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1 ADIMINISTRAÇÃO GERAL GESTÃO DOS RISCOS: OBSERVANDO AS SUGESTÕES DO FERMA NOS RELATÓRIOS ANUAIS DAS EMPRESAS DO SETOR DE CARNE E DERIVADOS LISTADAS NA BM&F BOVESPA AUTORES ALINE OLIVEIRA CZESNAT Faculdade do Litoral Catarinense - FLC/SOCIESC [email protected] ISRAEL JOAQUIM DE SOUZA GRANDINI Faculdade do Litoral Catarinense - FLC/SOCIESC [email protected] RESUMO O artigo teve como objetivo analisar se as informações sobre a gestão dos riscos, identificadas nos Relatórios Anuais das empresas do setor de carne e derivados, listadas na BM&F BOVESPA, seguiram o formato de apresentação externa sugerido pelo FERMA (2003). Para alcançar esse objetivo a metodologia utilizada se caracterizou como descritiva, adotou o procedimento de pesquisa documental e abordou-se o assunto de forma qualitativa. Como resultado do estudo verificou-que as empresas identificam os riscos financeiros e operacionais. As empresas BRF, JBS e MARFRIG relatam adotar formas de controle dos seus riscos. Nas empresas BRF e JBS o controle e gestão dos riscos são de responsabilidade de comitês, já na MARFRIG a empresa passa a responsabilidade ao Conselho de Administração. Como principais sistemas de controle a BRF implementou um sistema de controle de riscos de créditos, a JBS argumenta ser os controles internos e a MARF RIG a certificação Harzard Analysis and Critical Control. Quanto ao monitoramento dos controles apenas as empresas BRF e MARFRIG manifestaram tais processos. Dessa forma, conclui-se que as empresas pesquisadas, de uma forma geral, evidenciam a gestão dos riscos de acordo com o formato sugerido pelo FERMA (2003) aos usuários externos. Palavras-chaves: Gestão de Riscos. FERMA. Carnes e derivados. ABSTRACT The study wants to examine if the information about management risks, which is identified in the Annual Reports of companies in the meat products listed on BM&F BOVESPA, followed the format of external presentation suggested by FERMA (2003). To achieve this goal, the methodology used was characterized as descriptive, adopted the procedure of archival research and the subject was addressed in a qualitative way. As a result, the study found that companies identify the financial and operational risks. BRF, JBS and MARFRIG Companies report that get some ways to control their risks. In BRF and JBS companies, the control and risk of management are the responsibility of committees, in MARFRIG the firm let the responsible to the Board of Directors. The main control systems BRF implemented a system to control credit risks, and JBS claims to be the internal controls and certification MARFRIG Harzard Analysis and Critical Control. What concerned about monitoring of controls, only BRF and MARFRIG expressed such processes. Thus, we conclude that the companies surveyed, in general, demonstrate the risk management in accordance with the format suggested by FERMA (2003) to external users. Keywords: Risk Management. FERMA. Meat and derivatives

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ADIMINISTRAÇÃO GERAL

GESTÃO DOS RISCOS: OBSERVANDO AS SUGESTÕES DO FERMA NOS RELATÓRIOS ANUAIS DAS EMPRESAS DO SETOR DE CARNE E DERIVADOS

LISTADAS NA BM&F BOVESPA

AUTORES ALINE OLIVEIRA CZESNAT Faculdade do Litoral Catarinense - FLC/SOCIESC [email protected] ISRAEL JOAQUIM DE SOUZA GRANDINI Faculdade do Litoral Catarinense - FLC/SOCIESC [email protected]

RESUMO O artigo teve como objetivo analisar se as informações sobre a gestão dos riscos, identificadas nos Relatórios Anuais das empresas do setor de carne e derivados, listadas na BM&F BOVESPA, seguiram o formato de apresentação externa sugerido pelo FERMA (2003). Para alcançar esse objetivo a metodologia utilizada se caracterizou como descritiva, adotou o procedimento de pesquisa documental e abordou-se o assunto de forma qualitativa. Como resultado do estudo verificou-que as empresas identificam os riscos financeiros e operacionais. As empresas BRF, JBS e MARFRIG relatam adotar formas de controle dos seus riscos. Nas empresas BRF e JBS o controle e gestão dos riscos são de responsabilidade de comitês, já na MARFRIG a empresa passa a responsabilidade ao Conselho de Administração. Como principais sistemas de controle a BRF implementou um sistema de controle de riscos de créditos, a JBS argumenta ser os controles internos e a MARF RIG a certificação Harzard Analysis and Critical Control. Quanto ao monitoramento dos controles apenas as empresas BRF e MARFRIG manifestaram tais processos. Dessa forma, conclui-se que as empresas pesquisadas, de uma forma geral, evidenciam a gestão dos riscos de acordo com o formato sugerido pelo FERMA (2003) aos usuários externos. Palavras-chaves: Gestão de Riscos. FERMA. Carnes e derivados.

ABSTRACT The study wants to examine if the information about management risks, which is identified in the Annual Reports of companies in the meat products listed on BM&F BOVESPA, followed the format of external presentation suggested by FERMA (2003). To achieve this goal, the methodology used was characterized as descriptive, adopted the procedure of archival research and the subject was addressed in a qualitative way. As a result, the study found that companies identify the financial and operational risks. BRF, JBS and MARFRIG Companies report that get some ways to control their risks. In BRF and JBS companies, the control and risk of management are the responsibility of committees, in MARFRIG the firm let the responsible to the Board of Directors. The main control systems BRF implemented a system to control credit risks, and JBS claims to be the internal controls and certification MARFRIG Harzard Analysis and Critical Control. What concerned about monitoring of controls, only BRF and MARFRIG expressed such processes. Thus, we conclude that the companies surveyed, in general, demonstrate the risk management in accordance with the format suggested by FERMA (2003) to external users. Keywords: Risk Management. FERMA. Meat and derivatives

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1 INTRODUÇÃO A gestão de riscos pode ser vista como um dos pontos centrais na administração

estratégica de qualquer organização. Entende-se que deve ser um processo realizado de forma contínua e que deve estar adequado à estratégia da própria empresa. Assim, a partir do momento exista um alinhamento do gerenciamento dos riscos inerentes ao objetivo central da empresa, a organização poderá estabelecer condições apropriadas que a levem a decisões mais adequadas e a uma maior proteção da organização e dos seus stakeholders.

