actos de comercio e comerciante

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7/23/2019 Actos de Comercio e Comerciante http://slidepdf.com/reader/full/actos-de-comercio-e-comerciante 1/17  OS ACTOS DE COMÉRCIO  Noção; Da leitura do art. 2º CCom emerge a ideia de que certos actos jurídicos, ou seja, certos acontecimentos juridicamente relevantes são considerados como comerciais. No entanto, a palavra “acto”  deve ser tomada num sentido mais amplo de que o compreendido no seu signifcado básico corrente o da conduta !umana , pois aqui ela abrange" a# $ualquer %acto jurídico em sentido amplo, verifcado na es%era das actividades mercantis e ao qual sejam atribuídos e%eitos jurídicos, designadamente" & 'actos jurídicos naturais ou involuntários( & 'actos jurídicos voluntários, isto ), actos jurídicos, quer lícitos, quer ilícitos( & Neg*cios jurídicos voluntários, mormente de carácter bilateral ou contratos. b# +anto os %actos jurídicos isolados ou ocasionais, que podem ser praticados, muitas vees, por comerciantes ou por não comerciantes, como os actos que %aem parte de uma actividade comercial, ou seja, de uma massa, cadeia ou sucessão de actos jurídicos interligados pela pertin-ncia a uma mesma obrigaão e por visarem a prossecuão de fns comuns, quer do fm imediato ou objecto e/ploraão de um determinado tipo de neg*cio , quer o fm mediato consecuão de lucros.  Distinção entre actos e actividade mercantil; 0 corpo do art. 21º CCom, determina" “haver-se-ão por comerciais as empresas individuais ou colectivas, que se propuserem:”  seguindo&se uma s)rie de n3meros que re%erem diversas esp)cies de actividades econ*micas. 4s actividades das empresas enumeradas neste artigo estão classifcadas como actos do comércio objectivos. 0 que em todo o caso ressalta evidente ) que o art. 21º CCom, tem destacada import5ncia como norma qualifcadora, quer pela relev5ncia nele atribuída 6 empresa no plano conceitual, que sobretudo por dele decorrer a sujeião ao Direito Comercial de todos os actos que se enquadrem nas actividades das empresas em questão, mesmo que não tivessem se encarados isoladamente. 0s actos praticados no e/ercício de uma das actividades abrangidas pelo art. 21º CCom, serão sempre actos de com)rcio, por não terem “natureza essencialmente civil” 1[1]  e por serem praticados por um comerciante no 5mbito com o seu com)rcio. 4 actividade comercial ), um encadeado de actos interligados e duradouro, sendo o art. 21º CCom, que, no conjunto de actos que a 7 1

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 OS ACTOS DE COMÉRCIO

 

Noção;

Da leitura do art. 2º CCom emerge a ideia de que certos actos jurídicos,ou seja, certos acontecimentos juridicamente relevantes são consideradoscomo comerciais. No entanto, a palavra “acto”   deve ser tomada numsentido mais amplo de que o compreendido no seu signifcado básicocorrente o da conduta !umana , pois aqui ela abrange"

a# $ualquer %acto jurídico em sentido amplo, verifcado na es%era dasactividades mercantis e ao qual sejam atribuídos e%eitos jurídicos,designadamente"& 'actos jurídicos naturais ou involuntários(& 'actos jurídicos voluntários, isto ), actos jurídicos, quer lícitos,

quer ilícitos(& Neg*cios jurídicos voluntários, mormente de carácter bilateral

ou contratos.b# +anto os %actos jurídicos isolados ou ocasionais, que podem ser

praticados, muitas vees, por comerciantes ou por não comerciantes,como os actos que %aem parte de uma actividade comercial, ou seja,de uma massa, cadeia ou sucessão de actos jurídicos interligadospela pertin-ncia a uma mesma obrigaão e por visarem aprossecuão de fns comuns, quer do fm imediato ou objecto

e/ploraão de um determinado tipo de neg*cio , quer o fm mediato consecuão de lucros. 

Distinção entre actos e actividade mercantil;

0 corpo do art. 21º CCom, determina" “haver-se-ão por comerciais asempresas individuais ou colectivas, que se propuserem:”  seguindo&se umas)rie de n3meros que re%erem diversas esp)cies de actividadesecon*micas.

4s actividades das empresas enumeradas neste artigo estãoclassifcadas como actos do comércio objectivos.

0 que em todo o caso ressalta evidente ) que o art. 21º CCom, temdestacada import5ncia como norma qualifcadora, quer pela relev5ncianele atribuída 6 empresa no plano conceitual, que sobretudo por deledecorrer a sujeião ao Direito Comercial de todos os actos que seenquadrem nas actividades das empresas em questão, mesmo que nãotivessem se encarados isoladamente.

0s actos praticados no e/ercício de uma das actividades abrangidaspelo art. 21º CCom, serão sempre actos de com)rcio, por não terem“natureza essencialmente civil” 1[ 1]  e por serem praticados por umcomerciante no 5mbito com o seu com)rcio.

4 actividade comercial ), um encadeado de actos interligados eduradouro, sendo o art. 21º CCom, que, no conjunto de actos que a

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integram, nos permite valorar cada um deles em termos jurídico&comerciais. 

Conceito material da actividade comercial

Não !á, na lei comercial, uma defnião material unitária de acto decom)rcio. 8 por outro lado, na medida em que o art. 2º CCom, consideracomerciais, em regra, todos os actos do comerciante no e/ercício da suaactividade, mais di%ícil parece encontrar um conceito que a todos abrange,uma %actualidade típica que englobe todos os actos na sua multiplicidade. 

