acessibilidade e usabilidade na web
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Este artigo relata a importância da usabilidade, e daacessibilidade no principal canal por onde circulam as informações,trafegadas na sociedade da informação, dando uma ênfase também aosportadores de necessidades. Relatando os princípios para publicação doconteúdo na web, as recomendações e as normas que possibilitam ausabilidade. Abrangendo também as principais práticas a se utilizar nodesenvolvimento de sites acessíveis, e algumas ferramentas em uso nomercado para testes e validação do conteúdo.TRANSCRIPT
Acessibilidade e Usabilidade na Web
Mayara Barbosa Rodrigues 12
Andersown Becher1
1UNIRONON – Centro Universitário Cândido Rondon 2 CEFET-MT – Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso
{Mayara, Andersown} [email protected], [email protected]
Resumo: Este artigo relata a importância da usabilidade, e da acessibilidade no principal canal por onde circulam as informações, trafegadas na sociedade da informação, dando uma ênfase também aos portadores de necessidades. Relatando os princípios para publicação do conteúdo na web, as recomendações e as normas que possibilitam a usabilidade. Abrangendo também as principais práticas a se utilizar no desenvolvimento de sites acessíveis, e algumas ferramentas em uso no mercado para testes e validação do conteúdo.
Abstract: This article tells the importance of the usability, and the accessibility in the main canal for where they circulate the information, passed through in the society of the information, giving an emphasis also to the special carriers of necessities. Telling the principles for publication of the content in web, the recommendations and the norms that make possible the usability. Also enclosing main the practical ones if to use in the development of accessible sites, and some tools in use in the market for tests and validation of the content.
1. Introdução
Atualmente vivemos em uma sociedade que prima pela informação e por isso
seu propulsor de crescimento passa a ser o acumulo de conhecimento transformado em
desenvolvimento técnico, ou seja, científico. O principal canal por onde circulam as
informações nessa sociedade é a internet – rede mundial de computadores, capaz de
transferi-las a uma velocidade inimaginável anos atrás.
Essa nova sociedade, conhecida como Sociedade da Informação, trouxe as
tecnologias da informação e comunicação (TIC), as quais vieram a atender a necessidade
de se acessar o grande número de informações circulantes no mundo.
Um dos fatores cruciais para obtenção do sucesso na sociedade da informação é
o acesso e utilização das TIC, é indispensável que elas estejam disponíveis ao maior
número de pessoas possível contribuindo assim para o combate a exclusão digital e
conseqüentemente a social. Nesse contexto a internet se destaca por ser o principal canal
de obtenção de informação e por sua capacidade de eliminação de barreiras físicas,
geográficas e espaciais, o que possibilita a circulação universal da informação.
A utilização da internet, trouxe para os deficientes em geral uma nova forma de
se integrarem e participarem da sociedade, exercendo sua cidadania com mais autonomia
e independência, visto que a internet lhes possibilita o acesso às informações minuto a
minuto e de forma muito mais rápida e satisfatória.
Em todo o mundo podemos encontrar pessoas com algum tipo de deficiência e
segundo o Censo 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), estima-se que no Brasil existam aproximadamente 24.600.256 pessoas com
alguma limitação o que representa 14,5% da população brasileira, isso significa que um
número significativo de pessoas podem ser excluídas da participação na nova sociedade
caso não tenham acesso aos recursos necessários para obtenção de informação.
Os deficientes visuais representam, nesse cenário de pessoas com deficiência,
cerca de 9,7% da população e a interação desses deficientes com o computador e a
utilização da rede mundial e computadores é possível através de tecnologias auxiliares,
denominadas de Tecnologia Assistiva (TA)..
Alguns exemplos dessa tecnologia são os leitores de tela, os quais permitem o
acesso do deficiente visual ao computador. Além das TAs, para que os deficientes visuais
consigam interagir com os sites da internet é necessário que esses sites sejam acessíveis
aos leitores de tela, pois isto possibilita a interpretação e a leitura do que é apresentado
na tela do computador, por softwares que englobam a TA.
