administração pública e servidores públicos

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Administração Pública e Servidores Públicos Direito Administrativo p/ SEJUSP MG Prof. Erick Alves Prof. Sérgio Machado

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Administração Pública e Servidores Públicos Direito Administrativo p/ SEJUSP MG

Prof. Erick Alves

Prof. Sérgio Machado

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@proferickalves e @profsergiomachado Adm Pública e Servidores Públicos

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Direito Administrativo para SEJUSP MG

Sumário APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................ 4

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – DISPOSIÇÕES GERAIS .................................................................................... 5 PRINCÍPIOS EXPRESSOS ............................................................................................................................................... 5 ACESSO A CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS ....................................................................................................... 6 CONCURSO PÚBLICO ................................................................................................................................................. 10 CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES DE CONFIANÇA ......................................................................................................... 13 DIREITO DE ASSOCIAÇÃO SINDICAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS ........................................................................................ 15 DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS .............................................................................................................. 15 CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA ..................................................................................................................................... 16 FIXAÇÃO, ALTERAÇÃO E REVISÃO GERAL ANUAL ............................................................................................................. 16 TETO REMUNERATÓRIO ............................................................................................................................................. 19 LIMITE AOS PODERES LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO ........................................................................................................... 22 VEDAÇÃO À VINCULAÇÃO E À EQUIPARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES ..................................................................................... 23 VEDAÇÃO À INCIDÊNCIA CUMULATIVA DE ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS ................................................................................. 25 IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS E SUBSÍDIOS .......................................................................................................... 25 ACUMULAÇÃO DE CARGOS NA ATIVIDADE ..................................................................................................................... 26 ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS ............................................................................................................. 28 ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA E SERVIDORES FISCAIS ..................................................................................................... 30 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ......................................................................................................................................... 31 LICITAÇÃO PÚBLICA ................................................................................................................................................... 33 PUBLICIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................... 34 PARTICIPAÇÃO DO USUÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................................................................. 36 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA .................................................................................................................................. 37 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ......................................................................................................................... 39 PRESCRIÇÃO PARA ILÍCITOS E PARA AÇÕES DE RESSARCIMENTO ........................................................................................ 41 CARGO DE INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS ..................................................................................................................... 42 CONTRATO DE GESTÃO .............................................................................................................................................. 42 AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS .......................................................................................................................... 43 MANDATOS ELETIVOS ............................................................................................................................................... 44

SERVIDORES PÚBLICOS ........................................................................................................................... 47 REGIME JURÍDICO ÚNICO ............................................................................................................................................ 47 FIXAÇÃO DOS PADRÕES DE VENCIMENTO ...................................................................................................................... 47 INCENTIVOS À EFICIÊNCIA ........................................................................................................................................... 48 DIREITOS TRABALHISTAS APLICADOS AOS SERVIDORES ................................................................................................... 49 VEDAÇÃO À INCORPORAÇÃO DE VANTAGENS TEMPORÁRIAS E VINCULADAS AO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA OU DE

CARGO EM COMISSÃO .......................................................................................................................................................... 50 REGIME DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS ................................................................................ 50

Considerações gerais ......................................................................................................................................... 50 Modalidades de aposentadoria ........................................................................................................................... 51

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Valor dos proventos e das pensões ..................................................................................................................... 54 Regime de Previdência Complementar ............................................................................................................... 55 Aposentadorias especiais ................................................................................................................................... 56

ESTABILIDADE .......................................................................................................................................................... 59 Perda do cargo do servidor já estável ................................................................................................................. 60

REINTEGRAÇÃO, RECONDUÇÃO, APROVEITAMENTO E DISPONIBILIDADE ............................................................................. 60

QUESTÕES DE PROVA COMENTADAS ....................................................................................................... 65

LISTA DE QUESTÕES .............................................................................................................................. 112

GABARITO ............................................................................................................................................... 127

RESUMO DIRECIONADO ......................................................................................................................... 128

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 136

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Apresentação

Fala, meu querido aluno, minha querida aluna! Que alegria ver você por aqui!

Mas olha só: nesta aula, serei objetivo na medida certa. Não vou escrever nem tão pouco e nem demais. Não quero prejudicar a sua compressão. Por outro lado, também não quero que você não perca seu tempo estudando coisa que não vão cair na sua prova.

Beleza?

Então vem comigo. Vamos conversar um pouquinho...

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Administração Pública – Disposições Gerais

Tudo que veremos agora está no Título III, mais especificamente no Capítulo VII da CF. A parte sobre as disposições gerais da Administração Pública está na Seção I desse capítulo (artigos 37 e 38). E a parte sobre os servidores públicos está na Seção II, também desse capítulo (artigos 39 a 41).

Agora que você já está “situado no mapa”, vamos começar!

Princípios expressos

A Constituição Federal, no caput do art. 37, estabelece de forma expressa alguns princípios básicos que devem pautar a atuação da Administração Pública.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Importante perceber que tais princípios devem ser observados por toda a Administração Pública, direta e indireta, de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Não existe exceção em relação à observância dos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência por parte da Administração Pública (famoso mnemônico: LIMPE). Segundo Carvalho Filho, esses princípios revelam as diretrizes fundamentais da Administração, de modo que só se poderá considerar válida a conduta administrativa que estiver compatível com eles.

Princípios Expressos

L Legalidade

I Impessoalidade

M Moralidade

P Publicidade

E Eficiência

Aplicáveis a:

- Administração direta e indireta

- Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário

- União, Estados, DF, Municípios

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Questões para fixar [Q1622397] VUNESP - Prefeitura de Dois Córregos - SP - Fiscal de Tributos – 2019

São princípios da Administração Pública expressamente previstos na Constituição:

A) harmonia e independência entre poderes, redução das desigualdades sociais, soberania, igualdade e fraternidade.

B) igualdade, liberdade, fraternidade, gratuidade e modicidade tarifária.

C) publicidade, legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.

D) combate à corrupção, publicidade, pessoalidade, moralidade e eficiência.

E) legalidade, pessoalidade, moralidade, eficácia e efetividade.

Comentários:

princípios da Administração Pública expressamente previstos no artigo 37 da Constituição Federal compõem o famoso mnemônico LIMPE: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Gabarito: C

Acesso a cargos, empregos e funções públicas

Todas as atividades do Estado são efetivamente exercidas pelas pessoas físicas lotadas nos diversos órgãos e entidades governamentais, nas três esferas de Governo (União, Estados, DF e Municípios), nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). São os chamados agentes públicos.

Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal atribuída a órgão ou a entidade da Administração Pública (conforme Hely Lopes Meirelles).

No âmbito da Administração Pública, os agentes públicos ocupam cargos ou empregos ou exercem função.

Por meio do inciso I do art. 37, a Constituição da República garante o direito de amplo acesso aos cargos, empregos e funções públicas:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Esse inciso foi modificado pela Emenda Constitucional 19/98, estendendo o direito de acesso aos cargos, empregos e funções a estrangeiros, na forma da lei.

Cargo público é o lugar ou posição jurídica a ser ocupado pelo agente na estrutura da Administração (Lucas Furtado, 2014, p. 715). Quando um indivíduo é aprovado no concurso da Receita Federal, por exemplo, ele passa a ocupar um dos respectivos cargos do órgão, como o cargo de Auditor-Fiscal ou o de Analista Tributário.

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A existência do cargo público remete à adoção de regime jurídico estatutário, vale dizer, a relação jurídica entre o agente e o Estado é definida diretamente por uma lei, de que seriam exemplos os servidores públicos regidos pela Lei 8.112/1990.

O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”). Ressalte-se que mesmo os cargos em comissão são estatutários, muito embora seu regime de previdência seja o regime geral aplicável aos empregados celetistas.

Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos dos órgãos e entidades de direito público, isto é, administração direta, autarquias e fundações públicas.

O emprego público, por sua vez, também designa um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da Administração. Diferencia-se do cargo público em razão do regime jurídico aplicável: o ocupante de emprego público tem um vínculo contratual, sob a regência da CLT, enquanto o ocupante do cargo público, como visto, tem um vínculo estatutário, disciplinado diretamente por uma lei específica.

Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos da Administração direta e indireta; são mais comuns nas entidades administrativas de direito privado, isto é, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado.

Já a função pública constitui o conjunto de atribuições às quais não necessariamente corresponde um cargo ou emprego. Trata-se, portanto, de um conceito residual. Na Constituição Federal, abrange apenas duas situações:

i. as funções exercidas por servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX);

ii. as funções de natureza permanente, correspondentes a chefia, direção, assessoramento ou outro tipo de atividade para a qual o legislador não crie cargo respectivo; em geral, são funções de confiança, de livre provimento e exoneração (art. 37, V).

Cargo público

Efetivo

Concurso público

Estabilidade

Estatutários

Em comissão

Livre nomeação e exoneração

Estatutários, mas vinculados ao RGPS

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Esquematizando

Pois bem...

Apesar de garantir o direito de amplo acesso aos cargos, empregos e funções públicas, ao condicionar o acesso à satisfação dos “requisitos estabelecidos em lei”, a Carta Magna permite que se imponham certas restrições a esse acesso, como requisitos de idade, altura e sexo, de acordo com a natureza do cargo (art. 39, § 3º). A restrição eventualmente imposta ao acesso a determinado cargo público deve sempre guardar correspondência com a real necessidade para o exercício da função: devem ser observados os princípios da isonomia, razoabilidade e impessoalidade.

Art. 39, § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Questões para fixar VUNESP - Prefeitura de Campinas - SP - Agente Administrativo – 2019

O exercício da função pública, que é cometida ao órgão ou à própria entidade, é realizado por pessoas físicas: agentes públicos. Assim, considera-se ______ toda __________vinculada, ________, ao exercício de função pública.

Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, preenche as lacunas.

A) servidor público … pessoa física ou jurídica … definitivamente

B) órgão público … pessoa física ou jurídica … definitivamente

C) agente público … pessoa física … definitiva ou transitoriamente

D) agente público … pessoa jurídica … definitivamente

E) órgão público … pessoa jurídica … transitoriamente

Comentários:

Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal atribuída a órgão ou a entidade da Administração Pública (conforme Hely Lopes Meirelles).

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Gabarito: C

VUNESP - Câmara de Nova Odessa - SP - Assessor Jurídico I – 2018

Os conceitos de agentes públicos e servidores públicos se confundem, sendo tratados na doutrina como sinônimos.

Comentários:

Os conceitos de agentes públicos e servidores públicos não são sinônimos!

Gabarito: Errado

VUNESP – Prefeitura de São José do Rio Preto - SP – 2014 – adaptada

Função pública é o lugar, dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente.

Comentários:

a) ERRADA. No âmbito da Administração Pública, os agentes públicos ocupam cargos ou empregos ou exercem função, onde:

- cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (Art. 3º da Lei 8.112/90);

- emprego público também designa um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da Administração, mas regido pela CLT, enquanto o cargo diz respeito ao regime estatutário;

- função pública constitui o conjunto de atribuições às quais não necessariamente corresponde um cargo ou emprego. Trata-se, portanto, de um conceito residual. Na Constituição Federal, abrange apenas duas situações:

i. as funções exercidas por servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (Art. 37, IX);

ii. as funções de natureza permanente, correspondentes a chefia, direção, assessoramento ou outro tipo de atividade para a qual o legislador não crie cargo respectivo; em geral, são funções de confiança, de livre provimento e exoneração (Art. 37, V).

Logo, o enunciado tanto não tem relação com função pública, como não descreve com precisão cargo ou emprego público.

Gabarito: Errado

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Concurso público

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Para ocupar cargos e empregos públicos efetivos é obrigatória a aprovação prévia em concurso público.

O concurso público é o mecanismo utilizado para se concretizar o princípio da isonomia no acesso ao serviço público. Por essa razão, ele deve ser acessível ao público em geral, deve ser amplamente divulgado e os critérios de escolha devem ser claros, objetivos e previamente definidos.

O concurso público deve ser sempre de “provas” ou de “provas e títulos”. Portanto, não se admite concurso público em que não se realize provas. Você vai fazer uma prova, não é mesmo?

A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!) de provimento efetivo, abrangendo tanto os cargos das entidades de direito público como os empregos públicos das entidades administrativas de direito privado, integrantes da administração indireta.

Em outras palavras: a aprovação prévia em concurso público é princípio constitucional cuja obediência é obrigatória para a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

De outro lado, a aprovação em concurso público não é exigida para:

Ø PRINCIPAIS EXCEÇÕES À REGRA DO CONCURSO PÚBLICO:

• Nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II).

• Contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).

• Contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, os quais devem ser admitidos por meio de “processo seletivo simplificado”, que não se confunde com concurso público (CF, art. 198, §4º).

• Cargos eletivos (prefeitos, governadores, deputados, etc);

• Ex-combatentes (art. 53, I do ADCT).

A investidura em cargos em comissão não depende de aprovação prévia em concurso público

Continuando...

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

O prazo de validade de um concurso público é definido de forma discricionária pela Administração, podendo ser de até dois anos (pode ser menos, mas no máximo dois). Igualmente, a decisão de prorrogar ou não

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o prazo inicial de validade constitui ato discricionário da Administração. No final das contas, o prazo de validade de um concurso público pode chegar a até quatro anos: 2 anos + 2 anos de prorrogação = 4 anos.

A Constituição Federal (art. 37, §2º) também estabelece que a não observância da exigência de concurso público ou do seu prazo de validade “implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei”. Sendo assim, os atos administrativos de nomeação ou contratação para cargos ou empregos efetivos que não tenham sido precedidos de concurso público, ou que tenham ocorrido após o transcurso do prazo de validade do certame, são eivados de ilegalidade e, assim, poderão ser anulados pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, implicando o desligamento das pessoas ilegalmente admitidas. Saliente-se, contudo, que a remuneração recebida por essas pessoas em razão do serviço efetivamente prestado não precisará ser devolvida, sob pena de enriquecimento sem causa do Estado.

Art. 37, § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

Em relação à necessidade de observância da ordem de classificação no certame quando da nomeação dos aprovados, frequentemente aponta-se como fundamento dessa obrigatoriedade o art. 37, IV da CF:

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

Conforme ensinam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, tal dispositivo deve ser lido assim: “durante o prazo de validade de um determinado concurso, aqueles nele aprovados devem ser convocados para assumir o respectivo cargo ou emprego antes que se convoque qualquer candidato aprovado em um novo concurso realizado para o mesmo cargo ou emprego. Frise-se que essa regra só se aplica enquanto o primeiro concurso estiver dentro do seu prazo de validade”.

Em outras palavras: nada impede que se abra um novo concurso durante o prazo de validade não expirado de um concurso anterior. Porém, a Administração só poderá convocar novos aprovados após esgotarem-se os aprovados do primeiro concurso.

Finalmente, a Constituição Federal prevê que, nos concursos públicos, um percentual de vagas deve ser reservado para candidatos portadores de deficiência:

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Essa norma constitucional não dispensa as pessoas portadoras de deficiência da realização de concurso público, mas apenas determina que a Administração reserve um percentual de vagas a essas pessoas, conforme definido em lei.

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Questões para fixar [Q493952] VUNESP - TJ-PA - Auxiliar Judiciário – Reaplicação – 2014

Segundo a Carta Magna brasileira, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para

A) cargo de nível médio em secretarias municipais.

B) emprego público na Administração Indireta.

C) cargo do Poder Legislativo que não exija curso superior.

D) cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

E) cargo de provimento efetivo ou emprego público temporário.

Comentários:

De acordo com o artigo 37, II, da CF:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Gabarito: D

VUNESP - PC-SP - Papiloscopista Policial – 2018 – adaptada

Nos termos da Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que o prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável uma vez, por igual período.

Comentários:

Na verdade, o prazo de validade do concurso público será de até dois anos (e não três), prorrogável uma vez, por igual período (CF, art. 37, III).

Gabarito: Errado

VUNESP - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – 2018 – adaptada

A investidura em cargo ou emprego público se dá exclusivamente por aprovação prévia em concursos públicos de provas ou de provas e títulos.

Comentários:

O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”).

A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!) de provimento efetivo. Isso significa que a aprovação em concurso público não é exigida para a nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente.

Conforme art. 37, II, da CF:

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II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Portanto, corrigindo a questão, a investidura em cargo ou emprego público não se dá exclusivamente por aprovação prévia em concursos públicos de provas ou de provas e títulos.

Gabarito: Errado

VUNESP - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – 2018 – adaptada

O prazo de validade do concurso público é de dois anos, podendo ser prorrogado, pelo mesmo período, por duas vezes.

Comentários:

O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, e só pode ser prorrogado uma única vez, por igual período (CF, art. 37, III). No final das contas, o prazo de validade de um concurso público pode chegar a até quatro anos: 2 anos + 2 anos de prorrogação = 4 anos.

Gabarito: Errado

VUNESP - PC-BA - Investigador de Polícia – 2018 – adaptada

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

Comentários:

Tal como prescreve o inciso VIII, do artigo 37, da CF:

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Gabarito: Certo

Cargos em comissão e funções de confiança

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

Os cargos em comissão distinguem-se dos cargos efetivos em razão dos requisitos necessários à investidura do agente. No caso do cargo efetivo, como vimos, a investidura pressupõe aprovação em concurso público, ao passo que no provimento em comissão a escolha do servidor é feita a partir de livre nomeação e de livre exoneração. Qualquer pessoa, mesmo que não seja servidor público efetivo, pode ser nomeada para exercer um cargo em comissão.

A Constituição, contudo, exige que a lei estabeleça os percentuais mínimos de cargos em comissão a serem preenchidos por servidores de carreira concursados, além de casos e condições em que obrigatoriamente isso deva ocorrer.

Nesse momento, é interessante lembrar da famosa Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que veda a prática do nepotismo na nomeação para cargos em comissão ou funções de confiança. Confira:

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Jurisprudência A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Esquematizando

Questões para fixar [Q85606] VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário – 2010

As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas

A) aos cargos técnicos e de professor.

B) às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

C) aos cargos técnicos e de assessoramento.

D) aos cargos das áreas de saúde e da educação.

E) os cargos do Poder Judiciário.

Comentários:

Nos termos do inciso V, do artigo 37, da CF:

Retorno de

despesas aos limites

Função de confiança

Somente servidor eFetivo

Designação e dispensa

Cargo em comissão

Qualquer pessoa (lei estabelecerá % mínimo para servidores de carreira)

Nomeação e exoneração

Os ocupantes exclusivamente de cargo em comissão são servidores públicos, mas se

sujeitam ao RGPS e não possuem estabilidade

Direção

Chefia

Assessoramento

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V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

Repare que a questão praticamente copiou o dispositivo constitucional, omitindo somente a última parte.

Gabarito: B

Direito de associação sindical dos servidores públicos

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Veja só: o direito à livre associação sindical é garantido ao servidor civil! Os militares não têm esse direito! Aliás, a própria CF dispõe que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve” (art. 142, § 3º, IV).

Direito de greve dos servidores públicos

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

Diferentemente do dispositivo constitucional que assegura o direito à associação sindical (que é autoaplicável), a norma que trata do direito de greve dos servidores públicos possui eficácia limitada, ou seja, requer a edição de uma lei (ordinária) para que produza efeitos.

Contudo, a lei requerida pela Constituição até hoje não foi editada. Diante da inércia do legislador, o Supremo Tribunal Federal, em sede de mandado de injunção, determinou a aplicação temporária, ao setor público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei 7.783/1989), até que o Congresso Nacional edite a mencionada norma regulamentadora.

A doutrina ressalta que o art. 37, VII da CF não se aplica aos empregados públicos, mas apenas aos servidores públicos estatutários. O direito de greve dos empregados públicos é assegurado pelo art. 9º da CF, norma autoaplicável que trata do direito de greve da iniciativa privada.

Questões para fixar VUNESP - PC-BA - Escrivão de Polícia – 2018 - adaptada

Aos militares é assegurado o direito à livre associação sindical, porém é vedado o direito à greve.

Comentários:

Tanto a sindicalização quanto o direito de greve são vedados aos militares. A CF dispõe que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve” (art. 142, § 3º, IV).

Gabarito: Errado

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Contratação temporária

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)

Como já foi dito, a contratação de agentes públicos temporários constitui exceção à regra do concurso público como meio de ingresso no serviço público.

Cada ente federado deve regular em lei própria como se dará a contratação dos agentes públicos temporários na respectiva esfera de governo. Não é, portanto, uma norma geral que irá regular o assunto em âmbito nacional; no caso, deve haver respeito à autonomia administrativa dos entes.

Os agentes temporários não ocupam cargo ou emprego público, não estando sujeitos a regime estatuário nem a regime celetista. Diz-se que os contratados por tempo determinado apenas exercem função pública remunerada temporária (função autônoma, justamente por não estar vinculada a cargo ou emprego). O contrato que firmam com a Administração é um contrato de direito público, e não um contrato de trabalho regido pela CLT.

Questões para fixar VUNESP - Prefeitura da Estância Turística de Guaratinguetá – Procurador – 2019 - adaptada

Os agentes públicos temporários são, em regra, sujeitos ao regime celetista de contratação.

Comentários:

Os agentes temporários não ocupam cargo ou emprego público, não estando sujeitos a regime estatuário nem a regime celetista. O contrato que firmam com a Administração é um contrato de direito público, e não um contrato de trabalho regido pela CLT.

Gabarito: Errado

Fixação, alteração e revisão geral anual

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Regulamento)

Dispositivo que trata da fixação e da revisão geral anual (RGA) da remuneração e dos subsídios dos servidores públicos.

De se destacar, primeiramente, que o dispositivo se refere apenas às espécies remuneratórias que os servidores estatutários podem receber. Não engloba, portanto, os salários dos empregados públicos. O dispositivo também não abrange os vencimentos dos militares, mas apenas dos servidores públicos civis.

Os vencimentos e os subsídios dos servidores públicos, em regra, só podem ser fixados ou alterados por lei específica, vale dizer, toda vez que se pretender alterar a remuneração de qualquer cargo público deve ser editada uma lei ordinária que somente trate do assunto “revisão da remuneração de cargos públicos”. Portanto, para cada

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revisão, em cada ano, deverá ser aprovada lei específica. Tal lei até poderá abranger mais de um cargo; o que não pode variar é o assunto.

Acerca do trecho do dispositivo que se refere à necessidade de ser observada a iniciativa privativa, a regra é que tal iniciativa não pode extrapolar o âmbito do respectivo Poder. Assim, a iniciativa das leis é repartida entre o chefe do Executivo (CF, art. 61, §1º, II, “a”), Tribunais do Judiciário (CF, art. 96, II, “b”), Câmara dos Deputados e Senado Federal (CF, art. 51, IV; e art. 52, XIII, respectivamente), Ministério Público (CF, art. 127, §2º) e Tribunal de Contas (CF, art. 73 c/c art. 96).

Não seria legítimo ao chefe do Executivo, por exemplo, propor projeto de lei para definir a revisão em outro poder; assim como parlamentar não pode propor idêntica solução para os servidores do Executivo.

No caso dos deputados federais, dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estados, a competência para fixação dos respectivos subsídios é exclusiva do Congresso Nacional, que o faz por decreto legislativo e não por lei, nos termos do art. 49, VII e VIII da CF. Portanto, constituem exceções à regra do art. 37, X, que exige a edição de lei específica.

Nesse momento, é oportuno esclarecer que o sistema remuneratório dos agentes públicos em geral passou a ser composto por três distintas categorias jurídicas: subsídio, vencimentos e salário. A CF dá atenção especial ao subsídio.

Conforme indica o art. 39, §4º da CF, o subsídio se caracteriza por ser “fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória”. Nos termos da Constituição Federal, o sistema de remuneração por subsídio se aplica:

• Obrigatoriamente, para os agentes políticos: chefes dos Executivos, deputados, senadores, vereadores, ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, membros da magistratura, membros do Ministério Público, ministros do Tribunal de Contas.

• Obrigatoriamente, para alguns servidores públicos: integrantes da Advocacia Geral da União, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, os Procuradores dos Estados e do DF, os Defensores Públicos, servidores da Polícia Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares;

• Facultativamente, para os servidores públicos organizados em carreira, conforme previsto em lei (ex: os servidores do Banco Central são remunerados por subsídio).

Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

Art. 39, § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

A parte final do art. 37, inciso X, assegura revisão geral anual da remuneração e do subsídio dos servidores públicos, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

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A doutrina informa que essa revisão anual serve para assegurar a manutenção do poder de compra dos vencimentos ou do subsídio face aos efeitos da inflação do período. Todavia, não se trata de aumento real, mas apenas de aumento nominal, pois o reajuste anual apenas compensa a inflação, mas não gera ganhos acima dela. Esse reajuste anual da remuneração para compensar a inflação é chamado pela doutrina de aumento impróprio.

Ressalte-se, por fim, que a revisão geral e anual não se equipara à reestruturação de carreiras, realizada esporadicamente (e não necessariamente “anualmente”) para corrigir eventuais distorções remuneratórias em determinadas carreiras (e não de caráter “geral”), distorções estas não necessariamente relacionadas à perda do poder aquisitivo da moeda. Tais reestruturações, ao contrário da revisão geral e anual, podem até gerar aumento real da remuneração.

Questões para fixar VUNESP - SEDUC-SP - Oficial Administrativo – 2011 - adaptada

Somente os servidores organizados em carreira deverão ter remuneração fixada exclusivamente por subsídio em parcela única, vedado acréscimo de qualquer natureza.

Comentários:

Nada disso. Outros agentes públicos também podem ser remunerados por meio de subsídio. E os servidores públicos organizados em carreira não devem remuneração fixada exclusivamente por subsídio. A remuneração desses poderá (e não deverá) ser fixada por subsídio (CF, art. 39, § 8º).

Gabarito: Errado

VUNESP - Prefeitura de Arujá - SP - Chefe de Divisão Pessoal – 2019 - adaptada

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio somente poderão ser alterados por decreto da autoridade competente.

Comentários:

Na verdade, o artigo 37, inciso X, da CF dispõe que:

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

Portanto, exige-se lei específica (e não decreto da autoridade competente) para que se fixe ou altere a remuneração dos servidores públicos. Isso quer dizer que cada alteração de remuneração de qualquer cargo público deverá ser feita por meio da edição de uma lei ordinária que somente trate desse assunto.

Gabarito: Errado

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Teto remuneratório

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Desse texto, as principais conclusões a que se pode chegar são no sentido de que:

§ O teto remuneratório geral corresponde ao subsídio mensal dos ministros do STF, havendo outros limites ou “subtetos” aplicáveis aos Estados, DF e Municípios, cujos valores não podem ultrapassar o teto geral.

§ Todas as categorias, ocupantes de cargos, empregos ou funções públicas, da Administração direta, autárquica ou fundacional, de todos os poderes e esferas de governo, estão sujeitas ao teto;

§ Quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista e subsidiárias, somente são alcançadas pelo teto se receberem recursos do ente federado para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral, ou seja, se forem estatais dependentes (CF, art. 37, §9º). As estatais não dependentes, por sua vez, não precisam observar o teto;

Art. 37, § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ Em regra, nenhuma vantagem, qualquer que seja sua natureza, poderá exceder ou ser excluída da incidência do teto;

§ Excluem-se do teto somente as parcelas de natureza indenizatória previstas em lei (ajuda de custo, diárias, auxílio transporte e auxílio moradia). Conforme § 11 do artigo 37 da CF:

Art. 37, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

§ O teto aplica-se às acumulações de rendimentos oriundos de diversas fontes, independentemente da espécie remuneratória, podendo ser entre vencimentos ou entre subsídios; entre vencimentos e subsídio ou entre vencimentos/subsídio e proventos, pensões etc. Segundo o entendimento do STF, o teto deve ser observado de forma isolada em cada cargo, e não considerando a soma das remunerações dos cargos acumulados. Em outras palavras, a soma das remunerações dos cargos acumulados pode ultrapassar o teto, desde que o limite seja respeitado em cada cargo isolado.

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Além do limite geral representado pelo subsídio dos ministros do STF, o texto constitucional estabelece limites para os Estados, o DF e os Municípios, os chamados subtetos.

Nos Municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos. Noutras palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos.

No âmbito dos Estados e do Distrito Federal, são instituídos três subtetos distintos:

§ Para o Poder Executivo, o subteto corresponde ao subsídio do Governador;

§ Para o Poder Legislativo, o subteto corresponde ao subsídio dos deputados estaduais e distritais; e

§ Para o Poder Judiciário, o subteto será o subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça (este último limite também é aplicável aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos, embora eles não integrem o Poder Judiciário).

Esses três subtetos impostos pela Constituição Federal aos Estados e ao Distrito Federal podem ser substituídos por um limite único, análogo ao subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça. O referido limite único, caso seja instituído, não poderá ultrapassar o valor correspondente a 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 37, §12).

Ademais, caso seja adotado esse sistema de limite único para definir o subteto dos Estados ou do Distrito Federal, ele não se aplicará “aos subsídios dos deputados estaduais e distritais e dos vereadores” (CF, art. 37, §12, parte final).

Art. 37, § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Com efeito, o subsídio dos deputados estaduais e distritais está limitado a 75% do subsídio dos deputados federais (CF, art. 27, §2º c/c art. 32, §3º).

Art. 27, § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Art. 32, § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.

Já o subsídio dos vereadores pode variar de no máximo 20% a 75% do subsídio dos deputados estaduais, caso se trate de Município com menos de dez mil ou com mais de quinhentos mil habitantes, respectivamente (CF, art. 29, VI).

Por sua vez, os subsídios dos deputados federais, assim como dos Governadores e dos Prefeitos, se submetem ao teto geral, isto é, não podem ser superiores ao subsídio dos ministros do STF, mas nada impede que sejam iguais a este.

Agora, em relação ao subsídio dos desembargadores estaduais, o art. 37, XI da Constituição estabelece expressamente que ele será “limitado a 90,25% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal”.

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Ocorre que o STF, no julgamento da ADI 3.854/DF, decidiu excluir os membros da magistratura estadual, inclusive os Desembargadores do Tribunal de Justiça, da submissão ao subteto remuneratório de 90,25% do subsídio dos ministros do STF, aplicando-lhes o teto geral, ao entendimento de que o Poder Judiciário possui caráter nacional e unitário, de sorte que não poderia haver tratamento discriminatório entre magistrados federais e estaduais que desempenham iguais funções e se submetem a um só estatuo de âmbito nacional, a Lei Orgânica da Magistratura (LC 35/1979). Isso significa que o teto dos magistrados estaduais e dos magistrados federais é o mesmo: 100% do subsídio dos Ministros do STF.

Ressalte-se que os membros do Ministério Público estadual e os procuradores e defensores públicos estaduais permanecem sujeitos ao subteto de 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do STF, uma vez que a decisão da Suprema Corte na ADI 3.854/DF não suprimiu nenhuma parte do dispositivo constitucional, mas apenas conferiu interpretação conforme a Constituição ao art. 37, inciso XI, e seu §12, para excluir unicamente os membros da magistratura estatual da submissão ao subteto de remuneração. Dessa forma, os servidores do Poder Judiciário estadual também permanecem sujeitos ao subteto de 90,25%.

Os membros da magistratura estadual – desembargadores do Tribunal de Justiça e demais juízes estaduais – não se submetem ao subteto remuneratório de 90,25%, e sim ao teto geral.

Por fim, no que tange às empresas estatais ressalta-se que somente estão sujeitas ao teto as entidades estatais dependentes. Assim, para a aplicação do teto remuneratório, é indiferente se a empresa estatal é prestadora de serviço público ou exploradora de atividade empresarial. Importa, tão somente, verificar se ela recebe repasse de recursos públicos para pagamento de pessoal ou para custeio em geral. Se houver esse repasse (o que ocorre, por exemplo, com o Serpro, empresa pública federal), os salários de seus empregados devem observar o teto geral, ou seja, não poderão exceder ao subsídio dos membros do STF; se não houver esse repasse (como é o caso do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal), não haverá a aplicação do teto.

Esquematizando ESFERA PODER TETO

Federal Executivo, Legislativo e Judiciário Subsídio dos Ministros do STF (teto único)

Estadual

Poder Executivo Subsídio do Governador

Poder Legislativo Subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais

Membros do Judiciário (Juízes) Subsídio dos Ministros do STF

Servidores do Judiciário, Defensores, Procuradores e membros do MP.

Subsídio do Desembargador do TJ, limitado, no entanto, a 90,25% do subsídio do STF.

Municipal Executivo e Legislativo Subsídio do Prefeito

(teto único)

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Questões para fixar [Q645396] VUNESP - IPSMI – Procurador – 2016

O teto do funcionalismo tem como base parâmetros distintos a depender do ente federativo e da esfera de Poder. Assim, conforme previsão constitucional,

A) no âmbito do Poder Judiciário Estadual, o teto equivale ao subsídio mensal dos Desembargadores do TJ, limitado a 85,75% do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

B) no âmbito do Município, tanto na esfera legislativa como na executiva, o teto equivale ao subsídio do Prefeito.

C) no âmbito do Poder Legislativo estadual, o teto equivale ao subsídio mensal do Governador de Estado.

D) os tetos da Magistratura federal e estadual são idênticos, equivalendo a 85,75% do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

E) no âmbito do Poder Legislativo Municipal, o teto equivale ao subsídio mensal dos Vereadores.

Comentários:

Responderemos de acordo com o artigo 37, XI, da CF:

a) Errada. No âmbito do Poder Judiciário Estadual, o teto realmente equivale ao subsídio mensal dos Desembargadores do TJ, mas ele é limitado a 90,25% (e não 85,75%) do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

b) Correta. O teto remuneratório nos Municípios, tanto na esfera legislativa como na executiva, é o subsídio dos respectivos prefeitos.

c) Errada. No âmbito do Poder Legislativo estadual, o subteto corresponde ao subsídio dos deputados estaduais e distritais.

d) Errada. O teto dos magistrados estaduais e dos magistrados federais é o mesmo: 100% do subsídio dos Ministros do STF.

e) Errada. Nos Municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos. Noutras palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos.

Gabarito: B

Limite aos Poderes Legislativo e Judiciário

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

Logicamente, essa regra constitucional somente pode se aplicar a cargos iguais ou assemelhados nos três Poderes. Assim, os vencimentos pagos pelo Poder Executivo constituem o limite máximo para a remuneração dos servidores que exercem funções iguais ou assemelhadas no Legislativo e no Judiciário. Ocorre que, na prática, os cargos dos Poderes Legislativo e Judiciário são distintos daqueles existentes no âmbito do Executivo; portanto, não existe muita margem prática para comparação. Ademais, distorções históricas fazem com que, atualmente, a remuneração dos servidores seja bastante discrepante entre os Poderes, principalmente quando se compara o

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Poder Executivo de um lado e os Poderes Legislativo e Judiciário de outro, o que acaba por inviabilizar qualquer tentativa de equalização. Por essa razão, o aludido comando constitucional praticamente tem sido letra morta, em todas as esferas de governo.

Independente disso, esses três poderes, em atenção ao princípio da transparência, deverão publicar, anualmente, os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos (CF, art. 39, § 6º).

Art. 39, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

Questões para fixar VUNESP - PC-BA - Investigador de Polícia – 2018 – adaptada

Os vencimentos dos cargos do Poder Executivo e Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Legislativo.

Comentários:

Na verdade, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário é que não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII).

Gabarito: Errado

VUNESP - Câmara de Serrana - SP - Controlador Interno – 2019 - adaptada

O Poder Executivo publicará anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos da sua estrutura de cargos e salários, sendo facultado ao Poder Legislativo e Judiciário procederem de igual forma.

Comentários:

Na verdade, os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), em atenção ao princípio da transparência, deverão publicar, anualmente, os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos, conforme mandamento do artigo 39, § 6º, da CF:

Art. 39, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

Gabarito: Errado

Vedação à vinculação e à equiparação de remunerações

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

Vincular ou equiparar remunerações significa estabelecer mecanismos que impliquem alteração automática da remuneração de um cargo toda vez que ocorra alteração de algum parâmetro preestabelecido.

Vincular significa subordinar a remuneração de um cargo a outro, dentro ou fora do mesmo Poder ou, ainda, definir índices, fórmulas ou critérios de reajustamento automático, que retire a iniciativa do Poder competente

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para a fixação da remuneração. Equiparar, por sua vez, significa a previsão, em lei, de remuneração igual à de outro cargo, originalmente distinto.

Ocorrerá a vinculação remuneratória se, por exemplo, uma lei determinar que o vencimento de auditor-fiscal da receita estadual corresponderá a 90% daquele fixado em lei para auditor da receita federal; ou que o vencimento do auditor corresponderá a determinado número de salários mínimos; ou, ainda, que o vencimento do auditor será vinculado ao incremento da arrecadação tributária. Haveria equiparação, ao contrário, se lei determinasse que a remuneração dos auditores fosse a mesma aplicável aos promotores de justiça.

Ressalte-se, no entanto, que:

Art. 39, § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

Vale ressaltar que a proibição de equiparação e de vinculação se estende a quaisquer espécies remuneratórias – vencimentos, subsídios, salários ou outras.

Questões para fixar VUNESP - Prefeitura de Poá - SP - Procurador Jurídico – 2019 – adaptada

É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

Comentários:

De acordo com o artigo 37, inciso XIII, da CF:

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

Gabarito: Certo

VUNESP - TJ-SP - Agente de Fiscalização Judiciária – 2010 – adaptada

É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

Comentários:

Outra questão literal, que pode ser respondida com base no artigo 37, inciso XIII, da CF:

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

Gabarito: Certo

VUNESP - ARSESP - Especialista em Regulação e Fiscalização de Serviços Públicos I - Relações Institucionais – 2018 – adaptada

Salvo disposição expressa em lei, é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

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Comentários:

Essa exceção não existe. Disposição expressa em lei não pode permitir a vinculação ou equiparação de espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. Confira novamente o artigo 37, inciso XIII, da CF:

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

Gabarito: Errado

Vedação à incidência cumulativa de acréscimos pecuniários

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

Pelo dispositivo, é vedado o cálculo cumulativo de uma vantagem pecuniária sobre outra, qualquer que seja o título ou fundamento sob os quais sejam pagas.

Vamos explicar o alcance dessa regra com um exemplo: imagine um servidor que receba vencimento básico no valor de R$ 1.000,00 e mais R$ 500,00 a título de gratificação pelo exercício de função de confiança, totalizando R$ 1.500,00 de remuneração. Agora, suponha que uma lei conceda a todos os ocupantes desse cargo uma vantagem pecuniária qualquer, no percentual fixo de 20%. Segundo o art. 37, XIV da CF, esse percentual adicional deve incidir apenas sobre o vencimento básico do servidor, e não sobre os “vencimentos”, vale dizer, as vantagens já auferidas pelo servidor não devem compor a base de cálculo do novo acréscimo. Dessa forma, o valor da nova vantagem seria de R$ 200,00 (R$ 1.000,00 x 20%), e a remuneração do servidor passaria a ser de R$ 1.700,00 (R$ 1.500,00 + R$ 200,00).

O que o art. 37, XIV da CF proíbe, portanto, é o chamado “repique”, ou incidência “em cascata” de acréscimos pecuniários. No nosso exemplo, caso fosse aplicado o efeito em cascata vedado pelo texto constitucional, o valor da nova vantagem pecuniária seria de R$ 300,00 [= (R$ 1.000,00 + R$ 500,00) x 20%], e a remuneração do servidor seria indevidamente majorada para R$ 1.800,00 (=R$ 1.500,00 + R$ 300,00).

Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

Primeiramente, cumpre destacar que, face à ressalva em relação aos incisos XI e XIV contida na parte final do dispositivo, a irredutibilidade de vencimentos e subsídios não impede a observância do teto constitucional e da vedação à incidência cumulativa de acréscimos pecuniários; vale dizer que não se poderá invocar a irredutibilidade para manter remunerações pagas com infração a essas regras.

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Por exemplo: o teto constitucional é de R$ 39.293,32. Ricardinho, que já é servidor público há 30 anos, tem remuneração bruta de R$ 45.293,32 e acha um absurdo o fato de que todo mês R$ 6.000,00 são deduzidos da sua remuneração a título de adequação ao teto constitucional. Ricardinho pretende “entrar na justiça”, ir em busca dos “seus direitos”, invocando a irredutibilidade dos vencimentos. Parece que ele esqueceu de ler a ressalva desse dispositivo constitucional: a redução para adequação ao teto constitucional não fere o princípio da irredutibilidade dos vencimentos.

Acrescenta-se ainda que, por ser de norma de eficácia plena, o inciso XV permite a imediata redução das parcelas remuneratórias indevidamente concedidas, respeitado, óbvio, o devido processo legal.

A redução a que se refere o texto constitucional corresponde ao valor nominal dos vencimentos ou do subsídio, ou seja, não contempla as perdas do poder de compra por conta dos efeitos da inflação. Assim, o princípio da irredutibilidade é respeitado apenas com a manutenção do valor numérico dos vencimentos ou subsídios, independentemente dos índices de inflação.

Na prática, isso significa que servidores que não recebem reajuste salarial há anos e, por isso, estão com salários defasados, não podem alegar que a Administração está infringindo a regra da irredutibilidade dos vencimentos.

Também fogem dessa regra algumas gratificações de natureza variável, de que seriam exemplo as gratificações de desempenho, que podem oscilar periodicamente em função da avaliação de desempenho do servidor. Assim, não haveria transgressão da regra constitucional da irredutibilidade se, em determinado momento, a remuneração do servidor diminuísse por conta da redução do valor pago por meio dessa vantagem.

Acumulação de cargos na atividade

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

A vedação de acumular é bastante abrangente: salvo as exceções previstas, atinge todas as esferas de governo, todos os Poderes e toda a Administração Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.

Se determinada pessoa ocupa cargo, emprego ou função pública em Município, por exemplo, não poderá ocupar outro cargo, emprego ou função pública em qualquer esfera de governo (federal, estadual ou municipal), nem em outro Poder, quer se trate de Administração Pública direta ou indireta.

Perceba que o texto constitucional veda a acumulação de atribuições públicas, por consequência, a presente regra não impede o exercício de atividades privadas por parte do servidor público, desde que, obviamente, tais ocupações não sejam incompatíveis com o cargo exercido pelo servidor (ex: a Lei 8.112/1990 veda a gerência de sociedades empresariais).

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A regra, contudo, não é absoluta. O próprio texto constitucional admite hipóteses em que a acumulação de cargos públicos é possível, sendo, para tanto, estabelecidos três requisitos cumulativos:

Requisitos para a acumulação de cargos públicos:

§ Que se trate de:

ü Dois cargos de professor;

ü Um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou

ü Dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, de profissão regulamentada (ex: médicos, dentistas, nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais, etc.).

§ Que haja compatibilidade de horários.

§ Que seja respeitado o teto remuneratório, em cada cargo.

Questões para fixar VUNESP - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – 2018 – adaptada

A vedação de acumulação de cargo público, bem como suas exceções, estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta e indiretamente, pelo poder público.

Comentários:

A vedação de acumular é bastante abrangente: salvo as exceções previstas, atinge todas as esferas de governo, todos os Poderes e toda a Administração Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão.

Confira na CF:

Art. 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

Gabarito: Certo

[Q390178] VUNESP - PRODEST-ES - Analista Organizacional - Área Administrativa – 2014

Assinale a alternativa que contempla hipótese de acumulação de cargos públicos permitida pela Constituição Federal.

A) Um cargo de professor com outro técnico ou científico.

B) Um cargo de médico e outro técnico ou científico.

C) Um cargo administrativo em autarquia e outro igual em Fundação.

D) Dois cargos técnicos ou científicos.

E) Dois cargos administrativos.

Comentários:

De acordo com o artigo 37, inciso XVI, alínea “b”, é possível acumular um cargo de professor com outro técnico ou científico.

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Gabarito: A

[Q479965] VUNESP - SAP-SP - Agente de Segurança Penitenciária de Classe I - Masculino – 2015

A Constituição Federal de 1988 veda a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado o teto remuneratório, para a hipótese de

A) dois cargos privativos de profissionais técnicos ou científicos, com nível superior.

B) três cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com ou sem profissão regulamentada.

C) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

D) três cargos de professor, para os períodos de manhã, tarde e noite

E) dois cargos ou empregos no atendimento ao público.

Comentários:

De acordo com o artigo 37, inciso XVI, alínea “c”, é possível acumular dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

Gabarito: C

Acumulação de proventos e vencimentos

Quero aproveitar a oportunidade e já lhe apresentar o § 10 do artigo 37 da CF:

Art. 37, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Esse dispositivo trata da possibilidade de o agente receber simultaneamente remuneração de cargo ativo e proventos de aposentadoria.

Como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No entanto, é permitida a acumulação de proventos com remunerações de:

§ outro cargo/emprego/função acumulável caso em atividade estivesse;

§ cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, por exemplo); e

§ cargos em comissão.

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Por exemplo, um servidor que tenha se aposentado em cargo de natureza técnica ou científica e que preste concurso público para o cargo de professor universitário, poderá acumular os proventos da aposentadoria e a remuneração do cargo efetivo, observado o teto constitucional, pois o cargo em que se deu a aposentadoria e o cargo de professor são acumuláveis, nos termos do art. 37, XVI da CF. Da mesma forma, o servidor aposentado poderia retornar ao serviço público, acumulando proventos e remuneração, caso fosse convidado a exercer cargo em comissão ou caso se candidatasse para mandato eletivo. Nessas hipóteses, a natureza do cargo em que se deu a aposentadoria seria irrelevante.

Para quem gosta de mnemônicos, a gente costuma dizer que: “aposentado só pode acumular na C&A”:

• Comissionado

• eletivo

• Acumulável

Importante destacar que, ao fazer menção aos artigos 40, 42 e 142, a vedação de percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública alcança somente os regimes próprios dos servidores públicos estatuários e dos militares. Não abrange, portanto, o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), previsto no art. 201 da CF.

Logo, os aposentados pelo RGPS, como é o caso dos empregados públicos das empresas estatais, podem retornar à ativa, e, por conseguinte, acumularem, regularmente, os proventos com a remuneração do novo cargo, emprego ou função.

Aqui também vale ressaltar que é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de previdência, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da

É vedada a acumulação de...

Cargos públicos, exceto...

professor + professor

professor + cargo técnico ou científico

profissional de saúde + profissional de saúde

Proventos de aposentadoria

eremuneração de cargo

ativo, exceto...

Cargos acumuláveis na atividade

Cargos eletivos

Cargos em comissão

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Constituição. Ademais, aplicam-se ao regime próprio as outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no RGPS (CF, art. 40, §6º).

Art. 40, § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Por exemplo: Ricardinho não pode receber, ao mesmo tempo, a aposentadoria do cargo de Escrevente do TJ-SP e a aposentadoria do cargo de Auxiliar Técnico da Fiscalização do TCE-SP, pois não são cargos acumuláveis e que estão sujeitos ao mesmo regime próprio de previdência social (SP Prev).

Por outro lado, Joãozinho pode receber, ao mesmo tempo, a aposentadoria do cargo de Escrevente do TJ-SP e de professor de escola pública do Estado de São Paulo, pois são cargos acumuláveis (professor + cargo técnico ou científico).

Ainda no âmbito das considerações gerais sobre o regime de previdência dos servidores públicos, é importante destacar teor do §14 do art. 37, dispositivo incluído pela Emenda Constitucional 103/2019. Segue:

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

O referido dispositivo possui como alvo principal os empregados das empresas estatais que, como vimos, não se sujeitam ao regime próprio, e sim ao RGPS. Assim, por exemplo, um empregado da Petrobras que utilize o tempo de contribuição decorrente do exercício do seu emprego na entidade para solicitar aposentadoria deverá, necessariamente, ter seu contrato de trabalho extinto.

Administração fazendária e servidores fiscais

Os servidores fiscais que atuam na administração fazendária arrecadando tributos para o Estado, em qualquer esfera de governo, receberam especial atenção no art. 37 da CF:

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

Por esse inciso, nenhum setor da Administração poderá impedir ou dificultar o desempenho das atividades finalísticas dos servidores fiscais, pois eventual obstrução dessa monta poderia frustrar a arrecadação de receitas indispensáveis ao custeio das atividades estatais. Entretanto, a norma constitucional não é autoaplicável (“na forma da lei”), dependendo de lei para determinar a forma como será respeitada essa precedência.

