acÓrdÃo nº 621/2010 - tcu - plenário

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO TC 001.205/2008-8

1

GRUPO II CLASSE V PlenrioTC 001.205/2008-8 Natureza(s): Relatrio de Auditoriargo: Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios - TJDFT Responsveis: Celso de Oliveira e Sousa Neto (515.838.011-20); Lecio Resende da Silva (076.656.281-68); Nivio Geraldo Gonalves (072.410.706-15); Paulo Bandeira Gonalves (373.153.821-00) Advogado: no h

SUMRIO: TJDF. PESSOAL. AUDITORIA. CESSO IRREGULAR DE SERVIDORES. PAGAMENTO DA PARCELA DE 10,87% SEM AMPARO LEGAL OU JUDICIAL. INCORPORAO DE REAJUSTES DE QUINTOS E DCIMOS SEM AMPARO LEGAL OU JUDICIAL. PAGAMENTO DE VPNI A MAGISTRADOS SEM ABSORO PELO SUBSDIO. PAGAMENTO DE GAJ E ATS A SERVIDORES REMUNERADOS PELO CARGO EM COMISSO. PAGAMENTO, A TTULO DE DIFERENA, ENTRE OS VALORES DAS FUNES DA LEI N 9.030/95 E DA LEI N 9.421/96. PAGAMENTO DA VANTAGEM DO ART. 184 DA LEI 1.711/1952 SEM A DEVIDA INCORPORAO NO SUBSDIO. REMUNERAES PAGAS EM VALORES SUPERIORES AO TETO CONSTITUCIONAL. REMUNERAO INTEGRAL DE SERVIDORES COM JORNADA INFERIOR A 40H SEMANAIS. INCLUSO DE VANTAGEM EM APOSENTADORIAS, SEM O PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA SUA OBTENO. ACUMULAO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA DE CARGOS INACUMULVEIS NA ATIVIDADE. ACUMULAO IRREGULAR DE CARGOS POR SERVIDORES EM ATIVIDADE. IRREGULAR CONCESSO DE PROGRESSO A SERVIDORES. CONTAGEM DE TEMPO SEM COMPROVAO DA RESPECTIVA CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA. CONCESSO DE PARIDADE SEM OBSERVNCIA DOS DEVIDOS REQUISITOS. AUDINCIAS. DETERMINAES.

RELATRIO

Trata-se de Auditoria realizada no Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios, abrangendo o perodo compreendido entre 21/01/2008 e 06/02/2009, com o objetivo verificar a conformidade do pagamento de magistrados e servidores, bem como de demais assuntos referentes rea de pessoal. A partir desse objetivo, para avaliar em que medida os recursos esto sendo aplicados de acordo com a legislao, foram elaboradas as seguintes questes de auditoria:

O pagamento aos servidores do TJDFT est sendo efetuado em conformidade com a Lei n 11.416/2006, e aos magistrados, em conformidade com as Leis 10.474/2002 e 11.143/2005?H no TJDFT magistrados e servidores, ativos e inativos, e pensionistas recebendo remuneraes acima do teto constitucional, em desconformidade com o inciso XI do art. 37 da Constituio Federal de 1988?H no TJDFT magistrados e servidores, ativos e inativos, acumulando cargos indevidamente em desconformidade com o inciso XVI do art. 37 da Constituio Federal de 1988?H no TJDFT servidores cumprindo jornada inferior a 40 horas semanais e recebendo a remunerao integral, em desconformidade com o art. 19 da Lei n 8.112/1990?O TJDFT est concedendo aposentadorias em conformidade com a legislao pertinente?O TJDFT est cumprindo as determinaes contidas na IN TCU 55/2007, com relao ao envio e a fidedignidade dos atos de admisso e concesses?

A equipe de auditoria, aps a realizao da fiscalizao, em vista da documentao colhida, elaborou Matriz de Achados (fls. 12/71), Matriz de Responsabilizao (fls. 72/83) e Relatrio de Fiscalizao (fls. 84/181), que apresentou achados de auditoria, concluses e propostas de encaminhamento, reproduzidos a seguir, em sua essncia.Realizadas as audincias, foi elaborada nova instruo, com a anlise detida das razes apresentadas pelos gestores, bem como nova e final proposta de mrito, elaborada pela unidade tcnica (fls. 171/227), tambm transcrita adiante, em sua essncia, in verbis: (...)1.2 - Viso geral do objeto

O Tribunal de Justia, com sede no Distrito Federal, exerce sua jurisdio no Distrito Federal e nos Territrios. A Lei 11.697, de 13.06.2008, organizou a Justia do Distrito Federal e dos Territrios e regulou o funcionamento dos seus servios auxiliares, dos seus servidores e da estrutura dos servios notariais e de registro. A sua composio, com base no cadastro de agosto de 2008, compreende:

CARGOSATIVOSINATIVOSINSTITUIDORES DE PENSOTOTALDesembargadores34342391Juiz de Direito149523204Juiz de Direito Substituto10422108Juiz Temporrio0336Servidores45047431885435TOTAIS47918342195844

(...)2 - ACHADOS DE AUDITORIA

2.1 - Servidores cedidos sem a observncia das regras contidas no art. 93 da Lei n 8.112/1990, regulamentada pelo Decreto 4.050/2001.

2.1.1 - Situao encontrada:

Todos os servidores abaixo relacionados foram cedidos a outros rgos, com fundamento nas regras contidas no art. 93 da Lei n 8.112/1990, regulamentada pelo Decreto 4.050/2001, mas sem a estrita observncia dos seus respectivos dispositivos, conforme informao prestada pelo prprio TJDFT:

ServidorMatr.rgo CessionrioRem-Ago-2008Alcione Leatrice da Silva C Paiva308362TRE-DF8.338,23Antnio Luiz de Bessa120TSE7.600,63Carlos Vaz de Sousa309459Senado Federal6.401,70Cludia de Carvalho M de Souza310836STM6.565,24Gilberto Atade de Oliveira311275TRE-DF12.374,43Izaney Lima de Oliveira311920TRE-DF5.011,82Leila de Sena Batista311749TRT - Braslia-DF11.022,59Lucilene Alves Pimenta Ladislau311478Proc. Reg. Trab. - Joo Pessoa-PB5.888,51Patrcia Campos de Souza310337TRF-4aR-Seo Jud-SC5.968,35Rachel Soares Leito310348Min. Pb. do DF e Territrios6.008,27Renata Schroeder D de Moraes309.888Tribunal de Justia - RJ4.898,65Ricardo Jos Soares Martins312490Defensoria Pblica da Unio11.625,01Sue Ane de Athayde Leite309652Min. Pb. do DF e Territrios6.048,19Tayse Mara Dias Duarte259Tribunal de Justia - GO7.435,76TOTAL105.187,38

Todos eles no ocupam funo nos respectivos rgos cessionrios. No caso das servidoras Renata Schroeder Domingues de Moraes e Tayse Mara Dias Duarte, ainda h mais um agravante: a cesso foi concedida sem nus para o cessionrio.(...)2.1.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

Inquirido o responsvel, por meio do Ofcio de Requisio 686-05/2008-TCU/Sefip/4.DT, de 04.12.2008 (fls. 02 a 05, anexo 2), acerca da comprovao dos valores reembolsados pelos cessionrios, nos casos das duas servidores cedidas para rgos estaduais, bem como de esclarecimentos acerca dos cargos em comisso ou funo de confiana que os demais servidores cedidos foram exercer nos respectivos rgos cessionrios, manifestou-se, inicialmente, pelo Of./SERH/N. 24.625/2008, de 09.12.2008 (fls. 131 a 161, Anexo 1), esclarecendo que foi autorizada a cesso das servidoras para rgos estaduais sem nus para os respectivos cessionrios. Por meio do Of./SERH/N. 24.626/2008, de 09.12.2008 (fls. 162 a 218, Anexo 1), encaminhou os documentos constantes nas fls. 209 a 213, Anexo 1, contendo os dados solicitados, principalmente o fundamento legal que ampara as referidas cesses.

2.1.8 - Concluso da equipe:

Com base nos esclarecimentos apresentados pelos responsveis, bem como cpia dos processos 2.065/2004 e 3.707/2004, em especial as fls. 28 e 59, Anexo 5, ficou evidenciado que o TJDFT autorizou a cesso dos servidores acima relacionados, sem cumprir todas as exigncias contidas no art. 93 da Lei n 8.112/1990, regulamentada pelo Decreto 4.050/2001, apesar de ter sido utilizado para fundamentar tais cesses. Nenhum servidor est ocupando funo/cargo comissionado. No caso das servidoras Renata Schroeder Domingues de Moraes e Tayse Mara Dias Duarte, ainda h mais um agravante: a cesso foi concedida sem nus para o cessionrio. Em todos os casos, h flagrante prejuzo s atividades desempenhadas pelo prprio TJDFT, bem como prejuzo financeiro pelo no-ressarcimento das servidoras cedidas para rgos pblicos estaduais. Vale salientar que 134 (cento e trinta e quatro) servidores encontram-se cedidos para outros rgos, dos quais 31 (trinta e um) esto lotados na Justia Eleitoral, dentre esses, 06 (seis) em outras unidades da federao. Percebemos, ainda, a cesso para vrios rgos localizados em outros estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, So Paulo, Par, Piau, Tocantins, Gois, Maranho, Paraba e Pernambuco. Apesar de estarem, a princpio, cumprindo as regras contidas no art. 93 da Lei 8.112/1990, de se estranhar que o TJDFT, sediado no Distrito Federal, tenha tantos servidores cedidos, exercendo funo/cargo comissionado em localidades to distantes. Dessa forma, cabe determinao ao TJDFT, para que providencie o imediato retorno dos servidores listados no item 2.1.1 acima, por terem sido cedidos sem a observncia dos requisitos estabelecidos no art. 93 da Lei n 8.112/1990, regulamentado pelo Decreto 4.050/2001, bem como instaurar Tomada de Contas Especial, para apurao dos fatos, identificao dos responsveis e quantificao do dano causado ao errio, conforme previso contida no art. 8 da Lei 8.443/1992.Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis.(...)2.2 - O TJDFT est pagando aos servidores a parcela de 10,87% sobre seus vencimentos e demais valores recebidos, como recomposio salarial, relativamente variao acumulada do IPCr entre janeiro e junho de 1995, concedida pela MP 1.053/1995 (atual Lei 10.192/2001), em desconformidade com as Leis 10.475/2002 e 11.416/2006, bem como Acrdo TCU 1.006/2005-P.

2.2.1 - Situao encontrada:

Constatamos que o TJDFT est pagando aos servidores a parcela de 10,87% sobre seus vencimentos e demais valores recebidos, como recomposio salarial, relativamente variao acumulada do IPCr entre janeiro e junho de 1995, concedida pela MP 1.053/1995 (atual Lei 10.192/2001), em desconformidade com as Leis 10.475/2002 e 11.416/2006, bem como Acrdo TCU 1.006/2005-P.(...)