Interpretação da 1 parte do art! "# do C$di%o comercial

9-&se na 7: parte do art. 2º CCom" “serão considerados actos decomércio, todos aqueles que se acharem especialmente regulados nesteCdigo”!

$uer o legislador re%erir&se a actos que devem a sua qualidade deactos de comércio à circunstância de se acharem regulados emdeterminado diploma.  ;orque se trata de uma circunstânciaobjectiva, que nada tem a ver com os sujeitos que praticam esse acto,são eles designados como actos de comércio objectivos.

a)   Actos simultaneamente regulados na lei civil e na lei comercial: em princípio, estes actos serão civis( no entanto, serãocomerciais quando neles se verifcarem aquelas características

específcas que a lei comercial estabelece como atributivas dacomercialidade.b)   Actos exclusivamente regulados no Cdigo Comercial: são os

que se ac!am directa e e/plicitamente re%eridos, de %orma gen)rica,na 7: parte do art. 2º CCom(

c)  4ctos regulados na legislaão e/travagante posterior ao C*digoComercial.

 Interpretação da " parte do art! "# do C$di%o Comercial

;ela 2: parte do art. 2º CCom, são tamb)m considerados como actos de

com)rcio “todos os contratos e o"riga#$es dos comerciantes que não%orem por natureza e&clusivamente civil, se o contr'rio do prprio actonão resultar”!

 +rata&se pois, daqueles actos que são comerciais, não pelo %actorobjectivo consistente na lei em que são regulados, mas sim pelo elementosubjectivo consistente em serem praticados pelos comerciantes. Daí quese denominem actos subjectivos: é a qualidade do sujeito que os

 pratica, que lhes con!ere comercialidade.4 lei parte do princípio de que, sendo o comerciante um profssional de

com)rcio, actividade comple/a cujo e/ercício implica a montagem eorientaão de uma organiaão potencialmente absorvente, deve&se partirdo pressuposto de que a sua actividade jurídica ), em regra, inerente 6sua actividade econ*mica. 9ogo, at) prova em contrário pois a

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presunão ) iuris tantum  os actos do comerciante são actos de com)rciopor se presumir estarem ligados 6 sua empresa mercantil.

;recisamente por tal presunão deve ser ilidivel, a 2: parte do art. 2ºCCom, admitindo duas ressalvas ao postulado base de que são actos de

com)rcio “todos os contratos e o"riga#$es dos comerciantes”!  4ssim,estes actos não serão actos de com)rcio"& <e %orem de naturea e/clusivamente civil( e- <e o contrário do pr*prio acto não resultar.-

a(  “)e natureza e&clusivamente civil” = aquele >acto# que %or essencialmente civil, ou seja, que não possa ser

praticado em cone/ão com o com)rcio, que não possa ser“comercializado”, por ser impossível que ten!a alguma cone/ão com oe/ercício do com)rcio, nem poder deste derivar(

"(  “*e o contr'rio do prprio acto não resultar” 0s actos dos comerciantes que não %orem de naturea e/clusivamente

civil serão comerciais, se deles mesmos não resultar que não t-m relaãocom o e/ercício do com)rcio do comerciante que os pratica.

8sta e/egese pretende&se com a pr*pria redacão do artigo" “ocontr'rio”  reporta&se 6 %rase do princípio do artigo" “serão consideradosactos de comércio+”!  0s actos dos comerciantes serão consideradoscomerciais se deles não resultar o contrário, isto ), que não são actos decom)rcio, por não terem relaão alguma com o com)rcio de quem ospraticou, ou seja, que não t-m naturea nem causa mercantil.

= a interpretaão que atende 6 raão de ser da norma" 6 presunão deque os actos jurídicos praticados pelos comerciantes o são no e/ercício docom)rcio. 9ogo, quando do pr*prio acto resultar que ele não tem qualquerligaão ou pertin-ncia ao com)rcio de quem o praticou, conclui&se que elenão ) um acto de com)rcio.

8m resumo, o art. 2º CCom, abrange como actos de com)rcio"& 0s que estiverem regulados no C*digo Comercial e em outras leis

em raão dos interesses do com)rcio" actos objectivos"& 8 os que %orem praticados por comerciantes actos subjectivos

#,  presumindo&se que o são no e/ercício ou em ligaão com o seu

com)rcio( presunão esta que será elidível pela demonstraão" ou deque o acto ) de naturea e/clusivamente civil, por não poder serpraticado em relaão com o com)rcio( ou de que do pr*prio actoresulta que ) al!eio 6 actividade comercial de quem o praticou.

 C&ASSI'ICA()O DOS ACTOS DE COMÉRCIO

 Actos de Com*rcio s+,-ectivos e o,-ectivos

<ãoactos de comércio objectivos,

  os que são regulados na leicomercial, em raão do seu conte3do ou circunst5ncias.

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<ão actos de comércio subjectivos,  aqueles que a lei atribuicomercialidade pela circunst5ncia de serem tais actos cone/os com aactividade comercial dos seus autores. 

Actos de com*rcio a,sol+to e por cone.ão o+ acess$rios

0s actos de comércio absolutos ou por nature$a  são comerciaisdevido 6 sua naturea intrínseca, que radica do pr*prio com)rcio, na vidamercantil. <ão actos gerados e tipifcados pelas necessidades da vidacomercial.

;odem&se distinguir duas esp)cies de actos dentro desta categoria"& ?ns, que são a maior parte são actos absolutos em virtude de

serem os actos caracteriadores, típicos, essencialmente integrantesdaquelas actividades que tornam o objectivo material do DireitoComercial(

& 0utros são actos absolutos em raão da sua %orma, ou do objectosobre o qual incidem.

0s actos de comércio por conex%o ou acessrios são comerciaisapenas em virtude da sua especial ligaão a um acto de com)rcioabsoluto ou a uma actividade qualifcada de comercial. 