Outro inciso que trata especificamente dos servidores da área fiscal é o seguinte:

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos

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prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Esse dispositivo alça a administração tributária ao patamar de atividade exclusiva de Estado, devendo contar com recursos prioritários para a realização de suas atividades. Inclusive, o art. 167, IV da CF, a fim de possibilitar essa alocação prioritária, permite a vinculação de receita de impostos às atividades da administração tributária.

O inciso XXII também determina que as receitas federal, estadual e municipal deverão atuar de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, o que inclui informações protegidas pelo sigilo fiscal.

Administração indireta

Nos termos do art. 4º do Decreto Lei 200/1967 (que dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal, mas sua forma de organização também é aplicável aos Estados, DF e Municípios), a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, todas dotadas de personalidade jurídica própria:

Os procedimentos de criação e autorização dessas entidades estão descritos nos incisos XIX e XX do artigo 37 da CF:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

Quando o inciso XIX fala em “lei específica”, o texto constitucional exige a edição de uma lei ordinária cujo conteúdo específico seja a criação de determinada autarquia ou a autorização da instituição de determinada empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação. Isso, porém, não significa a necessidade de que a lei autorizadora da criação da entidade seja específica e limitada a dispor sobre isso. É perfeitamente possível que uma lei disponha sobre vários assuntos, dentro de uma mesma temática, e, no seu bojo, veicule autorização para a criação de uma entidade descentralizada. O que se impede é a autorização genérica e indeterminada para que a Administração crie quantas entidades desejar e quando quiser.

Entidades administrativas

Autonomia administrativa e financeira

Patrimônio próprio

Princípio da especialidade

Sem subordinação

Tutela ou supervisão ministerialAdministração Indireta

Autarquias Fundações Públicas

Empresas Públicas

Sociedades de Economia

Mista

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A criação de subsidiárias das entidades da administração indireta também deve ser feita mediante lei, conforme se depreende do inciso XX do art. 37 da CF, acima transcrito. Com efeito, deve-se entender “autorização legislativa” como sinônimo de “autorização em lei”. Assim, por exemplo, caso a União deseje criar uma subsidiária de determinada sociedade de economia mista federal, o Congresso Nacional deverá editar uma lei ordinária específica, de iniciativa do Presidente da República, autorizando a criação.

Um exemplo de autorização legislativa para a constituição de subsidiárias é a Lei 11.908/2009, cujo art. 1º dispõe “O Banco do Brasil S.A. e a Caixa Econômica Federal ficam autorizados a constituir subsidiárias integrais ou controladas, com vistas no cumprimento de atividades de seu objeto social”.

Não obstante o inciso XX exigir autorização legislativa “em cada caso”, a jurisprudência do STF firmou o entendimento de que isso não significa necessidade de uma lei para cada subsidiária a ser criada. Segundo o Supremo, para satisfazer a exigência do inciso XX do art. 37 da CF, é suficiente que haja um dispositivo genérico autorizando a instituição de subsidiárias na própria lei que criou a entidade da administração indireta matriz. A mesma interpretação deve ser dada à parte final do dispositivo, referente à participação no capital de empresas privadas (ADI 1.649/DF).

Questões para fixar [Q894885] VUNESP - Câmara Municipal de São José dos Campos - SP - Técnico Legislativo – 2018

Se a Prefeitura do Município de São José dos Campos desejasse criar uma autarquia prestadora de serviços públicos de água, esgoto e saneamento básico, seria necessário

A) aprovar uma lei específica na Câmara Municipal para criar a autarquia, que passaria a integrar a Administração Indireta do Município.

B) aprovar uma lei específica na Câmara Municipal para autorizar o Poder Executivo a criar a autarquia, que passaria a integrar a Administração Indireta do Município.

C) editar um Decreto Municipal para criar a autarquia, que passaria a integrar a Administração Direta do Município.

D) aprovar uma lei específica na Câmara Municipal para autorizar o Poder Executivo a criar a autarquia, que passaria a integrar a Administração Direta do Município.

E) editar um Decreto Municipal para criar a autarquia, que passaria a integrar a Administração Indireta do Município.

Comentários:

O inciso XIX do artigo 37, da CF, determina que as autarquias somente podem ser criadas por leis específicas:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

A lei específica deve ser aprovada pelo Poder Legislativo do respectivo ente. Assim, por se tratar de uma ação de uma Prefeitura, a referida lei deve ser aprovada pela Câmara Municipal (ou Câmara de Vereadores).

As autarquias integram a Administração Indireta do ente, no caso, do município de São José dos Campos.

Gabarito: A

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Licitação pública

A Administração Pública não possui a mesma liberdade que os particulares na condução de seus negócios. Afinal, em vista da indisponibilidade do interesse público, ela deve estrita observância ao princípio da legalidade.

Uma das atividades nas quais essa diferença se torna mais evidente é na celebração de contratos administrativos. Isso porque a Administração, ao contrário do particular, não pode firmar contratos com quem ela quiser, baseada apenas no julgamento subjetivo do agente público. Está em jogo o dispêndio de recursos públicos, ou seja, ao final, quem paga a conta é a sociedade.

Como regra, para a escolha da pessoa a ser contratada, a Administração deve abrir um procedimento licitatório, com vistas a assegurar ao maior número de interessados possível a oportunidade de apresentar propostas e de ser escolhido para firmar o contrato. É o que dispõe o art. 37, XXI da CF, fundamento constitucional da licitação:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento)

A competência para legislar sobre licitações e contratos administrativos é privativa da União. Trata-se de competência para editar leis de caráter nacional, isto é, normas que obrigam a todos os entes federados. A competência da União, contudo, se restringe a editar normas gerais. Assim, é possível que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, independentemente de autorização, legislem sobre questões específicas relacionadas a licitações e contratos, desde que, é claro, não contrariem as normas gerais editadas pela União (a própria União também pode legislar sobre questões específicas, mas tais leis serão normas federais, ou seja, irão obrigar apenas a União).

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (...)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

(...)

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

A lei editada pela União para atender a esse comando constitucional é a nossa já conhecida Lei 8.666/1993, que é complementada pela Lei 10.520/2002, que instituiu a modalidade pregão. Ambas – Lei 8.666/1993 e Lei 10.520/2002 – têm caráter nacional, isto é, são de observância obrigatória para todos os entes da Federação. Mas

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essas duas leis (juntamente com a Lei 12.462/2011, que instituiu o Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC), estão sendo substituídas pela Lei 14.133/21: a Nova Lei de Licitações e Contratos, que também tem caráter nacional.

Questões para fixar [Q864482] VUNESP - IPSMI - Agente Previdenciário – 2016

Prevê expressamente a Constituição Federal de 1988 que, ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure

A) o menor preço para a Administração Pública, invariavelmente.

B) a propriedade privada e o respeito à função social da propriedade.

C) a igualdade de condições a todos os concorrentes.

D) a redução das desigualdades regionais e sociais.

E) a defesa do consumidor e do meio ambiente.

Comentários:

Nos termos do artigo 37, inciso XXI, da CF:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

A igualdade de condições a todos os concorrentes é um dos princípios das licitações públicos, previsto tanto na Lei 8.666/93 quanto na Lei 14.133/21 (Nova Lei de Licitações e Contratos).

Gabarito: C

Publicidade dos atos administrativos

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

De acordo com a doutrina majoritária, essa é uma consequência direta do princípio da impessoalidade, expresso no caput do artigo 37 (lembra do mnemônico LIMPE?). Esse princípio é tratado tanto como determinante da finalidade de toda a atuação administrativa quanto como vedação a que o agente público se promova às custas das realizações da administração pública. Em outras palavras: uma das vertentes do princípio da impessoalidade é a que veda a promoção pessoal do agente público às custas das suas realizações na Administração Pública.

A proibição existe, portanto, para inibir a promoção pessoal do agente público à custa do dinheiro público. Sendo assim, em regra, é vedado atribuir a obras e ruas o nome de autoridades públicas. Ressalte-se que essa vedação incide apenas sobre o nome de pessoas vivas, afinal, em tese, pessoas já falecidas não precisam se autopromover.

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Por exemplo: se Ricardinho, prefeito do município de Coxixola – PB, criar um programa de governo chamado “Ricardinho mata a sua fome”, estará claramente caracterizada a promoção pessoal e haverá a violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.

Questões para fixar [Q1004387] VUNESP - Prefeitura de Guarulhos - SP - Inspetor Fiscal de Rendas - Conhecimentos Específicos - 2019

A Constituição Federal, ao tratar “Da Administração Pública”, estabelece no § 1° do art. 37, a proibição de promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos por meio de símbolos ou imagens na publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos. Nos termos da doutrina majoritária, essa é uma consequência direta do princípio constitucional da

A) supremacia do interesse público.

B) publicidade.

C) eficiência.

D) impessoalidade.

E) presunção de legitimidade.

Comentários:

De acordo com a doutrina majoritária, essa é uma consequência direta do princípio da impessoalidade.

Gabarito: D

VUNESP – Prefeitura de São Bernardo do Campo - SP - Assistente Jurídico – 2018 - adaptada

A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo ou informativo, dela podendo constar nomes, símbolos ou imagens, ainda que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Comentários:

Na verdade, de acordo com o § 1º, do artigo 37, da CF:

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Gabarito: Errado

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Participação do usuário da Administração Pública

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

Art. 5º (...)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.

O inciso I é um desdobramento do princípio da eficiência e trata da defesa dos direitos do usuário do serviço público (assunto regulado pela Lei 13.460/2017, também denominada Lei de Defesa do Usuário do Serviço Público). Já o inciso II e os mencionados incisos do artigo 5º dão forma ao princípio da publicidade e tratam do acesso à informação (assunto regulado pela Lei 12.527/2011, denominada Lei de Acesso à Informação). E o inciso III refere-se à representação contra os abusos praticados por agentes públicos (assunto regulado pela Lei 4.898/1965, denominada Lei de Abuso de Autoridade).

Questões para fixar VUNESP - 2019 - Prefeitura de Poá - SP - Procurador Jurídico – 2019 - adaptada

Nos termos da Constituição Federal, a respeito da Administração Pública é correto afirmar que a lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando, dentre outras, as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços.

Comentários:

Exatamente como está escrito no artigo 37, § 3º, inciso I.

Gabarito: Certo

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Improbidade Administrativa

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Esse dispositivo constitucional não define improbidade administrativa, nem aponta os possíveis sujeitos ativos e passivos desses atos. Limita-se a enumerar, imperativamente, um núcleo mínimo de sanções que devem ser aplicadas, "na forma e gradação previstas em lei", àqueles que praticarem atos de improbidade administrativa.

Nem mesmo a Lei 8.429/92 se preocupou em definir improbidade administrativa, mas apresenta descrições genéricas, acompanhadas de extensas listas exemplificativas, de condutas (inclusive omissivas) que se enquadram como "atos de improbidade administrativa" e estabelece as sanções aplicáveis.

Ressalte-se que essa norma alcança a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes, em todos os entes da Federação.

Esquematizando

As questões adoram confundir essas duas primeiras sanções. Elas falam em cassação dos direitos políticos e suspensão da função pública! Isso está errado! Até porque a cassação dos direitos políticos é expressamente vedada pela Constituição Federal, no seu art. 15.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...)

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Improbidade administrativa

suspensão dos direitos políticos

perda da função pública

indisponibilidade dos bens

ressarcimento ao erário

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Para quem gosta de mnemônico, você deve lembrar que um servidor que pratica improbidade administrativa é:

SU.PER_I.RES.ponsável

• SU = Suspensão dos direitos políticos • PER = Perda da função pública

• I = Indisponibilidade dos bens

• RES = Ressarcimento ao erário

Ou você pode dizer que a prática de improbidade administrativa leva a PARIS:

• P = Perda da função pública • A = Ação penal cabível

• R = Ressarcimento ao erário

• I = Indisponibilidade dos bens

• S = Suspensão dos direitos políticos

Observação: ao contrário de Paris, a prática de improbidade administrativa não é nada chique

Questões para fixar VUNESP - Valiprev - SP – 2019 - adaptada

Os atos de improbidade administrativa importarão a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Comentários:

Viu só? Essa é a velha pegadinha de dizer confundir as sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa. A pegadinha é dizer que haverá cassação dos direitos políticos e a suspensão da função pública, quando, na verdade, Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública (conforme artigo 37, § 4º, da CF).

Gabarito: Errado

• dos direito políticosSuspensão

• da função públicaPerda

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Responsabilidade civil do Estado

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Esse dispositivo constitucional atribui ao Estado responsabilidade civil objetiva (não é “subjetiva”), na modalidade "risco administrativo", pelos danos causados a terceiros por atuação de seus agentes.

Um exemplo simples é o do motorista servidor público que, dirigindo a serviço um veículo oficial, colide com um carro particular, sem que seja possível averiguar de quem seria a culpa. Em uma situação como essa, a responsabilidade civil será regulada pelo art. 37, § 6° - a administração terá de indenizar o particular pelo prejuízo decorrente da colisão, a menos que consiga provar a ocorrência de alguma excludente, como culpa da vítima (exclusiva ou concorrente), a força maior e o caso fortuito.

Para restar configurada a responsabilidade civil objetiva da pessoa jurídica, é imprescindível que, ao praticar o ato lesivo, o seu agente estivesse atuando, corretamente ou não, na condição de agente público, no desempenho das atribuições próprias de sua função pública, ou a pretexto de exercê-las.

Dessa forma, se um policial fardado, agindo em nome do Estado - o que, no caso, presume-se pelo só fato de o agente estar fardado e integrar efetivamente os quadros da corporação policial -, ainda que fora de seu horário de expediente, causar dano ao particular, a obrigação de indenizar compete ao poder público, independentemente da existência de irregularidade na conduta do agente.

Detalhe importante é que, conforme previsto na Lei 9.494/97, a ação de reparação contra a Administração se sujeita a prazo de prescrição de cinco anos.

Em outras palavras, o particular tem cinco anos para mover a ação judicial de reparação contra as pessoas jurídicas cujos agentes tenham lhe provocado algum prejuízo. Passado esse prazo, o particular perde o direito à indenização. O prazo prescricional de cinco anos se aplica, inclusive, para os danos provocados pelos agentes das delegatárias de serviços públicos, não integrantes da Administração.

Outro ponto relevante a examinar diz respeito às pessoas que estão abrangidas pela regra de responsabilidade objetiva contida no § 6.° do art. 37 da Carta Política: ela alcança todas as pessoas jurídicas de direito público - administração direta, autarquias e fundações de direito público -, independentemente das atividades que exerçam, e, também, todas as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos - o que inclui as empresas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos, as fundações públicas com personalidade jurídica de direito privado que prestem serviços públicos e, ainda, as pessoas privadas, não integrantes da administração pública, delegatárias de serviços públicos (concessionárias, permissionárias e detentoras de autorização de serviços públicos).

Isso significa que essa norma não alcança as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica em sentido estrito.

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Esquematizando

O § 6° do art. 37 da Constituição também estabelece que a administração pública (ou a delegatária de serviços públicos), depois de condenada a indenizar o dano que o seu agente causou a terceiros, tem direito de promover ação regressiva contra esse agente, desde que comprove que houve dolo ou culpa na atuação dele.

Em suma, a administração pública (ou a delegatária de serviços públicos) que causou o dano indeniza o particular independentemente de comprovação de culpa ou dolo dela, mas o agente só será condenado a ressarcir a administração (ou a delegatária), em ação regressiva.

Todavia, o agente somente será responsabilizado se for comprovado que ele atuou com dolo ou culpa, ou seja, a responsabilidade do agente é subjetiva, na modalidade culpa comum. O ônus da prova da culpa do agente é da pessoa jurídica em nome da qual ele atuou e que já foi condenada a indenizar o terceiro lesado.

Esquematizando

responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,

assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

PJ de direito público

PJ de direito privadoprestadoras de

serviços públicos

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Questões para fixar VUNESP - AresPCJ - SP - Procurador Jurídico – 2018 - adaptada

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos não responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, mas fica assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Comentários:

Não responderão? Responderão sim! E o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa é assegurado mesmo. Confira na CF:

Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Gabarito: Errado

Prescrição para ilícitos e para ações de ressarcimento

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

Veja que os ilícitos terão seus prazos de prescrição disciplinados em lei, não podendo o Estado, após estes prazos, punir o infrator.

Porém, a Constituição não prevê a possibilidade para prescrição das ações de ressarcimento. Assim, ainda que o infrator não possa mais ser punido pelo Estado, ele deverá ressarcir os danos causados ao erário.

Como vimos, a ação de reparação contra a Administração se sujeita a prazo de prescrição de cinco anos. Mas as ações regressivas movidas pelo Estado em face de seus agentes são imprescritíveis, por conta da regra do art. 37, §5º da CF.

Questões para fixar VUNESP - AresPCJ - SP - Procurador Jurídico – 2018 - adaptada

A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

Comentários:

Transcrição literal do § 5º, do artigo 37, da CF.

Gabarito: Certo

VUNESP - Valiprev - SP – 2019 - adaptada

A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, incluídas as respectivas ações de ressarcimento.

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Comentários:

“Incluídas as respectivas ações de ressarcimento”? Não! Na verdade, de acordo com a CF:

Art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

Gabarito: Errado

Cargo de informações privilegiadas

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.

Contrato de gestão

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

O contrato de gestão possibilita a qualificação como agência executiva. Agências executivas não são uma entidade paraestatal. Tampouco são uma nova espécie de entidade administrativa. Trata-se, na verdade, de uma qualificação que poderá ser conferida pelo Poder Público às autarquias e às fundações públicas que com ele celebrem contrato de gestão e atendam aos demais requisitos fixados na Lei 9.649/1998.

No entanto, um contrato de gestão também pode ser firmado com entidade privadas: as chamadas Organizações Sociais (OS). Só que, para tais entidades, o contrato de gestão não representa uma ampliação da autonomia e sim uma restrição, pois, em contrapartida ao recebimento de incentivos do Poder Público, essas entidades privadas serão obrigadas a responder por certas responsabilidades inerentes ao setor públicos, como prestação de contas.

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Questões para fixar [Q333410] VUNESP - MPE-ES - Agente Técnico – Administrador – 2013

A Quando autarquias e fundações celebram contrato de gestão com o respectivo Ministério Supervisor e têm um plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade de gestão e para a redução de custos, estas recebem a qualificação de

A) Parceria público-privada.

B) Agências executivas.

C) Concessão patrocinada.

D) Concessão administrativa.

E) Concessão de uso.

Comentários:

Quando o contrato de gestão de que trata o art. 37, §8º da CF for firmado entre uma autarquia ou uma fundação pública e o respectivo Ministério supervisor, esta autarquia ou fundação poderá ser qualificada como agência executiva.

Gabarito: B

Avaliação das políticas públicas

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

A avaliação das políticas públicas é parte integrante de uma estrutura de decisão baseada em evidências, uma das boas práticas de Governança do Setor Público. A avaliação de políticas públicas, executada como um processo sistemático, integrado e institucionalizado, tem como premissa básica verificar a eficiência dos recursos públicos e, quando necessário, identificar possibilidades de aperfeiçoamento da ação estatal, com vistas à melhoria dos processos, dos resultados e da gestão.

Seguindo as melhores referências internacionais, as avaliações de políticas públicas devem ser executadas em caráter permanente e integradas ao ciclo de políticas públicas, que envolve também o planejamento, a execução e o controle orçamentário e financeiro. Só com a efetiva utilização dos resultados das avaliações na adoção de medidas de melhoria na execução das políticas públicas e no processo orçamentário e financeiro, que os princípios de eficiência, efetividade e eficácia serão aplicados.

Estudaremos os §§ 13 e 16 do artigo 37 quando estudarmos o regime de previdência dos servidores públicos estatutários (art. 40).

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Mandatos eletivos

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Assim, o servidor público que seja eleito para exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital (Presidente da República, deputado federal, senador, Governador, deputado estadual ou distrital) será, obrigatoriamente, afastado do seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função. Nessa hipótese, o servidor deverá receber apenas a remuneração do cargo eletivo, obrigatoriamente.

Caso o servidor público seja eleito para o mandato de prefeito, ele também será obrigatoriamente afastado do seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função. Porém, poderá optar por receber a remuneração de prefeito ou a remuneração do cargo, emprego ou função de que foi afastado. Segundo a jurisprudência do Supremo, essas regras igualmente se aplicam, por analogia, ao servidor público investido no mandato de vice-prefeito (RE 451.267/RS).

Já o servidor público eleito para o cargo de vereador está no melhor dos mundos:

• Se houver compatibilidade de horários, poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função juntamente com a remuneração de vereador.

• Por outro lado, se não houver compatibilidade, o servidor será enquadrado na mesma regra aplicável ao servidor investido no mandato da Prefeito: ele será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração de origem ou pelo subsídio correspondente ao cargo de vereador.

Por fim, o art. 38 preceitua que, nas hipóteses em ocorra o afastamento do servidor de seu cargo, emprego ou função, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. Ademais, o servidor permanece vinculado ao seu regime próprio de previdência social de origem.

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Por exemplo: se eu, professor Sérgio, que sou servidor segurado pela PB Prev, RPPS do Estado da Paraíba, for eleito Presidente da República, eu serei afastado do meu cargo, vou morar em Brasília e vou ter todos os privilégios e atribuições desse altíssimo cargo. Mas eu vou permanecer filiado ao meu RPPS (no caso, a PB Prev), no ente federativo de origem (Paraíba).

Questões para fixar VUNESP - SP-URBANISMO - Analista Administrativo – Jurídico – 2014 - adaptada

Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, poderá continuar no exercício de seu cargo, emprego ou função.

Comentários:

Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital ficará afastado de seu cargo, emprego ou função.

Gabarito: Errado

VUNESP - SP-URBANISMO - Analista Administrativo – Jurídico – 2014 - adaptada

Investido no mandato de Vereador, havendo ou não compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.

Comentários:

Investido no mandato de Vereador o agente público só perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, ou seja, só poderá acumular a remuneração do seu cargo, emprego ou função com a remuneração do cargo de Vereador quando houver compatibilidade de horários. Confira:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

Gabarito: Errado

VUNESP - PC-BA - Escrivão de Polícia – 2018 - adaptada

É vedada a acumulação de cargo, emprego ou função pública com mandatos de Prefeito ou Vereador, sem exceções.

Comentários:

A CF admite a acumulação de cargo, emprego ou função pública com mandatos de Vereador, desde que haja compatibilidade de horários.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (...)

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

Gabarito: Errado

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[Q392494] VUNESP - Câmara Municipal de São José dos Campos - SP - Analista Legislativo – Advogado – 2014

Berlamino Fontes, servidor público, exerce suas funções numa autarquia estadual e foi eleito para o cargo de vereador. Nessa situação, ao entrar em exercício no mandato eletivo, é correto afirmar que Berlamino

A) perderá, obrigatoriamente, as vantagens de seu cargo.

B) poderá manter as vantagens do seu cargo, mas com prejuízo da remuneração do cargo eletivo, independentemente se há ou não compatibilidade de horários.

C) poderá manter as vantagens do seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, independentemente se há ou não compatibilidade de horários.

D) será afastado do cargo se não houver compatibilidade de horários, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

E) não poderá manter o seu cargo, mesmo havendo compatibilidade de horários, em razão de ser funcionário da administração indireta estadual.

Comentários:

Nos termos da CF:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (...)

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

Isso significa que se houver compatibilidade de horários, poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função juntamente com a remuneração de vereador. Por outro lado, se não houver compatibilidade, o servidor será enquadrado na mesma regra aplicável ao servidor investido no mandato da Prefeito: ele será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração de origem ou pelo subsídio correspondente ao cargo de vereador.

Gabarito: D

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Servidores públicos

Regime jurídico único

Seção II

DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)

O dispositivo determina, portanto, que cada esfera de governo deve instituir um regime jurídico único e planos de carreira a todos os servidores das respectivas Administração direta, das autarquias e das fundações públicas, vale dizer, aos órgãos e entidades de direito público.

A Constituição, contudo, não define qual o regime a ser adotado, se estatutário, contratual celetista ou outro qualquer. O que o texto constitucional impõe, tão-somente, é que seja instituído um regime jurídico único aplicável a todos servidores da Administração direta, autárquica e fundacional.

