acessibilidade web - tudo tem sua primeira vez

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Acessibilidade Web: Tudo tem su Primeira Vez. 01/11/2006 - Marco Antonio de Queiroz - MAQ. Tudo tem sua primeira vez. O maior incentivo que tive em estudar e aprender desenvolvimento de acessibilidade, foi a fascinação de como eu, e pessoas com a mina d poder#amos facilitar nossas vidas caso tiv$ssemos um acesso f%cil & web . 'u (% era um entusiasta da )nternet quando, em *++ , comecei a troca cole as com de!ci"ncia visual de todo o /rasil. 'ra uma loucura sabe escrevendo e obtendo respostas de ce os contando suas viv"ncias de t entanto, meu maior deslumbramento foi quando, em *+++, entrei no sit conecido (ornal carioca e, com absoluta autonomia, sem precisar que !zesse para mim, li uma not#cia1 A princ#pio, dei um sorriso satisfe mas, lo o depois, a emoção me tomou totalmente. 2ina liberdade1 Ap3s isso, por ser dia de anivers%rio de uma pessoa ami a, comprei u enviei de presente sem sair de mina cadeira em frente ao micro. A a o presente em casa e telefonou, a radecendo a lembrança e dizendo qu precisava me preocupar e ter tanto trabalo em deslocar al u$m para !z. 4isse-le que eu tina feito tudo sozino e ela começou a corar estra ar a emoção dela com 5todo o trabalo que tive5, calei-me sem não necessitei me deslocar com mina ben ala at$ a livraria e muito ido ao correio. 2as, l% do fundo, mina emoção veio brotando novamen sensação de que eu estava, raças & internet, me tornando um su(eito comum. 'u e outros curiosos #amos espalando as novidades pela lista de col de!ci"ncia. Todos se entusiasmavam1 0o entanto, começamos a perceber tudo eram 6ores5, e que e7istia uma tal de inacessibilidade, que av quais quase nada pod#amos fazer, ou mesmo onde $ramos totalmente bar Assim, fui pesquisar a causa disso. Parte desse conecimento est% ne para todos. )ntrodução. 'ste te7to tem o ob(etivo de demonstrar o que $ acessibilidade quand numa p% ina da internet. Apresentamos aqui al uns conceitos que perm leitor entender bem este tema. Abordaremos o pr3prio conceito de ace (unção desta com o que camamos de usabilidade, o que essas coisas t com pessoas com de!ci"ncia e pessoas sem de!ci"ncia, as relaç8es com desenvolvimento tecnol3 ico, tecnolo ias assistivas, soft9ares ami (uventude, modernidade, inclusão e e7clusão di ital, educação, merc consumo e trabalo e, !nalmente, como o leitor pode se inserir em tu O que $ Acessibilidade A primeira vez que nos deparamos com a palavra acessibilidade, pensa naturalmente, que ela se(a proveniente ou derivada da palavra acesso

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Acessibilidade Web: Tudo tem sua Primeira Vez.01/11/2006 - Marco Antonio de Queiroz - MAQ.Tudo tem sua primeira vez.

O maior incentivo que tive em estudar e aprender desenvolvimento de sites com acessibilidade, foi a fascinao de como eu, e pessoas com a minha deficincia, poderamos facilitar nossas vidas caso tivssemos um acesso fcil web.

Eu j era um entusiasta da Internet quando, em 1995, comecei a trocar e-mails com colegas com deficincia visual de todo o Brasil. Era uma loucura saber que estava escrevendo e obtendo respostas de cegos contando suas vivncias de to longe. No entanto, meu maior deslumbramento foi quando, em 1999, entrei no site de um conhecido jornal carioca e, com absoluta autonomia, sem precisar que algum o fizesse para mim, li uma notcia! A princpio, dei um sorriso satisfeito e meio bobo mas, logo depois, a emoo me tomou totalmente. Minha liberdade!

Aps isso, por ser dia de aniversrio de uma pessoa amiga, comprei um livro e o enviei de presente sem sair de minha cadeira em frente ao micro. A amiga recebeu o presente em casa e telefonou, agradecendo a lembrana e dizendo que eu no precisava me preocupar e ter tanto trabalho em deslocar algum para fazer o que fiz. Disse-lhe que eu tinha feito tudo sozinho e ela comeou a chorar. Para no estragar a emoo dela com "todo o trabalho que tive", calei-me sem contar que no necessitei me deslocar com minha bengala at a livraria e muito menos tinha ido ao correio. Mas, l do fundo, minha emoo veio brotando novamente, ao ter a sensao de que eu estava, graas internet, me tornando um sujeito mais comum.

Eu e outros curiosos amos espalhando as novidades pela lista de colegas com deficincia. Todos se entusiasmavam! No entanto, comeamos a perceber que "nem tudo eram flores", e que existia uma tal de inacessibilidade, que havia pginas nas quais quase nada podamos fazer, ou mesmo onde ramos totalmente barrados. Assim, fui pesquisar a causa disso. Parte desse conhecimento est nesse captulo, e para todos.

Introduo.

Este texto tem o objetivo de demonstrar o que acessibilidade quando navegamos numa pgina da internet. Apresentamos aqui alguns conceitos que permitiro ao leitor entender bem este tema. Abordaremos o prprio conceito de acessibilidade, a juno desta com o que chamamos de usabilidade, o que essas coisas tm a ver com pessoas com deficincia e pessoas sem deficincia, as relaes com desenvolvimento tecnolgico, tecnologias assistivas, softwares amigveis, cultura, juventude, modernidade, incluso e excluso digital, educao, mercado de consumo e trabalho e, finalmente, como o leitor pode se inserir em tudo isso.

O que Acessibilidade?

A primeira vez que nos deparamos com a palavra acessibilidade, pensamos, naturalmente, que ela seja proveniente ou derivada da palavra acesso. Mas, e da? Em geral essa palavra no est sozinha, vem contextualizada de conceitos tcnicos ou prticos, normalmente associados a pessoas com deficincia. Sua aplicao, de fato, teve origem na necessidade da transposio dos obstculos arquitetnicos que impediam e impedem o acesso de pessoas com deficincia a lugares de uso comum e pblico.

Mas, ao longo do tempo, o conceito de acessibilidade assumiu dimenso mais ampla. Qualquer tipo de barreira para qualquer pessoa, mesmo sem deficincias ou apenas com limitaes temporrias, passou a ser relacionado acessibilidade. Por exemplo, caladas esburacadas, perigosas para mulheres grvidas que no podem enxergar os ps, ou um site na internet cujo cdigo no permita o acesso por meio de celulares, passaram a ser inacessveis. Uma grvida e um proprietrio de celular com bons recursos no so pessoas reconhecidamente com deficincia, mas podem encontrar inacessibilidades comuns s pessoas com deficincia. Assim, o conceito adquiriu sentido mais amplo. Hoje, na prtica, acessibilidade diz respeito qualidade ou falta de qualidade de vida para todas as pessoas.

Cultura e Tecnologia.

Desde os anos 80, segundo a UNESCO, cresceu o entendimento de que as dificuldades impostas pelos limites de uma deficincia a um indivduo variam segundo a cultura e desenvolvimento tecnolgico de cada pas ou regio. No so apenas o tipo e o grau de deficincia sensorial, cognitiva ou fsica que determinam a limitao de uma pessoa; o ambiente no qual se insere tambm pode fazer com que fique mais ou menos limitada. Aplicando-se essa ideia s pginas da web, podemos entender como a tecnologia tanto pode, quando bem utilizada, contribuir para maior qualidade de vida para inmeras pessoas, como a se constituir, se for mal empregada, numa grande fonte de frustrao. Se as pessoas com deficincia visual ou dificuldades motoras que no utilizam mouses, por exemplo, pudessem navegar pela internet e fossem a agncias bancrias on-line realizar transaes financeiras sem sair de casa; se lojas virtuais de vendas e supermercados tivessem sites com um acesso fcil e possvel a esses internautas, evitando uma locomoo desnecessria na hora de comprar um livro para um amigo ou um CD de msica para escutar; se tal tecnologia permitisse a leitura, na internet, do jornal preferido por elas; se pudessem estudar e se divertir; se, enfim, conseguissem utilizar de todas as facilidades que a internet, especialmente a web, oferece maioria de seus usurios, essas pessoas estariam cada vez menos limitadas. A tecnologia da web no seria mais uma barreira a ser transposta mas, ao contrrio, um veculo de transposio de barreiras e melhora da qualidade de vida.

A legislao, sobretudo por meio da Lei n. 8.112/90, de reserva de mercado, abriu as portas das empresas e do mercado para as pessoas com deficincia. Geram-se empregos e salrios e, consequentemente, relacionamento social, econmico e maior participao poltica, permitindo a incluso de um nmero cada vez maior de pessoas nas atividades comuns de toda a sociedade. Para isso, cultura inclusiva e tecnologia tm de estar juntas, oferecendo novos espaos, como esse espao quase infinito que a web.

Web, Pessoas com Deficincia e Tecnologias Assistivas.

Acessibilidade nas pginas da Web significa, antes de mais nada, termos um acesso regular a essas pginas. Dependemos, ento, para comear, do prprio computador que utilizamos, seus perifricos, como mouse, teclado, monitor, udio etc. Alm disso, de programas como navegadores (Internet Explorer, Firefox, Opera e outros) e tecnologias assistivas.

Tecnologia Assistiva qualquer tipo de tecnologia especificamente concebida para ajudar pessoas com incapacidades ou deficincia a executarem atividades do cotidiano. A tecnologia assistiva abrange as cadeiras de rodas, as mquinas de leitura, prteses, etc. No domnio da acessibilidade da web, tecnologias assistivas para a navegao na web so hardwares, perifricos e programas especiais que permitem, ou simplesmente facilitam, o acesso de pessoas com deficincia internet. Entre eles podemos citar os leitores de tela, sintetizadores de voz, ampliadores de tela, para pessoas cegas ou de baixa viso; programas de comando de voz para cegos e pessoas com dificuldades na digitao; teclados e mouses especiais, controlados por um joystick ou pelos movimentos da cabea, por exemplo, para pessoas com dificuldades motoras, etc. O desenvolvimento da tecnologia possibilita que cada vez mais pessoas estejam capacitadas para acessar a internet e as novidades nesse campo so permanentes.

