ação de indenização - dinarte davilso andreta x cemat

15
Dejalma Ferreira dos Santos OAB/MT – 12.062 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL - JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - DA COMARCA DE RONDONÓPOLIS – MT. DINARTE DAVILSO ANDRETA, brasileiro, mecânico, portador do RG 000491276 SSP-MT, inscrito no CPF 580.578.622-20, filho de Domingos Andreta e Ivanilda de Almirante Andreta, e ANDREIA CRISTINA DE OLIVEIRA, brasileira, casada, portadora da Carteira de Identidade nº 0874896-9 e CPF 843.223.811-20, ambos residentes e domiciliados à Av: Graciliano Ramos, nº 1098, CEP. 78.750- 400, bairro Jd. Rui Barbosa, Rondonópolis/MT., por intermédio de seu advogado infra assinado, com endereço para intimações grafado no rodapé, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência para, com fundamento na Lei 8.078/1990, art.5º, inciso X da Constituição Federal e artigos 186, 927 e seguintes do Código Civil e demais disposições aplicáveis à espécie, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTENCIA DE DÉBITO cc REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS Av: Ponce de Arruda, 1857, centro, fone (66) 3421-9379 e-mail: [email protected] Rondonópolis-MT. 1

Upload: daniel-andrade

Post on 02-Sep-2015

2 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE ARIQUEMES/RO

Dejalma Ferreira dos SantosOAB/MT 12.062

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5 VARA CVEL - JUIZADO ESPECIAL CVEL - DA COMARCA DE RONDONPOLIS MT.

DINARTE DAVILSO ANDRETA, brasileiro, mecnico, portador do RG 000491276 SSP-MT, inscrito no CPF 580.578.622-20, filho de Domingos Andreta e Ivanilda de Almirante Andreta, e ANDREIA CRISTINA DE OLIVEIRA, brasileira, casada, portadora da Carteira de Identidade n 0874896-9 e CPF 843.223.811-20, ambos residentes e domiciliados Av: Graciliano Ramos, n 1098, CEP. 78.750-400, bairro Jd. Rui Barbosa, Rondonpolis/MT., por intermdio de seu advogado infra assinado, com endereo para intimaes grafado no rodap, vem, respeitosamente, presena de Vossa Excelncia para, com fundamento na Lei 8.078/1990, art.5, inciso X da Constituio Federal e artigos 186, 927 e seguintes do Cdigo Civil e demais disposies aplicveis espcie, propor a presente

AO DECLARATRIA DE INEXISTENCIA DE DBITOcc REPARAO DE DANOS MORAIS COM PEDIDO DE LIMINAR

em face das Centrais Eltricas Matogrossenses S/A REDE CEMAT, inscrita no CNPJ sob n. 03.467.321-0001-99, situada na Rua Manoel dos Santos Coimbra, n. 184, CEP. 78.710-900 - Bairro Bandeirante, Cuiab/MT, AINDA, com filial nesta cidade e comarca, sito Av: Duque de Caxias, 78.740-104, bairro Vila Aurora, Rondonpolis-MT, na forma a seguir delineada:I - DOS FATOS

