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RAFAEL ALVES BELINO Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de corte em confinamento Cuiabá – MT 2011

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RAFAEL ALVES BELINO

Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de

corte em confinamento

Cuiabá – MT

2011

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RAFAEL ALVES BELINO

Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de

corte em confinamento

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal de Mato Grosso para a obtenção do título de Mestre em Ciência Animal. Área de Concentração: Nutrição e Produção de Ruminantes. Orientador : Prof. Dr. Joanis Tilemahos Zervoudakis Co-Orientadores: Prof. Dra. Luciana Keiko Hatamoto-Zervoudakis e Prof. Dr. Luciano da Silva Cabral

Cuiabá – MT

2011

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE – O AUTOR.

FICHA CATALOGRÁFICA Bb431

B431 Belino, Rafael Alves

Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de corte em confinamento / Rafael Alves Belino. – Cuiabá: UFMT, 2011.

101 f. : il. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Mato

Grosso. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Área de Concentração: Nutrição e Produção de Ruminantes. Orientador: Prof. Dr. Joanis Tilemahos Zervoudakis 1. Milho grão inteiro 2. Alto teor de concentrado

3. Consumo 4. Ganho de peso 5. Nitrogênio amoniacal 6. Ph ruminal I. Título

Catalogação na fonte: Ana Lúcia Ramos de Melo CRB1/2087

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Dedicatória

A DEUS, à minha família e

Aos meus pais, Itamar Alves Belino e Lucineide Araújo Belino.

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Agradecimentos

A DEUS, que em todos os momentos difíceis carregou-me em seus braços.

A minha esposa Rafaela, esta pessoa que é fundamental em todos os meus passos nesta

pequena mais promissora caminhada, pois sempre esteve ao meu lado.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Joanis Tilemahos Zervoudakis, que me guiou e deu-me a mão

quando em alguns tropeços me deparei. OBRIGADO JOANIS!

Fazendo das palavras da Rafa as minhas, não poderia deixar de agradecer também ao próprio

Mestrado e ao João R. Junior porque sem eles não teria tido a chance de conhecer uma mulher

maravilhosa, Rafaela Zanin, minha namorada, e agora minha esposa. TE AMO RAFA!

OBRIGADO POR ME ATURAR NESSES DIAS DIFÍCEIS DE FINALIZAÇÃO DA

DISSERTAÇÃO!

Aos membros da banca examinadora e co-orientadores ao médico veterinário

Francisco Carlos Zanin, à empresa Rico Nutrição Animal, à Fazenda Agroindustrial Aricá, à

empresa Alltech, pela doação das cânulas ruminais ao INCT – Ciência Animal, pela

concessão da bolsa de estudo, pois estes foram fundamentais para a elaboração desta

dissertação.

E por último, mais não menos importante, todos os amigos, profissionais, estagiários e

colaboradores do setor de bovinos de corte pela ajuda.

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RESUMO

BELINO, Rafael Alves. Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de corte em confinamento. 2011 105f. Dissertação (Mestrado em ciência animal) Faculdade de Agronomia Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2011. O sistema de confinamentos tem passado por inovações tecnológicas, utilizando-se cada vez mais explorar o potencial dos animais em busca de maior produtividade o uso de dietas altamente concentrada tem sido cada vez mais constante, contudo, o objetivo desta pesquisa foi avaliar diferentes aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos constituídas por 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo peletizado, este último composto por 11,55% de farelo de soja, 0,3% uréia e 3,15% de macro e micro minerais e aditivos. Os aditivos avaliados foram: monensina sódica (M), levedura viva (LV), virginiamicina (VI) e a combinação de monensina sódica, levedura viva e virginiamicina (MLVVI). Foram conduzidos dois experimentos, o primeiro avaliou a viabilidade econômica e o desempenho produtivo de 60 bovinos Nelore, machos castrados, peso inicial de 420 kg e idade de 46 meses, em 4 lotes de 15 animais em delineamento inteiramente casualizado (DIC). O período experimental foi de 99 dias para as dietas (M) e (MLVVI) e 86 dias para as dietas (VI e LV), onde sobras e fornecido eram monitoradas diariamente. Não houve diferenças significativas (P>0,10) para nenhuma das variáveis analisadas como: ganho médio diário (GPD kg/dia), consumo médio diário de ração (CSR kg/dia), conversão média alimentar (CA), rendimento de carcaça quente (RCQ %) em função das dietas experimentais, apresentaram respectivamente médias de 1,15, 7,02, 6,12 e 53,25. Na avaliação econômica observou remuneração verificando-se receitas de R$ 0,51; 0,58; 0,14 e 0,17, respectivamente, para as dietas M, LV, VI e MLVVI. Cenários foram simulados obtidos a partir do coeficiente de variação de algumas variáveis, considerando a série de preços de 2007 a 2010 da arroba do boi e do milho saca de 50 kg, corrigidos com o índice geral de preços disponibilidade interna (IGP-DI). Gerando seis simulações de viabilidade econômica para todos os cenários, sendo eles o melhor, pior, médio, mais provável, otimista e pessimista, obtendo-se respectivamente remuneração de R$ 2,10, -1,43, 0,45, 0,36, 1,32 e -0,43. No segundo experimento avaliou os parâmetros ruminais de oito bovinos mestiços Europeu x Zebu, castrados, canulados no rúmen, peso médio inicial de 590 kg em delineamento quadrado latino 4x4 duplicado (DQL), em piquetes individuais. Foi verificado diferença estatística para os valores de pH ruminal no horário 0, com efeito de tratamento (p=0,044) posteriormente verificado pela análise dos contraste estatisticamente significativo (p=0,0605) para efeito entre dietas (MLVVI vs. VI+LV+M) e (p=0,0346) entre as dietas (LV vs. M); e não significativos no mesmo horário para a concentração de nitrogênio amoniacal N-NH3 (mg/dl) entre tratamentos. Não houve diferença de consumos médios de MS, e dos nutrientes PB, EE, CT e FDN (kg/dia e % PV). Houve efeito de tratamento para a digestibilidade da FDN (p=0,0882) e CT (p=0,0482), não apresentando significância estatística em nenhuma das variáveis nos contrastes ortogonais. Houve diferença entre as rações para o nitrogênio ureico no plasma NUP (mg/dl) (p=0,0807) não apresentando significância estatística para nenhum dos contrastes. O uso combinado de aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos não possibilitou incrementos no desempenho animal. Palavras chave: milho grão inteiro, alto teor de concentrado, consumo, ganho de peso, nitrogênio amoniacal, pH ruminal.

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ABSTRACT

BELINO, Rafael Alves. Additives in diets of high grain supply for beef cattle feedlot. 2011 107f. Dissertação (Mestrado em ciência animal) Faculdade de Agronomia Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2011. The system of constraints has been through technological innovations, using increasingly exploring the potential of livestock in search of more productive use of highly concentrated diets have been more constant, however, the purpose of this study was to evaluate different additives Diets high in grain supply consisting of 85% whole corn grain and 15% of core pellets, the latter composed of 11.55% soybean meal, 0.3% urea and 3.15% of macro and micro minerals and additives. Treatments were: monensin (M), live yeast (LV), virginiamycin (VI) and the combination of monensin, virginiamycin and live yeast (MLVVI). Two experiments were conducted, the first assessed the economic viability and productive performance of 60 Nellore steers, initial weight of 420 kg and age 46 months, in 4 batches of 15 animals in a randomized design (CRD). The experiment lasted 99 days for diets (M) and (MLVVI) and 86 days for diets (VI and LV), where remains were supplied and monitored daily. No significant differences (P> 0.10) for any of the variables such as average daily gain (ADG kg / day), average daily feed intake (CSR kg / day), average feed conversion (FC), carcass hot (WHR%) depending on the experimental diets were respectively averaged 1.15, 7.02, 6.12 and 53.25. In economic evaluation noted remuneration verifying revenue of R$ 0.51, 0.58, 0.14 and 0.17, respectively, for diets M, LV, and VI MLVVI. Scenarios were obtained from the coefficient of variation of some variables, considering the price series from 2007 to 2010 kilos of cattle and 50 kg bag of maize, corrected with the general price index (IGP-DI). Generating six simulations of economic viability for all scenarios, since they are the best, worst, average, more likely, optimistic and pessimistic, respectively obtaining payment of R$ 2.10, -1.43, 0.45, 0, 36, 1.32 and -0.43. In the second experiment evaluated the ruminal eight crossbred European x Zebu steers with ruminal cannulas, initial weight of 590 kg in 4x4 Latin square design replicated (DQL) in individual paddocks. Statistical difference was observed for rumen pH values at time 0, with treatment effect (p = 0.044) later verified by the analysis was significantly higher (p = 0.0605) for the effect of diet (MLVVI vs. VI+LV+M) (p = 0.0346) between diets (LV vs. M) and not significant at the same time for the concentration of ammonia nitrogen N-NH3 (mg / dl) among treatments. There was no difference in mean intakes of DM, CP and nutrients, EE, CT and NDF (kg / d and% BW). There was no treatment effect for NDF (p = 0.0882) and CT (p = 0.0482), showing no statistical significance in any of the variables in orthogonal contrasts. There were differences among diets for the urea nitrogen in plasma PUN (mg / dl) (p = 0.0807) did not show statistical significance for any of the contrasts. The combined use of additives in diets of high grain supply is not possible increases in animal performance Keywords: whole corn grain, high concentrate, consumption, weight gain, ammonia nitrogen, rumen pH.

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ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e

NDT dos núcleos M, LV, VI e MLVVI e do milho utilizados na composição das dietas. .......................................................................................................................51

Tabela 2- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT das deitas totais (85% milho e 15% núcleo peletizado) M, LV, VI e MLVVI..................................................................................................................................52

Tabela 3- Médias das variáveis dos resultados do desempenho dos animais submetidos às dietas experimentais Monensina (M), Levedura Viva (LV), Virginiamicina (VI) e Padrão (MLVVI)......................................................................................................55

Tabela 4 -Análise econômica do resultado do confinamento em função das dietas experimentais Monensina (M), Levedura Viva (LV), Virginiamicina (VI) e Padrão (MLVVI)..................................................................................................................61

Tabela 5- Cenários dos preços pagos ao produtor na arroba do boi e milho, saca de 50kg, no intervalo dos anos de 2007 a 2010. ..........................................................................64

Tabela 6- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT dos núcleos M, LV, VI e MLVVI e do milho utilizados na composição das dietas. .......................................................................................................................79

Tabela 7- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT das deitas totais (85% milho e 15% núcleo peletizado) M, LV, VI e MLVVI...................................................................................................................................80

Tabela 8- Valores médios de pH e concentração de amônia N-NH3 (mg/dl), no líquido ruminal de bovinos mestiços alimentados com quatro dietas experimentais, nos diferentes tempos de amostragem: antes da alimentação, 2, 4, 6 e 8 horas após alimentação. .............................................................................................................84

Tabela 9- Consumo de MS (MS kg/dia) e (MS % Peso corporal), consumo de FDN (FDN kg/dia) e (FDN % Peso corporal), consumo de proteína bruta (PB), consumo de extrato etéreo (EE), consumo de carboidratos totais (CT), e da digestibilidade aparente da MS, FDN, PB, EE e CT em porcentagem pelos animais confinados submetidos às dietas experimentais. ........................................................................88

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SUMÁRIO Página

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................11 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................................13 2.1. Cenário da Pecuária de Corte frente ao Confinamento .....................................................13 2.2. Intensificação dos sistemas produtivos..............................................................................14 2.3. Impactos Ambientais da pecuária......................................................................................16 2.4. Confinamento tradicional x confinamento com dieta de alto fornecimento de grãos .......19

2.5. Perspectivas no uso de dieta de alto concentrado no Estado de Mato Grosso ..................23

2.6. Viabilidade econômica ......................................................................................................24 2.7. Eficiência no uso de dietas de alto concentrado por bovinos zebuínos e de mestiços de raças européias..........................................................................................................................26

2.8. Distúrbios digestivos decorrentes de uso de elevadas quantidades de concentrado para bovinos confinados...................................................................................................................28

3. ADITIVOS ..........................................................................................................................29

3.1 Monensina sódica ...............................................................................................................30

3.2 Virginiamicina....................................................................................................................32

3.3 Levedura Viva (Saccharomyces cerevisiae).......................................................................34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................37 CAPÍTULO I ..........................................................................................................................42

Introdução ...............................................................................................................................46

Material e Métodos.................................................................................................................48

Resultados e discussão............................................................................................................55

Conclusões ...............................................................................................................................66

Referências ..............................................................................................................................67

CAPÍTULO II .........................................................................................................................70

Introdução ...............................................................................................................................74

Material e métodos .................................................................................................................77

Resultados e discussão............................................................................................................83

Conclusões ...............................................................................................................................95

Referências ..............................................................................................................................96

Conclusões gerais..................................................................................................................101

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1. INTRODUÇÃO

A perspectiva da produção de carne bovina no Brasil, não deve ser abordada dentro

de um sistema de produção exclusivamente. São claras e evidentes, as potencialidades do país

na produção de carne a pasto. No entanto, tem-se no confinamento de bovinos de corte, uma

estratégia para terminação cuja flexibilidade advém da variação de parâmetros zootécnicos,

bem como dos econômicos de cada região onde a pecuária se insere.

(SIQUEIRA et al., 1999).

A pecuária de corte é apontada como uma das principais fontes de renda nacional

com o rebanho efetivo de bovinos passando de 162 milhões para 170 milhões de cabeça do

ano de 2000 a 2008, representando um crescimento em torno de 4,9% nesse período. Nesse

mesmo período, o número de animais confinados passou de 1,95 para 2,75 milhões de

cabeças. Destacam-se atualmente como estados mais importantes no uso desta técnica: São

Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande

do Sul, que participam com mais de 87% do total de confinamentos no Brasil

(ANUALPEC, 2009).

A produção de carne no país tem crescido significativamente, sendo que a partir de

1990 com a globalização da economia e abertura dos mercados cada vez mais exigentes

intensificou-se ainda mais o processo de modernização da atividade agropecuária, em

decorrência do aumento da competitividade e da forte pressão da relação desfavorável entre

os preços de insumos e de produtos (FERNANDES et al., 2007). Verificando-se com isso

interesse crescente em estratégias que proporcionem melhores resultados de eficiência

produtiva e qualidade dos produtos, pois a atividade pecuária tende a ser mais uma atividade

empresarial, afastando-se do modelo extrativista e aproximando-se da intensificação total

(EUCLIDES FILHO, 2004).

De acordo com Fernandes et al. (2006) o confinamento deve ser visto como uma

ferramenta estratégica para o pecuarista que quer ganhar em escala no seu sistema de

produção e ganhar qualidade em seus produtos. É importante ressaltar que, a adoção de

manejos intensivos visando maior produção, envolve diversos fatores tais como o potencial

genético dos animais, associados às estratégias de alimentação que supram suas exigências

para a máxima produção.

Dessa forma, o fornecimento de dietas com elevado teor de concentrado para bovinos

jovens, que apresentam boas resposta a esse tipo de alimentação, tem sido adotado com o

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objetivo de intensificar o sistema de produção, pois permite o abate de animais jovens e com

acabamento de gordura adequado, sem prejuízos à qualidade da carne (LEME et al., 2003).

De acordo com Caetano (2008) tem sido crescente o uso de dietas com elevado teor

de concentrado nos confinamentos brasileiros, pois as mesmas dispensam a necessidade de

manejo no uso de alimentos volumosos, e se justifica pelo preço mais baixo por unidade de

energia dos principais ingredientes dos concentrados como milho e sorgo na região Centro

Oeste, e da polpa cítrica no Centro Sul do país.

Além disso, o uso desse tipo de dieta, conforme acrescenta Silva (2009), pode

diminuir os custos operacionais durante a produção e distribuição aos animais e,

conseqüentemente, a mão-de-obra, a duração do confinamento e o desperdício de alimentos,

bem como a racionalização do investimento em máquinas e instalações, com reflexo positivo

na rentabilidade da atividade.

Silva (2009) sugere ainda que para a utilização de dietas com alto teor de

concentrado, são necessárias algumas operações no manejo alimentar para que a estabilidade

ruminal não fique comprometida durante a utilização destas dietas. Algumas estratégias como

a inclusão de aditivos, fibras, e o uso de grãos inteiros, são fundamentais para prevenir

distúrbios metabólicos ruminais, e para não comprometer o desempenho dos animais. Os

aditivos podem ser a monensina sódica, virginiamicina e/ou levedura viva que têm sido

utilizados com o objetivo de promover um ambiente ruminal mais favorável ao

desenvolvimento microbiano, entretanto, ainda são escasso os trabalhos de pesquisa com

aditivos em dietas de alto teor de grãos.

Portanto, o presente trabalho foi realizado para avaliar diferentes aditivos alimentares

que apesar de apresentarem mecanismos de ação distintos, a (monensina a virginiamicina e a

levedura viva) objetivam melhorar a eficiência alimentar e o desempenho animal por meio,

principalmente, da manutenção de um ambiente ruminal mais estável e de uma fermentação

microbiana mais eficiente

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Cenário da Pecuária de Corte frente ao Confinamento

A pecuária Brasileira, de acordo com Jorge Junior et al. (2006) tem condições para

atender o aumento na demanda de carne pelos mercados nacional e internacional. Além de

possuir o maior rebanho bovino comercial do mundo, constituído em sua maioria por animais

azebuados adaptados às condições do país tem grandes extensões de pastagens, que

possibilitam a utilização de sistemas de produção extensivos, resultando em custos de

produção mais baixos em comparação a outros países exportadores de carne.

A criação de bovinos no Brasil, por ser quase que exclusivamente dependente da

utilização de pastos como principal fonte de alimento para os animais, uma vez que este

representa a opção mais barata para alimentação dos rebanhos, constitui a base da pecuária de

corte no país. Existe, no entanto, a necessidade de aumentar a produtividade, minimizando os

efeitos decorrentes da sazonalidade tanto quantitativa quanto qualitativa das forrageiras

tropicais (PAULINO, 1999).

Portanto, de acordo com Euclides Filho (2000) a qualidade da alimentação e o

potencial genético do animal devem interagir com outras alternativas tecnológicas

disponíveis, para que se produza carne com qualidade constante e de maneira uniforme

durante o ano todo. É fundamental que utilizem alternativas que promovam a redução do ciclo

de produção, uma vez que esse parâmetro é fundamental para a viabilidade econômica da

atividade.

O confinamento de bovinos para corte passou a ter expressão no País, a partir de

1980, como uma prática de engorda intensiva de animais, via fornecimento de alimentação

adequada nos meses de inverno, ou seja, no período de declínio da produção (entressafra) das

pastagens (WEDEKIN e AMARAL, 1991). Sendo favorecido pela interação agroindústria-

pecuária, desenvolvido por pecuaristas progressistas, de médios e grandes portes,

principalmente em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo

(WEDEKIN et al., 1994).

O confinamento é uma forma de intensificar o sistema de produção que predomina

basicamente no uso do pasto. Dados de confinamentos comerciais mostram que os bovinos

brasileiros permanecem somente cerca de 70-80 dias confinados. Isto vem confirmar que

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mesmo os bovinos terminados nesses sistemas, mais de 90% dos nutrientes consumidos pelos

animais ao logo da sua vida são provenientes do pasto (LANNA et al., 2004).

As vantagens do confinamento são: redução da idade de abate do animal com isso,

aumento da eficiência produtiva do rebanho, produção de carne de melhor qualidade devido à

menor idade e melhor acabamento de carcaça, maior giro de capital investido pelo retorno

mais rápido de parte do capital investido, melhor aproveitamento das áreas de pastagens para

outras categorias animais, elevada produção de adubo orgânico (esterco) aproveitamento de

resíduos agroindustriais como alimento animal (PEIXOTO et al 1989).

O ano de 2010 fechou o terceiro trimestre com o abate de 7,394 milhões de cabeças

de bovinos. Este número representa queda de 2,5% com relação ao trimestre imediatamente

anterior e aumento de 2,6% com relação ao mesmo período de 2009. A queda observada

resultou, sobretudo, da redução do abate de vacas, tendo em vista que o abate de bois cresceu

no mesmo período (IBGE, 2010).

No entanto, a pecuária de corte nacional tem avançado em tecnologia em busca por

sistemas de produção de bovinos que otimizam a utilização de recursos operacionais,

tecnológicos, socioeconômicos, ambientais e genético, que promovam maior eficiência e

lucratividade desta atividade. O confinamento reúne estas características, porém, sua

viabilidade econômica exige um enfoque empresarial com seus métodos de gerenciamento e

comercialização, pois somente melhoria tecnológica não basta para garantir lucratividade ao

setor de pecuária de corte, especialmente ao confinamento (ALMEIDA e AZEVEDO, 1999).

2.2. Intensificação dos sistemas produtivos

Um sistema de criação engloba um conjunto de fatores que abrange desde

tecnologias, práticas de manejo, genética dos animais, além das condições socioeconômicas,

culturais, o tipo de criação, a demanda do mercado consumidor e possibilidade de

investimentos (EUCLIDES FILHO, 2000).

