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PE 605.750/BUR/ANN. Acesso do Público aos Documentos 2016 Relatório anual do Parlamento Europeu

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PE 605.750/BUR/ANN.

Acesso doPúblico aosDocumentos2016Relatório anual do

Parlamento Europeu

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INTRODUÇÃO

O Parlamento, o Conselho e a Comissão aplicam o Regulamento (CE) n.º 1049/2001 relativoao acesso do público aos documentos que se encontram na respetiva posse desde 3 dedezembro de 2001.

Em conformidade com o artigo 17.º, n.º 1, deste Regulamento: «Cada instituição publicaráanualmente um relatório sobre o ano anterior, referindo o número de casos em que ainstituição recusou a concessão de acesso a documentos, as razões por que o fez e o númerode documentos sensíveis não lançados no registo».

Nos termos do artigo 116.º, n.º 6, do Regimento do Parlamento Europeu, a Mesa doParlamento aprova o relatório anual referido no artigo 17.º, n.º 1, do Regulamento (CE)n.º 1049/2001.

METODOLOGIA

O relatório anual de 2016 do Parlamento Europeu é elaborado com base na seguintemetodologia:

Os dados relativos a documentos consultados e solicitados referem-se unicamentea documentos especificados.

Os pedidos relativos a um número muito elevado ou indeterminado de documentosque a instituição não pôde identificar não são incluídos nas estatísticas sobredocumentos solicitados.

Os dados sobre pedidos de acesso têm em conta ambos os tipos de pedidos, tantode um número de documentos especificados como de um número indeterminadode documentos.

As decisões de acesso parcial são consideradas respostas positivas. Os pedidos confirmativos podem dizer respeito ao número de decisões iniciais de

recusa ou de acesso parcial. O ano dos pedidos confirmativos é determinado pelo dia de registo dos

correspondentes pedidos iniciais.

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ÍNDICE

S í n t e s e . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

C A P Í T U L O I A P L I C A Ç Ã O D O R E G U L A M E N T O ( C E ) N . º 1 0 4 9 / 2 0 0 1E M 2 0 1 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

A) Conteúdo do registo público dos documentos do Parlamento ........................................5

B) Dados sobre documentos consultados e solicitados........................................................6

B.1) Documentos diretamente consultáveis ....................................................................6

B.2) Documentos solicitados através do formulário em linha ou por correio eletrónico7

C) Dados relativos aos pedidos............................................................................................8

D) Perfil dos requerentes....................................................................................................11

C A P Í T U L O I I T e n d ê n c i a s e q u e s t õ e s e s p e c í f i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 3

A) O financiamento dos partidos políticos europeus e das fundações políticas europeias 13

B) Pedidos de acesso a documentos relacionados com as declarações de despesas esubsídios dos deputados ...............................................................................................15

C) Pedidos de um número indeterminado de documentos.................................................16

C A P Í T U L O I I I D e c i s õ e s d o P r o v e d o r d e J u s t i ç a E u r o p e u ej u r i s p r u d ê n c i a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 9

1. Decisão do Provedor de Justiça Europeu de arquivar a queixa 1189/2016/JN ..........19

2. Controlo jurisdicional ...................................................................................................19

O b s e r v a ç õ e s f i n a i s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1

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Relatório anual do Parlamento Europeusobre o acesso do público aos documentos - 2016[Artigo 17.º do Regulamento (CE) n.º 1049/2001]

Síntese

Dados

O número de referências documentais disponíveis no registo público continuou aaumentar. Em 31 de dezembro de 2016, a base de dados do registo continha647 903 referências, em comparação com 606 256 no final do ano anterior.

Em 2016, os utilizadores do sítio Web do registo público dos documentos do Parlamentoconsultaram 118 980 documentos diretamente através do registo. Verificou-se o acessoa mais de um milhão de documentos através de outras plataformas. No mesmo período,o Parlamento recebeu, através do formulário em linha ou por correio eletrónico,499 pedidos relativos a 802 documentos especificados, o que representa um aumentode 7 % relativamente a 2015.

Dos 499 pedidos, 136 referiam-se a documentos que não tinham sido publicadospreviamente.

A taxa global de respostas positivas superou os 95 % em 2016. O Parlamento negou o acesso em 23 casos, maioritariamente relacionados com pedidos

de documentos sobre os deputados.

Tendências

Em 2016, os pedidos relativos a um número muito elevado ou indeterminado dedocumentos (pedidos que solicitam «todos os documentos relacionados com»determinado assunto, «todos os documentos que contenham informações sobre» umtema específico ou documentos referentes a um período de tempo concreto, etc.)aumentaram 31 % em comparação com o ano anterior. Trata-se de um aumentosignificativo, mas não tão substancial como o verificado em 2014 e 2015, quando osdados triplicaram.

