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Advogados Inelegibilidade Cassação LRF Anticorrupção (Mód. 2) Dia 19 - das 13h30 às 17h30 Inelegibilidades e Cassações: LC 64/90 e DL 201/67 Dia 20 - das 9h às 12h Anticorrupção e Responsabilidade Fiscal (Lei 12846/13 e LC 101/00) Nome:

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Advogados

Inelegibilidade –

Cassação – LRF –

Anticorrupção (Mód. 2)

Dia 19 - das 13h30 às 17h30

Inelegibilidades e Cassações: LC 64/90 e DL 201/67

Dia 20 - das 9h às 12h

Anticorrupção e Responsabilidade Fiscal (Lei

12846/13 e LC 101/00)

Nome:

A Unipública

Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação e treinamento de agentes

públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras, câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos,

consórcios, institutos, fundações e empresas estatais nos municípios.

Os Cursos

Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-learning/online), a escola investe na qualidade

e seriedade, garantindo aos alunos:

- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público

- Professores especializados e atuantes na área (Prática)

- Certificados de Participação digitalizado

- Material complementar de apoio (leis, jurisprudências, etc)

- Tira-dúvidas durante realização do curso

- Controle biométrico de presença (impressão digital)

- Atendimento personalizado e simpático

- Rigor no cumprimento de horários e programações

- Fotografias individuais digitalizadas

- Apostilas e material de apoio

- Coffee Breaks em todos os períodos

-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno)para impressão de certificado, grade do curso, currículo completo dos

professores, apostila digitalizada, material complementar de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat

entre alunos e contato com a escola.

Público Alvo

- Servidores e agentes públicos (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores internos, assessores,

atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde, assistência social e demais departamentos) .

- Autoridades Públicas, Vereança e Prefeitos (a)

Localização

Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao Calçadão da XV, na Rua Des.

Clotário Portugal nº 39, com estrutura própria apropriada para realização de vários cursos simultaneamente.

Feedback

Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos, alcançando índice médio de satisfação

9,3 no ano de 2014, graças ao respeito e responsabilidade empregada ao trabalho.

Transparência

Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da transparência de seus atos mantendo

em sua página eletrônica um espaço específico para esse fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos, notas de

avaliação dos alunos e todas as certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.

Qualidade

Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos serviços públicos, a Unipública

investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com rigoroso critério, define seu corpo docente.

Missão

Preparar os servidores e agentes, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais e específicos sobre suas

respectivas áreas de atuação e contribuir com:

a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos

b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para

os agentes públicos

c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão

Visão

Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade proporcionando satisfação aos

seus alunos, cidadãos e entidades públicas.

Valores

Reputação ilibada

Seriedade na atuação

Respeito aos alunos e à equipe de trabalho

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Modernização tecnológica de metodologia de ensino

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Ética profissional

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Telefone (41) 3323-3131 / Whats (41) 8852-8898

www.unipublicabrasil.com.br

Programação:

Dia 19 - das 13h30 às 17h30

Inelegibilidades e Cassações: LC 64/90 e DL 201/67

1 A LC 64/90 e as Inelegibilidades:

a) previsão constitucional

b) contexto temporal

c) abrangência

d ) aplicabilidade

e) normas inseridas pela LC 135/2010 (ficha limpa)

f) estudo de casos

2 O DL 201/67 e a Cassação por Infração Político-Administrativa:

a) conceito e fundamentação legal

b) a iniciativa e suas regras

c) trâmite e Procedimentos legais

d) a concessão da defesa

e) instrução das provas

f) a denúncia

g) quórum exigido para instalação

h) impedimentos e suspeições

i) a comissão processante

j) trâmite e procedimentos legais

k) o decreto legislativo

l) falhas mais comuns

m) a interferência do judiciário

Dia 20 - das 9h às 12h

Anticorrupção e Responsabilidade Fiscal (Lei 12846/13 e LC 101/00)

1 A aplicação da Lei Anticorrupção nos municípios:

a) evolução histórica

b) abrangência da lei 12.846/2013

c) legitimados (ativo e passivo)

d) atos e ações enquadráveis

e) espécies de punições

f) estudo de casos

2 Noções Essenciais da Lei da Responsabilidade Fiscal:

a) histórico e objetivo

b) pilares da LRF

c) planejamento municipal

d) cumprimento de metas

e) despesas públicas

f) receita corrente líquida

g) despesas com pessoal

h) dívida pública

i) operações de crédito

j) restos a pagar

k) fiscalização e alertas do tribunal de contas

Professores:

Hélio Querino Jost: Advogado e Consultor - Especialista em Direito Administrativo e Gestão Pública

Clayson do Nascimento Andrade: Assessor Jurídico do Tribunal de Justiça-PR - Palestrante - Especialista em Direito

Administrativo

Sumário

ELEGIBILIDADES E CASSAÇÕES: LC 64/90 E DL 201/67 ............................................................... 1

ANTICORRUPÇÃO E RESPONSABILIDADE FISCAL (LEI 12846/13 E LC 101/00) .................. 21

1

Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

INELEGIBILIDADES E CASSAÇÕES:

LC 64-90 E DL 201-67

Hélio Querino Jost

I - A LEI COMPLEMENTAR Nº 64/90 E AS INELEGIBILIDADES:

1.1 - Previsão constitucional.

1.2 - Contexto temporal.

1.3 - Abrangência.

1.4 - Aplicabilidade.

1.5 - Normas inseridas pela LC 135/2010 (Ficha Limpa).

1.6 – Justiça Eleitoral – Ações e Recursos.

1.7 - Desincompatibilização – prazos.

II - O DECRETO-LEI Nº 201/67 E A CASSAÇÃO POR INFRAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA:

2.01 - Conceito e fundamentação legal.

2.02 - A iniciativa da denúncia.

2.03 - Trâmite e procedimentos legais.

2.04 - A concessão da defesa.

2.05 - Instrução das provas.

2.06 - A denúncia.

2.07 - Quórum exigido para instalação.

2.08 - Impedimentos e suspeições.

2.09 - A comissão processante.

2.10 - Trâmite e procedimentos legais.

2.11 - O Decreto Legislativo.

2.12 - Falhas mais comuns.

2.13 - A interferência do judiciário.

2

Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

I - A LEI COMPLEMENTAR Nº 64/90 E AS INELEGIBILIDADES:

1.1 - Previsão constitucional – marco regulatório da LC 64/90.

A previsão constitucional da LC nº 64/90, está no § 9º do art. 14 da CF.

Objetiva a LC 64/90 na parte que trata das inelegibilidades proibir a candidatura aos que tiveram mandato

anterior cassado ou sofrido condenação criminal ou contas públicas rejeitadas pelos respectivos Tribunais de Contas.

(Art. 1º, I)

Na parte das desincompatibilizações, visa democratizar e a afastar a influência de ocupantes de cargos,

funções e direções de órgãos e entidades públicas ou particulares, no sentido de estabelecer um equilíbrio de forças

entre os candidatos. (Art. 1º, II a VII).

Já os art. 2º até o art. 26 trata dos procedimentos e prazos e recursos perante a Justiça Eleitoral.

As chamadas inelegibilidades constitucionais são as previstas à partir do § 3º do art. 14 até o § 8º da CF/88.

As demais constam da LC 64/90. Podem ser colocadas como “condições” de elegibilidade.

A LC 64/90, alterada pela LC 135/2010 que trata da Ficha Limpa, trata das inelegibilidades e dos prazos de

desincompatibilização. Já aqui a LC 64/90, trata dos “impedimentos” à candidatura (elegibilidade).

Têm-se, assim que muitos candidatos preenchem as “condições” de elegibilidade para serem candidatos (o

exercício dos direitos políticos, etc.)1, mas estão diante de algum “impedimento” para participarem do pleito (LC 64/90).

1.2 - Contexto temporal.

A aplicação da LC 64/90 inicia com o registro das candidaturas, geralmente pela Ação de Impugnação de

Registro de Candidatura – AIRC, mas não se encerra com o julgamento das ações, mesmo que em última instância. Isso

porque, os Tribunais tem aceitado ações judiciais nos casos em que após o registro da candidatura surjam novas

condenações que se enquadrem em alguma das hipóteses de inelegibilidade trazidas pela Lei da Ficha Limpa.

1.3 - Abrangência.

A Lei de Inelegibilidade abrange a desincompatibilização para as candidaturas nos três níveis de governo e para

todos os cargos: executivos, legislativos e senadores.

Além dos casos de desincompatibilização, a LC/64, para os casos de renúncia de políticos a mandato eletivo

para escapar de processo de cassação, a LC 135/10 prevê:

“(...) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do

Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por

infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o

qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura.”

1.4 - Aplicabilidade.

Por óbvio, a LC/64 se aplica temporalmente ao período eleitoral, a partir do registro das candidaturas até a

decisão judicial final de qualquer ação proposta.

O amplo leque de situações e casos de que trata, fazem da LC/64 uma lei complexa e sujeita a muitas

interpretações doutrinárias e jurisprudenciais.

Muitos casos de inelegibilidade por similitude aos expressos na LC/64, são decididos pelos Juízes e Tribunais

Eleitorais, sendo comum os operadores do direito a se socorrerem de precedentes jurisprudenciais.

1.5 - Normas inseridas pela LC 135/2010 (Ficha Limpa).

A Lei Complementar nº 135/2010, a Lei da Ficha Limpa, deu nova redação a alguns dispositivos da LC 64/90 e

acrescentou outros.

Em especial a LC 135/10 tratou de “moralizar” o processo eleitoral vedando candidaturas a pessoas tidas como

“ficha suja”. Nesse aspecto alcançou ampla aplicação e repercussão.

O grande mérito da LC 135/2010 é evitar a candidatura de pessoas com condenações judiciais transitadas em

julgado ou, mesmo que ainda pendente de trânsito em julgado, mas, já decididas por órgãos colegiados (Tribunais de

Justiça, Tribunais Eleitorais, Tribunais Militares e Tribunais de Contas e Casas Legislativas) e outros casos.

1 §§ 3º a 8º do art. 14 da CF/88.

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Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

1.6 – Justiça Eleitoral – Ações e Recursos.

Os principais recursos judiciais desde a abertura do prazo de registro de candidaturas2 até a expedição dos

diplomas são:

Ação de Impugnação ao Registro de Candidatura – AIRC (LC 64/90, art. 3º);

Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE (art. 22, XIV, da LC 64/90);

Recurso Contra Expedição de Diploma – RCED (Art. art. 262 do Código Eleitoral) Ação de Impugnação de

Mandato Eletivo – AIME (art. 14, § 10 da CF.)

Segundo Calendário Eleitoral do TSE, dia 23 de agosto/16 (40 dias antes das eleições – 02.10) é o “Último dia,

observado o prazo de cinco dias contados da publicação do edital de candidaturas requeridas, para qualquer candidato, partido político, coligação ou o Ministério Público Eleitoral impugnar os pedidos de registro de

candidatos apresentados pelos partidos políticos ou coligações (Lei Complementar nº 64/1990, art. 3º”

(Grifamos.)

1.7 – Desincompatibilização – prazos – Eleições de 2016.

Dado a proximidade das eleições municipais, importa analisar as desincompatibilizações para os cargos de

Prefeito e Vice-Prefeito e Vereadores.

1 – Para candidatura a Prefeito e Vice-Prefeito:

O art. 1º da LC 64/90 trata, na verdade, das inelegibilidades, mas estabelece em seus incisos sobre prazos de

desincompatibilização, como exceção, para viabilizar as candidaturas e afastar possível inelegibilidade.

1.7 – Desincompatibilização – prazos – Eleições de 2016.

1 – Para candidatura a Prefeito e Vice-Prefeito:

Para candidatura à Prefeito e Vice-Prefeito, os prazos de desincompatibilização estão postos nas alíneas “a” a

“c” do inciso IV.

O inciso IV estabelece como regra geral que os prazos de desincompatibilização são, “no que lhes for aplicável,

por identidade de situações, os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e

Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a desincompatibilização;”, constantes dos incisos II e III do art. 1º. (Grifamos.)

1.7 – Desincompatibilização – prazos – Eleições de 2016.

2 – Para candidatura a Vereador:

Para a Câmara Municipal, os prazos de desincompatibilização são “no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputados, observado o prazo de 6 (seis) meses

para a desincompatibilização;” constante dos inciso V e VI do art. 1º. (Grifamos.)

Dadas as dúvidas de interpretação, o TSE elaborou Tabela prática para consulta dos prazos de

desincompatibilização, conforme veremos no próprio sítio do Tribunal.

Os casos não previstos podem ser dirimidos através de consulta ao Repertório de Jurisprudência dos TRE’s ou

do próprio TSE, a quem cabe a última palavra.

Consulta ao “site” do Tribunal Superior Eleitoral – TSE:

http://www.tse.jus.br/jurisprudencia/prazo-de-desincompatibilizacao

II - O DECRETO-LEI Nº 201/67 E A CASSAÇÃO POR INFRAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA:

2.01 – Dec. Lei 201/67: conceito e fundamentação legal.

Até o advento do Dec. Lei 201/67, não havia legislação para a cassação de mandato de prefeitos por crime de

responsabilidade ou de prefeitos e vereadores por infração político-administrativa.

O Dec. Lei nº 201/67 surgiu em plena ditadura militar, baixado pelo Presidente Castelo Branco em 24/02/67 e

publicado no DOU do dia 27/02/67.

O projeto é de autoria de Hely Lopes Meirelles, sob encomenda do então Ministro da Justiça.

Apesar de considerado draconiano teve pouca ou nenhuma aplicação antes da CF de 1988 e vige até hoje com

pequenas alterações.

2 LC 64/90. (...) Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, no prazo de 5

(cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato, impugná-lo em petição fundamentada.

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Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Há poucos anos, o Dec. 201/67 voltou a ser assunto de estudo e tem voltado a ser utilizado, acompanhado de

muita polêmica. Seus poucos artigos mais tratam da definição dos crimes e infrações do que propriamente da parte

processual, o que é motivo de muitos equívocos, interpretações e polêmicas.

A doutrina e jurisprudência são unânimes em que a aplicação do Dec. Lei n 201/67 independe de constar na

LOM ou Regimento Interno da Câmara. Foi recepcionado pela CF/88 e é auto-aplicável.

Em apenas oito artigos, o Dec. Lei 201/67 trata de:

I - Crime de responsabilidade do Prefeito (art. 1º a 3º)

II - Infração Político-administrativa do Prefeito (art. 4º e 5º) III - Extinção do mandato do Prefeito (art. 6º e incisos I a III e Parágrafo único).

IV - Cassação de mandato de Vereador (art. 7º). V - Extinção do mandato de Vereador (art. 8º).

2.02 - A iniciativa da denúncia.

A iniciativa da DENÚNCIA cabe a qualquer eleitor, quites com a justiça eleitoral. A condição de eleitor e de

estar quite com a Justiça Eleitoral, na circunscrição do Município, deve ser atestada pelo Cartório Eleitoral da Comarca

e juntada à denúncia.

A expressão “...com a exposição dos fatos e a indicação das provas.” como exigência da denúncia (Art. 5º, I)

deve ser entendida não apenas como a clara descrição dos fatos, mas seu enquadramento num dos 10 (dez) “tipos”

descritos no art. 4º, uma vez que depois de apresentada e lida em plenário não mais poderá ser emendada.

Ainda que seja legitimado qualquer eleitor, a denúncia deve vir acompanhada por elementos probatórios

capazes e suficientes a ensejar seu recebimento.

Destacamos decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, no sentido de que a denúncia apta a instauração de

processo de cassação de mandado do Prefeito deve descrever minuciosamente a conduta considerada típica, com

indicação de provas, exigindo, ainda que a conduta deve ser grave e apresentar-se incompatível com a continuidade do

mandato do Prefeito.

“EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA - PROCEDIMENTO POLÍTICO-ADMINISTRATIVO - CASSAÇÃO DE

PREFEITO - DENÚNCIA - FATO TÍPICO - INÉPCIA - SEGURANÇA CONCEDIDA. A denúncia apta à instauração de procedimento político-administrativo, objetivando à cassação de mandato de Prefeito Municipal, deve

descrever minuciosamente a conduta considerada típica, com indicação de provas contundentes, se possível pré-

constituídas, e a conduta deve ser grave e apresentar-se incompatível com a continuidade do mandato do Prefeito, sob pena de nulidade do procedimento por inépcia da peça de instauração.

(omissis) (...) considerando que a Câmara, assim como o denunciante, dispunha de meios para a apuração prévia, para que a

instauração do procedimento se desse apenas em havendo prova efetiva e técnica a respeito, entendo pela sua inépcia.”

(Número do processo: 1.0000.07.466250-3/000 - TJMG Relator: EDILSON FERNANDES - Relator do Acórdão:

MAURÍCIO BARROS - Data do Julgamento: 20/05/2008 - Data da Publicação: 25/07/2008). – Grifamos.

2.03 - Trâmite e procedimentos legais.

Antes de tudo, é preciso verificar se o Estado-membro não estabeleceu rito próprio:

“Art. 5º O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por infrações definidas no artigo

anterior, obedecerá ao seguinte rito, se outro não for estabelecido pela legislação do Estado respectivo:” (Grifamos).

Não havendo legislação Estadual, segue-se o rito estabelecido nos incisos I a VII do art. 5º do DL 201/67.

2.04 - A concessão da defesa.

A defesa consta de diversas fases:

Primeiramente, em sede de Defesa Prévia, com juntada de documentos e rol de testemunhas (Art. 5º, III) – 10

dias;

Examinada a Defesa Prévia e concluindo a Comissão pelo arquivamento da denúncia será ela submetida do

Plenário que, acatando-a, implicará em extinção do processo. Ao contrário, acatando o Plenário o parecer pelo

prosseguimento, a defesa será assegurada na instrução com:

1 – juntada de documentos novos no decurso do processo;

2 – inquirição de testemunhas;

3 – razões escritas no prazo de 5 (dias) da conclusão da instrução;

4 – exigência da leitura das principais peças do processo para conhecimento de todos os vereadores;

5 - sustentação oral (máximo duas horas) em Plenário.

6 – se necessário à defesa, a prova pode consistir em realização de perícia para constatar autenticidade de documento ou

assinatura, muito embora o DL 201 não preveja tal hipótese.

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Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

No caso da perícia, se necessária à contrapor às alegações contida na denúncia, entendemos ser direito

respaldado pela Constituição Federal, em respeito ao princípio da ampla defesa e ao contraditório. Se a Comissão

entender desnecessária a perícia à vista de outros elementos que respaldem a denúncia, poderá indeferi-la.

2.05 - Instrução das provas.

Na denúncia, as provas devem ser indicadas desde logo e indicadas testemunhas. Não cabe à Comissão produzir

provas, uma vez que os fatos típicos são todos de natureza formal (documental) e especialmente diante do rito sumário.

Ao contrário da CPI, em que a Comissão busca, investiga e requer documentos na Comissão Processante sua

competência é mitigada pelo próprio DL 201/67, limitando-se ao processamento.

Por sua vez, a defesa, no prazo de dez dias será notificada para que “... indique as provas que pretender

produzir e arrole testemunhas, até o máximo de dez.” (Grifamos.)

Entendemos que a Comissão tem competência para exigir que a defesa diga a finalidade da(s) prova(s),

podendo indeferir as que entender protelatórias, com a cautela de não incidir em cerceamento de defesa.

Ainda, a defesa pode solicitar à Comissão Processante que requisite documentos de órgãos públicos, em prazo

que determinar, e quando as condições o exigirem.

2.06 - A denúncia.

A denúncia, sob pena de inépcia, deve ser escrita e descrever clara e objetivamente os fatos e a indicação das

provas.

Quanto à indicação das provas, deve-se entender documentos capazes e suficientes ao menos em tese, a

comprovar os fatos da denúncia. Meras notícias de imprensa não constituem provas nos termos do Dec. Lei 201/67.

Assim, também, meras declarações formais, ainda que por instrumento público, não afastam a necessidade comprovação

documental.

Constitui documento hábil a instruir denúncia, a conclusão das Comissões Parlamentares de Inquérito – CPI,

cuja(s) irregularidade(s) se enquadre num dos tipos dos incisos do art. 4º, acompanhado, necessariamente, de documento

hábil a comprovar as conclusões da CPI.

Cabe ao Presidente da Câmara, na mesma Sessão, submeter a denúncia ao recebimento do Plenário.

2.07 - Quórum exigido para instalação da CP e para a Cassação.

O “quorum” para recebimento da denúncia é da “maioria dos presentes”, isto é, da maioria simples dos

vereadores presentes à Sessão.

O “quorum” para julgamento do Prefeito é de 2/3 (dois) terços dos membros da Câmara, arredondando-se para

MAIS quando não alcançar número inteiro. Ex. 2/3 de 11 vereadores = 8.

2.08 - Impedimentos e suspeições.

O inciso I do artigo 5º, do próprio Dec. Lei 201/67, trata logo dos impedimentos quando diz que:

1- “Se o denunciante for Vereador, ficará impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a Comissão processante, podendo, todavia, praticar todos os atos de acusação.”

É princípio de direito de que o acusador (denunciante) não pode, ao mesmo tempo, ser o julgador (juiz). Nesse

caso, “Será convocado o suplente do Vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a Comissão

processante.”. (Grifamos)

A Comissão Processante, entendendo necessário, poderá ouvir o Vereador denunciante sem, no entanto, lhe

exigir o compromisso legal, já que não é considerado testemunha mas sim, denunciante. A defesa, entretanto, poderá

requerer sua oitiva, se entender necessária, mas sempre sem prestar o compromisso legal.

Também é previsto o impedimento do Presidente da Câmara, para presidir os atos do processo:

2- “Se o denunciante for o Presidente da Câmara, passará a Presidência ao substituto legal, para os atos do processo, e só votará se necessário para completar o quorum de julgamento.” (Grifamos)

Considerando-se que a votação para o julgamento é nominal, portanto aberta, o Presidente só votará para

completar o “quorum de julgamento” que é o quórum mínimo para condenação (2/3), no caso do Prefeito, ou maioria

absoluta (CF. art. 51, § 2º) para o caso de cassação de mandato de Vereador. Quer dizer, havendo 2/3 dos Vereadores

aptos a votar, em Plenário, o Presidente não votará. Quorum de julgamento não é o mesmo que quorum de cassação.

Outros impedimentos podem ser alegados, a nosso ver, tais como os previstos no CPP e CPC, muito embora

restritamente, dado o rito sumaríssimo do procedimento. Entretanto, à propósito de sua aplicação aos processos

administrativos em geral, veja-se decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão:

PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. PREFEITO MUNICIPAL. COMISSÃO

PROCESSANTE. DL 201/67. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. OBEDIÊNCIA.1 - A Comissão Processante que

objetiva apurar denúncias que levariam a cassação do Prefeito Municipal, deve ser nomeada de acordo com as normas

contidas no Decreto-Lei nº 201/67, obedecendo os princípios inseridos na Constituição Federal/88 (contraditório,

6

Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

ampla defesa, legalidade).2 - As regras previstas no CPC e CPP no que dizem respeito aos impedimentos e suspeição,

devem ser completamente aplicáveis ao processo de cassação do Prefeito, pois os membros da Comissão devem preencher os requisitos inerentes à função jurisdicional.3 - Apelo provido. Unanimidade.(TJMA - AC 017563/2000 -

(44.177/2003) - 2ª C. Civ. - Rel. Des. Raimundo Freire Cutrim - J. 22.04.2003) (grifamos)

O caso acima tratava de aplicação das regras sobre impedimento ou suspeição dos membros da Comissão

reforçando a orientação doutrinária, legal e jurisprudencial de que o processo de cassação do Prefeito ou Vereador e a

conduta dos membros das Comissões Processantes devem obediência aos princípios da legalidade e moralidade (art.

37 – CF).

2.09 - A Comissão Processante.

Decidido o recebimento no mesmo dia da leitura da denúncia, será escolhida a Comissão Processante, em

número de três, mediante sorteio entre os desimpedidos. Feito o sorteio, escolherão entre si o Presidente e Relator.

É de notar-se que exigindo a CF/88 (posterior ao DL 201), seja observada a proporcionalidade partidária na

constituição da Mesa e das Comissões. Para tanto, a Mesa definirá a participação de cada Partido e em seguida

procederá ao sorteio entre os Vereadores desses Partidos.

Em seguida, os eleitos escolherão entre si o Presidente e o Relator.

Dada a gravidade de uma cassação de mandato, o trabalho da Comissão Processante é da maior importância e

deve ser exercido com lisura e responsabilidade para que a instrução do processo sirva para firmar, seguramente, um

juízo de procedência ou improcedência da denúncia perante os demais Vereadores.

É da máxima importância que a Comissão cumpra, estritamente, os prazos estabelecidos pelo rito, para evitar

nulidades, ações judiciais e mesmo o “estouro do prazo” de conclusão dos trabalhos.

2.10 - Trâmite e procedimentos legais.

O trâmite deve seguir o rito formal previsto, especialmente nos casos em sua inobservância possa caracterizar

cerceamento de defesa, ofensa ao contraditório ou omisso de formalidade essencial.

A começar pela definição legal do tipo infracional (art. 4º) que deve estar ajustado ao fato caracterizado como

infração político-administrativa e, especialmente, o rito previsto no art. 5º, incisos I a VII do DL 201/67.

De modo resumido, o trâmite compreende as seguintes etapas:

01 - Recebimento da denúncia;

02 - Leitura na primeira sessão e consulta ao Plenário sobre seu recebimento;

03 - Se recebida a denúncia pela maioria dos presentes, será constituída a CP;

04 - Encaminhada a denúncia ao Presidente da CP, terá cinco dias para iniciar os trabalhos;

05 - Notificação do denunciado com cópia da denúncia e documentos;

06 - Defesa por escrito – prazo de 10 dias, indicando provas e testemunhas;

07 - Comissão emite parecer em cinco dias, pelo prosseguimento ou arquivamento;

08 - Decidindo pelo prosseguimento, o Presidente da CP determinará as diligências, atos e audiências para o depoimento

do denunciado e inquirição das testemunhas.

OBS. O denunciado pode se recusar a falar, responder uma ou todas as perguntas, mas o seu depoimento é no

interesse de sua defesa;

09 - O denunciado será intimado (24 horas de antecedência) pessoalmente de todos os atos do processo, ou na pessoa de

seu advogado;

10 - O denuncia ou seu advogado podem assistir as diligências e audiências e fazer perguntas ou reperguntas às

testemunhas e requerer o que for do interesse da defesa;

11 - Terminada a instrução, abre-se o prazo para razões escritas no prazo de cinco dias;

12 - Comissão Processante emite parecer pela procedência ou improcedência da denúncia e solicitará data para

julgamento;

13 - Na Sessão de Julgamento serão lidas as peças solicitadas pelos Vereadores e pela defesa;

14 - Em seguida, manifestação verbal dos Vereadores pelo prazo de 15 minutos para cada um;

15 - Sustentação (ou defesa) oral pelo denunciado ou seu advogado – prazo de duas horas.

16 - Votação nominal para cada denúncia, e afastamento definitivo do cargo se o denunciado for declarado incurso em

qualquer das infrações tipificadas. Não está prevista votação secreta no DL 201/67;

17 - Conclusão do julgamento, proclamação do resultado pelo Presidente da Câmara. Havendo condenação mandará

expedir o Decreto Legislativo; sendo absolutória a decisão, mandará arquivar o processo. Em qualquer hipótese

comunicará o resultado à Justiça Eleitoral.

2.11 - O Decreto Legislativo de cassação.

Se a Comissão Processante opinar pela procedência da denúncia e conseqüente cassação do mandato do

acusado, elaborará, desde logo, a minuta do Decreto Legislativo a ser promulgado em caso dos vereadores julgarem

procedente a denúncia.

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De imediato, a Mesa da Câmara comunicará o fato ao Juiz Eleitoral da Comarca para todos os fins legais.

2.12 - Falhas mais comuns.

Além do descumprimento da forma, o cerceamento do direito de ampla defesa e a desobediência ao

contraditório, a falha mais comum é o “estouro do prazo” de 90 (noventa) dias para conclusão (inclusive julgamento)

contado da notificação inicial do acusado (inciso VI).

Aponta-se também como falhas comuns:

1 – ensejar ao Procurador da Câmara fazer perguntas às testemunhas;

2 – permitir que as testemunhas se comuniquem antes de serem ouvidas, posto que uma pode influenciar a outra;

3 – equivocada tipificação dos fatos;

4 – julgamento de duas ou mais acusações em única votação, etc.

2.13 – A interferência do judiciário.

O julgamento do Prefeito por infração político-administrativa, não é apenas um julgamento de natureza

meramente político. Políticos (vereadores) são os juízes mas o processo deve ser revestir dos procedimentos legais e,

por isso, é também jurídico, sujeito à interferência do judiciário por vício de forma ou de conteúdo.

O acesso ao judiciário pode se dar tanto pelo acusado, quanto pela própria Comissão como, por exemplo,

durante a instrução para condução forçada de testemunha essencial que se recuse a comparecer.

A CF, (art. 5º) prestigiando o direito a ampla defesa e ao contraditório, dispõe:

“LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o

contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”

Por exemplo, se for negada realização de perícia pela Comissão, a pedido da defesa, em documento que instrui

a denúncia, para comprovar falsidade, o acusado tem acesso ao judiciário para ver garantido o direito à ampla defesa.

Assim, também, se a Comissão negar a oitiva de testemunha considerada essencial à defesa, cabe acesso ao judiciário.

Também a inobservância de formalidade essencial, - como a observância dos prazos -, p. ex. é causa de

nulidade e dá ensejo à recurso ao Judiciário.

O desvio de finalidade (já que é um procedimento administrativo) ou o vício de vontade (desvio de poder),

podem acarretar a intervenção do judiciário.

Imutabilidade da decisão da Câmara: salvo por desvio de poder ou desvio de finalidade seja por vício de

vontade ou vício formal ou substancial, a decisão da Câmara pela cassação do mandato do Prefeito é imutável, quanto à

análise da conveniência e oportunidade. Trata-se decisão “interna corporis” insuscetível de revisão pelo Judiciário

quanto ao mérito.

Nos demais aspectos, -como já vimos-, referentes ao contraditório e ampla defesa, como garantias do devido

processo legal, tendentes a confirmar um julgamento justo e consoante as provas produzidas, cabe ao Judiciário o exame

da legalidade dos atos desde o recebimento da denúncia até final decisão pela cassação.

2.14 – Consequências legais e inelegibilidade.

Além da cassação do mandado do Prefeito, a destituição do cargo implica em suspensão dos direitos políticos e

inelegibilidade “,...para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foi

eleito e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos;.” 3

Quer dizer, as seriíssimas conseqüências da cassação do mandato do Prefeito, devem levar os Vereadores a

pensar profundamente e agir dentro da mais estrita legalidade.

3 Lei Complementar 64/90, art. 1º, I, alínea “c”, com redação da Lei Complementar 135, de 2010.

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ANEXO LEGISLAÇÃO CORRELATA

DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual

para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito; II - referendo;

III - iniciativa popular. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II - facultativos para: a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os

conscritos.

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral;

IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária;

VI - a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador. § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação

dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,

de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato

eletivo e candidato à reeleição. § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9º. Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a

normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função,

cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994). (Grifamos.)

