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Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina Unidade de Florianópolis Departamento Acadêmico da Construção Civil Curso Técnico de Geomensura Unidade Curricular: Sensoriamento Remoto NOÇÕES DE AEROFOTOGRAMETRIA GENERALIDADES ....................................................................................................... 2 HISTÓRICO ................................................................................................................... 2 AEROFOTOGRAMETRIA ........................................................................................... 2 CARACTERÍSTICAS .................................................................................................... 2 AEROFOTOS................................................................................................................. 3 TIPOS DE AEROFOTO ................................................................................................ 4 TOMADA DE AEROFOTOS ........................................................................................ 4 AEROFOTOS VERTICAIS ........................................................................................... 4 CORREÇÕES DE VÔO................................................................................................. 6 NOTAÇÕES MARGINAIS ........................................................................................... 6 MAPA-ÍNDICE E FOTO-ÍNDICE ................................................................................ 6 ESTEREOSCOPIA ...................................................................................................... 11 ESTEREOCÓPIO......................................................................................................... 14 PSEUDOSCOPIA ........................................................................................................ 15 ESTEREOPAR ............................................................................................................. 18 FOTOBASE AJUSTADA ............................................................................................ 18 DETERMINAÇÃO DA FOTOBASE AJUSTADA .................................................... 19 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 30

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina Unidade de Florianópolis

Departamento Acadêmico da Construção Civil Curso Técnico de Geomensura

Unidade Curricular: Sensoriamento Remoto NOÇÕES DE AEROFOTOGRAMETRIA

GENERALIDADES ....................................................................................................... 2 HISTÓRICO ................................................................................................................... 2 AEROFOTOGRAMETRIA ........................................................................................... 2 CARACTERÍSTICAS .................................................................................................... 2 AEROFOTOS ................................................................................................................. 3 TIPOS DE AEROFOTO ................................................................................................ 4 TOMADA DE AEROFOTOS ........................................................................................ 4 AEROFOTOS VERTICAIS ........................................................................................... 4 CORREÇÕES DE VÔO ................................................................................................. 6 NOTAÇÕES MARGINAIS ........................................................................................... 6 MAPA-ÍNDICE E FOTO-ÍNDICE ................................................................................ 6 ESTEREOSCOPIA ...................................................................................................... 11 ESTEREOCÓPIO ......................................................................................................... 14 PSEUDOSCOPIA ........................................................................................................ 15 ESTEREOPAR ............................................................................................................. 18 FOTOBASE AJUSTADA ............................................................................................ 18 DETERMINAÇÃO DA FOTOBASE AJUSTADA .................................................... 19 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 30

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GENERALIDADES Aerofotogrametria e foto-interpretação são técnicas ou sistemas de

obtenção de informações e/ou dados quantitativos tendo como material base as fotografias aéreas.

As informações estão registradas, como tons cinza ou cores numa emulsão foto sensível, através de uma câmara fotográfica ou câmara métrica que capta a energia radiante eletromagneticamente refletida pelos objetos.

HISTÓRICO As primeiras imagens fotográficas datam de 1727 e não eram permanentes.

A fotografia como hoje conhecemos, só começou efetivamente a existir quando foi construída a primeira câmara fotográfica data da época de Aristóteles a 2.300 anos atrás.

Muitos pesquisadores e firmas industriais contribuíram no desenvolvimento e aperfeiçoamento do processo fotográfico: nos produtos químicos, filmes, processo de revelação e fixação, lentes e máquinas Fotográficas.

As primeiras fotografias aéreas foram tiradas de balões em 1858 por Tournachon com a finalidade de confeccionar mapas topográficos, fotografias aéreas foram utilizadas na Guerra Civil americana com o uso de balões em 1862.

O uso de fotografias dependeu do progresso em se obter uma plataforma estável e controlável da qual se pudesse tirar fotografias: avião. As primeiras fotos de avião datam de 1909 por wrigth. A I Guerra mundial tornou definitiva a importância das aerofotos e, em 1915 foram produzidas as primeiras câmaras aéreas.

Após a guerra, o uso e progresso das aerofotos se expandiram nas áreas civis, militares e ciêntificas. A II Guerra Mundial foi fundamentalmente de fotografias.

Atualmente é extenso e intenso o uso de aerofotos, acrescidas das fotografias “não óticas” (imagens): magnéticas, eletrônicas, termais, etc., e com a aplicação da computação na utilização das fotografias.

AEROFOTOGRAMETRIA É uma técnica ou método para obtenção de medidas de aerofotos

aproveitando-se de suas propriedades geométricas.

CARACTERÍSTICAS A utilização das fotos apresenta problemas aos quais devemos nos

familiarizar: 1) de caráter geométrico – a forma e o tamanho dos objetos dependem das características geométricas, da natureza e posição do filme e/ou câmara.

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2) de caráter físico – a interação da radiação eletromagnética com o ambiente (alvo inclusive) e com o com o conjunto sensor-observador; 3) de caráter fisiológico – a visão (mono e binocular) desempenha papel importante na utilização das fotos; 4) de caráter psicológico – a percepção, o reconhecimento dos objetivos e conclusões constitui um complexo sistema cognitivo envolvendo memória e lógica.

O material básico é a fotografia. Os meios ou instrumentos para sua obtenção são: câmara métrica

(fotográfica), filmes e materiais sensíveis, processos de revelação ou fixação. A máquina fotográfica é constituída de: objetiva, corpo e porta filme. A câmara aerofotográfica ou métrica é semelhante às máquinas fotográficas

comuns, apresenta apenas algumas características peculiares:

a) objetiva de foco fixo calibrado; b) corpo; c) chassis ou porta-filme.

Essas câmaras têm um equipamento periférico como o intervalômetro e o estatoscópio, e a base-suporte ou berço.

O princípio é da ótica, neste caso específico aplicado à fotografia ótica fotográfica.

O mecanismo fotográfico apresenta: abertura (campo fotográfico), obturador e diafragma.

O material sensível ou filme pode ser: a) placas rígidas ou fitas: b) branco/preto - pancromático

- ortocromático - infravermelho - monocromático ou espectral

c) colorido - normal - infravermelha ou falsa cor

d) positivo ou negativo e cópia de transferência.