O confinamento é um tipo de sistema de produção intensivo, pois consiste em manter

os animais em áreas de tamanho limitado e submetê-los durante curto espaço de tempo à dieta

capaz de proporcionar a terminação dos animais confinados (CARDOSO, 1996).

É por meio deste tipo de sistema que o pecuarista pode diminuir o tempo necessário

para que os animais alcancem o peso de abate para serem comercializados na entressafra,

contribuindo assim, para melhorar a produtividade do rebanho. Desta forma, o confinamento

representa mais uma alternativa que pode ser utilizada para melhorar o desenvolvimento

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desses animais, desde que lhes ofereça um nível nutricional adequado

(BRONDANI e RESTLE, 1991).

De acordo com Barioni et al. (2008) para atender a demanda nacional e internacional

por carne bovina, a pecuária nacional encontra-se frente a um grande desafio, pois, além da

redução das áreas de pastagens para uso na produção de grãos e cana-de-açúcar destinados à

produção de energia, ainda existem restrições à expansão da área agrícola pela abertura de

novas áreas. Desta forma, torna-se fundamental o incentivo à pecuária nacional para aumentar

a produção de carne por unidade de área.

A pecuária de corte encontra-se diante de uma problemática no setor que é a

degradação das áreas utilizadas para pastagens, que segundo Kichel et al., (2000) é causada

por fatores relacionados ao inadequado uso de uma forrageira às condições de clima e solo,

formação, homogeneidade, incidência de invasoras, manejo inadequado, ajuste da capacidade

de suporte da forrageira em uso e a não reposição dos níveis de nutrientes dos solos

incompatibilizando aos níveis extraídos pela pastagem.

Desta forma, sistemas de produção animal integrados à agricultura, principalmente a

da soja, podem proporcionar a melhoria da produtividade, decorrentes do aumento da

fertilidade dos solos. De acordo com Brandão et al. (2006) ao introduzir a soja em áreas de

pastagens degradas, a pecuária e a agricultura estariam se beneficiando mutuamente, e este

seria um mecanismo por meio do qual a pecuária estaria conseguindo renovar suas pastagens,

com conseqüente aumento na capacidade de suporte dos pastos no futuro.

Considerando-se apenas a fase de engorda de bovinos, a produtividade de carne de

uma pastagem degradada está em torno de 2,0 arrobas/ha/ano, enquanto que numa pastagem

em bom estado pode-se atingir até 16 arrobas/ha/ano (KICHEL et al., 2000).

Como forma de intensificação dos sistemas produtivos de bovinos de corte o uso de

confinamento é uma atividade com características estratégicas que, além de acelerar o

crescimento, procura retirar os animais do pasto durante a seca quando estes se encontram

pesados e erados, objetivando a engorda. Este tipo de animal possui elevada exigência

nutricional e taxas de crescimento relativamente baixas em relação às suas exigências de

mantença, o que o torna muito ineficiente no pasto. Com isso, o confinamento substitui oito

meses de pastejo por 80 dias de cocho. A retirada deste tipo de animal do pasto permite

destinar a área de pasto para outras categorias do rebanho e/ou reduzir a lotação dos pastos,

perenizando e aumentando a produtividade destas pastagens no início do verão, além de

diminuir despesas com reforma de pastos degradados (PIRES, 2010).

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A decisão de engordar bovinos em condições de pastejo, utilizando-se suplementação

alimentar com concentrado, ou de engordá-los em confinamento, dependerá não só da

condição particular da região e/ou da propriedade, mas também do mercado. A

implementação de qualquer destes sistemas pode viabilizar o abate de animais mais jovens,

com carcaças de melhor qualidade, além de aumentar a capacidade de suporte da propriedade.

Em muitas situações, a combinação das duas estratégias pode ser muito interessante

(EUCLIDES et al., 1998).

2.3. Impactos Ambientais da pecuária

De acordo com Primavesi et al, (2004) a agricultura e a pecuária contribuem para as

emissões antrópicas de metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) e óxido nitroso (N2O) à

atmosfera. O aumento da concentração desses gases provoca o aquecimento da superfície

terrestre e destruição da camada de ozônio na estratosfera.

Como as alterações nas condições climáticas têm se estabelecido nos últimos tempos,

o objetivo de pesquisas relacionadas a essas mudanças tem sido mais evidente, pois parte

destas mudanças é atribuída aos sistemas de produção animal. O conhecimento dos fatores

que afetam e determinam a emissão de produtos poluidores, é fundamental ao processo de

redução dos impactos ambientais causados pelos sistemas de produção animal e ao mesmo

tempo possibilita aumentar a eficiência produtiva dos mesmos (BERCHIELLI et al., 2006).

Neste sentido, Primavesi et al, (2004), destacam que a emissão de metano por

unidade de matéria seca ingerida é maior com alimentos de pior qualidade e menor densidade

energética; os animais jovens ingerem mais matéria seca em porcentagem do peso vivo do

que animais adultos, podendo resultar em maior emissão de metano por peso vivo; o uso

crescente de concentrado energético em substituição ao volumoso resulta em pico de emissão

de metano quando o concentrado participa com 40% da matéria seca; a melhoria na qualidade

do volumoso favorece o aumento da ingestão de matéria seca e reduz a emissão de metano

por unidade de matéria seca ingerida, aumentando a eficiência de utilização da energia bruta

ingerida; os volumosos de clima tropical, quando de boa qualidade, resultam em perdas de

energia bruta ingerida, na forma de metano, similares às encontradas em condições de clima

temperado; a cana-de-açúcar picada, quando adequadamente corrigida, pode melhorar a

eficiência nutricional e reduzir a emissão de metano ruminal; e, os bovinos mais produtivos

reduzem a emissão de metano por quilograma de produto gerado.

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A redução de CO2 a CH4, realizada pelas metanogênicas no rúmen, desempenha

importante função, agindo na remoção contínua de H2 resultante da fermentação da matéria

orgânica. Dessa forma a redução ou eliminação da metanogênese pode exigir o

estabelecimento de outra rota para evitar o acúmulo de H2 e o adequado funcionamento do

rúmen (WEIMER, 1998), caso contrário, determinados sistemas enzimáticos podem ser

inibidos comprometendo o desenvolvimento dos microrganismos ruminais. Normalmente,

compostos que causam redução na produção de CH4 resultam em redução da produção de

acetato e amônia e aumento na produção de propionato e, algumas vezes, butirato

(GARCIA-LOPEZ et al., 1996).

Quanto às emissões destes gases, a pecuária contribui com cerca de 16% do total

eliminado na atmosfera. Porém, apesar de grande emissora de metano, a pecuária tem um

grande potencial de seqüestro de carbono, através das pastagens quando bem manejadas. A

emissão nacional é um pouco maior que 1 Mg CO2 eq/ha, enquanto o seqüestro pode atingir

0,78 Mg CO2 eq/ha. Desta forma, a melhora da produtividade do setor representa o principal

meio para reduzir a emissão de metano por animal, bem como para resolver a maior parte dos

problemas relacionados à pecuária nacional (ZEN et al., 2008). Estes mesmos autores

acrescentam ainda que os principais problemas da pecuária nacional apontados pelos

pesquisadores são: degradação dos sistemas ambientais, degradação do solo, emissão de gases

efeito estufa e poluição dos recursos hídricos.

No confinamento, o fator ambiental relevante está relacionado principalmente à

racionalização do uso de solo, que evita o desmatamento de grandes áreas para a formação de

pastagens. Porém, nesse processo de criação intensiva de bovinos, também existem pontos

negativos decorrentes ao acúmulo de dejetos, geração de resíduos líquidos, possibilidade da

proliferação de insetos que podem causar poluição direta do local, com conseqüências em

toda área de influência indireta, afetando a qualidade ambiental e principalmente pela

possibilidade da contaminação dos recursos hídricos. Estes problemas devem ser evitados

e/ou solucionados, bem como monitorados com maior preocupação por parte dos pecuaristas

e dos órgãos de fiscalização ambiental (MANSO e FERREIRA, 2007).

Contudo, extensão do impacto causado pelos dejetos pode ser minimizada com a

utilização de sistemas de reciclagem de nutrientes dos mesmos. Um desses sistemas é a

biodigestão anaeróbia, que é eficiente, pois, além de gerar o biofertilizante e produzir o

biogás, fonte de energia alternativa, estabiliza a matéria orgânica e reduz ou elimina os

coliformes (AL-MASRI, 2001). A produção de biogás resultante da fermentação de 1 kg de

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esterco bovino é de 0,036 a 0,042 m3, suficiente para atender à demanda de biogás diária por

habitante da zona rural, de 0,023 a 0,043 m3 (RAMACHANDRA et al., 2004).

Outro fator importante para a redução dos gases do efeito estufa, está relacionado ao

tipo de alimentação dos animais em sistemas de confinamentos, que de acordo com Almeida

(2010), onde a dieta é à base de silagens e grãos, a qual apresenta uma maior digestibilidade

pelos ruminantes, a emissão de metano por dia deveria aumentar. No entanto, em função do

maior ganho de peso diário dos animais mantidos em confinamento, a emissão de metano por

quilo de carne produzida é reduzida. Contudo, devido ao uso de fertilizantes nitrogenados na

produção dos grãos utilizados no confinamento, quanto pelo nitrogênio volatilizado das fezes,

a emissão de gás óxido nitroso (N2O) tende a ser aumentado consideravelmente.

No entanto, poucos estudos têm sido feitos no sentido de mensurar a emissão de GEE

gerada em todo o ciclo de produção, em diferentes sistemas produtivos. Com este objetivo,

Subak (1999) promoveu a comparação das emissões entre o sistema americano de produção

em confinamento e o sistema pastoril nômade do Sahel (região ao sul do deserto do Saara). Os

resultados da autora mostram que se for considerado apenas a emissão de metano o sistema

intensivo leva vantagem em relação ao pastoril. No primeiro sistema as emissões eram de

3,6 kg de CO2 equivalente por quilo de peso vivo adicionado para o primeiro, contra

3,8 kg CO2eq./kg peso vivo adicionando para o segundo, se consideradas apenas as emissões

de CH4 Quando contabilizadas todas as fontes de emissões, no entanto, foram contabilizados

para o sistema intensivo 14,8 kg CO2eq. contra 8,1 kg CO2eq. para o sistema pastoril africano.

Em dietas compostas por cerca de 90% de alimentos concentrados, as perdas de

energia na forma de CH4 podem ser variáveis, encontrando-se perdas em torno de 2 a 3%, o

que representa aproximadamente a metade do valor normalmente relatado (6%),

(JOHNSON e JOHNSON 1995).

A intensidade da emissão de metano proveniente da fermentação ruminal depende

principalmente do tipo de animal, do consumo de alimentos e da digestibilidade dieta. As

estratégias que podem ser usadas para reduzir as emissões de metano provenientes da pecuária

estão relacionadas à melhoria da qualidade da dieta, à melhoria de pastagens, à suplementação

alimentar, ao aumento da capacidade produtiva dos animais e outras medidas que refletem na

melhor eficiência produtiva, resultando em ciclos de produção mais curtos

(BERCHIELLI et al., 2006).

Almeida (2010) estudando a emissão dos gases de efeito estufa ressaltou que com o

menor tempo de vida dos animais em confinamento recebendo alimento com alto teor de

energia e proteína, este sistema foi eficiente na redução da emissão dos gases de efeito estufa

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em até 17% por quilo de carne produzida, quando comparado ao sistema de engorda a pasto.

Comparando o pior sistema em termo de emissões a pasto com índice de intervalo entre partos

(IEP) de 21 meses, com o sistema de confinamento (IEP de 15 meses), pode se perceber uma

diferença de 33% na quantidade de equivalente CO2. Isso ocorre porque quanto maior o IEP,

mais vacas são necessárias para o nascimento de um mesmo número de bezerros.

2.4. Confinamento tradicional x confinamento com dieta de alto fornecimento de grãos

Na terminação de bovinos de corte em confinamento, a alimentação é o componente

mais expressivo, pois supera 70% do custo de produção total, quando desconsiderado o valor

de compra do animal (PACHECO et al., 2006).

A alimentação dos animais normalmente é constituída de uma fração volumosa,

oferecida ad libitum e outra concentrada, com oferta limitada, dependendo dos objetivos a

serem alcançados em termos de desempenho animal, respeitando-se obviamente, a relação

custo/benefício no momento de se determinar qual a participação do concentrado na ração

total (FEIJÓ et al., 1996).

Os alimentos volumosos são assim classificados por apresentarem teor de fibra bruta

na base da matéria seca acima de 17 a 18%. A fibra pode ser descrita como a fração dos

alimentos que apresenta lenta e incompleta digestão e, por isso, ocupa espaço no trato

gastrintestinal (MERTENS, 1996). Entretanto, a sua presença nas dietas faz-se necessária para

garantir condições ruminais adequadas, desta forma, a quantidade e o tipo de fibra que são

oferecidos podem ter um grande efeito na função ruminal, afetando a ruminação, a secreção

de saliva e, conseqüentemente, o pH ruminal (ALVES, 2006).

A escolha por determinado volumoso depende basicamente do sistema de produção

da propriedade, nível de tecnologia aplicada, tipo do rebanho, capacidade de investimento do

produtor, além de outros fatores como clima, e fertilidade do solo (ALVES, 2006). Contudo,

nos tipos de confinamento tradicionais onde os volumosos na maioria das vezes superam os

50% de inclusão do total da dieta, é imprescindível um prévio e detalhado planejamento, antes

de iniciar a atividade.

As dietas brasileiras para confinamentos tradicionalmente são balanceadas com altas

proporções de volumoso, devido ao alto custo dos grãos e dos concentrados protéicos.

Portanto, a utilização de dietas com altos teores de concentrado exige uma alta eficiência

biológica em termos de resposta do animal para que a atividade seja lucrativa

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(LEME et al., 2003). Aspectos relacionados aos animais como: genética, sanidade e

capacidade de resposta à alimentação devem ser levados em consideração.

No entanto, é a disponibilidade do volumoso que define o número de animais que o

produtor poderá confinar. Entre outras palavras, não basta o produtor querer confinar

determinado número de cabeças se o volumoso não for suficiente para atender as exigências

dos animais ao longo do período de confinamento. Entre as opções forrageiras mais comuns

em fazendas de terminação brasileiras, destacam-se três volumosos: a cana-de-açúcar picada,

e silagens de planta inteira de milho e de sorgo. Outras opções como silagens de gramíneas

(entre as quais cana-de-açúcar) e bagaço de cana in natura ou hidrolisados são menos

freqüentes (PIRES, 2010).

Por participar em menor proporção, porém em maior custo na inclusão de

formulação de dietas em confinamentos tradicionais, Mendonça et al. (2000) afirmaram que

ações administrativas devem ser voltadas para medidas que reduzam o dispêndio de

concentrado na dieta dos animais, por meio da reavaliação da qualidade dos volumosos

utilizados e/ou da possibilidade do uso de alimentos alternativos. Pois, cerca de dois terços do

custo total da dieta é representado pelos concentrados, especialmente quando se utilizam

grãos.

Portanto, Rezende et al. (2009) ao realizarem uma avaliação mais criteriosa,

concluíram que a partir de custos viáveis de volumosos e concentrados, havendo remuneração

por uma carcaça de melhor qualidade, o sistema de alimentação que utiliza maior nível de

concentrado em regime de confinamento de animais jovens tende a ser mais eficiente. Pois, à

medida que se reduz o tempo gasto na terminação e, com isso, os custos de produção, visto

que a maior parte destes custos é decorrente da alimentação, associado ao fato de diluir os

custos de mantença e da maior eficiência biológica de animais jovens em relação a animais

mais velhos.

Nos últimos anos, dietas típicas de acabamento com alta proporção de volumoso

(60%), estão dando lugar às dietas de alta proporção de concentrado ou alta proporção de

grãos. Nessas dietas, a proporção de grãos de cereais varia entre 60 e 85%, os quais são

usados como a principal fonte de energia para os animais (SILVA, 2009). Isso também tem

sido observado no Brasil, em função do aumento no custo de produção dos alimentos

volumosos, melhoria da qualidade dos animais, disponibilidade crescente de subprodutos, e

surgimento de grandes confinamentos (SANTOS et al., 2004).

Segundo Preston (1998) a prática de se fornecer dietas de elevado nível de

concentrado se justifica pelos resultados obtidos, tais como: rápido ganho de peso, elevada

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eficiência alimentar e, conseqüentemente, redução no tempo para terminação e abate, menor

custo de mão-de-obra e maior uniformidade do produto final.

Diversos fatores têm contribuído para o aumento do uso desse tipo de dieta (alto

fornecimento de grãos) dentre elas destacam-se a maior densidade energética, a facilidade de

transporte, estocagens e mistura de grãos, obtenção de dados do valor nutritivo mais

facilmente em relação aos alimentos volumosos, contribuindo para o acabamento de bovinos

de maneira consistente em logística mais eficiente (SILVA, 2009).

As dietas com alto teor de concentrado, geralmente contém altos teores de

carboidratos não fibrosos, principalmente o amido (GABARRA, 2001).

Putrino et al. (2002) avaliando os níveis de concentrado 20, 40, 60 ou 80%, no

desempenho de bovinos nelores confinados, verificaram aumento linear no ganho médio

diário, enquanto a ingestão de matéria seca tendeu a aumentar quadraticamente atingindo a

máxima ingestão com 47% de concentrado, sem alteração na eficiência alimentar.

A utilização de dietas com elevados níveis de concentrado é uma prática comum no

sistema norte-americano de engorda de bovinos, onde a inclusão de fibra longa é muito

pequena (5 a 10%). Embora a necessidade da fibra nas rações de confinamento seja baixa, seu

fornecimento é freqüentemente uma limitação operacional e econômica. A adequação de

rações a estas novas demandas, pelo ajuste de porcentagem mínima de fibra, cuja função neste

caso é exercer um efeito mais mecânico do que nutritivo, ou seja, proporcionar estímulo à

ruminação e salivação, reduzindo com isso os riscos de distúrbios digestivos (acidose)

(KATSUKY, 2009).

De acordo com Mertens (2001) o que define o conceito de fibra fisicamente efetiva é

o tamanho da partícula que por sua vez influencia a atividade da mastigação, que difere da

efetividade da fibra na manutenção da porcentagem de gordura do leite. Para esclarecer estes

conceitos dois novos termos foram desenvolvidos: FDN efetivo (eFDN), que está relacionado

à habilidade total de um alimento em substituir a forragem de forma que a porcentagem de

gordura do leite seja mantida e FDN fisicamente efetivo (peFDN), que esta relacionado às

propriedades físicas da fibra (principalmente tamanho da partícula) que estimula a atividade

mastigatória e estabelece a estratificação bifásica do conteúdo ruminal (flutuam no mat

partículas grandes em um conteúdo líquido e partículas pequenas) (HALL et al,1999).

O estímulo que a fibra exerce no rúmen tem como resultado final a secreção salivar,

que pelo fato de ser rica em íons bicarbonato e fosfato, neutraliza os ácidos produzidos pela

fermentação da matéria orgânica no rúmen. Desta forma, o pH ruminal em dado momento é

determinado pela relação entre a produção de ácidos e o sistema tamponante do rúmen. Baixo

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pH ruminal pode diminuir a ingestão de matéria seca, a digestibilidade da fibra, o crescimento

da microbiota ruminal e o fluxo de proteína microbiana para o duodeno (MICHAEL, 1997).

Programas de formulação de dietas para animais ruminantes capazes de encontrar o

teor de energia ótimo para maximizar lucro conforme recomenda Lanna et al. (1999) devem

incluir restrições para manter os níveis de fibra efetiva que evitem o aparecimento de

distúrbios digestivos. No entanto, deve-se levar em consideração que estes valores têm se

mostrado diferentes entre zebuínos e animais europeus e seus cruzamentos.

O grande desafio para os nutricionistas brasileiros está no fato de a maioria dos

animas serem zebuínos da raça Nelore e seus cruzamentos, não castrados, e animais mais

velhos, diferente das características dos animais onde foi originada a técnica da dieta de alto

grão. A dieta se caracteriza pela grande praticidade de fornecimento aos animais confinados,

já que é composta somente por dois ingredientes: o milho e o pellet concentrado protéico,

vitamínico e mineral. A proporção mais indicada e utilizada da dieta é de 85% de milho

inteiro e 15% do pellet concentrado, dessa forma, baseada fortemente no milho como

ingrediente.

Como nessa dieta não inclui fibra proveniente de qualquer fonte volumosa, o uso do

milho na forma de grão inteiro (não processado) tem como objetivo garantir a mínima

motilidade ruminal necessária. De acordo com Stok et al. (1995) a função do grão de milho

inteiro nestas rações é promover uma maior salivação e elevação do pH ruminal, com isso se

espera uma redução da acidose subclínica e maior consumo quando comparado com rações

contendo o grão de milho processado.