2.2.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

Inquirido o responsvel, por meio do Ofcio de Requisio 686-02/2008-TCU/Sefip/4.DT, de 25.11.2008 (fls. 83 a 89, Anexo 1), que solicitou esclarecimentos (base legal) acerca do pagamento de todas as rubricas relacionadas com o pagamento da diferena de 10,87%, manifestou-se pelo Of./SERH/N. 24.228/2008, de 01.12.2008 (fls. 91 a 114, Anexo 1), esclarecendo que esses pagamentos esto sendo realizados com base na deciso no Mandado de Segurana 2000.00.2.002867-9, cuja deciso reproduzimos abaixo:

"MANDADO DE SEGURANA - CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - REAJUSTE DE 10,87% - IPCr - DATA-BASE DA CATEGORIA FUNCIONAL - MP 1.053/95 - LEI N 7.706/88 - PRESTAO DE TRATO SUCESSIVO - SEGURANA CONCEDIDA A PARTIR DA LESO - MAIORIA. Em se tratando de prestao de trato sucessivo, o prazo previsto no art. 18, da Lei n 1.533/51 renova-se periodicamente, ms a ms, no ocorrendo a decadncia do direito. O art. 37, item XV da Constituio Federal tem como finalidade preservar o poder aquisitivo da remunerao percebida pelos servidores pblicos, ao estabelecer a irredutibilidade do subsdio e dos vencimentos. A Lei n 7.706/88 estabeleceu que a partir de 1989, o ms de janeiro seria considerado data-base das revises dos vencimentos, salrios, soldos e proventos dos servidores civis e militares, considerando a variao do IPCr, na tentativa de se manter o valor real da remunerao percebida." (fl. 392, Relator Desembargador Lcio Resende, DJ de 02-3-2001) 2.2.8 - Concluso da equipe:

Os esclarecimentos apresentados pelos responsveis no justificam os referidos pagamentos.Inicialmente, faz-se necessrio esclarecer alguns pontos, para melhor compreenso da matria.O pedido dos impetrantes se resume no pagamento do ndice de 10,87% (dez vrgula oitenta e sete por cento), incidentes sobre os seus vencimentos e proventos, relativo ao IPCR apurado pelo IBGE, entre janeiro de 1995, ltima data-base do servidor pblico, e junho de 1995. A segurana foi concedida, a partir da leso, em 12.12.2000. Nessa ocasio, estava em vigor a Lei 9.421/1996, cuja implementao se deu em 01.01.2000. Em 28.06.2002, foi publicada a Lei 10.475/2002, que reestruturou a carreira dos servidores do Poder Judicirio da Unio, implementada em 01.01.2005. Depois disso, a Lei 11.416/2006, implementada em 01.12.2008, alterou os valores de vencimentos bsicos dos servidores novamente. Abaixo, descrevemos e comparamos os valores constantes na Lei 10.475/2002 com os da Lei 11.416/2006:

CargoClassePadroVlr.Vcto.BsicoVlr.Vcto.BsicoVariao

01.01.200501.12.2008%

Lei 10.475/2002Lei 11.416/2006

Analista JudicirioC154.959,696.957,4140,28%Tcnico JudicirioC152.969,524.240,4742,80%Auxiliar JudicirioC151.777,952.511,3741,25%

Dessa forma, percebe-se claramente que uma vez atendido o pedido dos impetrantes daquele MS, ou seja, pagamento do ndice de 10,87% sobre os seus respectivos vencimentos/proventos, desde a data da origem da leso, como foi assegurado em 12.12.2000, tal parcela j teria sido necessariamente absorvida pelas reestruturaes promovidas pelas Leis 10.475/2002 e 11.416/2006, pois os ndices de reajustamento nos vencimentos bsicos dos trs cargos acima descritos foi superior a 40% (quarenta por cento), bem acima dos 10,87% (dez vrgula oitenta e sete por cento) constante do pedido inicial. Portanto, no h mais que se falar em pagamento posterior com base nesse mesmo MS, uma vez que o seu cumprimento j ter-se-ia implementado. No se est aqui para questionar a deciso tomada no MS que ainda est sendo objeto de questionamento nos tribunais superiores (fls. 74 a 106, Anexo 5), mas da sua correta aplicao, pois a sua deciso no determinou que a parcela concedida (Diferena de 10,87%) fosse paga aos interessados mesmo aps os reajustes salariais subsequentes.O Tribunal Superior do Trabalho TST, no seu enunciado 322, cristalizou o seguinte entendimento:

Os reajustes salariais decorrentes dos chamados "gatilhos" e URPs, previstos legalmente como antecipao, so devidos to-somente at a data-base de cada categoria.

Saliente-se, ainda, que pacfica a jurisprudncia do STJ quanto impossibilidade de concesso, aos servidores pblicos, do IPCr de 10,87%, tendo em vista sua distino com os trabalhadores em geral, conforme ementas do RESP n. 364.753 DF (2001.0126408-5), da relatoria do ilustre Ministro Jorge Scartezzini, e do RESP n. 471.331 DF (2002/0124602-0), do eminente Ministro Jos Arnaldo da Fonseca, a seguir transcritas:

RESP n. 364.753 - DFProcesso Civil. Administrativo. Recurso Especial. Mandado de Segurana. Servidores Pblicos. Decadncia Rejeitada. Cobrana Retroativa. Inviabilidade. Smulas 269 e 271, do STF. Reajuste de 10,87%. Lei 10.192/2001, Art. 9. Inaplicabilidade aos servidores pblicos. Conceitos Distintos.

RESP n. 471.331 DFRecurso Especial. Administrativo. Servidor Pblico do Distrito Federal. Mandado de Segurana. IPC-R de 10,87% da Lei 10.192/2001. Impossibilidade de concesso da ordem com efeitos financeiros pretritos (jan/96). Smulas 269 e 271/STF. Reajuste que somente se aplica aos trabalhadores. Distino Constitucional e legal sobre servidores pblicos e trabalhadores em geral. Precedentes.

O RESP 364.753-DF refere-se ao Mandado de Segurana 2000.00.2.002867-9, j citado anteriormente, cujo agravo se encontra pendente de julgamento pelo STF, conforme fls. 100 e 101, Anexo 5. Portanto, ficou comprovado que o TJDFT est pagando aos servidores a parcela de 10,87% sobre seus vencimentos e demais valores recebidos, como recomposio salarial, relativamente variao acumulada do IPCr entre janeiro e junho de 1995, concedida pela MP 1.053/1995 (atual Lei 10.192/2001), em desconformidade com as Leis 10.475/2002 e 11.416/2006, bem como Acrdo TCU 1.006/2005-P.Dessa forma, cabe determinao ao TJDFT, para que suspenda o pagamento de todas as parcelas referentes DIFERENA DE 10,87% (dez vrgula oitenta e sete por cento), paga aos seus servidores, sob pena de ressarcimento das quantias pagas aps essa data pelo responsvel, por no haver base legal nem amparo judicial para isso. Com relao aos valores j pagos, embora tenham sido realizados em cumprimento de mandado de segurana, tais valores devero ser necessariamente ressarcidos, na forma do artigo 46 da Lei 8.112/1990, caso a deciso final seja no sentido de denegar a segurana, no podendo ser aplicado o art. 2 da Lei 9.784/1999, pois desconstituda a vontade judicial, a devoluo de valores conseqncia natural da reverso do julgado, operando seus efeitos ex tunc, tornando indevidos os pagamentos realizados sob a sua vigncia.Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis.(...)2.3 - O TJDFT est concedendo reajuste dos Quintos/Dcimos incorporados no mesmo patamar da funo/cargo correspondente, em desconformidade com o Pargrafo nico do art. 62-A da Lei 8.112, de 11.12.1990 (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 04.09.2001).

2.3.1 - Situao encontrada:

Constatamos que o TJDFT est concedendo reajuste dos Quintos/Dcimos incorporados aos seus servidores, bem como os seus respectivos pensionistas, constantes da relao das fls. 107 a 124, Anexo 5, bem como nos contracheques dos meses setembro a dezembro de 2008 da servidora aposentada Maria de Ftima Lucas, matr. 307.212 (fls. 125 a 128, Anexo 5), no mesmo patamar da funo/cargo correspondente, em desconformidade com o Pargrafo nico do art. 62-A da Lei 8.112, de 11.12.1990 (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 04.09.2001).(...)2.3.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

Inquirido o responsvel, por meio do Ofcio de Requisio 686-04/2008-TCU/Sefip/4.DT, de 03.12.2008 (fl. 01, Anexo 2), reiterado pelo Ofcio de Requisio 686-06/2008-TCU/Sefip/4.DT, de 12.12.2008 (fl. 06, Anexo 2), que solicitaram esclarecimentos (cpia da fundamentao legal e/ou deciso judicial) acerca do pagamento de todas as rubricas relacionadas com a DIFERENA DE QUINTOS-DCIMOS, encaminhou e-mail datado de 12.12.2008, anexando cpia do Mandado de Segurana 4325/1995, que julgou procedente, em 26.09.1996, o pedido de reajuste dos Quintos incorporados no mesmo patamar da funo correspondente (fls. 07 a 32, Anexo 2).

2.3.8 - Concluso da equipe:

Os esclarecimentos apresentados pelos responsveis no justificam nem servem de base legal para a realizao dos referidos pagamentos.Inicialmente, faz-se necessrio esclarecer o assunto, para melhor compreenso da matria.Em 18.01.1995, foi editada a MP 831, extinguindo a vantagem dos quintos. Tal medida foi exaustivamente reeditada at a MP 1.160, de 26.10.1995, que a restabeleceu, porm sob a forma de dcimos. Esta tambm foi sendo reeditada, com algumas alteraes, at sua converso na Lei 9.624, de 08.04.1998. Paralelamente, em 11.11.1997, surgiu a MP 1.595-14, que convertida na Lei 9.527/1997 extinguiu novamente a incorporao e a transformou em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada (VPNI). Somente em 1998, a MP 1.160/1995 foi convertida na Lei 9.624/1998, permitindo que a extinta vantagem fosse incorporada at a data de sua publicao (08.04.1998). Conforme interpretao proferida pelo TCU nas Decises plenrias 925/1999 e 480/2000, essa lei promoveu trs alteraes no mundo jurdico, revogando tacitamente o artigo 15 da Lei n 9.527/1997:

Art. 2 - transformou os quintos j incorporados em dcimos, e estes em VPNI;Art. 3 - autorizou a incorporao e atualizao de parcelas de quintos at 08.04.1998, adotando os critrios contidos na redao original do art. 3 da Lei 8.911/1994;Art. 5 - admitiu o cmputo do tempo residual porventura existente em 10.11.1997, para concesso do primeiro ou prximo dcimo na data especfica (qualquer uma aps 08.04.1998) em que for completado o interstcio de 12 meses, de acordo com a sistemtica definida na redao original do art. 3 da Lei 8.911/1994.

Devido falta de clareza dos dispositivos da Lei 9.624/1998 e tumultuada sucesso de medidas provisrias, muitas vezes com redaes diferentes, surgiram interpretaes diversas, tornando o assunto polmico e complexo. Para resolver a questo, foi editada a MP 2.225-45/2001, que acresceu Lei 8.112/1990 o artigo 62-A, transformando os quintos/dcimos em VPNI, com a seguinte redao:

Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI a incorporao da retribuio pelo exerccio de funo de direo, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comisso ou de Natureza Especial a que se referem os arts. 3 e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3 da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998.

Pargrafo nico. A VPNI de que trata o caput deste artigo somente estar sujeita s revises gerais de remunerao dos servidores pblicos federais. (NR)

Com o advento desta Medida Provisria, surgiram dois entendimentos divergentes. Por um lado, achava-se que seria devida a incorporao de parcelas da vantagem somente at 08.04.1998 (data de publicao da Lei 9.624), ressalvada a possibilidade de cmputo do tempo residual de exerccio de funes comissionadas no empregado at 10.11.1997. Por outro, entendia-se que a MP 2.225-45/2001 havia estendido o direito incorporao da vantagem at a data de sua publicao. Grande parte dos rgos do Poder Judicirio, incluindo o STJ, adotou este segundo entendimento (STJ MS-11302/2005-DF, STJ RMS-21960/2006-DF, STJ 2389/2001). O TCU tambm se posicionou no mesmo sentido por meio do Acrdo 2.248/2005Plenrio:

... devida a incorporao de parcelas de quintos, com fundamento no artigo 3 da MP 2.225-45/2001, observando-se os critrios contidos na redao original dos artigos 3 e 10 da Lei 8.911/94, no perodo compreendido entre 09/04/98 e 04/09/2001, data da edio da referida medida provisria, sendo a partir de ento todas as parcelas incorporadas, inclusive a prevista no artigo 3 da Lei 9.624/98, transformadas em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI.