AEROFOTOS Ótica e elementos geométricos Os elementos geométricos e óticos das aerofotos são:

1) Centro de perspectiva ou centro ótico – símbolo: O 2) Eixo ótico 3) Plano focal, normal ao eixo ótico. 4) Distância focal, distância entre centro ótico e o plano focal segundo o eixo ótico – símbolo: f 5) Foco 6) Lente

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TIPOS DE AEROFOTO As aerofotos são divididas quanto ao seu posicionamento especial em:

a) terrestres – eixo ótico horizontal b) aéreas – oblíqua alta: eixo ótico inclinado abrangendo o horizonte; - oblíqua baixa: eixo ótico inclinado sem abranger o horizonte; - vertical: eixo ótico vertical;

Cada tipo apresenta vantagens e desvantagens: as terrestres e as obliquas pelas suas perspectivas são mais fáceis de compreensão, mas trazem complicações matemáticas na extração de dados quantitativos e na determinação de escalas. As verticais apresentam condições exatamente inversas.

TOMADA DE AEROFOTOS A tomada de aerofotos é feita com:

a) aeronave - avião, helicóptero, balões, dirigível, míssil, satélite. b) câmara aerofotográfica ou câmara métrica c) filmes – chapas, placas, rolos. A câmara métrica se compõe de: objetiva com campo ou área definida e distância focal; corpo; porta-filme; e berço; diafragma e obturadores. As fotos podem ser do tamanho de 23x23cm, 18x18cm ou outras dimensões pouco usadas.

AEROFOTOS VERTICAIS As fotografias aéreas verticais tem elementos e propriedades geométricas

que favorecem a sua utilização. Consideramos um caso ideal: a aerofoto foi tirada com uma câmara de distância focal “f”, a certa altura “H” sobre o terreno fotografado perfeitamente plano e horizontal.

A altura de vôo “H” pode ser conhecida por: H = A – C onde A é a altitude de vôo (nível do mar) e C é a altitude ou cota do terreno fotografado (altitude # altura). No terreno plano existe um objeto – faixa reta AB, que aparece na foto como uma imagem também reta “ab”. O conjunto objeto-objetiva-imagem forma 2 triângulos semelhantes – os lados dos triângulos semelhantes são semelhantes – tiramos a relação:

OB

ob

ON

on

AB

ab ==

Observando a figura e a relação vemos que ab/AB é a escala, e que On =f e On=H:

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fHH

f

/

1= relação.....fundamental)

VÔO FOTOGRÁFICO A cobertura fotográfica de um terreno obedece a uma série de condições,

não se tiram apenas por tirar ou mandando simplesmente um avião para fotografar; existe um planejamento que é condicionado por:

1) finalidade de projeto 2) escala 3) em função dos condicionamentos escolhe-se:

a) câmara b) filme c) filtro (s) d) outros equipamentos (aeronave, recobrimento).

De posse dos dados condicionantes, estabelece-se o plano de vôo: I ) linhas de vôo – são previamente escolhidas de maneira racional, completa e econômica; obtem-se assim o que se chama de faixas de fotos.

II ) altura de vôo III ) recobrimentos longitudinal e lateral (exigências esterocópicas). No cobrimento longitudinal qualquer parte do terreno fotografado deve aparecer obrigatoriamente em pelo menos duas fotos consecutivas. O recobrimento normal é de 60%. O recobrimento lateral serve para unir faixas de vôo adjacentes e é da ordem de 30%.

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*Aero-base: distância do avião entre 2 tomadas consecutivas. *foto-base: distância dos centros de base consecutivas, que representam as posições (estações) do avião ao fotografar e que aparecem numa foto devido ao comprimento longitudinal.

CORREÇÕES DE VÔO Frequentemente o avião é desviado de sua rota devido às condições

atmosféricas, afetando o alinhamento das fotos numa faixa de vôo. como se corrige.

NOTAÇÕES MARGINAIS Devem constar nas fotos fora da área de imagem os dados imprescindíveis

ao uso posterior das fotos: data, projeto, distância focal calibrada, escala, número da foto, câmara empregada, nível e hora.

MAPA-ÍNDICE E FOTO-ÍNDICE Quando se trabalha com um grande número de fotos é necessário uma

metodologia ou organização sob pena de uma enorme perda de tempo e de se cometer erros grosseiros.

O mapa-índice consiste em assinalar num mapa adequado as faixas de fotos o número ou código das fotos e a área coberta pela foto (uma boa aproximação é a redução linear de 4 a 6 x o tamanho da foto).

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O foto-índice consiste numa reprodução de um mosaico das fotografias colocadas nas respectivas posições relativas: fotografa-se o conjunto e reproduz-se em escala apropriada (os números das fotos devem ser bem visíveis na reprodução).

COMPARAÇÃO: MAPA – FOTO Carta ou mapa: é a representação do terreno num plano, empregando-se

uma simbologia padronizada. Foto: é um documento (imagem) registrador do terreno num plano – a foto. O fator principal que diferencia um mapa de uma foto é a projeção. Os

mapas são obtidos ou feitos através da projeção ortogonal (vertical) e reduzida à escala; já a foto é obtida através da projeção central ou cônica , onde o ponto de vista ou centro de projeção ou centro de perspectiva é o centro ótico da objetiva, e a foto representa o plano de projeção.

Somente quando as fotos satisfazem certo número de condições ideais é que se igualam aos mapas: 1) o terreno fotográfico é perfeitamente plano e horizontal 2) exata verticalidade do eixo ótico 3) exata manutenção da altura de vôo 4) máxima qualidade do material e dos equipamentos fotográficos

Quanto mais se afastar dessas condições, tanto mais se diferenciam as fotos dos mapas.

As principais discrepâncias entre foto e carta são: 1) variações de escala 2) deslocamento ou desvio devido ao ao relevo 3) inclinação da foto (inclinação do eixo ótico) 4) distorções causadas pelas lentes, filmes, etc.

1)variação de escala devido ao relevo

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Na figura: M=N=R=S

H3 maior que H2 Maior que H1 No datum 1 temos:

E1=1H

f

N

n

M

m ==

No datum 2 temos:

E2=2H

f

R

r =

No datum 3 temos:

E3=3H

f

S

s =

Como as alturas são diferentes, as escalas EX também o serão. Numa carta os mesmos objetos situados em diferentes altitudes ou alturas

mantêm a mesma escala e em qualquer ponto do mapa. 1) variação de escala: dificilmente um avião consegue se manter na mesma altura em tomadas sucessivas de foto em todo vôo, na prática, cada foto da mesma faixa tem pequenas diferenças de escala, da mesma forma entre fotos de faixas de escala diferentes. 2) Deslocamento devido ao relevo: por deslocamento entende-se mudança de posição; nos casos “1” anteriores tínhamos variação de tamanho.

dr =deslocamento devido a altura ( relevo), chamado também de deslocamento de paralaxe.

