aÇÃo social das empresas do norte: quem sÃo e … · no conceito de ação social, como, por...

45
Diretoria de Estudos Sociais - DISOC AÇÃO SOCIAL DAS EMPRESAS DO NORTE: QUEM SÃO E ONDE ESTÃO, EM 2004? Brasília, maio de 2006

Upload: nguyenthu

Post on 25-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Diretoria de Estudos Sociais - DISOC

AÇÃO SOCIAL DAS EMPRESAS DO NORTE: QUEM SÃO E ONDE ESTÃO, EM 2004?

Brasília, maio de 2006

2

Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Luiz Henrique Proença Soares Diretora da Diretoria de Estudos Sociais Anna Maria Tiburcio Medeiros Peliano Coordenadora-geral da Pesquisa Ação Social das Empresas Anna Maria Tiburcio Medeiros Peliano Elaboração do documento Ana Carolina Aires Cerqueira Prata Luana Simões Pinheiro Equipe da Pesquisa Ação Social das Empresas Ana Carolina Aires Cerqueira Prata Alda Pimentel de Matos Guerreiro Chaves Luana Simões Pinheiro Marco Antonio de Sousa Nathalie Beghin Erico Caixeta Rose Roberto Sant’Anna Matos Consultores Alfonso Rodriguez Arias Antonio Eduardo R. Ibarra Eliane Rocha Araújo Glauber Lesnau Joel Osório Alves Liseane Morosini Colaboradores – CGMGI-DIRAF Bruno Caixeta Rose Elivan de Souza Martins Romy do Vale Campos Marcos Mello Nobrega Equipe da Pesquisa por Telefone Leonardo Neves Alves Ângela Alves de Matos Jacileide do Socorro Castro do Monte Katiane de Carvalho Lima Lidiane Silva Soares Agradecimentos Diretoria de Administração e Finanças do IPEA Apoio RedeIpea de Pesquisa Escritório da Cepal no Brasil

3

Sumário

Apresentação I. O perfil das empresas pesquisadas

II. Os resultados para a Região Norte

• Quem são e onde estão III. Quem fez mais para a comunidade?

• A similaridade entre os estados • O destaque das grandes empresas • A idade tem pouco peso • Destaque para o setor industrial • O combate à fome

IV. Quem nada fez para a comunidade e porquê? • A localização pouco influência • As menores fazem menos • A idade diz pouco • O menor envolvimento do setor de construção civil • Por que motivos as empresas não atendem as comunidades?

V. Quem fez mais para seus empregados?

• O destaque é para o Amazonas • Quanto maiores, maior a atuação • A idade não determina • A indústria sai na frente

VI. Quem nada fez?

• O Pará é o menos atuante • As menores fazem diferença • A pouca influência da idade • O baixo envolvimento do setor de serviços

Conclusões

Anexo: tabelas suplementares

4

Apresentação

Dando continuidade à série de estudos realizados sobre o envolvimento do setor

empresarial na área social, o IPEA atualiza agora, para 2004, a Pesquisa Ação Social das

Empresas na região Norte. O ineditismo continua sendo a marca da Pesquisa, uma vez que

é a primeira investigação que produz dados comparativos no tempo para o universo das

empresas da região com um ou mais empregados nas capitais e no interior dos estados.

Primeiramente, é relevante destacar que o conceito utilizado para definir ação social

empresarial foi, deliberadamente, abrangente. De acordo com a metodologia utilizada foi

feita uma divisão nos tipos de ações sociais realizadas pelas empresas segundo seu público-

alvo. No caso das ações sociais para as comunidades, considerou-se qualquer atividade que as

empresas realizam, em caráter voluntário, nas áreas de assistência social, alimentação, saúde

e educação, entre outras. Essas atividades incluem desde pequenas doações eventuais a

pessoas ou instituições até grandes projetos mais estruturados. Já aquelas ações voltadas

para os empregados e seus familiares, incluíram-se as atividades não obrigatórias desenvolvidas

em áreas tais como, saúde, educação, qualificação profissional, redistribuição de lucros e

previdência complementar. Ressalte-se que atividades sociais, como a alimentação ao

trabalhador, acordadas em convenções coletivas, foram contempladas pela Pesquisa como

ações sociais, uma vez que pressupõem a anuência do empregador independentemente de

legislação prévia.

Dessa forma, as atividades executadas por obrigação legal não foram consideradas

no conceito de ação social, como, por exemplo, o cumprimento de normas trabalhistas, o

vale-transporte, o salário-família e as contribuições compulsórias às entidades integrantes

do chamado Sistema “S”, quais sejam, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (Sebrae), Serviço Social da Industria (Sesi), Serviço Social do Comércio (Sesc),

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial (Sesc), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Nacional de

Aprendizagem do Transporte (Senat) e Serviço Nacional de Aprendizagem do

Cooperativismo (Sescoop).

A Pesquisa foi realizada a partir de uma amostra de 1.957 empresas privadas

lucrativas selecionadas no universo de empresas com um ou mais empregados para as quais

se dispunha de endereço e CEP no cadastro mantido pelo Ministério do Trabalho e

5

Emprego, referente ao ano de 2004, e composto pela Relação Anual de Informações

Sociais (RAIS) e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Este é

o mais completo cadastro de âmbito nacional que identifica, localiza e fornece o número de

empregados e a atividade econômica das empresas.

Na região Norte, das 1.957 empresas inicialmente selecionadas para compor a

amostra, 1.097 (56%) foram contatadas pelo IPEA por intermédio de pesquisa telefônica.

As demais 858 não foram localizadas. Do conjunto de empresas para o qual foi possível

estabelecer contato telefônico, 41 corresponderam a unidades sem fins lucrativos, não

responderam, extintas ou cuja matriz estava localizada fora da região. Em virtude destas

características, tais empresas foram eliminadas da amostra inicial da Pesquisa. Assim, a

amostra final, de 1.058 empresas pesquisadas, representa um universo de cerca de 30 mil

empresas formais no Norte com um ou mais empregados.