Quanto às tendências, observou-se em 2016 um interesse específico dos requerentesem documentos relacionados com o financiamento dos partidos políticos europeus, asdespesas e os subsídios dos deputados, bem como com as atividades dos deputadosdo Reino Unido aquando do referendo sobre o Reino Unido enquanto membro daUnião Europeia. O interesse público em documentos relacionados com as negociaçõessobre um acordo precoce no contexto do processo legislativo permaneceu elevado.

Com três pedidos confirmativos ao longo do ano, a taxa de pedidos confirmativospermaneceu relativamente baixa.

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CAPÍTULO IAPLICAÇÃO DO REGULAMENTO (CE) N.º 1049/2001 EM 2016....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

A) Conteúdo do registo público dos documentos do Parlamento

O registo público dos documentos do Parlamento foi criado em 2002 com vista areforçar a transparência e a facilitar o acesso do público aos documentos da instituição,em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 1049/2001. Na sua maioria, o registoreúne referências a documentos legislativos. Todavia, sempre que possível, tambémsão diretamente disponibilizadas outras categorias de documentos.

O número de referências documentais tem crescido todos os anos. Com um aumentode 7 % relativamente ao ano anterior, em 31 de dezembro de 2016 o número dereferências documentais na base de dados do registo ascendia a 647 903 (o quecorresponde a 4 175 092 documentos no total, se forem consideradas todas as versõeslinguísticas). O registo público não contém documentos sensíveis na aceção doartigo 9.º do Regulamento (CE) n.º 1049/2001.

(Fig. 1) Evolução do número de documentos no registo público dos documentos doParlamento

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B) Dados sobre documentos consultados e solicitados1

Em conformidade com o artigo 12.º do Regulamento (CE) n.º 1049/2001, que obriga asinstituições a fornecer, tanto quanto possível, acesso direto aos seus documentos, cerca de95 % dos documentos constantes do registo público dos documentos do Parlamentopodem ser descarregados diretamente através do sítio Web2. Os documentos que nãopossam ser diretamente consultados podem ser solicitados através do formulário de pedidoem linha3 ou por correio eletrónico.

B.1) Documentos diretamente consultáveis

Em 2016, foram consultados diretamente no sítio Web do registo público dos documentosdo Parlamento 118 980 documentos. Esses dados não têm em conta as consultas efetuadasatravés de outras plataformas ligadas à base de dados do registo, incluindo as páginas Webdas comissões parlamentares e do Think Tank do Parlamento.

Os tipos de documentos consultados com maior frequência no sítio Web do registo públicodos documentos do Parlamento foram (por ordem decrescente): perguntas com pedido deresposta escrita (22,4 %), respostas a perguntas (20,9 %), textos aprovados (6,2 %),documentos recebidos da Comissão Europeia (2,4 %).

(Fig. 2) Número de documentos consultados no sítio Web do registo público de documentos

1 Estes dados referem-se unicamente a documentos especificados.2 http://www.europarl.europa.eu/RegistreWeb/search/simpleSearchHome.htm?language=PT3 https://www.secure.europarl.europa.eu/RegistreWeb/requestdoc/secured/form.htm?language=PT

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B.2) Documentos solicitados através do formulário em linha ou por correio eletrónico

Em 2016, o Parlamento recebeu, através do formulário em linha ou por correio eletrónico,pedidos relativos a 802 documentos especificados. Tal representa um aumento de 7 % emrelação ao número de documentos especificados solicitados no ano anterior.

Tal como em anos anteriores, os dados não incluem os pedidos de acesso a um númeroindeterminado de documentos, tais como os pedidos de acesso a «todos os documentosrelacionados com» determinado assunto ou «todos os documentos que contenhaminformações sobre» um tema específico, etc. Os documentos aos quais se referem taispedidos não podem ser contabilizados para fins estatísticos.

(Fig. 3) Número de documentos especificados solicitados através do formulário em linha ou porcorreio eletrónico

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C) Dados relativos aos pedidos

O Parlamento recebeu 499 pedidos através do formulário em linha ou por correio eletrónicoem 2016. Destes, 345 pedidos diziam respeito a documentos especificados, enquanto 147eram relativos a um número indeterminado de documentos e sete eram sobre consultasinterinstitucionais no âmbito do memorando de entendimento4.

Vale a pena salientar que os pedidos de um número indeterminado de documentosaumentaram 31 % relativamente a 2015. Quase 30 % de todos os pedidos recebidos em2016 solicitavam o acesso a «todos os documentos relacionados com» determinado assuntoou «todos os documentos que contenham informações sobre» um tema específico.

Dos 499 pedidos recebidos em 2016, o Parlamento deu uma resposta positiva em 476 casos,concedendo acesso parcial aos documentos solicitados em oito casos.

(Fig. 4) Número de pedidos e número de respostas positivas

Além disso, dos 499 pedidos recebidos em 2016, 136 referiam-se a documentos que nãotinham sido publicados previamente.

