acriacaook

78
A CRIAÇÃO DE ABELHAS INDÍGENAS SEM FERRÃO * Lucio Antonio de Oliveira Campos Bacharel em Ciências Biológicas - Professor Titular do Departamento de Biologia Geral da Universidade Federal de Viçosa (* Extraído do Informe Técnico - Ano 12 - Número 67 - Conselho de Extensão - Universidade Federal de Viçosa) II - Atração de Enxames Para se atrair enxames, utilizam- se caixas de madeira. No seu interior coloca-se um pouco de cerume e resina, retirados de colônias de abelhas indígenas. Usam-se, também, caixas nas quais estiveram instalados colônias dessas abelhas, que foram transferidas e que ainda contêm restos da colônia original. Estas caixas devem estar bem fechadas e possuir uma abertura por onde as abelhas possam penetrar. Devem ser colocadas em locais protegidos, onde existam colônias naturais, que possam enxamear. Devem ser periodicamente inspecionadas, retirando colônias de formigas e outros animais que possam aí haver se instalado. Quando uma colônia de abelha indígena enxameia, ela contém um vínculo relativamente duradouro com a colméia mãe, da qual as operárias levam, aos poucos, alimento e cerume para a nova colônia. Por esta razão, um enxame recém -estabelecido, com boa quantidade de favos e alimento estocado, pode então ser transportada para o meliponário III - Divisão de Colônias Para a divisão, retiram-se favos com cria velha (pupas e abelhas prestes a emergir), devendo-se usar, para isso, colônias fortes, com bastante cria. Se a colônia for de uma Melipona (mandaçaia, manduri, uruçu, jandaíra, tujuba, tiúba, etc), espécies que se caracterizam por serem relativamente grandes e construírem a entrada do ninho com barro, formando uma estrutura raiada, não há necessidade de se preocupar com célula real, pois estas abelhas não as constroem, estando a cria, que dará origem às rainhas, distribuídas pelo favo, em células iguais àquelas de onde nascem as operárias e machos. Se a colônia for de uma espécie da tribo Trigonini (Jataí, iraí, mandaguari, tubiba, timirim, mirim, mirim preguiça, moça-branca, etc), é necessário que , nos favos, exista uma ou mais células reais, de preferência prestes a emergir. Esta célula real é facilmente reconhecida por ser maior que as células das quais emergirão operárias e machos. Além dos favos, retiram-se, também, cerume e potes de alimento com mel e pólen da colméias que estão sendo divididas, cuidando-se para não danifica-los. Com esses elementos monta-se a nova colméia, tomando- se todos os cuidados na transferência para outra caixa. A nova colméia deve receber abelhas jovens, reconhecidas pela sua cor clara e por não voarem. Após a montagem da nova colônia, esta deve ser colocada no local onde se encontrava a antiga que deve ser transportada para outro lugar. Este cuidado visa suprir a nova colônia com abelhas campeiras. A nova colônia deve estar bem protegida contra o ataque de formigas, pois nesta fase o enxame ainda está desorganizado. Na formação de uma nova colônia podem ser utilizados elementos de mais de uma colônia da mesma espécie, tomando-se o cuidado para não misturar abelhas adultas de mais de uma colméia, pois isto acarretaria luta e, consequentemente, a morte de muitas delas. A divisão de colônias deve ser realizada em época na qual as abelhas estejam trabalhando intensamente, e deve ser realizada pela manhã, em dia quente e só deve envolver colônias fortes nas quais existam bastante alimento e favos de cria. IV - Captura de Colônias e sua Transferência para Caixas Para capturar colônias na natureza, o criador pode levar, para seu meliponário, galhos ou troncos onde existam colônias, devendo, para isso, corta-los com cuidado para não atingir o ninho e fechar as extremidades do oco, caso fiquem expostas. Antes de cortar é importante fechar a entrada da colméia com tela ou algodão para impedir que muitas abelhas escapem. No caso de muitas abelhas estarem fora do ninho após sua captura, o tronco ou galho contendo o ninho deve ser deixado com a entrada aberta, o mais próximo possível de onde se encontrava originalmente, para que as abelhas retornem a ele. À noitinha, quando todas as abelhas estiverem recolhidas, a entrada deve ser fechada com tela e então 1

Upload: alexandre-sena

Post on 06-Nov-2015

62 views

Category:

Documents


42 download

DESCRIPTION

Criação de abelhas

TRANSCRIPT

A CRIAO DE ABELHAS INDGENAS SEM FERRO * Lucio Antonio de Oliveira Campos Bacharel em Cincias Biolgicas - Professor Titular do Departamento de Biologia Geral da Universidade Federal de Viosa (* Extrado do Informe Tcnico - Ano 12 - Nmero 67 - Conselho de Extenso - Universidade Federal de Viosa)

II - Atrao de Enxames

Para se atrair enxames, utilizam-se caixas de madeira. No seu interior coloca-se um pouco de cerume e resina, retirados de colnias de abelhas indgenas. Usam-se, tambm, caixas nas quais estiveram instalados colnias dessas abelhas, que foram transferidas e que ainda contm restos da colnia original. Estas caixas devem estar bem fechadas e possuir uma abertura por onde as abelhas possam penetrar. Devem ser colocadas em locais protegidos, onde existam colnias naturais, que possam enxamear. Devem ser periodicamente inspecionadas, retirando colnias de formigas e outros animais que possam a haver se instalado. Quando uma colnia de abelha indgena enxameia, ela contm um vnculo relativamente duradouro com a colmia me, da qual as operrias levam, aos poucos, alimento e cerume para a nova colnia. Por esta razo, um enxame recm -estabelecido, com boa quantidade de favos e alimento estocado, pode ento ser transportada para o meliponrio

III - Diviso de Colnias

Para a diviso, retiram-se favos com cria velha (pupas e abelhas prestes a emergir), devendo-se usar, para isso, colnias fortes, com bastante cria. Se a colnia for de uma Melipona (mandaaia, manduri, uruu, jandara, tujuba, tiba, etc), espcies que se caracterizam por serem relativamente grandes e construrem a entrada do ninho com barro, formando uma estrutura raiada, no h necessidade de se preocupar com clula real, pois estas abelhas no as constroem, estando a cria, que dar origem s rainhas, distribudas pelo favo, em clulas iguais quelas de onde nascem as operrias e machos. Se a colnia for de uma espcie da tribo Trigonini (Jata, ira, mandaguari, tubiba, timirim, mirim, mirim preguia, moa-branca, etc), necessrio que , nos favos, exista uma ou mais clulas reais, de preferncia prestes a emergir. Esta clula real facilmente reconhecida por ser maior que as clulas das quais emergiro operrias e machos. Alm dos favos, retiram-se, tambm, cerume e potes de alimento com mel e plen da colmias que esto sendo divididas, cuidando-se para no danifica-los. Com esses elementos monta-se a nova colmia, tomando-se todos os cuidados na transferncia para outra caixa. A nova colmia deve receber abelhas jovens, reconhecidas pela sua cor clara e por no voarem. Aps a montagem da nova colnia, esta deve ser colocada no local onde se encontrava a antiga que deve ser transportada para outro lugar. Este cuidado visa suprir a nova colnia com abelhas campeiras. A nova colnia deve estar bem protegida contra o ataque de formigas, pois nesta fase o enxame ainda est desorganizado. Na formao de uma nova colnia podem ser utilizados elementos de mais de uma colnia da mesma espcie, tomando-se o cuidado para no misturar abelhas adultas de mais de uma colmia, pois isto acarretaria luta e, consequentemente, a morte de muitas delas. A diviso de colnias deve ser realizada em poca na qual as abelhas estejam trabalhando intensamente, e deve ser realizada pela manh, em dia quente e s deve envolver colnias fortes nas quais existam bastante alimento e favos de cria.

IV - Captura de Colnias e sua Transferncia para Caixas

Para capturar colnias na natureza, o criador pode levar, para seu meliponrio, galhos ou troncos onde existam colnias, devendo, para isso, corta-los com cuidado para no atingir o ninho e fechar as extremidades do oco, caso fiquem expostas. Antes de cortar importante fechar a entrada da colmia com tela ou algodo para impedir que muitas abelhas escapem. No caso de muitas abelhas estarem fora do ninho aps sua captura, o tronco ou galho contendo o ninho deve ser deixado com a entrada aberta, o mais prximo possvel de onde se encontrava originalmente, para que as abelhas retornem a ele. noitinha, quando todas as abelhas estiverem recolhidas, a entrada deve ser fechada com tela e ento a colnia pode ser transportada com cuidado para o meliponrio, devendo o tronco ser colocado na mesma posio em que se encontrava. A tela da entrada deve, ento, ser retirada. Durante o trasnporte, choques violentos devem ser evitados. Colnias que se encontram em outro tipo de cavidade, como paredes, muros, barrancos, etc, devem ser transferidos para caixas, caso se deseje captur-las. Para se transferir uma colnia de abelha indgena para caixa preciso ter acesso cavidade onde o ninho se encontra alojado. Caso este se encontre dentro de galho ou tronco de rvore, estes devem ser abertos com auxlio de machado ou motoserra, tomando-se o cuidado para no atingir o ninho. Caso se encontre em cavidades dentro de muros ou paredes, a cavidade pode ser atingida desmontando-se parte da construo, o que nem sempre fcil ou possvel. Quando se trata de ninho subterrneo, cava-se o solo at atingir a cavidade onde ele se encontra, tendo-se, antes, o cuidado de introduzir, pela entrada, um arame com um pedao de algodo preso ponta. Este arame serve de guia e se este cuidado no for seguido pode-se perder o canal de entrada e, desse modo, no se conseguir achar o ninho. Aps atingir a cavidade onde se encontra o ninho, realiza-se a transferncia de seus elementos para a caixa onde o ninho ser abrigado. No caso de ninhos subterrneos, muitas vezes possvel transferi-lo inteiro, sem que ele seja danificado. Neste caso, a caixa deve ter dimenses tais, que permitam o acondicionamento do ninho inteiro. Quando tiver que desmontar o ninho, para transferi-lo, certos cuidados devem ser tomados: no caso de o ninho haver sido submetido a golpes fortes, como acontece normalmente com os alojados em troncos ou galhos de rvores, s os favos que contenham larvas, que j ingeriram a maior parte do alimento e favos mais velhos reconhecidos por sua cor mais clara e por serem mais resistentes, devem ser aproveitados. Os favos mais novos, que contm ovos e larvinhas novas, devem ser descartados. Todos os danificados ou amassados devem ser, tambm, eliminados. Os favos devem ser colocados na mesma posio em que se encontravam na colnia natural, e entre dois favos deve haver espao suficiente para a circulao das abelhas. O mesmo deve acontecer entre o fundo da colmia e o primeiro favo colocado. Para se conseguir isto, coloca-se um pouco de lamelas de cerume entre os favos e entre estes e o fundo da colmia. O cerume deve ser retirado da colnia antiga e colocado na nova, tomando-se o cuidado para no amassar muito as lamelas. Estas devem ser colocadas em torno da cria para proteg-la. S devem ser colocados na nova colnia potes de alimento intactos. Potes rachados, principalmente de plen atraem fordeos (pequenas mosquinhas) que proliferam na colmia, utilizando como alimento, principalmente, plen e alimento de cria. A proliferao de fordeos pode levar destruio da colnia. O mel contido em potes danificados pode ser posteriormente devolvido colnia em pequenas doses, colocadas em alimentadores dos mais diversos tipos. O plen pode ser devolvido, aps o restabelecimento da colnia, em potes de cera cuidadosamente fechados. muito importante que a colnia receba plen de sua espcie, pois a existem bactrias envolvidas na sua fermentao. Sem esta fermentao especfica, o plen no pode ser usado como alimento pelas abelhas. Devem ser tambm transportados os depsitos de resina e cera da colnia original, bem como todas as abelhas adultas. As que no conseguem voar devem ser cuidadosamente coletadas e colocadas na nova colnia Cuidado especial deve ser tomado com a ranha que reconhecida pelo seu abdmem grandemente dilatado. As abelhas, que conseguirem voar e escaparem no momento da captura, voltam ao local onde a colmia estava instalada. a que se deve colocar a nova caixa para que elas entrem. importante que a entrada da nova caixa fique aproximadamente na mesma posio em que estava a entrada da colnia antiga. Um pouco de resina e cerume da colnia original, colocados em torno da abertura da nova colnia, ajuda as abelhas a encontrarem a entrada. Caso o ninho, antes de sua bertura, tenha sido transportado para longe do local onde estava instalado, as abelhas que voarem tendero a voltar ao local de abertura do ninho e a nova colnia a deve ser deixada at que a maioria das abelhas haja retornado e penetrado na colnia. Em todos os casos, os restos da colnia antiga, especialmente as partes que contm resina e cerume, devem ser levados para longe, pois funcionam como atrativo para as abelhas que voaram, dificultando a chegada destas nova colmia. Aps a montagem da colnia, a caixa deve ser fechada de modo a no deixar frestas por onde possam penetrar parasitas ou abelhas saqueadoras. Para a proteo contra formigas, o suporte da nova colnia pode ser untado com graxa de modo a impedir que elas a atinjam, pelo menos at seu restabelceimento. No se deve realizar transferncia quando as abelhas no estiverem trabalhando normalmente, especialmente em pocas frias, quando as novas colnias podero ficar muito tempo desorganizadas merc de predadores e parasitas.

