acórdão contra aécio neves confirma corrupto

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Embargos de Declaração-Cv Nº 1.0024.10.244832-1/002 Fl. 1/9 <CABBCABCCBBACADABCCBAADADDBACABCAADAA DDABCAAD> EMENTA: EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES. 1. O juiz não está obrigado a rebater todos os argumentos apresentados pelas partes, basta que apresente fundamento suficiente para justificar sua decisão, porém constata-se a omissão no sentido jurídico, quando o argumento não enfrentado é capaz de abalar ou diminuir o argumento prevalente da decisão, considerando a dialeticidade inerente aos processos judiciais. 2. A regra do artigo 29, VIII, da Lei 8625/93, confere ao Procurador Geral de Justiça atribuição exclusiva para promover o inquérito civil quando o envolvido for o Governador do Estado, o que impede qualquer outro membro da Instituição de fazê-lo, sob pena de usurpação de função. Também lhe atribui legitimidade ad processum para a propositura da ação, não só quando o agente político referenciado estiver no exercício do mandato, mas, também quando o ato acoimado de ímprobo tiver sido praticado no exercício da função. 3. A interpretação restritiva da legitimidade processual, com fundamento na exegese da prerrogativa de foro não pode prevalecer considerando se tratar de institutos diversos. Aquela é estabelecida por norma infraconstitucional, que autoriza o órgão de execução do Ministério Público a promover a ação no juízo competente; essa tem assento constitucional, que estabelece como juiz natural tribunal intermediário ou superior, dependendo da autoridade. 4. Acolhem-se os embargos, dando-lhes efeitos infringentes, para desconstituir a decisão objurgada, a fim de que de que o MM. Juiz de Direito determine a intimação pessoal do Procurador Geral de Justiça para que emende a inicial, no prazo de dez dias, regularizando a legitimatio ad processum, sob pena de extinção do processo sem julgamento de mérito, ex vi do art. 267, IV, do Código de Processo Civil. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO-CV Nº 1.0024.10.244832-1/002 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - EMBARGANTE(S): MARIA DA CONCEIÇÃO BARROS DE REZENDE PRIMEIRO(A)(S), AÉCIO NEVES DA CUNHA SEGUNDO(A)(S) - EMBARGADO(A)(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - INTERESSADO: COPASA COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS, AÉCIO NEVES DA CUNHA, MARIA DA CONCEIÇÃO BARROS DE REZENDE

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Cópia do Acórdão proferido nos Embargos de Declaração-Cv Nº 1.0024.10.244832-1/002. Aécio Neves continua réu na Ação Civil Pública que o acusa de ter desviado R$ 4,3 bilhões de recursos da área de saúde no período que governou Minas Gerais. http://xeque-mate-noticias.blogspot.com/2013/09/corrupcao-juridica-no-tjmg-que-simula.html

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Embargos de Declaração-Cv Nº 1.0024.10.244832-1/002

Fl. 1/9

<CABBCABCCBBACADABCCBAADADDBACABCAADAADDABCAAD>

EMENTA: EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES.

1. O juiz não está obrigado a rebater todos os argumentos apresentados pelas partes, basta que apresente fundamento suficiente para justificar sua decisão, porém constata-se a omissão no sentido jurídico, quando o argumento não enfrentado é capaz de abalar ou diminuir o argumento prevalente da decisão, considerando a dialeticidade inerente aos processos judiciais.

2. A regra do artigo 29, VIII, da Lei 8625/93, confere ao Procurador Geral de Justiça atribuição exclusiva para promover o inquérito civil quando o envolvido for o Governador do Estado, o que impede qualquer outro membro da Instituição de fazê-lo, sob pena de usurpação de função. Também lhe atribui legitimidade ad processum para a propositura da ação, não só quando o agente político referenciado estiver no exercício do mandato, mas, também quando o ato acoimado de ímprobo tiver sido praticado no exercício da função.

3. A interpretação restritiva da legitimidade processual, com fundamento na exegese da prerrogativa de foro não pode prevalecer considerando se tratar de institutos diversos. Aquela é estabelecida por norma infraconstitucional, que autoriza o órgão de execução do Ministério Público a promover a ação no juízo competente; essa tem assento constitucional, que estabelece como juiz natural tribunal intermediário ou superior, dependendo da autoridade.

