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Afinal, quem é autor? Uma conversa sobre autoria acadêmica Maria Carlota Rosa UFRJ/ Dept. Linguística e Filologia/ PosLing Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-ND UFRJ/Faculdade de Letras/ Pós-Graduação - II Seminário Qualidade de Dissertações e Teses - 21/05/2019 1

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Afinal, quem é autor?

Uma conversa sobre autoria acadêmica

Maria Carlota RosaUFRJ/ Dept. Linguística e Filologia/ PosLing

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NDUFRJ/Faculdade de Letras/ Pós-Graduação - II Seminário Qualidade

de Dissertações e Teses - 21/05/2019 1

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Deve ser considerado autor de uma obra aquele que tiver dado substancial contribuição intelectual para sua elaboração.

UFRJ/CTEP. 2015. Diretrizes sobre integridade acadêmica

AUTO

R: D

efin

ição

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[....] “a cessão de recursos infraestruturais ou financeiros para a realização de uma pesquisa (laboratórios, equipamentos, insumos, materiais, recursos humanos, apoio institucional, etc.) não é condição suficiente para uma indicação de autoria de trabalho resultante dessa pesquisa”.

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Em um trabalho científico devem ser indicados como seus autores todos e apenas os pesquisadores que, tendo concordado expressamente com essa indicação, tenham dado contribuições intelectuais diretas e substanciais para a concepção ou realização da pesquisa cujos resultados são nele apresentados. Em particular, a cessão de recursos infraestruturais ou financeiros para a realização de uma pesquisa (laboratórios, equipamentos, insumos, materiais, recursos humanos, apoio institucional, etc.) não é condição suficiente para uma indicação de autoria de trabalho resultante dessapesquisa.3.2.7. Cada um dos autores de um trabalho científico é responsávelpela qualidade científica desse trabalho como um todo, a menosque os limites de sua contribuição científica para a obtenção dosresultados expostos no trabalho sejam nele expressa e precisamente definidos. (FAPESP, 2014)

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Para quem está nas Humanidades, na Matemática, “autor” traz à mente a figura de um autor único.

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Mas mesmo nessas áreas aumenta o número de trabalhos em parceria

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Assim, a cultura da autoria múltipla ainda não está integrada à área de Letras e Linguística.

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• Em Física Nuclear, por exemplo, cerca de 125 dos 500 artigos mais citados de 2010 a 2015 tinham em média 1160 autores.

• Um dos artigos mais famosos na área, de 2015, tinha 5154 autores (isto é, 24 das 33 páginas do artigo estavam ocupadas com a lista de autores).

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E aí, com a autoria múltipla,

a autoria pode ser o centro de um conflito no grupo de pesquisa, o que faz com que professores e instituições, mas também editores, se preocupem com o tema.

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Quem é autor para os editores científicos?

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ICMJE - International Committee of Medical Journal Editors (ou critérios de Vancouver) - na área biomédica, certamente o conjunto de critérios mais referido:

1. Contribuições substanciais para a concepção e planejamento do trabalho, ou a aquisição, análise ou interpretação de dados para o trabalho; E

2. Redação prévia ou revisão crítica no que respeita ao conteúdo intelectual; E

3. Aprovação final da versão a ser publicada; E

4. Concordância em poder prestar contas de todos os aspectos do trabalho, assegurando que questões relativas à precisão e integridade de qualquer parte do trabalho sejam apropriadamente investigadas e resolvidas.

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EASE - European Association of Science Editors (segue a ICMJE):

Lista de autores, isto é, todas as pessoas que contribuíram significativamente para o planejamento do estudo, coleta de dados ou interpretação dos resultados e escreveram ou revisaram criticamente o original e aprovaram a versão final do mesmo e consideram-se responsáveis por todos os aspectos do trabalho. Todas as pessoas que cumpram o primeiro critério devem poder participar na elaboração e aprovação da versão final (ICMJE 2016). Os autores mencionados primeiro devem ser aqueles que tiveram maior participação. A ordem dos nomes dos autores deve ser determinada antes de enviar o artigo. Quaisquer alterações feitas depois do envio devem ser aprovadas por todos os autores e explicadas ao editor do periódico (Battisti et al. 2015, ver COPE flowcharts).

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"For example, many undergraduate researchers do not have the authority or expertise to handle the associated responsibilities contained with ICMJE’s criterion. Along these lines, postdoctoral fellows are often at the mercy of a lab director in terms of their professional future and do not always have robust support systems in place to protect them from reprisal if they seek to uphold the “accuracy or integrity” of a project. [....] The power differential between junior and seniors researchers is hard to ignore. Furthermore, one collaborator may effectively have no way of knowing how another’s data were obtained or what they fully mean. For example, a biochemist collaborating with an X-ray crystallographer or an electron microscopist might not be able to, or struggle to, appreciate the field-specific nuances of the other person’s work" (Borenstein & Shamoo, 2015: 274).