As informações aqui apresentadas referem-se à apuração das respostas fornecidas

na primeira etapa da Pesquisa, realizada por telefone, entre os meses de outubro e

dezembro de 2005. Embora para alguns dos grupamentos analisados os dados refiram-se a

um número pequeno de empresas (i.e., setor de extrativa mineral), podendo eventualmente

reduzir sua validade estatística, acredita-se que eles retratem com fidelidade o envolvimento

do empresariado da região Norte na área social. Assim, os dados do setor de extrativa

mineral estão agrupados com os dados do setor de industria de transformação.

Os resultados obtidos fornecem um retrato do conjunto das empresas privadas do

Norte1 com um ou mais empregados que realizaram ações sociais em 2004, por estado,

data de fundação, porte e setor de atividade econômica. Permitem, ainda, avaliar quem mais

se destaca em cada um dos grupamentos pesquisados, levando-se em conta, por exemplo,

quantas empresas da região realizaram ações sociais em 2004 como proporção do total de

empresas existentes. Tais relações denotam a intensidade do envolvimento das empresas

conforme sua localização, porte, ano de criação e setor de atividade econômica.

A Pesquisa explorou, em caráter inédito, as razões pelas quais as empresas da

Região Norte não realizaram, em caráter voluntário, qualquer atividade social em prol das

comunidades mais pobres e o que as levariam a atuar nesse campo. Outro tema abordado

1 No que se refere à localização, os resultados estão desagregados para os estados do Pará e Amazonas onde se concentram cerca de 60% das empresas da Região. As informações referentes aos outros estados – Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins – foram agrupados.

6

pela Pesquisa foi se a empresa fez doações ou realizou ações sociais especificamente

voltadas para o combate à fome. Destaque-se que esse conjunto de informações contribui

para formar um referencial importante para se avaliar o grau de envolvimento do setor

empresarial com a questão social no país.

É importante ressaltar que o contato direto por telefone é um método que se

mostra de grande valia. Por desconhecer o significado da noção de ação social adotada

nesta Pesquisa, muitas vezes os empresários, principalmente os de pequeno porte, não

informam as atividades que realizam. A interatividade proporcionada pelo telefone permite

melhor esclarecimento sobre o conteúdo do que se busca pesquisar, o que ajuda as

empresas a responderem mais adequadamente às perguntas, e fornecer, inclusive,

informações complementares. Ademais, a pesquisa por telefone permite alcançar uma alta

representatividade, visto que se obteve respostas para cerca de 90% das empresas da

amostra.

Por último, restam as indagações sobre o tipo de ações que as empresas do Norte

realizam, como operam, porque atuam e a quem beneficiam, dentre outras questões. Estas

respostas estarão disponíveis após a conclusão da segunda etapa da Pesquisa referente à

apuração dos questionários enviados às empresas que declararam, por telefone, ter

realizado algum tipo de ação social em benefício da comunidade em 2004. A divulgação

destes resultados está prevista para o primeiro semestre de 2006.

7

I. O perfil das empresas pesquisadas O universo analisado pela Pesquisa é composto por aproximadamente 30 mil

empresas privadas, com um ou mais empregados, localizadas na região Norte.

Mais de um terço das empresas (41%) está concentrada no Pará enquanto, apenas

15% está no estado do Amazonas. Os demais estados da região – Acre, Amapá, Rondônia,

Roraima e Tocantins – foram agrupados e perfazem um total com um total de 44% das

empresas da região. Predominam as empresas comerciais (60%) e aquelas de menor porte,

com até dez empregados (63%).

Os gráficos 1 a 3 apresentam a distribuição das empresas na região, por estado, setor

atividade econômica e número de empregados.

Amazonas

15%

Pará

41%

Outros estados*

44%

Gráfico 1 Região Norte

Distribuição das Empresas em 2004, por Estado

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005) Nota: * Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Total: 30.695 empresas

8

Serviços 19%

Indústria 15% Comércio

60%

Construção Civil 4%

Agricultura, Silvicultura e Pesca

2%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte -IPEA/DISOC (2005)

Total: 30.695 empresas

Gráfico 2

Região Norte Distribuição das Empresas em 2004, por Setor de Atividade

11 a 100 empregados 29%

1 a 10 empregados 63%

Mais de 500 empregados 1%

Não sabe/Não respondeu 4%

101 a 500 empregados 3%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

Total: 30.695 empresas

Gráfico 3 Região Norte

Distribuição das Empresas em 2004, por Número de Empregados

9

II. Os resultados para a Região Norte

Como pode ser observado no gráfico 4, aproximadamente 64% das empresas

privadas do Norte com um ou mais empregados, declararam ter realizado, em caráter

voluntário, ações sociais para a comunidade, em 2004. São aproximadamente 20 mil

estabelecimentos que incluem tanto os que fizeram pequenas e eventuais doações até

aqueles que executaram projetos mais estruturados.

Três resultados adicionais podem ser destacados:

• As empresas que realizaram atividades sociais não obrigatórias em benefício de seus

empregados - 22 mil - constituem um grupamento maior (71%) do que aquele que

apoiou ações sociais para a comunidade2 (64%);

• As empresas que não executaram qualquer espécie de ação social representam um

número bastante reduzido – 4,4 mil ou 14% do total; e

• As empresas que atuaram exclusivamente em benefício da comunidade – 4,6 mil ou

15% do universo – são menos numerosas do que as que desenvolveram ações

exclusivamente para seus empregados - 7 mil ou 22% do total. Isto parece indicar

uma preocupação das empresas nortistas em atuar primeiro para dentro de seus

muros para, só então, estender seu envolvimento para as comunidades. A maior

2 Foram consideradas como “empresas que realizam atividades em benefício de seus empregados” tanto aquelas que atuam exclusivamente dentro de seus muros, quanto aquelas que atendem simultaneamente a empregados e comunidade. Da mesma forma, dentre as empresas que atuam para a comunidade foram contabilizadas tanto as que atendem somente à comunidade quanto as que realizam ações sociais simultaneamente para empregados e para comunidades.

