adriana amaral - dias e noites

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    DIAS ENOITESADRIANA AMARAL

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    Ecdise, 2013,

    caixas de papelo e casulosdo bicho da seda, 270x100cm

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    Dias e Noites, exposio/interveno de Adriana Amaral, pode serguiada por dois vetores poticos de grande potncia. Inicialmente, o

    mais claro o que compila a memria pessoal, afetiva e familiar daartista de Ribeiro Preto nessa residncia algo comum e confortvelno Jardim Sumar, zona nobre da cidade do interior de So Paulo.Outro, menos bvio, aquele que indica o quanto o desenvolvimentourbano contamina e modifica, por vezes de modo indelvel, asmicro-histrias e as biografias menores.Um dos traos mais evocativos do tempo nesse lugar to particularpara a obra de Amaral so os numerosos indcios do estado semivivo dacasa, ora pendendo para o abandono, ora enfatizando o quo vital jfora tal construo. Nessa condio intermediria, as folhas dasrvores cadas que se movem pouco com o vento, as fissuras a racharsuperfcies anteriormente de tinta impecvel, as manchas que desenhamas formas dos antigos objetos que povoavam todo o conjunto criam umarcabouo que faz das reminiscncias quase algo fsico, a nosinquietar e nos provocar durante todo o perodo em que permanecemosna casa.A interdio de certos ambientes, como a garagem (o que ser que elacontm agora?), e o escritrio paterno, cujo entrever permitido,mas de relance o acmulo de objetos banais do local chama a ateno,

    mas nem tanto quanto o calendrio congelado em uma data-chave ,ajudam a compor um certo mal-estar neste realce de situaes dedifceis determinaes e leituras. Trs lascas de tempo. Meu prpriotempo em lascas: um pedao de memria, essa coisa no escrita quetento ler; um pedao de presente, aqui, sob meus olhos, sobre a pginabranca; um pedao de desejo, a carta a ser escrita, mas para quem?1,interroga Georges Didi-Huberman.A condio urbana onde est a antiga residncia da famlia daartista, datada de 1963, tambm fundamental para que a obra semanifeste com tal pungncia. Na quente e pouco arborizada Ribeiro

    Preto, o nmero 820 da rua Visconde de Abaet tem frente uma praade elogiado paisagismo e linhas, mesmo que o poder municipal a deixenum estado pouco vivaz.

    IMPERMANENTES

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    A praa Engenheiro Armindo Paione, mais conhecida como praaBraslia, tem alguns passeios de cachorros e donos em horas maismatutinas, porm, em grande parte do dia, permanece sem visitantes,que deixam de frequentar um logradouro de bela formao a pequenaelevao onde est instalada gera um desenho interessante para o

    conjunto, que hoje no possui mais placa de identificao, nem fontenem playground, tampouco pequenas obras de arte pblicas que jestiveram por ali. De todo modo, ips, palmeiras, goiabeiras,paus-brasil e outras rvores ainda so fonte contnua da movimentaode pssaros de diversos portes, sempre com presenas ruidosas a ecoarpelos quarteires do bairro de classe mdia alta.

    NO ESPAO EXPOSITIVODias e Noites pode ser considerado um grande site specific que

    relaciona dados biogrficos da artista com sua investigao visual.Para um entendimento mais completo, necessrio v-lo em conjunto,tal qual um relgio que funciona com preciso pela sincronia entresuas partes menores formadoras o exemplo bom por se relacionar auma instalao presente na mostra e que ser comentada mais frente.No entanto, isso no impede que haja leituras mais detidas sobretrabalhos, de forma mais individualizada.Assim, marcante que a utilizao de imagens e registros,fotogrficos e audiovisuais, realizados num mbito familiar edomstico, e agora reapropriados e potencializados pela artista, seja

    uma estratgia certeira de Amaral. Ento, o filme super-8 que exibido na parte superior da residncia desfila uma srie de imagensno apenas nostlgicas do cotidiano bastante corriqueiro dosfamiliares da artista.Ela frisa em seu texto de introduo ao projeto que no queria que serepetisse o que ocorrera com as casas de avs e tia-av, hoje quasesem nenhum registro. No filme, tais locais so vistos como cenrio de fundo, lcus da harmonia de parentes , cujos volumes e formas noso mais que rastros algo borrados. por isso que a fotografia

    annima poder ser deslocada das lixeiras da histria para as paredesdo museu2, alerta o terico Franois Soulages, pouco antes de