Uma maneira de garantir a acessibilidade nos sites é a implementação de
princípios que visam melhorar o acesso à internet, levando-a ao seu potencial máximo:
usabilidade, design universal e acessibilidade, a observação desses princípios torna o
site acessível e usável. Acessível, pois os leitores de tela são capazes de interpretá-los e
usáveis, pois se tornam mais fáceis de serem utilizados pelos usuários em geral,
deficientes ou não.
A preocupação em tornar a internet acessível aos deficientes e também
compatível com as novas tecnologias que surgem a cada dia, levou diferentes países a
tomar medidas para promoção da acessibilidade. O World Wide Web Consortium
(W3C)1,organização internacional que objetiva levar a Web ao seu máximo potencial,
vem desenvolvendo desde sua fundação em 1994, protocolos e recomendações sobre as
novas tecnologias para que sejam utilizadas da melhor maneira possível, sendo assim
lançou em 1999 o guia de recomendação para acessibilidade no conteúdo Web (WCAG-
1.0) para que os desenvolvedores de sites tivessem um guia para a implementação da
acessibilidade nos sites.
O Brasil também apresentou algumas iniciativas a fim de garantir a
acessibilidade nos sites, o Decreto-lei nº. 5.296/2004, que regulamenta as leis da
acessibilidade, tornou obrigatória a acessibilidade nos sites da administração publica e
outra iniciativa foi o lançamento em 2005 de uma cartilha de recomendações para
acessibilidade nos sites, elaborada pelo Departamento de Governo eletrônico em parceira
com a ONG acessibilidade Brasil.
“O poder da web está em sua universalidade. Ser acessada por todos, independente de deficiência, é um aspecto essencial”.
Tim Berners Lee
(inventor da WWW e diretor do W3C)
1 W3C - World Wide Web Consortium é um consórcio de empresas de tecnologia, atualmente com cerca de 500 membros, fundado por Tim Berners-Lee em 1994.
2. Sociedade da Informação
A informação nessa sociedade passa a ter valor comercial visto que o
processamento dessa informação gera conhecimento e esse por sua vez quando
acumulado e trabalhado implica em desenvolvimento tecnológico e científico. O
processamento das informações passa agora a ser o novo propulsor de crescimento das
sociedades.
A origem desse novo modelo organizacional está fixada em três bases: a
primeira delas é a convergência das informações para o formato digital, através de fotos,
textos, vídeos e outros que podem ser acessados e transmitidos de maneira igual através
de um computador; a segunda é o crescimento do comércio de computadores, o que tem
gerado uma maior queda nos preços de comercialização dessa ferramenta valiosa para os
serviços desta sociedade; e a terceira é a grande explosão da internet para a qual não
existe distância nem fronteira entre os países, e vêem sendo utilizada cada vez mais e
com uma maior freqüência.
As novas tecnologias que surgiram nessa sociedade da informação tiveram uma
grande importância para os deficientes visuais por lhes possibilitar o acesso ao grande
número de informações circulantes no mundo, de forma mais autônoma e independente,
talvez esse seria o principal motivo pelo qual ela tem se tornado tão difundida e
procurada pelos PNE, pois a informação e o conhecimento podem ser adquiridos e
forma independente. Com o acesso a informação que a internet disponibiliza o deficiente
visual passa a ter condições de exercer uma participação mais expressiva nessa nova
sociedade.
2.1 O Processo da Informação
Para falarmos sobre a importância da informação nesta Era do conhecimento é
primordial entendermos a definição dessa palavra, porém, muitos são os autores que
atribuem conceito a essa palavra, na verdade não encontramos um conceito único, mas
sim uma diversidade complexa de definições.
Sagan, 1977 (apud ARAÚJO e FREIRE), resume magnificamente a importância
da informação na era do conhecimento em uma única frase, “informação e alimento são
as condições necessárias à sobrevivência do ser humano”. Assim entendemos que a
informação é indispensável para o ser humano na realização de qualquer atividade.