Ainda pode ser complementado que no uso de formulação de rações com milho

inteiro, este pode proporcionar rações de elevada densidade nutricional sem a necessidade de

utilização de fibras provenientes de forragens (OWENS et al, 1997) (GRANDINI, 2009). O

grão de milho inteiro funciona com estímulo suficiente para a ruminação e função ruminal,

permitindo eliminar a necessidade de fibra longa proveniente do feno em dietas de alto teor de

grãos para bovinos em confinamento (PORDOMINGO et al., 2002).

Nesse tipo de dieta de confinamento o que se pretende atingir é a possibilidade de

engordar animais com adequação de rações que não sejam dependentes de fibra longa,

permitindo com isso, simplificar a alimentação e torná-la acessível ao maior número de

confinadores (KATISUKI, 2009).

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2.5. Perspectivas no uso de dieta de alto concentrado no Estado de Mato Grosso

Um dos estados que mais se destaca no desenvolvimento pecuário do Brasil é o

Estado de Mato Grosso, que teve seu crescimento em efetivo bovino concentrado nos

municípios das regiões norte, nordeste e noroeste. Pois, 52 municípios dos 141 existentes

apresentaram crescimento do rebanho bovino no período de 2002 a 2007, com destaque para

os municípios de Cáceres, Vila Bela da Santíssima Trindade, Pontes de Lacerda, Juara e

Paranatinga, os quais concentram juntos torno de 7% do efetivo bovino do MT, podendo ser

considerados os “mais pecuários” do estado (ABREU et al., 2010).

Mato Grosso concentra um bom parque industrial frigorífico, possibilitando o

escoamento da produção de bovinos desse estado. Estão registrados no Serviço de Inspeção

Federal (SIF) 40 matadouros frigoríficos. Em 2007 foram abatidos em Mato Grosso

aproximadamente 4,64 milhões de cabeças (IBGE 2006), dos quais 8,17% podem ter sido

animais oriundos de confinamentos.

Apesar do maior número de confinamentos no Estado ser baseado em dietas

tradicionais, as características do desenvolvimento agropecuário de Mato Grosso (MT),

caracterizado pela elevada disponibilidade de grãos de baixo custo, contribui bastante para a

adoção deste tipo de tecnologia (dietas e alto teor de grãos), conforme tem sido observado nos

anos mais recentes na região.

Conforme dados do IBGE (2010) a estimativa da safra nacional de cereais,

leguminosas e oleaginosas é da ordem de 148,8 milhões de toneladas, superior em 11,0% à

obtida em 2009 que foi de 134,0 milhões de toneladas. No entanto, o Estado de Mato Grosso

se destaca na produção de grãos do País, com 19,1% de participação do total produzido,

ficando atrás apenas do estado do Paraná, com 21,5% do total. Esses dados favorecem o

Estado do Mato Grosso na adoção de dietas de alto teor de concentrado para bovinos de corte

em confinamento, devido a grande disponibilidade dos cereais e subprodutos da agroindústria

empregados na formulação dessas dietas e a disponibilidade de animais.

Contudo, a pecuária de corte nesta região é afetada pelo conhecido ciclo pecuário

que é regulado principalmente pela lei do comércio (relação entre oferta e demanda), ou seja,

a cada cinco anos, em média, são feito abates de um grande número de fêmeas, que por sua

vez afeta o número de nascimentos nos anos subseqüentes, contribuindo para a falta de

animais destinados aos confinamentos, e esses por sua vez, interferem no preço da arroba

praticado no comércio. Estes fatores possivelmente podem afetar o uso da técnica de

terminação de animais em confinamento neste Estado.

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No entanto, nos últimos anos os confinadores desse Estado têm enfrentado seguida

valorização do bezerro e do boi magro, devido ao abate sucessivo de matrizes nos anos

anteriores, o que tem aumentado o valor de compra dos animais para a engorda (61,8%),

comparado aos gastos com a alimentação (34,6%) (CEPEA, 2008). Contudo, quando

desconsiderado o valor de compra do animal a alimentação ainda é o fator mais oneroso desse

sistema de produção, e cerca de dois terços do custo total da dieta é representado pelos

concentrados, especialmente quando se utilizam grãos (MENDONÇA et al., 2000).

Uma das características do setor agropecuário do estado de Mato Grosso é a

diversificação das propriedades no que diz respeito aos sistemas agrícolas e pecuários,

possuindo uma proximidade entre as regiões produtores de grãos com regiões pecuárias, e até

mesmo ambos cultivos em uma mesma propriedade por meio da integração lavoura pecuária,

podendo contribuir ainda mais para a possibilidade de expansão dos sistemas de

confinamentos, principalmente com o uso de dietas de alto teor de concentrado.

Confinamentos que se desenvolvem dentro de uma propriedade com expressiva

atividade agrícola servem como opção de diversificação de investimentos, existindo ainda a

possibilidade de reaproveitamento dos co-produtos oriundos da lavoura para compor as dietas

destinadas aos animais confinados, colaborando desta forma para o aumento da rentabilidade

da atividade já que este se encontra disponível na propriedade (MOREIRA et al., 2009).

2.6. Viabilidade econômica

O ato de confinar animais deve ser precedido de total planejamento e controle de

custos, pois a maioria dos insumos utilizados são commodities, e tendo suas cotações

atreladas ao dólar, estão sujeitos a grandes variações. Muitos fatores afetam o desempenho

econômico da atividade, tais como custo de aquisição dos animais, o valor nutritivo dos

alimentos, o custo da alimentação, categoria animal utilizada e diferencial de preço

safra/entressafra. Isso reforça a idéia de que é necessário um grande domínio técnico e

controle gerencial da atividade (GOTTSCHAL et al., 2008).

Em razão da nova ordem econômica, os negócios agropecuários atingiram um grau

de complexidade semelhante aos demais setores da economia, exigindo do produtor uma nova

visão da administração dos seus negócios. Nesse sentido, o controle dos custos é sem dúvida

uma ferramenta que vem a auxiliar a análise econômica do confinamento e seqüencialmente

da viabilidade do empreendimento (SANTOS et al., 2002).

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O preço do grão em relação à forragem é um fator fundamental em dietas de alto

grão para ruminantes, pois a inclusão do grão aumenta a densidade energética das dietas, o

que otimiza a produção nos sistemas intensivos bem geridos (HUNTINGTON, 1997).

Contudo, em dietas totalmente concentrada baseada em milho grão inteiro, o preço

desse ingrediente pode ser o fator decisivo na adoção dessa técnica, devido a sua grande

participação na inclusão, pois representa de 75-80% da composição dessas dietas.

Dados do IMEA no ano de 2010 mostram uma variação no valor da saca do milho no

Estado de Mato Grosso de R$ 10,00 de média no primeiro semestre deste ano, atingindo

R$ 18,00 no segundo semestre até o mês de novembro, enquanto o valor médio da arroba do

boi era de R$ 70,00 no primeiro semestre, chegando a R$ 90,00 no segundo semestre no

mesmo mês.

Esses dados refletem numa primeira análise que o milho no primeiro semestre

representava em valor absoluto, 14,28% do valor da arroba do boi, enquanto que no segundo

semestre este valor decresceu para 11,38%. Desta forma, a arroba do boi foi mais valorizada

que o milho o que poderia justificar a terminação dos animais no final do segundo semestre,

dados que devem ser avaliados devido a grande inclusão do milho nestas dietas. Porém, é

apenas um dos fatores que devem ser considerados.

Missio (2009) avaliando a terminação de bovinos mestiços Charolês-Nelore, inteiros

submetidos a dietas com níveis crescentes de concentrado (22, 40, 59, e 79%), constataram

que os custos com mão-de-obra, com equipamentos e volumoso diminuíram com o aumento

nos níveis de concentrado da dieta. Entretanto, apesar do desempenho animal ter aumentado

com o incremento do nível de concentrado da dieta de 22 para 79%, houve redução da

lucratividade da terminação dos animais.

Eficiência biológica é um fator considerado de grande importância em dietas de alto

grão, pois de acordo com Leme et al. (2003) estas dietas necessitam de uma alta eficiência

biológica em termos de resposta do animal para que a atividade se torne lucrativa.

O potencial genético dos animais para precocidade, especificamente deposição de

gordura e conversão alimentar, estão diretamente relacionados ao tempo de permanência em

confinamento. Esses dois fatores refletem na eficiência de transformar alimento consumido

em ganho de peso e, portanto, no custo por kg de ganho de peso dos animais

(RESTLE et al., 2007).

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2.7. Eficiência no uso de dietas de alto concentrado por bovinos zebuínos e de mestiços

de raças européias

Dietas de alto grão são originalmente usadas nos Estados Unidos, onde são

empregadas em confinamentos desde a década de 70, e mais recentemente em confinamentos

Argentinos que utilizam principalmente animais do grupo genético Bos taurus, raças de

origem européias mais adaptadas àquelas condições. No Brasil, esta técnica além de bastante

nova, possui a característica de uso de animais Bos índicus, principalmente da raça Nelore que

podem apresentar desempenhos diferenciados quando submetidos ao uso de dietas altamente

concentrada. Segundo Magnabosco (1997), 80% do rebanho brasileiro é composto por gado

Zebu.

Porém, nos últimos anos, a pecuária de corte no Brasil tem experimentado mudanças

profundas, principalmente pela utilização de raças sintéticas ou produtos de cruzamentos de

animais de raças zebuínas e européias, as quais, em sistemas intensivos de produção,

proporcionam altos índices de produtividade (PUTRINO et al., 2002).

Contudo, pesquisas sugerem que comparativamente entre as linhagens Bos taurus e

Bos índucus existe uma diferença entre os dois grupos quanto à ingestão alimentar e eficiência

de utilização de rações com alta ou baixa densidade energética (OLIVEIRA et al., 1994).

Os zebuínos atingem o ápice da curva de consumo com rações de menor

concentração energética do que taurinos e seus cruzamentos (LANNA et al., 2003). Como

conseqüência, os zebuínos podem apresentar respostas inconsistentes quando são submetidos

às rações onde o amido responde por mais de 50% da matéria seca ou o teor de nutrientes

digestíveis totais (NDT) excede 67%, o que requer mais cuidados na utilização de rações com

alto teor de energia para zebuínos (LANNA et al., 1998).

No entanto, Oliveira et al. (1998), avaliando níveis crescentes de concentrado

(25; 37,5; 50; 62,5 e 75%), na dieta de bovinos Nelore em confinamento, encontraram

resposta quadrática para consumo de matéria seca, sendo o maior desempenho alcançado com

o nível de 58,47% de concentrado na dieta.

Bulle et al. (2002) avaliando tourinhos de diferentes grupos genéticos ¾ europeu

¼ zebu, de raça paterna Britânica ou Continental em dietas de alto concentrado contendo

9, 15 e 21% de bagaço de cana in natura (MS), não encontraram diferenças entre o teor de

fibra e os grupos genéticos em nenhuma das variáveis analisadas e sugeriram que até 9% de

bagaço de cana na matéria seca é aceitável como única fonte de fibra nessas dietas.

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Nuñez (2008) avaliou o desempenho de bovinos Nelores em dietas de alto teor de

concentrado em dois níveis, 73 e 91%, com a combinação de dois aditivos, virginiamicina e

ionóforo, encontrou melhor resultado para ingestão de matéria seca, consumo de energia

metabolizável, e ganho de peso para o maior nível de concentrado, concluindo que o

desempenho de animais Nelores pode ser melhorado com aumento do nível de concentrado

nas dietas.

A divergência de resultados entre trabalhos com avaliação de níveis de concentrado

na dieta de acordo com Costa et al. (2005) permite inferir que o consumo de matéria seca é

uma variável complexa, que pode ser afetada por diversos fatores, como animal, alimento,

alimentação e condições climáticas, que interagem e passam a ser determinantes.

Ao avaliar o desempenho de animais da raça Nelore e seu cruzamento com a raça

Angus (Brangus) alimentados com rações com níveis crescente de concentrado de 20, 40, 60 e

80% nas dietas, Putrino et al. (2002) encontraram resultados para ganhos diários de peso vivo

em jejum, peso vazio e de peso de carcaça quente, diferentes entre as raças, com maiores

ganhos para a raça Brangus e níveis de concentrado na dieta. Sendo que as maiores médias

para as raças Brangus e Nelore foram obtidas com 40 e 60% de concentrado na dieta.

Putrino et al. (2002) encontraram exigências líquidas de proteína e energia para

ganho de peso vazio diferentes entre as raças, com valores médios para o Brangus e o Nelore,

respectivamente de 0,160 e 0,188 kg de proteína e 3,02 e 2,66 Mcal por quilo de ganho de

peso vazio, podendo concluir que a raça Brangus apresentou maior deposição de gordura do

que a Nelore. Não foram observadas diferenças entre os níveis de concentrado da dieta,

provavelmente devido à idade jovem dos animais que não alcançaram a fase de maior

deposição de gordura da curva de crescimento.

Míssio et al. (2009) avaliaram bovinos mestiços Charolês Nelore, com 14-16 meses

em confinamento utilizando diferentes níveis de concentrado na dieta, 22, 40, 59 ou 79%, e

encontraram para as variáveis consumo de matéria seca em porcentagem do peso vivo e do

tamanho metabólico, comportamento quadrático, até os níveis de 67 e 75% de concentrado na

dieta, respectivamente. E para consumo de energia digestível e ganho de peso vivo médio

diário aumentos lineares com a elevação do nível de concentrado na dieta.

Contudo, conforme Pereira (2000), as raças zebuínas têm participação importante na

composição e produção do rebanho nacional. Entretanto, os índices de produtividade deste

rebanho são menores que os de outros países produtores, o que vem comprovar a necessidade

de utilização de tecnologias apropriadas para o País.

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2.8. Distúrbios digestivos decorrentes de uso de elevadas quantidades de concentrado

para bovinos confinados

O emprego de maiores quantidades de grãos de cereais na dieta de bovinos em

confinamento baseia-se no fato de os mesmos serem ricos em amido, que é o principal

responsável pela energia necessária para manutenção e crescimento das bactérias ruminais

(PASSINI et al., 2003).

O amido das rações de bovinos em confinamento é proveniente principalmente do

milho, que segundo Pires (2010) é a principal fonte de energia das rações, para terminação de

bovinos em confinamento, pois participa entre 60-80% na composição de rações para elevado

desempenho, e contém entre 70 a 75% de amido na matéria seca total dos grãos.

O amido é o principal constituinte energético do milho, que nos ruminantes difere

nos locais de fermentação como rúmen e intestino grosso e no intestino delgado digerido

enzimaticamente (HENRIQUE et al., 2007).

Vários fatores podem afetar a digestibilidade do amido, segundo

Zeoula e Caldas Neto, (2001), como tipo de grão do cereal, teor de amilopectina, e de

amilose, camada externa do grânulo, presença de uma matriz protéica revestindo o grânulo, de

amido e processamento do grão que pode aumentar a área de superfície de contato,

aumentando a susceptibilidade do amido à ação enzimática e aumento na digestibilidade tanto

no rúmen como no intestino.

No entanto, o processamento do grão para aumentar a digestão ruminal do amido no

rúmen é benéfica nutricionalmente até certo ponto, porque, aumenta a disponibilidade de

energia rapidamente fermentável no rúmen, com consequentes aumentos nas produções de

proteínas microbianas e de ácidos graxos voláteis totais (NOCEK e TAMMINGA, 1991).

O ecossistema do rúmen consiste principalmente de bactérias (1010-1011 células/ml),

protozoários (104-106/ml), fungos anaeróbios (103-105 zoospóro/ml) e bacteriófagos

(108- 109/ml) (Kamra, 2005). O sinergismo e antagonismo de diferentes grupos de

microrganismos e também de gêneros de um mesmo grupo são diversos e complicados. Os

resultados destas relações no rúmen é responsável pela bioconversão dos alimentos na forma

em que é utilizada pelo animal. A qualidade e quantidade dos produtos da fermentação são

dependentes do tipo e atividade dos microrganismos no rúmen

(TOWNE e NAGAJARA, 1990; TOWNE, 1990; RUSSEL et al., 1992).

O aumento na produção de ácidos pode fazer com que o pH ruminal atinja valores

inferiores a 5,0, levando a mudança na proporção populacional de bactérias, pois nesta

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condição, a bactéria Streptococcus bovis perde eficiência, enquanto que outras espécies mais

tolerantes ao baixo pH, como os Lactobacilli aumentam seu crescimento. Considerando que

bactérias utilizadoras do ácido lático, como Megaesphera elsdenii, tem crescimento limitado

em pH abaixo de 5,5, o acúmulo de acido lático é evidenciado, o que leva ao quadro de

acidose ruminal (CARVALHO, 1998).

De acordo com Owens et al. (1998) em condições de contínua ingestão a maior

disponibilidade do amido pode levar à acidose aguda ou crônica, sendo estes distúrbios

importantes problemas para produção dos ruminantes submetidos à dietas ricas em

concentrado, que ocorrem frequentemente durante adaptação dos animais ao confinamento.

Por outro lado, a acidose crônica pode continuar durante todo o período de alimentação. Com

a acidose aguda, a acidez ruminal e a osmolaridade aumentam acentuadamente e acumula

glicose; isto, então, pode danificar a parede ruminal e intestinal, diminuir o pH do sangue e

causar desidratação que pode levar o animal à morte. Laminite, polioencefalomalácia e

abscesso hepático, são freqüentemente associados à acidose. Até mesmo, após os animais

recuperarem de um episódio de acidose, a absorção dos nutrientes pode ser retardada.

Medidas que possam controlar a acidose como, fornecimento de aditivos,

tamponantes, processamento dos grãos e medidas de manejo como adaptção às dietas de alto

teor de concentrado podem ser eficientes no controle destes distúrbios.

O equilíbrio do ecossistema ruminal deve sempre ser buscado, pois está associado à

maior eficiência de crescimento microbiano e maior digestão dos componentes nutritivos dos

alimentos, repercutindo em maior consumo voluntário e potencial produtivo dos ruminantes

(BERCHIELLI et al., 2006).

3. ADITIVOS

De acordo Pires (2010), o maior objetivo na nutrição está em melhorar a eficiência

animal, para tanto são lançados recursos para manipular a fermentação ruminal, como o uso

dos aditivos na dieta. Os esforços focalizam, particularmente, as substâncias que aumentam a

digestibilidade da fibra, maior provimento do ácido propiônico no rúmen, manutenção do pH

próximo à normalidade, redução de acidose ruminal, do timpanismo, da metanogênese, da

proteólise ruminal e desaminação de aminoácidos.

Por definição, aditivos para produtos destinados à alimentação animal são

substâncias, microrganismos ou produto formulado, adicionado intencionalmente, que não é

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utilizado normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as

características dos produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais,

melhore o desempenho dos animais sadios, atenda às necessidades nutricionais ou tenha efeito

anticoccidiano (BRASIL, 2009).

Existe, portanto, de acordo com Pires (2010), uma ampla gama de aditivos utilizados

na alimentação animal com distintas finalidades, regidos por lei quanto a sua classificação

categoria e níveis de inclusão, estas substâncias ou aditivos compreendem desde os

antioxidantes e antifúngicos até os pigmentos, edulcorantes, inclusive as substâncias

tamponantes e os ionóforos antibióticos.

Os aditivos abordados nesta revisão estão classificados como antibióticos ionóforo, a

monensina sódica, não ionóforo como a virginiamicina, também um probiótico a levedura

viva (Saccharoyces cerevisiae), e os tamponantes como o bicarbonato de sódio e calcáreo.

3.1 Monensina sódica

Segundo Berchielli et al. (2006) a monensina sódica está compreendida em um grupo

de mais de 120 antibióticos ionóforos resultantes da fermentação dos actinomicetos,

produzidos principalmente por bactérias do gênero Streptomyces. Porém, apenas a monensina,

lasalocida, salinomicina e propionato de laidlomicina são aprovadas para o uso em dietas de

ruminantes. A utilização de ionóforos já é consagrada na nutrição de ruminantes

principalmente em confinamentos, e os efeitos decorrentes de sua utilização já são bastante

elucidados, sendo a monensina o ionóforo mais comumente utilizado.

A ação deste antibiótico está relacionado principalmente à ação sobre as bactérias

gram-positivas produtoras primárias de acetato, butirato, H2 e formato que são inibidas na

presença da monensina, porém, nas espécies gram-negativas, as quais produzem succinato

que é o precursor do propionato, a monensina apresenta pequeno ou efeito nulo

(RESTLE et al., 2001).

