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O livro Allan Kardec – Princípios e Valores , com a participação dos personagens da Turma da Mônica, foi lançado neste mês de agosto, na Bienal do Livro de São Paulo. ADDE - ASSOCIAÇÃO DE DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA | www.adde.com.br | ANO 09 | NÚMERO 42 | AGOSTO/SETEMBRO DE 2018 OS FILHOS PRÓDIGOS Visão Espírita Entenda como funciona o encontro Anual Cairbar Schutel (EAC), realizado em setembro -, mês de nascimento do homenageado. Bem Coletivo Independente do tempo de vida terrestre, sempre existe o momento certo para que toda criatura entre em sintonia com a lei do progresso, em busca da ascensão espiritual. Palavra Espírita Em plena era da transformação digital, as facilidades do dia a dia ainda não trazem a paz de espírito esperada. A imersão interior é a forma mais eficaz para o encontro com o novo homem. Atualidade Página 03 Página 07 Página 08 Página 06 A reforma íntima exige reflexão, entrega, serviço no bem e amor. A melhora interior está longe dos prazeres carnais, ela consiste na espiritualidade e na busca por aprendizado e burilamento. Alegrias e tristezas fazem parte da caminhada. A forma como se encara cada revés e cada alegria e que dá o direcionamento real rumo à jornada de paz. Página 04 e 05 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Não jogue este jornal em vias públicas Verdade e Vida Jornal

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O livro Allan Kardec – Princípios e Valores, com a participação dos personagens da Turma da Mônica, foi lançado neste mês de agosto, na Bienal do Livro de São Paulo.

ADDE - ASSOCIAÇÃO DE DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA | www.adde.com.br | ANO 09 | NÚMERO 42 | AGOSTO/SETEMBRO DE 2018

OS fILhOS PRóDIGOS

Visão Espírita

Entenda como funciona o encontro Anual Cairbar Schutel (EAC), realizado em setembro -, mês de nascimento do homenageado.

Bem Coletivo

Independente do tempo de vida terrestre , sempre exis te o momento cer to para que toda cr ia tura entre em sintonia com a le i do progresso, em busca da ascensão espir i tual .

Palavra Espírita

Em plena era da transformação digital, as facilidades do dia a dia ainda não trazem a paz de espírito esperada. A imersão interior é a forma mais eficaz para o encontro com o novo homem.

Atualidade

Página 03 Página 07 Página 08Página 06

A reforma íntima exige reflexão, entrega, serviço no bem e amor. A melhora interior está longe dos prazeres carnais, ela consiste na espiritualidade e na busca por aprendizado e burilamento. Alegrias e tristezas fazem parte da caminhada. A forma como se encara cada revés e cada alegria e que dá o direcionamento real rumo à jornada de paz.

Página 04 e 05

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Não jogue este jornal em vias públicas

Verdade e VidaJornal

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ExpedienteEste jornal é uma publicação da ADDE – Associação de Divulgação da Doutrina Espírita (CNPJ 08.195.888/0001-77) - para a região de São José do Rio Preto/SP. Os textos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Diagramação: Junior Pinheiro - [email protected]

Jornalista Resp: Renata Girodo - [email protected] - MTB 67369/SP

Comercial: Anízio Junior - [email protected]

Receba o jornal em sua casa espírita cadastrando-se no site, ou pelo e-mail: [email protected]

Tiragem: 5 mil exemplares.

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Pensando em Deus, pensa igualmente nos homens, nossos irmãos.

Detém-te, de modo especial, na simpatia e no amparo possível, em favor daqueles que se fizerem pais ou tutores.