V - Colmias Racionais

As abelhas indgenas sem ferro podem ser acondicionadas em caixas rsticas de tamanhos variados, com volume semelhante ao do ninho natural. Este tipo de acondicionamento tem sido muito utilizado em diversas regies. Muito comum tambm o alojamento de colnias de abelhas indgenas dentro de cabaas, sendo comum encontrar abelhas, assim, acondicionadas em casas da zona rural. As abelhas que constroem ninhos subterrneos normalmente s sobrevivem quando acondicionadas em abrigos subterrneos. Estes abrigos podem ser construdos com tijolos ou mesmo vasos de barro, opostos pela boca. Quando estes abrigos esto enterrados completamente, importante deixar um tubo conectando o abrigo com o exterior para funcionar como tubo de sada das abelhas. O tamanho do abrigo deve ser semelhante ao da cavidade, onde o ninho estava alojado. O professor Paulo Nogueira Neto, sem dvida o maior especialista em criao de abelhas indgenas, idealizou uma colmia racional para estas abelhas, que facilita o manuseio e extrao do mel e a diviso das colmias (clique aqui para ver um esquema ). Seu livro sobre este assunto leitura indispensvel queles que desejam criar abelhas indgenas sem ferro. Para se transferirem colnias para este modelo de caixa, deve-se tomar cuidado especial com os potes de alimento, pois a altura dos espaos destinados a eles limitada. S devem ser transferidos diretamente os potes, se tiver certeza de que no se vai danifica-los. O resto do alimento deve ser transferido, posteriormente, como j descrito.

VI - Extrao de Mel

Quando a colmia utilizada para criao das abelhas for de um modelo que as obrigue a colocar a maioria dos potes de alimento em posio que permita que eles sejam removidos sem danificar a estrutura do ninho, eles devem ser removidos, juntamente com a gaveta (em colmias semelhante ao modelo PNN) ou isoladamente (em colmias de outros modelos), abertos e colocados para escorrer sobre peneira. Quando a colmia no pemitir a separao dos potes do resto do ninho, como acontece em colnias acondicionadas em cabaas ou caixas rsticas, o mel pode ser retirado com o auxlio de uma seringa plstica de 20 cm3, sem agulha. Nesse caso, os potes so abertos e o mel sugado com auxlio da seringa que deve ser nova, estril e usada unicamente para essa finalidade. Uma parte do mel existente na colmia deve ser sempre deixada para o consumo das abelhas. Algumas abelhas tm o hbito de coletarem fezes, suor ou outras substncias que podem estar contaminadas e, desse modo, serem prejudiciais sade. Nesses casos, deve-se evitar o consumo do mel, pelo menos quando as colmias estiverem em local onde as abelhas tenham acesso a estas substncias.

VII - Cuidados Gerais

Em pocas de escassez de flores, pode ocorrer falta de alimento nas colmias, especialmente em reas superpovoadas. importante que o meliponicultor verifique, periodicamente, o estado de suas colmias e, em caso de fome, alimente-as com mel de Apis mellifera dissolvido com 20% de gua limpa (8 partes de mel para duas partes de gua) ou xarope obtido pela mistura de uma parte de acar, ou rapadura e uma parte de agua. A mistura fervida, e depois de fria, pode ser utilizada para alimentar a colmia. O alimento deve ser colocado em um alimentador, que pode ser um pedao de mangueira transparente fechado com algodo. Coloca-se o mel ou xarope dentro e fecha-se a outra extremidade tambm com algodo, fazendo com que este se embeba no xarope. O alimentador ento posto dentro da colmia, tomando-se o cuidado para que no vaze. Dadas as caractersticas biolgicas das abelhas, elas so bastante sensveis endogamia (cruzamento entre parentes)e, por esta razo, o meliponicultor precisa ter em seu meliponrio, no mnimo, 40 colmias de cada espcie que esteja criando. Isto no necessrio caso o meliponrio esteja instalado em ambiente, onde este nmero de colmias possa existir na natureza (prximo de mata ou outro ambiente rico em colnias das espcies em questo). As abelhas, em geral, so, como j foi dito, insetos muito importantes para a polinizao e devem ser preservadas. Uma das formas de se fazer isso preservar colnias naturais. O meliponicultor deve preocupar-se em coletar apenas as colmias que estejam correndo risco, procurando, sempre que possvel, no derrubar rvores com nico intuito de coletar colmias dessas abelhas. As abelhas mais comuns na rea onde est instalado o meliponrio devem ser as preferidas pelo meliponicultor, desde que atendam aos seus objetivos. Na tentativa de obter colmias de abelhas raras na regio onde se encontra, o meliponicultor pode inadvertidademente estar contribuindo para a extino destas abelhas, pois muitas delas no se adaptam s condies de criao. Preservando a natureza, estaremos ajudando a preservar tambm as abelhas.

Atrao de EnxamePara se atrair enxames de meliponneos, utilizam-se caixas de madeira. No seu interior coloca-se um pouco de cerume e resina, retirados de colnias dessas abelhas. Pode-se, tambm utilizar caixas nas quais estiveram instaladas colnias dessas abelhas, que foram transferidas e que ainda contm restos da colnia original. Estas caixas devem estar bem fechadas e possuir uma abertura por onde as abelhas possam entrar. Devem ser colocadas em locais protegidos, onde existam colnias naturais, que possam enxamear. Devem ser periodicamente inspecionadas, retirando-se colnias de formigas e, ou outros animais que possam a haver se instalado.

Com relao ao enxameamento nas abelhas sem ferro, um enxame recm estabelecido, por enxameagem, no deve ser retirado de imediato do local. Isso s deve ser feito quando a nova colnia estiver completamente estabelecida, com boa quantidade de favos e alimento estocado.

Quando uma colnia de abelha indgena enxameia, ela contm um vnculo relativamente duradouro com a colmia me, da qual as operrias levam, aos poucos, alimento e cerume para a nova colnia. Por esta razo, um enxame recm-estabelecido, com boa quantidade de favos e alimento estocado, pode ento ser transportada para o meliponrio.

Pelo que foi dito, com relao ao enxameamento nas abelhas sem ferro, um enxame recm estabelecido, por enxameagem, no deve ser retirado de imediato do local. Isso s deve ser feito quando a nova colnia estiver completamente estabelecida, com boa quantidade de favos e alimento estocado. http://www.ufv.br/dbg/bee/manejo_saida.htm - http://www.ufv.br/dbg/bee/ENXAMEAGEM.htm

http://rgm.fmrp.usp.br/beescience/criacao2.htm#1Captura de enxames (colnias)Para capturar colnias existentes na natureza, o criador pode levar, para seu meliponrio, galhos ou troncos onde existam colnias, devendo, para isso, cort-los com cuidado para no atingir o ninho e fechar as extremidades do oco, caso fiquem abertas. Antes de cortar importante fechar a entrada da colmia com tela ou algodo para impedir que muitas abelhas escapem. No caso de muitas abelhas estarem fora do ninho aps a captura da colnia, o tronco ou galho contendo o ninho deve ser deixado com a entrada aberta, o mais prximo possvel de onde se encontrava originalmente, para que as abelhas retornem. noitinha, quando todas as abelhas estiverem recolhidas, a entrada deve ser fechada com tela e ento a colnia pode ser transportada, com cuidado, para o meliponrio, devendo o tronco ser colocado na mesma posio em que se encontrava. A tela da entrada deve, ento, ser retirada.

Durante o transporte, choques violentos devem ser evitados.

Caso se deseje capturar colnias que se encontram em outro tipo de cavidade, como paredes, muros, barrancos etc., estas devem ser transferidas diretamente para caixas.

Para se transferir uma colnia de abelha indgena para caixa preciso ter acesso cavidade onde o ninho se encontra alojado. Caso este se encontre dentro de galho ou tronco de rvore, estes devem ser abertos com auxlio de machado, cunha e marreta ou motosserra, tomando-se cuidado para no atingir o ninho.

Caso este se encontre em cavidades dentro de muros ou paredes, a cavidade pode ser atingida desmontando-se parte da construo, o que nem sempre fcil ou possvel.

Quando se trata de ninho subterrneo, cava-se o solo at atingir a cavidade onde ele se encontra, tendo-se, antes, o cuidado de introduzir, pela entrada, um arame com um pedao de algodo preso sua ponta. Este serve de guia e se este cuidado no for seguido pode-se perder o canal de entrada e, desse modo, no se conseguir achar o ninho.

Aps atingir a cavidade onde se encontra o ninho, realiza-se a transferncia de seus elementos para a caixa onde o ninho ser abrigado. No caso de ninhos subterrneos, muitas vezes possvel transferi-lo inteiros, sem que ele seja danificado. Neste caso, a caixa deve ter dimenses tais que permitam o acondicionamento do ninho inteiro.

Quando tiver que desmontar o ninho, para transferi-lo, certos cuidados devem ser tomados: no caso do ninho haver sido submetido a golpes fortes, como acontece normalmente com os alojados em troncos ou galhos de rvores, s os favos que contenham larvas, que j ingeriram a maior parte do alimento e favos mais velhos, reconhecidos por sua cor mais clara e por serem mais resistentes, devem ser aproveitados. Os favos novos, que contm ovos e larvinhas novas, devem ser descartados, como tambm todos os favos danificados ou amassados.

Os favos devem ser colocados na mesma posio em que se encontravam na colnia natural, e entre dois favos deve haver espao suficiente para a circulao das abelhas. O mesmo deve acontecer entre o fundo da colmia e o primeiro favo colocado. Para se conseguir isto, coloca-se um pouco de lamelas de cerume entre os favos e entre estes e o fundo da colmia.

O cerume deve ser retirado da colnia antiga e colocado na nova, tomando-se o cuidado para no se amassar muito as lamelas. Estas devem ser colocadas em torno da cria para proteg-la. S devem ser colocados na nova colnia potes de alimento intactos. Potes rachados, principalmente de plen, atraem fordeos (pequenas mosquinhas) que proliferam na colmia, utilizando como alimento, principalmente, plen e alimento de cria. A proliferao de fordeos pode levar destruio da colnia.

O mel contido em potes danificados pode ser posteriormente devolvido colnia em pequenas doses, colocadas em alimentadores. O plen pode ser devolvido, aps o restabelecimento da colnia, em potes de cera cuidadosamente fechados.

muito importante que a colnia receba plen de sua prpria espcie, isso porque a existem bactrias envolvidas na fermentao. Sem essa fermentao especfica, o plen no pode ser usado como alimento pelas abelhas.