Os stakeholders estão cada vez mais atentos ao processo complexo, que é a gestão de sua organização, e uma forma que eles encontram para realizarem este acompanhamento são por meio dos relatórios que as empresas divulgação a cada ano. Na visão de Gallon, Beuren e Hein (2007, p.19) “devido à volatilidade e dinamismo do mercado de capitais em todo o mundo, o processo de divulgação das informações sobre a gestão, aos usuários externos, é fator preponderante para a sobrevivência das empresas”. Nesse sentido, observa-se que cada vez mais as empresas utilizam as demonstrações contábeis e seus relatórios como meu de divulgação de sua gestão.

Assim, o Relatório da Administração, para Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p. 505), “representa um necessário e importante complemento às demonstrações contábeis publicadas por uma empresa, em termos de permitir o fornecimento de dados e informações adicionais que sejam tais aos usuários em seu julgamento e processo de tomada de decisões”. Entre as informações evidenciadas nestes relatórios pelas empresas, estão aquelas referentes aos riscos que as empresas estão expostas. Dessa maneira, os relatórios da Administração são vistos como um recurso no qual as organizações utilizam para se comunicar com seus investidores e futuros investidores sobre sua gestão de risco, pois segundo Ponte e Oliveira (2004) as Demonstrações Contábeis tradicionais não estão conseguindo corresponder a todas as necessidades dos usuários, dessa forma, as informações complementares trazidas pelas Notas Explicativas e pelos Relatórios da Administração estão cada vez mais sendo considerados indispensáveis pelos usuários.

Na tentativa de auxiliar as empresas em todo o processo de gestão dos riscos, FERMA (2003) (Federation of European Risk Management Associations) o órgão reconhecido mundialmente quando o assunto é risco, publicou um documento intitulado: Normas de Gestão de Risco, cujo qual serviu de base para a realização deste trabalho. Neste documento o FERMA aborda o assunto gestão de risco de diversas formas, desde a gestão de risco, tecnologia utilizada, implementação, forma de condução frente aos riscos, monitoramento e comunicação dos mesmos aos usuários externos.

O FERMA foi criado em 1974, atualmente é constituída de associações de 18 países, representando mais 4.800 membros individuais de vários setores da indústria, serviços financeiros, instituições de caridade, organizações da saúde e dos governos locais. Seu principal objetivo é o de auxiliar e conscientizar os seus membros quanto ao correto uso da gestão de riscos. Possui a intenção de disseminar a cultura de gerenciamento de risco, a fim disso ela realiza seminários, conferências e fóruns, com realizações de pesquisas e referências para identificar e compartilhar as boas práticas de gerenciamento atuais (FERMA, 2010).

Sabendo-se que a comunicação entre a empresa e seus stakeholders é fundamental pois, segundo Quinteiro (2004, p.01) “a evidenciação de informações contábeis relevantes reduz a assimetria de informações no mercado e, consequentemente, o risco de os investidores cometerem erros em suas decisões, aumentando a atração de capitais”, e onde segundo Healy e Palepu (2001) disclosure é peça fundamental quando se fala em um mercado de capital eficiente, surge o seguinte questionamento: As informações sobre o gestão dos riscos evidenciado pelas empresas do setor de carnes e derivados da BM&F BOVESPA, em seus Relatórios Anuais seguiram o formato de apresentação externa sugerido pelo FERMA? Em

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consequência o objetivo geral deste trabalho consiste em verificar se as informações sobre a gestão dos riscos, identificadas nos Relatórios Anuais referente ao período de 2006 à 2009, das empresas do setor de carne e derivados listadas na BM&F BOVESPA, seguiram o formato de apresentação externa sugerido pelo FERMA.

O artigo está estruturado em cinco capítulos. Inicia com a introdução do estudo, em seguida faz uma incursão sobre a evidenciação contábil, na sequencia sobre a gestão dos riscos, tipos dos riscos e sua comunicação. No terceiro capítulo é apresentado a metodologia do estudo. Na sequencia, são apresentados os resultados da pesquisa. E por fim, no quinto capítulo, encontra-se a conclusão da pesquisa. 2 EVIDENCIAÇÃO CONTÁBIL

A função da contabilidade é fornecer informação para seus usuários, segundo Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007). Malacrida e Yamamoto (2006, p. 66) comentam que “a divulgação das informações contábeis, por parte das empresas, é fundamental para os seus usuários no processo de tomada de decisão”. Porém, para que as informações sejam uteis e possam desempenhar seu papel elas devem ser apresentadas de forma clara e ordenada (FILHO, 2000).

Nesse sentido, as empresas têm por obrigação a evidenciação de qualquer informação que possa vir a alterar a sua situação econômica, patrimonial, financeira (MALACRIDA; YAMAMOTO, 2006). Gallon, Beuren e Hein (2007, p.19) vão mais longe, afirmando que “devido à volatilidade e dinamismo do mercado de capitais em todo o mundo, o processo de divulgação de informações sobre a gestão, aos usuários externos, é fator preponderante para a sobrevivência das empresas”.

No entanto, as empresas esbarram no impasse de saber o que deve ser divulgado, quais informações são ou não uteis aos stakeholders e como divulga-las. A forma mais comum de comunicação entre as empresas e seus investidores são as Demonstrações Contábeis obrigatórios, porém, segundo Ponte et al. (2007) existe a disposição das organizações várias formas de comunicação de suas informações aos usuários, indo muito além do conjunto mínimo de informações que a legislação exige.

Nesse sentido, Malacrida e Yamamoto (2006, p. 66) comentam afirmando que:

Atualmente existem várias normatizações (leis, pareceres, instruções) que tornam a divulgação de várias informações econômico-financeiras obrigatórias para as companhias abertas. No entanto, há outras, cuja divulgação é de caráter voluntário e depende de fatores independentes da imposição legal, tais como conscientização da necessidade e respeito.

Para a NPC 27 (2005) as demonstrações contábeis obrigatórias devem contemplar o relatório da administração, bem como, as informações adicionais. As informações não obrigatórios são aquelas não exigidas pela legislação, no entanto sua importância pode ser comparada aos relatórios obrigatórios.