Navegao Via Teclado.

Se pensarmos em acessibilidade nas pginas da web para pessoas com deficincia, somos obrigados a refletir no modo de navegao, que podemos dividir em trs: navegao via mouse, navegao via teclado e navegao por comando de voz.

A maioria das pessoas navegam via mouse e s se utilizam do teclado para preencherem formulrios, fazerem pesquisas, escrever e-mails etc. No entanto, a maior parte das pessoas com deficincia que necessitam de acessibilidade, usam o teclado para a navegao na internet. Uma pessoa cega, ou de baixa viso, no tem como posicionar o cursor, movido pelo mouse, nos links, cones, formulrios etc. das diversas pginas. Outras pessoas com deficincia, que tm comprometimento da coordenao motora nas mos, a ponto de no conseguirem posicionar mouses para clicar, mas que possuem coordenao suficiente para teclar em teclados comuns ou mesmo com teclas de dimenses maiores, e pessoas que se utilizam de tecnologias assistivas especficas para uso do teclado, navegam atravs deste sem a utilizao do mouse. Assim, um site que, alm de sua navegao via mouse, permita uma boa navegao via teclado, possibilita sua utilizao por um nmero muito maior de indivduos.

Ronaldo Correia Junior, paralisado cerebral, que tem a necessidadede navegar via teclado e faz isso com os dedos dos ps.

Tcnica de uso do teclado por pessoas cegas.

No caso especfico de pessoas cegas ou de baixa viso, o uso do teclado comum se d atravs dos dedos indicadores colocados nas teclas das letras "F" e "J" que, por padro, possuem um relevo em sua parte inferior. A partir dessas referncias, pode-se teclar decorando-se as posies de cada letra. Assim, seguindo-se o posicionamento do indicador esquerdo na letra "F", onde existe o relevo, sabe-se que o dedo mnimo, tambm esquerdo, encontrar a letra "A", que subindo-se o dedo mdio uma carreira, encontraremos a letra "E", e por a em diante. Tambm teramos exemplos para a mo direita, orientando-se a partir da tecla da letra "j". Caso no haja relevo nas teclas mencionadas, basta grudar um durex ou esparadrapo nas mesmas para poderem servir de referncia. O nmero 5 do teclado numrico, direita, tambm possui relevo. Tecnologias assistivas como os leitores de telas, associados a sintetizadores de voz ou monitores e linhas Braille, complementam o acesso dessas pessoas na internet; nesse caso, o teclado comum para escrever, e as tecnologias assistivas para ler.

Teclado de computador com a letra F e seu relevo.

Teclas de navegao e teclas de atalho.

Como se navega pelo teclado? Esta a pergunta que os usurios de mouses, em geral, se fazem. Para podermos navegar via teclado, a princpio, no existe a dependncia de qualquer programa especial. Os prprios navegadores permitem que, atravs de teclas de navegao prprias, se possa cumprir inmeras funes que, normalmente, so realizadas atravs do mouse. Assim, por exemplo, podemos sair de um navegador clicando, com o mouse, um "x" na parte superior direita da tela, como tambm indo no menu "fechar" do navegador. No entanto, podemos fazer o mesmo atravs do conjunto das teclas alt e f4, quando tecladas simultaneamente. Ao se pressionar o alt e logo o f4, o programa fecha. Da mesma forma, boa parte das outras funes do navegador que so realizadas pelo mouse, possui algum simultneo que possa ser realizado pelo teclado. Quando pensamos em acessibilidade, podemos acrescentar s teclas de navegao do navegador, outras existentes em alguma tecnologia assistiva, como um leitor de telas, e ainda, teclas de atalho programadas em uma pgina da web por seu desenvolvedor.

O desenvolvimento de recursos de acessibilidade em uma pgina web muito importante. As pessoas com deficincia, ao dependerem da acessibilidade dos navegadores e dos sistemas operacionais, podem ter dificuldades quando esses, nas trocas de verses, no as trouxerem com os mesmos recursos ou eles no lhes forem acessveis, quando estiverem longe de seus micros e os que forem utilizar estiverem com outras configuraes, ou mesmo se os navegadores e sistemas operacionais no possurem, originalmente, os recursos que necessitam. Assim, as pginas consideradas acessveis so aquelas que trazem a acessibilidade em si mesmas, que no dependam de onde e como esto sendo expostas.

As regras de acessibilidade e o desenvolvimento de pginas naWeb.

Quando um desenvolvedor quer fazer pginas da web acessveis pode contar com uma srie de regras. Estas permitem no apenas torn-las acessveis para um determinado grupo de pessoas com deficincia, mas tambm a todas as pessoas com deficincia que necessitam desses recursos. Pode-se fazer acessibilidade de forma to completa que auxilie a todos, no apenas s pessoas com deficincia. A acessibilidade permite que as pginas carreguem mais rpido, independentemente do tipo de conexo, aumenta as possibilidades de estas serem encontradas pelos robs de busca e as torna mais fceis de navegar, independente das condies da pessoa e por qualquer tipo de dispositivo mvel, como os celulares, palmtops, laptops, etc. Uma pgina assim estaria includa no que chamamos de "desenho universal". As diretrizes internacionais de acessibilidade que mais proporcionam o caminho para todas essas vantagens esto relacionadas nos WCAGs 1.0, 2.0, Samurai e, no Brasil, s diretrizes de acessibilidade do governo eletrnico (EMAG - Verses 1,2 e agora a 3)*.

Diretrizes e Tcnicas Internacionais de Acessibilidade.

O W.C.A.G. 1.0 e 2.0 (Web Contents Accessibility Guidelines) so documentos disponibilizados pelo W3C (WWWC - World Wide Web Consortium), atravs de seu departamento WAI (Web Accessibility Initiative). Esses documentos so uma espcie de guias internacionais de acessibilidade, mais conhecidos como diretrizes de acessibilidade do W3C, ou diretrizes de Acessibilidade ao Contedo da Web.

O WCAG 1.0 foi, desde sua criao em 1999 at os dias de hoje, a base para o estudo e a prtica de acessibilidade para a web em todo o mundo. Essas diretrizes esto sendo substitudas desde o final de 2008 por sua atualizao, o WCAG 2.0 do prprio W3C. Segundo o consrcio, as Diretrizes para a Acessibilidade dos Contedos da Web 2.0 (WCAG 2.0 devem ser recomendadas e utilizadas preferencialmente, embora seja possvel seguir tanto as WCAG 1.0 como as WCAG 2.0, ou ambas, o W3C sugere que os contedos novos e atualizados utilizem a verso WCAG 2.0.

J o WCAG Samurai uma criao de Joe Clark, ex colaborador e desenvolvedor do WCAG 1.0 da WAI/W3C que, no estando de acordo com as ideias propostas no WCAG 2.0, criou uma errata para o WCAG 1.0, bastante aceita pelos desenvolvedores web, embora no possua a oficialidade do WCAG 2.0. Segundo Joe Clark, "A WCAG Samurai uma alternativa WCAG 2.0. Voc pode seguir a WCAG 2.0 ou esta errata, ou mesmo no seguir nenhuma delas, mas no possvel seguir ambas.Essas trs opes de documentos internacionais criaram uma certa insegurana nos desenvolvedores que acabaram, muitas vezes, aproveitando-se das melhores prticas sugeridas por cada documento para realizar seus prprios itens de acessibilidade particulares que, infelizmente, na maioria das vezes, resultam em inacessibilidades por no contemplarem deficincias que desconhecem o modo de navegao ou necessidades especficas.

Por estarem algumas diretrizes de acessibilidade do WCAG 1.0 realmente em desuso, quando se faz umsite acessvel tem-se de optar ou pelo WCAG 2.0 ou pelo Samurai, sendo o primeiro o mais oficial e reconhecido internacionalmente.

Essas diretrizes explicam como tornar o contedo das pginas da web acessvel a pessoas com deficincia. Destinam-se a todos os desenvolvedores de sites e aos programadores de ferramentas para criao de contedo web: "O principal objetivo destas diretrizes promover a acessibilidade. No entanto, a sua utilizao far tambm com que os sites da web e todo o seu contedo se tornem de mais fcil acesso para todos, independentemente dos respectivos agentes dos usurios utilizados: navegadores comuns, navegadores por voz, celulares, PCs de automveis, leitores de tela, ampliadores de tela, em qualquer que seja a limitao associada. Alm disso, respectiva utilizao destas diretrizes ir ainda ajudar as pessoas a encontrarem informaes na web mais rapidamente. Estas diretrizes no visam de modo algum restringir a utilizao de imagem, vdeo, etc., por parte dos produtores de contedo; antes explicam como tornar o contedo de multimdia mais acessvel a um pblico mais vasto1."

E complementam: "Muita gente no faz ideia do que , nem que importncia possa ter, a temtica da acessibilidade associada ao desenvolvimento de pginas para a web. Pede-se, pois, ao leitor que pense que h muitos usurios que atuam em contextos muito diferentes do seu. Referimo-nos a usurios que podem estar numa das seguintes situaes:

No ter a capacidade de ver, ouvir ou deslocar-se, ou que podem ter grandes dificuldades, quando no mesmo a impossibilidade, de interpretar determinados tipos de informaes;

No ter um teclado ou mouse, ou no ser capazes de os utilizar;

Ter um navegador que apenas apresenta texto, um monitor de dimenses reduzidas ou uma ligao Internet muito lenta;

No falar ou compreender fluentemente a lngua em que o contedo da pgina foi escrito;

Ter os olhos, os ouvidos ou as mos ocupados ou de outra forma solicitados (por ex.: ao volante a caminho do emprego ou ao trabalhar num ambiente barulhento);

Ter uma verso muito antiga de um navegador, um navegador completamente diferente dos habituais, um navegador por voz, ou um sistema operacional menos vulgarizado.