As mães são sempre revela-ções angélicas de ternura, junto aos sonhos de cada filho, mas é preciso não esquecer que os pais também amam…

Esse perdeu a juventude, car-regando as responsabilidades do lar; aquele se entregou a pesados sacrifícios, apagando a si mesmo, para que os filhos se titulassem com brilho na cultura terrestre; outros se escravizaram a filhinhos

DIA DOS PAIS Quando acordamos para a razão, des-cobrimos os traços vivos da Bondade de Deus, por toda parte. Seu imenso carinho para conosco está no Sol que nos aquece, dando sustento e alegria a todos os seres e a todas as coisas; nas nuvens que fazem a chuva para o contentamento da Natureza; nas águas dos rios e das fontes, que desli-zam para o benefício das cidades, dos campos e dos rebanhos; no pão que nos alimenta; na doçura do vento que refresca; na bondade das árvores que nos estendem os galhos dadivosos, em forma de braços ricos de bênçãos; na flor que espalha perfume na atmosfe-ra; na ternura e na segurança de nosso lar; na assistência dos nossos pais, dos nossos irmãos e dos nossos amigos que nos ajudam a vencer as dificuldades do mundo e da vida, e na providência si-lenciosa, que nos garante a conserva-ção da saúde e da paz espiritual. Muitos homens de ciência pretendem definir Deus para nós, mas, quando re-paramos na proteção do Todo-Podero-so, dispensada aos nossos caminhos e aos nossos trabalhos na Terra, em todos os instantes da vida, somos obrigados a reconhecer que o mais belo nome que podemos dar ao Supremo Senhor é jus-tamente aquele que Jesus nos ensinou em sua divina oração: “Nosso Pai”.

Meimei - Fransciso C. Xavier

NOSSO PAI

doentes; muitos foram banidos do refúgio doméstico, às vezes, pe-los próprios descendentes, exila-dos que se acham em recantos de imaginário repouso, por trazerem a cabeça branca por fora, e, em muitas ocasiões alquebrada por dentro, sob a carga de lembranças difíceis que conservam em relação aos infortúnios que atravessaram para que a família sobrevivesse, e, ainda outros renunciaram à felici-dade própria, a fim de se conver-terem nos guardais da alegria e da segurança de filhos alheios!…

Compadece-te de nossos ir-mãos, os homens, que não vacila-ram em abraçar amargos compro-missos, a benefício daqueles que lhes receberam os dons da vida.

Ainda mesmo aqueles que se transviaram ou enlouqueceram, sob a delinquência, na maioria dos casos, nos merecem respeito-so apreço pelas nobres intenções que os fizeram cair.

A vida comunitária, na Terra de hoje, instituiu datas de home-nagens às profissões e pessoas.

Lembrando isso, reconhece-mos, por nós, que o Dia das Mães é o Dia do Amor, mas reconhece-mos também que o Dia dos Pais é o Dia de Deus.

Do livro Seara de Fé, Emma-nuel, Francisco Cândido Xavier

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ALEGRIAS DO EACEstamos em agosto, mês em que

Cairbar Schutel lançou, em 1925, a Revista Internacional de Espiritismo (RIE). Estamos igualmente às vésperas do Encontro Anual Cairbar Schutel (EAC), evento que honra a sua memória e os 150 anos de seu nascimento.

Durante o evento, os participantes viverão momentos inesquecíveis e marcantes, com palestras, lançamento de livros, e outras atividades direcionadas para todos os públicos, inclusive para as crianças.

Desde já, nossa gratidão pelo seu apoio e participação que, inclusive, vai auxiliar a construção da sede própria da “Casa de Fraternidade Chico Xavier”, em Araraquara.

Faça a sua inscrição, ainda dá tempo!

Contribua para a expansão das boas práticas espíritas.

Visão Espírita Por Orson Peter Carrara

O Encontro Anual CairbarSchutel (EAC) – já está em sua 8ª. Edição. Tradicionalmente realizado em setembro, desde 2011, o evento nasceu numa viagem de volta de Guaxupé (MG) para Matão, quando em um ônibus fretado para participantes do “Encontro Chico Xavier”, durante um diálogo despretensioso, a ideia tomou corpo, materializando-se no ano seguinte, com sua 1ª. edição realizada em 2011.

