EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ____ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE EUSÉBIO – CE

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO C/C LUCROS CESSANTES PELO PROCEDIMENTO SUMÁRIO

MÁRIO JOAQUIM FRANCISCO, brasileiro, casado, corretor de seguros, inscrito com RG nº e com o CPF nº, residente e domiciliada na Rua, nº, bairro, Eusébio, CE, CEP, por seu procurador infra-assinado, instrumento procuratório em anexo (doc. 1), com endereço na Rua, nº, bairro, Cidade, Estado, CEP, onde receberá as intimações de estilo, vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO C/C LUCROS CESSANTES PELO PROCEDIMENTO SUMÁRIO, em face de JOÃO SILVA MARTINS, brasileiro, casado, empresário, inscrito com o RG nº e com o CPF nº, residente e domiciliado na Rua, nº, bairro, Aquiraz, Ceará, CEP, pelos motivos de fato e de direito expostos a seguir.

DOS FATOS

Conforme a cópia do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo em anexo (doc. 2), MARIO JOAQUIM FRANCISCO, ora autor da demanda, é proprietário do veículo Ford Fiesta, placa ABC 3894, ano.

No dia 10 de maio de 2014, às horas e minutos, o Sr. JOÃO SILVA MARTINS, ora réu, invadiu a preferencial da Rua Nunes Valente, no cruzamento com a Rua Deputado Moreira da Rocha, em Fortaleza, Ceará, colidindo de forma brutal com o veículo do autor, o qual veio a ter perda total.

Diante do ocorrido, o autor, além do prejuízo gerado pela pera do carro, avaliado em R$ 30.000,00 (trinta mil reais), também deixou de ganhar, pelo seu trabalho como corretor de seguros, o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais).

Por ter se tratado de um acidente de alta gravidade o autor se viu angustiado diante de tal situação, uma vez que sempre procurou dirigir com cuidado, procurando sempre agir com bastante prudência e cautela no trânsito, situação também pela qual foi levado a perder dias de trabalho desejando, assim, ser ressarcido também em compensação pelos danos morais sofridos.

Logo, é que o autor vem, a este juízo, requerer a procedência da demanda pretendida e a reparação e compensação dos danos sofridos.

DO DIREITO

I. DO RITO SUMÁRIO

O procedimento a ser observado no julgamento da demanda deverá ser o do rito sumário, uma vez que a situação envolve acidente causado por veículo terrestre automotor, assim, conforme artigo 275, inciso II, alínea d do CPC, temos que:

Art. 275 - Observar-se-á o procedimento sumário:

...omissis...

II - nas causas, qualquer que seja o valor:

d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;

O que demonstra ser pacífica a tese, em nosso ordenamento jurídico, de que a violação de um direito assegurado juridicamente reflete a ideia de que o dano sofrido por alguém em acidente de veículo de via terrestre, independente do valor da ação, deverá ser reparado, ou seja, qualquer lesão injusta em face de qualquer componente de valores protegidos pelo Direito acarreta a responsabilidade civil.

Vemos assim que, por tal fato, a Constituição Federal em seu art. 5°, inciso X, é bem clara ao mencionar que:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

...omissis...

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

...omissis...

Desta feita, ocorreram diversos danos em face do autor, os quais são comprovados pelos prejuízos morais e materiais mencionados nos fatos.

O que, de acordo também com entendimento de Sílvio Rodrigues a respeito da matéria, teremos que:

ANEXO I

Assim, faz-se jus à jurisdição que possibilite a reparação de todos os danos causados ao autor, o que vem provado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, de acordo com a jurisprudência a seguir: ANEXO II

Demonstrando, assim, que a reparação dos danos sofridos pelo autor está devidamente reconhecida.

II. DA IMPRUDÊNCIA E DA NEGLIGÊNCIA

JOÃO SILVA MARTINS, ora réu da demanda, foi imprudente por ter conduzido seu veículo com arrojo, afoitamente, em face das circunstâncias momentâneas e locais.

O local dos fatos é área onde existe um grande tráfego de veículos e de pessoas, logo, lhe competia, como um bom condutor, tomar todas as precauções necessárias para evitar acidente que causasse danos ao patrimônio de outrem.

O réu, por desprezar, desatender e por não ter o cuidado necessário para a prática do ato, não respeitando as diligências necessárias para a execução do avanço na direção

preferencial da rua do local do acidente, se omitiu e não observou as regras básicas que o dever lhe impunha como motorista, sendo, desta maneira, totalmente imprudente.

Portanto, o direito do autor se encontra fundamentado conforme ensinamento do artigo 186 do Código Civil, quando diz que:

Art.186. Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O que faz com que o réu, com a sua atitude, tenha incorrido numa desatenção culpável, lesando o patrimônio do autor, o qual deverá ser indenizado.