Os criadores de contedo tm de levar em conta estas diferentes situaes ao conceberem uma pgina para a web. Embora haja uma multiplicidade de situaes, cada projeto de pgina, para verdadeiramente potencializar a acessibilidade, tem de dar resposta a vrios grupos de incapacidades ou deficincias em simultneo e, por extenso, ao universo dos usurios da Web1."

Por esse e mais motivos, fazer acessibilidade sem levar em conta as sugestes dos WCAGs, pode significar, ao contrrio do que o desenvolvedor de sites possa pensar a respeito de acessibilidade, um atraso para todos os usurios da web. Para fazer uma acessibilidade completa, para atender os requisitos bsicos para a melhor navegao possvel para todos, devemos estar atentos a essas diretrizes e sugeri-las aos criadores de pginas que ainda no as conhecem.

Acessibilidade e Usabilidade.

Esse texto no pretende ser um guia tcnico de acessibilidade, apenas um orientador do que seja uma pgina acessvel que possa ser usada com conforto por todos os usurios da web, especialmente pessoas com deficincia.

Assim, j sabemos que para alm da acessibilidade que um navegador possa ter atravs de suas teclas de navegao originais, existem formas de se criar teclas de navegao e atalho pelo desenvolvedor nas pginas da web. Quando pensamos em fazer acessibilidade estamos querendo adaptar os sites para alm das possibilidades j existentes nos navegadores comuns, como tambm superar barreiras de acesso criadas por funcionalidades programveis que, estando fora dos padres web, se tornem incompatveis com tecnologias assistivas e o bom uso da navegao via teclado ou por voz. Por outro lado, algumas vezes, mesmo estando acessveis as informaes ou funcionalidades programadas pelo desenvolvedor, essas no possuem um acesso fcil, gastando-se tempo para entend-las em sua utilizao ou mesmo para se chegar a elas. Por exemplo: um usurio com tetraplegia e que faz uso da navegao via teclado, quer preencher um formulrio de cadastro. Esse formulrio encontra-se aps o quadragsimo segundo hiperlink da pgina e, no entanto, na parte central da mesma, bem visvel a seus olhos. Para podermos entender sua dificuldade, temos de conhecer a lgica da navegao via teclado.

Quem utiliza um mouse pode chegar com tranquilidade ao formulrio se posicionando diretamente na edio das respostas do mesmo, mas quem utiliza apenas o teclado, tem, nesse caso, de pressionar a tecla TAB 42 vezes para chegar ao formulrio. Nesse tipo de recurso, a navegao sequencial, da esquerda para a direita e de cima para baixo. Mesmo que esses hiperlinks estejam distribudos visualmente de forma harmnica pela pgina, se sua codificao for anterior ao formulrio, este s se apresentar disponvel ao usurio que navegue pelo teclado, depois de, sequencialmente, passar por todos os hiperlinks e a forma de faz-lo , como foi escrito, pressionando a tecla "TAB" 42 vezes.

Existem outras formas de navegao que seriam mais fceis para quem utiliza um leitor de tela grfico de qualidade, como a "teclagem rpida", que se aproveitando dos padres web (web standards), poderia chegar ao formulrio somente teclando a letra "f", para que o cursor do leitor de telas encontrasse o elemento form e parasse no formulrio. Poderia tambm, em outras ocasies, teclar a letra "h" para chegar a um cabealho, "g" a um grfico (imagem), "l" para chegar a uma lista de itens, "t" para encontrar uma tabela etc. A teclagem rpida, no entanto, depende da utilizao de tableless na codificao da pgina e de tabelas acessveis, para o seu encontro, no caso especfico da letra "t".

no nosso caso, no entanto, o usurio no cego e necessita saltar os links ou fazer uma procura por palavra chave do formulrio no menu do navegador. Dependendo da dificuldade motora do usurio, essa tarefa tambm poderia ser dificultosa. O formulrio pode estar acessvel, mas sua utilizao cansativa para tal pessoa. Dizemos, nesse caso, que a usabilidade dessa pgina no boa, independentemente de sua acessibilidade.

Todas as pginas que possuem menus padronizados em um site, para serem alm de acessveis, terem uma boa usabilidade, tm de possuir teclas de atalho que permitam o salto para o contedo principal da pgina. Essas teclas de atalho podem ser colocadas pelo desenvolvedor sem prejuzo de qualquer outro contedo. O salto com ncora o mais recomendado por sua universalidade.

Equivalente Textual, o que isso?

Todas as informaes de uma pgina acessvel devem ser apresentadas em texto. Isso significa que, se for usada alguma outra mdia, como imagens e sons, as informaes que elas contm devem ser repetidas numa descrio textual. Essa descrio deve ser "equivalente", isto , deve transmitir as mesmas informaes que os elementos disponibilizados.

No devemos confundir a equivalncia textual com a confeco de uma pgina somente texto, o que deixaria um site visualmente pobre, pginas esteticamente ruins no tm a ver com acessibilidade. A inteno, quando se diz que as informaes devem estar disponveis em texto, a de uma informao redundante em texto quando da existncia de outros elementos, como imagens e sons. Esse modo de informao se deve necessidade que um leitor de tela (software de leitura para pessoas com deficincia visual e surdocegueira) tem para transmitir as informaes, uma vez que no consegue ler nada alm de textos.

Criar duas verses do site, uma grfica e outra somente texto para pessoas com deficincia visual, alm de ir contra a prtica de uma nica verso acessvel a todos no chamado desenho universal, pode ocasionar erros como, na pressa, atualizar-se a pgina na verso grfica e deixar a verso texto desatualizada por esquecimento. Alm disso, pessoas que enxergam, mas que por qualquer motivo necessitam de uma navegao via teclado de bom nvel, seriam obrigadas a utilizar pginas que no foram pensadas para elas.

Podemos dizer que os exemplos mais comuns de elementos no textuais so imagens de figuras, fotografias, botes, animaes, linhas horizontais separadoras, mapas, filmes e sons.

Letras e textos artisticamente planejados, desenhados na imagem, usados para ttulos, cabealhos ou logos de empresas no so texto. Texto significa somente o que chamado de "texto real", digitado no teclado.

Esses elementos no textuais podem ser tranquilamente utilizados numa pgina acessvel, apenas devemos usar equivalentes textuais para dar oportunidade de todos os usurios perceb-los.

Funcionalidades feitas em objetos programveis, como scripts e applets, so outro tipo de elemento no textual. So partes de uma funcionalidade escrita em linguagens outras que no HTML, para criar um comportamento dinmico ou iterativo, como os escritos Java ou Macromedia Flash. Esses elementos, no entanto, possuem uma dificuldade toda especial em se fazer acessibilidade, embora sempre seja necessria a tentativa de faz-la e o WCAG desde o 1.0 tenta ajudar nisso tambm.

Sons incluem fala, sinais de udio, sons de alerta, narrativas e trilhas de udio em vdeo. Nem todos os usurios podem acessar ou utilizar esses elementos diretamente, especialmente surdos e pessoas com deficincia auditiva, e, assim, necessitam tambm que a informao ou funcionalidade seja fornecida de outra forma, ou seja, no formato texto ou visual.

De qualquer maneira, o equivalente textual tem a funo de traduzir em texto, em linguagem clara e simples, a imagem ou som, especialmente se ele possui uma funcionalidade.

O texto alternativo, para a maioria das imagens, pode ser colocado no cdigo da pgina atravs de marcaes e fica "transparente" na tela para quem enxerga, apenas sendo "captado" pelos leitores de tela que passam pelas imagens e os procuram no cdigo.

Alguns navegadores, quando apontamos o cursor na imagem com o mouse, mostram a existncia do equivalente textual abrindo uma janela com seu texto, ou mesmo quando a imagem ainda no surgiu no momento de carregar a pgina, essa janela com o texto alternativo aparece em seu lugar. Outra forma de percebermos a existncia, ou falta, dos equivalentes textuais numa pgina, desativando as imagens nas configuraes do navegador. Se os equivalentes estiverem l, seus textos aparecero no lugar das imagens. Assim, esse recurso s existe ocasionalmente para a maioria dos usurios da web, mas surgem efetivamente para aqueles que se utilizam dos leitores de tela.

Imagem do Chaplin sem e com equivalncia textual

Detalhes da equivalncia textual.

Os equivalentes textuais so implementados atravs de tcnicas3 que podem ser encontradas nas diretrizes internacionais e em sites especializados e so um acrscimo acessibilidade que se faz para termos uma boa navegao via teclado, sendo fundamentais para alguns grupos de pessoas com deficincia, nomeadamente cegos, surdos e surdocegos. Podemos chamar a ateno para alguns detalhes ao utiliz-los:

Os equivalentes textuais utilizados em elementos simples, como em imagens de figuras, botes e menus grficos, devem fazer pequenas descries da funo da imagem, ou mesmo uma simples repetio do que est sendo escrito em desenho de letra na imagem. Assim, se numa imagem estiver escrito, com letras desenhadas "Fale Conosco", esse o contedo que deve ser digitado no texto alternativo.

Se a imagem for apenas decorativa, do tipo uma linha separadora, a equivalncia textual deve existir vazia em contedo, com espao, para que a pessoa cega no tenha de ouvir mais que o necessrio para entender a pgina. Imagine que um ttulo seja enquadrado por 4 pequenas imagens decorativas e que, em cada uma delas exista uma equivalncia textual; poderamos atravs de um sintetizador de voz acoplado a um leitor de tela, escutarmos o seguinte trecho: "imagem superior esquerda, imagem superior direita, Nossa Empresa foi feita para voc, imagem inferior esquerda, imagem inferior direita. Imagem superior esquerda, imagem superior direita, Temos tudo que voc quer e precisa, imagem inferior esquerda, imagem inferior direita"... Somente nesses casos de imagens decorativas, recomendada a colocao de imagens em fundo de tela.