4. Acolhem-se os embargos, dando-lhes efeitos infringentes, para desconstituir a decisão objurgada, a fim de que de que o MM. Juiz de Direito determine a intimação pessoal do Procurador Geral de Justiça para que emende a inicial, no prazo de dez dias, regularizando a legitimatio ad processum, sob pena de extinção do processo sem julgamento de mérito, ex vi do art. 267, IV, do Código de Processo Civil.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO-CV Nº 1.0024.10.244832-1/002 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - EMBARGANTE(S): MARIA DA CONCEIÇÃO BARROS DE REZENDE PRIMEIRO(A)(S), AÉCIO NEVES DA CUNHA SEGUNDO(A)(S) - EMBARGADO(A)(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - INTERESSADO: COPASA COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS, AÉCIO NEVES DA CUNHA, MARIA DA CONCEIÇÃO BARROS DE REZENDE

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A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 8ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de

Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos

julgamentos, à unanimidade, em ACOLHER AMBOS OS EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO.

DES. BITENCOURT MARCONDES RELATOR.

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DES. BITENCOURT MARCONDES (RELATOR)

V O T O

Trata-se de Embargos Declaratórios, opostos por MARIA DA

CONCEIÇÃO BARROS DE REZENDE e AÉCIO NEVES DA CUNHA,

sob o argumento de que há omissão e contradição no acórdão, bem

como com a finalidade específica de prequestionamento.

MARIA DA CONCEIÇÃO BARROS DE REZENDE opôs

embargos de declaração às f. 382/385 afirmando que o v. acórdão

padece de omissão, pois não houve o integral enfrentamento da

questão relativa à incompetência do Promotor de Justiça para

ajuizamento de ação em face do Governador de Estado, uma vez que

não rebateu o principal argumento utilizado, relativo à alegação de que

a ação civil pública versa sobre atos praticados à época do exercício

do cargo ocupado pelo agente político e, tão somente, em virtude dos

atos praticados em razão de suas funções, tal qual já se posicionou o

Superior Tribunal de Justiça.

Aduz haver contradição no acórdão, pois não se levou em conta,

à época do julgamento, a superveniência da Lei Complementar nº 141,

de 13 de janeiro de 2012, que veio regulamentar os critérios relativos à

aplicação de recursos em ações e serviços públicos de saúde pelos

entes públicos.

AÉCIO NEVES DA CUNHA opôs embargos de declaração às f.

388/397 alegando haver omissões no acórdão, uma vez que não

consta pronunciamento acerca da aplicação do artigo 129, inciso VIII,

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da Lei nº 8.625/1993, sendo que “não se pode reputar válida, legítima e

jurídica a conduta da promotoria no sentido de aguardar a cessação do

exercício do cargo para propor a ação de improbidade, contornando as

atribuições do chefe da instituição”.

Ressalta, na esteira da alegação da embargante, a necessidade

de pronunciamento acerca de fato superveniente, com aptidão para

influir no julgamento do agravo, concretizado na edição da Lei

Complementar nº 141/2012.

Conheço dos embargos, porquanto presentes os

pressupostos de admissibilidade.

Os agravantes já nominados na inicial da ação civil pública

opuseram embargos de declaração, por intermédio de seus respectivos

procuradores, como visto, sob a alegação de omissão e contradição, com

pedido de efeitos infringentes.

Argumentam que a preliminar de incompetência do Promotor de

Justiça (sic) para a propositura da ação contra o Governador do Estado,

com fundamento no art. 29, inciso VIII, da Lei nº 8.625/93 (Lei Orgânica do

Ministério Público Nacional) e do art. 69, da Lei Complementar Estadual nº

34/1994, bem como o entendimento do Superior Tribunal de Justiça sobre

o tema, não fora apreciado em todos os aspectos, limitando-se o acórdão

a afastá-la à alegação de que a ação fora proposta após o término do

mandato.