LEI COMPLEMENTAR Nº 64, DE 18 DE MAIO DE 1990

Mensagem de veto

(Vide Constituição art14 §9)

Estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição

Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1º São inelegíveis:

I - para qualquer cargo:

a) os inalistáveis e os analfabetos;

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b) os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras

Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das Constituições Estaduais e Leis

Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do

mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subseqüentes ao término da legislatura; (Redação dada pela LCP 81, de 13/04/94)

c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem

seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos

subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em

decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se

realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a

condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela

Lei Complementar nº 135, de 2010)

1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; (Incluído pela Lei

Complementar nº 135, de 2010)

2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135,

de 2010)

5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de

2010) f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos;

(Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade

insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se a questão houver sido ou estiver sendo submetida à

apreciação do Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 5 (cinco) anos seguintes, contados a partir da data da decisão;

g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade

insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8

(oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa

condição; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou

proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de

processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer

responsabilidade;

j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos

de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de

2010)

k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem

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a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por

infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o

qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura; (Incluído pela Lei Complementar nº

135, de 2010) l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por

órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e

enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou

suspenso pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de

inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo

de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário;

(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por

decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria

voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Incluído pela Lei

Complementar nº 135, de 2010) II - para Presidente e Vice-Presidente da República:

a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções:

1. os Ministros de Estado: 2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar, da Presidência da República;

3. o chefe do órgão de assessoramento de informações da Presidência da República; 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;

5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da República;

6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; 7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;

8. os Magistrados; 9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e

fundações públicas e as mantidas pelo poder público;

10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Territórios; 11. os Interventores Federais;

12, os Secretários de Estado;

13. os Prefeitos Municipais; 14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados e do Distrito Federal;

15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal; 16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Secretários Nacionais, os Secretários Federais dos

Ministérios e as pessoas que ocupem cargos equivalentes;

b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em qualquer dos poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo Presidente da República, sujeito à aprovação

prévia do Senado Federal; c) (Vetado);

d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem competência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no

lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar multas relacionadas com essas atividades;

e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham exercido cargo ou função de direção, administração ou

representação nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da Lei n° 4.137, de 10 de setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza de suas atividades, possam tais empresas influir na economia nacional;

f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de empresas que atuem no Brasil, nas condições monopolísticas previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea anterior, não apresentarem à Justiça

Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso apurado, do poder econômico, ou de

que transferiram, por força regular, o controle de referidas empresas ou grupo de empresas;

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g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, ocupado cargo ou função de direção,

administração ou representação em entidades representativas de classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder Público ou com recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social;

h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das funções, tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou

Superintendente de sociedades com objetivos exclusivos de operações financeiras e façam publicamente apelo à poupança e ao crédito, inclusive através de cooperativas e da empresa ou estabelecimentos que gozem, sob qualquer

forma, de vantagens asseguradas pelo poder público, salvo se decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas

uniformes; i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, hajam exercido cargo ou função de direção, administração

ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha contrato de execução de obras, de prestação de serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder Público ou sob seu controle, salvo no caso de contrato que

obedeça a cláusulas uniformes;

j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham afastado das suas funções até 6 (seis)) meses anteriores ao pleito;

I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou entidades da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder

Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos

integrais;

III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República especificados na alínea a do inciso

II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de repartição pública, associação ou empresas que operem no território do Estado ou do Distrito Federal, observados os mesmos prazos;

b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos ou funções: 1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do Estado ou do Distrito Federal;

2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona Aérea;

3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistência aos Municípios; 4. os secretários da administração municipal ou membros de órgãos congêneres;

IV - para Prefeito e Vice-Prefeito: (Ver inciso II e III)

a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, observado o prazo de 4

(quatro) meses para a desincompatibilização; b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses

anteriores ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais;

c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito;

V - para o Senado Federal:

a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República especificados na alínea a do inciso

II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de repartição pública, associação ou empresa que

opere no território do Estado, observados os mesmos prazos; b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para os cargos de Governador e Vice-Governador, nas

mesmas condições estabelecidas, observados os mesmos prazos;

VI - para a Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas condições estabelecidas, observados os

mesmos prazos; VII - para a Câmara Municipal (Ver incisos V e VI):

a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara

dos Deputados, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompatibilização; b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis)

meses para a desincompatibilização . § 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito

Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do pleito.

§ 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou

substituído o titular.

§ 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes, consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,

de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

§ 4o A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles

definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

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§ 5o A renúncia para atender à desincompatibilização com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção

de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade.

Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante: I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-Presidente da República;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador e Vice-Governador

de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital; III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato, impugná-lo em petição fundamentada.

§ 1° A impugnação, por parte do candidato, partido político ou coligação, não impede a ação do Ministério

Público no mesmo sentido. § 2° Não poderá impugnar o registro de candidato o representante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos

anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou exercido atividade político-partidária. § 3° O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que pretende demonstrar a veracidade do

alegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo de 6 (seis).

Art. 4° A partir da data em que terminar o prazo para impugnação, passará a correr, após devida notificação, o

prazo de 7 (sete) dias para que o candidato, partido político ou coligação possa contestá-la, juntar documentos, indicar

rol de testemunhas e requerer a produção de outras provas, inclusive documentais, que se encontrarem em poder de

terceiros, de repartições públicas ou em procedimentos judiciais, ou administrativos, salvo os processos em tramitação em segredo de justiça.

Art. 5° Decorrido o prazo para contestação, se não se tratar apenas de matéria de direito e a prova protestada for relevante, serão designados os 4 (quatro) dias seguintes para inquirição das testemunhas do impugnante e do

impugnado, as quais comparecerão por iniciativa das partes que as tiverem arrolado, com notificação judicial.

§ 1° As testemunhas do impugnante e do impugnado serão ouvidas em uma só assentada. § 2° Nos 5 (cinco) dias subseqüentes, o Juiz, ou o Relator, procederá a todas as diligências que determinar, de

ofício ou a requerimento das partes.

§ 3° No prazo do parágrafo anterior, o Juiz, ou o Relator, poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão da causa.

§ 4° Quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, o Juiz, ou o Relator, poderá ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito.

§ 5° Se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, poderá o Juiz contra ele

expedir mandado de prisão e instaurar processo por crime de desobediência. Art. 6° Encerrado o prazo da dilação probatória, nos termos do artigo anterior, as partes, inclusive o Ministério

Público, poderão apresentar alegações no prazo comum de 5 (cinco) dias. Art. 7° Encerrado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Juiz, ou ao Relator, no dia imediato, para

sentença ou julgamento pelo Tribunal.

Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal, formará sua convicção pela livre apreciação da prova, atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mencionando, na decisão, os que

motivaram seu convencimento.

Art. 8° Nos pedidos de registro de candidatos a eleições municipais, o Juiz Eleitoral apresentará a sentença em cartório 3 (três) dias após a conclusão dos autos, passando a correr deste momento o prazo de 3 (três) dias para a

interposição de recurso para o Tribunal Regional Eleitoral. § 1° A partir da data em que for protocolizada a petição de recurso, passará a correr o prazo de 3 (três) dias para

a apresentação de contra-razões.

§ 2° Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal Regional Eleitoral, inclusive por portador, se houver necessidade, decorrente da exigüidade de prazo, correndo as despesas do transporte

por conta do recorrente, se tiver condições de pagá-las. Art. 9° Se o Juiz Eleitoral não apresentar a sentença no prazo do artigo anterior, o prazo para recurso só

começará a correr após a publicação da mesma por edital, em cartório.

Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o Corregedor Regional, de ofício, apurará o motivo do retardamento e proporá ao Tribunal Regional Eleitoral, se for o caso, a aplicação da penalidade cabível.

Art. 10. Recebidos os autos na Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral, estes serão autuados e apresentados no

mesmo dia ao Presidente, que, também na mesma data, os distribuirá a um Relator e mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo prazo de 2 (dois) dias.

Parágrafo único. Findo o prazo, com ou sem parecer, os autos serão enviados ao Relator, que os apresentará em mesa para julgamento em 3 (três) dias, independentemente de publicação em pauta.

Art. 11. Na sessão do julgamento, que poderá se realizar em até 2 (duas) reuniões seguidas, feito o relatório,

facultada a palavra às partes e ouvido o Procurador Regional, proferirá o Relator o seu voto e serão tomados os dos demais Juízes.

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§ 1° Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá para lavratura do acórdão, no qual serão indicados o direito,

os fatos e as circunstâncias com base nos fundamentos do Relator ou do voto vencedor. § 2° Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a publicação do acórdão, passando a correr dessa data o prazo de 3

(três) dias, para a interposição de recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, em petição fundamentada.

Art. 12. Havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, a partir da data em que for protocolizada a petição passará a correr o prazo de 3 (três) dias para a apresentação de contra-razões, notificado por telegrama o recorrido.

Parágrafo único. Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal Superior

Eleitoral. Art. 13. Tratando-se de registro a ser julgado originariamente por Tribunal Regional Eleitoral, observado o

disposto no art. 6° desta lei complementar, o pedido de registro, com ou sem impugnação, será julgado em 3 (três) dias, independentemente de publicação em pauta.

Parágrafo único. Proceder-se-á ao julgamento na forma estabelecida no art. 11 desta lei complementar e, havendo

recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, observar-se-á o disposto no artigo anterior. Art. 14. No Tribunal Superior Eleitoral, os recursos sobre registro de candidatos serão processados e julgados na

forma prevista nos arts. 10 e 11 desta lei complementar. Art. 15. Transitada em julgado a decisão que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro,

ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido.

Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a

inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o

diploma, se já expedido. (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput, independentemente da apresentação de recurso, deverá ser comunicada, de imediato, ao Ministério Público Eleitoral e ao órgão da Justiça Eleitoral competente para o registro de

candidatura e expedição de diploma do réu. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) Art. 16. Os prazos a que se referem o art. 3º e seguintes desta lei complementar são peremptórios e contínuos e

correm em secretaria ou Cartório e, a partir da data do encerramento do prazo para registro de candidatos, não se

suspendem aos sábados, domingos e feriados. Art. 17. É facultado ao partido político ou coligação que requerer o registro de candidato considerando inelegível

dar-lhe substituto, mesmo que a decisão passada em julgado tenha sido proferida após o termo final do prazo de

registro, caso em que a respectiva Comissão Executiva do Partido fará a escolha do candidato. Art. 18. A declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da República, Governador de Estado e do

Distrito Federal e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a Vice-Presidente, Vice-Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá aqueles.

Art. 19. As transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários, abuso do poder econômico ou político, em

detrimento da liberdade de voto, serão apuradas mediante investigações jurisdicionais realizadas pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais.

Parágrafo único. A apuração e a punição das transgressões mencionadas no caput deste artigo terão o objetivo de proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou do abuso do exercício

de função, cargo ou emprego na administração direta, indireta e fundacional da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios. Art. 20. O candidato, partido político ou coligação são parte legítima para denunciar os culpados e promover-lhes

a responsabilidade; a nenhum servidor público, inclusive de autarquias, de entidade paraestatal e de sociedade de

economia mista será lícito negar ou retardar ato de ofício tendente a esse fim, sob pena de crime funcional. Art. 21. As transgressões a que se refere o art. 19 desta lei complementar serão apuradas mediante procedimento

sumaríssimo de investigação judicial, realizada pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais, nos termos das Leis nºs 1.579, de 18 de março de 1952, 4.410, de 24 de setembro de 1964, com as modificações desta lei

complementar.

Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e

circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de

candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito: (Vide Lei nº 9.504, de 1997)

I - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao despachar a inicial, adotará as seguintes providências:

a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se-lhe a segunda via apresentada

pelo representante com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 5 (cinco) dias, ofereça ampla defesa, juntada de documentos e rol de testemunhas, se cabível;

b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente;

c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar algum requisito desta lei

complementar;

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II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a solução, poderá o

interessado renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas; III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao conhecimento do Tribunal

Superior Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias;

IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao representado, bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou dar recibo;

V - findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para inquirição, em uma só

assentada, de testemunhas arroladas pelo representante e pelo representado, até o máximo de 6 (seis) para cada um, as quais comparecerão independentemente de intimação;

VI - nos 3 (três) dias subseqüentes, o Corregedor procederá a todas as diligências que determinar, ex officio ou a requerimento das partes;

VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas,

como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão do feito; VIII - quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, inclusive

estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópias;

IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, o Juiz poderá expedir

contra ele mandado de prisão e instaurar processo s por crime de desobediência;

X - encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público, poderão apresentar

alegações no prazo comum de 2 (dois) dias;

XI - terminado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Corregedor, no dia imediato, para apresentação de relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado;

XII - o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (três) dias, e os autos da representação serão encaminhados ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido de inclusão incontinenti do feito em pauta, para

julgamento na primeira sessão subseqüente;

XIII - no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional Eleitoral terá vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas, para se pronunciar sobre as imputações e conclusões do Relatório;

XIV - julgada procedente a representação, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos

hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 3 (três) anos subseqüentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro do candidato diretamente

beneficiado pela interferência do poder econômico e pelo desvio ou abuso do poder de autoridade, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e processo-

crime, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar;

XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de

inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo

desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao

Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

XV - se a representação for julgada procedente após a eleição do candidato serão remetidas cópias de todo o

processo ao Ministério Público Eleitoral, para os fins previstos no art. 14, §§ 10 e 11 da Constituição Federal, e art. 262, inciso IV, do Código Eleitoral. (Revogado pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de

2010)

Parágrafo único. O recurso contra a diplomação, interposto pelo representante, não impede a atuação do Ministério Público no mesmo sentido.

Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas

partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral.

Art. 24. Nas eleições municipais, o Juiz Eleitoral será competente para conhecer e processar a representação prevista nesta lei complementar, exercendo todas as funções atribuídas ao Corregedor-Geral ou Regional, constantes

dos incisos I a XV do art. 22 desta lei complementar, cabendo ao representante do Ministério Público Eleitoral em

função da Zona Eleitoral as atribuições deferidas ao Procurador-Geral e Regional Eleitoral, observadas as normas do procedimento previstas nesta lei complementar.

Art. 25. Constitui crime eleitoral a argüição de inelegibilidade, ou a impugnação de registro de candidato feito por interferência do poder econômico, desvio ou abuso do poder de autoridade, deduzida de forma temerária ou de

manifesta má-fé:

Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa de 20 (vinte) a 50 (cinqüenta) vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e, no caso de sua extinção, de título público que o substitua.

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Art. 26. Os prazos de desincompatibilização previstos nesta lei complementar que já estiverem ultrapassados na

data de sua vigência considerar-se-ão atendidos desde que a desincompatibilização ocorra até 2 (dois) dias após a publicação desta lei complementar.

Art. 26-A. Afastada pelo órgão competente a inelegibilidade prevista nesta Lei Complementar, aplicar-se-á,

quanto ao registro de candidatura, o disposto na lei que estabelece normas para as eleições. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

Art. 26-B. O Ministério Público e a Justiça Eleitoral darão prioridade, sobre quaisquer outros, aos processos de

desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade até que sejam julgados, ressalvados os de habeas

corpus e mandado de segurança. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

§ 1o É defeso às autoridades mencionadas neste artigo deixar de cumprir qualquer prazo previsto nesta Lei

Complementar sob alegação de acúmulo de serviço no exercício das funções regulares. (Incluído pela Lei

Complementar nº 135, de 2010)

§ 2o Além das polícias judiciárias, os órgãos da receita federal, estadual e municipal, os tribunais e órgãos de

contas, o Banco Central do Brasil e o Conselho de Controle de Atividade Financeira auxiliarão a Justiça Eleitoral e o

Ministério Público Eleitoral na apuração dos delitos eleitorais, com prioridade sobre as suas atribuições regulares. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

§ 3o O Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e as Corregedorias Eleitorais

manterão acompanhamento dos relatórios mensais de atividades fornecidos pelas unidades da Justiça Eleitoral a fim

de verificar eventuais descumprimentos injustificados de prazos, promovendo, quando for o caso, a devida

responsabilização. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1

o poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade

sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

§ 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos

de mandado de segurança e de habeas corpus. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) § 2

o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada

no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente. (Incluído pela Lei

Complementar nº 135, de 2010) § 3

o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso,

acarretará a revogação do efeito suspensivo. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) Art. 27. Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 28. Revogam-se a Lei Complementar nº 5, de 29 de abril de 1970 e as demais disposições em contrário.