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r1=distância da outra extremidade da imagem ao centro. Datum π = plano de referência que passa na base do poste AB. ∆h= altura do poste. Hπ=altura de vôo sobre o datum M = plano horizontal de projeção ortagonal-mapa. n. N , NI , NII = interseção do eixo ótico com a foto, datum, terreno e mapa . h = altura do objeto

A escala do datum é igual à escala do “mapa”. Qualquer ponto acima ou abaixo do datum aparecerá deslocado na foto,

apenas os pontos que estiverem no datum estará em escala correta na foto em relação ao mapa.

A posição de “b” na foto equivale à posição de um ponto s no datum, quando deveria coincidir com a de “a” exatamente como os pontos AI e BI coincidem no mapa; assim a imagem “b” na foto apresenta-se deslocada de AS no datum.

Esses deslocamentos são bem visíveis em fotos onde aparece imagem de objetos altos – torres, chaminé, prédios, árvores, etc.- particularmente quando essas imagens estão próximas às bordas da foto; essas imagens assim deslocadas distribuem-se radialmente a partir do centro da foto : o deslocamento faz-se radialmente.

Esse deslocamento radial é expresso pela fórmula:

dr = H

hr ∆.

Onde: dr = deslocamento sofrido pela imagem do objeto na foto r = distância na foto do ponto deslocado ao centro. ∆h= altura do objeto (ou altura do relevo) em relação ao plano de referência. Esta fórmula mostra que: 1) O deslocamento devido ao relevo (altura) é diretamente proporcional a “r” se ∆h e Hπ forem constantes significa que quanto mais a imagem estiver afastada do centro da foto, tanto maior será o deslocamento. 2) O deslocamento devido ao relevo (altura) é diretamente proporcional à “∆h” se “r” e Hπ forem constantes – significa que quanto maior a distância (altura) do objeto ao plano de referência tanto maior será o deslocamento. 3) O deslocamento é inversamente proporcional a “Hπ” se “r” e ∆h forem constantes – significa que quanto maior a altura de vôo em relação ao datum de referência tanto menor o deslocamento.

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Para os exemplos apontados – torre, chaminé, etc. – tudo o que foi dito acima é visível na foto: se considerarmos que o relevo do terreno é o topo de um objeto imaginário, só não terá a imagem da base deste objeto, mas é fácil perceber que as conclusões tiradas são válidas, aplicáveis.

Devido á esse fato – deslocamento devido ao relevo – as direções entre

dois pontos de uma foto que estejam fora do plano de referência aparecerão na foto com direções diferentes a da realidade, i.e as imagens de dois de pontos de alturas diferentes apresentam uma distorção de direção.

Da mesma forma a distância entre dois pontos na mesma situação na foto, e aparece em escala diferente.

Uma aerofoto apresenta assim, simultaneamente, deslocamento de paralaxe e variação de escala devididas unicamente relevo do terreno.

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Nas condições reais de vôo fotográfico, dificilmente se obtém a absoluta verticalidade do eixo ótico, apresentando as fotos um certo grau de inclinação; o limite máximo admissível é de 3°.

Um bom vôo fotográfico deve apresentar; raríssimas fotografias com inclinação superior a 3°, 90% menor que 2° e 50% me nor que 1 grau.

Os aparelhos de restituição já vem com dispositivos que corrigem inclinações de até 3°, para valores maiores é neces sário corrigir a foto com instrumentos chamados de ratificadores.

Cuidados na determinação de escalas Deve-se tomar uma série de complicações ao se determinar uma escala de

uma foto; a) medidas de segmentos horizontais. b) usar entroncamentos ou cruzamentos como ponto de referência. No mapa (as estradas estão fora de escala por necessidade simbólica); evitar o topo de árvores ou de edifícios devido o deslocamento da imagem pelo relevo. c) Diminuir os erros relativos (de medidas) medindo-se segmentos longos (na foto). d) Medir segmentos que se cruza a 90°, para diminui r o efeito inclinação. e) Medir vários segmentos e/ou medir várias vezes o mesmo segmento (diminui erros). f) Observar estereocospicamente para estimar a superfície média ou mais freqüente e procurar efetuar medidas nesse plano médio.

Distorções devidas ao material e equipamento As distorções provocadas pelas lentes das câmaras fotográficas são

desprezíveis e podem ser corrigidas nas copiadoras. Os filmes também apresentam distorções, são também desprezíveis. Quanto aos papéis eles apresentam distorções que podem ultrapassar os limites de tolerância: são sensíveis a variação de temperatura e principalmente de umidade. Quando se é exigida alta precisão do resultado do trabalho , usam-se papéis especiais com alma de alumínio – cronopack , correctostat.

ESTEREOSCOPIA Fenômeno ou técnicas para se obter imagens tridimensionais a partir de

imagens bidimensionais. A observação simples de uma foto pode fornecer boas informações da área

fotografada, mas a observação estereoscopica permitirá obter melhores detalhes e informações mais exatas, particularmente se a região for acidentada.

A percepção e avaliação do relevo sem estereoscopia é bastante limitada e depende da experiência pessoal sobre profundidade visual, i.é e da capacidade de perceber distâncias com uma só vista.

A percepção ao relevo ou profundidade à vista desarmada é auxiliada pelas

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sombras que os objetos projetam, mas as aerofotos apresentam o mínimo possível de sombras o que dificulta a percepção de uma aerofoto.

Terrenos fotografados que apresentam tonalidades uniformes e sem sombras apareceram como se fossem planos mesmo que sejam bastante acidentados.

A visão estereoscópica é de externa importância na habilidade de perceber a terceira dimensão, aumentando a precisão do trabalho.

ESTEREOSCOPIO: instrumento e aparelho destinado a possibilitar a observação ou visão estereosçópio ou estereospar : ao par estereoscápico montado de maneira a se observar estereoscopicamente chamamos de estereograma. VISÃO BINOCULAR: pela estereoscopia nada mais procuramos do que reduzir a visão binocular com que vemos os objetos. Nossos olhos estão separados uma distância dita interpupilar e que varia de pessoas para pessoa: 56 à 72mm, média de65mm.

Quando olhamos um objeto de uma certa distância “a” , os olhos convergem para o objeto , i.é , o eixo ótico de cada olho aponta para o objeto : o objeto é observado de um certo ângulo formado pelos eixos óticos :é o ângulo de convergência α1: cada imagem ligeiramente diferente de outra é transmitida ao cérebro que as recombina numa só imagem estereoscópica.

Consideramos um outro objeto B a uma distância “b” , os eixos óticos

convergirão no B segundo um ângulo α2 , consideramos A e B simultaneamente : o A é observado segundo α1 e B segundo α2 , esses ângulos são ditos paraláxicos .