Para Silva (2008), as informações contábeis não obrigatórias são aquelas que a empresa disponibiliza, no entanto não segue uma norma em seu formato de apresentação e nos tipos de informações evidenciadas, como exemplo o autor cita o Relatório Anual, esclarecendo que:

Os Relatórios Anuais (Annual Reports), além das demonstrações contábeis obrigatórias, podem trazer ilustrações sobre os produtos da empresa e sobre seus parques fabris, podem trazer fotos de seus escritórios e obras de arte, e assim por diante. Há casos em que, juntamente com o Relatório Anual, vem um CD-ROM com apresentações, ilustrações e informações em português e inglês, por exemplo. Tanto no Brasil quanto em outros países, a disponibilização de informações na Internet é

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uma realidade louvável e facilitadora do relacionamento da empresa com o mundo externo. (IBID, p. 65).

Calixto, Barbosa e Lima (2007) comentam que a internet levou ao mais alto nível a velocidade com que as informações financeiras chegam ao usuário, e como conseqüência disso a resposta do usuário, a estas informações, também chegam a empresa com mais agilidade. Os mesmos autores (2007, p.87) seguem explanando que, “o potencial de divulgação de informações contábeis via Internet contribui para aprimorar o relacionamento das empresas com os diversos usuários das informações divulgadas por elas”.

Para Silva (2008) cada vez mais as empresas se conscientizam da importância de estabelecer um canal de contato com os diversos interessados, ou seja, com os usuários da informação contábil, de forma transparente e ética, municiando-os com informações que os auxiliem e facilitem em suas futuras decisões.

2.1 Gestão de Risco

A muito se discute o gerenciamento dos riscos dentro das organizações, no entanto um ponto é primordial neste debate é a identificação correta do que vem a ser risco. Nesse sentido para o FERMA (2003) o risco pode ser visto como a junção da probabilidade e as conseqüências de um determinado episódio. Para Vasley (1984), COSO (1992) e Jorion (1997), risco é a possibilidade de ocorrerem resultados inesperados acontecerem.

O COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission) destaca ainda que, além da probabilidade de ocorrer, o risco tende a impactar de forma negativa para o alcance das metas das empresas. No entanto, na visão de Zonato e Beuren (2010, p.129) o impacto dos riscos pode levar a empresa a tanto resultados negativo como positivos, pois “o risco pode resultar em perdas para uma organização, mas também há riscos que acabam se tornando uma oportunidade para o empreendimento”. Ficando claro que, a gestão destes riscos é peça fundamental para as empresa, uma vez que os riscos podem ser vistos de uma forma positiva ou negativa, depende da forma como ele será gerido.

Na visão de Hoji (2004, p. 232) a gestão de risco é “um processo por meio do qual são tomadas decisões de aceitar um perigo em potencial conhecido ou de minimizá-lo, com a utilização de instrumentos apropriados”. Já Brito (2000, p. 37) defini este gerenciamento como “o processo por meio do qual as diversas exposições ao risco são identificadas, mensuradas e controladas”. Nesse sentido, COSO (1992, p.04) argumenta que o gerenciamento dos riscos cabe a todos os componentes de uma organização, conforme a seguir:

“O gerenciamento de riscos corporativos é um processo conduzido em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatível com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos”.

Portanto, é possível observar que o gerenciamento dos riscos parte da premissa da qual os riscos foram identificados e a partir de então suas conseqüências serão administradas a fim de trazer o menor prejuízo possível para a organização. O FERMA (2010) atribui ao processo de gerenciamento dos riscos um crescimento sustentável da organização, onde ele irá agregar valor a ela, aos acionistas, investidores e a todos aos interessados, desde que muito bem planejado e executado. Segundo Nohara et. al (2005) uma boa gestão de risco engloba também, a gestão estratégica da empresa, dessa forma levando-a ao alcance de vários melhoramentos na organização entre eles o aumento da sua competitividade.

Davis e Blaschek (2006) destacam a gestão dos riscos como forma de melhorar a priorizar os objetivos da empresa e também o crescimento de ações a fim de prevenir e

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reduzir as perdas como estratégia organizacional, implantar na companhia a cultura de discutir, tolerar, informar riscos e aprender com os erros. Os mesmos autores (2006) argumentam que a gestão operacional e financeira tornam-se melhores a partir do momento em que os riscos são gerenciados, pois eles passam a ser considerados no processo de tomada de decisão, melhorando a eficiência da empresa, pois problemas passam a ser antecipados possibilitando uma reação antecipada, fortalecendo assim o planejamento e a identificação de oportunidades.

2.2 Tipos de riscos e a sua comunicação

A classificação dos riscos pode depende do ambiente interno e do ambiente externo a empresa (DAVI E BLASCHEK, 2006); (COSO, 1992) e (FERMA, 2003).

Dentro do ambiente interno e externo organizacional, os riscos podem ser classificados, segundo FERMA (2003) e Davi e Blaschek (2006) das seguintes formas: riscos financeiros: aqueles decorrentes de taxa de crédito, juros, variações cambiais, liquidez e outros; riscos operacionais: aqueles decorrentes das atividades da empresa, cultura, colaboradores, controles internos, sistemas de informação, fornecedores e outros; riscos mercado: como concorrência, flutuações no consumo, nas atividades, no tempo, na direção, decorrente de fusões e integrações e outros; risco legal: aqueles relacionado a possibilidade de perdas devido a falhas de contrato e interações mercantis; riscos tecnológicos: devido ao sistemas utilizados pela empresa, inovações tecnológicas e outras.

Para a identificação quanto para a análise de tais riscos, o FERMA (2003) sugere algumas técnicas, como por exemplo, brainstorming (tempestade de idéias), questionários, estudos que analisem cada processo da atividade, análises comparativas do setor, de cenários, workshops (apresentações, oficinas), investigação de incidentes, auditorias e inspeções, entre outras para a devida identificação de possíveis riscos. Quanto à análise dos riscos, o retrocitado comenta, entre alguns métodos, o de estudo de mercado, prospecções, testes de marketing, investigação e desenvolvimento, e análise do impacto sobre a atividade.

Para o FERMA (2003, p. 10), “o elemento principal do tratamento de riscos é o controle / diminuição dos riscos” e complementa que “a eficácia do controle interno mede-se pelo grau de eliminação ou redução do risco através das medidas propostas”, e desta forma entende que o processo de tratamento de riscos fundamenta-se em selecionar e programar ações que visem a sua modificação.

Os riscos são avaliados por meio do seu monitoramento, que segundo Mourad e Gusmão (2004) se dá por meio da observação dos planos de ação, e tem como objetivo possibilitar a gerencia a atuar de forma preventivas aos riscos, e não de forma proativa, beneficiando a empresa com um melhor entendimento do projeto.