Devem ser transferidos tambm os depsitos de resina e cera da colnia original, bem como todas as abelhas adultas. As que no conseguem voar devem ser cuidadosamente coletadas e colocadas na nova colmia. Cuidado especial deve ser tomado com a rainha poedeira que reconhecida pelo seu abdmen grandemente dilatado.

As abelhas, que conseguirem voar e escaparem no momento da captura, voltam ao local onde a colmia estava instalada, a que se deve colocar a nova caixa para que elas entrem. importante que a entrada da nova caixa fique aproximadamente na mesma posio em que estava entrada da colmia antiga. Um pouco de resina e cerume da colnia original, colocados em torno da abertura da nova colnia, ajuda as abelhas a encontrarem a entrada, especialmente se for agregado um pouco de material da antiga entrada.

Caso o ninho, antes de sua abertura, tenha sido transportado para longe do local onde estava instalado, as abelhas que voarem tendero a voltar ao local de abertura do ninho e a nova colnia a deve ser deixada at que a maioria das abelhas tenha retornado e entrado na colnia.

Em todos os casos, os restos da colnia antiga, especialmente as partes que contm resina e cerume, devem ser levados para longe, pois funcionam como atrativo para as abelhas que voaram, desorientando-as e dificultando a entrada destas na nova colmia.

Aps a montagem da colnia, a caixa deve ser fechada de modo a no deixar frestas por onde possam penetrar parasitas ou abelhas saqueadoras. Para a proteo contra formigas, o suporte da nova colnia pode ser untado com graxa de modo a impedir que elas a atinjam, pelo menos at seu restabelecimento.

No se deve realizar transferncia quando as abelhas no estiverem trabalhando normalmente, especialmente em pocas frias, quando as novas colnias podero ficar muito tempo desorganizadas merc de predadores e parasitas.

http://rgm.fmrp.usp.br/beescience/criacao3.htm O meliponicultor deve preocupar-se em coletar apenas as colmias que estejam correndo risco, procurando, sempre que possvel, no derrubar rvores com nico intuito de coletar colmias dessas abelhas. As abelhas mais comuns na rea onde est instalado o meliponrio devem ser as preferidas pelo meliponicultor, desde que atendam aos seus objetivos.

Na tentativa de obter colmias de abelhas raras na regio onde se encontra, o meliponicultor pode inadvertidamente estar contribuindo para a extino destas abelhas, pois muitas delas no se adaptam s condies de criao. Preservando a natureza, estaremos ajudando a preservar tambm as abelhas.

Transferncia de ninho e cuidados preliminares

Inicialmente devemos transferir para a colmia racional (caixa), os favos de cria onde provavelmente estar a rainha. Devemos transferir com muito cuidado para no amass-los, evitando tambm, alterar a sua posio, no os colocando de cabea para baixo. Tem acontecido alguns acidentes com iniciantes em meliponicultura, porque colocam durante a transferncia, os favos em posio vertical, amassando-os e comprimindo-os uns contra os outros, impedindo a circulao das operrias e ao mesmo tempo esmagando-as e causando acidente, tambm, com a rainha.

Quando da transferncia, no devemos expor a cria e nem separar os favos uns dos outros e, nem procurar a rainha por mera curiosidade, porque sabemos de antemo, que ela se encontra entre os favos de cria. Na manipulao dos favos, durante a transferncia, devemos observar a relao entre o dimetro do oco onde o ninho se encontra e dos favos de cria.

Alguns ninhos apresentam inmeros favos de pequeno dimetro que precisam ser separados para ocuparem o espao destinado a cria na colmia. Nesta oportunidade devemos ter o mximo de cuidado para no ferir a rainha. Se conseguirmos transferir o ninho inteiro bem melhor, mas se for necessrio a manipulao dos favos, faa-a nos mais velhos, com pupas, favos claros, que so reconhecidos pela parede mais fina, mostrando o contorno das clulas bem delineadas, tendo na parte inferior uma colorao escura, expondo a os excrementos. Quase sempre, durante a transferncia, observamos os olhos compostos das pupas e a cabea em movimento.

Verificado o tamanho do ninho e dos favos devemos optar por um tipo de caixa mais adequada com o material que temos em mo, ou seja, um tipo que acomode bem o ninho.

No caso de se usar o modelo PNN ( Paulo Nogueira Neto) no devemos colocar gavetas indiscriminadamente; quando encontramos um ninho generoso, com um grande nmero de favos de tamanho grande, temos a condies de fazermos uma diviso da colnia em duas famlias.

Se encontrarmos alguns depsitos de prpolis na colnia devemos transferi-los para a nova (caixa) colmia, colocando-os nas proximidades da entrada da colmia e ao lado das crias para que as abelhas possam utiliz-los de vrias formas.

Terminando a transferncia devemos fechar a colmia logo em seguida para que as abelhas recm nascidas no saiam da caixa e do ninho e se percam. Devemos efetuar esta operao com bastante rapidez para que as crias no se resfriem e nem se desidratem com a temperatura ambiente.

Continuando a transferncia, vamos agora passar para a nova colmia os potes de mel e plen; antes porm, devemos recolher as abelhas jovens com uma pena, cartolina ou, com o aspirador de insetos, colocando-as sobre os favos.

S devemos transferir para a colmia os potes de alimento fechados e intactos. Deve-se retirar o contedo daqueles que estiverem abertos. O mel excedente ou os potes danificados sero recolhidos em um recipiente, antes porm peneirado com uma peneira bem fina.

O mel poder ser devolvido colmia num alimentador misturado com gua, ou ser consumido. Potes pequenos de mel, como, por exemplo, os das abelhas Jata, podem ser espremidas para a extrao do mel, em seguida o cerume deve ser amassado, lavado, seco e devolvido para a colmia; o cerume seco, velho e quebradio no ser aproveitado.

Quanto ao plen devemos retir-lo e armazen-lo em geladeira e medida das necessidades vamos devolvendo s abelhas em pequenas quantidades. http://tamandua.inpa.gov.br/~aidar/thumbs.shtml

Deve ser transferido para a caixa o conjunto de favos de cria protegido pelo invlucro, tomando-se o cuidado para no amassar os favos e nem coloca-los de cabea para baixo. No sendo possvel transferir todos os discos de favos de maneira compacta, ao empilha-los na nova caixa devemos sempre preservar o espao abelha que existe naturalmente entre os discos. Para tal, podemos fazer bolinhas com cera de Apis para servir como pilastras de sustentao destes espaos.

necessria toda a ateno neste momento, pois a rainha certamente estar caminhando por entre os favos .

Em caso de queda da rainha, jamais deveremos toca-la com as mos, o que poderia levar as operrias no aceita-la novamente no ninho. Nestes casos, uma folha pode ser usada para recoloca-la sobre os favos.

Em seguida, dever ser feita a transferncia dos potes de alimento que estiverem fechados, guardando os potes rompidos ou abertos para retornarem vazios no futuro. Potes abertos, com o alimento exposto, atraem formigas, outras abelhas, moscas, fordeos e outros inimigos.

Por ltimo, as caixas devero ser fechadas e lacradas com fita adesiva, podendo-se usar at barro na falta deste material. Se possvel espere o anoitecer para levar a caixa para o meliponrio, para que retorne o mximo de abelhas, que por hora estavam coletando alimento e materiais no campo (forrageando).

Junto ao processo de captura, o criador pode aumentar o nmero de caixas do seu meliponrio atravs da diviso de colnias.

Captura de colniasAps a escolha do local e da espcie de abelha, o criador deve partir para a aquisio de colnias, atravs da compra de outros criadores ou pela captura de enxames naturais, uma alternativa muito mais barata, embora mais trabalhosa. Desaconselha-se a captura de colnias em reas preservadas, ou que acarrete em derrubada de rvores. A captura recomendada em locais nos quais os enxames esto sujeitos ao extermnio.Na captura, aps a localizao da colnia, devemos retirar com cuidado o material (pedra, tijolo, madeira, solo, etc.) que esconde as abelhas at o contato direto com a rea do ninho (foto 18 e 19). necessrio tempo e pacincia, sob pena de condenar a colnia morte, situao esta comum entre os principiantes.

abertura de tronco para captura de um enxame de meliponneo.Fotos extradas da pgina de Davi Said Aidar - http://tamandua.inpa.gov.br/~aidar/thumbs.shtmlDeve ser transferido para a caixa o conjunto de favos de cria protegido pelo invlucro, tomando-se o cuidado para no amassar os favos e nem coloca-los de cabea para baixo. no sendo possvel transferir todos os discos de favos de maneira compacta, ao empilha-los na nova caixa devemos sempre preservar o espao abelha que existe naturalmente entre os discos. Para tal, podemos fazer bolinhas com cera de Apis para servir como pilastras de sustentao destes espaos.

necessria toda a ateno neste momento, pois a rainha certamente estar caminhando por entre os favos (foto 20). Em caso de queda da rainha, jamais deveremos toca-la com as mos, o que poderia levar as operrias no aceita-la novamente no ninho. Nestes casos, uma folha pode ser usada para recoloca-la sobre os favos.Na tentativa de obter colmias de abelhas raras na regio onde se encontra, o meliponicultor pode inadvertidamente estar contribuindo para a extino destas abelhas, pois muitas delas no se adaptam s condies de criao.Preservando a natureza, estaremos ajudando a preservar tambm as abelhas.Captura em janela rvorePermite a retirada do ninho sem danificar a populao natural de abelhas.

Figura 1. Abertura da janela no tronco da rvore com a motossera para exposio do ninho de abelhas.

A) A lmina da motosserra no deve aprofundar mais do que a espessura do tronco para no atingir o ninho.

B) B) Retirada da janela com cuidado para no ferir e romper favos de mel e plen.

Figura 2. Exposio do ninho de abelhas nativas para coleta de material:

A) Invlucro do ninho.

B) Ninho aps ter sido dividido.Figura 3. Fechamento da janela:

A) Janela encaixada no local original.

B) B) Vedao das frestas com barro.

Como atrair as abelhas Jata

Em uma carta seu Mrcio da Silva cria abelha jata em Uniflor, no Paran. E conta que est perdendo os enxames novos que saem das caixas para formar novas colmias. Ele quer saber como capturar esses enxames. Seu Mrcio, o Ivaci Matias foi consultar um especialista em So Paulo.

Ivaci: Sr Mrcio, o apicultor Wilson Donini do municpio de Embu das Artes, trabalha com este tipo de abelha Jatai h 10 anos.

Wilson: A Jatai tem a caixa desenvolvida pelo pesquisador Paulo Nogueira Neto. Ele desenvolveu caixa que tem uma tampa normal, tem trs gavetas, isto , divises e na parte oca onde a abelha Jatai desenvolve seu ninho.

Elas fazem a criao e o mel que elas estocam na lateral. uma caixa vazia usada para atrair o enxame. O Mrcio colocou em sua carta que ele faz um trabalho quando os enxames soltam mas est faltando um pequeno detalhe que nos vamos explicar. Ele vai raspar da caixa com a erva cidreira para que nos cantos da caixa fique o odor da erva cidreira. Ns estamos tendo resultados aqui no Embu das Artes.

Ns vamos usar ainda o batume que a prpolis misturado com barro, o geoprpolis, que a abelha Jatai usam para fazer o seu ninho. Ele vai ter que pegar o batume de outro enxame e tambm colocar nesta caixa.

Ele pode pegar uma tampa que j est com odor caracterstico, colocar uma tampa nova e colocar esta para l. Uma tampa nova vai vedar. Ele vai retirar o batume e colocar na outra caixa nova, nos cantos. Tudo vai atrair. Alm disso, ns retiramos um pedacinho de um alvado de um enxame j construdo e colocamos na entrada do enxame novo.