Da mesma forma, se na imagem houver o desenho de um telefone com o nmero do telefone da empresa, no necessrio que na equivalncia haja a descrio do telefone, sua cor, sua forma e outros detalhes inteis, e sim cumprir a funo proposta pela imagem, ou seja, a informao: "Tel.: (21) 2222-2222", que seria, supostamente, o nmero do telefone da empresa.

De forma semelhante, se o logo da empresa proprietria da pgina s tiver a funo de anunciar a empresa, o equivalente dever ser somente um ttulo do tipo "Logo da xxx", em que xxx o nome da empresa. A descrio visual do logo para pessoas com deficincia pode ser feito atravs de uma pgina s com essa finalidade e existem marcaes que podem levar o usurio de leitores de tela, ou mesmo pessoas de baixa viso no usurias desses leitores, a entrarem nessa pgina de descrio para conhecerem a descrio minuciosa do logo.

Se, nesse mesmo exemplo, o logo da empresa tiver a funo de um hiperlink que leva para a pgina principal, nas pginas internas do site deve estar tambm o nome da empresa s que acrescido de um "Voltar", ou outro texto que traduza a funo do logo.

Quando uma pequena descrio no suficiente para a compreenso de todo contedo existente na imagem, por exemplo, se a imagem mostra a populao de cada capital brasileira. A imagem, assim, dever ter um equivalente com um pequeno texto do tipo: "Populao das capitais brasileiras". Como complemento deve-se fazer uma pgina em html com todas as capitais e suas respectivas populaes, que poder ser acessada atravs da prpria imagem, ou por tcnicas perceptveis pelos usurios que no naveguem via teclado, mas que precisem de uma descrio.

Os equivalentes textuais tambm so fundamentais para pessoas surdas, s que, ao invs de descreverem imagens, devero descrever sons. Se existirem sonorizaes na pgina, como sinais de alarme ao se fazer uma tarefa de forma errada, mensagens sonoras, vdeos com informaes orais, estas devem estar redundantes em texto, para que a pessoa surda ou com uma deficincia auditiva severa possa absorver o contedo transmitido pela sonorizao. Nesse caso, a lngua gestual tambm pode ser importante.

Surdocegos e tecnologias assistivas.

A deficincia da surdocegueira algo alm da soma das dificuldades da deficincia visual e da auditiva. Tem contornos especficos, sendo a dificuldade de comunicao muito maior. No que tange ao uso da internet, a utilizao de leitores de tela associados a monitores em Braille, o recurso mais usado por ser o Braille um sistema ttil que no necessita da viso e nem da audio para ser lido.

"O leitor de tela um programa que interpreta os contedos de texto da tela e os apresenta atravs de um sintetizador de voz ou impresso em Braille1". Assim, tanto quanto os cegos e surdos, os surdocegos necessitam da equivalncia textual para ter acesso aos contedos daweb.

Equivalentes no textuais.

Da mesma maneira que existem equivalentes textuais para sons e imagens, existem tambm os equivalentes no textuais para os mesmos elementos, alm do equivalente no textual para o prprio texto.

WCAG 1.0: "Os equivalentes no textuais de texto, como o discurso pr-gravado ou um vdeo de uma pessoa traduzindo o texto para lngua gestual, podem tornar as pginas web acessveis a pessoas que tenham dificuldade em acessar a texto escrito, entre elas as que tenham deficincias cognitivas, dificuldades de aprendizagem ou surdez1". Da mesma forma, os equivalentes no textuais de texto podem tambm ser teis a pessoas que no leem, como as pessoas analfabetas.

O exemplo de um equivalente no textual de informaes visuais a descrio sonora (audiodescrio). A descrio falada de uma passagem visual de uma apresentao multimdia, beneficia quem no consegue ver as informaes visuais de um vdeo, como as pessoas cegas, da mesma forma que um equivalente textual, como as legendas, ou um no textual, como a traduo em lngua gestual, possibilitam o entendimento da informao pelo surdo.

Pode-se fazer testes para validar a descrio sonora e a prpria informao visual. Se desligando o monitor a descrio sonora do vdeo passar todas as informaes anteriormente entendidas e, se ao desligar o som das caixas a informao visual tambm for completa, esta mdia estar muito boa.

Cores, Daltonismo e Web.

O WCAG 1.0, em seu item 2.1, sugere: "Assegure-se de que todas as informaes fornecidas com cor estejam tambm disponveis sem cor...1"A cor pode ser til para fornecer informaes, mas no se deve basear nela como a nica maneira de comunicar um significado. importante mais do que somente a cor para informar, deve-se utilizar outros meios.

Para as "Diretrizes Irlandesas de Acessibilidade"2, que possui fundamentaes e explicaes tcnicas para deixarem mais didticas as diretrizes do WCAG 1.0, as informaes baseadas na cor tm tambm a seguinte fundamentao:

"Nem todas as pessoas percebem facilmente as diferenas de cor, podendo ter dificuldades para entender as informaes que so transmitidas somente atravs delas. Por exemplo: imagine dois botes em uma tela, ambos idnticos em termos de tamanho e forma. Um verde, o outro vermelho. O clique no boto vermelho pode causar dano ao computador do usurio. Se o usurio no puder distinguir entre as cores e no houver textos equivalentes nos botes, ele no tem como fazer a escolha certa.

Os usurios tm dificuldade de perceber as cores se eles trabalham com monitores de baixa qualidade, monocromticos ou se so daltnicos. Do mesmo modo, difcil ler um texto sobre um fundo cuja cor seja muito prxima, ou sem contraste com a cor do texto. Algumas combinaes de cores, tal como um texto vermelho sobre fundo verde, tambm so difceis de diferenciar.

No confie somente na cor para transmitir o significado. Escreva, por exemplo, 'Os botes desta pginaweb baseiam-se na capacidade do usurio distinguir entre o vermelho e o verde'"2.

Existem inmeros exemplos de inacessibilidades baseadas nas informaes transmitidas somente por cores. Por vezes, a prpria incidncia de luz na tela pode alterar as cores originais, assim como a qualidade da placa de vdeo, culos inadequados, distncia entre a tela e o usurio etc.

A diferena de contraste entre as cores de primeiro plano e de fundo, nas imagens, e entre texto e cor do fundo da tela, deve ser suficiente para que os usurios percebam corretamente as imagens e textos, inclusive os usurios que tiverem deficincias cromticas de viso, com vista cansada ou que usem uma tela em preto e branco.

Epilepsia fotossensvel pode ser provocada na web.

possvel fazer com que a tela trema inserindo comandos no cdigo de uma pgina web, normalmente para criar um efeito visual. Segundo as Diretrizes Irlandesas:

"Nem sempre possvel que o usurio controle a taxa na qual a tela treme. Enquanto o usurio no tiver esse controle, no devem ser criados efeitos de tremidos.

Isso se deve porque difcil concentrar-se em uma tela tremendo. Uma tela que treme tambm pode provocar ataques epilticos. Pessoas com epilepsia fotossensvel podem ter ataques provocados por tremidos ou flashes na faixa de 2 a 60 flashes por segundo (Hertz), com um pico de sensibilidade em 20 flashes por segundo, bem como por mudanas bruscas de escuro para claro (como nas luzes estroboscpicas)."

" difcil ler contedo que esteja aparecendo e desaparecendo, ou ler contedo quando alguma outra coisa na pgina estiver apresentando luz intensa. A intermitncia causa particular desvio de ateno tambm em usurios que tenham capacidade limitada de leitura ou dificuldade de concentrao, devido a rudo, stress, ou problema de aprendizado."2Sendo assim, deve-se assegurar que a tela trema dentro de uma faixa de segurana e no a alterar bruscamente de escuro para claro. Se isso no acontecer, criar mecanismos de congelamento desses tremidos e mudanas bruscas de cor. Isso vai alm das questes de acesso, para ser uma questo de segurana e sade para alguns usurios.

Linguagem simples e clara para todos.

A simplicidade e clareza da redao, cabealhos e textos dos links, que sendo objetivos, sem ambiguidades e corretamente escritos levem a um rpido entendimento do contedo da pgina, fator fundamental de acessibilidade em qualquer site, mesmo os especializados em matrias tcnicas.

Para isso sempre bom que se faa uma boa reviso do texto, que se coloque um bom ttulo nele, que se divida o mesmo em pargrafos afins, utilizando cabealhos que definam o que vem a seguir. Se necessrio, no caso de haver palavras pouco utilizadas, especficas de determinada matria, criar um glossrio de fcil acesso, para que a linguagem do texto seja entendida pelo maior nmero de pessoas possvel.

Verificar a pontuao e utilizar um corretor ortogrfico so medidas importantes, pois os sintetizadores de voz reproduzem exatamente o que um leitor de tela l. Assim, um texto mal escrito ortograficamente, com abreviaturas do tipo qdo (quando), palavras acentuadas de forma incorreta, e coisas do gnero, pode deixar um usurio sem entender o texto, ou tendo de parar a leitura corrente para voltar a trechos no entendidos pelos quais acabaram de passar.

Os sintetizadores de voz so a voz do leitor de tela, e a maioria deles identifica a pontuao atravs de pausas, de silncios na "voz", por alguns deles quase imperceptveis. Assim um ponto tem um tempo de silncio at que se leia a prxima palavra, um tempo menor para a vrgula e tempos mais fracionados ainda para dois pontos e ponto e vrgula. A exclamao e a interrogao tm sonoridades semelhantes ao que representam, tanto quanto a reticncias. A tecnologia anda to avanada nesse aspecto, que alguns sintetizadores reproduzem fantasticamente a voz humana.

