aÇÕes do vento em edificaÇÕes

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS - UCPEL ENGENHARIA CIVIL - CENTRO POLITÉCNICO ESTRUTURASDE AÇO E MADEIRA Profº HENRIQUE OTTO COELHO AÇÃO DO VENTO EM EDIFICAÇÕES E ESTRUTURAS DE AÇO E MADEIRA Acadêmicas Vanra Karen Tássia Valéria Pelotas, outubro de 2011.

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Page 1: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS - UCPEL

ENGENHARIA CIVIL - CENTRO POLITÉCNICO

ESTRUTURASDE AÇO E MADEIRA

Profº HENRIQUE OTTO COELHO

AÇÃO DO VENTO EM

EDIFICAÇÕES E ESTRUTURAS DE

AÇO E MADEIRA

Acadêmicas

Vanra

Karen

Tássia

Valéria

Pelotas, outubro de 2011.

Page 2: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

AÇÕES DO VENTO EM EDÍFICIOS

Observe estas imagens:

Na sua opinião, qual destas construções, a romana ou a atual deve sofrer maior ação dos ventos?

Page 3: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

Histórico

Os estudos iniciais da ação dinâmica do vento em edificações são do final do século XIX, quando

Kernot e Mann (1891 a 1894) desenvolveram uma série de pesquisas experimentais em túnel de vento

sobre pequenos modelos de cubo, pirâmides, cones, cilindros, etc.

Eiffel fez seus primeiros ensaios no final do século XIX na Torre

Eiffel. Deixava seus modelos caírem em queda livre, com um

cabo-guia, de uma altura de cerca de 116 m. A partir da chamada

“velocidade final” calculava a força de arrasto no modelo.

Mas foi o caso clássico do colapso da Ponte de Tacoma Narrows

em 1940 um dos mais importantes acontecimentos que serviu de estímulo para o desenvolvimento

desse campo de pesquisa para a engenharia civil.

E HOJE??

Cada vez mais, o assunto Edifícios Altos tem ganhado destaque no âmbito da EngenhariaCivil, uma

vez que otimizam espaços e são uma solução para a explosão demográfica nas grandescidades. Ano

após ano, edifícios cada vez maiores têm sido construídos, incorporando tecnologiasavançadas e

técnicas modernas de construção e de projeto.Na esteira dessa evolução, muitos problemas foram

surgindo e sendo solucionados, namedida em que se tornavam impeditivos ao avanço para o alto.

Os primeiros edifícios do século XIX eram construídos em alvenaria, com paredes grossas, sendo

extremamente rígidos. Na medida em que subiam, foram impondo a necessidade de paredes cada vez

mais robustas, de maneira que os andares inferiores acabavam por ter suas áreas úteis prejudicadas.

O aço, o concreto armado e o concreto de alto desempenho – matérias alternativos na época – foram,

então, sendo incorporados ao contexto construtivo.

Com o passar dos anos, outros

materiais surgiram, levando a uma

redução cada vez mais fachadas leves

atuando apenas como tapamento sem

contribuição para a resistência e

rigidez do conjunto, levaram a

edificações mais esbeltas, flexíveis e

leves, com amortecimento reduzido. A

Page 4: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

maior confiança nos métodos de cálculo e nos materiais utilizados contribuiu, ainda, para a redução

dos altos coeficientes de segurança utilizados, que camuflavam os efeitos dinâmicos.

Com estas mudanças nos conceitos estruturais, os efeitos dinâmicos do vento começaram a ser

sentidos. Sendo assim, um número crescente de casos em que as respostas induzidas pelo vento

tornavam-se importantes foi aparecendo.

Até meados dos anos 60, as considerações no projeto estrutural das forças devidas ao vento

estáticos, desconsiderando totalmente as características mecânicas e estruturais das edificações,

como sua rigidez, seu fator de amortecimento e sua distribuição de massas.

Atualmente, muitas normas de projeto já contemplam procedimentos para a previsão das respostas

dinâmicas. Podem-se citar como exemplos a NBR-6123/88 no Brasil, o NBCC/85 no Canadá e o

AS1170.2-1989 na Austrália, que estipulam, entre outras coisas, que estruturas com freqüência natural

de 1 Hz ou menos devem ser projetadas através de análise dinâmica.

Métodos analíticos alternativos aos procedimentos normalizados têm sido elaborados por diversos

pesquisadores, bem como programas computacionais que incorporam alguns deles, a exemplo do

SkyDyFe, desenvolvido por van Oosterhout (1996). Porém, a perfeita modelagem analítica das

interações vento-estrutura é matematicamente impraticável e, desta forma, aproximações acabam

sendo feitas.

Em geral, os métodos analíticos, normalizados ou não, superestimam o valor da resposta,

favorecendo a segurança; em contrapartida prejudicam as incorporações, na medida em qu imprimem

custos maiores de construção.

Cada vez mais, as estimativas das

respostas dinâmicas de edifícios altos

frente à ação dos ventos têm sido

obtidas com o auxílio de ensaios em

túneis de vento, em detrimento dos

processos analíticos. Desta forma é

possível que se obtenha uma previsão

mais apurada dos carregamentos,

Page 5: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

resultando numa racionalização da estrutura, com conseqüente redução nos custos de produção.

Um dos primeiros ensaios em túnel de vento aplicados à engenharia civil data de meados da década

de 60, em decorrência do projeto do World Trade Center, em Nova Iorque (1972), sendo considerado

um divisor de águas. Desde então, diversos edifícios altos vêm sendo projetados com o seu auxílio,

tais como o Sears Towers em Chigaco (1974) e as duas torres gêmeas Petronas em Kuala Lumpur

(1998). Porém, estudos teóricos e experimentais aerodinâmicos têm sido conduzidos desde o início do

século XIX, ganhando força maior por volta de 1930, época na qual a construção dos arranha-céus

deu um salto considerável.