A internet, é um enorme exemplo de Tecnologia de Informação e Comunicação
(TIC), as quais se desenvolveram principalmente nos anos de 1990 e caracterizam-se
principalmente por tornar mais ágil a transmissão e o armazenamento da informação
através de sua digitalização. A telefonia móvel, os computadores pessoais, os palmtops e
a TV por assinatura são outros exemplos das TICs. O direito de acesso às informações
circulantes na sociedade já era garantido na DECLARAÇÃO DOS DIREITOS
HUMANOS - art. 19 (1948) que expressa seu entendimento da seguinte forma:
Toda pessoa o direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
A luta para garantir que todos, independentemente de suas limitações físicas,
mentais ou classe social pertencente, tenham acesso às informações que circulam pelo
mundo através, principalmente, da internet, é o grande e importante dever social desta
sociedade em que estamos vivendo. A sociedade deve trabalhar para minimizar os
empecilhos que dificultam o acesso as informações e maximizar a produção de
informação circulante.
Em busca de uma melhor qualidade no uso de sistemas, enfoca-se a Usabilidade
na Web, que visa a facilidade e eficiência de aprendizado e de uso, bem como a
satisfação do usuário (padronização, lógica, facilidade de navegação,...) , assim, quanto
mais fácil de aprender, memorizar, maior rapidez na realização de tarefas, menor taxa de
erros, melhor satisfação do usuário, mas usável é a interface. Outro fator a se concierar é
também a Acessibilidade que possibilidade de acesso ao sistema a todos, independente
do tipo de usuário, situação ou ferramenta, ou seja, busca a concepção de sistemas
acessíveis a um maior número de usuários, inclusive àqueles com alguma deficiência,
beneficia também pessoas idosas, usuários de navegadores alternativos, de Tecnologias
Assistivas (TA)2 ou de acesso móvel.
2Tecnologia Assistiva é um termo utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover Vida Independente e Inclusão.
3. Princípios para o conteúdo a Web
A internet atende a uma diversidade de pessoas com características e
necessidades específicas, e como enfatizou Tim Berners-Lee3 "o poder da web está em
sua universalidade. Ser acessada por todos, independente de deficiência, é um aspecto
essencial".
Por isso a fim de atender bem e tornar possível o acesso à maioria dessas
pessoas foram criados princípios para tornar as páginas da Web mais usáveis e acessíveis.
Os princípios de usabilidade e acessibilidade vêm sendo muito comentados nos
atualmente, no entanto a teoria parece ainda não ter chegado à prática, pois muitos sites
da Web ainda não os seguem, seja por inabilidade técnica ou por simples desinteresse
comercial. Porém alguns desenvolvedores e também comerciantes já atentaram para os
inúmeros benefícios trazidos através da implementação desses princípios.
Os desenvolvedores de sites estão tendo uma maior cobrança pelos usuáios que
consomem por meio da internet, pois eles perceberam que não é fácil conquistar a
confiança de um usuário da internet, visto que ele possui uma enorme gama de opções
que está ao alcance do clique do mouse e isso representa uma ampla competitividade
quando se fala em comercio eletrônico4, e essa confiança caminha pode se romper a
qualquer instante por um simples descuido com um link quebrado, por exemplo.
Para conquistar o usuário é preciso primeiramente que esse consiga ter acesso
ao site de forma segura e eficiente, depois isso espera-se uma interface agradável, onde
consiga interagir de forma simples e alcançar de forma satisfatória o seu objetivo. Na
busca em conciliar todas estes elementos foram criadas algumas regras de usabilidade,
que se refere à facilidade de uso, e de acessibilidade, que se refere a possibilidade de
acesso, nas quais discorreremos a seguir.
3 Tim Berners-Lee é diretor do W3C e inventor da Word Wide Web 4Comercio eletrônico é um tipo de transação comercial realizada exclusivamente através de equipamentos eletrônicos. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>. Acessado em: fev. 2008.
4. A Usabilidade nos sites Web
O temo usabilidade surgiu no inicio dos anos 80 tendo uma maior abordagem
nas áreas de Psicologia e Ergonomia, foi definido primeiramente pela norma
internacional ISO5/IEC 9126(1991) e a partir de então se alastrou pelas demais áreas do
conhecimento. Essa norma define usabilidade como sendo “um conjunto de atributos de
software relacionado ao esforço necessário para seu uso e para o julgamento individual
de tal uso por determinado conjunto de usuários”. Um conceito voltado para o produto e
usuário.
