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109 COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES Unidade IV 7 TRABALHO EM EQUIPE “Em um mundo que se fez deserto, temos sede de encontrar companheiros” (SAINT-EXUPÉRY, 1997). Ninguém vive isolado e não se pode compreender o comportamento do indivíduo sem considerar a influência de outro. Estabelecemos relações onde há, naturalmente, uma intenção particular de cada uma das pessoas envolvidas, isso significa entrar em entendimento para que algum objetivo seja alcançado. A chegada ao objetivo depende então, necessariamente, desse relacionamento. Todos nós vivemos e pertencemos a diferentes grupos: grupos de família, de trabalho, de clube, de futebol, entre outros. Segundo Schutz (apud Bergamini, 1982), todo o indivíduo tem três necessidades interpessoais: Inclusão, Controle e Afeição e, ao associar-se a um grupo, cada pessoa passará por diferentes formas de atendimento de suas necessidades. Bergamini (1982) distingue dois tipos de pequenos grupos: o sociogrupo – aquele que se organiza e se orienta em função da execução ou cumprimento de uma tarefa; e o psicogrupo – estruturado em função da polarização dos seus próprios membros. Kurt Lewin (apud Bergamini, 1982) considera que a dinâmica do grupo é determinada pelo conjunto de interações existentes no interior de um espaço psicossocial. O comportamento dos indivíduos é em função dessa dinâmica grupal, independente das vontades individuais. Portanto, são elaborados quatro pressupostos: • A interação do indivíduo no grupo depende de uma clara definição de sua participação no seu espaço vital; • O indivíduo utiliza-se do grupo para satisfazer às suas necessidades próprias; • Nenhum membro de um grupo deixa de sofrer o impacto do grupo e não escapa à sua totalidade; • O grupo é considerado como um dos elementos do espaço vital do indivíduo. Numa época de mudanças organizacionais na qual se verifica uma intensa busca por produtividade, rapidez, flexibilidade e comprometimento com os resultados faz-se necessária, cada vez mais, a potencialização do trabalho em equipe.

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    Unidade IV7 TRABALHO EM EQUIPE

    Em um mundo que se fez deserto, temos sede de encontrar companheiros (SAINT-EXUPRY, 1997).

    Ningum vive isolado e no se pode compreender o comportamento do indivduo sem considerar a influncia de outro. Estabelecemos relaes onde h, naturalmente, uma inteno particular de cada uma das pessoas envolvidas, isso significa entrar em entendimento para que algum objetivo seja alcanado. A chegada ao objetivo depende ento, necessariamente, desse relacionamento.

    Todos ns vivemos e pertencemos a diferentes grupos: grupos de famlia, de trabalho, de clube, de futebol, entre outros.

    Segundo Schutz (apud Bergamini, 1982), todo o indivduo tem trs necessidades interpessoais: Incluso, Controle e Afeio e, ao associar-se a um grupo, cada pessoa passar por diferentes formas de atendimento de suas necessidades.

    Bergamini (1982) distingue dois tipos de pequenos grupos: o sociogrupo aquele que se organiza e se orienta em funo da execuo ou cumprimento de uma tarefa; e o psicogrupo estruturado em funo da polarizao dos seus prprios membros.

    Kurt Lewin (apud Bergamini, 1982) considera que a dinmica do grupo determinada pelo conjunto de interaes existentes no interior de um espao psicossocial. O comportamento dos indivduos em funo dessa dinmica grupal, independente das vontades individuais. Portanto, so elaborados quatro pressupostos:

    A interao do indivduo no grupo depende de uma clara definio de sua participao no seu espao vital;

    O indivduo utiliza-se do grupo para satisfazer s suas necessidades prprias;

    Nenhum membro de um grupo deixa de sofrer o impacto do grupo e no escapa sua totalidade;

    O grupo considerado como um dos elementos do espao vital do indivduo.

    Numa poca de mudanas organizacionais na qual se verifica uma intensa busca por produtividade, rapidez, flexibilidade e comprometimento com os resultados faz-se necessria, cada vez mais, a potencializao do trabalho em equipe.

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    A compreenso do funcionamento e das manifestaes dos grupos dentro das organizaes passa a ser uma tarefa decisiva, pois, por meio do grupo possvel a satisfao de necessidades sociais, permitir que cada um estabelea seu autoconceito, conseguir apoio para a consecuo dos objetivos e reconhecer a capacidade de modificar comportamentos.

    Assim sendo, ser apresentada a conceituao de grupo e equipe, os fatores bsicos para a existncia de uma equipe, a formao dos grupos, tipos de equipes de trabalho, critrios para uma definio de uma equipe, bem como os estgios de seu desenvolvimento. Trataremos ainda do papel emocional, das vantagens do trabalho em equipe, das condies externas que afetam o seu funcionamento, dos possveis aspectos negativos do trabalho em equipe e da liderana e do trabalho em equipe.

    7.1 Grupo ou equipe?

    Segundo Spector (2002), um grupo de trabalho a unio de duas ou mais pessoas que interagem umas com as outras e dividem algumas tarefas, visando a objetivos inter-relacionados.

    Sherif (apud Aguiar, 1997) prope algumas caractersticas que distinguem um grupo de uma coleo de pessoas: interao entre os membros, objetivo e conjunto de normas comuns, conjunto de papis e uma rede de atrao interpessoal.

    Para Wagner III e Hollenbeck (apud Fiorelli, 2000), grupo um conjunto de duas ou mais pessoas que interagem entre si de tal forma que cada uma influencia e influenciada pela outra. Para eles, equipe um tipo especial de grupo em que, entre outros atributos, evidencia-se elevada interdependncia na execuo das atividades.

    Vergara (apud Fiorelli, 2000) acredita que para que um conjunto de pessoas se torne uma equipe preciso que haja um elemento de identidade, elemento de natureza simblica, que una as pessoas, estando elas fisicamente prximas ou no.

    Fiorelli (2000) sugere um conceito de equipe que procura integrar o funcionamento com o vnculo emocional, no qual uma equipe um conjunto de pessoas:

    1 com um senso de identidade, manifesto em comportamentos desenvolvidos e mantidos para o bem comum;

    2 em busca de resultados de interesse comum a todos os seus integrantes, decorrentes da necessidade mtua de atingir objetivos e metas especficas.

    Segundo este autor, quando o vnculo emocional ou a interdependncia deixam de existir, a equipe transforma-se em grupo, ou um grupo pode se tornar uma equipe com o surgimento desses dois aspectos.

    7.2 Fatores bsicos para a existncia de uma equipe

    A existncia de objetivos comuns e interdependncia para atingi-los (contedo);

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    Certa diviso de papis ou tarefas (estrutura);

    O sentimento de pertencer e a existncia de vnculo emocional (processo).

    Segundo Wagner III e Hollenbeck (1999), em geral as pessoas enquanto membros do grupo:

    Definem a si mesmas como membros;

    So definidas pelas outras como membros;

    Identificam-se umas com as outras;

    Envolvem-se em interao frequente;

    Participam de um sistema de papis interdependentes;

    Compartilham normas comuns;

    Buscam metas comuns, interdependentes;

    Sentem que sua filiao ao grupo compensadora;

    Possuem uma percepo coletiva da unidade;

    Unem-se em todo, com outros grupos ou indivduos.

    Tudo isso faz com que o grupo estabelea suas fronteiras e sua permanncia e o que dar identidade ao grupo e o diferenciar de outros grupos.