Evitar o risco para o IBGC (2007, p.23) é a “decisão de não se envolver ou agir de forma a se retirar de uma situação de risco. Exemplo: uma organização decide se desfazer de uma unidade de negócios”, e quanto a aceitar o risco, o mesmo instituto entende que “neste caso, apresentam-se quatro alternativas: reter, reduzir, transferir /compartilhar ou explorar o risco”.

A comunicação dos riscos, de uma forma geral, é a troca de informação sobre os mesmo e sua gestão entre especialistas, o meio acadêmico, interessados, legisladores e o publico em geral (LEISS, 1996). A comunicação dos riscos ocorre em duas esferas, a interna e a externa a empresa.

Referente ao ambiente externo à empresa é importante também salientar que se faz necessária a devida comunicação, com conteúdo que reflita “as políticas, a cultura e as atitudes desejadas e valorizadas pela alta administração” (IBGC, 2007, p. 26).

O FERMA (2003, p. 11), também partilha deste mesmo entendimento, destacando que por meio da comunicação externa deve-se “prestar contas aos intervenientes, definindo as

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respectivas políticas de gestão de riscos e a eficácia na obtenção de objetivos”, complementando que em uma boa gestão de risco a entidade deve adotar uma metodologia onde proteja os interesses dos investidores, garanta ao Conselho de Administração o alinhamento ao planejamento estratégico organizacional cumprindo seus deveres de monitorizar e construir o valor para a empresa, e por fim, esta metodologia deve garantir que os controles da gestão seja implementado e funcionem corretamente.

A referida federação complementa que a comunicação externa deve ser formal, transparente e apresentar claramente as práticas adotadas quanto à gestão de riscos. Neste sentido o FERMA (2003) salienta que ser importante informar o método de controle, processos utilizados na identificação dos riscos, controle utilizados na gestão dos riscos e como os riscos são monitorado e revisado.

Por fim, convém destacar que na visão do FERMA (2003), qualquer deficiência não considerada pelo sistema também devem ser comunicadas junto com as demais informações e já com as ações adotadas para regularizá-las.

Ainda quanto à comunicação externa, o IBGC (2007, p. 26) salienta que “o aumento da transparência para o mercado sobre os mecanismos de gerenciamento de riscos adotados pela organização constitui-se num diferencial, mesmo quando se trata de uma obrigação legal”. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia aplicada a este trabalho caracterizou-se como descritiva. Segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p. 61-62), “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Nesta pesquisa se busca avaliar se as divulgações quanto à gestão de risco constante nos Relatórios Anuais das empresas de carne e derivados, listadas na BM&F BOVESPA, estão de acordo com a norma sugerida pelo FERMA.

Quanto aos procedimentos de pesquisa caracteriza-se como documental. Quanto aos procedimentos, esta pesquisa se caracteriza como documental. Conforme Martins e Theóphilo (2007, p. 85), este tipo de pesquisa utiliza “material que não foi editado, como cartas, memorandos, correspondências de outros tipos, avisos, agendas, propostas, relatórios, estudos avaliações, etc”. Assim, analisou-se os Relatórios Anuais publicados nos sítios das empresas do setor do agronegócio da BM&F BOVESPA referentes aos exercícios de 2006, 2007, 2008 e 2009.

Quanto à abordagem do problema, a presente pesquisa caracterizou-se como qualitativa. De acordo com Raupp e Beuren (2008, p. 92) as pesquisas qualitativas, “concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado”.

O setor de carnes e derivados da BM&F BOVESPA é composto por 06 empresas conforme apresentado no Quadro 01. Estas empresas formam a população de pesquisa.

Carnes e Derivados Nome no Pregão BRF – BRASIL FOODS S.A BRFS EXCELSIOR ALIMENTOS S.A BAUH JBS S.A JBSS MARFRIG ALIMENTOS S.A. MRFG MINERVA S.A. BEEF MINUPAR PARTICIPAÇÕES S.A MNPR

Quadro 01 – População de pesquisa. Fonte: Adaptado do sítio da BM&F BOVESPA (www.bmfbovespa.com.br)

No entanto três empresas forma excluídas deste estudo devido a completa falta de informação sobre a gestão de risco da organização em seus Relatórios Anuais publicados em

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seu sitio. Assim, forma excluídas as empresas EXCELSIOR ALIMENTOS S.A, MINERVA S.A e MINUPAR PATICIPAÇÕES S.A. Em consequência disto a amostra de pesquisa totalizou três empresas do setor de carnes e derivados da BM&F BOVESPA, conforma evidenciado no Quadro 02.

Carnes e Derivados Nome no Pregão BRF – BRASIL FOODS S.A BRFS JBS S.A JBSS MARFRIG ALIMENTOS S.A. MRFG

Quadro 02 – Amostra de pesquisa. Fonte: Adaptado do sítio da BM&F BOVESPA (www.bmfbovespa.com.br)

Destaca-se que a partir deste momento a empresa BRF – BRASIL FOODS S.A será tratadas apelas como BRF, a empresa JBS S.A será tratada penas como JBS e a companhia MARFRIG ALIMENTOS S.A será tratada apenas como MARFRIG, a fim de facilitar a referencia as empresas pesquisadas.

Para o levantamento dos dados foram retirados os Relatórios Anuais (RA) das companhias, referentes aos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009 do sitio das próprias empresas. Porém, destaca-se que das 03 empresas pesquisadas algumas não tinham todos os anos de publicação completos. Com relação a estas organizações foi entrado em contato com tal empresa, por meio de telefone e comunicação eletrônica, e após um períodos as empresas retornaram o contato disponibilizando os seus relatórios.

O método utilizado para análise e interpretação dos dados foi a técnica análise de conteúdo. Segundo Bardin (1977, p. 34), “no tratamento da informação contida nas mensagens”. Para Martins e Theóphilo (2007, p. 95), “análise de conteúdo é uma técnica para se estudar a comunicação de maneira objetiva e sistemática”.

Dessa forma, por meio da análise de conteúdo foram analisadas as mensagens constantes nos Relatórios Anuais, das empresas pesquisadas, com o objetivo de comparar a forma de comunicação externa da gestão de risco utilizada pelas empresas do setor de carne e derivado listadas na BM&F BOVESPA, com a forma de comunicação externa sugerido pelo FERMA.

Para o FERMA (2003) a comunicação formal externa deve tratar de quatro tópicos específicos, os quais são apresentados no Quadro 03.