Em 1998 foi redefinida a parte 1 (um) dessa norma sendo acrescentado os
aspectos ligados às necessidades do usuário e definido características como
funcionalidade, confiabilidade, eficiência, possibilidade de manutenção e portabilidade.
Ainda em 1998, considerando mais o ponto de vista do usuário, surgiu a norma
ISO 9241-11, o padrão internacional mais comum na avaliação da usabilidade em
sistemas interativos, que definiu usabilidade como sendo a “Capacidade de um produto
ser usado por usuários específicos para atingir objetivos específicos com eficácia,
eficiência e satisfação em um contexto especifico de uso”.
Para melhor compreensão dessa definição essa norma trouxe também conceitos
para termos como:
Usuário – pessoa que interage com o produto;
Contexto de Uso – usuários, tarefas equipamentos (hardware,
software e materiais). Ambiente físico e social em que o produto é usado;
Eficácia – precisão e completeza com que os usuários atingem
objetivos específicos, acessando a informação correta ou gerando os resultados
esperados [...];
Eficiência – precisão e completeza com que os usuários atingem
seus objetivos, em relação à quantidade de recursos gastos;
Satisfação – conforto e aceitabilidade do produto, medidos por
meio de métodos subjetivos e/ou objetivos [...]. (ISO 9241-11,1998)
5ISO (International Organization for Standardization) - Organização Internacional para Padronização;
Sendo assim, usabilidade consiste na facilidade de uso, pois sendo um produto
ou sistema fácil de usar, a produtividade, a aprendizagem e as operações ganham um
maior desempenho e facilidade, possibilitando assim um menor número de erros.
Podemos encontrar a usabilidade em todos os ambientes, porém muitas vezes só
é lembrada quando o usuário não está satisfeito; por exemplo, uma lata difícil de abrir,
um tubo de creme dental com a saída muito apertada, etc. Esses exemplos ilustram
problemas comuns de usabilidade e da mesma forma podemos achar problemas deste
âmbito nas aplicações web, ou seja, um site não usável é difícil de entender e alcançar o
objetivo desejado.
5. Regras Versus Entraves
Podemos encontrar diversas regras para a promoção da usabilidade, mas
algumas regras destacam-se e não podem ser negligenciadas, se o forem, o site estará
com sua usabilidade comprometida e fadada à perda de usuários – clientes. Segundo o
pesquisador norte-americano, Michael Beckley, autor do Appian Web Personalization
Report (AWPR), é possível estabelecer algumas regras cruciais para avaliar a usabilidade
de um site, são elas:
Aprenda com as reações do usuário
Quando um internauta passa alguma informação para você, não a descarte.
Acompanhe todos os registros de cliques realizados na sua página. Veja as páginas mais
acessadas, descubra se seu leitor acessou alguma vez, por exemplo, sua área de e-
commerce ou de downloads. A medição dos pageviews diz muito da satisfação do
usuário.
Não coloque resistência à personalização
A personalização não é um artifício ao qual os usuários estão sempre
permeáveis a aceitar. Mantenha um relacionamento fiel e ativo com seu leitor.
Visitante não deve preencher registros, pesquisas ou realizar qualquer ação que
seja custosa logo de início. Muitos participantes potenciais poderão ficar desencorajados
com essas ações em um primeiro contato.
Não negligencie qualquer fonte de informação
Acompanhe o caminho percorrido pelo usuário por meio do clique do mouse,
ou seja, o histórico do usuário, dentro do website. Avalie as preferências implícitas do
usuário. Geralmente apresentadas em um formulário de pesquisa no início do
relacionamento de personalização ou em respostas em fóruns ou enquetes.
Conquiste o usuário pelo visual
A inclusão de páginas de diretórios atraentes possibilita tanto a navegação
adequada do usuário como a revelação de uma série de preferências e interesses. É fácil
notar a utilidade desta técnica: dos três modos pelos quais os usuários encontram a
informação – clique, rolamento (scroll) e busca –, o do clique é o melhor para os
conceitos de usabilidade, pois permite o entendimento exato da preferência do
internauta.