Brasília, 18 de maio de 1990; 169° da Independência e 102° da República. FERNANDO COLLOR

LEI COMPLEMENTAR Nº 135, DE 4 DE JUNHO DE 2010

Altera a Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9

o do art. 14 da

Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir

hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte

Lei Complementar:

Art. 1o Esta Lei Complementar altera a Lei Complementar n

o 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo

com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras

providências.

Art. 2

o A Lei Complementar n

o 64, de 1990, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 1o.......................................................................................................... .

c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem seus

cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos

subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos;

d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em

julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a

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eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos

seguintes;

e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a

condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:

1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;

2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública;

4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de

função pública;

6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos;

8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; e

10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;

f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos;

g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente,

salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição

Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;

h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a

terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou

proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;

.......................................................................................................................... j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral,

por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de

campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição;

k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus

mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência

a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual

foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;

l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e

enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;

m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional competente, em

decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;

n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade,

pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude;

o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário;

p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão

transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22;

q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria

voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos;

.........................................................................................................................

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§ 4o A inelegibilidade prevista na alínea “e” do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles

definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada. § 5

o A renúncia para atender à desincompatibilização com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção de

mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao

disposto nesta Lei Complementar.” (NR)

“Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a inelegibilidade

do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido.

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput, independentemente da apresentação de recurso, deverá ser

comunicada, de imediato, ao Ministério Público Eleitoral e ao órgão da Justiça Eleitoral competente para o registro de

candidatura e expedição de diploma do réu.” (NR) “Art. 22.

...............................................................................................................................

XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a

inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de

inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da

cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo

desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando

quaisquer outras providências que a espécie comportar;

XV – (revogado);

XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da

eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam.

....................................................................................................................” (NR)

“Art. 26-A. Afastada pelo órgão competente a inelegibilidade prevista nesta Lei Complementar, aplicar-se-á, quanto ao registro de candidatura, o disposto na lei que estabelece normas para as eleições.”

“Art. 26-B. O Ministério Público e a Justiça Eleitoral darão prioridade, sobre quaisquer outros, aos processos de desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade até que sejam julgados, ressalvados os de habeas

corpus e mandado de segurança. § 1

o É defeso às autoridades mencionadas neste artigo deixar de cumprir qualquer prazo previsto nesta Lei

Complementar sob alegação de acúmulo de serviço no exercício das funções regulares.

§ 2o Além das polícias judiciárias, os órgãos da receita federal, estadual e municipal, os tribunais e órgãos de contas,

o Banco Central do Brasil e o Conselho de Controle de Atividade Financeira auxiliarão a Justiça Eleitoral e o

Ministério Público Eleitoral na apuração dos delitos eleitorais, com prioridade sobre as suas atribuições regulares.

§ 3o O Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e as Corregedorias Eleitorais

manterão acompanhamento dos relatórios mensais de atividades fornecidos pelas unidades da Justiça Eleitoral a fim

de verificar eventuais descumprimentos injustificados de prazos, promovendo, quando for o caso, a devida responsabilização.”

“Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1

o poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade

sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso.

§ 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos de

mandado de segurança e de habeas corpus. § 2

o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada no caput,

serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente.

§ 3o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso, acarretará

a revogação do efeito suspensivo.”

Art. 3

o Os recursos interpostos antes da vigência desta Lei Complementar poderão ser aditados para o fim a que se

refere o caput do art. 26-C da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, introduzido por esta Lei

Complementar.

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Art. 4o Revoga-se o inciso XV do art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.

Art. 5

o Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 4 de junho de 2010; 189o da Independência e 122

o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

DECRETO-LEI Nº 201, DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967.

Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e

Vereadores, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o parágrafo 2º, do artigo 9º, do Ato

Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966,

DECRETA: Art. 1º São crimes de responsabilidade (...).

(omissis) Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos

Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:

I - Impedir o funcionamento regular da Câmara;

II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar dos arquivos da

Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de investigação da Câmara ou

auditoria, regularmente instituída; III - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de informações da Câmara, quando feitos a

tempo e em forma regular; IV - Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa formalidade;

V - Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular, a proposta orçamentária;

VI - Descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro, VII - Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática;

VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município sujeito à

administração da Prefeitura; IX - Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou afastar-se da Prefeitura, sem

autorização da Câmara dos Vereadores; X - Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.

Art. 5º O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por infrações definidas no artigo anterior,

obedecerá ao seguinte rito, se outro não for estabelecido pela legislação do Estado respectivo: I - A denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer eleitor, com a exposição dos fatos e a indicação

das provas. Se o denunciante for Vereador, ficará impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a Comissão processante, podendo, todavia, praticar todos os atos de acusação. Se o denunciante for o Presidente da Câmara,

passará a Presidência ao substituto legal, para os atos do processo, e só votará se necessário para completar

o quorum de julgamento. Será convocado o suplente do Vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a Comissão processante.

II - De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira sessão, determinará sua leitura e consultará a

Câmara sobre o seu recebimento. Decidido o recebimento, pelo voto da maioria dos presentes, na mesma sessão será constituída a Comissão processante, com três Vereadores sorteados entre os desimpedidos, os quais elegerão, desde

logo, o Presidente e o Relator. III - Recebendo o processo, o Presidente da Comissão iniciará os trabalhos, dentro em cinco dias, notificando o

denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem, para que, no prazo de dez dias,

apresente defesa prévia, por escrito, indique as provas que pretender produzir e arrole testemunhas, até o máximo de dez. Se estiver ausente do Município, a notificação far-se-á por edital, publicado duas vezes, no órgão oficial, com

intervalo de três dias, pelo menos, contado o prazo da primeira publicação. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processante emitirá parecer dentro em cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou arquivamento da denúncia, o qual,

neste caso, será submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo prosseguimento, o Presidente designará desde logo,

o início da instrução, e determinará os atos, diligências e audiências que se fizerem necessários, para o depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas.

IV - O denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo, pessoalmente, ou na pessoa de seu

procurador, com a antecedência, pelo menos, de vinte e quatro horas, sendo lhe permitido assistir as diligências e audiências, bem como formular perguntas e reperguntas às testemunhas e requerer o que for de interesse da defesa.

V – concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para razões escritas, no prazo de 5 (cinco) dias, e, após, a Comissão processante emitirá parecer final, pela procedência ou improcedência da acusação, e

solicitará ao Presidente da Câmara a convocação de sessão para julgamento. Na sessão de julgamento, serão lidas as

peças requeridas por qualquer dos Vereadores e pelos denunciados, e, a seguir, os que desejarem poderão manifestar-

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se verbalmente, pelo tempo máximo de 15 (quinze) minutos cada um, e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, terá

o prazo máximo de 2 (duas) horas para produzir sua defesa oral; (Redação dada pela Lei nº 11.966, de 2009). VI - Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais, quantas forem as infrações articuladas na

denúncia. Considerar-se-á afastado, definitivamente, do cargo, o denunciado que for declarado pelo voto de dois

terços, pelo menos, dos membros da Câmara, em curso de qualquer das infrações especificadas na denúncia. Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara proclamará imediatamente o resultado e fará lavrar ata que consigne a votação

nominal sobre cada infração, e, se houver condenação, expedirá o competente decreto legislativo de cassação do

mandato de Prefeito. Se o resultado da votação for absolutório, o Presidente determinará o arquivamento do processo. Em qualquer dos casos, o Presidente da Câmara comunicará à Justiça Eleitoral o resultado.

VII - O processo, a que se refere este artigo, deverá estar concluído dentro em noventa dias, contados da data em que se efetivar a notificação do acusado. Transcorrido o prazo sem o julgamento, o processo será arquivado, sem

prejuízo de nova denúncia ainda que sobre os mesmos fatos.

Art. 6º Extingue-se o mandato de Prefeito, e, assim, deve ser declarado pelo Presidente da Câmara de Vereadores, quando:

I - Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos, ou condenação por crime funcional ou eleitoral.

II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro do prazo estabelecido em lei.

III - Incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, estabelecidos em lei, e não se desincompatibilizar até a

posse, e, nos casos supervenientes, no prazo que a lei ou a Câmara fixar.

Parágrafo único. A extinção do mandato independe de deliberação do plenário e se tornará efetiva desde a

declaração do fato ou ato extintivo pelo Presidente e sua inserção em ata. Art. 7º A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, quando:

I - Utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa; II - Fixar residência fora do Município;

III - Proceder de modo incompatível com a dignidade, da Câmara ou faltar com o decoro na sua conduta pública.

§ 1º O processo de cassação de mandato de Vereador é, no que couber, o estabelecido no art. 5º deste decreto-lei. § 2º O Presidente da Câmara poderá afastar de suas funções o Vereador acusado, desde que a denúncia seja

recebida pela maioria absoluta dos membros da Câmara, convocando o respectivo suplente, até o julgamento final. O

suplente convocado não intervirá nem votará nos atos do processo do substituído. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 1997).

Art. 8º Extingue-se o mandato do Vereador e assim será declarado pelo Presidente da Câmara, quando: I - Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos ou condenação por crime funcional

ou eleitoral;

II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro do prazo estabelecido em lei; III - deixar de comparecer, em cada sessão legislativa anual, à terça parte das sessões ordinárias da Câmara

Municipal, salvo por motivo de doença comprovada, licença ou missão autorizada pela edilidade; ou, ainda, deixar de comparecer a cinco sessões extraordinárias convocadas pelo prefeito, por escrito e mediante recibo de recebimento,

para apreciação de matéria urgente, assegurada ampla defesa, em ambos os casos. (Redação dada pela Lei º 6.793, de

13.06.1980) IV - Incidir nos impedimentos para o exercício do mandato, estabelecidos em lei e não se desincompatibilizar até a

posse, e, nos casos supervenientes, no prazo fixado em lei ou pela Câmara.

§ 1º Ocorrido e comprovado o ato ou fato extintivo, o Presidente da Câmara, na primeira sessão, comunicará ao plenário e fará constar da ata a declaração da extinção do mandato e convocará imediatamente o respectivo suplente.

§ 2º Se o Presidente da Câmara omitir-se nas providências no parágrafo anterior, o suplente do Vereador ou o Prefeito Municipal poderá requerer a declaração de extinção do mandato, por via judicial, e se procedente, o juiz

condenará o Presidente omisso nas custas do processo e honorários de advogado que fixará de plano, importando a

decisão judicial na destituição automática do cargo da Mesa e no impedimento para nova investidura durante toda a legislatura.

§ 3º O disposto no item III não se aplicará às sessões extraordinárias que forem convocadas pelo Prefeito, durante os períodos de recesso das Câmaras Municipais. (Incluído pela Lei nº 5.659, de 8.6.1971)

Art. 9º O presente decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as Leis números 211, de 7 de

janeiro de 1948, e 3.528, de 3 de janeiro de 1959, e demais disposições em contrário. Brasília, 24 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º da República.

H. CASTELLO BRANCO.

Carlos Medeiros Silva

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ANTICORRUPÇÃO E RESPONSABILIDADE FISCAL

(LEI 12846/13 E LC 101/00)

Clayson do Nascimento Andrade

Introdução

Movida pelo ímpeto de dar um basta à corrupção, a população brasileira foi às ruas emjunho de 2013

reivindicando, de modo especial, ética, moral e integridade por partedos governantes.

A Lei nº 12.846/13 nasceu do Projeto nº 6.826/10, encaminhado ao Congresso Nacional pela Presidência em

fevereiro de 2010.

O referido diploma legal é constituído por sete capítulos e tem por escopoa responsabilização administrativa e

civil de pessoas jurídicas pela prática de atoscontra a Administração Pública, nacional ou estrangeira.

Dentre as inovações trazidas pela Lei nº. 12.846/2013 estão a responsabilidadeobjetiva de pessoas jurídicas, o

compliance, o acordo de leniência, o Cadastro Nacionalde Empresas Punidas – CNEP, bem como a rigidez das sanções.

Lei nº 12.846/2013

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de

atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem como a quaisquer fundações,

associações de entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.

Responsabilidade civil

Esse tipo de responsabilização tem como pressuposto a existência de dano e a necessidade de sua reparação,

buscando um retorno ao status quo ante ao ato que gerou o dano.

De acordo com Maria Helena Diniz: “o princípio que domina a responsabilidade civil na era contemporânea é

o da restitutio in integrum, ou seja, da reposição completa da vítima à situação anterior à lesão.”

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO

ADMINISTRATIVO CUMULADA COM REINTEGRAÇÃO AO CARGO E INDENIZAÇÃO POR DANOS

MATERIAIS E MORAIS. DEMISSÃO DE SERVIDORA EM ESTÁGIO PROBATÓRIO. PROCESSO

ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR QUE NÃO OBSERVOU A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. (...) OFENSA AS

GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO. REINTEGRAÇÃO NO

CARGO. DIREITO À PERCEPÇÃO DE TODOS OS SALÁRIOS E VANTAGENS DURANTE O PERÍODO

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EM QUE FICOU AFASTADO DE SUAS FUNÇÕES. PRINCÍPIO DO RESTITUTIO IN INTEGRUM.

RESTABELECIMENTO DO STATUS QUO ANTE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJPR - 4ª C.Cível - AC - 973574-6 - Bocaiúva do Sul - Rel.: Abraham Lincoln Calixto - Unânime - - J. 19.03.2013)

A responsabilidade civil tem natureza compensatória e função ressarcitória e, portanto, pressupõe a existência

de um dano, uma conduta e um nexo causal entre a conduta e o dano.

Quando a responsabilidade civil é objetiva, dispensa a presença de culpa ou dolo (elemento subjetivo da

conduta) do causador do dano.

Responsabilidade Administrativa

Aqui a responsabilização, a ser apurada e sancionada pela Administração Pública, decorre do descumprimento

de regras de conduta – impostas pela lei (em sentido amplo) – por parte dos administrados e dos seus funcionários.

As sanções devem ser impostas mediante a existência de processo administrativo e podem ser das seguintes

espécies: multa, interdição, suspensão, embargo, descontinuidade de benefícios, impedimento, etc.

Lei nº 12.846/13

De acordo com a Lei Anticorrupção, uma mesma conduta pode gerar responsabilização civil e

administrativa ao mesmo tempo.

A responsabilização civil – que na prática é o pagamento de indenização – ocorrerá em âmbito judicial; a

administrativa – imposição de multa, retenção de depósitos, proibições diversas – no âmbito da Administração Pública.

DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. MULTA DO IAP. PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS.

MULTA DEVIDAMENTE APLICADA. (...) APELO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

(TJPR - 5ª C.Cível - AC - 1101852-1 - Rel.: Leonel Cunha - J. 11.02.2014)

DIREITO ADMINISTRATIVO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA

ELÉTRICA. AVARIA EM EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS/ELETRÔNICOS. RECUSA DA CONCESSIONÁRIA,

ORA EMBARGADA, EM RESSARCIR OS PREJUÍZOS EXPERIMENTADOS PELO CONSUMIDOR. CONDUTA

PASSÍVEL DE SANÇÃO. MULTA APLICADA PELO PROCON. (...) Considerando que a embargada COPEL

infringiu normas específicas de sua área de atuação, bem como as normas mais gerais do Código de Defesa do

Consumidor, correta a atuação do PROCON que, nos termos do art. 56, inc. I deste mesmo CDC impôs-lhe multa.