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    comentar a obra de Christian Boltanski, nome-chave dacontemporaneidade em sua singular investigao sobre o passado. Nainstalao que fica no pavimento inferior e traz a cama hospitalar dame da artista, remetendo ao perodo em que a senhora morara naqueladependncia, o conjunto de fotografias que compe o ambiente tambm

    cria um deslocamento temporal, uma zona em que um passeio num Fuscanovinho e um final de semana na praia levam a outros dias. [...] Amquina fotogrfica , neste sentido, um instrumento de projeo e umelemento do teatro elaborado pela famlia para convencer-se de que una e indivisvel3, sublinha Rosalind Krauss.Tambm hbil a disposio da artista em justapor registros deelementos algo ordeiros e disciplinados da rotina caseira, como acoleo de 43 pratos de distintas e exticas origens que pairavam nasala de jantar, e coisas hoje encaradas com alguma estranheza, comoa pintura a retratar a matriarca, tela anteriormente desprezada pela

    personagem por alegada parca fidelidade figura real. Vistaconjuntamente com outros elementos gastos da casa, como malas eespelhos, acentua os dados anacrnicos que constituem boa poro dequalquer vivncia familiar.Contudo, nesse sentido, a obra mais robusta a atestar o carterinexorvel do tempo Menos um, menos um, menos um, instalao que sevale do som do andar determinado e regular de um relgio, em chaveamplificada e que tinge, impregna de mal-estar os mveis de cerejeirada biblioteca da residncia. No sempre que a sensao de finitude,

    fragilidade e precariedade toma um ambiente por inteiro. Parecefrisar tambm que a cidade l fora hoje uma metrpole regional ondeshoppings de grande escala tomaram o lugar de colgios de tradio,onde carros importados desfilam ruidosamente seus cavalos a perturbarfauna e flora menos ostensivas, onde praas antes povoadas hojesedimentam apenas rastros e indcios de uma urbanidade que j foimais afvel a seus moradores um outro espao.

    1.DIDI-HUBERMAN, Georges. Cascas. Revista Serrote, Instituto Moreira Salles, So Paulo,2013, n. 13, p. 1002.SOULAGES, Franois. Esttica da Fotografia Perda e Permanncia. So Paulo, SenacSP, 2010, p. 1803.KRAUSS, Rosalind. O Fotogrfico. Barcelona, Gustavo Gili, 2012, p. 221

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    Sem ttulo(da srie Dias e Noites), 2013,

    leo sobre tela de autor desconhecido,

    s.d., dimenses variveis.

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    Sem ttulo(da srie Dias e Noites), 2013,

    armrio, mala e espelho.

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    Agosto inacabado,2013,

    instalao, dimenses variveis.

    (detalhe)

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    Agosto inacabado, 2013,instalao, dimenses variveis.

    (detalhe)

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    Trilogia Lugares que moram para sempre, 2012, fotografia, 146x220cm.

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    Trilogia Lugares que moram para sempre, 2012, fotografia, 146x220cm.

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    Trilogia Lugares que moram

    para sempre,2012,

    fotografia,

    146x220cm.