De acordo com Reis et al. (2006) o mecanismo de ação considerado básico dos

ionóforos sobre as bactérias está relacionado com um processo chamado bomba iônica, que

regula o balanço químico entre o meio interno e externo da célula. Os ionóforos ao se ligarem

à membrana celular das bactérias e protozoários e, provavelmente, a dos fungos ruminais,

facilitam o movimento dos cátions através da membrana celular. Essas reações culminam em

uma reduzida concentração intracelular de K+, baixo pH e maior concentração intracelular de

Na+. Nesse caso, as bactérias gram-positivas são forçadas a utilizar os sistemas de transporte

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celular para dissipar o H+ e o Na+ intracelular na tentativa de manter o equilíbrio celular, com

o gasto de 1 mol de ATP por próton transportado. Esse processo, juntamente com a baixa

concentração de K+ intracelular, reduz as reservas energéticas e a taxa de síntese de proteína

com consequente menor capacidade de divisão celular. Como consequência, a bomba iônica

não opera eficientemente, provocando um desequilíbrio e devido a uma maior concentração

de cátions dentro da célula, ocorre aumento da pressão osmótica, a água penetra em excesso e

com isso a célula “incha” tendendo a romper-se. Desse modo, as bactérias acabam morrendo

ou assumem um nicho microbiano sem expressão ruminal.

A maior resistência das bactérias gram-negativas a ação dos ionóforos, se dá em

função da composição do seu envoltório celular, que é composto por uma parede e uma

membrana externa de proteção formada por proteínas, lipoproteínas e lipossacarídeos, que

contém canais protéicos denominados porinas, com tamanho aproximado de 600 Dalton, os

quais impedem o acesso a maioria dos ionóforos, uma vez que, os ionóforos possuem um

tamanho que varia de 500 a 2000 Dalton. Por outro lado, as bactérias gram-positivas possuem

apenas uma camada espessa de peptidoglicano, que por ser porosa não impede a ação do

ionóforo (MORAIS et al., 2006).

A monensina sódica, um dos ionóforos mais utilizados, possui um grupamento

carboxílico exposto, que quando não-protonado favorece livre movimentação através da

membrana, de modo que, a ligação com íons metálicos e prótons permite sua atuação como

metal/próton antiporte (LANA e RUSSELL, 2001). Segundo Chow e Russell (1990), esse

grupamento tem pKa ligeiramente alcalino, sendo mais hábil em pH ácido, o que potencializa

seu efeito quando fornecida a animais submetidos a altos níveis de concentrado na dieta.

Schelling (1984) classificou o modo de ação dos ionóforos na membrana celular das

bactérias como básico, tendo como efeitos secundários aproximadamente sete eventos

sistêmicos. A modificação da concentração dos ácidos graxos voláteis (AGV) é a mais

amplamente reconhecida, em que ocorre redução na proporção molar de acetato e aumento de

acetato. A alteração no consumo alimentar também deve ser considerada, assim como

mudanças na produção de gás, resultando em menor emissão de metano, provavelmente

contribui para o aumento da eficiência de uso da energia. Mudanças na digestibilidade são

provavelmente muito variáveis, mas deve ser consideradas. A digestibilidade ainda pode ser

influenciada por fatores como adaptação, dieta, estado fisiológico e idade dos animais, tipo e

dose do produto utilizado, entre outros (LUCCI et al., 2001). A alteração na utilização da

proteína parece resultar de vários fatores que ocorrem simultaneamente. A modificação do

enchimento ruminal e taxa de passagem podem ser importantes no caso de alguns dos

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sistemas citados anteriormente. A melhora na produção animal parece ocorrer quando esses

fatores ocorrem em conjunto.

Os benefícios da monensina na melhora da conversão alimentar de bovinos em

confinamento têm sido atribuídos ao aumento na digestibilidade dos alimentos, às mudanças

na relação acetato:propionato e à redução na produção de metano

(GOODRICH et al., 1984; RUSSELL e STROBEL, 1989; RAUN, 1992).

Foi verificado também influência da monensina sódica nas características de carcaça

analisada de bovinos de corte (GOODRICH et al., 1984). Resultados estes obtidos de cerca de

11.000 animais, onde foi obtido um efeito positivo (0,61%) sobre a área de olho de lombo dos

animais confinados.

Em uma dieta predominantemente concentrada com diferentes níveis de

suplementação de monensina fornecida para bezerros, Salles e Lucci (2000) constataram

comportamento quadrático para o consumo de MS, de modo que a maior ingestão ocorreu

quando fornecida monensina (0,8 mg/kg de PV, estimado em 14,3 mg/kg de MS ingerida) e a

diminuição da ingestão ocorreu no nível mais alto desse ionóforo

(1,2 mg/kg de PV, estimado em 22,7 mg/kg de MS ingerida).

A monensina tem pouco impacto na média de ganho diário do animal, contribuindo

para a redução da ingestão de alimento e a razão acetato/propionato no fluído ruminal

(RUSSELL, 1996). Assim, para produtores de carne ou leite que utilizam grande quantidade

de grãos, a maior economia se dá quando a aquisição dos alimentos é um fator importante.

3.2 Virginiamicina

Virginiamicina, um antibiótico não-ionóforo, que tem sido utilizado por muitos anos

como um aditivo capaz de aumentar o potencial de desempenho tanto para aves com em

suínos. Alguns estudos têm indicado um efeito promotor de crescimento da virginiamicina em

ruminantes através de ganho de peso e eficiência alimentar e diminuição da incidência de

abscessos hepáticos e acidose em bovinos alimentados com grãos

(HEDDE, 1984; ROGERS et al., 1995). O efeito da virginiamicina em bactérias gram

positiva é semelhante ao da monensina, embora os modos de ação sejam diferentes

(NAGARAJA et al., 1987).

Virginiamicina é um antibiótico produzido por Streptomyces virginae, isolado pela

primeira vez de solo belga. Possui na sua composição dois componentes principais: Fator M e

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Fator S. O Fator M é um componente que apresenta atividade antimicrobiana para o

Micrococcus aureus, enquanto o Fator S apresenta atividade contra o Bacillus subitilis.

Contudo, a interação sinérgica desses dois componentes faz da virginiamicina um antibiótico

de ampla atividade contra microrganismos gram positivos, entre eles, Stapyilococcus aureus,

Lactobacillus acidophylus, Clostridium welchii, Bacillus subitilis, Escherichia coli, Candida

albicans, Mycobacterium tuberculosis e Corynebacterium xerosis. A virginiamicina é estável

por três anos em condições de baixa umidade e temperatura ambiente. Não é degradada no

processo de peletização da ração e pode permanecer estável na ração por até 3 meses. É

rapidamente metabolizada e excretada pelo animal (KLINE, 1991).

A virginiamicina apresenta atividade principalmente contra as bactérias gram

positivas, tanto aeróbicas como anaeróbicas, mas não apresenta efeito sobre a maioria das

bactérias gram negativas em função da impermeabilidade da parede celular (COCITO, 1979).

De acordo com esse autor, no interior das células, ambos os fatores M e S se ligam específica

e irreversivelmente a subunidade do fator 50S dos ribossomos, inibindo a formação de

ligações peptídicas durante a síntese de proteína, o que causa redução no crescimento, ou seja,

bacteriostase, ou morte da célula bacteriana, atividade bactericida.

O uso deste aditivo tem sido bastante empregado em dietas de alto teor de

concentrado, Coe et al. (1999) destacaram que o efeito mais importante da virginiamicina

ocorre quando os ruminantes são alimentados com dietas ricas em carboidratos altamente

fermentáveis.

A inclusão de virginiamicina em dietas para vacas leiteiras reduziu o risco de

acidose, pois estabilizou o pH ruminal, inibindo as bactérias que produzem ácido lático e

aumentou a digestibilidade e uso da energia em deita de alto teor de concentrado

(CLAYTON et al., 1999).

A virginiamicina quando fornecida para bovinos proporcionou condições aos animais

para mudanças bruscas na composição da dieta sem necessidade de adaptação. De acordo com

Zorrilla et al. (1991) quando os bovinos foram alimentados com virginiamicina

foi possível fazer a substituição de uma dieta de forragem para um Dieta 100% de trigo dentro

de 24 horas.

Rogers et al. (1995) em sete experimentos no decorrer de quatro anos mostraram que

a virginiamicina levou a menor incidência de abscesso hepático em novilhos em

confinamento com dietas de alta energia de 30% para menos de 20%. Eles também

observaram um aumento na eficiência alimentar e ganho médio diário.

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O uso da virginiamicina na maior parte dos experimentos é feito em associação a

outro aditivo, podendo contribuir ainda mais com a prevenção de ocorrência de distúrbios

nutricionais em ruminantes em dietas com teor de concentrado mais elevados.

3.3 Levedura Viva (Saccharomyces cerevisiae)

As necessidades advindas de uma exigência por melhores condições de vida tem se

tornado crescente nos últimos anos, com isso a necessidade de meios que possam promover

este bem estar também tem sido mais enfatizado por pesquisadores e este parecem ser seus

maiores desafios nos últimos tempos.

Os antibióticos usados como promotores de crescimento nas rações foram banidos

pela União Europeia (UE) desde janeiro de 2006, o que têm contribuído para intensificar a

procura por aditivos alternativos (FERELI et al., 2010).

Segundo Gattass et al. (2008) entre os aditivos alternativos existentes no mercado,

destacam-se as culturas de leveduras, que atuam como probiótico e possuem características

que atendem às exigências internacionais dos maiores importadores de carne bovina

brasileira.

As leveduras do gênero Saccharomyces cerevisiae são fungos unicelulares,

apresentam-se na forma de células alongadas ou ovaladas, abundantemente encontradas na

natureza em frutas cítricas, cereais e vegetais. As leveduras não são habitantes normais do

aparelho digestório; recentemente algumas cepas passaram a ser incorporadas na alimentação

animal como fonte direta de proteína, geralmente a partir de resíduos de fermentados

industriais ou então como probiótico a partir da ingestão direta de células viáveis que

estimulam a microbiota intestinal. A sua capacidade de atuar como probiótico dependerá do

uso contínuo e do fornecimento de quantidade suficiente de células vivas (CUARÓN, 2000).

De acordo com Góes et al. (2005) a cultura de levedura é um produto composto por

leveduras fermentativas, ou seja, células viáveis adicionadas ao seu meio de crescimento

enquanto que os extratos fúngicos são da mesma forma, organismos vivos, porém adicionados

em meios de cultura secos. Dentre as culturas de leveduras, destaca-se particularmente a

Saccharomyces cerevisiae e o extrato fúngico, de Aspergillus oryzae sendo estes o mais

utilizado na nutrição de ruminantes.

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Embora ainda não muito bem esclarecidas por diversos autores o mecanismo de ação

das leveduras em ruminantes parece está relacionado principalmente ao fato destas culturas

apesar de não crescerem em meio ao fluido ruminal, serem capazes de manter a sua atividade

metabólica e viabilidade gerando mecanismos considerados responsáveis pelo aumento da

quantidade de bactérias no rúmen (NISBET e MARTIN, 1991).

Um dos meios pelos quais elas beneficiam o crescimento de bactérias no rúmen está

relacionado ao fato de estas removerem o O2 devido à atividade respiratória das leveduras,

mecanismo considerado de grande importância, pois a presença de O2 no rúmen inibe o

crescimento da maior parte das bactérias, que são estritamente anaeróbicas. A adição de

leveduras no fluído ruminal “in vitro”, na concentração de 1,3 mg, aumentou a taxa de

desaparecimento de O² de 46 a 89% (NEWBOLD et al., 1996).

Assim como o fornecimento de nutrientes que, por sua vez, estimulam o crescimento

e atividade de certos microrganismos, como as bactérias Selenomonas ruminantium,

utilizadoras de lactato. Esta estimulação parece advir de um elevado fornecimento de ácidos

dicarboxílicos, particularmente, o ácido málico ou malato contido nas leveduras, o qual é

intermediário no ciclo de Krebs, e utilizada na via do succinato-propionato para síntese de

succinato e propionato, via esta utilizada pelas bactérias Selenomonas ruminantium

(NISBET e MARTIN, 1990; NEWBOLD et al., 1996).

Além da capacidade de liberação de fatores de crescimento, tais como enzimas

essenciais, vitaminas, principalmente as do complexo B e aminoácidos durante a digestão

(MARTIN e NISBET, 1992; NEWBOLD et al., 1996). Segundo Newbold (2001) e Wallace

(1994), esses efeitos elevam a taxa de digestão da celulose e o fluxo de proteína microbiana, o

que resulta em maior ingestão de matéria seca e, portanto, melhora o desempenho do animal.

Pesquisas têm mostrado um aumento na taxa inicial, mas não na extensão, de

degradação da fibra no rúmen com o uso da levedura na dieta

(CHADENAMA e OFFER, 1990; WILLIANS et al., 1991; ERASMUS et al., 1992). Esse

efeito tem sido mais pronunciado em dietas ou sistemas de alimentação que podem

comprometer a celulólise, como em dietas com maior participação de concentrado

(WILLIAMS et al., 1991).

A suplementação com levedura pode estimular uma espécie de bactéria acetogênica

“hidrogeniotrópica” hábil em usar o H² para produção de acetato, em condições in vitro

(CHAUCHEYRAS et al., 1995). Essas bactérias estão presentes em grande número no rúmen

de bezerros recém-nascidos, antes do estabelecimento da metanogênese

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(MORVAN et al., 1994) e em bovinos alimentados com dietas com baixo volumoso

(LEEDLE e GREENING, 1988).

A incorporação de cultura de leveduras nas dietas de ruminantes é benéfica, pois

provoca diminuição nas concentrações de lactato por sua ação estimulante sobre as bactérias

que fermentam o lactato, como a Selenomonas ruminantium, reduzindo assim, os efeitos

negativos provocados pela acidose lática, causada pela intensa fermentação de dietas de alto

teor de concentrado devido estas propiciarem um crescimento rápido de bactérias ruminais,

como a Streptococcus bovis, aumentando a produção de lactato

(WILLIAMS et al., 1991; MARTIN e NISBET, 1992).

Portanto salienta-se a importância de se conhecer a técnica, assim com as estratégias

de produzir carne em confinamento, possibilitando assim atingir um melhor desempenho

animal em uma produção de ciclo curto contudo um melhor retorno econômico. Sendo assim

objetivou-se na presente dissertação avaliar o uso de dieta com alto teor de concentrado

constituído de 85% de milho grão inteiro e núcleo peletizado 15%, contendo farelo de soja, e

nitrogênio não protéico (NNP) proveniente da uréia, macro e micro minerais, bicarbonato e

aditivos, o objetivo desta dissertação é avaliar a eficiência isoladamente e o possível efeito

somatório entre os diferentes compostos aditivos, levedura viva Saccharomyces cerevisiae,

monensina sódica, virginiamicina, quando empregada na formulação de dietas de alto grão

fornecidas para bovinos em confinamento visando o desempenho animal e os parâmetros

ruminais.

Os capítulos a seguir foram elaborados segundo as normas da Revista Pesquisa

Agropecuária Brasileira, editada mensalmente pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária – Embrapa – vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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CAPÍTULO I

Aditivos em dietas de alto Fornecimento de grãos para bovinos de corte em

confinamento: desempenho produtivo e econômico

Resumo – O objetivo desta pesquisa foi avaliar diferentes aditivos em dietas de alto grão

constituídas por 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo peletizado, sendo este último

composto por 11,55% de farelo de soja, 0,3% uréia e 3,15% de macro e micro minerais e

aditivos. Os aditivos avaliados foram: monensina sódica (M), levedura viva (LV),

virginiamicina (VI) e a combinação de monensina sódica, levedura viva e virginiamicina

(MLVVI). As respectivas dietas foram fornecidas para bovinos de corte previamente

adaptados, aumentando-se gradativamente a inclusão de milho até atingir o fornecimento

desejado (8,0kg/dia na matéria natural). Foram utilizados 60 bovinos Nelore, machos

castrados, com peso inicial de 420 kg, idade média de 46 meses, divididos aleatoriamente em

4 lotes de 15 animais, para a avaliação do desempenho produtivo, o qual foi medido pela

diferença entre o peso corporal final e inicial. O experimento teve duração de 99 dias para as

dietas (M) e (MLVVI) e 86 dias para as dietas (VI e LV), nos quais eram monitoradas

diariamente a quantidade de oferta das dietas e as respectivas sobras. Não foram encontradas

diferenças significativas (P>0,10) para nenhuma das variáveis analisadas como: ganho médio

diário (GPD kg/dia), consumo médio diário de ração (CSR kg/dia), conversão média

alimentar (CA), rendimento de carcaça quente (RCQ %) em função das dietas experimentais,

que apresentaram respectivamente valores médios de 1,15, 7,02, 6,12 e 53,25. Na avaliação

econômica, avaliando-se apenas os custos com alimentação e as receitas obtidas através dos

ganhos em quilo no período de confinamento para as dietas experimentais, foi observada

remuneração para os diferentes aditivos avaliados, verificando-se receitas em reais/kg de

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ganho de R$ 0,51; 0,58; 0,14 e 0,17, respectivamente, para as dietas M, LV, VI e MLVVI.

Posteriormente à avaliação econômica foram gerados possíveis cenários obtidos a partir do

coeficiente de variação de algumas variáveis, considerando uma série histórica dos preços

praticados entre os anos de 2007 a 2010 da arroba do boi e do milho saca de 50 kg, corrigidos

de acordo com o índice geral de preços disponibilidade interna (IGP-DI). Gerando seis

simulações de viabilidade econômica para todos os cenários, sendo eles o melhor, pior,

médio, mais provável, otimista e pessimista, obtendo-se respectivamente remuneração para as

receitas em reais/kg de ganho de R$ 2,10, -1,43, 0,45, 0,36, 1,32 e -0,43. O uso combinado de

aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos não possibilitou incrementos no desempenho

animal. Através da maioria dos cenários o confinamento desenvolvido dentro dos padrões

tecnológicos e da avaliação econômica desta pesquisa, a atividade permitiu o pagamento dos

custos obtidos com a aquisição da ração.

Termos para indexação: alto concentrado, conversão alimentar, ganho de peso, milho grão

inteiro, nelore.

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Additives in diets of high supply of grains to feedlot cattle: performance and economic

Abstract – The aim of this study was to evaluate different additives in high grain diets

consisting of 85% whole corn grain and 15% of core pellets, the latter being composed of

11.55% soybean meal, 0.3% urea and 3, 15% of macro and micro minerals and additives.

Treatments were: monensin (M), live yeast (LV), virginiamycin (VI) and the combination of

monensin, virginiamycin and live yeast (MLVVI). The respective diets were fed to beef cattle

previously adapted, increasing gradually adding corn to achieve the desired supply

(8.0 kg / day as fed). A total of 60 Nelore steers, initially weighing 420 kg, mean age 46

months were randomly divided into four batches of 15 animals for the performance

evaluation, which was measured by the difference between body weight and final initial. The

experiment lasted 99 days for diets (M) and (MLVVI) and 86 days for diets (VI and LV),

which were monitored daily in the volume of supply of diets and their leftovers. There were

no significant differences (P> 0.10) for any of the variables such as average daily gain

(ADG kg / day), average daily feed intake (CSR kg / day), average feed conversion (FC), hot

carcass yield (HCY%) as a function of the experimental diets, which showed mean values of

respectively 1.15, 7.02, 6.12 and 53.25. In economic evaluation, evaluating only feed costs

and revenues from earnings in pounds for the period of confinement for the experimental

diets, there was compensation for different additives evaluated, compensation was observed

for the different additives evaluated, verifying receipts of R$ 0.51, 0.58, 0.14 and 0.17,

respectively, for diets M, LV, and VI MLVVI. After the economic evaluation were generated

scenarios obtained from the coefficient of variation of some variables, considering a series of

prices between the years 2007 to 2010 arroba of cattle and 50 kg bag of maize, corrected

according to the general price index (IGP-DI). Generating six simulations of economic

viability for all scenarios, since they are the best, worst, average, more likely, optimistic and

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pessimistic, respectively obtaining compensation for revenue of R$ 2.10, -1.43, 0.45 , 0.36,

1.32 and -0.43. The combined use of additives in diets of high grain supply is not possible

increases in animal performance. Through most of the scenarios developed within the

confinement of technology standards and economic evaluation of this research activity

allowed for the payment of costs obtained with the acquisition of food.

Index terms: high concentrate, feed conversion, weight gain, whole grain corn, Nelore.

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Introdução

Na pecuária brasileira, principalmente com o crescimento do número de animais

terminados em confinamentos, há necessidade de se desenvolver estratégias nutricionais com

altos níveis de concentrados. Pretende-se desta forma, a melhoria no desempenho produtivo,

manipulação na deposição de gordura de acabamento e marmoreio, com efeitos no

rendimento de carcaça e qualidade da carne de animais confinados. Propõem-se com isto,

reduzir gastos com as dietas, bem como diminuir os custos operacionais na sua produção e

distribuição aos animais. Como conseqüência, a mão-de-obra, o tempo de confinamento, os

desperdícios de alimentos, investimentos em máquinas e instalações serão racionalizados,

com reflexo positivo na rentabilidade da atividade (Silva, 2009).