Na esfera federal, a União, por intermédio da Lei 8.112/1990, instituiu o regime jurídico dos servidores públicos civis da União (administração direta), das autarquias e das fundações públicas federais, estabelecendo, assim, que os servidores desses órgãos e entidades estão submetidos a regime estatutário. Todavia, em tese, a União poderia ter estabelecido um regime contratual ou mesmo um regime misto.

Fixação dos padrões de vencimento

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;

II - os requisitos para a investidura;

III - as peculiaridades dos cargos.

Questões para fixar VUNESP - Câmara Municipal de Caieiras - SP - Assistente Legislativo – 2015 - adaptada

O artigo 39 da Constituição Federal estabelece que a União e os Estados, ao fixarem os padrões de vencimento do sistema remuneratório, não levarão em conta os requisitos para a investidura do cargo.

Comentários:

Ao fixarem os padrões de vencimento do sistema remuneratório, os requisitos para a investidura deverão ser levados em conta, conforme artigo 39, § 1º, inciso II, da CF.

Gabarito: Errado

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Incentivos à eficiência

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

Os Municípios não são obrigados a manter essas escolas de governo!

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

Questões para fixar VUNESP - Câmara de Serrana - SP - Controlador Interno – 2019 - adaptada

A União, os Estados e os Municípios manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira.

Comentários:

Os Municípios não são obrigados a manter essas escolas de governo, de acordo com o artigo 39, § 2º, da CF:

Art. 39, § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

Gabarito: Errado

VUNESP - Câmara de Serrana - SP - Controlador Interno – 2019 - adaptada

Lei da União disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, vedado o pagamento de adicional ou prêmio de produtividade.

Comentários:

O pagamento de adicional ou prêmio de produtividade é permitido, nos termos do artigo 39, § 7º:

Art. 39, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

Gabarito: Errado

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Direitos trabalhistas aplicados aos servidores

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Além dos direitos à sindicalização e à greve (CF, art. 37, VI e VII), o art. 39, § 3º, da CF estende aos servidores ocupantes de cargo público, ou seja, aos servidores estatutários, uma série de outros direitos assegurados aos trabalhadores urbanos e rurais da iniciativa privada, previstos em determinados incisos do art. 7º da Carta Magna. São eles:

Art. 7º (...)

IV - salário mínimo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais;

XV - repouso semanal remunerado;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante;

XIX - licença-paternidade;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Para ajudar na memorização, pense no seguinte:

• Os servidores públicos possuem estabilidade. Portanto, não precisam de proteção ao emprego (art. 7º, I), seguro-desemprego (art. 7º, II), FGTS (art. 7º, III), proteção contra automação (art. 7º, XXVII) e aviso prévio (art. 7º, XXI).

• Os servidores públicos trabalham para o Governo (e não para a iniciativa privada). Assim, não há que se falar em: participação nos lucros (art. 7º, XI), reconhecimento de acordo coletivo e convenção (art. 7º, XXVI), proteção contra a retenção dolosa do salário (art. 7º, X).

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Vedação à incorporação de vantagens temporárias e vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão

Incorporar significa inteirar, introduzir, inserir, de tal modo que determinada parcela remuneratória seja considerada, de forma permanente, parte integrante da remuneração do servidor.

Com o advento da Emenda Constitucional 103/19, algumas parcelas remuneratórias não podem mais ser incorporadas à remuneração do cargo efetivo. São elas:

• As vantagens de caráter temporário;

• As vantagens vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão;

Observe no artigo 39, § 9º, da CF:

§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Essa regra é aplicável a todos os servidores públicos, de todas as esferas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Exemplo: Ricardinho era chefe de seu departamento, por isso recebia uma vantagem vinculadas ao exercício dessa função de confiança. Ao se aposentar, Ricardinho não mais poderá “levar essa vantagem para a aposentadoria”, ou seja, sua contribuição previdenciária e consequentemente os seus proventos da aposentadoria não levarão em consideração essa vantagem.

Regime de previdência dos servidores públicos estatutários

Considerações gerais

A Constituição Federal prevê dois regimes previdenciários, um geral e outro especial.

O primeiro compreende o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), disciplinado pelos art. 201 e 202 da CF, e alcança todos os trabalhadores do setor privado, além dos agentes públicos ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão, função temporária, mandato eletivo e emprego público (conforme lição do artigo 40, §13, da CF).

Art. 40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Já o art. 40 da CF cuida do regime de previdência social aplicável aos servidores titulares de cargos efetivos (chamado de Regime Próprio de Previdência Social – RPPS ou de regime especial):

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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Como se nota na redação do art. 40, caput da CF, o regime de previdência dos servidores públicos possui caráter contributivo e solidário.

“Contributivo” significa que, para fazer jus à aposentadoria, será computado o tempo de efetiva contribuição do servidor, e não apenas o seu tempo de serviço.

Por sua vez, o regime é “solidário” porque as contribuições à previdência são pagas pelo ente público (União, Estados, DF e Municípios), pelos servidores ativos, pelos servidores inativos e pelos pensionistas. As contribuições devem observar critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.

Ativo: servidor público em exercício

Inativo: servidor público já aposentado

Pensionista: dependente do servidor que recebe benefícios previdenciários, como pensão por morte.

O percentual utilizado no cálculo das contribuições dos servidores ativos, inativos e pensionistas será o mesmo. Porém, no caso dos inativos e pensionistas, esse percentual incidirá apenas sobre as parcelas dos proventos e pensões que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS (CF, art. 40, §18).

Art. 40, § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) (Vide ADIN 3133) (Vide ADIN 3143) (Vide ADIN 3184)

Por fim, ressalte-se que:

Art. 40, § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Modalidades de aposentadoria

No regime próprio são previstas três diferentes modalidades de aposentadoria (CF, art. 40, §1º):

• Por incapacidade permanente; • Compulsória, aos 70 anos de idade ou, na forma de lei complementar, aos 75 anos de idade;

• Voluntária, por idade.

Confira o texto constitucional:

§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide Lei Complementar nº 152, de 2015)

III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

A aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho (antiga aposentadoria por invalidez) é aplicável ao servidor que tenha sofrido alguma limitação em sua capacidade física ou mental que o impeça de exercer as atribuições do cargo em que estiver investido. A Constituição, com a redação dada pela EC 103/2019 (Reforma da Previdência), destaca que essa modalidade de aposentadoria somente será concedida “quando insuscetível de readaptação”, ou seja, nos casos em que seja impossível alocar o servidor em outro cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido.

Assim, a primeira alternativa para o servidor que tenha sofrido algum acidente ou que tenha sido acometido por alguma doença incapacitante é a readaptação em outro cargo, para que ele possa permanecer trabalhando.

Com efeito, o artigo 37, § 13 da CF prevê que:

Art. 37, § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Por exemplo, imagine um agente de polícia que tenha ficado sem os movimentos da perna após um acidente. Certamente, esse servidor ficará incapaz de exercer as atribuições operacionais do cargo de agente. Porém, é provável que ele consiga exercer atividades administrativas e outras tarefas internas que não dependam do movimento das pernas. Assim, ao invés de ser aposentado por incapacidade para o trabalho, o servidor deveria ser readaptado para um cargo com atribuições administrativas, como um cargo de Técnico. Somente se tal opção for inviável (por exemplo, por inexistir um cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a limitação sofrida), aí sim é que o servidor será aposentado por incapacidade permanente para o trabalho.

Quanto à aposentadoria compulsória, se caracteriza por um limite de idade que, quando atingido, obriga o servidor a se aposentar. Como regra, a aposentadoria compulsória ocorre aos 70 anos de idade, conforme art. 40, §1º, II da CF. Porém, após a edição da EC 88/2015 (a chamada “PEC da Bengala”), a CF passou a admitir que a aposentadoria compulsória se dê aos 75 anos de idade, desde que haja a edição de uma lei complementar alterando o limite de idade.

Tal lei foi editada em dezembro de 2015. Trata-se da Lei Complementar 152/2015. Assim, atualmente, pode-se dizer que a aposentadoria compulsória aos 75 anos vale para todo o funcionalismo público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

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No que tange à aposentadoria voluntária, a reforma da previdência instituída pela EC 103/2019 promoveu mudanças significativas. Agora, a CF estabelece apenas os requisitos de idade mínima para a aposentadoria voluntária dos servidores da União, delegando para os demais entes federativos a tarefa de promover emendas às respectivas Constituições e Leis Orgânicas e de editar leis complementares para estabelecer critérios que antes estavam previstos na própria CF, a exemplo do tempo de contribuição mínimo.

Assim, atualmente, para fazer jus à aposentadoria voluntária, o servidor deverá preencher as seguintes condições (CF, art. 40, §1º, III):

Ø No âmbito da União:

§ Homem: aos 65 anos de idade.

§ Mulher: aos 62 anos de idade.

Ø No âmbito dos Estados, DF e Municípios:

§ Idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas.

Vale lembrar que o artigo 40, §10, veda expressamente que a lei estabeleça qualquer forma de contagem fictícia de tempo de contribuição. Por exemplo, não pode a lei permitir que determinadas licenças não gozadas ou o tempo de advocacia, sem comprovação de contribuição, possam ser utilizados para completar o tempo necessário para a aposentadoria.

Art. 40, § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Por outro lado, a Constituição permite a contagem recíproca do tempo de contribuição entre o Regime Geral e os regimes próprios da União, dos Estados, DF ou dos Municípios, e destes entre si, assim como a contagem do tempo de serviço militar, tudo para fins de aposentadoria, observada a compensação financeira (CF, art. 40, §9º). Já o tempo de serviço correspondente será contado apenas para fins de disponibilidade.

Por exemplo: um servidor que, antes de entrar no serviço público federal, tenha trabalhado na iniciativa privada e, ainda, tenha sido servidor municipal, poderá contar todo esse tempo de contribuição, tanto ao RGPS como ao regime próprio do Município, para obter sua aposentadoria no regime próprio de previdência da União. Se em algum momento nesses vínculos anteriores ele tiver deixado de contribuir, o tempo de serviço correspondente já não poderá ser contado para a obtenção de aposentadoria, mas apenas para a definição da remuneração proporcional na hipótese de ele ser colocado em disponibilidade.

Art. 40, § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

O §19 do art. 40 prevê a figura do abono de permanência, devido ao servidor que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade. O valor do abono será equivalente ao valor da contribuição previdenciária do servidor (na prática, portanto, o efeito financeiro do abano é o mesmo que o servidor deixar de recolher a contribuição), e será pago ao servidor até ele completar 75 anos de idade, quando então deverá se aposentar compulsoriamente.

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Art. 40, § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Valor dos proventos e das pensões

As regras para cálculo de proventos de aposentadoria e da pensão por morte serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo (CF, art. 40, §3º e §7º). Trata-se de mais uma definição delegada aos entes federativos por meio da EC 103/2019. A diferença é que os critérios para definição do valor devem ser estabelecidos por intermédio de lei ordinária, e não de lei complementar.

Art. 40, § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 40, § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Não obstante, a Constituição estabelece limites - inferior e superior - ao valor das aposentadorias e pensões, os quais deverão ser observados pelos entes federativos ao editarem a respectiva lei estabelecendo as regras de cálculo (CF, art. 40, §2º):

Ø Limite inferior: salário mínimo

Ø Limite superior: teto do RGPS

Art. 40, § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Dessa forma, a partir da reforma introduzida pela EC 103/2019, os proventos da aposentadoria não mais serão calculados da forma tradicional, pela média das maiores remunerações, que gerava valor final próximo ao do serviço ativo. Ao contrário, no novo sistema será estabelecido um teto para o regime próprio, que não poderá ultrapassar o valor máximo dos benefícios do RGPS (atualmente, na casa dos R$ 6 mil).

Detalhe é que os valores de remuneração considerados para o cálculo dos proventos de aposentadoria serão devidamente atualizados, na forma da lei.

Art. 40, § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Ademais, o teto constitucional de remuneração dos servidores públicos deve ser sempre respeitado, inclusive na hipótese de soma dos proventos da aposentadoria com a remuneração de cargo acumulável, cargo em comissão ou cargo eletivo (CF, art. 40, §11).

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Art. 40, § 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Interessante ressaltar que, de acordo com o art. 40, §8º, é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. Essa norma, inserida pela EC 41/2003, acabou com a chamada regra de paridade, a qual garantia que os proventos de aposentadoria e as pensões fossem reajustados pelos mesmos índices e na mesma data que as remunerações dos servidores ativos do mesmo cargo. Não há mais vínculo com os reajustes e aumentos concedidos para os servidores ativos do cargo.

Art. 40, § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Regime de Previdência Complementar

Se por um lado o valor dos proventos de aposentadoria agora está limitado ao teto do RGPS, por outro, a base de cálculo das contribuições que o servidor deve fazer para o regime próprio também não pode superar esse mesmo teto. Assim, na prática, considerando apenas o regime próprio, após a EC 103/2019 o servidor irá receber menos do que se estivesse na regra antiga, mas também contribuirá sobre uma base menor.

Porém, há uma possibilidade de o servidor auferir proventos de aposentadoria superiores ao teto do RGPS. Para tanto, ele terá que aderir a um regime de previdência complementar, pagando as respectivas contribuições. É o mesmo sistema, portanto, que sempre foi adotado para os trabalhadores sujeitos ao regime geral.

O regime de previdência complementar dos servidores públicos estatutários está previsto no art. 40, §§ 14 a 16 da CF, nos seguintes termos:

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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Como se vê, cada ente federativo deve instituir seu próprio regime de previdência complementar, mediante lei ordinária de iniciativa do respectivo chefe do Poder Executivo. O regime de previdência complementar deve observar o art. 202 da CF, que trata do regime de previdência privada, de caráter complementar e facultativo, aplicável aos trabalhadores da iniciativa privada em geral e, também, aos empregados públicos, servidores temporários e aos ocupantes exclusivamente de cargos em comissão.

O servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar somente será enquadrado no novo sistema se houver sua prévia e expressa opção. Para ser expressa, a opção deverá ser formalizada; e para ser prévia, a opção deve ser feita antes da inclusão do servidor no sistema, e não antes da implantação do regime.

Por fim, vale ressaltar que é vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do regime de previdência complementar previsto nos §§ 14 a 16 do art. 40 da CF, ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social (CF, art. 37, §15).

Art. 37, § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Aposentadorias especiais

A Constituição Federal prevê algumas hipóteses de aposentadorias que seguem requisitos ou critérios diferenciados daqueles acima indicados, aplicáveis aos servidores públicos em geral. Vejamos.

Art. 40, § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

No caso de professor ou professora que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o limite de idade será reduzido em 5 anos para a concessão de aposentadoria voluntária por idade. O tempo de efetivo a ser comprovado para que o professor(a) faça jus à redução do limite de idade será fixado em lei complementar do respectivo ente federativo (CF, art. 40, §5º).

Assim, por exemplo, no âmbito da União, o professor pode aposentar-se por idade aos 60 anos e a professora aos 57 anos, desde que cumpram os demais requisitos que venham a ser estabelecidos.

A Constituição assegura a aposentadoria especial para os professores da educação infantil e do ensino fundamental e médio, mas não do ensino superior.

Além da aposentadoria dos professores do ensino infantil, fundamental e médio, a Constituição Federal prevê a possibilidade de que leis complementares possam assegurar aposentadorias especiais, com requisitos diferenciados, aos servidores:

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• com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar (CF, art. 40, §4º-A);

• ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial legislativo da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, policial federal, policial rodoviário federal, policial ferroviário federal e de policial civil (CF, art. 40, §4º-B);

• cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação (CF, art. 40, §4º-C).

Art. 40, § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 40, § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Art. 40, § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Há ainda o regime de previdência dos militares, que deve ser disciplinado em lei própria (CF, art. 142, §3º, X), ou seja, aos militares não se aplica o regime próprio do art. 40.

Fora dessas situações (professores, servidores com deficiência, agentes penitenciários, socioeducativos, policiais e militares) não podem ser criadas aposentadorias especiais para categorias específicas de servidores públicos, com critérios diferenciados em relação aos previstos para o regime próprio dos servidores efetivos em geral.

Art. 40, § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Ademais, é vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência para os servidores titulares de cargos efetivos. Ademais, não pode haver mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais (CF, art. 40, §20).

§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Finalmente, serão estabelecidas normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão para os regimes próprios de previdência social que já existam (uma vez que está vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social). E sim, você adivinhou: essas normas gerais serão estabelecidas

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por lei complementar federal. Confira o § 22 do artigo 40 (incluído pela Emenda Constitucional 103/2019) na íntegra:

§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social;

II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;

III - fiscalização pela União e controle externo e social;

IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;

V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza;

VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial;

VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com governança, controle interno e transparência;

VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime;

IX - condições para adesão a consórcio público;

X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias.

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Estabilidade

A estabilidade no cargo é uma garantia constitucional que protege o servidor de ser livremente exonerado ou demitido do cargo. As regras acerca da estabilidade dos servidores públicos estão no artigo 41 da CF:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

(...)

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Pode-se dizer que estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao servidor que preencha os seguintes requisitos:

§ Investidura em cargo efetivo, o que pressupõe, necessariamente, a prévia aprovação em concurso público;

§ Três anos de efetivo exercício no cargo;

§ Aprovação em avaliação especial de desempenho.

Em relação ao primeiro requisito, em que se requer a investidura em cargo de provimento efetivo, afasta-se a possibilidade de empregados públicos, servidores temporários ou ocupantes de cargos em comissão sem vínculo efetivo adquirirem estabilidade.

Ocupantes exclusivamente de cargos em comissão não dispõem de estabilidade no serviço público!

Veja que não basta ao agente público ser aprovado em concurso público para adquirir estabilidade. É necessário que ele tenha siso aprovado em concurso público para provimento de cargo efetivo, e não de emprego público. Lembre-se de que o concurso público não é exigência exclusiva para o provimento dos cargos efetivos. A investidura em empregos públicos também requer a realização de concurso, o que não garante estabilidade aos aprovados.

Empregados públicos não dispõem de estabilidade no serviço público!

Quanto ao segundo requisito, a expressão “efetivo exercício” indica que não serão contados eventuais períodos de licenças ou afastamentos do serviço para fins de aquisição de estabilidade.

O terceiro requisito, aprovação em avaliação especial de desempenho feita por comissão instituída para esse fim, tem o objetivo de impedir que o simples decurso de tempo seja condição suficiente para conferir estabilidade ao servidor. Vale dizer, o fato de o servidor ter completado o período de efetivo exercício exigido para a aquisição da estabilidade não o torna automaticamente estável; a avaliação especial de desempenho passa a ser condição cumulativa, obrigatória para a aquisição do direito.

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Perda do cargo do servidor já estável

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

A primeira hipótese refere-se ao trânsito em julgado de sentença judicial, que pode ser sentença penal ou sentença decorrente da prática de ato de improbidade administrativa.

A segunda hipótese está relacionada à prática de infração funcional grave, que pode motivar a instauração de procedimento administrativo com aplicação da pena de demissão, assegurado, é claro, o direito à ampla defesa.

Já a terceira situação em que o servidor estável poderá perder o cargo decorre de insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação periódica. Não se trata de norma autoaplicável, eis que a Constituição determina que a avaliação periódica deve ser feita na forma de lei complementar, a qual, diga-se de passagem, ainda não foi editada, razão pela qual esse requisito constitucional permanece sem aplicação prática.

Além das hipóteses previstas no art. 41, §1º, o art. 169, §4º da CF acrescenta que o servidor estável poderá perder o cargo quando o excesso de gastos com pessoal impedir o cumprimento dos limites prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Com efeito, nos termos do art. 169, se os limites previstos na LRF não forem observados, devem ser adotadas, sucessivamente, as seguintes providências:

1. Redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;

2. Exoneração dos servidores não estáveis.

3. Exoneração dos servidores estáveis.

Portanto, a exoneração dos servidores estáveis só poderá ser empreendida caso as duas medidas anteriores não forem suficientes para adequar os gastos com pessoal aos limites da LRF.

Reintegração, recondução, aproveitamento e disponibilidade

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

A Lei 8.112/90, nos oferece as definições de reintegração, recondução e aproveitamento:

• Reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, em virtude de invalidação do ato de sua demissão, por decisão

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administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens a que teria direito o servidor a partir da data de afastamento do cargo, inclusive as promoções (Lei 8.112/90, art. 28);

• Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou de reintegração do anterior ocupante. A recondução se aplica exclusivamente ao servidor estável (Lei 8.112/90, art. 29);

• Aproveitamento é o retorno do servidor que havia sido posto em disponibilidade (Lei 8.112/90, art. 30).

Portanto, se o servidor estável foi demitido, mas a demissão foi invalidada por sentença judicial, ele será reintegrado ao cargo que ocupava, e o eventual ocupante da vaga, se estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade (neste caso, terá remuneração proporcional ao tempo de serviço).

Exemplo: Ricardinho ocupava o cargo de Auditor Federal de Controle Externo no Tribunal de Contas da União, mas foi demitido. Por isso, Letícia, que ocupava o cargo de Técnico de Controle Externo, agora foi ocupar o cargo de Ricardinho.

Acontece que a demissão de Ricardinho foi invalidada por sentença judicial. E agora, o que acontece?

Agora Ricardinho será reintegrado ao cargo de Auditor Federal de Controle Externo e Letícia será reconduzida ao cargo de origem (Técnico de Controle Externo), se ela for estável. E o que acontece se o cargo de Letícia já estiver sendo ocupado por Thiago, que entrou lá enquanto Letícia ocupava o cargo de Ricardinho?

Nesse caso, Letícia será posta em disponibilidade até que ocorra seu aproveitamento em outro cargo.

Outra situação em que o servidor ficará em disponibilidade será quando o seu cargo for extinto ou quando for declarada a sua desnecessidade:

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Assim, caso ocorra a extinção do cargo público por lei, o servidor estável ocupante do cargo extinto ficará em disponibilidade, recebendo remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (a CF não fixa prazo para que haja o reaproveitamento); se não for estável, o servidor perderá o cargo e será afastado do serviço público, pois, de acordo com a Súmula 22 do STF: “o estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo”.

Questões para fixar VUNESP - Prefeitura de São Roque - SP – Advogado – 2020 - adaptada

Os ocupantes de empregos públicos não dispõem de estabilidade no serviço público.

Comentários:

De acordo com o caput do artigo 41 da CF:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

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Assim, um dos requisitos para aquisição da estabilidade é a investidura em cargo de provimento efetivo, o que afasta a possibilidade de empregados públicos, servidores temporários ou ocupantes de cargos em comissão sem vínculo efetivo adquirirem estabilidade.

Gabarito: Certo

VUNESP - Câmara de Nova Odessa - SP - Assessor Jurídico I – 2018

Os empregados públicos comissionados podem ser demitidos ad nutum, não possuindo a garantia da estabilidade.

Comentários:

O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”).

Um dos requisitos para aquisição da estabilidade é a investidura em cargo de provimento efetivo. Isso afasta a possibilidade de ocupantes de cargos em comissão sem vínculo efetivo adquirirem estabilidade. Ou seja: os ocupantes de cargos comissionados não possuem a garantia da estabilidade.

Gabarito: Certo

VUNESP - Prefeitura de São Roque - SP – Advogado – 2020 - adaptada

A estabilidade garante ao agente público a permanência no serviço público, de modo que o vínculo somente poderá ser desconstituído por decisão judicial com trânsito em julgado.

Comentários:

Existem outras hipóteses de perda do cargo público, pelo servidor estável, além da decisão judicial transitada em julgado. Nos termos do artigo 41, § 1º, da CF:

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Gabarito: Errado

VUNESP - PC-BA - Escrivão de Polícia – 2018 - adaptada

O servidor estável só pode ser desligado por decisão judicial definitiva que reconheça a prática de infração disciplinar de natureza grave.

Comentários:

Existem outras hipóteses de perda do cargo público pelo servidor estável, conforme art. 41, §1º, da CF.

Gabarito: Errado

[Q663396] VUNESP - TJ-SP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – 2016

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele

A) indenizado, e o eventual ocupante da vaga será vitaliciado no cargo.

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Direito Administrativo para SEJUSP MG

B) reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

C) reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, com direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

D) indenizado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Comentários:

Nos termos do artigo 41, § 2º da CF:

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Gabarito: B

[Q919336] VUNESP - PC-SP - Agente Policial – 2018

Nos termos da Constituição Federal, invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,

A) ele não será reintegrado e deverá aguardar decisão sobre as providências que serão adotadas em relação ao eventual ocupante da vaga, o qual necessitará ser dispensado após a conclusão do devido processo administrativo, assegurando-se a ampla defesa e o contraditório.