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A profundidade ou distância entre A e B é percebida pela diferença dos ângulos paraláxicos de A e B: uma das vistas percebe a diferença entre A e B segundo o ângulo βI e a outra segundo βII; a distância AB é assim percebida pelos ângulos βI + βII que é igual a diferença dos ângulos paraláxicos α1 - α2 .

A percepção das distâncias “a” e “b” depende da distância interpupilar (base ocular) e das distâncias dos objetos A e B à vista.

Só é possível perceber a distância entre dois objetos ou pontos se a diferença dos ângulos de convergência for maior que 20’’ ( indivíduos excepcionais podem atingir 10”) e equivale a aproximadamente 670m de distância.

PERCEPÇÃO ESTEREOSCÓPICA E AEROFOTOS

A capacidade de visão estereoscópica está limitada a aproximadamente 670m, em distâncias maiores não se terá sensação de relevo ou profundidade: é o que acontece quando observamos paisagens de avião, somente percebemos o relevo devido a experiência pessoal através de indícios monoculares.

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A posição de tomada de fotos dos aviões estão a uma distância de 1 aero base, essas posições ( estações ) funcionam como dois olhos , assim um objeto ou área será vista segundo dois ângulos diferentes .

Pode-se obter imagem estereocópica a partir de 2 aerofotos sem auxílio de instrumentos se reproduzirmos as condições em que as fotos foram tiradas: eixos óticos paralelos: é uma situação à qual nossa vida não está habituada – as aero fotos estão á pequena distância, próxima à vista e não no infinito, é necessário um esforço para manter os eixos óticos oculares paralelos e simultaneamente focalizar as fotos que se encontram próximas à vista.

ESTEREOCÓPIO São instrumentos que permitem examinar as fotos em terceira dimensão,

eliminando os esforços de ajustamento visual: cada foto é observada através de lentes por cada uma das vistas focalizadas na foto e o paralelismo dos eixos óticos é obtido pelo efeito das lentes.

Existem dois tipos de estereocópios: 1 ) de refração , de lentes ou de bolso: 2 ) de reflexão ou de espelho :

Cada tipo apresenta vantagens e desvantagens. Bons estereoscopios de bolsos estão providos para ajustamento interpupilar

e tem 4x de aumento: os de espelho possibilitam a ampliação a da distância pupilar para aproximadamente 20cm e tem aumento de 2x , abrangem área maior mas o modelo estereoscópico é menor , existem acessórios para aumentar o estereomodelo às custas da área observada. Os estereoscópicos de espelho tem uma parte muito delicada: os espelhos que devem ser perfeitamente planos e não possuem proteção para a superfície refletora que podem ser danificadas pela umidade e gordura.

MONTAGEM DO ESTEREOPAR

A condição essencial para se observar em estereocopia é de que as fotos estejam colocadas corretamente diante dos olhos, i.é , com orientação idêntica à de quando foram tiradas. As imagens homólogas devem estar separadas numa distância igual à aerobase: cada lente / espelho deve estar diretamente sobre as imagens homólogas.

Para estudos breves, uma orientação aproximada é suficiente: entretanto para medidas ou estudos prolongados ou uso de aparelhos fotogramétrico é indispensável a correta orientação das fotos para se evitar erros grosseiros e cansaço das vistas.

Existem várias maneiras para correta orientação do estereopar, uma delas é: 1) marcar os centros das fotos com estilete e assinalar com pequeno círculo – 4mm – a nankim na face ou no verso da foto.

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2) Marcar os centros das fotos vizinhas que aparecerem, estereoscopicamente – são os centros transportados ( transferidos ), assinalar como em “1”. 3) (dispensável) traçar retas ligando o centro da foto aos centros transferidos : o traço deve ser bem fino , de preferência à lápis dermatográfico e que possam ser facilmente apagadas sem marcar a foto. 4) Colocar as fotos de maneira que as retas homólogas se disponham numa mesma reta, com auxílio de régua; separar as fotos de modo que as imagens homólogas fiquem separadas por uma distância igual à estereobase sem desviar do alinhamento. 5) Fixar as fotos. 6) Colocar o estereoscópico sobre o par montado de maneira que fique o mais paralelo possível á linha de vôo representado pelas retas dos centros.

Nota: as lentes do estereoscópio de bolso devem estar diretamente sobre as imagens a serem estudadas: observações com direções ou posições diferentes resultam em modelos distorcidos.

PSEUDOSCOPIA Quando se observam fotos de um estereopar com suas posições trocadas,

o relevo aparecerá invertido: os valores aparecerão com elevações e as cristas como fundo de vales: este fenômeno de inversão é chamado de pseudoscopia. Quando as fotografias apresentam grande riqueza de detalhes e/ou se procura anomalias de drenagem ou de topografia, a observação pseudoscópica é de utilidade, pois essas feições ficarão mais ressaltadas e evidentes.

DEFEITOS DE VISTA

A acuidade estereoscópica varia de indivíduo, com exercício e com a prática. Pequenos defeitos visuais não impedem a estereiscopia, apenas a acuidade ficará diminuída: entretanto, vistas com defeitos em graus diferentes entre si chegam a impedir estereoscopia , pois as imagens que chegam ao cérebro são tão diferentes que o cérebro automaticamente elimina uma delas , assim o indivíduo estará efetivamente observando monocularmente e sua acuidade estereoscópica será nula.

A maioria dos defeitos comuns da visita são corrigidos pelo uso de óculos: o estrabismo impede a visão estereoscópica. O cérebro eliminará total ou imparcialmente uma das imagens.

O cansaço mental ou físico reduz notavelmente a acuidade estereoscóca. ILUMINAÇÃO

É um fator muito importante, iluminação fraca além de cansar a vista diminui a acuidade: o excesso também é prejudicial porque diminui muito as nuances cromáticas. A melhor iluminação é a fluorescente ou fria.

FATORES INTERFERENTES NA ESTEREOSCOPIA

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Mesmo que se tenha vista normal e o par esteja corretamente orientado e montado, existem fatores que interferem na estereoscopia:

1) grandes diferenças de elevação: impossibilita a fusão simultânea dos pontos mais altos e a pontos mais baixos. O ângulos máximo de convergência que permite fusão é de mais ou menos 1°.

2) Grande diferença de escala entre as fotos, torna muito difícil a fusão das imagens.

3) Mudança de posição de objetos durante o intervalo de tomada das fotos

(ondas, auto, avião). 4) Onalidade fotográfica uniforme –massa de água – ocupando maior parte

da área observada.

OUTROS MÉTODOS DE ESTEREOSCOPIA

ANAGLIFO: a parte de recobrimento comum de uma das fotos é impressa e a outra em cor complementar, exemplo: azul e vermelho e observadas com óculos de filtros com as mesmas cores, dessa maneira cada vista verá uma das imagens. O mesmo é válido para projeção.