Resultados satisfatórios foram encontrados por Woody et al. (1983), que estudaram o

efeito de níveis de grãos nas dietas de bovinos em acabamento, os quais verificaram que

animais alimentados com dietas de alto concentrado (90% de grãos) ganharam peso 7% mais

rápido e apresentaram requisitos alimentares 16% menores por unidade de ganho do que

animais alimentados com 70% de grãos.

Como a alimentação é responsável por grande parte dos custos de produção nos

sistemas de confinamento, a condução criteriosa dos programas de alimentação exige o

respaldo de estudos que busquem conhecer, com maior precisão, as interações e os impactos

produzidos pelo emprego do concentrado na alimentação de bovinos (Costa et al., 2005).

Pois, segundo Pacheco et al. (2006), além de fatores relacionados à redução de custo com a

alimentação, o potencial genético e a idade de abate dos animais, refletem diretamente na

eficiência de transformação do alimento consumido em ganho de peso e, conseqüentemente,

no custo por unidade de ganho de peso.

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Na nutrição de ruminantes, estudos têm sido conduzidos, procurando-se manipular a

fermentação ruminal, no sentido de melhorar sua eficiência, seja por meio do aumento na

produção de ácido propiônico, na diminuição da metanogênese ou na redução da proteólise e

deaminação de aminoácidos no rúmen. Inicialmente, este objetivo foi buscado apenas através

da manipulação da dieta, entretanto, a descoberta de compostos químicos ativos no rúmen

abriu grandes perspectivas nessa área das ciências agrárias (Bergen & Bates, 1984).

Os aditivos podem ser assim definidos: são ingredientes dietéticos, podendo ou não

conter nutrientes, com a finalidade de produzir resposta favorável para melhor desempenho

animal (conversão alimentar e produção) e sanidade (diminuição de acidose, abscesso de

fígado, timpanismos, etc), seja por aumentar quantitativa e/ou qualitativamente a

disponibilidade dos nutrientes ou pela eficiência de utilização desses (Lucci, 1997).

Dessa forma, objetivou-se avaliar a eficiência e o possível efeito somatório dos

diferentes compostos aditivos: levedura viva (Saccharomyces cerevisiae), monensina sódica,

virginiamicina, quando utilizados em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos

Nelore em confinamento, por meio da mensuração e análise das variáveis, ganho de peso,

consumo de ração, dias para atingir 18@, conversão alimentar, rendimento de carcaça quente

e avaliação econômica dos custos empregados na aquisição da ração em relação às receitas

sobre o ganho de peso no período de confinamento referentes a venda dos animais.

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Material e Métodos

O experimento foi conduzido na Fazenda Agroindustrial Aricá, localizada no município

de Cuiabá-MT, entre os meses de outubro de 2009 a janeiro de 2010. Foram confinados 60

bovinos da raça Nelore, machos castrados, com idade e peso corporal médio de 46 meses e

420 kg respectivamente, distribuídos em quatro lotes de 15 animais. Os bovinos foram

selecionados de um lote de 180 animais, sendo inicialmente pesados e submetidos à avaliação

visual da condição corporal e, posteriormente, foram agrupados em quatro lotes. Estes

animais passaram por jejum sólido de 14 horas antes da pesagem inicial.

A área experimental foi constituída de 4 piquetes de 1500 m² cada, onde cada piquete

foi subdivididos em uma área de 600m2 e outra de 900m2 , cujo solo era coberto por

Brachiaria brizantha cv. Marandu. As baias eram providas de comedouros cobertos e

bebedouros, disponibilizando 40 cm linear de comedouro para cada animal. Durante a

adaptação, cada grupo permaneceu em seus respectivos piquetes na área total, com forragem à

disposição intencionalmente para iniciar a transição da dieta para os animais, sendo a mesma

naturalmente reduzida pelo pastejo e pisoteio. Após a adaptação, os animais foram confinados

nos piquetes subdivididos menores estes de 600m2, sendo a área disponível por animal de

4m2, e a forragem eliminada dos piquetes.

Os animais passaram por uma adaptação de 14 dias às dietas, sendo o trato realizado

duas vezes ao dia em proporções iguais nos horários (06:00 e 17:00 h), iniciando-se com

fornecimento de aproximadamente 0,5% do peso dos animais (2,0 kg/animal/dia), em que era

aumentando 1,0 kg/animal a cada dois dias até atingir aproximadamente 2,0% do peso do

animal (8,0 kg/animal/dia) no 14º dia experimental.

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Foram adaptados fornecendo-se no primeiro dia dois quilos da dieta em dois tratos

diários, aumentando-se a cada dois dias um quilo da dieta de modo que no 14º dia

completasse o segundo dia dos animais comendo oito quilos da ração.

A adaptação foi determinada com a quantidade do núcleo peletizado fixada em

1,2 kg/dia, aumentando-se apenas a inclusão de milho grão inteiro, iniciando com 0,8 kg para

completar os 2,0kg iniciais, e assim sucessivamente até se atingir os 14 dias de adaptação de

tal modo que dos 8,0 kg no final da adaptação (85% correspondendo ao milho, e 15% ao

núcleo peletizado), ou seja, 6,8 kg de milho e 1,2 kg de núcleo, sendo neste último mantendo

o fornecimento dos aditivos desde o início da adaptação.

As sobras foram retiradas e pesadas, a fim de quantificar o consumo de matéria seca

pelos animais, antes do primeiro trato do dia.

Após a adaptação foi determinado que, não havendo sobras a cada dois dias consecutivos,

aumentou-se 0,5 kg de ração por animal no fornecimento das 17:00 h, até o limite máximo de

fornecimento de 10 kg/animal/dia, ou seja, 2,4% do peso corporal dos animais.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC), onde os

grupos dos animais foram formados considerando o peso corporal inicial, sendo

posteriormente distribuídos, para receber as diferentes dietas experimentais.

As dietas experimentais foram constituidas por 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo

peletizado, com as seguintes inclusões dos ingredientes: 11,55% de farelo de soja, 0,3% uréia

e 3,15% de macro e micro minerais e aditivos. Os aditivos testados foram monensina sódica

(M) (Rumensin R-100 ®); levedura viva (LV) (Beef Saac ®); virginiamicina (VI) e a

combinação de monensina sódica, levedura viva e virginiamicina (MLVVI), os quais deram

origem às dietas experimentais.

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Os animais foram pesados no início do experimento no final da adaptação e em

seguida em intervalos de 28 dias, totalizando 99 dias de confinamento, exceto os lotes das

dietas experimentais (VL) e (VI) que foram abatidos com 86 dias, devido os animais destes

lotes terem obtido o peso preconizado para abate que foi de 18@. Somente para as pesagens

inicial e final os animais foram submetidos a jejum de sólido por 14 horas.

No frigorífico os animais foram abatidos, após jejum de sólidos por 24 horas, onde foi

obtido o rendimento de carcaça quente pela razão entre peso da carcaça sem vísceras, couro,

cabeça, patas e vassoura da cauda e o peso vivo em jejum de 24 horas multiplicado por 100,

sendo a classificação das carcaças determinada conforme a classificação Carrefour – Carne

Bovina GO.

Foram feitas amostragem das sobras e das dietas para determinação da composição

químico-bromatológica, a qual foi realizada no laboratório de Nutrição Animal da Faculdade

de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia - FAMEVZ, da Universidade Federal de

Mato Grosso - UFMT. As amostras foram analisadas para determinações da matéria seca

(MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido

(FDA), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína

(FDNcp) e matéria mineral (MM), que foram realizadas de acordo com descrições de

Silva e Queiroz, (2002). A determinação do nitrogênio insolúvel em detergente neutro

(NIDN) posteriormente multiplicado pelo fator de correção (6,25) para obtenção do valor em

proteína do detergente neutro (PIDN), seguiu os métodos descritos por

Van Soest et al. (1991).

A quantificação dos carboidratos não fibrosos (CNF) foi realizada de acordo com

adaptação de Hall, (2000), em virtude da inclusão de uréia na composição das dietas, sendo:

CNF= 100 – [(%PB - %PB da uréia + % uréia) + FDNcp + %EE + %cinzas]

Onde FDNcp= fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína.

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Os teores de carboidratos totais dos alimentos (CT) foram calculados segundo

Sniffen et al. (1992):

CT = 100 – (%PB + %EE + %Cinzas).

Com base na composição química dos alimentos, os teores de nutrientes digestíveis

totais (NDT) foram estimados segundo o NRC (2001).

Na Tabela 1 encontra-se a composição químico-bromatológicas dos ingredientes,

núcleos e milho, utilizados para compor as dietas e na Tabela 2 a composição quimico-

bromatológica da dieta total (85% milho e 15% núcleo peletizado) de cada dieta experimental.

Tabela 1- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT dos núcleos M, LV, VI e MLVVI e do milho utilizados na composição das dietas.

Itens Núcleos Milho

M LV VI MLVVI

MS (%) 89,65 89,14 88,73 90,46 89,73 PB¹ 41,10 41,52 42,11 40,41 8,65 EE¹ 3,01 3,06 2,98 2,99 4,12 MM¹ 8,17 7,93 8,12 8,10 1,35 CT¹ 46,80 47,20 46,60 47,5 84,90 CNF¹ 58,90 60,70 60,60 60,40 86,15 FDN¹ 32,41 32,40 30,87 31,04 19,60 FDA¹ 34,62 35,21 34,25 35,17 9,94 FDNi¹ 3,12 2,63 3,18 2,87 2,01 FDNcp¹ 22,52 18,09 17,82 18,82 14,62 PIDN² 42,32 41,98 45,57 42,80 12,50 NDT³ 60,21 59,78 58,89 60,10 86,00 ¹% da MS, ² % do N total*(6,25), ³calculado (NRC, 2001)

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Tabela 2- Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT das deitas totais (85% milho e 15% núcleo peletizado) M, LV, VI e MLVVI.

Itens Dietas M LV VI MLVVI MS (%) 90,81 90,80 90,73 90,77 PB¹ 14,02 14,03 14,01 13,64 EE¹ 4,70 4,75 5,37 5,05 MM¹ 4,03 4,10 4,03 4,02 CT¹ 77,21 77,25 76,42 77,47 CNF¹ 51,70 52,78 51,84 53,72 FDN¹ 17,79 16,65 16,50 15,69 FDA¹ 9,63 9,79 9,11 9,75 FDNi¹ 1,64 1,72 1,73 1,71 FDNcp¹ 25,58 24,81 24,50 23,68 PIDN² 14,52 13,68 14,33 14,38 NDT³ 81,03 81,63 81,01 81,71 ¹% da MS, ² % do N total*(6,25), ³calculado (NRC, 2001)

Foi feita a avaliação econômica para os tratamentos em função dos resultados das

médias de desempenho dos animais submetidos a cada dieta experimental onde se utilizou os

seguintes procedimentos para cálculo:

O consumo diário de ração na matéria seca (CRMS kg/dia), assim como o ganho de

peso diário (GPD kg/dia) foram obtidos através das médias de cada dieta experimental.

O ganho de peso em equivalente rendimento de carcaça (GPRC kg/dia) foi obtido

entre a diferença do peso vivo final médio, considerando rendimento de carcaça (RC) de 54%

para a dieta monensina e 53% para VI, LV e MLVVI e o peso vivo inicial médio,

considerando 50% de (RC), sendo a diferença dividida pelo total de dias de confinamento de

cada dieta avaliada.

O custo do milho em reais por quilo (CM R$/kg) obteve-se do preço médio do quilo

de R$ 0,20 sendo a tonelada de R$ 200,00, valor de compra do milho durante o período

experimental (outubro/2009 a janeiro/2010). Assim como, o custo do núcleo em reais

(CN R$/kg) foi obtido do preço da saca de 30kg no valor de R$ 56,45; 57,69; 56,32 e 60,25

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para as respectivas dietas M, LV, VI e MLVVI, dividindo-se cada valor da saca pelo seu

respectivo peso, encontrando o valor do quilo de cada dieta. Considerando a inclusão de 85%

de milho e 15% de núcleo das dietas. Onde somando os dois custos encontrou-se o custo da

ração (CR R$/kg).

O custo da ração diário (CRD R$/dia) foi encontrado pelo produto da multiplicação

entre o custo da ração (CR R$/kg) e o consumo diário da ração na matéria seca

(CRMS kg/dia).

O custo do ganho de peso diário (CGPD R$/dia) obtido do produto da multiplicação

do custo da ração (CR R$/dia) pelo ganho de peso diário (GPD kg/dia)

A receita em reais por dia (RT R$/dia) obteve-se do ganho de peso em equivalente

rendimento de carcaça (GPRC kg/dia) de cada dieta, multiplicando-se pelo valor pago pela @

de R$ 70,00 posteriormente dividido por 15 valor em quilo equivalente de uma @.

O lucro em reais por dia (LUCRO R$/dia) obtido do produto da subtração entre a

receita em reais por dia (RT R$/dia) e o custo da ração diário (CRD R$/dia).

Depois de obtidos os resultados da avaliação econômica em seguida foram gerados

possíveis cenários para estes indicadores a partir do coeficiente de variação de algumas

variáveis

Foi feita uma simulação de possíveis cenários que podem ocorrer considerando uma

série histórica dos preços praticados entre os anos de 2007 a 2010 da arroba do boi e do milho,

saca de 50kg, na região onde foi desenvolvida a pesquisa, por ser estas as variáveis que mais

impactam no resultado da avaliação econômica nesta pesquisa. Onde os preços foram

corrigidos de acordo com o índice geral de preços – disponibilidade interna (IGP-DI) de

acordo com (IPEADATA, 2010) para o mês de dezembro de 2010.

A partir dos resultados da avaliação econômica para os tratamentos em função dos

resultados das médias de desempenho dos animais submetidos a cada dieta experimental,

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obtiveram-se as médias gerais, as quais foram submetidas às simulações dos possíveis

cenários, substituindo o valor da arroba e do milho encontrados para cada cenário gerando

assim, seis simulações de viabilidade econômica para cada cenários, sendo eles o melhor, pior,

médio, mais provável, otimista e pessimista.

O cenário melhor foi gerado considerando-se o máximo preço praticado no mercado

pela arroba do boi e o mínimo preço do milho correspondente à saca.

O pior cenário foi gerado considerando-se o mínimo preço praticado pela arroba e o

máximo preço do milho.

O cenário médio foi gerado considerando-se as médias dos preços de ambas variáveis.

O cenário mais provável foi gerado considerando-se os o preço das variáveis que

ocorrem com maior freqüência.

O cenário otimista foi gerado considerando-se as médias do preço da variável arroba do

boi, adicionado do percentual do coeficiente de variação (+10%) obtido a partir da série de

preços coletados e ainda subtraído do coeficiente de variação (-29%) da série de preços

coletados referente ao milho.

O cenário pessimista foi gerado considerando-se as médias do preço da variável arroba

do boi, subtraído do percentual do coeficiente de variação (-10%) obtido a partir da série de

preços coletados e ainda adicionado o percentual do coeficiente de variação (+29%) da série de

preços coletados referente ao milho.

O Delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (DIC) em que a variável

ganho de peso diário médio (GPD kg/dia) foi utilizado análise de co-variância

(Snedecor & Cochran, 1989), como não houve efeito o modelo foi reparametrizado e os grau

de liberdade associados ao peso vivo inicial (PVI) foram deslocados ao resíduo. Os dados

foram analizados através da ANAVA e SNK com nível de significância de 10%.

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Resultados e discussão

Não foi encontrada diferença significativa (P>0,10) para nenhuma das variáveis

analisadas, de desempenho dos animais submetidos às dietas experimentais (Tabela 3).

Tabela 3 Médias das variáveis dos resultados do desempenho dos animais submetidos às dietas experimentais Monensina (M), Levedura Viva (LV), Virginiamicina (VI) e Padrão (MLVVI).

Dietas Variável M LV VI MLVVI Médias CV % Peso corporal inicial (Kg) 423,75 421,92 423,84 421,54 422,76 0,28 Peso corporal final (Kg) 529,17 523,46 527,31 535,78 528,93 0,97 Ganho de peso diário (GPD kg/dia) 1,06 1,16 1,23 1,18 1,15 6,20 Ganho total em confinamento (Kg) 105,42 101,54 103,47 114,24 106,17 5,28 Consumo diário de ração (CR kg/dia) 6,55 6,98 7,96 6,61 7,02 9,28 Dias para atingir 18@ 99 86 86 99 92,50 8,11 Conversão alimentar (CA) 6,17 5,59 6,64 6,06 6,12 7,04 Rendimento carcaça quente (RCQ %) 54 53 53 53 53,25 0,94 Peso carcaça quente (Kg) 285,55 276,34 280,08 286,04 282,00 1,65 NS = não significativo para todas as variáveis analisadas

O ganho médio diário dos animais nesta pesquisa foi de 1,15 kg/dia, resultados

superiores aos de Katsuky, (2009), que obteve valores inferiores para ganho de peso de

0,953 kg/dia e consumo de matéria seca de 6,99 kg/dia para uma dieta com inclusão de

84,75% de milho grão inteiro avaliando os efeitos de diferentes níveis de substituição do

milho por casca de soja (0, 15, 30 e 45% base natural), em rações a base de concentrados,

sobre o desempenho produtivo em bovinos confinados, castrados da raça Nelore, com peso

vivo médio de 461,83 kg e idade média de 24 meses, não encontrando diferenças

significativas entre as dietas para as variáveis ganho médio diário, e conversão alimentar.

E inferiores aos encontrados por Nuñes, (2008) avaliando bovinos em confinamento

em dieta com nível de concentrado de 91% e dois níveis de virginiamicina

(0,0 e 15,0 mg/kg MS) em associação ao ionóforo salinomicina, encontrando para ganho

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médio diário dos animais 1,79 kg/dia. Estes resultados foram superiores aos encontrados no

presente estudo, possivelmente pelo fato de ser animais castrados, com peso inferior aos desta

pesquisa, e testar a presença ou não de virginiamicina em associação com um antibiótico

ionóforo (salinomicina), não testando a virginiamicina isoladamente como neste estudo.

Zin, (1986) confinando bovinos fornecendo dieta contendo 90% de concentrado,

testando níveis de ionóforo, não verificou efeito no ganho de peso dos animais, encontrando

melhora na conversão alimentar de 6% para os níveis de salinomicina de 11 e 22 mg/kg de

matéria seca.

Ao avaliar o desempenho de bovinos de corte cruzados jovens com idade de 9 meses e

peso inicial de 257 kg, submetidos às dietas de alto teor de concentrado, como única fonte

volumosa o bagaço de cana, Bulle et al. (2002) encontraram valores médios de consumo de

matéria seca de 6,85 kg MS/dia para o nível de concentrado de 91% e ganho de peso diário de

1,24 kg/dia. Estes autores atribuíram a limitação de ingestão de matéria seca em função da

maior densidade energética da dieta e maiores ganhos quando consumos de matéria seca são

aumentados. Os resultados demonstram certa similaridade, apesar do fornecimento pré-fixado

de ração, da diferença entre o grupo genético, idade e peso entre os animas aqui estudados que

foram animais Nelores, entre 40 e 46 meses e peso inicial de 420 kg.

Os ganhos de peso diário dos animais desta pesquisa foram numericamente inferiores

aos resultados de Nuñez, (2008) e Bulle et al. (2002), anteriormente descritos, possivelmente

por conseqüência da menor ingestão de matéria seca diária média de 8,96 kg/dia e 6,85 kg/dia

respectivamente aos resultados dos autores, e as características dos animais por eles

trabalhados. O fator que possivelmente pode ter contribuído para tal efeito está na idade mais

elevada dos animais quando comparado aqueles dos estudos anteriormente descritos. Animais

mais jovens são mais eficientes quanto à conversão alimentar (quilo de alimentos/quilo de

ganho em peso), pois o ganho se dá principalmente pelo crescimento da massa muscular, que

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é um tecido com teor de água relativamente elevado. Ao contrário de animais mais pesados ou

mais velhos que demandam comparativamente maior quantidade de alimento/quilo de ganho,

pois estes estarão sintetizando gordura a taxas mais elevadas (Cardoso, 2000). Assim como a

diferença dos ingredientes e composição química das dietas avaliadas, pois, estas possuem

certa proximidade apenas no nível de concentrado.

Nesse estudo o rendimento de carcaça foi de 53,3% valor próximo aos 54,3%

encontrados por Katsuky, (2009), que trabalhou com dietas contendo mesmos níveis de milho

grão inteiros aqui utilizados.

Resende et al. (2009) concluíram que à partir de custos viáveis de volumoso e

concentrado, havendo remuneração por uma carcaça de melhor qualidade, o sistema de

alimentação que utiliza maior nível de concentrado em regime de confinamento de animais

jovens tende a se tornar mais eficiente, à medida que se reduz o tempo gasto na terminação e

os custos de produção, visto que a maior parte destes custos é decorrente da alimentação e que

se demonstra, na maioria das pesquisas, maior eficiência biológica em animais jovens em

função do perfil de ganho de peso.

