acidente nuclear - biologia
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ESCOLA TÉCNICA CENIB
ACIDENTE NUCLEAR DE CHERNOBYL
FELIPE PINTO GUEDES DE MELOLUCIENE SOARES PINHEIRO
RICARDO SOUZA DIAS DA SILVA
VAGNER BORGES DE MOURA
VITOR COUTINHO BRAGA
RIO DE JANEIRO
2009
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FELIPE PINTO GUEDES DE MELO
LUCIENE SOARES PINHEIRO
RICARDO SOUZA DIAS DA SILVA
VAGNER BORGES DE MOURA
VITOR COUTINHO BRAGA
TR 55
ORIENTADOR: MARCELO STRAVALLI CORRÊA
ACIDENTE NUCLEAR DE CHERNOBYL
RIO DE JANEIRO
2009
Trabalho entregue ao professor Werner
da Escola Técnica CENIB como
requisito parcial para a obtenção da
média visando aprovação na disciplina
de Biologia Aplicada.
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ACIDENTE NUCLEAR DE CHERNOBYL
FELIPE PINTO GUEDES DE MELO
LUCIENE SOARES PINHEIRO
RICARDO SOUZA DIAS DA SILVA
VAGNER BORGES DE MOURA
VITOR COUTINHO BRAGA
Banca Examinadora
Prof. WERNER _________________________
Aprovado em _____/_____/_______
Rio de janeiro
Novembro de 2009
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1 Acidente Nuclear de Chernobyl
O total oficial de mortos em virtude da radiação emitida pelo acidente no reator
quatro da usina de Chernobyl, em 26 de abril de 1986 na Ucrânia, foi de 28 pessoas,
vitimadas pela participação direta no combate ao incêndio da unidade. Outras duas
pessoas faleceram atingidas diretamente pela explosão do reator, e uma terceira de
infarto. As 31 mortes ocorreram até três meses depois do acidente. No período de dez
anos, mais 14 pessoas morreram por motivos variados. Do total, dois óbitos podem ter
sido provocados por efeitos tardios da radiação. Uma década após o acidente, 134 casos
de síndrome aguda de radiação foram confirmados. Há outros 237 casos suspeitos. A
estatística das vítimas do acidente foi uma das principais conclusões da Conferência
Internacional “Uma década após Chernobyl” , organizada em Viena (Áustria) pela União
Européia, Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Organização Mundial de
Saúde (OMS). As duas entidades são ligadas à ONU. O evento reuniu 800 participantes
de vários países, incluindo autoridades, especialistas na área nuclear, representantes de
organizações não-governamentais, de centros de pesquisa e universidades. Segundo as
conclusões aprovadas em Viena, “dez anos depois do acidente, o significativo aumento
de casos de câncer de tireóide em crianças nos países mais afetados (Ucrânia,
Bielorússia e Rússia) é a única evidência de impacto na saúde resultante da radiação
emitida pelo acidente.”
A maioria dos cerca de 800 casos de câncer de tireóide foi registrada em fetos que
em abril de 1986 tinham mais de seis semanas de vida ultra-uterina e em crianças com
até seis meses de idade.
Na opinião do médico Alexandre Rodrigues Oliveira, da INB (Indústrias Nucleares
do Brasil), que participou da reunião de Viena, o aumento dos casos de câncer de tireóidepoderia ter sido evitado se as autoridades da então União Soviética tivessem distribuído
cápsulas de lodo estável à população imediatamente após o acidente e restringindo a
ingestão de alimentos contaminados.
O lodo estável teria a capacidade de “saturar a tireóide, bloqueando a captação do
lodo radioativo pela glândula evitando, assim, qualquer dano” , afirma o médico. Para o
engenheiro brasileiro Witold Lepecki, da Nuclen, o governo da Polônia distribuiu lodo à
população, e o país não registrou aumento de câncer de tireóide em crianças.No Brasil, lei federal exige que o sal de cozinha seja iodado, como forma de evitar
o bócio, provocado pela hipertrofia da tireóide, e o nascimento de crianças com
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retardamento mental ou cretinismo – dificuldade de aprendizado, locomoção, audição e
visão.
Os especialistas reunidos na Conferência Internacional de Viena concluíram
também que, “com exceção do câncer de tireóide, não existem desvios estatísticos
significativos na incidência de outros tipos de câncer que poderiam ser atribuídos à
radiação” . Também “não foram observados impactos dramáticos nas populações e nos
ecossistemas”.
