QUAIS AS QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DA PSICOLOGIA

NA NA COMPREENSÃO COMPREENSÃO DA JORNADA DA DA JORNADA DA

VIDA?VIDA?

CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO CAMPOS DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

ACOMPANHAMENTO PSICOTERÁPICO ACOMPANHAMENTO PSICOTERÁPICO INDIVIDUAL - PSICOTERAPIA FOCALINDIVIDUAL - PSICOTERAPIA FOCAL

CONSULTORIA E INTERVENÇÃO CONSULTORIA E INTERVENÇÃO INSTITUCIONALINSTITUCIONAL

AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO COGNITIVA E AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO COGNITIVA E NEUROPSICOLÓGICANEUROPSICOLÓGICA

PSICOLOGIA COMUNITÁRIA: APOIO À PSICOLOGIA COMUNITÁRIA: APOIO À FORMAÇÃO E À MANUTENÇÃO DOS GRUPOS FORMAÇÃO E À MANUTENÇÃO DOS GRUPOS DE TERCEIRA-IDADE E PROGRAMAS SOCIAISDE TERCEIRA-IDADE E PROGRAMAS SOCIAIS

ATUAÇÃO ACADÊMICA: PESQUISA, ENSINO E ATUAÇÃO ACADÊMICA: PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃOEXTENSÃO

O QUE É O QUE É PROCESSO DE PROCESSO DE ENVELHECI-ENVELHECI-

MENTO MENTO PSÍQUICO PSÍQUICO NORMAL?NORMAL?

(PEPN)(PEPN)

O que significa desnaturalizar a noção da O que significa desnaturalizar a noção da velhice?velhice?

““estar vivo significa estar vivo significa viver um mundo viver um mundo

que precede à que precede à própria chegada e própria chegada e que sobreviverá à que sobreviverá à

partida”partida”

QUAIS SÃO AS MÁSCARAS SOCIAIS QUE USAMOS PARA ESCONDER A VELHICE ?

O mundo não tem sentido sem o nosso olhar

O mundo não tem sentido sem o nosso olhar

ENVELHECER É METAMORFOSEAR

ENVELHECER É METAMORFOSEAR

O QUE TORNA A VELHICE DE FATO UMA FASE TEMIDA?

O QUE TORNA A VELHICE DE FATO UMA FASE TEMIDA?

É no processo de É no processo de significação que se significação que se aprende o essencial, aprende o essencial, a tirar excessos a tirar excessos acumulados ao acumulados ao longo da existência longo da existência efêmeraefêmera

Aspectos Psicológicos do Envelhecimento

Aspectos Psicológicos do Envelhecimento

Unidade I - Velhice e Envelhecimento no Unidade I - Velhice e Envelhecimento no interior da modernidadeinterior da modernidade

Unidade II - Perspectivas epistemológicas do Unidade II - Perspectivas epistemológicas do envelhecimentoenvelhecimento

Unidade III- Impactos subjetivos da Unidade III- Impactos subjetivos da institucionalização e possíveis saídas institucionalização e possíveis saídas

I- VELHICE E ENVELHECIMENTOI- VELHICE E ENVELHECIMENTO

Velhice no interior da modernidadeVelhice no interior da modernidade Desaparecimento do princípio unificador do universo: Desaparecimento do princípio unificador do universo:

A desmontagem do mundo medieval culminou em um A desmontagem do mundo medieval culminou em um desencantamento do mundo. desencantamento do mundo.

Tempo de rupturas - Teocentrismo Tempo de rupturas - Teocentrismo /Antropocentrismo - Laicização/Antropocentrismo - Laicização

Idade Média - Conhecer os deuses para alcançar o Idade Média - Conhecer os deuses para alcançar o céu.céu.

Séc. XVI - Começa a criar a possibilidade de construir Séc. XVI - Começa a criar a possibilidade de construir um mundo mais confortável - Razão Instrumental um mundo mais confortável - Razão Instrumental Exata - CIênciaExata - CIência

Projeto moderno: Conhecer a natureza para colocá-la Projeto moderno: Conhecer a natureza para colocá-la a seu serviçoa seu serviço

QUANTO ESSE PROJETO CUSTOU? QUANTO ESSE PROJETO CUSTOU?