Situação pela qual a doutrina de Sílvio Rodrigues também entende que:

ANEXO III

Fazendo um liame com o caso concreto, é perceptível que a atitude do réu, por não observar o dever de cuidado objetivo ao dirigir o seu carro, deu causa ao acidente que provocou os danos supracitados anteriormente à vítima. Subsistindo então, o direito do autor ser indenizado por aquele.

O art.927 do Código Civil reforça tal entendimento do autor:

Art.927- Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único- Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem.

É de fácil constatação que o requerido agiu com negligência, visto que o ato de avançar na preferencial da rua do acidente poderia ter sido evitado mediante observação das sinalizações de trânsito presentes no local, dessa forma, ao não parar no local sinalizado, deu causa ao impasse que levou a vítima a sofrer vários danos, quais sejam, dano material e dano moral.

DOS DANOS MATERIAIS

No que pertence ao dano material, é cabível observar que este busca a recomposição do quantum perdido, ou seja, a recuperação das despesas geradas pela conduta do réu que veio causar prejuízos ao autor.

Os danos emergentes, ou seja, os que são equivalentes ao prejuízo efetivo, concreto e provado são de fácil constatação no caso em tela, visto que, o requerente teve perda total do carro, gerando um prejuízo de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Além disso, é oportuno lembrar que o mesmo deixou de auferir um lucro de R$ 3.000.00 (três mil reais), ao se ver obrigado a se afastar do trabalho, uma vez que depende do carro para o mesmo, configurando, assim, o chamado lucro cessante.

Aduz o Art.402 do Código Civil que:

Art.402- Salvo as exceções previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu o que razoavelmente deixou de ganhar.

Logo, a reparação dos danos sofridos pelo autor está devidamente reconhecida pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, de acordo com a jurisprudência a seguir: ANEXO V

DOS DANOS MORAIS

A priori, é importante ressaltar que dano moral não é indenizável, e sim compensável, para que a vítima possa amenizar o mal decorrido e desfrutar de prazer, em contrapartida do ato ilícito sofrido. Dessa forma, ao ter a sua incolumidade física maculada, uma vez da gravidade da colisão decorrida do acidente, que acarretou diretamente o seu âmbito profissional, emerge, o direito de o autor ser indenizado pelo dano moral.

Nestes termos, preleciona a doutrinadora Maria Helena Diniz que:

ANEXO III

Contudo, a jurisprudência a seguir esboça a indenização cabível por acidente causado por veículo terrestre: ANEXO VI

Assim visto, por se tratar de um dano que atinge a subjetividade alheia, o valor a ser prestado à vítima para que tenha amenizada a sua dor deve ser proporcional ao dano sofrido, desta feita, tem-se em tela um dano moral que corresponde ao valor equitativo de R$ 5.000.00 (cinco mil reais), que foram os gastos feitos pela requerente com medicamentos durante a sua recuperação.

O que demonstra, diante da fundamentação legal exposta, o direito do autor para que seja dada procedência à demanda pretendida.

DOS PEDIDOS

De acordo com o exposto, a autora vem pedir a Vossa Excelência que se digne de:

a) Designar a audiência prevista no artigo 227 do Código de Processo Civil e a consequente citação do réu na Rua, nº, bairro, Cidade, Estado, CEP, para que compareça a referida audiência e, em não sendo alcançada a conciliação, querendo, neste ato, contestar o presente feito, sob as penas da revelia;

b) Condenar o réu a indenizar o autor por todos os prejuízos sofridos, caracterizados como danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), conforme os fatos anteriormente descritos e todo desgaste emocional, aflição e angústia a que fora submetido;

c) Condenar o réu ao pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) referentes aos danos materiais sofridos com a perda total do carro do autor, corrigidos monetariamente e acrescidos dos juros legais desde a data do acidente até a data do efetivo pagamento;

d) Condenar o réu ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reais) referentes aos lucros cessantes, corrigidos monetariamente e acrescidos dos juros legais desde a data do acidente até a data do efetivo pagamento;

e) Determinar perícia para averiguar a situação do acidente ocorrido, bem como os danos dele advindos a fim de que se verifiquem as especificidades causadas pelos mesmos ao autor;

f) Dar procedência à ação com a consequente condenação do réu ao pagamento dos danos materiais e morais causados ao autor;

g) Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, fixados com o máximo rigor legal, conforme o disposto no artigo 20, caput, e parágrafos do Código de Processo Civil;

Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, especialmente pela prova testemunhal, pelo depoimento pessoal, pela perícia e juntada de novos documentos quanto necessários e por outros meios que, eventualmente, venham a surgir.

À causa o valor de R$ 38.000,00 (trinta e oito mil reais).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Eusébio, data.

________________________________________________

ADVOGADO

OAB – UF

ROL DE DOCUMENTOS

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

ROL DE TESTEMUNHAS

1. Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço;

2. Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço;

3. Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço;

ROL DE QUESITOS DE PERÍCIA

1.

2.

3.

4.

5.