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Caso se leve em conta quem tomou parte da redação do texto em algum momento, vem a pergunta:

como ficam trabalhos com equipes multidisciplinares, de diferentes centros (parte deles não nativos da língua em que saírá a publicação)?

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E se um pesquisador do grupo morrer antes da submissão?

Não preencheria os dois últimos critérios da ICMJE.

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Quem é autor? A prática na área da Linguística

Um exemplo. Quem • gravou entrevistas, • trabalhou na transcrição• trabalhou na anotação linguística do corpus deveria ser incluído como autor em Letras e Linguística.

A aplicação dos critérios do ICMJE para a definição de autor em Linguística diria que não seria autor se a participação se limitou a essas atividades.

Os critérios não são universais, portanto.

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A autoria múltipla, a ordem dos nomes e

a visibilidade de cada autor numa citação

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Num trabalho com autoria múltipla, a ordem fará com que o nome seja ou não visível na citação.

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Há diferentes estilos para apresentar as citações: ABNT, APA, Chicago, MLA... Decida por aquela exigida pelo curso ou pelos editores de uma publicação ou, caso não haja qualquer exigência, por aquela da preferência. Todas (à exceção da ABNT) podem ser formatadas automaticamente usando a aba "Referências" no Word ou softwares específicos, como o Mendeley. Para o estilo ABNT, o gerenciamento automático de citações e referências está disponível através do MORE/Mecanismo Online para Referências, http://www.more.ufsc.br/ .

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Norma NBR 6023/2002, da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

• a citação de um trabalho de mais de três autores transforma todos que não o primeiro autor em et alii ou et al. (lat. 'e outros’).

Estilo APA - American Psychological Association• mesmo com três autores se emprega a expressão latina a partir da

segunda menção a determinado trabalho.

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Na primeira posição na lista de múltiplos autores

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1 - Pela ordem alfabética dos sobrenomes.

No caso de mais de três autores, algo como Abreu, Leão, Oliveira & Xavier seria Abreu et alii

Uma crítica à ordem alfabética é que iguala a todos no esforço despendido no trabalho. • Alguém de sobrenome Abreu terá mais chances de ser o

primeiro autor que alguém com o sobrenome Xavier• Se todos trabalharam, isso não deveria ser um problema.

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Mas pode ser um problema. Um exemplo.

Na Índia o Conselho de Medicina reviu em 2015 os critérios para a promoção de professores de instituições médicas e, no tocante às publicações, para ser promovido há a exigência de ser indicado como primeiro ou segundo autor nas publicações (Aggarwal, Gogtay, Kumar & Sahni, Indian Association of Medical JournalsEditors, 2016).

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2 - Pela contribuição:

• o primeiro autor é o que mais contribuiu.

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O último autor, então, não vale nada?

Ao contrário.

Dependendo da área de conhecimento, a tradição pode levar o nome de mais prestígio e responsável pelo desenho do projeto para o último lugar na lista de autores (Borenstein & Shamoo, 2015: 272; Dance, 2012).

Mas ...E se o trabalho resulta de uma colaboração internacional interdisciplinar? Não haverá vários pesquisadores com prestígio envolvidos?

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O autor correspondente

Em trabalhos com autoria múltipla, o autor correspondente (ing. corresponding author ou CA) — que pode ou não ser o primeiro ou o último autor:• é o nome responsável pela comunicação com os editores;• é o nome responsável pela comunicação com os leitores;• é o nome a ser contactado no caso de qualquer questão

que porventura surja após a publicação.

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Na área Letras e Linguística no Brasil a figura do autor que responde pelo trabalho coletivo junto aos editores do periódico começa a surgir, acompanhando o aumento do número de autores por trabalho. Já está, por exemplo, nas instruções aos autores da Revista de Estudos da Linguagem, embora com denominação um pouco distinta:

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For multiple author submissions, all authors must be registered as users of the journal; additionally, all authors must be listed on the the submission page by the submitting author. All authors must have ORCIDIDs and these have to be inserted in the Metadata section of the article [....].The submitting author must declare each author's contribution to the paper upon submission. [....]The submitting author must declare each author's contribution to the research and paper under submission. This information release is incombent on the submitting author and should be inserted in the "Comments to the Editor" section.

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Vem surgindo uma nova figura na publicação de trabalhos com autoria múltipla e dados originais: o guarantor (algo como 'fiador', 'garante’):• atesta que teve acesso aos dados;• garante a integridade e correção do que foi feito por

cada autor.