Tópicos A comunicação formal externa deve tratar os seguintes pontos: 1 Métodos de controle – em particular, responsabilidades de gestão relativas à gestão de riscos;

2 Processos utilizados para identificar riscos e a forma como estes são tratados pelos sistemas de gestão;

3 Principais sistemas de controles implementados para gerir os riscos mais significativos; 4 Sistema de monitorização e revisão implementado.

Quadro 03 – Comunicação externa. Fonte: Adaptado do FERMA (2003)

De posse das informações disponibilizadas pelas empresas pesquisadas, foi analisado se as mesmas apresentam os quatro tópicos levantados pelo FERMA, citados no Quadro 03, na comunicação de gestão de risco para o público externo.

Para melhor apresentação, os tópicos 1, 2, 3 e 4 apresentados no Quadro 03, foram subdivididos em dois itens, de acordo com o exposto no Quadro 03, com o intuito de buscar uma análise mais minuciosa das informações coletadas. Tópico A comunicação formal externa segundo o FERMA 2006 2007 2008 2009

1 1.1. Métodos de controle; Sim/Não Sim/Não Sim/Não Sim/Não1.2. Responsabilidades de gestão relativas à gestão de riscos; Sim/Não Sim/Não Sim/Não Sim/Não

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2 2.1. Processos utilizados para identificar riscos; Sim/Não Sim/Não Sim/Não Sim/Não2.2. Forma como estes são tratados pelos sistemas de gestão; Sim/Não Sim/Não Sim/Não Sim/Não

3 Principais sistemas de controles implementados para gerir os riscos mais significativos; Sim/Não Sim/Não Sim/Não Sim/Não

4 4.1. Sistema de monitorização; Sim/Não Sim/Não Sim/Não Sim/Não4.2. Revisão implementado. Sim/Não Sim/Não Sim/Não Sim/Não

Quadro 03 – Avaliação da Comunicação externa. Fonte: Adaptado do FERMA (2003)

Quando identificado a informação referente ao tópico e seu respectivo subitem, nos Relatórios Anuais das empresas nos anos estudados, era colocado a palavra SIM no respectivo ano de identificação. No entanto, a falta de identificação da informação no RA da empresa quanto as questões pesquisadas gerava a palavra NÃO no tópico e no referido ano estudado.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A seguir, no Quadro 04, estão expostas às avaliações da comunicação formal externa quanto à Gestão de Riscos da empresa BRF.

Empresa: BRF Apresenta no Ano / Exercício Tópico A comunicação formal externa segundo o FERMA 2006 2007 2008 2009

1 1.1. Métodos de controle; Sim Sim Sim Sim 1.2. Responsabilidades de gestão relativas à gestão de riscos; Sim Sim Sim Sim

2 2.1. Processos utilizados para identificar riscos; Sim Sim Sim Sim 2.2. Forma como estes são tratados pelos sistemas de gestão; Sim Sim Sim Sim

3 Principais sistemas de controles implementados para gerir os riscos mais significativos; Sim Sim Sim Sim

4

4.1. Sistema de monitorização; Sim Sim Sim Sim4.2. Revisão implementado. Sim Sim Sim Sim

Quadro 04 – Análise dos dados da empresa BRF – 2006, 2007, 2008 e 2009. Fonte: Adaptado do FERMA (2003) e Relatórios Anuais da empresa BRF.

De acordo com o exposto no Quadro 04, percebe-se que a empresa BRF trata de todos os tópicos de comunicação externa sugeridos pelo FERMA. Destaca-se que a empresa em questão apresenta uma seção específica para evidenciar sua Gestão de Riscos em seus Relatórios Anuais pertinentes aos anos pesquisados, que foram 2006, 2007, 2008 e 2009.

Referente ao Tópico 1, subitem 1.1., a empresa tratou de método de controle ao informar que manteve uma “política de gerenciamento de riscos, que contempla ações de proteção que beneficiam, ao mesmo tempo, acionistas, fornecedores, consumidores e meio ambiente” (BRF, 2006, p. 56). A adoção da politica de gerenciamento dos riscos é favorável para a organização, pois demonstra que com esse método visa proteção, o que vai ao encontro do entendimento de Brito (2000, 37) quando afirma que o gerenciamento dos riscos é “o processo por meio da qual as diversas exposições as risco são identificados, mensurados e controlados”.

Percebe-se que a empresa BRF continuou a tratar de método de controle, quando deu ênfase em sua comunicação externa do ano exercício 2007, que adotou a mesma política de gerenciamento de riscos visando à proteção simultânea de todos os seus stakeholders, ou seja, acionistas, consumidores, fornecedores, funcionários e meio ambiente (BRF, 2007).

Ainda quanto ao subitem 1.1., observou-se que a empresa apresentou métodos de controle ao salientar que em seu planejamento estratégico contemplou a diminuição dos riscos como ponto fundamental para a proteção e bom desempenho da companhia, e também dos seus stakeholders (BRF, 2008 e 2009). Leva-se a crer que é positivo para a empresa tratar a redução dos riscos em seu planejamento estratégico, pois assim tende a melhor planejá-lo, e

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com isso provavelmente obter melhores resultados, o que está alinhado com o entendimento do FERMA (2003) quando destaca que a gestão de riscos é um processo vital na gestão estratégica das organizações, e que a ele devem alocar os devidos recursos para que funcione de forma eficaz.

Quanto ao subitem 1.2, exposto no Quadro 04, a empresa BRF contemplou a responsabilidade de gestão em sua comunicação externa em todos os anos pesquisados. A este assunto, a empresa BRF comenta que “Um comitê que opera com a Diretoria é responsável pela avaliação das análises e pela tomada de decisões necessárias para o melhor gerenciamento das posições, dentro dos limites estabelecidos, para minimizar os riscos” (BRF, 2006, p. 59). Assim, pode-se inferir que a empresa atua de forma coerente, com objetivo de reduzir os riscos na gestão financeira, a partir da existência de um comitê responsável pela avaliação e tomada de decisão, o que está em sintonia com o COSO (1992) quando comenta que o gerenciamento dos riscos devem ser operados, entre outros responsáveis, por um conselho dentro da organização, podendo até mesmo ser o próprio Conselho da Administração.

Entende-se que a empresa BRF continuou a contemplar responsabilidade de gestão quando destacou, em suas comunicações externas dos anos exercícios 2007, 2008 e 2009, a adoção da mesma sistemática de um comitê, que em conjunto com a diretoria foram os responsáveis pelas análises e decisões.