    7.3 Formao de grupos

    Como vimos anteriormente, Maslow, em sua teoria motivacional, estabeleceu uma hierarquia de necessidades humanas, na qual no possvel atender a uma necessidade mais elevada se as necessidades primrias no estiverem satisfeitas. As principais razes para a formao de grupos so, em primeiro lugar, a necessidade, logo depois o desejo de proximidade e, finalmente, os desafios.

    O desejo da proximidade fsica est ligado atrao que as pessoas exercem umas sobre as outras e possibilidade que elas tm de confirmar suas crenas e valores. A interao social atende necessidade de reconhecimento, estruturao do tempo e a outras carncias humanas.

    Desafios fazem com que pessoas se renam para tentar superar coletivamente as dificuldades e so uma poderosa razo para a formao de equipes de trabalho. Nos campeonatos esportivos, podemos observar inmeros exemplos de grupos de alta competncia movidos quase que exclusivamente pelos desafios. E no s os atletas esto em busca da superao de seus recordes desportivos, como os organizadores e patrocinadores esto atrs de seus recordes econmicos. O pblico em geral assiste, torce e participa movido pelo desejo de proximidade (os que vo aos estdios) e o de pertencer e expressar-se emocionalmente, mesmo assistindo pela TV.

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    Segundo Minicucci (1995), h diversas razes pelas quais os indivduos passam a pertencer a vrios grupos, tais como:

    Companheirismo: uma das necessidades bsicas do homem a necessidade social. O homem necessita estabelecer relaes interpessoais. Todos sentimos necessidade de um companheiro.

    Identificao: identificar significa ser semelhante, parecer. Buscamos no grupo o processo de identificao.

    Compreenso: nossas relaes causam tenses, frustraes. s vezes, buscamos o grupo para sermos compreendidos.

    Orientao: o grupo coeso funciona como um guia para o comportamento mais adequado. A palavra orientao, de oriente, rumo, norte, significa, d origem.

    Apoio: o grupo oferece apoio ao indivduo em suas atividades.

    Proteo: se as presses externas so muito fortes, o grupo protege o indivduo.

    Portanto, as pessoas precisam do companheirismo dos elementos do grupo, identificando-se com eles, para que sejam compreendidos, dando-lhes orientao, apoio e proteo.

    7.3.1 Formao dos grupos nas organizaes

    Na maioria das organizaes os grupos so formados de acordo com similaridades naquilo que as pessoas fazem ou produzem. Podem ser agrupadas de acordo com as tarefas que executam agrupamento por funo - ou de acordo com o fluxo de trabalho desde o incio at a concluso agrupamento por fluxo de trabalho.

    Os grupos podem ser formais ou informais.

    Formais - designados pela organizao. Criados para executar tarefas consideradas essenciais realizao dos objetivos organizacionais.

    Informais - no so criados oficialmente para atender aos objetivos organizacionais. Emergem a partir das relaes naturais entre as pessoas. Grupos informais podem ter um impacto positivo no desempenho do trabalho, podem ajudar a satisfazer s necessidades pessoais de seus membros.

    7.4 Tipos de equipes de trabalho

    DuBrin (2006) relaciona cinco tipos representativos de equipes: autogeridas, multifuncionais, de alta gerncia, grupos de afinidades e equipes virtuais.

    Equipes autogeridas

    So grupos de trabalho cujos membros tm poder para desempenhar muitos deveres atribudos anteriormente ao supervisor. As responsabilidades da autogesto incluem: planejamento e

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    cronograma de trabalho; treinamento dos membros; compartilhar tarefas; cumprimento de metas de desempenho; garantia de alta qualidade e resoluo de problemas no dia a dia. Normalmente eleito um lder de equipe, desempenhando um papel de ligao entre a equipe e o nvel mais alto da gerncia.

    Equipes multifuncionais

    Equipe formada por trabalhadores de diferentes especialidades, mas com aproximadamente o mesmo nvel organizacional, que se renem para realizar uma tarefa. DuBrin (2006) acrescenta que o propsito dessas equipes juntar o talento de trabalhadores para desempenhar uma tarefa que necessite dessa combinao. Normalmente estas equipes so formadas para o desenvolvimento de novos produtos, melhoria da qualidade e reduo de custos.

    Existem ainda trs tipos de equipes semelhantes s equipes multifuncionais e importantes na organizao. Equipes de projetos, comits e fora-tarefa, que agregam pessoas fora de suas atribuies dirias, possuem fins especficos e so lideradas por algum designado.

    Equipes de alta gerncia

    Formadas pelo grupo de executivos das organizaes. So consideradas equipes, tendo em vista que as principais decises so tomadas em colaborao, incluindo todos os membros da alta gerncia.

    Grupos de afinidade

    So diferentes tipos de equipes, um grupo de envolvimento de empregados composto de trabalhadores que se renem regularmente fora de seus grupos funcionais, com o objetivo de aplicar seus conhecimentos e sua ateno a importantes questes do local de trabalho (crculos de qualidade, grupos de soluo de problemas etc.).

    Equipes virtuais

    Pessoas que trabalham juntas e resolvem problemas por intermdio de computadores e no com a interao cara a cara. Fazem reunies eletrnicas guiadas por um software especial e usando, s vezes, facilitadores de grupos.

    7.5 Critrios para a definio de uma equipe

    Thibaut e Kelley (apud Bergamini, 1982) afirmam que para estudar os grupos torna-se necessrio primeiramente defini-los. Uma vez que o termo grupo esteja sendo aplicado a muitas colees de pessoas, necessrio restringir o seu significado queles que cabem dentro de certo critrio. Abaixo esto alguns critrios:

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    1 Estrutura da equipe de trabalho

    Para estruturar uma equipe devemos considerar:

    Tamanho da equipe

    Composio da equipe homogneos / heterogneos

    Organizao da equipe de trabalho - Estrutura de poder

    - Estrutura de trabalho Definio/distribuio das tarefas

    2 Interao

    Outro critrio que distingue uma equipe de um grupo de pessoas que na equipe os membros interagem uns com os outros de tal forma que o comportamento de um influencia no comportamento dos outros. Isso quer dizer que os membros so de alguma forma comportamentalmente interdependentes. A interao refere-se s modificaes de comportamento. Algumas pessoas iro influenciar outras pessoas por meio de linguagem, smbolos, gestos e postura.

    3 Estruturao

    Na estruturao da equipe estabelecem-se:

    normas da equipe;

    relaes entre os membros e destes com a liderana;

    padres aprovados de conduta;

    sistema de recompensas e punies;

    sistema de comunicao.

    7.6 Estgios de desenvolvimento da equipe

    Segundo Scholtes (1992), uma equipe passa por estgios razoavelmente previsveis:

    Estgio 1 Formao ou iniciao

    Fase em que se inicia a formao da equipe, em que seus membros pesquisam as fronteiras do comportamento adequado ao grupo. Estgio da transio da condio de indivduo para membro.

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    Estgio 2 - Turbulncia ou diferenciao

    Fase em que os membros da equipe comeam a perceber a quantidade de trabalho que tm frente e comum entrarem em estado de pnico. o estgio mais difcil para a equipe.

    Estgio 3 - Normas ou integrao

    Fase do restabelecimento do propsito central da equipe. medida que os membros da equipe se acostumam a trabalhar em conjunto, sua resistncia inicial vai desaparecendo.

    Estgio 4 - Atuao ou maturidade

    Neste estgio, a equipe j definiu seu relacionamento e suas expectativas.

    7.7 Papel emocional da equipe

    Segundo Fiorelli (2000), equipes constituem um espao psicolgico para compartilhar emoes. Este papel emocional compreende vrios aspectos e manifesta-se de vrias maneiras.