B) ele não será reintegrado e deverá aguardar decisão sobre as providências que serão adotadas em relação ao eventual ocupante da vaga, o qual necessitará ser exonerado, dispensando-se a instauração de processo administrativo.

C) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem com direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

D) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

E) será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, não poderá ser reconduzido ao cargo de origem, devendo permanecer em situação de disponibilidade até o surgimento de novo cargo, assegurando-se o direito à indenização.

Comentários:

A banca tenta inventar, mas não adianta. A verdade é que, nos termos do artigo 41, § 2º da CF:

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Gabarito: D

[Q826539] VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário – 2017

Nos termos da Constituição Federal, extinto o cargo, o servidor público estável ficará em disponibilidade

A) sem remuneração, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

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B) com remuneração integral, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

C) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até serem preenchidas as condições necessárias para sua aposentadoria.

D) com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

E) com remuneração integral, até serem preenchidas as condições necessárias para sua aposentadoria.

Comentários:

De acordo com o artigo 41, § 3º, da CF:

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Gabarito: D

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Questões de prova comentadas

1. VUNESP – Câmara de Mogim Mirim SP – Analista Legislativo – 2020

Quanto à acumulação remunerada de cargos públicos, nos termos das normas constitucionais, pode-se dizer que é permitida

a) a tríplice acumulação.

b) a acumulação entre o cargo de professor e profissional da saúde.

c) a acumulação entre o cargo de profissional da saúde com outro técnico ou científico.

d) a acumulação de cargo de professor com outro técnico ou científico.

e) a acumulação mesmo que não haja compatibilidade de horários.

Comentários:

Nos termos do artigo 37, inciso XVI, da CF:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

Assim os requisitos para a acumulação de cargos públicos são os seguintes:

§ Que se trate de:

ü Dois cargos de professor;

ü Um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou

ü Dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, de profissão regulamentada (ex: médicos, dentistas, nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais, etc.).

§ Que haja compatibilidade de horários.

§ Que seja respeitado o teto remuneratório, em cada cargo.

Portanto, não é permitida a tríplice acumulação (alternativa A). Não é permitida a acumulação entre o cargo de professor e profissional da saúde (alternativa B). Não é permitida a acumulação entre o cargo de profissional da saúde com outro técnico ou científico (alternativa C).

Por outro lado, a acumulação de cargo de professor com outro técnico ou científico (alternativa D) é permitida, nos termos do artigo 37, XVI, “b”.

E em qualquer das exceções é necessário que haja compatibilidade de horários, por isso que a alternativa E está errada.

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Gabarito: D

2. VUNESP – Prefeitura de Morro Agudo – Auditor de Controle Interno – 2020

Aos servidores públicos, conforme a Constituição Federal de 1988, os padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório deverão considerar, entre outros fatores, o seguinte:

a) as exigências técnicas e de tempo para a função, o grau de complexidade das tarefas e desempenho alcançado.

b) a natureza, o grau de responsabilidade, os requisitos para a investidura e as peculiaridades dos cargos.

c) o nível de senioridade do cargo, o grau de exigência técnica e complexidade das tarefas e as atribuições referentes à função.

d) a complexidade e o grau da função, posicionamento vis a vis das demais carreiras do setor público.

e) a compatibilidade entre o cargo, função e tarefas, as exigências inerentes à função e ao cargo ocupado e resultados alcançados.

Comentários:

Questão respondida com base no artigo 39, § 1º, da CF:

Art. 39, § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;

II - os requisitos para a investidura;

III - as peculiaridades dos cargos.

Gabarito: B

3. VUNESP – FITO – Analista de Gestão – 2020

A C.F. estabelece teto (limite) para a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Para o Município, o teto é o subsídio

a) do Prefeito

b) dos Vereadores

c) do Governador

d) dos Deputados Estaduais e Distritais

e) dos Desembargadores do Tribunal de Justiça

Comentários:

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Nos Municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos. Noutras palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos.

Confira na própria CF (grifei):

Art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

Gabarito: A

4. VUNESP – SeMAE – Engenheiro – 2020

Nos termos da Constituição Federal, é correto afirmar que:

a) o preenchimento dos cargos em comissão exigirá a aprovação em concurso público de provas e títulos.

b) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

c) a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices entre servidores públicos civis e militares, far-se-à sempre na mesma data.

d) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.

e) os cargos em comissão serão exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional.

Comentários:

a) Errada. O preenchimento dos cargos em comissão não exige a aprovação em concurso público, conforme artigo 37, II, da CF:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Cargos efetivos é que exigem aprovação prévia em concurso público.

Lembre-se, a aprovação em concurso público não é exigida, dentre outros, para:

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• Nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II).

• Contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).

b) Errada. Na verdade, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII).

c) Errada. Essa era a redação antiga do artigo 37, inciso X, da CF. Por isso que a questão está errada. A nova redação, dada pela Emenda Constitucional 19/1998 não menciona os militares e trata da remuneração dos servidores públicos e dos subsídios:

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Regulamento)

d) Correta, nos termos da CF, art. 37, III:

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

e) Errada. Essa regra simplesmente não existe. Os cargos em comissão são de livre nomeação e de livre exoneração. Qualquer pessoa, mesmo que não seja servidor público efetivo, pode ser nomeada para exercer um cargo em comissão.

O que a CF estabelece é que os cargos em comissão serão preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei. Em outras palavras, os cargos em comissão devem ser providos por servidor de carreira em um percentual mínimo previsto em lei, mas não existe regra estabelecendo que esses cargos devem ser preferencialmente exercidos por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional.

Gabarito: D

5. VUNESP – Valiprev - SP – Analista – 2020

Suponha que João era servidor público efetivo vinculado a autarquia municipal, ocupava cargo técnico e, após preenchidos os requisitos legais, solicitou a sua aposentadoria e passou a receber proventos. João tem uma trajetória funcional exemplar e sempre contou com a com a confiança dos seus superiores hierárquicos.

a) João poderá ocupar cargo declarado por lei como de livre nomeação ou exoneração na mesma entidade, hipótese em que deverá optar pelo recebimento dos proventos ou da remuneração do cargo, no período em que estiver em exercício.

b) João poderá participar de concurso público e prover cargo público efetivo de professor, hipótese em que cumulará a remuneração e os proventos.

c) Caso conte com mais de 75 (setenta e cinco) anos, João não poderá ocupar cargo de livre nomeação ou exoneração na mesma autarquia.

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d) João poderá cumular o seu benefício previdenciário com salário caso passe a ser empregado de sociedade de economia mista, hipótese em que não se aplicarão as regras de controle relativas a cumulação entre remuneração e proventos.

e) Caso João passe a receber remuneração em função do exercício de cargo de confiança e a contribuir para o sistema próprio de previdência, ele poderá utilizar as novas contribuições vertidas em favor do sistema para majorar o seu benefício.

Comentários:

A questão trata da acumulação de proventos e vencimentos.

Como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No entanto, é permitida a acumulação de proventos com remunerações de (CF, art. 37, § 10):

§ outro cargo/emprego/função acumulável caso em atividade estivesse;

§ cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, por exemplo); e

§ cargos em comissão.

Repare que João ocupava cargo técnico em autarquia municipal. Isso é importante para resolver a questão.

Agora vamos analisar as alternativas:

a) Errada. João não precisa optar pelo recebimento dos proventos ou da remuneração do cargo. Ele pode acumular os seus proventos de aposentadoria com a remuneração de um cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

b) Correta. Primeiro: Para ocupar cargos e empregos públicos efetivos é obrigatória a aprovação prévia em concurso público (CF, art. 37, II). Segundo: João pode acumular os seus proventos de aposentadoria (que é de um

É vedada a acumulação de...

Cargos públicos, exceto...

professor + professor

professor + cargo técnico ou científico

profissional de saúde + profissional de saúde

Proventos de aposentadoria

eremuneração de cargo

ativo, exceto...

Cargos acumuláveis na atividade

Cargos eletivos

Cargos em comissão

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cargo técnico) com a remuneração de um cargo efetivo de professor, uma vez que esses dois cargos são acumuláveis na forma desta Constituição. Vamos conferir a literalidade da norma constitucional para fixar:

Art. 37, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (...)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

“Aposentado só pode acumular na C&A”, lembra?

c) Errada. A aposentadoria compulsória não se aplica a cargos comissionados, somente aos servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo. Esse é um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), veja só:

“Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão; 2 - Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo aposentado compulsoriamente permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração"

Por isso, mesmo com mais de 75 anos, João poderá ocupar cargo de livre nomeação ou exoneração.

d) Errada. A vedação de acumular é bastante abrangente: salvo as exceções previstas, atinge todas as esferas de governo, todos os Poderes e toda a Administração Pública, direta e indireta, incluindo cargos em comissão. Confira:

Art. 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

e) Errada, porque João não pode receber mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social. Se João fizer isso que a alternativa está propondo, ele estaria recebendo proventos de aposentadoria decorrentes do seu cargo técnico na autarquia municipal e do exercício de cargo de confiança. Isso é vedado, nos termos do artigo 40, § 6º:

Art. 40, § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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Gabarito: B

6. VUNESP – Valiprev - SP – Analista – 2020

A respeito da remuneração dos servidores públicos, com base na Constituição Federal, assinale a alternativa correta.

a) A remuneração de servidores públicos organizados em carreira deverá ser realizada por subsídio.

b) A Constituição Federal não veda que servidores que sejam remunerados por subsídio fixado em parcela única recebam benefício de natureza comprovadamente indenizatória.

c) Fica estendida aos servidores públicos a proteção da relação estatutária contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos da legislação, que preverá indenização compensatória.

d) Lei de cada ente federativo deverá estabelecer uma relação entre a maior e a menor remuneração recebida entre os servidores públicos, a fim de viabilizar o controle de gastos com pessoal.

e) Os vencimentos dos cargos do Poder Judiciário poderão ser superiores aos cargos da mesma natureza pagos pelo Poder Executivo.

Comentários:

Vejamos as alternativas:

a) Errada. Na verdade, a remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá (e não deverá) ser realizada por subsídio (CF, art. 39, § 8º).

b) Correta. Não veda mesmo. Os servidores remunerados por subsídio não podem receber acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. Mas a Constituição não veda o acréscimo de benefício de natureza comprovadamente indenizatória.

Vejamos a norma constitucional:

Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

O inciso XI do artigo 37 é o que trata do teto constitucional. E, como vimos, excluem-se do teto somente as parcelas de natureza indenizatória previstas em lei (ajuda de custo, diárias, auxílio transporte e auxílio moradia). Conforme § 11 do artigo 37 da CF:

Art. 37, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

Assim, é possível que servidores que sejam remunerados por subsídio fixado em parcela única recebam benefício de natureza comprovadamente indenizatória.

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c) Errada. A relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa (art. 7º, inciso I, da CF) não é um dos direitos trabalhistas que se aplicam aos servidores ocupantes de cargo público (CF, art. 39, § 3º).

d) Errada. Novamente, o erro está no “deverá”. Confira na CF:

Art. 39, § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

e) Errada. Na verdade, os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo (CF, art. 37, XII).

Gabarito: B

7. VUNESP – Valiprev - SP – Analista – 2020

Tiago foi nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de aprovação em concurso público e, após três anos de efetivo exercício, foi considerado estável no serviço público. De acordo com a Constituição Federal, é correto afirmar que Tiago

a) não poderia ter sido considerado estável, pois a estabilidade apenas se adquire após 5 (cinco) anos de efetivo exercício no serviço público.

b) apenas poderá perder o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

c) ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, caso extinto o cargo, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

d) não poderá perder seu cargo em virtude de processo administrativo, ainda que lhe seja assegurada ampla defesa.

e) adquiriu a estabilidade automaticamente ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício, pois tal garantia independe de avaliação especial de desempenho.

Comentários:

Boa, Tiago! Passou num concurso e agora já é estável! Show de bola! Agora vamos às alternativas:

a) Errada. Tiago poderia sim ter sido considerado estável, pois a estabilidade pode ser adquirida após 3 anos (e não 5 anos) de efetivo exercício no serviço público, nos termos do caput do artigo 41, da CF:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

b) Errada. Existem outras hipóteses de perda do cargo público, pelo servidor estável, além da decisão judicial transitada em julgado. Confira na CF:

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

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II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

c) Correta. Se o cargo de Tiago for extinto, ele realmente ficará em disponibilidade até seu adequado aproveitamento em outro cargo, porque Tiago já é estável. Observe a norma constitucional:

Art. 41, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

d) Errada. Opa, poderá perder seu cargo em virtude de processo administrativo sim, de acordo com o artigo 41, § 1º, inciso II, da CF (visto nos comentários da alternativa B).

e) Errada. Primeiro: a estabilidade não é adquirida automaticamente com o decurso do tempo. Existem outros requisitos para a aquisição da estabilidade. Segundo: a estabilidade pode ser adquirida após 3 anos (CF, art. 41) de efetivo exercício. E terceiro: um dos requisitos para a aquisição da estabilidade é justamente a aprovação em avaliação especial de desempenho. Confira:

Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Gabarito: C

8. VUNESP – FITO – Advogado – 2020

De acordo com o princípio constitucional da acessibilidade aos cargos públicos, é correto afirmar que

a) a investidura em cargo, cargo em comissão, emprego público ou emprego público em comissão depende de aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.

b) o prazo de validade do concurso público para investidura em função pública será de até dois anos, prorrogável por iguais e sucessivos períodos, até o limite de cinco anos.

c) durante o prazo prorrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos poderá ser convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir o cargo ou emprego, na carreira.

d) a investidura em cargo ou emprego em comissão poderá ser autorizada em níveis não iniciais de carreira, mediante justificativa que comprove a necessidade da medida, considerando a complexidade das atribuições e a prévia experiência do candidato no Poder Público.

e) o ingresso em carreira pública será em nível inicial, mediante concurso público de provas e títulos, observando-se a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.

Comentários:

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Vamos analisar as alternativas:

a) Errada. A investidura em cargos em comissão não depende de aprovação prévia em concurso público, conforme artigo 37, II, da CF:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

b) Errada. O prazo de validade do concurso público será mesmo de até dois anos, mas ele é prorrogável apenas uma vez, por igual período (CF, art. 37, III). Assim, no final das contas, o prazo de validade de um concurso público pode chegar a até quatro anos: 2 anos + 2 anos de prorrogação = 4 anos.

c) Errada. O erro aqui é que não é durante o prazo prorrogável. É durante o prazo improrrogável. Confira na CF:

Art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

d) Errada. A alternativa viola a jurisprudência do STF, que em apertada síntese, afirma que “o ingresso nos cargos estruturados em carreira deve dar-se na classe inicial da carreira” (ADI 1.240). Repare que a alternativa ainda fala em cargo ou emprego em comissão. Servidores de carreira são concursados!

e) Correta, com base na jurisprudência apresentada no comentário da alternativa anterior e no inciso II do artigo 37, segundo o qual “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego”.

Observação: de acordo com a assertiva, “o ingresso em carreira pública será em nível inicial, mediante concurso público de provas e títulos”. O ingresso em carreira pública também pode ocorrer mediante concurso público de (somente) provas. Mas isso não invalida a questão, ok?

Gabarito: E

9. VUNESP –Valiprev - SP– Procurador – 2020

Emiliano é servidor público municipal, no exercício de cargo de provimento efetivo, e afastou-se do cargo para concorrer a mandato eletivo, tendo sido eleito. Segundo as normas constitucionais que regem a matéria, é correto afirmar que Emiliano

a) deverá pedir exoneração do cargo em se tratando de mandato eletivo federal.

b) se eleito para o mandato de Prefeito, será afastado do seu cargo, mas terá a faculdade de optar pela sua remuneração.

c) se eleito para o mandato de Vereador, perderá as vantagens de seu cargo, mas sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.

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d) ao pedir o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.

e) poderá acumular as vantagens do seu cargo com a remuneração do cargo eletivo, em se tratando de mandato estadual ou municipal.

Comentários:

Vamos direto para as alternativas:

a) Errada. Emiliano não precisa pedir exoneração do cargo. Ele só deverá ficar afastado do seu cargo de provimento efetivo, já que se trata de mandato eletivo federal. Confira no artigo 38, I, da CF:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

b) Correta. Essa é a regra para quem se elege para Prefeito: o servidor fica afastado do seu cargo efetivo, mas pode optar pela sua remuneração (CF, art. 38, II).

Art. 38, II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

c) Errada. Na verdade, se eleito Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo (CF, art. 38, III).

d) Errada. O tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento (CF, art. 38, IV).

e) Errada. Só é possível acumular as vantagens do seu cargo com a remuneração do cargo eletivo quando se tratar de mandato de Vereador e houver compatibilidade de horários (CF, art. 38, III). Confira a literalidade da regra constitucional:

Art. 38, III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

Gabarito: B

10. VUNESP – Valiprev - SP– Procurador – 2020

Considerando o disposto na Constituição Federal a respeito da Administração Pública, assinale a alternativa correta.

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a) Somente por lei específica a poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, que poderão criar subsidiárias, independentemente de autorização legislativa.

b) A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.

c) Os atos de improbidade administrativa importarão a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

d) A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, incluídas as respectivas ações de ressarcimento.

e) É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, incluídos os cargos acumuláveis na forma da Constituição e os cargos em comissão.

Comentários:

a) Errada. A criação de subsidiárias depende de autorização legislativa! O restante está correto, confira comigo (CF, art. 37):

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

b) Correta, conforme artigo 37, § 7º, da CF:

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.

c) Errada. Eu avisei sobre essa pegadinha, né? As questões adoram confundir as sanções aplicadas a atos de improbidade administrativa. Elas falam em cassação dos direitos políticos e suspensão da função pública! Mas isso está errado! Até porque a cassação dos direitos políticos é expressamente vedada pela Constituição Federal, no seu art. 15.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...)

V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Na verdade, os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos e a perda da função pública (além das outras sanções). Confira comigo no replay:

Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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d) Errada. “Incluídas” não, ressalvadas as ações de ressarcimento. Olha só:

Art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

e) Errada. Nos termos do artigo 37, § 10, da CF, como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No entanto, é permitida a acumulação de proventos com remunerações de:

§ outro cargo/emprego/função acumulável caso em atividade estivesse;

§ cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, por exemplo); e

§ cargos em comissão.

Gabarito: B

11. VUNESP – Câmara de São Roque - SP – Procurador Jurídico – 2019

De acordo com a Constituição Federal, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público

a) após dois anos de efetivo exercício, só poderá perder o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

b) poderá adquirir estabilidade antecipadamente, caso seja afastado do cargo para prestar serviços em outro órgão da Administração Direta ou Indireta.

c) adquirirá estabilidade após dois anos de efetivo exercício, mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa e o contraditório.

d) não tem direito a estabilidade, garantia constitucionalmente reservada aos ocupantes de emprego público.

e) deverá submeter-se a avaliação especial de desempenho, por comissão instituída para essa finalidade, para adquirir estabilidade.

Comentários:

Vejamos:

a) Errada. A estabilidade é adquirida após 3 anos, e não 2 anos, de efetivo exercício (CF, art. 41). Uma vez estável o servidor público pode perder o cargo por outro motivo além de sentença judicial transitada em julgado (CF, art. 41, § 1º):

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

• dos direito políticosSuspensão

• da função públicaPerda

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§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

b) Errada. Antecipadamente? Não. Essa regra simplesmente não existe.

c) Errada. Examinador “misturou as bolas”. A estabilidade é adquirida após 3 anos de efetivo exercício (CF, art. 41). E o processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa é uma das hipóteses em que o servidor poderá perder o seu cargo (CF, art. 41, § 1º).

d) Errada. Ocupantes de cargos de provimento efetivo têm direito a estabilidade sim, olha só:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

e) Correta. Sim. A aprovação em avaliação especial de desempenho é um dos requisitos para aquisição da estabilidade. Confira na CF:

Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Gabarito: E

12. VUNESP – Câmara de São Roque - SP – Procurador Jurídico – 2020

Ao tratar da Administração Pública, a Constituição Federal determina que

a) a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei, entre outros, dispor sobre o prazo de duração do contrato.

b) a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, vedadas eventuais ações de ressarcimento.

c) a proibição de acumulação remunerada de cargos públicos não se estende a empregos e funções em autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

d) os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos e da função pública, além da indisponibilidade dos bens, sem prejuízo da ação penal cabível.

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e) a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela podendo constar nomes, símbolos ou imagens de autoridades ou servidores públicos.

Comentários:

Vamos lá:

a) Correta, essa é basicamente a transcrição do artigo 37, § 8º, da CF:

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal.

b) Errada. A ações de ressarcimento não são vedadas. A questão é que a Constituição Federal não prevê a possibilidade para prescrição das ações de ressarcimento. Assim, ainda que o infrator não possa mais ser punido pelo Estado, ele deverá ressarcir os danos causados ao erário. Correto seria dizer o seguinte:

Art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

c) Errada. Opa! A vedação de acumular é bastante abrangente: ela se estende sim a empregos e funções em autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

Art. 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

d) Errada. Os atos de improbidade administrativa importarão a perda (e não a suspensão) da função pública. Esse é o erro da alternativa.

Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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e) Errada. Na verdade, nessa publicidade não pode constar nomes, símbolos ou imagens de autoridades ou servidores públicos.

Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Gabarito: A

13. VUNESP – SERTPREV – SP – Procurador Jurídico – 2019

O Secretário Municipal, nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, não aprovado em concurso público, ocupa

a) cargo em comissão, submetendo-se ao regime geral de previdência.

b) cargo em comissão, submetendo-se ao regime próprio de previdência.

c) emprego, submetendo-se ao regime próprio de previdência.

d) emprego público, submetendo-se ao regime de previdência complementar.

e) emprego público em comissão, submetendo-se ao regime geral de previdência.

Comentários:

Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos dos órgãos e entidades de direito público.

Já os empregos públicos são ocupados por empregados públicos da Administração direta e indireta; são mais comuns nas entidades administrativas de direito privado.

Então já eliminamos as alternativas C, D e E.

Os cargos públicos podem ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”). No caso, não houve aprovação em concurso público, o que nos diz que se trata de cargo em comissão, já que não se exige aprovação prévia em concurso público para a investidura em cargos em comissão (a investidura nesses cargos políticos, a exemplo dos cargos de Secretário Estadual e Secretário Municipal, ocorre, em regra, por mei0 de eleição, nomeação ou designação (e não por concurso público). O fundamento para isso é o artigo 37, inciso II, da CF:

Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

• dos direito políticosSuspensão

• da função públicaPerda

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Pois bem, mas ainda que os cargos em comissão sejam estatutários, seu regime de previdência é o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) aplicável aos empregados celetistas, por causa desse dispositivo constitucional aqui:

Art. 40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.

Gabarito: A

14. VUNESP – SERTPREV – SP – Procurador Jurídico – 2019

A respeito dos servidores públicos, a Constituição Federal dispõe, entre outros, que

a) o servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo federal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; havendo compatibilidade de horário, não haverá afastamento para os servidores estaduais, distrital ou municipais.

b) o detentor de mandato eletivo, os secretários estaduais e municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, permitido o acréscimo de gratificação e vedado o recebimento de abono, de prêmio, de verba de representação ou de outra espécie remuneratória.

c) os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos e da função pública, além de eventual indisponibilidade dos bens, na forma e gradação previstas em lei, e, no caso do ressarcimento ao erário, a ação penal poderá ser transacionada.

d) a União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira.

e) a concessão do benefício de pensão por morte será igual ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, acrescido de cinquenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

Comentários:

Vamos lá, alternativa por alternativa:

a) Errada. Independentemente de o servidor ser da Administração federal, estadual, distrital ou municipal, caso eleito para mandato eletivo federal, ele ficará afastado do seu cargo.

Não confunda isso com a regra para o cargo eletivo de Vereador. Quando um servidor (federal, estadual, distrital ou municipal, não importa) é eleito para o cargo eletivo de Vereador e há compatibilidade de horário, ele poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função juntamente com a remuneração de vereador.