Estas técnicas têm evoluído de maneira veloz e consistente nos últimos anos, após os estudos

pioneiros de alguns pesquisadores, citando-se Davenport como exemplo. Destaque à Modelagem

Aeroelástica tem sido dado de maneira intensa e diversos dispositivos têm sido desenvolvidos e

utilizados em estudos de edifícios altos. Entretanto, ainda há muito espaço para pesquisa e

desenvolvimento, num campo de extrema importância para a manutenção da segurança e bem–estar

dos usuários de um dos mais desafiadores frutos da Engenharia Civil, os edifício altos.

O Projeto

Uma das principais inovações introduzidas pela ABNT NBR 6118:2003 diz respeito às exigências para

garantir que, independentemente da estrutura projetada, seja alcançada a vida útil prevista, para o

ambiente existente, com a manutenção preventiva especificada, dentro das condições de

carregamento impostas. Essas exigências devem ser adotadas de comum acordo e referendadas pelo

Proprietário ou por Preposto por ele indicado.

É muito importante identificar o grau de agressividade do ambiente, onde a estrutura será implantada ,

a fim de fixarmos a qualidade do concreto de cobrimento que deverá ser utilizado e também os

cobrimentos mínimos a serem adotados para garantir o perfeita proteção das armaduras ao longo do

tempo.

Page 6: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

Vento

Mapa de Isopletas do Brasil - Curvas de vento de mesma velocidade

O vento é a principal carga incidental que age sobre as construções. Portanto, seu efeito em edifícios

deve ser sempre considerado, devendo o mesmo ser avaliado desde o início da concepção da

estrutura.

Para a velocidade básica (Vo) devem ser adotados valores iguais ou superiores aos das velocidades

de estabelecidas no gráfico de isopletas no Brasil que consta na norma ABNT NBR 6123:1988 –

“Forças devido ao vento em edificações – Procedimento”. Devem ser cuidadosamente determinados:

- O fator topográfico;

- O fator de rugosidade, dimensões da edificação e altura do terreno;

- O fator estatístico;

- Os coeficientes de arrasto em vento de baixa ou alta turbulência.

Page 7: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

Como a norma salienta, nos casos de dúvida e em obras de excepcional importância, o projetista da

estrutura deve fazer um estudo específico de velocidade e obtenção dos coeficientes de força.

O vento não é um problema em construções baixas e pesadas com paredes grossas, porém

em estruturas esbeltas passa a ser uma das ações mais importantes a determinar no projeto de

estruturas. As considerações para determinação das forças devidas ao vento são regidas e calculadas

de acordo com a NBR 6123/1988 “Forças devidas ao vento em edificações”.

A maioria dos acidentes ocorre em construções leves, principalmente de grandes vãos livres,

tais como hangares, pavilhões de feiras e de exposições, pavilhões industriais, coberturas de

estádios, ginásios cobertos. Ensaios em túneis de vento mostram que o máximo de sução média

aparece em coberturas com inclinação entre 80 e 120, para certas proporções da construção,

exatamente as inclinações de uso corrente na arquitetura em um grande número de construções.

As principais causas dos acidentes devidos ao vento são:

a) falta de ancoragem de terças;

b) contraventamento insuficiente de estruturas de cobertura;

c) fundações inadequadas;

d) paredes inadequadas;

e) deformabilidade excessiva da edificação

Page 8: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

Muitos casos não são considerados dentro da NBR 6123, porém quando a edificação, seja

por suas dimensões e ou forma, provoque perturbações importantes no escoamento ou por

obstáculos na sua vizinhança, deve-se recorrer a ensaios em túnel de vento, onde possam ser

simuladas as características do vento natural.

É importante definir alguns dos aspectos que regem as forças devidas ao vento, antes de

passar a seu cálculo. O vento é produzido por diferenças de temperatura de massas de ar na

atmosfera, o caso mais fácil de identificar é quando uma frente fria chega na área e choca-se com o ar

quente produzindo vento, esse tipo de fenômeno pode ser observado antes do início de uma chuva.

Define-se o termo barlavento com sendo a região de onde sopra o vento (em relação a edificação), e

sotavento a região oposta àquela de onde sopra o vento Quando o vento sopra sobre uma superfície

existe uma sobrepressão (sinal positivo), porem em alguns casos pode acontecer o contrário, ou seja

existir sucção (sinal negativo) sobre a superfície. O vento sempre atua perpendicularmente a

superfície que obstrói sua passagem.

O efeito do vento em edifícios deve ser sempre considerado, devendo o mesmo ser avaliado desde o

inicio da concepção da estrutura.

Para a velocidade básica (Vo) devem ser adotadas valores iguais ou superiores aos das velocidades

estabelecidas no gráfico de isopletas no Brasil que consta na NBR 6123:1988.

Devem ser cuidadosamente determinados os fatores S1, S2 e S3 que iram compor a Velocidade

característica, bem como, os fatores de forma, que vão indicar no final qual a pressão do vento na

estrutura.

Como a norma salienta, nos casos de dúvida e em obras de excepcional importância, o projetista da

estrutura deve fazer um estudo especifico de velocidade e obtenção de coeficientes de força.

Da mesma forma, para edificações de formas, dimensões e localização fora de sua abrangência,

deve-se recorrer a ensaios específicos em túnel de vento.

Page 9: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

Para estruturas esbeltas o projetista estrutural deve verificar a necessidade de determinação dos

efeitos dinâmicos devidos à turbulência do vento, conforme Capitulo 9 da NBR 6123:1988.

Como se “medem”as velocidades de vento?

Equipamentos e procedimentos normalizados

Anemômetros em terrenos planos sem obstrução posicionados a 10 m de altura

Informações de várias estações metereológicas (a maioria em

aeroportos)

O efeito do vento em edifícios deve ser sempre considerado, devendo o mesmo ser avaliado desde o

inicio da concepção da estrutura.