Quanto ao Tópico 2, subitem 2.1., exposto no Quadro 04, verifica-se que a empresa abordou em todos os exercícios pesquisas, ou seja, nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009 seus processos utilizados para identificar riscos, principalmente quando se referiu à segurança alimentar. Nesse caso, a entidade informou que “mantém as informações sobre produtores, matrizes, rações, medicamentos, testes de qualidade, entre outros, armazenados em sistema” (BRF, 2007, p. 58). Referente ao qual a empresa BRF complementou que “além de garantir um controle preciso de cada etapa de produção, esse banco de dados permite a adoção de medidas corretivas rápidas e eficazes, caso haja necessidade” (BRF, 2007, p. 58). Esse ponto é novamente é salientado no ano exercício de 2007. Dessa forma, observa-se que a empresa busca não é identificar os tipos de risco que ela está sujeita como também a administra-lo, indo ao encontro da afirmação de Davis e Blashek (2006, p.06) que o gerenciamento dos riscos são “ações tomadas para prevenir e reduzir perdas”.

Referente ao subitem 2.2, mostrado no Quadro 04, constata-se que a BRF abordou como foram tratados os riscos, ao se observar a própria citação do subitem 2.1., ou seja, o sistema apresentado quanto à segurança alimentar. Fez constar que “além de garantir um controle preciso de cada etapa de produção, esse banco de dados permite a adoção de medidas corretivas rápidas e eficazes, caso haja necessidade” (BRF, 2007, p. 58).

Quanto ao Tópico 3, exposto no Quadro 04, percebe-se que a empresa BRF tratou dos principais sistemas de controle implementados para gerir os riscos mais significativos, em todos os anos estudados. No tocante aos sistemas de controle utilizados pela empresa, ela comenta que “O controle do crédito é garantido por um avançado sistema on-line, que permite acompanhar o fluxo de informações em tempo real” (BRF, 2008, p.60). A adoção de um sistema de controle de crédito pode ser interpretado como um controle do risco financeiro, conforme Davi e Blaschek (2006), nesse sentido destaca-se que a entidades busca conhecer e controlar seus risco, indo ao encontro do FERMA (2003) quando este afirma, fazer parte do gerenciamento dos risco, a sua identificação e controle.

Quanto ao Tópico 4, subitens 4.1. e 4.2., conforme observa-se no Quadro 04, a empresa BRF apresentou sistema de monitorização e revisão implementado em todos os exercícios pesquisados. Quanto ao monitoramento dos riscos, a empresa afirma que utilizou um software que lhe “permite o monitoramento diário de mercados financeiros e o acompanhamento de posições” (BRF, 2009, p. 61). Esse procedimento tende a ser adequado,

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pois deve auxilia-la nas análises e tomada de decisões visando avaliar sua posição frente ao risco financeiro possibilitando uma ação preventiva a possíveis riscos, conforme afirmam Mourad e Gusmão (2004).

A seguir, no Quadro 05, estão expostas às avaliações da comunicação formal externa quanto à Gestão de Riscos da empresa JBS.

Empresa: JBS Apresenta no Ano / Exercício Tópico A comunicação formal externa segundo o FERMA 2006 2007 2008 2009

1 1.1. Métodos de controle; Sim Sim Sim Sim 1.2. Responsabilidades de gestão relativas à gestão de riscos; Sim Sim Sim Sim

2 2.1. Processos utilizados para identificar riscos; Sim Sim Sim Sim 2.2. Forma como estes são tratados pelos sistemas de gestão; Sim Sim Sim Sim

3 Principais sistemas de controles implementados para gerir os riscos mais significativos; Sim Sim Sim Sim

4 4.1. Sistema de monitorização; Não Não Não Não 4.2. Revisão implementado. Não Não Não Não

Quadro 05 – Análise dos dados da empresa JBS – 2006, 2007, 2008 e 2009. Fonte: Adaptado do FERMA (2003) e Relatórios Anuais da empresa JBS.

Conforme o exposto no Quadro 05 percebe-se que a empresa JBS comunica a maior parte da sua gestão de risco conforme a sugestão do FERMA, pois contempla, em seus Relatórios Anuais, informações que tratam de: métodos de controle, responsabilidades de gestão relativas à gestão de riscos; processos utilizados para identificar riscos; a forma como estes são tratados pelos sistemas de gestão, e principais sistemas de controles implementados para gerir os riscos mais significativos.

Um ponto importante a ser destacado é que a JBS apresenta uma seção específica para tratar da Gestão de Riscos em cada um de seus Relatórios Anuais dos anos exercícios de 2006, 2007, 2008 e 2009.

Quanto ao Tópico 1, subitem 1.1., exposto no Quadro 05, observa-se que a empresa JBS apresentou, em sua comunicação externa, métodos de controle ao fazer constar, em sua comunicação externa, que “A estratégia da Companhia de expandir suas operações em plantas localizadas em diversos estados no território brasileiro é fundamental para protegê-la de riscos relativos a barreiras fitossanitárias no comércio internacional” (JBS, 2007, p. 96).

O mesmo procedimento a empresa JBS fez constar em suas comunicações externas dos exercícios de 2006, 2008 e 2009. Com esta estratégia, pode-se esperar que a companhia minimize seus riscos fitossanitários e expanda sua produção por meio de uma gestão estratégica, corrobora com a afirmação de Nohara e al (2005) quando os autores afirmam que uma boa gestão de risco engloba uma gestão estratégica e dessa forma leva a companhia a alcance de vários melhoramentos.

Referente ao subitem 1.2, verifica-se que a empresa abordou a responsabilidade de gestão relativas à gestão de riscos ao informar que a companhia “trata de forma consciente os possíveis riscos que envolvem seu setor de atuação e define metas e diretrizes para o seu gerenciamento” e ao complementar que “A Companhia cria e sustenta diferentes comitês para garantir a condução correta de todas as suas atividades” (JBS, 2008, p. 32).

A empresa abordou essa mesma forma de gestão, através de comitês, também em suas comunicações externas dos anos exercícios de 2006, 2007 e 2009. Dessa forma, a organização, ao ter sustentado comitês para garantir a eficiência em todas as suas atividades, vai ao encontro do que o COSO (1992) defende ser uma gestão de risco responsável quando ele afirma que o gerenciamento do risco em uma empresa cabe a todos os seus componentes de uma organização, seja ao Conselho de Administração, diretoria e demais empregados.