Teoria do acess$rio

;artindo da constataão de que certos actos, civis pelas suascaracterísticas, podem tornar&se comerciais por serem praticados em

ambiente comercial. <egundo a teoria do acess*rio, são actos decomércio acessrios  os actos praticados por um comerciante noe/ercício do seu com)rcio, e al)m disso, os actos ligados a um acto decom)rcio absoluto.

4ssim, para esta teoria !á duas categorias de actos de com)rcio" osque estão ligados 6 actividade comercial de um comerciante( e, os queadquirem comercialidade por terem relaão com o de um acto decom)rcio por naturea.

Desta teoria nada de novo resultaria que o nosso direito nãorecon!ecesse já" os actos acess*rios da primeira categoria são os actossubjectivos >2: parte do art. 2º CCom#( e os da segunda categoria, não

sendo subjectivos, serão objectivos, isto ), seriam os actos de com)rciosimultaneamente objectivos e acess*rios, os actos de cone/ão objectiva.

4 teoria do acess*rio condu a incluir nesta segunda categoria de actosacess*rios, certos actos que não são em %ace dos preceitos da nossa lei"por ela, seriam tamb)m actos de com)rcio acess*rios os actos cone/oscom os actos de com)rcio objectivos e absolutos praticados por um nãocomerciante.

 Actos s+,stancialmente e /ormalmente comerciais

 Actos !ormalmente comerciais,  os que são regulados na lei

comercial como um esquema %ormal, que permanece aberto para darcobertura a um qualquer conte3do, mas abstraem no seu regime doobjecto ou fm para que são utiliados.

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 Actos substancialmente comerciais, os que t-m comercialidade emraão da pr*pria naturea, ou seja, por representarem, em si mesmos,actos pr*prios de actividades materialmente mercantis.

Actos de com*rcio ca+sais e a,stractos

Di&se causal, todo o acto que a lei regula em ordem a preenc!er ou arealiar uma determinada e específca causa&%unão jurídico&econ*mica.

= abstracto,  aquele que se revela adequado a preenc!er umamultiplicidade indeterminada de causas %un@es, podendo a relaão jurídica que dele resulta ter uma vida independente da relaão que l!edeu origem.

 Actos ,ilateralmente comerciais o+ p+ros e actos+nilateralmente comerciais o+ mistos<ão bilaterais ou puros  os actos que t-m carácter comercial em

relaão 6s duas partes. 8 são unilaterais ou mistos os actos que apenassão comerciais em relaão a uma das partes, e civis em relaão 6 outra>art. AAº CCom#.

 

NO()O DE COMERCIANTE 

Noção de comerciante e a s+a import0ncia

0 legislador não deu uma defnião legal de comerciante, mas sim,indica quais sãos as categorias legais de comerciantes >art. 71º CCom#.

 +em&se segundo o entendimento tradicional do art. 71º CCom, por umlado os comerciantes que são pessoas singulares geralmente designadospor comerciantes em nome individual e os comerciantes que sãopessoas colectivas as sociedades comerciais.

No domínio do Direito Comercial, deve prevalecer, em geral, a noão decomerciante que resulta do art. 71º CCom" comerciante é quem,enquadrando&se numa das duas categorias do art. '( CCom, sejatitular de uma empresa que exer*a uma das actividades

comerciais, tais como as quali+cam o art. (- CCom, e as demaisdisposi*es no avulsas que caracteri$am e englobam no /ireitoComercial certas actividades econmicas.

4 aquisião da qualidade de comerciante ) sempre originária, nãopodendo transmitir&se nem inter vivos, nem mortis causa!

;ortanto, quem organiar ou adquirir uma empresa comercial terá depreenc!er, em si mesmo, os requisitos necessários para obter de si aqualidade de comerciante.

0 art. 71ºB7 CCom, re%ere&se a pessoas. 8m geral, entende&se queaquele n.º 7, s* abrange pessoas singulares" os c!amados comerciantesem nome individual. as pode questionar&se se ali se abrangerão tamb)mpessoas colectivas.

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á, tr-s casos especiais quanto ao problema do art. 71ºB7 CCom"

a)   s sociedades civis em %orma comercial: a soluão tradicional, quesustenta que não são comerciantes, %oi posta em d3vida %ace ao art.

E2ºB7 D9 E2FEG, de 7E de Novembro de 7AGA, tal como pode s-&lo!oje perante o art. 1º CHC, que sujeita tais sociedades 6 matrícula.0ra, a matricula no registo comercial ) um acto apenas aplicável aoscomerciantes e 6s demais entidades e/pressamente mencionadas noCHC. 4s sociedades civis em %orma comercial não são, poiscomerciantes, já que apenas estão sujeitas, por equiparaão, aoregime das sociedades comerciais, mas não l!es )s genericamenteaplicável o regime dos comerciantes.

b)  mpresas p."licas: serão comerciantes, %ace ao art. 71ºB7 CComI 8se o não %orem, deverão ser qualifcadas como comerciantes, merc-do respectivo regime estatutário geral >D9 2FBJF, de K de aro#I8m %ace destas duas normas, entre si conjugadas, afgura&se que, seas empresas p3blicas não são rigorosamente qualifcáveis comocomerciantes, no entanto estão pela lei a eles equiparadas, no quetoca 6 capacidade jurídica e 6s normas aplicáveis 6s suasactividades( e uma dessas normas será precisamente, a 2: parte doart. 2º CCom.

c)   grupamentos Complementares de mpresas /C(:  pessoascolectivas cujo regime jurídico consta da 9ei EBJ1, e do D9 E1BJ1, de

2G de 4gosto. 0 objectivo geral destes agrupamentos consiste emmel!orar as condi@es de e/ercício ou os resultados das actividadesecon*micas das pessoas >singulares ou colectivas# nelas agrupadas.Devem pois, os 4C8 ter um escopo concreto, relacionado com asactividades agrupadas. 8 podem ter um fm principal e fm ou fnsacess*rios. as os 4C8 não podem ter por fm principal a realiaão epartil!a de lucros, muito embora possam ter esse fm comoacess*rio, se o contrato constitutivo e/pressamente o autoriar! s

 C por princ0pio, não são necessariamente comerciantes! 