Na opinião de Witold Lepecki, as declarações de autoridades da Ucrânia, que
calcularam em alguns milhares o número de mortos devido ao acidente de Chernobyl,
devem ser encaradas com cuidado. “O político se comporta de maneira diferente do
técnico. A autoridade pode estar querendo sensibilizar o mundo para obter recursos para
um país subdesenvolvido”.
Lepecki, co-autor do relatório original da AIEA sobre Chernobyl, em 1986, e da
revisão, em 1992, revela que durante a Conferência ficou comprovado que o Hemisfério
Sul não foi afetado pela radiação emitida pela central ucraniana, devido ao regime de
ventos do planeta.
Além do aumento de um tipo de câncer que, na opinião de Lepecki, poderia ser
evitado (tireóide), foram detectados aumento de casos de ansiedade, estresse e dereclamações de problemas nos aparelhos cardiovascular, digestivo e respiratório,
especialmente entre os que combateram o incêndio e as pessoas retiradas das áreas em
que viviam.
“Estes efeitos não podem ser atribuídos diretamente à radiação, mas sim ao
trauma psicológico causado pelo acidente e suas diferentes consequências, como falta de
informação ou informação oficial incoerente, às dificuldades decorrentes da realocação
compulsória, à ruptura dos laços familiares e sociais e, particularmente, ao medo dosefeitos futuros da radiação, em especial sobre as crianças” , afirma o médico Alexandre
Oliveira.
O total de evacuados na Ucrânia, Bielorússia e Rússia, segundo as conclusões da
Conferência de Viena, foi de 326 mil pessoas. A área de acesso proibido compreende
4.300 km2 e as regiões “de controle estrito” (“contaminadas”) alcançam 29.200 km2.
A descoberta da energia atômica em nosso século deveria ter sido uma bênção
para a humanidade. E teria sido realmente, se ela tivesse se desenvolvido até aqui demaneira certa.
Como não foi esse o caso, é claro que a descoberta dessa energia foi dirigida para
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caminhos errados. Daí nasceu a bomba atômica e os “aperfeiçoamentos” que se
seguiram, como a bomba de hidrogênio, as armas nucleares táticas, os mísseis balísticos
intercontinentais de ogivas múltiplas, a bomba de nêutrons, os mísseis balísticos de
submarinos, o projeto guerra nas estrelas, a bomba termonuclear de cobalto
(aparentemente ainda não desenvolvida), que alguns cientistas temem poder deslocar o
eixo da Terra se detonada, etc.
Voltada para “fins pacíficos”, como fazem questão de alardear todos os governos
que detêm tecnologia nuclear, a energia atômica obtidas das usinas nucleares está longe
de merecer qualquer comemoração. Os problemas com os rejeitos radioativos e os
acidentes nucleares registrados até agora demonstram que é totalmente falho o modo
pelo qual esta energia é gerada atualmente, ou, o que vem a dar no mesmo, demonstram
que o ser humano não passa de um aprendiz nesse assunto, apesar de evidentemente
estar convencido de dominar integralmente todo o processo.
De acordo com os dados do governo americano de fins da década de 80,
encontravam-se armazenados (apenas nos Estados Unidos), em tanques especiais de
aço, entre 300 e 400 milhões de litros de resíduos radioativos. O ecologista brasileiro Júlio
José Chiavenato afirma que “1% desse lixo atômico é mais poderoso do que todas as
emissões liberadas pelas bombas atômicas detonadas até hoje” . Todo esse lixo atômicoprecisa ser guardado por pelo menos mil anos, e o tanques precisam ser substituídos a
cada vinte anos por razões de segurança. De acordo ainda o ecologista Chiavenato,
qualquer animal vivo hoje na Terra tem traços de estrôncio-90 nos ossos, um composto
resultante dos processos de industrialização nuclear.
Atualmente existem mais de 400 usinas nucleares em operação no mundo, a
maioria delas nos Estados Unidos, França, Inglaterra e países do Leste europeu.
Também por “razões de segurança”, quando acontece um acidente nuclear dificilmentesão dadas todas as informações sobre o que ocorreu. A não ser que o acidente seja de
fato muito grave, como foi na usina de Three Mile Island nos Estados Unidos em 1979 e o
da usina de Chernobyl, na Rússia, em 1986. Mas mesmo nesses casos as autoridades
tentaram num primeiro momento minimizar a gravidade da situação. Já no caso de
acidentes nucleares em instalações militares, as informações que chegam ao público
(quando chegam) são muito escassas.
