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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS ADITIVOS PROBIÓTICOS BACTERIANOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS Evando Alves Filgueiras Orientador: Cláudio Ulhôa Magnabosco GOIÂNIA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

ADITIVOS PROBIÓTICOS BACTERIANOS NA ALIMENTAÇÃO DE

BOVINOS LEITEIROS

Evando Alves Filgueiras

Orientador: Cláudio Ulhôa Magnabosco

GOIÂNIA

2011

ii

EVANDO ALVES FILGUEIRAS

ADITIVOS PROBIÓTICOS BACTERIANOS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS

LEITEIROS

Seminário apresentado à Disciplina

Seminários Aplicados do Programa de Pós-

Graduação em Ciência Animal da Escola de

Veterinária da Universidade Federal de

Goiás.

Nível: Mestrado

Área de Concentração:

Produção Animal

Linha de pesquisa:

Fatores genéticos e ambientais que influenciam o desempenho dos animais

Orientador:

Dr. Cláudio Ulhôa Magnabosco – EMBRAPA CERRADOS

Comitê de orientação:

Dr. Roberto Daniel Sainz Gonzalez – EMBRAPA SGE

Dr. Carlos Frederico Martins – EMBRAPA CERRADOS

GOIÂNIA

2011

iii

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .............................................................................................. iv

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... v

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 3

2.1 Histórico e conceituação de probióticos ........................................................... 3

2.2 Legislação brasileira sobre aditivos .................................................................. 5

2.3 Mecanismos de ação dos probióticos .............................................................. 6

2.3.1 Exclusão competitiva ..................................................................................... 6

2.3.2 Síntese de bacteriocinas ............................................................................... 7

2.3.3 Prevenção da acidose ruminal ...................................................................... 7

2.3.4 Ativação do sistema imune ............................................................................ 8

2.4 Efeitos dos Aditivos Probióticos para Bovinos Leiteiros ................................... 9

2.4.1 Redução da incidência de diarréia em bezerros ........................................... 9

2.4.2 Ganho em peso ............................................................................................. 9

2.4.3 Consumo de matéria seca ........................................................................... 11

2.4.4 Parâmetros ruminais ................................................................................... 12

2.4.5 Produção de leite ........................................................................................ 14

2.4.6 Composição do leite .................................................................................... 15

2.4.7 Qualidade do leite ....................................................................................... 17

2.4.8 Ausência de resultados com o uso de probióticos ...................................... 18

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 20

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 21

iv

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Microrganismos com propriedades probióticas......................... 4

TABELA 2 Efeito de Prevotella bryantii 25A e tempo de amostragem

sobre as concentrações de ácidos graxos de cadeia curta

(AGCC) e de cadeia ramificada (AGCR) (mM), lactato(mM),

NH3-N (mg/L) e pH ruminal antes e 2 e 3 h após a

alimentação................................................................................

13

v

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Consumo de matéria seca do feno ........................................... 11

FIGURA 2 Consumo de matéria seca do concentrado .............................. 11

FIGURA 3 Aumento na produção de leite ajustado para 4% de gordura

em vacas multíparas e primíparas alimentadas com

Propionibacterium P169 ...........................................................

14

FIGURA 4 Aumento nas concentrações de lactose no leite de vacas

multíparas e primíparas alimentados com Propionibacterium

estirpe P169 .............................................................................

16

FIGURA 5 Aumento nas concentrações de sólidos não gordurosos no

leite de vacas multíparas e primíparas alimentados com

Propionibacterium estirpe P169 ...............................................

16

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas tem se percebido uma grande preocupação com

a segurança alimentar, principalmente no que se refere aos resíduos de

antibióticos nos alimentos. Neste contexto, os produtos agropecuários,

principalmente a carne e o leite, tem sido alvo de críticas e embargos comerciais,

já que a busca por uma maior eficiência de produção levou pecuarista e técnicos

a utilizarem uma gama muito grande de antibióticos, antiparasitários e até mesmo

hormônios como ferramentas para viabilizem tal anseio.

Todavia, existe a possibilidade de que, se utilizado de forma incorreta,

tais princípios deixam resíduos nos produtos de origem animal, o que poderia

ocasionar a seleção de bactérias patogênicas resistentes a antibióticos e

quimioterápicos, diminuindo ou anulando o efeito benéfico destes produtos nos

tratamentos de doenças em humanos.