(TJPR - 5ª C. Cível em Composição Integral - EIC - 877277-6/01 - Rel.: Rogério Ribas - J. 04.02.2014)

Lei nº 12.846/13

Responsabilidade objetiva

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em

lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para

os direitos de outrem.

A responsabilidade objetiva é aquela que não depende de culpa (negligência, imprudência ou imperícia), nem

dolo (intenção deliberada de praticar o ato ilícito) para que imponha ao causador do dano o dever de repará-lo.

Ex: avião atingido por um raio, caindo e gerando dano aos passageiros. A empresa aérea, mesmo sem culpa,

deverá responder pelos danos causados.

Prevista a responsabilidade objetiva, há que se investigar apenas se está presente o nexo causal entre a conduta

e o dano (deve se perguntar: “foi a conduta que causou o dano?”, se a resposta for sim, está presente o nexo).

Com a Lei Anticorrupção a disciplina da responsabilidade objetiva chega também à relação entre a

Administração Pública e as pessoas jurídicas particulares.

A partir de agora, para aplicar sanção à pessoa jurídica, não é mais necessário identificar a culpa ou o dolo na

conduta da pessoa física que tenha praticado o ato ilícito favorecendo os interesses daquela pessoa física, basta a

constatação da conduta e do dano consequente.

Sujeitos Ativos e Passivos

Pessoas jurídicas de direito público – são gestoras do patrimônio público e são o alvo de proteção da Lei

Anticorrupção; assim, não podem ser tidas como sujeito ativo da prática de atos lesivos. Eventual responsabilidade no

âmbito da Administração deve ser imputada à pessoa do agente público;

Sociedades empresárias – pessoas jurídicas de direito privado que atuam no âmbito de seu objeto social, visando à

exploração de atividade empresarial;

Sociedades simples – são as demais sociedades de direito privado, ainda que não tenham efetivado a inscrição de

seus atos constitutivos;

Fundações – conjunto personificado de bens, conforme a vontade de seu instituidor, vinculadas à realização de

finalidade religiosa, moral, cultural ou de assistência. As fundações públicas, de natureza autárquica, não podem ser

sujeito ativo das condutas vedadas pela lei em estudo;

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Partidos políticos e suas fundações – embora sejam sujeitos ao regime jurídico de direito privado, é inadequado

impor-lhes as sanções da Lei Anticorrupção, pois são agremiações que atendem ao interesse público e participam do

regime democrático;

Associações de entidades ou pessoas – união de pessoas para finalidades não econômicas;

Organizações sociais (Lei nº 9.637/98) – pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cujas finalidades são

dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à

cultura e à saúde. Podem figurar no polo ativo da corrupção, pois firmam parcerias com o Estado;

OSCIP (Lei 9.790/99) – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – associações privadas que se dedicam

a atividades de interesse público: assistência social, cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, da

educação, da saúde, do meio ambiente, combate à pobreza, direitos humanos. Também podem ser sujeitos ativos da

corrupção porque firmam contratos e parcerias com o Poder Público, recebendo dotações e recursos.

Organizações não governamentais – ONGs – termo usado para qualquer associação civil que não tenha finalidade

lucrativa e que atue no terceiro setor da sociedade civil. É pessoa jurídica de direito privado e também pode ser sujeito

ativo da corrupção.

Sociedades de fato – associações eventuais de pessoas físicas ou jurídicas com um objetivo comum. Nos termos da

presente lei, para prática de corrupção. Ex: cartéis – “acordo explícito ou implícito entre concorrentes para,

principalmente, fixação de preços ou quotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação”.

Sociedades e associações estrangeiras – basta que tenha caráter privado e qualquer tipo de representação no território

brasileiro, mesmo que essa representação seja ou tenha sido temporária. Não é necessário que tenha finalidade lucrativa

para submetê-la aos ditames da Lei Anticorrupção. Nesta categoria se encontra as associações e federações de caráter

esportivo internacionais, como a FIFA ou o COI (Comitê Olímpico Internacional) que, por força da realização de

eventos esportivos financiados por entes públicos, podem ser atingidos pelas sanções da Lei nº 12.846/13.

Art. 2o As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos

lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.

Art. 3o A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou

administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. § 1

o A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização individual das pessoas naturais

referidas no caput. § 2

o Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua

culpabilidade.

Art. 4o Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual, transformação,

incorporação, fusão ou cisão societária.

(...)

CAPÍTULO II – DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA

Art. 5

o Constituem atos lesivosà administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles

praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1o, que atentem contra o patrimônio

público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos

internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:

I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele

relacionada;

II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos

previstos nesta Lei;

III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais

interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;

IV - no tocante a licitações e contratos:

a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licitatório público;

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório público;

c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;

f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de contratos

celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou

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g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a administração pública;

V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua

atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.

As sanções

A sanção pode ter natureza civil, penal e administrativa e pode ser definida como aimposição de um mal àquele

que não observa uma conduta prevista por uma normajurídica.

A Lei nº. 12.846/2013 prevê a responsabilização administrativa e civil da pessoajurídica. A responsabilização

civil é a que melhor consegue atingir os anseiossancionatórios aplicáveis às pessoas jurídicas, já que o processo

administrativo tem sedemonstrado mais efetivo no combate às ilicitudes oriundas de contratosadministrativos e

procedimentos licitatórios, conforme dispõe o anteprojeto dareferida lei.

Na esfera administrativa, as sanções aplicáveis às pessoas jurídicas responsáveis pelosatos lesivos são multa e

publicação extraordinária da decisão condenatória. Já naesfera judicial, as sanções consistem em perdimento de

bens, direitos ou valores querepresentem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração,suspensão

ou interdição parcial de suas atividades, dissolução compulsória da pessoa jurídica e proibição de receber

incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições

financeiras públicas oucontroladas pelo poder público.

CAPÍTULO III – DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 6o Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos

previstos nesta Lei as seguintes sanções:

I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício

anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem

auferida, quando for possível sua estimação; e II - publicação extraordinária da decisão condenatória.

§ 1o As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do

caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações.

§ 2o A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia

Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.

§ 3o A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da reparação

integral do dano causado.

§ 4o Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa

jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). § 5

o A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de extrato de sentença, a expensas da

pessoa jurídica, em (I) meios de comunicação de grande circulação na área da prática da infração e de atuação da

pessoa jurídica ou, na sua falta, em (II) publicação de circulação nacional, bem como por meio de (III) afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo

visível ao público, e no (IV) sítio eletrônico na rede mundial de computadores.

Art. 7

o Serão levados em consideração na aplicação das sanções:

I - a gravidade da infração;

II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;

III - a consumação ou não da infração;

IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; V - o efeito negativo produzido pela infração;

VI - a situação econômica do infrator; VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;

VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade (compliance), auditoria e incentivo à

denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica; IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e

X - (VETADO).

Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.

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Programa de compliance

O artigo 7º, inciso VIII, da Lei Anticorrupção enuncia que a existência de mecanismos e procedimentos

internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de

conduta no âmbito da pessoa jurídica serão levadas em consideração no momento da aplicação das sanções.

Em outras palavras, a lei nº. 12.846/2013 está concedendo benefício de atenuação depena às empresas que

inserirem efetivamente procedimentos de combate à corrupção, como códigos de ética e de conduta, bem como canal de

ouvidoria e de denúncia, a fim de prevenir a prática de ilicitudes e implantar uma mudança cultural no modo de agir das

pessoas jurídicas que contratam com o Poder Público.

O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage (2014), declarou que

a lei vai contribuir com a mudança de atitude e mentalidade do empresariado brasileiro. (...) Percebemos o

interesse das empresas em se preparar, em instaurar mecanismos de compliance [integridade] e códigos de conduta. Os

empresários estão ansiosos para saber qual vai ser a exigência de administração pública.

Diante disso, verifica-se que há uma expectativa de que as empresas que pactuam coma Administração Pública

se conscientizem aos poucos do efeito pedagógico e repressivo das sanções e, visando obter a concessão da atenuante

prevista no artigo7º, elaborem o programa de compliance, definido como “ato de cumprir, de estar em conformidade e

executar regulamentos internos e externos, impostos às atividades da instituição, buscando mitigar o risco atrelado à

reputação e ao regulatório/legal”(MANZI, 2008, p.15).

Vale destacar que a prática de compliance já é utilizada por algumas empresas (p.ex.Siemens).

A previsão de compliance na Lei nº. 12.846/2013 constitui um avanço direcionado à ética e à transparência das

relações negociais entre a Administração Pública e o setor privado. Ademais, trata-se de um sinal de que a empresa deve

adotar um determinado padrão de conduta compatível com uma boa-fé objetiva.

CAPÍTULO IV – DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO

Art. 8o A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa

jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

§ 1o A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de responsabilidade da

pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão

designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.

§ 1o O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se

refere o caput, poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e apreensão.

§ 2o A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo

objeto da investigação.

Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação.

Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10, para julgamento.

Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não prejudica a aplicação

imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.

Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública.

Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar,

encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo

estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa.

Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência, para apuração de eventuais

delitos.

CAPÍTULO V – DO ACORDO DE LENIÊNCIA

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Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas

jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:

I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e

II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

§ 1o O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes

requisitos: I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;

II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de propositura do acordo;

III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o

processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

§ 2

o A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6

o e no

inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.

§ 3o O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado.

(...)

§ 8

o Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo

pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido descumprimento.

§ 9o A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.

Do acordo de leniência

O acordo de leniência é previsto no artigo 16 da Lei nº. 12.846/2013 e muito se assemelha ao instituto da

delação premiada previsto no Direito Processual Penal. Vale enfatizar que não consiste numa exclusividade da Lei

Anticorrupção, uma vez que no ano 2.000 a antiga Lei Antitruste (Lei nº. 8.884/1994) inaugurou o referido instituto em

seu artigo 35-B.

Trata-se do acordo celebrado entre a autoridade máxima de cada órgão e as pessoas jurídicas responsáveis pela

prática de atos lesivos à Administração Pública que tiverem colaborado de modo efetivo com a investigação e o

processo administrativo. O aludido auxílio deve resultar na descoberta de outros envolvidos no ilícito e no alcance de

informações e documentos que comprovem a infração apurado.

Os requisitos concomitantes para a celebração do acordo de leniência são a pessoa jurídica ser a primeira a se

manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; a pessoa jurídica cessar seu envolvimento na

infração investigada a partir da data de propositura do acordo; e a pessoa jurídica admitir sua participação no ilícito e

cooperar com as investigações e o processo administrativo,comparecendo, sempre que solicitada, a todos os atos

processuais, até seu encerramento.

Por meio do referido acordo, a pessoa jurídica obterá somente a isenção das sanções de publicação da decisão

condenatória e de proibição de receber incentivos, subsídios,subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou

entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, bem como a redução de dois

terços do valor da multa.

Logo, a feitura do acordo de leniência apenas abrandará as penalidades a serem impostas à pessoa jurídica, mas

não interferirá no dever de reparar integralmente os danos causados. Entendemos que, no caso de impossibilidade fática

de reparação integral do dano, a autoridade competente deverá estabelecer condições que contribuam para o

ressarcimento do dano pela empresa infratora, ainda que parcialmente e a longo prazo. Desse modo, se a pessoa jurídica

autora da conduta ilícita tiver preenchido simultaneamente os requisitos para a celebração do acordo deleniência, fará

jus à isenção de sanções e/ou redução da multa mesmo que tenha havido tão-somente reparação substancial do dano.

CAPÍTULO VI – DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL

Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua

responsabilização na esfera judicial.

Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5

o desta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:

I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da

infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;

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II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;

III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e

de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5

(cinco) anos. Lei nº 12.846/13

Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrativamente nos termos da legislação específica

aplicável.

Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração pública

estrangeira, ainda que cometidos no exterior.

Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de:

I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e

II - atos ilícitos alcançados pela Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, ou outras normas de licitações e contratos da

administração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC instituído

pela Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011.

DECRETO Nº 8.420/2015 – REGULAMENTA A LEI ANTICORRUPÇÃO

O decreto regulamenta diversos aspectos da lei, tais como critérios para o cálculo da multa, parâmetros para

avaliação de programas de compliance, regras para a celebração dos acordos de leniência e disposições sobre os

cadastros nacionais de empresas punidas. Grande parte destes procedimentos estão sob a responsabilidade da

Controladoria-Geral da União (CGU). Entenda os pontos do decreto:

Processo de Apuração da Responsabilidade

A lei confere à Controladoria-Geral da União (CGU) competência exclusiva para instaurar, apurar e julgar atos

lesivos à administração pública nacional e estrangeira, bem como para avocar processos para exame de regularidade ou

correção de andamento. A comissão do processo administrativo de responsabilização será composta por dois servidores

efetivos, que terão prazo de até 180 dias para conclusão do processo, prorrogáveis.

Cálculo da Multa

A lei tem um parâmetro muito importante: a punição nunca será menor do que o valor da vantagem auferida. O

cálculo da multa é o resultado da soma e subtração de percentuais incidentes sobre o faturamento bruto da empresa,

considerando as variáveis previstas no art 7º da Lei 12.846. Os limites são de 0,1% a 20% do faturamento bruto do

último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos.

O decreto apresenta critérios de acréscimo e de diminuição destes percentuais para a definição do valor final da

multa. Caso não seja possível utilizar o faturamento bruto da empresa, o valor da multa será limitado entre R$ 6 mil e

R$ 60 milhões.

Programa de integridade (compliance)

A partir do decreto, ficam estabelecidos os mecanismos e procedimentos de integridade, auditoria, aplicação de

códigos de ética e conduta e incentivos de denúncia de irregularidades que devem ser adotados pela empresa e

monitorados pela CGU. Segundo o documento, o programa de integridade deve ser estruturado, aplicado e atualizado de

acordo com as características e riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual por sua vez deve garantir o

constante aprimoramento e adaptação do referido programa.

Acordo de leniência

Uma vez proposto o acordo de leniência, a Controladoria-Geral da União poderá requisitar os autos de

processos administrativos em curso – em outros órgãos ou entidades da administração pública federal – relacionados aos

fatos objeto do acordo. Cabe salientar que atos lesivos praticados antes da Lei não são passíveis de multa.

Para celebrar o acordo de leniência, a entidade privada deve:

(i) reconhecer a participação na infração;

(ii) identificar envolvidos na infração;

(iii) reparar integralmente o dano causado e

(iv) e cooperar com a investigação, além de fornecer documentos que comprovem a prática da infração.

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Cumprido o acordo de leniência, a pessoa jurídica tem direito:

(i) isenção da publicação da decisão sancionadora;

(ii) isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações de órgãos ou entidades públicos,

(iii) isenção ou atenuação de punições restritiva ao direito de licitar e contratar e

(iv) redução do valor da multa, se houver.

É importante frisar que permanece a obrigação de reparação integral do dano.

Cadastros

Geridos pela CGU, os cadastros nacionais de Empresas Punidas (Cnep) e de Empresas Inidôneas e Suspensas

(Ceis) reúnem as pessoas jurídicas que sofreram sanções com base na Lei Anticorrupção e em outras legislações, como

a Lei de Licitações e Contratos. O fornecimento dos dados será realizado pelos órgãos e entidades dos três Poderes e das

três esferas da federação.

LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL – LEI COMPLEMENTAR Nº 101/00

1. Histórico e Objetivos

A Lei Complementar nº 101, de 5 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),

regulamenta o art. 163 da Constituição Federal e estabelece as normas disciplinadoras das finanças públicas no País,

aprimora a gestão dos recursos públicos por meio de ações planejadas, transparentes e corrigindo desvios.