Realizado duas vezes em Araraquara (SP), em 2013 e 2014, o evento alcançou credibilidade e conquistou o público, o que muito felicita os espíritas de Matão, que têm a grandiosa oportunidade de receber visitantes para os encontros anuais.

Sua realização conecta-se perfeitamente aos ideais de Schutel, igualmente homenageado com a inauguração do “Memorial Cairbar Schutel”, em 2013, que reúne grande acervo de documentos do trabalho executado ao longo do tempo, pelo inesquecível e valoroso seareiro.

Quando: 22 e 23 de setembro de 2018

Onde: Em Matão-SP, no Clube Sorema

Tema: Evangelho e Vivência

Veja toda a programação e faça a sua inscrição no site do Instituto:

www.institutocairbarschutel.org

Encontro Anual Cairbar Schutel (EAC)

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Mas a vossa tristeza se converterá em alegria – Jesus. (João, 16:20)

Todos sabem que na vida temos alegrias e tristezas. Por mais que ninguém goste de tristezas, seria muito simplista dizer que a tristeza é o nosso inferno.

Há esportistas que passam por lesões graves e depois que se recuperam voltam muito melhores, lembram-se desse período, como um momento fundamental de renovação. Isso acontece também com muita gente após a cura de uma doença grave. É muitíssimo comum que pais dividam suas vidas em antes e depois do surgimento de filhos, e, especialmente, tutores de pessoas portadoras de extremas limitações.

Muitos de nós, depois de passadas as dores, colocamos momentos tristes e dolorosos como os mais importantes de nossas vidas. Mulheres, por

exemplo, passam pelo parto, tido como uma das piores dores do mundo e, pouco tempo depois, repetem a mesma experiência, por levar à maternidade.

Jesus nos ensinou por meio das diferentes alegrias e tristezas presentes em nossas existências. Sabedor é claro, que todos buscamos a alegria e a felicidade, situou as pessoas em dois momentos de suas vidas, apresentando-as sentimentos tão ambíguos.

A humanidade toda parou quando Aquele Homem subiu a um monte a ensinar. E disse, falando às nossas próprias almas: Bem-aventurados os humildes, os que sofrem, os mansos, prometendo não apenas o reino dos céus, a consolação, mas a própria herança da terra. Precisamos parar mais uma vez, pensar e corrigir rumos, além de utilizar a reflexão com a seguinte pergunta: Onde estarão as

OS fILhOSCapa

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Veja o centro espírita mais perto de sua casa

acessando o site da ADDE.

Pontos de Luz

Por Maurício Zomignani

verdadeiras alegrias?

Benditos são aqueles que possuem uma oportunidade de ir além, de refletir sobre problemas, sentimentos, projetos de vida. Muitos de nós ficamos infelizes por não possuir as alegrias do mundo. Como podemos estimular a reforma íntima sem proporcionar reflexão constante sobre a vida, seja com as reuniões em nossas famílias, em círculos de acolhimento mútuo nos centros espíritas, em projetos educativos para crianças.

A reflexão, nos leva ainda a lembrar a “Parábola do Filho Pródigo”. Dois filhos moravam com o pai. Um deles, o mais moço, resolveu pedir ao patriarca a antecipação da herança para que financiasse seu projeto de vida: viajar, beber e comer. O outro, que sempre lhe seguira as ordens, permaneceu com o pai na fazenda obediente e trabalhador.

O filho mais novo viveu como bem quis por alguns anos, até que o dinheiro acabou, o que ocorreu em meio a tremenda seca. Buscando emprego, o rapaz nada conseguiu senão cuidar de porcos, mas sem salário, sem pouso, sem comida. Ele pediu para comer a lavagem dos porcos, mas nada lhe foi dado. Então resolveu voltar à casa do pai, não mais na posição de filho, do que já não se entendia digno, mas para ser o último de seus empregados. Vendo aquele que para todos era um mendigo, ainda à distância, o pai largou tudo e foi correndo acolhê-lo, dando-lhe trajes limpos, sandália nova, anel de filiação. Mandou matar o melhor novilho, reunir a todos e fazer uma grande festa. Vendo isso, o irmão mais velho, porém, revoltou-se, protestou, destratou o próprio pai.