Estas preocupações com um produto final de qualidade, livre do

resíduo de antibióticos tem sido notada em todos os elos da cadeia de lácteos,

por isso o uso de fontes alternativas que proporcionem incremento de produção,

melhoria da saúde dos animais e melhoria da qualidade do leite, sem oferecer

risco à saúde humana ou animal tem tomado espaço no mercado atual.

Uma destas alternativas tem sido o uso de aditivos probióticos na dieta

de vacas em lactação ou animais em fase de aleitamento. Isto ocorre porque de

acordo com KREHBIEL et al. (2003) os probióticos tem a capacidade de prevenir

a colonização de patógenos indesejáveis no intestino, melhorando a saúde e o

desempenho animal, diminuindo ainda o risco de acidose ruminal em vacas

leiteiras, melhorando também a resposta imune em vacas e bezerros.

Todavia, apesar de vários autores relatarem os benefícios com o uso

destes produtos (SAINZ et al. 2011, MAGNABOSCO et al. 2010, STEIN et al.

2006, FRANCISCO et al. 2002) os mecanismos de ação que levam a tais

benefícios, principalmente dos probióticos a base de bactérias, ainda não estão

devidamente elucidados, o que se percebe de uma forma geral é que os

probióticos melhoram a saúde do hospedeiro, resultando em melhores índices

produtivos, melhorando ainda a qualidade do produto final.

2

Objetivou-se com esta revisão apresentar conhecimentos científicos

relacionados à suplementação dietética de bovinos leiteiros com probióticos

bacterianos, os mecanismos de ação conhecidos até o momento, seus reflexos

na saúde e produção destes animais, bem como sua influência na composição e

qualidade do leite.

3

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Histórico e conceituação de probióticos

O consumo de microrganismos através de leites fermentados para

melhoria da saúde humana é relatado desde tempos imemoriais, porém, estudos

em animais são relatados a partir do ano de 1980 (GONZALES 2011). Em 1989,

FULLER (1989) definiu o termo probiótico como sendo um suplemento alimentar

composto por microorganismos vivos que beneficiam a saúde do hospedeiro,

através do equilíbrio da microflora intestinal.

Em trabalhos norte-americanos com aditivos probióticos nota-se o

emprego do termo DFM (Direct-fed microbials). Esta nomenclatura foi adotada por

que não existia um consenso referente á inclusão de culturas de leveduras e

bactérias nas dietas de ruminantes, por isso, em 1989 o FDA (Food and Drug

Administration) entidade responsável pelo registro e liberação de drogas,

antibióticos, aditivos ou qualquer outra substância de uso em humanos e animais

dos EUA, exigiu que os fabricantes adotassem o termo DFM (Direct-fed

microbials), em vez de probiótico (MARTIN & NISBET, 1992). O FDA define DFM

como uma fonte de microorganismos vivos (viável) de ocorrência natural no

organismo animal (KREHBIEL et al. 2003).

No Brasil utiliza-se ainda o termo probiótico, que pode ser definido

como cepas de microrganismos vivos e viáveis, que agem como auxiliares na

recomposição da microbiota do trato digestivo dos animais, diminuindo o número

dos microrganismos patogênicos ou indesejáveis (MAPA, 2011a).

De acordo com COPPOLA & TURNES (2004) os microrganismos

classificados como probióticos devem apresentar as seguintes características:

não ser patogênicos aos humanos e animais, ser resistentes aos ácidos e

enzimas do trato digestivo, não transportar genes de resistência a antibióticos,

possuir propriedades antimutagênicas e anticarcinogênicas, permanecer viável no

alimento até o momento da ingestão e gerar benefícios ao hospedeiro.

HOLZAPFEL (2001) subdivide os microrganismos probióticos em dois

grupos: bactérias do acido láctico e bactérias não ácidas lácticas conforme

4

descrito na Tabela 1. É importante ressaltar que os microorganismos

Saccharomyces cerevisiae e boulardii não são bactérias, mas sim fungos

conforme descrito por BITENCOURT et al. (2011).