Apontam contradição em razão da superveniência da Lei

Complementar nº 141/2012, sustentando que somente com a norma

regulamentando os critérios relativos à aplicação de recursos em ações e

serviços públicos de saúde pelos entes públicos, afastaram-se as

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incertezas sobre o que deveria ser considerado para atingir o mínimo de

12%, não sendo o caso de Minas Gerais o único, pois a própria União e

Estados como Rio de Janeiro ( 2007/2008), Mato Grosso (2008); Rio

Grande do Sul (2007), Mato Grosso do Sul (2006), Paraná( 2007/2008),

Pará (2008), Piauí (2008) e São Paulo (2008), consideraram recursos não

provenientes da arrecadação de impostos estaduais, para atingir o

percentual de 12. Argumentam que a decisão embargada em nenhum

momento reconheceu qualquer desvio de recursos por parte do segundo

embargado, apenas não aplicação do percentual mencionado. Concluem

que não há como considerar ilegal a inclusão do gasto efetivado pela

COPASA, salvo se se aplicar retroativamente a referida lei complementar

que tipifica como crime o descumprimento da norma constitucional.

Os órgãos de execução do Ministério Público se manifestaram ( 1ª e

2ª instâncias), sendo que a subscritora da ação civil pública o fez

serodiamente, oportunidade em que rebateram as alegações, sustentando

a legitimidade “ad processum” da Promotora de Justiça, mormente porque

a propositura da ação se deu após o término do mandato de Governador,

citando precedentes do Supremo Tribunal Federal a respeito do

cancelamento da Súmula nº 394, bem como na defesa da justa causa da

ação.

Conheço de ambos os embargos de declaração.

O voto condutor do acórdão, de minha lavra, enfrentou a questão da

legitimidade exclusiva do Procurador Geral de Justiça para a propositura

da ação civil, rejeitando-a, ao argumento de que somente se aplicaria a

regra do art. 29, VIII, da Lei nº 8.625/93 se a ação fosse proposta durante o

exercício de seu mandato, fazendo remissão à ADIn nº 2797, que se

refere à impossibilidade de prorrogação de foro especial, por prerrogativa

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de função após a cessação da investidura no cargo, citando o

cancelamento da Súmula 394.

É de se reconhecer, entretanto, que não se enfrentou a questão de

essa legitimidade exclusiva não se limitar ao exercício do mandato, mas,

também, quando os atos acoimados de ímprobos fossem praticados nesse

período, mesmo que a propositura da ação tenha ocorrido em momento

posterior à cessação da investidura no cargo.

O juiz não está obrigado a rebater todos os argumentos

apresentados pelas partes, basta que apresente fundamento suficiente

para justificar sua decisão; porém, é possível constatar-se a omissão no

sentido jurídico, quando o argumento não enfrentado é capaz de abalar ou

diminuir o argumento prevalente da decisão, considerando a dialeticidade

inerente aos processos judiciais.

Isso porque, embora os embargantes não o tenham colocado na

minuta do agravo, nos termos que faço neste voto, o enunciado semântico

da norma inserta no art. 29, inciso VIII, da Lei Federal nº 8.625/93 confere

não só a legitimidade ad processum para a propositura da ação, como

também a atribuição exclusiva do Procurador Geral de Justiça para a

promoção do inquérito civil, nos termos dispostos na norma do art. 129, III,

da Constituição da República.

Sob essa ótica, é de se vislumbrar que o legislador conferiu

exclusividade ao Chefe do Parquet, não só em relação ao processo, mas,

também, na iniciativa da instauração do inquérito civil.

Significa dizer que o argumento utilizado para reconhecer a

limitação da legitimidade exclusiva do Procurador Geral de Justiça, apenas

durante o exercício do mandato, encontra outro tão relevante quanto, no

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sentido de que a legitimatio ad processum não pode ser encarada como

figura análoga à prerrogativa de foro, que tem assento em norma

constitucional e, por isso, restrita aos casos previstos na Carta Magna.

Essa associação não subsiste ao fato de que a capacidade processual que

se comenta está alicerçada na norma infraconstitucional, que confere a

determinado órgão de execução do Ministério Público essa habilitação

para a propositura da ação junto ao juiz competente, que é o da primeira

instância devido à natureza civil da ação.