Diante dessas consideraes, conclui-se que a deciso proferida no MS 4325/1995 do TJDFT, anteriormente citada, s poderia ser aplicada at a publicao da MP 2.225-45/2001, quando acrescentou Lei 8.112/1990 o artigo 62-A, transformando os quintos/dcimos em VPNI. A partir daquela data, no se vislumbraria mais o reajustamento daquelas parcelas. Alm disso, diante da nova norma legal, aquela deciso no MS 4325/1995 estaria prejudicada, pois no est se referindo ao pargrafo nico do art. 62-A da Lei 8.112/1990.Portanto, ficou comprovado que o TJDFT est concedendo reajuste dos Quintos/Dcimos incorporados aos seus servidores, bem como os seus respectivos pensionistas, constantes da relao das fls. 107 a 124, Anexo 5, no mesmo patamar da funo/cargo correspondente, em desconformidade com o Pargrafo nico do art. 62-A da Lei 8.112, de 11.12.1990 (Includo pela Medida Provisria n 2.225-45, de 04.09.2001).Dessa forma, cabe determinao ao TJDFT, para que suspenda o pagamento de todas as parcelas referentes DIFERENA DE QUINTOS-DCIMOS, paga aos seus servidores, bem como os seus respectivos pensionistas, por no haver base legal para isso, e providencie, na forma do artigo 46 e 47 da Lei 8.112/1990, com fundamento na Deciso 1.020/2000-P, o ressarcimento dos valores indevidamente pagos desde a publicao da MP 2.225-45/2001.Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis.(...)

2.4 - O TJDFT est pagando Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada VPNI (dcimos/quintos incorporados) aos seus magistrados, rubricas 10141 e 20411 DIFERENA INDIVIDUAL MAG. ATIVO/INAT. PROVISRIO, como parcela fixa, sem a devida compensao em razo dos aumentos especficos concedidos categoria ou individualmente, em virtude de promoo na carreira, em desconformidade com o 4 do art. 39 da Constituio Federal, bem como jurisprudncia do Tribunal de Contas da Unio TCU.

2.4.1 - Situao encontrada:

Constatamos que o TJDFT est pagando Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada VPNI (dcimos/quintos incorporados) aos magistrados relacionados na tabela constante nas fls. 129 e 130, Anexo 5, rubricas 10141 e 20411 DIFERENA INDIVIDUAL MAG. ATIVO/INAT. PROVISRIO, como parcela fixa, sem a devida compensao em razo dos aumentos especficos concedidos categoria ou individualmente, em virtude de promoo na carreira, em desconformidade com o 4 do art. 39 da CF, bem como jurisprudncia do Tribunal de Contas da Unio TCU. Para exemplificar e demonstrar essa prtica, citamos o caso do magistrado Joo Batista Gonalves da Silva, matr. 312.811, abaixo relacionado:

MsCargoVlr. SubsdioVlr. Dif. Individual

Jan/2008Juiz SubstitutoR$19.955,40R$2.601,67Ago/2008JuizR$21.005,67R$2.601,67

Percebe-se claramente que a diferena individual a que o magistrado tem direito no foi compensada pelo reajuste do valor do subsdio.(...)2.4.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

Inquirido o responsvel, por meio do Ofcio de Requisio 686-02/2008-TCU/Sefip/4.DT, de 25.11.2008 (fls. 83 a 89, Anexo 1), que solicitou esclarecimentos (base legal) acerca do pagamento das rubricas 10141 e 20411 DIFERENA INDIVIDUAL MAG. ATIVO/INAT. PROVISRIO, manifestou-se pelo Of./SERH/N. 24.228/2008, de 01.12.2008 (fls. 91 a 114, Anexo 1), esclarecendo que esses pagamentos se referem Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada VPNI (dcimos/quintos incorporados), que esto sendo realizados com base em decises judiciais, cujas cpias encontram-se nas fls. 222 a 281, Anexo 3, e fls. 01 a 285, Anexo 4.

2.4.8 - Concluso da equipe:

Os esclarecimentos apresentados pelos responsveis, apesar de justificarem os referidos pagamentos, no afastam a irregularidade, pois os valores pagos no esto sendo absorvidos, em razo dos aumentos especficos concedidos categoria ou individualmente, em virtude de promoo na carreira, em desconformidade com o 4 do art. 39 da CF, jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal STF, bem como do Tribunal de Contas da Unio TCU, cujo trecho do voto do Ministro-Relator Benjamin Zymler no Acrdo TCU 5.295/2008-2-C, transcrevemos abaixo:

O 4 do art. 39 da CF, introduzido pela EC n 19/1998, determina: 4 O membro de poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretrios Estaduais e Municipais sero remunerados exclusivamente por subsdio fixado em parcela nica, vedado o acrscimo de qualquer gratificao, adicional, abono, prmio, verba de representao ou outra espcie remuneratria, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (grifei)Como se v, a opo do legislador constitucional pelo subsdio implica vedao ao pagamento de qualquer outra parcela remuneratria, o que inclui as vantagens de natureza pessoal, como quintos e adicionais outrora concedidos ao inativo que se aposentava com o tempo de servio exigido para a aposentadoria com proventos integrais.Admite-se, contudo, em nome da garantia constitucional da irredutibilidade remuneratria (no caso dos membros do Ministrio Pblico, alnea c do inciso I do 5 do art. 128 da CF), que os excessos apurados entre os valores da antiga estrutura remuneratria e da nova estrutura (subsdios), sejam pagos sob a forma de vantagem pessoal, desvinculada das rubricas que a ela deram origem, passveis de atualizao pelos ndices gerais de reajuste dos servidores pblicos e a ser incorporada em razo dos aumentos especficos concedidos categoria.No h falar em direito adquirido a determinada rubrica, como dos quintos ou do adicional de 20% previsto no inciso II do art. 184 da Lei n. 1.711/1952.Nessa linha a jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal:EMENTA: I. Ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal: proventos (subsdios): teto remuneratrio: pretenso de imunidade incidncia do teto sobre o adicional por tempo de servio (ATS), no percentual mximo de 35% e sobre o acrscimo de 20% a que se refere o art. 184, III, da Lei 1711/52, combinado com o art. 250 da L. 8.112/90: mandado de segurana deferido, em parte. II. Controle incidente de constitucionalidade e o papel do Supremo Tribunal Federal. Ainda que no seja essencial deciso da causa ou que a declarao de ilegitimidade constitucional no aproveite parte suscitante, no pode o Tribunal - dado o seu papel de "guarda da Constituio" - se furtar a enfrentar o problema de constitucionalidade suscitado incidentemente (v.g. SE 5.206-AgR, 8.5.97, Pertence, RTJ 190/908; Inq 1915, 05.08.2004, Pertence, DJ 05.08.2004; RE 102.553, 21.8.86, Rezek, DJ 13.02.87). III. Mandado de segurana: possibilidade jurdica do pedido: viabilidade do controle da constitucionalidade formal ou material das emendas Constituio. IV. Magistrados. Subsdios, adicional por tempo de servio e o teto do subsdio ou dos proventos, aps a EC 41/2003: argio de inconstitucionalidade, por alegada irrazoabilidade da considerao do adicional por tempo de servio quer na apurao do teto (EC 41/03, art. 8), quer na das remuneraes a ele sujeitas (art. 37, XI, CF, cf EC 41/2003): rejeio. 1. Com relao a emendas constitucionais, o parmetro de aferio de sua constitucionalidade estreitssimo, adstrito s limitaes materiais, explcitas ou implcitas, que a Constituio imponha induvidosamente ao mais eminente dos poderes institudos, qual seja o rgo de sua prpria reforma. 2. Nem da interpretao mais generosa das chamadas "clusulas ptreas" poderia resultar que um juzo de eventuais inconvenincias se convertesse em declarao de inconstitucionalidade da emenda constitucional que submeta certa vantagem funcional ao teto constitucional de vencimentos. 3. No tocante magistratura - independentemente de cuidar-se de uma emenda constitucional - a extino da vantagem, decorrente da instituio do subsdio em "parcela nica", a nenhum magistrado pode ter acarretado prejuzo financeiro indevido. 4. Por fora do art. 65, VIII, da LOMAN (LC 35/79), desde sua edio, o adicional cogitado estava limitado a 35% calculados sobre o vencimento e a representao mensal (LOMAN, Art. 65, 1), sendo que, em razo do teto constitucional primitivo estabelecido para todos os membros do Judicirio, nenhum deles poderia receber, a ttulo de ATS, montante superior ao que percebido por Ministro do Supremo Tribunal Federal, com o mesmo tempo de servio (cf. voto do Ministro Nri da Silveira, na ADIn 14, RTJ 130/475,483). 5. Se assim - e dada a determinao do art. 8 da EC 41/03, de que, na apurao do "valor da maior remunerao atribuda por lei (...) a Ministro do Supremo Tribunal Federal", para fixar o teto conforme o novo art. 37, XI, da Constituio, ao vencimento e representao do cargo, se somasse a "parcela recebida em razo do tempo de servio" - patente que, dessa apurao e da sua aplicao como teto dos subsdios ou proventos de todos os magistrados, no pode ter resultado prejuzo indevido no tocante ao adicional questionado. 6. da jurisprudncia do Supremo Tribunal que no pode o agente pblico opor, guisa de direito adquirido, a pretenso de manter determinada frmula de composio de sua remunerao total, se, da alterao, no decorre a reduo dela. 7. Se dessa forma se firmou quanto a normas infraconstitucionais, o mesmo se h de entender, no caso, em relao emenda constitucional, na qual os preceitos impugnados, se efetivamente aboliram o adicional por tempo de servio na remunerao dos magistrados e servidores pagos mediante subsdio, que neste - o subsdio - foi absorvido o valor da vantagem. 8. No procede, quanto ao ATS, a alegada ofensa ao princpio da isonomia, j que, para ser acolhida, a argio pressuporia que a Constituio mesma tivesse erigido o maior ou menor tempo de servio em fator compulsrio do tratamento remuneratrio dos servidores, o que no ocorre, pois o adicional correspondente no resulta da Constituio, que apenas o admite - mas, sim, de preceitos infraconstitucionais. V. Magistrados: acrscimo de 20% sobre os proventos da aposentadoria (Art. 184, III, da L. 1.711/52, c/c o art. 250 da L. 8.112/90) e o teto constitucional aps a EC 41/2003: garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos: intangibilidade. 1. No obstante cuidar-se de vantagem que no substantiva direito adquirido de estatura constitucional, razo por que, aps a EC 41/2003, no seria possvel assegurar sua percepo indefinida no tempo, fora ou alm do teto a todos submetido, aos impetrantes, porque magistrados, a Constituio assegurou diretamente o direito irredutibilidade de vencimentos - modalidade qualificada de direito adquirido, oponvel s emendas constitucionais mesmas. 2. Ainda que, em tese, se considerasse susceptvel de sofrer dispensa especfica pelo poder de reforma constitucional, haveria de reclamar para tanto norma expressa e inequvoca, a que no se presta o art. 9 da EC 41/03, pois o art. 17 ADCT, a que se reporta, norma referida ao momento inicial de vigncia da Constituio de 1988, no qual incidiu e, neste momento, pelo fato mesmo de incidir, teve extinta a sua eficcia; de qualquer sorte, mais que duvidosa a sua compatibilidade com a "clusula ptrea" de indenidade dos direitos e garantias fundamentais outorgados pela Constituio de 1988, recebida como ato constituinte originrio. 3. Os impetrantes - sob o plio da garantia da irredutibilidade de vencimentos -, tm direito a continuar percebendo o acrscimo de 20% sobre os proventos, at que seu montante seja absorvido pelo subsdio fixado em lei para o Ministro do Supremo Tribunal Federal. VI. Mandado de segurana contra ato do Presidente do Supremo Tribunal: questes de ordem decididas no sentido de no incidncia, no caso, do disposto no artigo 205, pargrafo nico e inciso II, do RISTF, que tm em vista hiptese de impedimento do Presidente do Supremo Tribunal, no ocorrente no caso concreto. 1. O disposto no pargrafo nico do art. 205 do RISTF s se aplica ao Ministro-Presidente que tenha praticado o ato impugnado e no ao posterior ocupante da Presidncia. 2. De outro lado, o inciso II do pargrafo nico do art. 205 do RISTF prev hiptese excepcional, qual seja, aquela em que, estando impedido o presidente do STF, porque autor do ato impugnado, o Tribunal funciona com nmero par, no sendo possvel solver o empate. (MS 24875/DF - DISTRITO FEDERAL)EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. GRATIFICAO DE FUNO INCORPORADA. LEIS COMPLEMENTARES 39/85 E 41/86 DO ESTADO DA PARABA. IRREDUTIBILIDADE DA REMUNERAO. LEGISLAO LOCAL. FATOS E PROVAS. SMULAS 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. O Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudncia no sentido de que no h direito adquirido a regime jurdico-funcional pertinente composio dos vencimentos ou permanncia do regime legal de reajuste de vantagem, desde que eventual modificao introduzida por ato legislativo superveniente preserve o montante global da remunerao, no acarretando decesso de carter pecunirio. Precedentes. 2. Para dissentir-se do acrdo recorrido seria necessrio o reexame de legislao local e de fatos e provas, circunstncias que impedem a admisso do recurso extraordinrio ante os bices das Smulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento.(RE-AgR 295750/PB)EMENTA: ADMINISTRATIVO. LEI QUE REDUZIU GRATIFICAO FUNCIONAL, SEM PREJUZO REMUNERATRIO PARA OS SEUS BENEFICIRIOS. PRETENDIDA OFENSA AO PRINCPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS. Garantia que protege os vencimentos, em seu montante, no assegurando a manuteno dos percentuais com que, para a sua formao, concorrerem as parcelas que os compem. Orientao assentada pela jurisprudncia do STF. Acrdo que, no caso, dela discrepou. Recurso extraordinrio conhecido e provido. (RE 183700/ PR)