TABELA 1 – Microrganismos com propriedades probióticas

Bactérias ácido lácticas Bactérias não ácido lácticas

Lactobacillus Bifidobacterium Outras Bactérias

L. acidophilus B. adolescentis Enterococcus

faecalis Bacillus cereus var. toyoi

L. amylovorus B. animalis Enterococcus

faecium Bacillus subtilis

L. casei B. bifidum Lactococcus lactis Escherichia coli cepa nissle

L. crispatus B. breve Leuconstoc

mesenteroides

Propionibacterium

freudenreichii

L. bugaricus B. infantis Pediococcus

acidilactici Saccharomyces cerevisiae

L. galinarum B. lactis Sporolactobacillus

inulinus Saccharomyces boulardii

L. gasseri B. longum Streptococcus

thermophilus

L. johmssnii

L. paracasei

L. plantarum

L. reuteri

L. rhamnous

Fonte: Adaptado de HOLZAPFEL (2001)

Os principais aditivos probióticos comerciais para ruminantes incluem

bactérias do gênero Lactobacilli, como o Lactobacillus acidophilus e várias

espécies de Bifidobacterium, Enterococcus e Bacillus e ainda leveduras como

Saccharomyces cerevisiae e boulardii. No entanto, trabalhos científicos têm sido

conduzidos com outros microrganismos potencialmente viáveis para a nutrição de

ruminantes, como por exemplo, a bactéria Prevotella bryantii estirpe 25 A

(CHIQUETTE et al., 2008) e Megasphaera elsdenii (HASHIZUME et al., 2003) e

Propionibactérias (STEIN et al., 2006).

5

2.2 Legislação brasileira sobre aditivos

Conforme redação dada pela Instrução Normativa 15/2009 (MAPA,

2011b) o termo aditivo refere se aos produtos destinados à alimentação animal,

sendo substância, microorganismo ou produto formulado, adicionado

intencionalmente aos produtos, que não é utilizado normalmente como

ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as características dos

produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais, melhore o

desempenho dos animais sadios e atenda às necessidades nutricionais ou tenha

efeito anticoccidiano.

O Regulamento técnico sobre aditivos para produtos destinados à

alimentação animal (IN 12/2004) (MAPA, 2011a) classifica os aditivos de acordo

com suas funções e propriedades nas seguintes categorias: aditivos tecnológicos

compreendem qualquer substância adicionada ao produto destinado à

alimentação animal com fins tecnológicos; aditivos sensoriais melhoram ou

modificam as propriedades organolépticas ou as características visuais dos

produtos; aditivos nutricionais correspondem a toda substância utilizada para

manter ou melhorar as propriedades nutricionais do produto; aditivos zootécnicos

influem positivamente na melhoria do desempenho dos animais; aditivos

anticoccidianos eliminam ou inibem protozoários.

Os aditivos zootécnicos incluem os seguintes grupos funcionais:

digestivo, substância que facilita a digestão dos alimentos ingeridos, atuando

sobre determinadas matérias primas destinadas à fabricação de produtos para a

alimentação animal; equilibradores da flora, microorganismos que formam

colônias ou outras substâncias definidas quimicamente que têm um efeito positivo

sobre a microbiota do trato digestório; e melhoradores de desempenho,

substâncias que melhoram os parâmetros de produtividade (MAPA, 2011a).

Os probióticos enquadram-se como aditivos zootécnicos equilibradores

da microbiota do trato digestório e são definidos como cepas de microrganismos

vivos (viáveis), que agem como auxiliares na recomposição da microbiota do trato

digestivo dos animais, diminuindo o número dos microrganismos patogênicos ou

indesejáveis (MAPA, 2011a).

6

2.3 Mecanismos de Ação dos Probióticos

De acordo com GARCIA (2008) os mecanismos de ação dos

probióticos no organismo animal ainda não estão bem definidos, porém acredita-

se que os mesmos apresentem pelo menos quatro tipos de mecanismos de ação

que ocasionam benefícios ao hospedeiro. São eles: a exclusão competitiva seja

por nutrientes ou por sítios de ativação; síntese de bacteriocinas que agem como

antibióticos naturais; prevenção da acidose ruminal; e ativação do sistema imune.

2.3.1 Exclusão competitiva

SALMINEN et al. (1996) relatou que os microrganismos presentes no

trato gastrointestinal (TGI) precisam aderir à mucosa intestinal para produzir suas

toxinas, uma vez que a adesão evita que os mesmos sejam eliminados pelos

movimentos peristálticos. FULLER & BROOKER (1974) afirmam que a aderência

dos microrganismos no intestino depende da interação entre os

mucopolissacarídeos da parede celular e da camada de mucopolissacarídeos

semelhante na mucosa intestinal, sendo assim os vários gêneros de

microrganismos presentes no TGI possuem sítios de aderência específicos na

mucosa intestinal.

CROSS (2002) e KREHBIEL et al. (2003) relatam que um dos

principais efeitos dos probióticos no intestino seria a exclusão competitiva dos

microrganismos patogênicos, uma vez que os mesmo ocupariam os mesmo sítios

de ativação de tais microrganismos. KREHBIEL et al. (2003) relata ainda que

outra forma de competição seria por alimentos, uma vez que microrganismos

benéficos colonizaram a mucosa intestinal, a disponibilidade de nutrientes para os

microrganismos patogênicos tendem a ser menor.