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    Srie Dias e Noites, Sem Ttulo, 2013,

    filme 8mm, s.d., 435

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    Srie Dias e Noites, Sem Ttulo, 2013,

    filme 8mm, s.d., 435

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    Srie Dias e Noites, Sem Ttulo, 2013,

    instalao composta por impresso

    fotogrfica sobre papel e cama

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    Srie Dias e Noites, Sem Ttulo, 2013,instalao composta por impresso

    fotogrfica sobre papel e cama

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    Srie Dias e Noites, Sem Ttulo, 2013,

    instalao composta por impresso

    fotogrfica sobre papel e cama

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    Adriana Amaral comeou a desenvolver trabalhos em fotografia em2003. Desde ento, seu interesse no parece estar no simples revelardas superfcies das coisas. Em sua investigao, a imagemfotogrfica ganha uma dimenso quase visceral, como se a ela fossepossvel alcanar uma parte mais interna de tudo o que est em seuentorno. O mundo ganha um aspecto menos real, menos denso, paraassemelhar-se ao que se pode chamar de onrico, termo que, no poracaso, intitula um de seus trabalhos de 2006. Tambm em Paisagemvero, de 2007, Sem ttulo (Srie Azuis), de 2007; Paisagem Inverno,de 2008; e Releitura de Kichner, de 2009, a camada mais visvel dascoisas torna-se cada vez menos espessa. Este ltimo ano, o trabalhode Adriana Amaral parece ganhar sua maturidade. A maneira como alia

    a diluio das formas e o colorido intenso resulta no interesse emtratar no apenas a fotografia em si mesma como detentora dememria, mas tambm testando o quanto o meio fotogrfico capaz dedar conta de nossas memrias em seu estado mais inslito. Em seustrabalhos mais recentes, embora as superfcies das coisas seapresentem de maneira mais concreta, sua dimenso onrica parecepersistir como em Entradas, de 2011, ao isolar portas do todoarquitetnico do qual fazem parte.Em seu processo, ainda que opte pela instantaneidade do meiofotogrfico, Adriana Amaral traz para seu trabalho um tempo de

    elaborao mais estendido, mais reflexivo. Em 2013, realizou aindividual Dias e noites, organizada na casa habitada por seus paispor 49 anos. Essa exposio pode ser analisada como uma espcie desite-specific, pelo modo como a artista pensa o prprio lugar: oestado atual de sua estrutura fsica e as memrias afetivas que aartista carrega da casa que viveu por 40 anos. Todo o trabalho foipensado enquanto processo, detendo ateno sobre o transcorrer deuma histria que cada um carrega consigo. Assim, o trabalho buscaestabelecer dilogos especficos com os aspectos visveis de umatemporalidade impregnada na pintura das paredes, no piso desgastadoe na estrutura dos mveis e objetos que ali permaneceram,deslocados, como testemunhos de outra poca vivida.

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    Menos um, menos um, menos um, 2013,

    instalao sonora.

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    Trilogia Lugares que moram

    para sempre, 2012,

    fotografia, 150x75cm.

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    Trilogia Lugares que moram para sempre,

    2012, fotografia, 150x75cm.

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    MARIO GIOIA

    IMPERMANENT

    Two highly powerful poeticvectors may guide Dias eN o i t e s ,

    exhibition/intervention byAdriana Amaral. Primarily, themost evident is the one thatgathers the Ribeiro Pretoartists personal, affectiveand family memory in thiscommon and comfortable homelocated in Jardim Sumar, areputable neighborhood in acity in the countryside of So

    Paulo State. Another and lessobvious vector is the one thatindicates how much the urbandevelopment affects andchanges, sometimespermanently, the lessrenowned micro-histories andbiographies.One of the features that moststrongly evoke time in this

    place that is so intimate forthe artists work are the manytraces of the semi-alive stateof the house, both indicatingabandonment and emphasizinghow useful the place once was.In this intermediarycondition, the leaves of thefallen trees that move a

    little with the wind, thefissures in the surfaces that

    used to be impeccably painted,the stains that mark theshapes of objects that used tobe part of a largercomposition create an outlinethat turn memories intosomething nearly physical, and

    it disturbs us and provokes uswhile we are inside the house.Some rooms of the house areclosed, such as the garage (Iwonder, what might be keptthere today?), and herfathers office, whose insidewe are able to see onlypartially the number ofcommon objects in the place

    call our attention, but whatmost surprises us is thecalendar that shows a specifickey-date , and they help tocreate a certain discomfort asa result of this set ofsituations that are hard todetermine and to interpret.Three flecks of time. My own

    time in flecks: a piece ofmemory, this unwritten thing Itry to read; a piece ofpresent, here, before my eyes,on the white page; a piece ofdesire, the letter to bewritten, but to whom?1, asksGeorges Didi-Huberman.The urban condition in whichthe artists former family

    residency, built in 1963, is

    located is a fundamentalaspect that enables the workto be so poignantly expressed.In a city such as RibeiroPreto, which is hot andlacking in trees, the number820 of Visconde de Abaet