Na sua maioria, os pedidos de documentos não publicados previamente referiam-se aofinanciamento de partidos políticos europeus e de grupos políticos do Parlamento (20 %), adocumentos dos deputados (18 %), a organismos políticos (17 %), a contratos públicos e

4 Memorando de entendimento, assinado em 9 de julho 2002, entre os serviços do Parlamento Europeu, do Conselho eda Comissão sobre a aplicação do artigo 4.º, n.º 4, do Regulamento (CE) n.º 1049/2001, relativo ao acesso do público aosdocumentos do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão.

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administração do Parlamento (16 %), a pareceres jurídicos (6 %) e a documentos sobre ostrílogos (5 %).

Em 2016, o Parlamento deu uma resposta positiva a 113 dos 136 pedidos de documentosque não tinham sido publicados previamente.

(Fig. 5) Número de pedidos relativos a documentos não publicados previamente e respostaspositivas

Em 2016, o Parlamento negou o acesso do público aos documentos em 23 casos por decisãoda autoridade competente.

Foram apresentados três pedidos confirmativos5 no seguimento da recusa dos pedidosiniciais. O Parlamento manteve a sua decisão inicial nos três casos.

12 das 23 recusas estavam relacionadas com documentos sobre deputados; quatro recusasestavam relacionadas com o financiamento de partidos políticos e as restantes referiam-serespetivamente a um processo pendente no tribunal sobre os trílogos, questões relativas acontratos públicos (dois casos), segurança informática do Parlamento (dois casos), umparecer jurídico do Serviço Jurídico e um documento da Comissão na posse do Parlamento.

5 Os pedidos confirmativos podem referir-se a recusas totais ou à concessão de acesso parcial (artigo 7.º, n.º 2, doRegulamento (CE) n.º 1049/2001).

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(Fig. 6) Número de pedidos relativos a documentos não publicados previamente e recusas deacesso

Tal como em 2015, as recusas deste ano basearam-se principalmente na necessidade deproteger a vida privada e a integridade do indivíduo (artigo 4.º, n.º 1, alínea b), doRegulamento (CE) n.º 1049/2001), os interesses comerciais de pessoas singulares oucoletivas (artigo 4.º, n.º 2, do Regulamento (CE) n.º 1049/2001), o processo decisório dainstituição (artigo 4.º, n.º 3, do Regulamento (CE) n.º 1049/2001) e a proteção de pareceresjurídicos (artigo 4.º, n.º 2, do Regulamento (CE) n.º 1049/2001).

(Fig. 7) Taxa de recusa de acesso ao abrigo das exceções do artigo 4.º do Regulamento (CE)n.º 1049/2001

Em conclusão, a taxa de respostas positivas do Parlamento permaneceu elevada em 2016,sendo a taxa global de respostas positivas de cerca de 95 % e a taxa de respostas positivasa pedidos de documentos não publicados previamente de 83 %.

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D) Perfil dos requerentes6

Os académicos e investigadores continuam a constituir a maior categoria de requerentes,representando mais de 50 % dos requerentes que se inserem nesta categoria, seguindo-seo setor empresarial, as organizações ambientais e outros representantes de interesses, queconstituem no seu conjunto cerca de 15 % dos pedidos. Em 2016, foi efetuado um númerosignificativo de pedidos por jornalistas (7 %), que constituem a maior categoria derequerentes de documentos não publicados previamente, ao passo que a proporção depedidos de advogados permaneceu estável nos 10 %.

Quanto à repartição geográfica dos pedidos em função dos Estados-Membros, a tendênciaem 2016 é semelhante à observada em anos anteriores. Cerca de 32 % dos requerentesviviam na Bélgica, seguindo-se (por ordem decrescente) a Alemanha (13 %), a França (8 %),a Espanha (8 %) e a Itália (6 %). O número de pedidos com origem em países terceirosrepresentou cerca de 5,3 % do total.

Em 2016, a língua mais utilizada nos pedidos continuou a ser o inglês (58 %), ao qual seseguem o alemão (12 %), o francês (11 %) e o espanhol (4 %), à semelhança dos anosanteriores.

(Fig. 8) Perfil dos requerentes de acesso a documentos em 20167

(Fig. 8-A) Nacionalidade

6 Os dados relativos ao perfil dos requerentes são recolhidos com base nas informações fornecidas pelos requerentesquando apresentam os seus pedidos. Contudo, o Regulamento (CE) n.º 1049/2001 não exige que os requerentesforneçam informações sobre a sua identidade. De facto, verificou-se que um certo número de requerentes preferiu nãorevelar a profissão; este é, em especial, o caso dos pedidos apresentados por correio eletrónico.