O fornecimento do aditivo monensina sódica, ionóforo, na dosagem de

25,5 mg/kg MS na dieta não influenciou o consumo de matéria seca, assim como o ganho de

peso médio diário e conversão alimentar dos animais confinados, podendo ser inferido que o

efeito da utilização do aditivo em promove menor consumo não influenciou na maior

eficiência nessas condições experimentais.

O uso da monensina tem sido indicado pela sua capacidade de aumentar a eficiência

alimentar, ou seja, menor consumo para mesmos ganhos de peso em comparação ao não

fornecimento, como pode ser verificado por Restle et al. (2001) ao fornecerem 13 mg de

monensina/kg de MS ingerida para novilhas em confinamento que obtiveram reduções de

1,7% no consumo.

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Oliveira et al. (2009) fornecendo níveis de monensina de 0, 14, 28, e 42 mg/kg MS na

dieta para novilhas em confinamento aumentaram o custo da ração e não encontraram

diferenças significativas para ganho de peso diário, conversão alimentar e consumo de matéria

seca.

Baile et al. (1979) sugerem que a baixa palatabilidade dos ionóforos monensina sódica

reduz o consumo pelos animais independente do tipo de dieta, com predominância desse

efeito para as dietas altamente concentradas.

Oliveira, (2004) avaliando o desempenho de bovinos Nelores castrados confinados em

função do fornecimento ou não de diferentes ionóforos: lasolacida (44 mg/kg MS ingerida) e

monensina (44 mg/kg MS ingerida) observou diferença de -6,3% para monensina e de -5,9%

para lasolacida, na redução da ingestão de matéria seca dos animais comparado com controle

enquanto para ganho de peso diário, espessura de gordura subcutânea, rendimento de carcaça

e área de olho de lombo não houveram efeitos significativos.

São escassas as pesquisas nacionais com a utilização de virginiamicina isoladamente

em bovinos confinados avaliando desempenho, no entanto, no presente estudo este aditivo na

inclusão de 18,7 mg/kg MS de ração, proporcionou resultados divergentes dos obtidos por

Rogers et al. (1995), que avaliaram efeito de diferentes níveis de virginiamicina sobre

desempenho de bovinos de corte, e encontraram aumento no ganho de peso, melhora na

conversão alimentar com baixo ou inexpressível efeito sobre a ingestão de matéria seca, além

de evitar oscilações no consumo e diminuir a incidência de abscesso hepático em bovinos

confinados. Os autores encontraram melhores respostas nas dosagens de 19,3 a 27,3 mg/kg

para aumento no ganho de peso, 13,2 a 19,3 mg/kg para melhor conversão alimentar e

16,5 a 19,3 mg/kg para a menor ocorrência de abcesso hepático. Não foram encontrados

abcessos hepáticos em nenhum dos animais abatidos das diferentes dietas avaliadas no

presente estudo.

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Avaliando bovinos submetidos à dietas com alta proporção de amido e proteína,

Andrighetto et al. (1997) observaram que os animais que receberam virginiamicina

apresentaram aumento de 7,8% no ganho de peso e melhora de 7,3% na conversão alimentar.

A levedura viva (Saccharomyces cerevisiae) de acordo com Wallace, (1994) é um aditivo que

tem se destacado em várias pesquisas pelos efeitos benéficos para ruminantes com alta

variação nos resultados encontrados por diversos autores, relacionados a fatores dependentes

da dosagem avaliada e da dieta.

Gattas et al. (2008) confinando novilhos ½ Red Angus ½ Nelore, alimentados com

proporção de 1:1 da relação volumoso:concentrado, com base na MS, com inclusão ou não de

cultura de levedura (1,0 g/100 kg de peso vivo) à dieta, não encontraram diferença (P<0,05)

entre os tratamentos para o desempenho dos animais. Assim, como nesta pesquisa, com o

dobro de fornecimento do aditivo levedura viva de 2,0 g/100kg, em relação ao fornecimento

do autor supracitado, não foi observado efeito significativo em nenhuma das variáveis

analisadas.

Gomes, (2008) trabalhando com bovinos Nelores confinados com dietas de alto nível

de concentrado (96%) e avaliando a inclusão ou não de levedura viva e a combinação de

levedura e bactéria probiótica, não verificou diferença significativa na ingestão de matéria

seca, ganho de peso diário e eficiência alimentar dos animais.

Contudo, na dieta MLVVI onde se objetivou avaliar a possibilidade do efeito

somatório entre os aditivos estudados, os resultados não foram estatisticamente diferentes,

podendo inferir que a associação entre os aditivos não influenciou no desempenho dos

animais.

A literatura apresenta limitação quanto às pesquisas que avaliaram o efeito somatório

desses três aditivos simultaneamente nesse tipo de dieta, para desempenho de bovinos de

corte confinados. Contudo Nuñez, (2008) não encontrou diferenças significativas em dietas

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altamente concentrada com uso de dois aditivos, ionóforos e não ionóforos, para bovinos

confinados.

Kuss et al. (2009) avaliaram o desempenho e as características da carcaça e da carne

de novilhos cruzados, não castrados, alimentados com ou sem adição de monensina

(200 mg/dia/animal) e/ou probiótico (Saccharomyces cerevisiae) (23,7 x 108 UFC/animal/dia)

à dieta, composta por silagem de milho e fornecimento de 1,2% de concentrado, na fase de

recria e posteriormente avaliando estes animais na fase de terminação em confinamento, não

encontrando melhora no desempenho e nas características da carcaça e da carne desses

novilhos.

A utilização de aditivos associados a outros em dietas com alto teor de concentrado,

sem o uso de fonte volumosa, parece se justificar somente pelo fato deste proporcionar uma

maior segurança na formulação deste tipo de dieta, devendo ser levado em consideração o

custo adicional na dieta total.

Para Restle & Vaz (1999), a alimentação é responsável por aproximadamente 70% do

custo total do confinamento, sendo 80%, relativos ao custo do alimento concentrado utilizado

na dieta. Contudo, de acordo com Faturi et al., (2003) o uso de concentrados mais energéticos

são indicados para a alimentação de bovinos, embora possam ter custos limitantes

ocasionados por fatores de produção, preços internacionais e pela oferta. Podendo também ser

influenciado pela disponibilidade de excedente de produção em regiões produtoras, o que

pode justificar o uso em dietas com elevados níveis de concentrado em confinamentos.

Desse modo, foi feito uma avaliação econômica dos desempenhos dos animais

submetidos às dietas experimentais, obtendo-se o consumo diário de ração (CSR kg/dia),

ganho de peso diário (GPD kg/dia), ganho de peso em equivalente rendimento de carcaça

(GPRC kg/dia), custo do milho em reais (CM R$/kg), custo do núcleo em reais (CN R$/kg),

custo da ração (CR R$/kg), custo da ração diário em reais (CRD R$/dia), custo do ganho de

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peso diário (CGPD R$/dia), receita em reais por dia (RT R$/dia) e o lucro em reais

(LUCRO kg R$/dia) que podem ser vistos na Tabela 4.

Tabela 4 Análise econômica do resultado do confinamento em função das dietas experimentais Monensina (M), Levedura Viva (LV), Virginiamicina (VI) e Padrão (MLVVI).

Itens Dietas M LV VI MLVVI Medias CV % CSR kg/dia1 6,55 6,61 7,96 6,98 7,03 9,27 GPD kg/dia2 1,06 1,18 1,23 1,16 1,16 6,15 GPRC kg/dia3 0,74 0,77 0,8 0,74 0,76 3,78 CM R$/kg4 0,17 0,17 0,17 0,17 0,17 0,00 CN R$/kg5 0,28 0,29 0,28 0,3 0,29 3,30 *CR R$/kg6 0,45 0,46 0,45 0,47 0,46 2,08 CRD R$/dia7 2,96 3,03 3,6 3,29 3,22 9,02 CGPD R$/dia8 3,16 3,58 4,43 3,8 3,74 14,16 **RT R$/dia9 3,47 3,61 3,73 3,45 3,57 3,67 LUCRO R$/dia10 0,51 0,58 0,14 0,17 0,35 64,94 *Rações onde o milho participa com 85% e o núcleo 15% de inclusão. **Preço pago pela @ de R$ 70,00 e rendimentos de carcaça de 54% (M) e 53% para as dietas LV, VI e MLVVI. 1Consumo diário de ração na MS 2Ganho de peso diário 3Ganho de peso equivalente rendimento carcaça 4Custo do milho em reais por quilo 5Custo do núcleo em reais por quilo 6Custo da ração 7Custo da ração diário 8Custo do ganho de peso diário 9Receita em reais por dia 10Lucro em reais por dia

A avaliação econômica foi feita levando em consideração apenas os custos com

aquisição da ração em relação ao ganho obtido no período de confinamento, onde foi

desconsiderada a representatividade de quaisquer outros custos adicionais obtidos.

Os valores obtidos do lucro em reais por dia (LUCRO R$/dia) encontrados para todas

as dietas apresentaram-se positivos, sendo para as respectivas dietas os valores de:

M (R$ 0,51), LV (R$ 0,58), VI (R$ 0,14) e MLVVI (R$ 0,17) podendo ser afirmado que

todas as dietas apresentaram viáveis nas condições experimentais avaliadas, porém, deve ser

levado em consideração a não inclusão dos demais custos de produção como, custo com

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mão-de-obra, infraestrutura, depreciação, vermífugos e vacinas dentre outros, o que

possivelmente poderia afetar a lucratividade quando esses custos forem inclusos.

Vaz et al. (2000), em um estudo sobre alimentos e níveis de concentrado para

confinamento de bovinos de corte, encontraram uma gama de alimentos com diferentes

custos, e diferentes desempenhos animais, o que demonstra a importância do ajuste do

concentrado em função do retorno econômico.

No entanto, conforme mencionam Resende et al. (2009), a resposta animal à adição de

concentrado parece ser variável, de modo que o nível ótimo de concentrado na ração tem

como fatores determinantes o sexo, raça e idade do animal, além da qualidade do volumoso e

do concentrado.

Missio, (2007) ao avaliar o efeito do incremento de concentrado na proporção de

22, 40, 59 ou 79% de concentrado na dieta de bovinos cruzados Charolês-Nelores não

castrados, abatidos entre 14 e 16 meses, obteve viabilidade econômica entre 26 e 61% de

concentrado na dieta, onde foi encontrado comportamento linear para receita líquida até o

nível de 78% de concentrado, enquanto para lucratividade do período e lucratividade mensal o

comportamento foi quadrático, com os pontos de máxima de 26 e 49% de concentrado

respectivamente, passando a ser negativa a partir dos 79% de fornecimento de concentrado.

Pode-se inferir que a baixa eficiência biológica de animais mais velhos e não cruzados pode

ter sido a principal causa dos baixos desempenhos, consequentemente influenciando melhores

resultados para o lucro nesta pesquisa.

O preço da inclusão dos aditivos no núcleo das dietas foram os fatores que

influenciaram a diferença dos custos das rações (CR R$/kg), de R$ 0,45 para as dietas

M e VI, R$ 0,46 para LV e R$ 0,47 para a dieta MLVVI. No entanto, parece não ter sido este,

tão pouco o custo do milho praticado durante o período experimental, o fator de maior

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relevância para que resultados melhores fossem obtidos, mas sim os baixos desempenhos em

ganho médio diário obtidos pelos animais proporcionados pelas dietas.

Ao comparar o custo da ração da dieta MLVVI de (R$ 0,47/kg) a qual teve a inclusão

de todos os aditivos, às demais dietas, esta foi a mais cara, contudo, o fator determinante para

o pior lucro tido tanto com a dieta MLVVI de (R$ 0,17/dia) como a dieta VI de (R$ 0,14/dia)

foi o maior consumo diário de ração destas dietas em relação às demais.

No entanto, o melhor ganho de peso diário de 1,23 kg/dia obtido pela dieta VI não

influenciou para que esta obtivesse o melhor lucro, porém a dieta LV com ganho de peso

diário 1,18 kg/dia e lucro de R$ 0,58, foi a melhor, isso devido ao menor consumo diário de

ração (6,61 kg/dia) enquanto a dieta VI obteve consumo de (7,96 kg/dia), uma diferença de

20,42%.

Contudo, o menor consumo proporcionado pela dieta M de (6,55kg/dia) influenciou

em menor ganho de peso diário (1,06 kg/dia). O que permite inferir que não é

necessariamente o maior ganho de peso diário e o menor consumo de matéria seca

isoladamente que viabilizará a atividade, e sim a melhor eficiência. Evidenciado por

Restle et al. (2000) e Faturi et al. (2003) ao afirmarem que a avaliação econômica dos custos

com alimentação no sistema de confinamento é importante, pois nem sempre a melhor

resposta biológica consiste na melhor resposta econômica.

De acordo com Simões e Moura, (2005) o ambiente de incertezas, a volatilidade dos

preços de insumos e produtos e a falta de informações precisas dificultam a tomada de decisão

e inibe novos investimentos no setor produtivo de gado de corte, o que torna necessário o uso

de metodologias de analise econômica de sistemas de produção que podem ajudar muito na

tomada de decisão dos pecuaristas.

Contudo, foi gerado as simulações de possíveis ocorrência de cenários com base nos

históricos dos preços praticados no mercado entre os anos de 2007 a 2010 referentes à arroba

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do boi e do milho saca de 50kg, corrigidos através do IGP-DI, e a relação em porcentagem

entre os preços obtidos, os quais podem ser observados na Tabela 5.

Tabela 5 Cenários dos preços pagos ao produtor na arroba do boi e milho, saca de 50kg, no intervalo dos anos de 2007 a 2010.

Cenários Valores em R$ @ boi Milho saca 50 kg Melhor 98,48 7,46 Pior 65,35 22,94 Médio 80,01 13,45 Mais provável 80,00 14,17 Otimista 87,95 17,41 Pessimista 72,08 9,49

A partir dos resultados da avaliação econômica dos desempenhos dos animais

submetidos às dietas experimentais, obtiveram-se as médias dos resultados do confinamento,

dos quais foram simulados os cenários possíveis de ocorrer, levando em consideração o

histórico dos preços praticados no mercado entre os anos de 2007 a 2010, referentes à arroba

do boi e do milho saca de 50 kg na região onde foi desenvolvida a pesquisa, substituídos nos

referidos cenários, os quais podem ser observados na Tabela 6.

Tabela 6 Análises das médias econômicas dos resultados do confinamento em função dos cenários simulados referentes aos preços da arroba do boi e do milho, saca 50kg nos anos de 2007 a 2010

Cenários

Itens Melhor Pior Médio Provável Otimista Pessimista Média das

dietas

CM R$/kg4 0,13 0,39 0,23 0,24 0,29 0,29 0,17 *CR R$/kg6 0,38 0,58 0,46 0,47 0,41 0,51 0,46 CRD R$/dia7 2,92 4,77 3,63 3,72 3,16 4,1 3,22 CGPD R$/dia8 3,39 5,54 4,22 4,32 3,67 4,77 3,74 **RT R$/dia9 5,02 3,33 4,08 4,08 4,48 3,67 3,57 LUCRO R$/dia10 2,10 -1,43 0,45 0,36 1,32 -0,43 0,35 *Rações onde o milho participa com 85% e o núcleo 15% de inclusão. **Preço pago pela @ de R$ 70,00 e rendimentos de carcaça de 54% (M) e 53% para as dietas LV, VI e MLVVI. 4Custo do milho em reais por quilo 6Custo da ração 7Custo da ração diário 8Custo do ganho de peso diário 9Receita em reais por dia 10Lucro em reais por dia

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De acordo com os resultados obtidos pode-se considerar que os cenários que mais se

aproximaram das médias obtidas nesta pesquisa foram os cenários Médio e o Provável,

entretanto, a atividade neste caso pode ser considerada como muito sensível a variações de

preço.

Os cenários Pior e Pessimistas os resultados foram negativos podendo-se interpretar

que a atividade apresenta incapacidade de pagamento dos custos obtidos com a aquisição das

rações utilizadas no período de engorda dos animais.

Contudo, os cenários Melhor e Otimista apresentaram uma superioridade em relação as

Médias, inferindo-se que nesta ocasião, os preços fazem com que a atividade seja lucrativa de

acordo com a avaliação econômica estabelecida.

De acordo com Simões & Moura (2005) este método de avaliação comparativa de

diferentes cenários permite fazer algumas inferências sobre possíveis situações futuras;

entretanto, não são consideradas todas as possibilidades de ocorrência dos valores para as

variáveis de entrada, bem como não se pode prever a probabilidade de ocorrência de cada um

deles. Em outras palavras, a análise mostra o que pode ocorrer, mas não “garante” que um dos

cenários vai ocorrer.

No entanto, fazendo-se uma análise geral, por meio da observação conjunta dos

cenários construídos, pode-se inferir que em termos médios e de maior probabilidade a

atividade desenvolvida dentro dos padrões tecnológicos e da avaliação econômica desta

pesquisa, a atividade possibilita o pagamento dos custos obtidos com a aquisição da ração

usada no período de confinamento dos animais. A comparação com os demais cenários mostra

certa oscilação dos resultados, ou seja, positiva quando os cenários foram o melhor e otimista,

cobrindo os custos com a aquisição da ração com certa margem favorável à atividade, e

negativa quando os cenários foram os pior e o pessimista, ou seja, nestas ocasiões considera-se

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desfavorável a atividade, pois os custos com a aquisição da ração são superiores a receita

gerada.

Porém, deve-se considerar que esta é uma avaliação econômica referente apenas aos

custos com aquisição da ração, e receitas sobre o ganho obtido no período experimental. Se

avaliado em um sistema pecuário completo, o confinamento permite aumento da capacidade

de suporte da propriedade ao tempo que os animais são retirados das pastagens,

consequentemente aumento no número de animais vendidos no ano, aumentando-se a

produtividade.

Conclusões

Os aditivos monensina sódica, levedura viva e virginiamicina assim como seu efeito

somatório nas dietas avaliadas, de alto fornecimento de grãos para bovinos Nelores em

confinamento, proporcionam aos animais desempenhos que podem ser considerados

satisfatórios, levando em consideração o elevado desafio em que os animais foram

submetidos quanto à grande inclusão de carboidrato proveniente do milho nas dietas. A

viabilidade econômica no uso de dietas com alto fornecimento de grãos, foi positiva quando

considerado apenas os custos com ração em relação aos ganhos de peso obtidos dos animais

sobre a receita proveniente da venda no abate. As simulações dos cenários em grande parte

indicaram que a atividade nas condições desta pesquisa remunerou o capital investido com a

aquisição da ração

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CAPÍTULO II

Aditivos em dietas de alto fornecimento de grão para bovinos de corte em confinamento:

digestibilidade e parâmetros ruminais

Resumo – O objetivo desta pesquisa foi avaliar diferentes aditivos em dietas de alto grão

constituídas por 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo peletizado, em que o último era

composto por 11,55% de farelo de soja, 0,3% uréia e 3,15% de macro e micro minerais e

aditivos, sob os parâmetros ruminais de bovinos confinados. Os aditivos testados foram

monensina sódica (M); levedura viva (LV); virginiamicina (VI) e a combinação de monensina

sódica, levedura viva e virginiamicina (MLVVI), os quais deram origem às dietas avaliadas.

Fornecidas para bovinos de corte previamente adaptados, aumentando-se gradativamente a

inclusão de milho até atingir o fornecimento desejado (8,0kg/dia na matéria natural). Foram

utilizados oito bovinos mestiços Europeu x Zebu, castrados, canulados no rúmen, com peso

médio inicial de 590 kg em delineamento em quadrado latino 4x4 duplicado (DQL), mantidos

em piquetes individuais, com área de 100m² por animal, com forragem de Brachiaria

decumbens, disponível apenas no período de adaptação , sendo as mesmas após a adaptação

por meio do pastejo e pisoteio exterminadas. Foi verificado diferença estatística para os

valores de pH ruminal no horário 0, com efeito de tratamento (p=0,044) sendo posteriormente

verificado pela análise dos contraste estatisticamente significativo (p=0,0605) para efeito

entre as dietas (MLVVI vs. VI+LV+M M) e (p=0,0346) entre as dietas (LV vs. M); e não

significativos no mesmo horário para a concentração de NH3 (mg/dl) entre os tratamentos.

Não houve diferença para as rações sobre consumos médios de MS, e dos nutrientes PB, EE,

CT e FDN (kg/dia e % PV), uma vez que o consumo de MS foi restrito, e as rações

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experimentais apresentaram teores semelhantes desses nutrientes na MS. Houve efeito de

tratamento para a digestibilidade da FDN (p=0,0882) e CT (p=0,0482), não apresentando

significância estatística para nenhuma das variáveis nos contrastes ortogonais, assim como

houve diferença entre as rações para o nitrogênio ureico no plasma NUP (mg/dl) (p=0,0807)

não apresentando significância estatística para nenhum dos contrastes. Dietas altamente

concentradas com o uso de aditivos proporcionaram condições favoráveis para o crescimento

de microorganismos no ambiente ruminal, podendo ser fornecidas em confinamentos.