POLARIZAÇÃO : as fotos de estereospar são projetadas independentemente com luz polarizada cruzada , as imagens são observadas com filtros polarizados cruzados o que faz com que cada vista veja apenas uma das imagens.

EXAGERO VERTICAL O estéreo modelo observado não é uma réplica exata do terreno

fotografado, existe o que se chama de exagero vertical: o relevo se apresenta mais acentuado que a realidade. Toda observação de relevo no estereomodelo deve levar em conta esse exagero vertical.

Para restituição medidas e fotointerpretação o exagero é mais vantagem do que desvantagem, pois pequenas feições topográficas são acentuadas.

DISTORÇÕES DO ESTEREOMODELO DISTORÇÃO: em fotogrametria significa mudança de forma do estereomodelo em comparação com a forma real do terreno, excluída o exagero vertical. As causas que podem distorcer ou deformar o estereomodelo podem-ser: 1) montagem incorreta do estereospar por rotação ou inclinação das fotos do Estereospar. 2) posição de observação: os eixos óticos visuais devem estar o mais possível na perpendicular às fotos – a imagem inclinará com a inclinação da visada. 3) inclinação das fotos: fotos tiradas com inclinação. A deformação está em relação direta com a inclinação, um terreno horizontal aparecerá encurvado. 4) projeção central (cônica): devido a natureza da projeção cônica em que as fotos são tiradas, mesmo que o estereopar esteja corretamente orientado e as fotos não tenham inclinação , o estereomodelo apresentará que se orienta radialmente a partir do centro do estereomodelo. NOTAÇÃO E NOMENCLATURA

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Convém se familiarizar com as notações e nomenclatura usualmente empregadas na fotogrametria e foto-interpretação: Linha de vôo – estação: posição de tomada da foto Recobrimento : longitudinal e lateral Altura de vôo : altitude de vôo Vertical – nadir : ponto e linha Eixo principal = eixo ótico Plano de referência – datam : plano horizontal arbitrário Pontos homólogos , imagens homólogas. SIMBOLOGIA A) Letras maiúsculas para o real terreno, alvo, vôo. B) Letras minúsculas: na foto ou referente a foto , imagem O = estação N = ponto nadiral no terreno B, b = aerobase e fotobase. H = altura do vôo h = altura do alvo, diferença de nível n, c = ponto principal e ponto nadiral índices, indexação = 0 ( zero ) para tudo o que se referir ao plano de referência, datun π - 1 , 2 etc. para tudo que se refere as estações - conjugada - para homólogos. Deve-se evitar o uso dos símbolos específicos para outras finalidades. ALTIMETRIA EM FOTOS ISOLADAS

Somente possível com imagens de objetos verticais. Utilizam-se 2 procedimentos baseados na medida de imagens fotográficas: I) Do próprio objeto (alvo) II) Da sombra do alvo projetada em superfície horizontal I) IMAGEN DO PRÓPRIO OBJETO

O comprimento da imagem “ad” do alvo vertical “AD” de altura h é dada pela relação:

ad = hH

nd

A

. onde H= nd

Had A.

Para uma precisão aceitável exige-se que a imagem tenha dimensão

apreciável e situada afastada do nadir ( centro da foto ) , e as extremidades da imagens do alvo bem nítidas.

II) SOMBRA

Os raios luminosos do solm são paralelos e incidem segundo um ângulo “z”: o alvo lança uma sombra “AS” e cujo tamanho é:

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AS = h x tgz

Onde z é a distância zenital

IIb) SOMBRA – comparação com sombras de outros alvos. A posição do ponto de fuga “g” para uma data distância zenital “z” das

sombras é independente do terreno e da altura de vôo. Para um alvo AD de sombra AS no plano horizontal de sua base temos:

AH

DA

dn

da

dg

ds == RESULTA dg

dsHh A .=

O ponto de fuga “g” pode cair fora da foto. IIc) sombras – segundo distância zenital e hora de foto. O tamanho da imagem da sombra é dado por:

As=h.tgz.e onde e = escala O ângulo z pode ser obtido a partir das tabelas de Efeméride Astronômicas. Se tiver a posição do norte da foto, não é necessários a hora da tomada da foto.

ESTEREOPAR O estereopar é a unidade funcional no uso de aerofotos, dele tiramos

medidas horizontais, verticais e obtemos a posição real da escala, resultando numa representação gráfica que é o mapa: e realizamos foto-interpretação.

FOTOBASE AJUSTADA Cada metade de uma aerofoto tem uma fotobase a que ambas raramente

são iguais, o mesmo ocorre para as fotobases das metades homólogas do estereopar. A razão disso é que numa foto o eixo ótico atinge o terreno num datun π1 e na outra num datun π2 diferente do π1 , assim a posição N1 E N2 aparecem com deslocamento paraláxicos numa e noutra foto, consequentemente a fotobase da foto 1 é diferente da homóloga da foto 2.

É necessário encontrar um plano de referência comum para ambas as fotos do estereopar quando, então, terão fotobases iguais: esta fotobase relativa a um plano comum, de referência é dita fotobase ajustada; devemos salientar que este plano comum de referência é arbitrário.

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DETERMINAÇÃO DA FOTOBASE AJUSTADA Toma-se um ponto “P” qualquer do terreno que esteja no datun de

referência πo , a fotobase ajustada para esse datun será “bo”.

bo = n1m1 = n1p1 + p2n2 = B-D (p1m1 = p2m2 porque PM é comum as duas fotos e os pontos P e M estão bo datun de referência)

Significa que a foto ajustada bo é igual a aerobase menos a distância real D das imagens homólogas do estereopar , nas posições de tomada das fotos 1 e 2. A fórmula seria de uso problemático já que as distâncias D e B são reais de difícil determinação , mas por analogia , pode se obter o mesmo resultado no estereograma.

No estereopar corretamente montado podemos obter bo pela diferença entre os centros das fotos 1 e 2 – n1n2 – a distância entre os pontos homólogos entre as fotos 1 e 2 – p1p2 , i.é , bo = β - ζ

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Esta equação é verdadeira e não depende do uso da distância entre as fotos, dessa maneira podemos obter bo simplesmente medindo-a no esterograma com uma régua milimetrada de precisão e fazendo leituras até o quinto de mm.

Outra maneira de se obter a fotobase ajustada é pelo método gráfico ou das interseções radiais. Com inclinações menores que 3° , o erro introduzido é negligenciável , e que as deformações sendo radiais , os ângulos horizontais são verdadeiros se medidos no centro da foto ; nisto se baseia o método das interseções radiais para se determinar as posições planimétricas corretas em escala pré fixadas a partir de imagens deformadas pelo deslocamento de paralaxe.

