acórdão tjsp prefeitura de tatuí x gonzaga (caso sanson)

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  • 8/17/2019 Acórdão TJSP Prefeitura de Tatuí x Gonzaga (Caso Sanson)

    1/7

    TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO

    São Paulo

    Registro: 2016.0000314476

    ACÓRDÃO

    Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº

    1000769-74.2014.8.26.0624, da Comarca de Tatuí, em que é apelante

    PREFEITURA MUNICIPAL DE TATUÍ, é apelado LUIZ GONZAGA VIEIRA DE

    CAMARGO.

    ACORDAM, em 8ª Câmara de Direito Público do Tribunal

    de J ustiça de São Paulo, proferir a seguinte dec isão: "Negaram

    provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do

    Relator, que integra este acórdão.

    O julgamento teve a participação dos Exmos.

    Desembargadores CRISTINA COTROFE (Presidente), ANTONIO CELSO

    FARIA E RONALDO ANDRADE.

    São Paulo, 11 de maio de 2016

    Cristina Cotrofe

    RELATORA

    Assinatura Eletrônica

       P  a  r  a  c  o  n   f  e  r   i  r  o  o  r   i  g   i  n  a   l ,

      a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   0   7   6   9  -   7   4 .   2

       0   1   4 .   8 .   2

       6 .   0

       6   2   4  e  c   ó   d   i  g  o   2   9   C   5   9   D   7 .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i   l   i   b  e  r  a   d  o  n  o  s  a  u   t  o  s  e  m    1

       1   /   0   5   /   2   0   1   6   à  s   1   3  :   1   0 ,  p  o  r   E  g   i   d   i  o   A  n   t  o  n   i  o   M  o   l   i  n  a   A  g  u   i   l  e  r  a

     ,   é  c   ó  p   i  a   d  o  o  r   i  g   i  n  a   l  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m

      e  n   t  e  p  o  r   M   A   R   I   A   C   R   I   S   T   I   N   A   C   O   T   R   O   F   E .

    fls. 477

  • 8/17/2019 Acórdão TJSP Prefeitura de Tatuí x Gonzaga (Caso Sanson)

    2/7

    TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO

    São Paulo

    Apelação nº 1000769-74.2014.8.26.0624 - Tatuí - VOTO Nº 22015 - 2/7

    Ap e lação Cíve l nº 1000769- 74.2014 .8.26 .0624 

    Ap ela nte : Munic íp io de Ta tuí 

    Ap elad os: Luiz Go nzag a Vie i ra d e Ca m argo Com arca d e Tatuí 

    Vo to nº 22015 

    APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO CIVIL PÚBLICAIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PrefeitoTermo de Novação e Quitação de Dívida celebrado nofinal do mandato Violação ao artigo 42 da LeiComplementar nº 1001/2000 (“Lei de Responsabilidade

    Fiscal”) Inocorrência Parecer do Tribunal deContas do Estado de São Paulo atestando a existênciade disponibilidade de caixa Assunção da obrigaçãoprincipal em data anterior ao período de proibiçãoObrigação assumida que é simples decorrência do queanteriormente contratado pela MunicipalidadeAusência de demonstração de lesão ao erário, dolo oumá-fé, enriquecimento ilícito ou de qualquer vantagemobtida pelo ex-prefeito Sentença mantida Recursodesprovido.

     Trata-se de apelação interposta pelo Mun icíp io d e

    Tatuí contra a respeitável sentença de fls. 411/415, que, nos autos da

    ação civil pública ajuizada em face de Luiz Go nza g a Vie ira d e

    Cama r go , julgou improcedente o pedido formulado na inicial.