Para a velocidade básica (Vo) devem ser adotadas valores iguais ou superiores aos das velocidades

estabelecidas no gráfico de isopletas no Brasil que consta na NBR 6123:1988.

Devem ser cuidadosamente determinados os fatores S1, S2 e S3 que iram compor a Velocidade

característica, bem como, os fatores de forma, que vão indicar no final qual a pressão do vento na

estrutura.

Como a norma salienta, nos casos de dúvida e em obras de excepcional importância, o projetista da

estrutura deve fazer um estudo especifico de velocidade e obtenção de coeficientes de força.

Da mesma forma, para edificações de formas, dimensões e localização fora de sua abrangência,

deve-se recorrer a ensaios específicos em túnel de vento.

Para estruturas esbeltas o projetista estrutural deve verificar a necessidade de determinação dos

efeitos dinâmicos devidos à turbulência do vento, conforme Capitulo 9 da NBR 6123:1988.

COMO AGE SOBRE A EDIFICAÇÃO?

Page 10: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

1 - VENTO A BARLAVENTO

PRODUZ UM ESFORÇO DE PRESSÃO SOBRE O COMPONENTE,

EMPURRANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO

2 - VENTO PARALELO

PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO VERTICAL SOBRE O

COMPONENTE, PUXANDO-O NA DIREÇÃO PERPENDICULAR AO

DO VENTO

3 - VENTO A SOTA-VENTO

PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO SOBRE O COMPONENTE,

PUXANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO

4 - VENTO COM PRESSÃO INTERNA

Page 11: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

PRODUZ UM ESFORÇO DE PRESSÃO SOBRE O COMPONENTE,

EMPURRANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO E NA

DIREÇÃO PERPENDICULAR AO DO VENTO

5 - VENTO COM SUCÇÃO INTERNA

PRODUZ UM ESFORÇO DE SUCÇÃO SOBRE O COMPONENTE,

PUXANDO-O NA DIREÇÃO E SENTIDO DO VENTO E NA DIREÇÃO

PERPENDICULAR AO DO VENTO

Os valores mínimos das cargas acidentais, produzidas pelo vento, que devem ser considerados no

cálculo das estruturas de edifícios estão fixadas na Norma Brasileira NBR-6120 - (antiga NB-5) –

Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edifícios.

Page 12: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

AÇÃO DO VENTO EM TELHADOS

O VENTO PARALELO produz um esforço de sucção vertical puxando o telhado para cida, como se

tentasse arrancar o telhado e as telhas:

Você pode fazer uma experiência prática para comprovar este fato - Coloque uma folha de papel

sobre a mesa e assopre na direção paralela à mesa. Você verá que o papel tende a subir.

Durante um vendaval, podemos identificar os seguintes esforços que estão atuando no telhado:

Page 13: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

1 - Ação do Vento que tende a levantar o telhado e as telhas para cima. O valor acima de 30

kgf/m2 foi determinado para um telhado baixo com baixa inclinação e situado a mais de 6

metros de altura do chão;

2 - O peso próprio das telhas é um esforço que age para baixo;

3 - O peso próprio da estrutura que sustenta as telhas é outro esforço que age para baixo.

O peso próprio das telhas depende do tipo de telha utilizada:

Telha cerâmica

(colonial ou

francesa)

Telha de

fibro-cimento

de 8 mm

Telha de

chapa de aço

zincada

Telha de fibro-

cimento de 6 mm

Telha de

alumínio

Peso próprio

das telhas

[kgf/m2]

120 23 25 16 15

1 - O peso das telhas cerâmicas devem ser consideradas quando molhadas. Já encontrei situações

em que o projetista tinha considerado o peso das telhas secas. Na primeira chuva o telhado

afundou.

2 - As telhas onduladas de fibro-cimento de 8 milímetros estão com sobreposição de 20

centíimetros.

3 - As telhas onduladas de fibro-cimento de 6 milímetros estão com sobreposição de 14

centíimetros;

4 - As telhas cerâmicas são mais pesadas do que o esforço do vento. Então, este tipo de telha não

precisa ser "amarrada" na estrutura de sustentação;

5 - As demais telhas pesam menos do que o esforço de arrancamento do vento. Por causa disso,

estas telhas precisam ficar "amarradas" ou presas na estrutura de sustentação;

Page 14: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

O peso próprio da estrutura de sustentação depende do tipo de material empregado:

Madeira de Lei Aço Alumínio

Peso próprio médio

da estrutura [kgf/m2] 40 25 15

Considerações

1 - O peso de uma estrutura de sustenção depende muito do tipo da estrutura, podendo ser com

tesouras, arco atirantado, arco sem tirantes, shed, etc. Cada um desses tipos vai resultar em

um peso diferente. Então os dados acima são meramente ilustrativos, isto é, servem para se

ter uma idéia..

2 - Os dados acima não podem ser utilizados para o cálculo ou dimensionamento de estruturas

de telhados.

3 - Um telhado com estrutura de sustentação de alumínio coberta com telhas de alumínio vai

pesar em torno de 30 kgf/m2 que é exatamente igual ao esforço da ação do vento. Neste caso,

além das telhas terem que ficar firmemente presas à estrutura de sustentação, a própria

estrutura de sustentação vai ter que ficar firmemente presa à estrutura de apoio (pilares ou

paredes).

4 - Nos casos em que a estrutura de sustentação não está presa na estrutura de apoio é muito

comum, durante um vendaval, o vento carregar o telhado inteiro.

Page 15: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

TIPOS DE TELHADOS

Assim, os telhados possuem as seguintes características quando comparadas às lajes de concreto

impermeabilizadas:

- menor peso;

- melhor estanqueidade;

Page 16: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

- maior durabilidade;

- menor participação estrutural;

- menos suscetibilidade às movimentações do edifício;

- necessidade de forro.