Em outros termos, pedindo escusas pela tautologia, utilizar-se dos

argumentos restritivos existentes na doutrina e jurisprudência em torno do

foro privilegiado, para justificar a limitação temporal da legitimidade do

Procurador Geral de Justiça ao exercício do mandato, sem considerar que

a prática do ato somente foi possível em razão do exercício da função, é

equiparar institutos completamente diferentes, ou afirmar que o Chefe do

Parquet não possui capacidade processual junto à primeira instância. É

afirmar que a unidade e indivisibilidade não têm mão dupla, apenas uma

via, e que as normas que conferem atribuições aos órgãos de execução do

Ministério Público só são absolutas para o Procurador Geral, podendo ser

relativizadas pelos demais membros da Instituição.

Reconheço a controvérsia na interpretação da norma, no que se

refere à sua extensão ou restrição, mas, como bem expôs o filosofo do

Direito, recentemente falecido, Ronald Dworkin, mesmo reconhecendo a

natureza controvertida da interpretação jurídica, é possível encontrar a

melhor resposta ou a resposta certa, com argumentos jurídicos e não

políticos.

Como já constatado, a regra confere ao Procurador Geral de Justiça

atribuição exclusiva para promover o inquérito civil quando o envolvido for

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o Governador do Estado, o que impede qualquer outro membro da

instituição de fazê-lo, sob pena de usurpação de função. Referida premissa

leva à conclusão de que a transgressão dessa norma sujeita o infrator às

sanções administrativas de natureza grave e tornam imprestáveis – a não

ser que sejam convalidadas por quem de direito – as provas para

justificarem a ação civil pública, mormente a de improbidade que possui rito

diferenciado.

É possível ocorrer que, diante dessa limitação, do vício já

mencionado, de forma sub-reptícia, o inquérito civil seja aberto para

apuração de fato que não envolva a figura do Governador do Estado,

sequer faça menção a sua pessoa, ou ato que lhe possa comprometer,

porém, ao término de seu mandato, utilize-se o procedimento para servir

de prova a justificar a justa causa da ação de improbidade.

A manobra, em termos de Administração Pública, configura

verdadeiro desvio de finalidade e, a toda evidência, o fim do mandato não

pode servir de fato a convalidar o ato praticado em desvio de finalidade.

Essa convalidação agride princípios axiológicos de Direito.

Os precedentes do Superior Tribunal de Justiça (Resp nº

851.635/AC, Resp 851.148) e do Tribunal de Justiça do Acre ( Agravo

Regimental AC 13231), cujo acórdão fora confirmado por aquele, tratam de

caso semelhante ao presente, de modo a corroborar a tese da legitimação

ad processum do Procurador Geral de Justiça para a propositura da ação

civil durante e após o mandato do Governador do Estado.

Entretanto, não há que se falar em extinção do processo sem

julgamento de mérito, porque se trata de pressuposto processual de

validade, não de condição de ação, devendo ser anulados todos os atos

decisórios, a partir do recebimento da inicial, para que o Juiz de Direito

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determine a intimação pessoal do Procurador Geral de Justiça, para

emendar a inicial, a fim de regularizar a legitimatio ad processum, no prazo

de dez dias, sob pena de extinção do processo sem julgamento de mérito.

Saliento que a conexão fática que justificou o litisconsorte passivo macula,

por arrastamento, a decisão do recebimento da ação em relação à

embargante.

- CONCLUSÃO

Ante o exposto, acolho ambos os embargos e lhes confiro efeitos

infringentes, para desconstituir a decisão objurgada (recebimento da

inicial), a fim de que o MM. Juiz de Direito determine a intimação pessoal

do Procurador Geral de Justiça para, se quiser, emendar a inicial, no prazo

de dez dias, regularizando a legitimatio ad processum, sob pena de

extinção do processo sem julgamento de mérito, ex vi do art. 267, IV, do

Código de Processo Civil.

É como voto.

DES. ALYRIO RAMOS - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. EDGARD PENNA AMORIM - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "ACOLHERAM AMBOS OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO."