aceitação de um café arabica, despolpado de barra do choça, por
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
ACEITAÇÃO DE UM CAFÉ ARABICA, DESPOLPADO DE BARRA DO CHOÇA, POR UM GRUPO DE CONSUMIDORES EM VITÓRIA DA CONQUISTA-BA
RODRIGO MORAES HAUN
VITÓRIA DA CONQUISTA – BAHIA
2011
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ACEITAÇÃO DE UM CAFÉ ARABICA, DESPOLPADO DE BARRA DO CHOÇA, POR UM GRUPO DE CONSUMIDORES EM VITÓRIA DA CONQUISTA-BA
Resumo: O café quando bem conduzido no campo, sob normas da produção de cafés sustentáveis, redução de defeitos associado a uma boa torração oferece uma bebida que contém compostos fenólicos e minerais importantes a saúde tornando seu consumo desejável como aporte de substâncias que ativam o celebro dando satisfação e bem estar. Este trabalho foi conduzido com o objetivo de verificar a aceitação de um grupo de pessoas sobre aceitação de um café arábica despolpado, da cafeicultura familiar em Barra do Choça, Bahia por um grupo de foco.Mediante as normas de produção de cafés sustentáveis aplicou-se o questionário de verificação do programa PIC – Produção Integrada de café entre os pequenos produtores das Associações, sendo escolhido o café despolpado safra 2010 do Sitio Boa Vista por se adequar em 90% às normas do programa PIC. O café verde foi classificado, torrado, moído e embalado mediante Instrução Normativa N° 16 do MAPA. Um grupo 30 participantes do município de Vitória da Conquista escolhidos aleatoriamente, recebeu 250g do café e após degustá-lo com sua família respondeu o questionário. Os dados obtidos foram estudados em razão da característica qualitativa do grupo de foco. Foi observado que os principais fatores envolvidos no processo de decisão de compra de um café são: marca, preço e qualidade. No que se refere ao café em estudo, 98% do grupo responderam ser um a) café puro, b) saboroso, c) aromático, d) superior ao que consomem, e) compraria novamente , f) tem qualidade para ser exportado. Palavra chave: Café despolpado, grupo de foco, aceitação, consumo.
INTRODUÇÃO
O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo. O Brasil é o segundo maior
consumidor mundial de café e o primeiro entre os produtores. Segundo dados da
Associação Brasileira das Indústrias de Café (ABIC), o mercado brasileiro representa 14%
da demanda mundial, com um consumo de 4,81 kg de café torrado por habitante/ano, ou
seja, quase 81 litros para cada brasileiro, este é o maior consumo registrado no pais e
aproximando ao consumo da Alemanha 5,86 kg/hab/ano, entretanto os campeões ainda são
a Finlândia, Noruega e Dinamarca com volume próximo dos 13 kg/hab/ano (MARTINS,
2010). Estima-se que na safra 2010/11 sejam colhidas cerca de 41,89 A 44,73 milhões de
sacas(CONAB, 2011) e a demanda interna oscila de 42,76 a 45,66% deste total.
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O grão de café possui diferentes composições químicas, a primeira enquanto o fruto
está na planta ou o grão beneficiado, a segunda quando está torrado, esta diferença é em
função das boas práticas de manejo na lavoura e posteriormente do grau de torração dos
grãos (Salva et al, 2009).
Os constituintes presentes na massa do café cru e que interferem na qualidade da
bebida são: minerais, cafeína, trigonelina, lipídios, ácidos clorogênicos, ácidos alifáticos,
mono e di oligossacarídeos, polissacarídeos, aminoácidos, proteínas, a exemplo da cafeína
causa pouco amargor na bebida, mas atua como um estimulante; o amargor e adstringência
são atribuídos aos ácidos clorogênicos; o aroma da bebida tem sido atribuído aos seguintes
compostos sacarose, trigonelina, proteínas e aminoácidos; a presença de creme dos cafés
expressos pode ser atribuída às proteínas e polissacarídeos; o corpo da bebida é atribuído
aos lipídios, a acidez está relacionada com os ácidos orgânicos e inorgânicos (GINZ, 2001;
YERETZIAN et al., 2002; STADLER et al., 2002; NUNES et al., 1997; 1998; MAIER,
1987).
Nos últimos anos, o consumo de café tem sido incentivado por inúmeros resultados
de pesquisas científicas que têm desmistificado antigos tabus sobre supostos malefícios do
café. Estudos realizados por Almeida et al (2003), concluíram que o consumo de café e
cafeína não deve ser considerado um fator de risco para varias doenças, entre elas, doenças
cardiovasculares, câncer de bexiga, de pâncreas e de intestino. Segundo Lima (2002);
Happonen et al (2004), o consumo em quantidades moderadas, uma média de até quatro
xícaras (800 ml) por dia, torna o cérebro mais atento, diminui a incidência de apatia e
depressão, estimula a memória, atenção e concentração, portanto, melhora a atividade
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intelectual, sendo adequado para todas as idades, inclusive crianças e adolescentes.E o
consumo de duas xícaras de café ao dia é capaz de produzir efeito protetor no
desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis (DOREA & DA COSTA, 2005)
Sabe-se, porém, que as pessoas consomem café em diferentes momentos e por
diversos motivos e que o café reúne uma serie de fatores sociais, comportamentais que
variam individualmente. Contudo, características intrínsecas e preferências do consumidor
brasileiro em relação a esta bebida são pouco conhecidas (MONTEIRO 2002). Entretanto,
o consumidor tem revelado duvidas persistentes sobre o que é qualidade em café e sobre o
que considera um café especial.
O café bebida não alcoólica pode ser preparado de cafés da espécie arábica, conillon
ou um blend de ambas. No comércio são encontrados os cafés tradicionais proveniente de
grãos arábica preparo natural, permite uma mistura de até 50% de grãos de conillon; já o
café especial ou gourmet é constituído de grãos despolpado de arábica podendo ser
adicionado ao blend 5% de grãos de conillon despolpado; os cafés tidos como superiores
constituídos exclusivamente de grãos arábica despolpado. As bebidas gourmet e superior
são preferencialmente destinadas para o preparo de cafés expresso e drinks em cafeterias,
mercado crescente em todas as cidades. Entretanto, no padrão tradicional todos os tipos de
cafés são torrado e moído, embalado a vácuo para preparo e consumo imediato em
residências, escritórios, consultórios, universidades, hotéis e restaurantes.
Sabe-se que, o comportamento do consumidor é multidisciplinar, o uso de pesquisas
qualitativas tem gerado resultados relevantes sobre a percepção de um produto, assim
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como sua aceitação ou rejeição, uma vez que permitem obter informações detalhadas sobre
atitudes, opiniões, comportamentos e hábitos dos participantes (HASHIM et al., 1996).
Um método qualitativo de levantamento de dados, empregado para esse tipo de estudo é
denominado grupo de foco, definido por meio de entrevista planejada cuidadosamente,
com o intuito de obter opiniões individuais de pessoas de um grupo sobre determinada área
de interesse. (CASEY & KRUEGER, 1994).
Diante do crescente mercado brasileiro para os diferentes tipos de café, aliado à
adequação do produto ao desejo dos consumidores, evidencia a importância do estudo dos
motivadores para o consumo de tal bebida. É fundamentado em particularidades como a
localização da produção de café próxima ao consumidor, torna-se um instrumento de
grande relevância para explorar as potencialidades do mercado local de Vitória da
Conquista. Sendo assim, este estudo, tem o objetivo de avaliar o perfil e aceitação de um
grupo de consumidores no município de Vitória da Conquista, por um café arábica
despolpado produzido pela agricultura familiar em Barra do Choça.
MATERIAL E MÉTODOS
O café torrado é definido pela Agencia Nacional de vigilância sanitária ANVISA, como
o endosperma (grão) beneficiado do fruto maduro de espécies do gênero Coffea, como
Coffea arabica L., Coffea liberica Hiern e Coffea canephora Pierre, submetido a
tratamento térmico até atingir o ponto de torração escolhido.
Para realização deste estudo, foram utilizados 14 kg de grãos de café despolpados em
pergaminho, de Coffea arabica, variedade catuai 144, produzido no Sitio Boa Vista no
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município de Barra do Choça - BA , na safra 2010, de propriedade do Sr. Eufrásio Souza
Lima. A produção deste café foi avaliada segundo as normas de conduta referente às Boas
Práticas Agrícolas, Responsabilidade Social e Respeito ao Meio Ambiente, conforme
protocolo das normas PIC – Produção Integrada de Café, proposta pela Embrapa Café
(RAIJ e AFONSO, 2007).
O café do Sr. Eufrásio foi selecionado para o estudo, devido a dois fatores de extrema
importância, a organização coletiva da associação que pertence (Associação dos pequenos
Produtores do Pau Brasil), no município de Barra do Choça- Bahia, e a organização
individual, adequando-se as normas de Produção Integrada do Café (PIC), proposta por
(RAIJ e AFONSO, 2009). Segundo Pereira (2010), foi aplicado na propriedade um
questionário de conformidade com as normas da PIC que englobam capacitações, manejo
solo e água, proteção das plantas, gerenciamento ambiental e estrutura social.
A PIC está alinhada com a certificação internacional 4C – Código Comum para a
Comunidade Cafeeira, destinada a promover a sustentabilidade de todo setor cafeeiro.
. O café produzido no sitio Boa Vista, sob gestão do Sr. Eufrásio Souza Lima,
recentemente participou do 90 Concurso de Cafés de Qualidade da Bahia, obtendo a
80colocação, a (Figura 1) ilustra o cenário de produção e das boas praticas pós-colheita.
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Figura 1. Sitio Boa Vista cenário da produção de café no campo e os procedimentos pós- colheita. Safra 2009/2010.
O café, que se encontrava em pergaminho, foi levado ao Laboratório de Classificação de
Cafés da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, para classificação sensorial segundo
o regulamento técnico da Instrução normativa NO 16, de 24 de maio de 2010 do
(BRASIL,2010) bem como, da Sociedade Americana de Cafés Finos- BSCCA. Foram
avaliados atributos como a fragrância do pó, aroma da bebida, acidez, doçura, amargor,
adstringência, sabor, corpo, sabor residual, qualidade da bebida e nota global da bebida. As
notas de cada atributo variam de zero a dez, possibilitando nota máxima de 100 pontos, o
café Eufrásio atingiu 90 pontos, tem sabor agradável, adocicado, próprio de bebida mole.
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Os grãos foram descascados em máquina descascadora manual, da marca botimetal,
separado em peneira 15, torrado em torrefador elétrico da marca Rod bel com dois fornos,
cada forno com 450g da amostra, a uma temperatura de 200 graus por 8 minutos,
proporcionando uma torra média. Após descanso de 24 horas os grãos torrados foram
moídos em maquina de moer café trifásica 220 volts e 3480 rpm, pesado em 250g e
embalados em 30 sacos de polipropileno rotulado com a descrição de origem do produto
( Figura 2). A embalagem de 250g do café Eufrásio foi vendido aos consumidores locais de
café por um valor simbólico de três reais.
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Figura 2. Procedimento para obter o café do Sítio Boa Vista, desde grãos em pergaminho até torrado, moído e embalado. Laboratório de Classificação de Café – UESB.
Com base em Lakatos e Marconi (1991), no desenvolvimento da pesquisa, foram
consideradas as etapas fundamentais ao processo, quais sejam: definição do universo e da
amostra, elaboração do questionário de pesquisa, planejamento e execução das entrevistas,
desenvolvimento do método de processamento de dados e a elaboração das apresentações e
discussões dos dados coletados.
O método de pesquisa com opinião pública por grupo de foco, em razão do caráter
exploratório, que possui, tem sido empregado, como etapa preliminar de pesquisas em
diversas áreas, como medicina, nutrição, área social e marketing. A Ciência dos Alimentos
é empregada para estudar características relevantes de produtos, embalagens, rótulo sobre a
escolha dos consumidores, tendo os resultados do grupo de foco como etapa preliminar
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(DELIZA et al., 2003; DANTAS et al., 2004; REIS et al., 2007; DELLA LUCIA et al.,
2009).
Neste trabalho a realização de sessões com o grupo na presença de um moderador, foi
adaptada para resposta do questionário após consumo do café pelo participante do
grupo,estes não receberam incentivo monetário para sua participação no estudo, mas
pagando o equivalente a três reais por 250 g de café.
REALIZAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS
Um questionário não é mais que um instrumento de recolha de dados ou um
instrumento de investigação. A realização de um questionário permite recolher
informações sobre um tema, interrogando um elevado número de pessoas, além de permitir
o anonimato e a interação indireta. Nesse estudo, optou-se pela interação direta na sua
forma de distribuição pessoal na qual os próprios inquiridos preenchem o questionário.
A elaboração do questionário foi dividida nas seguintes fases:
1ª - Definição da informação
2 - Especificações do tipo e do meio de administração - direta na sua forma de distribuição
pessoal;
3 - Construção do Questionário – foi selecionado 17 perguntas, algumas das quais com
várias alíneas;
4 - Aplicação do pré-teste e corrigidos alguns defeitos;
5 - Elaboração do Inquérito por questionário definitivo em anexo.
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Dividiu-se o inquérito por 3 partes: A introdução, na qual foi feita uma breve
apresentação do orientador, orientando e do produtor; o corpo, que é o conjunto de
questões que serão formuladas, possibilitando a recolha de informação necessária à
investigação; e caracterizadores dos inquiridos, em que temos um conjunto de questões que
permitem identificar características sócio-demográficas dos inquiridos, fundamentais para
se formar grupos ou identificar segmentos homogêneos.
Escalas de Thurstone
Para o teste de aceitação café do Sr Eufrásio, foi utilizado a escala de Thurstone, um dos
modelos encontrados na literatura para a medição de percepção e comportamento.
Conforme Mowen e Minor (2003), Thurstone é um dos criadores da teoria de medição da
atitude moderna, o qual define atitude como sendo a quantidade de afeição ou sentimento a
favor ou contra certo estímulo. Nesse sentido, de acordo com Mattar (2001), Thurstone em
1928, propôs as escalas de intervalos aparentemente iguais, que consistem em um conjunto
de declarações em que cada uma possuiu um valor predefinido na escala e são apresentadas
aos respondentes para que delas concordem ou discordem.
A finalidade dessa técnica, conforme Reich e Adcock in Herriot (1976), é distinguir
entre as pessoas em que grau elas diferem sobre certa questão. Segundo Mattar (2001), os
respondentes são solicitados a concordarem ou discordarem das afirmações. A colocação
dos respondentes na escala ser resultante da média aritmética dos valores correspondentes
na escala obtidos por suas respostas concordantes.
Teste de Aceitação
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As amostras foram compradas e avaliadas por 30 consumidores, sendo 19 mulheres e 11
homens, com faixa etária entre 20 e 65 anos.
O teste de aceitação foi realizado in house no município de Vitoria da Conquista BA,
em outubro de 2010.
De acordo com a recomendação de Carvalho et al. (1997), e testada em laboratório 2010
conforme figura 3, foi orientado aos consumidores que as amostras deveriam ser
preparadas com água filtrada e pó de café na proporção de 6%, ou seja, para cada 30 g de
pó de café deve ser utilizado 500 ml de água filtrada. Não houve interferência no modo de
preparo da bebida, esta foi feita de acordo com os hábitos de cada família e consumida
imediatamente, o questionário foi preenchido.
Figura 3. Teste de aceitação no laboratório de Café da UESB.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os dados obtidos por meio dos questionários respondidos no grupo de foco, foram
cuidadosamente avaliados, considerando as opiniões, idéias, lembranças, o contexto da
pergunta e as especificações das respostas. Não houve aplicação de analise estatística aos
dados em razão das características qualitativa do estudo. Os resultados foram descritos da
maneira como haviam sido obtidos dos questionários, de modo a não perder a
autenticidade das idéias apresentadas.
Os resultados obtidos no teste de aceitação do café do Sr. Eufrásio, proveniente do Sitio
Boa Vista Barra da Choça – Bahia, foram avaliados por meio da metodologia chamada
Escala de Thurstone. Os resultados foram expressos em um gráfico em que as respostas
estão representadas por pizzas com a porcentagem de aceitação ou não do café.
Perfil dos Consumidores
As características principais do perfil do grupo são apresentados através dos gráficos
1A, 1B e 1C, A idade do grupo de estudo foi de 20 a 60 anos de idade, porém a faixa etária
predominante foi de 46 a 60 anos (33%); 31 a 45 anos (30%) , indica que estas pessoas são
ativas e estão em plena atividade de trabalho(Gráfico 1A). Dos entrevistados, 63%
constituído de mulheres e, 37% de homens (Gráfico 1B); com relação às profissões
(Gráfico 1C), os maiores percentuais foram formados dos Assalariados (44%) seguidos do
Profissional Liberal (23%), Autônomo (13%). As mulheres que compõem o maior
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percentual deste estudo 63%, somente 20% delas declaram exclusivamente ocupadas com
as atividades da própria casa (Gráfico 1A e 1C).
Gráfico 1A. Idade dos consumidores de café, residentes em Vitória da Conquista/BA, que provaram o café Eufrásio.