Dessa forma, cabe determinao ao TJDFT, para que, em nome da garantia constitucional da irredutibilidade remuneratria, transforme todas as parcelas pagas titulo de DIFERENA INDIVIDUAL DE MAGISTRADO ATIVO E INATIVO (DCIMOS/QUINTOS INCORPORADOS) em parcelas compensatrias passveis de atualizao pelos ndices gerais de reajuste dos servidores pblicos, a ser incorporada em razo dos aumentos especficos de subsdio concedidos categoria ou individualmente, em virtude de promoo na carreira, em atendimento ao contido no 4 do art. 39 da CF, jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal STF, bem como do Tribunal de Contas da Unio TCU, j mencionadas. Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis.(...)2.5 - O TJDFT est pagando a Gratificao de Atividade Judiciria GAJ e o Adicional por Tempo de Servio ATS, para os servidores que so retribudos exclusivamente pela remunerao do Cargo em Comisso, bem como os seus respectivos pensionistas, em desconformidade com o 2 do art. 8 da Lei 10.475, de 27.06.2002, 2 do art. 13 da Lei 11.416, de 15.12.2006, art. 67 da Lei 8.112, de 11.12.1990, e Acrdo TCU 633/2007-1.-C.

2.5.1 - Situao encontrada:

Constatamos que o TJDFT est pagando Gratificao de Atividade Judiciria GAJ e o Adicional por Tempo de Servio ATS, para os servidores que so retribudos exclusivamente pela remunerao do Cargo em Comisso, em especial os considerados Extrajudiciais (Notrios e Oficiais de Registro de Serventias Extrajudiciais do DF), bem como os seus respectivos pensionistas, constantes da relao das fls.131 a 137, Anexo 5, em desconformidade com o 2 do art. 8 da Lei 10.475, de 27.06.2002, 2 do art. 13 da Lei 11.416, de 15.12.2006, e art. 67 da Lei 8.112, de 11.12.1990, apesar da determinao contida no Acrdo TCU 633/2007-1.-C.(...)2.5.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

Inquirido o responsvel, por meio do Ofcio de Requisio 686-02/2008-TCU/Sefip/4.DT, de 25.11.2008 (fls. 83 a 84, Anexo 1), sobre a base de clculo utilizada para o pagamento da Gratificao de Atividade Judiciria GAJ e do Adicional por Tempo de Servio ATS aos servidores que recebem a CJ/FC INTEGRAL, manifestou-se pelo OFCIO 24.228/2008, de 01.12.2008 (fls. 91 a 95, Anexo 1), afirmando que esses pagamentos so realizados com base em deciso exarada no processo administrativo P.A. 10.008/1997, no mbito daquele Tribunal. Aps a publicao da Lei 11.416/2006, firmaram o entendimento de que tais pagamentos teriam como base de clculo o valor integral da CJ.

2.5.8 - Concluso da equipe:

Os esclarecimentos apresentados pelos responsveis no justificam nem servem de base legal para a realizao dos referidos pagamentos.Esses servidores/pensionistas so pagos pela Unio, conforme entendimento desta casa, Acrdo 1.548/2003-P. Eles recebem o Provento Bsico no valor de um CJ (smbolo do cargo em comisso mencionado no art. 18 da Lei 11.416/2006). No entanto, no h nenhuma previso legal para o pagamento da GAJ, conforme dispe o 2 do art. 8 da Lei 10.475, de 27.06.2002, e 2 do art. 13 da Lei 11.416, de 15.12.2006, do Adicional por Tempo de Servio ATS, pois assim estabelece o art. 67 da Lei 8.112, de 11.12.1990. Os Acrdos TCU 633/2007-1.-C, 1.643/2008-2.-C e 5.453/2008-2.-C j decidiram essa questo, no julgamento de processos de interesse do prprio TJDFT, conforme trechos, abaixo transcritos, de parte do voto dos respectivos Ministros-Relatores:

Acrdo TCU 633/2007-1.-C.

7. Entretanto, o TJDFT, alm de ter atribudo aos pensionistas direito percepo da FC-9, aplicou os ndices do APJ e da GAJ sobre o valor dessa funo, em clara desobedincia ao referido comando legal. Ademais, nesses mesmos atos, tambm reside irregularidade na incluso do adicional por tempo de servio, igualmente calculado sobre o valor da funo comissionada.

Acrdo TCU 1.643/2008-2.

4. Outra irregularidade verificada nos atos das Sras. Maria Ivone Ferreira da Silva e Leonila Santos da Silva refere-se percepo da GAJ de 12% sobre o cargo em comisso, divergindo das disposies do art. 8 da Lei 10.475/2002, que veda o pagamento dessa parcela aos servidores retribudos pela remunerao do cargo em comisso. Essas concesses de penses civis so, portanto, ilegais.

Acrdo 5.453/2008-2.-C.

15. No caso sob exame, verifica-se que a pensionista no fez a opo nem por uma nem pela outra forma de remunerao. Em verdade, fez uma combinao das duas: recebe o valor base da FC e demais parcelas previstas nos inciso do art. 14 da Lei 9.421/96, composio da funo cheia e, ao mesmo tempo, percebe adicional por tempo de servio que s devido ao ocupante de cargo efetivo.

Portanto, ficou comprovado que o TJDFT est pagando a Gratificao de Atividade Judiciria GAJ e o Adicional por Tempo de Servio ATS, para os servidores que so retribudos exclusivamente pela remunerao do Cargo em Comisso, bem como os seus respectivos pensionistas, em desconformidade com o 2 do art. 8 da Lei 10.475, de 27.06.2002, 2 do art. 13 da Lei 11.416, de 15.12.2006, e art. 67 da Lei 8.112, de 11.12.1990, bem como jurisprudncia deste Tribunal, Acrdos TCU 633/2007-1.-C, 1.643/2008-2.-C e 5.453/2008-2.-C. Essa irregularidade j deveria ter sido sanada, desde a publicao do Acrdo TCU 633/2007-1.-C, pois no seu item 9.4.3. determina expressamente que o TJDFT:

adote o entendimento consignado neste Acrdo em todos os demais casos similares existentes no mbito do rgo.

Dessa forma, cabe determinao ao TJDFT, para que cumpra a determinao contida no Acrdo TCU 633/2007-1.-C e suspenda o pagamento da Gratificao de Atividade Judiciria GAJ e Adicional de Tempo de Servio ATS, paga aos servidores extrajudiciais, listados nas fls.131 a 137, Anexo 5, por no haver base legal para isso, bem como providencie, na forma do artigo 46 da Lei 8.112/1990, o ressarcimento dos valores indevidamente pagos desde a publicao do Acrdo TCU 633/2007-1.-C, dia 26.03.2007. Tal irregularidade pode est sendo reproduzida no mbito dos Poderes Judicirio e Executivo. Portanto, cabe, tambm determinao ao STF, a todos os Tribunais Superiores e Regionais, e ao MPOG, como medida preventiva e saneadora, para que adotem o mesmo procedimento em relao aos seus servidores que so retribudos exclusivamente pela remunerao do Cargo em Comisso (Notrios e Oficiais de Registro de Serventias Extrajudiciais), bem como os seus respectivos pensionistas. Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, ainda mais se levarmos em considerao que o TJDFT j tomou conhecimento dos Acrdos TCU 633/2007-1.-C, 1.643/2008-2.-C e 5.453/2008-2.-C, os quais j decidiram sobre essa matria, configurando, assim, descumprimento de determinao desta corte de contas, com previso de aplicao de multa aos responsveis, conforme inciso IV do art. 58 da Lei 8.443/1992 (Lei Orgnica do TCU), a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis.(...)2.6 - O TJDFT est efetuando o pagamento de parcelas decorrentes da diferena entre os valores dos cargos em comisso fixados pela Lei 9.030/1995 e os valores das funes comissionadas correspondentes, institudas pela Lei 9.421/1996, em desconformidade com as Leis 10.475/2002 e 11.416/2006.

2.6.1 - Situao encontrada:

Constatamos que o TJDFT est efetuando o pagamento de parcelas decorrentes da diferena entre os valores dos cargos em comisso fixados pela Lei 9.030/1995 e os valores das funes comissionadas correspondentes, institudas pela Lei 9.421/1996, com base na deciso no Mandado de Segurana 7694/1997 (fls. 138 a 142, Anexo 5), em desconformidade com as Leis 10.475/2002 e 11.416/2006.(...)2.6.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

Inquirido o responsvel, por meio do Ofcio de Requisio 686-02/2008-TCU/Sefip/4.DT, de 25.11.2008 (fls. 83 a 89, Anexo 1), que solicitou esclarecimentos (base legal) acerca do pagamento das rubricas 11117 e 12149 VANTAGEM PESSOAL LEI 9.421/1996, manifestou-se pelo Of./SERH/N. 24.228/2008, de 01.12.2008 (fls. 91 a 114, Anexo 1), esclarecendo que esses pagamentos esto sendo realizados com base na deciso no Mandado de Segurana 7694/1997, cuja deciso reproduzimos abaixo:

EMENTAADMINISTRATIVO GRATIFICAES JUDICIRIA E EXTRAORDINRIA DIREITO GARANTIDO AOS OCUPANTES DE CARGOS COMISSIONADOS (DASs 4, 5 e 6) EM DEZEMBRO DE 1996 E QUE PERMANECERAM NAS FUNES A PARTIR DE JANEIRO DE 1997 (FCs 8, 9 e 10) APLICAO DA SEGUNDA PARTE DO ART. 11 DA LEI N. 9.421/96 DIFERENA DEVIDA devido aos servidores ocupantes dos cargos comissionados FCs 8, 9 e 10 (antigos DASs 4, 5 e 6) em dezembro de 1996, que permaneceram no cargo a partir de janeiro de 1997, a diferena apurada entre a remunerao que lhes foi paga nos referidos meses, em funo da indevida excluso das gratificaes judiciria e extraordinria, a partir de janeiro de 1997, como vantagem pessoal, por aplicao da regra estabelecida na segunda parte do art. 11 da Lei n. 9.421/96, que cuidou de resguardar as situaes individuais existentes at a data da publicao da lei.Confirmada a liminar, concedida a ordem. Unnime.