Seu Mrcio, o senhor deve colocar essa caixa de captura bem perto do apirio, no mximo a uns 20 metros das outras caixas de abelha jata

GLOBO RURAL. tera-feira, 30 de Setembro de 2003

http://redeglobo.globo.com/cgi-bin/globorural/montar_texto.pl?controle=5817

RASTEJADORES DE ABELHA

A rarefao crescente da fauna veio tornar desvantajosa as atividades daqueles que viviam no mato. Assim, os que nele se embrenham para caar bichos ou abelhas o fazem agora como atividade ocasional. E no caso das abelhas, mais das vezes para acudir uma encomenda de gente da rua [1], usar

o mel como meizinha [2] de alguma tosse-braba ou tirar a abelha achada quando estavam noutro servio qualquer.

Encontrada a morada da abelha, tratam de cortar o pau em que est situada - mesmo em se tratando de uma essncia de maior valor ou que, de futuro, venha a dar obra [3]. L um ou outro mais previdente que se limita a fazer um corte por onde extrair o mel para depois tap-lo com barro, cortar as duas

extremidades da tora e, noitinha, lev-la para as proximidades da casa e pendur-la no beiral das telhas. Porque o comum abrir o ninho, fartarem-se do mel e abandon-lo voracidade dos seus inimigos naturais (formigas, pssaro, lagartixas, etc.). Da, de se imaginar, um dos maiores fatores de

decrscimo da fauna apcola regional.

Quando se trata de uma abelha mais agressiva - como a tubiba - ou de um vespdeo, costumam defum-la, antes, com estrume de gado.

Vale anotar, como curiosidade, o fato de que fomos testemunhas, mais de uma vez, quando em suas atividades agrcolas, esbarravam com uma "casa" de boca-torta [4]. Mesmo sem se protegerem, algumas vezes at nus da cintura para cima, limitavam-se a passar as mos nos sovacos suados e, devagarinho aproxim-las das "casas", at esmag-las, esfregando uma na outra, sem sofrer uma nica ferroada...

Poucas abuses conhecemos ligadas aos caadores de abelhas. Uma mais estranha e que parece comum a todo serto nordestino, a de que o mel da abelha limo, tirado no mato, tem de ser comido em silncio. Se um dos tiradores, acabada a refeio diz para outro: - "Vam'mbora", fica completamente bbado, lanando, lanando [5], areado [6]. De alguns sertanejos ouvimos essa afirmativa como verdadeira, embora nunca tivssemos oportunidade de testemunh-la. A literatura regional registra o fato nos sertes cearenses:

"Na serra da Barriga, tambm em Sobral, o mel de certa abelha, colhido em certa poca do ano, produz a embriaguez, principalmente nos tempos de seca.

Uma coisa singular: o embriagado, por esse mel, no delrio da embriaguez, d para berrar como bode, como querendo dizer que foi o mel que o embriagou" (Sobreira, J. G. Dias. Curiosidades e fatos notveis do Cear).

Os "beiradeiros" do Sergipe e das Alagoas tambm, por l, dizem o mesmo: [7]

"... a abelha limo tambm conhecida por "come e no vamo". Se, se comer e convidar a pessoa para ir embora, ela fica bbada, por isso coma e saia quieto, no fale nada, adiantou-nos Ansio Jacar" (Arajo, Alceu Maynard. Populaes ribeirinhas do baixo So Francisco).

Alguns sertanejos mais sagazes, de tanto caarem abelhas para atender as encomendas de suas freguesias, e face crescente rarefao delas, aprenderam a rastej-las. Raros os que so capazes desse feito, de vez que para isso carece de muita pacincia e astcia...

Assim nos meses de seca, procuram as perdidas bebidas existentes - cacimbas, barreiros [8] etc. - e l se acocoram atocaiando as abelhas que ali vo beber, algumas podem vir em maior quantidade e freqncia. Espiam. Escolhem as que tomam mais altura no vo de volta e dizem que elas assim fazem porque tm morada mais perto. Quando o cortio est mais longe - justificam as abelhas vo ganhando altura mais devagar, vencendo pouco a pouco o vento e a distncia.

Faz de conta que seja uma jandara... Espiam uma a uma as que vm e o rumo que tomam de volta. Sentem a direo do vento. Atentam para a altura de vo. Andam mais algumas braas naquele mesmo rumo e, de novo, botam sentido na passagem delas. Vem passar a primeira, a segunda, a terceira... est

confirmada a direo. Adiantam-se outras tantas braas e recomeam o balizamento... E de lance em lance, vo bater no pau em que est situada a jandara. Nele boto o ouvido, auscultando-o com pequenas batidas e chegam a "diagnosticar" se de morada velha, se est gorda ou magra. As pobres de mel so chamadas magras, tanto assim que o enxu [9], em certa poca do ano que tem pouco mel e abundante ninhada de larvas, serve de comparao aos indivduos de famlia numerosa: "Fulano tem fio que s enxu magro"...

A diligncia naturalmente facilitada ou dificultada pela maior ou menor identificao do homem com o seu mundo - a flora melfera, sua distribuio nas redondezas, pocas de florao, pontos de bebidas, hbitos das diferentes espcies etc.

Os mais curiosos conhecem tim-tim por tim-tim o mundo que os cerca. Sabem de cor as madeiras que se apresentam mais freqentemente ocadas - a imburana, a catingueira e o cumaru - morada das nossas abelhas silvestres. E a literatura oral comprova essa preferncia:

Xique-xique pau de espinha,

Imburana pau de abelha;

Gravata de boi canga,

Palet de negro peia...

Nada distingue a indumentria do caador de abelhas do sertanejo comum.

Apenas, em trabalho, nunca se aparta do seu instrumento de corte e destruio - a foice - e da clssica cabaa-de-colo [10] (ou de pescoo) alada em embiras, em que recolhe o mel de sua rapina.

Bibliografia

Arajo, Alceu Maynard. Populaes ribeirinhas do baixo So Francisco. Rio de Janeiro, Servio de Informaes Agrcolas, 1961, 125 p.

Sobreira, J. G. Dias. Curiosidades e fatos notveis do Cear. Rio de Janeiro, Tip. Desembargador Lima Drummond, 1921. 130 p. (Em: Revista Brasileira de Geografia, ano 26, n 3)

Notas:

[1]. Rua - o sertanejo assim designa o povoado, a vila ou a cidade mais prxima donde reside.

[2]. Meizinha - remdio caseiro da medicina popular.

[3]. Dar obra - dizem para significar que uma matria-prima pode ser aproveitada na manufatura de alguma utilidade

[4]. boca-torta - vespdeo social (Polybia occindetalis OLIV.).

[5]. Lanar - vomitar.

[6]. Areado - perdido, desnorteado.

[7]. Em carta de 7 de maro de 1963, o doutor Paulo Nogueira nos informava:

"Infelizmente as pesquisas que estou realizando, juntamente com o biologista Renato Jaccoud, sobre o mel txico, ainda no chegaram a sua concluso.

Penso que os casos graves de intoxicao sejam devidos ao nctar de uma planta, que ainda no conseguimos localizar. Mas no estamos longe disso.

Quanto aos casos de simples tontura (embriaguez) parece difcil descobrir a causa. Possivelmente tambm seja alguma planta a responsvel ou, em alguns casos, uma tendncia diabtica. Certo tipo de intoxicao, com diarria, etc., est sendo estudada farmacologicamente pelo doutor Domingos Valente.

Ele escreveu um artigo (no publicado ainda) a esse respeito, sobre experincias com material que lhe fornecemos.

[8]. Barreiro - pequena barragem; em ordem crescente de grandeza visual h o amb, o barreiro, o audeco e o aude.

[9]. Enxu - vespa social que nidifica nos ramos das rvores.

[10]. Cabaa-de-colo (ou de pescoo) - Cucurbita lagenaria LINN. Da famlia das cucurbitceas.

(Faria, Osvaldo Lamartine de. Em Tipos e aspectos do Brasil. p.244-247)

http://www.jangadabrasil.com.br/junho46/of46060b.htm

Felipe Nunes.

[email protected] - [email protected]

Rio de Janeiro, RJ

Sugador de abelhas

Apetrecho muito importante quando da transferncia de colnias estabelecidas em troncos, muros ou fendas de pedras, de forma a capturar as abelhas jovens que no voam, recolocando-as junto a famlia me ou nova famlia fruto de diviso. Tambm til para captura de fordeos, formigar ou iratim que oportunamente podem adentrar em cortios de trigonas ou melponas.