    Street stands right acrossfrom a square whose shapes andlandscape design is praised byeveryone, despite the factthat local authorities do nottake much care of it.Engenheiro Armindo PaioneSquare, most commonly known asBraslia Square, is visited inthe early hours of the day by

    residents walking their dogs,but no visitors appear duringthe rest of the day, and thebeautiful place is left alone the small elevation where itis located creates aninteresting shape for theplace where there is no longera fountain or a playground, or

    even the small public works ofart that once have been there.Anyhow there are tabebuiatrees, palm trees, guavatrees, Brazilwood, amongothers, still ensure thepresence of birds of differentsizes whose singing echoesabout the streets of thehigh-middle class

    neighborhood.

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    IN THE EXHIBITION SPACE

    Dias e Noites may beconsidered a large-scalesite-specific piece thatcombines the artistsbiographical data and hervisual research. To better

    understand it, we must see itas a single set just like aclock, which works withprecision as a result of thesynchronicity among itssmaller spare parts this isa good example because itrelates directly with onespecific installationcontained in the show and on

    which we will comment later.However, it does not preventthe emergence ofinterpretations regarding eachwork individually.Thus, it is noticeable thatthe use of family images andrecords, both photographic andaudiovisual, which now theartist reappropriates andtakes to a different level, isa successful strategy. So, thesuper-8 film that is shown inthe upper floor of the houseshows a series of not onlynostalgic images from theevery- day lives of herrelatives.She points out in the

    introduction of the projectthat she did not want to see

    happening to this house whathappened to her grandmothersand her grandmothers sistershouses, of which there isbarely no record. In the film,these places are seen asbackground, as locus for the

    harmony of relatives , whosevolumes and shapes are onlyblurry traces. This is whythe anonymous photography canbe removed from the garbagebins of history and placed inthe walls of museums2, saystheoretician FranoisSoulages, just before hecommented on Christian

    Boltanskis work, a prominentname in contemporary art whodevelops a unique research onthe past. In the ground floorinstallation that includes theartists mothers hospitalbed, which makes reference tothe time when the elderly ladylived in that room, the set ofphotographs contained in theplace also creates a sort oftime displacement, a zonewhere going for a ride in abrand new Beetle and a weekendat the beach take us todifferent days. [...] Thephotographic camera is, inthis sense, an projection tooland an element of theater

    elaborated by the family toconvince itself that it is one

    and indivisiable3, underlinesRosalind Krauss.Another insightful aspect isthe artists idea ofjuxtaposing records of neatand orderly elements of thehousehold routine, such as a

    collection comprised of 43plates from different andexotic places located in thedinning room, and things thatare currently seen as odd,such as the painting thatportrays the matriarch, whichwas left aside by itscharacter who claimed itsdepiction was not faithful to

    the real figure. Seen togetherwith the other worn outelements of the house, such assuitcases and mirrors, itreinforces the anachronic datathat make up a large portion ofany family life.However, in this sense, thestrongest work that verifiesthe inexorable feature of timeis Menos um, menos um, menosum, installation in which theamplified, determined andregular sound of a clockreaches and fills withdiscomfort the cherry woodfurniture of the library ofthe house. It is very rare towitness the feeling of

    finitude, frailness andprecariousness filling an

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    feeling of finitude, frailnessand precariousness filling anentire environment. It seemsto highlight that the cityoutside today, a regionalmetropolis where hugeshopping malls took place of

    traditional schools; whereimported cars loudly exhibitthe power of their horses anddisturb the less flamboyantfauna and flora; where Squaresthat used to be filled withpeople now can only presenttraces of an urban life thatused to be more friendly withits residents is a different

    space.