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Ainda com o intento de chamar a ateno para a necessidade de uma linguagem clara e simples, devemos citar os textos colocados nos links de acesso outras pginas, ou mesmo links para a mesma pgina. Pessoas cegas, em geral, apesar de existirem, quando usam leitores de tela sofisticados, vrios tipos de navegao, se utilizam apenas dos dois principais tipos de leitura de telas: a leitura corrida de absolutamente todo o texto que se encontra em uma pgina, ou a leitura sinttica que a leitura da pgina passando somente pelos textos dos links e campos de formulrios, a fim de obterem uma condensao ou resumo do contedo total do site ou pgina. Isso fcil de fazer, bastando, a partir do incio da pgina, passar pelos links e formulrios com a tecla TAB. Corre-se pela pgina de link em link, ou campos de formulrios, pulando-se os textos, imagens, enfim, tudo que no link ou formulrio.

A maioria dos navegadores comuns fazem isso, sem a necessidade de um leitor de telas para tal. Qualquer pessoa, pressionando TAB, pode testar esse uso da tecla. A cada link onde se estiver, em geral, um pontilhado aparece em torno do link, caracterizando o posicionamento de onde se est. Assim, a pessoa com deficincia visual tambm vai, s que escutando (sintetizador de voz) ou tateando (monitor Braille) os textos, sejam os textos simples dos links, ou equivalentes textuais colocados nos links com imagens. So muito utilizadas, nesses casos, expresses muito conhecidas na web: "Saiba mais", "clique aqui." etc.

Quando uma pessoa com deficincia visual observa essa expresso no link, no pode continuar sua navegao via links, pois tal texto no completo e objetivo o suficiente para ele ter conhecimento sobre o que ele deve saber mais, ou mesmo porque deve clicar naquele link. Em geral, antes de um link com essas expresses, existe um incio de notcia, uma sntese sobre o que se deve saber mais se entrarmos no link. Para a pessoa que enxerga, basta correr os olhos antes do link e rapidamente saber se deseja ou no entrar nele. Para a pessoa com deficincia visual, ela deve parar sua leitura sinttica, posicionar seu leitor de telas linhas antes e fazer uma nova leitura, agora mais detalhada (lembremos que as pessoas com deficincia visual s tomaram conhecimento do texto do link, que era "Saiba mais"). Devemos destacar que a leitura silenciosa, um olhar ligeiro sobre um texto, sempre muito mais rpido do que uma leitura em voz alta, como a leitura de uma pessoa, de um sintetizador de voz, ou uma leitura ttil em um monitor Braille, basta experimentarmos isso na prtica.

Assim, uma linguagem clara significa, nesses casos, o texto do link ter uma continuidade como: "Saiba mais sobre zzz, onde zzz o assunto explicitado no texto anterior ao link.

Variaes de idioma na pgina Web.

Mais que o simples idioma, a variao da lngua natural no texto da pgina e nos equivalentes, textuais ou no textuais, deve ser identificada. As lnguas naturais so a lngua falada, escrita e a gestual. No Brasil a lngua falada e escrita o portugus e a gestual a LIBRAS (Lngua Brasileira de Sinais).

Assim, quando em um texto em portugus encontramos a palavra SITE, por exemplo, um leitor de telas enviar exatamente essa informao, ou seja, ser lida palavra igualmente como no idioma principal da pgina, o portugus: ser lido site. Quando se faz a marcao da mudana de idioma, as pessoas que estiverem escutando o texto ouviro como no idioma de origem da palavra marcada no cdigo, o ingls. Escutaro foneticamente como "saite", com a pronncia certa.

Da mesma forma que os equivalentes textuais, as marcaes de variao de idioma no aparecem na tela, ficando somente no cdigo da pgina que transmitido pelo leitor de tela. No entanto, se formos passar um corretor ortogrfico no texto da pgina, ao chegar em palavras de outros idiomas ele mostra como erro. Por outro lado, se estiver marcado o idioma correto da palavra, ele s apresentar erro se a palavra tambm no for reconhecida no idioma indicado.

Muitas vezes a pronncia incorreta das palavras dificulta o entendimento das informaes. No entanto, se mal aplicadas as marcaes de mudana de lnguas, podemos nos deparar com uma pgina em portugus totalmente pronunciada em ingls, o que dificultar o entendimento da mesma forma.

Isso pode acontecer por dois motivos: um desenvolvedor de outro pas colocar que a pgina toda em ingls e algum copiar a pgina colocando o texto em portugus. Isso acontece muito em blogs estrangeiros utilizados por brasileiros, ou mesmo com programas editores de pginas da web que esto no idioma ingls.

A outra forma quando um criador de pginas abre uma marcao para o ingls e se esquece de fech-la. Essas marcaes tm incio e fim, servindo tanto para apenas uma palavra como para expresses, citaes e at pargrafos e, assim, as marcas tm de ser bem colocadas no incio e fim da variao do idioma. Demos o exemplo do idioma ingls por ser aquele em que esses erros so mais comuns.

A identificao da lngua natural tambm auxilia os tradutores automticos: softwares ou mquinas capazes de ler o contedo de uma pgina e traduzi-lo para outro idioma. Quando tais tradutores se deparam com uma marcao de mudana de idioma, ele no o traduz, pois pode ser um termo tcnico ou mesmo uma expresso conhecida no idioma marcado.

Contedos dinmicos.

Contedos dinmicos so informaes que se atualizam em tempo real. Podem ser contedo em texto, vdeo, udio e contedo apresentado por meio de scripts e applets, ou qualquer tipo de contedo que transforme a pgina ou parte dela periodicamente.

As Diretrizes irlandesas de acessibilidade baseiam-se nos seguintes fundamentos para a boa utilizao desse item do WCAG:

"Alguns mtodos causam problemas para usurios com mobilidade limitada, dificuldades de leitura ou deficincia visual. Isso pode acontecer quando o contedo dinmico muda continuamente ou se renova automaticamente em uma nica rea da pgina de internet, ex.: um noticirio resumido (news ticker) de rolagem contnua. Esse tipo de apresentao causa problemas para leitores de tela. Usurios com mobilidade limitada podem ter dificuldades para clicar nos links em movimento. Usurios com deficincia visual ou dificuldade de leitura no tm facilidade para ler textos em movimento."2Assim, informaes apresentadas com recursos dinmicos no possibilitam a navegao por aqueles que no possuem meios capazes de faz-lo. Deve-se adequar o acesso s informaes dessa dinmica uma forma esttica, de maneira que tecnologias assistivas para pessoas com deficincia possam ter acesso. Pode-se tambm desenvolver acessos no obstrutivos a essas tecnologias, mesmo que os recursos continuem dinmicos para quem no as utilize, caso contrrio, os usurios ficaro mal informados.

"Frames" ou "Quadros".

Os "frames", ou "quadros", so recursos que apresentam numa s tela do monitor mais de uma pgina daweb. Assim, por exemplo, podemos ter uma tela com um "frame" esquerda com os menus e links de navegao, que uma informao fixa. Do lado direito da tela, teremos o contedo relativo aos links que esto esquerda. Esse contedo um quadro (frame) com informaes dinmicas, pois as pginas se alteram direita a cada clique dado ao lado esquerdo.

Os "Quadros", ou "frames", tm alguns problemas para pessoas com deficincia visual. Esses usurios no percebem, de uma s vez, a estrutura da pgina. O leitor de telas apresenta o contedo linha a linha, ou mesmo somente o pedao que est lendo, sem uma viso geral da tela. A percepo do todo se d ao final de toda a leitura, caso cada "frame" esteja bem intitulado, como por exemplo: "Frame superior, Cabealho", "frame esquerdo - menus", "frame principal, contedo" etc.

No caso dos usurios cegos que se utilizam de navegadores somente texto, como o Webvox ou Lynx, uma lista de frames, na forma de links, lhe apresentada ao entrar no endereo principal do site. Se osframes no estiverem adequadamente contextualizados, a estrutura da pgina estar mal apresentada e pode no ser percebida. Dessa forma, a pessoa com deficincia ter de entrar em cada "frame" para saber do que se trata e, aos poucos, ir montando o todo em sua imaginao. Isso pode ser demorado e frustrante. Colocar ttulos em "frames" no necessariamente precisa ser no modo visual, podendo ser por marcao na configurao do "frame".

Um "frame" acessvel deve conter tambm, quando seu contedo constitudo de vrios menus, um salto do incio para o final, dando a possibilidade ao usurio da navegao via teclado de passar por todos os menus de uma s vez, pois os mesmos se repetiro em todas as pginas do site.

Atualmente no se recomenda o uso de frames por ser uma tcnica antiga, de difcil manuteno e que restringe a indexao de robots de busca no site, limitando em muito sua visitao atravs dos buscadores. Est cada vez mais em desuso essa forma de apresentao e s deve ser utilizada em ocasies muito especficas.

Tabelas de Dados.

As tabelas de dados servem para organizar informaes mediante intersees entre linhas e colunas. Assim, por exemplo, se seguirmos as colunas at uma determinada linha correspondente, conseguimos encontrar os dados procurados. No entanto, se estivermos utilizando um leitor de telas, talvez nossa pesquisa no seja to fcil assim.

Vamos nos utilizar de uma tabela de dados simples como exemplo. Imaginemos que estamos organizando os dados da quantidade de pessoas que visitaram determinado site da internet, a cada ms e dia do ano. Poderamos ter os 12 meses nas colunas horizontais, de janeiro a dezembro, e os dias nas linhas verticais, de 1 a 31.

O leitor de telas procura os dados linha a linha e, portanto, se o nmero de colunas for grande, pode confundir seu usurio. Vamos supor que ele queira saber quantas pessoas entraram em seu site no dia 15 de setembro. Passando a linha horizontal dos meses do ano, a prxima linha seria o dia 1. Ele correria, dependendo do tipo de tabela, at o dia 15, quando escutaria o 15 do dia e as 12 informaes subsequentes de cada ms, ms a ms, ou todos os meses de uma s vez. Ou seja, faria uma leitura linear do dia 15 e teria de contar mentalmente quantos resultados passaram at chegar o que deseja, no caso, o do ms em questo, setembro, que seria o nono resultado aps a leitura do dia. O usurio escutaria algo mais ou menos assim:

15 353 381 402 324 397 299 306 332 411 391 392 305

enquanto que, se acessvel, esta tabela reproduziria: 1 setembro 353, 2 setembro 381... at 15 setembro 411, bastando que, com as teclas de atalho, posicionasse sua audio no dia 15 e fosse pressionando nove vezes at chegar no ms 9 (setembro).