Nem sempre é clara a distinção entre o guarantor e o autor correspondente.

O guarantor

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A partir de 2018 a SciELO passou a adotar, em combinação com o identificador ORCID, a Taxonomia CRediT, que arrola 14 categorias de papeis, a fim de indicar, de forma transparente, quem fez o quê no trabalho:

• Conceituação,• Metodologia,• Software,• Validação,• Análise Formal,• Investigação,• Recursos,• Curadoria de Dados,• Escrita – Primeira Redação,• Escrita – Revisão e Edição,• Visualização,• Supervisão,• Administração do Projeto e• Obtenção de Financiamento.

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Author ContributionsConceptualization, M.S.L., P.P., G.G., N.J.H., P.S., D.A.W., E.S., K.R.C., A. Koren, and J.K.; Methodology, M.S.L., P.P., N.J.H., and P.S.; Software, N.J.H. and M.S.L.; Formal Analysis, N.J.H., M.S.L., and P.P.; Investigation, N.J.H., P.P., and M.S.L.; Resources, M.S.L., G.G., A. Koren, and D.A.W.; Data Curation, E.R., N.J.H., P.P., M.S.L., and A. Koren; Writing – Original Draft, N.J.H., M.S.L., A. Koren, P.P., and G.G.; Writing –Review & Editing, N.J.H., M.S.L., A. Koren, P.P., G.G., D.A.W., P.C.H., E.S., K.R.C., E.R., J.M.H., P.S., Y.E.M., A. Kamburov, and L.Z.B.; Visualization, N.J.H. and M.S.L.; Supervision, G.G., M.S.L., P.P., A. Koren, D.A.W., and P.C.H.

CELL

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PLoS One

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Posso escrever um artigo científico anônimo? Ou esconder meu nome?

Não. Trabalho individual ou em grupo, um artigo científico tem de estar assinado. Quem assina um trabalho é responsável pelos achados apresentados.

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O autor fantasma científico

A ponta de um problema

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A autoria fantasma foi assim resumida:

[....] episódios em que a indústria farmacêutica patrocina artigos que promovem seus produtos, assinados por pesquisadores aparentemente independentes.

(ESTEVES, 2011).

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In the scientific literature, ghostwriting usually refers to medicalwriters, often sponsored by a drug or medical device company,who make major research or writing contributions to articlespublished under the names of academic authors.WILSON & SINGER, 2009.

Ghostwriting occurs when someone has made substantial contributions to writing a manuscript but this role is unacknowledged. (PLoS, Ghostwriting Collection)

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Os nomes ligados ao fabricante que trabalharam no artigo fornecendo as informações que deveriam chegar ao público não aparecem, o que esconde que o trabalho é uma peça para incentivar a venda de determinado produto e que não se trata de uma análise independente dos benefícios e riscos de uma droga (ver Moffatt, 2013).

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Definindo “má conduta científica”

Entende-se por má conduta científica toda conduta de um pesquisador que, por intenção ou negligência, transgrida os valores e princípios que definem a integridade ética da pesquisa científica e das relações entre pesquisadores [....]. A má conduta científica não se confunde com o erro científico cometido de boa fé nem com divergências honestas em matéria científica.

(FAPESP, 2011)UFRJ/Faculdade de Letras/ Pós-Graduação - II Seminário

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Autorias que fogem às boas práticas acadêmicas (extraído de MONTEIRO et al. , 2004):

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Autoria e/ou coautoria “fantasma” “ não inclusão de indivíduos que participaram de etapas importantes do estudo".

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Autoria e/ou coautoria “convidada” (guest author) –

Nome incluído como autor em trabalho do qual esse nome não participou.

Por que incluir alguém nessa situação?

Possíveis razões: • para agradar a pessoas hierarquicamente superiores; • para aumentar as chances de publicação do trabalho com a inclusão de

nomes de maior prestígio e reconhecimento científico;• para trocar favores; • para “multiplicar a produção científica, por meio do estabelecimento de

“acordos de reciprocidade” entre pesquisadores que incluem os nomes um do outro em seus trabalhos".

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Autoria e/ou coautoria “pressionada”

“o responsável por um grupo exige a inclusão de seu nome em todos os trabalhos realizados por membros de sua equipe, mesmo naqueles onde sequer leu a redação final".

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• Somos responsáveis pelo que assinamos. • Autoria não é presente. • Autoria também não é uma cortesia a se fazer com

colegas, amigos, parentes. • Menos ainda se for uma cortesia-surpresinha, da qual o

agraciado não é avisado.

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Teses e dissertações são trabalhos individuais.

O questionamento da autoria de uma tese ou dissertação surge num contexto que pode levar à perda do título.