CARACTERSTICAS GERAISAs abelhas da sub famlia Meliponinae (Hymenoptera, Apidae), so conhecidas por "abelhas indgenas sem ferro" por possurem o ferro atrofiado sendo, portanto, incapazes de ferroar. Ocorrem na Amrica do Sul, Amrica Central, sia, Ilhas do Pacfico, Austrlia, Nova Guin e frica. Taxonomicamente est subdividida em duas tribos. Meliponini formada apenas pelo gnero Melipona, encontrado, exclusivamente, na regio Neotropical (Amrica do Sul, Central e Ilhas do Caribe), e Trigonini que agrupa um grande nmero de gneros e est distribuda em toda a rea de distribuio da sub famlia. Todas as espcies de Meliponinae so eusociais, isto , vivem em colnias constitudas por muitas operrias (algumas centenas, at mais de uma centena de milhar, conforme a espcie) que realizam as tarefas de construo e manuteno da estrutura fsica da colnia, coleta e processamento do alimento, cuidado com a cria e defesa. E por uma rainha (em algumas poucas espcies so encontradas at cinco) responsvel pela postura de ovos que vo dar origem s fmeas (rainhas e operrias) e a, pelo menos, parte dos machos (em diversas espcies, parte dos machos so filhos das operrias).Os machos so produzidos em grande nmero em certas pocas do ano e podem realizar, esporadicamente, algumas tarefas dentro da colnia, alm de fecundarem as rainhas, durante o vo nupcial. Normalmente, alguns dias aps emergirem (quando a abelha, aps terminado seu desenvolvimento, sai da clula de cria), os machos so expulsos da colmia.As abelhas so insetos holometabolos, isto , a fmea realiza postura de ovos que do origem as larvas, que so morfolgica e fisiologicamente diferentes dos adultos. Elas se alimentam, crescem, sofrem um certo nmero de mudas e se transformam em pupa, forma esta que no se alimenta e fica imvel na clula de cria. Aps algum tempo, a pupa sofre muda, se transformando em uma abelha adulta. No caso de Meliponinae o ovo posto em uma clula construda com cerume (mistura de cra, produzida pelas operrias, e resina vegetal, coletada no campo) ou, no caso de algumas poucas espcies como Leurotrigona muelleri, com cra pura. O alimento larval (mistura de secreo glandular, mel e plen) depositado nas clulas pelas operrias, imediatamente antes da postura do ovo, este tipo de aprovisionamento denominado de aprovisionamento massal. O alimento se estratifica dentro da clula, dessa forma a larva ingere, inicialmente, a fase lquida, composta por secrees glandulares e mel e depois o plen (fase slida).Durante a operculao, eventualmente, a operria pode realizar postura de ovo que, por no ser fecundado, ir originar macho (a rainha tambm pode por ovos no fecundados, que originaro machos). O NINHO DOS MELIPONNEOSA estrutura e localizao dos ninhos dos meliponneos varia de acordo com as espcies. Diversas espcies de Melipona, captotrigona e Plebeia, entre muitas outras, constrem seus ninhos em ocos encontrados em troncos e galhos de rvores vivas. Algumas espcies utilizam ocos existentes em rvores secas, moures de cerca etc., como acontece com Frieseomelitta e com Friesella schrottkyi. Geotrigona, diversas espcies de Paratrigona, Schwarziana quadripunctata e Melipona quinquefasciata so algumas abelhas que constrem ninhos subterrneos. Utilizam por isso, cavidades pr-existentes, como formigueiros abandonados. Melipona bicolor constroe seu ninho em locais frescos e midos como troncos de rvore, prximo ao solo. Algumas espcies do gnero Partamona constrem seus ninhos semi-expostos, em cavidades com abertura bastante ampla, ou em moitas de epifitas, samambaias e ambientes semelhantes. Outras espcies de Partamona e Scaura latitarsis constrem seus ninhos dentro de cupinzeiros vivos. Trigona cilipes nidifica dentro de formigueiros vivos. Trigona spinipes e outras espcies de Trigona, constrem seus ninhos expostos presos a galhos de rvores, paredes ou locais semelhantes.Vrias espcies que, normalmente, utilizam ocos existentes em troncos e ramos, ocasionalmente, constrem seus ninhos em cavidades existentes em paredes de pedra, alicerce de construo (local onde comum encontrar ninhos de Nannotrigona testaceicornis). Os ninhos dos meliponneos apresentam arquitetura complexa e, embora apresentem algumas estruturas comuns s diversas espcies, existem diferenas marcantes entre os gneros.O ninho apresenta uma entrada, que normalmente caracterstica para cada espcie ou gnero (em muitos casos possvel a identificao das abelhas a partir da entrada do seu ninho). Muitos Trigonini constrem a entrada utilizando cerume, muitas vezes um simples tubo por onde as abelhas entram e saem e onde guardas ficam postadas, defendendo a entrada. Em algumas espcies, este tubo se alarga formando uma ampla plataforma onde se postam as guardas. Outras utilizam resina para a construo da entrada. Em determinadas espcies a entrada ampla, normalmente guardadas por diversas abelhas e pela qual entram e saem muitos indivduos ao mesmo tempo. Outras constrem entradas estreitas por onde passa uma nica abelha por vez e que guardada por uma s abelha que fecha a entrada com sua cabea. As diversas espcies do gnero Partamona constroem com barro a ampla entrada caracterstica de seus ninhos. Melipona tambm utiliza barro, normalmente, misturado com resina e constrem a entrada estriada caracterstica de muitas espcies do gnero. entrada segue-se um tnel construdo com cerume, resina ou barro que vai at a regio onde armazenado o alimento. Em Partamona, entrada segue-se um vestbulo, que em algumas espcies imita um ninho abandonado, ao qual segue-se estreita entrada que d acesso rea interna do ninho. Esta estrutura esta, aparentemente, relacionada a proteo do ninho contra invasores.O alimento armazenado em potes construdos com cerume. Mel e plen so armazenados em potes separados. Em alguns Trigonini os potes onde armazenado o plen, apresentam forma diferente daqueles utilizados para o mel, em Frieseomelitta varia, por exemplo, os potes de plen so cilndricos e bem maiores que os de mel, que so esfricos. A posio dos potes no ninho tambm varia conforme a espcie, mas de um modo geral esto colocados na periferia da rea de cria. Os favos de cria so construdos com cerume e na maioria das espcies so horizontais. As clulas do centro do favo so as primeiras a serem construdas sendo as demais construdas sua volta, dessa forma, usualmente, a cria da regio central do favo mais velha. Nas espcies que constrem os favos em forma de cacho, a maioria das clulas no tm parede em comum, como em Friseomelitta, Leurotrigona e algumas espcies de Plebeia. Em Friesella schottkyi algumas colnias possuem favos irregulares. Espcies que constrem favos irregulares ou em cacho podem utilizar cavidades irregularidades, muitas vezes bastante estreitas.Em grande parte das espcies os favos de cria so envolvidos por um invlucro, constitudo por camadas de cerume que os protegem, inclusive contra a perda de calor. No caso de espcies que utilizam ocos em rvores ou parede para construo dos ninhos, esta cavidade muitas vezes revestida com resina e delimitada com batume feito com resina, geoproplis (mistura de resina com barro) ou cerume, podendo apresentar-se perfurado, permitindo a ventilao e escoamento de lquidos que atinjam o interior do ninho.Espcies que constrem o ninho exposto ou semi-exposto utilizam resina, barro e matria orgnica em sua construo. Trigona utiliza folhas maceradas nessa construo. Algumas vezes usam folhas e brotos de plantas cultivadas, especialmente de laranjas, rosas e nz macadamia e por essa razo se constituem em sria praga em reas de extenso cultivo dessas espcies. Trigona constroe na parte oposta entrada um escutelo, utilizando para isso lixo da colmia, abelhas mortas e fezes das abelhas. Essa estrutura bastante slida protege o ninho e serve para sua sustentao. Espcies que constrem ninhos subterrneos, envolvem-no com camadas de batume slido. O ninho fica suspenso dentro da cavidade e na parte inferior dessa, as abelhas constrem uma galeria de drenagem.Os meliponneos possuem colnias perenes e com muitos indivduos e, para manterem essas colnias, coletam grande quantidade de alimento parte do qual armazenado na colnia. A existncia de mecanismos de comunicao, que variam de espcie para espcie, permitem a esses insetos sociais grande eficincia na explorao dos recursos existentes no ambiente, como fontes de gua, alimento ou local apropriado para nidificao. A forma mais simples de comunicao consiste, simplesmente, em dispersar, na colnia, o "cheiro" do alimento que as campeiras esto trazendo. As campeiras correm por dentro do ninho, excitando as demais operrias pela movimentao. Novas operrias saem ao campo em busca da fonte de alimento orientadas apenas por esse "cheiro". Esse tipo de comunicao encontrado em Trigonisca, Frieseomelitta e Dukeola. Plebeia e Tetragonisca, durante a movimentao dentro da colnia, produzem um som que ajuda a estimular as operrias a sarem em busca de alimento com odor semelhante quele que esto transportando. Em Partamona, a operria ao voltar de uma fonte de alimento estimula outras operrias, posteriormente, sai do ninho em direo fonte, sendo seguida por outras operrias. A guia libera durante o trajeto, um feromnio que auxilia na comunicao.Em Nannotrigona, a operria que chega ao ninho com alimento reparte-o com outra operria e durante o processo produz som. O processo repetido vrias vezes tanto pela abelha que chegou com alimento como por aquelas com as quais ela dividiu o alimento. Dessa forma um grande nmero de operrias deixam a colnia em conjunto em busca da fonte de alimento, e repetem o processo vrias vezes, de tal forma que em pouco tempo muitas abelhas da colmia esto coletando na referida fonte. Diversas espcies de abelhas comunicam a localizao da fonte de alimento por meio da marcao de uma trilha, com feromnio produzido pela glndula mandibular. Em Melipona, a campeira marca a fonte de alimento e faz marcas na vegetao a alguma distncia da fonte, essa pequena trilha ajuda as demais operrias a encontrar o alimento. Operrias que chegam colmia com alimento, o distribuem a outras operrias, emitindo som caracterstico que indica a distncia da fonte. As operrias se orientam pelo som e pela trilha marcada junto fonte.Em diversas espcies de Trigonini, como Trigona, Scaptotrigona, Oxytrigona e Cephalotrigona a trilha de cheiro contnua da colmia at a fonte de alimento. De espao em espao, a operria marca a vegetao com uma pequena gota de feromnio, a distncia entre as marcas varia de espcie para espcie. DETERMINAO DE SEXONas abelhas, e na maioria dos Hymenoptera, as fmeas originam-se de ovos fecundados e so diplides, enquanto que os machos originam-se de ovos no fecundados e so haplides.Ocasionalmente, quando as rainhas foram fecundadas por machos aparentados, parte de seus ovos fecundados podem originar machos diplides, nesse caso a rainha da colnia poder ser morta pelas operrias .Em Trigonini as rainhas so normalmente produzidas em clulas especiais, mais volumosas, muitas vezes, localizadas na periferia do favo de cria, denominadas realeiras ou clulas reais. Nessas clulas, a quantidade de alimento colocada bem maior que aquela colocada nas clulas das quais emergem operrias e machos. Em algumas espcies dessa tribo, que constroem o favo em forma de cacho, uma larva presente em uma clula de operria, aps ingerir o alimento da sua clula, fura a parede da clula adjacente e ingere o alimento, desenvolvendo-se em rainha (Terada, 1974). Algumas vezes de clulas reais no emergem rainhas, mas machos gigantes, cujo papel desconhecido. Em Trigonini, qualquer larva de fmea, se alimentada com quantidade adequada de alimento, capaz de se diferenciar em rainha, e no existem evidncias de diferenas qualitativas entre o alimento depositado em clulas que originaro operrias e machos e aquele depositado nas realeiras. Experimentalmente, possvel produzir rainhas, alimentando-se, em clulas grandes (construdas artificialmente), larvas jovens de operrias com maior quantidade de alimento, retirado de clulas de operrias ou de machos .Em Melipona no existem realeiras. As operrias, os machos e as rainhas emergem de clulas semelhantes. Em Melipona quadrifasciata, os machos emergem, principalmente, de clulas localizadas na regio central dos favos, enquanto que as rainhas emergem, principalmente, de clulas localizadas na periferia dos favos. Embora exista essa tendncia, as rainhas tambm emergem de clulas centrais e machos de clulas perifricas. Nessas abelhas, h evidncias de que existem fatores genticos envolvidos no processo de determinao das castas rainhas. Em Meliponinae, de um modo geral, rainhas virgens podem ser encontradas nas colmias durante todo o ano. Existem pocas, entretanto, em que so produzidas em maior nmero. Diversas espcies de Trigonini aprisionam rainhas virgens em uma construo de cra conhecida como clula de aprisionamento de rainha, nessa clula as rainhas so mantidas por perodos variados de tempo. Em algumas espcies de Trigona, as rainhas armazenam durante seu desenvolvimento grande quantidade de reservas orgnicas e permanecem na realeira algum tempo aps o trmino de seu desenvolvimento. Em Melipona as rainhas virgens podem ser mantidas na colnia por algum tempo, algumas vezes dentro de potes de alimento vazios. Tanto em Trigonini como em Meliponini, alguma dessas rainhas virgens pode substituir a rainha da colmia, em caso de morte desta, ou enxamear junto com parte das operrias para fundar novo ninho, as demais so mortas ou expulsas da colmia pelas operrias. ENXAMEAGEMA enxameagem o processo pelo qual a colnia se reproduz e um processo complexo que envolve uma rainha virgem e parte das operrias de sua corte. Algumas destas operrias deixam a colnia original e procuram um local adequado para construo de novo ninho. Ao encontr-lo, sua localizao informada s demais abelhas do grupo, atravs do processo de comunicao, tpico para cada espcie, e parte dessas operrias migram para esse local levando cerume, retirado da colnia original, e iniciam a construo do novo ninho. Inicialmente, todo o material utilizado (cerume, resina e alimento) retirado do ninho materno. Quando o novo ninho est em condies de receber a nova colnia para ele migram a rainha e muitas operrias. O vnculo com a colmia materna se mantm ainda por algum tempo, durante o qual as operrias da nova colnia continuam freqentando o ninho original e da transportando para o novo ninho, alimento e cerume. Aps a migrao, a rainha da nova colnia realiza o vo nupcial, durante o qual fecundada e algum tempo depois inicia postura.ALIMENTOA imensa maioria das abelhas se alimenta de produtos obtidos nas flores. Os meliponneos coletam nctar das flores e por desidratao e ao enzimtica o transformam em mel que armazenado na colmia.O mel das abelhas sem ferro apresenta composio diferente do mel de Apis mellifera. So mais fluidos e cristalizam lentamente. A quantidade do mel armazenado na colmia varia muito, havendo espcies que armazenam quantidades muito pequenas, como o caso de Leurotrigona. Algumas espcies de Melipona armazenam quantidades bastante grandes, sendo que em algumas regies elas so criadas para produo de mel, como o caso de Melipona compressipes (Tiba) no Maranho.O principal alimento protico para as abelhas adultas e suas larvas o plen. Aps sua coleta nas flores, pelas abelhas campeiras, ele transportado para a colnia onde estocado, sofrendo alteraes fsico-qumicas, devido a processos fermentativos.Espcies de Trigona do grupo necrofaga no visitam flores, mas utilizam em sua alimentao carne fresca de animais mortos. Em seus ninhos no so encontrados mel ou poln, apenas produtos derivados da carne coletada. DEFESA Embora no possuam ferro desenvolvido, os meliponneos so capazes de defender suas colnias de forma passiva, construindo seus ninhos em locais de difcil acesso, como troncos com paredes grossas, cavidades profundas no solo, dentro de ninho de insetos agressivos, por exemplo formigas, ou como faz Partamona, construindo junto entrada do ninho um vestbulo que dificulta a entrada de inimigos.A entrada do ninho da maioria das espcies , normalmente, guardada por abelhas que atacam inimigos que tentem entrar no ninho, especialmente, abelhas de outras colmias e formigas. A entrada do ninho de muitas espcies circundada por resina pegajosa que dificulta seu acesso por formigas e algumas espcies fecham a entrada do ninho quando so atacadas por esses insetos. De inimigos maiores, vertebrados, principalmente, as abelhas se defendem de outra forma, enrolam-se no cabelo ou plo e mordiscam a pele com suas mandbulas cortantes, tentam entrar nos ouvidos, nariz e olhos, grudam resina nos plos e imitam som que os afugenta. Algumas espcies liberam, quando atacam algum inimigo, feromnio que atraem outras campeiras para o ataque, como acontece em Scaptotrigona. Oxytrigona produz em suas glndulas mandibulares, bastante desenvolvidas, substncia custica que libera na pele de animais que as perturbem, causando queimaduras srias.