Algumas tabelas de dados, como as estatsticas do IBGE, que j no so muito fceis de serem interpretadas pela maioria das pessoas que enxergam, so impossveis para usurios de leitores de telas se no forem feitas acessveis. Para alm das coordenadas a serem encontradas numa tabela, esses usurios ainda tm de entender, pela leitura dos cabealhos, o que significam inmeras abreviaturas que no tm explicao imediata, e se eles esto procurando exatamente aqueles tipos de dados.

Tambm existe acessibilidade para isso, atravs de marcaes em html que fazem o leitor de tela ler por extenso o que est abreviado, ajudando, alm disso, as pessoas que no utilizam tais auxlios, pois se passando o mouse na abreviatura, assim como nos equivalentes textuais j mencionados, dependendo do navegador utilizado, abre uma janela com a abreviatura ou acrnimo estendido.

Contedo, estrutura e apresentao (HTML & CSS).

O WAI, Web Accessibility Initiative, departamento do W3C, responsvel pelo WCAG, documento de diretrizes de acessibilidade para a web, recomenda que, para se ter um acesso rpido s pginas da internet, deve-se desenvolv-las separando contedo e estrutura da apresentao.

O contedo o principal agente de informao; constitudo do texto, formulrios, listas de itens, pargrafos, hiperlinks etc., formando juntos a estrutura da pgina. As tcnicas sugeridas pelo WCAG3seguem, naturalmente, os padres web, e so em html, que uma codificao de marcaes.

A apresentao de uma pgina o tamanho, forma e cores do texto, do fundo da pgina, das bordas de imagens e tudo aquilo que faa parte do estilo visual do site. A recomendao que essa apresentao seja feita em CSS (Cascading Style Sheets).

A linguagem HTML limitada quando se trata de aplicar a apresentao a uma pgina. Isto porque trata-se de uma linguagem que foi concebida para usos mais especficos que os atuais. Para solucionar este problema, os desenvolvedores de pginas comearam a utilizar tcnicas, tais como o uso de tabelas para formatar o layout das pginas, imagens transparentes como espaadoras de largura e altura de clulas de tabelas, codificaes que no so padres do HTML e outras, que degradam a acessibilidade e velocidade no momento de sua utilizao pelo usurio.

O funcionamento das CSS consiste em definir, mediante uma sintaxe especial, a apresentao que os desenvolvedores de sites podem aplicar um site inteiro, considerando-o em todas as suas pginas, uma pgina em especial, ou mesmo a um pedao de pgina.

Na apresentao feita pelo CSS, reconhecemos inmeros recursos j conhecidos do html, s que muito mais amplos e rpidos. A potncia da tecnologia muito maior:

Pode-se definir, por exemplo, vrios tipos de pargrafos: em vermelho, em azul, com margens, sem margens, com letras grandes, mdias ou pequenas...

Pode-se definir a distncia entre as linhas do texto;

Pode-se aplicar recuo s primeiras linhas do pargrafo;

Podem-se colocar elementos na pgina com maior preciso, e sem lugar para erros;

Possibilita definir a visibilidade dos elementos, margens, sublinhados, riscados, etc...

A principal razo para o desenvolvimento desta tecnologia, foi a de que as pginas web tm misturado em seu cdigo HTML o contedo da pgina com a codificao necessria para lhe dar estilo, ou seja, fazer a apresentao visual.

Assim, a recomendao sugerida nos WCAGs exatamente a separao do contedo e estrutura da apresentao, em espaos diferentes, que possam ser unidos na visualizao da pgina na hora de ser carregada. No momento em que entramos em uma pgina, o contedo se "veste" de sua apresentao, ou seja, o html se "veste" de CSS.

Navegadores somente texto, como o Lynx e Webvox, para pessoas com deficincia visual, no chamam nunca a "apresentao", apenas o "contedo" e, assim, para esses, a navegao muito rpida. A exemplo desses navegadores somente texto, a ideia desde o WCAG 1.0 a de que, um navegador grfico seria quase to rpido quanto um somente texto, utilizando-se folhas de estilo (CSS) e contedo separados, para qualquer navegador, como para qualquer auxlio tcnico, pois o cdigo do contedo e estrutura a ser carregado seria mais simples e menor, enquanto o cdigo da apresentao, apesar de ter mais recursos tcnicos, seria muito mais rpido.

Essa tcnica excelente para conexes lentas, como as discadas, banda larga muito compartilhada e para usurios com baixa viso, pois podem ter suas folhas de estilo particulares, que so atualmente aceitas pelos navegadores, com letras ampliadas e de cores diferentes, ajudando-os na visualizao da pgina (mesmo que no fique to bonita como o designer idealizou). As folhas de estilo trazem uma acessibilidade importante para alguns usurios que necessitam mudar a apresentao, e para todos que gostam de uma navegao rpida e eficiente.

Dispositivos de entrada, dispositivos de sada e acessibilidade.

Dispositivos de entrada so os dispositivos atravs dos quais entram informaes que so trabalhadas por programas, eventos, ou mesmo apenas formulrios, envio de e-mails, etc., existentes no site e que sero utilizadas pelo o usurio, ou apenas tarefas comuns como acionamento de links, lista de opes etc. Esses dispositivos podem ser o mouse, o teclado e o comando de voz. Os dispositivos de sada so os receptores dessas tarefas. Podem ser, por exemplo, a tela do monitor, as sadas de som, Braille, etc.

Alguns eventos produzem efeitos puramente visuais, "enquanto outros so usados para completar tarefas crticas, tais como submisso de contedos de formulrios, concluso de clculos ou envio de mensagens. Eventos fundamentais para completar tarefas devem sempre ser independentes do dispositivo de entrada."2As "diretrizes Irlandesas de Acessibilidade" observam que:

"as interfaces que no oferecem flexibilidade no tipo de dispositivo em que o usurio deve confiar para dar entrada em informaes ou receber sadas, so inerentemente inacessveis. Os usurios de laptopstalvez prefiram trabalhar sem o mouse e com o teclado. Nesse caso, se os recursos do site exigirem um recurso do tipo "arraste e solte" como nico meio de interagir, sua utilizao no ser possvel." (...) isso (...)no est restrito somente entrada de informaes. importante tambm oferecer sadas independentes do dispositivo. Os usurios de leitores de tela podem abrir um menu, mas se no receberem feedback sobre os nomes dos links que esto selecionando, o menu no ter utilidade."2Essa observao se ajusta exatamente aos menus programados para que, ao serem apontados atravs domouse, haja a abertura de uma janela onde aparecem inmeros links de navegao, e ao ser retirado o ponteiro do mouse desses menus, essa janela com links desaparea. Essas janelas, no entanto, no so iguais as que aparecem nos textos alternativos para mostrarem os equivalentes textuais, pois so preparadas atravs de programas feitos por desenvolvedores e com seus cdigos fechados aos dispositivos de entrada, como o teclado, e os de sada, como sintetizadores de voz.

Esse tipo de recurso utilizado para o maior aproveitamento possvel do espao na tela, porm, totalmente dependente do mouse. Por exemplo: vamos supor que um governo esteja apresentando suas vrias secretarias. Quando, com o mouse, o usurio passa seu ponteiro sobre o item educao, abre-se uma janela com inmeros submenus como: "secretaria, escolas, bibliotecas, ano letivo, novas matrculas, corpo docente, eventos", sem, no entanto, entrar em uma outra pgina. Assim, s aparecem esses novos submenus (links) desse menu quando apontados com o mouse, dificultando, ou mesmo eliminando, os usurios de outros dispositivos, como o teclado, do uso desses links.

Imagem do menu antes dos submenus serem ativados pelo mouse.

Imagem dos submenus depois de serem ativados pelo mouse.

Nesse sentido, as diretrizes irlandesas complementam:

"Quando se desenvolve interfaces que possibilitam entradas com independncia do dispositivo, produz-se a usabilidade do site para uma gama maior de mecanismos de computao, inclusive aparelhos portteis, PCs e sistemas de resposta interativa por voz [Interactive Voice Response systems (IVRs)]."

Alm disso, "os usurios de leitores de tela confiam plenamente no teclado para interagir com oswebsites. Se no houver suporte para o teclado como dispositivo de entrada, a utilizao do site no ser possvel. Outros usurios podem usar a entrada de voz para operaes sem uso das mos em escritrios muito ativos ou em caso de limitao de destreza." (Item 2.202)

Para se verificar a existncia dessa inacessibilidade, basta passar o ponteiro do mouse sobre o item do menu, que automaticamente submenus aparece logo abaixo, com diversos links especficos sobre o item em questo. Outra forma , naturalmente, navegando-se apenas atravs do teclado e, sabendo-se da existncia dos links de abertura, passar pelo menu sem conseguir abri-los. (acessibilidade e usabilidade zero).

Hoje em dia j conseguimos fazer com que efeitos desse tipo sejam acessveis ao teclado, aparecendo os submenus como em uma lista de itens que, na verdade, fica sempre ativa como contedo e que "apagada" por script e no aberta como nos no acessveis.

Existem outras tarefas que tambm podem ser testadas dessa forma. Por exemplo, em uma lista de opes, ao se passar pela primeira opo, esta seja ativada automaticamente apenas por ter sido marcada pelo teclado sem que o usurio tenha tido inteno de faz-lo. Assim, o usurio da navegao via teclado, nunca consegue passar da primeira opo, pois essa j fica acionada, entrando por ali, querendo ou no. Assim, se seu interesse for a terceira das opes, ele se v obrigado a entrar na primeira, voltar e, esta estando focada, passar com o teclado para a segunda que, acionada sem inteno, novamente a tarefa ser realizada e, voltando novamente, passar da segunda para a terceira, quando a ao ir fazer realizar a real inteno do usurio. (Pssima acessibilidade e usabilidade).

