administr a cao

72
www.didatikaconcursos.com.br ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Sumário 1- Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e critérios de departamentalização. 2- Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação. 3- Administração Pública: Estrutura e Funcionamento. 4- Princípios básicos da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, entre outros. 5- A probidade na administração pública. Pessoas alcançadas pela Lei da Improbidade Administrativa. 6 - A responsabilidade do servidor público. 7 - Princípios de Ética e Cidadania 8- Atendimento no Serviço Público 9- Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho 10- Atendimento de qualidade eficiência, eficácia e efetividade 11- O Papel do Atendente: perfil, competências, postura profissional 12- A Reforma e Revitalização do Estado

Upload: tatty-marques

Post on 08-Nov-2015

9 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

APOSTILA

TRANSCRIPT

  • www.didatikaconcursos.com.br

    ADMINISTRAO PBLICA

    Sumrio 1- Caractersticas bsicas das organizaes formais modernas: tipos de

    estrutura organizacional, natureza, finalidades e critrios de

    departamentalizao.

    2- Processo organizacional: planejamento, direo, comunicao, controle e

    avaliao.

    3- Administrao Pblica: Estrutura e Funcionamento.

    4- Princpios bsicos da administrao pblica: legalidade, impessoalidade,

    moralidade, publicidade, eficincia, entre outros.

    5- A probidade na administrao pblica. Pessoas alcanadas pela Lei da

    Improbidade Administrativa.

    6 - A responsabilidade do servidor pblico.

    7 - Princpios de tica e Cidadania

    8- Atendimento no Servio Pblico

    9- Sade e Qualidade de Vida no Trabalho

    10- Atendimento de qualidade eficincia, eficcia e efetividade

    11- O Papel do Atendente: perfil, competncias, postura profissional

    12- A Reforma e Revitalizao do Estado

  • www.didatikaconcursos.com.br

    1- Caractersticas bsicas das organizaes formais modernas: tipos de

    estrutura organizacional, natureza, finalidades e critrios de

    departamentalizao.

    Estrutura Organizacional: Conceito de Organizao

    Segundo (Faria, 1994), Organizao o estabelecimento de uma estrutura

    formal de autoridade, mediante a qual se definem e coordenam as fases e os

    mtodos de trabalho para se atingir objetivos especficos.

    A escola clssica tem um modelo simplificado da Organizao Formal:

    A adoo dos princpios gerais de administrao aplicados a 1) diviso do

    trabalho, 2) especializao, 3) unidade de comando, 4) amplitude de controle

    possibilitam a OF de mxima eficincia possvel.

    Caractersticas bsicas das organizaes formais modernas:

    Sob o ponto de vista formal, uma organizao empresarial consiste em um

    conjunto de encargos funcionais e hierrquicos, orientados para o objetivo

    econmico de produzir bens ou servios.

    A estrutura orgnica deste conjunto de encargos est condicionada natureza

    do ramo de atividade, aos meios de trabalho, s circunstncias scio-

    econmicas da comunidade e maneira de conceber a atividade empresarial.

    As principais caractersticas da organizao formal so:

    1. Diviso do Trabalho;

    2. Especializao;

    3. Hierarquia;

    4. Distribuio da autoridade e da responsabilidade;

    5. Racionalismo.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    1. Diviso do Trabalho

    O objetivo imediato e fundamental de todo e qualquer tipo de organizao a

    produo. Para ser eficiente, a produo deve basear-se na diviso do

    trabalho, que nada mais do que a maneira pela qual um processo complexo

    pode ser decomposto em uma srie de pequenas tarefas. O procedimento de

    dividir o trabalho comeou a ser praticado mais intensamente com o advento

    da Revoluo Industrial, provocando uma mudana radical no conceito de

    produo, principalmente no fabrico macio de grandes quantidades atravs do

    uso da mquina, substituindo o artesanato, e o uso do trabalho especializado

    na linha de montagem. O importante era que cada pessoa pudesse produzir o

    mximo de unidades dentro de um padro aceitvel, objetivo que somente

    poderia ser atingido automatizando a atividade humana ao repetir a mesma

    tarefa vrias vezes. Essa diviso do trabalho foi iniciada ao nvel dos operrios

    com a Administrao Cientfica no comeo deste sculo.

    2. Especializao

    A especializao do trabalho proposta pela Administrao Cientfica constitui

    uma maneira de aumentar a eficincia e de diminuir os custos de produo.

    Simplificando as tarefas, atribuindo a cada posto de trabalho tarefas simples e

    repetitivas que requeiram pouca experincia do executor e escassos

    conhecimentos prvios, reduzem-se os perodos de aprendizagem, facilitando

    substituies de uns indivduos por outros, permitindo melhorias de mtodos de

    incentivos no trabalho e, conseqentemente, aumentando o rendimento de

    produo.

    3. Hierarquia

    Uma das conseqncias do princpio da diviso do trabalho a diversificao

    funcional dentro da organizao. Porm, uma pluralidade de funes

    desarticuladas entre si no forma uma organizao eficiente. Como

    decorrncia das funes especializadas, surge inevitavelmente a de comando,

    para dirigir e controlar todas as atividades para que sejam cumpridas

    harmoniosamente. Portanto, a organizao precisa, alm de uma estrutura de

  • www.didatikaconcursos.com.br

    funes, de uma estrutura hierrquica, cuja misso dirigir as operaes dos

    nveis que lhes esto subordinados. Em toda organizao formal existe uma

    hierarquia. Esta divide a organizao em camadas ou escalas ou nveis de

    autoridade, tendo os superiores autoridade sobre os inferiores. medida que

    se sobe na escala hierrquica, aumenta a autoridade do ocupante do cargo.

    4. Distribuio da Autoridade e da Responsabilidade

    A hierarquia na organizao formal representa a autoridade e a

    responsabilidade em cada nvel da estrutura. Por toda a organizao, existem

    pessoas cumprindo ordens de outras situadas em nveis mais elevados, o que

    denota suas posies relativas, bem como o grau de autoridade em relao s

    demais. A autoridade , pois, o fundamento da responsabilidade, dentro da

    organizao formal, ela deve ser delimitada explicitamente. De um modo geral,

    a generalidade do direito de comandar diminui medida que se vai do alto para

    baixo na estrutura hierrquica. Fayol diza que a "autoridade" o direito de dar

    ordens e o poder de exigir obedincia, conceituando-a, ao mesmo tempo, como

    poder formal e poder legitimado.

    Assim, como a condio bsica para a tarefa administrativa, a autoridade

    investe o administrador do direito reconhecido de dirigir subordinados, para que

    desempenhem atividades dirigidas pra a obteno dos objetivos da empresa. A

    autoridade formal sempre um poder, uma faculdade, concedidos pela

    organizao ao indivduo que nela ocupe uma posio determinada em relao

    aos outros.

    5. Racionalismo da Organizao Formal

    Uma das caractersticas bsicas da organizao formal o racionalismo. Uma

    organizao substancialmente um conjunto de encargos funcionais e

    hierrquicos a cujas prescries e normas de comportamento todos os seus

    membros se devem sujeitar. O princpio bsico desta forma de conceber uma

    organizao que, dentro de limites tolerveis, os seus membros se

    comportaro racionalmente, isto , de acordo com as normas lgicas de

    comportamento prescritas para cada um deles. Dito de outra forma, a

  • www.didatikaconcursos.com.br

    formulao orgnica de um conjunto lgico de encargos funcionais e

    hierrquicos est baseada no princpio de que os homens vo funcionar

    efetivamente de acordo com tal sistema racional.

    De qualquer forma, via de regra, toda organizao se estrutura a fim de atingir

    os seus objetivos, procurando com a sua estrutura organizacional a

    minimizao de esforos e a maximizao do rendimento. Em outras palavras,

    o maior lucro, pelo menor custo, dentro de um certo padro de qualidade. A

    organizao, portanto, no um fim, mas um meio de permitir empresa

    atingir adequadamente determinados objetivos.

    Estrutura Informal da Organizao

    Estrutura informal a rede de relaes sociais e pessoas que no

    estabelecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da interao social das

    pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando as

    pessoas se renem. Portanto, apresenta relaes que no aparecem no

    organograma.

    A estrutura informal focaliza as pessoas e suas relaes. A estrutura formal

    focaliza autoridades e responsabilidades.

    Do ponto de vista de administradores, a estrutura informal um empecilho que

    regularmente oferece resistncia s ordens formais, ou as altera ou ainda as

    cumpre por um procedimento diferente do desejado. Independente de ser til

    ou prejudicial, a primeira caracterstica da estrutura informal no poder ser

    extinta.

    Em contraste com o fluxo descendente da autoridade formal, a autoridade

    informal flui, na maioria das vezes de maneira ascendente ou horizontalmente.

    mais um privilgio que um direito. geralmente mais instvel que a

    autoridade formal, pois est sujeita aos sentimentos pessoais. Devido sua

  • www.didatikaconcursos.com.br

    natureza subjetiva, a estrutura informal no est sujeita ao controle da direo,

    como o est a estrutura formal.

    A estrutura formal pode crescer bastante, mas as estruturas informais tendem a

    ficar menores, de maneira a permanecerem dentro dos limites das relaes

    pessoais. H, entretanto, muitas estruturas informais dentro de uma grande

    empresa. Elas existem em todos os nveis. Algumas so confinadas apenas

    empresa enquanto que outras podem ser parcialmente externas empresa.

    Caractersticas que favorecem o surgimento da liderana informal: idade,

    antiguidade, competncia tcnica, localizao no trabalho, liberdade de se

    mover na rea de trabalho, personalidade agradvel e comunicativa. Embora

    cada pessoa em um grupo de trabaho possa ser lder de alguma pequena

    estrutura informal, geralmente h um lder primrio que est acima dos outros.

    A administrao deve saber quem o lder informal e trabalhar com essa

    pessoa a fim de assegurar que esta liderana esteja acompanhando os

    objetivos da empresa em vez de antagoniz-los.

    Estrutura informal um bom lugar para lderes formais se desenvolverem e

    adquirirem experincia. Entretanto, lderes informais podem falhar como lderes

    formais por no lidarem bem com a responsabilidade formal.