Observe o que os usuários aprovam ou não
A desaprovação de um usuário pode servir como uma boa dica de usabilidade
para o que ele gosta, ou mesmo mostrar a melhor forma de reconquistá-lo.
Facilite a vida do usuário
Na verdade, você nunca sabe quando um usuário quer expressar o que ele gosta
ou não em sua página, mas é certo que alguns internautas estão mais propensos a
mostrarem sua aprovação do que outros. Dessa forma, facilite a vida daqueles que
querem entrar em contato com você. Crie eficientes mecanismos de atendimento ao
leitor.
Não construa um castelo cheio de aposentos. Faça do seu site um loft
Ressalte as três razões principais por que os usuários vão ao seu site, deixando-
as extremamente rápidas e fáceis de serem achadas. Construa uma arquitetura de
informação que faça o usuário se movimentar apenas o necessário. "Todo usuário precisa
encontrar o que procura em apenas três cliques", sugere o pai da usabilidade, Jakob
Nielsen.
Minimize seu código HTML
Gasta-se muito dinheiro em ferramentas de compactação e otimização de
gráficos e arquivos de áudio e vídeo, mas quase nada se fala sobre a otimização do
código HTML . Evite deixar linhas e linhas de "lixo" no seu código HTML. Revise-o a
cada três meses, pelo menos.
Todo cuidado com os links
Links, tanto internos como externos, ainda são os ícones mais importantes da
hipermídia atual. Revise-os e deixe seu site livre de links mortos e inexistentes. Não
existe nada pior, em matéria de usabilidade, do que uma URL inexistente.
Rapidez de um avião a jato
Por que os sites mais simples em matéria de design e também os mais fáceis de
se navegar são os de maiores audiência? Pela simplicidade. O usuário gosta de encontrar
fácil o que procura. Sites que carregam rápido são os melhores. Compare a sua página e
comece a subtrair ícones e imagens desnecessárias. Seu usuário irá agradecer.
6. Desenvolvimento de Sites Acessíveis
Alguns elementos básicos devem ser levados em conta, quanto estamos
planejando sites realmente acessíveis:
Elementos Textuais: Todo o elemento visual deve ser acompanhado de um
comentário textual que o descreva - Atributo HTML "ALT" (texto alternativo) para
etiquetá-los. Quando se utilizam desenhos com animações, gráficos ou filmes que
necessitam uma descrição mais detalhada - Atributo HTML "LONGDESC" e um link
"D" a uma página adicional ou a um local específico da mesma página contendo uma
completa descrição.
Links: Permitir que sejam suficientemente descritivos, utilizando textos que
tenham sentido. Links do tipo "Clique aqui" não contém informação relevante sobre seu
destino.
Mapas de Imagens: Incluir uma lista dos textos que correspondem a cada link
(geralmente abaixo da imagem) ou agregar uma página separada (somente de texto) que
traduza todos os links que compõem a imagem.
Tabelas: O ideal é evitá-las. Se isso não for possível, assegurar que sua
informação aparecerá em forma linear, ao longo das linhas completas, evitando que uma
célula seja composta por duas ou mais linhas.
Frames: Alguns navegadores utilizados não interpretam bem os frames, outros
mostram cada um deles com se fossem um link. Por isso torna-se imprescindível que os
frames tenham título para que o usuário saiba do que se trata. Uma forma de fazer isso é
utilizar o atributo HTML "NOFRAMES" para descrevê-los, além de fornecer uma
versão em texto do conteúdo destes.
Formulários: Permitir uma alternativa de baixá-los e preenchê-los of-line, para
posterior envio;
Cores de Fundo: Deve-se assegurar um ótimo contraste entre as cores de frente
e de fundo, para acentuar a possibilidade de leitura para usuários com déficit visual e
àqueles com problemas para distinguir cores. O ideal é apresentar opções de contraste
Figura 1: Contraste entre cor de fundo e texto
Opções de Ampliação: A página deve possuir a possibilidade de aumentar o
tamanho do que está exposto.