ACRDO

Acordam os Desembargadores do Conselho Especial do Tribunal de Justia do Distrito Federal e dos Territrios, OTVIO AUGUSTO, PEDRO AURLIO ROSA DE FARIAS, JOO MARIOSA, EDUARDO DE MORAES OLIVEIRA, ROMO CCERO DE OLIVEIRA, EVERARDS MOTA E MATOS, GETLIO PINHEIRO, APARECIDA FERNANDES, EDSON ALFREDO SMANIOTTO e WELLINGTON MEDEIROS, sob a presidncia do Desembargador HERMENEGILDO GONALVES, em conceder a segurana, unanimidade, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigrficas.

Braslia (DF), 05 de maio de 1998.

2.6.8 - Concluso da equipe:

Os esclarecimentos apresentados pelos responsveis no justificam nem servem de base legal nem judicial para a realizao dos referidos pagamentos.Inicialmente, faz-se necessrio esclarecer que esse assunto j foi exaustivamente debatido nesta corte de contas e j se encontra pacificada a deciso de que o pagamento dessas diferenas salariais ilegal. Reproduzimos, abaixo, parte do voto do Relator na Deciso TCU 756-2000-P:

O Tribunal de Contas da Unio j consolidou o entendimento de que a percepo dessas gratificaes, aps a Lei 9.030/95, ilegal. Logo, no podem continuar a ser pagas, agora com o ttulo de "diferena pessoal", ou qualquer outra modalidade de vantagem pessoal, porque tal no existe.Ademais, ilegalidades no geram direitos adquiridos. A continuidade desses pagamentos fere os princpios bsicos do direito administrativo, o que impe a necessidade de imediata interrupo do pagamento dessas diferenas pessoais. A questo que se coloca, todavia, se os servidores devem devolver os valores indevidamente recebidos e, em caso positivo, a partir de que data.Adotando a mesma orientao estabelecida na Deciso 463/2000, entendo que somente pode ser exigida a restituio dessas "diferenas pessoais" aps a data de publicao dessa deciso no DOU, vale dizer, em 23.6.2000, quando a questo restou definitivamente dirimida.Paralelamente, revelam os autos que esto sendo pagas diversas outras espcies de diferena pessoal, em funo da implantao do Plano de Carreira, as quais se mostram eivadas de ilegalidade, como, por exemplo, o pagamento de diferena pessoal, incidente sobre parcelas componentes da remunerao, tais como vencimento, quintos, opo etc, quando verificada diferena a menor nos valores consignados para essas parcelas na Lei 9.421/96, em relao aos praticados at dezembro de 1996, mesmo que, no cmputo geral, no tenha ocorrido decrscimo salarial.Entendo que a Constituio Federal, ao assegurar a irredutibilidade de vencimentos, f-lo somente em relao ao total recebido e no a parcelas especficas, que podem sofrer variao nominal, desde que o montante total no sofra decrscimo em relao ao total anterior.

O Acrdo TCU 653/2005-P determinou a suspenso desses pagamentos, conforme trecho abaixo:

9.1.1. interrompa o pagamento de valores relacionados s gratificaes Judiciria e Extraordinria recebidos aps a Lei 9.030, de 13.3.95, e que foram considerados na implantao do Plano de Carreiras do Judicirio pela Lei 9.421, de 24.12.96, concernentes s remuneraes dos servidores;9.1.2. expurgue das incorporaes de quintos ou dcimos, transformadas em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI, dos servidores que ocuparam DAS 4, 5 ou 6, transformadas em FC 8, 9 e 10, no optantes pela remunerao do cargo efetivo, os valores referentes s gratificaes Judiciria e Extraordinria, pois o recebimento destas e sua conseqente incorporao fere o art. 2 da Lei 8.911/94, a Lei 9.030/95 e a Deciso 463, Ata 21/2000 Plenrio;

Apesar de esses pagamentos estarem sendo realizados com base em Mandado de Segurana, saliente-se que ele no pode prevalecer sobre situaes novas no ordenamento jurdico, pois as Leis 10.475/2002 e 11.416/2006 reestruturaram as Carreiras dos Servidores do Poder Judicirio da Unio, estabelecendo novos critrios de remunerao, ocasionando, assim, caso essa possibilidade existisse, toda e qualquer absoro de valores que estariam sendo pagos, por conta da garantia da no-reduo remuneratria, prevalecendo, apenas, aqueles valores incorporados (quintos/dcimos), para aqueles que tenham direito percepo desses benefcios. Sendo assim, h uma nova realidade. Nesse sentido, o STF j se pronunciou, conforme citao abaixo:

firme a jurisprudncia do STF no sentido de que a garantia do direito adquirido no impede a modificao para o futuro do regime de vencimentos do servidor pblico. Assim, e desde que no implique diminuio no quantum percebido pelo servidor, perfeitamente possvel a modificao no critrio de clculo de sua remunerao." (AI 450.268-AgR, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 27/05/05)

Dessa forma, cabe determinao ao TJDFT, para que suspenda o pagamento de todas as parcelas referentes VANTAGEM PESSOAL LEI 9.421/1996, paga aos seus servidores, por no haver base legal para isso, e providencie, na forma do artigo 46 e 47 da Lei 8.112/1990, com fundamento no Acrdo 3.009/2008-2.C, o ressarcimento dos valores indevidamente pagos a partir de maio de 2003, dispensando o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-f at abril de 2003, data da manifestao definitiva desta Corte de Contas acerca da ilegalidade da percepo dessa vantagem por optantes pela remunerao do cargo efetivo.Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis.(...)2.7 - O TJDFT est pagando a Vantagem do art. 184 da Lei 1.711/1952 e a do art. 192 da Lei 8.112/1990 aos seus magistrados inativos, bem como aos respectivos pensionistas, como parcela fixa, sem a devida compensao em razo dos aumentos especficos concedidos categoria ou individualmente, em virtude de promoo na carreira, em desconformidade com o 4 do art. 39 da Constituio Federal, bem como jurisprudncia do Tribunal de Contas da Unio TCU.

2.7.1 - Situao encontrada:

Constatamos que o TJDFT est pagando a Vantagem do art. 184 da Lei 1.711/1952 e a do art. 192 da Lei 8.112/1990 aos seus magistrados inativos, bem como aos respectivos pensionistas (fl. 145, Anexo 5), como parcela fixa, sem a devida compensao em razo dos aumentos especficos concedidos categoria ou individualmente, em virtude de promoo na carreira, em desconformidade com o 4 do art. 39 da CF, bem como jurisprudncia do Tribunal de Contas da Unio TCU. Para exemplificar e demonstrar essa prtica, citamos o caso do magistrado Valtnio Mendes Cardoso, matr. 30.711, instituidor de penso, cuja inatividade se deu em 13.12.1996. Naquela ocasio, foi-lhe concedida vantagem do art. 184, inciso II, da Lei 1.711/1952, ou seja, com o provento aumentado de 20%, quando ocupante da ltima classe da respectiva carreira. Em junho de 2002, o valor da remunerao de desembargador, com Adicional por Tempo de Servio ATS equivalente a 35% (trinta e cinco por cento), conforme Resoluo STF 235, de 10.07.2002 (fls. 146 e 147, Anexo 5), era de R$15.497,73. Em janeiro de 2005, o valor do subsdio devido aos desembargadores era de R$19.407,26. Desde janeiro de 2006, o valor do subsdio passou a ser de R$22.115,25. A diferena entre o ltimo valor e o vigente em junho de 2002 de R$6.617,52. Essa diferena supera com folga o valor dessa vantagem atualmente paga pensionista daquele desembargador (R$3.385,62), Sra. Nylza Maria A Cardoso, relacionada na tabela constante na fl. 145, Anexo 5. Portanto, percebe-se claramente que a essa vantagem no foi compensada pelo reajuste do valor do subsdio.(...)2.7.6 - Esclarecimentos dos responsveis:

Inquirido o responsvel, por meio do Ofcio de Requisio 686-02/2008-TCU/Sefip/4.DT, de 25.11.2008 (fls. 83 a 89, Anexo 1), que solicitou esclarecimentos (base legal) acerca do pagamento aos magistrados da Vantagem do art. 184 da Lei 1.711/1952 e a do art. 192 da Lei 8.112/1990, manifestou-se pelo Of./SERH/N. 24.228/2008, de 01.12.2008 (fls. 91 a 114, Anexo 1), esclarecendo que esses pagamentos esto sendo realizados com base no item II da deciso do Conselho Nacional de Justia CNJ, no Procedimento de Controle Administrativo PCA 485 (fls. 111 e 112, anexo 1).

2.7.7 - Concluso da equipe:

Os esclarecimentos apresentados pelos responsveis, apesar de justificarem os referidos pagamentos, no afastam a irregularidade, pois os valores pagos no esto sendo absorvidos, em razo dos aumentos especficos concedidos categoria ou individualmente, em virtude de promoo na carreira, em desconformidade com o 4 do art. 39 da CF, jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal STF, bem como do Tribunal de Contas da Unio TCU, cujo trecho do voto do Ministro-Relator Benjamin Zymler no Acrdo TCU 5.295/2008-2-C, transcrevemos abaixo:

O 4 do art. 39 da CF, introduzido pela EC n 19/1998, determina: 4 O membro de poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretrios Estaduais e Municipais sero remunerados exclusivamente por subsdio fixado em parcela nica, vedado o acrscimo de qualquer gratificao, adicional, abono, prmio, verba de representao ou outra espcie remuneratria, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (grifei)Como se v, a opo do legislador constitucional pelo subsdio implica vedao ao pagamento de qualquer outra parcela remuneratria, o que inclui as vantagens de natureza pessoal, como quintos e adicionais outrora concedidos ao inativo que se aposentava com o tempo de servio exigido para a aposentadoria com proventos integrais.Admite-se, contudo, em nome da garantia constitucional da irredutibilidade remuneratria (no caso dos membros do Ministrio Pblico, alnea c do inciso I do 5 do art. 128 da CF), que os excessos apurados entre os valores da antiga estrutura remuneratria e da nova estrutura (subsdios), sejam pagos sob a forma de vantagem pessoal, desvinculada das rubricas que a ela deram origem, passveis de atualizao pelos ndices gerais de reajuste dos servidores pblicos e a ser incorporada em razo dos aumentos especficos concedidos categoria.No h falar em direito adquirido a determinada rubrica, como dos quintos ou do adicional de 20% previsto no inciso II do art. 184 da Lei n. 1.711/1952.Nessa linha a jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal:EMENTA: I. Ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal: proventos (subsdios): teto remuneratrio: pretenso de imunidade incidncia do teto sobre o adicional por tempo de servio (ATS), no percentual mximo de 35% e sobre o acrscimo de 20% a que se refere o art. 184, III, da Lei 1711/52, combinado com o art. 250 da L. 8.112/90: mandado de segurana deferido, em parte. II. Controle incidente de constitucionalidade e o papel do Supremo Tribunal Federal. Ainda que no seja essencial deciso da causa ou que a declarao de ilegitimidade constitucional no aproveite parte suscitante, no pode o Tribunal - dado o seu papel de "guarda da Constituio" - se furtar a enfrentar o problema de constitucionalidade suscitado incidentemente (v.g. SE 5.206-AgR, 8.5.97, Pertence, RTJ 190/908; Inq 1915, 05.08.2004, Pertence, DJ 05.08.2004; RE 102.553, 21.8.86, Rezek, DJ 13.02.87). III. Mandado de segurana: possibilidade jurdica do pedido: viabilidade do controle da constitucionalidade formal ou material das emendas Constituio. IV. Magistrados. Subsdios, adicional por tempo de servio e o teto do subsdio ou dos proventos, aps a EC 41/2003: argio de inconstitucionalidade, por alegada irrazoabilidade da considerao do adicional por tempo de servio quer na apurao do teto (EC 41/03, art. 8), quer na das remuneraes a ele sujeitas (art. 37, XI, CF, cf EC 41/2003): rejeio. 1. Com relao a emendas constitucionais, o parmetro de aferio de sua constitucionalidade estreitssimo, adstrito s limitaes materiais, explcitas ou implcitas, que a Constituio imponha induvidosamente ao mais eminente dos poderes institudos, qual seja o rgo de sua prpria reforma. 2. Nem da interpretao mais generosa das chamadas "clusulas ptreas" poderia resultar que um juzo de eventuais inconvenincias se convertesse em declarao de inconstitucionalidade da emenda constitucional que submeta certa vantagem funcional ao teto constitucional de vencimentos. 3. No tocante magistratura - independentemente de cuidar-se de uma emenda constitucional - a extino da vantagem, decorrente da instituio do subsdio em "parcela nica", a nenhum magistrado pode ter acarretado prejuzo financeiro indevido. 4. Por fora do art. 65, VIII, da LOMAN (LC 35/79), desde sua edio, o adicional cogitado estava limitado a 35% calculados sobre o vencimento e a representao mensal (LOMAN, Art. 65, 1), sendo que, em razo do teto constitucional primitivo estabelecido para todos os membros do Judicirio, nenhum deles poderia receber, a ttulo de ATS, montante superior ao que percebido por Ministro do Supremo Tribunal Federal, com o mesmo tempo de servio (cf. voto do Ministro Nri da Silveira, na ADIn 14, RTJ 130/475,483). 5. Se assim - e dada a determinao do art. 8 da EC 41/03, de que, na apurao do "valor da maior remunerao atribuda por lei (...) a Ministro do Supremo Tribunal Federal", para fixar o teto conforme o novo art. 37, XI, da Constituio, ao vencimento e representao do cargo, se somasse a "parcela recebida em razo do tempo de servio" - patente que, dessa apurao e da sua aplicao como teto dos subsdios ou proventos de todos os magistrados, no pode ter resultado prejuzo indevido no tocante ao adicional questionado. 6. da jurisprudncia do Supremo Tribunal que no pode o agente pblico opor, guisa de direito adquirido, a pretenso de manter determinada frmula de composio de sua remunerao total, se, da alterao, no decorre a reduo dela. 7. Se dessa forma se firmou quanto a normas infraconstitucionais, o mesmo se h de entender, no caso, em relao emenda constitucional, na qual os preceitos impugnados, se efetivamente aboliram o adicional por tempo de servio na remunerao dos magistrados e servidores pagos mediante subsdio, que neste - o subsdio - foi absorvido o valor da vantagem. 8. No procede, quanto ao ATS, a alegada ofensa ao princpio da isonomia, j que, para ser acolhida, a argio pressuporia que a Constituio mesma tivesse erigido o maior ou menor tempo de servio em fator compulsrio do tratamento remuneratrio dos servidores, o que no ocorre, pois o adicional correspondente no resulta da Constituio, que apenas o admite - mas, sim, de preceitos infraconstitucionais. V. Magistrados: acrscimo de 20% sobre os proventos da aposentadoria (Art. 184, III, da L. 1.711/52, c/c o art. 250 da L. 8.112/90) e o teto constitucional aps a EC 41/2003: garantia constitucional de irredutibilidade de vencimentos: intangibilidade. 1. No obstante cuidar-se de vantagem que no substantiva direito adquirido de estatura constitucional, razo por que, aps a EC 41/2003, no seria possvel assegurar sua percepo indefinida no tempo, fora ou alm do teto a todos submetido, aos impetrantes, porque magistrados, a Constituio assegurou diretamente o direito irredutibilidade de vencimentos - modalidade qualificada de direito adquirido, oponvel s emendas constitucionais mesmas. 2. Ainda que, em tese, se considerasse susceptvel de sofrer dispensa especfica pelo poder de reforma constitucional, haveria de reclamar para tanto norma expressa e inequvoca, a que no se presta o art. 9 da EC 41/03, pois o art. 17 ADCT, a que se reporta, norma referida ao momento inicial de vigncia da Constituio de 1988, no qual incidiu e, neste momento, pelo fato mesmo de incidir, teve extinta a sua eficcia; de qualquer sorte, mais que duvidosa a sua compatibilidade com a "clusula ptrea" de indenidade dos direitos e garantias fundamentais outorgados pela Constituio de 1988, recebida como ato constituinte originrio. 3. Os impetrantes - sob o plio da garantia da irredutibilidade de vencimentos -, tm direito a continuar percebendo o acrscimo de 20% sobre os proventos, at que seu montante seja absorvido pelo subsdio fixado em lei para o Ministro do Supremo Tribunal Federal. VI. Mandado de segurana contra ato do Presidente do Supremo Tribunal: questes de ordem decididas no sentido de no incidncia, no caso, do disposto no artigo 205, pargrafo nico e inciso II, do RISTF, que tm em vista hiptese de impedimento do Presidente do Supremo Tribunal, no ocorrente no caso concreto. 1. O disposto no pargrafo nico do art. 205 do RISTF s se aplica ao Ministro-Presidente que tenha praticado o ato impugnado e no ao posterior ocupante da Presidncia. 2. De outro lado, o inciso II do pargrafo nico do art. 205 do RISTF prev hiptese excepcional, qual seja, aquela em que, estando impedido o presidente do STF, porque autor do ato impugnado, o Tribunal funciona com nmero par, no sendo possvel solver o empate. (MS 24875/DF - DISTRITO FEDERAL)EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. GRATIFICAO DE FUNO INCORPORADA. LEIS COMPLEMENTARES 39/85 E 41/86 DO ESTADO DA PARABA. IRREDUTIBILIDADE DA REMUNERAO. LEGISLAO LOCAL. FATOS E PROVAS. SMULAS 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. O Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudncia no sentido de que no h direito adquirido a regime jurdico-funcional pertinente composio dos vencimentos ou permanncia do regime legal de reajuste de vantagem, desde que eventual modificao introduzida por ato legislativo superveniente preserve o montante global da remunerao, no acarretando decesso de carter pecunirio. Precedentes. 2. Para dissentir-se do acrdo recorrido seria necessrio o reexame de legislao local e de fatos e provas, circunstncias que impedem a admisso do recurso extraordinrio ante os bices das Smulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento.(RE-AgR 295750/PB)EMENTA: ADMINISTRATIVO. LEI QUE REDUZIU GRATIFICAO FUNCIONAL, SEM PREJUZO REMUNERATRIO PARA OS SEUS BENEFICIRIOS. PRETENDIDA OFENSA AO PRINCPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS. Garantia que protege os vencimentos, em seu montante, no assegurando a manuteno dos percentuais com que, para a sua formao, concorrerem as parcelas que os compem. Orientao assentada pela jurisprudncia do STF. Acrdo que, no caso, dela discrepou. Recurso extraordinrio conhecido e provido. (RE 183700/ PR)

Dessa forma, cabe determinao ao TJDFT, para que, em nome da garantia constitucional da irredutibilidade remuneratria, transforme todas as parcelas pagas a titulo de Vantagem do art. 184 da Lei 1.711/1952 e a do art. 192 da Lei 8.112/1990 aos seus magistrados inativos, bem como aos respectivos pensionistas, em parcelas compensatrias passveis de atualizao pelos ndices gerais de reajuste dos servidores pblicos, a ser incorporada em razo dos aumentos especficos de subsdio concedidos categoria ou individualmente, em virtude de promoo na carreira, em atendimento ao contido no 4 do art. 39 da CF, jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal STF, bem como do Tribunal de Contas da Unio TCU, j mencionadas. Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis.(...)2.8 - O TJDFT no est descontando dos servidores que tm direito percepo da Gratificao de Atividade Externa GAE o valor da contribuio devida Previdncia Social do Servidor PSS sobre essa gratificao, quando eles ocupam funo/cargo comissionado, em desconformidade com o art. 16 da Lei 11.416/2006, c/c o art. 4, Anexo II da Portaria Conjunta STF 1, de 07.03.2007.

2.8.1 - Situao encontrada:

Constatamos que o TJDFT no est descontando dos servidores que tm direito percepo da Gratificao de Atividade Externa GAE o valor da contribuio devida Previdncia Social do Servidor PSS sobre essa gratificao, quando eles ocupam funo/cargo comissionado, em desconformidade com o art. 16 da Lei 11.416/2006, c/c o art. 4, Anexo II da Portaria Conjunta STF 1, de 07.03.2007. Todos os servidores relacionados na tabela constante na fl. 152, Anexo 5, tm direito ao recebimento da GAE e encontram-se no desempenho de funo/cargo comissionado, mas o valor da contribuio ao PSS no abrange a respectiva GAE a que tero direito de receber quando se aposentarem, conforme dispositivos legais acima citados. Para exemplificar, com base na ficha financeira de agosto de 2008, citamos o caso de dois servidores Analistas Judicirios, rea Judiciria, Especialidade Execuo de Mandatos:

Carla Faria Machado, matr. 310.931, ocupa uma FC-02:

- Vencto. Bsico6.567,78- VPI 59,87- GAJ3.021,17- ATS 328,38TOTAL9.977,20PSS cobrada1.097,49PSS devida1.299,78 [11% de 11.816,17 (9.977,20 + 1.838,97)]Diferena 202,29O valor correspondente da GAE seria de 28% de 6.567,78 = 1.838,97.

Antnio Rodrigues Salomo, matr. 308.388, no ocupa funo/cargo comissionado:

- Vencto. Bsico 6.567,78- VPI 59,87- GAJ 3.021,17- GAE 1.838,97- ATS 656,77TOTAL12.144,56PSS cobrada 1.335,90PSS devida 1.335,90O valor descontado foi de 11% sobre o total acima, incluindo a GAE.

(...)2.8.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

No houve.

2.8.8 - Concluso da equipe:

A legislao aplicada ao caso bem clara. Os Analistas Judicirios, rea Judiciria, Especialidade Execuo de Mandatos, tm direito a receber a Gratificao de Atividade Externa GAE, que dever compor os seus respectivos proventos de aposentadoria, conforme Art. 16 da Lei 11.416/2006, c/c o art. 4, Anexo II da Portaria Conjunta STF 1, de 07.03.2007. No caso apresentado, o TJDFT, quando esse analista est ocupando uma determinada FC/CJ, no desconta o PSS sobre a GAE.Diante dos fatos aqui apresentados, restou comprovado que o TJDFT no est descontando dos servidores que tm direito percepo da GAE o valor da contribuio devida PSS sobre essa gratificao, quando eles ocupam funo/cargo comissionado, em desconformidade com a legislao acima citada.Dessa forma, cabe determinao ao TJDFT, para que providencie o imediato ressarcimento dos valores no cobrados, devidamente corrigidos, de todos os servidores que se encontram ou se encontraram na mesma situao, desde o incio do pagamento dessa gratificao, nos termos dos art. 46 e 47 da Lei 8.112/1990, bem como passe a descontar a contribuio devida PSS dos servidores que tm direito percepo da GAE, quando eles ocuparem funo/cargo comissionado.Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis.(...)2.9 - O TJDFT concedeu, em desconformidade com a Lei 9.421/1996, progresso (chamada de movimentao extraordinria) aos ocupantes dos cargos do quadro de pessoal do Tribunal, referente a 5 (cinco) nveis acima do padro em que se encontravam posicionados em maro de 2003, bem como outras progresses no amparadas por lei.