Gráfico 4

A Empresa Realizou Ações Sociais para a Comunidade, em 2004?

Não 36%

Sim 64%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005) Total: 30.695 empresas

10

parte, no entanto, combinou as duas formas de atuação: 49% das empresas da

região (ver gráficos 5 e 6).

Gráfico 5

A Empresa Realizou Ações Sociais para seus Empregados, em 2004?

Não 29%

Sim 71%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

Total: 30.695 empresas

Gráfico 6

Quem se Beneficiou da Ação Social da Empresa, em 2004?

Não Realizou Ação Social 14%

Somente seus Empregados 22%

Comunidade e Empregados 49%

Somente a Comunidade 15%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

Total: 30.695 empresas

11

Total: 19.543

• Quem são e onde estão

O comércio (59%) e as empresas que empregam de até 10 empregados (58%)

formam a maioria entre as quase 20 mil empresas do Norte que fizeram algum tipo de ação

social em prol da comunidade no ano de 2004. O Pará, isoladamente, abriga mais de um

terço (40%) dessas empresas, o que corresponde a um total de quase 8 mil empresas (ver

gráfico 7).

Gráfico 7

Distribuição das Empresas que Realizaram Ações Sociais para a Comunidade, em 2004

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte – IPEA/DISOC (2005) * Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Esse perfil predominância se reproduz, com pequenas diferenças, nos outros três

conjuntos analisados: o das empresas que realizam ação social para seus empregados, o das

que não realizam qualquer ação para a comunidade e o das que não realizam ações sociais

nem para comunidade nem para empregados (ver gráficos 8 a 10). Tal resultado era de se

esperar na medida em que ele simplesmente reflete o perfil das empresas localizadas no

Norte, conforme anteriormente apresentado nos gráficos 1 a 3.

Por Estado

Pará 40%

Am azonas 15%

Out ros

est ad os*

45%

Por Setor de Atividade Econômica

Serviços 18%

Ind úst r ia 18%

Com ércio 59%

Agr icult ura, Silv icult ura e

Pesca 2%

Const rução Civil 3%

Por Número de Empregados

101 a 500 em p regad os

3%

11 a 100 em p regados

32% Mais d e 500

em p regados 1%

1 a 10 em p regados 58%

Não sab e/Não r esp o nd eu

6%

12

Cabe destacar o fato de que são as microempresas (1 a 10 empregados) que têm

maior participação no conjunto daquelas que não realizam ação social para a comunidade

ou que não atuam nem para dentro nem para fora de seus muros; elas são 70% e 92%,

respectivamente (ver gráficos 9 e 10).

Por outro lado, é interessante notar que praticamente não há empresas de médio

(101 a 500 empregados) e grande (mais de 500 empregados) porte que não se envolviam de

alguma forma em ações sociais, não importando qual o público.

Gráfico 8

Distribuição das Empresas que Realizaram

Ações Sociais para seus Empregados, em 2004

* Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

Por Setor de Atividade Econômica

Serviços 19%

Agricultura, Silvicultura e

Pesca 2%

Comércio 56%

Construção Civil 4%

Indústria 19%

Por Número de Empregados

Não sabe/Não respondeu

5%

1 a 10 empregados 53%

Mais de 500 empregados

1%

11 a 100 empregados

37%

101 a 500 empregados

4%

Por Estado

Outros estados *

42%

Pará 39%

Amazonas 19%

Total: 21.666 empresas

13

Gráfico 9

Distribuição das Empresas que Não Realizaram

Qualquer Ação Social para a Comunidade, em 2004

* Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

Por Setor de Atividade Econômica

Serviços 23%

Comércio 58%

Construção Civil 5%

Indústria 11%

Agricultura, Silvicultura e

Pesca 3%

Por Estado

Amazonas 16%

Outros estados * 43%

Pará 41%

Por Número de Empregados

1 a 10 empregados 70%

Mais de 100 empregados

2% Não sabe/Não

respondeu 3%

11 a 100 empregados

25%

Total: 11.152 empresas

14

Total: 4.404

Gráfico 10

Distribuição das Empresas que Não Realizaram Qualquer

Ação Social nem para a Comunidade, nem para seus Empregados, em 2004.

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte – IPEA/DISOC (2005)

* Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Por Setor de Atividade Econômica Serviços

27%

Comércio 62%

Indústria 7%

Agricultura, Silvicultura e

Pesca e Construção

Civil 4%

Por Estado

Pará 49%

Amazonas 10%

Outros estados*

41%

Por Número de Empregados

Não sabe/Não respondeu

4%

1 a 10 empregados

92%

11 a 100 empregados

4%

Total: 4.404 empresas

15

III. Quem fez mais para a comunidade?

• A similaridade entre os estados

No atendimento às comunidades, cabe destacar a semelhança no nível de

envolvimento das empresas de todos os estados da região. Com efeito, em 2004, pouco

mais de 60% das empresas realizavam algum tipo de ação social voluntária para as

comunidades, independentemente da sua localização (ver gráfico 11).

• O destaque das grandes empresas

No que diz respeito a atuação social das empresas por porte, destaque-se que a

praticamente a totalidade das grandes empresas (mais de 500 empregados) da Região Norte

declarou realizar algum tipo de ação social para a comunidade em 2004. É importante

destacar, contudo, a expressiva participação das microempresas (de 1 a 10 empregados).

Dentre elas verifica-se que cerca de 59% deram sua contribuição. Tendo em vista que elas

representam mais de 60% das empresas da região, são elas que influenciam, de maneira

mais forte, o percentual de atuação das empresas do Norte: 63%.

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005).