Caracteriza-se aqui o telhado como sendo um revestimento descontínuo constituído de

materiais capazes de prover estanqueidade à água de chuva, repousados ou fixados sobre uma

estruturação leve.

COMPONENTES DE UM TELHADO

As partes constituintes das coberturas em telhados e suas funções principais são assim:

a) telhamento: constituído por telhas de diversos materiais (cerâmica, fibrocimento, concreto, metálica

e outros) e dimensões, tendo a função de vedação;

b) trama: constituída geralmente por terças, caibros e ripas, tendo como função a sustentação das

telhas;

c) estrutura de apoio: constituída geralmente por tesouras, oitões, pontaletes ou vigas, tendo a função

de receber e distribuir adequadamente as cargas verticais ao restante do edifício;

d) sistemas de captação de águas pluviais: constituídos geralmente por rufos, calhas, condutores

verticais e acessórios, tendo como função a drenagem das águas pluviais.

CARACTERÍSTICAS

PESO : Os materiais de revestimento utilizados são leves (telhas) e os vãos são vencidos geralmente

por treliças, resultando em estruturas leves.

ESTANQUEIDADE : É garantida pelo detalhe de justaposição das telhas (encaixe, comprimento de tal

sobreposição, etc.) e pela inclinação; a inclinação é fundamental, de forma a garantir uma velocidade

de escoamento das águas que evite a penetração pelas juntas, através do efeito do vento, ou através

das próprias peças constituintes, quando o material não é suficientemente impermeável.

PARTICIPAÇÃO ESTRUTURAL E FRENTE PARA MOVIMENTAÇÕES DO EDIFICIO : As coberturas

em telhados apenas se apoiam sobre o suporte, não tendo participação estrutural significativa no

conjunto da edificação. E, ainda, a movimentação devida a mudanças de temperatura ou a outros

motivos (até um certo limite) não compromete sua estanqueidade, por estarem as telhas soltas e

sobrepostas.

Page 17: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

TIPOS DE ESTRUTURAS EM MADEIRA E MÉTODOS DE CÁLCULO

(TESOURAS , TRELIÇAS )

TIPOS DE MADEIRA

Veja os tipos de madeiras que serão empregadas no telhado:

RIPA

1 X 5

SARRAFO

3 X 5

CAIBRO

5 X 6

5 X 7

BARROTE

5 X 9

VIGA

6 X 12

6 X 16

6 X 19

Projeto de estruturas de madeira para coberturas

A elaboração de um projeto estrutural demanda um tempo inicial importante para criação do sistema

estrutural. Esta é uma etapa importante que deve ser tratada com bastante cuidado.

Vale lembrar que o raciocínio aqui apresentado refere-se às estruturas planas, onde estas são

responsáveis pelas ações atuantes numa determinada faixa de influência. Ainda hoje, a definição

estrutural em termos de planos é a mais comum, porém sempre as estruturas trabalharão de forma

espacial, nas três dimensões. Esta concepção exige a caracterização de estruturas secundárias que

fazem o travamento no plano perpendicular à estrutura, garantindo a estabilidade do conjunto.

Page 18: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

A princípio, uma estrutura espacial deve ter um melhor aproveitamento dos seus elementos, uma vez

que todos os componentes da estrutura têm função estrutural e de travamento, e sempre funcionam

como elementos principais (não existe o elemento secundário). Além disto, haverá uma distribuição

mais uniforme

Definição da geometria da estrutura

A primeira etapa de um projeto de uma estrutura de cobertura corresponde à definição dos eixos das

barras que compõem os elementos estruturais. Um arranjo de barras eficientemente elaborado

influenciará significativamente no desempenho, na segurança, enfim no comportamento global da

estrutura.

Inicialmente é necessário o conhecimento das características gerais da edificação, especialmente

suas dimensões em planta e as suas condições de utilização. Por exemplo, se a estrutura

corresponde à cobertura de uma residência, ou de uma igreja, ou de um galpão industrial, etc, esta

terá conformação diferenciada, em geral associada à questão arquitetônica.

No entanto, é também comum, especialmente no caso de coberturas industriais ou de

armazenamento, ter-se liberdade de escolha, ficando, a cargo do engenheiro projetista a definição do

contorno e da distribuição de barras. Quando isto ocorre, obviamente, o engenheiro deverá

desenvolver um projeto que busque uma concepção estrutural otimizada, isto é, mais econômica,

segura e eficiente.

A definição destas formas nem sempre é uma tarefa fácil, pois dependerá da experiência do projetista.

Para auxiliar a definição destes parâmetros os capítulos 18 e 19 apresentam algumas informações

relativas às estruturas de madeira do tipo treliçado, como auxílio para definição do contorno da

estrutura, bem como, de prováveis seções transversais necessárias para absorver os esforços

atuantes. Logicamente, não existe uma regra única, pois cada projeto tem sua própria característica.

De qualquer forma, é necessário ter-se um ponto

de partida (anteprojeto), que pode estar embasado nestas informações.

Em função destas características define-se o tipo de estrutura a ser usada: tesoura tipo duas águas,

com ou sem balanço, tipo shed, arco, ou outro tipo.

Feita a escolha do tipo de estrutura deve-se iniciar a definição das posições das barras. Inicialmente

define-se o contorno da estrutura, adotando-se uma relação entre altura /vão.

Page 19: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

O desenvolvimento de um projeto deve ser algo iterativo, ou seja, a partir de uma configuração

adotada, esta deve ser verificada e depois todos os cálculos repetidos para uma nova configuração

melhorada. Nem sempre isto é seguido, ou seja, se a variação de peso da

Cálculo de cargas

As cargas sobre uma treliça são consideradas como atuantes sobre os nós superiores da estrutura.