2.9.1 - Situao encontrada:

Verificamos, por meio da anlise do cadastro de pessoal fornecido eletronicamente, que o TJDFT concedeu progresso (chamada de movimentao extraordinria) aos servidores do quadro do Tribunal, em desconformidade com a Lei 9.421/1996, que previu apenas a movimentao ordinria (um padro a cada ano). Assim, em vez conceder um padro anualmente, o TJDFT concedeu de uma s vez 5 (cinco) padres em maro de 2003 (Resoluo 004, de 21.03.2003, fl. 183, Anexo 1), conforme demonstrado na tabela de fls. 153 a 177, Anexo 5. Alm disso, verificamos outras situaes em que os servidores foram movimentados para nveis ainda superiores aos 5 (cinco) padres concedidos pela Resoluo 004/2003, alcanando, em alguns casos, em menos de seis anos o final da carreira, conforme segue:

- Valria Beatriz Rodrigues (matr. 313.289), data do exerccio: 26.03.2003, Padro C15;- Andrea Rodrigues Oliveira (matr. 313.290), data do exerccio: 26.03.2003, Padro C15;- Elzy Fragoso Ferreira (matr. 313.267), data do exerccio: 09.09.2002, Padro B09;- Gustavo Capanema de Andrade (matr. 313.034), data do exerccio: 22.08.2001, Padro B09;- Marcos Sisnando R. de Arajo (matr. 312.928), data do exerccio: 26.04.2001, Padro B09.(...)2.9.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

Por meio do Ofcio 24.626/2008, de 09.12.2008 (fls. 162 a 164, Anexo 1), em resposta ao solicitado na letra e do Ofcio 686-03/2008-TCU/Sefip/4 DT, acerca da fundamentao legal das movimentaes extraordinrias, o Secretrio de Recursos Humanos do TJDFT forneceu as cpias das portarias que regulamentam a progresso no mbito daquele Tribunal, bem como a Resoluo 004, de 21.03.2003 (fl. 183, Anexo 1), que, por ser a que interessa ao vertente caso, reproduzimos a seguir seu teor:

O CONSELHO ADMINISTRATIVO DO TRIBUNAL DE JUSTIA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITRIOS, no uso de sua competncia legal e tendo em vista o contido no P.A. N. 789/2001, resolve:I Conceder movimentao extraordinria aos ocupantes dos cargos/carreiras do Quadro de Pessoal deste Tribunal, para 5 (cinco) nveis acima do padro em que se encontram atualmente.II Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao, produzindo efeitos a partir de 01/03/2003. (grifo nosso).

2.9.8 - Concluso da equipe:

Em que pese ter sido solicitado ao TJDFT que apresentasse a fundamentao legal para a concesso de progresses, acima dos nveis estabelecidos pela legislao, a Secretaria de Recursos Humanos forneceu as cpias das portarias que regulamentaram a progresso funcional no mbito daquele Tribunal, bem como a Resoluo 004, de 21.03.2003 (fl. 183, Anexo 1), que comprova a movimentao extraordinria aps 26.12.1996, data de publicao da Lei 9.421/1996.Preliminarmente, saliente-se que o instituto da movimentao extraordinria era adotado pelos rgos do Poder Judicirio, a exemplo do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, com fundamento no Ato Regulamentar 8/1984 e na Resoluo-TSE 12.031/1984, respectivamente.Contudo, com o advento da Lei 9.421/1996, que instituiu o Plano de Cargos e Salrios dos Servidores do Poder Judicirio, a progresso dos servidores na carreira sofreu limitaes, visto que deveria ser concedido apenas um padro a cada ano, sendo vedada, ainda, a progresso durante o estgio probatrio. Vejamos:

Art. 7 A promoo nas carreiras dar-se- sempre de um padro para o seguinte, com interstcio mnimo de um ano, em pocas e sob critrios fixados em regulamento, em funo do resultado de avaliao formal de desempenho do servidor.Pargrafo nico. vedada a promoo durante o estgio probatrio, findo o qual o servidor poder ser promovido para o terceiro padro da classe A de sua carreira. (grifo nosso).

Mais tarde, com a edio da Lei 10.475/2002, alterou-se o art. 7 da Lei 9.421/1996, sem, contudo, trazer qualquer alterao quanto limitao imposta pela lei anterior. A Lei 10.475/2005 diferenciou a progresso funcional da promoo, mas manteve a exigncia de que o servidor passaria ao padro seguinte aps o interstcio mnimo de um ano no padro anterior, garantindo, ao final do estgio probatrio, o posicionamento no 4 padro da carreira. A referida exigncia temporal continua vigente, haja vista o disposto no 1 do art. 9 da Lei 11.416/2006, que revogou expressamente as Leis 9.421/1996 e 10.475/2002. Alm disso, a matria foi regulamentada pela Portaria Conjunta 1, de 07.03.2007, do Supremo Tribunal Federal, do Conselho Nacional de Justia, dos Tribunais Superiores, do Conselho da Justia Federal e do Tribunal de Justia do DF e Territrios.Nesse aspecto, conclumos que, se antes no havia proibio legal concesso da movimentao extraordinria, aps a publicao da Lei 9.421/1996 passou a existir norma proibitiva, haja vista a restrio de movimentar os servidores somente na forma ordinria (um padro a cada ano), vedando-se, inclusive, a progresso durante o estgio probatrio. Assim, a Resoluo 004, de 21.03.2003, que concedeu a movimentao extraordinria aos servidores do TJDFT, mostra-se ilegal. Registre-se, ainda, que o TCU j se manifestou sobre a impossibilidade de concesso de movimentao extraordinria aos servidores do Poder Judicirio, aps a publicao da Lei 9.421, de 24.12.1996 (Acrdos 871/2005 e 39/2007, ambos da 2 Cmara).Ademais, verificamos outras situaes em que os servidores foram movimentados para nveis ainda superiores aos 5 (cinco) padres concedidos pela Resoluo 004/2003, alcanando, no caso das servidoras Valria Beatriz Rodrigues (matr. 313.289) e Andrea Rodrigues Oliveira (matr. 313.290), o final da carreira em menos de seis anos de exerccio no cargo de Analista Judicirio, embora o TJDFT no tenha fornecido os atos que concederam essas progresses.Com efeito, o TJDFT dever reposicionar todos os servidores beneficiados com movimentaes extraordinrias aps 26.12.1996 seja a promovida pela Resoluo 04/2003 (que concedeu 5 padres), seja a realizada por qualquer outro ato , observando apenas critrios definidos em lei.Com vistas a demonstrar de forma clara a situao encontrada, elaboramos a tabela de fls. 153 a 177, Anexo 5, na qual relacionamos os servidores posicionados em padres indevidos (referente ao ms de agosto de 2008), que ingressaram no TJDFT a partir de junho de 1999, oriundos do concurso realizado nesse mesmo ano. A despeito disso, podem existir servidores que ingressaram antes de junho de 1999 que tambm se encontram em padres indevidos, mas, por medida de prudncia, optamos por aquele marco temporal, haja vista que a Lei 11.416/2006, em seu art. 22, assegurou o reenquadramento previsto na Lei 9.421/1996 aos servidores que prestaram concurso antes de 26.12.1996 e foram nomeados aps essa data.Dessa maneira, caso existam servidores posicionados em padres indevidos que ingressaram antes de junho de 1999 e tenham prestado concurso aps a publicao da Lei 9.421/1996 (26.12.1996), o TJDFT deve, de igual modo, posicionar os servidores nos padres devidos, tornando sem efeito todos os atos que concederam movimentaes extraordinrias, observando-se apenas a movimentao ordinria prevista na legislao aplicvel (Leis 9.421/1996, 10.475/2002 e 11.416/2006).Por fim, embora as irregularidades verificadas autorizem a audincia dos responsveis pela concesso da movimentao extraordinria, o Tribunal poder dispens-la, tendo em vista o disposto no art. 206 do RI/TCU.(...)2.10 - 121 (cento e vinte e um) Servidores do TJDFT recebendo remuneraes cujo somatrio situa-se acima do teto constitucional, em desconformidade com o inciso XI do art. 37 da Constituio Federal de 1988.

2.10.1 - Situao encontrada:

Aps a realizao de pesquisas nas fichas financeiras do TJDFT, bem como na base de dados da RAIS-2007, foi constatada a existncia de 121 (cento e vinte e um) servidores recebendo remuneraes cujo somatrio situa-se acima do teto constitucional, em desconformidade com o inciso XI do art. 37 da constituio Federal de 1988, dos quais, 116 (cento e dezesseis) no possuem outro vnculo funcional (fls. 178 a 194, Anexo 5), e 05 (cinco) possuem outro vnculo funcional, conforme pesquisa feita na base de dados da RAIS-2007 (fl. 195, Anexo 5). Alm disso, constatamos, tambm, com base na RAIS-2007, que o servidor Anthair Edgard de A V e Gonalves, matr. 312.274, que se encontra cedido ao Supremo Tribunal Federal STF, est ocupando o cargo comissionado CJ-03, com a percepo do valor integral, ao longo do ano de 2007, e recebe a sua remunerao do cargo efetivo no TJDFT, em total desconformidade com o art. 18 da Lei 11.416/2006.(...)2.10.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

Inquirido o responsvel, por meio do Ofcio de Requisio 686-03-2008-4 DT/Sefip, de 01.12.2008 (fls. 120 a 126, Anexo 1), acerca dos valores de remunerao pagos acima do teto constitucional para os servidores que possuem apenas um vnculo funcional, tendo em vista no terem sido identificados, na ficha financeira de agosto de 2008, os valores pagos a ttulo de atrasados, uma vez que as rubricas utilizadas para isso foi a mesma utilizada para o pagamento normal do ms, solicitando, ainda, o envio de planilha de clculos, bem como fundamento legal dos valores pagos a ttulo de atrasados, se houver, manifestou-se, pelo Of./SERH/N. 24.625/2008, de 09.12.2008 (fls. 131 a 161, Anexo 1), encaminhando planilha com as informaes solicitadas, esclarecendo alguns pontos sobre as rubricas constantes no contracheque dos servidores. O TJDFT encaminhou tambm cpia dos Mandados de Segurana:

2002.00.2.008760-1 (fls. 33 a 40, Anexo 2), que concedeu a segurana no sentido de declarar nulo Ato do Ento Presidente daquele Tribunal que determinava aplicao de teto salarial distinto para os servidores daquela casa, com base no art. 3 da Lei 10.474/2002;2004.00.2.001695-2 (fls. 41 a 103, Anexo 2), que concedeu a segurana contra ato praticado pelo Presidente do TJDFT, consubstanciado pela Portaria 170, de 08.03.2004, que fixou limite remuneratrio para magistrados, servidores ativos, inativos e pensionistas daquele tribunal em R$17.251,46, valor correspondente a 95% do subsdio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, com efeitos retroativos a 01.01.2004.

2.10.8 - Concluso da equipe:

Os esclarecimentos apresentados pelos responsveis foram considerados para suprimir as parcelas relativas aos pagamentos a ttulo de atrasados. Apesar disso, ainda restaram 116 servidores com remunerao acima do teto constitucional.Inicialmente, saliente-se que as rubricas utilizadas pelo TJDFT para o pagamento de valores atrasados so as mesmas utilizadas para pagamento normal, dificultando o controle sobre os valores atrasados, na aplicao do abate-teto, bem como o trabalho de auditoria exercido por esta corte de contas. A nica diferenciao que feita naquele tribunal com relao ao dgito verificador da rubrica, como foi demonstrada nas fls. 132 e 133, Anexo 1. Acontece que tal diferenciao no contribui para melhorar a visualizao de eventuais valores pagos em atraso, pois quando esta Sefip solicitou as fichas financeiras daquele tribunal, tais informaes foram fornecidas sem nenhum esclarecimento adicional sobre esses detalhes. O que visualizamos foi o pagamento da mesma parcela no mesmo ms, sem saber qual delas se referia a pagamentos atrasados, uma vez que em diversos casos os valores so bem prximos um do outro. Outro ponto a ser salientado, o fato de que o TJDFT utiliza a rubrica 11270 Lic. Capacitao (parcela nica), em substituio do valor total da remunerao a que o servidor teria direito, quando ele est no perodo de licena capacitao. O TJDFT, questionado sobre a base legal desse pagamento, por meio do Ofcio de Requisio 686-02-2008-4 DT/Sefip, de 25.11.2008 (fls. 83 a 89, Anexo 1), esclareceu, por meio do Of./SERH/N. 24.228/2008, de 01.12.2008 (fls. 91 a 95, Anexo 1), que tal rubrica havia sido criada para atender solicitao da Secretaria de Recursos Oramentrios SEOF. Acontece que esse procedimento contraria disposio legal, pois a Lei 11.416/2006, nos seus arts. 11 ao 18, discrimina todos os valores que compem a remunerao dos servidores do Poder Judicirio. Na verificao realizada nas fichas financeiras, com o pagamento apenas de uma rubrica, aglutinando diversos valores, no h como identificar as rubricas que esto sendo pagas, bem como os seus respectivos valores, dificultando, assim, o exerccio do controle sobre tais valores.A deciso tomada no Mandado de Segurana 2002 00 2 008760-1 (fls. 33 a 40, Anexo 2) no mudou em nada o mandamento constitucional de observncia do teto remuneratrio, como consta no ltimo pargrafo do voto do relator (fl. 36, Anexo 2).A deciso tomada no Mandado de Segurana 2004.00.2.001695-2 (fls. 41 a 103, Anexo 2), em 19.04.2005, restringiu-se to-somente aplicao da Portaria do TJDFT 170, de 08.03.2004. Nas alegaes dos impetrantes, foi questionada a constitucionalidade dos arts. 1, na parte que altera o inciso XI do art. 37 da Constituio Federal, 8 e 9 da EC 41/2003, bem como a citada portaria, que foi acatada pelo relator. No caso em tela, percebe-se, claramente, que o Mandado de Segurana fulminou a aplicao da portaria j citada. Acontece que o inciso XI do art. 37 da Constituio Federal de 1988 continua vigente, pois somente o Supremo Tribunal Federal STF tem competncia para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 1, na parte que altera o inciso XI do art. 37 da Constituio Federal, 8 e 9 da EC 41/2003, conforme alnea a do inciso I do art. 102 da Constituio Federal. Alm disso, encontra-se vigente, tambm a Resoluo do Conselho Nacional de Justia CNJ 14, de 21.03.2006, que disps sobre a aplicao do teto remuneratrio constitucional para os servidores do Poder Judicirio e para a magistratura dos Estados que no adotam o subsdio, deixando, assim, bem claro quais parcelas remuneratrias esto sujeitas ao teto remuneratrio constitucional no valor atual de R$24.500,00 (vinte e quatro mil e quinhentos reais). Com relao a este assunto, vale lembrar que os desembargadores do TJDFT, no exerccio das suas funes administrativas, adquirem a qualidade de administradores pblicos, e deveriam se pautar pelo Princpio da Indisponibilidade do Interesse Pblico, seguindo estritamente os mandamentos legais vigentes.Diante disso, o TJDFT no se encontra obrigado a aplicar a sua Portaria 170, de 08.03.2004, tendo em vista deciso no MS 2004.00.2.001695-2, mas est obrigado, sim, a seguir os mandamentos constitucionais e legais acima citados, at que o STF decida, em eventual demanda, sobre a constitucionalidade dos dispositivos aqui j citados. A ttulo de ilustrao, reproduzimos abaixo ementa de deciso recente do Superior Tribunal de Justia STJ, de 21.10.2008, no MS 25455-RJ, sobre a aplicao do teto remuneratrio previsto na Constituio Federal:

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. DECISO MONOCRTICA DO RELATOR COM ARRIMO NO ARTIGO 557 DO CPC. CABIMENTO. SERVIDOR PBLICO ATIVO OU INATIVO. TETO REMUNERATRIO. EC N. 412003. ART. 37, INCISO XI, DA CONSTITUIO FEDERAL. AUTO-APLICABILIDADE. VANTAGEM PESSOAL. INCLUSO. DECISO MANTIDA POR SEUS PRPRIOS FUNDAMENTOS. 1. Com a nova redao dada pela Lei n. 9.75698 ao art. 557 do Cdigo de Processo Civil, o relator pode, singularmente, negar seguimento a recurso manifestamente inadmissvel, improcedente, prejudicado ou em confronto com a jurisprudncia do respectivo tribunal ou de tribunal superior, ainda que no sumulada. Essa nova sistemtica teve como escopo desafogar as pautas dos tribunais, possibilitando, assim, maior rapidez nos julgamentos que de fato necessitem de apreciao do rgo colegiado. 2. As vantagens pessoais integram o somatrio da remunerao para apurao do teto limite a partir da vigncia da Emenda Constitucional n. 412003, que fixou provisoriamente em seu art. 8 o subsdio mensal de Ministro do Supremo Tribunal Federal, regulamentando o art. 37, inciso XI da Constituio Federal, tornando-se da, auto-aplicvel e de incidncia imediata e geral para todos os servidores pblicos.3. Ausncia de ofensa coisa julgada e ao princpio da irredutibilidade de vencimentos. 4. Agravo regimental desprovido.

Levando em considerao todo o exposto acima, ficou evidenciada a existncia de 121 (cento e vinte e um) servidores recebendo remuneraes, cujo somatrio situa-se acima do teto constitucional, em desconformidade com o inciso XI do art. 37 da Constituio Federal de 1988, dos quais, 116 (cento e dezesseis) no possuem outro vnculo funcional (fls. 178 a 194, Anexo 5), e 05 (cinco) possuem outro vnculo funcional, conforme pesquisa feita na base de dados da RAIS-2007 (fl. 195, Anexo 5), cabendo, portanto, determinao ao TJDFT, para que adote providncias com vistas regularizao dos pagamentos das remuneraes cujo somatrio situa-se acima do teto constitucional, providencie o ressarcimento dos valores pagos indevidamente, desde o dia 01.01.2005, considerando o valor do subsdio de Ministro do STF, fixado pela Lei 11.143/2005, nos termos do art. 46 e 47 da Lei 8.112/1990, e abstenha-se de utilizar a mesma rubrica para pagamento de valores em atraso e normal do ms, bem como a rubrica 11270 Lic. Capacitao, em substituio do valor total da remunerao a que o servidor teria direito, quando ele estiver no perodo de licena capacitao. Cabe, ainda, determinao ao TJDFT para que crie mecanismos de controle, para os casos dos servidores cedidos, requisitados e que possuem outro vnculo com a administrao pblica, quer seja estadual, distrital ou municipal, para evitar que outros casos de pagamento de remunerao acima do teto constitucional ocorram, bem como de casos em que o servidor faa a opo pelo recebimento dos valores remuneratrios do cargo efetivo e receba o valor integral da funo/cargo comissionado, a exemplo do que acontece com o servidor cedido ao STF, Anthair Edgard de A V e Gonalves, matr. 312.274. Por ltimo, cabe determinao no sentido de regularizao dos pagamentos efetuados ao servidor Anthair Edgard de A V e Gonalves, matr. 312.274, cedido ao STF, com vistas regularizao dos pagamentos realizados indevidamente desde a respectiva seo e percepo de valores superiores aos permitidos pela Lei 11.416/2006, nos termos do art. 46 da Lei 8.112/1990.Alm disso, por se tratar de infrao norma legal e regulamentar de natureza financeira, a irregularidade se enquadra nas disposies do inciso II do art. 43 da Lei n 8.443/1992, c/c o inciso IV do art. 250 do Regimento Interno do TCU que determina a audincia dos responsveis. Saliente-se que a audincia se relaciona apenas aos casos constantes nas fls. 178 a 194, Anexo 5, por se tratarem de informaes obtidas diretamente da ficha financeira fornecida pelo TJDFT. Os casos identificados na RAIS-2007 no podem ser includos, tendo em vista que a Base de Dados da RAIS-2007 tem como data final o ms de dezembro de 2007. Sendo assim, as informaes ali obtidas podem no ser as mesmas de hoje.(...)2.11 - H servidores do TJDFT (Analistas e Tcnicos Judicirios) acumulando indevidamente cargos pblicos, em desconformidade com o disposto no art. 37, inciso XVI, da Constituio Federal de 1988.

2.11.1 - Situao encontrada:

Os cruzamentos de dados realizados entre o cadastro do TJDFT (relativo ao ms de agosto de 2008) e a base de dados da Relao Anual de Informaes Sociais RAIS (Ano Base 2007), revelam a existncia de servidores que podem estar acumulando ilegalmente cargos pblicos (fls. 196 a 199, Anexo 5).(...)2.11.7 - Esclarecimentos dos responsveis:

No houve.

2.11.8 - Concluso da equipe:

Com base nos cruzamentos de dados realizados entre o cadastro do TJDFT (relativo ao ms de agosto de 2008) e a base de dados da Relao Anual de Informaes Sociais RAIS (Ano Base 2007), identificamos servidores do TJDFT (Analistas e Tcnicos Judicirios), relacionados s fls. 196 a 199, Anexo 5, que podem estar acumulando ilegalmente cargos pblicos em desconformidade com o art. 37, inciso XVI, da CF/1988.Contudo, no podemos afirmar, de forma inequvoca, que os servidores relacionados esto acumulando cargos pblicos, uma vez que o cruzamento foi feito com bases de dados de anos diferentes (2007 RAIS e Cadastro do TJDFT de agosto de 2008), podendo existir servidores que se desvincularam do outro rgo/entidade nesse perodo. Assim, cabe determinao ao TJDFT, no sentido de convocar os servidores relacionados a fim de que comprovem, perante aquele Tribunal, que esto em situao regular.Em face da situao encontrada, cumpre registrar os casos que merecem destaque em relao acumulao ilegal de cargos.O primeiro diz respeito a um nmero considervel de servidores acumulando ilegalmente o cargo de Tcnico Judicirio com o de Professor da Secretaria de Educao do DF, o que no admitido pelo TCU, nos termos do Acrdo n 578/2008 1 Cmara. Nessa deliberao, foram citados julgados do STJ a respeito do assunto. Vejamos as ementas:

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. ACUMULAO DE CARGOS PBLICOS. PROFESSOR E TCNICO JUDICIRIO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTE. OPO. PROCEDIMENO. VIOLAO DOS PRINCPIOS DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITRIO. NO-OCORRNCIA. OBSERVNCIA DA LEGISLAO ESTADUAL. RECURSO IMPROVIDO.1. No possvel a acumulao dos cargos de professor e Tcnico Judicirio, de nvel mdio, para o qual no se exige qualquer formao especfica e cujas atribuies so de natureza eminentemente burocrtica (RMS 14.456/AM, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Sexta Turma).2. (...)3. Constatado o acmulo indevido de cargos, o servidor pblico do Estado de Roraima dever ser intimado para apresentar sua opo. A ausncia de manifestao do interessado que dar incio ao processo administrativo disciplinar, em que devero ser observados os princpios constitucionais da ampla defesa e do contraditrio, nos termos da Lei Complementar Estadual n. 53/01. (RMS 21.24/RR - Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana n. 2006/0013518-9, Quinta Turma, Dirio da Justia 1/10/2007). Grifo nosso.

RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. CONSTITUCIONAL. ACUMULAO DE CARGOS PBLICOS. PROFESSOR E TCNICO JUDICIRIO. IMPOSSIBILIDADE.1. A Constituio Federal vedou expressamente a acumulao de cargos pblicos, admitindo-a apenas quando houver compatibilidade de horrios, nas hipteses de dois cargos de professor; de um cargo de professor e de outro tcnico ou cientfico; e de dois cargos privativos de profissionais de sade.2. E, para fins de acumulao, resta assentado no constructo doutrinrio-jurisprudencial que cargo tcnico o que requer conhecimento especfico na rea de atuao do profissional.3. No possvel a acumulao dos cargos de professor e Tcnico Judicirio, de nvel mdio, para o qual no se exige qualquer formao especfica e cujas atribuies so de natureza eminentemente burocrtica.4. Precedentes.5. Recurso improvido. (RMS 14.