Dessa forma fica evidenciada a importância de se fornecer de forma

contínua doses diárias de probióticos, para que se maximize seu efeito benéfico

ao hospedeiro (COPPOLA & TURNES, 2004).

7

2.3.2 Síntese de bacteriocinas

Algumas cepas probióticas possuem ainda a capacidade de inibir a

multiplicação de microrganismos patogênicos, através da síntese de

bacteriocinas, influenciando diretamente a saúde do hospedeiro (JIN et al., 2000;

OGAWA et al., 2001).

De acordo com RUSSEL & MANTOVANI (2002) bacteriocinas são

peptídeos antimicrobianos de baixo peso molecular, sendo produzidas por

bactérias gram-positivas e gram-negativas, que apresentam espectro de ação

variado. A atuação das bacteriocinas ocorre primariamente sobre a membrana

plasmática bacteriana, formando poros que possibilitam a perda de componentes

citoplasmáticos, ocasionando a morte celular (MOLL et al., 1999).

MATOVANI et al. (2001) identificaram e caracterizaram algumas

bacteriocinas em bactérias do rúmen, sendo estas substâncias mais efetivas

contra bactérias gram-positivas. A ação antimicrobiana desses peptídeos

assemelha se à dos ionóforos (RUSSEL & MANTOVANI, 2002).

LEE et al. (2002) demonstraram que a bateriocina ruminal Bovicina

HC5 produzida por Streptococcus bovis HC5 inibiu a produção de amônia por

culturas puras de Clostridium aminophilum e a produção de metano in vitro, por

culturas mistas de microrganismos do rúmen. CALLAWAY et al. (1997)

verificaram que o Lactococcus lactis produzia uma bacteriocina conhecida como

Nisina, que possuía efeito inibitório sobre a produção de amônia por algumas

bactérias.

2.3.3 Prevenção da acidose ruminal

Existem trabalhos que demonstram que os probióticos bacterianos

possuem efeitos benéficos no ambiente ruminal, principalmente na prevenção de

acidose. Um dos mecanismos propostos seria de que a produção de lactato pelas

cepas probióticas induziria a seleção de bactérias consumidoras deste produto

(GHORBANI et al., 2002). Outro mecanismo seria que as próprias cepas

probióticas utilizariam o lactato, reduzindo assim suas concentrações no ambiente

8

ruminal, como por exemplo, as Propionibacterium, que utilizam o lactato para

produzir propionato e outros ácidos graxos de cadeia curta (KREHBIEL et al.,

2003)

Todavia, a maioria dos relatos sobre ação dos probióticos na

prevenção de acidose ruminal é atribuído as leveduras, que podem atuar

controlando os níveis de oxigênio no ambiente ruminal e estimulando o

crescimento de bactérias desejáveis no rúmen através de pequenos grupos de

peptídeos não identificados ainda, que estimulam o crescimento desses

microrganismos (BARBOSA et al., 2004).

2.3.4 Ativação do sistema imune

Além de seu papel na digestão e absorção dos nutrientes, o TGI

fornece ao animal proteção contra a presença de antígenos presentes nos

alimentos e microrganismos patogênicos que colonizam o lúmen intestinal. Estas

respostas podem ser inespecíficas (inatas) ou específicas (adaptativas)

(KREHBIEL et al., 2003).

De acordo com SAXELIN et al. (2005) os probióticos podem atuar no

intestino ativando o sistema imune, reforçando a barreira da mucosa e suprimindo

as inflamações intestinais. Esses efeitos podem estar relacionados à capacidade

de os microrganismos do probiótico interagirem com as placas de Peyer e as

células epiteliais intestinais, estimulando as células B produtoras de IgA e a

migração de células T para a mucosa intestinal (PERDIGÓN et al. 2003).

Também tem sido demonstrado que os probióticos favorecem a atividade

fagocítica inespecífica dos macrófagos alveolares, sugerindo uma ação sistêmica

por secreção de mediadores que estimulariam o sistema imune (CROSS, 2002).

ISOLARI et al. (2001) relatam que a administração oral de Lactobacillos

sp resultou em um aumento da resposta imune inata, ou seja, aumento da

fagocitose, bem como uma elevada produção de imunoglobulina (IGA) e uma

diminuição da produção de IgE em humanos e animais.