Estas são figuras que representam modelos de vida

que poderíamos chamar de dever e prazer. De toda forma, ambos desperdiçaram seguidas oportunidades de aprendizado e solidariedade.

Com Jesus, podemos dizer ao irmão que saiu pelo mundo, da importância de buscar as virtudes do espírito e não apenas as seduções da matéria, em que a traça rói, a ferrugem corrói, os ladrões levam. Ao segundo, podemos alertar para a hipocrisia daquele que cumpre obrigações religiosas, mas que, no momento em que é chamado a viver e demonstrar a compaixão, o amor ao próximo, fecha-se em egoísmo, vaidade, suscetibilidade e arrogância.

Forças atuantes dentro de todos nós estimulam a espiritualidade. Mas, é bom lembrar que a melhoria interior, verdadeira e profunda, não está nos prazeres nem nas aparências de virtude, e que, ambos os modelos de ação dos irmãos citados na

parábola, contêm ilusões e alienações. Situações que nos tiram do caminho, roubam e desperdiçam muitas vidas. E, que tanto ainda ameaçam fazer perder, se não nos dedicarmos à reflexão atenta e carinhosa nesta vida preciosa que vivemos agora.

* Inspirado no capítulo 94 – Alegria Cristã no livro Caminho, Verdade e Vida , de Chico Xavier / Emmanuel, FEB, 2013

PRóDIGOS

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Atualidade

EDITORA BOA NOVA E MAURICIO DE SOUSA PRODUÇõES LANÇARAM MAIS UMA OBRA

INéDITA NA BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULOParceiras desde 2014, a Editora

Boa Nova e a Mauricio de Sousa Produções prepararam mais uma grande novidade. O livro Allan Kardec – Princípios e Valores é a sexta obra publicada por meio dessa parceria, e chega especialmente para os leitores brasileiros que possuem um carinho especial pelo consagrado criador da Turma da Mônica.

Na obra, a turminha do Limoeiro visita a França, País natal do codificador do espiritismo, e descobre, por exemplos práticos, os diversos ensinamentos que Kardec transmitiu a partir dos estudos com os espíritos e o outro plano. Valores essenciais para a criação de um bom caráter são repassados de forma interativa e divertida, por meio de ilustrações cativantes.

Livro: Allan Kardec - Princípios e ValoresAutor: Luis Hu Rivas, Ala Mitchell e Mauricio de SousaGênero: Infanto-juvenilFormato: brochuraPáginas: 64

Por Lilian Comunica Agência de Comunicação

www.pressacondominios.com.br

“A educação encontra no espiritismo respostas precisas para melhor compreensão do educando e maior eficiência do educador no labor produtivo de ensinar a viver, oferecendo os instrumentos do conhecimento e da serenidade, da cultura e da experiência aos reiniciantes do sublime caminho redentor, através dos quais os tornam homens voltados para Deus, o bem e o próximo.”Joanna de Angelis, psicografia

Chico Xavier

“É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a Humanidade.”Allan Kardec, Obras Póstumas.

“A educação do espírito é o senso da vida.”

Léon Denis, Apóstolo do Espiritismo.

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Bem coletivo Por Glaucio Queiroz Oliveira

O TEMPO QUE NOS RESTA E A LEI DO PROGRESSO

De uma leitura rápida e superficial do texto bíblico, ao nos depararmos com o trecho em que trata da criação do homem, temos a percepção de que Deus é um ser antropomórfico, constituído de um corpo físico como o que, por ora encarnados, ocupamos. Essa falsa percepção se dá quando lemos que o Criador nos fez à sua imagem e semelhança (Gn, 1:26-27). Apressados, corremos ao espelho e vemos refletida a imagem da forma humana, o que nos leva a atribuir a Ele essa mesma característica. Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, trata do tema no Capítulo 2 de A Gênese, afastando essa premissa ao mostrar-nos que Deus está muito além da representação de “um ancião de longas barbas e envolto num manto”. Ele é “imaterial”, isto é, “a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria” (LE, questão 13).