    Racionalizao - A equipe adota determinado comportamento porque todo mundo faz assim. Este mecanismo tem eficcia na reduo da ansiedade que acompanha a deciso, tanto para correr maiores riscos como para furtar-se a eles.

    Modelao - Os integrantes chegam a imitar o eventual lder em notvel processo de identificao. O comportamento no chega a ser s copiado, mas reproduzido na qualidade de modelo.

    Negao da realidade - Este mecanismo pode emergir da necessidade inconsciente da manuteno da equipe. A relutncia dos integrantes em utilizar novas tecnologias pode ser a negao da realidade de que a especializao que os unia est ultrapassada.

    Derivativo para carncias afetivas - Transferncia para a equipe da demanda por afeto que supervisores (e familiares) no conseguem suprir.

    Preservao da coeso - A manifestao de sentimentos de coeso significa que as pessoas tm condies de encontrar e liberar energia para superar as dificuldades.

    Espao para representar - Equipes constituem o palco no qual o indivduo possui importante espao para representar, onde ele tem oportunidade de dar vazo a suas fantasias, a seu lado ldico.

    Espao para catarse - Em situao de crise, equipes se tornam verdadeiros muros de lamentao, um espao para manifestaes emocionais, em autntica catarse coletiva ou individual.

    tero protetor - O trabalho em equipe proporciona a oportunidade de isolamento, representada por espao e tempo exclusivos. Um abrigo contra tempestades, gerando conforto emocional.

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    7.8 Condies externas impostas s equipes nas organizaes

    Segundo Robbins (1999), os grupos so um subconjunto de um sistema maior da organizao. O comportamento do grupo pode ser explicado a partir da organizao em que est inserido.

    Estratgia da organizao Define as metas e os meios para atingir essas metas. A estratgia influenciar o poder de vrios grupos de trabalho.

    Estruturas de autoridade As organizaes tm estruturas que definem quem se reporta a quem, quem toma decises e que decises os indivduos ou grupos tm o poder de tomar. Esta estrutura determina onde o grupo est posicionado dentro da hierarquia da organizao, o lder formal e os relacionamentos formais entre grupos.

    Regulamentos formais - So as regras, os procedimentos, as polticas, as descries de cargos e outras formas de regulamentos.

    Recursos organizacionais A presena ou ausncia de recursos como dinheiro, tempo, equipamento que so colocados pela organizao para o grupo tem grande significado no comportamento do mesmo.

    Seleo de recursos humanos Os critrios adotados pela organizao em seu processo de seleo determinaro as pessoas que estaro nos grupos de trabalho.

    Avaliao de desempenho e sistema de recompensa O grupo ser influenciado pela forma como a organizao avalia o desempenho e por quais comportamentos ser recompensado.

    Cultura organizacional - Os membros devem aceitar os padres implcitos da cultura dominante na organizao.

    Instalaes fsicas de trabalho O tamanho e a planta do espao de trabalho de um empregado, a disposio dos equipamentos, iluminao e outros fatores de ambiente fsico criam tanto barreiras quanto oportunidades para a interao de grupos de trabalho.

    7.9 Vantagens do trabalho em equipe

    Fiorelli (2000) apresenta as seguintes vantagens do trabalho em equipe:

    Melhor tratamento das informaes - as equipes favorecem a franqueza, a confiana e o respeito, reduzindo assim interpretaes subjetivas. Possibilita ainda o debate de pontos de vistas diferentes, muitas vezes complementares ou opostos.

    Reduo da ansiedade nas situaes de incerteza favorecem o apoio mtuo, certificam-se de que outras pessoas possuem as mesmas ansiedades e experimentam novos comportamentos.

    Maior gerao de ideias.

    Interpretao menos rgida dos fatos e situaes.

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    Maior probabilidade de evitar erros de julgamento.

    Simplificao da superviso.

    Simplificao das comunicaes interpessoais.

    Fidelidade s decises tomadas.

    Maior aceitao das diferenas individuais.

    Melhor aproveitamento das potencialidades individuais.

    Maior chance de sucesso para aes complexas.

    7.10 Possveis aspectos negativos do trabalho em equipe

    Segundo Fiorelli (2000), o culto s virtudes do trabalho em equipe tem contribudo para entroniz-las como remdio para todos os males e situaes e isso favorece o uso de tcnicas inadequadas. Quando malconduzidas, as equipes podem revelar-se contraproducentes. O autor aponta para algumas situaes que podem ser negativas no trabalho em equipe, dentre elas:

    Criao da cultura do consenso obrigatrio.

    Reduo excessiva da superviso - supervisores que adquirem demasiada confiana em suas equipes acabam por se distanciar dos acontecimentos, comprometendo suas percepes e seu conhecimento do cotidiano organizacional.

    Radicalizao em torno das decises tomadas.

    Sentimento de identidade excessivo esse sentimento pode dificultar a aceitao de novos integrantes, percebidos como perigo estabilidade do grupo.

    Reduo da ousadia em tomadas de deciso. Schein (apud Fiorelli, 2000) alerta para duas linhas de pensamento quando se trata de decises que envolvem riscos. Grupos tenderiam a ser mais conservadores do que indivduos isolados, perde-se a responsabilidade sobre a deciso.

    7.11 Causas do mau funcionamento da equipe

    Peter Drucker (apud Fiorelli, 2000), alerta: a equipe certa no garante a produtividade, mas a errada a destri.

    Segundo Fiorelli (2000) existem vrias causas que contribuem para falhas no funcionamento de uma equipe:

    1 Liderana despreparada ou sem perfil para a tarefa;

    2 Escolha dos participantes sem preocupao com o perfil, com a tarefa e com a disponibilidade de tempo;

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    3 Falta de preocupao em fixar misso a perseguir e objetivos a alcanar;

    4 Superviso inadequada ou inexistente.

    7.12 A liderana e o trabalho em equipe

    Como vimos anteriormente, existem vrias definies para liderana. Utilizaremos a definio de Fiedler (apud Bergamini, 1982):

    O lder como um indivduo no grupo, a quem dada a tarefa de dirigir e coordenar tarefas relevantes nas iniciativas grupais, ou quem, na ausncia do lder designado assume a principal responsabilidade de desempenhar tais funes.

    A grande tarefa do lder consiste em ter habilidade em conduzir as atividades para que fluam de forma natural e estabelecer um clima favorvel participao de cada um. Cabe ao lder perceber e diagnosticar as variveis ambientais, para que possa orientar as aes e o futuro da equipe.

    Equipes apresentam caractersticas situacionais, dinmicas e evolutivas, modificando suas estratgias e comportamentos para ajust-los s circunstncias.

    Uma orquestra sinfnica possui certas caractersticas no momento de desempenho perante a plateia e outras bem diferentes durante os ensaios. Mais do que isso, a orquestra muda o comportamento dependendo da plateia. A liderana, portanto, deve estar atenta ao momento, forma como se apresentam os muitos fatores que afetam o comportamento das pessoas, individualmente e em equipe.

    O lder deve ter a habilidade de compreender o modo de operar do grupo, ajudando-o a alcanar altos nveis de desempenho de tarefas e satisfao.

    No h equipe sem liderana. O lder possui o poder de enfraquecer ou fortalecer os vnculos emocionais que do consistncia equipe, portanto, cabe ao lder descobrir as habilidades de cada um, respeitar as diferenas e preparar novos lderes.

    Existe uma analogia realizada sobre gansos e equipes, que nos pode fazer pensar para exemplificar melhor a relao existente entre liderana e equipe.

    SOBRE GANSOS E EQUIPES

    Quando voc vir gansos voando em formao V pode ficar curioso quanto s razes pelas quais eles escolhem voar dessa forma. A seguir, algumas descobertas feitas pelos cientistas.