    O grupo surge e persiste para manter os desejos de seus membros e, envolve,

    basicamente, o desenvolvimento e manuteno da cultura do grupo, o

    desenvolvimento e manuteno de sistemas e canais de comunicao e o

    exerccio do controle social, atravs do qual o comportamento dos outros

    influenciado e regulado. O controle social acontece interna e externamente. O

    controle interno acontece para que membros do grupo se comportem de

    acordo com a cultura do grupo. O controle externo dirigido aos de for a do

    grupo, tais como diretoria, sindicato. A presso do controle externo pode ser

    bastante grande, por exemplo, por ocasio de alguma greve.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Uma administrao efetiva resulta numa situao em que a estrutura informal

    complementa o trabalho - o ideal haver perfeita interao entre os dois tipos

    de estruturas. O quadro a seguir itemiza as principais vantagens e

    desvantagens da estrutura informal em uma organizao.

    Vantagens Desvantagens

    proporciona maior rapidez no

    processo

    reduz distores existentes na

    estrutura formal

    complementa a estrutura formal

    reduz a carga de comunicao

    dos chefes

    motiva e integra as pessoas da

    empresa

    desconhecimento das

    chefias

    dificuldade de controle

    possibilidade de atritos

    entre pessoas

    Fatores que condicionam o aparecimento dos grupos informais:

    interesses comuns que se desenvolvem entre um certo nmero de pessoas

    que, atravs deles, passam a sintonizar-se mais intimamente

    a interao provocada pela prpria estrutura formal

    os defeitos na estrutura formal

    a flutuao do pessoal dentro da empresa provoca, normalmente, alterao

    dos grupo sociais informais

    perodos de lazer

    disputa do poder

    Estrutura Formal da Organizao

    A estrutura formal a representada pelo organograma da empresa e os seus

    aspectos bsicos so apresentados e discutidos a seguir.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Elaborao da estrutura organizacional

    Estrutura organizacional o conjunto ordenado de responsabilidades,

    autoridades, comunicaes e decises das unidades organizacionais de uma

    empresa.

    A estrutura organizacional dinmica, principalmente quando so

    considerados os seus aspectos informais provenientes da caracterizao das

    pessoas que fazem parte de seu esquema. Deve ser delineada considerando

    as funes de administrao como um instrumento para facilitar o alcance dos

    objetivos estabelecidos.

    Tipos de Estrutura Organizacional

    Na considerao dos tipos de estrutura organizacional deve-se lembrar que

    estes so os resultados da departamentalizao (funcional, clientes, produtos,

    territorial, por projetos, matricial, etc.).

    Entre os fatores internos que influenciam a natureza da estrutura

    organizacional da empresa (Drucker, 1962) esto:

    a natureza dos objetivos estabelecidos para a empresa e seus membros

    as atividades operantes exigidas para realizar esses objetivos

    a seqncia de passos necessria para proporcionar os bens ou servios

    que os membros e clientes desejam ou necessitam

    as funes administrativas a desempenhar

    as limitaes da habilidade de cada pessoa na empresa e limitaes

    tecnolgicas

    as necesidades sociais dos membros da empresa

    tamanho da empresa

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Com vistas no delineamento da estrutura organizacional, Vasconcellos

    (1972:145) apresenta os seus componentes, condicionates e nveis de

    influncia que podem ser assim resumidos:

    Componentes da estrutura organizacional

    sistema de responsabilidade (resultado da alocao deatividades),

    constitudo por: departamentalizao; linha e assessoria e especializao

    do trabalho

    sistema de autoridade (resultado da distribuio do poder), constitudo por:

    amplitude administrativa e nveis hierrquicos; delegao e

    descentralizao/centralizao

    sistemas de comunicaes (resultado da interao entre inidades

    organizacionais), constitudo por: o que, como, quando, de quem e para

    quem comunicar

    Pode-se considerar mais um sistema componente da estrutura organizacional:

    o sistema de deciso (resultado da ao sobre as informaes).

    Condicionantes da estrutura organizacional

    Vasconcellos (1972:1) resume em:

    objetivos e estratgias

    ambiente

    tecnologia

    recursos humanos

    Nveis de influncia da estrutura organizacional

    estratgico

    ttico

    operacional

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Consideraes Bsicas sobre Componentes, Condicionantes e Nveis de

    Influncia da Estrutura Organizacional

    COMPONENTES

    Sistema de Responsabilidade

    Responsabilidade refere-se obrigao que uma pessoa tem de fazer alguma

    coisa para outrem (Jucius e Schhelender, 1968:232)

    O sistema de responsabilidade refere-se alocao das atividades inerentes a

    esta obrigao (Vasconcelos, 1972:154)

    Aspectos bsicos do sistema de responsabilidade so: a) Departamentalizao

    b) Linha e Assessoria c) Atribuies das unidades organizacionais (a) b) e c)

    sero abordados futuramente).

    Sistema de Autoridade

    Autoridade o direito para fazer alguma coisa. Ela pode ser o direito de

    tomar decises, de dar ordens e requerer obedincia, ou simplesmente o

    direito de desempenhar um trabalho que foi designado. A autoridade

    poder formal ou informal (Jucius e Schelender 1968:234)

    LIMITES DE

    AUTORIDAD

    E

    AMPLITUDE DE

    AUTORIDADE

    NVEL

    HIERRQUIC

    O

    MAIS ALTO

    MAIS BAIXO

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Teorias bsicas sobre a origem da autoridade (apresentadas por Koontz e

    O'Donnell 1973:48)

    teoria formal da autoridade: a origem da autoridade na empresa deve obedecer

    a uma hierarquia, assim como a empresa se baseia nas instituies (sociais,

    polticas, econmicas, religiosas) para estabelecer suas normas internas.

    Essas instituies mudam medida que os costumes, tradies e leis do povo

    mudam.

    teoria da aceitao da autoridade: a origem da autoridade a aceitao das

    ordens, desde que sejam compreendidas e estejam dentro das funes do

    subordinado. uma teoria discutvel, porque na prtica o subordinado,

    pressionado pelo grupo, acabar obedecendo ordem.

    teoria da competncia: a autoridade pode provir de qualidades pessoais de

    competncia tcnica. Dentro do grupo de subordinados pode existir um que se

    sobressaia e acaba transformando os outros em subordinados, apensar de no

    possuir autoridade devida.

    Devem-se considerar os tipos de autoridade, a saber: hierrquica e funcional. A

    hierrquica segue as linhas de comando estabelecidas pela estrutura

    hierrquica da empresa. A autoridade funcional corresponde autoridade

    estabelecida pela funo exercida pelas unidades organizacionais. Autoridade

    funcional deve ser muito bem estabelecida pela empresa, para evitar possveis

    problemas de duplicidade de comando. O ideal a autoridade funcional estar

    correlacionada apenas ao estabelecimento de polticas administrativas.

    Aspectos bsicos do sistema de autoridade so: a) delegao, b) dentralizao

    e descentralizao c) nveis hierrquicos d) amplitude de controle (a serrem

    abordados futuramente).

  • www.didatikaconcursos.com.br

    CONDICIONANTES DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

    Fator Humano

    Fayol (1976:27) enumera que o necessrias determinadas qualidades

    humanas cuja importncia aumenta medida que a pessoa sobe na hierarquia.

    Ele considera as seguintes capacidades: tcnica, de comando, administrativa,

    de cooperao e de integrao.

    Fator Ambiente Externo

    Anlise do processo de relacionamento entre a empresa e seu ambiente.

    Fator Sistema de Objetivos e Estratgias

    Objetivo o alvo ou situao que se pretende atingir.

    Estratgia a definio do caminho mais adequado para alcanar o objetivo

    presidente

    diretoria de

    marketing diretoria das

    regionais

    diretoria

    financeira

    Regional

    Norte

    setor de

    vendas

    setor de

    caixa

    Autoridade

    Funcional

    C B

    D E

    A

    Autoridade

    Hierrquica

  • www.didatikaconcursos.com.br

    O fator sistema de objetivos e estratgias tem inflncia na estrutura

    organizacional medida que, quando os objetivos e estratgias esto bem

    definidos e claros, mais fcil organizar, pois se sabe o que esperar de cada

    membro do grupo que compe a empresa.

    Fator Sistema de Objetivos e Estratgias

    Vasconcellos (1972:7) considera o fator tecnolgico como o conjunto de

    conhecimentos que so utilizados para operacionalizar as atividades na

    empresa para que seus objetivos possam ser alcanados.

    NVEIS DE INFLUNCIA DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

    No desenvolvimento de uma estrutura organizacional tem-se os seguintes

    nveis de influncia:

    nvel estratgico

    nvel ttico

    nvel operacional

    Estes nveis de influncia esto relacionados aos tipos de planejamento, que

    podem ser visualizados numa "pirmide empresarial":

    O planejamento estratgico pode ser conceituado como um processo gerencial

    que possibilita ao executivo estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa

    com vistas a obter um nvel de otimizao na relao da empresa com seu

    nvel estratgico

    nvel operacional

    nvel ttico

    planejamento estratgico

    planejamento ttico

    planejamento operacional

  • www.didatikaconcursos.com.br

    ambiente. O nvel estratgico de influncia considera a estrutura organizacional

    de toda a empresa e a melhor interao desta com o ambiente.

    Exemplo: necessidade de criao de uma nova diviso da empresa para

    melhor adequao de um produto ao seu mercado.

    O planejamento ttico tem por finalidade otimizar determinada rea de

    resultado e no a empresa como um todo.

    Exemplo: diviso de uma rea industrial em duas reas (produo e tcnica)

    para ter melhor administrao dos recursos da empresa.

    O planejamento operacional pode ser considerado como a formalizao,

    principalmente atravs de documentos escritos, das metodologias de

    desenvolvimento e implementao estabelecidas. O planejamento operacional

    cria condies para a adequada realizao dos trabalhos dirios da empresa.

    Para facilitar a anlise comparativa das organizaes os estruturalistas

    desenvolveram as tipologias de organizao.

    Departamentalizao

    Para os autores clssicos a especializao pode ocorrer em dois sentidos:

    vertical e horizontal.

    A especializao vertical o desdobramento da autoridade denominado

    processo escalar.

    A especializao horizontal (DEPARTAMENTALIZAO) o aumento de

    rgos especializados, aumenta a percia, a eficincia e a qualidade do

    trabalho, o processo funcional e provoca a departamentalizao.