Gráfico 1B. Perfil dos consumidores de café em Vitória da Conquista Bahia, quanto ao sexo, que provaram o café do Sítio Boa Vista.
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Gráfico 1C. Perfil dos consumidores que provaram o café em Vitória da Conquista Bahia, quanto à profissão.
Comportamento de consumo
Estudo realizado em Belo Horizonte MG, portanto, diferente deste relata que, o
percentual de homens que consome café foi de 57,2% e mulheres 43,4%, outro fator
relevante foi que o consumo entre os homens é de 4,2 xícara/dia e as mulheres de 3,4
xícaras diárias (ARRUDA et al, 2009).
O grupo de consumidores que participaram deste estudo em Vitoria da Conquista 83%
incluso homens e mulheres informaram no questionário aplicado que tomam café mais de
três vezes ao dia; (10%) responderam que tomam raramente; (7%) apenas 3 vezes na
semana (Gráfico 2A ).
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Gráfico 2A. Frequência com que os consumidores entrevistados normalmente bebem café.
Gráfico 2B. Perfil dos consumidores que provaram o café estudado, em Vitória da Conquista, quanto ao interesse pela origem do café que consomem.
No contexto mercadológico mundial, a busca por produtos de qualidade e origem
garantida é cada vez maior, entretanto, neste estudo está preocupação ainda não parece ser
realidade. Entre os entrevistados 67% não se preocupam com a origem do café e 33% se
preocupam com a procedência do café que consome. Este dado é relevante um vez que, o
café Eufrásio foi adquirido por consumidores autônomos, assalariados, profissionais
liberais e donas de casa (Gráfico 1C), quando era esperado que o grupo demonstrasse
interesse pela origem do produto que consomem.
Este dado indica uma demanda por implementar e divulgar ações neste tema que
envolve a qualidade e origem do produto consumido, em especial o café. Uma ação desta
natureza poderá contribuir positivamente para economia local e o desenvolvimento
regional.
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Neste contexto, o MAPA- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em
parceria com o SEBRAE disponibiliza um programa de Indicação Geográfica (IG)
ferramenta coletiva de proteção e promoção comercial de produtos e sua herança histórico
cultural, que é intransferível. As IG`S também representam a preservação da
biodiversidade, do conhecimento e dos recursos naturais, trazendo contribuições
extremamente positivas para as economias locais e para o dinamismo regional, pois tem o
real significado da criação de valor local e regional. (SEBRAE, 2007).
Gráfico 2C. Diferença entre bebida de café, despolpado e natural.
O café proveniente de grãos colhidos e processados de forma natural produz um café
tido como tradicional, forte, encorpado. O café proveniente de grãos despolpados e que
obedece às normas de boas práticas quase sempre produz uma bebida padrão gourmet.
Neste estudo, a maioria (90%) do grupo respondeu não conseguir distinguir um grão
proveniente de café despolpado de um grão proveniente do processo tradicional (via seca)
natural, apenas (10%) disseram saber distinguir as duas bebidas. O que indica que em
Vitória da Conquista o mercado para consumo de cafés gourmet é pequeno, todavia poderá
crescer, com a divulgação entre os consumidores da produção local de grãos de café
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próprio para o preparo gourmet, e que são vendidos para os mercados mais exigentes como
São Paulo, Estados Unidos e Europa.
Uma das normas dos programas de certificação de cafés para alcançar a sustentabilidade
do setor cafeeiro é o respeito ao meio ambiente, o que envolve proteção de nascentes, da
mata, dos pássaros, descarte de embalagens dos agrotóxicos, higiene em toda etapa do pós-
colheita e secagem dos grãos. Neste estudo, apenas (30%) dos consumidores de café
disseram que se preocupam com as condições ambientais que o café que consome é
produzido e (70%) não se preocupam (Gráfico 3A). Este dado é relevante e deve ser
considerado tanto pelo produtor, pois as lavouras atendem as exigências ambientais, como
pelos consumidores, que podem envolver-se com o interesse local da produção de café
quanto à preservação ambiental.
No caso do café do Sr. Eufrásio nota-se que este produtor adéqua-se as normas
estabelecidas pela legislação ambiental (Figura 1 e 2), entretanto, o consumidor do
mercado local, talvez por ainda não ter conhecimento das questões ambientais não
valoriza adequadamente o produto que esteja adequado com as normas ambientais do
programa cafés sustentáveis.