    1. DIDI-HUBERMAN, Georges. Cascas.Revista Serrote, Instituto MoreiraSalles, So Paulo, 2013, n. 13, p.

    1002. SOULAGES, Franois. Esttica daFotografia Perda e Permanncia.

    So Paulo, Senac SP, 2010, p. 1803. KRAUSS, Rosalind. O Fotogrfico.

    Barcelona, Gustavo Gili, 2012, p.221

    Srie Dias e Noites,

    Sem Ttulo, 2013,

    instalao composta por impresso

    fotogrfica sobre papel e cama

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    CAROLINA SOARES

    Adriana Amaral began todevelop photographic piecesin 2003. Since then, shesbeen interested in more than

    revealing the surface ofthings. In her research, thephotographic image takes on anearly visceral dimension, asif the artist were able toreach a more inner part ofeverything that surroundsher. The world takes on anaspect that is less real andless dense and becomessimilar to what we may calloneiric a word that, not bychance, entitles one of her2006 works. Also in Paisagemvero, of 2007; Sem ttulo(Srie Azuis), of 2007;Paisagem Inverno, of 2008;and Releitura de Kichner, of2009, the most visible layer

    of things becomes less andless thick. Last year,Adriana Amarals work seemedto have reached maturity. Theway she combines dilution ofshapes and intense colorsresults in the interest on notonly dealing with photographyitself as holder of memory,but also testing how much the

    photographic medium is able

    to deal with our memories intheir most unusual state. Inher most recent works,although the surface ofthings is present moreconcretely, its oneiricdimension seem to remain as in

    her 2011 Entradas, in whichdoors are isolated from thearchitectural set of whichthey are part.In her creative process,Adriana Amaral adopts a moreextended and moreself-referent period ofelaboration, even though shechooses the instantaneous

    photographic medium. In 2013,she organized her solo showDias e noites in the housewhere her parents lived for 49years. The show may beanalyzed as a sort ofsite-specific project givenhow the artist understandsthe place: the current stateof its physical structure andthe affective memory of thehouse where she lived for 40years. The whole work wasconceived as process, payingattention to the unfolding ofa history that each onecarries within oneself.Therefore, the work seeks toestablish specific dialogues

    with the visible aspects of a

    time that is present in thepainted walls, in theworn-out floor and in thestructure of the remainingand displaced furniture andobjects, which aretestimonies of a different

    time.

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    Ecdise, 2013,instalao caixas depapelo e casulos do bicho da seda,270x100cm

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    3C | Centro de Criao Contempornea

    Exposio Adriana Amaral - Dias e Noitesde 04 de setembro a 11 de outubro de 2013

    Coordenao executivaSuzy Arajo

    Design grficoMoyss Lavagnoli

    MontagemConstantino SarantipoulosSergio Nunes

    Catlogo da exposio

    Edio

    Josu Mattos

    TextosMario GioiaCarolina Soares

    Design grficoIngryd CalazansProduo

    Suzy Arajo

    TradutoraMrcia Macedo

    RevisoDenize Gonzaga

    Lista de agradecimentos

    Ana Luisa Consoni Guimares, Leticia de Paula Jacintho, Constantino Athansio Sarantopoulos,caro Sarantopoulos, Felipe Restini, Projeto Construtora, Sr e Sra Mateus Leone, Sr e Sra JosJoo Franco do Amaral, Rubens Mano, Stream Palace Hotel, K2 Imagens, Vera Lcia Rocha, HeloisaDiniz Junqueira, Dar, Mario Gioia, Carolina Soares, Ronaldo Paskakulis, Piti Meinberg, RogerioBaldini, Rafael Novaes, Professor Roque Takahashi e Helio Martins.

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    3C - Centro de Criao Contempornea umaincubadora de projetos que atua em rede e demodo colaborativo com artistas, curadores eamantes da arte em todo territrio nacional.Tem por inteno publicar livros, revistas ecatlogos virtuais, disponveis em seuwebsite www.3c.art.br

    A realizao da exposio e da edio do catlogo deDias e Noites foi possvel graas ao apoio dosassociados do Programa de Mltiplos do 3C.

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