Num esteropar, onde queremos determinar a posição de um ponto P do terreno que aparece como imagens p1p2 deslocadas na foto 1e2 respectivamente, e em relação a um datun qualquer πo que passa nim ponto Q do terreno e cujas imagens são q1 e q2 nas fotos: o ajustamento feito através do método radial permitirá obter a exata determinação da posição e direção dos pontos p e q no datun escolhido como referência e na escala desejada; da mesma forma se obtem a fotobase ajustada bo referida ao datun escolhido.

PROCEDIMENTO 1) marcar os centros das fotos – c1 e c2 . c’1 e c’2 2) determinar a fotobase ajustada bo em função do datun πo que é dada pelos pontos q1 e q2 , p1 e p2

3) com calco transparente marcar a linha dos centros e o ponto –c1 nessa linha . 4) sobrepor o calco sobre a foto1 fazendo coincidência da reta dos centros. 5) Marcar os pontos p1 e q1 . 6) Repetir a operação com a foto 2 com coincidência da reta dos centros e q1 e q2 marcar os pontos p2 , q2 e c2 7) Unir com retas os pontos c1 com p1 e c2 com p2 ; a interseção destas retas dará a verdadeira posição do ponto P no datum πo os pontos q1 e q2 se identificam pelo fato de não estarem deslocados por pertencerem ao datum πo] 8) O segmento c1c2 é a foto base ajustada ao datam πo . 9) Pode-se determinar as posições de outros pontos procedendo-se da mesma

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maneira num esteropar. ESCALA FOTOGRÁFICA

A aerofoto não tem uma escala exata ou constante , mas pode se determinar uma escala média : 1) pela média de medidas na foto comparadas com as mesmas distâncias medidas num mapa acurado. 2) Pela média de medidas no terreno reconhecíveis na foto. A ALTIMETRIA

A determinação de elevações e o traçado de curvas de nível através de instrumentos esteroscópicos se faz usando um estereopar como conjunto único, aproveitando-se das propriedades geométricas do estereopar.

A diferença de nível entre dois pontos num esteropar pode-se ser determinada por: 1) medida de paralaxe longitudinal com régua - precisão 1/4mm 2) barra de paralaxe – precisão de até 1/100mm 3) cunha de paralaxe

A cunha de paralaxe é um instrumento simples e fácil de confeccionar: são duas linhas de pontos desenhados numa transparência, com os pontos uniformemente distanciados; as se distanciam de aproximadamente 6,5cm (distância interpupilar) e com uma ligeira convergência, quanto maior a convergência tanto maior a inclinação da imagem da linha no estereomodelo.

Manuseio: a transparência é colocada no estereopar, as duas retas se fundem num só, desloca-se a transparência até que um dos pontos coincida com o alvo e anota-se a graduação. A precisão é da ordem de 4m em fotos de escala 1/25000.

Consideramos um esteropar com as fotos 1 e 2, tiradas de c1 e c2

respectivamente, a uma altura de vôo Ho , sobre o datum Ho. Qualquer ponto num plano tem sua posição definida através de suas

coordenadas. No caso das fotos 1 e 2, as coordenadas de referência são: abcissa –

direção de vôo, e a ordenada – normal a direção de vôo no centro da foto Um ponto P do terreno aparecerá nas fotos 1 e 2 como imagens p1 e p2,

estes pontos são definidos em cada foto pela suas coordenadas: P1 = ( X1 , Y1 ) e P2 = ( X2 , Y2 ) Chamamos de paralaxe estereoscópica - de um ponto qualquer ao valor

absoluto da diferença algébrica entre as duas abcissas; assim, a paralaxe estereoscópica ou simplesmente paralaxe x do ponto P é igual a:

Px=[ x1 – x2 ] Consideramos o ponto P em relação a um plano de referência datum este

ponto P estará a uma altura ∆h sobre o datum πo ; pela figura temos que : ∆h = Ho – H

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onde H é a altura de vôo sobre o plano horizontal que passa em P . se tomarmos um ponto Q qualquer no datam πo , este ponto aparecerá nas

1 e 2 como imagens q1 e q2 , e com as coordenadas : q1 = ( m1 , n1 ) e q2 = ( m2 , n2 ) a sua paralaxe estereoscópica pxo ( índice o porque está no datum πo será: pxo = [ m1 – m2 ]. Na figura x2 corresponde a RN’2 que transportada paralelamente para a

situação da foto 1 é igual a SN’1 , SR corresponde na foto 1 à paralaxe estereoscópica do

ponto ; como N’1R é igual a B ( aerobase : n’1 , n’2 = o1,o2 ) mais o segmento N’2R = N’1S ,

resulta que SR = aerobase B. do triângulo RO1S tiramos a relação :

f

px

H

SR =

Para considerarmos o ponto P e Q. a diferença do paralaxe – px – entre os

dois pontos será : ∆Px = pxp - pxo substituindo pelos valores já deduzidos teremos :

hHo

hbo

E

HHo

Ho

Bff

Ho

Bf

F

Bpx

∆±∆=−=−=∆ .)(

.

Se quisermos ∆h:

pxbo

pxHoh

∆+∆=∆

.

.

Estas fórmulas de ∆px e ∆h fornaca a relação que liga a altura ∆h entre os

pontos P e Q com a diferença de paralaxe ∆px desses pontos, onde Ho é a altura de vôo sobre o datum πo.

Consequência: Ambas as fórmulas indicam que qualquer ponto que tiverem a mesma altura e relação ao datam de referência terá a mesma diferença de paralaxe esteroscópica ; ou que , pontos com a mesma diferença de paralaxe terá a mesma altura em relação ao datum.

Quando a diferença de relevo for igual ou menor que 3% de Ho , as fórmulas acima podem ser simplificadas para :

MEDIDAS DE DIFERENÇA DE PARALAXE As fórmulas de ∆px e ∆h permitem calcular o desnível entre dois pontos

quando se conhece Ho e bo e ∆px; agora, como podemos obter ∆px? Consideramos o estereopar corretamente orientado, assim os eixos x

(abcissas) estarão na mesma reta; em cada foto teremos as imagens homólogas

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dos pontos P e Q do terreno, queremos achar o desnível (h) entre esses dois pontos que aparecerem como p1 e q1 na foto 1, e p2 e q2 na foto 2.

• quando ∆px entre dois pontos for igual a zero significa que estes

pontos estão no mesmo plano ( mesma curva de nível )

em cada foto esses pontos podem ser definidos pelas suas coordenadas:

P1=( x1 , y1 ) P2 = ( x2 , y2 ) q1= ( m1, n1) q2= ( m2 , n2)

Como y e n são medidas no eixo y , e que devido as propriedades

geométricas do esteropar , não interferem na determinação , suas diferenças de paralaxes y são nulas .