    O apelante sustenta, em síntese, que o Termo de

    Novação e Quitação de Dívida firmado pelo apelado, no término do

    seu mandato como Prefeito de Tatuí, caracterizou ato ilegal e

    contrário aos princípios da Administração Pública, em violação ao

    artigo 42 da Lei Complementar nº 1001/2000 (“Lei de

    Responsabilidade Fiscal”). Afirma que o termo de renegociação de

    dívida não se revestiu das formalidades devidas, causando, ao final,

    prejuízo ao erário no valor de R$ 859.166,22 (oitocentos e cinquenta e

    nove mil, cento e sessenta e seis reais e vinte e dois centavos), a ser

       P  a  r  a  c  o  n   f  e  r   i  r  o  o  r   i  g   i  n  a   l ,

      a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   0   7   6   9  -   7   4 .   2

       0   1   4 .   8 .   2

       6 .   0

       6   2   4  e  c   ó   d   i  g  o   2   9   C   5   9   D   7 .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i   l   i   b  e  r  a   d  o  n  o  s  a  u   t  o  s  e  m    1

       1   /   0   5   /   2   0   1   6   à  s   1   3  :   1   0 ,  p  o  r   E  g   i   d   i  o   A  n   t  o  n   i  o   M  o   l   i  n  a   A  g  u   i   l  e  r  a

     ,   é  c   ó  p   i  a   d  o  o  r   i  g   i  n  a   l  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m

      e  n   t  e  p  o  r   M   A   R   I   A   C   R   I   S   T   I   N   A   C   O   T   R   O   F   E .

    fls. 478

  • 8/17/2019 Acórdão TJSP Prefeitura de Tatuí x Gonzaga (Caso Sanson)

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    TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO

    São Paulo

    Apelação nº 1000769-74.2014.8.26.0624 - Tatuí - VOTO Nº 22015 - 3/7

    integralmente ressarcido, com correção monetária e juros de mora

    de 1% ao mês (fls. 418/449).

    Regularmente processado o recurso, foram

    apresentadas contrarrazões (fls. 458/466).

    A Douta Procuradoria Geral de J ustiça manifestou-se

    pelo provimento do recurso (fls. 470/472).

    É o relatório.

    O recurso não comporta provimento.

    Extrai-se dos autos que o Município de Tatuí, ora

    apelante, ajuizou ação civil pública contra o ex-prefeito Sr. Luiz

    Gonzaga Vieira de Camargo, ora apelado, por suposto ato de

    improbidade administrativa decorrente da celebração de “Termo de

    Novação e Quitação de Dívida” com a empresa Sa nso n Pa vime nto s

    e Ob ra s Ltda ., em 26/12/2012, no valor de R$ 859.166,22 (fls. 36/38),relativo à construção parcial da primeira etapa do anel viário

    interligando a Rodovia SP 129 à estrada de Americana, objeto do

    Contrato Administrativo nº 128/2010, firmado em 19/11/2010 (fls.

    100/114).

    Conforme relata a inicial, em sindicância

    administrativa instaurada pelo Município, conc luiu-se pela ocorrência

    de ato ilegal e contrário aos princípios da Administração Pública, na

    medida em que o termo de renegociação de dívida foi firmado no

    final do exercício e não se revestiu das formalidades devidas. Desta

    feita, o apelado teria violado a norma do artigo 42 da Lei

    Complementar nº 1001/2000 (“Lei de Responsabilidade Fiscal”),

    incidindo na prática de ato de improbidade administrativa.

    Em que pesem os relevantes argumentos do

    recorrente, razão não lhe assiste.

       P  a  r  a  c  o  n   f  e  r   i  r  o  o  r   i  g   i  n  a   l ,

      a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   0   7   6   9  -   7   4 .   2

       0   1   4 .   8 .   2

       6 .   0

       6   2   4  e  c   ó   d   i  g  o   2   9   C   5   9   D   7 .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i   l   i   b  e  r  a   d  o  n  o  s  a  u   t  o  s  e  m    1

       1   /   0   5   /   2   0   1   6   à  s   1   3  :   1   0 ,  p  o  r   E  g   i   d   i  o   A  n   t  o  n   i  o   M  o   l   i  n  a   A  g  u   i   l  e  r  a

     ,   é  c   ó  p   i  a   d  o  o  r   i  g   i  n  a   l  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m

      e  n   t  e  p  o  r   M   A   R   I   A   C   R   I   S   T   I   N   A   C   O   T   R   O   F   E .

    fls. 479

  • 8/17/2019 Acórdão TJSP Prefeitura de Tatuí x Gonzaga (Caso Sanson)

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    TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO

    São Paulo

    Apelação nº 1000769-74.2014.8.26.0624 - Tatuí - VOTO Nº 22015 - 4/7

    Dispõe o artigo 42 da Lei Complementar nº 1001/2000:

    “Art. 42. É ve d a d o a o titula r de Po d er ou órgão refe rid o no

    a rt. 20, nos últ im o s d ois q ua d rim estre s d o se u m a nd a to,

    c o ntra ir o b rig ação d e d e sp e sa q ue não p o ssa se r

    cumpr i da in teg ra lmen te den t ro de le , ou que tenha

    p a rc elas a serem p a g a s no exercíc io seg uinte sem q ue

    ha ja suf ic ien te d isp on ib ilid a d e d e c a ixa p a ra e ste efe ito .

    Pa rág ra fo únic o. Na d et erm ina ção d a d isp o nib ilid a d e d e

    c a ixa se rão c o nsid e ra d o s o s e nc a rg o s e d e sp esa s

    c om p rom issa d a s a p a g a r a téo final d o e xerc íc io”.

    A proibição de contrair despesas nos dois últimos

    quadrimestres do mandato, sem que haja verba disponível para

    quitá-las, visa a impedir que o Administrador assuma obrigações

    desnecessárias, com a intenção de dificultar a administração da

    próxima gestão ou obter qualquer vantagem pessoal no término do

    seu mandato.

    No presente caso, porém, como reconhecido pelo

    apelante, trata-se de dívida oriunda de contratação realizada em

    19/11/2010, com aditivo firmado em 17/02/2012, de modo que a

    assunção da obrigação principal ocorreu em data anterior ao

    aludido período de proibição. Dessa forma, a obrigação assumida é

    simples decorrência do que anteriormente assumido pela

    Municipalidade e, assim, não poderia caracterizar ofensa ao disposto

    no artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Ademais, não restou demonstrada a falta de

    disponibilidade financeira para cumprir o compromisso, valendo

    transcrever, neste ponto, trecho do parecer do Tribunal de Contas

    do Estado (TCE) exarado nos autos do TC nº 001829/026/12, queanalisou as contas do exercício de 2012 da Prefeitura Municipal de

       P  a  r  a  c  o  n   f  e  r   i  r  o  o  r   i  g   i  n  a   l ,

      a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   0   7   6   9  -   7   4 .   2

       0   1   4 .   8 .   2

       6 .   0

       6   2   4  e  c   ó   d   i  g  o   2   9   C   5   9   D   7 .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i   l   i   b  e  r  a   d  o  n  o  s  a  u   t  o  s  e  m    1

       1   /   0   5   /   2   0   1   6   à  s   1   3  :   1   0 ,  p  o  r   E  g   i   d   i  o   A  n   t  o  n   i  o   M  o   l   i  n  a   A  g  u   i   l  e  r  a

     ,   é  c   ó  p   i  a   d  o  o  r   i  g   i  n  a   l  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m

      e  n   t  e  p  o  r   M   A   R   I   A   C   R   I   S   T   I   N   A   C   O   T   R   O   F   E .

    fls. 480

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    TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO

    São Paulo

    Apelação nº 1000769-74.2014.8.26.0624 - Tatuí - VOTO Nº 22015 - 5/7

     Tatuí:

    “A d esp ei to d a fa l ta d e liq uid ez esta b elec id a , o fa to éq ue,

    c onsoa nte m etod o log ia em p reg a d a p or esta E. Co rte , não

    ho uve d esc um p rim ento d o a rt . 42 d a LRF, uma vez que

    havia disponib i l idade f inancei ra ao p aga men t o da s

    d e sp e sa s c ontraíd a s no s d o is último s q ua d rim e stres d o

    e xerc íc io e xam ina d o ” 1  (g.n.).

    Com efeito, não obstante a existência de déficit

    financeiro da ordem R$ 10.897.310,88, o Município já vinha de déficits

    de execução orçamentária do exercício anterior, conforme

    analisado pelo TCE a fls. 395, não se podendo imputar tal fato à

    renegociação praticada.