A LRF estabelece que constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição,

previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação (art. 11).

Vê-se, assim, que a LRF se preocupa com algo inédito nas finanças públicas do Brasil, que é a definição de

critérios, condições e limites à gestão orçamentária, financeira e patrimonial, implantando novos mecanismos de

controle dos gastos públicos. Essa postura responsável de parte dos administradores, há muito reclamada por alguns

segmentos mais esclarecidos da sociedade, nada mais é do que a aplicação de um preceito lógico oriundo da necessidade

de qualquer empresa ou indivíduo de sobreviver com seus próprios recursos e meios (MOTA, 2003).

Entre outros objetivos, impõe restrições à obtenção de financiamentos e à geração de despesas, o que

representa uma importante ferramenta no intuito do saneamento das finanças públicas. Um dos aspectos mais marcantes

da LRF é a extensão da obrigatoriedade de aplicação por parte dos Estados e, principalmente, dos Municípios, de muitos

procedimentos que há algum tempo vinham sendo praticados pelo Governo Federal, tais como:

inclusão no orçamento de todas as despesas e receitas relativas à dívida pública;

destaque em separado na lei de orçamento do montante de refinanciamento da dívida pública;

estabelecimento de programação e cronograma de desembolso logo após a publicação do orçamento;

obtenção de resultados primários positivos para aplicação na redução da dívida;

segregação das disponibilidades financeiras dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores;

publicação bimestral do relatório resumido da execução orçamentária.

A Lei de Responsabilidade Fiscal traz uma mudança de cultura no trato da coisa pública, mais especificamente,

do dinheiro púbico. Estabelece normas orientadoras das finanças públicas no País e rígidas punições aos

administradores que não mantiverem o equilíbrio de suas contas (MARCUZZO e FREITAS, 2004).

Na história recente brasileira era prática comum o gestor público administrar sem observar o controle

orçamentário, e, consequentemente, promover um déficit público resultante do desequilíbrio. Fato esse que gerou graves

dificuldades para o País no plano econômico. Assim, reduzir ou eliminar o déficit público passou a ser meta da

Administração Pública brasileira a partir do momento em que o País teve que recorrer ao Fundo Monetário Internacional

(FMI) e buscar financiamento para assegurar a estabilização da dívida pública, e preservar a manutenção de níveis do

Produto Interno Bruto (PIB) como instrumento referencial da economia nacional (FIGUEIREDO, 2001).

Objetivos

De acordo com Marcos Nóbrega (2002), os objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal são:

instituir uma gestão fiscal responsável, com ênfase no controle do gasto continuado e no endividamento;

prevenir desvios e estabelecer mecanismos de correção e, dessa forma, punir administradores pelos desvios graves

e por eventual não adoção de medidas corretivas;

modificar profundamente o regime fiscal brasileiro, dando um “choque” de transparência no setor público, com

maior divulgação das contas públicas e, ao mesmo tempo, tornando-as mais inteligíveis.

2. Pilares Da LRF

A LRF está apoiada em quatro princípios conjugados, os quais são responsáveis pelo alcance de seus objetivos:

o Planejamento, o Controle, a Transparência e a Responsabilidade.

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A rigor, esses pontos são recorrentes na doutrina sobre requisitos da boa administração pública. Para José Nilo

de Castro (2006), o planejamento dá suporte técnico à gestão fiscal, através de mecanismos operacionais, como o Plano

Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária - LOA. Por meio desses instrumentos,

há condições objetivas de programar a execução orçamentária e atuar no sentido do alcance de objetivos e metas

prioritárias.

Segundo Flávio Régis Xavier de Moura Castro (2000, p. 22), os sistemas de controle deverão ser capazes de

tornar efetivo e factível o comando legal, fiscalizando a direção da atividade administrativa para que ocorra em

conformidade com as novas normas.Segundo o mesmo autor a fiscalização, que há de ser rigorosa e contínua, exigirá

atenção redobrada de seus executores, principalmente dos tribunais de contas.

Nas linhas de Carlos Maurício Figueiredo (2000) a transparência coloca à disposição da sociedade diversos

mecanismos de cunho democrático, entre os quais merecem relevo: a participação em audiências públicas e a ampla

divulgação das informações gerenciais, através do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, do Relatório de

Gestão Fiscal, bem como dos Anexos de Metas e Riscos Fiscais.

O último alicerce, referente à responsabilidade, é importantíssimo, pois ele impõe ao gestor público o

cumprimento da lei, sob pena de responder por seus atos e sofrer as sanções inseridas na própria Lei Complementar

101/2000 e em outros diplomas legais, como disposto no artigo 73 da LRF.

Como foi aludido, o planejamento é o primeiro sustentáculo, a ferramenta básica para que o Estado alcance o

seu fim último, que deve ser o bem-comum.

A Lei Complementar nº 101/00 – LRF, ao estabelecer regras de gestão fiscal, assenta-se, ainda, nos seguintes

princípios:

Planejamento – instrumento indispensável para racionalizar a ação do Estado, posto que evidencia os meios necessários

ao alcance dos objetivos almejados. Está previsto em diversos dispositivos da LRF, como: inovações na lei de diretrizes

orçamentárias e leis orçamentárias anuais (arts. 4º e 5º) e programação financeira (art. 8º).

Equilíbrio das contas públicas – são exemplos da aplicação deste princípio: equilíbrio entre receitas e despesas e

metas de superávit primário (art. 4º, I, a); regras pertinentes a renúncias de receitas (art. 14, I), a aumento de despesas

(arts. 16 e 17) e aos sistemas previdenciários dos entes da Federação (art. 69).

Controle – a Lei estabelece novas atribuições ao Legislativo e, em especial, às Cortes de Contas, como: mecanismo de

emissão de alerta, verificação dos limites de gastos com pessoal, atingimento das metas fiscais, limites e condições para

realização de operações de crédito (art. 59).

Responsabilidade – submete os atos de gestão e o próprio gestor público a sanções, caso infrinja a LRF (arts. 1º, 15, 16,

17, 21, 34, 35, 37, 39, 40 e 42).

Responsividade (accountability) – segundo Diogo de Figueiredo Moreira Neto “o princípio da responsividade vem,

por isso, complementar o princípio da responsabilidade e ampliar-lhe os efeitos, além da legalidade estrita (...) é

princípio instrumental da democracia, uma vez que se destina a salvaguardar a legitimidade, ou seja, a conciliar a expressão da vontade popular, democraticamente recolhida, com a racionalidade pública”.Significa que o gestor tem o

dever subjetivo de prestar contas pela legitimidade das suas escolhas fiscais.

Transparência – o legislador, por intermédio da LRF, inovou ao estabelecer, além do consagrado princípio da

publicidade, o da transparência, ao inserir no Capítulo IX a Seção I, intitulada “Da Transparência da Gestão Fiscal”.

Esta distingue-se daquela, por exemplo, por exigir: o incentivo à participação popular e a realização de audiências

públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos

(art. 48); o franqueamento das contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo para consulta e apreciação pelos

cidadãos e instituições da sociedade (art. 49); a ampla divulgação da apreciação das contas públicas (art. 56, § 3º) e a

manutenção de sistema de custos, que permita a avaliação e acompanhamento da gestão (art. 50, § 3º).

3. Planejamento Municipal

O planejamento é uma atividade recente na história das organizações. Surge em decorrência da crescente

complexidade das demandas da sociedade. Suas atividades têm dimensões abrangentes, compreendendo todo o processo

de gestão, iniciando pela definição da missão institucional, da visão, da avaliação do desempenho e dos resultados

pretendidos (metas a alcançar).

Pode ser entendido, também, como o conjunto de ações desenvolvidas, de forma sistemática e continuada,

visando a selecionar os meios disponíveis para a realização de resultados pretendidos de forma mais eficiente.

Planificar é definir prioridades, é definir, com antecedência, objetivos, ações e metas utilizando-se de uma

metodologia predefinida. Não deve ser estático, visto o dinamismo da sociedade e da economia. Por esta razão, faz-se

necessário, na escolha do modelo lógico, definir os processos de decisão e avaliação para adoção de ajustes e revisão de

rumos com celeridade.

Os atos mais importantes para o Executivo Municipal e para os cidadãos são, sem dúvida nenhuma,os Planos e

os Orçamentos.

O ato de maior responsabilidade dos Legisladores é, por conseguinte, a apreciação destes.Pois neste instrumento é que estão expressas as propostas do gestor, a vontade do cidadão e a autorização do Legislativo para sua

execução.

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Instrumentos do planejamento:

a) Plano Plurianual (PPA)

É o instrumento gerencial de planejamento das ações governamentais de caráter estratégico e político, que deve

evidenciar o programa de trabalho do governo manifesto nas políticas, nas diretrizes e nas ações para longo prazo e os

respectivos objetivos a serem alcançados, quantificados fisicamente.

O Plano Plurianual (PPA) abrange as diretrizes, os objetivos e as metas para as despesas de capital, outras dela

decorrentes e os programas de duração continuada.

O PPA não deve ser elaborado de forma genérica, tendo por objetivo, apenas, atender aosdispositivos

constitucionais, mas quantificar os objetivos e as metas físicas eleitas, transformando-se em um instrumento gerencial.

Isso porque deve servir de referência básica para a elaboração dos demais instrumentos que integram o sistema

orçamentário na área pública.

Logo, cabe ao PPA definir o que realizar em seu período de vigência para que sejam alcançados os objetivos

estratégicos estabelecidos pela administração, traduzindo-os em ações concretas.

O PPA compõe-se de dois grandes módulos:

a Base Estratégica; e

os Programas.

A Base Estratégica compreende:

análise da situação econômica e social;

diretrizes, objetivos e metas estabelecidas pelo chefe do Poder Executivo;

previsão dos recursos orçamentários e sua distribuição entre os setores e/ou entre os programas; e

diretrizes, objetivos e metas dos demais órgãos compatíveis com a orientação estratégica do chefe do Poder

Executivo.

Os programas compreendem:

definição dos problemas a serem solucionados; e

conjunto de ações que deverão ser empreendidas para alcançar os objetivos estabelecidos.

b) Lei de Diretrizes Orçamentárias

Ao situar-se em uma posição intermediária entre os dispositivos do PPA e a previsão de receitas e despesas da

LOA, cumpre o papel de balanceamento entre a estratégia traçada pelo governo e as reais possibilidades que vão se

apresentando ao longo de sua gestão. Antecipa, dessa forma, a definição de prioridades e escolhas.

As diretrizes orçamentárias constituem um conjunto de instruções para a concretização de um plano de

ação governamental.

É um instrumento de planejamento, onde, entre outras providências, destacam-se aquelas voltadas para a

elaboração do orçamento. Deve ser aprovada pelo Legislativo, portanto, por lei.

As definições quanto ao conteúdo principiam no art. 165, § 2º, prosseguindo no § 1º do art. 169 da Constituição

Federal.

São eles:

A fixação de prioridades e metas;

Orientação para a elaboração da lei orçamentária;

Alterações na legislação tributária;

Alterações na política de pessoal;

Fixação de limites para elaboração dos orçamentos dos Poderes.

Com a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101/2000, novos conteúdos foram introduzidos na LDO:

Dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas – art. 4º, inc. I, alínea “a”;

Estabelecer os critérios e a forma de limitação de empenho, pelo descumprimento das metas de resultado ou se o

limite máximo de endividamento for ultrapassado – art. 4º, inc. I, alínea “b”;

Estabelecer normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com

recursos dos orçamentos – art. 4º, inc. I, alínea “e”;

Estabelecer, independentemente de outras disposições legais, condições e exigências específicas para transferências

de recursos a entidades públicas e privadas – art. 4º, inc. I, alínea “f ”;

Elaborar o Anexo de Metas Fiscais – art. 4º, §§ 1º e 2º, incs. I a V, avaliando a renúncia de receitas, as metas de

resultado nominal e primário e a expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado;

Elaborar o Anexo de Riscos Fiscais, no qual serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de

afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem – art. 4º, § 3º;

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Deve ser objeto de apreciação em audiências públicas a serem realizadas pelo Poder Executivo e pelo Poder

Legislativo – art. 48 e parágrafo único, inc. I (alterado pela LC 131/2009).

c) Lei Orçamentária Anual (LOA)

A LOA é o instrumento que possibilita a realização das metas e das prioridades estabelecidas na LDO. É um

plano de trabalho descrito por um conjunto de ações a serem realizadas para atender à sociedade. É onde se estabelece a

previsão de todas as receitas a serem arrecadadas no exercício financeiro e a fixação de todos os gastos que os

Poderes e os órgãos estão autorizados a executar.

Garante o gerenciamento anual das origens e aplicações de recursos, definindo os seus montantes e como serão

aplicados pela administração pública. Compreende um conjunto de ações que abarcam desde a construção de uma visão

de futuro até a definição e a execução de metas físicas e financeiras a serem atingidas e dos pormenores que possam ser

vislumbrados. Representa a expressão monetária dos recursos que deverão ser mobilizados, no período específico de sua

vigência, visando à execução das políticas públicas e do programa de trabalho do governo.

A Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento fiscal dos órgãos e das entidades da administração direta,

indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, bem como seus fundos, o orçamento de

investimento das empresas em que a administração pública, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social

com direito a voto, e o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e os órgãos a ela vinculados, da

administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público (CF, § 5°

do art. 165).

4. Cumprimento de Metas

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: (...)

§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas

anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

§ 2º O Anexo conterá, ainda:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados

pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos

recursos obtidos com a alienação de ativos; IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas

obrigatórias de caráter continuado.

O Anexo de Metas Fiscais determinado pela LRF deverá fazer parte integrante do projeto de lei de diretrizes

orçamentárias. Dele deverão constar metas anuais pertinentes às receitas e despesas, resultados nominal e primário e

montante da dívida. São ainda de sua índole os processos de avaliação e demonstrativo de metas, evolução patrimonial e

avalição financeira e atuarial dos regimes de previdência e demais fundos públicos, bem como demonstrativo de

renúncia de receita.

O Ministério da Fazenda pela Secretaria do Tesouro Nacional editou manual para preenchimento do anexo de

metas:

http://www3.tesouro.gov.br/legislacao/download/contabilidade/ManualRREO4.pdf

5. Despesas Públicas

A regra básica da LRF (art. 15), para todo e qualquer aumento de despesa pode ser assim traduzida: toda e

qualquer despesa que não esteja acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos três primeiros

exercícios de sua vigência, da sua adequação orçamentária e financeira com a LOA, o PPA e a LDO e, no caso de

despesa obrigatória de caráter continuado, de suas medidas compensatórias, é considerada: não autorizada, irregular e

lesiva ao patrimônio público.

Essa norma, de acordo com o § 4º do artigo 16 da LRF, é condição prévia, não só para a aquisição de bens,

serviços e obras, como também para a desapropriação de imóveis urbanos, que, de acordo com a Constituição, deverá

ser paga em dinheiro .

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6. Receita Corrente Líquida - RCL

As receitas públicas são as provenientes de fontes definidas, as quais brotam do patrimônio público e do

privado. Configuram as entradas definitivas de dinheiro que permitem o incremento dos bens pertencentes ao domínio

do Estado, classificadas em receitas derivadas e originárias.

Receitas originárias – são as decorrentes de produção de rendas advindas do acervo de bens patrimoniais do

domínio público e das empresas industriais, comerciais e agrícolas mantidas pelo Estado.

Receitas derivadas – são as retiradas de modo compulsório do patrimônio privado, representadas pelos tributos

e suas espécies, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e econômicas e empréstimos

compulsórios.

Receita Corrente Líquida – corresponde ao somatório das receitas originárias e derivadas, mais as referentes às

transferências correntes e demais receitas de natureza corrente, deduzidos os valores transferidos aos Estados e

Municípios em função de mandamento legal e as contribuições sociais. No tocante aos Estados, devem ser excluídas as

parcelas entregues aos Municípios.