Nota: (*) Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins

61% 63% 65%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Amazonas Pará Resto Região Norte*

Gráfico 11 Por Estado: Qual a Participação das Empresas em

Ações Sociais para a Comunidade, em 2004?

Média da Região

63%

16

Gráfico 12

Por Número de Empregados: Qual a participação das Empresas em Ações

Sociais para a Comunidade, em 2004?

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

• A idade tem pouco peso

A idade da empresa parece ter pouca influência na sua atuação para a comunidade.

Não há grande diferença entre as empresas mais novas e as mais velhas no que se refere ao

nível de envolvimento em atividades sociais comunitárias. Enquanto 72% das mais velhas,

isto é, com mais de vinte anos, informaram ter realizado algum tipo de ação social para fora

de seus muros em 2004, entre as mais novas, com até cinco anos de idade - o percentual é

de 71%. É importante ressaltar que a média da região é mais baixa (63%), na medida em

que cerca de 41% das empresas da Região não sabiam informar a data de fundação da

empresa (ver gráfico 13).

59% 70%

76%

99%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

100%

1 a 1 0 11 a 100 101 a 500 Mais de 500 Número de Empregados

Média da Região 63%

17

• Destaque para o setor industrial

No atendimento às comunidades são as empresas do setor industrial as que

apresentaram o maior percentual de envolvimento em ações sociais para a comunidade:

74%, em 2004. No comércio esse percentual também é alto, alcançando pouco mais de

dois terços do total de empresas do setor. Os demais setores – serviços, agricultura e

construção civil – não atingiram a média regional de atuação, que foi de 63%, tendo sido as

empresas da construção civil as que menos declararam atuar em prol das comunidades

(46%) (ver gráfico 14).

71% 69%

73%

83%

72%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20

Anos

Gráfico 13 Por Idade: Qual a Participação das Empresas em Ações Sociais para a

Comunidade, em 2004?

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Média da Região

63%

18

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte – IPEA/DISOC (2005)

• O combate à fome

Para aquelas empresas que declararam ter realizado algum tipo de ação social para a

comunidade, em 2004, indagou-se a respeito da sua atuação específica no combate à fome.

Importante destacar que a percepção das empresas é de que, no geral, as atividades sociais

que realizam contribuem, de uma forma ou de outra, para o combate à insuficiência

alimentar e à miséria. No entanto, perguntou-se na Pesquisa se foram feitas ações

direcionadas especialmente para a questão da fome (i.e., participação em mutirões,

campanhas ou programas governamentais e não governamentais). O número de

estabelecimentos que respondeu positivamente foi de mais de 4 mil, o que corresponde a

22% daquelas empresas do Norte que declararam atuar para a comunidade (ver gráfico 15).

Por Setor de Atividade Econômica: Qual a Participação das Empresas em Ações Sociais para a

46%

74%

65% 58%

55%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Construção Civil

Indústria Comércio Serviços Agricultura, Silvicultura e Pesca

Gráfico 14

Comunidade, em 2004?

Média da Região

63%

19

Ressalte-se que o comportamento das empresas na realização de atividades de

combate à fome variou conforme sua localização, porte, setor de atividade econômica e

idade. Destacaram-se acima da média regional (22%) as empresas comerciais (25%), as que

se encontram nos estados da Região que foram agrupados3 em uma única categoria (25%)

as de pequeno porte (24%) e as que possuem mais de 20 anos de idade (24%) (ver gráficos 16

a 19).

3 Refere-se aos estados de Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Gráfico 15 A Empresa Realizou Ações Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome,

em 2004?

Não sabe /Não

respondeu

3%

Sim

22%

Não

75%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

Total: 19.543 empresas

20% 19%

25%

0%

10%

20%

30%

Amazonas Pará Outros estados*

Gráfico 16

Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2004?

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005) Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Média da Região

22%

20

7%

25%

21%

14% 9%

0%

10%

20%

30%

Construção Civil Comércio Indústria Serviços Agricultura, Silvicultura e Pesca

Gráfico 18 Por Setor de Atividade Econômica Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações

Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2004?

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

Média da Região

22%

24%

19%

21%

11%

0%

10%

20%

30%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500

Número de Empregados

Gráfico 17 Por Número de Empregados: Qual o Percentual das Empresas que Realizou

Ações Sociais Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2004?

Média da Região 22%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

21

Do conjunto das empresas que responderam ter realizado ações especificamente

voltadas para o combate à fome a maior parte atuou alimentos: 97% (ver gráfico 20).

23%

20%

18% 18%

24%

0%

10%

20%

30%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20 Anos

Gráfico 19 Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Realizou Ações Sociais Especificamente

Direcionadas para o Combate à Fome, em 2004?

Média da Região

22%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

2%

13%

5%

97%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Outros

Doação de recursos financeiros

Doação de roupas/agasalhos

Doação de alimentos

Gráfico 20 Qual a Principal Forma de Atuação das Empresas que Relizaram Ações Sociais

Especificamente Direcionadas para o Combate à Fome, em 2004?

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

Total: 4.263 empresas

22

IV. Quem nada fez para a comunidade e porquê?

Das 31 mil empresas do Norte, 36% delas declarou que não realizou qualquer

atividade social para comunidades em 2004, o que corresponde a cerca de 12 mil

estabelecimentos (ver gráfico 4). Cabe ressaltar que isso não significa que não tenham atuado

de forma alguma. Nesse conjunto de empresas estão incluídas também aquelas que atuaram

exclusivamente em benefício de seus empregados. A análise dos estabelecimentos que nada

fazem nem para comunidade nem para funcionários será realizada mais adiante, na seção

VI.

• A localização pouco influência Como pode ser percebido pelo gráfico 21, é muito pequena a diferença entre a

proporção de empresas que não atua para as comunidades nos diferentes estados.

Enquanto no Amazonas essa proporção é de 39%, nos demais estados esse percentual

ficou bem próximo da media regional (36%): Pará com 37% e os demais estados da região

com 35%.