Os comerciantes em nome individ+al! A matrc+la

0 art. 71ºB7 CCom, s* abrange pessoas %ísicas" os usualmentedenominados comerciantes em nome individual.

$uando ) que uma pessoas %ísica se di comercianteI8m %ace do CHC, constata&se que a matrícula não ) uma condião nem

necessária, nem sufciente, para a aquisião da qualidade de comerciante.Não basta estar matriculado como comerciante mesmo sem matrícula.

8sta não ), portanto, condião nem sufciente nem necessária daaquisião da qualidade de comerciante em nome individual. 

Re2+isitos de acesso 3 2+alidade de comerciante

a)  0ersonalidade jur1dica

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$uanto a este requisito, não !á aqui a considerar quaisquerespecialidades %ace ao regime geral do Direito Civil.

4ssim, al)m de assumir a personalidade jurídica das pessoas singulares>art. FFº CC#, a lei comercial atribui&a 6s sociedades comerciais >art. Gº

C<C# e 6s sociedades civis em %orma comercial >art. 7ºBE C<C#.

b)  Capacidade comercial 4 capacidade jurídica constitui a medida dos direitos e obriga@es de

que uma pessoa ) susceptível de ser sujeito >art. FJº CC# e que a doutrinadistingue entre a capacidade de goo e a capacidade de e/ercício. Dosarts. 7EºB7 e 7Jº CCom, resultam restri@es 6 capacidade comercial semfm lucrativo e de Direito ;3blico.

$uanto 6 capacidade de e&erc0cio, deverá ter&se em conta o art. JºCCom, que enuncia dois princípios %undamentais" o da liberdade decom)rcio e o da coincid-ncia entre a capacidade civil e a capacidadecomercial.

4 plena capacidade comercial depende de uma pessoa singular oucolectiva ter capacidade civil e não estar abrangida por alguma normaque estabelea uma restrião ao e/ercício do com)rcio.

;odem os menores e os demais incapaes ser comerciantesI0 art. 71ºB7 CCom, ao e/igir capacidade para a prática de actos de

com)rcio, pretende re%erir&se 6 capacidade jurídica de e/ercício, tantomais que alude ao carácter profssional do com)rcio, o que pressup@e umaprática !abitual de actos geradores, mediadores ou e/tintivos de direitos eobriga@es.

4ssim, parece que não pode conceber&se o e/ercício de uma profssãodeste jae por um incapa" o pr*prio conceito de profssão e, no caso, acircunst5ncia de ela se traduir numa contínua e !abitual prática de actose neg*cios jurídicos, sendo, portanto, absorvente e responsabiliante,afgura&se incompatível com a situaão jurídica de incapacidade.

4 inclusão dos menores e interditos no art. 71ºB7 CCom, deve entender&se cumgrano salis quanto ao e&erc0cio prossional do comércio: considera&se que tal e/ercício será a prática !abitual de actos comerciais, nãodirecta e pessoalmente pelos incapaes, mas pelos seus representantesem nome e por conta daqueles. Lsto, evidentemente, desde que osrepresentantes obten!am a autoriaão judicial eventualmente

necessária, %ace aos arts. 7KKAº e 7A1Kº CC.

c)  2xerc1cio pro+ssional do comércio

;ressup@e e concretia&se atrav)s da prática de actos de com)rcio. asnão qualquer prática" s* a prática em termos de profssão.

a# Não basta a prática de actos de com)rcio isolados ou ocasionais"para se adquirir a qualidade de comerciante ) indispensável a práticaregular, !abitual, sistemática, de actos de com)rcio(

b# Não basta a prática, mesmo que !abitual de quaisquer actos decom)rcio" nem todos estes actos t-m a mesma potencialidade deatribuir a quem os pratique a qualidade de comerciante(

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c# = indispensável para que !aja profssionalidade que o indivíduopratique os actos de com)rcio de %orma a e/ercer como modo de vidauma das actividades econ*micas que a lei enquadra no 5mbito dodireito mercantil(

d# Deve entender&se como indispensável que a profssão decomerciante seja e/ercida de modo pessoal, independente eaut*nomo, isto ), em nome pr*prio, sem subordinaão a outrem(

e# = indispensável que o comerciante organie %actores de produãocom vista 6 produão das utilidades econ*micas resultantes de umadaquelas utilidades econ*micas que a lei considera como comerciais.

;ortanto, ) comerciante  quem possui e e/erce uma empresacomercial" quem é titular de uma organi$a*%o daquelas que a lei quali+ca como empresas comerciais para através dela exercer uma actividade comercial.

 Sit+aç4es d+vidosas 2+anto 3 a2+isição da 2+alidade decomerciante

0 art. 7Eº e 7Jº CCom, pretende evitar um alargamento e/cessivo dacategoria de comerciante. 0 art. 7EºB2 CCom, aplica&se aos acasos do art.71ºB7 CCom.

$uer as pessoas de fm desinteressado, quer as pessoas colectivas defm interessado não econ*mico, não podem ser comerciantes.