Figura 2: Contraste entre cor de fundo e texto
Formatos não comuns: Quando se utilizam formatos de arquivos não
convencionais (e até mesmo aqueles com extensão DOC ou PDF) ou se agrega Java ou
Javascript deve-se incluir textos alternativos ou uma página que possua a informação
original no formato só texto
7. Validação do Conteúdo da Web
É imprescindível a realização de testes da usabilidade e da acessibilidade do
conteúdo apresentado na Web. Esses testes ou validações visam verificar a conformidade
do conteúdo apresentado com os padrões que foram citados neste artigo.
A validação da usabilidade deve ocorrer durante todas as fases do projeto.
Segundo Dias (2003) essa validação “deve verificar o desempenho (eficácia e eficiência)
da interação homem-computador e obter indícios do nível de satisfação do usuário,
identificando problemas de usabilidade durante a realização de tarefas específicas em seu
contexto de uso”. A validação pode variar de acordo com a rigidez, o custo e o nível de
especialização.
Um método muito utilizado é a combinação de uma avaliação heurística com
uma realizada com usuários, devido ao seu custo – beneficio, pois, com um custo
relativamente baixo, pode-se levantar uma grande quantidade de erros de usabilidade.
A avaliação heurística exige experiência e domínio no assunto, por exemplo, é
indispensável um especialista em usabilidade que possui profundo conhecimento dos
princípios de usabilidade, também designados de heurísticas, e também se pode contar
com um especialista no assunto tratado no site para uma melhor avaliação, outro detalhe
importante é que preferencialmente esses avaliadores não façam parte do projeto, visto
que ninguém gosta de identificar erros nos próprios trabalhos.
O teste com usuários parte do princípio de utilização direta por um usuário,
essa utilização pode ser livre sendo apenas acompanhada por um observador que registra
as ações do usuário e suas observações ou pode ser baseada em tarefas pré-estabelecidas
como aplicação de questionários e entrevistas.
A validação da acessibilidade do conteúdo Web pode ocorrer de forma
semelhante a da usabilidade, é uma fase extremamente importante que deve ser realizada
desde o início do desenvolvimento, pois os problemas identificados durante esse período
são mais fáceis de serem corrigidos. Ao final do projeto o site deve passar uma validação
completa que, de acordo com o eMAG – Cartilha técnica (2005), deve passar por três
etapas: Validação automática, validação por especialistas utilizando leitores de tela e por
ultimo validação realizada com usuários deficientes.
A validação automática ocorre através de programas que avaliam a
acessibilidade das páginas da Web. Muitos desses programas estão disponíveis
gratuitamente na internet e realiza uma análise estatística com base nas recomendações
do W3C/WAI versão 1.0. Alguns exemplos desses avaliadores de acessibilidade que, na
verdade, realizam a avaliação do código são:
Da Silva: um avaliador desenvolvido no Brasil, sendo a primeira ferramenta em
português; ele tem como base as recomendações tanto do W3C/WAI como do eMAG e
está disponível gratuitamente no endereço eletrônico www.dasilva.org.br, outra
ferramenta de avaliação de código é o W3C Validators, disponibilizada pela própria
W3C no endereço eletrônico http://validator.w3.org, este analisa o código com base nos
padrões de HTML, XHML (eXtended hyperText Markup Language), CSS (Cascading
Style Sheets) e das próprias recomendações para acessibilidade. Existem muitos outros
softwares que realizam também essa avaliação.
Feita a avaliação automática, o eMAG sugere a realização de uma avaliação por
especialistas utilizando leitores de tela, onde são realizadas tarefas típicas do site,
realizando uma avaliação com base nos pontos de verificação fornecidos pela W3C/WAI
e/ou eMAG. A avaliação da acessibilidade com usuários é interessante, pois apresenta
um custo relativamente baixo podendo inclusive ser zero, e de acordo com Nielsen
(2000) uma avaliação realizada com 5 cinco usuários é suficiente para identificar cerca
de 80% dos problemas de usabilidade se estendendo também a acessibilidade e a
comunicabilidade do site com o usuário.
Depois de verificada a acessibilidade do conteúdo de uma página e tendo sido
aprovada, tanto na avaliação automática como nos testes com usuários, o desenvolvedor
deverá realizar a promoção do nível de conformidade alcançado (“A”, “AA” ou “AAA” -
níveis de conformidade do WCAG 1.0), na própria página avaliada.