Passado perdeu autoridade - Quebra da Passado perdeu autoridade - Quebra da TradiçãoTradição

Envelhecer tornou-se inconcebível: Fracasso Envelhecer tornou-se inconcebível: Fracasso do projeto de transformar o homem em do projeto de transformar o homem em imortal, belo e poderosoimortal, belo e poderoso

““Extinção” do espaço público - Primazia do Extinção” do espaço público - Primazia do privado - Individualismoprivado - Individualismo

Morte do paraíso terrestreMorte do paraíso terrestre

CONSEQUÊNCIAS DA MODERNIDADE

CONSEQUÊNCIAS DA MODERNIDADE

- Império do Efêmero- Império do Efêmero - Consumismo: Ênfase no ter e não no ser- Consumismo: Ênfase no ter e não no ser - Busca frenética pelo prazer: Hedonismo- Busca frenética pelo prazer: Hedonismo - Individualismo: Emergência do Narcisismo - Individualismo: Emergência do Narcisismo - Culto ao corpo: Mito da “eterna juventude”- Culto ao corpo: Mito da “eterna juventude” - Sobrepujança do novo- Sobrepujança do novo - Sociedade dos descartáveis: “peças”- Sociedade dos descartáveis: “peças” - Medo da morte / velhice- Medo da morte / velhice - Perversidade- Perversidade

..

Perda do sentido da Perda do sentido da continuidade histórica: continuidade histórica: Guerra à tradição Guerra à tradição

Banalização do sexo e da Banalização do sexo e da violênciaviolência

Submisso ao império da Submisso ao império da tecnologia tecnologia

Valorização da memória Valorização da memória informativa e desvalorização informativa e desvalorização da memória evocativada memória evocativa

DespolitizaçãoDespolitização

..

1.2- Velho e idoso na modernidade1.2- Velho e idoso na modernidade

- - Sociedade Industrial Capitalista- A Sociedade Industrial Capitalista- A produção e o consumo são os divisores de produção e o consumo são os divisores de águas para legitimar os espaços sociais águas para legitimar os espaços sociais que a pessoa ocupaque a pessoa ocupa

- A necessidade de valorização, de ser - A necessidade de valorização, de ser admirado pela beleza, pela celebridade e admirado pela beleza, pela celebridade e pelo poder, tornam o envelhecimento pelo poder, tornam o envelhecimento intolerávelintolerável

- Imperativo da juventude- Imperativo da juventude

- Era do Vazio: Busca individual pelo - Era do Vazio: Busca individual pelo sentido da existência. sentido da existência.

PREMISSAS PSICOLÓGICAS BÁSICASPREMISSAS PSICOLÓGICAS BÁSICAS

O Envelhecimento é multifatorial, multidirecional e O Envelhecimento é multifatorial, multidirecional e heterogêneo.heterogêneo.

Envelhecimento bem sucedido não é mero atributo do Envelhecimento bem sucedido não é mero atributo do indivíduo biológico, psicológico ou social, mas resulta da indivíduo biológico, psicológico ou social, mas resulta da qualidade da INTERAÇÃO desses fatores. qualidade da INTERAÇÃO desses fatores.

O Idoso é considerado POTÊNCIA: Todo profissional O Idoso é considerado POTÊNCIA: Todo profissional deve olhar para o idoso como um ser de possibilidadesdeve olhar para o idoso como um ser de possibilidades

Resiliência: Propriedade pela qual a energia armazenada Resiliência: Propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora duma deformação elástica. Resistência tensão causadora duma deformação elástica. Resistência ao choqueao choque

ENVELHECIMENTO PSÍQUICO NORMAL (EPN)

ENVELHECIMENTO PSÍQUICO NORMAL (EPN)

O enfrentamento da crise dependerá dos recursos O enfrentamento da crise dependerá dos recursos internos e externos de cada idoso.internos e externos de cada idoso.

Capacidade de significar e elaborar as perdas: Capacidade de significar e elaborar as perdas: maiores possibilidades de um envelhecimento maiores possibilidades de um envelhecimento saudável saudável

O envelhecimento depende da plasticidade do O envelhecimento depende da plasticidade do indivíduoindivíduo

Processo estruturado ente o pólo das perdas e das Processo estruturado ente o pólo das perdas e das aquisições.aquisições.

