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Agência Nacional de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br Uso Racional e Avaliação Econômica de Tecnologias em Saúde: Qual é a nossa Agenda? Alexandre Lemgruber Encontro para Implementação Política do Uso Racional de Medicamentos no Estado do Paraná Curitiba, 3 de abril de 2006

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Uso Racional e Avaliação Econômica de Tecnologias

em Saúde:Qual é a nossa Agenda?

Alexandre Lemgruber

Encontro para Implementação Política do Uso Racional de Medicamentos no Estado do Paraná

Curitiba, 3 de abril de 2006

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Atribuições da Anvisa no campo econômico em relação às

tecnologias em saúde

• Monitoramento e regulação econômica do mercado de medicamentos (CMED)

• Monitoramento do mercado de produtos para a saúde: fase inicial

• Avaliação econômica de novas tecnologias - medicamentos: subsidia decisão da CMED

sobre preços - produtos: fase inicial• Estimativa do impacto econômico decorrente

da introdução de novos produtos no mercado

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Conceitos• Farmacoeconomia = avaliação econômica de medicamentos

• Avaliação Econômica comparar alternativas através da valoração de custos e benefícios

• Eficácia: situação ideal (ensaios clínicos para registro)• Efetividade: situação real (estudos de avaliação econômica)

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Passos necessário em uma avaliação econômica

1- Selecionar alternativas2- Definir perspectiva do estudo3- Escolher o tipo de estudo a ser

feito4- Analisar os resultados

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Tipos de avaliação econômica

• Custo-minimização: resultados semelhantes; apenas os custos são diferentes

• Custo-efetividade: benefícios medidos em unidades naturais

• Custo-utilidade: incorpora a qualidade de vida nos estudos; utiliza a medida de QALY (anos de vida ajustados por qualidade)

• Custo-benefício: resultados são convertidos em unidades monetárias

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Custos

• Tipos:Diretos: medicamentos, internação,

transporteIndiretos: perda de produtividade• Devem ser considerados resultados de

longo prazo• Dependem da perspectiva da análise• Podem ser obtidos de bases de dados em

custos ou medidos durante os ensaios clínicos

• Devem ser feitos ajustes de acordo com o tempo do estudo

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Principais Aplicações

• Definição de preços de novos medicamentos

• Decisão de incorporação de uma nova tecnologia

• Reavaliação de tecnologias • Protocolos clínicos

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Política de regulação de preço baseada em evidência: o novo medicamento agrega ganho

relevante ao tratamento em relação aos medicamentos existentes para a mesma

indicação terapêutica?

SIMNÃO

Preço definido com base no custo de tratamento

com o medicamento escolhido como

comparador

Preço definido com base no menor preço

entre 9 países

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Dos 1147 medicamentos patenteados avaliados entre 1990 e 2003 pelo órgão canadense de regulação de preços de medicamentos (PMPRB), apenas 68 (5,9%) foram considerados realmente inovadores, com ganhos relevantes para o tratamento.

Inovações?

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Impacto econômico dos medicamentos

• O gasto com medicamentos do MS passou de 5,8% do orçamento para 10,1% entre 2002 e 2005

• O gasto do Estado de São Paulo com medicamentos de alto custo aumentou em 10 vezes entre 1995 e 2002

• Nos EUA, a despesa do Medicaid com medicamentos passou de US$ 4,8bi para US$ 21 bi entre 1990 e 2000

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Gastos com medicamentos para o tratamento da hepatite C

0,00

50.000.000,00

100.000.000,00

150.000.000,00

200.000.000,00

250.000.000,00

300.000.000,00

350.000.000,00

Ano

Val

or

Interferon Alfa 2a/2b (3.000.000, 4.500.000,5.000.000, 9.000.000, 10.000.000 UI)

895.269,09 13.277.123,52 14.787.084,72 10.410.293,11 7.382.730,31 5.171.188,18 51.923.688,93

Ribavirina 250 mg 0,00 529.008,30 928.679,76 875.902,17 874.979,40 991.253,85 4.199.823,48

Interferon Alfa Peguilado 0 0 0 10.124.800,00 104.974.400,00 206.147.200,00 321.246.400,00

1999 2000 2001 2002 2003 2004 TOTAL

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Alguns obstáculos para a AE• Pesquisas financiadas pela indústria têm

probabilidade 4 vezes maior de apresentar resultados positivos do que as financiadas com recursos públicos

• Poucos estudos comparativos• Quando existem estudos comparativos, os

comparadores e as doses não são em geral as mais adequadas

• Carência de dados sobre efetividade• Necessidade de decisões rápidas• Economia de recursos para o sistema nem

sempre sensibiliza o gestor

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PRODUTOS PARA A SAÚDE: PRODUTOS PARA A SAÚDE: Um diagnósticoUm diagnóstico

Novas tecnologias de alto custo e muitas vezes sem benefícios adicionais comprovados

Grande impacto econômico para o SUS e para a saúde suplementar

Dificuldade de comparação entre produtos Preços praticados no Brasil muitas vezes são superiores

aos praticados nos países desenvolvidos Grande assimetria de informação entre médicos,

pacientes, gestores e membros do Ministério Público e Poder Judiciário

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PRODUTOS PARA A SAÚDE: PRODUTOS PARA A SAÚDE: Uma nova agendaUma nova agenda