7 Direitos de autor das imagens nos gráficos: salem / Fotolia - kebox / Fotolia- Pekchar / Fotolia - DIDEM HIZAR / Fotolia -Claudio Divizia / Fotolia - ravennka / Fotolia - photolars / Fotolia - Becky Stares / Fotolia - Sylvie Bouchard / Fotolia -atScene / Fotolia - Seraphim Vector / Fotolia- valentint / Fotolia - quka / Fotolia - Gstudio Group / Fotolia - mostafa fawzy/ Fotolia - BERLINSTOCK / Fotolia - Double-J Design - União Europeia

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(Fig. 8-B) Profissão

(Fig. 8-C) Língua

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CAPÍTULO II Tendências e questões específicas........................................................................................................................................................................................................................................................................................ ...........................................................................................................................................................

O ano de 2016 foi marcado por um interesse particularmente elevado dos jornalistas e doscidadãos em geral em obter acesso aos documentos do Parlamento relacionados com ofinanciamento dos partidos políticos europeus e das fundações políticas europeias e comas declarações de despesas e subsídios dos deputados. O ano também se destaca emvirtude da sua taxa sem precedentes de pedidos de acesso a um número muito elevado ouindeterminado de documentos.

A) O financiamento dos partidos políticos europeus e das fundações políticas europeias

O número de pedidos de documentos relacionados com o financiamento dos partidospolíticos europeus e das fundações políticas europeias aumentou ao longo dos anos, devidoao facto de o público estar cada vez mais informado sobre a existência dessas organizaçõese sobre o papel proeminente do Parlamento na sua gestão. No que diz respeito aos pedidosde documentos não publicados previamente, correspondentes a 20 % do número total depedidos, o financiamento dos partidos políticos e das fundações políticas foi o assunto maispopular de 2016. Muito provavelmente, as alegações de utilização indevida de subvençõespor alguns partidos e fundações no passado contribuíram para esta tendência, tal como arelativamente recente adoção de nova regulamentação neste âmbito.

Os documentos sobre o financiamento dos partidos políticos e das fundações políticas sãosobretudo os apresentados ao Parlamento ou elaborados por este em conformidade comas regras nessa matéria. O Regulamento (CE) n.º 2004/20038 estabeleceu o quadro jurídicoao abrigo do qual as organizações podem obter o estatuto de partido político europeu oufundação política europeia, bem como o acesso ao financiamento a cargo do orçamento daUnião Europeia. O referido regulamento deixará de ser aplicável com o encerramento doexercício financeiro de 2016, sendo substituído pelo Regulamento (UE, Euratom)n.º 1141/20149. Também importa salientar a Decisão da Mesa do Parlamento Europeu de 29de março de 200410 que estabelece as normas segundo as quais o Parlamento deve gerir ofinanciamento concreto dos partidos e das fundações.

Existem três tipos de pedidos de acesso a documentos relativos ao financiamento dospartidos políticos e das fundações políticas que vale a pena analisar no presente relatório:os pedidos de acesso a documentos publicados na página Web do Parlamento dedicado aospartidos políticos europeus e às fundações políticas europeias, os pedidos de acesso aospedidos de subvenção efetuados pelos partidos políticos e pelas fundações políticas, e ospedidos de acesso a notas apresentadas à Mesa sobre o financiamento dos partidospolíticos.

8 Regulamento (CE) n.º 2004/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo ao estatuto e ao financiamento dospartidos políticos a nível europeu, JO L 297 de 15.11.2003, p. 1-4.

9 Regulamento (UE, EURATOM) n.º 1141/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2014, relativoao estatuto e ao financiamento dos partidos políticos europeus e das fundações políticas europeias, JO L 317 de4.11.2014, p. 1-27.

10 Decisão da Mesa do Parlamento Europeu, de 29 de março de 2004, que define as normas de aplicação do Regulamento(CE) n.º 2004/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo ao estatuto e ao financiamento dos partidos políticosa nível europeu, JO C 63 de 4.3.2014, p. 1-35.

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Página Web do Parlamento dedicada aos partidos políticos europeus e às fundações políticaseuropeias

Nos termos do artigo 9.º-A do Regulamento (CE) n.º 2004/2003, o Parlamento Europeu temde publicar um relatório anual que inclua um quadro com os montantes pagos a cadapartido e a cada fundação a nível europeu, o relatório do Parlamento Europeu sobre aaplicação desse regulamento e as disposições relativas à sua aplicação. Em conformidadecom a referida disposição, esses documentos são carregados numa página Web criada parao efeito11. Todavia, a fim de aumentar a transparência, o Parlamento vai além das obrigaçõesjurídicas e publica uma versão específica dos relatórios finais dos partidos e das fundações.A versão publicada dos relatórios finais inclui uma ficha financeira final indicando asdespesas elegíveis realmente efetuadas, segundo a estrutura do orçamento previsional,uma demonstração completa das receitas e despesas correspondentes às contas durante operíodo de elegibilidade coberto pela decisão de subvenção, e um relatório da auditoriaexterna das contas efetuada por um revisor de contas independente, atestando que asubvenção foi utilizada em conformidade com as regras.