    Departamentalizao uma diviso do trabalho em termos de uma

    diferenciao entre os diversos e diferentes tipos de tarefas executados pelos

    rgos.

    Natureza

    A departamentalizao tem por natureza dividir-se em unidades as grandes

    reas da Empresa. Assim criam-se diversas espcies (naturezas) de

  • www.didatikaconcursos.com.br

    departamentalizao (superintendncias, diretorias, departamentos, divises,

    setores, sees)

    Finalidade

    Segundo o Chiavenato, A finalidade da departamentalizao no a estrutura

    rgida e equilibrada em termos de nveis e sim grupar atividades de maneira

    que melhor contribuam para obteno dos objetivos especficos da

    organizao.

    Segundo Luis Oswaldo e Leal da Rocha a principal finalidade da

    Departamentalizao proporcionar meios para o crescimento e

    desenvolvimento racional dos rgos da Empresa.

    TIPOS DE DEPARTAMENTALIZAO

    Por Funes ; ou Funcional

    por Produtos ou Servios;

    Por localizao geogrfica;

    por Clientes;

    por Processos;

    Por Projetos;

    Por tempo e por nmero

    Logo critrios e tipos se confundem segundo diversos autores.

    Por Funes ; ou Funcional

    Vantagens

    Agrupar especialista sob chefia nica; segue princpio da especializao

    ocupacional; concentra competncia em atividade especfica; mais indicada

    para circunstncias estveis ou tarefas rotineiras; poucas linhas de produtos;

    reflete auto-orientao e introverso administrativa

    Desvantagens;

    Reduz a cooperao interdepartamental;

    Inadequada quando a tecnologia necessita ser mutvel e evolutiva;

    Dificulta a adaptao s mudanas externas;

    Detrimento do objetivo global em prol dos esforos de especialistas.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Aplicao:

    Circunstncias estveis;

    rgos com tarefas rotineiras;

    Poucas linhas de produtos;

    Por Produtos ou Servios ou por Resultados;

    Vantagens:

    Facilita o emprego de tecnologia;

    Permite a intensificao de esforos;

    Fixa a responsabilidade para um produto;

    Facilita a cooperao interdepartamental;

    Facilita a inovao e a competitividade;

    Indicada para circunstncias instveis, mutveis

    Induz a cooperao entre especialistas;

    Permite maior flexibilidade.Desvantagens;

    Bitola tcnica dos especialistas;

    Contra-indicada para empresa com poucos produtos ou estabilidade

    ambiental;

    Problemas psicolgicos de temores e ansiedades

    APLICAO:

    Circunstncias instveis

    Por localizao geogrfica;

    a territorial ou regional.

    Vantagens:

    Atende a estratgias regionais;

    Fixa responsabilidade de lucro;

    Encoraja novos executivos

    Indicada para agncias de varejo;

    Desvantagens:

    Dificulta a coordenao e controle;

    Subdesenvolvimento das reas de pesquisa, finanas e RH.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Aplicao: Empresa que precisa de rea mercadolgica descentralizada

    Por Clientes;

    Vantagens:

    Abordagem extrovertida , ideal se o importante a satisfao do cliente;

    Mais adequada se o cliente mais importante que o produto;

    Concentra conhecimento sobre as necessidades dos clientes.

    Desvantagens:

    Torna secundrias as funes produo e finanas;

    Sacrifica objetivos como lucro e produtividade e eficincia.

    Aplicao:

    Quando o cliente mais importante que o produto

    Por Processos; ou por equipamentos , por maquinrio, por tecnologia

    Vantagens:

    Prestigia a tecnologia como foco de referncia

    Desvantagens:

    Total falta de flexibilidade

    Aplicao; Empresas industriais.

    Por Projetos; Construo de Navios, de edifcios, construo de

    fbricas.

    Vantagens:

    Concentrar diversos recursos em uma atividade complexa

    Se ajusta a uma departamentalizao temporria por Produto complexo

    Desvantagens:

    Descontinuidade ao fim do ciclo do projeto;

    Provoca ansiedade e angstia

    Aplicaes

    Grandes empreendimentos e tecnicamente complexos.

    Obter resultados

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Por tempo e por nmero

    CONCLUSO:

    A Departamentalizao pode ser:

    Principal ; intermediria , combinada

    PRINCIPAL: no nvel mais elevado;

    Consideraes Bsicas:

    Meio Ambiente

    Tecnologia

    Estratgia

    Estrutura

    DEPARTAMENTALIZAO MATRICIAL

    Segundo Leon Megginson ( 1998) A departamentalizao matricial um tipo

    hbrido onde vrios especialistas so agrupados para completar uma tarefa em

    tempo limitado. (encontrada em organizaes de alta tecnologia , Boing, Nasa,

    GE)

    Departamentalizao matricial

    Vantagens ;

    - Comunicao livre e coordenao entre especialistas;

    - Flexibilidade para responder rapidamente s mudanas;

    - Ideal para empresas empreendedoras;

    - Processo de deciso descentralizado ( Bateman, 1998);

    - Rede de comunicaes extensas para processar grande quantidade de

    informao;

    - Utilizao de recursos compartilhados de modo eficiente;

    - Alta adaptabilidade.

    Desvantagens

    - Falta de clareza dos papis; ( dois chefes : de projeto e funcional)

    - Competio pelo poder;

    - Muita democracia que pode conduzir a ao insuficiente;

    - Todos tm que ser consultados a cada deciso;

  • www.didatikaconcursos.com.br

    APLICAO: Empresas com alta orientao tecnolgica. (hospitais,

    organizaes empreendedoras) Administradores competitivos e com viso

    intrapreneurial

    DEPARTAMENTALIZAO EM REDE OU CORPORAO VIRTUAL.

    uma associao temporria de empresas ou de departamentos

    independentes unidos pela tecnologia da informao para compartilhar

    despesas, talento dos funcionrios e ampliara mercados.

    Caractersticas: no ocupa espao fsico, no tem sede, no tem organograma,

    Sacrifica a hierarquia pela velocidade da tomada de decises;

    O contribuinte da rede contribui com sua core competence competncia

    central (conceito de Prahalad).

    Forma alianas estratgicas; entidade fluda e flexvel

    Uso intensivo da tecnologia da informao;

    Uso de base de dados;

    REENGENHARIA E estruturas horizontais; ( Michel Hammer e James

    Champy )

    Organizao com base nos processos empresariais, com mudanas

    fundamentais , radicais, e drsticas nos indicadores crticos de desempenho

    tais como: custos , qualidade, atendimento a cliente e velocidade.

    DOWNSIZING mudana da organizao tipo mainframe para

    descentralizados micros ou uso intensivo da intranet.

    ORGANIZAO COM EMPOWERMENT

    Delegao de poderes aos membros das equipes e dos grupos;

    Representa a especializao vertical da responsabilidade e do poder

    descentralizado.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    2- Processo organizacional: planejamento, direo, comunicao,

    controle e avaliao.

    Alm da organizao da empresa, o administrador tem trs outras funes

    bsicas:

    planejamento da empresa, que representa o estabelecimento de objetivos e

    resultados estabelecidos e dos meios mais adequados para se alcanar

    estas metas

    a direo da empresa, que representa a orientao e/ou coordenao e/ou

    motivao e/ou liderana das atividades e recursos visando alcanar os

    objetivos e resultados esperados; e

    controle da empresa, que representa o controle e a avaliao dos

    resultados obtidos em relao aos objetivos e resultados esperados

    Quando a estrutura organizacional estabelecida de forma adequada, ela

    propicia:

    identificao das tarefas necessrias

    organizao das funes e responsabilidades

    informaes, recursos e feedback aos empregados

    medidas de desempenho compatveis coom os objetivos

    condies motivadoras

    Sistema de Comunicaes

    Comunicao um processo mediante o qual uma mensagem enviada por

    um missor, atravs de um determinado canal, e entendida por um receptor

    (Vasconcellos, 1972:10)

    No sistema de comunicaes deve ser considerado:

    que/como/quando deve ser comunicado?

  • www.didatikaconcursos.com.br

    de quem deve vir a informao?

    para quem deve ir a informao?

    por que deve ser comunicado?

    quanto deve ser comunicado?

    Na transmisso da informao deve-ser considerar a interferncia denominada

    rudo, que compreende qualquer coisa que se mova no canal que no sejam os

    sinais ou mensagens reais desejados pelo emissor. Alguns aspectos bsicos

    do sistema de comunicaes nas empresas so:

    1) Esquemas de comunicao: formal (planejado, facilitado e controlado) e

    informal (surge espontaneamente na empresa, em reao s necessidades de

    seus membros).

    Comunicao informal pode ser boa ou ruim para uma empresa. A alta

    administrao da empresa pode aumentar ou diminuir a comunicao informal,

    com o uso de determinados artifcios, entre os quais: alterao de arranjo

    fsico; utilizao de pequenas salas de reunio ou de caf; alterao da

    estrutura organizacional e prtica de competies esportivas.

    2) Fluxos da Comunicao

    As comunicaes podem acontecer via os seguintes fluxos:

    horizontal: realizado entre unidades organizacionaisdirefenres, mas do

    mesmo nvel hierrquico

    diagonal ou transversal, realizado entre unidades organizacionais e nveis

    diferentes

    vertical, realizado entre nveis diferentes, mas da mesma rea

  • www.didatikaconcursos.com.br

    3) Custo da Comunicao

    No estudo das comunicaes entre pessoas ou unidades organizacionais,

    deve-se levar em considerao o aspecto custo para a empresa, pois a anlise

    da transmisso das informaes mostra que ela muito mais custosa do que

    se poderia pensar, no tanto devido s despesas de apoio necessrias, mas

    principalmente em funo do tempo que ela absorve e das demoras que

    acarreta (Litterer, 1970:82).

    Lei de N.C. Parkison: todo trabalho se dilata de maneira a ocupar todo o

    tempo disponvel.