Vamos conferir a fundamentação para isso na CF:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

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I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

b) Errada. Na verdade, o acréscimo de gratificação é vedado também:

Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

c) Errada. Mais uma vez essa pegadinha aparece. Os atos de improbidade administrativa importarão a perda (e não a suspensão) da função pública.

Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

d) Correta, nos termos do artigo 39, § 2º. E lembre-se: os Municípios não são obrigados a manter essas escolas de governo:

Art. 39, § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

e) Errada. A regra não é essa. O benefício da pensão por morte, na verdade, será concedido nos termos da lei do respectivo ente federativo.

Art. 40, § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

Gabarito: D

• dos direito políticosSuspensão

• da função públicaPerda

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15. VUNESP – Prefeitura da Estância Turística de Guaratinguetá – Procurador – 2019

De acordo com as normas vigentes da Constituição Federal, em matéria de estabilidade do servidor público, é correto:

a) o servidor aprovado em concurso público, nomeado para cargo efetivo, será considerado estável após dois anos de efetivo exercício cumprido em estágio probatório; posteriormente só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado e mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

b) o servidor aprovado em concurso público, nomeado para cargo efetivo, será considerado estável após três anos de efetivo exercício cumprido em estágio probatório; posteriormente só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

c) a estabilidade também pode ser concedida aos servidores que ocupam cargo em comissão e que contam com mais de cinco anos de exercício no serviço público, posteriormente só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

d) a estabilidade foi excepcionalmente concedida aos servidores que, por ocasião da entrada em vigor da Constituição, 05.10.1988, ocupavam cargo em comissão e que contavam com mais de cinco anos de exercício no serviço público; posteriormente só perderá o cargo em virtude de processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

e) o servidor ocupante de cargo efetivo ou de livre provimento será considerado estável após três anos de efetivo exercício; posteriormente só perderá o cargo mediante processo administrativo disciplinar em que lhe seja assegurada ampla defesa.

Comentários:

a) Errada. A estabilidade é adquirida após 3 anos, e não 2 anos, de efetivo exercício (CF, art. 41). Uma vez estável o servidor público só poderá perder o cargo nas seguintes hipóteses (CF, art. 41, § 1º):

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

b) Correta. Agora sim: 3 anos! Tudo correto aqui, conforme artigo 41 e seu § 1º. Ressalte-se que o servidor ainda pode perder o cargo mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, sendo que a alternativa utiliza a preposição “só”, possibilitando a interpretação de que somente nas duas hipóteses citadas na alternativa é que ensejam a perda do cargo. No entanto, devemos relevar isso, pois o examinador simplesmente se apropriou do texto constitucional, que fala: “o servidor público estável só perderá o cargo (...)”. Tudo bem? Alternativa certa (pelo menos para a banca está. A questão não foi anulada).

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c) Errada. Um dos requisitos para aquisição da estabilidade é investidura em a cargo de provimento efetivo, o que afasta a possibilidade de empregados públicos, servidores temporários ou ocupantes de cargos em comissão sem vínculo efetivo adquirirem estabilidade.

d) Errada. De fato, existiu essa concessão excepcional de estabilidade, conforme artigo 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT):

Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.

Mas repare no § 2º desse mesmo artigo:

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço não será computado para os fins do "caput" deste artigo, exceto se se tratar de servidor.

Agora vamos voltar para a alternativa D: “a estabilidade foi excepcionalmente concedida aos servidores que, por ocasião da entrada em vigor da Constituição, 05.10.1988, ocupavam cargo em comissão (...)”. Pronto! Já pode parar por aí. Identificou o erro? Essa concessão excepcional de estabilidade não foi concedida para ocupantes de cargos em comissão!

e) Errada. Como já foi dito no comentário da alternativa C, um dos requisitos para aquisição da estabilidade é investidura em a cargo de provimento efetivo.

Gabarito: B

16. VUNESP – Prefeitura de Arujá - SP – Analista de Recrutamento – 2019

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, de acordo com a Lei Orgânica do Município de Arujá, capítulo IV, art. 102. Todavia, há algumas exceções, uma delas refere-se à situação em que houver compatibilidade de horários na acumulação de

a) dois cargos de ajudante geral.

b) um cargo de auxiliar de enfermagem com outro técnico ou científico.

c) dois cargos de engenheiro.

d) um cargo de escriturário com o de advogado.

e) um cargo de professor com outro técnico ou científico.

Comentários:

Mais uma questão sobre acumulação de cargos na atividade. Eu disse que isso caía muito em prova...

De acordo com o artigo 37 da CF:

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XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

Assim...

a) Errada. São dois cargos técnicos.

b) Errada. Não é permitida a acumulação de cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde com outro cargo técnico ou científico.

c) Errada. Novamente, são dois cargos técnicos.

d) Errada. Mais dois cargos técnicos.

e) Correta. Agora sim. Do jeito que está escrito na CF, art. 37, XVI, “b”.

Gabarito: E

17. VUNESP – Prefeitura de Campinas - SP – Agente Administrativo – 2019

O exercício da função pública, que é cometida ao órgão ou à própria entidade, é realizado por pessoas físicas: agentes públicos. Assim, considera-se ______ toda __________vinculada, ________ , ao exercício de função pública. Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, preenche as lacunas.

a) servidor público … pessoa física ou jurídica … definitivamente

b) órgão público … pessoa física ou jurídica … definitivamente

c) agente público … pessoa física … definitiva ou transitoriamente

d) agente público … pessoa jurídica … definitivamente

e) órgão público … pessoa jurídica … transitoriamente

Comentários:

Agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal atribuída a órgão ou a entidade da Administração Pública (conforme Hely Lopes Meirelles).

Sobre as alternativas B e D, que tratam de órgão público: os órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais. São unidades de ação com atribuições específicas na organização do Estado. O Estado é uma pessoa jurídica. Diferentemente das pessoas físicas, as pessoas jurídicas não possuem vontade própria: elas precisam de alguém para atuar em seu nome. No caso do Estado, esse “alguém” são as pessoas físicas que integram seus órgãos, os agentes públicos.

Gabarito: C

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18. VUNESP – Prefeitura de Campinas – SP – Analista de Gestão de Pessoas – 2019

Um prefeito de um pequeno município paulista com larga experiência na área privada, mas recém-chegado no setor público, se deparou com uma situação de calamidade social e econômica local e que exigia uma ação de excepcional interesse público para reverter esse quadro. Nesse sentido, propôs ao seu Secretário de Gestão a contratação, por tempo determinado, de professores visitantes, com ampla experiência executiva, e especialistas em empreendedorismo e criação de novos negócios. O Secretário de Gestão gostou da ideia do prefeito, mas, por precaução, consultou o setor jurídico que indicou, com base na Constituição Federal de 1988:

a) Não se recomenda esse tipo de contratação, pois embora se trate de um caso excepcional, deve-se lançar um concurso público para provimento de novos cargos.

b) Reprovar esse tipo de contratação, por tempo determinado no setor público, pois não há amparo legal para isso.

c) No setor público é vedada a contratação por tempo determinado e, portanto, deve-se vetar a proposta do prefeito.

d) Aprovar esse tipo de contratação, por tempo determinado, dado que se trata de necessidade temporária de excepcional interesse público.

e) Aprovar esse tipo de contratação por tempo determinado, pois o prefeito foi eleito para solucionar os problemas relevantes da população.

Comentários:

O prefeito teve uma boa ideia. E se o setor jurídico for competente, ele vai aprovar esse tipo de contratação, porque é permitida a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do artigo 37 da CF:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)

Gabarito: D

19. VUNESP – Prefeitura de Poá - SP – Procurador Jurídico – 2019

Ao tratar da acessibilidade aos cargos públicos, a Administração pública direta e indireta dos Municípios obedecerá ao seguinte princípio:

a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, mas não aos estrangeiros.

b) as nomeações para cargo em comissão dependem de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.

c) as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

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d) o percentual dos cargos e empregos públicos reservados para as pessoas portadoras de deficiência e a definição dos critérios de admissão decorrem diretamente da Constituição e independem da lei.

e) é vedada contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.

Comentários:

Mais uma questão sobre estabilidade:

a) Errada. O artigo 37, inciso I, da CF diz que:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) Errada. O preenchimento dos cargos em comissão não exige, não depende de aprovação em concurso público, conforme artigo 37, II, da CF:

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Cargos efetivos é que exigem aprovação prévia em concurso público.

c) Correta, exatamente como diz o artigo 37, inciso V, da CF:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

d) Errada. Esse percentual depende de lei sim! É a lei que reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão (CF, art. 37, VIII).

e) Errada. Na verdade, é permitida a contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, veja só na CF:

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)

Gabarito: C

20. VUNESP – Câmara de Monte Alto - SP – Procurador Jurídico – 2019

A aprovação prévia em concurso público é princípio constitucional cuja obediência

a) é facultativa para a Administração Pública indireta e obrigatória para a Administração Pública direta.

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b) é obrigatória para admissão do servidor estatutário e facultativa para o servidor ou empregado contratado pela CLT.

c) é facultativa para ingressar no quadro de pessoal das autarquias, seja como estatutário, contratado pela CLT ou por contrato inominado.

d) é obrigatória para a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

e) é facultativa para a contratação por tempo determinado e obrigatória para as nomeações para cargo em comissão.

Comentários:

A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!) de provimento efetivo, abrangendo tanto os cargos das entidades de direito público como os empregos públicos das entidades administrativas de direito privado, integrantes da administração indireta.

Vejamos a norma constitucional (CF, art. 37):

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

Portanto...

a) Errada. A aprovação prévia em concurso público é obrigatória para entidades da Administração indireta, sejam elas de direito público ou de direito privado.

b) Errada. A exigência de concurso público também se aplica à nomeação para empregos públicos. Lembrando que o empregado público tem mesmo um vínculo contratual, sob a regência da CLT.

c) Errada. Autarquias são integrantes da Administração indireta e já vimos, na alternativa A, que a aprovação prévia em concurso público é obrigatória para entidades da Administração indireta.

d) Correta. É isso mesmo!

e) Errada. De fato, não é necessária a aprovação em concurso público para a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX). E também não é necessária para nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II).

Gabarito: D

21. VUNESP – TJ SP – Contador – 2019

O Senhor X foi aprovado em concurso público e nomeado para exercer cargo de provimento efetivo. Após três anos de efetivo exercício, o Senhor X adquiriu estabilidade e poderá perder o cargo apenas em razão

a) da instauração de inquérito policial.

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b) da instauração de inquérito civil pelo Ministério Público

c) de decisão proferida em procedimento de avaliação especial de desempenho por comissão instituída com tal finalidade.

d) de decisão em processo administrativo em que lhe tenha sido assegurada ampla defesa.

e) de decisão de segunda instância confirmando sentença judicial que determinou sua demissão.

Comentários:

Ok. Senhor X é estável. Quais são as hipóteses em que um servidor estável poderá perder o cargo? Elas estão no artigo 41, § 1º, da CF:

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Detalhe está na alternativa C. Repare que ela fala em “avaliação especial de desempenho por comissão instituída com tal finalidade”. Esse é um requisito (uma condição) para a aquisição da estabilidade (CF, art. 41, § 4º) e não uma das hipóteses em que o servidor estável poderá perder o cargo. Ademais, senhor X já é estável, ou seja, já foi aprovado na avaliação especial de desempenho por comissão instituída com tal finalidade.

Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Preste atenção:

• avaliação especial de desempenho por comissão instituída com tal finalidade: requisito para aquisição da estabilidade;

• avaliação periódica de desempenho: hipótese em que o servidor estável poderá perder o cargo.

Gabarito: C

22. VUNESP – TJ SP – Administrador – 2019

Nos termos da Constituição Federal, a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Assim, é correto afirmar que

a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, excetuados os estrangeiros.

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b) é vedada a vinculação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, permitida a equiparação.

c) o prazo de validade do concurso público será de até um ano, prorrogável uma vez, por igual período.

d) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

e) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, vedada a prorrogação por qualquer período.

Comentários:

Analisando as alternativas:

a) Errada. Os cargos, empregos e funções públicas também são acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei (CF, art. 37, I):

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

b) Errada. Tanto a vinculação quanto a equiparação são vedadas, observe (CF, art. 37, XIII):

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

c) Errada. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos (e não um ano), prorrogável uma vez, por igual período (CF, art. 37, III).

d) Correta, conforme artigo 37, I, da CF (transcrito no comentário da alternativa A).

e) Errada. A prorrogação do prazo de validade do concurso público é permitida sim. Somente uma vez, mas é permitida! Confira na CF, art. 37, III:

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

Gabarito: D

23. VUNESP – UFTM – Contador – 2018

O Senhor X, aprovado em concurso público, exerce o cargo de arquiteto em uma autarquia federal, desempenhando suas atribuições de segunda a sexta-feira das 8:00 às 17:00 horas. O Senhor X foi aprovado em novo concurso público para o cargo de professor da faculdade de arquitetura e urbanismo em uma universidade federal situada no mesmo Município onde trabalha e reside. Considerando as disposições constitucionais acerca da acumulação remunerada de cargos públicos, é correto afirmar que o Senhor X

a) poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos em qualquer hipótese, pois a vedação de acumulação não abrange autarquias.

b) não poderá acumular a remuneração dos dois cargos, pois a Constituição admite apenas a acumulação de dois cargos de professor.

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c) poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos, pois a Constituição permite a acumulação de um cargo de caráter técnico e outro de professor, desde que a totalidade dos vencimentos respeite o teto constitucional.

d) não poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos, pois a Constituição veda a acumulação de cargos.

e) poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos se houver compatibilidade de horário, ainda que a soma das remunerações ultrapasse o teto constitucional.

Comentários:

O Senhor X já exerce o cargo técnico (arquiteto) e agora ele passou num concurso para professor. Pode acumular?

Pode! Precisamente de acordo com o artigo 37, XVI, “b”, da CF:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (...)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

Detalhe é que ele só poderá fazer isso se houver compatibilidade de horários. No caso do senhor X, ele trabalha como arquiteto das 8:00 às 17:00 horas. Se as aulas na universidade forem à noite, não tem problema.

E soma das remunerações pode ultrapassar o teto constitucional?

Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), sim! Apreciando o tema 377 da repercussão geral, o STF fixou a seguinte tese de repercussão geral: "Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público (...). Nas situações jurídicas em que a Constituição Federal autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório é considerado em relação à remuneração de cada um deles, e não ao somatório do que recebido.”

Portanto, o Senhor X poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos se houver compatibilidade de horário, ainda que a soma das remunerações ultrapasse o teto constitucional.

Gabarito: E

24. VUNESP – AresPCJ SP – Procurador – 2018

Ocupante exclusivamente de cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração,

a) submete-se ao mesmo regime jurídico de pessoal dos ocupantes de cargos efetivos na Administração Pública.

b) poderá adquirir estabilidade se permanecer no mesmo cargo por mais de três anos e contar com avaliação positiva de desempenho durante todo o período.

c) poderá desempenhar atribuições de direção, chefia, assessoramento ou de mero expediente.

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d) submete-se à vedação de percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do regime próprio de previdência social com a remuneração pelo exercício do cargo de provimento em comissão, devendo optar por um ou outro no ato de posse.

e) submete-se ao regime próprio de previdência social.

Comentários:

O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”). A existência do cargo público remete à adoção de regime jurídico estatutário.

Então...

a) Correta. Embora seu regime de previdência seja o Regime Geral de Previdência Social (RGSP), os cargos em comissão são estatutários, ou seja, eles estão sujeitos ao mesmo regime jurídico de pessoal dos ocupantes de cargos efetivos na Administração Pública.

b) Errada. Ocupantes exclusivamente de cargos em comissão não dispõem de estabilidade no serviço público! Um dos requisitos para aquisição da estabilidade é a investidura em cargo efetivo. Confira na CF:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

c) Errada. Ocupante exclusivamente de cargo em comissão não pode desempenhar funções de mero expediente. Os cargos em comissão destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento, nos termos do artigo 37, V, da CF:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

d) Errada. Não se submete a essa vedação, porque é permitido acumular proventos de aposentadoria com a remuneração de cargos em comissão.

Relembrando: como regra, é vedado acumular proventos e vencimentos. No entanto, é permitida a acumulação de proventos com remunerações de:

§ outro cargo/emprego/função acumulável caso em atividade estivesse;

§ cargos eletivos (de Deputado, Prefeito, Governador, por exemplo); e

§ cargos em comissão.

Confira agora na CF:

Art. 37, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

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e) Errada. Como dito no comentário da alternativa A, o regime de previdência dos ocupantes exclusivamente de cargo em comissão é o Regime Geral de Previdência Social (RGSP), e não o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

Gabarito: A

25. VUNESP – Câmara de Indaiatuba - SP – Procurador – 2018

No que tange aos servidores públicos, assinale a alternativa correta.

a) Nenhum concurso público pode conter regras que façam discriminações entre brasileiros natos ou naturalizados.

b) Toda investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou provas e títulos.

c) O candidato aprovado em concurso público ainda dentro do prazo de validade será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

d) É ilegal a nomeação ao cargo de conselheiro do tribunal de contas sem realização de concurso público.

e) A Administração Pública não pode admitir candidatos aprovados dentro da validade do concurso para preenchimento de vagas surgidas após o término do certame.

Comentários:

a) Errada. É bem verdade que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei (CF, art. 37, I). Também é verdade que, em regra:

Art. 12, § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

Só que alguns cargos são privativos de brasileiros natos, quais sejam (CF, art. 12, § 3º):

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa."

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Concurso público não é necessário para todos esses cargos (por exemplo, não é necessária aprovação em concurso público para ocupar o cargo de Presidente da República), mas para alguns, é necessário, notadamente no caso da carreira diplomática e de oficial das Forças Armadas.

Assim, está errado dizer que nenhum concurso público pode conter regras que façam discriminações entre brasileiros natos ou naturalizados. Os concursos públicos para esses cargos farão essa discriminação, por determinação constitucional.

b) Errada. Nem toda investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público. Lembre-se que são exceções à regra do concurso público (dentre outras):

• a nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II); e

• a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).

Observe agora a norma constitucional:

Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

c) Correta. É isso mesmo, confira na CF:

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

d) Errada. A Constituição Federal não exige aprovação em concurso público para a nomeação para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas. Os requisitos para a nomeação de Ministro do TCU são os seguintes:

Art. 73, § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

Isso é para o cargo de Ministro do TCU, certo? Para os cargos de Conselheiro de Tribunais de Contas (estaduais e municipais), aplica-se a seguinte regra:

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Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.

Portanto, essa metodologia para composição e nomeação dos Ministros do TCU deve ser replicada para a nomeação dos Conselheiros dos Tribunais de Contas. Você não viu, dentre os requisitos, a aprovação em concurso público, né?

Então, é legal a nomeação ao cargo de conselheiro do tribunal de contas sem realização de concurso público.

e) Errada. Pode sim. Se surgirem novas vagas dentro do prazo de validade do concurso público, a Administração Pública pode nomear os aprovados.

Por exemplo, foi feito concurso público para 10 vagas. Elas foram preenchidas. Mas ainda há mais 20 aprovados no concurso (que ainda não foram nomeados). Se surgirem mais 2 novas vagas, a Administração pode nomear 2 desses 20 aprovados, respeitando a ordem de classificação, obviamente.

Gabarito: C

26. VUNESP – Prefeitura de Pontal – Procurador – 2018

Na situação hipotética de determinado sujeito aprovado em concurso público para a carreira de assessor jurídico de uma Autarquia municipal, é correto afirmar:

a) haverá responsabilidade objetiva pela prática dos seus atos, devendo ele, analista administrativo, responder diretamente pelos danos e prejuízos causados a terceiros, independentemente de dolo ou culpa.

b) aplicar-se-á a regra da proibição de nepotismo, não sendo possível que o assessor jurídico, ao assumir função de chefia, realize a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, para exercer cargo em comissão.

c) terá estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício, podendo perder o cargo em virtude de sentença judicial proferida por decisão de 2ª instância ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

d) a limitação da idade para o cargo em que foi aprovado poderá ser um impeditivo para a sua nomeação, pois de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, tal regra editalícia não viola o direito do trabalhador.

e) poderá acumular cargos públicos ou privados, desde que compatíveis os horários, sendo que sua remuneração poderá exceder o subsídio mensal do Prefeito, não podendo ser inferior ao salário-mínimo vigente.

Comentários:

a) Errada. A responsabilidade objetiva pertence à pessoa jurídica de direito público ou à pessoa de direito privado prestadora de serviços públicos (e não ao servidor público). Lembre-se: a responsabilidade do agente é subjetiva, na modalidade culpa comum.

b) Correta. A regra de proibição de nepotismo na nomeação para cargos em comissão ou funções de confiança é bem abrangente. Ela está estabelecida na Súmula Vinculante 13 do STF:

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A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

c) Errada. Para perder o cargo, é necessária sentença judicial transitada em julgado (e não somente sentença judicial proferida por decisão de 2ª instância). Confira a regra (CF, art. 41):

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

d) Errada. Nos termos da Constituição Federal (CF, art. 37):

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Isso implica dizer que eventual restrição de idade para acesso ao serviço público deve estar prevista em lei, ou seja, não é o tipo de decisão sujeita à ampla discricionariedade da Administração. Dessa forma, o edital de um concurso público não pode impor tal restrição sem que tenha amparo em alguma lei. Ademais, vale relembrar ainda a Súmula 683 do STF, pela qual “o limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.

e) Errada. Como regra, a acumulação de cargos públicos é vedada, mas ela é permitida se respeitados os seguintes requisitos:

§ Que se trate de:

ü Dois cargos de professor;

ü Um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou

ü Dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, de profissão regulamentada (ex: médicos, dentistas, nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais, etc.).

§ Que haja compatibilidade de horários.

§ Que seja respeitado o teto remuneratório, em cada cargo.

Portanto, está incorreto dizer, genericamente, que o servidor poderá acumular cargos públicos ou privado. A acumulação é a exceção!

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Ademais, nos Municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos. Noutras palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos (CF, art. 37, XI).

Só ressalto que, a das remunerações pode ultrapassar o teto constitucional (o que implicaria ultrapassar o subteto do Prefeito), uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF), apreciando o tema 377 da repercussão geral, fixou a seguinte tese de repercussão geral: "Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público (...). Nas situações jurídicas em que a Constituição Federal autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório é considerado em relação à remuneração de cada um deles, e não ao somatório do que recebido.”

De qualquer forma, por se tratar de servidor municipal, sua remuneração não poderá exceder o subsídio mensal do Prefeito.

Gabarito: B

27. VUNESP – Prefeitura de São Bernardo do Campo – Assistente Jurídico – 2018

É correto afirmar, com relação à acessibilidade aos cargos, empregos e funções públicas, que

a) desde 1988, com a Constituição Federal, somente os brasileiros natos ou naturalizados têm direito ao acesso aos cargos, empregos e funções públicas, sendo vedado ao estrangeiro, inclusive o acesso a cargos em universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológicas federais.

b) há cargos privativos de brasileiros natos (excepcionais e somente contemplados na Constituição Federal): Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Ministros do STF e do STJ, membro de carreira diplomática; integrantes das Forças Armadas e Ministros de Estado da Defesa.

c) desde 1988, com a Constituição Federal, não apenas os brasileiros natos ou naturalizados, mas também os estrangeiros passaram a ter direito ao acesso aos cargos públicos e, com a reforma administrativa de 1998, ampliou-se também para empregos e funções públicas.

d) há cargos privativos de brasileiros natos (excepcionais e somente contemplados na Constituição Federal): Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Ministros do STF, membro de carreira diplomática; Prefeitos Municipais; oficiais das Forças Armadas e Ministros de Estado.

e) desde 1998, com a reforma administrativa, não apenas os brasileiros natos ou naturalizados, mas também os estrangeiros (que antes apenas podiam ingressar no serviço público em universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológicas federais) têm direito ao acesso aos cargos, empregos e funções públicas.