Deverá conter também o símbolo da acessibilidade, conforme a Figura 3,
obedecendo assim ao decreto 5.296/2004 que, dentre outras atribuições, especifica no
art. 47º parágrafo §2º que “os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas portadoras de
deficiência conterão símbolo que represente a acessibilidade na rede mundial de
computadores, a ser adotado nas respectivas páginas de entrada”.
Figura 3 - Símbolo da acessibilidade na Web Fonte: Acessibilidade.net (2008)
Cumprido todas essas etapas e requisitos descritos acima podemos dizer que o
site está acessível e usável aos portadores de deficiência bem como aos demais grupos de
usuários que podem estar acessando o site sob condições adversas de ambiente e/ou
equipamento.
“A interação efetiva de todos os cidadãos só poderá ser garantida com a flexibilização do acesso à informação e com a participação efetiva de usuários com necessidades especiais. Discutir a acessibilidade em ambientes digitais é o primeiro passo para a construção de estratégias que reposicionem as ações de programadores e webdesigner para o exercício de um Desenho Universal, uma etapa importante e necessária no processo de Inclusão Digital” (Conforto e Santarosa, 2002).
6. Considerações Finais
Através deste estudo realizado sobre acessibilidade e usabilidade na Web,
objetiva-se fomentar as discussões e principalmente as práticas sobre este tema de suma
importância, porém muitas vezes pouco aplicado durante o projeto e desenvolvimento
de websites. A partir da iniciativa de difundir e debater o assunto, espera-se uma maior
sensibilização para a importância de se observar e de promover medidas que facilitem o
acesso de todas as pessoas, inclusive dos portadores de necessidades especiais as
informações que circulam a nossa volta.
Em algumas experiências realizadas com usuários deficientes visuais verifica-se
que na maioria os sites por eles acessados, aspectos como: melhor identificação de links,
títulos de páginas mais curtos e coesos e figuras com descrição mais detalhadas precisam
ser melhorados. São medidas simples, mas que facilitam o acesso desses usuários às
informações contidas na internet.
Este trabalho contribuiu para demonstrar que a implementação e a validação da
acessibilidade em sites da Web podem custar muito pouco e trazer benefícios
significativos para a inclusão digital e social dos portadores e necessidades especiais.
7. Referencias
ARAÚJO, VÂNIA M. R. H. DE; FREIRE, ISA MARIA. Conhecimento para o Desenvolvimento: Reflexões para o profissional da informação. Disponível em: < http://www.informacaoesociedade.ufpb.br> Acessado em: fev. 2007. DIAS, CLAUDIA. Usabilidade na Web: Criando Portais mais Acessíveis. Rio de Janeiro:Alta Books, 2003. ISO 9241-11. Ergonomic Requirements for Office Work with Visual Display Teminals, parte 11: Guidance on usability. 1998. ISO/IEC 9126. Software Product Evaluation: Quality characteristics and guidelines for their use. 1991. MELO, A. M. E BARANAUSKAS, M.C.C. (2006). “Design Inclusivo de Sistemas de Informação na Web”. In: Teixeira, C. A. C. et al. (Org.) Tópicos em Sistemas Interativos e Colaborativos, pp. 167-202. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO. Recomendações de Acessibilidade para a Construção e Adaptação de Conteúdos do Governo Brasileiro na Internet: Modelo de Acessibilidade. Documento de Referência, Versão 2.0, 2005. Disponível em: < http://www.governoeletronico.gov.br/governoeletronico/> Acessado em: fev. 2007. NIELSEN, JAKOB. Why you only need to test with five users. 2000. Disponível em <http://www.useit.com> Acesso em: mar. 2007. Projetando Websites. Tradução Ana Gibson. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 416p. WORLD WIDE CONSORTIUM (W3C). Web Content Accessibility Guidelines 1.0. 1999. Disponível em: <http://www.w3.org/TR/WAI-WEBCONTENT/>. Acessado em: mar. 2007. Acessibilidade – Problematizando a Interação Homem-Máquina na Web. Disponível em: < http://www-gist.det.uvigo.es/~ie2002/actas/paper-199.pdf> Acessado em: jun. 2006.