3andat4rio comercial, a doutrina entende que não são comerciantes,

são sujeitos que a título profssional e/ecutam um mandato comercial comrepresentaão.2andato mercantil,  tradu&se na e/ecuão do mandato, pratica um

conjunto de actos >um ou mais# de com)rcio, realiados pelo mandatáriocomercial, produem e%eitos jurídicos na es%era jurídica do mandanterepresentado >art. 217º( 2GKº CCom#.

a)  5erente 6arts. 78 a 9- CCom)$uem em nome e por conta de um comerciante trata do com)rcio

desse comerciante, no lugar onde esse comerciante ten!a ou pea paraactuar.

 +em um poder de representaão >art. 2EAº CCom#, ) um poder geral ecompreensivo de todos os actos pertencentes e necessários ao e/ercíciodo com)rcio para que ten!a sido dado, n%o s%o comerciantes.

b)   Auxiliares de comércio 6art. 9 CCom)<ão encarregados de um desempen!o constante em nome e por conta

dos comerciantes de algum >s# dos ramos de tráfco.

c)  Caixeiros 6art. 9; CCom)<ão empregados do comerciante, encarregados de %un@es várias. 0

poder de representaão do cai/eiro >e dos au/iliares# ) um poder derepresentaão menor que dos gerentes >arts. 2GKº e 2GAº CCom#.

<ão classifcados no C*digo Comercial como mandatários comrepresentaão. 0s poderes de representaão podem resultar de outros

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neg*cios jurídicos sem ser o contrato de mandato. <endo subordinados,praticam actos de com)rcio, por nome e por conta do empregador paraaquele neg*cio n%o s%o comerciantes.

d)  Comiss4rios 6dos comerciantes) 3 art! 4556 CCom, contratosde comissão, art! 4576 CCom(

'ica directamente obrigado com as pessoas com quem contratou comose o neg*cio %osse seu.

0 comissário pratica os actos para o comitente, repercutem&se naes%era jurídica do comissário, fca o titular dos bens adquiridos. á umasegunda negativa que regula a relaão que o comissário tem com ocomitente. 0 comissário vai receber do comitente al)m da suaremuneraão >ordinária# um outro montante.

<e o comissário, praticar actos de %orma comercial, %a do com)rcioprofssão para e%eitos do art. 71º CCom, ) irrelevante se ele os praticapara ele ou por conta de outrem ele é comerciante # fca obrigado pelaprática dos seus actos.

e)  3ediadores;essoa colectiva ou singular, que servem de elo de ligaão entre

diversos sujeitos jurídicos, promove a celebraão de neg*cios entre duaspessoas. 8/ecutam actos de com)rcio, a sua actividade está incluída noart. 21ºB1 CCom.

!)   Agentes comerciais;romove por conta de outrem a celebraão de contratos. 0peradorindependente mediante retribuião. 0 essencial da sua actividade ) apromoão do contrato, pode celebrar tamb)m se tiver mandato para isso.

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O5RI6A(7ES DOS COMERCIANTES 

'orma

0 princípio da consensualidade ou liberdade de %orma >art. 27Aº CC# )por vees aplicado de %orma mais e/tensa no 5mbito do direito comercial"aqui o intuito de promover as rela@es mercantis, protegendo o cr)dito e aboa %), leva a promover a simplicidade da %orma.

 Solidariedade passiva

4 solidariedade das obriga@es não se presume" tem que resultar da leiou da vontade das partes >art. G71º CC#, assim ), em direito comum, ouseja, quanto 6s obriga@es civis, nas quais, portanto, a regra ) aconjun*%o.

as não ) assim nas obriga@es comerciais, nas quais, salvoestipulaão em contrário, os co&obrigados são solidários >art. 7º CCom#,a menos que se trate de actos de com)rcio unilaterais, nos quais não !ásolidariedade para os obrigados em relaão aos quais o acto não %orcomercial >art. 7º M 3nico CCom#. 8ste regime constitui a ressalvaconstante da 2: parte do art. AAº CCom, e tem por escopo o re%oro docr)dito, que constitui um dos princípios inspiradores do Direito Comercial.

 Responsa,ilidade dos ,ens dos c8n-+%es por dvidas comerciais

No actual regime dos e%eitos do casamento sobre os direitospatrimoniais dos cnjuges, prevalece o princípio da igualdade de direitos edeveres, a ambos pertencendo a orientaão da vida em comum e adirecão da %amília >art. 7FJ7º CC#. No tocante 6s dívidas contraídas peloscnjuges, aquele primeiro princípio tem como corolário, o disposto no art.7FAºB7 CC" qualquer dos cnjuges tem legitimidade para contrair dívidassem o consentimento do outro.

No caso das d0vidas contra0das no e&erc0cio do comércio pelo c8n9ugecomerciante, o legislador inverteu o *nus da prova" de %orma implícita,presume que elas %oram contraídas pelo comerciante em proveito comumdo casal. 8, portanto, estabelece que s* não será assim se %or provado

em regra pelo cnjuge do comerciante ou eventualmente por este queas dívidas não %oram contraídas em proveito comum do casal.

4 lei não se basta com o já apontado regime do art. 7FA7ºB7&d CC, paraa protecão dos interesses dos credores dos comerciantes, a bem dopr*prio com)rcio. Oai mais al)m, pois o art. 7Gº CCom, determina que" “asd0vidas comerciais do c8n9uge comerciante presumem-se contra0das noe&erc0cio do seu comércio”!

0 art. 7Gº CCom, apenas se aplica aos casos de dívidas comerciais isto ), resultante de actos de com)rcio de um comerciante casado.

<e um credor de um comerciante fer prova de que a dívida )comercial e o devedor ) comerciante, presume&se que a dívida %oicontraída por este no e/ercício do com)rcio e, portanto, a dívida ) daresponsabilidade de ambos os cnjuges >arts. 7FA7ºB7&a e 7FAGº CC( art.7Gº CCom#.