    O que Parkinson considerou como causas do aumento de custos na estrutura

    organizacional (Lodi, 1972:51):

    demasiado nmero de nveis hierrquicos envolvidos na superviso de

    atividades correntes a curto prazo;

    demasiado nmero de estgios na elaborao das decises

    existncia de grandes servios funcionais ou de assessoria

    complexidade da estrutura, responsabilidades diludas, comisses de

    coordenao, etc.

    unidades organizacionais sem objetivos mensurveis, funo vaga e

    qualitativa, chefia sem agressividade;

    unidades organizacionais sem meios completos e autnomos para

    atingirem seus objetivos

    unidades organizacionais que trabalham abaixo da dimenso necessria

    Avaliao da Estrutura Organizacional

    um procedimento atravs do qual se verifica o que a estrutura organizacional

    tem de bom e de ruim. Para tanto deve-se fazer:

    levantamento da estrutura atual

    delineamento da estrutura ideal

  • www.didatikaconcursos.com.br

    O analista de OSM deve comparar estes dois aspectos e obter a avaliao da

    estrutura organizacional. Pode reforar a avaliao determinando o

    desempenho da empresa em termos de:

    resultados apresentados

    problemas evidenciados

    nvel de satisfao dos funcionrios da empresa

    Etapas da Avaliao da Estrutura Organizacional

    1) Levantamento

    identificao dos problemas evidenciados pelos usurios

    entrevista com os elementos-chave da empresa

    2) Anlise

    anlise dos dados levantados anteriormente

    interligao dos dados levantados, verificando sua veracidade e

    considerando os vrios subsistemas da empresa

    estabelecimento dos padres e critrios de avaliao

    identificao do efeito de cada um dos dados levantados na situao atual

    da estrutura organizacional da empresa

    3) Avaliao

    estabelecimento da situao dos quatro componentes da estrutura

    organizacional na empresa

    verificao do envolvimento de cada um dos quatr condicionantes sobre a

    estrutura organizacional

    verificao do nvel de influncia de cada nvel da empresa - estratgico,

    ttico e operacional - para o delineamento da estrutura organizacional.

    Para uma adequada avaliao da estrutura organizacional necessrio que se

    estabelea, anteriormente, um conjunto de polticas que devem servir de

  • www.didatikaconcursos.com.br

    sustentao para todo o processo decisrio. Polticas inerentes estrutura

    organizacional que uma empresa pode julgar vlido adotar podem visar uma

    estrutura organizacional

    adequada aos mercados existentes

    adequada s novas tecnologias

    descentralizada no processo decisrio e centralizada no sistema

    de controle

    voltada para resultados

    racionalizada com operacionalizao descentralizada dos

    sistemas administrativos

    3- ADMINISTRAO PBLICA: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

    De acordo com o Decreto-Lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967 podemos

    verificar que o Poder Executivo exercido pelo Presidente da Repblica

    auxiliado pelos Ministros de Estado. O Presidente da Repblica e os Ministros

    de Estado exercem as atribuies de sua competncia constitucional, legal e

    regulamentar com o auxlio dos rgos que compem a Administrao Federal.

    Com a nova redao dada pelo Decreto-Lei n 900 de 1969, respeitada a

    competncia constitucional do Poder Legislativo estabelecida no artigo 46,

    inciso II e IV, da Constituio, o Poder Executivo regular a estruturao, as

    atribuies e funcionamento dos rgos da Administrao Federal.

    A Administrao Federal compreende:

    ADMINISTRAO DIRETA se constitui dos servios integrados na estrutura

    administrativa da Presidncia da Repblica e dos Ministrios

    ADMINISTRAO INDIRETA a que compreende as seguintes categorias

    de entidades dotadas de personalidade jurdica prpria:

  • www.didatikaconcursos.com.br

    AUTARQUIAS servio autnomo criado por lei com personalidade jurdica,

    patrimnio e receita prpria, para executar atividades tpicas da administrao

    pblica, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gesto administrativa

    e financeira descentralizada. No so subordinadas a rgo algum do Estado,

    mas controladas apenas, so responsveis pelos prprios comportamentos. A

    responsabilidade do estado, em relao a elas, apenas subsidiria.

    Na administrao pblica brasileira, uma autarquia uma entidade auxiliar da

    administrao pblica estatal autnoma e descentralizada. um dos tipos de

    entidades da administrao indireta. Autarquias so portanto Entes da

    Administrao Pblica Indireta, com personalidade jurdica e descentralizada

    do Poder Executivo.

    Sua organizao interna pode vir atravs de decretos (emanam do poder

    executivo); de portarias (ministrios, secretarias); regimentos ou regulamentos

    internos. So autarquias, por exemplo, as universidades federais.

    Diversos so os exemplos de autarquias, federais, estaduais ou municipais, em

    nosso ordenamento, como: Banco Central, USP,UFRJ, CBMERJ, INSS,

    ANATEL, ANVISA, INPI, CVM.

    FUNDAES PBLICAS - so pessoas jurdicas de direito pblico, isto , so

    criadas por lei e regem-se de acordo com todos os princpios da administrao

    pblica, na prtica so iguais as autarquias em funes e objetivos.

    No tm fins lucrativos, so criadas para um fim especfico de interesse

    pblico, como educao, cultura e pesquisa, sempre merecedoras de um

    amparo legal. As fundaes pblicas possuem autonomia administrativa,

    patrimnio prprio, e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do

    poder pblico, ainda que sob a forma de prestao de servios, e mesmo as

    fundaes de direito privado seguem regras tpicas de direito pblico como

    prestao de contas ao Tribunal de Contas e imunidade tributria referente ao

    imposto sobre o patrimnio, a renda ou servios vinculados a suas finalidades

    essenciais ou s delas decorrentes (art. 150, 2, da CF).

  • www.didatikaconcursos.com.br

    uma das entidades que compem a administrao indireta. Elas so criadas

    por autorizao especfica e regulamentadas por decreto, independentemente

    de qualquer registro. Aps as alteraes da Constituio, as fundaes

    passaram a ser criadas por Decreto do Executivo, o que, ainda assim, no

    exclui a necessidade de prvia aprovao legislativa (art. 37, XIX e XX, CF).

    Ex: Fundao osvaldo Cruz, Fundao Butant.

    EMPRESA PBLICA a pessoa jurdica criada por lei como instrumento de

    ao do estado, dotada de personalidade de direito privado mas submetida a

    certas regras especiais e cujo capital seja formado unicamente por pessoas de

    direito pblico. A administrao das empresas pblicas no Brasil feita por

    dirigentes nomeados pelo presidente da Repblica, sendo, via de regra,

    pessoas do prprio quadro funcional.

    A partir da Emenda Constitucional n. 19 de 1998, contemplou-se como

    princpio basilar atuao da empresa pblica o princpio da eficincia, cujo

    objetivo uma maior credibilidade e celeridade dos atos praticados pelas

    mesmas.

    O ingresso na carreira do emprego pblico se d somente por meio de

    concurso pblico, assegurado o acesso por todo brasileiro ou estrangeiro

    naturalizado. Alm dos empregados de carreira, h outros trabalhadores que

    cumprem funes nestas empresas. o caso dos terceirizados, estagirios e

    voluntrios.

    So exemplos de empresas pblicas no Brasil, a Caixa Econmica Federal e a

    Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos

    Tais empresas devem seguir estrita observncia ao que prescreve a Lei

    8666/93.

    SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - a pessoa jurdica criada por lei como

    instrumento de ao do estado, dotada de personalidade de direito privado,

  • www.didatikaconcursos.com.br

    mas submetida a certas regras especiais constituda sob a forma de sociedade

    annima e cujas aes com direito a voto pertenam em sua maioria unio

    ou a entidade de sua administrao indireta. Empresa de economia mista ou,

    mais precisamente, "sociedade de economia mista" uma sociedade na qual

    h colaborao entre o Estado e particulares, ambos reunindo recursos para a

    realizao de uma finalidade, sempre de objetivo econmico.

    A sociedade de economia mista uma pessoa jurdica de direito privado e no

    se beneficia de isenes fiscais ou de foro privilegiado.

    O Estado poder ter uma participao majoritria ou minoritria; entretanto,

    mais da metade das aes com direito a voto devem pertencer ao Estado.,

    A sociedade de economia mista uma sociedade annima, e seus funcionrios

    so regidos pela CLT. Freqentemente tm suas aes negociadas em Bolsa

    de Valores como exemplo: o Banco do Brasil, Petrobrs, Banco do Nordeste, e

    Eletrobrs.

    Diferem-se das Empresas Pblicas, eis que nestas o capital 100% pblico.

    Difere-se tambm das Sociedades Annimas em que o governo tem posio

    acionria minoritria, pois nestas o controle da atividade privado.

    PRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    O Decreto-Lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967 destacou, ainda, que as

    atividades da Administrao Federal obedecero aos seguintes princpios

    fundamentais:

    I - Planejamento.

    II - Coordenao.

    III - Descentralizao.

    IV - Delegao de Competncia.

    V - Controle.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    I PLANEJAMENTO

    A ao governamental obedecer a planejamento que vise a promover o

    desenvolvimento econmico-social do Pas e a segurana nacional, norteando-

    se segundo planos e programas elaborados, e compreender a elaborao e

    atualizao dos seguintes instrumentos bsicos:

    a) plano geral de governo;

    b) programas gerais, setoriais e regionais, de durao plurianual;

    c) oramento-programa anual;

    d) programao financeira de desembolso.

    II COORDENAO

    As atividades da Administrao Federal e, especialmente, a execuo dos

    planos e programas de governo, sero objeto de permanente coordenao.

    Essa coordenao ser exercida em todos os nveis da administrao,

    mediante a atuao das chefias individuais, a realizao sistemtica de

    reunies com a participao das chefias subordinadas e a instituio e

    funcionamento de comisses de coordenao em cada nvel administrativo.

    No nvel superior da Administrao Federal, a coordenao ser assegurada

    atravs de reunies do Ministrio, reunies de Ministros de Estado

    responsveis por reas afins, atribuio de incumbncia coordenadora a um

    dos Ministros de Estado, funcionamento das Secretarias Gerais e coordenao

    central dos sistemas de atividades auxiliares.

    Quando submetidos ao Presidente da Repblica, os assuntos devero ter sido

    previamente coordenados com todos os setores neles interessados, inclusive

    no que respeita aos aspectos administrativos pertinentes, atravs de consultas

    e entendimentos, de modo a sempre compreenderem solues integradas e

    que se harmonizem com a poltica geral e setorial do Governo. Idntico

  • www.didatikaconcursos.com.br

    procedimento ser adotado nos demais nveis da Administrao Federal, antes

    da submisso dos assuntos deciso da autoridade competente.