As alturas dos pontos P e Q em relação ao datun πo são dadas pelas diferenças de paralaxes respectivas :

Pxp=x1-x2 pxq = m1-m2

Pela figura vemos que : x1 = m1 + r e m2 = x2 + s Como pxp e pxq são alturas dos pontos P e Q sobre o datun πo, o desnível

ou diferença de altura entre os dois pontos será dada por:

Px = pxp – pxq Onde ∆px é a altura que separa os pontos P e Q desenvolvendo a equação

teremos : ∆px = r-s

Esta igualmente não será alterada se somarmos ou subtrairmos o mesmo valor “1”

∆px = r – s + 1 – 1

= r + 1 - s – 1 = r + 1 – ( s + 1 )

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= W – V

i.é , a diferença de paralaxe ∆px entre dois pontos P e Q é medida pelas diferença das distâncias entre duas imagens homólogas no estereograma; estes valores podem ser medidos com régua e aplicados na fórmula ; é um método um tanto quanto grosseiro pois as leituras na régua dão sempre um erro mínimo de 0,2mm , pode-se reduzir o erro para 0,1mm se usar lupa ou régua dotada de nônio ( vernier ). Existem instrumentos que permitem medidas rápidas do ∆px com mais precisão ; cunhas de paralaxe e barras de paralaxe e dão precisão de centésimos de mm.

( é fácil de calcular os erros de cada método se substituirmos na fórmula o ∆px pelo valor do erro 0,2 - 0,1 e 0,01mm )

MEDIDAS DE DECLIVIDADES

A medida depende ou declividade de uma reta visível no esteropar pode ser feita: 1) indiretamente – conhecendo-se indiretamente a diferença de nível entre as extremidades A e D da reta, e a distância horizontal Ado pela fórmula :

tgx = d

h

2) diretamente - por comparação com retas de declividades conhecidas ,

3) pelo método de dois pontos – a diferença de nível se obtem pela média da diferença de paralaxe e da distância ADo :

ΑH

nddd o

MAPEAMENTO

Mapeamento é conjunto de processos e técnicas necessário à obtenção de mapa. O mapeamento fotográfico se abrange as seguintes etapas : 1) projeta de trabalho ( especificações e área da superfície a ser mapeada). 2) projeto e execução do vôo fotográfico. 3) organização do projeto. 4) Apoio terrestre. 5) reambulação 6) Aerotriangulação. 7) Restituição

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8) Preparo para a impressão 9) Impressão As etapas um e dois já foram abordadas , a três refere a preparação

fornecimento de fotos , dados para as etapas posteriores . as etapas 4 , 5 e 6 são etapas específicas e técnicas que devemos conhecer por que delas dependem a maior parte do trabalho a ser realizado tanto em qualidade quanto exatidão do mapa resultante.

A4 – apoio terrestre. De posse das aerofotos escolhem-se os pontos

radiais, marcados os pontos centrais , e planejado a execução dos levantamentos topográficos. Etapa 5 reambulação.

É o trabalho de campo: identificação dos acidentes e feições geográficas e seus respectivos nomes , feições culturais , vias e meios de comunicação , unidades administrativas , obras de arte , etc.

As anotações são feitas na foto ou num calco; se usa lápis demartográfico, nankin ou guache em pena fina ; cuidado em manter os detalhes visíveis para não prejudicar a foto interpretação.

As referências do apoio terrestre ( referência de nível, vértices de triangulação e de poligonais , apoio suplementar, pontos astronômicos ) são marcados por perfuração.

Para cartas ou mapas temáticos – vegetação, solos ,geologia , etc., são assinaladas apenas os elementos cartográficos essenciais.

Todo trabalho de reambulação deve ser revisado e corrigido em escritório ; persistindo dúvidas , reambula-se novamente.

Etapa 6 – aerotriangulação : trabalho efetuado em aparelhos de efetuação de primeira ordem ; aqui se faz trabalho de amarração topográfica das fotos com base no apoio terrestre.

São efetuadas determinação de coordenadas dos pontos fotogramétricos , foto por foto , e faixa por faixa; é feita a compensação e ajustamento , i.é , minimização e distribuição de erros : o resultado final é a folha base.

Etapa 7 – restituição : é a fase da passagem dos dados fotográficos para a folha base , e o traçado das curvas de nível . empregam-se vários tipos de instrumentos chamados de restituidores , que podem ser de primeira , Segunda ou terceira ordem conforme a precisão requerida para o projeto ( raramente se usa os de primeira ordem devida ao custo do equipamento) : o instrumento mais expedito para traçar curvas é a barra de paralaxe com despositivo de desenho esteromicrômetro.

Etapa 8 – preparo para a impressão : a folha base restituída é prepara para confeccionar uma série de folhas específicas fotograficamente ( drenagem , meios de comunicação , topografia, nomenclatura , vegetação , etc. ).

MAPA PLANIMÉTRICO

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A maior parte dos trabalhos específicos que usam aerofotos não exigem mapas topográficos , estes mapas que não contém indicação topográfica ( curvas de nível) são chamados de mapas planimétricos.

Um dos métodos de se obter esses mapas é o da triangulação radial , é um método menos sofisticado que o da aerotriangulação mas resulta em mapas bastante acurados , é rápido e exige pouco equipamento.

Qualquer pessoa sem muita especialização ou preparo intelectual alto está em condições de executar. É um método que todos devem conhecer e executar.

TRIANGULAÇÃO RADIAL

Existem três variedades ou tipos de triangulação radial: 1) moldes transparentes ---------- gráfico 2) moldes fissurados -------------- ranhuras 3) moldes metálicos --------------- hastes MOLDES TRANPARENTES 1) perfurar os centros de cada foto (pontos principais ) e os centros transportados; marcar com pequenos círculos e codificar ( normalmente o número da foto). 2) Identificar e marcar todos os pontos de controle terrestre que houver na foto ; assinalar com triângulos e codificar. 3) Escolher três pontos no mínimo em cada faixa de recobrimento do estereopar de maneira a ficarem regularmente espaçados. Esses pontos devem ser claros e facilmente identificáveis , transportar estereoscopicamente para outras fotos.; asinalar e codificar ( são ditos pontos radiais ). Aconselha-se marcar o número maior de pontos em regiões muito acidentadas.