No entanto, possivelmente porque desconhecem o sítio Web ou porque investigar o seutema de interesse é moroso, em 2016, um número significativo de requerentes apresentoupedidos de acesso público a esses mesmos documentos. Nesses casos, em resposta aospedidos, o Parlamento remeteu geralmente os requerentes para a página Web e facultou-lhes as hiperligações para os documentos solicitados.

Pedidos de acesso a pedidos de subvenção

Para receberem fundos do orçamento da União Europeia destinados a financiar o seufuncionamento durante um exercício financeiro, os partidos políticos e as fundaçõespolíticas têm de solicitar uma subvenção antes do início do exercício. Nos seus pedidos, asorganizações têm de demonstrar que cumprem os critérios de elegibilidade doRegulamento (CE) n.º 2004/2003, e também, o que é muito importante, têm de estabeleceros seus planos para o exercício financeiro seguinte, nomeadamente os seus objetivospolíticos e atividades previstas.

Os pormenores dos pedidos de subvenção e a sensibilidade das informações que contêmsão de tal ordem que, sempre que é solicitada a divulgação de pedidos ao abrigo doRegulamento (CE) n.º 1049/2001, o Parlamento considera normalmente que não poderiamser divulgados sem comprometer as atividades e os objetivos fundamentais da organização.Consequentemente, o acesso aos pedidos de subvenção tem de ser recusado para protegeros interesses comerciais dos partidos ou fundações, nos termos do artigo 4.º, n.º 2, primeirotravessão, do Regulamento (CE) n.º 1049/2001.

Pedido de acesso às notas do Secretário-Geral apresentadas à Mesa

Perto do início de cada exercício financeiro, os pedidos de subvenção dos partidos políticoseuropeus e das fundações políticas europeias são apreciados pelos serviços competentesdo Parlamento. Essa apreciação é resumida numa nota do Secretário-Geral sobre aconcessão de subvenções. A nota é subsequentemente apresentada à Mesa para que esta

11 http://www.europarl.europa.eu/contracts-and-grants/pt/20150201PVL00101/Political-parties-and-foundations

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tome uma decisão sobre o montante provisório da subvenção concedida a cada partido efundação que se tenha considerado satisfazer os critérios de elegibilidade. De igual modo,após o final do exercício financeiro, os partidos e as fundações apresentam, junto doParlamento, um relatório final sobre a utilização da sua subvenção provisória. Por sua vez,esses relatórios são resumidos numa nota apresentada à Mesa, sendo então tomada umadecisão sobre o montante final da subvenção.

Em 2016, o Parlamento recebeu um elevado número de pedidos de acesso a estas notas,relativas quer ao exercício financeiro de 2016, quer a exercícios financeiros anteriores. Oacesso do público às notas foi concedido ou recusado, nos termos do Regulamento (CE)n.º 1049/2001, caso a caso, em função do seu conteúdo, tal como estabelecido pelajurisprudência constante. Essas notas podem conter considerações jurídicas quanto àaplicação das regras em matéria de financiamento dos partidos políticos europeus e dasfundações políticas europeias. Além disso, um dos deveres do Secretário-Geral consiste emprestar assistência à Mesa no desempenho das suas funções, bem como aconselhamento einformações de base sobre as decisões que tem de tomar. Por conseguinte, nos casos emque o Parlamento considerou que a publicação de uma nota apresentada à Mesacomprometeria a capacidade da instituição para procurar aconselhamento jurídico juntodos seus serviços ou prejudicaria gravemente o processo decisório da instituição, o acessoà nota em questão foi recusado.

B) Pedidos de acesso a documentos relacionados com as declarações de despesas esubsídios dos deputados

A tendência de crescimento dos pedidos de acesso aos documentos relativos aosdeputados continuou em 2016. Cerca de 18 % de todos os pedidos relativos a documentosnão publicados previamente eram respeitantes a essa categoria. A maioria destes pedidosincidia sobre as declarações de despesas e subsídios dos deputados. Em regra, osrequerentes interessados em obter acesso a esses documentos visam assegurar o controlopúblico sobre a utilização dos fundos públicos, revelando possíveis irregularidadesfinanceiras e contribuindo para o debate público sobre o funcionamento do Parlamento.Outros pedidos dizem respeito a documentos relativos às atividades dos deputados na suacapacidade política.

A prática do Parlamento

Para dar resposta aos pedidos de acesso a documentos relacionados com os deputados,muitas vezes o Parlamento aplica o artigo 116.º, n.º 2, do Regimento do Parlamento Europeue o artigo 4.º, n.º 1, alínea b), do Regulamento (CE) n.º 1049/2001 relativo à proteção da vidaprivada. Também são tomadas em consideração as diretrizes decididas pela Mesa em 20 defevereiro de 2008, elaboradas com base nas melhores práticas observadas nos parlamentosnacionais.