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;ara a%astar este regime ) preciso que o cnjuge do comerciante oumesmo este"

& Llida a presunão do art. 7Gº CCom, provando que a dívida docomerciante, apesar de ser comercial, não %oi contraída no e/ercício

da actividade comercial daquele(& 0u, em todo o caso, ilida a presunão implícita no art. 7FA7ºB7&dCC, provando que a dívida não %oi contraída em proveito comum docasal.

 

O5RI6A(7ES ES9ECIAIS DOS COMERCIANTES 

A :rma

0 com)rcio ) e/ecutado sob uma designaão nominativa, que constituia frma. á, por)m, no direito comparado duas concep@es diversas defrma"

;ara o conceito objectivo,  a frma ) um sinal distintivo doestabelecimento comercial. Daí decorrem, como corolários, a possibilidadede tal designaão ser composta livremente e ser transmitida com oestabelecimento, independentemente de acordo e/presso.

;ara o conceito subjectivo,  a frma ) um sinal distintivo docomerciante o nome que ele usa no e/ercício da sua empresa" ) o nomecomercial do comerciante. Daí que, em relaão ao comerciante individual,nesta concepão, a frma deva ser %ormada, a partir do seu nome civil e,

em princípio intransmissível.0 art. 7Kº CCom, está relacionado com o estatuto de comerciante.Considera&se a frma o nome comercial do comerciante, sinal que osidentifca ou individualia tamb)m o %a para alguns não comerciantes sociedades civis não comerciais.

 Constit+ição da :rma

4 frma consoante os casos, pode ser %ormada com o nome de uma oumais pessoas >+rma&nome#, com uma e/pressão relativa ao ramo deactividade, aditada ou não de elementos de %antasia >+rma&

denomina*%o ou simplesmente denomina*%o#, ou englobar uns eoutros desses elementos >+rma mista#.

8m todo o caso, ele será um sinal nominativo e nunca emblemático"sempre uma e/pressão verbal, com e/clusão de qualquer elementofgurativo.

*inais distintivos das diversas pessoas colectivas:

d)  <irmas dos comerciantes individuais 6art. (8=' e ( >?0C): +em de ser composta pelo seu nome completo ou abreviado para

identifcaão, não podendo colocar em regra a abreviaão de um s*vocábulo( pode ter e/press@es ou siglas( pode aditar uma alcun!a ou

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e/pressão alusiva 6 actividade comercial. 0 art. Eº HN;C, estabelece oestabelecimento individual de responsabilidade limitada.

e)  @ociedades comerciais;oderão ter a alusão 6 actividade comercial >art. 7JJºB7 C<C#. 0 art.

2º C<C, a frma que as sociedades por cotas devem ser %ormadas comou sem sigla, nome completo ou abreviado de todos ou alguns dos s*cios,tem de quer sempre o aditamento 9da.

 +em de dar a con!ecer quanto possível o objecto da sociedade >art.7ºB1 C<C#. Deve aludir ao objecto social. Oale integralmente para as<ociedades 4n*nimas >art. 2JGº C<4# e para as sociedades em comandita,a frma tem de ser composta pelo nome completo ou abreviado por todosos s*cios comanditados >art. EFJº C<C#.

 9rincpios %erais in/ormadores< da constit+ição de :rmas

a)  0rinc1pio da verdade 6art. ( >?0C)4 frma deve corresponder 6 situaão real do comerciante a quem

pertence, não podendo conter elementos susceptíveis de a %alsear ou deprovocar con%usão, quer quanto 6 identidade do comerciante em nomeindividual e ao objecto do seu com)rcio, quer, no tocante 6s sociedades,quanto 6 identifcaão dos s*cios, ao tipo e naturea da sociedade, 6 >s#actividade >s# objecto do seu com)rcio e outros aspectos a ele relativos.

b)  0rinc1pio da distintividade ou capacidade distintiva4 frma deve possuir distintividade, esta não se limita a ser uma

designaão gen)rica.0 art. 12ºB1 HN;C, e/clui os vocábulos de uso corrente. $uanto 6sfrmas dos comerciantes individuais e 6s frmas nome, mistas dassociedades e dos 4C8Ps, são compostos por nomes de pessoas ou peloss*cios dos associados, t-m a capacidade distintiva.

4s frmas de denominaão por quotas das <ociedades 4n*nimas, dos4C8Ps, das 8mpresas ;3blicas, das Cooperativas e dos 48L8, asdenomina@es devem dar a con!ecer o respectivo objecto, sob pena deincapacidade distintiva, a re%er-ncia ao objecto não se basta comdesigna@es gen)ricas >como sociedade de seguros# nem com vocábulosde uso corrente ou de proveni-ncia.

c)  0rinc1pio da novidade 6art. (( >?0C)arca a prioridade da frma já registada ou licenciada procurando evitar

surgir outra frma com a mesma denominaão da e/istente.= a%erida no 5mbito da e/clusividade, podendo !aver frmas

semel!antes se tiver 5mbito de e/clusividade di%erente, a racio legis,  )não !aver frmas iguais.

0 juío de con%undabilidade >%undamentaão de recurso# tem que serde %undamentaão global, tem que atender aos elementos %undamentaisda frma. = o nome da frma que o juío de valor tem&se de %undamentar.

d)  0rinc1pio da exclusividade 6art. (9 >?0C)4 frma goa dum 5mbito territorial de protecão, não )

necessariamente o 5mbito nacional.

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No comerciante individual, se ele usar o seu nome, o 5mbito deprotecão ) correspondente territorial da conservat*ria onde estáregistado >art. 1KºBE HN;C#.