A Psicologia interessa-se por descrever e A Psicologia interessa-se por descrever e explicar as condições nas quais é possível explicar as condições nas quais é possível ocorrer preservação do potencial para o ocorrer preservação do potencial para o cmportamento e para o desenvolvimentocmportamento e para o desenvolvimento

Avaliação cognitiva dos eventos da vida: Avaliação cognitiva dos eventos da vida: prejuízo, ameaça, perda, desafio ou algo prejuízo, ameaça, perda, desafio ou algo benigno enfrentamento do estresse: benigno enfrentamento do estresse: esforços cognitivos e comportamentais, em esforços cognitivos e comportamentais, em constante mudança, para lidar com demandas constante mudança, para lidar com demandas internas e externas avaliadas como superiores internas e externas avaliadas como superiores aos recursos pessoaisaos recursos pessoais

Psicologia do Desenvolvimento - Erik Erikson - Psicologia do Desenvolvimento - Erik Erikson -

Desenvolvimento polarizado por conflitosDesenvolvimento polarizado por conflitos A tensão que se cria entre forças A tensão que se cria entre forças

contraditórias irradiadas pelos pólos dessas contraditórias irradiadas pelos pólos dessas crises, originam-se qualidade do egocrises, originam-se qualidade do ego

Habilidade em transitar entre os dois pólosHabilidade em transitar entre os dois pólos Desenvolvimento durante todo o percurso Desenvolvimento durante todo o percurso

da vidada vida

Intimidade X Distanciamento Adulto Jovem

Intimidade X Distanciamento Adulto Jovem

Capacidade de amarCapacidade de amar ““Encontro” com o outroEncontro” com o outro Construção de um projeto amorosoConstrução de um projeto amoroso

OU OU Afastamento da própria identidadeAfastamento da própria identidade AlienaçãoAlienação

AMORAMOR

Generatividade X EstagnaçãoIdade Adulta

Generatividade X EstagnaçãoIdade Adulta

Sentimento de pertencimento e engajamentoSentimento de pertencimento e engajamento Consciência da condição de sujeito cidadãoConsciência da condição de sujeito cidadão Responsabilidade Social e PolíticaResponsabilidade Social e Política Consciência da finitudeConsciência da finitude

OUOU Sentimento de Inutilidade SocialSentimento de Inutilidade Social Irresponsabilidade Irresponsabilidade Preocupação exagerada no próprio EU Preocupação exagerada no próprio EU

CUIDADOCUIDADO

Integridade X Desesperança Velhice

Integridade X Desesperança Velhice

Sentimento de missão cumpridaSentimento de missão cumprida Generatividade orientada à culturaGeneratividade orientada à cultura Avaliação do percurso da existênciaAvaliação do percurso da existência OUOU DesesperoDesespero Sentimento de “falta de tempo”Sentimento de “falta de tempo”

SABEDORIASABEDORIA

PERSPECTIVAS EPISTEMOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO PERSPECTIVAS EPISTEMOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO

Existencial-Fenomenológico- HumanistaExistencial-Fenomenológico- HumanistaO Sentido da vida é uma busca existencial O Sentido da vida é uma busca existencial

durante todo o percurso da vidadurante todo o percurso da vida

Vida Autêntica Vida Autêntica Capacidade de interrogar sobre a própria Capacidade de interrogar sobre a própria

existência e sobre o sentido da vidaexistência e sobre o sentido da vidaSer-para-a morteSer-para-a morteSer de projeto : vir-a-serSer de projeto : vir-a-ser

Vida InautênticaVida InautênticaDistanciamento de si mesmoDistanciamento de si mesmoViver uma vida sem interrogaçãoViver uma vida sem interrogaçãoViver uma vida mesquinhaViver uma vida mesquinhaVida alienada de nós mesmosVida alienada de nós mesmosDeixar de realizar as aspiraçõesDeixar de realizar as aspirações

““não consigo imaginar não consigo imaginar algo que capacite algo que capacite melhor o homem a melhor o homem a suportar ou superar suportar ou superar sofrimentos subjetivos sofrimentos subjetivos e dificuldades objetivas e dificuldades objetivas do eu, do que o do eu, do que o sentimento de possuir sentimento de possuir uma tarefa, uma missão uma tarefa, uma missão a cumprir” a cumprir”

ENVELHE...SERENVELHE...SER Capacidade de dar sentido à existênciaCapacidade de dar sentido à existência Resignificação das perdas normais e patológicasResignificação das perdas normais e patológicas Conjunto de significados construídos ao longo da Conjunto de significados construídos ao longo da

existência. existência. Processo de interiorização do envelhecimento como Processo de interiorização do envelhecimento como

algo negativoalgo negativoEstas imagens, a princípio distantes da realidade, Estas imagens, a princípio distantes da realidade,

passam a ser auto-imagens negativas quando se passam a ser auto-imagens negativas quando se envelheceenvelhece