O Regulamento (CE) n.º 1049/2001 relativo ao acesso aos documentos é aplicável sobretudoaos documentos detidos pelas três instituições principais da União Europeia: a Comissão, oConselho e o Parlamento Europeu. O Parlamento considera que, por princípio, existe umaseparação orgânica entre os seus deputados eleitos e a instituição propriamente dita.

Em consonância com esse princípio, o artigo 116.º, n.º 2, do Regimento do ParlamentoEuropeu prevê que, para efeitos de acesso aos documentos, os documentos elaborados por

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deputados a título individual são documentos do Parlamento apenas se foremapresentados nos termos do Regimento. Tal significa que os documentos pessoais dosdeputados, incluindo trocas de mensagens de correio eletrónico, agendas, cartas escritas ourecebidas pelos mesmos ou notas internas, não são considerados «documentos doParlamento», pelo que o Parlamento não se encontra em condições de conceder o acesso atais documentos quando são solicitados, uma vez que não estão na posse da instituição nemse inscrevem no âmbito de aplicação do Regulamento (CE) n.º 1049/2001.

No entanto, grande parte dos documentos solicitados que dizem respeito aos deputadosdo Parlamento são efetivamente documentos do Parlamento, quer porque foramapresentados à instituição ou emitidos pela mesma. Nesses casos, aquando da apreciaçãoda divulgação de um documento, o Parlamento presta especial atenção à vida privada e àintegridade dos deputados. Com efeito, a maioria dos documentos visados pelos pedidosrelativos às declarações de despesas e subsídios dos deputados contém informações decaráter privado e sensível. Em geral, se o requerente não demonstrar a necessidade datransferência dos dados pessoais em conformidade com o artigo 8.º do Regulamento (CE)n.º 45/200112, o Parlamento recusa o acesso ao documento com base na necessidade deproteger a vida privada e a integridade dos indivíduos, tal como estabelecido no artigo 4.º,n.º 1, alínea b), do Regulamento (CE) n.º 1049/2001.

Em 2016, o Parlamento respondeu a todos os pedidos de acesso às declarações de subsídiosdos deputados com base numa ou em ambas as disposições referidas.

A abordagem do Parlamento relativamente ao acesso aos documentos é fundamentadapelas diretrizes decididas pela Mesa, em 20 de fevereiro de 2008, com base nas melhorespráticas observadas nos parlamentos nacionais. Segundo estas diretrizes, não sãopublicadas as informações pormenorizadas relativas aos pagamentos efetuados a cadadeputado a título individual, embora os deputados sejam livres de publicar as informaçõesque pretendam partilhar com o público.

O referendo sobre o Reino Unido enquanto membro da União Europeia

À medida que se aproximava o referendo sobre a permanência do Reino Unido na UniãoEuropeia, o Parlamento recebeu alguns pedidos de acesso às declarações de despesas esubsídios dos deputados britânicos, mais especificamente dos deputados do UKIP. OParlamento deu resposta aos pedidos da mesma forma que trata os pedidos semelhantesnão relacionados com o referendo.

C) Pedidos de um número indeterminado de documentos

Tal como já foi referido no relatório de 2015, registou-se uma tendência crescente nosúltimos anos de pedidos de acesso a um número muito elevado ou indeterminado dedocumentos, tais como pedidos de «todos os documentos relacionados com» determinadoassunto ou «todos os documentos que contenham informações sobre» um tema específico.Em 2015, os pedidos relativos a um número indeterminado de documentos aumentaramsubstancialmente e triplicaram relativamente a 2014, representando 25 % de todos os

12 Regulamento (CE) n.º 45/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de dezembro de 2000, relativo à proteçãodas pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais pelas instituições e pelos órgãoscomunitários e à livre circulação desses dados, JO L 8 de 12.1.2001, p. 1-22.

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documentos durante o ano. O número total de tais pedidos em 2016 aumentou mais 31 %em relação a 2015.

Estes pedidos são frequentemente canalizados através dos sítios Web públicos, como oAsktheEU.org, que coloca à disposição um sistema automático de criação de endereços decorreio eletrónico ad hoc para a apresentação de pedidos de acesso a documentos dasinstituições da UE, sem que os utilizadores tenham de fornecer informações sobre a suaexistência ou identidade13.

Contrariamente a certas legislações nacionais, o Regulamento (CE) n.º 1049/2001 nãocontém disposições sobre pedidos iníquos, abusivos ou claramente irrazoáveis. Além disso,não exige que os requerentes forneçam informações sobre a sua identidade, nem osmotivos para os seus pedidos. Contudo, em determinadas circunstâncias, a falta de motivos,cujo conhecimento pode ajudar o Parlamento a identificar os documentos solicitados, ou aausência da identidade dos requerentes podem dificultar o processamento adequado dospedidos.