39% 37%

35%

0%

10%

20%

30%

40%

Amazonas Pará Outros estados*

Gráfico 21 Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer Ação

Social para a Comunidade, em 2004?

Média da Região

36%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005) Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

23

• As menores fazem menos

A participação das empresas em ações sociais para a comunidade guarda bastante

relação com o seu porte. No geral, quanto menor a empresa, menor é o envolvimento em

ações sociais para fora de seus muros. Se por um lado, cerca de 41% das empresas

menores, de 1 a 10 empregados, declararam nada fazer para as comunidades mais pobres,

por outro lado, entre as grandes empresas, o percentual da não atuação foi nulo em 2004

(ver gráfico 22).

Já era de se esperar uma menor participação das microempresas em atividades

voluntárias para comunidades, principalmente em função da maior dificuldade com relação

à disponibilidade de recursos para seu financiamento. No entanto, a despeito do resultado

aqui apresentado, não se pode deixar de levar em conta que pouco mais de 11 mil empresas

desse porte deram sua contribuição para as comunidades.

41% 30%

24% 0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500 Número de Empregados

Gráfico 22 Por Número de Empregados: Qual o Percentual de Empresas que não Realizou Qualquer

Ação Social para a Comunidade, em 2004?

Média da Região

36%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

24

• A idade diz pouco A diferença entre a participação das empresas recém criadas (até 5 anos de idade) e

das mais velhas (mais de 20 anos de idade) em ações sociais comunitárias é praticamente

inexistente. Com efeito, como pode ser visto no gráfico 23, entre as empresas com até 5

anos 29% delas declarou não atuar para fora de seus muros enquanto entre as empresas

com mais de 20 anos esse percentual foi de 28%. Destacam-se, nesse caso, as empresas

com idade entre 16 e 20 anos, cujo percentual de não atuação foi o mais baixo: apenas 17%

declararam que nada fizeram para as comunidades em 2004.

29%

31%

27% 17% 28%

-5%

5%

15%

25%

35%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20 Anos

Gráfico 23 Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer Ação Social para a

Comunidade, em 2004?

Média da Região

36%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

25

• O menor envolvimento do setor de construção civil São as empresas de construção civil as que menos participam em atividades sociais

em prol das comunidades. Mais da metade delas (54%) declarou nada ter feito nesse

sentido, em 2004, valor bem mais elevado do que a média regional de 36%. Esta performance

mais modesta do setor não influência de maneira decisiva o comportamento da região

como um todo, uma vez que elas constituem apenas 4% do total de empresas da região.

No outro extremo, destacam-se as empresas industriais, onde apenas um quarto do total

informou ter atuado em prol das comunidades (ver gráfico 24).

45% 42%

35%

26%

54%

0%

20%

40%

60%

Agricultura, Silvicultura e Pesca

Serviços Comércio Indústria Construção Civil

Gráfico 24 Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou

Qualquer Ação Social para a Comunidade, em 2004?

Média da Região

36%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

26

• Por que motivos as empresas não atendem comunidades? A Pesquisa buscou explorar, de forma inédita, porque razões os empresários nada

fizeram no atendimento às comunidades. Assim, das 12 mil empresas nessa situação, 61%

alegaram a falta de dinheiro como principal motivo para tal comportamento. Uma

proporção bem menor, 17%, reclamou da ausência de incentivos governamentais,

proporção, esta, que se assemelha à encontrada na região Sudeste (16%), mas que foi bem

maior que a encontrada nas outras regiões: no Sul apenas 6% das empresas justificou seu

não envolvimento relacionando-o com a falta de incentivos, no Nordeste este valor foi de

10% e no Centro-Oeste, 9% (ver gráfico 25).

Destaque-se o pequeno percentual de estabelecimentos que informou não ter

realizado qualquer atividade social para comunidades porque nunca pensou nessa

possibilidade (6%), ou por acreditar que este não seja seu papel (6%). Os dados mostram

que mesmo entre as empresas que nada fizeram em prol da comunidade há um

conhecimento generalizado sobre a possibilidade de atuação no campo social.

1%

4%

2%

3%

6%

6%

17%

61%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Falta dinheiro

Falta de incentivo governamental

Não é papel da iniciativa privada

Nunca pensou na possibilidade

Ninguém pediu

Não sabe como fazer

Outros

Não sabe/Não respondeu

Gráfico 25 Qual o Principal Motivo de a Empresa Não Ter Realizado Qualquer Ação Social para a

Comunidade, em 2004?

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

27

Quando questionadas sobre o que as levaria a atuar no campo social, 59%

referiram-se à já apontada limitação de recursos: mais dinheiro nas empresas seria a

principal motivação para dar início à realização de ações sociais na comunidade. Outras

empresas, 29%, disseram que atuariam se recebessem incentivos governamentais para tal.

Vale notar que apenas 4% das empresas que nada fizeram para a comunidade em 2004, ou

seja, menos de 500 empresas do universo analisado, foram categóricas ao afirmar que nada

as levaria a atuar para fora de seus muros (ver gráfico 26). Tais resultados mostram que ainda

há espaço para crescimento da atuação das empresas nas áreas sociais.

4%

2%

2%

4%

29%

59%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Mais dinheiro para as empresas

Incentivos governamentais

Nada faria realizar

Maior confiança nas entidades executoras

Outros

Não sabe/Não respondeu

Gráfico 26 Qual a Principal Razão que Levaria a Empresa a Realizar, em Caráter Voluntário, Ações

Sociais para a Comunidade, em 2004?