Termos para indexação: consumo, digestão, nitrogênio amoniacal ruminal, milho grão inteiro,

confinamento, pH ruminal

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Additives in diets of high supply of grain for feedlot cattle: digestibility and ruminal

Abstract: The aim of this study was to evaluate different additives in high grain diets

consisting of 85% whole corn grain and 15% of core pellets, where the latter was composed

of 11.55% soybean meal, 0.3% urea and 3.15% macro and micro minerals and additives on

ruminal characteristics in beef cattle. The additives tested were monensin (M), live yeast

(LV), virginiamycin (VI) and the combination of monensin, virginiamycin and live yeast

(MLVVI), which gave rise to the diets evaluated. Provided for beef cattle previously adapted,

increasing gradually adding corn to achieve the desired supply (8.0 kg / day as fed). They

used eight crossbred European x Zebu steers with ruminal cannulas, with an average initial

weight of 590 kg in Latin square design, 4x4 duplicate (DQL), kept in paddocks individual,

with an area of 100m ² per animal with forage Brachiaria decumbens only available in the

adjustment period, being the same after the adjustment through grazing and trampling

exterminated. Statistical difference was observed for rumen pH values at time 0, with

treatment effect (p = 0.044) and subsequently verified by the analysis was significantly higher

(p = 0.0605) for the purpose among diets (MLVVI vs VI + LV + MM) (p = 0.0346) between

diets (LV vs M) and not significant at the same time for the concentration of NH3 (mg / dl)

among treatments. There was no difference in diets on mean intakes of MS, PB and nutrients,

EE, CT and FDN (kg / d and % PV), since the intake was restricted, and the experimental

diets had similar levels of these nutrients MS. There was no treatment effect for FDN

(p = 0.0882) and CT (p = 0.0482), showing no statistical significance for the variables in

orthogonal contrasts, as there was no difference between diets for the nitrogen in urea plasma

NUP (mg / dl), (p = 0.0807) did not show statistical significance for any of the contrasts.

Highly concentrated diets with additives provided conditions favorable for growth of

microorganisms in the rumen and can be supplied in feedlots

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Index term: ruminal ammonia nitrogen, whole grain corn, feedlot, ruminal pH

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Introdução

Nos últimos anos, nos grandes confinamentos instalados no Brasil, substanciais

quantidades de grãos de cereais vêm sendo utilizados como principal fonte de energia. Dietas

típicas de acabamento de alta proporção de volumoso 60% e concentrado 40% na matéria

seca (MS), estão dando lugar às dietas de alta proporção de concentrado e ou alta proporção

de grão. Diversos fatores, incluindo maior densidade energética, facilidade de transporte,

estocagem e misturas de grãos têm conduzido a adoção de dietas de alto concentrado em

oposição às dietas de menor densidade energética advindas das forragens. Desse modo, o

valor nutricional é mais previsível em grãos do que em forragens, o que permitem aos

produtores a engorda de bovinos de maneira consistente e uniforme com maior facilidade

(Silva, 2009).

O emprego de maiores quantidades de grãos de cereais na dieta de bovinos em

confinamento baseia-se no fato dos mesmos serem ricos em amido, que é o principal

responsável pela energia necessária para manutenção e crescimento das bactérias ruminais

(Passini et al., 2003).

Com isso, a grande participação na composição em carboidratos não estruturais,

proveniente dos grãos, permite elevada fermentação ruminal, neste sentido, a manipulação da

dieta tende melhorar a eficiência da fermentação ruminal. Particularmente, pretende-se

aumentar o rendimento do ácido propiônico ruminal, redução da metanogênese, rápida

diminuição da proteólise ruminal e desaminação de proteínas dietéticas, desse modo, as trocas

de fermentação no rúmen, devem aumentar a eficiência produtiva global em ruminantes

(Bergen & Bates, 1984).

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De acordo com Zeoula et al. (2008) o processo de otimização da fermentação ruminal

pode ser considerado como a maximização ou minimização de reações no rúmen, dependendo

do tipo, teor de alimentação, produção animal e compostos utilizados na modificação da

fermentação ruminal. Em qualquer situação, processos que devem ser maximizados são:

síntese de proteína microbiana e fermentação da fibra em ácidos graxos voláteis e os que

devem ser minimizados: metanogênese, degradação da proteína verdadeira do alimento,

biohidrogenação de ácidos graxos insaturados e, em parte, a fermentação do amido.

Muitos dos produtos finais da fermentação, como os ácidos graxos voláteis e a

proteína microbiana, são as principais fontes de nutrientes (energia e nitrogênio) para

ruminante. Em contrapartida, outros produtos da fermentação, como calor, metano e amônia,

representam perdas de energia e proteína do alimento para o ambiente. Contudo, a redução na

eliminação desses produtos tem concentrado esforços dos pesquisadores propiciando aumento

na eficiência de conversão dos nutrientes consumidos em produtos consumíveis (carne e leite)

e redução no impacto dos sistemas de produção no ambiente. A manipulação ruminal por

meio de substâncias introduzidas na ração, ou naturalmente presentes nos alimentos tem

oferecido alternativas para aumentar a eficiência de utilização das dietas consumidas pelos

ruminantes (Reis et al., 2006).

No entanto, segundo os mesmos autores, há uma grande variedade de aditivos

utilizados diretamente na alimentação com potencial para influenciar alguns componentes do

metabolismo do rúmen, incluindo inibidores da produção de metano, da proteólise, da

deaminação, antibióticos, agentes defaunantes, enzimas microbianas, alimentação com ácidos

graxos e lipídios, agentes tamponantes e saliva artificial, aumento na produção de propionato

pela ação de ionóforos, probióticos, aditivos microbianos e surfactantes não-iônicos.

Com isso, o objetiva-se com esta pesquisa avaliar a eficiência isoladamente e o

possível efeito somatório entre os diferentes compostos aditivos, levedura viva

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Saccharomyces cerevisiae, monensina sódica, virginiamicina, quando empregada na

formulação de dietas de alto grão, constituída de milho grão inteiro (85%) e núcleo peletizado

(15%), contendo diferentes fontes de proteína como farelo de soja, e nitrogênio não protéico

(NNP) proveniente da uréia, macro e micro minerais, bicarbonato fornecidas para bovinos em

confinamento, sobre a digestibilidade e os parâmetros ruminais.

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Material e métodos

O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte da Fazenda

Experimental da Universidade Federal do Mato Grosso, localizado no município de Santo

Antônio do Leverger – MT, entre os meses de Abril a julho de 2010. Foram utilizados oito

bovinos mestiços Europeu x Zebu, castrados, canulados no rúmen, com peso médio inicial de

590 kg distribuídos em delineamento quadrado latino 4x4 duplicado (DQL), os quais foram

mantidos em piquetes individuais, com área de 100m² por animal, com forragem de

Brachiaria decumbens, disponível apenas no período de adaptação , sendo as mesmas após a

adaptação por meio do pastejo e pisoteio pelos animais exterminadas, disponibilizou-se

também comedouros e bebedouros individuais.

As dietas experimentais foram definidas por 85% de milho grão inteiro (85M) e 15%

de núcleo peletizado (15NP), em que o último era composto por 11,55% de farelo de soja,

0,3% uréia e 3,15% de macro e micro minerais e aditivos. Os aditivos testados foram

monensina sódica (M); levedura viva (LV); virginiamicina (VI) e a combinação de monensina

sódica, levedura viva e virginiamicina (MLVVI), os quais deram origem as dietas

experimentais.

Os animais passaram por uma adaptação de 14 dias às dietas, sendo o trato realizado

duas vezes ao dia em proporções iguais nos horários (06:00 e 17:00 h), iniciando-se com

fornecimento de aproximadamente 0,5% do peso dos animais (2,0 kg/animal/dia), em que era

aumentando 1,0 kg/animal a cada dois dias até atingir aproximadamente 2,0% do peso do

animal (8,0 kg/animal/dia) no 14º dia experimental.

Foram adaptados fornecendo-se no primeiro dia dois quilos da dieta em dois tratos

diários, aumentando-se a cada dois dias um quilo da dieta, de modo que no 14º dia

completasse o segundo dia dos animais comendo oito quilo da ração.

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A adaptação foi determinada com a quantidade do núcleo peletizado fixada em

1,2 kg/dia, aumentando-se apenas a inclusão de milho grão inteiro, iniciando com 0,8 kg para

completar os 2,0kg iniciais, e assim sucessivamente até se atingir os 14 dias de adaptação de

tal modo que dos 8,0 kg no final da adaptação (85% correspondendo ao milho, e 15% ao

núcleo peletizado), ou seja, 6,8 kg de milho e 1,2 kg de núcleo, sendo neste último mantendo

o fornecimento dos aditivos desde o início da adaptação.

As sobras foram retiradas e pesadas, a fim de quantificar o consumo de matéria seca

pelos animais, antes do primeiro trato do dia.

Após a adaptação foi determinado que, não havendo sobras a cada dois dias

consecutivamente, aumentava-se 0,5kg de ração por animal no fornecimento das 17:00 h, até

o limite máximo de fornecimento de 10 kg/animal/dia.

Foram feitas amostragens das sobras e das dietas para determinação da composição

químico-bromatológica, no laboratório de Nutrição Animal da Faculdade de Agronomia,

Medicina Veterinária e Zootecnia - FAMEVZ, na Universidade Federal de Mato Grosso -

UFMT. As amostras foram analisadas para determinações da matéria seca (MS), proteína

bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), extrato etéreo

(EE), fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína (FDNcp) e matéria mineral

(MM), que foram realizadas de acordo com descrições de Silva & Queiroz, (2002). A

determinação do nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) posteriormente

multiplicado pelo fator de correção (6,25) para obtenção do valor em proteína do detergente

neutro (PIDN), seguiu os métodos descritos por Van Soest et al. (1991).

A quantificação dos carboidratos não fibrosos (CNF) foi realizada de acordo com

adaptação de Hall, (2000), em virtude da inclusão de uréia na composição das dietas, sendo:

CNF= 100 – [(%PB - %PB da uréia + % uréia) + FDNcp + %EE + %cinzas]

Onde FDNcp= fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína.

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Os teores de carboidratos totais dos alimentos (CT) foram calculados segundo

Sniffen et al. (1992):

CT = 100 – (%PB + %EE + %Cinzas).

Com base na composição química dos alimentos, os teores de nutrientes digestíveis

totais (NDT) foram calculados segundo o NRC (2001).

Na Tabela 6 encontra-se a composição químico-bromatológicas dos ingredientes, núcleos e

milho, utilizados para compor as dietas e na Tabela 7 a composição quimico-bromatológica

da dieta total (85% milho e 15% núcleo peletizado) de cada dieta experimental.

Tabela 6 Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT dos núcleos M, LV, VI e MLVVI e do milho utilizados na composição das dietas.

Itens Núcleos Milho

M LV VI MLVVI

MS (%) 89,65 89,14 88,73 90,46 89,73 PB¹ 41,10 41,52 42,11 40,41 8,65 EE¹ 3,01 3,06 2,98 2,99 4,12 MM¹ 8,17 7,93 8,12 8,10 1,35 CT¹ 46,80 47,20 46,60 47,50 84,90 CNF¹ 58,90 60,70 60,60 60,40 86,15 FDN¹ 32,41 32,40 30,87 31,04 19,60 FDA¹ 34,62 35,21 34,25 35,17 9,94 FDNi¹ 3,12 2,63 3,18 2,87 2,01 FDNcp¹ 22,52 18,09 17,82 18,82 14,62 PIDN² 42,32 41,98 45,57 42,80 12,50 NDT³ 60,21 59,78 58,89 60,10 86,00 ¹% da MS, ² % do N total*(6,25), ³calculado (NRC, 2001)

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Tabela 7 Teores médios de MS, PB, EE, MM, CT, CNF, FDN, FDA, FDNi, FDNcp, PIDN, e NDT das deitas totais (85% milho e 15% núcleo peletizado) M, LV, VI e MLVVI.

Itens Dietas

M LV VI MLVVI MS (%) 90,81 90,80 90,73 90,77 PB¹ 14,02 14,03 14,01 13,64 EE¹ 4,70 4,75 5,37 5,05 MM¹ 4,03 4,10 4,03 4,02 CT¹ 77,21 77,25 76,42 77,47 CNF¹ 51,70 52,78 51,84 53,72 FDN¹ 17,79 16,65 16,50 15,69 FDA¹ 9,63 9,79 9,11 9,75 FDNi¹ 1,64 1,72 1,73 1,71 FDNcp¹ 25,58 24,81 24,50 23,68 PIDN² 14,52 13,68 14,33 14,38 NDT³ 81,03 81,63 81,01 81,71 ¹% da MS, ² % do N total*(6,25), ³calculado (NRC, 2001)

O experimento foi dividido em quatro períodos experimentais, compostos por 25 dias,

sendo 20 dias determinados para a adaptação e os outros cinco dias para as coletas dos dados.

No início de cada período experimental os animais foram pesados pela manhã em jejum.

Para a estimativa da excreção de matéria seca (MS) fecal, amostras fecais foram

coletadas por três dias consecutivos diretamente do reto do animal em cada período

experimental, em horários alternados, ou seja, no 16º dia antes do primeiro arraçoamento, 17º

dia quatro horas após o primeiro arraçoamento, e no 18º dia antes do segundo arraçoamento,

as amostras foram armazenadas em sacos plásticos devidamente identificados, congeladas.

Posteriormente, as amostras fecais foram pré-secas em estufa de ventilação forçada

(60ºC) por 72 horas, sendo moídas em moinho de facas com peneira com malha de 1,0 mm.

As fezes de cada animal dos três dias de coletas e horários diferentes após pré-secagem foram

feitas uma amostra composta individualmente de cada animal por período armazenadas em

frascos de plásticos devidamente identificados para posteriores análises laboratoriais.

As estimativas da produção fecal a concentração de fibra em detergente neutro

indigestível (FDNi) foi determinada nas amostras dos ingredientes, dietas, sobras e fezes por

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intermédio da incubação in situ, nos mesmos animais após o término do experimento, obtida

após incubação por 254 horas, para determinação do consumo de MS, posteriormente, para o

coeficiente da digestibilidade aparente a partir do FDNi, utilizando-se o procedimento

sequencial conforme metodologia descrita por Casali et al. (2008), calculado a partir da

quantificação da dieta fornecida, das sobras coletadas e pesadas diariamente e da estimativa

de produção fecal utilizado para cálculo da estimativa da digestibilidade aparente dos

nutrientes.

Para mensurar o pH e a concentração de nitrogênio amoniacal no líquido ruminal,

amostras de líquido ruminal foram coletadas manualmente, no 19° dia do período

experimental, imediatamente antes do trato da manhã, duas, quatro, seis e oito horas após o

fornecimento da ração (06:00, 08:00; 10:00; 12:00 e 16:00 h, respectivamente), na região de

interface líquido/sólido do ambiente ruminal e filtradas em camada tripla de gaze. As leituras

de pH foram feitas imediatamente após a coleta por intermédio de peagâmetro digital. Para

determinação do N-amoniacal, separou-se uma alíquota de liquido ruminal de 40 mL, na qual

foi adicionado 1 mL de solução de HCL 1:1, sendo acondicionada em recipiente com tampa,

identificada e congelada a –20°C para posterior análise laboratorial.

Foi realizada no 20º dia a coleta de amostras “spot” de urina (10mL) proveniente de

micção espontânea dos animais e de sangue para determinação das concentrações de uréia no

plasma (NUP) por pulsão da veia caudal quatro horas após o fornecimento do suplemento.

Após coletadas as amostras foram centrifugadas e o plasma congelado a -20 ºC para posterior

análise.

As concentrações de nitrogênio moniacal (N-NH3) nas amostras do líquido ruminal

filtrado e nos fluidos de abomaso e íleo foram determinadas mediante destilação com

hidróxido de potássio (KOH) 2N, conforme técnica de Fenner, (1965), adaptada por

Vieira, (1980).

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Os procedimentos estatísticos foram realizados por intermédio do programa SAS

(Statistical Analysis System), adotando 0,10 como nível crítico de probabilidade. Os

contrastes ortogonais utilizados para partição específica dos efeitos de tratamento foram:

comparando-se Dieta padrão (MLVVI) versus outras 3 dietas (M+VI+LV), Monensina (M)

versus levedura (LV) e Levedura (LV) versus Virginamicina (VI)

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Resultados e discussão

Os valores médios de pH e as concentrações de nitrogênio amôniacal N-NH3 (mg/dL),

no líquido ruminal estão apresentados na Tabela 8. Observou-se para os valores de pH

ruminal no horário zero hora, efeito de tratamento (p=0,044) sendo posteriormente verificado

pela análise dos contraste estatisticamente significativo (p=0,0605) para diferença entre as

dietas (MLVVI vs. VI+LV+M M) e (p=0,0346) entre as dietas (LV vs. M). E não

significativos no mesmo horário para a concentração de N-NH3 (mg/dL) entre os tratamentos.

O pH mais baixo no horário zero pode ter sido influenciado pelo efeito dos animais

terem possivelmente consumido maior quantidade da dieta no período noturno ou no início da

manhã.

Apesar de haver diferença estatística nos demais horários de coleta, para os efeitos de

tratamentos, assim como verificado contrastes significativos para os efeitos das dietas, os

valores apresentaram-se em maior parte próximos a 6,2 onde de acordo com Orskov, (1992) o

crescimento de bactérias celulolíticas é retardado quando o pH ruminal é menor que este

valor. Russell et al. (1979) argumentam que, já as bactérias fermentadoras de carboidratos

solúveis persistem em variações de pH até 4,6 a 4,9.

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Tabela 8 Valores médios de pH e concentração de amônia N-NH3 (mg/dl), no líquido ruminal de bovinos mestiços alimentados com quatro dietas experimentais, nos diferentes tempos de amostragem: antes da alimentação, 2, 4, 6 e 8 horas após alimentação.

Variável Horário Dietas1 CV(%) Contraste (P<)2

M LV VI MLVVI 1 2 3 0 5,81 6,24 6,08 5,78 6,29 * Ns * 2 5,91 6,34 6,15 6,08 6,14 * ns *

pH 4 6,03 6,49 6,20 6,04 6,22 ns ns * 6 6,07 6,41 6,24 6,01 5,40 * ns * 8 6,17 6,46 6,35 6,08 4,27 * ns *

0 8,13 7,00 7,49 5,62 63,64 ns ns ns 2 13,21 8,43 8,95 10,11 39,74 ns ns * N-NH3 4 10,90 7,87 7,79 8,39 43,86 ns ns ns

6 11,77 7,23 7,77 6,27 48,25 * ns * 8 10,94 5,85 7,48 5,20 59,60 * ns * 1 Dietas = M – Monensina sódica 10%; LV – Levedura viva (Saccharomyces Cerevisiae); VI – Virginiamicina 10%; MLVVI – monensina + levedura viva + virginiamicina. 2 Contrastes = 1. Efeito da dieta MLVVI vs. VI+LV+M, 2. Efeito da dieta VI vs. LV, 3. Efeito da dieta LV vs. M. * Significativo ns - não significativo

Orskov, (1986), por sua vez, relata que o abaixamento do pH ruminal ocorre,

principalmente, após a ingestão rápida de alimento, por causa de uma rápida taxa de

fermentação de açúcares e ácidos orgânicos. Relata, ainda, que a alimentação com grãos de

cereais moídos resulta em alguns problemas, dentre os quais, encontram-se a inadequada

secreção de saliva para manter o pH entre 6 e 7 e a inadequada estrutura física para estimular

a mobilidade ruminal em dietas com elevadas quantidades de grãos.

Contudo, nesta pesquisa, os valores de pH podem ser considerados satisfatórios para

crescimento microbiano considerando o elevado nível de carboidratos solúveis das dietas.

Outro fator que pode ter contribuído foi o fornecimento do milho grão inteiro ou não

processado, que possivelmente proporcionou um retardamento da digestão do amido,

contribuindo para a motilidade ruminal. Apesar de que, durante a coleta dos dados ter sido

evidente quadros clínicos de timpanismo espumoso para todas as dietas preferencialmente nos

tempos 2, 4 e 6 horas de coletas.

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As concentrações de nitrogênio amoniacal ruminal em todos os horários mantiveram-

se em níveis acima de 5 mg/dl de fluido ruminal referenciado por Satter & Slyter, (1974)

como mínimo ideal para a ocorrência de máxima fermentação microbiana ruminal. No entanto

inferior aos recomendados por Leng & Nolan, (1984), os quais seriam entre 15 e 20mg/dL,

para se obter o melhor crescimento microbiano, consequentemente potencializando a digestão

ruminal.

A redução na concentração de nitrogênio amoniacal, com níveis crescentes de

concentrado, pode ser justificada pelo aumento na disponibilidade de energia ruminal, que

possibilita maior utilização da amônia para o crescimento microbiano (Carvalho et al. 1997).