Distância abismal entre o desejo e a representaçãoDistância abismal entre o desejo e a representação

““Mesmo a extrema falta de liberdade física e Mesmo a extrema falta de liberdade física e mesmo o desespero existencial não logram mesmo o desespero existencial não logram privar o homem da liberdade de decidir, além e privar o homem da liberdade de decidir, além e acima do presente, o que ele virá a ser no acima do presente, o que ele virá a ser no futuro” futuro”

Abordar a experiência existencial do envelhecer Abordar a experiência existencial do envelhecer é resgatar, na pessoa do velho, o homem na sua é resgatar, na pessoa do velho, o homem na sua totalidade. E identificar-se com ele.totalidade. E identificar-se com ele.

Tempo e TemporalidadeTempo e Temporalidade

Como habitamos o tempo? Como habitamos o tempo? Momento de reflexão sobre a existência e sobre o Momento de reflexão sobre a existência e sobre o

envelhecimento Busca da autenticidadeenvelhecimento Busca da autenticidade

O que dilata o tempo são os significados que O que dilata o tempo são os significados que damos a eledamos a ele

OBJETIVO DA TERAPIA EXISTENCIAL JUNTO AOS IDOSOS

OBJETIVO DA TERAPIA EXISTENCIAL JUNTO AOS IDOSOS

Resgatar as possibilidades humanas do Resgatar as possibilidades humanas do envelhecimento, buscando compreendê-lo envelhecimento, buscando compreendê-lo como continuidade do processo existencial do como continuidade do processo existencial do ser humano. ser humano.

Busca de autenticidade no processo - saídas Busca de autenticidade no processo - saídas singulares e não generalizantessingulares e não generalizantes

Neurose existencial: Neurose existencial: transtornos emocionais transtornos emocionais resultantes da incapacidade de resultantes da incapacidade de perceber o sentido da vidaperceber o sentido da vida

A logoterapia consiste em: A logoterapia consiste em: Ampliação do campo visual Ampliação do campo visual

de valores: um homem em de valores: um homem em conflito tende a conflito tende a superestimar superestimar umum valor e se valor e se torna cego para os demais torna cego para os demais valoresvalores

Elevação dos valoresElevação dos valores

PsicanálisePsicanáliseLibido: “força amorosa”; manifestação energética Libido: “força amorosa”; manifestação energética

dinâmica, que circula entre o ego e os objetos do dinâmica, que circula entre o ego e os objetos do mundo mundo

Envelhecimento Psíquico normal: processo Envelhecimento Psíquico normal: processo estruturado ente o pólo das perdas e das estruturado ente o pólo das perdas e das aquisições. aquisições.

Velhice: interpretação do percurso da existência. Velhice: interpretação do percurso da existência. Narcisismo negativo: provoca dores e queixas Narcisismo negativo: provoca dores e queixas

decorrentes da recusa e da estranheza decorrentes da recusa e da estranheza inconsciente em relação às representações inconsciente em relação às representações mentais do corpomentais do corpo

Quanto mais espaço as perdas ocupam na psique do sujeito, menos rica e mais deteriorada torna-se sua qualidade de vidaA sensação de estranhamento aponta para uma falha no processo de resignificação“ Meu corpo não me acompanha”“Olho no espelho e não me reconheço”

Quanto mais espaço as perdas ocupam na psique do sujeito, menos rica e mais deteriorada torna-se sua qualidade de vidaA sensação de estranhamento aponta para uma falha no processo de resignificação“ Meu corpo não me acompanha”“Olho no espelho e não me reconheço”

Para que dure a vida e o “duro desejo de Para que dure a vida e o “duro desejo de durar”, é importante que estejamos durar”, é importante que estejamos continuamente fazendo o continuamente fazendo o “luto”“luto” isto é, um isto é, um imenso trabalho psíquico de restauração do imenso trabalho psíquico de restauração do desejo durante todo o processo de desejo durante todo o processo de envelhecimento psíquico normal. envelhecimento psíquico normal.