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Gráfico 3A. Perfil da amostra quanto aos as questões ambientais da produção do café.
Gráfico 3B. Perfil da amostra quanto ao consumo de café proveniente da agricultura familiar.
No que se refere ao consumo de café oriundo da agricultura familiar, a organização do
processo produtivo vincula-se á mão de obra familiar, contudo, oferece trabalho para dois a
dez trabalhadores externos a família. Os participantes do grupo responderam que (63%) já
consumiram e (37%) nunca consumiram, sendo um registro de preferência de consumo por
produtos dos pequenos agricultores, todavia este dado não indica parâmetros de qualidade
do café, mas de interesses pelas questões sociais.
Gráfico 3C. Perfil da amostra quanto à questão social e geração de emprego no campo.
A produção de café sempre foi marcada pela oportunidade de geração de emprego e
renda no campo e nas cidades, Quando os entrevistados foram inquiridos sobre o consumo
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café torrado e moído comercializado em Vitória da Conquista contribuiriam para
permanência do homem no campo, (87% ) acreditam que sim, entretanto, 33% acham que
não contribuem, talvez por desconhecer a cadeia produtiva do café e o quanto de beneficio
esta atividade proporciona a cidade de Vitória da Conquista, desde sua introdução em
1970.
Atualmente todos os programas de sustentabilidade visando à certificação dos cafés,
enfatizam as questões sociais de empregabilidade no campo. Então, há de se concordar
com Martins (2008) quando relata que, um simples gole desta bebida torna o consumidor
parte de uma imensa cadeia de produção, embalada em muita aventura e ousadia.
Gráfico 4A. Perfil da amostra quanto aos indicadores de qualidade pelo consumidor.
No que diz respeito ao que os consumidores de café entrevistados levam em conta quando
compram um café torrado e moído, a maioria (37%) responderam que é marca e preço
respectivamente, (17%) considera mais importantes a marca e qualidade, (13%) a qualidade e
marca, (13%) qualidade e preço e (10%) posicionamento e preço e (10%) outros.
Para este grupo de pessoas onde 83% tomam café diariamente (gráfico 2 A), observa-se que a
marca, o nome comercial do café é importante e, de certa forma, o consumidor mantém- se fiel a
marca como um atributo de qualidade, demonstram isto ao responder efetivamente tal pergunta
(83%) disseram que o mais importante é a marca ( Gráfico 4B). Então, o produto é conhecido
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pela marca, demonstrando que, a aceitação para alimentos com os quais o consumidor está
familiarizado é maior do que para os novos (KAHKONEN et al., 1996; PELCHAT, 2000). Todavia
este fato poderá ser minimizado com o fornecimento de informações acerca do produto
(LAUREATI et al., 2006), sendo a principal fonte de influência para a aceitação de alimentos com
os quais o consumidor não está familiarizado. Uma destas informações poderá ser sobre os
atributos de qualidade do café que está sendo oferecido pelo consumidor, fato é que quando o
grupo foi arguido sobre preço e qualidade, (97%) dos entrevistados disseram preferir a
qualidade e (3%) preferem o preço (Gráfico 4 C).
Gráfico 4B. Perfil da amostra quanto ao preço e marca do café.
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Gráfico 4C. Perfil da amostra quanto aos atributos qualidade x preço do café que consomem.
É interessante, saber o que este grupo de consumidores entende por qualidade, 50% e
40% informaram preferir a embalagem e o preço elevado; estes dados são pertinentes
quando uma boa embalagem associado a um preço um pouco maior parecem ser
visualmente atributos de qualidade. Somente 10% opinaram pela propaganda intensiva
(Gráfico 4 D), o que evidencia não ser esta uma técnica adequada para se efetivar no
mercado um café de qualidade.
Com relação à embalagem, estudo realizado por Della Lucia, et al. (2009), em Viçosa-
MG e Londrina-PR, sugerem que fatores da embalagem de café parecem ser determinantes
no processo de escolha pelo consumidor.
Gráfico 4D. Perfil da amostra quanto aos atributos de qualidade do café que consomem.
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Gráfico 4E. Perfil da amostra quanto ao consumo de café, marcas existentes em Vitória da Conquista.