9

2.4 Efeitos dos Aditivos Probióticos para Bovinos Leiteiros

2.4.1 Redução da incidência de diarréia em bezerros

TIMMERMAN et al. (2005) utilizando um composto com cepas de

Lactobacillus, Lactococcus e Enterococcus na alimentação de bezerros recém

nascidos verificaram redução nos casos de diarréia, e também no número de dias

que os animais permaneciam com diarréia no lote de animais que consumiam o

probiótico (P<0,05).

De acordo com BATISTA et al. (2008) a adição de probiótico

(Lactobacillus acidophillus, Bifidobacterium bifidum e Enterococus faecium) ao

leite sem resíduo de antimicrobiano reduziu o número de dias com diarréia de

bezerras holandesas, de um a 60 dias de idade (P<0,05).

SIGINORINI et al. (2011) realizou uma meta-análise com trabalhos

referentes ao uso de probióticos em bezerros e constatou que em 70% dos

experimentos o uso destes aditivos reduziu a incidência de casos de diarréia

(P<0,05).

TIMMERMAN et al. (2005) relatam que bezerros geralmente são

submetidos a estresses como transporte, mudanças alimentares e criação em

bezerreiros que não oferecem boas condições sanitárias, o que resulta em

constante exposição à patógenos, agravando os casos de diarréia.

Desta forma, a redução da incidência de diarréia em bezerros com uso

de probióticos pode ser explicada pelos relatos de KREHBIEL et al. (2003) e

CHIQUETTE (2009) que afirmam que algumas cepas probióticas podem auxiliar

na eliminação de bactérias patogênicas do intestino, seja por ação das

bacteriocinas, ou por exclusão competitiva, impedindo que tais bactérias

colonizem a mucosa intestinal e produzam suas toxinas.

2.4.2 Ganho em peso

GARCIA (2008) avaliou o ganho em peso de 38 animais da raça

holandesa recém nascidos recebendo sucedâneo do leite (controle) e sucedâneo

10

do leite mais 1, 2 ou 3 gramas de um probiótico comercial a base de Bacillus

subtilis, e verificou um maior ganho em peso diário nos animais que consumiam 4

gramas do probiótico (P<0,05).

MEYER et al. (2001) utilizando um probiótico à base de Lactobacillus

acidophilus, Enterococcus faecium e Saccharomyces cerevisiae, também

verificaram um aumento no ganho em peso de 79 bezerros recém nascidos da

raça holandesa.

TIMMERMAN et al. (2005) utilizando um composto com cepas de

Lactobacillus, Lactococcus e Enterococcus na alimentação de bezerros recém

nascidos verificaram uma diferença de 46% no ganho em peso dos animais

tratados quando comparados com o lote controle, o autor enfatiza ainda que o

ganho em peso dos animais foi potencializado pelas condições precárias de

higiene, expressando desta forma o efeito imunoprotetor dos probióticos.

Antes do nascimento o trato digestivo de bezerros geralmente é estéril,

ocorrendo à colonização por vários microrganismos somente após o nascimento.

Em condições saudáveis e não estressantes, uma microflora benéfica coloniza o

rúmen e o intestino em uma relação de simbiose em que os microrganismos

suprem nutrientes para o hospedeiro (KUNG JR, 2011).

Porém, conforme relatado por TIMMERMAN et al. (2005), bezerros

oriundos de propriedades leiteiras são geralmente submetidos a estresses,

mudanças alimentares e criação em bezerreiros que não oferecem boas

condições sanitárias, o que resulta em constantes exposições à patógenos,

elevando assim o risco do estabelecimento de uma microbiota indesejável,

resultando em comprometimento da eficiência alimentar e incidência de diarréias.

Dessa forma, o melhor desempenho em ganho de peso obtido pelos

animais que receberam o probiótico na alimentação pode ser explicado pela

função de exclusão competitiva e colonização da mucosa intestinal (KREHBIEL et

al. 2003), o que pode auxiliar no estabelecimento de uma microbiota benéfica,

ocasionando assim um melhor desempenho desses animais.

Este fato pode ser reforçado pelo maior consumo de matéria seca

observado por GARCIA (2008) no lote que consumiu o probiótico, indicando um

11

melhor desenvolvimento do trato digestivo destes animais (LESMEISTER et al.,

2004). MEYER et al. (2001) não verificaram aumento no consumo de matéria

seca, porém foi observada uma melhoria de 18,2% (P<0,05) na conversão

alimentar.