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - (2005)

28

V. Quem fez mais para seus empregados?

Conforme apresentado anteriormente, 22 mil empresas da região Norte, o

equivalente a 71% do universo, realizou, em 2004, atividades sociais voltadas para seus

empregados e familiares (ver gráfico 5). Destaque-se que 69% dessas empresas atenderam,

também, à comunidade. Desse modo, os dados revelam que, para os empresários, o

atendimento de cunho social à comunidade passa pela concessão de benefícios não

obrigatórios aos seus próprios trabalhadores. Vale lembrar que os resultados dessa primeira

etapa não possibilitam auferir as especificidades desse atendimento, tampouco as razões

que levaram os empresários a realizar tais ações. Acredita-se, por exemplo, que grande

parte dos benefícios não obrigatórios concedidos pelas empresas aos seus empregados e

familiares é conquista de negociações entre os trabalhadores e seus empregadores.

29

• O destaque é para o Amazonas

Diferentemente do que se observa na atuação das empresas junto às comunidades,

quando se trata dos empregados o comportamento não é uniforme. Com efeito, as

empresas do Amazonas apresentam uma performance acima da média da região: 87% delas

declararam realizar atividades sociais não obrigatórias para seus funcionários e familiares

em 2004. Nos demais estados da região esse percentual encontra-se pouco abaixo da média

regional que é de 71% (ver gráfico 27).

• Quanto maiores, maior a atuação

Da mesma forma que se observa na atuação das empresas junto às comunidades, o

tamanho da empresa também influencia o envolvimento das empresas em ações sociais

para seus empregados e familiares. Pode-se observar que o percentual aumenta

proporcionalmente ao tamanho das empresas. Enquanto entre as microempresas (1 a 10

empregados) 60% declararam realizar algum tipo de ação social para dentro de seus muros,

nas empresas de pequeno porte (11 a 100 empregados) o percentual de envolvimento

atinge 89% e nas medias e grandes empresas envolve praticamente todas elas (ver gráfico 28).

87%

69% 67%

0%

20%

40%

60%

80%

Amazonas Pará Outros estados*

Gráfico 27 Por Estado: Qual foi a Participação das Empresas em Ações Sociais para seus

Empregados, em 2004?

Média da Região

71%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005) Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins.

30

• A idade não determina

Assim como no caso das empresas que atendem às comunidades, os dados

apontam que, quando se trata daquelas que beneficiam seus funcionários e familiares, a

idade da empresa pouco interfere no nível de sua atuação. Com efeito, o comportamento

das empresas mais novas (até 5 anos) e daquelas mais antigas ( mais de 20 anos) não difere

significativamente: 80% e 76% delas, respectivamente, atuaram na concessão de benefícios

não obrigatórios para seus funcionários em 2004 (ver gráfico 29).

60%

89% 99% 99%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500 Número de Empregados

Gráfico 28 Por Número de Empregados: Qual a Participação das Empresas em Ações Sociais para

seus Empregados, em 2004?

Média da Região

71%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

31

• A indústria sai na frente

No setor industrial chegou a 86% o percentual de empresas que realiza algum tipo

de ação social não obrigatória no atendimento a seus funcionários (ver gráfico 30). Destaque-

se também, o alto envolvimento das empresas agrícolas (79%) e da construção civil (77%).

Somente as empresas comerciais (66%) e de serviços (70%) apresentaram níveis de atuação

ligeiramente inferiores à média regional. Vale ressaltar, porém, que o comércio, que obteve

o percentual mais baixo de participação, equivale a quase metade do universo de empresas

da região e determina, portanto, de maneira decisiva, o comportamento médio regional.

80% 82% 75%

77% 76%

0%

20%

40%

60%

80%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20

Anos

Gráfico 29 Por Idade: Qual a Participação das Empresas em Ações Sociais para seus

Empregados, em 2004?

Média da Região

71%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

32

VI. Quem nada fez?

Apenas 14% das empresas da região Norte não realizaram qualquer tipo de ação

social em 2004, seja para a comunidade, seja para seus empregados e familiares (ver gráfico

31). Isso significa que a grande maioria do empresariado nortista (86%) tem a percepção de

que é necessário ir além das contribuições que fazem para seus empregados e comunidade

por exigência legal e atuar beneficiando exclusivamente comunidades, empregados ou os

dois grupos simultaneamente.

77%

66% 70% 79% 86%

0%

20%

40%

60%

80%

Construção Civil Comércio Serviços Agricultura, Silvicultura e Pesca

Indústria

Gráfico 30 Por Setor de Atividade Econômica: Qual a Participação das Empresas em Ações

Sociais para seus Empregados, em 2004?

Média da Região 71%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

33

Gráfico 31 A Empresa Realizou Ações Sociais para a Comunidade e/ou para seus Empregados, em

2004?

Não 14%

Sim 86%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005) Total: 30.695 empresas

34

• O Pará é o menos atuante

As empresas do estado do Pará foram as que mais se abstiveram de qualquer

contribuição de cunho social, com um percentual de 17% das empresas. Já o Amazonas se

sobressaiu com um percentual de apenas 10% de empresas que declararam não ter

realizado qualquer atividade social em 2004, excluídas as ações de caráter obrigatório para

comunidades e empregados. Nos demais estados do norte o percentual esteve próximo da

média regional de 14%(ver gráfico 32).

• As menores fazem diferença

Apesar de terem sido as empresas de menor porte as que, proporcionalmente,

menos contribuíram para o social em 2004, como mostra o gráfico 33, esses dados não

podem obscurecer o número expressivo de mais de 15 mil microempresas (1 a 10

empregados) que, de alguma forma, deram sua colaboração para comunidade e/ou para

seus empregados e familiares. Os 21% de microempresas que nada fizeram para

comunidades ou empregados totalizaram cerca de 4 mil estabelecimentos. São exatamente

essas empresas, pelo seu peso no universo, que elevam a média da região para 14%.

10%

17%

13%

0%

10%

20%

Amazonas Pará Outros Estados*

Gráfico 32 Por Estado: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou

Qualquer Ação Social, em 2004?