Por exemplo, os pedidos de «todos os documentos relacionados com» determinado assuntopodem ter como consequência um encargo administrativo excessivo, incompatível com oprincípio da boa administração. O seu tratamento requer frequentemente pesquisasaprofundadas para identificar todos os documentos pertinentes e a cooperação de diversosdepartamentos do Parlamento, além das funções normais que os mesmos devemdesempenhar. Além disso, é muitas vezes difícil, se não mesmo impossível, para oParlamento identificar com total certeza os documentos que estão efetivamente«relacionados» com o assunto de interesse, na aceção do pedido de acesso aos documentos.

De igual modo, a falta de requisitos relativos à apresentação de um comprovativo daidentidade dos requerentes constitui uma oportunidade para comportamentos abusivos ourecurso abusivo a pedidos de acesso a documentos, tais como pedidos fictícios ou enviadosrepetidas vezes a partir de endereços eletrónicos fictícios. Num caso específico, constatou-se que a mesma pessoa utilizava duas contas de utilizador distintas no sítio WebAsktheEU.org e apresentava observações que se consideravam violar as diretrizes sobre aadequação do conteúdo dos pedidos. Sem qualquer disposição legislativa sobre como agirem tal situação, o Parlamento esforça-se para encontrar uma solução que proteja o direitode acesso aos documentos e que, ao mesmo tempo, ponha termo aos abusos.

Por estas razões, e com o objetivo de salvaguardar os interesses da boa administração, em2016, o Parlamento consolidou a sua prática de solicitar aos requerentes a indicação de umamorada para os notificar devidamente da recusa ao acesso de documentos por cartaregistada, com aviso de receção, garantindo, deste modo, a segurança jurídica.

Nos casos de pedidos que não sejam suficientemente precisos e de pedidos relativos adocumentos muito extensos ou a um elevado número de documentos, as únicas opções àdisposição da instituição são as seguintes: 1) convidar o requerente a clarificar o pedido(artigo 6.º, n.º 2, do Regulamento (CE) n.º 1049/2001), 2) contactar o requerente de modoinformal a fim de encontrar uma solução equitativa (artigo 6.º, n.º 3, do Regulamento (CE)n.º 1049/2001) e 3) em casos excecionais, a instituição pode igualmente alargar o prazo

13 http://www.asktheeu.org/en/body/european_parliament

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oficial para a resposta inicial por mais 15 dias úteis. Porém, estas alternativas nem sempre serevelam adequadas.

1) Clarificação nos termos do artigo 6.º, n.º 2

No caso de pedidos que façam referência a «todos os documentos» relacionados comdeterminado assunto ou de outros pedidos pouco claros, o requerente recebe informaçõesgerais sobre o assunto e ligações para descarregar documentos específicos e ésubsequentemente convidado a clarificar o seu pedido para que o Parlamento fique emcondições de proceder ao seu tratamento.

2) «Limitação» do âmbito do pedido nos termos do artigo 6.º, n.º 3

No caso de um pedido de acesso a um elevado número de documentos identificados, orequerente é convidado a limitar o pedido a uma quantidade mais reduzida de documentos,a fim de permitir ao Parlamento apreciá-los e responder dentro dos prazos regulamentares,com a possibilidade de apresentação de pedidos futuros por parte do requerente.

Caso o requerente não aceite ser contactado para este fim, o Parlamento pode decidirrecusar o acesso aos documentos com base num encargo administrativo excessivo. OTribunal de Justiça confirmou essa possibilidade em dois casos nos quais o volume dosdocumentos ou o das passagens a censurar implicaria uma tarefa administrativainadequada. Nesses dois casos em concreto, decidiu que o princípio da proporcionalidadepermite às instituições ponderar, por um lado, o interesse do acesso do público adocumentos e, por outro lado, a carga de trabalho gerada pelo pedido e as instituiçõespodem salvaguardar o interesse de uma boa administração (ver processos Hautala eStrack)14.

3) A título excecional, tal como previsto pelo artigo 7.º, n.º 3, do Regulamento (CE)n.º 1049/2001, as instituições também podem prorrogar o prazo oficial para a respostainicial por mais 15 dias úteis.

Por vezes, o Parlamento recorre a essa possibilidade nos casos em que procede aotratamento de pedidos especialmente difíceis, tais como os pedidos relativos a um elevadonúmero de documentos ou a documentos volumosos que exigem a participação e acoordenação de um número de serviços do Parlamento superior à norma. Tais prorrogaçõesrevelaram-se úteis ou mesmo necessárias para permitir ao Parlamento apreciar todos osdocumentos e responder ao requerente com fundamentos de facto e de direito, seguindoao mesmo tempo os seus procedimentos internos e procedendo ao tratamento da suacarga de trabalho normal.