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4) Passar todos os pontos com respectivos símbolos e códigos para uma folha transparente – molde – de tamanho igual ou pouco maior que a foto : a transparência é feita colocando-se o molde sob a foto perfurando com estilete. 5) No molde traçar finas retas radiais a partir do centro da foto para todos os pontos : linhas radiais. 6) Preparar a folha base contendo todos os pontos de apoio terrestre em escala inteira mais próxima da escala da foto. 7) Montagem: sobre a folha base , iniciar a colocação dos moldes a partir daqueles que contém dois pontos pelo menos de apoio terrestre; os moldes são colocados sobre a folha base de modo que as linhas radiais axiais ( dos centros ) homólogas fiquem superpostas , e as radiais do ponto de controle passem sobre os pontos de controle na folha base. O procedimento é por tentativas , movimentando-se os moldes , uma vez ajustados , prender os moldes na folha base com fita adesiva. A interseção das radiais homólogas constituirão a posição correta do ponto pelo qual os novos moldes serão ajustados.

8) Normalmente não se obtém a exata coincidência das linhas radiais numa interseção ; a escolha do ponto na zona das interseções dependerá da experiência do operador. Se o erro for considerável , será necessário desmontar parciamente o conjunto e distribuir o erro , mesmo que signifique o afastamento das linhas axiais homólogas, mas com o cuidado de manter o paralelismo dessas linhas axiais.

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9) Completada a montagem dos calcos ( moldes ) e distribuídos os erros , transferir com estilete os pontos do centro das fotos , os pontos radiais definidos pelo cruzamento das radiais homólogas. Marcar e codificar todos os pontos na folha base; esses pontos estarão em sua posições planimétricas corretas e em escala pré fixada. MOLDES FISSURADOS

Este método tem a vantagem de maior precisão e de menor trabalho

manual que o dos moldes transparentes, tem maior rapidez e exige menor número de pontos de apoio terrestre. Os moldes são de cartolina onde são feitas ranhuras com auxílio do aparelho “sectador radial “; o ponto representativo do centro da foto é feito com um vasador calibrado , as ranhuras representam as linhas radiais. O procedimento é semelhante ao dos moldes transparente : cada planilha – o molde fissurado – é ligado aos outros por pinos que representam os pontos centrais e radiais, os pinos são móveis , exceto aqueles que representam o apoio terrestre que ficam firmamente fixados na folha base. Os pinos são ocos e permitem a introdução de grafite ou estilete para que esses pontos possam ser passados para a folha base.

O método dos moldes metálicos é semelhante ao dos moldes fissurados: as ranhuras são substituídas por hastes metálicas.

COMPILAÇÃO Por compilação se entende a passagem de dados da foto para a folha base

onde se acham os pontos radiais em suas verdadeiras posições. Existem várias maneiras e métodos para transferir os dados cada um com

seu grau de precisão: 1) visual – olhômetro – expedito , baixa precisão; 2) com compasso de redução em função de referências definidas , muito trabalhoso. 3) Com reticulado ( quadriculado ou retangular ), trabalhoso. 4) Câmara clara , o mais empregado. “sketchmaster” 5) Por projeção , apropriado para terrenos planos, 6) Por retificação , demasiadamente sofisticado. MOSAICO

Consiste na reunião de partes da foto num conjunto e que guardam

aproximadamente uma relação posicional entre si. Mosaico controlado e semi- controlado ( pontos de apoio ) Vantagens : vizualização do conjunto. Defeitos: repetição ou falta de trechos devida aos deslocamentos oriundos do relevo. REVISÃO

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Em todas etapas e fases do trabalho é imprescindível o trabalho de crítica e

revisão , particularmente quando ocorrem erros de monta.

AEROFOTOS E TRABALHOS DE CAMPO

Uma das maiores vantagens que as aerofotos é no planejamento do trabalho de campo.

Quando se prepara um trabalho de campo , um estudo prévio dá área nas aerofotos permitirá:

1) localização dos pontos de pesquisa; 2) descoberta de pontos de interesse para pesquisa que passaram despercebidos ou não conhecidos ; 3) planejamento do roteiro a seguir no campo ; 4) avaliação do tempo necessário para pesquisa por dia ou por área; 5) estimativa das facilidades e dificuldades que aparecerão durante a execução da pesquisa. 6) Avaliação das interrelações dos pontos de pesquisa . As aerofotos permitem , assim , a otimização da execução do trabalho de

campo e experimentam-no maior precisão. A utilização de aerofotos em campo exige uma série de medidas e

cuidados. A foto entende simultaneamente a várias finalidades e satisfazem a duas necessidades : uma de ordem espacial , permitindo localizar ou situar os objetivos num sistema de referência ; e a outra , a de definir características (quantitativas ou qualitativas ) dos objetos que aparecem nas fotos.

Entre as finalidades ou operações que se procura alcançar no campo

temos: 1) localizar na foto um detalhe visto no campo; 2) localizar no campo detalhes vistos na foto; 3) estabelecer um gabarito ou canevá de apoio para cada foto com o fim de completar um mapa ou formar uma base planimétrica; 4) reconhecer caracteres ( padrão ) para mostragem levando em conta a correlação entre o aspecto fotográfico e a área do alvo. Os problemas que aparecerem o manuseio de fotos no campo varia

conforme se tenha ou não mapas, da escala das fotos e apreciação das mesmas , o tipo de emulsão e qualidade da foto.

A utilização de fotos no campo exige um suporte rígido , de estereoscópio , e uma série de acessórios condicionados pela natureza do trabalho.

Preferentemente os dados devem ser anotados sobre um calco para preservar as fotos.

O transporte da foto exige cuidados: guardadas estendidas e protegidas da

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intempérie ( vento , pó , chuva , etc. ) ; um bom artifício é o de usar lâmina transparente plástica rígida sobre as fotos na prancheta.

Deve-se cuidar de:

1) não danificar a gelatina da foto; 2) evitar queimaduras devidas às lentes do estereoscópio, esquecido sobre o estereopar com o sol alto; 3) evitar rasgos ao se manusear as fotos que se enrolam quando a umidade é baixa.; 4) evitar arranhaduras e esfoladas , principalmente quando o ambiente está úmido; 5) evitar queda de gotas de chuva na foto.

BIBLIOGRAFIA Delmaer A, B. Marchetti & Gilberto J. Garcia Princípio de fotogrametria e de foto interpretração – São Paulo , Nobel , 1977. Jean Carré Lectura de las fotografias aéreas- Madri , Paraninfo , 1975. Mauro Ricci & Setembrino Petri Princípios de fotogrametria e interpretação geológica São Paulo , Comp. Edit. Nacional , 1965. Richard G. Ray Fotografias aéreas na interpretação e mapeamento geológicos São Paulo , IGG – Agr. SP . 1963 ( TRADUÇÃO DO USGS PROFESSIONAL PAPAER 373 – 1960 )