    Fato: medida que cada ave bate suas asas, ela cria uma sustentao para a ave seguinte.

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    Voando em formao V, o grupo inteiro consegue voar pelo menos 71% a mais do que se cada ave voasse isoladamente.

    Verdade: Pessoas que compartilham uma direo comum e um senso de equipe chegam ao seu destino mais depressa e facilmente porque elas se apiam na confiana umas das outras.

    Fato: Sempre que um ganso sai da formao, ele repentinamente sente a resistncia e o arrasto de tentar voar s e, de imediato, retorna formao para tirar vantagem do poder de sustentao da ave sua frente.

    Verdade: Existe fora, poder e segurana em grupo quando se viaja na mesma direo com pessoas que compartilham um objetivo comum.

    Fato: Quando o ganso lder se cansa, ele reveza, indo para a traseira do V, enquanto outro assume a ponta.

    Verdade: vantajoso o revezamento quando se necessita fazer um trabalho rduo.

    Fato: Os gansos de trs grasnam para encorajar os da frente a manterem o ritmo e a velocidade

    Verdade: Todos necessitam ser reforados com apoio ativo e encorajamento dos companheiros.

    Fato: Quando um ganso adoece ou se fere e deixa o grupo, dois outros gansos saem da formao e o seguem, para ajudar e proteger. Eles o acompanham at a soluo do problema e, ento, reiniciam a jornada os trs ou juntam-se outra formao, at encontrar o seu grupo original.

    Verdade: A solidariedade nas dificuldades imprescindvel em qualquer situao.

    Para o bem do grupo, fundamental ser um ganso voando em V.

    Vamos procurar lembrar mais frequentemente de dar um grasnado de encorajamento e nos apoiar uns nos outros com amizade e amor.11

    Pense em seu grupo de trabalho ou em algum do qual voc j tenha participado e reflita:

    Como estabelecemos os objetivos?

    11 Fonte: Disponvel em: .Acesso em: 4 abr. 2011.

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    Como planejamos?

    Como nos comunicamos?

    Como tomamos decises?

    Como exercida a liderana?

    Como mudamos/inovamos procedimentos?

    O que fazemos bem?

    O que no fazemos bem?

    Como nos sentimos no grupo?

    Como o clima em nosso grupo?

    8 CONFLITO E ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO. CULTURA ORGANIZACIONAL E MUDANA

    No devemos ter medo dos confrontos. At os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas (CHAPLIN).

    O conflito algo presente em nossas vidas. Vivemos em constantes dilemas. Onde h relacionamento humano, h conflito.

    Observao

    O que vou jantar hoje?

    Ser que aceito essa proposta nova de emprego?

    Segundo Chiavenato (2002), conflito a existncia de ideias, sentimentos, atitudes, interesses antagnicos, diferentes, que colidem e que se chocam. Os conflitos so naturais e, em geral, se forem bem administrados, podem agregar experincias e renovar relacionamentos.

    Observao

    Ser que o conflito sempre ruim?

    Segundo Robbins (2004), o conflito precisa ser percebido pelas partes envolvidas; sua existncia ou no uma questo de percepo.

    Numa viso tradicional dos anos 30 e 40, o conflito era prejudicial e devia ser evitado. Na viso de relaes humanas, o conflito ocorrncia natural nos grupos e nas organizaes e, portanto, inevitvel.

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    A viso interacionista encoraja a manter um nvel mnimo e constante de conflito, suficiente para manter o grupo vivel, autocrtico e criativo.

    O conflito pode ser encarado como:

    Funcional (positivo) se utilizado para enriquecimento pessoal, como algo construtivo.

    Disfuncional (negativo) se percebido como algo destrutivo.

    Na verdade, sabemos que o conflito no necessariamente ruim, pois ele:

    Ajusta o relacionamento interpessoal, amenizando tenses, quando existentes, ao promover a sua liberao.

    Provoca o dilogo, forando a expresso de ideias e reivindicaes, favorecendo o feedback.

    Ativa o esprito criativo e inovador, na busca das solues.

    Contribui para um aprimoramento no senso de propsito e direo, expondo as adversidades e posies contrrias.

    Mas o conflito disfuncional precisa ser encarado e resolvido para no haver desgastes e, com isso, prejudicar as relaes e os resultados organizacionais.

    8.1 Causas de conflitos

    Os conflitos podem surgir a partir de vrias causas, entre elas:

    Modelos mentais imagens, experincias, expectativas que nos guiam e que geram a nossa percepo de mundo e a forma de agir.

    Objetivos falta de clareza quanto ao objetivo a ser atingido.

    Mtodos quando estratgias e tticas diferem.

    Valores diferena nos critrios de apreciao.

    Divergncias intelectuais, interesses divergentes.

    Tenso psicolgica.

    Segundo Robbins (2004), o primeiro passo do processo de conflito a presena de condies que criem oportunidades para o seu surgimento. No necessariamente levam ao conflito, mas necessrio que uma delas exista para que ele aparea. So elas: comunicao, estrutura e variveis pessoais. S acontecer o conflito se uma ou mais partes envolvidas forem afetadas e estiverem conscientes disso. Ao se instalar o conflito podemos utilizar alguns comportamentos para administr-lo, o que levar melhoria ou reduo do desempenho do grupo. A figura abaixo exemplifica tal situao:

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    Condies antecedentes

    Comunicao

    Estrutura

    Variveis pessoais

    Comportamento para administrao de conflitos

    Competio

    Colaborao

    No enfrentamento

    Acomodao

    Concesso

    Conflito percebido

    Conflito sentido

    Conflito aberto

    Melhoria do desempenho do grupo

    Reduo do desempenho do grupo

    Figura 28 - Fonte: Robbins (2004).

    Segundo o mesmo autor, existem cinco comportamentos possveis para administrar o conflito. So eles:

    Competio: quando a pessoa busca a satisfao de seus prprios interesses, independentemente do impacto que isso exerce sobre as outras partes envolvidas no conflito. Relao ganha-perde, ou seja, um tem que ganhar.

    Colaborao: quando as partes conflitantes desejam satisfazer aos interesses de ambas, temos uma situao de cooperao e de resultados mutuamente benficos. Relao ganha-ganha.

    No enfrentamento ou absteno: nesse caso duas alternativas so consideradas (fuga ou tentativa de suprimi-lo). Relao perde-perde.

    Acomodao: quando uma das partes abre mo de seus interesses e coloca o do outro em primeiro lugar. Relao perde-ganha.

    Concesso ou transigncia: quando as partes em conflito abrem mo de alguma coisa, temos o compartilhamento, que pode conduzir a um resultado de compromisso.

    Segundo Wagner III e Hollenbeck (1999), o acerto de cada um dos cinco comportamentos depende da situao que envolve o conflito e, geralmente, da disponibilidade de tempo para um acordo negociado. Abaixo so apresentadas situaes nas quais esses diferentes comportamentos devem ser aplicados:

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    Estilo Aplicao

    Competio Quando necessria ao gil e decisiva para lidar com crises, quando preciso implementar solues impopulares, tais como: reduo de custos ou disciplina de funcionrios.

    Colaborao Para encontrar soluo integradora, quando os interesses em conflito so importantes demais para a soluo meio-termo, quando o objetivo mais importante aprender.

    Absteno Quando um conflito trivial e existe presso de conflitos mais importantes, quando no existem chances de que o seu grupo ir satisfazer s suas prprias necessidades.