2.4.3 Consumo de matéria seca

GARCIA (2008) relata que a adição de probióticos (Bacillus Subtilis) na

dieta de bezerros recém nascidos até 56 dias de idade, aumentou o consumo de

matéria seca do feno (Figura 1), porém não foi percebido aumento no consumo de

concentrado (Figura2).

FIGURA 1 – Consumo de matéria seca do feno.

FIGURA 2 – Consumo de matéria seca do concentrado.

12

A influência dos probióticos no consumo de matéria seca em bovinos

na fase de aleitamento não foi explicada por nenhum dos autores, porém acredita-

se que a eliminação de bactérias patogênicas ocasionando o aumento da flora

benéfica, devido aos probióticos no TGI, conforme descrito por KREHBIEL et al.

(2003), possa de alguma forma estar associada ao evento observado. Já a

ausência de diferença no consumo de matéria seca do concentrado pode ser

explicada pela interrupção do fornecimento do sucedâneo do leite, o que

provocou um aumento no consumo de concentrado (GARCIA, 2008).

Em contrapartida, FRANCISCO et al. (2002) verificaram uma redução

no consumo de matéria seca ao adicionar 17 gramas de Propionibacterium estirpe

P169 na dieta de vacas da raça holandesa avaliadas desde duas semanas pré

parto até 12 semanas pós parto, 35,3 e 38,9 kg de MS/animal/dia para os lotes

tratamento e controle, respectivamente.

Conforme relatado pelo autor, a redução no consumo de matéria seca

no lote de animais que consumiram a Propionibacterium pode ter sido provocada

pelo aumento nos níveis plasmáticos de leptina. Hormônio este que parece atuar

como um modulador no consumo de alimento (INGVARTSEN & ANDERSEN,

2000). Já o aumento deste hormônio no sangue pode ter sido provocado pela

tendência (P<0,10) observada de melhoria no balanço energético dos animais que

receberam o probiótico, aumentado a gordura corporal destes animais.

De acordo com DELAVAUD et al. (2000) a leptina é produzida pelos

adipócitos ou células gordurosas, dessa forma a melhoria do balanço energético

pode ocasionar o aumento das concentrações de leptina no sangue (EHRHARDT

et al. 2000)

2.4.4 Parâmetros ruminais

STEIN et al. (2006) avaliaram a suplementação de vacas holandesas

primíparas e multíparas com Propionibacterium estirpe P169 e constataram que

os níveis de propionato ruminal apresentaram maior porcentagem molar no lote

tratamento quando comparado ao lote controle.

13

CHIQUETTE et al. (2008) examinaram efeitos da adição diária de cepa

da Prevotella bryantii (estirpe 25A) na dieta de 12 vacas no início da lactação. A

concentração ruminal de lactato foi semelhante antes da alimentação entre as

vacas controle e tratadas. No entanto, 2 e 3 h após a alimentação a concentração

de lactato foi menor em vacas recebendo P. bryantii em comparação com vacas

controle (0,7 vs 1,4 mM). A concentração de N-NH3 foi maior nas vacas tratadas

do que em vacas controle (174 vs 142 mg/L). As concentrações de acetato (65,5

vs 57,8 mM), butirato (12,7 vs 10,5 mM) e ácidos graxos de cadeia ramificada

(0,90 vs 0,75 mM) foram maiores em amostras após a alimentação de vacas

tratadas em comparação com vacas controle (Tabela 2).

TABELA 2 - Efeito de Prevotella bryantii 25A e tempo de amostragem sobre as

concentrações de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e de cadeia ramificada

(AGCR) (mM), lactato (mM), NH3-N (mg/L) e pH ruminal antes e 2 e 3 h após a

alimentação

Antes da alimentação

Após a alimentação

Item Controle P. bryantii Valor P

Controle P. bryantii Valor P

Total AGCC 79,4 82,7 0,33

98,0 108,7 0,07

Acetato (A) 49,3 52,6 0,10

57,8 65,5 0,004

Propionato (P) 20,8 19,0 0,27

26,3 26,3 0,99

Butirato 6,59 8,24 0,03

10,5 12,7 0,01

Valerato 0,90 0,94 0,71

1,42 1,51 0,72

AGCR-C41 0,73 0,80 0,18

0,75 0,90 0,02

AGCR-C52 1,03 1,13 0,36

1,26 1,67 0,08

A:P 2,51 2,93 0,05

2,31 2,60 0,10

Lactato 0,21 0,21 0,56

1,40 0,70 0,05

NH3-N 132 156 0,17

152 195 0,03

pH 6,33 6,24 0,17

5,84 5,79 0,39

1Ácidos graxos com 4 carbonos de cadeia ramificada

2Ácidos graxos com 5 carbonos de cadeia ramificada

Fonte: Adaptado de CHIQUETTE et al. (2008)

NOCEK et al. (2002) relatam uma redução no risco de acidose em

vacas leiteiras alimentadas com uma combinação de bactérias produtoras de

14

lactato (Lactobacillus e Enterococcus). Provavelmente porque a produção de

lactato por estas bactérias acabou aumentando as populações de bactérias

consumidoras de lactato, prevenindo assim o acúmulo deste acido no rúmen

(GHORBANI et al., 2002).