Uma inacessibilidade muito comum e especial para cegos.

A partir de um determinado momento, e por motivo de segurana, inmeros aplicativos em sitescomearam a possuir senhas numricas e alfanumricas em imagens para que fossem repetidas pelo usurio atravs do teclado. Isso impede completamente o acesso de pessoas com deficincia visual a esses aplicativos. Essas pessoas sem poderem ver as imagens e sem que essas imagens tenham equivalncia textual, pois softwares inteligentes conseguiriam ler esses textos e coloc-los no campo de edio, onde deveria ser digitada a senha, ficam sem poder entrar em diversas sees dos sites, como as de bancos on line, por exemplo. Isso acabou por se tornar uma grande barreira de acesso em diversas partes da web, deixando as pessoas cegas fora de servios essenciais para elas.

Uma das formas de solucionar esse grande problema, se fazer perguntas bsicas e de dificuldade mnima, a ser escolhida pelo prprio usurio. Por exemplo: qual o primeiro ms do ano? Qual o ms que se costuma comemorar o Natal? Nenhum software consegue responder perguntas, ainda mais quando so periodicamente trocadas. Alm disso, claro, em lugares de maior segurana, como nas contas bancrias, somente o dono da conta conhece sua senha pessoal, que pode e sempre colocada por via do teclado.

Outra possibilidade a de ser repetida a senha que est na imagem por voz, contanto que seja devagar e com poucos caracteres, para que a pessoa cega possa digitar as letras e nmeros "falados" sem se perderem pelo caminho.

Padronizao, uniformidade, consistncia.

Quando entramos em um site que no conhecemos, acabamos por nos acostumar a ele, desde que se utilize, em suas pginas, recursos de navegao mais ou menos uniformes em todo o site, tais como:

Apresentao visual - os elementos de navegao devem parecer idnticos em cada pgina. Se cada uma tiver um visual diferente, poder frustrar o entendimento do conjunto, ou at mesmo o usurio achar que mudou de site.

Ordem - os elementos de navegao serem apresentados em uma mesma sequncia consistente. Se um link de "Fale Conosco" vier ao final de uma sequncia de links, no deve aparecer como primeiro em outra pgina do mesmo site.

Comportamento - os links e os controles de navegao devem realizar a mesma operao quando ativados.

Linguagem - a terminologia deve ser repetida nas pginas e no alterada em cada uma, assim como textos diferentes nos links NO devem levar a lugares iguais, ou mesmo textos iguais nos links levarem a lugares diferentes.

Essas pequenas regras ajudam demais na rapidez da navegao por usurios que estiverem entrando pela primeira vez na pgina, assim como aqueles que no estiverem familiarizados com o uso de computadores ou da web, que tenham dificuldades de aprendizagem ou estejam com pressa.

"A uniformidade torna o site mais previsvel e mostra aos usurios como ele funciona, tornando cada nova visita ao site mais simples e facilitando a obteno da informao desejada. Isso tambm ajuda os usurios a pularem aquelas partes j conhecidas, facilitando a concluso das tarefas ou a obteno das informaes."2Nem economia, nem estatstica, apenas percentuais.

No raro encontrarmos em sites mais antigos, e mesmo em alguns atuais, a expresso: "Melhor visualizado em 1024 X 786". Isso em geral acontece devido ao fato do desenvolvedor da pgina ter determinado medidas absolutas nos tamanhos das marcaes de html.

Dessa forma, por exemplo, se ele fixar que sua tabela de dados ter a largura de 400 pixels, ela ficar assim em qualquer tela, seja a de um monitor de 17 polegadas, quanto na de um visor de telefone celular. Se esse mesmo desenvolvedor estipular que o tamanho em percentual, ou seja, um percentual relativo ao tamanho total da tela, esta pgina poder se adaptar a qualquer espao. Assim, controlados por marcao ou folhas de estilo, os tamanhos devem ser definidos em unidades relativas, e no em unidades absolutas.

Se uma pgina for projetada tendo-se em mente um tamanho de janela de navegador "fixa", para uma resoluo determinada, ela poder ficar menor que o total da tela, ou ainda poder se tornar completamente intil se ficar maior, j que os principais recursos desaparecero pela borda da tela.

Isso atinge especialmente usurios com monitores menores, como os de telefones celulares, e usurios que necessitam de aumentar o tamanho do texto para poderem visualizar a pgina, como por exemplo, pessoas com baixa viso, ou viso cansada.

Quando uma pgina dimensionada por medidas absolutas torna-se muito fcil de identificar. Basta alterar o tamanho do texto nos menus do navegador. Se voc no conseguir redimensionar porque o tamanho da fonte foi definido como absoluto pelo criador da pgina. Observe que as imagens so exceo. Elas no podem ser alteradas de forma a flurem para um outro tamanho como acontece com o texto.

Para pessoas com deficincia e para todos.

As diretrizes que norteiam a acessibilidade de pginas na web vo alm das necessidades especficas de pessoas com deficincia. No entanto, este o seu foco principal, que procuramos seguir nas nossas explicaes sobre acessibilidade e usabilidade. difcil descrever literariamente uma coisa que, afinal, se concretiza de forma totalmente tcnica. Cada observao textual tem correspondente numa marcao em html, ou em qualquer linguagem dos padres web. Quando samos dessa linguagem, protocolos como os da folha de estilo tambm necessitam se fazer acessveis e, mais uma vez, camos na tcnica para concretizar a acessibilidade. Deixamos de lado outros itens que, devido sua complexidade, tornariam este texto muito cansativo.

As coisas que as pessoas sem deficincia vislumbram na tela do monitor sem saberem que se trata de acessibilidade ou de inacessibilidade, ou as barreiras navegao com que pessoas com deficincia j toparam e que podem ser perfeitamente contornadas por um bom desenvolvedor de pginas, j so assunto suficientemente amplo. O desenvolvedor, em geral, conhece algumas tcnicas, mas nem desconfia de que algumas delas, se executadas nas pginas como produz, seriam de enorme valia para grande nmero de pessoas.

O bloco a seguir constitui-se como uma espcie de panfleto tcnico para qualquer projetista de contedos web e, principalmente, para os clientes que pagam por uma pgina para que esta seja visitada pelo maior nmero de usurios possvel e tambm para que seja garantida visibilidade para sua empresa por meio de uma pgina de qualidade.

Este panfleto tambm dirigido para desenvolvedores de pginas amadores, pessoas com deficincia ou sem deficincia, leigos ou profissionais da rea, jovens que gostem de assumir causas importantes para si e para outros, e tem como objetivo contribuir com alguma metodologia no sentido de fazer acessibilidade comprometida com incluso social, econmica, poltica e individual de pessoas com os mais variados tipos de deficincia. Seguindo essa metodologia, um bom profissional pode checar a acessibilidade de pginas. Alm disso, na sequncia, sero apresentadas ferramentas de acessibilidade para que qualquer pessoa possa verificar se a metodologia foi bem aplicada, bastando colocar o endereo completo da pgina. Embora somente um conjunto de fatores possa, realmente, validar a acessibilidade, essas ferramentas emitem relatrios, alguns bastante precisos, relativos acessibilidade das pginas avaliadas.

Mtodos e ferramentas de acessibilidade.

"A validao da acessibilidade deve ser feita por meio de ferramentas automticas e da reviso direta. Os mtodos automticos so geralmente rpidos, mas no so capazes de identificar todas as vertentes da acessibilidade. A avaliao humana pode ajudar a garantir a clareza da linguagem e a facilidade da navegao"1. Deve-se comear por utilizar mtodos de validao automticos nas fases iniciais do desenvolvimento. Assim, as questes de acessibilidade identificadas anteriormente sero mais fceis de evitar e corrigir.

Os importantes mtodos de validao que se seguem so abordados com mais profundidade na seo de validao do documento de tcnicas do WCAG 1.04 e das tcnicas do WCAG 2.05 e so:

1. Utilizar uma ferramenta de acessibilidade automatizada. Note-se que as ferramentas automticas no incidem sobre todas as questes da acessibilidade, como seja a clareza de um texto, a aplicabilidade de um equivalente textual, etc. (Ler bloco abaixo).

2. Validar a sintaxe (por ex., HTML, XML, etc., em: validador HTML do W3C - http://validator.w3.org Essa validao do cdigo importa em que sua interpretao pelo navegador seja mais rpida e eficiente, j que estar em contato com um cdigo totalmente correto;

3. Validar as folhas de estilo (por ex., CSS, valide em: Validador Css do W3C - http://jigsaw.w3.org/css-validator/ Pelo mesmo motivo que se deve validar o cdigo do html, se deve fazer o mesmo com o do CSS.

4. Utilizar um navegador s de texto (Lynx ou Webvox) um emulador ou mesmo retirar o CSS atravs do Browser para averiguar a integridade das informaes sem a presena da apresentao;

5. para se averiguar se o contedo est completo, Utilizar vrios navegadores grficos na verificao do contedo, com:

a. o som e os grficos ativos;

b. sem grficos;

c. sem som;

d. sem mouse;

e. sem carregar frames, programas interpretveis, folhas de estilo ou applets.

6. Utilizar mais de um navegador, como por exemplo, Internet Explorer e Firefox, para verificar a consistncia dos dados entre eles;

7. Utilizar um navegador de emisso automtica de fala, um leitor de tela, software de ampliao de tela, uma tela de pequenas dimenses, etc. Este item difcil de ser realizado, mas importantssimo para uma pgina realmente acessvel;

8. Utilizar corretores ortogrficos e gramaticais. Uma pessoa que, para ler uma pgina, se sirva de um sintetizador de voz, pode no ser capaz de decifrar a melhor aproximao do sintetizador a uma palavra que contm um erro de ortografia. A eliminao dos problemas gramaticais e ortogrficos aumenta o grau de compreenso da pgina.