    Acomodao Quando as questes so mais importantes para outros grupos que no o seu, para satisfaz-los e manter a cooperao, para minimizar perdas.

    Transigncia Quando os interesses do grupo so importantes, mas no merecem a desordem provocada por estilos mais assertivos, para obter ajustes temporrios, para solues sob presso do tempo.

    Quadro 8 Fonte: Wagner III e Hollenbeck (1999).

    Com dito anteriormente, o conflito nem sempre ruim e em certas situaes pode e deve ser estimulado, principalmente quando as pessoas na organizao encontram-se acomodadas. Sabemos que s mudamos algo ou inovamos quando estamos em conflito, portanto, pode ser saudvel estimular o conflito para o processo de inovao e mudana, mas tambm sabemos que muitos conflitos podem gerar estresse.

    8.2 Estresse

    Hans Seley, citado por Chiavenato (1999), pde perceber em estudos que, quando se submete um organismo a estmulos que ameacem sua homeostase (equilbrio orgnico), ele tende a reagir com um conjunto de respostas especficas, que instituem uma sndrome, que desencadeada independente da natureza do estmulo; a isso ele denominou de stress, que pode ser observado em pelo menos duas dimenses: como processo e como estado.

    Como processo: tenso diante de uma situao de desafio, por ameaa e conquista;

    Como estado: o resultado positivo (eustress) ou negativo (distress) do esforo gerado pela tenso mobilizada pela pessoa.

    Segundo a mesma autora, pode-se dizer que os estressores advm tanto do meio externo, como frio, calor e condies de instabilidade, quanto do ambiente social, como trabalho. E do mundo interno, como os pensamentos e as emoes: angstia, medo, alegria, tristeza etc.

    Em relao ao trabalho, o estresse definido como o sintoma que desenvolvido por uma pessoa frente a uma situao na qual ela percebe seu ambiente de trabalho como ameaador s suas necessidades de realizao pessoal e/ou profissional e/ou sua sade fsica e/ou mental. Essa necessidade prejudica a interao da pessoa com o trabalho e afeta ou afetada pelo ambiente de trabalho, medida que esse ambiente contm demandas excessivas a ela, ou quando ela no se sente portadora de recursos adequados para enfrentar tais situaes.

    Limongi-Frana (2008), citando Rodrigues (1988) e Couto (1987), nos diz que o mesmo evento pode produzir eustress ou estresse positivo em duas pessoas diferentes, dependendo da interpretao que

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    cada uma lhe confere. Eustress significa uma tenso que no leva doena e distress designa reaes psicofisiolgicas que podem desencadear situaes de doenas.

    A mesma autora nos coloca que uma das mais importantes contribuies de Hans Seley a Sndrome Geral de Adaptao, que se caracteriza por trs fases:

    Reao de alarme fase em que mecanismos so mobilizados para manter a vida, a fim de que a reao no se dissemine.

    Fase de resistncia nessa fase a adaptao obtida por meio do desenvolvimento adequado de canais especficos de defesa. Podem surgir sintomas somticos especficos. Em muitos casos, essa pode ser a ltima fase.

    Fase de exausto caracterizada por reaes de sobrecarga dos canais fisiolgicos, falhas dos mecanismos adaptativos.

    Griffin e Moorhead (2006) dizem que nem todo estresse ruim e que necessrio certo nvel de estresse para evitar a letargia e a estagnao, mas alertam que muito estresse pode provocar consequncias negativas.

    Abaixo so apresentadas algumas sndromes associadas ao estresse, de acordo com Limongi-Frana (2008):

    Somatizaes sensaes e distrbios fsicos com forte carga emocional e afetiva.

    Fadiga desgaste de energia fsica ou mental, que pode ser recuperada por meio de repouso, alimentao ou orientao clnica especializada.

    Depresso uma combinao de sintomas em que prevalece a falta de nimo, a descrena pela vida e uma profunda sensao de abandono e solido.

    Limongi-Frana (2008) nos diz que os fatores do estresse vo desde questes de personalidade at fatores sociais especficos.

    Personalidade

    Constituio orgnicaEstratgias de enfrentamento

    Avaliao e percepoExpectativas do ambiente

    Expectativas pessoaisContextos organizacionais

    Estresse

    Figura 29 - Fonte: Limongi-Frana (2008).

    Segundo Griffin e Moorhead (2006), o estresse no um fenmeno simples e tem muitas causas diferentes. Eles se concentraram em estressores relacionados ao trabalho e identificaram trs causas ligadas s exigncias:

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    Exigncias fsicas: estressores associados ao ambiente de trabalho, tais como: calor ou frio excessivo, iluminao inadequada, instalaes e exposies a agentes que possam ameaar a sade.

    Exigncias da funo: o estresse pode ser proveniente da indefinio funcional, pouca orientao ou treinamento ou conflitos de funes.

    Exigncias interpessoais: estressores nos relacionamentos.

    A Organizao Internacional do Trabalho, em seu site, adverte as empresas de que a capacidade de sobrevivncia no clima competitivo dos mercados tambm depende das iniciativas que assumam para ajudar aos seus funcionrios, de todos os escales, a evitarem ou aliviarem o estresse, portanto, os gerentes e os especialistas em RH podem colaborar na identificao, preveno e reduo do estresse no ambiente organizacional, criando ambientes e polticas adequadas, identificando fontes de estresse e refinando seus processos.

    A pessoa que sabe lidar com os agentes estressores, tantas vezes inevitveis, torna-se socivel, segura, de presena agradvel, equilibrada, bem-vinda aos grupos que frequenta. Est mais bem-preparada para o sofrimento, talvez por ser mais confiante em suas possibilidades, portanto, com uma slida subjetividade. A esse tipo de pessoa que sabe enfrentar os fatores estressores do cotidiano foi dado o nome de pessoa resiliente.

    Vamos considerar a seguinte situao: um consultor foi a uma empresa para um trabalho na rea de comportamento organizacional e em seu processo diagnstico perguntou ao diretor como ele lidava com os conflitos, e o diretor respondeu: Aqui nessa empresa trabalhamos na maior harmonia e no temos conflitos.

    Qual a consequncia dessa negao de conflito para a organizao?

    Como sabemos, o que se mede se consegue. Mas aquilo que se mede tambm define a cultura da empresa. Por qu?

    Porque descreve o que valorizado (ULRICH, 2000).

    Para entendermos um povo preciso entender a sua cultura e isso acontece tambm com as organizaes. O estudo da cultura organizacional nos permite entender o conjunto de valores, normas e crenas que regem o comportamento das pessoas. Por intermdio da cultura de uma organizao, os colaboradores entendem quais so os comportamentos ou atitudes considerados aceitos e quais so inaceitveis.

    8.3 Algumas definies de cultura

    Para Edwar Tylor (1887) cultura seria todo o complexo que inclui conhecimento, as crenas, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hbitos e aptides adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.

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    Em 1936, Ralph Linton props que a cultura de qualquer sociedade consistiria na soma total de ideias, reaes emocionais condicionadas a padres de comportamento habitual que seus membros adquirem por meio da instruo ou imitao e de que todos, em maior ou menor grau, participam.

    Clifford Geertz, em 1973, props que cultura devia ser considerada como um conjunto de mecanismos de controle planos, receitas, regras, instituies, para governar o comportamento.

    Laplantine, antroplogo francs, afirma que a cultura o conjunto dos comportamentos, saberes e saber-fazer caractersticos de um grupo humano ou de uma sociedade, sendo estas atividades adquiridas por meio de um processo de aprendizagem, e transmitidas ao conjunto de seus membros.