Quanto ao Tópico 2, subitens 2.1. e 2.2., evidenciados no Quadro 05, observa-se que a JBS abordou, em sua comunicação externa, processos utilizados para identificar riscos e

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também a forma como estes são tratados pelo sistema de gestão. A empresa salientou que o seu “controle de risco identifica e classifica os eventos que resultem em riscos estratégicos aos negócios da JBS segundo a probabilidade e determina os respectivos procedimentos de controle” (JBS, 2008, p. 32). Entende-se que a JBS dessa forma, busca identificar seus riscos e trata-los o mais adequadamente possível, identificando de forma detalhada das ocorrências que representassem perigo estratégico à empresa, e, ao mesmo tempo, determinado os procedimentos de controle para melhor tratá-los.

Procedimento esse que vai ao encontro da visão de Hoji (2004) quando o autor afirma que os riscos devem ser identificados e seu potencial deve ser minimizado. Essa mesma atuação de controles de riscos são adotou nos anos exercícios de 2006, 2007 e 2009 pela companhia.

Em se tratando do Tópico 3, conforme mostrado no Quadro 05, constata-se que a JBS tratou sobre os principais sistemas de controles implementados para gerir os riscos ao informar que, quanto aos riscos financeiros, “A Companhia possui uma política formal para o gerenciamento de riscos cujo controle e gestão é de responsabilidade da Tesouraria”, a qual, complementou “se utiliza de instrumentos de controle através de sistemas adequados e profissionais capacitados na mensuração, análise e gestão de riscos que possibilitam a minimização da exposição diária dos mesmos” (JBS, 2009, p. 102).

Salienta-se que a empresa JBS informou ter utilizado essa mesma política de gerenciamento de riscos, com uso de instrumentos de controle por meio de sistemas adequados, nos demais anos exercícios de 2006, 2007 e 2008. Assim, o fato de se ter instrumentos de controles adequados para gerenciar os riscos identificados é positivo para a organização, pois pode auxiliar nas tomadas de decisões que julguem incorrer no menor risco quanto à gestão das questões financeiras. Procedimento esse que se enquadra com a afirmativa do FERMA (2003), ao entender que na gestão de riscos eles devem ser identificados e minimizados.

Quanto ao Tópico 4 e seus subitens 4.1. e 4.2., conforme visto no Quadro 05 a empresa não informa a respeito do sistema de monitoramento e revisão dos sistemas implantados em seus Relatórios Anuais dos anos pesquisado.

A seguir, no Quadro 06, encontram-se expostas às avaliações da comunicação formal externa quanto à Gestão de Riscos da empresa MARFRIG.

Empresa: MARFRIG Apresenta no Ano / Exercício Tópico A comunicação formal externa segundo o FERMA 2006 2007 2008 2009

1 1.1. Métodos de controle; Sim Sim Sim Sim 1.2. Responsabilidades de gestão relativas à gestão de riscos; Sim Sim Sim Sim

2 2.1. Processos utilizados para identificar riscos; Sim Sim Sim Sim 2.2. Forma como estes são tratados pelos sistemas de gestão; Sim Sim Sim Sim

3 Principais sistemas de controles implementados para gerir os riscos mais significativos; Sim Sim Sim Sim

4 4.1. Sistema de monitorização; Sim Sim Sim Sim 4.2. Revisão implementado. Não Não Não Não

Quadro 06 – Análise dos dados da empresa MARFRIG – 2006, 2007, 2008 e 2009. Fonte: Adaptado do FERMA (2003) e Relatórios Anuais da empresa MARFRIG.

De acordo com o evidenciado no Quadro 06, percebe-se que a empresa MARFRIG está de acordo com quase todos os Tópicos de comunicação externa da sua gestão de riscos conforme a sugestão do FERMA. Contemplando dessa forma, as informações que tratam dos métodos de controle; responsabilidades de gestão relativas à gestão de riscos; processos utilizados para identificar riscos; forma como estes são tratados pelos sistemas de gestão, principais sistemas de controle implementados para gerir os riscos e sobre o sistema de

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monitoramento. A organização não contempla em seus relatórios a revisão dos controles de monitoramento dos riscos.

Destaca-se que a MARFRIG apresenta uma seção específica para tratar da Gestão de Riscos em cada um de seus Relatórios Anuais dos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009.

Quanto ao Tópico 1, subitem 1.1., observado no Quadro 06 a empresa MARFRIG apresentou métodos de controle ao fazer constar, em sua comunicação externa, que “As plantas são estrategicamente localizadas próximas dos fornecedores de gado e junto aos maiores mercados consumidores e canais de exportadores” e ao enfatizar que “Essa diversidade geográfica mitiga riscos relacionados às restrições e barreiras comerciais de importação impostas por países compradores de carne bovina” (MARFRIG, 2008, p. 10).

A estratégia da Companhia de constituir suas plantas de produção de forma diversificada geograficamente pode lhe ser favorável estrategicamente, pois pode reduzir os seus riscos em caso de barreiras comerciais às suas exportações, o que vai ao encontro do entendimento do FERMA (2003) quando destaca que a gestão de riscos é um processo vital na gestão estratégica das organizações, e que a ele devem alocar os devidos recursos para que funcione de forma eficaz. Essa mesma informação a empresa MARFRIG fez constar em suas comunicações externas dos exercícios de 2006, 2007 e 2009.

Quanto ao subitem 1.2, exposto no Quadro 06, percebe-se que a empresa em questão contemplou a responsabilidade de gestão em sua comunicação externa, ao se referir que na gestão de riscos de mercado, onde está sujeita variações cambiais, dos preços de commodities, entre outros, “a empresa dispõe de políticas e procedimentos para administrar tais exposições e pode utilizar instrumentos de proteção, desde previamente aprovados pelo Conselho de Administração” (MARFRIG, 2008, p. 26). Dessa forma se pode inferir que a companhia busca administra da forma segura as suas exposições aos riscos de mercado, pois ao utilizar os instrumentos de proteção, o faz somente com o aval do Conselho de Administração, procedimento esse em sintonia com o FERMA (2003) e COSO (1992) ao destacarem a os riscos devem ser monitorados e principalmente, as duas instituições defendem que as empresas devem buscar auxilio no Conselho de Administração na gestão dos seus riscos.