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte IPEA/DISOC (2005) Refere-se aos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins

Média da Região

14%

35

• A pouca influência da idade

De modo geral, as empresas apresentaram comportamento bastante semelhante,

com percentuais de não atuação social oscilando entre 6% e 9% do total de

estabelecimentos. Destaque-se, as empresas com idade entre 16 e 20 anos, que foram as

que apresentaram menor percentual de não envolvimento em ações sociais. Com efeito,

apenas 2% delas declarou não ter realizado qualquer atividade de cunho social em 2004,

valor que se encontra muito abaixo da média regional, que foi de 14% (ver gráfico 34).

Destaque-se, aqui, que todas as empresas, independentemente de sua idade,

encontram-se em patamares inferiores à média regional. Tal fato pode ser explicado pelo

elevado número de empresas que não realizaram qualquer ação social e não informaram a

data de sua fundação. Assim, os 34% de empresas para os quais não se sabe a idade foram

determinantes para elevação da média da região para 14% de não atuação.

21%

2% 1% 0%

0%

10%

20%

1 a 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500

Número de Empregados

Gráfico 33 Por Número de Empregados: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer

Ação Social, em 2004?

Média da Região

14%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

36

• O baixo envolvimento do setor de serviços

O gráfico 35 mostra um índice nulo de empresas do setor agrícola que se absteve de

realizar algum tipo de ação social em 2004, o que se torna ainda mais significativo, quando

se verifica que a média de abstenção das empresas do Norte é de 14%. Pelo seu baixo peso

no universo empresarial da região, os estabelecimentos agrícolas não foram capazes de

reduzir a média regional de não atuação verificada em 2004.

Por outro lado, o setor de serviços é o setor que, proporcionalmente, menos se

envolve na área social (gráfico 35): 20% dos empresários informam que não realizaram

qualquer tipo de ação social, quer seja para comunidades, quer seja para empregados em

2004. A construção civil, com 17%, também apresenta percentual alto de abstenção.

7% 8%

9%

2%

6%

0%

5%

10%

15%

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 Mais de 20 Anos

Gráfico 34 Por Idade: Qual o Percentual de Empresas que Não Realizou Qualquer Ação

Social, em 2004?

Média da Região

14%

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas nas Região Norte - IPEA/DISOC (2005)

37

17%

0%

15%

20%

7%

0%

10%

20%

Construção Civil Agricultura, Silvicultura e

Pesca

Comércio Serviços Indústria

Gráfico 35 Por Setor de Atividade Econômica: Qual o Percentual de Empresas que Não

Realizou Qualquer Ação Social, em 2004?

Média da Região

14%

38

Conclusões

Recapitulam-se aqui os principais resultados da Pesquisa.

• A participação das empresas da Região Norte em ações sociais para a comunidade é

bastante elevada. Cerca de 20 mil empresas, o que corresponde a 64% do empresariado da

região, declaram realizar atividades sociais voluntárias em benefício das comunidades.

• Quando se observa o atendimento específico aos empregados e seus familiares,

uma porcentagem ainda maior de empresas (71%) informa atuar para dentro de seus

muros. Isso não significa, porém, que atuem exclusivamente para seus empregados. Na

realidade, a grande parte dessas empresas atende, simultaneamente, às comunidades e aos

seus empregados; são mais de 14 mil empresas, o que equivale a 49% do universo.

• No atendimento à comunidade, o comportamento social das empresas não difere

muito quando se analisa o estado em que se encontram a sua data de fundação. Destaque-

se, contudo:

a) as grandes empresas, com mais de 500 empregados: 100% dos estabelecimentos

desse porte informam realizar ações sociais para comunidades;

b) as empresas do setor industrial: 74% delas declaram atuar para fora de seus muros;

e

c) as empresas da construção civil que apresentaram a menor participação dentre

todos os setores de atividade econômica: 46% contra uma média regional de 64%.

• No que diz respeito ao combate à fome, cerca de 22% das empresas que declararam

atuar para a comunidade revelaram que agiram especificamente nesse sentido. A absoluta

maioria destes empresários (97%) faz doações de gêneros alimentícios.

• Das 31 mil empresas do Norte 36% declarou não ter realizado qualquer atividade

social para comunidades em 2004, o que corresponde a cerca de 12 mil estabelecimentos.

Desse grupo de empresas, 61% alegaram a falta de dinheiro como principal motivo para tal

comportamento. Os dados da Pesquisa revelam, ainda, que o fenômeno da atuação social

empresarial vem se generalizando de tal forma que 4% destas empresas que nada fazem

para fora de seus muros afirmam que nada as levaria a atuar no social, valor este que

corresponde a menos de 500 empresas.

39

• Por fim, o número de empresas que declara nada fazer nem para seus empregados,

nem para as comunidades é muito pequeno. São cerca de 4 mil empresas, ou 14% do

universo.

Os resultados até aqui obtidos mostram que as empresas da região Norte estão

fazendo muito mais do que apenas cumprir com suas obrigações legais e sociais, como

pagar impostos, gerar empregos e garantir a qualidade de seus produtos e serviços. A

Pesquisa confirma que o setor privado lucrativo no Brasil é um ator importante na provisão

de bens e serviços sociais e que seu envolvimento não pode ser desprezado.

A segunda etapa da Pesquisa Ação Social das Empresas, que está em andamento,

pretende aprofundar o conhecimento sobre o que fazem, porque fazem e como atuam as

empresas da Região Norte na área social. Espera-se, a partir dela, extrair conhecimentos

úteis para o melhor entendimento da realidade apresentada nesta primeira fase da pesquisa.

Tais conhecimentos irão possibilitar a formulação de políticas direcionadas a estimular o

ativismo social a fim de atenuar a pobreza e a exclusão social em nosso país.