2.4.5 Produção de leite

STEIN et al. (2006) trabalhando com 38 vacas primíparas e multíparas

da raça Holandesa, divididas em 3 tratamentos contendo ou não

Propionibacterium estirpe P169 (Controle, Baixa dose de P169 – 6 x 1010, e alta

P169 – 6 x 1011) constataram aumento na produção de leite corrigido para 4% de

gordura, 7,1 e 8,5% (Figura 1) nos tratamentos alta e baixa dose de P169 em

relação ao lote controle (P<0,003).

FIGURA 3 – Aumento na produção de leite ajustado para 4% de gordura em

vacas multíparas e primíparas alimentadas com Propionibacterium P169.

15

MAGNABOSCO et al. (2010) utilizando um simbiótico à base de

Lactobacillus acidophilus, Enterococcus faecium, Bacillus subtilis e

Saccharomyces cerevisiae, com mais três enzimas digestivas (celulase,

hemicelulase e xilanase) verificaram um aumento de 10% na produção de animais

da raça Girolando (P<0,05).

NOCEK & KAUTZ (2006) relatam um aumento de 6% (P<0,01) na

produção de leite de vacas da raça Holandesa quando utilizou um probiótico a

base de Enterococcus faecium e Saccharomyces cerevisiae. Resultados

semelhantes foram encontrados por NOCEK et al. (2003).

Vários podem ser os mecanismos pelos quais o uso de probióticos

estimula a produção de leite, pois os efeitos benéficos dos mesmos conforme

descrito por KREHBIEL et al. (2003) como ativação do sistema imune e

prevenção de acidose ruminal, podem melhorar a saúde dos animais como um

todo, refletindo em maiores produções.

É importante ressaltar também que os resultados encontrados por

SAINZ et al. (2011) e MAGNABOSCO et al. (2010) indicando uma redução na

contagem de células somáticas (CCS) de animais em lactação, podem também

contribuir para o aumento na produção de leite, uma vez que a contagem de

células somáticas exerce efeito negativo na produção de leite (COLDEBELLA et

al. 2004)

2.4.6 Composição do leite

STEIN et al. (2006) trabalhando com 38 vacas holandesas primíparas e

multíparas, divididas em 3 tratamentos contendo ou não Propionibacterium estirpe

P169 (Controle, Baixa dose de P169 – 6 x 1010, e alta P169 – 6 x 1011)

constataram aumento na concentração de lactose (Figura 2) e sólidos

desengordurados (Figura 3) nos lotes tratamentos em relação ao lote controle.

16

FIGURA 4 – Aumento nas concentrações de lactose no leite de vacas multíparas

e primíparas alimentados com Propionibacterium estirpe P169

FIGURA 5 – Aumento nas concentrações de sólidos não gordurosos no leite de

vacas multíparas e primíparas alimentados com Propionibacterium estirpe P169.

,

,

,

,

,

,

,

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,

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,

17

NOCEK & KAUTZ (2006) relatam um aumento na concentração de

gordura do leite de vacas da raça Holandesa, 4,65 vs 4,59%, quando utilizou um

probiótico a base de Enterococcus faecium e Saccharomyces cerevisiae em

comparação com o lote controle. Resultados semelhantes foram encontrados por

NOCEK et al. (2003).

FRANCISCO et al. (2002) não observou aumento nas concentrações

de lactose e gordura quando adicionaram 17 gramas de Propionibacterium estirpe

P169 na dieta de vacas da raça holandesa avaliadas desde 2 semanas pré parto

até 12 semanas pós parto, porém os mesmos observaram aumento na proteína

na primeira semana pós parto (P<0,05).