A bem da verdade, o nosso pensamento deveria ser o inverso, e não atribuirmos o nosso frágil e perecível corpo a Deus, pois o criador do Universo possui, dentre diversas características, a da “eternidade” (LE, questão 13). A eternidade de Deus se contrapõe às percepções materiais que temos da vida, levando-nos a crer que vivemos às fases: infantil, adulta e idosa, para depois morrermos. Essa eternidade é um atributo do qual também estamos revestidos, enquanto seres espirituais, fadados a

viver perpetuamente, sem pausas. A morte é apenas para o corpo físico, não para nós, seres semelhantes a Deus.

Uma vez eternos, devemos deixar de mensurar o tempo de vida que nos resta apenas ao período ainda a ser gozado na atual encarnação. Essa ideia errônea faz com que muitas pessoas, em especial as que passaram das duas primeiras fases da jornada terrena, caiam no desânimo de lutar por mudanças em seu íntimo, atrasando o cumprimento da lei do progresso. Devíamos agir de forma exatamente contrária, visto que o objetivo de estarmos encarnados num mundo de provas e expiações, sofrendo as anunciadas tribulações profetizadas por Jesus (Jo, 16:33), é progredir, crescer, para chegarmos à perfeição e nos integrarmos na obra da Criação (LE, questão 132). Esmorecer nessa luta, entregando-nos ao desânimo, é retardar o inevitável confronto que teremos que enfrentar para engrandecermo-nos diante de nossas imperfeições, vencendo-as.

Nunca é tarde para (re)tomar o caminho do progresso!

A maior prova de que não há tempo para retomarmos o caminho de nossa jornada evolutiva está na crucificação de Jesus quando, entre dois irmãos igualmente crucificados, em vias de desencarnar, Dimas, que passou para a história como “o bom ladrão”, arrependeu-se de seus

erros e pediu perdão, recebendo o abrigo de Jesus quando do seu reingresso ao plano espiritual. Essa atitude proativa fez com que os seus erros fossem amainados em sua consciência, possibilitando-o a um retorno mais sereno.

Diante desse cenário, cabe indagar: Quanto tempo de vida encarnado, a partir de seu sincero arrependimento, ainda existia a Dimas? A resposta pode variar, mas é certo que pouquíssimo tempo. Porém, com a sua atitude, ele rompeu com os seus erros do passado, buscando viver melhor daquele instante em diante. Ainda que, conscientemente, poderia não deter o conhecimento da eternidade da vida, em seu íntimo sentiu a paz e a força necessária para, no futuro, reparar os seus débitos. Deu, em seu “leito de morte”, os primeiros passos para a retomada de sua caminhada progressiva.

Essa passagem nos mostra o quanto é valioso movimentar-nos no sentido do crescimento íntimo. Os espíritos, na codificação, deixaram claro que a felicidade está próxima daqueles que mais pertos da perfeição estiverem (LE, questão 967). Portanto, quanto menos imperfeições alimentarmos, mais felizes viveremos. E essa busca é individual, cabendo a cada um se movimentar nesse sentido. Paulo de Tarso já nos mostrou a dor que sentia por, ainda, não conseguir fazer o bem que almejava (Rm, 7:21-23).