Usa-se o critério da faixa de influência, conforme ilustrado na Figura 24, para se obter a carga atuante

sobre cada nó.

A faixa de influência é tomada como sendo a soma das duas metades das distâncias entre os dois nós

vizinhos. Sobre cada um destes nós atuam todas as cargas provenientes do material existente na

faixa de influência: madeira (barras + terças), telhas, vento, contraventamentos, ferragens, peças

especiais e sobrecargas. Basta conhecer com exatidão todos os elementos envolvidos em cada faixa

considerada.

As forças devidas ao vento são calculadas de acordo com a norma específica (NBR 7123).

Obviamente que as ações de vento não dependem do tipo de material, mas dependem principalmente

do tipo de contorno da estrutura.

Portanto, conforme anteriormente comentado, as cargas serão consideradas como concentradas

sobre os nós do banzo superior.

As forças devidas aos contraventamentos mais ferragens podem ser consideradas iguais a 0,07

kN/m2, distribuídas sobre a cobertura (área projetada). Estas sugestões não representam restrições,

lembrando que a NBR 7190/97 diz que o peso próprio das peças metálicas de união pode ser

estimado em 3% do peso próprio da madeira. De outro lado, a mesma norma não faz menção a outras

cargas permanentes ou variáveis. Assim, cada projetista terá seus critérios a serem adotados. Vale

lembrar que a NBR 6120 define como sobrecarga em coberturas o valor de 0,50 kN/m2. Apesar disto,

é comum ser adotado o valor de 0,25 kN/m2, como acontece no caso de estruturas metálicas.

Para o dimensionamento das terças pode-se considerar a existência de uma carga concentrada

aplicada no meio do vão igual a 1 kN, carga equivalente a um homem trabalhando mais ferramentas.

Contudo, caso seja adotada a sobrecarga anteriormente sugerida, esta força concentrada não será

usada.

Para toda estrutura deverá ser calculada a flecha no ponto onde é máxima. Permite-se considerar que

a linha elástica seja uma parábola, ao longo do vão. O cálculo das flechas pode ser feito através do

Princípio dos Trabalhos Virtuais. No caso de treliças as contribuições dos deslocamentos provêm

apenas das forças normais em cada barra.

Page 20: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

Os esforços em estruturas do tipo treliçado

O conceito de treliça de madeira é, logicamente, idêntico ao de treliças de qualquer material.

As diferenças básicas referem-se somente à concepção estrutural, devido às propriedades específicas

do material madeira: anatomia, dimensões das peças, relação peso/resistência, etc.

Como exemplo, pode ser citada a diferenciação de resistência mecânica da madeira para esforços de

tração e compressão. Sendo maior a resistência à tração (fc = 0,77 ft ) há grande conveniência de se

trabalhar com apenas barras tracionadas, eliminando-se também o problema de flambagem, comum a

qualquer material.

Ocorre, porém, que apesar desta vantagem, as barras comprimidas são inevitáveis numa treliça e, em

contrapartida, as barras comprimidas são favoráveis para se executar ligações através de dentes

(encaixes).

As treliças são interessantes por sua maleabilidade quanto à forma e à disposição de barras, ou seja,

consegue-se conceber estruturas com distribuição de barras e contorno externo apropriados para

minorar os esforços nas barras. A distribuição das barras e a conformação externa são ajustadas às

solicitações provenientes do carregamento.

Em termos de cálculo de esforços, considera-se que a análise de distribuição de barras seja

semelhante para outros tipos de concepção estrutural.

Apesar da inconveniência do elevado número de ligações nas treliças, estas apresentam uma

melhor distribuição de tensões ao longo das barras. Por prevalecer forças normais nas barras

(simplificadamente só apresentam forças normais), as tensões são constantes ao longo de cada seção

transversal e ao longo da barra - o mesmo ocorre nos arcos. Portanto, inexiste material "ocioso" com

tensões nulas ou baixas, como acontece em barras fletidas,

As treliças de madeira são empregadas como estruturas de pontes, torres, coberturas, etc. O uso mais

frequente é como estrutura de cobertura.

É sugerida a ordem de grandeza das peças empregadas em tais estruturas como informação para

ante-projeto, considerando coberturas com telhas de fibro-cimento, distância entre tesouras variando

de 3,5 m a 6,0 m. Considerou-se madeira Dicotiledônea da classe C30.

Tabela de Espaçamentos

Tesouras – de 3 a 5 mts

Terças – de 0,80 a 1,50 mts

Caibros – de 0,4 a 1,0 mts

Ripas - aprox. 0,30 mts

Page 21: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES
Page 22: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES
Page 23: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

TIPOS DE ESTRUTURAS EM AÇO E MÉTODOS DE CÁLCULO

(TESOURAS, TRELIÇAS)

Concepção Estrutural e Anteprojeto

Ressalta-se que estas orientações foram elaboradas considerando-se que o profissional atuante na

Engenharia Estrutural tem pleno conhecimento das normas técnicas brasileiras vigentes e pertinentes

à atividade de projeto.

A seguir é apresentada uma relação das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas "

ABNT, ressaltando-se que todo projeto estrutural deverá atender integralmente ao disposto nas

mesmas.

*NBR 8800:2007: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios -

Procedimento.

*NBR 6118:2003: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento.

*NBR 6120:1980: Cargas para cálculo de estruturas de edificações - Procedimento.

*NBR 6123:1988: Força devido ao vento em edificações - Procedimento.

*NBR 5000:1981: Chapas grossas de aço de baixa liga e alta resistência mecânica

*NBR 5004:1981: Chapas finas de aço de baixa liga e alta resistência mecânica.

*NBR 5008:1997: Chapas grossas e bobinas grossas, de aço de baixa liga, resistentes à corrosão

atmosférica, para uso estrutural.