    Os rgos que operam na mesma rea geogrfica sero submetidos

    coordenao com o objetivo de assegurar a programao e execuo

    integrada dos servios federais.

    Com os rgos estaduais e municipais que exeram atividades idnticas, os

    rgos federais buscaro com eles coordenar-se, para evitar disperso de

    esforos e de investimentos na mesma rea geogrfica.

    III - DESCENTRALIZAO

    A execuo das atividades da Administrao Federal dever ser amplamente

    descentralizada.

    A descentralizao ser posta em prtica em trs planos principais:

    a) dentro dos quadros da Administrao Federal, distinguindo-se claramente o

    nvel de direo do de execuo;

    b) da Administrao Federal para a das unidades federadas, quando estejam

    devidamente aparelhadas e mediante convnio;

    c) da Administrao Federal para a rbita privada, mediante contratos ou

    concesses.

    Em cada rgo da Administrao Federal, os servios que compem a

    estrutura central de direo devem permanecer liberados das rotinas de

    execuo e das tarefas de mera formalizao de atos administrativos, para que

    possam concentrar-se nas atividades de planejamento, superviso,

    coordenao e controle.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    A Administrao casustica, assim entendida a deciso de casos individuais,

    compete, em princpio, ao nvel de execuo, especialmente aos servios de

    natureza local, que esto em contato com os fatos e com o pblico. Compete

    estrutura central de direo o estabelecimento das normas, critrios,

    programas e princpios, que os servios responsveis pela execuo so

    obrigados a respeitar na soluo dos casos individuais e no desempenho de

    suas atribuies.

    Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenao,

    superviso e controle e com o objetivo de impedir o crescimento desmesurado

    da mquina administrativa, a Administrao procurar desobrigar-se da

    realizao material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que possvel,

    execuo indireta, mediante contrato, desde que exista, na rea, iniciativa

    privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os

    encargos de execuo. A aplicao desse critrio est condicionada, em

    qualquer caso, aos ditames do interesse pblico e s convenincias da

    segurana nacional.

    DELEGAO DE COMPETNCIA

    A delegao de competncia ser utilizada como instrumento de

    descentralizao administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e

    objetividade s decises, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou

    problemas a atender. facultado ao Presidente da Repblica, aos Ministros de

    Estado e, em geral, s autoridades da Administrao Federal delegar

    competncia para a prtica de atos administrativos, conforme se dispuser em

    regulamento.

    O ato de delegao indicar com preciso a autoridade delegante, a autoridade

    delegada e as atribuies objeto de delegao.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    CONTROLE

    O controle das atividades da Administrao Federal dever exercer-se em

    todos os nveis e em todos os rgos, compreendendo, particularmente:

    a) o controle, pela chefia competente, da execuo dos programas e da

    observncia das normas que governam a atividade especfica do rgo

    controlado;

    b) o controle, pelos rgos prprios de cada sistema, da observncia das

    normas gerais que regulam o exerccio das atividades auxiliares;

    c) o controle da aplicao dos dinheiros pblicos e da guarda dos bens da

    Unio pelos rgos prprios do sistema de contabilidade e auditoria.

    O trabalho administrativo ser racionalizado mediante simplificao de

    processos e supresso de controles que se evidenciarem como puramente

    formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco.

    4- Princpios bsicos da administrao pblica: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.

    Princpios

    legalidade (art. 5, par. 2, CF) S a lei pode exigir um comportamento ou

    proibir uma conduta ao cidado, a lei o ato normativo que produz esses

    efeitos.

    No princpio da legalidade tudo que a lei "NO PROBE" nos permitido,

    enquanto a administrao pblica s pode fazer o que a lei "MANDA" OU

    "PERMITE", OU SEJA, A LEI PODE NOS PROIBIR CONDUTAS E O QUE

    ELA NO PROIBIR PODEMOS FAZER, J A ADMINISTRAO PBLICA

  • www.didatikaconcursos.com.br

    OBRIGADA A SEGUIR TUDO O QUE A LEI DETERMINA EXPRESSAMENTE.

    EX: LEI DE LICITAES, PARA COMPRAR OU CONTRATAR UMA OBRA

    POR EXEMPLO A LEI NO EXIGE QUE "EU" CIDADO FAA LICITAO,

    ENTO EU COMPRO OU CONTRATO QUEM EU QUERO PELO PREO

    QUE EU QUISER, J PARA A ADMINISTRAO PBLICA ELA EXIGE

    LICITAO E QUE SE SIGA ESTRITAMENTE CADA DETERMINAO ALI

    CONTIDAS.

    impessoalidade ( art. 37 , caput CF) A impessoalidade no se refere aos

    administrados, mas prpria administrao.

    moralidade (art.37, caput CF) Impe a adoo de um comportamento tico

    pelo Administrador pblico, probidade, moralidade, boa-f etc.

    publicidade Impe a ampla divulgao dos atos praticados pela administrao

    pblica ressalvada a hiptese de sigilo. Transparncia dos atos pblicos

    inerente ao estado de direito.

    Eficincia Impe administrao pblica a obrigao de satisfazer o interesse

    pblico.

    Principio da Isonomia todos so iguais perante a lei

    Brasileiros natos nascidos no Brasil

    Brasileiros naturalizados que adotaram a cidadania brasileira

    Outros Princpios Constitucionais Explcitos

    Princpio da Licitao

    Licitao um procedimento administrativo destinado a provocar propostas e a

    escolher proponentes de contratos de execuo de obras, servios, compras

    ou de alienaes do Poder Pblico.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    A Administrao Pblica tem o dever de sempre buscar, entre os interessados

    em com ela contratar, a melhor alternativa disponvel no mercado para

    satisfazer os interesses pblicos, para que possa agir de forma honesta, ou

    adequada ao prprio dever de atuar de acordo com padres exigidos pela

    probidade administrativa. De outro lado, tem o dever de assegurar verdadeira

    igualdade de oportunidades, sem privilegiamentos ou desfavorecimentos

    injustificados, a todos os administrados que tencionem com ela celebrar ajustes

    negociais.

    O art. 37, XXI, da CF alberga o princpio nos termos seguintes:

    "ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras

    e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que

    assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que

    estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da

    proposta, nos termos da lei, o qual permitir as exigncias de qualificao

    tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das

    obrigaes".

    Princpio da Responsabilidade da Administrao

    O princpio em estudo encontra amparo no art. 37, 6., da Constituio

    Federal, cuja compostura verifica-se que:

    "As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadores de

    servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa

    qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o

    responsvel nos casos de dolo ou culpa".

    Assim, de imediata leitura desse texto resulta claro que todo agente pblico

    que vier a causar um dano a algum trar para o Estado o dever jurdico de

    ressarcir esse dano. No importar se tenha agido com culpa ou dolo. O dever

    de indenizar se configurar pela mera demonstrao do nexo causal existente

    entre o fato ocorrido e o dano verificado.

    Temos, pois, que em nosso Direito a responsabilidade civil do Estado

    objetiva, ou seja, independe da conduta dolosa, negligente, imperita ou

  • www.didatikaconcursos.com.br

    imprudente daquele que causa o dano. Qualificar-se- sempre que o agente

    estiver, nos termos do precitado dispositivo constitucional, no exerccio da

    funo pblica, no importando se age em nome de uma pessoa de direito

    pblico ou de direito privado prestadora de servios pblicos (42).

    Destarte, a obrigao de indenizar a da pessoa jurdica a que pertence o

    agente. O prejudicado ter que mover a ao de indenizao contra a Fazenda

    Pblica respectiva ou contra a pessoa jurdica privada prestadora de servio

    pblico, no contra o agente causador do dano. O princpio da impessoalidade

    vale aqui tambm.

    Princpio da Participao

    O princpio da participao do usurio na Administrao Pblica foi introduzido

    pela EC-19/98, com o novo enunciado do 3. do art. 37, que ser apenas

    reproduzido devido sua efetivao ser dependente de lei.

    Diz o texto:

    Art. 37, 3. .A lei disciplinar as formas de participao do usurio na

    administrao pblica direta e indireta, regulando especialmente:

    I. as reclamaes relativas prestao dos servios pblicos em geral,

    asseguradas a manuteno de servios de atendimento ao usurio e a

    avaliao peridica, externa e interna, da qualidade dos servios;

    II o acesso dos usurios a registros administrativos e a informaes sobre

    atos de governo, observando o disposto no art. 5., X (respeito privacidade) e

    XXXIII (direito de receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse ou

    de interesse coletivo em geral) (Portais da transparncia);

    III a disciplina da representao contra o exerccio negligente ou abusivo de

    cargo, emprego ou funo na administrao pblica.

    o princpio ainda depende de regulamentao de lei mas funciona como uma

    espcie de SAC (servio de atendimento a cliente) das empresas s que

    aplicado adminstrao pblica que vai se utilizar dos dados estatsticos

    obtidos para acompanhar e avaliar os rgos pblicos baseado na opinio e

    nas reclamaes dos cidados.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Voc, em caso de exerccio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou

    funo pblica poder fazer representao contra o funcionrio, a lei

    regulamentar a forma de exercer esse direito.

    Princpio da Autonomia Gerencial

    O princpio da autonomia gerencial regido pelo 8. do art. 37, da

    Constituio Federal, introduzido pela EC-19/98. Assim estabelece este

    dispositivo:

    Art. 37, 8.. A Autonomia gerencial, oramentria e financeira dos rgos e

    entidades da administrao direta e indireta poder ser ampliada mediante

    contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder pblico, que tenha

    por objeto a fixao de metas de desempenho para o rgo ou entidade,

    cabendo lei dispor sobre:

    I o prazo de durao do contrato;

    II os controles e critrios de avaliao de desempenho, direitos, obrigaes e

    responsabilidade dos dirigentes;

    III a remunerao do pessoal.