14 Processo T-14/98, Hautala/Conselho, n.º 86; processo C-127/13 P, Strack/Comissão, EU:C:2014:2250, n.º 27.

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CAPÍTULO IIIDecisões do Provedor de Justiça Europeu e jurisprudência....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

1. Decisão do Provedor de Justiça Europeu de arquivar a queixa 1189/2016/JN

Apenas uma queixa em relação ao tratamento pelo Parlamento dos pedidos de acesso aosdocumentos foi apresentada junto do Provedor de Justiça em 2016. No início do ano, umrequerente contactou o Parlamento Europeu através do sítio Web AsktheEU.org e solicitou oacesso a documentos relacionados com uma delegação de um grupo político. O Parlamentorespondeu, informando o requerente de que os documentos dos grupos políticos não estãona posse da instituição. Na sequência de um pedido de reexame, foi apresentada umadecisão formal por correio registado. A parte queixosa solicitou subsequentemente aoParlamento a publicação da decisão no sítio Web AsktheEU.org. Todavia, o carregamento dedocumentos em sítios Web externos não se integra no âmbito de competências doParlamento. Dado que a parte queixosa não recebeu qualquer resposta, recorreu aoProvedor (queixa 1189/2016/JN). O gabinete do Provedor de Justiça estabeleceu contactocom o serviço competente do Parlamento Europeu. Subsequentemente, o serviço informoua parte queixosa em conformidade. O Provedor de Justiça arquivou o processo.

2. Controlo jurisdicional

Não foram interpostas novas ações junto do Tribunal de Justiça em relação a qualquerdecisão do Parlamento relativa ao acesso a documentos. Porém, à data da elaboração dopresente relatório, existem três processos pendentes. Os acórdãos estão previstos para 2017ou 2018.

1) Processo T-136/15 – Evropaïki Dynamiki/Parlamento (concurso público): o recurso foiinterposto no Tribunal Geral em março de 2015 por um fornecedor no âmbito docontrato-quadro ITS08 (prestação de serviços informáticos externos) após a decisão doParlamento, de 13 de fevereiro de 2015, de recusar o acesso público a todos os pedidos decotação, incluindo os respetivos anexos técnicos, emitidos pelo Parlamento Europeu paratodos os lotes do contrato-quadro. A recusa do Parlamento baseou-se na necessidade deproteger a segurança pública, a vida privada e a integridade dos indivíduos, os interessescomerciais de terceiros e o processo decisório. A audição realizou-se em janeiro de 2017;

2) Processo T-540/15 – De Capitani/Parlamento (documentos sobre trílogos): o recurso foiinterposto no Tribunal Geral em setembro de 2015, após a decisão do Parlamento Europeu,de 8 de julho de 2015, de recusar o acesso completo a dois documentos com múltiplascolunas relacionados com as negociações interinstitucionais em curso sobre a proposta deum Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que cria a Agência Europeia paraa Cooperação e a Formação Policial (Europol). O processo escrito está encerrado e não serealizou qualquer audição até à data;

3) Processos T-639/15 a T-666/15 Jornalistas/Parlamento (subsídios e despesas dos deputados):foram interpostos 29 recursos no Tribunal Geral em novembro de 2015, após a decisão doParlamento de recusar o acesso público a todos os documentos comprovativosrelacionados com despesas e subsídios dos deputados, evocando a proteção da vidaprivada e da integridade do indivíduo. O processo escrito está encerrado e não se realizou

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qualquer audição até à data.

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Observações finais

Em 2016, o Parlamento envidou esforços para aumentar o acesso do público aosdocumentos da instituição, equilibrando, ao mesmo tempo, esse objetivo com o dever dainstituição de proteger interesses específicos, tais como a vida privada e a integridade dosindivíduos ou a capacidade da instituição para tomar decisões. Dado que a visibilidade e aacessibilidade dos documentos legislativos aumentaram ao longo dos últimos anos,nomeadamente graças ao alargamento do âmbito do registo público dos documentos doParlamento, 2016 confirmou a tendência da tónica dos requerentes no acesso do públicoaos documentos administrativos em vez dos documentos legislativos. Esta tendênciaconduz muitas vezes o Parlamento a territórios desconhecidos. Surgem novos desafios equestões jurídicas de cada vez que os requerentes solicitam o acesso a categorias dedocumentos não publicados previamente.

No entanto, os dados do Parlamento revelam uma taxa excecionalmente baixa de pedidosconfirmativos ao longo dos últimos anos e, em especial, em 2016. O que precede sugereque, em geral, os requerentes de acesso aos documentos consideram satisfatórias asrespostas do Parlamento aos seus pedidos, mesmo nos casos em que o acesso a umdocumento é recusado com base numa das exceções ao direito de acesso previstas noRegulamento (CE) n.º 1049/2001. De um modo geral, a apreciação das disposições criadaspara o acesso do público aos documentos do Parlamento demonstra que os objetivos detransparência definidos pelos Tratados continuaram a ser atingidos pela instituição em2016.