*NBR 5884:2005: Perfil I estrutural de aço soldado por arco elétrico - Requisitos gerais.

*NBR 5920:1997: Chapas finas a frio e bobinas finas a frio, de aço de baixa liga, resistente à corrosão

atmosférica, para uso estrutural - Requisitos.

*NBR 5921:1997: Chapas finas a quente e bobinas finas a quente, de aço de baixa liga, resistentes à

corrosão atmosférica, para uso estrutural - Requisitos.

*NBR 6648 :1984: Chapas grossas de aço-carbono para uso estrutural.

*NBR 6649:1986: Chapas fina a frio de aço- carbono para uso estrutural.

*NBR 6650:1986: Chapas finas a quente de aço-carbono para uso estrutural.

*NBR 7007:2002: Aços-carbono e microligados para uso estrutural.

*NBR 8261:1983: Perfil tubular, de aço-carbono, formado a frio, com e sem costura, de seção circular,

quadrada ou retangular para uso estrutural.

*NBR 8681:2003: Ações de segurança nas estruturas - Procedimento.

*NBR 14323:1999: Dimensionamento de estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio-

Procedimento.

Page 24: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

*NBR 14432:2001: Exigências de resistência ao fogo de Elementos construtivos de edificações -

Procedimento.

*NBR 15279:2005: Perfil I estrutural de aço eletrosoldado - Requisitos gerais.

Na concepção do projeto, uma das principais preocupações do projetista estrutural deverá ser a

interação com as demais disciplinas, em especial com a arquitetura, ação essa que irá direcionar

grande parte das decisões de projeto.

Os anteprojetos deverão apresentar a definição estrutural de todos os pavimentos, já devendo ter sido

contemplados:

- o dimensionamento dos diversos elementos estruturais quanto aos seus respectivos estados

limites;

- as verificações necessárias para garantir a estabilidade global da estrutura;

- o respeito aos estados limites em serviço: deformações verticais, horizontais e vibrações.

O desenvolvimento do projeto estrutural deverá

Obedecer às prescrições da NBR 8800:2007, devendo nesta fase contemplar os itens a seguir:

Qualidade e Durabilidade

Uma das principais inovações introduzidas pela NBR 8800:2007 diz respeito às exigências para

garantir que, independente da estrutura projetada, seja alcançada a vida útil prevista, para o ambiente

existente, com a manutenção preventiva especificada, dentro das condições de carregamento

impostas. Essas exigências devem ser adotadas de comum acordo e referendadas pelo Proprietário

ou preposto por ele indicado.

É muito importante identificar o grau de agressividade do ambiente, onde a estrutura será implantada,

afim de se definir o sistema de proteção á corrosão do aço, principalmente caso as mesmas vão ficar

aparente, afim de garantir uma durabilidade de longo tempo.

Para atender a essas exigências de norma, o projeto estrutural deverá prever:

- escolha correta do tipo de ambiente e seu grau de agressividade ( Anexo U da NBR 8800:2007);

- intenção de vida útil da estrutura projetada;

- escolha do tipo de proteção mais adequado.

Materiais

O projeto deverá ter indicações explicitas dos materiais adotados:

- Tipos de aço com seus limites de escoamento e

Page 25: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

de ruptura mínimos;

- Tipos de parafusos;

- Tipos de eletrodo para solda.

- Tipos de laje

- Tipos de conectores

Esses e outros parâmetros que se julgar necessário, formarão a especificação necessária para a

contratação do fornecimento e montagem das estruturas.

Ações Externas

Devem ser definidas as ações a serem aplicadas na estrutura, seus coeficientes de segurança e as

combinações de carga que serão analisados.

Os carregamentos verticais deverão prever a atuação de cargas acidentais em função da utilização de

cada ambiente, de acordo com o especificado na NBR 6120:1980.

O projeto deverá conter indicações explicitas das cargas admitidas nas diversas fases da execução e

utilização da estrutura, em especial, com relação aos valores previstos para:

- permanentes (lajes, revestimentos, forros, material de proteção passiva se houver,etc);

- acidentais de utilização.

Além dos carregamentos verticais, deverão ser previstos outros carregamentos externos, em função

das características de cada edificação.

Vento

O efeito do vento em edifícios deve ser sempre considerado, devendo o mesmo ser avaliado desde o

inicio da concepção da estrutura.

Para a velocidade básica (Vo) devem ser adotadas valores iguais ou superiores aos das velocidades

estabelecidas no gráfico de isopletas no Brasil que consta na NBR 6123:1988.

Devem ser cuidadosamente determinados os fatores S1, S2 e S3 que iram compor a Velocidade

característica, bem como, os fatores de forma, que vão indicar no final qual a pressão do vento na

estrutura.

Como a norma salienta, nos casos de dúvida e em obras de excepcional importância, o projetista da

estrutura deve fazer um estudo especifico de velocidade e obtenção de coeficientes de força.

Da mesma forma, para edificações de formas, dimensões e localização fora de sua abrangência,

deve-se recorrer a ensaios específicos em túnel de vento.

Para estruturas esbeltas o projetista estrutural deve verificar a necessidade de determinação dos

efeitos dinâmicos devidos à turbulência do vento, conforme Capitulo 9 da NBR 6123:1988.

Page 26: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

Imperfeições Globais

Na análise global de estruturas, sejam elas contraventadas ou não, deve ser considerado um

desaprumo dos elementos verticais (pilares e paredes) conforme Anexo C e item 4.7.7.3 da NBR

8800:2007

O desaprumo global não deve necessariamente ser superposto ao correspondente carregamento de

vento, sendo que, entre desaprumo e vento, precisa ser considerado apenas o carregamento mais

desfavorável à estrutura.