Aumenta a possibilidades desejantes do Aumenta a possibilidades desejantes do sujeitosujeito

Desinvestimento no Desinvestimento no presentepresente

Falência da possibilidade Falência da possibilidade de Temporalidadede Temporalidade

DESNARCIZAÇÃO: DESNARCIZAÇÃO: Empobrecimento e Empobrecimento e recolhimento libidinalrecolhimento libidinal;;

Falta de FuturoFalta de Futuro

Estilos PsíquicosEstilos PsíquicosDepressão: Incapacidade de retificar o Depressão: Incapacidade de retificar o

passado, se prendendo a ele como lamúria;passado, se prendendo a ele como lamúria;Paranóia: Projeção das frustrações pessoaisParanóia: Projeção das frustrações pessoaisMania: Negação da passagem do tempo Mania: Negação da passagem do tempo

““Travestismo Juvenil”: Maneira bizarra de Travestismo Juvenil”: Maneira bizarra de envelhecerenvelhecer

Elaboração do luto : Elaboração do luto : substituição simbólica.substituição simbólica.

O fechamento do O fechamento do processo de processo de temporalização, pela temporalização, pela desnarcisação do desnarcisação do sujeito e pela perda do sujeito e pela perda do reconhecimento reconhecimento simbólico, impede simbólico, impede qualquer processo de qualquer processo de elaboração da perda. elaboração da perda.

ASILO: INSTITUIÇÃO CARITATIVA OU INSTITUIÇÃO TOTAL?

ASILO: INSTITUIÇÃO CARITATIVA OU INSTITUIÇÃO TOTAL?

INSTITUCIONALIZAÇÃOINSTITUCIONALIZAÇÃO

ASILO: INSTITUIÇÃO TOTAL OU ASILO: INSTITUIÇÃO TOTAL OU INSTITUIÇÃO DE CARIDADE?INSTITUIÇÃO DE CARIDADE?

- Acima de qualquer suspeita- Acima de qualquer suspeita- Legitimação da exclusão- Legitimação da exclusão

HISTÓRIA DOS ASILOS EM BELO HORIZONTEHISTÓRIA DOS ASILOS EM BELO HORIZONTE

História de Belo HorizonteHistória de Belo HorizonteÁrea urbanaÁrea urbana

Elite e estatamento burocráticoElite e estatamento burocráticoÁrea suburbanaÁrea suburbana

Área predominantemente operáriaÁrea predominantemente operáriaÁrea rural - região dos sítiosÁrea rural - região dos sítios

Sítios de pequena lavoura - “Cinturão Sítios de pequena lavoura - “Cinturão Verde”Verde”

História dos asilosHistória dos asilos SSVP - 1833 - Frederico Ozanam - SSVP - 1833 - Frederico Ozanam -

inspirou-se na obra de São Vicente inspirou-se na obra de São Vicente (1581-1660) - Pai dos pobres (1581-1660) - Pai dos pobres

História dos asilos em Belo História dos asilos em Belo HorizonteHorizonte 1912 - “Asilo dos Inválidos” - Asilo 1912 - “Asilo dos Inválidos” - Asilo

Afonso Pena - Área urbanaAfonso Pena - Área urbana Operação LimpezaOperação Limpeza

Ideal Higienista e moralista - Ideal Higienista e moralista - garantia da ordem pública, garantia da ordem pública, impedindo que fosse denegrida impedindo que fosse denegrida a imagem de cidade-modeloa imagem de cidade-modelo

INSTITUIÇÃO TOTALINSTITUIÇÃO TOTAL ““Local de residência onde um Local de residência onde um

grande número de pessoas com grande número de pessoas com situação semelhante, separados situação semelhante, separados da sociedade mais ampla, levam da sociedade mais ampla, levam uma vida formalmente uma vida formalmente administrada”administrada”

E. GoffmanE. Goffman

O Assistencialismo : ao O Assistencialismo : ao contrário de caminhar na contrário de caminhar na direção da consolidação de direção da consolidação de um direito, reforça os um direito, reforça os mecanismos de exclusão mecanismos de exclusão social, impedindo o social, impedindo o exercício da cidadaniaexercício da cidadania

CARIDADE OU SOLIDARIEDADECARIDADE OU SOLIDARIEDADE

CARIDADECARIDADE

FAZER PARA...FAZER PARA...

SOLIDARIEDADESOLIDARIEDADE

FAZER COM...FAZER COM...

EFEITOS DA CARIDADE NA SUBJETIVIDADE DO IDOSOEFEITOS DA CARIDADE NA SUBJETIVIDADE DO IDOSO

Paradoxo: Como os Paradoxo: Como os asilos - redutos das asilos - redutos das práticas caritativas práticas caritativas podem ser considerados podem ser considerados Instituições Totais? Instituições Totais?

Asilo: acima de Asilo: acima de qualquer suspeitaqualquer suspeita

Asilo: Abrigo e Asilo: Abrigo e exclusão socialexclusão social

CARIDADECARIDADE

FAZER PARA...FAZER PARA...

DESCONHECIMENTO DO SUJEITO DESCONHECIMENTO DO SUJEITO AUTÔNOMO E LIVRE AUTÔNOMO E LIVRE

REFORÇA A EXISTÊNCIA DA DEPENDÊNCIA E REFORÇA A EXISTÊNCIA DA DEPENDÊNCIA E DA CARÊNCIADA CARÊNCIA

SOLIDARIEDADESOLIDARIEDADE FAZER COM...FAZER COM...

POSSIBILITA O EXERCÍCIO DA POSSIBILITA O EXERCÍCIO DA AUTONOMIA AUTONOMIA

RESGATA O SUJEITO DESEJANTERESGATA O SUJEITO DESEJANTE REFORÇA A AUTO-ESTIMAREFORÇA A AUTO-ESTIMA

FORMAS DE GESTÃO PARTICIPATIVAFORMAS DE GESTÃO PARTICIPATIVA

CONSEQÜÊNCIAS DA INSTITUCIONALIZAÇÃOCONSEQÜÊNCIAS DA INSTITUCIONALIZAÇÃO

Perda da autonomiaPerda da autonomia Mortificação do euMortificação do eu Impossibilidade de exercer a cidadania Impossibilidade de exercer a cidadania Perda da posição de sujeito políticoPerda da posição de sujeito político Perda da continuidade históricaPerda da continuidade histórica DesculturamentoDesculturamento Redução dos papéis sociaisRedução dos papéis sociais Controle da comunicaçãoControle da comunicação Perda do sentido Perda do sentido Fim da história socialFim da história social

APRESENTAÇÃO DA PESQUISAAPRESENTAÇÃO DA PESQUISA

IDENTIDADE ARQUIVADAIDENTIDADE ARQUIVADA

CUIDADORES: HERÓIS ANÔNIMOS DO COTIDIANOCUIDADORES: HERÓIS ANÔNIMOS DO COTIDIANO

SAÚDE MENTAL DO TRABALHADORSAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR

Asilo Asilo Instituição detonadora do adoecimento psíquico do Instituição detonadora do adoecimento psíquico do

funcionário funcionário CAUSASCAUSAS

Esforço não é reconhecidoEsforço não é reconhecido Trabalho não sonhado – “Castigo”Trabalho não sonhado – “Castigo” Trabalho não compartilhado – “Sem trocas”Trabalho não compartilhado – “Sem trocas” Mal remuneradoMal remunerado Sentimentos vivenciados como frustração, angústia Sentimentos vivenciados como frustração, angústia

diante da morte, impotência, amor não correspondidodiante da morte, impotência, amor não correspondido

QUANDO NOS TORNAMOS PAIS DOS NOSSOS PAISQUANDO NOS TORNAMOS PAIS DOS NOSSOS PAIS

Cuidar: Ato de assistir alguém ou prestar-Cuidar: Ato de assistir alguém ou prestar-lhe serviço quando necessita. É uma lhe serviço quando necessita. É uma atividade complexa, com dimensões éticas, atividade complexa, com dimensões éticas, psicológicas, sociais e que também tem seus psicológicas, sociais e que também tem seus aspectos clínicos, técnicos e comunitários. aspectos clínicos, técnicos e comunitários.

O ato de cuidar aponta sempre para a O ato de cuidar aponta sempre para a fragilidade e para a dependência, fatores fragilidade e para a dependência, fatores que relativizam o cuidado.que relativizam o cuidado.

QUEM É O CUIDADOR? QUEM É O CUIDADOR?

Parentesco: Cônjuges ou filhosParentesco: Cônjuges ou filhos Gênero: tradicionalmente é a mulherGênero: tradicionalmente é a mulher Proximidade FísicaProximidade Física Proximidade afetivaProximidade afetiva

POR QUE CUIDAR?POR QUE CUIDAR?

AMORAMOR

OBRIGAÇÃOOBRIGAÇÃO

GRATIDÃOGRATIDÃO

MORALIDADEMORALIDADE

VONTADE PRÓPRIAVONTADE PRÓPRIA

CARACTERÍSTICAS DO CUIDADOCARACTERÍSTICAS DO CUIDADO O trabalho geralmente não é reconhecido. O trabalho geralmente não é reconhecido.