Os participantes do grupo de estudo opinaram que, compram nos supermercados de
Vitória da Conquista as seguintes marcas, em ordem decrescente, o tradicional café torrado
e moído na hora, juntamente com aquisição de outras marcas, alcançou 26%; o Café Bahia
e Maratá, 23% e 20% respectivamente, Café Santa Clara tradicional 10% e 7% Café Pilão,
Santa Clara Premium e Melita (Gráfico 4E). Contudo, estes dados não confirmam a
resposta gerada no Gráfico 4B, quando responderam ser a marca mais importante que o
preço. DANTAS et al.,(2004); REIS (2007), observam em seus estudos que o preço e a
marca são de grande importância na decisão de compra.
As marcas que alcançaram menor percentual de consumo pelo grupo, 7% são
consideradas de melhor qualidade de bebida e pureza do pó e possuem selo da ABIC.
Deste registro, pode-se sugerir a realização de pesquisa que envolve análises
microbiológicas, sensorial, pureza e defeitos em amostras de marcas de cafés
comercializados em Vitoria da Conquista, em especial os grãos já torrados e moídos na
hora da compra em feira livre e/ou supermercados.
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Gráfico 5. Perfil da amostra quanto à aceitação do café despolpado produzido no Sitio Boa Vista de Propriedade do Sr. Eufrásio.
O grão de café torrado é uma mistura complexa de diferentes compostos, que são
responsáveis pelo gosto e aroma que tornam a bebida mundialmente apreciada. O grão de
café despolpado numa torra achocolatada e, moído, provavelmente, seja novidade entre o
grupo de estudo, uma vez que responderam não saber distinguir a bebida de café
proveniente de grãos despolpados da bebida originada de grãos de preparo convencional
(Gráfico 2C).
Quanto ao teste de aceitação do café do Sítio Boa Vista, os dados em percentuais estão
apresentados no Gráfico 6. O grupo em foco, responderam aos seguintes atributos: Pureza
(97%), não se tratar de um café puro (3%); Com relação ao corpo, 56% afirmaram se tratar
de um café forte, ou seja, bebida encorpada, 44% não consideram uma bebida forte,
todavia 100% dos entrevistados afirmaram ser um café de bebida saborosa.
Quando perguntados se era um sabor diferente e marcante 90% responderam que sim,
atribuindo muitas vezes a lembranças tais como amêndoas, chocolate meio amargo,
entretanto 10% simplesmente não gostaram da bebida; Quanto ao aroma e a qualidade
100% afirmaram ser um café com qualidade e aroma agradáveis. Com relação ao preço
84% afirmaram não ser um café caro e 16% acharam que sim, este dado encontra em
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conformidade com os dados do gráfico 4C; 96,7% responderam que voltaria a comprar-lo
novamente, sendo este, bom indicativo para o comercio de café local, entretanto 3,3%
entenderam que não compraria.
O gráfico 4E, ilustra as marcas de café existentes no mercado local as quais são
preteridas pelo grupo, que quando degustaram por varias vezes o café estudado 97%
responderam que é superior ao café que consomem, todavia 3% acham que não há nada de
relevância na bebida deste café, 100% do grupo acharam que o café possui todos os
atributos de qualidade e, pode ser exportado para mercados mais exigentes quanto a bebida
de café.
Espera-se que estes dados possam contribuir como uma etapa preliminar do estudo da
intenção de compra de cafés despolpados torrado e moído, em especial do café produzido
no Sítio Boa Vista, para consumo não só em Vitória da Conquista, como nos demais
municípios da Bahia, proporcionando oportunidades de negócios para cafeteiras, hotéis,
restaurantes, concessionárias de veículos, bancos, enfim, o mercado local, oferecendo aos
seus clientes um bom café, produzido dentro das normas de programas sustentáveis
possível de ser executado por pequenos cafeicultores das terras altas do município de Barra
do Choça.
Ressalta-se também a aceitação do café despolpado em Vitória da Conquista e a
oportunidade dos produtores de café das Associações, iniciarem uma proposta junto ao
MAPA da solicitação de Indicação Geográfica para os cafés despolpados do Planalto da
Conquista.
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CONCLUSÕES
Como conclusões, observou-se que:
Os principais fatores envolvidos no processo de decisão de compra de um café foram: marca, preço e qualidade.
Dos participantes do grupo 96,7% responderam que o café Eufrásio tem os seguintes atributos de qualidade:
• Puro
• Saboroso
• Aromático
• Corpo
• Cor
Tornando-se deste modo, superior ao que consomem, os entrevistados comprariam novamente o café, e acham que pode ser exportado.
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