O aumento nos teores sólidos do leite pode estar diretamente

relacionados com as mudanças ocorridas na fermentação ruminal, resultando em

mudanças nas concentrações de ácidos graxos de cadeia curta, como acetato e

propionato (STEIN et al., 2006, CHIQUETTE et al., 2008), estes ácidos são de

grande importância na síntese da gordura do leite, sendo ainda o propionato o

principal precursor da glicose (ANTUNES et al., 2011) percussor da lactose no

leite.

De acordo com RULQUIN et al. (2004) a síntese de propionato

economiza aminoácidos glicogênicos na gliconeogênese, o que por sua vez pode

resultar em aumento da disponibilidade de aminoácidos para síntese de proteína

no leite (STEIN et al., 2006).

Outro fato que pode estar diretamente relacionado com o aumento dos

teores de sólidos do leite seria a redução de células somáticas ocasionada pelos

probióticos conforme descrito por SAINZ et al. (2011) e MAGNABOSCO et al.

(2010), uma vez que autos índices de CCS podem influenciar de forma negativa

na composição do leite (SCHAELLIBAUM, 2000).

2.4.7 Qualidade do leite

SAINZ et al. (2011) utilizando um simbiótico à base de Lactobacillus

acidophilus, Enterococcus faecium, Bacillus subtillis e Sacharomices cerevisiae

associado a três enzimas digestivas (celulase, hemicelulase e xilanase)

18

verificaram uma redução média de 53% na contagem de células somáticas (CCS)

em vacas da raça holandesa e girolando. MAGNABOSCO et al. (2010)

trabalhando com a mesma composição verificaram redução de 34% na CCS de

vacas girolando.

Como ao aumento da CCS geralmente é ocasionado pela presença de

células de defesa do organismo para combater uma inflamação na glândula

mamária, o efeito dos probióticos favorecendo a atividade fagocitária de forma

sistêmica, conforme descrito por CROSS (2002) poderia prevenir o aumento

destas células no leite. A fagocitose é responsável pela ativação precoce da

resposta inflamatória antes da produção de anticorpos, produzindo agentes

tóxicos como reativos de oxigênio e enzimas líticas (ISOULARI, 2001)

2.4.8 Ausência de resultados com o uso de probióticos

Existem relatos na literatura de ausência de resultados positivos com o

uso de probióticos, como no ganho em peso (GONÇALVES et al. 2000,

GORGULU et al. 2003), redução da incidência de diarréia (GARCIA, 2008,

GORGULU et al. 2003) consumo de matéria seca (RAETH-KINIG et al. 2007,

STEIN, 2006), produção de leite (SAINZ et al., 2011, FRANCISCO et al., 2002) e

composição do leite (SAINZ et al., 2011, MAGNABOSCO et al., 2010).

KREHBIEL et al. (2003) relatam que os casos de ausência de efeito da

adição de probióticos na dieta de bezerros estão geralmente associados à falta de

desafio sanitário, dado este reforçado por TIMMERMAN et al. (2005) que

relataram uma potencialização no ganho em peso de bezerros criados em

condições sanitárias desfiadoras recebendo dietas a base de probióticos.

Nos trabalhos de SAINZ et al. (2011) também percebe-se que houve

um aumento na contagem de células somáticas das vacas que não recebiam a

suplementação com culturas probióticas quando foram desafiadas, principalmente

pela entrada no período chuvoso, que por sua vez agrava as condições sanitárias

do ambiente, contudo não foi verificado aumento na CCS de vacas recebendo a

cultura probiótica.

19

Estes relatos reforçam os mecanismos de ação propostos por ISOLARI

et al. (2001) e KREHBIEL et al. (2003) em que os probióticos exercem a função

de proteção do organismo animal, seja pela exclusão competitiva, pela produção

de bacteriocinas ou pela indução de ativação do sistema imune, podendo ainda

melhorar de forma sensível o aproveitamento dos nutrientes.

20

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os probióticos têm apresentado potencial para melhorar a saúde e

desempenho de bovinos leiteiros, porem os mecanismos de ação propostos,

muitas vezes parece não ser devidamente identificados em alguns experimentos,

sendo necessário um maior detalhamento para sua compreensão.

A variação de resultados sejam elas no desempenho produtivo ou na

saúde dos animais pode estar relacionadas à ausência de um consenso quanto à

dosagem, tipo de microorganismo e forma de fornecimento, o que muitas vezes

pode gerar resposta equivocadas.

Nos trabalhos onde o uso de aditivos probióticos refletiu em benefícios

para a produção ou saúde animal, geralmente não são apresentadas discussões

sobre a viabilidade econômica destes produtos, o que por sua vez é de

fundamental importância para a disseminação desta tecnologia no campo.

21

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