ATRAO DE ENXAMESPara se atrair enxames de meliponneos, utilizam-se caixas de madeira. No seu interior coloca-se um pouco de cerume e resina, retirados de colnias dessas abelhas. Pode-se, tambm utilizar caixas nas quais estiveram instaladas colnias dessas abelhas, que foram transferidas e que ainda contm restos da colnia original. Estas caixas devem estar bem fechadas e possuir uma abertura por onde as abelhas possam entrar. Devem ser colocadas em locais protegidos, onde existam colnias naturais, que possam enxamear. Devem ser periodicamente inspecionadas, retirando-se colnias de formigas e, ou outros animais que possam a haver se instalado.Pelo que foi dito, com relao ao enxameamento nas abelhas sem ferro, um enxame recm estabelecido, por enxameagem, no deve ser retirado de imediato do local. Isso s deve ser feito quando a nova colnia estiver completamente estabelecida, com boa quantidade de favos e alimento estocado. DIVISO DE COLNIASPara a diviso, retiram-se favos com cria velha (pupas e abelhas prestes a emergir), devendo-se usar, para isso, colnias fortes, com bastante cria. Se a colnia for de Melipona (mandaaia, manduri, uruu, jandara, tujuba, tiba etc), no h necessidade de se preocupar com clula real. Prem se a colnia for de uma espcie de Trigonini (jata, ira, mandaguari, timirim, mirim, mirim preguia, moa-branca etc.), necessrio que, nos favos, exista uma ou mais clulas reais, de preferncia prestes a emergir.Alm dos favos, retiram-se, tambm, cerume e potes de alimento com mel e plen das colmias que esto sendo divididas, tendo-se o cuidado de no danific-los. Com esses elementos monta-se a nova colmia, tomando-se todos os cuidados indicados no prximo item (quando da explicao de como transferir colnias para caixas). A nova colmia deve receber abelhas jovens, reconhecidas pela sua cor clara e por no voarem.Aps a montagem da nova colnia, esta deve ser colocada no local onde se encontrava a antiga que deve ser transferida para outro lugar. Este cuidado visa suprir a nova colnia com abelhas campeiras. A nova colnia deve estar bem protegida contra o ataque de formigas, pois nesta fase o enxame ainda est desorganizado. Na formao de uma nova colnia podem ser utilizados elementos de mais de uma colnia da mesma espcie, tomando-se cuidado para no misturar abelhas adultas de mais de uma colmia, pois elas se atacaro mutuamente e, consequentemente, muitas delas iro morrer. A diviso de colnias deve ser realizada em poca na qual as abelhas estejam trabalhando intensamente, e deve ser realizada pela manh, em dia quente e s deve envolver colnias fortes nas quais existam bastante alimento e favos de cria. CAPTURA DE ENXAMEPara capturar colnias existentes na natureza, o criador pode levar, para seu meliponrio, galhos ou troncos onde existam colnias, devendo, para isso, cort-los com cuidado para no atingir o ninho e fechar as extremidades do oco, caso fiquem abertas. Antes de cortar importante fechar a entrada da colmia com tela ou algodo para impedir que muitas abelhas escapem. No caso de muitas abelhas estarem fora do ninho aps a captura da colnia, o tronco ou galho contendo o ninho deve ser deixado com a entrada aberta, o mais prximo possvel de onde se encontrava originalmente, para que as abelhas retornem. noitinha, quando todas as abelhas estiverem recolhidas, a entrada deve ser fechada com tela e ento a colnia pode ser transportada, com cuidado, para o meliponrio, devendo o tronco ser colocado na mesma posio em que se encontrava. A tela da entrada deve, ento, ser retirada. Durante o transporte, choques violentos devem ser evitados.Caso se deseje capturar colnias que se encontram em outro tipo de cavidade, como paredes, muros, barrancos etc., estas devem ser transferidas diretamente para caixas. Para se transferir uma colnia de abelha indgena para caixa preciso ter acesso cavidade onde o ninho se encontra alojado. Caso este se encontre dentro de galho ou tronco de rvore, estes devem ser abertos com auxlio de machado, cunha e marreta ou motosserra, tomando-se cuidado para no atingir o ninho. Caso este se encontre em cavidades dentro de muros ou paredes, a cavidade pode ser atingida desmontando-se parte da construo, o que nem sempre fcil ou possvel. Quando se trata de ninho subterrneo, cava-se o solo at atingir a cavidade onde ele se encontra, tendo-se, antes, o cuidado de introduzir, pela entrada, um arame com um pedao de algodo preso sua ponta. Este serve de guia e se este cuidado no for seguido pode-se perder o canal de entrada e, desse modo, no se conseguir achar o ninho. Aps atingir a cavidade onde se encontra o ninho, realiza-se a transferncia de seus elementos para a caixa onde o ninho ser abrigado. No caso de ninhos subterrneos, muitas vezes possvel transferi-lo inteiro, sem que ele seja danificado. Neste caso, a caixa deve ter dimenses tais que permitam o acondicionamento do ninho inteiro.Quando tiver que desmontar o ninho, para transferi-lo, certos cuidados devem ser tomados: no caso do ninho haver sido submetido a golpes fortes, como acontece normalmente com os alojados em troncos ou galhos de rvores, s os favos que contenham larvas, que j ingeriram a maior parte do alimento e favos mais velhos, reconhecidos por sua cor mais clara e por serem mais resistentes, devem ser aproveitados. Os favos novos, que contm ovos e larvinhas novas, devem ser descartados, como tambm todos os favos danificados ou amassados. Os favos devem ser colocados na mesma posio em que se encontravam na colnia natural, e entre dois favos deve haver espao suficiente para a circulao das abelhas. O mesmo deve acontecer entre o fundo da colmia e o primeiro favo colocado. Para se conseguir isto, coloca-se um pouco de lamelas de cerume entre os favos e entre estes e o fundo da colmia.O cerume deve ser retirado da colnia antiga e colocado na nova, tomando-se o cuidado para no se amassar muito as lamelas. Estas devem ser colocadas em torno da cria para proteg-la. S devem ser colocados na nova colnia potes de alimento intactos. Potes rachados, principalmente de plen, atraem fordeos (pequenas mosquinhas) que proliferam na colmia, utilizando como alimento, principalmente, plen e alimento de cria. A proliferao de fordeos pode levar destruio da colnia.O mel contido em potes danificados pode ser posteriormente devolvido colnia em pequenas doses, colocadas em alimentadores. O poln pode ser devolvido, aps o restabelecimento da colnia, em potes de cera cuidadosamente fechados. muito importante que a colnia receba plen de sua prpria espcie, isso porque a existem bactrias envolvidas na fermentao. Sem essa fermentao especfica, o plen no pode ser usado como alimento pelas abelhas. Devem ser transferidos tambm os depsitos de resina e cera da colnia original, bem como todas as abelhas adultas. As que no conseguem voar devem ser cuidadosamente coletadas e colocadas na nova colmia. Cuidado especial deve ser tomado com a rainha poedeira que reconhecida pelo seu abdmen grandemente dilatado.As abelhas, que conseguirem voar e escaparem no momento da captura, voltam ao local onde a colmia estava instalada, a que se deve colocar a nova caixa para que elas entrem. importante que a entrada da nova caixa fique aproximadamente na mesma posio em que estava a entrada da colmia antiga. Um pouco de resina e cerume da colnia original, colocados em torno da abertura da nova colnia, ajuda as abelhas a encontrarem a entrada, especialmente se for agregado um pouco de material da antiga entrada.Caso o ninho, antes de sua abertura, tenha sido transportado para longe do local onde estava instalado, as abelhas que voarem tendero a voltar ao local de abertura do ninho e a nova colnia a deve ser deixada at que a maioria das abelhas tenha retornado e entrado na colnia. Em todos os casos, os restos da colnia antiga, especialmente as partes que contm resina e cerume, devem ser levados para longe, pois funcionam como atrativo para as abelhas que voaram, desorientando-as e dificultando a entrada destas na nova colmia.Aps a montagem da colnia, a caixa deve ser fechada de modo a no deixar frestas por onde possam penetrar parasitas ou abelhas saqueadoras. Para a proteo contra formigas, o suporte da nova colnia pode ser untado com graxa de modo a impedir que elas a atinjam, pelo menos at seu restabelecimento.No se deve realizar transferncia quando as abelhas no estiverem trabalhando normalmente, especialmente em pocas frias, quando as novas colnias podero ficar muito tempo desorganizadas merc de predadores e parasitas. EXTRAO DE MELQuando a colmia utilizada para criao das abelhas for de um modelo que as obrigue a colocar a maioria dos potes de alimento em posio que permita que eles sejam removidos, sem danificar a estrutura do ninho, eles devem ser removidos, isoladamente , abertos e colocados para escorrer sobre peneira. Quando a colmia no permitir a separao dos potes do resto do ninho, como acontece em colnias acondicionadas em cabaa ou caixas rsticas, o mel pode ser retirado com o auxlio de uma seringa plstica de 20 cm, sem agulha. Nesse caso, os potes so abertos e o mel sugado com auxlio da seringa que deve ser nova, estril e usada unicamente para essa finalidade. Uma parte do mel existente na colmia deve ser sempre deixada para o consumo das abelhas.Algumas abelhas tm o hbito de coletarem fezes, suor ou outras substncias que podem estar contaminadas e, desse modo, serem prejudiciais sade humana. Nesses casos, deve-se evitar o consumo do mel, pelo menos quando as colmias estiverem em local onde as abelhas tenham acesso a estas substncias. CUIDADOS GERAISEm pocas de escassez de flores, pode ocorrer falta de alimento nas colmeias, especialmente em reas superpovoadas. importante que o meliponicultor verifique, periodicamente, o estado de suas colmias e, em caso de fome, alimente-as com mel de Apis dissolvido com 20% de gua limpa (8 partes de mel para duas partes de gua) ou xarope obtido pela mistura de uma parte de acar, ou rapadura e uma parte de gua. A mistura fervida, e depois de fria, pode ser utilizada para alimentar a colnia. O alimento deve ser colocado em um alimentador, que pode ser um pedao de mangueira transparente fechado com algodo. Coloca-se o mel ou xarope dentro e fecha-se a outra extremidade tambm com algodo, fazendo com que este se embeba no xarope. O alimentador ento posto dentro da colmia, tomando-se cuidado para que no vaze. Dadas as caractersticas biolgicas das abelhas, elas so bastante sensveis endogamia, cruzamento entre parentes, por essa razo, o meliponicultor precisa ter em seu meliponrio, no mnimo, 40 colmias de cada espcie que esteja criando. Isto no necessrio caso o meliponrio esteja instalado em ambiente onde esse nmero de colmias possa existir na natureza.As abelhas, em geral, so insetos muito importantes para a polinizao e devem ser preservadas. Uma das formas de se fazer isso preservar colnias naturais. O meliponicultor deve preocupar-se em coletar apenas as colnias que estejam correndo risco, procurando, sempre que possvel, no derrubar rvores com o nico intuito de coletar colmias dessas abelhas.As abelhas mais comuns na rea onde est instalado o meliponrio devem ser as preferidas pelo meliponicultor, desde que atendam aos seus objetivos. Na tentativa de obter colmias de abelhas raras na regio onde se encontra, o meliponicultor pode inadvertidamente estar contribuindo para a extino destas abelhas, pois muitas delas no se adaptam s condies de criao.voltarArtigo

Controle do Fordeo (Pseudohypocera kertesi)

AIDAR, Davi Said. Ps-Doutorando (FAPESP). Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto-USP, Departamento de Gentica e Matemtica Aplicada Biologia, Laboratrio de Gerontogentica. Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre, Ribeiro Preto, SP. Tel. 16-6023030.