Em sua carta, Paulo demonstrava a “dor do crescimento” latente em seu íntimo. Crescer exige movimento; e movimento exige mudança de postura, de ideais de paradigmas. É necessário que busquemos essa ascensão espiritual, pois o progresso é lei, ínsita a todos nós. Enquanto eternos, quanto mais demorarmos a iniciar o movimento em favor do cumprimento dessa lei, mais tempo ancorados na infelicidade ficaremos, até que frustações maiores venham nos visitar. Não é necessário que soframos! Essa não é a lei, muito menos a vontade de Deus. Contudo, estacionarmos no ostracismo da iniquidade da matéria é dar margem para que tribulações venham a nós, forçando-nos a reagir e a cumprir a lei do progresso.

Por que não começarmos agora essa caminhada para, quem sabe, ao chegarmos ao fim desta atual existência, podermos também dizer, como Paulo de Tarso, que o Cristo vive em nós (Gl, 2:20). A idade não pode ser utilizada como muletas para não nos movimentarmos em sentido do progresso, já que a mensuração do tempo de vida terrena é pequena ante a eternidade da vida espiritual.

“Bem-aventurado o homem que suporta a tentação, porque, quando for provado, receberá a cora da vida” (Tg, 1:12). Que, então, lutemos contra as tentações e vençamos nossas imperfeições, sabendo que nunca é tarde para começarmos essa batalha.

(17) 3218-1917 / 3218-3233 Av. Treze de Maio, 4140 Pq. Res. Cambuí - Rio Preto

Palavra Espírita Por Lívia C. Poli

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BUSCA INTERIORDiante de um mundo onde nos

deparamos com tantos avanços tecnológicos, tantas invenções modernas buscando facilitar nossa rotina, muitas vezes, ainda nos sentimos acuados, insatisfeitos, inseguros.

Neste mundo em que a informação percorre grandes distâncias em milésimos de segundo, ainda nos encontramos diante das mesmas questões existenciais que palpitam na humanidade há séculos, milênios…

E todos esses avanços ainda não conseguem preencher aquele vazio que muitas vezes sentimos em nossos corações. Aquela saudade indefinida, aquela melancolia que muitas vezes nos pega de surpresa e que nos põe a pensar: “O que nos falta? O que eu desejo para a minha vida? Por que esse espaço vazio em meu coração insiste em incomodar, apesar de todo esse exterior exuberante que é o mundo em que vivemos”?

E então, percebemos como as lições deixadas pelo Mestre Jesus são tão atuais diante dos problemas e das dores que ainda nos atingem.

“Bem aventurados os pobres de espírito” nos ensinou o Divino Amigo, reforçando a necessidade da busca pela simplicidade se desejarmos atingir a plenitude. Humildade, disciplina e

tolerância, como medicamentos indispensáveis se desejarmos curar as dores que afetam a alma.

É chegado o momento de buscarmos fazer o caminho inverso que fizemos até então. Ao invés da busca desenfreada por

conquistas exteriores, buscarmos com a mesma avidez a conquista de nós mesmos, a renovação de sentimentos e a certeza de que a felicidade tão almejada não chegará enquanto não formos

puros de coração.

Mais de dois mil anos se passaram e a receita ainda é a mesma, pura e simples, porém, que ainda insistimos em negar: “Amar ao próximo como a si mesmo”. No entanto, optamos por priorizar

as conquistas exteriores, já que as interiores são mais difíceis por exigirem o nascimento de um “Homem Novo”, o abandono de antigos paradigmas e o desenvolvimento da paciência, da tolerância, do respeito ao próximo, do amor.

Porém, todas essas conquistas exteriores ainda não conseguiram curar esse coração ferido, que anseia por voos mais altos a caminho do encontro com o Pai. E, para conseguirmos esse encontro, não temos que ficar teorizando, inventando fórmulas e querendo aplicá-las nos que está ao nosso redor. É necessário buscarmos a simplicidade, à volta à lição pura e simples deixada pelo Mestre Jesus, a iluminação interior por meio do desenvolvimento do amor.

Pois, como nos ensinou Emmanuel - pelas mãos de Chico Xavier - no livro Nós, “Se desejas a benção da paz, simplifica a própria vida para que a tranquilidade te favoreça.”