    Tambm depende ainda de regulamentao de lei ainda no promulgada, mas

    o objetivo o seguinte:

    Dar aos administradores de rgos pblicos permisso especial para celebrar

    com o poder pblico contrato que amplie sua autonomia gerencial e financeira

    com vistas a melhorar seu desempenho que eventualmente possa estar sendo

    subaproveitado por conta de amarras legais. Por isso a lei dever exigir o

    estrito cumprimento dos resultados objeto do contrato que dever sempre ser

    mais eficcia na prestao do servio correlato, mas, ateno, ainda no est

    regulamentado por lei e s vigir depois da lei que o regulamentar.

    Desta maneira, cria-se aqui uma forma de contrato administrativo inusitado

    entre administradores de rgos do poder pblico com o prprio poder pblico.

    Quando ao contrato das entidades no h maiores problemas porque

    entidades so rgos pblicos ou parapblicos (paraestatais) com

    personalidade jurdica de modo que tm a possibilidade de celebrar contratos e

    outros ajustes com o poder pblico, entendido poder da administrao

  • www.didatikaconcursos.com.br

    centralizada. Mas, os demais rgos no dispem de personalidade jurdica

    para que seus administradores possam, em seu nome, celebrar contrato com o

    poder pblico, no qual se inserem.

    Consoante, SILVA discorre a respeito:

    "Tudo isso vai ter que ser definido pela lei referida no texto. A lei poder

    outorgar aos administradores de tais rgos uma competncia especial que

    lhes permita celebrar o contrato, que talvez no passe de uma espcie de

    acordo-programa. Veremos como o legislador ordinrio vai imaginar isso".

    PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLCITOS

    Alm dos quatro citados princpios explicitamente abrigados pelo texto

    constitucional, existem outros implicitamente agregados ao regramento

    constitucional da Administrao Pblica. Vejamos.

    Princpio da Supremacia do Interesse Pblico Sobre o Privado e Princpio

    da Autotutela

    A Administrao Pblica na prtica de seus atos deve sempre respeitar a lei e

    zelar para que o interesse pblico seja alcanado. Natural, assim, que sempre

    que constate que um ato administrativo foi expedido em desconformidade com

    a lei, ou que se encontra em rota de coliso com os interesses pblicos,

    tenham os agentes pblicos a prerrogativa administrativa de rev-los, como

    uma natural decorrncia do prprio princpio da legalidade.

    Princpio da Finalidade

    Foi visto no exame do princpio da legalidade que a Administrao Pblica s

    pode agir de acordo e em consonncia com aquilo que, expressa ou

    tacitamente, se encontra estabelecido em lei. Inegvel, portanto, que sempre

    tenha dever decorrente e implcito dessa realidade jurdica o cumprimento das

    finalidades legalmente estabelecidas para sua conduta.

    Disto deduz-se o denominado princpio da finalidade. Como bem observa

    MELLO:

    "Esse princpio impe que o administrador, ao manejar as competncias postas

    a seu encargo, atue com rigorosa obedincia finalidade de cada qual. Isto ,

  • www.didatikaconcursos.com.br

    cumpre-lhe cingir-se no apenas finalidade prpria de todas as leis, que o

    interesse pblico, mas tambm finalidade especfica obrigada na lei a que

    esteja dando execuo".

    Enfim, o princpio da finalidade aquele que imprime autoridade

    administrativa o dever de praticar o ato administrativo com vistas realizao

    da finalidade perseguida pela lei.

    Princpio da Razoabilidade E Da Proporcionalidade

    Na medida em que o administrador pblico deva estrita obedincia lei

    (princpio da legalidade) e tem como dever absoluto a busca da satisfao dos

    interesses pblicos (princpio da finalidade), h que se pressupor que a prtica

    de atos administrativos discricionrios se processe dentro de padres estritos

    de razoabilidade, ou seja, com base em parmetros objetivamente racionais de

    atuao e sensatez.

    Deveras, ao regular o agir da Administrao Pblica, no se pode supor que o

    desejo do legislador seria o de alcanar a satisfao do interesse pblico pela

    imposio de condutas bizarras, descabidas, despropositadas ou

    incongruentes dentro dos padres dominantes na sociedade e no momento

    histrico em que a atividade normativa se consuma. Ao revs, de se supor

    que a lei tenha a coerncia e a racionalidade de condutas como instrumentos

    prprios para a obteno de seus objetivos maiores.

    Dessa noo indiscutvel,extrai-se o princpio da razoabilidade: Em boa

    definio, o princpio que determina Administrao Pblica, no exerccio de

    faculdades, o dever de atuar em plena conformidade com critrios racionais,

    sensatos e coerentes, fundamentados nas concepes sociais dominantes.

    Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO:

    "Enuncia-se com este princpio que a administrao, ao atuar no exerccio de

    discrio, ter de obedecer a critrios aceitveis do ponto de vista racional, em

    sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosas das

    finalidades que presidam a outorga da competncia exercida".

  • www.didatikaconcursos.com.br

    A nosso ver, dentro do campo desse princpio, deve ser colocada, de que

    diante do exerccio das atividades estatais, o "cidado tem o direito menor

    desvantagem possvel". Com efeito, havendo a possibilidade de ao

    discricionria entre diferentes alternativas administrativas, a opo por aquela

    que venha a trazer conseqncias mais onerosas aos administrados algo

    inteiramente irrazovel e descabido.

    Princpio da Prescritibilidade Dos Ilcitos Administrativos

    A prescritibilidade, como forma de perda da exigibilidade de direito, pela inrcia

    de seu titular, um princpio geral do direito. Logo, no de se estranhar que

    ocorram prescries administrativas sob vrios aspectos, quer quanto s

    pretenses de interessados em face da Administrao, quer tanto s desta em

    face de administrados. Assim especialmente em relao aos ilcitos

    administrativos. Se a Administrao no toma providncia sua apurao e

    responsabilizao do agente, a sua inrcia gera a perda do seu ius

    persequendi.

    Desta maneira, o art. 37, 5. dispe sobre este princpio:

    "A lei estabelecer os prazos de prescrio para ilcitos praticados por qualquer

    agente, servidor ou no, que causem prejuzos ao errio, ressalvadas as

    respectivas aes de ressarcimento".

    Nota-se, portanto, que a lei estabelece uma ressalva ao princpio. Nem tudo

    prescrever. Apenas a apurao e punio do ilcito, no, porm, o direito da

    Administrao ao ressarcimento, indenizao, do prejuzo causado ao errio.

    5- A probidade na administrao pblica. Pessoas alcanadas pela Lei da Improbidade Administrativa.

    Probidade = honestidade

    Improbidade = desonestidade

  • www.didatikaconcursos.com.br

    A improbidade administrativa nem sempre estar associada a uma conduta

    desonesta. Esta afirmao se comprova com a leitura do art. 10, da Lei n

    8.429/92, segundo o qual "constitui ato de improbidade administrativa que

    causa leso ao errio qualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que

    enseje perda patrimonial, desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao

    dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1 desta lei".

    Quando o agente pblico causa prejuzo ao errio na modalidade culposa, ou

    seja, em decorrncia de conduta negligente ou imprudente, certamente no

    estaremos diante de uma atuao desonesta, no entanto, ter-se- o ato de

    improbidade administrativa enquadrado no art. 10. Tambm o art. 11 da lei,

    quando aborda a improbidade por violao de princpios, permite a

    caracterizao de ato de improbidade sem o elemento desonestidade. Assim, a

    violao do princpio da impessoalidade e razoabilidade, por exemplo, pode

    constituir ato de improbidade administrativa, sem necessidade da comprovao

    da m-f do agente pblico.

    As Pessoas alcanadas pela Lei da Improbidade Administrativa - O agente

    ativo da improbidade

    Sabe-se que agente pblico toda pessoa fsica que presta servio ao Estado

    ou s pessoas jurdicas da administrao indireta. So dois os requisitos

    considerados para caracterizao do agente pblico. O primeiro, de ordem

    objetiva, refere-se natureza estatal da atividade desempenhada; o segundo,

    de ordem subjetiva, seria a investidura na atividade.

    Segundo Celso Antnio, "quem quer que desempenhe funes estatais,

    enquanto as exercita, um agente pblico. De acordo com o referido autor,

    esta a expresso mais genrica capaz de designar os sujeitos que servem ao

    Poder Pblico, ainda quando o faam apenas ocasionalmente. Com efeito,

    seriam agentes pblicos: os agentes polticos, os servidores estatais,

  • www.didatikaconcursos.com.br

    abrangendo servidores pblicos e servidores das pessoas governamentais de

    Direito Privado, e os particulares em colaborao com o poder pblico.

    Acertadamente, a Lei n 8.429/92 abrangeu toda pessoa que se envolva com a

    Administrao Pblica. Deste modo, esto sujeitos s sanes previstas na Lei

    de Improbidade, todos aqueles que possuem vnculo com a Administrao

    Pblica, inclusive os que, dela no fazendo parte, beneficiem-se da ao

    mproba.

    Observa-se que a lei procurou definir o sujeito ativo em razo do sujeito

    passivo. Com efeito, segundo o art. 2 da Lei de Improbidade, agente pblico

    : todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente e sem

    remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou

    qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo,

    emprego, ou funo nas entidades mencionadas no artigo 1 e pargrafo

    nico da Lei n 8.429/92.

    Segundo Antnio Jos de Mattos Neto, a Lei de Improbidade deve ser

    interpretada em harmonia com o art. 70 da Constituio Federal, resultando

    que qualquer pessoa fsica, jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade,

    guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens, e valores pblicos ou pelos

    quais a Unio, Estados e Municpios responda, ou que, em nome desta,

    assuma obrigaes de natureza pecuniria, estaro alcanadas pelo imprio

    da Lei de Improbidade.

    O conceito de sujeito ativo da improbidade foi expresso da forma mais ampla

    possvel, superando a viso dilatada do conceito de funcionrio pblico contido

    no artigo 327 do Cdigo Penal. Intentou-se, com essa abrangncia, afastar

    todo tipo de conduta mproba que possa refletir no mbito da Administrao

    Pblica.

    Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuzo ao Errio

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Errio = fazenda, tesouro

    Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa leso ao errio

    qualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,

    desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao dos bens ou haveres das

    entidades referidas no art. 1. desta lei, e notadamente:

    Malbaratamento mau uso

    Ato omissivo - Que envolve ou se origina em omisso.

    Ato comissivo - Que o resultado de uma ao.