Entende-se que a empresa MARFRIG continuou a contemplar responsabilidade de gestão quando destacou, em suas comunicações externas dos anos exercícios 2006, 2007 e 2009, a necessidade de utilização do aval do Conselho de Administração para utilizar os instrumentos de proteção quanto a riscos de mercado.

Quanto ao Tópico 2, subitens 2.1. e 2.2., ilustrado no Quadro 06, verifica-se que a empresa abordou, em suas comunicações externas, processos utilizados para identificar riscos e também a forma como esses são tratados, quando se referiu a riscos de qualidade. Nesse caso, informou que “adota processos de produção de carne com certificado Hazard Analysis and Critical Control Points” (MARFRIG, 2008, p. 26).

A certificação anteriormente citada pela MARFRIG (2008), que significa Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) é uma certificação sobre a inspeção de diversos pontos, como por exemplo, “procedimentos de identificação, identificação de riscos potenciais em todo o processo, monitoramento de pontos críticos, treinamento e ações corretivas, e, documentação e registros” (MARFRIG, 2008, p. 26).

A mesma certificação é novamente salientada nos anos exercícios de 2006, 2007 e 2009. Assim, entende-se que essa certificação pode ser favorável para a empresa, pois tal certificação leva a companhia a identificar e mitigar os riscos na sua produção. Esse tipo de procedimento está de acordo com a visão de Davis e Blaschek (2006) quando o autor afirma que a gestão dos riscos melhora a gestão operacional da organização.

O Tópico 3 e 4, subitem 4.1 foram observados quando a entidade fala sobre a certificação Harzard Analysis and Critical Control, pois a referente certificação pode ser visto como uma das principais forma de controle implementado para a gestão dos riscos na

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empresa, visto que a organização fez menção a ela em todos os anos pesquisados, e também pode ser interpretada como uma forma de monitoramento do riscos, pois tal sistema é implementado todos os anos a ano. 5 CONCLUSÃO

O objetivo geral do presente estudo foi verificar se as informações sobre a gestão dos riscos, identificadas nos Relatórios Anuais referente ao período de 2006 à 2009, das empresas do setor de carne e derivados listadas na BM&F BOVESPA, seguiram o formato de apresentação externa sugerido pelo FERMA.

Em seus relatórios as empresas pesquisadas comunicaram a identificação de vários tipos de riscos, como por exemplo, Riscos Operacionais, sendo eles os de controle sanitário, grãos (volatilidade de grãos), segurança alimentar, proteção ambiental, controles internos e operação (operações asseguradas, seguro patrimonial), e ainda evidenciações quanto aos Riscos Financeiros, como os de investimentos, câmbio e controle de crédito. Riscos estes também listados pelo FERMA (2003) e Davi e Blaschek (2006).

Constatou-se também, que as empresas pesquisadas buscam formas de controlar os riscos identificados por elas. Assim, as formas de controle dos riscos são efetuadas por meio do estabelecimento de políticas de gestões de riscos, onde são determinadas as diretrizes a serem adotadas nos diversos níveis de operações das organizações. O que vai ao encontro do entendimento do FERMA (2003), para o qual uma política de Gestão de Riscos deve definir a postura e o grau de tolerância ao risco, além de atribuir as devidas responsabilidades, para que assim o processo possa fazer o controle de forma eficaz.

Destaca-se que a responsabilidade da gestão dos riscos foram apontados pelas organizações estudadas. Na BRF a empresa possui um comitê que atua conjuntamente com a direção da organização na mitigação dos riscos, o mesmo acontece na JBS. A empresa MARFRIG foi a única a declarar que a gestão dos riscos na organização faz parte das responsabilidades do Conselho de Administração da companhia. Dessa forma, averiguou-se que as organizações, de uma forma geral, delegam poderes a um grupo especifico de pessoas, seja por comitê ou conselhos, a fim de identificar, evitar ou mitigar os riscos aos quais elas estão sujeitas, dessa maneira indo ao encontro das afirmações do FERMA (2003) e o COSO (1992).

As empresas estudadas destacaram também, algumas formas de identificação dos riscos e como eles são tratados dentro da organização. Nesse sentido, a BRF busca precaver riscos quanto a segurança alimentar controlando a alimentação de seus animais. A JBS evidenciou o interesse em identificar e corrigir os riscos estratégicos, enquanto a empresa MARFIRG implementou um sistema de controle e mitigação dos riscos em sua produção. Dessa forma, as empresas demonstraram interesse em evitar, identificar e mitigar os seus riscos, conforme salienta IBGE (2007), FERMA (2003) e COSO (1992) quando os autores reafirma ser importante a identificação e mitigação dos riscos organizacionais.

Quanto aos principais sistemas de controle para gerir os riscos mais significativos, a BRF comentou sobre seu sistema especifico que cuida do risco de crédito da empresa, na JBS o sistema utilizado são os próprios controles internos. Já a companhia MARFRIG salienta a certificação Harzard Analysis and Critical Control como seu principal sistema de controle de riscos. Assim, observa-se o interesse das empresas em implementar sistemas que cuidem dos seus riscos organizações, corroborando o que afirma Brito (2000) quando o autor afirma ser na gestão dos riscos que eles são identificados, mensurados e controlados.

Foram identificações ações realizadas pelas organizações BRF e MARFRIG, a fim de evitar os mesmos riscos no futuro. Tais ações são procedimento de monitoramento constante nas etapas de todos os seus processos, onde segundo o FERMA (2003) esse processo de monitorização deve garantir que os controles, bem como, os procedimentos estejam bem

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compreendidos e corretamente seguidos dentro da organização, mas, além disso, devem ser revistos, pois tanto as empresas como o mercado (ambiente) são dinâmicos.

Por fim constatou-se que apenas a empresa BRF apresenta todos os quatro tópicos de comunicação formal sugerido pelo FERMA (2003) a respeito da sua gestão de risco, mostrado assim, que a empresa corrobora com o entendimento de Malacrida e Yamamoto (2006) quando os autores afirmam ser fundamental a divulgação de informações contábeis para os usuários que os auxiliaram no processo de tomada de decisão. Já as empresas JBS e MARFRIG contemplaram três dos quatro tópicos de comunicação sugerido pelo FERMA (2003) quanto a sua gestão dos riscos.

Assim, conclui-se que as empresas pesquisadas, de uma forma geral, evidenciam a gestão dos riscos de acordo com o formato sugerido pelo FERMA (2003) aos usuários externos, colaborando com Less (1996) quando o autor afirma que a gestão dos riscos devem ser comunicados em duas esferas, a interna e a externa.

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