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Teses e dissertações não podem falsear seu verdadeiro autor, lançando mão de recursos como:

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• cópia integral de texto alheio;• cópia de texto alheio com cortes e/ou substituição parcial de

vocabulário;• reescrita, frase a frase, de texto alheio.

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Uma tese ou dissertação não pode tentaresconder do leitor que ele está diante de umexercício de tradução, de uma resenha deparágrafos ou de uma simples cópia, mesmoquando há a indicação da fonte.

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Em casos desse tipo abre-se um processo para examinar se houve má conduta – mais especificamente, plágio.

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Os problemas de má conduta na pesquisa

“remetem a comportamentos inaceitáveis ligados, sobretudo, à fabricação, falsificação de dados e ao plágio [...], a chamada FFP" [....]. Esses três campos da FFP juntos compõem o que se entende por fraude científica na atualidade, tal como foi definido em 2000 pela Secretaria dos Estados Unidos em Políticas Públicas de Tecnologia e Ciência, a OSTP (US Office of Science and Technology Policy, 2000).(Russo, 2014)

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No caso de plágio, a apropriação de trabalho alheio, no todo ouparcialmente, é crime.

LEI Nº 10.695, DE 1º DE JULHO DE 2003

É uma prática grave e é combatida — na vida acadêmica não é diferente.

Caso detectada, é punida, não importa se foi intencional ou fruto deinexperiência.

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Fonte da imagem:

apresentaçãoda CTEP no CEPG em

14/12/2018

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Referências• ABNT . Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação. BNR 10520/2002.• AGGARWAL, R., GOGTAY, N., KUMAR, R., SAHNi, P., INDIAN ASSOCIATION OF MEDICAL JOURNAL EDITORS.

2016. (Aggarwal, 2016)Journal of Ayurveda and integrative medicine,7(1): 3-5. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4910577/

• BORENSTEIN, Jason & SHAMOO, ADIL E. 2015. Rethinking Authorship in the Era of Collaborative Research, Accountability in Research, 22: 267-283. http://nursing.msu.edu/research/Resources%20for%20Researchers/Reccomended%20Reading%20Articles/Rethinking%20authorship%20in%20the%20era%20of%20collaborative%20research.pdf

• DANCE, Amber. 2012. Authorship: Who's on first? Nature, 489: 591–593. https://www.nature.com/naturejobs/science/articles/10.1038/nj7417-591a

• EASE - European Association of Science Editors. Orientações da EASE (European Association of Science Editors) para autores e tradutores de artigos científicos a serem publicados em inglês. http://www.ease.org.uk/wp-content/uploads/2018/11/doi.10.20316.ESE_.2018.44.e1.pt_.pdf

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Referências (cont.)• Esteves, Bernardo, 2011. O fantasma arrependido. In: Revista Piauí, 9Set2011.

http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-da-ciencia/geral/fantasma-arrependido• FAPESP/ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. 2014. Código de boas práticas científicas.

http://www.fapesp.br/boaspraticas/FAPESP-Codigo_de_Boas_Praticas_Cientificas_2014.pdf

• GREENE, Mott. [2007].The demise of the lone author. History of the Journal Nature. Nature, 450 (7173):1165.

• ICMJE - INTERNATIONAL COMMITTEE OF MEDICAL JOURNAL EDITORS .Who Is an Author? http://www.icmje.org/recommendations/browse/roles-and-responsibilities/defining-the-role-of-authors-and-contributors.html

• MOFFATT, Barton. 2013. Orphan papers and ghostwriting: The case against the ICMJEcriterion of authorship. Accountability in Research, 20:59-71.

• MONTEIRO, Rosangela et al. 2004. Critérios de autoria em trabalhos científicos: um assunto polêmico e delicado. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular [online].19 (4): III-VIII. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-76382004000400002&script=sci_arttext

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Referências (cont.)• ROSA, MARIA CARLOTA. 2018. Escrita acadêmica: primeiros passos. Rio de Janeiro: M.C.A.P.Rosa

https://linguisticaufrjcarlotablog.files.wordpress.com/2018/12/Escrita-academica-internet2.pdf• RUSSO, Marisa. 2014. Ética e integridade na ciência: da responsabilidade do cientista à responsabilidade

coletiva. Estudos Avançados, 28(80), 189-198. https://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142014000100016

• UFRJ/CTEP/ Câmara Técnica de Ética em Pesquisa. Diretrizes sobre integridade acadêmica. http://cpro16197.publiccloud.com.br/~ctep/index.php/noticias/97-diretrizes-sobre-integridade-academica

• WILSON, Duff & SINGER, Natasha. 2009. Ghostwriting Is Called Rife in Medical Journals. New York Times, 10Set2009. http://www.nytimes.com/2009/09/11/business/11ghost.html?_r=0

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