Relações unidirecionais acabam por levar à Relações unidirecionais acabam por levar à frustação, impotência e angústia. frustação, impotência e angústia.

Prover cuidados é uma tarefa custosa emocional, Prover cuidados é uma tarefa custosa emocional, social e financeiramentesocial e financeiramente

Quanto mais o cuidador se envolve, mais os não-Quanto mais o cuidador se envolve, mais os não-cuidadores de afastamcuidadores de afastam

O cuidado uma vez assumido, é intransferívelO cuidado uma vez assumido, é intransferível O ato de cuidar remonta cenas familiares e faz O ato de cuidar remonta cenas familiares e faz

aflorar os conflitos antigos, inclusives edipianosaflorar os conflitos antigos, inclusives edipianos

CUIDADO COM O CUIDADORCUIDADO COM O CUIDADOR Adoecimento Psíquico do cuidadorAdoecimento Psíquico do cuidador

DepressãoDepressão Perda do sentido da vidaPerda do sentido da vida Sentimentos paradoxais: amor e ódio pelo idosoSentimentos paradoxais: amor e ódio pelo idoso Redução dos papéis sociaisRedução dos papéis sociais Esgotamento físico e emocionalEsgotamento físico e emocional

ABORDAGEM AO CUIDADORABORDAGEM AO CUIDADOR Suporte técnicoSuporte técnico Suporte emocional: ampliação dos papéis, divisão Suporte emocional: ampliação dos papéis, divisão

e delegação das tarefase delegação das tarefas Uma pessoa torna-se cuidadora no processo de Uma pessoa torna-se cuidadora no processo de

cuidarcuidar Intervenção MultidisciplinarIntervenção Multidisciplinar Organização do cotidiano do idoso e do cuidadorOrganização do cotidiano do idoso e do cuidador Acompanhamento do cuidador após a morte do Acompanhamento do cuidador após a morte do

idoso: vazio, culpa e depressão. Reestruturação dos idoso: vazio, culpa e depressão. Reestruturação dos papéispapéis

DAR VOZ AO CUIDADORDAR VOZ AO CUIDADOR

““Minha maior dificuldade é lidar com o medo Minha maior dificuldade é lidar com o medo da morte. Não consigo pensar nesta separação”da morte. Não consigo pensar nesta separação”

““Peço a Deus que poupe minha mãe deste Peço a Deus que poupe minha mãe deste sofrimento, e que a leve para junto dele”sofrimento, e que a leve para junto dele”

““Tenho medo do que os outros vão falar. Cuido Tenho medo do que os outros vão falar. Cuido por causa da mamãe e por causa dos outros. por causa da mamãe e por causa dos outros. Eles sempre acham defeito, falam que ela está Eles sempre acham defeito, falam que ela está fedendo... Mas ninguém vem para dar banho fedendo... Mas ninguém vem para dar banho nela. Me sinto muito cobrada.” nela. Me sinto muito cobrada.”

GRUPO DE APOIOGRUPO DE APOIO ““No grupo, eu encontrei e continuo encontrando No grupo, eu encontrei e continuo encontrando

respostas necessárias para todas as dificuldades”respostas necessárias para todas as dificuldades” ““A cruz fica muito mais leve se for dividida”A cruz fica muito mais leve se for dividida” ““Aprendi a suportar que a piora progressiva era Aprendi a suportar que a piora progressiva era

inevitável, mas aprendi a ser flexivel e criativa inevitável, mas aprendi a ser flexivel e criativa para poder me adaptar com menos frustação à para poder me adaptar com menos frustação à situação”. situação”.

““Com as coisas que aprendi lá me sinto mais Com as coisas que aprendi lá me sinto mais segura para lidar com as mudanças que a doença segura para lidar com as mudanças que a doença causou em meu marido”. causou em meu marido”.

““Aqui eu descobri que tenho o direito de Aqui eu descobri que tenho o direito de sentir raiva. Com isso, os momentos de sentir raiva. Com isso, os momentos de amor ficaram mais constantes, e eu achava amor ficaram mais constantes, e eu achava que era horrível ter raiva dela”. que era horrível ter raiva dela”.

““Sofri muito. Pois quando se é jovem os Sofri muito. Pois quando se é jovem os pais não nos preparam para cuidar deles. Eu pais não nos preparam para cuidar deles. Eu não sabia que ela ia envelhecer... O grupo não sabia que ela ia envelhecer... O grupo me ajudou e me fortaleceu. Consegui voltar me ajudou e me fortaleceu. Consegui voltar a viver antes dela morrer. Se fosse o a viver antes dela morrer. Se fosse o contrário, se esperasse ela morrer, não contrário, se esperasse ela morrer, não conseguiria voltar a viver”.conseguiria voltar a viver”.