    Ato doloso - Qualquer ato consciente com que algum induz, mantm ou

    confirma outrem em erro; m-f, logro, fraude, astcia; maquinao. Vontade

    conscientemente dirigida ao fim de obter um resultado criminoso ou de assumir

    o risco de produzi-lo.

    Ato culposo - Conduta negligente ou imprudente, sem propsito de lesar, mas

    da qual proveio dano ou ofensa a outrem. Falta voluntria a uma obrigao, ou

    a um princpio tico. Responsabilidade por ao ou por omisso prejudicial,

    reprovvel ou criminosa: Violao ou inobservncia duma regra de conduta, de

    que resulta leso do direito alheio.

    Corrupo Suborno.

    Improbidade - Falta de probidade mau carter; desonestidade

    I facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporao ao patrimnio

    particular, de pessoa fsica ou jurdica, de bens, rendas, verbas ou valores

    integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1. desta

    lei;

  • www.didatikaconcursos.com.br

    II permitir ou concorrer para que pessoa fsica ou jurdica privada utilize bens,

    rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades

    mencionadas no art. 1. desta lei, sem a observncia das formalidades legais

    ou regulamentares aplicveis espcie;

    III doar pessoa fsica ou jurdica bem como ao ente despersonalizado,

    ainda que de fins educativos ou assistncias, bens, rendas, verbas ou valores

    do patrimnio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1. desta lei, sem

    observncia das formalidades legais e regulamentares aplicveis espcie;

    IV permitir ou facilitar a alienao, permuta ou locao de bem integrante do

    patrimnio de qualquer das entidades referidas no art. 1. desta lei, ou ainda a

    prestao de servio por parte delas, por preo inferior ao de mercado;

    V permitir ou facilitar a aquisio permuta ou locao de bem ou servio por

    preo superior ao de mercado;

    VI realizar operao financeira sem observncia das normas legais e

    regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidnea;

    VII conceder benefcio administrativo ou fiscal sem a observncia das

    formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie;

    VIII frustrar a licitude de processo licitatrio ou dispens-lo indevidamente;

    IX ordenar ou permitir a realizao de despesas no autorizadas em lei ou

    regulamento;

    X agir negligentemente na arrecadao de tributo ou renda, bem como no

    que diz respeito conservao do patrimnio pblico;

    Negligncia a ausncia de precauo ou indiferena em realizao ao ato

    realizado. Ex. deixar arma de fogo ao alcance de uma criana.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Imprudncia a prtica de um fato perigoso. Ex. dirigir na cidade em alta

    velocidade.

    Impercia a falta de aptido para o exerccio de arte ou profisso.

    XI liberar verba pblica sem a estrita observncia das normas pertinentes ou

    influir de qualquer forma para a sua aplicao irregular;

    XII permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriquea ilicitamente;

    XIII permitir que se utilize, em obra ou servio particular, veculos, mquinas,

    equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou

    disposio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1. desta lei, bem

    como o trabalho de servidor pblico, empregados ou terceiros contratados por

    essas entidades.

    Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os

    Princpios da Administrao Pblica

    Art. 11 Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os

    princpios da administrao pblica qualquer ao ou omisso que viole os

    deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies,

    e notadamente:

    I praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele

    previsto, na regra de competncia;

    Princpio da legalidade (art. 5, par. 2, CF) S a lei pode exigir um

    comportamento ou proibir uma conduta ao cidado, a lei o ato normativo que

    produz esses efeitos. O administrador pblico s pode fazer aquilo que a lei

    determina.

    Competncia - Faculdade concedida por lei a um funcionrio, juiz ou tribunal

    para apreciar e julgar certos pleitos ou questes.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Impessoalidade ( art. 37 , caput CF) A impessoalidade no se refere aos

    administrados, mas prpria administrao.

    Principio da Isonomia todos so iguais perante a lei

    II retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio;

    Princpio da Eficincia - Impe administrao pblica a obrigao de

    satisfazer o interesse pblico.

    Princpio da Moralidade - (art.37, caput CF) Impe a adoo de um

    comportamento tico pelo Administrador pblico, probidade, moralidade, boa-f

    etc.

    III revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e

    que deva permanecer em segredo;

    7 L. 47 Restries a acesso a informaes privilegiadas ( quarentena)

    IV negar publicidade aos atos oficiais;

    Princpio da Publicidade - Impe a ampla divulgao dos atos praticados pela

    administrao pblica ressalvada a hiptese de sigilo. Transparncia dos atos

    pblicos inerente ao estado de direito.

    V frustrar a licitude de concurso pblico;

    Princpio da moralidade

    VI deixar de prestar contas quando esteja obrigado a faz-lo;

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Princpio da publicidade

    VII revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da

    respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de

    afetar o preo de mercadoria, bem ou servio.

    7 L. 47 Restries a acesso a informaes privilegiadas ( quarentena)

    Das Penas

    Art. 12 Independentemente das sanes penais, civis e administrativas,

    previstas na legislao especfica, est o responsvel pelo ato de improbidade

    sujeito s seguintes cominaes:

    I na hiptese do art. 9., perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao

    patrimnio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da funo

    pblica, suspenso dos direitos polticos de oito a dez anos, pagamento de

    multa civil de at trs vezes o valor do acrscimo patrimonial e proibio de

    contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou

    creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica

    da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de dez anos;

    II na hiptese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou

    valores acrescidos ilicitamente ao patrimnio, se concorrer esta circunstncia,

    perda da funo pblica, suspenso dos direitos polticos de cinco a oito anos,

    pagamento de multa civil de at duas vezes o valor do dano e proibio de

    contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou

    creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica

    da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de cinco anos;

    III na hiptese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da

    funo pblica, suspenso dos direitos polticos de trs a cinco anos,

  • www.didatikaconcursos.com.br

    pagamento de multa civil de at cem vezes o valor da remunerao percebida

    pelo agente e proibio de contratar com o Poder Pblico ou receber benefcios

    ou incentivos fiscais ou creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por

    intermdio de pessoa jurdica da qual seja scio majoritrio, pelo prazo de trs

    anos.

    Pargrafo nico. Na fixao das penas previstas nesta lei o juiz levar em

    conta a extenso do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido

    pelo agente.

    6 - A responsabilidade do servidor pblico.

    Lei n 8112, de 11.12.90, continua sendo, no mbito

    da administrao federal, o mais importante instrumento regulador das

    atividades do servidor pblico, durante toda a sua trajetria funcional.

    Cuida esse diploma legal, dentre tantas questes, dos deveres e proibies do

    servidor, estabelecendo, quando caracterizado o exerccio irregular das

    atribuies que lhe so cometidas, regras e procedimentos prprios para a

    aplicao de penalidades administrativas, sem prejuzo de outras de natureza

    civil ou criminal.

    Ao dispor sobre o Regime Disciplinar, estabelece a Lei n 8112/90, no Captulo

    DAS RESPONSABILIDADES que: O servidor responde civil, penal e

    administrativamente pelo exerccio irregular de suas atribuies. (Art. 121).

    Dispe o mesmo diploma legal (arts. 116 e 117) sobre os deveres e as

    proibies dos servidores pblicos e bem assim as correspondentes

    penalidades (arts. 127 e seguintes) de natureza administrativa a que esto

    sujeitos, nos casos em que, atravs de processo administrativo, seja

    constatada a prtica de qualquer transgresso funcional.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    A esse respeito, nada a objetar, desde que a sindicncia ou o inqurito que

    venha a ser instaurado obedea, como manda o nosso ordenamento jurdico,

    onde desponta a prpria Constituio Federal, ao princpio do contraditrio,

    assegurando-se, para isso, o mais amplo direito de defesa ao servidor

    acusado, caso em que, se efetivamente comprovada a falta cometida, tanto por

    culpa como por dolo, deve ele ser exemplarmente punido.

    Se a autoridade procede conforme a lei, se os responsveis pela conduo de

    inquritos ou sindicncias assim tambm procedem, no cometendo, em

    hiptese alguma, excessos de qualquer natureza, oferecendo, ao final, um

    Relatrio circunstanciado e consistente em relao aos fatos averiguados,

    nada mais caber a essas mesmas autoridades seno acat-lo, punindo ou

    inocentando os acusados. Ao faz-lo, demonstram elas que esto atentas, tudo

    fazendo para que a imagem e o patrimnio da instituio no sejam agredidos

    pela ao nefasta daqueles que, no exerccio de seus cargos ou funes, agem

    movidos por interesses menos escrupulosos.

    Hely Lopes Meirelles, em sua festejada obra Direito Administrativo Brasileiro,

    24 edio (Malheiros Editores), nos ensina que a Responsabilidade

    administrativa a que resulta da violao de normas internas da Administrao

    pelo servidor sujeito ao estatuto e disposies complementares estabelecidas

    em lei, decreto ou qualquer outro provimento regulamentar da funo pblica. A

    falta

    funcional gera o ilcito administrativo e d ensejo aplicao da pena

    disciplinar, pelo superior hierrquico, no devido processo legal.

    O que a Administrao no pode aplicar punies arbitrrias, isto , que no

    estejam legalmente previstas.

    Desde j deixamos esclarecido que tais atos exigem

    fiel observncia da lei para sua prtica e impem a Administrao o dever de

    motiv-los, isto , de demonstrar sua conformidade com os dispositivos em que

    se baseiam.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Na motivao da penalidade, a autoridade administrativa competente para sua

    aplicao deve justificar a punio imposta, alinhando os atos irregulares

    praticados pelo servidor, analisando sua repercusso danosa para o Poder

    Pblico, apontando os dispositivos legais ou regulamentares violados e a

    cominao prevista. O necessrio que a Administrao Pblica, ao punir seu

    servidor, demonstre a legalidade da punio.

    Aplicao das penalidades

    Culpa e dolo so conceitos diversos. A culpa verificase na ao ou omisso

    lesiva, resultante de imprudncia, negligncia ou impercia do agente; o dolo

    ocorre quando o agente deseja a ao ou omisso lesiva ou assume o risco de

    produzi-la. Um exemplo distinguir bem as duas situaes: Se um motorista

    propositadamente atropelar um transeunte, desejando matar ou ferir, cometer

    um crime doloso; se o mesmo motorista atropelar um mesmo transeunte sem o

    querer, mas com imprudncia, impercia ou negligncia, ter cometido um

    crime culposo. A diferena entre os dois ilcitos subjetiva: varia segundo a

    conduta do agente.

