddee cceerrccaa ddee 3300 oorrggaanniizzaaççõõeess eeccoonnóómmiiccaass iinntteerrnnaacciioonnaaiiss;;

• Mais de 160 convenções internacionais ou tratados multilaterais aplicáveis a Macau;

•• OO aaccttuuaall ssiisstteemmaa jjuurrííddiiccoo ddee MMaaccaauu éé ddee mmaattrriizz ppoorrttuugguueessaa;;

• Existe uma grande comunidade de portugueses naturais de Macau e chineses que viveram nos países de língua portuguesa, entre os quais não faltam profissionais com rica experiência;

•• FFooii ccllaassssiiffiiccaaddoo ppeellaa OOrrggaanniizzaaççããoo MMuunnddiiaall ddoo CCoomméérrcciioo ccoommoo uumm ddooss tteerrrriittóórriiooss ccoomm ppoollííttiiccaa ddee ccoomméérrcciioo ee iinnvveessttiimmeennttoo mmaaiiss lliivvrree ee aabbeerrttaa ddoo mmuunnddoo;;

• A taxa máxima do imposto complementar de rendimentos (imposto sobre os lucros) é de apenas 12% com rendimento colectável superior a 37 500 USD. A taxa varia de 3% a 12%;

•• PPoossssuuii uummaa rreeddee ccoommpplleettaa ddee iinnssttiittuuiiççõõeess ffiinnaanncceeiirraass,, ccoomm mmaaiiss ddee 2244 eemmpprreessaass sseegguurraaddoorraass ee mmaaiiss ddee 2277 bbaannccooss,, ddooss qquuaaiiss mmaaiiss ddee mmeettaaddee ssããoo iinntteerrnnaacciioonnaaiiss..