INTRODUO O fordeo um dptero que se alimenta de material orgnico em decomposio (frutas, pincipalmente). A fase larval adaptou-se muito bem ao consumo de plen e larvas de meliponneos. O adulto quando entra na colnia de abelhas, pe seus ovos preferencialmente no plen armazenado pelas abelhas ou em favos de crias destrudos pelo manejo inadequado. As larvas dos fordeos alimentam-se de plen, larvas e pupas de abelhas, causando srios danos colnia. Caso o meliponicultor no cuide das colnias afetadas, eliminando o parasita, ela morrer aps alguns dias de infestao. Cada fordeo pe at 70 ovos, que em 3 dias desenvolvem-se em indivduos adultos. Uma colnia infestada por fordeos fonte de infestao no meliponrio. Desta forma, esta colnia deve ser tratada ou eliminada o mais rpido possvel.

MTODOS Trs fases compreendem o ataque de fordeos a uma colnia de meliponneo. Mediante esta diviso em 3 fases, devem ser empregados os mtodos de manejo para controle.

A. Fase inicial

A.1. Diagnstico: Alguns fordeos caminham pelas paredes internas da colmeia (5-10), podendo haver larvas na lixeira mas no nos potes de alimento.

A.2. Tratamento. A.2.1. Levar a colmeia para dentro de um cmodo fechado e assoprar vrias vezes por entre os potes de alimento e pelo invlucro do ninho, at sarem todos os fordeos. A.2.2. Cobrir a lixeira com uma camada de sal comum de 0,3 cm de altura e levar a colmeia para seu local de origem. A.2.3. Matar os fordeos que ficaram presos no cmodo; a maioria pousa no teto e so fceis de serem mortos. A.2.4. Repetir a operao A.2.1. duas vezes ao dia durante 3 a 4 dias.

B. Fase intermediria

B.1. Diagnstico: muitos fordeos (+ de 20) caminham nas paredes internas da colmeia; larvas no piso, parede e lixeira da colmeia; podendo haver casulos de fordeos; no h larvas nos potes de alimento.

B.2.Tratamento. B.2.1. Levar a colmeia para dentro de um cmodo fechado e assoprar vrias vezes por entre os potes de alimento e pelo invlucro do ninho, at sarem todos os fordeos. B.2.2. Realizar limpeza no piso da colmeia e esmagar todos os casulos e larvas. B.2.3. Cobrir o piso da colmeia com camada de sal de 0,3 cm de altura. B.2.4. Repetir a operao A.2.1. duas vezes ao dia durante 4 ou mais dias, at desaparecerem os fordeos. Enquanto estiver aparecendo fordeos adultos, possivelmente existem mais casulos na colmia ou os fordeos esto vindo de outro local.

C. Fase terminal

C.1. Diagnstico: muitos fordeos dentro da colmeia (+ de 50), principalmente na face interna da tampa; larvas e casulos espalhados; potes de alimentos infestados por larvas e alguns com aparncia mida na regio externa; a rainha cessa a postura.

C.2. Tratamento. C.2.1. Preparar uma nova colmeia para receber a colnia infestada que ser desmembrada e transferida. C.2.2. Levar as duas colmeias para um cmodo fechado. C.2.3. Transferir para a nova colmeia apenas os favos de crias claros (nascentes), rainha e abelhas. Alimentar com xarope, em potes artificiais apenas para o suprimento dirio da colnia que ser alimentada diariamente at o desaparecimento de todos os fordeos. C.2.4. A antiga colmeia dever ser desinfetada com fogo (flambar com lcool ou com maarico) e os fordeos restantes no cmodo fechado devero ser mortos.

D. Profilaxia

D.1. Quando a colnia estiver infestada por fordeos, nunca deix-la aberta nas imediaes do meliponrio para no contaminar o ambiente. D.2. Manter o meliponrio sempre limpo, livre de material em decomposio e restos de colnias mortas ou colmeias desabitadas com restos de colnias: cera, potes de alimento vazios, favos de crias, etc. D.3. As colnias iniciais devero estar sempre populosas (mais de 180 campeiras) e sem potes de plen. D.4. No danificar potes de plen e de crias durante as revises das colnias. D.5. A alimentao artificial deve ser progressiva (conforme o crescimento da colnia aumenta-se a quantidade de alimento fornecida) para evitar excesso de alimento dentro da colmeia. D.6. O prprio meliponicultor pode proporcionar condies favorveis aos fordeos quando no adota hbitos de higiene com relao aos resduos de colnias mortas ou manipuladas. Restos de cera e colmeias velhas abandonadas so abrigos para os fordeos.

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADAAidar, D.S. 1996. A Mandaaia. Biologia de abelhas, manejo e multiplicao artificial de colnias de Melpona quadrifasciata Lep. (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). Sries Monografias 4, Sociedade Brasileira de Gentica, 104p.

Aidar, D. S. 1999. Variabilidade gentica em populaes de Melpona quadrifasciata anthidioides Lepeletier e Tetragonisca angustula angustula Latreille (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). Faculdade de Filosofia Cincias e Letras de Ribeiro Preto-USP. Tese de Doutorado, 67p.

Aidar, D.S. 1999. Coleta de Ninhos de Jata (Tetragonisca angustula). Fundao Acanga, Paracatu, MG, 32p.

Nogueira-Neto, P. 1997. Vida e Criao de Abelhas Indgenas Sem Ferro. Editora Nogueirapis, So Paulo, SP, 445p.

Kerr, W.E. 1996. Biologia e manejo da tiba: A abelha do Maranho. EDUFMA, So Luis, MA, 156p

.

Diviso de Colnias

Para a diviso, retiram-se favos com cria velha (pupas e abelhas prestes a emergir), devendo-se usar, para isso, colnias fortes, com bastante cria. Se a colnia for de Melipona (mandaaia, manduri, uru, jandara, tujuba, tiba etc), no h necessidade de se preocupar com clula real. Porem se a colnia for de uma espcie de Trigonini (Jata, Ira, Mandaguari, Timirim, Mirim, Mirim preguia, Moa-branca etc.), necessrio que, nos favos, exista uma ou mais clulas reais, de preferncia prestes a emergir. (veja o item sobre determinao de casta e sexo)- http://www.ufv.br/dbg/bee/determcastaesexo.htm - http://rgm.fmrp.usp.br/beescience/criacao2.htm#2Alm dos favos, retiram-se, tambm, cerume e potes de alimento com mel e plen das colmias que esto sendo divididas, tendo-se o cuidado de no danific-los. Com esses elementos monta-se a nova colmia, tomando-se todos os cuidados indicados no prximo item (quando da explicao de como transferir colnias para caixas). A nova colmia deve receber abelhas jovens, reconhecidas pela sua cor clara e por no voarem.

Aps a montagem da nova colnia, esta deve ser colocada no local onde se encontrava a antiga que deve ser transferida para outro lugar. Este cuidado visa suprir a nova colnia com abelhas campeiras. A nova colnia deve estar bem protegida contra o ataque de formigas, pois nesta fase o enxame ainda est desorganizado.

Na formao de uma nova colnia podem ser utilizados elementos de mais de uma colnia da mesma espcie, tomando-se cuidado para no misturar abelhas adultas de mais de uma colmia, pois elas se atacaro mutuamente e, conseqentemente, muitas delas iro morrer.

A diviso de colnias deve ser realizada em poca na qual as abelhas estejam trabalhando intensamente, e deve ser realizada pela manh, em dia quente e s deve envolver colnias fortes nas quais existam bastante alimento e favos de cria.

A diviso de colnias s recomendada em colnias fortes e em pocas de florada expressiva. Lembre-se: "Mais vale uma colnia forte que duas medianas". A forma de diviso vai depender de qual grupo (Melipona ou Trigona) pertence espcie de abelha. Falaremos primeiro da diviso em Trigonas, j que estamos destacando a criao de Jatas.

a) Observar na rea dos discos de favos se existem realeiras, clulas maiores (normalmente nica) localizada na periferia do disco de favo. Estas realeiras, que aparecem temporariamente, so as nicas clulas que daro origem s rainhas. Se j existir uma rainha, podero ser descartadas ou a colnia entrar em diviso espontnea. A diviso artificial um mtodo forado;

b) Transferir o disco com realeira para uma nova caixa e mais 2 a 3 discos de outras colnias de colorao mais clara e de fundo escuro (favos de cria nascente). Arrumar estes discos, procurando estabelecer um pequeno espao entre eles o espao abelha basta colocar uma bolinha de cerume entre eles. Revestir todo o ninho com invlucro de cerume ou, caso no disponha, com lmina de cera alveolada das abelhas melferas;

c) Dividir entre as caixas os potes de alimento, lembrando-se de descartar os j perfurados e danificados, principalmente os de plen. Potes rompidos de plen servem de substrato ideal para a colocao de ovos de fordeos, mosquinhas brancas que na sua fase inicial so capazes de destruir um ninho em pouco tempo de ao;

d) Levar a colnia-me, que ficou com a rainha velha, para um local distante de 3 a 6 metros da colnia-filha e colocar a nova colnia em seu lugar. Desta forma, reforamos a nova caixa com a chegada das campeiras que estavam trabalhando no campo.

II / A - Diviso em Trigonas (Jata, Mirim, Cupira, Bor): diviso em trigonas passo a passo.

Diviso em Meliponas (Uruu, Mandaaia, Jandara)Este grupo segue os mesmos passos que das Trigonas. A diferena est apenas nas realeiras, que este grupo no constri. A diferenciao em rainha parece estar ligada a fatores genticos, enquanto que em Trigonas tambm esteja relacionado com a questo alimentar das realeiras. Sendo assim, para obter uma nova rainha basta transferir discos de cria nascente para a caixa-filha, organizando um ninho com uns 3 discos. Desta maneira, certamente ser possvel dividir artificialmente a colnia deste grupo de abelhas.

A diviso pode ser factvel ao fracasso. Antes de aventurar-se em fazer, o meliponicultor deve procurar ter boa prtica no manejo de suas colnias alm de conhecer sua biologia e organizao social.

Em meliponicultura, tal qual em apicultura, podemos multiplicar os enxames, atravs da diviso das colnias, com isto promovendo o seu desenvolvimento.

A melhor poca para a diviso durante as grandes floradas, principalmente na primavera.