9. Rever o documento, verificando-lhe a clareza e a simplicidade. O melhor pedir a uma outra pessoa que no conhea a pgina que a leia e avalie a clareza da redao;

10. Pea a pessoas com deficincias que revejam os documentos. Estes usurios, com ou sem experincia, so uma fonte inestimvel de informaes sobre o estado dos documentos, no que diz respeito ao seu grau de acessibilidade e de facilidade de utilizao. No se esquea, porm, que este somente um dos itens e no o nico de averiguao de acessibilidade, inclusive ele restrito a qualidade da tecnologia assistiva que estiver utilizando no momento, ao conhecimento que ele tenha da pgina, assim como deficincia especfica que tiver.

Avaliadores de Acessibilidade - Validadores Automticos.

Os avaliadores ou validadores de acessibilidade, so ferramentas automticas que fazem uma pesquisa no cdigo de uma pgina emitindo relatrios onde indicam os erros de acessibilidade segundo as prioridades sugeridas nas Diretrizes para a Acessibilidade dos Contedos da Web - 1.0 e 2.0.

O nmero de avisos em relatrios de acessibilidade normalmente supera em muito a quantidade de erros listados. Isso ocorre em razo da capacidade limitada das regras que podem ser testadas automaticamente por esses softwares.

Existem diferenas relevantes entre as ferramentas de avaliao de acessibilidade, principalmente na sua aderncia aos Web Standards (padres web), portanto, para obter um bom resultado, mais garantido testarmos em mais de um desses softwares.

tambm bom lembrar que a metodologia para se fazer uma boa acessibilidade numa pgina no se resume na aprovao desses avaliadores automticos, eles so to somente referncia para se chegar a uma acessibilidade de excelncia, para descobrirmos erros muitas vezes imperceptveis numa avaliao manual. Uma avaliao tambm s feita por pessoas com deficincia incorre no erro da pgina ficar acessvel somente quela deficincia, ou tecnologia assistiva que ela esteja utilizando. Acessibilidade se fazer algo o mais universal possvel, para todas as pessoas com deficincia, para todos os tipos de acesso (rpidos ou lentos, banda larga ou discado) e para todos os tipos de dispositivos (laptops, celulares, de tecnologias assistivas, etc.).

A esto os avaliadores mais conhecidos e utilizados:

Hera (em portugus) - www.sidar.org/hera Bastante completo e inteligente. Um dos melhores validadores.

Examinator (em portugus) - www.acesso.umic.pt/webax/examinator.php Excelente como o Hera, produz um incentivo didtico de dar uma nota avaliadora da acessibilidade. O profissional se constrange em produzir uma pgina com uma nota baixa. Alm disso, possui um relatrio qualitativo ensinando como produzir a acessibilidade que falta e dando os parabns para os itens de acessibilidade j existentes na pgina - est restrito, por enquanto, aos itens do WCAG 1.0.

AcessMonitor - http://www.acesso.umic.pt/accessmonitor Semelhante ao eXaminator, s que baseado no WCAG 2.0

Total Validator(em ingls) - www.totalvalidator.com Considerado o mais completo atualmente, fazendo suas avaliaes tanto para o WCAG 1.0 quanto para o 2.0, escolha.

Cynthia (em ingls) - www.cynthiasays.com - possui um relatrio no to simples de ser entendido para seus novos usurios, mas tambm bem conhecido internacionalmente.

Lista completa de avaliadores de acessibilidade cadastrados no W3C/WAI (em ingls) - www.w3.org/WAI/ER/tools/complete O preo do costume.

Algumas pessoas, apesar de saberem a respeito de acessibilidade nas pginas da web, tm medo de que sua implementao seja muito cara. certo que, fazer do incio uma pgina com acessibilidade muito mais simples que tornar acessvel uma pgina em que a acessibilidade nunca foi pensada. Implementar textos equivalentes e alguns saltos em pginas da web podem ajudar sua navegao para pessoas com deficincia, mas no significa exatamente que a pgina se tornar uma pgina acessvel. Existem aproximadamente 60 itens de acessibilidade que podemos observar nos sites, cada qual com sua prioridade e atendendo a necessidades especficas. No entanto, no podemos s pensar em acessibilidade para pessoas com deficincia, uma boa acessibilidade boa para a navegao de todos.

A acessibilidade de uma pgina tem de vir associada sua usabilidade e ambas a um desenho e contedo atrativos. No podemos produzir pginas maravilhosas para pessoas cegas e completamente desinteressantes ou de mal gosto para quem v. Se acessibilidade pretende ser a prtica de um desenho universal, ento, como dissemos antes, para todos.

Acessibilidade e usabilidade tm de andar juntas, tm lgica prpria, exigem estudo e experincia. No entanto, nada que o costume, a rotina de suas implementaes no possam ser absorvidas, e os desenvolvedores de pginas no consigam faz-las "no automtico" um dia. S preciso comear a entend-las, torn-las algo natural e no especial, e o custo final do acrscimo de acessibilidade e usabilidade poder, no futuro e por consequncia, ser muito baixo. Isso justamente porque j estaremos acostumados a esse processo e no o trataremos mais como um acrscimo. Entretanto, isso ser para um dia...

Concluso.

O WCAG 1.0, mencionado aqui desde o incio do texto afirma: "Os criadores de contedo web devem tornar as suas produes compreensveis e navegveis. Isto passa no s por uma linguagem clara e simples, mas tambm pela disponibilizao de meios compreensveis para proceder a navegao entre pginas e no interior delas. A incluso de ferramentas de navegao e orientao nas pginas um fator que potencializa a acessibilidade e a facilidade de utilizao para todos"1.

O que o W3C, o WAI, atravs do WCAG demonstra, a possibilidade de se fazer com que pessoas com deficincia possam se utilizar da internet. O que ns, consultores de acessibilidade, desenvolvedores de pginas inseridos nas questes de acesso inclusivo e pessoas com deficincias usurias da internet sabemos, que a acessibilidade nas pginas da web, hoje em dia, algo mais que a possibilidade prtica do uso da internet por pessoas com dificuldades de acesso, algo alm de ser uma ferramenta de incluso digital da pessoa com deficincia, ao menos aquelas que necessitam de recursos acessveis programados. Atualmente a web est se tornando uma verdadeira ferramenta de transposio de barreiras, transformando a internet como um todo numa autntica tecnologia para todos E no apenas para pessoas com deficincia. A acessibilidade digital chegando a lugares nunca antes pensados, ajudando na qualidade de vida de comunidades, comunicao e ensino distncia, gente comum sendo incentivadora e agente do desenvolvimento da tecnologia e cultura a servio da incluso de cidados mais iguais, mais prximos, mais fortes.

Por outro lado, ns, pessoas com deficincia, cada vez mais, nos tornamos conscientes de que as pginas por onde estamos navegando tambm foram pensadas em funo das diferenas e para que o uso comum nos torne iguais. Iguais por direito, iguais pela luta, iguais pela solidariedade, iguais porque todos assim o sentem e querem.

Desejamos uma acessibilidade por uma sociedade inclusiva, constituda de indivduos que enxerguem o que h a frente das deficincias: pessoas. Que percebam o que h por traz das incapacidades: falta de tecnologia, conhecimento e atitude. Toda incapacidade tem uma soluo a **ra de ser descoberta. A acessibilidade j est a, olhando para todos e esperando ser aplicada.

Marco Antonio de Queiroz (MAQ).

Referncias:1. Web Contents Accessibility Guidelines 1.0 - Diretrizes para a Acessibilidade dos Contedos da Web - 1.0 (www.utad.pt/wai/wai-pageauth.html)

2. Diretrizes Irlandesas de Acessibilidade na Web (www.acessibilidadelegal.com/13-irlandesas.php).

3. Documento de tcnicas do WCAG 1.0. (www.w3.org/TR/WAI-WEBCONTENT-TECHS)

4. Seo de validao do documento de tcnicas do WCAG 1.0 (www.w3.org/TR/WAI-WEBCONTENT-TECHS#validation).

5. Tcnicas de acessibilidade web do WCAG 2.0. (www.w3.org/TR/WCAG20-TECHS/)

* Marco Antonio de Queiroz - MAQ.

Consultor especialista em acessibilidade e usabilidade digital, com 23 anos de experincia em programao de sistemas de informao no SERPRO (Servio Federal de Processamento de Dados) e desenvolvedor de acessibilidade nas pginas da web desde o ano 2000;

Ministra cursos de acessibilidade Web para empresas e universidades: UNISYS, SERPRO, UNIRIO, Acesso Digital, Future Kids do Brasil, Porto Digital, CHESF, Prefeitura de Angra dos Reis, entre outros;

Palestrante em eventos como RioInfo, WAIU, Encontro Dosvox, Encontro de Acessibilidade dos pases lusfonos, em universidades como UNIRIO, UFRJ, UFJF, PUC-Rio e em empresas como Petrobras, Fiocruz, Eletrobras, Golden Cross, CET/SP entre outras;

Editor de artigos, desenvolvedor da verso portuguesa das Diretrizes Irlandesas de Acessibilidade, criador e conteudista dos sites:

www.bengalalegal.com;

www.acessibilidadelegal.com ;

Membro fundador e atual consultor do grupo Acesso Digital: estudos, pesquisa e desenvolvimento de acessibilidade em pginas web, produtores do vdeo: Acessibilidade web: Custo ou Benefcio? Consultor do Centro de Vida Independente Araci Nallin (CVI AN) SP - www.cvi.org.br (site desativado);

Autor do livro: "Sopro no Corpo - Vive-se de Sonhos, RiMa Editora, 2005, onde escreve sobre a perda de viso aos 21 anos e sua reabilitao.

Cego, divulgador e incentivador da incluso social e digital para pessoas com deficincia.

Este texto foi escrito com o intuito de ser um captulo de um livro organizado pela sociloga Marta Gil, onde seria um dos quatro captulos, sendo os outros criados por Marta Gil, Tefilo Galvo e Paulo Romeu Filho. Infelizmente, apesar de encomendado e pago pelo governo de So Paulo, com o objetivo de orientar monitores de telecentros do Estado, ele no saiu do prelo devido a troca de governo.