De qualquer forma, o que já ocorreu na segunda metade deste século em matériade acidentes nucleares fornece uma boa amostra dos perigos a que a humanidade ficou
exposta nas últimas décadas. Como em todos os outros efeitos retroativos do Juízo Final,
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também os acidentes nucleares jamais poderão atingir arbitrariamente pessoas inocentes,
isto é, que não tragam em si um carma por isso.
2 Principais acidentes nucleares até abril de 1998 registrados:
• Em 1957 escapa radioatividade de uma usina inglesa situada na cidade de
Liverpool. Somente em 1983 o governo britânico admitira que pelo menos 39
pessoas morreram de câncer, em decorrência da radioatividade liberada no
acidente. Documentos secretos recentemente divuolgados indicam que pelo menos
quatro acidentes nucleares ocorreram no Reino Unido em fins da década de 50.
• Em setembro de 1957, um vazamento de radioatividade na usina russa de
Tcheliabinski contamina 270 mil pessoas.
• Em dezembro de 1957, o superaquecimento de um tanque para resíduos nucleares
causa uma explosão que libera compostos radioativos numa área de 23 mil km2 .
Mais de 30 pequenas comunidades, numa área de 1.200 km2 , foram riscadas do
mapa na antiga União Soviética e 17.200 pessoas foram evacuadas. Um relatório
de 1992 informava que 8.015 pessoas já haviam morrido até aquele ano em
decorrência dos efeitos do acidente.
• Em janeiro de 1961, três operadores de um reator experimental nos Estados
Unidos morreram devido à alta radiação.
• Em outubro de 1966, o mau funcionamento do sistema de refrigeração de uma
usina de Detroit causa o derretimento parcial do núcleo do reator.
• Em janeiro de 1969, o mau funcionamento do refrigerante utilizado num reator
experimental na Suíça, inunda de radioatividade a caverna subterrânea em que
este se encontrava. A caverna foi lacrada.
• Em março de 1975, um incêndio atinge uma usina nuclear americana do Alabama,
queimando os controles elétricos e fazendo baixar o volume de água de
resfriamento do reator a níveis perigosos.
• Em março de 1979, a usina americana de Three Mile Island, na Pensilvânia, é
palco do pior acidente nulcear registrado até então, quando a perda de refrigerante
fez parte do núcleo do reator derreter.
• Em fevereiro de 1981, oito trabalhadores americanos são contaminados, quando
cerca de 100 mil galões de refrigerante radioativo vazam de um prédio de
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armazenamento do produto.
• Durante a Guerra das Malvinas, em maio de 1982, o destróier britânico Sheffield
afundou depois de ser atingido pela aviação argentina. De acordo com um relatório
da Agência Internacional de Energia Atômica, o navio estava carregado com armas
nucleares, o que põe em risco as águas do Oceano Atlântico próximas à costa
argentina.
• Em janeiro de 1986, um cilindro de material nuclear queima após ter sido
inadvertidamente aquecido numa usina de Oklahoma, Estados Unidos.
• Em abril de 1986 ocorre o maior acidente nuclear da história (até agora), quando
explode um dos quatro reatores da usina nuclear soviética de Chernobyl, lançando
na atmosfera uma nuvem radioativas de cem milhões de curies (nível de radiação 6
milhões de vezes maior do que o que escapara da usina de Three Mile Island),
cobrindo todo o centro-sul da Europa. Metade das substâncias radioativas voláteis
que existiam no núcleo do reator foram lançadas na atmosfera (principalmente iodo
e césio). A Ucrânia, a Bielorússia e o oeste da Rússia foram atingidas por uma
precipitação radioativa de mais de 50 toneladas. As autoridades informaram na
época que 31 pessoas morreram, 200 ficaram feridas e 135 mil habitantes
próximos à usina tiveram de abandonar suas casas. Esses números se mostrariam
depois absurdamente distantes da realidade, como se verá mais adiante.
• Em setembro de 1987, a violação de uma cápsula de césio-137 por sucateiros da
cidade de Goiânia, no Brasil, mata quatro pessoas e contamina 249. Três outras
pessoas morreriam mais tarde de doenças degenerativas relacionadas à radiação.
• Em junho de 1996 acontece um vazamento de material radioativo de uma central
nuclear de Córdoba, Argentina, que contamina o sistema de água potável da usina.
• Em dezembro de 1996, o jornal San Francisco Examiner informa que uma
quantidade não especificada de plutônio havia vazado de ogivas nucleares a bordo
de um submarino russo, acidentado no Oceano Atlântico em 1986. o submarino
estava carregado com 32 ogivas quando afundou.