    Assim, se o servidor causar prejuzo Administrao, por negligncia,

    impercia ou imprudncia na sua conduta, ficar sujeito responsabilizao

    civil e administrativa, mas pode no ficar sujeito responsabilizao penal, se

    no cometeu nenhum ilcito criminal. A culpa menos que o dolo, como os

    ilcitos administrativo e civil so menos que o ilcito penal.

    Assim conceituados o dolo e a culpa, nenhuma dvida subsiste quanto sua

    correta aplicao, tanto no mbito administrativo, como civil ou criminal. Se a

    culpa se caracteriza por ao ou omisso lesiva, resultante de imprudncia,

    negligncia ou impercia, no h como confundi-la com o dolo, cujo agente

    assumiu, deliberadamente,

  • www.didatikaconcursos.com.br

    os riscos decorrentes de sua ao ou omisso. Da concluir-se que, em

    determinadas circunstncias, at mesmo atos supostamente faltosos podem

    no representar um deslize funcional, susceptvel de penalizao, desde que

    no provenientes de dolo ou culpa. o caso de, tomando-se o mesmo

    exemplo, a culpa ser atribuda prpria vtima ou a outro fator impondervel ou

    imprevisvel.

    Assim, compete Administrao, uma vez comprovada a ocorrncia do ato

    faltoso, determinar a responsabilizao de seu autor, se efetivamente agiu ele

    (ou deixou de agir) com manifesto dolo ou culpa. Do contrrio, ser o servidor

    inocentado, se o ato supostamente irregular no se enquadrar em nenhuma

    dessas hipteses ou, no mximo, se apenas culposo, sujeito a uma sano de

    menor repercusso para sua vida funcional.

    Exemplifique-se apenas para argumentar: se, de acordo com o art. 116, IV, da

    Lei n 8112/90, dever do servidor cumprir as ordens superiores, exceto

    quando manifestamente ilegais., deduz-se que no infringe o preceito quando a

    ordem era manifestamente ilegal, por isso no a cumpriu e, inversamente,

    quando a ordem no era manifestamente ilegal, por isso a cumpriu. Alis, bem

    o sabemos, muito embora improvvel que a autoridade julgadora acolha tal

    argumento para excluir o autor de qualquer responsabilidade funcional, ainda

    assim no pode, a priori, ser descartado, tanto que o dispositivo antes referido

    admite essa possibilidade.

    7 - Princpios de tica e Cidadania

    NOES DE TICA

    Desde os primrdios da histria podemos observar constantes modificaes,

    algumas vezes evolutivas outras no, mas o que se mostra claro que nada

    esttico. A dinmica das modificaes se torna cada vez mais rpida e intensa

  • www.didatikaconcursos.com.br

    e as organizaes, por conseqncia tem que responder cada vez de forma

    mais gil e eficaz.

    Dentro desse diapaso a sociedade hoje exige das empresas um

    comportamento tico diante dos clientes e da prpria sociedade sob pena da

    perda da imagem institucional da empresa que no cultivar e exigir de seus

    funcionrios esses valores.

    Vamos a alguns conceitos:

    Moral - disciplina o comportamento do homem consigo mesmo, tratam dos

    costumes, deveres e modo de proceder dos homens para com os outros

    homens, segundo a justia e a equidade natural.

    tica - como cincia normativa, so princpios da conduta humana, diretrizes

    no exerccio de uma profisso, estipulando os deveres que devem ser seguidos

    no desempenho de uma atividade profissional, tambm denominada filosofia

    moral.

    Diferena entre tica e moral:

    tica o principio, moral so aspectos de condutas especificas;

    tica temporal, moral temporria;

    tica universal, moral cultural;

    tica a pratica, moral a Teoria.

    A tica a vida moral pensada, pois, reflete criticamente o que a moral

    estabelece. A moral o conjunto de regras concretas.

    tica profissional consiste, portanto na persistente aspirao de amoldar sua

    conduta, sua vida, aos princpios bsicos dos valores culturais de sua misso e

    seus fins, em todas as esferas de suas atividades.

    tica empresarial pode ser entendida como um valor da organizao que

    assegura sua sobrevivncia, sua reputao e, conseqentemente, seus bons

    resultados. Para Moreira, a tica empresarial "o comportamento da empresa -

    entidade lucrativa - quando ela age de conformidade com os princpios morais

    e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras ticas)."

  • www.didatikaconcursos.com.br

    A tica profissional e conseqentemente das organizaes considerada um

    fator importantssimo para a sobrevivncia delas, tanto das pequenas quanto

    das grandes empresas. A organizaes esto percebendo a necessidade de

    utilizar a tica, para que o pblico tenha uma melhor imagem do seu slogan,

    que permitir, ou no, um crescimento da relao entre funcionrios e clientes.

    Desse modo, relevante ter conscincia de que toda a sociedade vai se

    beneficiar atravs da tica aplicada dentro da empresa, bem como os clientes,

    os fornecedores, os scios, os funcionrios, o governo... Se a empresa agir

    dentro dos padres ticos, ela s tende a crescer, desde a sua estrutura em si,

    como aqueles que a compem.

    Observaes importantes

    Quando a empresa tira vantagem de clientes, abusando do uso dos anncios

    publicitrios, por exemplo, de incio ela pode ter um lucro em curto prazo, mas

    a confiana ser perdida, forando o cliente a consumir produtos da

    concorrncia. Alm disso, recuperar a imagem da empresa no vai ser fcil

    como da primeira vez;

    A tica na empresa visa garantir que os funcionrios saibam lidar com

    determinadas situaes e que a convivncia no ambiente de trabalho seja

    agradvel.

    A tica do lucro

    O lucro a parte sensvel de uma organizao, por isso exige cuidado no

    momento do planejamento para a obteno do mesmo. Isto significa que ser

    antitico, enganando seus clientes, no uma boa idia para a empresa que

    almeja desenvolver-se e crescer perante concorrncia.

    Assim, pode-se deduzir que a obteno do lucro um dos fatores advindos as

    satisfao dos clientes, pois o lucro objetivo dos negcios, que as empresas

    desenvolvem para cumprir sua meta, tendo como retorno o resultado dos

    servios prestados.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    Valores ticos

    So um conjunto de aes ticas que auxiliam gerentes e funcionrios a tomar

    decises de acordo com os princpios da organizao. Quando bem

    implementado, os valores ticos tendem a especificar a maneira como a

    empresa administrar os negcios e consolidar relaes com fornecedores,

    clientes e outras pessoas envolvidas.

    Cdigo de tica

    um instrumento criado para orientar o desempenho de empresas em suas

    aes e na interao com seu diversificado pblico. Para a concretizao deste

    relacionamento, necessrio que a empresa desenvolva o contedo do seu

    cdigo de tica com clareza e objetividade, facilitando a compreenso dos seus

    funcionrios.

    Se cada empresa elaborasse seu prprio cdigo, especificando sua estrutura

    organizacional, a atuao dos seus profissionais e colaboradores poderia

    orientar-se atravs do mesmo. O sucesso da empresa depende das pessoas

    que a compe, pois so elas que transformam os objetivos, metas, projetos e

    at mesmo a tica em realidade. Por isso importante o comprometimento do

    indivduo com o cdigo de tica.

    Empresas que criaram seu prprio cdigo de tica

    Petrobras

    Abrasel - Associao Brasileira de Restaurantes, Bares, Lanchonetes e Afins

    CASSI - Caixa de Assistncia dos Funcionrios do Banco do Brasil.

    SABESP - Cia. de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo

    CEF - Caixa Econmica Federal

    Virtude - alguma coisa que praticada e aprendida. Ex: carter, coragem,

    compaixo, amor-prprio, amizade etc.

  • www.didatikaconcursos.com.br

    GESTO TICA NAS EMPRESAS

    Nos dias de hoje no ter Qualidade nos produtos/ servios uma certeza de

    queda de vendas e de um futuro negro nas empresas, e, co j vimos o

    componente tico um dos fatores mais relevantes levados em conta pelo

    pblico consumidor.

    Diante desse fator, as organizaes comearam a perceber que se faz

    necessrio uma completa modificao em software, hardware e principalmente

    em humanware.

    Empresas que esto no mercado h bastante tempo, sentiram a necessidade

    de rever os conceitos, quebrar os paradigmas e reestruturar as suas estruturas

    para torn-las mais competitivas, garantindo assim sua sobrevivncia sem

    perder de vista o componente fundamental da tica e dos outros valores

    expostos como regras a serem seguidas no s internamente nas corporaes

    mas, e principalmente, no relacionamento com a sociedade .

    Assim, os primeiros passos dados para implantar um Sistema de Gesto da

    tica nas empresas definir claramente os seguintes conceitos: Misso, Viso

    e Valores e depois dissemin-los a todos da organizao.

    MISSO devem ser propostas dentro das mais convenientes maneiras dos

    pontos de vistas de custo, tempo, recursos, etc, ou seja, so estratgias

    definidas para se atingir as metas de longo prazo.

    VALORES so definidos em cima da tica e respeito, so premissas a serem

    respeitadas para se definir a Misso, Viso e Poltica da Empresa.

    VISO expressa o sonho da alta administrao de como ela deseja que sua

    empresa esteja dentro de 5 a 10 anos, ou seja, so definies de metas de

    longo prazo. Tambm podem ser chamadas de metas audaciosas. Algumas

  • www.didatikaconcursos.com.br

    vises de grande empresas definidas a muitos anos atrs e que na poca eram

    realmente sonho.

    A Viso perde seu significado no momento em que atingida, dando lugar a

    um novo sonho, que a Viso do futuro.

    POLTICA o somatrio da Misso, Valores e Viso, so consideradas como

    planejamento a mdio prazo, devem ter seus objetivos claramente definidos,

    podendo ter como elementos norteadores o QCAMS ( Qualidade, Custo,

    Atendimento, Moral e Segurana).

    MODELO DE GESTO a sua utilizao deve estar embasada nos conceitos

    acima, no existe modelo perfeito, as adequaes so necessrias, mesmo

    quando se est dentro de uma organizao e efetua-se a implantao