<e ele aditar ao nome uma e/pressão distintiva já pode ser recon!ecidae/tensão em todo o territ*rio nacional.4 frma das <ociedades Comerciais goa de um 5mbito nacional de

protecão >art. 1JºB2 HN;C#. 0s arts. 1Aº e Eº HN;C, estendem a outrosempresários individuais a responsabilidade limitada as regras%undamentais relativas ao comerciante individual.

4s associa@es e %unda@es, o 5mbito de protecão se não %or local temprotecão nacional, se nos estatutos re%erir que ) local, então s* t-mprotecão local.

e)  0rinc1pio da unidade0 comerciante deve gerir a sua actividade sob uma 3nica frma. 0

empresário individual não pode usar mais do que uma frma >art. 1KºB7HN;C#.

8ste princípio tem de ser con%rontado com o %en*meno da transmissãoda frma, se !ouver transmissão de frma, a%ecta os princípios que a leire%ereI

;oria&se em causa o princípio da novidade se o alienante continuar ausar a frma alienada. ;ressup@e&se que o alienante perde a frma anterior,para continuar, tem que %ormar uma nova frma  princ1pio danovidade.

0 princípio da unidade ) atingido se o alienante puder continuar autiliar a frma anteriorI Hesposta negativa, se algu)m quiser adquirir afrma do alienante, deve criar nova frma. ;ode continuar a frma que tem,tendo que e/ercer simultaneamente a e/ploraão da frma adquirida. <*pode utiliar a frma do alienante se continuar a e/plorar a frma doalienante >art. 1KºB2 HN;C#, não se permitindo a subsist-ncia de frmasindependentes. 4 lei permite a transmissão da frma >art. EEº HN;C#, maspara isso 6 que preenc!er determinados requisitos"

Q +ransmissão tem que ocorrer em cone/ão com a transmissão doestabelecimento >art. EEºBE HN;C#(

Q 4cordo das partes nesse sentido >neg*cio entre vivos#(

Q 4 indicaão tem que ser dada ao novo titular de que sucedeu aoantigo titular(

Q 4 subsist-ncia do estabelecimento adquirido, e/igindo&se aindicaão da transmissão >art. 1KºB2 HN;C#.

;or transmissão “mortis causa”   >art. 1KºB2 HN;C#, os sucessorestamb)m devem continuar gerir o estabelecimento. 4 lei e/ige que!ajaBimp@e uma cone/ão da frma ao estabelecimento para que acontinuidade na identifcaão não se torne enganosa.

;reocupaão de de%esa de terceiros, porque eles recebem a garantia deque se trata do e/ercício do mesmo estabelecimento.

 'ormali=ação da :rma

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Depende do requisito, e s* !á direitos e/clusivos, ap*s o registodefnitivo >art. 1GºB7 HN;C#.

0 8stado em relaão 6s frmas passou a ter uma tutela administrativa>essencialmente#, por isso ) necessário que as pessoas ten!am um

certi+cado de admissibilidade de +rma ou de denomina*%o. 8mtodo o processo administrativo necessário para a frma, este certifcado )o elemento estrat)gico essencial, em termos de direito para se poderiniciar os tr5mites necessários para a constituião de frma ou sociedade.

0 certifcado serve para atestar que os requisitos estão preenc!idos, )deste certifcado que depende tudo, escritura p3blica, elementosdestinados 6 constituião de pessoas colectivas de responsabilidadelimitada >art. GEºB7 HN;C#.

4 consequ-ncia da não e/ist-ncia do certifcado ) a nulidade >art. GGºHN;C#, tamb)m a modifcaão do objecto da sociedade obriga a um novocertifcado >art. GEºB2 HN;C#.

4 frma está sempre ligada ao estabelecimento >tend-ncia real#( a frmaliga&se ao comerciante >tend-ncia pessoal#.

4 frma surge 6 partida com o nome comercial, designaão usada pelocomerciante no e/ercício do seu com)rcio.

O ESTA5E&ECIMENTO COMERCIA& 

Noção de esta,elecimento comercial

0rganiaão do empresário mercantil, conjunto de elementos do

comerciante que estão organiados pelo comerciante para e/ercer a suaactividade comercial, de produão ou circulaão de bens ou prestaão deservios. ;ressup@e"

& m titular: ele ) um conjunto de meios predestinados por umempresário, titular de um determinado direito sobre ele, para e/ercera sua actividade(

& m acervo patrimonial:  engloba um conjunto de bens edireitos, das mais variadas categorias e natureas, que t-m emcomum a a%ectaão 6 fnalidade coerente a que o comerciante osdestina(

& m conjunto de pessoas:  pode reduir&se 6 pessoa do

empresário o seu suporte !umano, nas %ormas mais embrionárias daestrutura empresarial(

& B uma organi$a*%o: os seus elementos não são meramentereunidos, mas sim entre si conjugados, interelacionados,!ierarquiados, segundo as suas específcas natureas e %un@esespecífcas, para que do seu conjunto possa emergir um resultadoglobal" a actividade mercantil visada(

& rgani$a*%o !uncional: a sua estrutura e confguraão e a suaidentidade adv-m&l!e de um determinado objecto, que ) umaactividade de um determinado ramo da economia.

 Elementos do esta,elecimento comercial

a)  2lementos corpreos

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Nesta categoria devem considerar&se as mercadorias que são bensm*veis destinados a ser vendidos, compreendendo as mat)rias&primas, osprodutos semi&acabados e os produtos acabados.