DesculturamentoDesculturamento Redução dos papéis Redução dos papéis

sociaissociais Controle da Controle da

comunicaçãocomunicação Perda do sentido Perda do sentido Fim da história socialFim da história social

1ª Saída:1ª Saída: ““Aquele que tem muito tempo Aquele que tem muito tempo

de existência, gasto pelo uso, de existência, gasto pelo uso, desusado”desusado”

Objeto da piedade e Objeto da piedade e compaixãocompaixão

Polo oposto da exacerbação do Polo oposto da exacerbação do culto ao eu, legado máximo culto ao eu, legado máximo dos tempos modernosdos tempos modernos

2ª Saída: 2ª Saída:

A Modernidade justifica A Modernidade justifica as práticas capitalistas e as práticas capitalistas e afirmam a individualidade afirmam a individualidade saudávelsaudável

Consumidor ávido das Consumidor ávido das ilusões da modernidade ilusões da modernidade

3ª SAÍDA:3ª SAÍDA:

Posição crítica frente ao consumismo Posição crítica frente ao consumismo selvagemselvagem

O sujeito não é submisso aos códigos O sujeito não é submisso aos códigos da modernidade, nem tampouco é um da modernidade, nem tampouco é um consumidor de ilusões. consumidor de ilusões.

O sujeito é construtor de sua própria O sujeito é construtor de sua própria “OBRA” - Vida autêntica“OBRA” - Vida autêntica

““Viver é Viver é

degustar o precário”degustar o precário”

O QUE TORNA O ASILO UM VERDADEIRO LAR? O QUE TORNA O ASILO UM VERDADEIRO LAR?

ESPAÇO FÍSICO? ESPAÇO FÍSICO?

EQUIPE QUALIFICADA?EQUIPE QUALIFICADA?

NÚMERO DE MORADORES?NÚMERO DE MORADORES?

QUALIDADE DOS SERVIÇOS?QUALIDADE DOS SERVIÇOS?

......

SE VOCÊ FOSSE DIRETOR DE UM ASILO....SE VOCÊ FOSSE DIRETOR DE UM ASILO....

QUAL SERIA O PERFIL DOS IDOSOS?QUAL SERIA O PERFIL DOS IDOSOS? DEPENDENTES? DEPENDENTES? INDEPENDENTES? INDEPENDENTES? LÚCIDOS? LÚCIDOS? DEMENCIADOS? DEMENCIADOS?

POR QUE? POR QUE?

ABORDAGENS TERAPÊUTICASABORDAGENS TERAPÊUTICAS

ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO (A.T.)ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO (A.T.) Modalidade Terapêutica que visa resgatar o sujeito nas suas Modalidade Terapêutica que visa resgatar o sujeito nas suas

potencialidades.potencialidades. A rua como espaço clínico de intervençãoA rua como espaço clínico de intervenção Método de ressocializaçãoMétodo de ressocialização Resgate da identidade e da memória histórica e da cidadaniaResgate da identidade e da memória histórica e da cidadania

ETAPAS: ETAPAS: Planejamento (Levantamento da história funcional e afetiva; Planejamento (Levantamento da história funcional e afetiva;

levantamento dos dados relacionados com a saída: onde? levantamento dos dados relacionados com a saída: onde? como? por que? (qual o sentido da saída?) quando? Quem como? por que? (qual o sentido da saída?) quando? Quem paga? paga?

Execução : a saída propriamente dita, mediada pelo A.T.Execução : a saída propriamente dita, mediada pelo A.T. Avaliação: Ponto de reflexão para futuras saídasAvaliação: Ponto de reflexão para futuras saídas

OFICINAS TERAPÊUTICASOFICINAS TERAPÊUTICAS Espaço produtivo, criativo, lúdico e Espaço produtivo, criativo, lúdico e

terapêutico que visa a terapêutico que visa a produção de um sentidoprodução de um sentido no fazer potencializadono fazer potencializado

Crítica ao tarefismo: “Fazer para ocupar”; Crítica ao tarefismo: “Fazer para ocupar”; “Faz por que é bom”“Faz por que é bom”

ETAPAS: ETAPAS: PlanejamentoPlanejamento ExecuçãoExecução AvaliaçãoAvaliação