Empuxos Diferenciais

É de grande importância a verificação dos esforços devidos a empuxos desequilibrados, que podem

chegar a valores significativos e precisam de uma estrutura rígida para sua absorção, como é o caso

de algumas localizadas nos sub-solos.

Todas as possibilidades de atuação de empuxos desequilibrados deverão ser levadas em

consideração no projeto e no dimensionamento dos elementos estruturais.

Carregamentos Especiais

Deve-se verificar a necessidade de consideração de cargas especiais nos pavimentos de acordo com

as exigências de cada obra.

Cargas dinâmicas que requeiram verificações especiais devem ser identificadas e consideradas nas

análises.

C oncepção Estrutural

O projeto deve ter uma concepção estrutural clara, oferecendo o perfeito entendimento de como a

estrutura funciona, para que se possa validar os resultados obtidos, qualquer que seja o processo de

cálculo utilizado.

A concepção deverá considerar os seguintes itens:

- limitações impostas pelo projeto arquitetônico;

- adequação do sistema estrutural escolhido para cada pavimento;

- análise da interface entre a estrutura e projetos hidráulicos, elétricos e de ar condicionado;

- adequação da interface da vedação interna e externa com a estrutura;

- facilidade de fabricação e montagem.

A definição da estrutura, muitas vezes, implica em métodos executivos especiais, tais como:

- soldas no local;

- sistema de inspeção;

- energia no local;

Page 27: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

- estruturas atirantadas, que precisam ser escoradas durante o processo de montagem, etc.

Todos estes pontos devem ser destacados nesta fase, pois, fazem parte da definição da estrutura e

devem ser contemplados no detalhamento e na execução.

O sistema de montagem pode ocasionar uma verificação adicional, na verificação da estabilidade da

estrutura parcialmente montada, ou montada mas não solidarizada.

Dimensões Limites dos Elementos Estruturais

O projetista estrutural deve respeitar as dimensões mínimas para os diversos elementos, prescritos na

NBR 8800:2007, bem como as dimensões a serem respeitadas para o transporte das peças.

Especialmente atenção deve ser dada às espessuras mínimas de lajes, que devem atender ao item

13.2.4 da NBR 6118:2003, principalmente em lajes maciças.

Análise Estrutural

É extremamente importante que, desde a primeira etapa, sejam verificadas a estabilidade global da

estrutura, as deformações verticais e horizontais, e a estabilidade local nos pilares.

Qualquer ponto de analise que seja relevante deve ser verificado, evitando-se alterações posteriores

na geometria, comprometendo os demais projetos e muitas vezes as estimativas de custo do

empreendimento, sem perder o foco da segurança total da estrutura.

Deve-se dar atenção especial às regiões com excessiva concentração de esforços, verificando-se

adequação do modelo.

Na análise da estrutura em serviço, deverão ser obedecidas as prescrições de norma, considerando-

se efeitos a longo prazo para as deformações e variações térmicas.

Quando as cargas variáveis forem significativas, deve-se verificar a estrutura para situações de

alternância de carga.

Para estruturas muito esbeltas ou de vãos elevados, é importante que seja feita uma adequada

avaliação da possibilidade de vibração da estrutura.

Deformações

As deformações verticais dos pavimentos, bem como as horizontais do edifício e entre pavimentos,

devem estar de acordo com o Anexo C, Tabela C1 da NBR 8800:2007.

Avaliação de Esforços Internos Adicionais

De acordo com a concepção estrutural adotada, esforços adicionais poderão se desenvolver

internamente aos elementos estruturais, em especial aos de 2a ordem que requerem uma verificação

adicional.

Page 28: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

De acordo com a extensão da edificação deverá ser previsto juntas de dilatação, para evitar-se

maiores problemas de deformação em paredes e pisos.

Esforços transmitidos para as fundações oriunda do quadro de cargas, deverá ser analisada por um

especialista em projeto de fundações, pois dependendo do tipo de solo, poderá haver mudança na

interface pilar de aço com a mesma.

Dados Técnicos de Projeto

Deve ser apresentado um documento com citações das especificações e critérios adotados no projeto,

tais como:

- tipos de aço;

- tipos de parafusos;

- tipos de solda;

- classe de agressividade ambiental;

- cargas adotadas;

- deslocamentos previstos;

- carga nas fundações com o tipo de fixação

(rotulada ou engastada);

- definição dos tipos de ligações entre vigas e

vigas pilares, etc.

Projeto Executivo

O projeto executivo deve observar todas as orientações já destacadas na 1a fase. Deve-se confirmar

com os projetistas das demais especialidades se foram adotadas outras soluções que garantam a

durabilidade da estrutura, tais como drenagem, proteção contra fogo se for o caso, proteção a

corrosão, etc.

As lajes devem ser verificadas em todas as fases, no caso de lajes pré-moldadas.

O projeto executivo deve conter todos os detalhes e indicações de métodos construtivos que permitam

a sua perfeita compreensão e execução. Entre essas preocupações principais, pode-se citar:

- facilidade de interpretação dos desenhos;

- posição das juntas, conforme modelo estrutural

adotado;

- filas e eixos de locação da obra posicionadas

claramente;

Page 29: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

- indicações claras de pontos especiais da estrutura,

tais como:

rebaixos de vigas e lajes;

furos em vigas para passagem de dutos;

contra flechas, etc.

- especificação dos materiais

- indicação dos carregamentos adotados.

- tipos de ligações adotados.

Acidentes

O vento não é um problema em construções baixas e pesadas com paredes grossas, porém, em

estruturas esbeltas, passa a ser uma das ações mais importantes a determinar no projeto de

estruturas. As considerações para determinação das forças devidas ao vento são regidas e calculadas

de acordo com a NBR 6123/1988 “Forças devidas ao vento em edificações”. A maioria dos acidentes

ocorre em construções leves, principalmente de grandes vãos livres, tais como hangares, pavilhões de

feiras e de exposições, pavilhões industriais, coberturas de estádios, ginásios cobertos. Ensaios em

túneis de vento mostram que o máximo de sução média aparece em coberturas com inclinação entre

8º e 12º, para certas proporções da construção, exatamente as inclinações de uso corrente na

arquitetura em um grande número de construções.