No universo das abelhas indgenas (nativas), principalmente na tribo dos Trigonini, elas constroem, geralmente, clulas reais na periferia dos favos. Citamos como exemplo: Abelha Jata, Arapu, Ira, Mandaguar etc. Logicamente sem uma realeira ou uma rainha no h condies de fazermos a diviso. Muitas vezes essas rainhas quando nascem, ficam reclusas em potes modificados chamados de clulas de aprisionamento cercadas por operrias. Normalmente as realeiras de que falamos medem aproximadamente 5mm de comprimento e 4mm de dimetro (Clulas Reais).

J nas abelhas de porte maior, como a Uruu, Mandaaia, Jandara, da tribo dos Meliponini elas no constroem realeiras, as rainhas nascem de clulas iguais as das operrias e vivem livres pela colnia e so facilmente reconhecidas; o que determina este fenmeno so fatores genticos.

A primeira ateno que devemos ter para com a diviso de uma colnia a presena ou no de clulas reais rainhas virgens (princesas) ou at mesmo com rainhas fecundadas (fisogstricas).

Pois bem, escolhemos um dia quente e claro e com ausncia de ventos, que ideal para verificarmos o ninho. Iniciamos o processo retirando a cera (invlucro) que envolve o ninho (crias), em seguida, como dissemos anteriormente, observamos se h realeiras ou mais de uma rainha. Se houver realeiras as encontraremos nos favos centrais, teremos alguma dificuldade no incio, mas com dedicao e pacincia conseguiremos. Encontrando a realeira, devemos retir-la juntamente com o favo na qual ela se encontra. Em seguida, retiramos mais 4 (quatro) favinhos de cria (favos claros) colocando-os na caixa definitiva. No devemos mexer nos favos escuros. Devemos colocar na caixa alguns potes de mel e plen intactos. No devemos colocar potes abertos ou com vazamento.

Descartar batume ressecados, aproveitar somente o batume em bom estado, tomar cuidado para no ferir os favos escuros e principalmente os potes de plen para no receber o ataque de Fordeos (mosquitinho rpido) que pode dizimar totalmente as colnias, procurar no derramar mel que poder afogar as abelhas.

Para concluir: Retiramos o canudo de cera da colmia (me) colocando-o na entrada da nova caixa (filha), em seguida levamos a colmia (me) uma distncia mnima de 50 metros. Como vimos, a nova caixa que ficar no local da caixa (me), passar a se chamar caixa (filha), onde se formar nova famlia com as abelhas esvoaantes (campeiras) e em poucos dias nascer a nova rainha e assim teremos uma nova colmia.

Observao: temos que ter o cuidado de colocar a caixa nova (filha) na mesma altura, direo, posio e local onde se encontrava a colmia (me) para no desnortear as campeiras.

Prtica: Colmia (me) mudar de local e ficar com a rainha antiga, favos de crias novas, abelhas aderentes, plen e mel. Colmia (filha) ficar com a rainha nova, ou realeiras, favos de crias nascentes, campeiras, plen e mel.Quando da montagem dos favinhos na nova caixa (filha), colocamos entre um e outro, pequenas bolinhas de cera para que as abelhas possam transitar entre os mesmos.

Feito isso, fechamos a caixa (me) e vedamos todas as frestas com fita crepe, tapamos a entrada com tela de metal e transferimos a caixa distncia j mencionada, assim permanecendo por dois dias.

NOTA: Nas colnias da tribo meliponini, no devemos nos preocupar. A simples transferncia de alguns favos maduros (crias nascentes) garante a presena de rainhas virgens na colnia (filha), geralmente uma mdia de 15%.

Processo de Multiplicao com Rainha

Entre este processo e o primeiro, existe pouca diferena, se a colmia (famlia) que foi aberta, tiver mais de uma rainha, que bem possvel, capturamos uma delas prendendo-a numa caixa de fsforos vazia, ou em um "Bob" de cabelo.

Tome cuidado de no tocar a rainha com as mos, use um pedao de cera.

Em seguida transferimos quatro favinhos de cria, alguns potes de mel e plen (intactos) e parte do batume, tudo para a caixa nova (filha), soltamos a rainha na caixa e transferimos a colmia (me) 50 metros de distncia e mantemos com a caixa o mesmo procedimento do mtodo anterior. Feita a transferncia vede ambas as caixas com fita crepe.

Enxameagem

A enxameagem o processo pelo qual a colnia se reproduz e um processo complexo que envolve uma rainha virgem e parte das operrias de sua corte. Algumas destas operrias deixam a colnia original e procuram um local adequado para construo de novo ninho. Ao encontr-lo, sua localizao informada s demais abelhas do grupo, atravs do processo de comunicao, tpico para cada espcie, e parte dessas operrias migram para esse local levando cerume, retirado da colnia original, e iniciam a construo do novo ninho. Inicialmente, todo o material utilizado (cerume, resina e alimento) retirado do ninho materno. Quando o novo ninho est em condies de receber a nova colnia para ele migram a rainha e muitas operrias. O vnculo com a colmia materna se mantm ainda por algum tempo, durante o qual as operrias da nova colnia continuam freqentando o ninho original e da transportando para o novo ninho, alimento e cerume. Aps a migrao, a rainha da nova colnia realiza o vo nupcial, durante o qual fecundada e algum tempo depois inicia postura. (Nogueira-Neto, 1950; apud, Nogueira-Neto, 1970). http://www.ufv.br/dbg/bee/enxameagem.htmMODELO DE FICHA PARA REVISO

FICHA PARA REVISO n:

MELIPONRIO:

DATA DA REVISO:

RESPONSAVEL:

DADOS OBSERVADOS NA REVISO:

COLMEIA NMERO:

Dimetro dos favos

Nmero de favos

Presena de rainha fecundada

Presena de rainha virgem

Presena de clulas reais

Presena de clulas de aprisionamento

Nmero de clulas em construo

Nmero de potes de mel

Nmero de potes de plen

Nmero de potes vazios

Existncia de depsitos de prpolis

Existncia de depsito de cera

Existncia de parasitas

Desgaste alar da rainha

Ataque de Fordeos

Outros

Diviso de colniasMario de Luna, explica que Junto ao processo de captura, o criador pode aumentar o nmero de caixas do seu meliponrio atravs da diviso de colnias. A diviso de colnias s recomendada em colnias fortes e em pocas de florada expressiva.

A forma de diviso vai depender de qual grupo (Melipona ou Trigona) pertence a espcie de abelha.

.1)Diviso em Trigonas (Jata, Mirim, Cupira, Bor):a) Observar na rea dos favos se existem realeiras, que so favos maiores, localizados na extremidade dos discos e que daro origem a uma nova rainha;

b) Transferir o disco onde est a realeira e mais 2 a 3 favos de colorao mais clara e fundo escuro (cria nascente) para a colnia-filha (caixa vazia);

c) Dividir os potes de alimento entre as duas caixas de modo que nenhuma seja favorecida ou prejudicada;

d) Levar a colnia-me, que ficou com a rainha, para um local distante de 3 a 6 metros da colnia-filha. Desta forma, estaremos reforando a nova caixa com a chegada das campeiras que estavam trabalhando durante a diviso.

.2) Diviso em Meliponas (Uruu, Mandaaia, Jandara,):Este grupo de abelhas no fazem realeiras, sendo que as rainhas nascem de favos iguais aos das operrias. Portanto, o criador dever simplesmente dividir a quantidade de favos entre as colnias, procurando colocar os mais velhos (mais brancos e com fundo escuro) na colnia-filha. No restante, a diviso segue os mesmos passos das Trigonas.

Reviso das caixas:

De tempo em tempo, o criador precisa fazer uma inspeo para ver como esto vivendo as abelhas. Esta inspeo ou reviso sempre deve ser feita em dias ensolarados e sem ventanias, nos horrios mais frescos (de manh de preferncia). A durao desta tarefa no deve ser longa, j que a simples abertura das caixas causa um grande desconforto nas abelhas.

Durante a reviso devemos fazer algumas observaes dentro e fora das caixas, tais como:

a) quantidade de favos de cria - caso a colnia apresente uma deficincia no nmero de discos, podemos reforar este ninho com 1 a 2 favos de cria nascente (pronto para eclodir) de outras caixas.

b) excesso de invlucro - se este excesso estiver tomando muito o espao do ninho, devemos retirar parte desta camada de cerume para que o nmero de favos de cria possam ter condies de aumentar.

c) quantidade de potes de alimento - em caso de pouca alimento na melgueira, o criador deve entrar com alimentao artificial, principalmente nas pocas de pouca florada. Em caso de disponibilidade de alimentos em outras colnias vizinhas, o criador pode transferir alguns potes, tomando sempre o cuidado de no levar junto abelhas dessas colnias.

d) abelhas mortas no cho - este pode ser um caso de doena ou presena de inimigos naturais. A colocao de isoladores permite segurana contra ataques de formigas. Devemos observar se existe algum tipo de parasita na colnia (caros, fordeos, nematides) ou algum erro de localizao da caixa (excesso de sol) ou de manejo. No podemos esquecer que os pesticidas usados na agricultura so causadores de mortalidade nos insetos em geral.

Todas estas revises devem ser anotadas pelo criador para que ele possa ter um bom controle sobre suas caixas. Isto vai ajuda-lo a identificar e resolver de forma mais rpida os problemas que venham por em risco a "sade" do meliponrio.

MELIPONICULTURA

A criao racional de abelhas sem ferro pode, em muito, contribuir para a salvao das espcies, pois uma atividade potencial de desenvolvimento sustentvel j que adota formas de consumo, produo e reproduo que respeitam e salvaguardam os direitos humanos e a capacidade regeneradora da terra. Algumas idias de W.E. Magnusson (1993), para o manejo da vida silvestre na Amaznia, aplicam-se s abelhas nativas.

Esse autor diz que o maior impedimento ao desenvolvimento do manejo da vida silvestre a falta de pessoal qualificado. Portanto, para solucionar esse problema, desde 1981, estimulamos a idia, no meio cientfico e de extenso universitria, de que antes de pr nas mos de um interessado uma colmia de meliponnio (abelha sem ferro) necessrio que essa pessoa receba um treinamento a fim de ficar qualificado em:

a) transferir uma colnia de um tronco (usualmente morto h vrios meses ou proveniente de um desmatamento) onde houvesse uma colnia de abelha, para uma colmia de volume e tipo adequados;

b) ensinar a manter, alimentar, combater o fordeo Pseudohypocera kerstezi, e evitar o saque por outras abelhas;

c) ensinar a dividir, especialmente usando o mtodo de perturbao mnima;

d) coloc-lo em contato com outros meliponicultores a fim de aprender a promover a troca de rainhas.

MULTIPLICAO DE COLNIAS

WARWICK ESTEVAM KERR, GISLENE ALMEIDA CARVALHO, ALEXANDRE COLETTO DA SILVA e MARIA DA GLRIA PAIVA DE ASSIS, em Aspectos pouco mencionados da biodiversidade amaznica, dizem que atualmente, existem tcnicas eficientes de multiplicao racional de colnias de meliponnios com o mnimo de perturbao (Kerr et al, 1996; Oliveira e Kerr, 2000), agrupadas basicamente em 6 mtodos de diviso, que so:

a) Mtodo de 2 ou 3 favos de cria consiste em tomar 2 ou 3 favos de cria nascente da colnia-me e coloc-los numa colmia que ser a colnia filha e tambm alguns potes de mel fechados. A colnia filha fica no lugar me para receber suas abelhas adultas (campeiras). A rainha fecundada permanece na colnia me.

b) Mtodo 1 para 1 este mtodo se baseia em dividir a colnia me ao meio, ou seja, dividir os favos entre a colnia me e filha. Assim, metade dos favos, tanto velhos como novos, vo para a colnia filha e a outra metade permanecem na colnia me. A colnia filha troca de lugar com outra colnia qualquer para receber abelhas campeiras. A rainha fecundada permanece na colnia me.

c) Mtodo de introduo de rainha fecundada neste mtodo duas colnias doam material para fazer uma colnia filha. Uma delas cede 2 ou 3 favos de cria e alguns potes de m