Comentários:

a) Errada. Os cargos, empregos e funções públicas também são acessíveis aos estrangeiros, de acordo com a CF, artigo 37, inciso I:

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I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Esse inciso foi modificado pela Emenda Constitucional 19/98, estendendo o direito de acesso aos cargos, empregos e funções a estrangeiros, na forma da lei.

b) Errada. A CF não inclui o cargo de Ministro do STJ como privativo de brasileiro nato. Confira (CF, art. 12, §3º):

Art. 12, § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa."

c) Errada. Como dito no comentário da alternativa A, o inciso I do artigo 37 foi modificado pela Emenda Constitucional 19/98, estendendo o direito de acesso aos cargos, empregos e funções a estrangeiros, na forma da lei. Assim, está errado dizer que desde 1988 os estrangeiros têm direito ao acesso a cargos públicos. Os estrangeiros só passaram a ter esse direito a partir de 1998.

d) Errada. A CF não inclui o cargo de Prefeito Municipal como privativo de brasileiro nato (CF, art. 12, §3º).

e) Correta. É isso mesmo, conforme comentários já feitos nas alternativas A e C.

Gabarito: E

28. VUNESP – TJ SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2017

Sobre os servidores públicos, a Constituição Federal estabelece expressamente que

a) ato do chefe do Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos.

b) lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade.

c) os detentores de mandato eletivo não poderão ser remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única.

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d) a União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a manutenção do servidor na carreira.

e) os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão semestralmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

Comentários:

Vamos lá:

a) Errada. Não é ato do chefe do Poder Executivo, mas sim lei que poderá estabelecer essa relação (CF, art. 39, § 5º):

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

b) Correta. Esse dispositivo não costuma aparecer nas provas, mas apareceu nesta aqui. É o § 7º do artigo 39, da CF:

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

c) Errada. Na verdade, os detentores de mandato eletivo serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única. O sistema de remuneração por subsídio se aplica obrigatoriamente para os agentes políticos: chefes dos Executivos, deputados, senadores, vereadores, ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, membros da magistratura, membros do Ministério Público, ministros do Tribunal de Contas. Confira na CF:

Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

d) Errada. A participação nos cursos um dos requisitos para a promoção (e não para a manutenção) do servidor na carreira (CF, art. 39):

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.

e) Errada. Essa publicação é anual (e não semestral). Confira na CF:

Art. 39, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

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Gabarito: B

29. VUNESP – TJ SP – Juiz Substituto – 2015

O regime jurídico dos servidores públicos tem um amplo tratamento na Constituição federal, além de ser disciplinado em lei estatutária de cada ente da federação. Com relação ao regime geral dos servidores públicos, é correto afirmar que

a) no direito brasileiro é possível que um não servidor público exerça função pública sem que o agente seja ocupante de cargo público em que tenha sido regularmente investido.

b) um servidor aposentado pelo regime de previdência do setor público somente poderá acumular os proventos com a remuneração de cargo público se o cargo em que se aposentou e aquele posteriormente ocupado forem acumuláveis nos termos da Constituição.

c) o servidor público estável só pode ser demitido a bem do serviço público após processo administrativo disciplinar em que lhe seja assegurado o amplo direito de defesa exercida por meio de advogado por ele constituído ou dativo.

d) o servidor aprovado em concurso público, após adquirir estabilidade, só pode deixar de ocupar o cargo no qual foi investido por promoção, exoneração a pedido ou após regular processo administrativo disciplinar ou ainda quando requerer a aposentadoria, preenchidos os requisitos legais.

Comentários:

a) Correta. Existem situações que pessoas físicas exercem função pública sem que sejam ocupantes de cargo público de provimento efetivo. É o caso, por exemplo, dos mesários que participam das eleições: eles não necessariamente são ocupantes de cargo público. Mas, no caso, eles são agentes públicos (repare que a alternativa até usa esse vocábulo).

E, relembrando o conceito, agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal atribuída a órgão ou a entidade da Administração Pública (conforme Hely Lopes Meirelles).

b) Errada. Existem outras hipóteses em que o servidor aposentado poderá acumular os seus proventos da aposentadoria com a remuneração do cargo público. Também é possível acumular com cargos eletivos e cargos em comissão (CF, art. 37):

Art. 37, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

c) Errada. Primeiro porque existem outras hipóteses em que o servidor público estável poderá perder o cargo (CF, art. 41):

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

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II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

O segundo erro é dizer que nesse processo administrativo disciplinar a defesa deve exercida por meio de advogado por ele constituído ou dativo, pois isso não condiz com a Súmula Vinculante nº 5 do STF: “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Isso significa que o servidor público não precisa de advogado para fazer sua defesa em processo administrativo disciplinar. Ele mesmo pode fazer sua própria defesa.

d) Errada, porque o servidor público poderá perder o seu cargo nas hipóteses listadas no artigo 41, § 1º, da CF (transcrito no comentário da alternativa C).

Gabarito: A

30. VUNESP – TJ SP – Contador Judiciário – 2015

De acordo com a Constituição Federal de 1988, art. 37, a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A CF/88 prevê, ainda, que

a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis exclusivamente aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos na norma específica

b) o prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável uma vez, por metade desse período.

c) durante o prazo prorrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

d) a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, bem como do poder executivo, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, mas que deverão ser aprovados pelo poder legislativo.

e) as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos, nas condições e nos percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Comentários:

Bom, vamos analisar as alternativas de acordo com a CF:

a) Errada. Exclusivamente a brasileiros? Não é isso que a CF diz. Olha só:

Art. 37, I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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b) Errada. Na verdade, o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período (CF, art. 37, III).

c) Errada. O erro aqui é que não é durante o prazo prorrogável. É durante o prazo improrrogável. Confira na CF:

Art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

d) Errada. Nos termos da CF, a investidura em cargo ou emprego público não depende do poder executivo e nem de aprovação pelo poder legislativo. A CF só diz que (CF, art. 37):

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

e) Correta. Transcrição do artigo 37, inciso V, da CF:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

Gabarito: E

31. VUNESP – TJ SP – Contador – 2015

Assinale a alternativa que corretamente disserta sobre aspectos da Administração Pública previstos na Constituição Federal de 1988.

a) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, se demonstrado dolo ou culpa.

b) O servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função.

c) A Administração fazendária e os servidores que exercerem o controle interno terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.

d) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, não havendo, contudo, previsão constitucional expressa acerca do direito de greve.

e) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, sendo vedado o acesso de estrangeiros.

Comentários:

Vamos analisar as alternativas:

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a) Errada. Na verdade, o artigo 37, § 6º diz o seguinte:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Assim, a administração pública (ou a delegatária de serviços públicos) que causou o dano indeniza o particular independentemente de comprovação de culpa ou dolo dela, mas o agente só será condenado a ressarcir a administração (ou a delegatária), em ação regressiva (se comprovado ele agiu com dolo ou culpa).

b) Correta. É isso mesmo: mandato eletivo federal, estadual ou distrital: servidor ficará afastado do seu cargo. Acompanhe na CF:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

c) Errada. Na verdade, quem tem precedência sobre os demais setores administrativos é a administração fazendária e seus servidores fiscais (CF, art. 37, XVIII):

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

d) Errada. Servidor público civil tem direito de greve também! Confira no artigo 37 da CF:

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

e) Errada. Os cargos, empregos e funções públicas também são acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei, de acordo com a CF, artigo 37, inciso I:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Gabarito: B

32. VUNESP – TJ SP – Escrevente Técnico – 2015

A administração pública direta e indireta deve observar o seguinte comando constitucional:

a) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão computados e acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.

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b) é vedado aos estrangeiros o acesso aos cargos, empregos e funções públicas.

c) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

d) os cargos em comissão devem ser preenchidos exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo.

e) o direito de greve será exercido nos termos definidos pela associação sindical

Comentários:

Vejamos as alternativas:

a) Errada. Na verdade, o artigo 37, XIV diz o seguinte:

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

Isso significa que é vedado o cálculo cumulativo de uma vantagem pecuniária sobre outra, qualquer que seja o título ou fundamento sob os quais sejam pagas. Esse dispositivo proíbe, portanto, é o chamado “repique”, ou incidência “em cascata” de acréscimos pecuniários.

b) Errada. Os cargos, empregos e funções públicas também são acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei, de acordo com a CF, artigo 37, inciso I:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) Correta. É isso mesmo, conforme o artigo 37, XII:

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

d) Errada. Os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”). Qualquer pessoa, mesmo que não seja servidor público efetivo, pode ser nomeada para exercer um cargo em comissão. Na verdade, são as funções de confiança que são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo. Confira no artigo 37 da CF:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

e) Errada. Os termos não são definidos pela associação sindical, mas sim por lei específica (CF, art. 37):

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

Gabarito: C

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33. VUNESP – Prefeitura de Caieras - SP – Assistente de Recursos Humanos – 2015

Há diferenciação constitucional entre servidor público e empregado público. Porém, há um requisito fundamental que os iguala. Assinale a alternativa que contém esse requisito.

a) A estabilidade é rigorosamente igual para ambos.

b) Ambos devem ser submetidos a concurso público.

c) Do ponto de vista trabalhista, ambos são estatutários.

d) A CLT rege a relação trabalhista de ambos.

e) Não há necessidade de motivação para demissão para ambos.

Comentários:

Cargo público é o lugar ou posição jurídica a ser ocupado pelo agente na estrutura da Administração (Lucas Furtado, 2014, p. 715). A existência do cargo público remete à adoção de regime jurídico estatutário, vale dizer, a relação jurídica entre o agente e o Estado é definida diretamente por uma lei. Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos dos órgãos e entidades de direito público, isto é, administração direta, autarquias e fundações públicas.

O emprego público, por sua vez, também designa um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da Administração. Diferencia-se do cargo público em razão do regime jurídico aplicável: o ocupante de emprego público tem um vínculo contratual, sob a regência da CLT, enquanto o ocupante do cargo público, como visto, tem um vínculo estatutário, disciplinado diretamente por uma lei específica. Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos da Administração direta e indireta; são mais comuns nas entidades administrativas de direito privado, isto é, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado. O seu regime previdenciário é o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), enquanto o regime previdenciário dos servidores estatutários é o seu Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

Feitas essas observações, vamos para as alternativas:

a) Errada. Um dos requisitos para aquisição da estabilidade é investidura em a cargo de provimento efetivo, o que afasta a possibilidade de empregados públicos, servidores temporários ou ocupantes de cargos em comissão sem vínculo efetivo adquirirem estabilidade. Empregados públicos não dispõem de estabilidade no serviço público, diferentemente dos servidores públicos efetivos.

b) Correta. A exigência de concurso público aplica-se à nomeação para cargos ou empregos públicos (funções não!) de provimento efetivo, abrangendo tanto os cargos das entidades de direito público como os empregos públicos das entidades administrativas de direito privado, integrantes da administração indireta (CF, art. 37):

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

c) Errada. Empregado público tem um vínculo contratual, sob a regência da CLT, enquanto o ocupante do cargo público, como visto, tem um vínculo estatutário, disciplinado diretamente por uma lei específica.

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d) Errada. Apenas os empregados públicos têm sua relação de trabalho regida pela CLT, e não o servidor público.

e) Errada. Para os servidores públicos, dado que as hipóteses possíveis para a sua demissão se encontram elencadas na Constituição ou em leis, impõe-se, em cada caso, a demonstração da subsunção do caso concreto às prescrições normativas. Ou seja: há necessidade de motivação para a demissão de servidores públicos.

Para os empregados, de empresas estatais, exploradoras de atividade econômica, não há necessidade de motivação (conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário 589.998).

Gabarito: B

34. VUNESP – TJ SP – Escrevente Técnico – 2015

Paulo já era titular de cargo efetivo de professor na rede estadual de ensino quando foi aprovado em concurso público, para outro cargo de professor, em uma autarquia federal. Tendo em vista o que estabelece a Constituição Federal acerca da vedação de acumulação remunerada de cargos públicos, Paulo

a) pode acumular os dois cargos de professor, desde que haja expressa concordância dos órgãos públicos envolvidos aos quais estará vinculado.

b) pode acumular os dois cargos de professor, desde que observe jornada de trabalho não superior a quatro horas diárias em cada órgão público a que estará vinculado.

c) pode acumular os dois cargos de professor, desde que haja compatibilidade de horários.

d) não pode acumular os dois cargos de professor.

e) pode acumular os dois cargos de professor, independentemente de haver compatibilidade de horários, uma vez que a proibição de acumular não se estende a autarquias.

Comentários:

Paulo pode acumular dois cargos de professor? Pode sim, desde que haja compatibilidade de horários. Nos termos do artigo 37, inciso XVI, alínea “a”, da CF:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

Relembrando os requisitos para a acumulação de cargos públicos:

§ Que se trate de:

ü Dois cargos de professor;

ü Um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou

ü Dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, de profissão regulamentada (ex: médicos, dentistas, nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais, etc.).

§ Que haja compatibilidade de horários.

§ Que seja respeitado o teto remuneratório, em cada cargo.

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Gabarito: C

35. VUNESP – SP URBANISMO – Analista Administrativo – 2014

São direitos dos servidores públicos, previstos expressa- mente na Constituição Federal:

a) relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa; e salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas, e as de sua família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

b) garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; e jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.

c) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; e salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda, nos termos da lei.

d) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; e aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.

e) adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; e proteção em face da automação, na forma da lei.

Comentários:

A Constituição, por seu Art. 39, § 3º, elenca um rol de direitos sociais (constantes do Art. 7º) que são aplicados aos ocupantes de cargos públicos, e o faz nos seguintes termos:

Art. 39, § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no Art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

IV - salário mínimo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

XII - salário-família;

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais;

XV - repouso semanal remunerado;

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XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante;

XIX - licença-paternidade;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Passemos às alternativas, informando quais direitos constam (ou não constam) do Art. 39 da CF:

a) Errada.

a.1) Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa. Não consta.

a.2) Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas, e as de sua família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim. Consta.

b) Errada.

b.1) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável. Consta.

b.2) Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. Não consta.

c) Certa.

c.1) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. Consta.

c.2) Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda, nos termos da lei. Consta.

d) Errada.

d.1) Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal. Consta.

d.2) Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei. Não consta.

e) Errada.

e.1) Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei. Não consta.

e.2) Proteção em face da automação, na forma da lei. Não consta.

Gabarito: C

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36. VUNESP – DPE MS – Defensor Público – 2014

Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis

a) aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

b) aos brasileiros e aos estrangeiros, igualmente, nos termos específicos previstos nas leis de cada ente federativo.

c) aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei, excluindo-se qualquer forma de acesso por estrangeiros.

d) aos brasileiros que preencham os requisitos legais e aos estrangeiros, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros no exterior.

Comentários:

Em conformidade com o art. 37, I, da Constituição Federal:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Gabarito: A

37. VUNESP – SP URBANISMO – Analista Administrativo – 2014

Com relação aos servidores públicos, é correto afirmar que

a) para a investidura de cargo em comissão ou emprego público, é obrigatória a aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, na forma pre-vista em lei.

b) a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos públicos da Administração Direta Municipal, perce-bidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, do Prefeito no âmbito do Poder Executivo, exceção às sociedades de economia mista, que receberem recursos do Município para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

c) o concurso público para provimento de cargo de carreira terá a validade de 1 ano, improrrogável.

d) o prazo de validade do concurso público será de, no mínimo, dois anos, prorrogável uma vez, por igual período, caso o edital convocatório não especifique outro prazo de validade.

e) invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcio-nal ao tempo de serviço.

Comentários:

a) Errada. A Constituição excepciona da necessidade de concurso as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

b) Errada. A primeira parte do enunciado está correta, pois, quanto ao teto remuneratório nos municípios, nenhuma remuneração, subsídio, pensão etc. poderá ultrapassar o subsídio dos prefeitos. Noutras palavras, o teto remuneratório nos Municípios é o subsídio dos respectivos prefeitos.

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De outra parte, em sentido oposto ao da alternativa, tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista que recebam recursos do ente federado para pagamento de pessoal ou de custeio em geral sujeitam-se ao teto Constitucional (Art. 37, § 9º, CF).

Art. 37 (...)

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

c) Errada. Conforme comentário da alternativa “d”.

d) Errada. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos (e não: “no mínimo dois anos”), prorrogável uma única vez, por igual período (Art. 37, III, CF; Art. 12 da Lei 8.112/90).

e) Certa. Em conformidade com a Constituição,

Art. 41, § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Além disso, o instituto da reintegração é ainda tratado na Lei 8.112/90 nos seguintes termos:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.

§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

Gabarito: E

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Essa folha é para quem gosta de imprimir o material e resolver as questões como forma de se testar. Marque suas respostas aqui, e revise com muito carinho as questões em que você ficou com dúvida e as questões que você errou.

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Lista de questões

1. VUNESP – Câmara de Mogim Mirim SP – Analista Legislativo – 2020

Quanto à acumulação remunerada de cargos públicos, nos termos das normas constitucionais, pode-se dizer que é permitida

a) a tríplice acumulação.

b) a acumulação entre o cargo de professor e profissional da saúde.

c) a acumulação entre o cargo de profissional da saúde com outro técnico ou científico.

d) a acumulação de cargo de professor com outro técnico ou científico.

e) a acumulação mesmo que não haja compatibilidade de horários.

2. VUNESP – Prefeitura de Morro Agudo – Auditor de Controle Interno – 2020

Aos servidores públicos, conforme a Constituição Federal de 1988, os padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório deverão considerar, entre outros fatores, o seguinte:

a) as exigências técnicas e de tempo para a função, o grau de complexidade das tarefas e desempenho alcançado.

b) a natureza, o grau de responsabilidade, os requisitos para a investidura e as peculiaridades dos cargos.

c) o nível de senioridade do cargo, o grau de exigência técnica e complexidade das tarefas e as atribuições referentes à função.

d) a complexidade e o grau da função, posicionamento vis a vis das demais carreiras do setor público.

e) a compatibilidade entre o cargo, função e tarefas, as exigências inerentes à função e ao cargo ocupado e resultados alcançados.

3. VUNESP – FITO – Analista de Gestão – 2020

A C.F. estabelece teto (limite) para a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Para o Município, o teto é o subsídio

a) do Prefeito

b) dos Vereadores

c) do Governador

d) dos Deputados Estaduais e Distritais

e) dos Desembargadores do Tribunal de Justiça

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4. VUNESP – SeMAE – Engenheiro – 2020

Nos termos da Constituição Federal, é correto afirmar que:

a) o preenchimento dos cargos em comissão exigirá a aprovação em concurso público de provas e títulos.

b) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

c) a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices entre servidores públicos civis e militares, far-se-à sempre na mesma data.

d) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.

e) os cargos em comissão serão exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional.

5. VUNESP – Valiprev - SP – Analista – 2020

Suponha que João era servidor público efetivo vinculado a autarquia municipal, ocupava cargo técnico e, após preenchidos os requisitos legais, solicitou a sua aposentadoria e passou a receber proventos. João tem uma trajetória funcional exemplar e sempre contou com a com a confiança dos seus superiores hierárquicos.

a) João poderá ocupar cargo declarado por lei como de livre nomeação ou exoneração na mesma entidade, hipótese em que deverá optar pelo recebimento dos proventos ou da remuneração do cargo, no período em que estiver em exercício.

b) João poderá participar de concurso público e prover cargo público efetivo de professor, hipótese em que cumulará a remuneração e os proventos.

c) Caso conte com mais de 75 (setenta e cinco) anos, João não poderá ocupar cargo de livre nomeação ou exoneração na mesma autarquia.

d) João poderá cumular o seu benefício previdenciário com salário caso passe a ser empregado de sociedade de economia mista, hipótese em que não se aplicarão as regras de controle relativas a cumulação entre remuneração e proventos.

e) Caso João passe a receber remuneração em função do exercício de cargo de confiança e a contribuir para o sistema próprio de previdência, ele poderá utilizar as novas contribuições vertidas em favor do sistema para majorar o seu benefício.

6. VUNESP – Valiprev - SP – Analista – 2020

A respeito da remuneração dos servidores públicos, com base na Constituição Federal, assinale a alternativa correta.

a) A remuneração de servidores públicos organizados em carreira deverá ser realizada por subsídio.

b) A Constituição Federal não veda que servidores que sejam remunerados por subsídio fixado em parcela única recebam benefício de natureza comprovadamente indenizatória.

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c) Fica estendida aos servidores públicos a proteção da relação estatutária contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos da legislação, que preverá indenização compensatória.

d) Lei de cada ente federativo deverá estabelecer uma relação entre a maior e a menor remuneração recebida entre os servidores públicos, a fim de viabilizar o controle de gastos com pessoal.

e) Os vencimentos dos cargos do Poder Judiciário poderão ser superiores aos cargos da mesma natureza pagos pelo Poder Executivo.

7. VUNESP – Valiprev - SP – Analista – 2020

Tiago foi nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de aprovação em concurso público e, após três anos de efetivo exercício, foi considerado estável no serviço público. De acordo com a Constituição Federal, é correto afirmar que Tiago

a) não poderia ter sido considerado estável, pois a estabilidade apenas se adquire após 5 (cinco) anos de efetivo exercício no serviço público.

b) apenas poderá perder o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

c) ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, caso extinto o cargo, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

d) não poderá perder seu cargo em virtude de processo administrativo, ainda que lhe seja assegurada ampla defesa.

e) adquiriu a estabilidade automaticamente ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício, pois tal garantia independe de avaliação especial de desempenho.

8. VUNESP – FITO – Advogado – 2020

De acordo com o princípio constitucional da acessibilidade aos cargos públicos, é correto afirmar que

a) a investidura em cargo, cargo em comissão, emprego público ou emprego público em comissão depende de aprovação prévia em concurso público de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.

b) o prazo de validade do concurso público para investidura em função pública será de até dois anos, prorrogável por iguais e sucessivos períodos, até o limite de cinco anos.

c) durante o prazo prorrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos poderá ser convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir o cargo ou emprego, na carreira.

d) a investidura em cargo ou emprego em comissão poderá ser autorizada em níveis não iniciais de carreira, mediante justificativa que comprove a necessidade da medida, considerando a complexidade das atribuições e a prévia experiência do candidato no Poder Público.

e) o ingresso em carreira pública será em nível inicial, mediante concurso público de provas e títulos, observando-se a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.

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9. VUNESP –Valiprev - SP– Procurador – 2020

Emiliano é servidor público municipal, no exercício de cargo de provimento efetivo, e afastou-se do cargo para concorrer a mandato eletivo, tendo sido eleito. Segundo as normas constitucionais que regem a matéria, é correto afirmar que Emiliano

a) deverá pedir exoneração do cargo em se tratando de mandato eletivo federal.

b) se eleito para o mandato de Prefeito, será afastado do seu cargo, mas terá a faculdade de optar pela sua remuneração.

c) se eleito para o mandato de Vereador, perderá as vantagens de seu cargo, mas sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.

d) ao pedir o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento.

e) poderá acumular as vantagens do seu cargo com a remuneração do cargo eletivo, em se tratando de mandato estadual ou municipal.

10. VUNESP – Valiprev - SP– Procurador – 2020

Considerando o disposto na Constituição Federal a respeito da Administração Pública, assinale a alternativa correta.

a) Somente por lei específica a poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, que poderão criar subsidiárias, independentemente de autorização legislativa.

b) A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.

c) Os atos de improbidade administrativa importarão a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

d) A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, incluídas as respectivas ações de ressarcimento.

e) É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, incluídos os cargos acumuláveis na forma da Constituição e os cargos em comissão.

11. VUNESP – Câmara de São Roque - SP – Procurador Jurídico – 2019

De acordo com a Constituição Federal, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público

a) após dois anos de efetivo exercício, só poderá perder o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

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b) poderá adquirir estabilidade antecipadamente, caso seja afastado do cargo para prestar serviços em outro órgão da Administração Direta ou Indireta.

c) adquirirá estabilidade após dois anos de efetivo exercício, mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa e o contraditório.

d) não tem direito a estabilidade, garantia constitucionalmente reservada aos ocupantes de emprego público.

e) deverá submeter-se a avaliação especial de desempenho, por comissão instituída para essa finalidade, para adquirir estabilidade.

12. VUNESP – Câmara de São Roque - SP – Procurador Jurídico – 2020

Ao tratar da Administração Pública, a Constituição Federal determina que

a) a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei, entre outros, dispor sobre o prazo de duração do contrato.

b) a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, vedadas eventuais ações de ressarcimento.

c) a proibição de acumulação remunerada de cargos públicos não se estende a empregos e funções em autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

d) os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos e da função pública, além da indisponibilidade dos bens, sem prejuízo da ação penal cabível.

e) a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela podendo constar nomes, símbolos ou imagens de autoridades ou servidores públicos.