É apresentada a apuração da Receita Corrente Líquida (RCL) no mês em referência, sua evolução nos últimos

doze meses e a previsão de seu desempenho no exercício. Seu principal objetivo é servir de parâmetropara o

montante da reserva de contingência e para os limites da despesa total com pessoal, da dívida consolidada líquida, das

operações de crédito, do serviço da dívida, das operações de crédito por antecipação da receita orçamentária e das

garantias do ente da Federação.

A RCL traduz a efetiva capacidade de arrecadação do ente governamental.

É de vital importância computar adequadamente esse indicador, pois disso podem advir decisões com reflexos

muito sentidos na Administração Pública como, por exemplo:

Corte de servidores – art. 169, § 3º da CF;

Impossibilidade de aumentar a despesa de pessoal, por ofensa ao art. 22, par. único da LRF;

Reclusão de um a quatro anos de gestor público que nos derradeiros 180 dias do mandato ordenou o aumento do

gasto laboral (art. 359-G do Código Penal).

De acordo com a CF o Executivo deve publicar, até 30 dias depois do encerramento do bimestre, o relatório

resumido da execução orçamentária (art. 165, § 3º). A LRF detalha o conteúdo do relatório, estando nele inserido a

demonstração bimestral da receita corrente líquida (art. 53, I).

A propósito a Secretaria do Tesouro Nacional já editou quatro manuais, padronizando o mencionado relatório

bimestral e também o relatório quadrimestral de gestão fiscal.

Todavia, a fórmula de cálculo da RCL é tema que esborda do enfoque aqui proposto, revelando-se mais afeito à

contabilidade pública.

Mais adiante veremos repercussões jurídicas que englobam os conceitos tratados.

7. Despesas com Pessoal

De acordo com a LRF (art. 18), entende-se como despesas de pessoal:

1. Somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos;

2. Despesas com inativos e pensionistas;

3. Mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies

remuneratórias;

4. Vencimentos e vantagens, fixas e variáveis;

5. Subsídios, proventos de aposentadoria;

6. Reformas e pensões;

7. Adicionais de qualquer natureza;

8. Gratificações, horas extras e vantagens pessoais;

9. Encargos sociais e

10. Contribuições recolhidas pelo Ente às entidades de previdência.

E ainda:

Art. 18, § 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e

empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal". A apuração da despesa total com pessoal será obtida somando-se a realizada no mês em referência com as dos

onze meses imediatamente anteriores.

UNIÃO

Na esfera federal, os limites máximos para gastos com pessoal (50% da Receita Corrente Líquida) são assim

distribuídos:

2,5 % para o Poder Legislativo, incluído o Tribunal de Contas

6 % para o Poder Judiciário

0,6 % para o Ministério Público da União

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3 % para custeio de despesas do DF e de ex territórios

37,9% para o Poder Executivo

ESTADOS

Na esfera estadual, os limites máximos para gastos com pessoal (60% da Receita Corrente Líquida) serão:

3% para o Poder Legislativo, incluído o Tribunal de Contas

6% para o Poder Judiciário

2% para o Ministério Público

49% para o Poder Executivo.

MUNICÍPIOS

Na esfera municipal, os limites máximos para gastos com pessoal (60% da Receita Corrente Líquida) serão:

6% para o Poder Legislativo, incluído o Tribunal de Contas, quando houver

54% para o Poder Executivo

Nenhum ato que provoque aumento da despesa de pessoal poderá ser editado nos 180 dias anteriores ao final da

legislatura ou do mandato dos chefes do Poder Executivo.

Despesas que não serão computadas para o atendimento dos limites aqui definidos:

As despesas com indenização por demissão de servidores ou empregados;

As despesas relativas ao incentivo à demissão voluntária, o chamado PDV;

As despesas com pessoal verificadas em decorrência de convocação extraordinária do Congresso Nacional;

As despesas decorrentes de decisão judicial (em geral classificadas na rubrica “Sentenças Judiciais”), e da

competência de período anterior ao da apuração das despesas com pessoal (somando-se o mês de referência com os onze

meses anteriores), de acordo com o § 2º do artigo 18;

As despesas com inativos custeadas com recursos de fundos próprios. Atente-se para o fato de que as receitas

originárias das contribuições a fundos não compõem o cálculo da RCL, o que torna nula esta operação do ponto de vista

contábil.

Mecanismos de Correção de Desvios

Se a despesa total com pessoal exceder a noventa e cinco por cento (95%) do limite, ficam vedados ao Poder ou

órgão referido que houver incorrido no excesso:

concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título;

criação de cargo, emprego ou função;

alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;

provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente

de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

contratação de hora extra, salvo em situações previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

8. Dívida Pública

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do

ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de

crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite

de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e

serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da

Federação ou entidade a ele vinculada;

V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.

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9. Fiscalização e Alertas do Tribunal de Contas

Processo nº: 804429/15

Assunto: Alerta

Entidade: Município de Cantagalo

Relator: Conselheiro Nestor Baptista

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) expediu alerta ao Município de Cantagalo (Centro-Sul)

em razão da extrapolação de 95% do limite de 54% da receita corrente líquida (RCL) com despesas de pessoal em

2014. Com a medida, a administração está sujeita às vedações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A LRF estabelece (artigo 20, III, "a" e "b") o teto de 54% da RCL para os gastos com pessoal do Poder

Executivo. O Município de Cantagalo gastou 51,68% da RCL com despesas de pessoal em 2014. Para ele é vedado

(parágrafo único do artigo 22 da LRF): concessão de vantagens, aumentos, reajuste ou adequações de remuneração a

qualquer título; criação de cargo, emprego ou função; alteração de estrutura de carreira que implique aumento de

despesa; provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal, ressalvada reposição de aposentadoria ou

falecimento de servidores nas áreas de educação, saúde e segurança; e contratação de hora extra, ressalvadas exceções

constitucionais.

Os municípios são alertados pelo Tribunal para que a de quem seus gastos e suas despesas com pessoal não

alcancem o limite de 54% da RCL. Nos municípios onde isso ocorre, a Constituição Federal estabelece (parágrafos 3º e

4º do artigo 169) que o poder Executivo deverá reduzir em, pelo menos, 20% os gastos com comissionados e

funções de confiança.

Caso não seja suficiente para voltar ao limite, o município deverá exonerar os servidores não estáveis. Se,

ainda assim, persistir a extrapolação, servidores estáveis deverão ser exonerados. Nesse caso, o gestor terá dois quadrimestres para eliminar o excedente, sendo um terço no primeiro, adotando as medidas constitucionais.

...

Processo: nº 194720/13

Acórdão: nº 267/14 - Primeira Câmara

Assunto: Prestação de Contas do Prefeito Municipal

Entidade: Município de General Carneiro

Interessado: .....

Relator: Conselheiro Durval Amaral

A falta de inscrição de precatórios de um processo trabalhista na dívida fundada levou a Primeira Câmara

do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) a emitir Parecer Prévio pela irregularidade das contas do Prefeito

de General Carneiro (Sul do Estado), de 2012. As contas do exercício são de responsabilidade do ex-prefeito.

Embora o município tenha sido notificado do precatório pela Justiça do Trabalho, não fez a inscrição em dívida

fundada, em descumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal. As instruções da Diretoria de Contas Municipais e do

Ministério Público de Contas apontaram, ainda, o déficit das obrigações financeiras frente às disponibilidades.

...

Processo: nº 169068/13

Acórdão: nº 228/14- Primeira Câmara

Assunto: Prestação de Contas de Prefeito

Entidade: Município de Campina da Lagoa

Interessado: ......

Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) emitiu parecer prévio recomendando a irregularidade das

contas da prefeita do Município de Campina da Lagoa (Região Oeste), Célia Cabrera de Paula, referentes ao exercício

de 2012. O motivo foi a inobservância do Artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº

101/00).

O dispositivo legal determina que o titular de poder, nos últimos dois quadrimestres de seu mandato, não

pode ter despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele; também é vedado ter parcelas a serem

pagas no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade em caixa.

Em virtude da irregularidade, o TCE determinou a aplicação de multa a ......., no valor de R$ 725,48. A sanção

está prevista no artigo 87, parágrafo 4º da Lei Orgânica do Tribunal (Lei Complementar Estadual nº 113/2005).

10. Jurisprudência a) Renúncia de receita

A renúncia de receita - ou seja, a anistia, a remissão, o crédito presumido, a isenção em caráter não geral, a

alteração de alíquota de algum tributo ou a modificação da base de cálculo, que tenha como impacto a diminuição da

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receita pública - deverá estar acompanhada de estimativa de impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva

iniciar sua vigência e nos dois exercícios seguintes.

Além disso, para estar de acordo com a LRF, cada governante deverá demonstrar que a renúncia de receita foi

considerada na Lei Orçamentária Anual - LOA e que não afetará as metas previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias -

LDO.

Alternativamente, o governante deve demonstrar que esta renúncia de receita será compensada por aumento de

receita proveniente de elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, aumento ou criação de tributo ou

contribuição. Nesse caso, o ato que implique em renúncia só entra em vigor quando estiver assegurada a compensação

pelo aumento de receita.

“... para que possa ser aplicado o mencionado benefício fiscal sobre o IPTU ele deve estar acompanhado de uma

estimativa do impacto orçamentário financeiro, o que não ocorreu in casu.

Neste sentido também se manifestou a Procuradoria de Justiça em seu parecer (fls. 195/196): „Ademais, vale ressaltar que o art. 6º da Lei Municipal n° 716/2005 preconiza que `a concessão dos benefícios

previstos nesta Lei deverá observar o determinado na Lei Complementar 101 de 04 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, em especial o previsto no artigo 14 da referida norma, como condição para a sua

aplicabilidade. ' Sendo assim, não há que se falar na possibilidade de concessão da isenção em foco, tendo em vista que

ela somente poderá ser aplicada quando houver a necessária disponibilidade orçamentária, o que enseja a reforma da

r. sentença monocrática.‟

Portanto, deve ser afastado o incentivo fiscal previsto na Lei Municipal n° 716/2005, pois não há previsão

orçamentária que determine sua aplicabilidade.” (TJPR - 2ª C.Cível - AC - 1368245-6 - Pinhais - Rel.: Guimarães da Costa - Unânime - - J. 15.03.2016)

"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE PEDIDO LIMINAR LEI MUNICIPAL Nº 10794/2012 DO

MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA AMPLIAÇÃO DAS HIPÓTESES DE ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO DE

MELHORIA PREVISTAS NO CÓDIGO TRIBUTÁRIO MUNICIPAL PROJETO LEGISLATIVO DE INICIATIVA DE VEREADOR FUMUS BONI JURIS CONFIGURADO NORMA DE INICIATIVA PRIVATIVA DO CHEFE DO PODER

EXECUTIVO VÍCIO FORMAL NÃO DEMONSTRADO ATENDIMENTO AO ART. 14, DA LEI DE

RESPONSABILIDADE FISCAL VÍCIO MATERIAL REDUÇÃO DE RECEITA PÚBLICA SEM PREVISÃO DE ESTIMATIVA DO IMPACTO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRO `PERICULUM IN MORA' CONSISTENTE NOS

REFLEXOS NOCIVOS AO ORÇAMENTO PÚBLICO LIMINAR DEFERIDA PARA SUSPENDER A EFICÁCIA DO ATO NORMATIVO ATÉ JULGAMENTO FINAL DA DEMANDA."

(TJPR, OE, ADI nº 962.671-3, Relator: Des. PAULO ROBERTO VASCONCELOS, DJe 17.12.2012).

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - MEDIDA CAUTELAR - LEI MUNICIPAL - EXTENSÃO DO

BENEFÍCIO DE ISENÇÃO DE IPTU A PORTADORES DO VÍRUS HIV E DE CÂNCER - MATÉRIA TRIBUTÁRIA E ORÇAMENTÁRIA - INICIATIVA RESERVADA AO CHEFE DO PODER EXECUTIVO - INOBSERVÂNCIA DA LEI

DE RESPONSABILIDADE FISCAL - OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - INDICATIVOS DE VÍCIOS

FORMAL E MATERIAL - "FUMUS BONI IURIS" E "PERICULUM IN MORA" CONFIGURADOS - SUSPENSÃO LIMINAR DOS EFEITOS DO ATO NORMATIVO IMPUGNADO.

(TJPR - Órgão Especial - AI - 1219109-2 - Curitiba -Rel.: Telmo Cherem - Unânime - - J. 01.09.2014)

"AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - MUNICÍPIO DE CASCAVEL - LEI INSTITUIDORA DE

PROGRAMA DE BOLSAS DE ESTUDOS POR MEIO DE ISENÇÃO TRIBUTÁRIA A ESTABELECIMENTOS PARTICULARES DE ENSINO - VÍCIO DE INICIATIVA - INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA -VÍCIO

FORMAL - PROCESSO LEGISLATIVO DE COMPETÊNCIA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO.

VÍCIO SUBSTANCIAL - ISENÇÃO TRIBUTÁRIA QUE IMPLICA EM RENÚNCIA FISCAL SEM ESTUDO PRÉVIO DO IMPACTO ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO, OU MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO (LRF, ART. 14) Pedido

acolhido. Inconstitucionalidade declarada. .... Há vício formal decorrente da iniciativa do processo legislativo, pois pelo artigo 133 da Constituição Estadual e 62, II, da Lei Orgânica de Cascavel, a iniciativa para apresentar projetos

de lei que versem sobre as diretrizes orçamentárias é reservada ao Poder Executivo.

Há também vício substancial por estabelecer renúncia fiscal por meio de isenção tributária sem sequer estabelecer previamente o impacto orçamentário e financeiro, nem tampouco medidas de compensação (LRF, art. 14)" (acórdão n.º

8.660, Relator: Des. IVAN BORTOLETO).

b) Aumento de subsídio de vereador por resolução, sem lei, no período vedado por lei

"APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - FIXAÇÃO DE SUBSÍDIO DE AGENTES POLÍTICOS MUNICIPAIS -

VOTAÇÃO DO ATO LEGISLATIVO PARA FIXAÇÃO DE SUBSÍDIOS DOIS DIAS ANTES DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, COM EDIÇÃO APÓS AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS - OFENSA À REGRA DA ANTERIORIDADE E AO

PRINCÍPIO DA MORALIDADE - VULNERAÇÃO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - NULIDADE DE

PLENO DIREITO DO ATO NORMATIVO QUE PREVÊ AUMENTO DE DESPESA COM PESSOAL NOS CENTO E

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OITENTA DIAS ANTERIORES AO FINAL DO MANDATO DO TITULAR DO RESPECTIVO PODER -

DESCABIMENTO DE ARGUIÇÃO DE RECEBIMENTO DE BOA-FÉ DE VERBA ALIMENTAR - RESSARCIMENTO DEVIDO - RECURSOS DE APELAÇÃO JULGADOS IMPROCEDENTES. 1- Nos termos do art.29, V e VI, da CR/88,

do art. 45 da Lei Orgânica do Município de Lima Duarte e do art. 19 do Regimento Interno da Câmara Municipal de

Lima Duarte, os subsídios dos vereadores, prefeito e vice prefeito do município serão fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, em cada legislatura no prazo máximo de trinta dias antes da data prevista para a realização das

eleições municipais. 2- Existência de infringência aos princípios da Administração Pública, especialmente a

moralidade, a impessoalidade e a anterioridade, uma vez que a votação dos projetos de lei que deram origem às Leis 1.693/2012 e 1.694/2012, cujo objeto era a fixação dos subsídios dos agentes políticos do Município de Lima Duarte,

não respeitou o prazo máximo de trinta dias antes da realização do escrutínio. 3- Segundo previsão do parágrafo único, do art. 21, da Lei Complementar nº 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, é nulo, de pleno direito, o ato que

resulta aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do

respectivo Poder. 4- Se o vereador recebeu subsídio a maior, devidamente apurado em regular processo administrativo, pelo Tribunal de Contas competente, ainda que o recebimento tenha sido de boa-fé, é patente o enriquecimento ilícito,

pois o não ressarcimento afronta os princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade administrativas. 5- O recebimento de subsídios a maior por agentes políticos decorre de Lei aprovada por eles próprios, procedimento que,

ao contrário do caso de servidores públicos, não pode justificar a irregularidade sob a alegação de boa-fé e de tratar-

se de verba alimentar. 6 - Recursos de apelação a que se nega provimento.”