    Por fim, quanto à alegada falta de autorização da

    Câmara Municipal para o acordo celebrado, bem apreciou o J uízo

    a q u o    que “a m a nifestação d o leg isla t ivo func io na ria c om o um a

    e spéc ie d e f isc a lização d o a to q ue se p re ten d ia p ra t ic a r e o se u

    ob je t ivo era o c um p rim ento d a le i de resp onsa b ilid a d e f isc a l” (fls.

    415); nessa esteira, afastada a violação ao artigo 42 da Lei

    Complementar nº 1001/2000, não há que falar em prática de

    improbidade administrativa.

    Saliente-se que, consoante entendimento do ColendoSuperior Tribunal de J ustiça, para o agente público ser

    responsabilizado com base na Lei de Improbidade Administrativa,

    exige-se a demonstração de sua má-fé, vez que nem sempre a

    ilegalidade de um determinado ato é suficiente para caracterizar a

    improbidade.

    Nesse sentido:

    1 Fls. 390.

       P  a  r  a  c  o  n   f  e  r   i  r  o  o  r   i  g   i  n  a   l ,

      a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   0   7   6   9  -   7   4 .   2

       0   1   4 .   8 .   2

       6 .   0

       6   2   4  e  c   ó   d   i  g  o   2   9   C   5   9   D   7 .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i   l   i   b  e  r  a   d  o  n  o  s  a  u   t  o  s  e  m    1

       1   /   0   5   /   2   0   1   6   à  s   1   3  :   1   0 ,  p  o  r   E  g   i   d   i  o   A  n   t  o  n   i  o   M  o   l   i  n  a   A  g  u   i   l  e  r  a

     ,   é  c   ó  p   i  a   d  o  o  r   i  g   i  n  a   l  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m

      e  n   t  e  p  o  r   M   A   R   I   A   C   R   I   S   T   I   N   A   C   O   T   R   O   F   E .

    fls. 481

  • 8/17/2019 Acórdão TJSP Prefeitura de Tatuí x Gonzaga (Caso Sanson)

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    TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO

    São Paulo

    Apelação nº 1000769-74.2014.8.26.0624 - Tatuí - VOTO Nº 22015 - 6/7

    “No c a so esp ec ífic o d o a rt. 11, éne c e ssária c a ute la na

    exeg ese d a s reg ra s ne le insertas, po rq ua nto sua am p litud e

    c o nst itui risc o p a ra o intérp re te ind uzind o-o a a c o im a r d e

    ím p ro b a s c o nd uta s m e ram ente irre g ula re s, susc e tíve is d e

    c o rreção a dm inistra t iva , po sto a usen te a má-fé d o

    admin is t rador públ ico e preservada a mora l idade

    administrat iva.

    É c e d iço q ue a má-féép rem issa d o a to ile g a l e ím p rob o .

    Co nsec tar ia m ente , a ileg a lid a d e só a d q u ire o sta tus d e

    im p rob id a d e q ua nd o a c ond uta a nt iju ríd ic a fere os

    p rinc íp io s c onstituc io na is d a Adm inistração Púb lic a

    c oa d juva d os p ela má-féd o a dm inist ra d or. A im p rob id a d e

    adminis t rat iva, mais que um ato i legal , deve traduzi r ,

    nec essa ria m en te, a fa l ta d e b oa -fé, a d esone st id a d e” 2 .

    De fato, Maria Sylvia Zanella Di Pietro adverte que “O

    enq uad ramento na le i d e im prob id ad e ex ige c ulp a o u do lo p or pa rte

    d o sujeito a t ivo. Mesmo q ua nd o a lg um a to ileg a l seja p ra t ic a d o, é 

    p rec iso ve rific a r se ho uve c ulp a ou d o lo , se ho uve um mínimo d e má-fé 

    que reve le rea lm ente a p resença d e um c om p ortam ento d esone sto. A

    quantidade de leis, decretos, medidas provisórias, regulamentos,

    p o rta ria s to rna p ra tic am ente im p ossíve l a a p lic ação do ve lho p rinc íp io

    d e que todo s c onhec em a le i. ( ...) No c aso d a le i d e im probid ad e, a

    p resença do elem ento sub jet ivo étanto ma is releva nte p elo fato d e ser

    ob jet ivo p rim ordia l d o leg isla d or co nstituinte o d e a sseg ura r a p rob id a d e,

    a m oralid a d e, a hon estid a d e d en tro d a Adm inistração Púb lic a . Sem um

    mínimo de má-fé, não de p od e c og ita r d a a p lic ação d e pena lid a d es

    tão seve ra s c omo a susp ensão d os d ireitos p o líticos e a p e rd a d a função