13. VUNESP – SERTPREV – SP – Procurador Jurídico – 2019

O Secretário Municipal, nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, não aprovado em concurso público, ocupa

a) cargo em comissão, submetendo-se ao regime geral de previdência.

b) cargo em comissão, submetendo-se ao regime próprio de previdência.

c) emprego, submetendo-se ao regime próprio de previdência.

d) emprego público, submetendo-se ao regime de previdência complementar.

e) emprego público em comissão, submetendo-se ao regime geral de previdência.

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14. VUNESP – SERTPREV – SP – Procurador Jurídico – 2019

A respeito dos servidores públicos, a Constituição Federal dispõe, entre outros, que

a) o servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo federal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; havendo compatibilidade de horário, não haverá afastamento para os servidores estaduais, distrital ou municipais.

b) o detentor de mandato eletivo, os secretários estaduais e municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, permitido o acréscimo de gratificação e vedado o recebimento de abono, de prêmio, de verba de representação ou de outra espécie remuneratória.

c) os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos e da função pública, além de eventual indisponibilidade dos bens, na forma e gradação previstas em lei, e, no caso do ressarcimento ao erário, a ação penal poderá ser transacionada.

d) a União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira.

e) a concessão do benefício de pensão por morte será igual ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, acrescido de cinquenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

15. VUNESP – Prefeitura da Estância Turística de Guaratinguetá – Procurador – 2019

De acordo com as normas vigentes da Constituição Federal, em matéria de estabilidade do servidor público, é correto:

a) o servidor aprovado em concurso público, nomeado para cargo efetivo, será considerado estável após dois anos de efetivo exercício cumprido em estágio probatório; posteriormente só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado e mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

b) o servidor aprovado em concurso público, nomeado para cargo efetivo, será considerado estável após três anos de efetivo exercício cumprido em estágio probatório; posteriormente só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

c) a estabilidade também pode ser concedida aos servidores que ocupam cargo em comissão e que contam com mais de cinco anos de exercício no serviço público, posteriormente só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

d) a estabilidade foi excepcionalmente concedida aos servidores que, por ocasião da entrada em vigor da Constituição, 05.10.1988, ocupavam cargo em comissão e que contavam com mais de cinco anos de exercício no serviço público; posteriormente só perderá o cargo em virtude de processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

e) o servidor ocupante de cargo efetivo ou de livre provimento será considerado estável após três anos de efetivo exercício; posteriormente só perderá o cargo mediante processo administrativo disciplinar em que lhe seja assegurada ampla defesa.

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16. VUNESP – Prefeitura de Arujá - SP – Analista de Recrutamento – 2019

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, de acordo com a Lei Orgânica do Município de Arujá, capítulo IV, art. 102. Todavia, há algumas exceções, uma delas refere-se à situação em que houver compatibilidade de horários na acumulação de

a) dois cargos de ajudante geral.

b) um cargo de auxiliar de enfermagem com outro técnico ou científico.

c) dois cargos de engenheiro.

d) um cargo de escriturário com o de advogado.

e) um cargo de professor com outro técnico ou científico.

17. VUNESP – Prefeitura de Campinas - SP – Agente Administrativo – 2019

O exercício da função pública, que é cometida ao órgão ou à própria entidade, é realizado por pessoas físicas: agentes públicos. Assim, considera-se ______ toda __________vinculada, ________ , ao exercício de função pública. Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, preenche as lacunas.

a) servidor público … pessoa física ou jurídica … definitivamente

b) órgão público … pessoa física ou jurídica … definitivamente

c) agente público … pessoa física … definitiva ou transitoriamente

d) agente público … pessoa jurídica … definitivamente

e) órgão público … pessoa jurídica … transitoriamente

18. VUNESP – Prefeitura de Campinas – SP – Analista de Gestão de Pessoas – 2019

Um prefeito de um pequeno município paulista com larga experiência na área privada, mas recém-chegado no setor público, se deparou com uma situação de calamidade social e econômica local e que exigia uma ação de excepcional interesse público para reverter esse quadro. Nesse sentido, propôs ao seu Secretário de Gestão a contratação, por tempo determinado, de professores visitantes, com ampla experiência executiva, e especialistas em empreendedorismo e criação de novos negócios. O Secretário de Gestão gostou da ideia do prefeito, mas, por precaução, consultou o setor jurídico que indicou, com base na Constituição Federal de 1988:

a) Não se recomenda esse tipo de contratação, pois embora se trate de um caso excepcional, deve-se lançar um concurso público para provimento de novos cargos.

b) Reprovar esse tipo de contratação, por tempo determinado no setor público, pois não há amparo legal para isso.

c) No setor público é vedada a contratação por tempo determinado e, portanto, deve-se vetar a proposta do prefeito.

d) Aprovar esse tipo de contratação, por tempo determinado, dado que se trata de necessidade temporária de excepcional interesse público.

e) Aprovar esse tipo de contratação por tempo determinado, pois o prefeito foi eleito para solucionar os problemas relevantes da população.

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19. VUNESP – Prefeitura de Poá - SP – Procurador Jurídico – 2019

Ao tratar da acessibilidade aos cargos públicos, a Administração pública direta e indireta dos Municípios obedecerá ao seguinte princípio:

a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, mas não aos estrangeiros.

b) as nomeações para cargo em comissão dependem de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.

c) as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

d) o percentual dos cargos e empregos públicos reservados para as pessoas portadoras de deficiência e a definição dos critérios de admissão decorrem diretamente da Constituição e independem da lei.

e) é vedada contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.

20. VUNESP – Câmara de Monte Alto - SP – Procurador Jurídico – 2019

A aprovação prévia em concurso público é princípio constitucional cuja obediência

a) é facultativa para a Administração Pública indireta e obrigatória para a Administração Pública direta.

b) é obrigatória para admissão do servidor estatutário e facultativa para o servidor ou empregado contratado pela CLT.

c) é facultativa para ingressar no quadro de pessoal das autarquias, seja como estatutário, contratado pela CLT ou por contrato inominado.

d) é obrigatória para a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

e) é facultativa para a contratação por tempo determinado e obrigatória para as nomeações para cargo em comissão.

21. VUNESP – TJ SP – Contador – 2019

O Senhor X foi aprovado em concurso público e nomeado para exercer cargo de provimento efetivo. Após três anos de efetivo exercício, o Senhor X adquiriu estabilidade e poderá perder o cargo apenas em razão

a) da instauração de inquérito policial.

b) da instauração de inquérito civil pelo Ministério Público

c) de decisão proferida em procedimento de avaliação especial de desempenho por comissão instituída com tal finalidade.

d) de decisão em processo administrativo em que lhe tenha sido assegurada ampla defesa.

e) de decisão de segunda instância confirmando sentença judicial que determinou sua demissão.

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22. VUNESP – TJ SP – Administrador – 2019

Nos termos da Constituição Federal, a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Assim, é correto afirmar que

a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, excetuados os estrangeiros.

b) é vedada a vinculação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, permitida a equiparação.

c) o prazo de validade do concurso público será de até um ano, prorrogável uma vez, por igual período.

d) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

e) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, vedada a prorrogação por qualquer período.

23. VUNESP – UFTM – Contador – 2018

O Senhor X, aprovado em concurso público, exerce o cargo de arquiteto em uma autarquia federal, desempenhando suas atribuições de segunda a sexta-feira das 8:00 às 17:00 horas. O Senhor X foi aprovado em novo concurso público para o cargo de professor da faculdade de arquitetura e urbanismo em uma universidade federal situada no mesmo Município onde trabalha e reside. Considerando as disposições constitucionais acerca da acumulação remunerada de cargos públicos, é correto afirmar que o Senhor X

a) poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos em qualquer hipótese, pois a vedação de acumulação não abrange autarquias.

b) não poderá acumular a remuneração dos dois cargos, pois a Constituição admite apenas a acumulação de dois cargos de professor.

c) poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos, pois a Constituição permite a acumulação de um cargo de caráter técnico e outro de professor, desde que a totalidade dos vencimentos respeite o teto constitucional.

d) não poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos, pois a Constituição veda a acumulação de cargos.

e) poderá acumular a remuneração dos dois cargos públicos se houver compatibilidade de horário, ainda que a soma das remunerações ultrapasse o teto constitucional.

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24. VUNESP – AresPCJ SP – Procurador – 2018

Ocupante exclusivamente de cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração,

a) submete-se ao mesmo regime jurídico de pessoal dos ocupantes de cargos efetivos na Administração Pública.

b) poderá adquirir estabilidade se permanecer no mesmo cargo por mais de três anos e contar com avaliação positiva de desempenho durante todo o período.

c) poderá desempenhar atribuições de direção, chefia, assessoramento ou de mero expediente.

d) submete-se à vedação de percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do regime próprio de previdência social com a remuneração pelo exercício do cargo de provimento em comissão, devendo optar por um ou outro no ato de posse.

e) submete-se ao regime próprio de previdência social.

25. VUNESP – Câmara de Indaiatuba - SP – Procurador – 2018

No que tange aos servidores públicos, assinale a alternativa correta.

a) Nenhum concurso público pode conter regras que façam discriminações entre brasileiros natos ou naturalizados.

b) Toda investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou provas e títulos.

c) O candidato aprovado em concurso público ainda dentro do prazo de validade será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

d) É ilegal a nomeação ao cargo de conselheiro do tribunal de contas sem realização de concurso público.

e) A Administração Pública não pode admitir candidatos aprovados dentro da validade do concurso para preenchimento de vagas surgidas após o término do certame.

26. VUNESP – Prefeitura de Pontal – Procurador – 2018

Na situação hipotética de determinado sujeito aprovado em concurso público para a carreira de assessor jurídico de uma Autarquia municipal, é correto afirmar:

a) haverá responsabilidade objetiva pela prática dos seus atos, devendo ele, analista administrativo, responder diretamente pelos danos e prejuízos causados a terceiros, independentemente de dolo ou culpa.

b) aplicar-se-á a regra da proibição de nepotismo, não sendo possível que o assessor jurídico, ao assumir função de chefia, realize a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, para exercer cargo em comissão.

c) terá estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício, podendo perder o cargo em virtude de sentença judicial proferida por decisão de 2ª instância ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

d) a limitação da idade para o cargo em que foi aprovado poderá ser um impeditivo para a sua nomeação, pois de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, tal regra editalícia não viola o direito do trabalhador.

e) poderá acumular cargos públicos ou privados, desde que compatíveis os horários, sendo que sua remuneração poderá exceder o subsídio mensal do Prefeito, não podendo ser inferior ao salário-mínimo vigente.

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27. VUNESP – Prefeitura de São Bernardo do Campo – Assistente Jurídico – 2018

É correto afirmar, com relação à acessibilidade aos cargos, empregos e funções públicas, que

a) desde 1988, com a Constituição Federal, somente os brasileiros natos ou naturalizados têm direito ao acesso aos cargos, empregos e funções públicas, sendo vedado ao estrangeiro, inclusive o acesso a cargos em universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológicas federais.

b) há cargos privativos de brasileiros natos (excepcionais e somente contemplados na Constituição Federal): Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Ministros do STF e do STJ, membro de carreira diplomática; integrantes das Forças Armadas e Ministros de Estado da Defesa.

c) desde 1988, com a Constituição Federal, não apenas os brasileiros natos ou naturalizados, mas também os estrangeiros passaram a ter direito ao acesso aos cargos públicos e, com a reforma administrativa de 1998, ampliou-se também para empregos e funções públicas.

d) há cargos privativos de brasileiros natos (excepcionais e somente contemplados na Constituição Federal): Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Ministros do STF, membro de carreira diplomática; Prefeitos Municipais; oficiais das Forças Armadas e Ministros de Estado.

e) desde 1998, com a reforma administrativa, não apenas os brasileiros natos ou naturalizados, mas também os estrangeiros (que antes apenas podiam ingressar no serviço público em universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológicas federais) têm direito ao acesso aos cargos, empregos e funções públicas.

28. VUNESP – TJ SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2017

Sobre os servidores públicos, a Constituição Federal estabelece expressamente que

a) ato do chefe do Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos.

b) lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade.

c) os detentores de mandato eletivo não poderão ser remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única.

d) a União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a manutenção do servidor na carreira.

e) os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão semestralmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

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29. VUNESP – TJ SP – Juiz Substituto – 2015

O regime jurídico dos servidores públicos tem um amplo tratamento na Constituição federal, além de ser disciplinado em lei estatutária de cada ente da federação. Com relação ao regime geral dos servidores públicos, é correto afirmar que

a) no direito brasileiro é possível que um não servidor público exerça função pública sem que o agente seja ocupante de cargo público em que tenha sido regularmente investido.

b) um servidor aposentado pelo regime de previdência do setor público somente poderá acumular os proventos com a remuneração de cargo público se o cargo em que se aposentou e aquele posteriormente ocupado forem acumuláveis nos termos da Constituição.

c) o servidor público estável só pode ser demitido a bem do serviço público após processo administrativo disciplinar em que lhe seja assegurado o amplo direito de defesa exercida por meio de advogado por ele constituído ou dativo.

d) o servidor aprovado em concurso público, após adquirir estabilidade, só pode deixar de ocupar o cargo no qual foi investido por promoção, exoneração a pedido ou após regular processo administrativo disciplinar ou ainda quando requerer a aposentadoria, preenchidos os requisitos legais.

30. VUNESP – TJ SP – Contador Judiciário – 2015

De acordo com a Constituição Federal de 1988, art. 37, a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A CF/88 prevê, ainda, que

a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis exclusivamente aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos na norma específica

b) o prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável uma vez, por metade desse período.

c) durante o prazo prorrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

d) a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, bem como do poder executivo, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, mas que deverão ser aprovados pelo poder legislativo.

e) as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos, nas condições e nos percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

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31. VUNESP – TJ SP – Contador – 2015

Assinale a alternativa que corretamente disserta sobre aspectos da Administração Pública previstos na Constituição Federal de 1988.

a) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, se demonstrado dolo ou culpa.

b) O servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função.

c) A Administração fazendária e os servidores que exercerem o controle interno terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.

d) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, não havendo, contudo, previsão constitucional expressa acerca do direito de greve.

e) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, sendo vedado o acesso de estrangeiros.

32. VUNESP – TJ SP – Escrevente Técnico – 2015

A administração pública direta e indireta deve observar o seguinte comando constitucional:

a) os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão computados e acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.

b) é vedado aos estrangeiros o acesso aos cargos, empregos e funções públicas.

c) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

d) os cargos em comissão devem ser preenchidos exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo.

e) o direito de greve será exercido nos termos definidos pela associação sindical

33. VUNESP – Prefeitura de Caieras - SP – Assistente de Recursos Humanos – 2015

Há diferenciação constitucional entre servidor público e empregado público. Porém, há um requisito fundamental que os iguala. Assinale a alternativa que contém esse requisito.

a) A estabilidade é rigorosamente igual para ambos.

b) Ambos devem ser submetidos a concurso público.

c) Do ponto de vista trabalhista, ambos são estatutários.

d) A CLT rege a relação trabalhista de ambos.

e) Não há necessidade de motivação para demissão para ambos.

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34. VUNESP – TJ SP – Escrevente Técnico – 2015

Paulo já era titular de cargo efetivo de professor na rede estadual de ensino quando foi aprovado em concurso público, para outro cargo de professor, em uma autarquia federal. Tendo em vista o que estabelece a Constituição Federal acerca da vedação de acumulação remunerada de cargos públicos, Paulo

a) pode acumular os dois cargos de professor, desde que haja expressa concordância dos órgãos públicos envolvidos aos quais estará vinculado.

b) pode acumular os dois cargos de professor, desde que observe jornada de trabalho não superior a quatro horas diárias em cada órgão público a que estará vinculado.

c) pode acumular os dois cargos de professor, desde que haja compatibilidade de horários.

d) não pode acumular os dois cargos de professor.

e) pode acumular os dois cargos de professor, independentemente de haver compatibilidade de horários, uma vez que a proibição de acumular não se estende a autarquias.

35. VUNESP – SP URBANISMO – Analista Administrativo – 2014

São direitos dos servidores públicos, previstos expressa- mente na Constituição Federal:

a) relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa; e salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas, e as de sua família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

b) garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; e jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.

c) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; e salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda, nos termos da lei.

d) remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; e aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.

e) adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; e proteção em face da automação, na forma da lei.

36. VUNESP – DPE MS – Defensor Público – 2014

Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis

a) aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

b) aos brasileiros e aos estrangeiros, igualmente, nos termos específicos previstos nas leis de cada ente federativo.

c) aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei, excluindo-se qualquer forma de acesso por estrangeiros.

d) aos brasileiros que preencham os requisitos legais e aos estrangeiros, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros no exterior.

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37. VUNESP – SP URBANISMO – Analista Administrativo – 2014

Com relação aos servidores públicos, é correto afirmar que

a) para a investidura de cargo em comissão ou emprego público, é obrigatória a aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, na forma pre-vista em lei.

b) a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos públicos da Administração Direta Municipal, perce-bidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, do Prefeito no âmbito do Poder Executivo, exceção às sociedades de economia mista, que receberem recursos do Município para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

c) o concurso público para provimento de cargo de carreira terá a validade de 1 ano, improrrogável.

d) o prazo de validade do concurso público será de, no mínimo, dois anos, prorrogável uma vez, por igual período, caso o edital convocatório não especifique outro prazo de validade.

e) invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcio-nal ao tempo de serviço.

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Gabarito

1. D

2. B

3. A

4. D

5. B

6. B

7. C

8. E

9. B

10. B

11. E

12. A

13. A

14. D

15. B

16. E

17. C

18. D

19. C

20. D

21. C

22. D

23. E

24. A

25. C

26. B

27. E

28. B

29. A

30. E

31. B

32. C

33. B

34. C

35. C

36. A

37. E

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Resumo direcionado

1. Princípios expressos

2. Acesso a cargos, empregos e funções públicas

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

O cargo público pode ser de provimento efetivo, mediante concurso público, ou em comissão, de livre nomeação e exoneração (natureza “ad nutum”). Ressalte-se que mesmo os cargos em comissão são estatutários, muito embora seu regime de previdência seja o regime geral aplicável aos empregados celetistas.

Princípios Expressos

L Legalidade

I Impessoalidade

M Moralidade

P Publicidade

E Eficiência

Aplicáveis a:

- Administração direta e indireta

- Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário

- União, Estados, DF, Municípios

Cargo público

Efetivo

Concurso público

Estabilidade

Estatutários

Em comissão

Livre nomeação e exoneração

Estatutários, mas vinculados ao RGPS

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3. Concurso público

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

A investidura em cargos em comissão não depende de aprovação prévia em concurso público

Ø SÃO EXCEÇÕES À REGRA DO CONCURSO PÚBLICO:

• Nomeação para cargos em comissão, os quais, por definição, são de livre nomeação e exoneração com base em critérios subjetivos da autoridade competente (CF, art. 37, II).

• Contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).

• Cargos eletivos (prefeitos, governadores, deputados, etc.);

• (...)

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

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4. Cargos em comissão e funções de confiança

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

5. Teto remuneratório

ESFERA PODER TETO

Federal Executivo, Legislativo e Judiciário Subsídio dos Ministros do STF (teto único)

Estadual

Poder Executivo Subsídio do Governador

Poder Legislativo Subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais

Membros do Judiciário (Juízes) Subsídio dos Ministros do STF

Servidores do Judiciário, Defensores, Procuradores e membros do MP.

Subsídio do Desembargador do TJ, limitado, no entanto, a 90,25% do subsídio do STF.

Municipal Executivo e Legislativo Subsídio do Prefeito

(teto único)

6. Vedação à vinculação e à equiparação de remunerações

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

Retorno de

despesas aos limites

Função de confiança

Somente servidor eFetivo

Designação e dispensa

Cargo em comissão

Qualquer pessoa (lei estabelecerá % mínimo para servidores de carreira)

Nomeação e exoneração

Os ocupantes exclusivamente de cargo em comissão são servidores públicos, mas se

sujeitam ao RGPS e não possuem estabilidade

Direção

Chefia

Assessoramento

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6.1. Acumulação de cargos na atividade

Requisitos para a acumulação de cargos públicos:

§ Que se trate de:

ü Dois cargos de professor;

ü Um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou

ü Dois cargos ou empregos privativos de profissional de saúde, de profissão regulamentada.

§ Que haja compatibilidade de horários.

§ Que seja respeitado o teto remuneratório, em cada cargo.

6.2. Acumulação de proventos e vencimentos

Mnemônicos: “aposentado só pode acumular na C&A”: Comissionado; eletivo; Acumulável.

Também é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime próprio de previdência, ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma da Constituição.

7. Administração indireta

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

8. Licitação pública

É vedada a acumulação de...

Cargos públicos, exceto...

professor + professor

professor + cargo técnico ou científico

profissional de saúde + profissional de saúde

Proventos de aposentadoria

eremuneração de cargo

ativo, exceto...

Cargos acumuláveis na atividade

Cargos eletivos

Cargos em comissão

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XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

9. Improbidade Administrativa

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Mnemônico: “servidor que pratica improbidade administrativa é SU.PER_I.RES.ponsável” ou “a prática de improbidade administrativa leva a PARIS”.

10. Responsabilidade civil do Estado

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

O agente somente será responsabilizado se for comprovado que ele atuou com dolo ou culpa, ou seja, a responsabilidade do agente é subjetiva, na modalidade culpa comum.

Improbidade administrativa

suspensão dos direitos políticos

perda da função pública

indisponibilidade dos bens

ressarcimento ao erário

• dos direito políticosSuspensão

• da função públicaPerda

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11. Avaliação das políticas públicas

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

12. Mandatos eletivos

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

O servidor público eleito para o cargo de vereador está no melhor dos mundos:

• Se houver compatibilidade de horários, poderá perceber as vantagens de seu cargo (efetivo ou em comissão), emprego ou função juntamente com a remuneração de vereador.

• Por outro lado, se não houver compatibilidade, o servidor será enquadrado na mesma regra aplicável ao servidor investido no mandato da Prefeito: ele será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela remuneração de origem ou pelo subsídio correspondente ao cargo de vereador.

13. Regime jurídico único

responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,

assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

PJ de direito público

PJ de direito privadoprestadoras de

serviços públicos

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Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)

14. Vedação à incorporação de vantagens temporárias e vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão

§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.

15. Regime de previdência dos servidores públicos estatutários

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

15.1. Modalidades de aposentadoria

No regime próprio são previstas três diferentes modalidades de aposentadoria (CF, art. 40, §1º):

• Por incapacidade permanente; • Compulsória, aos 70 anos de idade ou, na forma de lei complementar, aos 75 anos de idade;

• Voluntária, por idade.

Atualmente, pode-se dizer que a aposentadoria compulsória aos 75 anos vale para todo o funcionalismo público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Para fazer jus à aposentadoria voluntária, o servidor deverá preencher as seguintes condições (CF, art. 40, §1º, III):

Ø No âmbito da União:

§ Homem: aos 65 anos de idade.

§ Mulher: aos 62 anos de idade.

Ø No âmbito dos Estados, DF e Municípios:

§ Idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas.

15.2. Regime de previdência complementar

Há possibilidade de o servidor auferir proventos de aposentadoria superiores ao teto do RGPS. Para tanto, ele terá que aderir a um regime de previdência complementar, pagando as respectivas contribuições. É o mesmo sistema, portanto, que sempre foi adotado para os trabalhadores sujeitos ao regime geral.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

15.3. Aposentadorias especiais

No caso de professor ou professora que comprove tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o limite de idade será reduzido em 5 anos para a concessão de aposentadoria voluntária por idade.

A Constituição assegura a aposentadoria especial para os professores da educação infantil e do ensino fundamental e médio, mas não do ensino superior.

É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo (CF, art. 40, § 20). E está vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social (CF, art. 40, § 22).

16. Estabilidade

Pode-se dizer que estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao servidor que preencha os seguintes requisitos:

§ Investidura em cargo efetivo, o que pressupõe, necessariamente, a prévia aprovação em concurso público;

§ Três anos de efetivo exercício no cargo;

§ Aprovação em avaliação especial de desempenho.

Empregados públicos não dispõem de estabilidade no serviço público!

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

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Referências

Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 28ª ed. São Paulo: Método, 2020.

Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.

Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.

https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/governanca/avaliacao-de-politicas