(TJMG - Apelação Cível 1.0386.13.000771-2/004, Relator(a): Des.(a) Sandra Fonseca , 6ª CÂMARA CÍVEL,

julgamento em 05/05/2015, publicação da súmula em 15/05/2015)

c) LRF não pode ser usada como escusa para pagamento de aumentos decorrentes de promoção ou progressão /

mesma situação com o piso nacional dos professores

REEXAME NECESSÁRIO - AÇÃO DE COBRANÇA - SERVIDOR PÚBLICO - DIFERENÇAS REMUNERATÓRIAS -

LEI ESTADUAL 15.179/2006 - PROGRESSÃO POR TITULAÇÃO - DEMORA NA IMPLEMENTAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO, EM CONTRARIEDADE AO PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL - AUSÊNCIA DE

DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - VIOLAÇÃO À LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

NÃO CONFIGURADA - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA CONFIRMADA. (TJPR - 1ª C.Cível - RN - 1072955-0 - Região Metropolitana de Londrina - Foro Central de Londrina - Rel.: Rubens Oliveira Fontoura - Unânime - - J.

11.03.2014)

APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - SERVIDORA PÚBLICA MUNICIPAL - PROFESSORA DE

EDUCAÇÃO INFANTIL - PISO NACIONAL PARA OS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO PÚBLICO DA EDUCAÇÃO BÁSICA - FÓRMULA DE REAJUSTE LEI FEDERAL N.º 11.738/2008 - APLICABILIDADE -

JULGAMENTO DA ADI Nº 4.167 PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - NÃO VERIFICADO - LIMITE DE DESPESAS COM SERVIDORES QUE DEVE SER

OBJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA COM OS DEVIDOS AJUSTES PARA DAR CUMPRIMENTO A LEI FEDERAL

EM COMENTO - SENTENÇA MANTIDA EM SEDE DE REEXAME NECESSÁRIO - RECURSO DESPROVIDO. (TJPR - 4ª C.Cível - ACR - 1375465-9 - Paranaguá - Rel.: Regina Afonso Portes - Unânime - - J. 03.11.2015)

d) Desapropriação. Momento em que deve estar disponível a dotação orçamentária para a indenização de modo a não ferir

a LRF

AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL EM DESAPROPRIAÇÃO DIRETA. IMPROCEDÊNCIA EM PRIMEIRO

GRAU. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DO DECRETO EXPROPRIATÓRIO, ANTE A FALTA DE DOTAÇÃO

ORÇAMENTÁRIA PRÉVIA. DESNECESSIDADE DE QUE A REFERIDA DOTAÇÃO SE DÊ ANTES DO DECRETO (FASE INTERNA), BASTANDO QUE ANTECEDA À DESAPROPRIAÇÃO (FASE EXTERNA). OBJETIVO DA LEI DE

RESPONSABILIDADE FISCAL ATENDIDO PELA APROVAÇÃO DE LEI ESPECÍFICA DESTINANDO A VERBA NECESSÁRIA AO PROCESSO EXPROPRIATÓRIO. DEPÓSITO INICIAL PARA IMISSÃO NA POSSE QUE AFASTA

O INTERESSE DO RECORRENTE, ANTE AO ATENDIMENTO DO REQUISITO DA "PRÉVIA E JUSTA

INDENIZAÇÃO". RECURSO A QUE NEGA PROVIMENTO. 1. Não há vedação a que a dotação orçamentária para fins de desapropriação se dê após o Decreto de Utilidade Pública, mera fase interna e preparatória do processo; a

dotação deve sim ser prévia à desapropriação efetiva, fase externa do processo; 2. Efetuado o depósito prévio para fins

de imissão na posse do ente expropriante, não há interesse ao particular expropriado em alegar mácula ao Decreto, haja vista estar atendido o requisito da "justa e prévia indenização". 3)- RECURSO ADESIVO NÃO CONHECIDO E

APELAÇÃO CÍVEL DESPROVIDA. (TJPR - 5ª C.Cível - AC - 641101-0 - Curitiba - Rel.: Rogério Ribas - Unânime - - J. 09.03.2010)

e) Possibilidade de nomeação de candidatos aprovados em concurso mesmo superando o limite prudencial de

gasto com pessoal da LRF

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MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DO GRUPO OCUPACIONAL SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA DO PARANÁ - EDITAL Nº 07/2012 - PRELIMINARES:

(...) 3. CANDIDATA APROVADA EM 2º LUGAR NA CLASSIFICAÇÃO GERAL PARA O CARGO DO GRUPO

OCUPACIONAL SUPERIOR, FUNÇÃO SERVIÇO SOCIAL, DA REGIÃO CENTRO OCIDENTAL - EDITAL DE REGÊNCIA PREVENDO A OFERTA DE 02 (DUAS) VAGAS DE AMPLA CONCORRÊNCIA PARA A REGIÃO -

DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO PARA OS CANDIDATOS APROVADOS DENTRO DO NÚMERO DE

VAGAS - JURISPRUDÊNCIA DO STF, STJ E DESTE ÓRGÃO ESPECIAL - 4. ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE FÁTICA E MATERIAL DE NOMEAÇÃO, DADO O REDUZIDO NÚMERO DE DEFENSORES PÚBLICOS -

INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO - NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DAS REGRAS DO EDITAL DE REGÊNCIA DO CERTAME. 5.IMPEDIMENTO À NOMEAÇÃO DE ORDEM ORÇAMENTÁRIA PREVISTO NA LEI

DE RESPONSABILIDADE FISCAL, FACE A DIFICULDADE FINANCEIRA POR QUE PASSA O ESTADO DO

PARANÁ E ATINGIMENTO DO LIMITE PRUDENCIAL DE GASTOS COM PESSOAL - INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO - AS VAGAS PREVISTAS EM EDITAL PRESSUPÕEM A EXISTÊNCIA DOS CARGOS E A

PREVISÃO NA LEI ORÇAMENTÁRIA PARA INGRESSO DOS APROVADOS NO QUADRO DA ADMINISTRAÇÃO - DESPESAS DECORRENTES DE DECISÃO JUDICIAL NÃO COMPUTADAS PARA FINS DO LIMITE COM GASTOS

DE PESSOAL - IMPERIOSA NOMEAÇÃO DA IMPETRANTE - 6.RETROAÇÃO DOS EFEITOS FINANCEIROS DO

MANDADO DE SEGURANÇA - IMPOSSIBILIDADE - SEGURANÇA PARCIALMENTE CONCEDIDA. (...) Em se

tratando de concurso público há direito líquido e certo de nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de

vagas ofertadas pela Administração, sob pena de lesão aos princípios da boa-fé, da confiança e da força normativa do

princípio do concurso público. Precedentes do STJ, STF e deste Órgão Especial. 4. Uma vez previstas no edital de regência do certame as regiões, cidades e as correspondentes vagas disponíveis para o cargo pretendido, não é lícito à

Administração, depois de realizado e homologado o resultado do concurso público, eximir-se do dever de prover as vagas ofertadas, pois as regras lançadas no edital não vinculam apenas os candidatos, mas também a própria

Administração, sob pena de malferir princípios constitucionais, tais como o da força vinculativa do edital, confiança,

boa-fé e segurança jurídica. 5. A alegação de ter sido alcançado o limite prudencial de dispêndios com folha de pessoal, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, deve ser devidamente comprovada, assim declarado este fato pelos

órgãos de controle interno e externo respectivos da Administração, conforme orientação dos Tribunais Superiores.

Outrossim, as vagas previstas em edital pressupõem a existência de cargos e a previsão na Lei Orçamentária. Além disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que as despesas decorrentes de decisões judiciais não serão

computadas para efeito dos limites com gasto de pessoal. (...) (TJPR - Órgão Especial - MSOE - 1355347-0 - Curitiba - Rel.: Luís Carlos Xavier - Unânime -- J. 16.11.2015)

f) Exigência de certidão negativa do TCE para obter transferência voluntária nos casos que envolvem ações

relativas à educação, saúde e assistência social

Art. 25 § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei

Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social.

TJ/PR – MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO Nº 1281478-1:

“... alegou o impetrante que: (a) na data de 21/06/2010 aderiu por meio do Termo de Adesão n. 03/2010 ao Convênio n. 07/2010 de Cooperação Financeira com o Governo do Estado via Secretaria de Estado da Educação e da Secretaria

de Desenvolvimento Urbano do Paraná (Paranacidade), com o intuito de construir uma unidade de ensino para atender simultaneamente alunos das redes estadual e municipal em Municípios que apresentam indicadores sociais

mais críticos; (b) apesar de possuir todas as certidões requisitadas não detém a Certidão Liberatória do TCE-PR para

Transferência Voluntária (cláusula terceira, inciso III, item 1 do Termo de Convênio de Cooperação Financeira), visto que, aquele órgão (TCE/PR) se recusa a expedir a certidão em virtude de pendências oriundas das administrações

anteriores; (c) já tomou as providências necessárias a fim de solucionar tais pendências e regularizar sua situação até o final do mês de outubro/2014; (d) a exigência da aludida certidão viola o disposto no parágrafo 3º, do art. 25 da Lei

de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), pois obstrui indevidamente a continuidade das políticas públicas,

constituindo ato ilegal que merece imediata resposta judicial que afaste a exigência indevida. (...)

Apesar do texto normativo fazer referência a sanção de suspensão de transferência voluntária, as exigências previstas

no artigo 25, § 1º, da LRF não se aplicam às transferências voluntárias destina- das a ações nas áreas de educação, saúde e assistência social. Dessa forma, a cláusula do referi- do convênio que condiciona a liberação financeira à

apresentação de Certidão Negativa do Tribunal de Contas deve ser considerada abusiva e ilegal. (STJ, REsp 1.407.866/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 11/10/2013)

A certidão emitida pelo Tribunal de Contas em favor do município não é requisito para a liberação de recursos financeiros relativos a convênio celebrado entre a municipalidade e o Estado com o objetivo de auxiliar

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financeiramente a manutenção e o desenvolvimento do ensino fundamental público. Inteligência do art. 25, § 3º, da LC

n. 101/2000. (STJ, RMS 21.610/PR, Rel.ª Min. Denise Arruda, DJe de 16/02/2009).”

g) Impossibilidade de invocar a LRF e a ausência de previsão orçamentária para escusar-se do dever de fornecer

medicamento/tratamento de saúde

“... a falta de previsão orçamentária, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentárias não podem

ser invocadas como escusa para que se deixe de fornecer o tratamento adequado ao paciente. Cumpre assentar que o princípio da reserva do possível não pode se sobrepor aos direitos fundamentais, de forma que o conflito de interesses

deve ser solucionado pela ponderação dos bens jurídicos em disputa, optando o intérprete pela providência que mais se

amolda ao caso. Assim sendo, despicienda, a tese alegada acerca da ausência de previsão orçamentária, visto que empecilhos dessa natureza não prevalecem frente à ordem constitucionalmente estatuída de priorização da saúde.”

(TJPR - 4ª C.Cível - ACR - 1246204-9 - Foz do Iguaçu - Rel.: CRISTIANE SANTOS LEITE - Unânime - - J. 14.10.2014)

h) Improbidade Administrativa – limite de gastos com pessoal

"DIREITO ADMINISTRATIVO. EMBARGOS INFRINGENTES. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PROPOSTA EM FACE DO PRESIDENTE DA CÂMARA DE VEREADORES DE BITURUNA. GASTO COM PESSOAL SUPERIOR AO LIMITE IMPOSTO PELO ART. 71 DA LEI DE

RESPONSABILIDADE FISCAL. ATO ÍMPROBO QUE ACARRETOU DANO AO ERÁRIO E VIOLOU PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. a) Restou incontroverso nos autos que o Requerido autorizou o pagamento de

reajustes salariais aos vereadores e demais servidores do poder legislativo local em inobservância ao art. 71 da Lei de

Responsabilidade Fiscal, que impunha o limite de aumento de gastos com pessoal na ordem de 10% de um exercício para outro nos primeiros três anos de vigência da LRF. b) Por ocasião da edição da Lei de Responsabilidade Fiscal,

houve ampla divulgação de seu conteúdo pelos meios de comunicação, cujos limites nela contidos não poderiam ser

desconhecidos ou ignorados por aqueles que se propõem a gerir a coisa pública. c) Tendo ocorrido dano ao erário, cabível o seu ressarcimento por aqueles que se propõem a gerir a coisa pública. c) tendo ocorrido dano ao erário,

cabível o seu ressarcimento pro aquele que ordenou o cometimento de sua ilegalidade, bem como a aplicação de multa civil de modo a prevenir a ocorrência de novas irregularidades com o dinheiro público. 2) EMBARGOS

INFRINGENTES A QUE SE DÁ PROVIMENTO"

(TJPR, 5.ª CCv.,EmbInfCv. n.º 860.539-0/01, Rel. Des. Leonel Cunha, j. em 04.12.2012, destacou-se).

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. NOMEAÇÃO DE SERVIDORES PARA OCUPAR CARGO EM COMISSÃO. DESPESAS COM PESSOAL QUE EXTRAPOLOU O

LIMITE IMPOSTO NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. CASOS EM QUE É VEDADO AO ADMINISTRADOR

PÚBLICO PROVER CARGO, ADMITIR OU CONTRATAR PESSOAS PARA EXERCER FUNÇÃO PÚBLICA. INCISO IV DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 22 DA LRF. RESSARCIMENTO DO ERÁRIO. SERVIÇO PÚBLICO

EFETIVAMENTE PRESTADO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO." Se a Administração Pública recebe de volta

a remuneração que pagou a seus servidores e ainda aufere os benefícios dos serviços que lhe foram prestados, experimenta claro enriquecimento sem causa" (STJ, Corte Especial, EREsp. n.º 575.551/SP, Rel.ª Min.ª Nancy

Andrighi, j. 01.04.2009). (TJPR - 5ª C.Cível - AC - 1083286-7 - Carlópolis - Rel.: Edison de Oliveira Macedo Filho - Unânime - - J.

03.12.2013)

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ANOTAÇÕES:

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Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

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Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

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Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

EM CASO DE EMERGÊNCIA

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Curso: Advogados Inelegibilidade (Mód. 2) –19 e 20 de Maio de 2016 /Curitiba-PR

Se preferir, escreva seu nome: ______________________Cidade:___________________

Por favor, registre sua sincera opinião quanto à escola, queremos fazer ainda melhor!

1º Qual sua avaliação em relação à qualidade e seriedade da escola

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

2º Qual sua avaliação em relação ao valor de investimento deste curso

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

3º Qual sua avaliação em relação às acomodações e atendimento da escola

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

4º Qual sua avaliação para aula do professor Hélio Querino Jost?

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

5º Qual sua avaliação para aula do professor Clayson do Nascimento Andrade?

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

6º Qual sua avaliação geral para este curso:

( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100

7º Por favor, deixe sua sugestões, crítica ou elogio à escola e/ou Professores:

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8º Quais outros temas podemos lhe atender? Toda semana avaliamos esta demanda e

viabilizamos os próximos cursos:

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Muito Obrigado! Com certeza vamos levar em consideração sua opinião, faremos nosso melhor sempre!