• Em março de 1997, uma explosão numa usina de processamento de combustível
nuclear na cidade de Tokai, Japão, contamina 35 empregados com radioatividade.
• Em maio de 1997, uma explosão num depósito da Unidade de Processamento de
Plutônio da Reserva Nuclear Hanford, nos Estados Unidos, libera radioatividade naatmosfera (a bomba jogada sobre a cidade de Nagasaki na Segunda Guerra
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mundial foi construída com plutônio produzido em Hanford).
• Em junho de 1997, um funcionário é afetado gravemente por um vazamento
radioativo no Centro de Pesquisas de Arzamas, na Rússia, que produz armas
nucleares.
• Em julho de 1997, o reator nuclear de Angra 2, no Brasil, é desligado por defeito
numa válvula. Segundo o físico Luiz Pinguelli Rosa, foi “um problema semelhante
ao ocorrido na usina de Three Mile Island”, nos Estados Unidos, em 1979.
• Em outubro de 1997, o físico Luiz Pinguelli adverte que estava ocorrendo
vazamento na usina de Angra 1, em razão de falhas nas varetas de combustível.
Na época ele declara: “Está ocorrendo vazamento há muito tempo. O nível de
radioatividade atual é progressivo e está crítico.”
Vamos observar algumas outras particularidades e consequências relacionadas aos dois
acidentes mais graves registrados até hoje, os das usinas nucleares de Three Mile Island
e de Chernobyl.
Uma testemunha que morava numa cidade próxima à usina de Three Mile Island
relatou dessa forma a situação logo após a confirmação do acidente: “As famílias
estavam sendo reunidas desesperadamente e as ruas estavam uma loucura. Houve
acidentes em frente à escola. Pais histéricos vinham apanhar as crianças no colégio,
trombando uns com os outros, atravessando sinais vermelhos, numa situação de pânico
geral.”
Estudantes que faziam a medida do nível de radiação com contador Geiger nessa
escola encontraram leituras de 250 dentro do estabelecimento e 350 do lado de fora do
prédio. A leitura normal seria de 50. Totalmente em pânico, as pessoas começaram a
sentir um gosto metálico na boca e algumas também um formigamento na pele...Nos meses que se seguiram ao acidente, alguns fazendeiros da região notaram
que seus animais estavam adoecendo, morrendo ou apresentado um comportamento
estranho. Um fazendeiro que havia perdido parte de seu gado devido à radiação, notou
que suas porcas ficaram no cio durante todo o inverno. Ele também percebeu que as
árvores morreram ou tiveram suas folhas escurecidas muito antes do outono. Um outro
fazendeiro observou que algumas árvores ficaram totalmente desfolhadas, e que os frutos
de duas pereiras, apesar de não terem caído, estavam deformados.Numa fazenda vizinha, o proprietário contou que todas as suas 125 galinhas
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haviam morrido depois de terem apresentado grandes dificuldades para respirar. Todas as
suas quatro crias de coelhos nasceram mortas no ano seguinte ao acidente.
Muitos moradores da Pensilvânia apresentaram posteriormente vários problemas
psicológicos. A esse respeito, o doutor Michael Gluck, clínico geral numa cidade próxima à
usina, disse: “O efeito mais devastador que vi nesta área foi uma grave depressão
psicológica.”
Em Chernobyl, depois do acidente, foram mobilizadas aproximadamente dois
milhões de pessoas o processo de limpeza de toda a região atingida. Em abril de 1992,
um comunicado oficial do governo estimava que o número de mortes naquele grupo,
devido à radiação, situava-se entre 7 mil e 10 mil. Três anos depois, em abril de 1995, o
Ministério da Saúde ucraniano informava que mais de 125 mil pessoas haviam morrido
entre 1988 e 1994, vítimas da radiação.
Segundo o ministro Andrei Serdiuk, “a radiação repercutiu na piora generalizada da
situação demográfica e do estado de saúde da população da Ucrânia; aumentaram as
doenças no sangue, no sistema nervoso, nos órgãos digestivos e respiratórios.”
Em 1996, a estimativa de mortes em razão do acidente, elaborada em conjunto pela
Ucrânia e a Bielorússia, já fora ajustada para 300 mil... O número total de pessoas
contaminadas seria de cinco milhões, e a área inutilizada pela radiação era de cerca de140 mil km2 , equivalente a um Portugal e meio.