'a tamb)m parte do im*vel onde se situem as instala@es, quando o

seu dono seja o comerciante, pois se o não %or, apenas integrará oestabelecimento o direito ao respectivo uso.

b)  2lementos incorpreos4qui deve&se considerar os direitos, resultantes de contrato ou outras

%ontes, que diem respeito 6 vida do estabelecimento" o direito aoarrendamento( direitos reais de goo, etc.

c)  Clientela0 nosso ordenamento consagra o direito à clientela,  direito do

estabelecimento, abrangendo a clientela certa e clientela potencial, podeser de%erido por ac@es de concorr-ncia desleal que tutelam elementosgerais da empresa.

d)  aviamento4 capacidade lucrativa da empresa, a aptidão para gerar lucros

resultantes do conjunto de %actores nela reunidos. 8/prime pois, umacapacidade lucrativa e esta con%ere ao estabelecimento uma mais&valiaem relaão aos elementos patrimoniais que o integram, a qual ) tida emconta na determinaão do montante do respectivo valor global.

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Ne%$cios 3 volta do esta,elecimento

4 identidade jurídica do estabelecimento como, simultaneamente,universalidade de direito e bem m*vel incorp*reo, %ornece uma base

conceptual adequada para a estruturaão do regime jurídico dos neg*cios jurídicos que o tomam como um todo.

a)  trespasse= uma fgura jurídica que recobre uma pluralidade de modalidades e

não um neg*cio uni%orme.Di&se trespasse todo e qualquer neg*cio jurídico pelo qual seja

transmitido defnitivamente e inter vivos um estabelecimento comercial,como unidade. 4o alienante c!ama&se trespassante,  e ao adquirentetrespass4rio.

'icam por)m, e/cluídos do 5mbito do conceito os casos de transmissãomortis causa!

as o que ) essencial, para que !aja trespasse, ) que oestabelecimento seja alienado como um todo unitário, abrangendo aglobalidade dos elementos que o integram >art. 77GºB2&a H4?#.

;ode, no entanto, algum ou alguns desses elementos serespecifcamente dele retirados e subtraídos 6 transmissão, que aindaassim !averá trespasse.

4 regulamentaão legal do trespasse ) sufciente para o considerarmosassumido no nosso direito como um neg*cio nominado >dentro dapluralidade de modalidades que pode recobrir#, ainda que tal

regulamentaão apenas diga respeito a aspectos parcelares do instituto. +rata&se pois, de um acto de comércio objectivo, pois está reguladoem lei comercial avulsa e em termos que se destinam a satis%aernecessidades específcas das actividades e empresas comerciais.

0 primeiro aspecto do regime do trespasse %ocado na lei ) o da !orma, já que o art. 77Gº H4? e o art. Kº&m CNot, condicionam a validade desteneg*cio jurídico 6 sua celebraão por escritura p3blica, da qualevidentemente, devem constar todos os seus elementos essenciais.

0 segundo art. 77Fº H4? consiste no direito de pre!erDncia que )atribuído ao sen!orio do pr)dio arrendado no caso de trespasse por vendaou daão em cumprimento do estabelecimento.

= evidente que s* ocorre a !ip*tese da norma quando oestabelecimento se ac!e instalado num im*vel arrendado. as, como oobjecto do trespasse não ) a relaão jurídica de arrendamento, e sim oestabelecimento como bem unitário, ) *bvio que o e/ercício do direito depre%er-ncia2R1S pelo sen!orio terá que ter o mesmo objectivo, ou seja oestabelecimento, compreendendo todos os elementos que integram, taiscomo o projectado trespasse os abrangeria.

Helativamente ao contrato de trabalho, o art. 1JºB7 e E D9 EAEK>9C+# determinam que a posião contratual da entidade patronal setransmite para o novo empresário, não apenas nos casos de alienaão doestabelecimento, mas desde que ocorra qualquer acto que implique atrans%er-ncia da e/ploraão do estabelecimento. 8ste preceito abrange,

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pois, não s* os casos de trespasse, mas tamb)m os de alienaão porsucessão mortis causa, cessaão de e/ploraão etc.

Helativamente 6s d1vidas do comerciante  inerentes aoestabelecimento, o adquirente do estabelecimento responde pelos d)bitos

derivados da respectiva e/ploraão e anteriores ao trespasse, sem que oalienante fque libertado, salvo se nisso consentirem os credores.Consequentemente, !averá que respeitar, para que se transmitam asdívidas, a e/ig-ncia da concord5ncia do credor de cada uma, como resultado disposto na lei civil quanto 6 transmissão de dívidas >arts. GAGº e GAFºCC# e quanto 6 novaão subjectiva por substituião do devedor >art. KGKºCC#.

Do trespasse %a nascer para o trespassante, independentemente deestipulaão, a obriga*%o de n%o concorrDncia 6desleal)  aotrespassário, isto ), de não e/ercer uma actividade análoga, em condi@esde local, tempo e outras, que constituam uma %orma efca de retomar aclientela do estabelecimento alienado.

4 violaão deste dever constituirá concorr-ncia ilícita, cuja sanãoconstituirá na responsabilidade pela indemniaão dos danos causados,bem como na aplicaão de uma sanão pecuniária compuls*ria aoviolador, enquanto persista na conduta ilícita, isto ), na e/ploraãoconcorrencial >art. K2Aº&4 CC#.

b)  su!ruto +em o estabelecimento por objecto, um direito real limitado de goo

constituído sobre coisa al!eia e tamb)m tem de ser realiado por escritura

p3blica >arts. 7E1A segs. CC#.0 usu%rutuário adquire o direito 6 e/ploraão do estabelecimento, al)mdos poderes que l!e são atribuídos de uso directo >e/ploraão# doestabelecimento. 4dquire tamb)m poderes de utiliaão indirecta,contrariamente de algu)m que ten!a o mero direito de uso, quem ten!ausu%ruto pode locar tamb)m.

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