    Traos comuns entre os autores quanto definio para cultura:

    algo construdo e compartilhado pela maioria dos indivduos componentes de um determinado grupo social;

    normalmente um conjunto de conhecimentos e hbitos aprendidos por meio da educao e que serve para imprimir certa padronizao conduta dos indivduos que vivem no mbito de uma determinada sociedade e poca, transmitindo-se e garantindo-se por meio da aprendizagem, da repetio e da imitao;

    como se fosse a alma de um grupo social ou de uma organizao, de onde derivam aspectos observveis como sua estratgia, estrutura, processos e sistemas;

    forma as lentes pelas quais vemos o mundo a nossa volta, moldando, em grande medida, o nosso comportamento no mundo em que vivemos.

    Cultura organizacional

    Edgar Schein (apud Freitas, 1991) define como:

    o conjunto de pressupostos bsicos que um dado grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender a lidar com problemas de adaptao externa e integrao interna e que funcionaram bem o suficiente para ser considerados vlidos e que, portanto, podem ser levados a novos membros como forma correta de perceber, pensar e sentir em relao a estes problemas.

    Schein busca respostas para questes como:

    O que a cultura pode fazer?

    A que funes ela serve?

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    Como ela se origina, desenvolve e muda?

    Freitas (1991) nos coloca que a ideia de ver organizaes como culturas, nas quais h um sistema de significado partilhado entre os membros, um fenmeno relativamente recente, esse um tema pesquisado no exterior a partir da dcada de 50 e no Brasil, mais especificamente na dcada de 80.

    At meados dos anos 80, as organizaes eram tidas como um meio racional pelo qual se coordenava e controlava um grupo de pessoas. Tinham nveis verticais, departamentos, relacionamentos de autoridade etc.

    Organizaes so mais do que isso:

    Tm personalidade como os indivduos;

    Podem ser rgidas ou flexveis, hostis ou amigveis, inovadoras ou conservadoras;

    Cada uma das organizaes tem um sentimento e carter nicos, alm de suas caractersticas estruturais.

    Lembrete

    Cada organizao tem a sua cultura.

    a cultura que forma o significado das coisas, que orienta e mobiliza, aquela energia social que move a empresa para o sucesso ou at sua destruio.

    Segundo Schein (apud Freitas, 1991):

    No possvel entender, administrar ou melhorar uma organizao sem uma compreenso de sua essncia cultural (entender a alma da organizao);

    A cultura organizacional tem fortes influncias no conjunto de respostas que a organizao oferece ao ambiente externo e interno, afetando enormemente sua estratgia, sua definio estrutural, seus processos e sistemas, bem como sua produtividade e seu desenvolvimento tecnolgico;

    A cultura organizacional ajuda e orienta os membros a adequarem-se internamente para melhor lidar com as questes externas.

    Segundo Robbins (2005), a prtica de diferenciar cultura forte ou fraca tornou-se cada vez mais popular. A fora da cultura pode ser definida em termos de homogeneidade, estabilidade e intensidade das experincias compartilhadas pelos membros da organizao.

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    O conceito de forte est ligado ao fato de que os valores essenciais da organizao so intensamente acatados e compartilhados. Uma cultura forte demonstra elevado nvel de concordncia dos membros sobre os pontos de vista da organizao.

    8.4 Funes da cultura

    Tambm segundo Robbins (2005), a cultura desempenha vrias funes na organizao, dentre elas:

    Papel de definio de fronteiras, o que permite a distino de uma e outra organizao.

    Sentido de identidade para os membros da organizao.

    Facilita o comprometimento com algo maior que os interesses individuais.

    Intensifica a estabilidade do sistema social, fornecendo padres apropriados de comportamento aos funcionrios.

    No podemos dizer que uma cultura melhor do que a outra, certa ou errada. Robbins (1999) nos diz que a cultura assume um papel importante medida que intensifica o compromisso organizacional e aumenta a coerncia do comportamento do empregado, reduzindo a ambiguidade. No entanto, a cultura organizacional pode servir como barreira para se efetuar mudanas, principalmente no que se refere a fuses e aquisies.

    8.5 Criao e identificao da cultura organizacional

    Segundo Robbins (2005), a cultura organizacional comea quando os costumes, as tradies e a maneira de fazer as coisas deram certo, ou seja, que a organizao obteve sucesso com o que foi feito. O papel dos fundadores fundamental, pois eles tm uma viso geral daquilo que a organizao deve ser. Eles iniciam a organizao a partir de suas crenas e seus valores.

    Para se identificar a cultura de uma organizao, Deal e Kennedy (apud Schein, 2001) sugerem dois tipos de anlise:

    1) Dos aspectos que podem ser vistos de fora:

    Estudar o ambiente fsico o orgulho que as organizaes tm de si prprias.

    Ler o que a organizao divulga de sua prpria cultura os relatrios, entrevistas e reportagens fornecem bons indcios de como a organizao se v.

    Testar como a organizao recebe os estranhos formal ou informalmente, relaxada ou ocupada etc.

    Entrevistar as pessoas sobre a histria da organizao, como foi seu comeo, que tipo de pessoas trabalha na organizao, crescimento, que tipo de lugar aquele para se trabalhar.

    Observar como as pessoas usam seu tempo e comparar o que dizem com o que fazem.

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    2) Dos aspectos relacionados a questes internas:

    Entender o sistema de progresso de carreiras, o que faz um empregado ser promovido;

    Como o sistema de recompensas avalia qualificaes, performances, tempo de servio, lealdade;

    Quanto tempo as pessoas ficam em determinado cargo;

    Atentar para o contedo dos discursos e memorandos;

    Particular ateno deve ser dada s anedotas e estrias que circulam.

    8.6 Desenvolvimento da cultura

    Para Schein (2001), a cultura aprendida basicamente por meio de dois mecanismos interativos:

    Reduo da dor e ansiedade (modelo de trauma social)

    Ansiedade derivada:

    da incerteza que um indivduo tem ao encontrar um grupo novo;

    incerteza sobre sua capacidade de sobreviver e ser produtivo;

    incerteza sobre os membros, se estes trabalharo bem uns com os outros.

    As crises conduzem o grupo a perceber, compartilhar e desenvolver formas de lidar com elas.

    Os membros do grupo aprendem a superar o desconforto imediato e a evitar desconfortos futuros.

    Quando outras crises surgirem, a tendncia ser reduzir ou eliminar a ansiedade gerada da maneira como eles aprenderam anteriormente.

    Reforo positivo

    As pessoas repetem o que funciona e abandonam o que no funciona.

    8.7 Manuteno da cultura

    Segundo Kilmann, as culturas se mantm principalmente por trs causas:

    a energia controladora do comportamento existente em todos os nveis organizacionais a fora que faz cada membro acreditar que o que ele est fazendo o melhor para a organizao, para a comunidade e suas famlias.

    as regras no escritas que esto incorporadas na organizao, uma vez que exista consenso delas representarem o comportamento apropriado.

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    O papel dos grupos na observao dessas normas, em sua reproduo e no trato dispensado aos desviantes.

    8.8 Alguns elementos da cultura

    A cultura organizacional concebida a partir de seus elementos constitutivos. Freitas (1991) ressalta que a descrio dos elementos que constituem a cultura organizacional, a forma como eles funcionam e, ainda, as mudanas comportamentais que eles provocam so maneiras de dar cultura um tratamento mais concreto ou de mais fcil identificao. Os elementos mais encontrados, segundo a literatura consultada, so:

    Valores

    so as noes compartilhadas que as pessoas tm do que importante e acessvel para o grupo a que pertencem;

    formam o corao da cultura, definem o sucesso em termos concretos para os empregados e estabelecem os padres a serem alcanados;

    explicitam para a organizao o que considerado importante ou irrelevante, prioritrio ou desprezvel;

    representam a essncia da filosofia da organizao para atingir o sucesso, pois eles fornecem um senso de direo comum para todos os empregados e um guia para o comportamento dirio.