Um trabalho científico publicado na revista Nature, em 1995, informava que os
índices de câncer de tireóide em crianças ucranianas haviam quintuplicado de uma
maneira geral, e naqueles que moravam mais próximos de Chernobyl esse índice era 30
vezes maior. Dois anos depois, a OMS informava que o índice de câncer na tireóide entre
as crianças era, na verdade, cem vezes superior ao nível de antes da tragédia. De acordo
com a Organização, a radioatividade desprendida no acidente foi 200 vezes superior àliberada pelas bombas de Hiroxima e Nagasaki juntas.
Em julho de 1995, durante uma reunião da Sociedade para o Estudo da Evolução,
em Montreal, o cientista Robert Baker apresentou surpreendentes indícios de que o
arganaz (espécie de ratinho silvestre da região atingida) estava passando por uma
evolução extremamente rápida. Segundo o cientista, o índice de evolução em algumas
espécies animais desde o acidente era maior do que o ocorrido normalmente em 10
milhões de anos.Exames demonstraram que os ratos de Chernobyl apresentavam várias rupturas
em seus fios de DNA. Segundo o Dr. Baker, o organismo do animal estava tentando
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reconstruir o DNA, mas essa restauração imprecisa pode provocar mutação dos genes,
que são transmitidos às novas gerações de células. Algumas mutações tornam a divisão
celular descontrolada e o resultado é o câncer. Já as mutações ocorridas nas células dos
óvulos e dos espermatozóides podem ser repassadas aos descendentes dos animais; em
alguns casos os resultados são defeitos congênitos que podem apressar a morte dos
descendentes.
De acordo com o geneticista ucraniano Vyacheslav Konovalov, em algumas regiões
próximas a Chernobyl até 80% de todos os animais nascem monstros mutantes, como
potros de oito patas e bezerros com duas cabeças.
Todos esses efeitos danosos é o que a ciência conseguiu descobrir até agora, após
o acidente de Chernobyl. Pode-se apenas especular o que adviria de um acidente nuclear
ainda mais grave, ou de explosões de algumas bombas de hidrogênio na atmosfera.
Ainda em julho de 1995, um relatório da CIA americana mostrou que em dez reatores
ativos na Eslováquia, Lituânia, Rússia, Bulgária e Ucrânia, havia “grande probabilidade de
ocorrer desastres nas dimensões do de Chernobyl” . Na própria usina de Chernobyl foram
detectadas 260 fissuras no sistema de resfriamento de um dos reatores em outubro de
1997; um porta-voz disse que “as rachaduras foram descobertas a tempo de evitar
vazamento de radioatividade.” A OMS estima em 200 milhões de dólares o total derecursos necessários para se continuar investigando as consequências do acidente
nuclear de Chernobyl nos próximos 15 anos...
Enquanto médicos e cientistas vão descobrindo mais efeitos danosos de
Chernobyl, outros acidentes nucleares, de “menor monta”, continuam a ocorrer em todo o
planeta, ao mesmo tempo em que vêm à tona agora também notícias de acidentes até
então desconhecidos.
Em abril de 1995, uma usina nuclear perto de Bombaim (Índia) deixou vazar águaradioativa. A notícia do acidente só foi divulgada em julho. Em outubro daquele ano, um
jornal de Tóquio divulgou a notícia de um acidente com um submarino nuclear chinês, que
afundara em 1983 próximo de Vladivostok, na Rússia; o acidente causou a contaminação
da região e foi mantido como segredo militar pela ex-União Soviética e pelo atual
comando da frota russa. Em dezembro de 1995, no Japão vazaram cerca de duas
toneladas de sódio líquido do sistema de refrigeração do “super reator nuclear” da usina
de Monju. Os especialistas haviam escolhido esse tipo de reator porque o uso de sódio nolugar de água para refrigeração tornava mínimo o risco de vazamento, por diminuir os
fatores de corrosão... Também em dezembro, cientistas japoneses descobriram, na neve
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da Antártida, uma concentração de radioatividade 500 vezes superior à normal, à qual
atribuíram os testes nucleares americanos realizados na atmosfera em 1963; segundo
esses cientistas, “ficou comprovado que as provas nucleares afetam qualquer parte do
globo, independentemente de onde tenham sido realizadas.”
O mau uso feito da energia nuclear, tanto para “fins pacíficos” como para uso
militar, tornou-se maldição para a humanidade. A esse respeito, diz Roselis von Sass em
sua obra “O Livro do Juízo Final”:
“Tudo foi dado à humanidade. Assim também a chave para essainesgotável fonte de energia. Riquíssimas bênçãos poderia ela ter colhido, se não tivesse colocado sempre e sempre de novo contra avontade de Deus. Assim, também a energia atômica contribuirá para
a purificação no Juízo.”