Realização de estudos sobre produtos para saúde Atuação conjunta ANVISA e ANS: - Realização de evento nos dias 8 e 9/12 - Lançamento de boletim de avaliação de novas

tecnologias (em conjunto com SCTIE/MS) Regulamentação das informações econômicas para

registro (Lei 6360) Grupos homogêneos para comparação de preços Avaliação econômica de novos produtos Realização de pesquisas e capacitação da rede de

hospitais sentinela em avaliação de tecnologias

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ETAPAS

• Realização de oficina de trabalho em abril/05 com representantes do Governo, academia e setor privado

• Fase de coleta de dados: Datasus, preços, operadoras de planos de saúde e hospitais da Rede Sentinela

• Estudos de caso das áreas consideradas como prioritárias

• Evento em dezembro de 2005

• Consulta pública encerrada em fevereiro deste ano

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PRODUTOS PRIORITÁRIOS ESTÃO DIVIDIDOS EM 5 ÁREAS

• CARDIOVASCULAR• ORTOPEDIA• DIAGNÓSTICO IN VITRO• HEMODIÁLISE – TRS• OFTALMOLOGIA

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ETAPAS DO ESTUDO Abordagem Econômica

• GASTO HOSPITALAR: Análise da curva ABC dos hospitais e operadoras pesquisados, identificando produtos com maior impacto econômico

• GASTOS SUS: Levantamento dos gastos do SUS• PREÇOS: Harmonização da nomenclatura dos produtos,

enquadramento em grupos homogêneos, análise da variação de preço no período 2001 a 2004.

• COMÉRCIO EXTERIOR: Levantamento dos itens relacionados na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) pertencentes aos produtos para saúde; análise da pauta de importação/exportação das NCMs levantadas; análise dos produtos das NCMs com maior relevância na importação.

• FORNECEDORES/PRODUTORES: Identificação do número de fornecedores/produtores para os produtos nas 5 especialidades.

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Variações máximas de preços entre dez/2002 e dez/2004 (inflação acumulada no período: 20,07%)

Placa Reta: 912% Placa para reconstrução da mandíbula: 890% Stents: 72%

Variações máximas de preços entre dez/2001 e dez/2004 (inflação acumulada no período: 33,20%) Cateteres: 926% Placa cervical: 637% Prótese total joelho: 179% Haste femural bloqueada: 167%

EXEMPLOS DE VARIAÇÃO DE PREÇOS

Fonte: Revista Simpro.

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ESTUDOS DE CASO Marcapassos

• Variação dos preços unitários dos marcapassos (dez 2004)

Produtomenor preço

(R$)maior preço

(R$)Marcapasso cardíaco bi-ventricular 31.250,00 31.250,00Marcapasso cardíaco implant.camara dupla 9.500,00 20.858,00Marcapasso externo dupla câmara 8.613,00 12.100,00Marcapasso cardíaco implant.câmara única 7.500,00 9.100,00Marcapasso externo câmara única 6.750,00 8.993,00

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ESTUDOS DE CASO MarcapassosBalança Comercial

-30.000.000

-20.000.000

-10.000.000

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

US$ FOB 2002 US$ FOB 2003 US$ FOB 2004

Importação

Exportação

Balança Comercial

Importação 19.288.912 18.669.215 24.027.644Exportação 677.848 918.407 973.942Balança Comercial -18.611.064 -17.750.808 -23.053.702

Comércio ExteriorUS$ FOB

2002US$ FOB

2003US$ FOB

2004

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ESTUDOS DE CASO Marcapassos

Freqüência anual de marcapasso (número) utilizados no SUS, entre 1999 e 2004

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ESTUDOS DE CASO Marcapassos

Gasto anual do SUS com marcapasso, entre 1999 e 2004

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Propostas

• Estudos simplificados de avaliação econômica

• Coleta de dados de efetividade e de custos nos hospitais

• Estudos da taxa de difusão de novas tecnologias

• Disseminação de informações sobre avaliação de tecnologias

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Uma nova agenda para a ANVISA

• Intenso processo de capacitação na avaliação de tecnologias em saúde: - treinamento em países com tradição na área

- cursos para todos os funcionários e oficinas mensais (OPAS+UFRGS)

- participação em congressos internacionais (HTAi, ISPOR e Rede Nevalat)

- curso de pós-graduação (Universidade Pompeu Fabra)

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Uma nova agenda para a ANVISA• Organização de 2 eventos internacionais- Novembro de 2002: Seminário Internacional de

Farmacoeconomia, em São Paulo- Novembro de 2004: Painel sobre Avaliação

Econômica de Tecnologias em Saúde, no Rio de Janeiro

• Cooperação Internacional: - CCOHTA (Canadá): projeto Hepatite C e

treinamento- Instituto Soikos (Espanha): treinamento• Cursos para os hospitais da Rede Sentinela

(parceria GERAE/GVISS)

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Uma nova agenda para a ANVISA

• Informações econômicas sobre produtos para a saúde

• Centros colaboradores em avaliação de tecnologias

• Participação na elaboração da política de gestão de tecnologias em saúde e no Comitê de Incorporação de Tecnologias

• Criação do Comitê de Uso Racional de Medicamentos

• Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde (BRATS)

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Gerência de Avaliação Econômica de Novas Tecnologias (GERAE/GGREM)

[email protected]

Muito Obrigado!