40

Anexo: Tabelas suplementares

41

Não Realizou

Realizou Exclusivamente

para os Empregados

Realizou para Empregados e Comunidade

Realizou Exclusivamente

para a ComunidadeTotal

Amazonas 459 1.360 158 2.682 4.659

Pará 2.157 2.427 1.720 6.115 12.419

Resto Região Norte 1.788 2.961 2.747 6.121 13.617

Total 4.404 6.748 4.625 14.918 30.695Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Número de Empresas Privadas segundo Atividade Social Realizada em 2004, por Estado

Tabela 1

Atividade Social

Estados

Não Realizou

Realizou Exclusivamente

para os Empregados

Realizou para Empregados e Comunidade

Realizou Exclusivamente

para a ComunidadeTotal

Até 10 4.054 3.819 3.698 7.694 19.265

De 11 a 100 168 2.573 864 5.391 8.996

De 101 a 500 6 178 0 598 782

Mais de 500 0 0 0 201 201

Não sabe/Não respondeu176 178 63 1.034 1.451

Total 4.404 6.748 4.625 14.918 30.695

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Número de Empresas Privadas segundo Atividade Social Realizada em 2004, por Número de Empregados

Tabela 2

Atividade Social

Número de Empregados

Não Realizou

Realizou Exclusivamente

para os Empregados

Realizou para Empregados e Comunidade

Realizou Exclusivamente

para a ComunidadeTotal

Agricultura, Silvicultura e Pesca0 296 140 219 655

Indústria 305 933 351 3.097 4.686

Construção Civil 191 409 61 441 1.102

Comércio 2.717 3.763 3.478 8.314 18.272

Serviços 1.191 1.347 595 2.847 5.980

Total 4.404 6.748 4.625 14.918 30.695

Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Tabela 3

Atividade Social

Setor de Atividade Econômica

Número de Empresas Privadassegundo Atividade Social Realizada em 2004, por Setor de Atividade Econômica

42

Número de Empresas Privadas

Não Realizou

Realizou Exclusivamente

para os Empregados

Realizou para Empregados e Comunidade

Realizou Exclusivamente

para a ComunidadeTotal

Até 5 anos 427 1.332 776 3481 6.016

De 6 a 10 anos 520 1.522 645 3.830 6.517

De 11 a 15 anos 290 598 528 1.850 3.266

De 16 a 20 anos 54 465 645 1.909 3.073

Mais de 20 anos 192 712 577 1.785 3.266

Não sabe/Não respondeu 2.921 2.119 1.454 2.063 8.557

Total 4.404 6.748 4.625 14.918 30.695Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Idade

Atividade Social

Tabela 4

segundo Atividade Social Realizada em 2004, por Idade.

Amazonas Pará Outros Estados do Norte Total

Sim 571 1.463 2.229 4.263 Não 2.178 6.170 6.249 14.597 Não sabe/Não respondeu 91 202 390 683 Total 2.840 7.835 8.868 19.543 Fonte : Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Realizou Ações de Combate à Fome

Estados

Tabela 5

Que Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome,

Número de Empresas Privadas

Por Estados.

43

Até 10 11 a 100 101 a 500 Mais de 500Não sabe/

Não respondeuTotal

Sim 2.702 1.190 123 22 226 4.263

Não 8.403 5.044 447 95 608 14.597

Não sabe/Não respondeu 287 21 28 84 263 683

Total 11.392 6.255 598 201 1.097 19.543Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Realizou Ações de Combate à Fome

Número de Empregados

Tabela 6

Número de Empresas PrivadasQue Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome,

Por Número de Empregados.

Agricultura, Silvicultura e

PescaIndústria Construção Civil Comércio Serviços Total

Sim 34 725 33 2.984 487 4.263

Não 325 2.696 467 8.547 2.562 14.597

Não sabe/Não respondeu 0 27 2 261 393 683

Total 359 3.448 502 11.792 3.442 19.543Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Realizou Ações de Combate à Fome

Setor de Atividade Econômica

Tabela 7

Número de Empresas PrivadasQue Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome,

Por Setor de Atividade Econômica.

Até 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anosMais de 20

anosNão sabe/ Não

respondeuTotal

Sim 959 885 435 447 572 965 4.263

Não 2.880 3.554 1.935 2.096 1.774 2.358 14.597

Não sabe/Não respondeu 418 36 8 11 16 194 683

Total 4.257 4.475 2.378 2.554 2.362 3.517 19.543Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Realizou Ações de Combate à Fome

Idade da Empresa

Tabela 8

Número de Empresas PrivadasQue Fizeram Ações Sociais Especificamente Voltadas ao Combate à Fome,

Por Idade.

44

Tipo de Doação Total

Doação de roupas/agasalhos 234

Doação de alimentos 4.115

Doação de recursos financeiros 551

Doação de material e/ou equipamento 0

Outros 93

Não sabe/Não respondeu 26.434

Total de Doações 31.425

Total de Empresas* 4.263Fonte : Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira E tapa IPEA/DISOC (2005)

Sendo assim , o total de doações é maior do que o total de empresas.Nota: * As empresas, tinham a opção de escolher mais de uma alternativa de resposta à essa pergunta.

Tabela 9

Número de Empresas Privadas

Que Fizeram Ações Sociais Especificamente D irecionadas ao Combate à Fome Por Tipo de Doação.

Motivo Total

Falta dinheiro 6.762

Falta de incentivo governamental 1.947

Não é papel da iniciativa privada 626

Nunca pensou na possibilidade 585

Ninguém pediu 377

Não sabe como fazer 270

Outros 499

Não sabe/Não respondeu 86

Total 11.152Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Número de Empresas PrivadasQue Não Fizeram Ações Sociais Comunitárias, segundo Motivos.

Tabela 10

45

Motivo

Incentivos governamentaisMaior confiança nas entidades executorasMais dinheiro para as empresasNada faria realizarOutrosNão sabe/Não respondeuTotalFonte: Pesquisa Ação Social das Empresas na Região Norte - Primeira Etapa IPEA/DISOC (2005)

Total

Tabela 11

Número de Empresas PrivadasQue não Fizeram Ações Comunitárias

Segundo Motivos que as Levariam a Fazer.

3.237

151

6.620

246

463

435

11.152