    Crenas

    a compreenso que se d como certa e que serve de base para o entendimento das coisas;

    aquilo que tido como verdade na organizao.

    Pressupostos

    so conjecturas antecipadas ou respostas prvias sobre o que , o que se faz, o que acontece;

    uma soluo pronta, disponvel e, at certo ponto, inquestionvel pelo grupo.

    Normas

    as normas dizem como as pessoas devem se comportar e se baseiam ou refletem as crenas e os valores organizacionais.

    Ritos, rituais e cerimnias

    conjunto planejado de atividades relativamente elaborado que combina vrias formas de presso cultural, as quais tm consequncias prticas e expressivas.

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    ao desempenhar um rito, as pessoas se expressam atravs de diversos smbolos: certos gestos, linguagem e comportamentos.

    Ritos organizacionais mais comuns:

    Ritos de passagem - processos de introduo ou retreinamento de pessoal.

    Ritos de degradao - usados para dissolver identidades sociais e retirar seu poder, como nos casos de demisso, afastamento de um alto executivo, encostar algum, denunciar falhas/incompetncias publicamente.

    Ritos de reforo celebraes pblicas de resultados positivos.

    Ritos de renovao - visam a renovar as estruturas sociais e a aperfeioar seu funcionamento, como: programas de desenvolvimento organizacional, assistncia aos empregados.

    Ritos de reduo de conflitos usados para restaurar o equilbrio em relaes sociais perturbadas, reduzindo os nveis de conflitos e agresso, como nos processos de negociao coletiva.

    Ritos de integrao visam a recarregar e reviver sentimentos comuns e manter as pessoas comprometidas com o sistema social; comumente usados nas festas de Natal, jogos, rodadas de cerveja.

    Estrias e mitos

    Estrias narrativas baseadas em eventos ocorridos, que informam sobre a organizao, reforam o comportamento existente e enfatizam como este comportamento se ajusta ao ambiente organizacional.

    Mitos se referem a estrias consistentes com os valores da organizao, porm no sustentadas pelos fatos.

    Heris

    Os heris personificam os valores e condensam a fora da organizao.

    Funes dos heris:

    Tornar o sucesso atingvel e humano; outros membros podem seguir seu exemplo;

    Estabelecer padres de desempenho;

    Motivar os empregados, fornecendo uma influncia duradoura.

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    Comunicao

    As organizaes so vistas como fenmeno de comunicao, sem o qual inexistiriam. O processo inerente s organizaes cria uma cultura, revelando suas atividades comunicativas.

    Tipos de agentes de comunicao numa organizao onde os papis informais entram em ao:

    Contadores de estrias: interpretam o que ocorre na organizao, ajustando os fatos sua percepo.

    Padres: guardies dos valores culturais.

    Confidentes: detentores do poder por trs do trono.

    Fofoqueiros: falam com nomes, datas etc.

    Espies leais chefia, mantm seus chefes informados.

    Conspiradores duas ou mais pessoas se renem para tramar algo.

    8.9 O papel da rea de gesto de pessoas

    De acordo com Freitas (1991), a rea de gesto de pessoas nas organizaes a guardi da cultura e tem o papel fundamental de disseminar, promover, manter e implementar mudanas culturais, definindo os processos de seleo de perfis compatveis com os valores organizacionais; elaborando sistemas que contemplem a competncia e a lealdade; promovendo eventos que destaquem o comportamento esperado, veiculando estrias que reforcem os valores da organizao, estabelecendo meios de comunicao que permitam a interpretao adequada das mensagens institucionais, monitorando os programas de socializao, recuperando os transgressores, dentre outros.

    Segundo DuBrin (2006), a cultura organizacional pode causar um impacto penetrante na eficcia da organizao. Ele aponta seis principais consequncias e implicaes da cultura:

    Vantagem competitiva e sucesso financeiro pesquisas apontam que as empresas nas quais os empregados percebiam a existncia de uma ligao entre os esforos individuais e as metas da organizao demonstraram maior retorno de investimentos.

    Produtividade, qualidade e moral uma cultura que enfatiza a produtividade e a qualidade encoraja os trabalhadores a serem produtivos.

    Inovao da mesma forma, uma organizao que encoraja a criatividade e a tomada de deciso contribuir para a inovao.

    Compatibilidade de fuses e aquisies um indicador de sucesso em fuses e aquisies a compatibilidade de suas respectivas culturas.

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    Ajuste pessoa/organizao um ponto fundamental para o sucesso tanto do indivduo quanto da organizao o ajuste dos valores individuais e organizao.

    Direo da atividade de liderana a cultura organizacional diz o modo como liderar.

    Aps o estudo sobre a cultura organizacional, encerraremos essa unidade tratando da mudana organizacional, sob o aspecto, principalmente, da influncia da cultura nos processos de mudana, uma vez que a mesma cultura que leva uma organizao ao sucesso pode gerar resistncias e dificultar os processos de mudana.

    8.10 Mudana cultural

    Na vida temos duas certezas, a primeira que todos ns vamos morrer um dia, e a segunda que tudo muda a todo instante.

    As organizaes sofrem influncias dos ambientes interno e externo continuamente e precisam identificar mecanismos para o gerenciamento das mudanas que ocorrem no dia a dia.

    Segundo Griffin e Moorhead (2006), quando os gestores tentam modificar a cultura organizacional, esto, na verdade, procurando alterar as noes bsicas das pessoas sobre o que ou no um comportamento adequado na empresa.

    Os mesmos autores dizem que para se efetuar mudanas culturais os gestores devem criar situaes que permitam a introduo de novas histrias. Eles do, como exemplo, uma empresa em que a opinio do funcionrio no tinha importncia e a partir de agora passa a ter. Nesse caso, os gestores podem, por exemplo, solicitar a um funcionrio que lidere uma discusso numa reunio, acompanhe e oriente esse processo, de forma que seja um sucesso. Isso se transformar em uma nova histria que poder substituir a antiga.

    Mas os autores alertam que esse um processo longo e difcil, pois no importa quanto se dediquem implementao de um valor novo, podem inadvertidamente voltar aos padres antigos de comportamento. Tal fato ir gerar uma nova histria com retorno aos antigos valores.

    Para que a nova cultura se torne estvel faz-se necessrio um perodo de transio, no qual so realizados esforos para a adoo de novos valores e, a longo prazo, esses novos valores sero to estveis e influentes quanto os antigos.

    Saiba mais

    Assista ao filme Fbrica de Loucuras (1986, direo de Ron Howard) e observe as diferenas culturais e o impacto da cultura.

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    Pense nas empresas que passam por processos de fuso ou aquisio.

    Agora, reflita sobre os processos de mudana e sobre como conciliar duas culturas. Qual o impacto no comportamento das pessoas?

    Resumo

    Falamos nessa unidade sobre trabalho em equipe, conflitos, cultura organizacional e mudana.

    Vimos a diferena entre grupos e equipes. O que diferencia grupo de equipe que, alm de serem necessrias duas ou mais pessoas com objetivos comuns, para se ter uma equipe necessrio que a pessoa se perceba como parte integrante da mesma.

    importante estar atento formao da equipe e vale lembrar que a equipe tem um papel emocional valioso na vida de cada membro.