As principais causas dos acidentes devidos ao vento são:

a) falta de ancoragem de terças;

Page 30: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

b) contraventamento insuficiente de estruturas de cobertura;

c) fundações inadequadas;

d) paredes inadequadas;

e) deformabilidade excessiva da edificação

Casos Famosos

Takoma Bridge

A ponte pênsil com 1600 m Tacoma Narrows, em Tacoma, Washington, colapsou em 7 de novembro

de 1940, alguns meses depois de ser inaugurada. O colapso ocorreu após um vento de 65 km/s fazê-

la vibrar e entrar em ressonância.

Inicialmente, a ponte começou a vibrar em modos longitudinais, isto é, ao longo de seu comprimento.

Mas, logo apareceram os chamados “modos torsionais”, nos quais a ponte balançava para os lados,

se torcendo toda. Na ressonância, a amplitude desses modos torsionais aumentou de tal forma que a

ponte desabou.

Pavilhão de São Cristóvão

O Pavilhão de São Cristovão foi projetado

pelo Arquiteto Sérgio Bernardes, um, um dos

projetos que muitos dos admiradores deste

ousado arquiteto talvez considerem à beira da

genialidade. Após concluído, o pavilhão

abrigou muitos eventos ao longo dos anos.

À sua época, o pavilhão tinha quase 160.000

metros quadrados, tendo sido uma das

maiores áreas cobertas do mundo sem vigas

ou pilares. O sistema estrutural da cobertura foi pensado como uma superfície ou uma espécie de

“rede” suspensa, como a do projeto de Matthew Nowicki, terminado em 1952.

Para tal, centenas de cabos de aço foram fixados nas extremidades da estrutura de concreto armado

que circundava o pavilhão, com formas coerentes com a superfície à ser formada. Sobre os cabos de

aço existia uma cobertura de material plástico.

Entretanto, um vendaval que não estava nos planos do Arquiteto e certamente não estava também

nos planos e planilhas de cálculo dos Engenheiros Calculistas que viabilizaram a estrutura,

impiedosamente destruiu a cobertura de plástico.

Page 31: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

Posteriormente foram usadas chapas metálicas para a cobertura, e provavellmente esta substituição

deve ter alterado para menos as potencialidades de climatização do edifício. Tempos depois,

novamente tudo indicou que a cobertura era instável em relação aos ventos.

Até por volta de 1988, o pavilhão ainda era coberto. Mas um novo vendaval resolveu demonstrar que,

se os efeitos dos ventos não forem bem considerados, principalmente quanto às formas que podem

produzir diferentes tipos de pressão em função dos fluxos de ar em relação às estas formas, o

resultado pode ser desastroso. E certamente o vento resolveu novamente desafiar as ideias

inovadoras e os cálculos. A cobertura foi novamente arrancada pelo vento.

Após esta data, a cobertura foi então removida, e o pavilhão ficou por muito tempo sem uso, até que

em 2003 passou a abrigar a Feira de São Cristóvão, conferindo à mesma um ambiente arquitetônico

interessante, curioso e com algumas histórias pregressas. Mas desta vez sem a cobertura.

Ponte Rio-Niterói

Quando os ventos do sentido norte-

sul ou sul-norte da baía alcançam os

52 km/h, atingem a freqüência

natural da ponte, que começa a

oscilar, induzida pelas formações de

vórtices (turbilhões), no escoamento

do ar que passa pela estrutura. O

movimento chega a 300 mm de

amplitude, mas acontece só na vertical, porque a própria estrutura da ponte impede a movimentação

na horizontal

Projeto de Atenuadores Dinâmicos Sincronizados (ADS),

desenvolvido e patenteado pelo professor Ronaldo Battista, do

Programa de Engenharia Civil da COPPE. Agora, as oscilações

que ocorrem no vão central da ponte, provocadas pelo vento, terão

uma redução de mais de 80%, dando mais segurança e

tranqüilidade aos motoristas. Ao todo, estão sendo instalados 32

Atenuadores dentro das vigas do vão central da Ponte, com duas toneladas, cada. O ADS tem

características únicas, comparado aos poucos instalados no mundo. Trata-se de caixas de aço presas

por molas a uma estrutura metálica. Quando a Ponte começar a balançar devido a ação do vento

sobre a estrutura, o ADS entrará de imediato em operação, produzindo forças de inércia (de controle)

Page 32: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

que irão contrabalançar as forças produzidas pela estrutura. A maior oscilação registrada na Ponte

Rio-Niterói, como explica Ronaldo Battista, teve deslocamento pico-a-pico de 1,20 metros, o

equivalente a 60 cm de oscilação para cima e para baixo em relação ao seu estado normal. Com a

ação do ADS, a redução dessas oscilações será superior a 80%, resultando em valores estimados de

10 cm pico-a-pico. Uma amplitude baixa como essa, associada a um período de oscilação de cerca de

3 segundos, não causam desconforto aos usuários que trafegam sobre a ponte.

Page 33: AÇÕES DO VENTO EM EDIFICAÇÕES

BIBLIOGRAFIA

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Augusto Trein

http://www.ufsm.br/decc/ECC1008/Downloads/Aula_Horizontais.pdf

http://www.tqs.com.br/index.php/suporte-e-servicos/biblioteca-digital-tqs/83-alvenaria-estrutural/60-

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BORGES, A. C. 7a edição revisada e ampliada. São Paulo, Edgard Blucher. pp. 100-120 (capítulo

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