acp – a psicoterapia considerada como um processo
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ACP – A PSICOTERAPIA CONSIDERADA COMO UM
PROCESSOClínica Psicológica de Bases Fenomenológicas – Unicerp
Frederico M R Pinheiro
PROCESSO DE MUDANÇA A maioria dos psicólogos se interessa por aspectos
constantes da personalidade – inteligência; temperamento; estruturas da personalidade. Rogers se interessou pelos processos de mudança de personalidade, ou seja, o processo de mudança terapêutico.
As pesquisas sobre mudanças terapêuticas são estanques, muito focadas nos resultados,e não no processo em si.
Roger, poderia ter seguido várias teorias, mas decidiu abordar o seu material clínico com umas perspectivas naturalista, tentando ao máximo possível se despir de preconceitos.
Assim, revendo seu material clínico, chegou a formular algumas hipóteses.
CONTÍNUO EMERGENTE Rogers passou entender que os indivíduos não passa
de um ponto fixo para outro fixo, de uma homeostase a outra. Mas de um contínuo que vai da rigidez para a mobilidade e o fluxo, um movimento da estase para um processo.
A pessoa deixa de ser um refém das circunstâncias e de seu passado para uma postura mais fluída e aberta, em que pode gerenciar seus medos e ser honesta e congruente consigo e com outros
Ele descreveu sete estágios, mas afirma que se trata no final de um contínuo, que poderia ter feito outras divisões, já que não são pontos fixos.
Experiência>Reorganização>Mudança
PRIMEIRO ESTÁGIO O indivíduo encontra-se em um estado de rigidez e
distanciamento da experiência pessoal. Recusa comunicação pessoa. Comunicação apenas
sobre assuntos externos. Os sentimentos e os significados pessoais não são
aprendidos como tais. Os constructos pessoais (Kelly) são rígidos. As relações íntimas são encaradas como perigosas. Não existe desejo de mudança. “Eu estou bem, o
problema é com os outros”. Nesse estágio o indivíduo evita terapia.
SEGUNDO ESTÁGIO Quando o indivíduo pode vivenciar a si mesmo como
totalmente aceito, segue-se o segundo estágio. Porém ainda não assume compromisso com a mudança. O indivíduo pode se beneficiar de um clima de aceitação, sem ser obrigado a tomar qualquer iniciativa.
O cliente começa a falar, porém foca em eventos externos.
Os problemas são captados como exteriores ao eu e não existe sentimento de responsabilidade pessoal a respeito dos problemas.
Tem dificuldade de falar de seus sentimentos. Os constructos pessoas são rígidos e concebidos como
fatos, não constructos.
TERCEIRO ESTÁGIO A maioria das pessoas quando decide procurar terapia
está nesse estágio. Fala de si mesmo e das relações, mas de maneira
distanciada, como um objeto. Foca mais no passado e no futuro para falar
sentimentos e significados pessoas, nunca no presente.
Os constructos pessoais são rígidos, mas começam a ser reconhecidos como constructos.
Há o reconhecimento da contradição na experiência.
QUARTO ESTÁGIO Durante o processo terapêutico é comum que a
pessoa se encontre nesse estágio Os sentimentos são expressos mais no presente,
porém ainda existe pouca aceitação. Reconhece os constructos como construções e
começam a por em questão sua validade. O cliente assume mais responsabilidade por si mesmo
e suas ações, mas com alguma hesitação. Preocupação em relação as contradições e tentativa
de explorá-las.
QUINTO ESTÁGIO Os sentimentos estão prestes a serem plenamente
experimentados. Eles começam vir a tona e apesar de um certo receio de vivê-los, há o desejo de vivê-los, de “ser o verdadeiro eu”.
Os modos pelas quais se constroem a experiência são muito mais maleáveis, há a descoberta de novos constructos pessoas e a discussão desses.
O indivíduo aceita cada vez mais enfrentar sua próprias contradições e incongruências.
O individuo assume com mais facilidade a responsabilidade pelos problemas e tenta descobri como contribui para eles.
SEXTO ESTÁGIO A pessoa é capaz de viver seus sentimentos e
demonstra um forte crescimento em direção a congruência.
A comunicação interior é pouco bloqueada. Começa a desenvolver um sentimento positivo
incondicional para outros. Os constructos são mais baseados na experiência
direto, em vez de construções do passado ou antecipações do futuro. São fluídos e com referência no presente.
Já não há problemas “interiores” ou “exteriores”. Ele vive seu problema, conhecendo-o, o aceitando-o e enfrentando.
Normalmente esse estágio marca o fim da terapia formal
SÉTIMO ESTÁGIO Os clientes não necessitam de aceitação terapêutica
para se desenvolverem. O cliente é completamente funcional, com profunda
aceitação pessoal e uma confiança na própria evolução.
O Eu se torna uma consciência subjetiva e reflexiva e menos um objeto.
Grande facilidade de reformulação dos constructos pessoais pela experiência.
Grande empatia e consideração positiva por outros.