    Toda equipe leva a conflitos, mas o conflito no necessariamente ruim, pelo contrrio, quando voc est em conflito com algo que promove mudanas, quando se d a criao e a inovao. Esse tipo de conflito chamado de conflito funcional, e o que deve ser evitado o conflito disfuncional, que pode levar ao estresse.

    O estresse tambm normal e benfico quando nos mobiliza, nos desafia.

    A cultura a personalidade de uma organizao, a sua forma de ser e que faz com que uma organizao se diferencie de outra, a faz nica. Os valores fazem parte da cultura organizacional, e as pessoas tambm possuem os seus valores. Sendo assim, fundamental que esses valores sejam alinhados desde o processo seletivo, pois a no observncia dessa questo pode levar contratao de pessoas sem comprometimento e insatisfao.

    Nessas unidades vimos um pouco sobre o comportamento organizacional. O estudo do comportamento nos nveis do indivduo, dos grupos e do sistema.

    O campo de estudo do comportamento organizacional tem tido uma importncia crescente, na medida em que analisar e contextualizar o impacto que os indivduos e grupos tm sobre o comportamento organizacional passa a ser vital nas organizaes do novo milnio.

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    Como vimos, todos somos diferentes, o que torna o estudo do comportamento humano algo complexo, mas espero que esse material tenha contribudo para um melhor entendimento do seu prprio comportamento e dos demais comportamentos na organizao em geral. Ficarei muito feliz se tiver despertado seu interesse em aprofundar os estudos nessa rea.

    Exerccios

    Questo 1. (ENADE 2006) As novas polticas de pessoal, recentemente implantadas na Confeco Norma Modas, trouxeram insatisfao e estresse para o ambiente de trabalho e consequentes perdas financeiras. A insatisfao e o estresse foram detectados a partir dos seguintes indicadores:

    I - custos associados a doenas ocupacionais;

    II - violncia no trabalho;

    III - nvel de responsabilidade atribuda ao cargo;

    IV - inclinaes pessoais;

    V - absentesmo e rotatividade.

    Como fontes adequadas de investigao, esto corretos, somente:

    a. I, II e V.

    b. I, III e V.

    c. II, III e IV.

    d. II, IV e V.

    e. III, IV e V.

    Anlise das alternativas

    A alternativa correta: (a).

    I - Alternativa correta

    Justificativa: Segundo a OMS, as doenas ocupacionais como a LER e DORT so doenas ocupacionais causadas por condies desfavorveis oferecidas para o desempenho do trabalho. A LER e DORT so as siglas para Leses por Esforos Repetitivos e Distrbios Osteomusculares,

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    relacionados ao trabalho. O estresse relacionado a estas doenas gera um alto custo para as organizaes. Para o acompanhamento e tomada de decises sobre estes afastamentos, deve-se contar com um indicador de custos relativos a doenas ocupacionais.

    II - Alternativa correta

    Justificativa: Algumas das mais importantes categorias de indicadores de desempenho de QVT Qualidade de Vida no Trabalho so as que medem o nvel de relacionamento, integrao social na organizao, direito de proteo, privacidade e liberdade de expresso. Estes indicadores apontam existncia de tipos diversos de prticas violentas de qualquer natureza que possam ocorrem no ambiente de trabalho. Estas prticas resultam em estresse, bem como em um alto nvel de insatisfao entre os colaboradores de uma organizao, resultando em ausncias e baixa produtividade.

    III Alternativa Incorreta

    Justificativa: Um indicador de responsabilidade atribuda ao cargo tem mais a ver com a poltica de cargos e salrios, que deve responder: Quais os critrios de evoluo dos cargos em suas respectivas carreiras? Quais os procedimentos para dimensionar ou redimensionar atribuies e responsabilidades? Como analisar o desempenho individual e do grupo de trabalho para aplicar a remunerao varivel? Quais os critrios de planejamento e alocao da fora de trabalho disponvel? A indicao, simplesmente, da responsabilidade atribuda ao cargo, no serve como parmetro para medir o nvel de insatisfao e estresse do colaborador empossado nele.

    IV Alternativa incorreta

    Justificativa: Segundo Falconi (1996), as polticas so regras utilizadas para gerir as funes a desempenhar e garantir que os seus objetivos sejam alcanados, no deixando de considerar a consecuo dos objetivos individuais dos seus colaboradores. Procura-se com as polticas impedir que os colaboradores desempenhem funes inadequadas e/ou coloquem em risco o sucesso de suas verdadeiras funes. Compreender as inclinaes pessoais e crenas que predominam nas diferentes fases de carreira de um indivduo pode ser um caminho para indicar quais os interesses que os funcionrios tm na sua trajetria profissional, bem como seus objetivos na carreira que constroem ao longo da vida.

    V Alternativa correta

    Justificativa: O absentesmo se refere a ausncias, atrasos e ao no cumprimento de obrigaes pelo trabalhador. Dentre suas causas encontram-se as doenas ocupacionais, a alta rotatividade e outras inumerveis causas. Segundo Souto (1980), o absentesmo afeta negativamente tanto o processo de trabalho quanto a remunerao do trabalhador, com descontos no salrio, da mesma forma que o ndice de rotatividade de pessoal, com a maior possibilidade de demisso e reposio da fora de trabalho. O resultado a baixa motivao no desempenho das funes e o aumento das despesas com os processos demissionais e admissionais decorrentes.

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    Questo 2. (ENADE Psicologia 2009 - adaptado) Dados sobre acidentes de trabalho no Brasil indicam aumento dos registros de episdios depressivos (CID F32) e reaes ao estresse grave e transtornos de adaptao (CID F43). A tabela apresenta os seguintes dados:

    Ano Total de acidentes CID 10

    2006 389 F32

    2007 3560 F32

    2006 3037 F43

    2007 5170 F43

    Anurio Estatstico de Acidentes do Trabalho: AEAT 2007 (adaptado).

    Em relao a estes dados correto afirmar que:

    I. O estresse resultado de uma percepo do sujeito de que seu ambiente de trabalho ameaador s suas necessidades de realizao pessoal.

    II. O estresse pode produzir reaes positivas que no levam doena, sendo, muitas vezes, favorvel nas relaes de trabalho.

    III. As somatizaes, fadiga e depresso so algumas das reaes positivas que, quando presentes, evitam a letargia e estagnao no trabalho.

    Assinale a alternativa correta:

    a) I apenas.

    b) I e II apenas.

    c) II apenas.

    d) II e III apenas.

    e) I, II e III.

    Resoluo desta questo na Plataforma.

  • 138

    FIGURAS E ILUSTRAES

    Figura 1 - Disponvel em: . Acesso em: 14 abr. 2011.

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    Figura 11 - Disponvel em: . Acesso em: 14 abr. 2011.

    Figura 12 - Disponvel em: . Acesso em: 14 abr. 2011.

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    Figura 16 - Fonte: ROBBINS, S. Fundamentos do comportamento organizacional. So Paulo: Prentice Hall, 2004.

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    O DIABO veste Prada. Direo: David Frankel. Produo: Wendy Finerman. Los Angeles: 20th Century Fox / Peninsula Films, 2006. 1 DVD.

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    Unidade II - Questo 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Administrao. Questo 14. Disponvel em: . Acesso em: 18 mai. 2011.

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    Unidade III - Questo 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Administrao. Questo 15. Disponvel em: < http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_ADMINISTRACAO.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2011.

    Unidade IV - Questo 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Administrao. Questo 17. Disponvel em: < http://download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_ADMINISTRACAO.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2011.

    Unidade IV - Questo 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Psicologia. Questo 38. Disponvel em: < http://public.inep.gov.br/enade2009/PSICOLOGIA.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2011.

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