    2  STJ, REsp nº 480387/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, j. em 16/03/2004, DJ24/05/2004, p. 163.

       P  a  r  a  c  o  n   f  e  r   i  r  o  o  r   i  g   i  n  a   l ,

      a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   0   7   6   9  -   7   4 .   2

       0   1   4 .   8 .   2

       6 .   0

       6   2   4  e  c   ó   d   i  g  o   2   9   C   5   9   D   7 .

       E  s   t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i   l   i   b  e  r  a   d  o  n  o  s  a  u   t  o  s  e  m    1

       1   /   0   5   /   2   0   1   6   à  s   1   3  :   1   0 ,  p  o  r   E  g   i   d   i  o   A  n   t  o  n   i  o   M  o   l   i  n  a   A  g  u   i   l  e  r  a

     ,   é  c   ó  p   i  a   d  o  o  r   i  g   i  n  a   l  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m

      e  n   t  e  p  o  r   M   A   R   I   A   C   R   I   S   T   I   N   A   C   O   T   R   O   F   E .

    fls. 482

  • 8/17/2019 Acórdão TJSP Prefeitura de Tatuí x Gonzaga (Caso Sanson)

    7/7

    TRIBUNAL DE JUSTIÇAPODER JUDICIÁRIO

    São Paulo

    Apelação nº 1000769-74.2014.8.26.0624 - Tatuí - VOTO Nº 22015 - 7/7

    pública” 3 .

    No caso dos autos, a prova produzida na sindicância

    administrativa, sem o crivo do contraditório e da ampla defesa, não

    demonstra que a conduta do apelado tenha provocado

    consequências danosas ao Município, nem que tenha ele agido

    com má-fé ou que houve violação deliberada ao impedimento de

    contrair obrigação nos dois últimos quadrimestres do final do

    mandado, sem disponibilidade em caixa.

    Assim, ausente prova inequívoca de que o apeladotenha contraído nova obrigação, sem disponibilidade em caixa, no

    período proibitivo, ou de que tenha agido com intenção de burlar a

    lei, atentar contra os princípios norteadores da Administração Pública

    ou obter proveito pessoal em decorrência do fato em comento, de

    rigor a manutenção da respeitável sentença, que deu o adequado

    deslinde à causa, merecendo ser integralmente confirmada.

    Ante todo o exposto, pelo meu voto, nega-seprovimento ao recurso.

    CRISTINA COTROFE 

    Relatora 

    3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella,  Direito Administrativo, 23ª edição, São Paulo, Atlas, 2010, p.836/837.

    a  r  a  c  o  n   f  e  r   i  r  o  o  r   i  g   i  n  a   l ,

      a  c  e  s  s  e  o  s   i   t  e   h   t   t  p  s  :   /   /  e  s  a   j .   t   j  s  p .   j  u  s .   b  r   /  e  s  a   j ,   i  n   f  o  r  m  e  o  p  r  o  c  e  s  s  o   1   0   0   0   7   6   9  -   7   4 .   2

       0   1   4 .   8 .   2

       6 .   0

       6   2   4  e  c   ó   d   i  g  o   2   9   C   5   9   D   7 .

    t  e   d  o  c  u  m  e  n   t  o   f  o   i   l   i   b  e  r  a   d  o  n  o  s  a  u   t  o  s  e  m    1

       1   /   0   5   /   2   0   1   6   à  s   1   3  :   1   0 ,  p  o  r   E  g   i   d   i  o   A  n   t  o  n   i  o   M  o   l   i  n  a   A  g  u   i   l  e  r  a

     ,   é  c   ó  p   i  a   d  o  o  r   i  g   i  n  a   l  a  s  s   i  n  a   d  o   d   i  g   i   t  a   l  m

      e  n   t  e  p  o  r   M   A   R   I   A   C   R   I   S   T   I   N   A   C   O   T   R   O   F   E .

    fls. 483