Entretanto, Mehrez et al. (1977) afirmaram que a máxima atividade fermentativa

ruminal foi observada quando o nitrogenio amoniacal alcançou valores entre

19 e 23 mg N/100 mL de líquido ruminal.

Segundo Devant et al. (2001), em dietas com alto teor de concentrado, a

degradabilidade da PB do farelo de soja diminui, limitando a disponibilidade de amônia e

ácidos graxos voláteis de cadeias ramificadas.

Nocek & Russell (1988) afirmaram que a taxa de digestão do alimento no rúmen e

particularmente o sincronismo entre a taxa de digestão das proteínas e dos carboidratos pode

ter importante efeito sobre os produtos finais da fermentação e sobre a produção animal.

Não foi verificado efeito dos aditivos em promover estabilidade no pH do líquido

ruminal principalmente no tempo zero das dietas de alto nível de concentrado avaliadas,

sendo posteriormente verificado possível contribuição dos aditivos avaliados, pois os valores

de pH estiveram em faixa próxima ao adequado para bom crescimento microbiano.

No entanto, Bagg, (1997) afirmou que os ionóforos podem ter significante efeito

positivo sobre desordens que envolvem o sistema digestivo, tal como acidose ruminal e

timpanismo em função de mudança na dinâmica alimentar. Vacas confinadas, quando

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suplementados com monensina sódica, ingerem menor quantidade de alimento em cada

refeição, passando a necessitar de um maior número de refeições ao longo do dia.

Van Nevel, (1991) concluiu que os ionóforos não provocam alteração na

digestibilidade do amido. Todavia, o uso de ionóforos tem sido sugerido como forma de

diminuir os efeitos da ingestão elevada de amido sobre o ambiente ruminal.

Lana & Russell (1997), Green et al. (1999) e Surber & Bowman (1998) ao utilizarem a

monensina, observaram aumentos no pH do líquido ruminal. Esse aumento seria causado, de

acordo com Osborne et al. (2004), primariamente pela inibição das bactérias

(Streptococcus bovis) produtoras de lactato, que crescem rapidamente sem a presença da

monensina em dietas com elevada proporção de amido.

Segundo Williams et al. (1991), a elevação no pH ruminal 4 horas após o

fornecimento de dieta com 50% de concentrado e suplementação com cultura de levedura

provavelmente é conseqüência da modulação dos picos de lactato e da redução na

concentração de ácido lático no líquido ruminal. Como neste experimento não houve

variações bruscas de pH, é possível inferir que o efeito de modulação ruminal não foi

suficiente para que possíveis diferenças entre os tratamentos fossem detectadas.

Em ruminantes, o uso de virginiamicina em dietas de bovinos tem apresentado maior

inibição na produção de lactato em relação aos ionóforos (Lanna & Medeiros, 2007).

Bovinos holandeses foram induzidos a quadro de acidose por administração intraruminal de

solução aquosa de amido e grão de milho moído, comparando-se a virginiamicina e

monensina/tilosina Coe et al. (1999) encontraram melhor eficiência em prevenir a redução do

pH ruminal comparado ao controle, porém, a virginiamicina proporcionou maior pH as 3, 6, 9

e 12 horas após a administração da mistura de carboidratos, enquanto que a

monensina/tilosina proporcionou aumento de pH somente às 6 horas após a indução, sendo o

pH similar para ambos os tratamentos somente após 51 horas. Quando os animais controle

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apresentaram acidose aguda às 36 horas, com um pH de 4,36 os animais tratados com

virginiamicina apresentaram pH ruminal de 5,8. Assim como a concentração de lactato

também foi menor para a virginiamicina.

Contudo, Mathieu et al. (1996) verificaram decréscimo na concentração de ácido

lático no líquido ruminal e menor variação pós-refeições no pH, assim como

Carro et al. (1992) observou efeitos associados à suplementação com a levedura viva. No pH

ruminal, trabalhos têm sugerido que os efeitos das leveduras têm sido melhores em dietas com

alto concentrado onde o pH é geralmente menor (William et al., 1991; Mir & Mir, 1994).

Martin & Nisbet, (1992) observaram que a utilização de cultura de levedura na

alimentação de vacas leiteiras eleva a concentração de amônia ruminal, por potencializar a

proteólise, provavelmente por fornecer nutrientes que estimulam as bactérias proteolíticas,

evidenciado ao fornecerem 5 g do probiótico, verificaram o maior fluxo omasal de nitrogênio,

consequentemente maior passagem para o intestino do nitrogênio oriundo da dieta.

Hill et al. (2002) avaliaram o efeito da virginiamicina sobre os produtos da

fermentação ruminal em 14 vacas leiteiras holandesas separadas em dois grupos animais sem

adição de virginiamicina e com virginiamicina, encontraram valores de pH ruminal na média

de 6,4 para os animais que receberam o produto e média de 5,3 para os que não receberam o

aditivo.

Não houve diferença para as rações sobre consumos médios de MS, e dos nutrientes

PB, EE, CT e FDN (kg/dia e % PV), uma vez que o consumo de MS foi restrito, e as rações

experimentais apresentaram teores semelhantes desses nutrientes na MS, e houve efeito de

tratamento para a digestibilidade da FDN (p=0,0882) e CT (p=0,0482), não apresentando

significância estatística para nenhuma das variáveis nos contrastes ortogonais utilizados para

partição específica dos efeitos de tratamento, comparando-se a dieta padrão (MLVVI) versus

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outras 3 dietas (M+VI+LV), Monensina (M) versus levedura (LV) e Levedura (LV) versus

Virginiamicina (VI) especificados na (Tabela 9).

Tabela 9 Consumo de MS (MS kg/dia) e (MS % Peso corporal), consumo de FDN (FDN kg/dia) e (FDN % Peso corporal), consumo de proteína bruta (PB), consumo de extrato etéreo (EE), consumo de carboidratos totais (CT), e da digestibilidade aparente da MS, FDN, PB, EE e CT em porcentagem pelos animais confinados submetidos às dietas experimentais.

Variável Dietas1 CV(%) Contraste (P<)2

M LV VI MLVVI 1 2 3 Consumo MS kg/dia 7,51 8,27 7,96 7,27 20,25 ns ns ns MS % Peso corporal 1,18 1,33 1,25 1,16 21,16 ns ns ns FDN kg/dia 2,12 2,21 2,11 1,86 21,21 ns ns ns FDN % Peso corporal 0,33 0,36 0,33 0,30 21,31 ns ns ns PB kg/dia 1,06 1,16 1,12 1,00 19,97 ns ns ns EE kg/dia 0,36 0,39 0,43 0,37 20,17 ns ns ns CT kg/dia 5,87 6,40 6,11 5,58 21,54 ns ns ns Digestibilidade MS % 77,92 82,16 73,81 71,32 14,71 ns ns ns FDN % 87,47 81,77 79 84,24 10,33 ns ns ns PB % 86,42 82,28 79,32 81,85 7,19 ns ns ns EE % 84,63 79,30 78,88 78,15 10,16 ns ns ns CT % 90,20 86,87 82,78 85,38 7,36 ns ns ns 1 Dietas = M – Monensina sódica 10%; LV – Levedura viva (Saccharomyces Cerevisiae); VI – Virginiamicina 10%; MLVVI – monensina + levedura viva + virginiamicina. 2 Contrastes = 1. Efeito da dieta MLVVI vs. (VI+LV+M), 2. Efeito da dieta VI vs.LV, 3. Efeito da dieta LV vs. M. MS = Matéria seca, FDN= Fibra em detergente neutro, PB = Proteína bruta, EE = Extrato etéreo, CT = Carboidratos totais. ns = Não significativo

De modo geral, reduções nos consumos de MS em bovinos, com a presença de

ionóforo nas rações são relatadas na literatura (Goodrich et al., 1984; Nicodemo, 2001).

Borges et al. (2008) ao estudarem os efeitos da administração de enramicina, um

antibiótico não-ionóforo administrado na dose de 20 mg/animal/dia e monensina sódica

ionóforo na dose de 300 mg/animal/dia, sobre a digestão total dos nutrientes da dieta e o

consumo de matéria seca digestível em bovinos alimentados com dieta contendo 60% de

concentrados (milho, farelo de soja e minerais) e 40% de volumoso (cana-de-açúcar)

observaram consumo de MS em média de 1,87% do peso vivo (PV), independentemente do

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tratamento manteve-se dentro do esperado para a categoria animal estudada. Nenhum dos

antibióticos testados alterou o consumo de MS.

No entanto, devido ao fornecimento restrito da dieta nesta pesquisa, o consumo de

matéria seca total foi de 1,18, 1,33, 1,25 e 1,00% do peso corporal, para as respectivas dietas

M, LV, VI e MLVVI. O encontrado para bovinos mestiços em confinamento em ganho diário

mínimo de 0,14 kg/dia e máximo 2,15 kg/dia corresponde a consumo de matéria seca em

porcentagem do peso vivo mínimo de 1,06 e máximo 2,7%, e médias de 1,2 kg/dia consumo

de 2,16% do peso vivo respectivamente (Azevedo et al., 2010).

Salles & Lucci (2000), utilizando diferentes níveis de suplementação de monensina e

uma dieta predominantemente concentrada para bezerros, constataram comportamento

quadrático para o consumo de MS e maior ingestão quando fornecida monensina na

proporção de 0,8 mg/kg de peso vivo (PV), (estimado em 14,3 mg de monensina/kg de MS

ingerida). Verificaram ainda diminuição da ingestão no nível mais alto de 1,2 mg de

monensina/kg de PV (estimado em 22,7 mg de monensina/kg de MS ingerida).

Nuñes (2008) avaliou o efeito dos aditivos virginiamicina e ionóforo combinadamente

em dietas de diferentes níveis de concentrado em confinamento de bovinos Nelore, com doses

de (0 e 15 mg/kg de MS) e salinomicina (13 mg/kg de MS), encontrou consumo de matéria

seca menor para o tratamento com virginiamicina tanto em kg/dia (7,98 e 8,76) como em

porcentagem do peso vivo (1,88 e 2,01).

A digestibilidade da matéria seca (MS) para as dieta composta pelos aditivos não

foram alteradas. Semelhante aos resultados obtidos nesta pesquisa, Massaro Junior (2010) que

trabalhou com bovinos canulados no rúmem e avaliou os efeitos da inclusão de cultura de

Saccharomyces cerevisiae e Lactobacillus casei (4,5 x 107 UFC/kg e 3,1 x 107 UFC/kg

respectivamente) na dieta 50% volumoso e 50% concentrado para bovinos confinados, sobre

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o consumo e a digestibilidade dos nutrientes e não encontrou influência no consumo e na

digestibilidade em nenhuma das variáveis analisadas.

Contudo, de acordo com alguns autores como Newbold et al. (1995) e

Nicodemo, (2001), o uso de leveduras (fungos unicelulares), especialmente do gênero

Saccharomyces, na dieta de bovinos de corte, pode resultar em aumento na digestibilidade

ruminal da MS, especialmente da fibra.

De acordo com o Callaway & Martin (1997) o aumento no número de bactérias do

rúmen decorrentes do aumento na taxa de degradação de fibra pela adição de extrato de

Aspergillus oryzae e culturas de leveduras em dietas para ruminantes pode melhorar a

digestibilidade da MS, PB e hemicelulose

Wholt et al. (1998), obsevaram aumento da digestibilidade da proteína e fibra em

detergente neutro (FDN) em vacas no início da lactação, que contribuíram para uma maior

digestibilidade de MS, com a adição de leveduras.

Martin & Nisbet (1992) acrescentam que as leveduras incrementam a atividade

metabólica e a viabilidade mibrobiana, gerando mecanismos considerados responsáveis pelo

aumento da quantidade de bactérias ruminais, tais como remoção de oxigênio, fornecimento

de nutrientes e liberação de fatores de crescimento, como enzimas essenciais, vitaminas,

principalmente as do complexo B e aminoácidos, bem como ácidos dicarboxílicos

(fumarato, malato), efeito tampão e redução do número de protozoários

(Callaway & Martin, 1997).

No entanto, nesta pesquisa devido ao alto nível de carboidrato proveniente do milho

grão inteiro, possivelmente a levedura viva não proporcionou efeito sobre os protozoários,

tanto pelo efeito do pH ruminal baixo e pela taxa de passagem de sólidos maior, e menor

retenção ruminal.

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Resultados inferiores para os coeficiente de digestibilidade da MS de (79,2%) sem e

(77,8%) com a adição de levedura (Saccharomyces cerevisiae 8 x 109 UFC/g) foram

observados por Greene, (2002) para dietas contendo 90% de concentrado, fornecidas a

novilhos com consumo de 9,8 kg MS/dia.

De acordo com Wallace, (1994), os efeitos da utilização de leveduras são altamente

dependentes da dose e da dieta fornecida.

Porém, as culturas de leveduras não agem de forma similar, quando adicionadas em

qualquer tipo de dieta. Assim, torna-se muito difícil predizer quais são as condições ou

composições dietéticas que forneçam respostas ideais quando utilizadas com leveduras

(Góes et al., 2005).

No entanto, as dietas compostas pela monensina sódica (M), não-ionóforo

virginiamicina (VI) e a dieta composta pelos três aditivos estudados, monensina,

virginiamicina e levedura (MLVVI) não diferiram entre si para as variáveis referentes à

digestibilidade total da MS, PB, FDN, EE e CT.

Borges et al. (2008) ao estudarem os efeitos da administração de enramicina um

antibiótico não-ionóforo administrado na dose de 20 mg/animal/dia e monensina sódica

ionóforo na dose de 300 mg/animal/dia, sobre a o consumo de matéria seca e digestão total

dos nutrientes da dieta de bovinos contendo 60% de concentrados (milho, farelo de soja e

minerais) e 40% de volumoso (cana-de-açúcar) não obteve nenhuma alteração proveniente

dos antibióticos sobre a digestibilidade de matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo, fibra

em detergente ácido, fibra em detergente neutro, amido, energia bruta e nutrientes digestíveis

totais.

Fereli et al. (2010) avaliaram os efeitos do uso de monensina sódica, Saccharomyces

cerevisiae e da mistura de ambos na dieta de bovinos em doses diárias de: 200 mg de

monensina sódica, 100 mg monensina sódica + 2,5 g Saccharomyces cerevisiae, 200 mg de

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monensina sódica + 5 g Saccharomyces cerevisiae, e 5 g Saccharomyces cerevisiae,

fornecidos diariamente pela cânula ruminal observaram que a digestibilidade aparente ruminal

da matéria seca foi menor na dieta com 50% da dose de cada aditivo. Os resultados da

digestibilidade aparente intestinal e total da matéria seca comprovaram que as dietas contendo

5 g/dia de probiótico foram mais eficientes que aquela contendo apenas o ionóforo com um

adicional de 14% na digestibilidade total.

Esses autores reportaram também que as doses de monensina não influenciaram o

consumo de carboidratos não-fibrosos, mas afetaram a digestão ruminal, intestinal e total

desses carboidratos. A inclusão do probiótico na dieta aumentou a digestão e a digestibilidade

total dos carboidratos não-fibrosos.

Os ionóforos podem causar pequena à moderada melhora na digestibilidade dos

alimentos, dependendo das condições experimentais. Estas condições, não estão definidas até

o momento, mas sabe-se que podem influenciar sobre fatores como consumo de alimentos,

enchimento ruminal ou taxa de passagem (Rodrigues et al., 2000).

A monensina foi relatada por Pomar et al. (1989) em ser capaz de aumentar a

digestibilidade da FDA e FDN em dietas predominantemente concentradas e aumentou em

dietas predominantemente volumosas.

O efeito do ionóforo sobre a digestibilidade da fibra têm sido comumente atribuídos,

ao aumento do tempo de retenção da MS no rúmen (Ellis et al., 1983), ao menor consumo

voluntário de alimentos (Roger & Davis, 1982), à melhora das condições ruminais

(Branine & Galyean, 1990) ou ao aumento no estímulo à ruminação (Knowlton et al., 1996).

Segundo Van Nevel & Demeyer (1988), o efeito da monensina na degradação da fibra

ainda não está esclarecido. Segundo Domescik e Martin (1999), a utilização dos ionóforos

poderia diminuir a digestibilidade da FDN, em razão da redução da atividade dos

microrganismos celulolíticos.

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Outros pesquisadores observaram aumento da digestibilidade aparente da PB com o

uso de ionóforos na dieta (Russel, 1996; Lanna et al., 2000; Barbosa et al., 2001).

Contudo a avaliação de digestibilidade de dietas com o emprego de aditivos ionóforos,

não-ionóforos e probióticos, parece ser ainda bastante restritas em pesquisas nacionais com a

utilização desses três aditivos e seus possíveis efeitos associadamente.

Houve diferença para as rações para o nitrogênio ureico no plasma NUP (mg/dl)

(p=0,0807) não apresentando significância estatística para nenhum dos contrastes ortogonais

utilizados para partição específica dos efeitos de tratamento, comparando-se a dieta padrão

(MLVVI) versus outras 3 dietas (M+VI+LV), Monensina (M) versus levedura (LV) e

Levedura (LV) versus Virginiamicina (VI) , apresentando valores de NUP (mg/dl) de 28,00,

33,00, 29,88, 35,50, para as dietas M, LV, VI, MLVVI respectivamente.

Com base nos resultados de nitrogênio ureico no plasma encontrados nesta pesquisa,

pode-se dizer que os teores de proteína bruta das dietas estavam em excesso. Pois de acordo

com Broderick e Clayton, (1997) as concentrações de uréia sangüínea têm sido utilizadas para

monitorar o consumo de proteína dietética próximo as exigências do animal, já que o

consumo excessivo de proteína pode afetar o desempenho reprodutivo do animal, elevando

sua exigência em energia, ou ainda aumentar o custo da ração.

De acordo com Van Soest, (1994) a amônia é exigida pela maioria dos

microrganismos ruminais fermentadores de carboidratos, alguns dos quais também requerem

e/ou são estimulados por aminoácidos, peptídeos e isoácidos derivados de valina, leucina e

isoleucina. O catabolismo de proteínas produz amônia no rúmen. O que pode ocasionar

economia de proteína, através da reciclagem, assim como problemas pelo excesso. Dessa

forma, é necessário que alguma proteína seja degradada no rúmen para suprir as necessidades

de peptídeos e/ou aminoácidos. A disponibilidade de carboidratos estimula o uso de amônia

na síntese de aminoácidos e no crescimento microbiano.

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Valadares et al. (1997) verificaram, por intermédio de análise de regressão, que a

máxima produção microbiana correspondeu a concentrações de NUP variando de

13 a 15 mg/dL, o que provavelmente representaria o limite à partir do qual estaria ocorrendo

perda de proteína em dietas onde os teores de proteína bruta variou de 7,0 a 14,5%.

Segundo Harmeyer e Martens (1980), a concentração de uréia no sangue está

diretamente relacionada à quantidade de proteína e à relação energia:proteína da ração.

Rennó et al. (2000) encontraram valor médio para nitrogênio ureico plasmático de

bovinos em dieta com elevado nível de concentrado (75%) e teor de proteína de proteína bruta

de (12%) de 7,64 mg/dL. Este resultado apesar do nível de concentrado ser alto, encontra-se

bastante inferior ao desta pesquisa, com valores para nitrogênio ureico plasmático médio de

31,5 mg/dL.

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Conclusões

Os aditivos utilizados de forma exclusiva ou em conjunto nas dietas avaliadas

proporcionam um ambiente ruminal que pode ser considerado satisfatório, levando em

consideração o elevado desafio em que foram submetidos os bovinos quanto à grande

inclusão de carboidrato proveniente do milho nas dietas.

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Page 105: Aditivos em dietas de alto fornecimento de grãos para bovinos de … · 2013-06-13 · Mestrado e ao João R. Junior porque sem eles não teria tido a ... monensina sódica (M),

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Conclusões gerais

O uso de dietas de alto fornecimento de milho grão inteiro requer uma atenção

especial quanto a sua formulação, adaptação ao fornecimento e manejo dos animais,

submetidos a esta dieta, considerando o elevado desafio em que os bovinos são submetidos

referentes à grande inclusão de carboidrato proveniente do milho.

Nesta pesquisa os aditivos monensina sódica, levedura viva e virginiamicina assim

como seu efeito somatório nas dietas avaliadas, proporcionam aos animais desempenhos que

podem ser considerados satisfatórios, pois os aditivos contribuíram para uma estabilidade no

desempenho animal assim como proporcionaram um ambiente ruminal favorável ao

desenvolvimento microbiano aos animais submetidos às dietas avaliadas.

A viabilidade econômica no uso de dietas com alto fornecimento de grãos, foi positiva

quando considerado apenas os custos com ração em relação aos ganhos de peso obtidos dos

animais sobre a receita proveniente da venda no abate. As simulações dos cenários em grande

parte indicaram que a atividade nas condições desta pesquisa remunerou o capital investido

com a aquisição da ração.