O reclamante usurio/consumidor dos servios prestados pela empresa reclamada, qual seja, o fornecimento de energia eltrica tendo como UC - unidade consumidora o n. 9297847 instalada no imvel de sua propriedade no endereo indicado no introito.Ocorre que no dia 02/04/2012 funcionrios da concessionria retiraram o relgio medidor da residncia alegando que o mesmo teria que ser periciado. No obstante, na data do dia 18/01/2013 a requerida emitiu uma fatura de consumo no valor de R$ 1.323,27 (um mil trezentos e vinte e trs reais e vinte e sete centavos) alegando que se tratava de diferena de consumo que o Medidor no teria registrado.Esclarece Excelncia que o Medidor foi retirado por funcionrios da requerida sem o consentimento dos Reclamantes, os mesmos no presenciaram e nem autorizaram que fosse retirado qualquer aparelho de medio daquele imvel. Ademais, merece ressaltar que o perodo ao qual o requerido atribuiu o consumo, cuja diferena alega existir, refere-se justamente ao perodo em que os consumidores no estavam na residente, pois os mesmos estavam em tratamento de sade na cidade de Campina Grande do Sul no Estado do Paran.Portanto, seria totalmente incompatvel o perodo alegado pelo requerido, visto que os consumidores no estavam na residncia, outrossim, no havia condio lgica deles estarem em dois lugares ao mesmo tempo, ou seja, estarem l na cidade em tratamento mdico e ao mesmo tempo aqui na residncia onde est instalada a UC.Os Reclamantes irresignados com a cobrana indevida fizeram uma reclamao junto ao PROCON desta cidade na tentativa de solucionar o problema, contudo, a requerida mesmo aps ser notificada e comparecer a audincia, demonstra-se resistente e agindo de forma coativa, aduziu que suspender o fornecimento de energia na referida UC Unidade Consumidora at a data do dia 05/03/2013, caso no seja pago a fatura emitida no valor alegado da diferena.II - DO DIREITO DO CONSUMIDOR E NEXO DE CAUSALIDADE A IMPLICAR A RESPONSABILIDADE DO REQUERIDO AO DEVER DE INDENIZARDiante dos fatos narrados percebe-se que se trata de cobrana de diferena de consumo em razo de suposta fraude ocorrida no relgio medidor, e em decorrncia desse fato, a requerida emitiu fatura diversa da mensal, e exigiu do consumidor/requerente o pagamento de valores retroativos por ela calculados sob pena de suspenso do fornecimento de energia eltrica na unidade consumidora.No presente caso, com a retirada da Unidade Consumidora sem o consentimento do consumidor, aliado a imputao de uma dvida lanada de forma unilateral pelo requerido causou incomensurvel prejuzo aos Autores que ficaram inviabilizados e coagidos a ter que pagar por uma dvida que no contraram.Posto que a simples alegao por parte do requerido no d lhe o condo de direito a ir emitindo fatura em nome de consumidor com o propsito de captar nmeros indevidos, consoante fez.Diante a escusa conduta do requerido resta latente as ilegalidades praticadas por ela. Em primeiro lugar pelo fato de ter retirado unilateralmente a unidade consumidora do padro de energia dos consumidores aliado, ainda, a implicao de valores lanados de forma coativa, onde a cobrana esta sendo firmada de forma ilegal e, mesmo assim, se acham no direito de suspender o fornecimento da energia caso os consumidores no pagarem.Ademais, ainda que se fosse o caso de ter sido encontrada qualquer irregularidade, mesmo assim, pelo fato do autor no ter acompanhado a realizao da inspeo a postura do requerido totalmente reprovada, vista que se faz necessrio um procedimento amparado no contraditrio, e no unilateral conforme foi realizado pela requerida.Ao retirar unilateralmente o equipamento e elaborar o laudo unilateral a requerida termina com qualquer possibilidade do consumidor impugnar a acusao que lhe feita. que retirado o equipamento no h mais como se verificar se a irregularidade foi causada por ao humana ou defeito no equipamento. Tambm, merece reforar que a poca em que houve suposto consumo de energia sobre o perodo alegado pelo requerido onde busca a escusa pretenso de recuperar o suposto valor que no teria supostamente sido registrado, nessa poca, os consumidores estavam morando na cidade de Campina Grande do Sul Estado do Paran, conforme comprovam e atestam a vasta documentao encartada na inicial, inclusive, com copia do Pronturio Mdico.A suspenso perquirida pela concessionria do fornecimento, visa o recebimento de dvida pretrita por meios de cobrana coativa, o que absolutamente vedado em nosso ordenamento.O Superior Tribunal de Justia em inmeros precedentes j se manifestou a esse respeito, verbis:Ag 965850 Relator(a) Ministra DENISE ARRUDA Data da Publicao 11/09/2008 Deciso AGRAVO DE INSTRUMENTO N 965.850 - MG (2007/0233328-0) RELATORA : MINISTRA DENISE ARRUDA AGRAVANTE : COMPANHIA ENERGTICA DE MINAS GERAIS CEMIG ADVOGADO : GERALDO AFONSO SANT'ANNA E OUTRO(S) AGRAVADO : ADEMAR GONZAGA COELHO ADVOGADO : AILTON MOREIRA DA SILVA E OUTRO(S)DECISO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL, ADMINISTRATIVO. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA, INTERRUPO. FRAUDE NO MEDIDOR. CONTAS COM PAGAMENTO EM DIA. DBITO PRETRITO. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO DESPROVIDO.1. No viola os arts. 458 e 535 do CPC, tampouco nega a prestao jurisdicional, o acrdo que adota fundamentao suficiente para decidir de modo integral a controvrsia.2. No lcito concessionria interromper o fornecimento de energia eltrica por dvida pretrita, a ttulo de recuperao de consumo, em face da existncia de outros meios legtimos de cobrana de dbitos antigos no-pagos.3. A concessionria no pode interromper o fornecimento de energia eltrica por dvida relativa recuperao de consumo no-faturado, apurada a partir da constatao de fraude no medidor, em face da essencialidade do servio, posto bem indispensvel vida (AgRg no REsp 854.002/RS, 1 Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 11.6.2007). 4. Agravo de instrumento desprovido.

notrio, Excelncia, que a energia constitui-se em bem essencial sobrevivncia do ser humano, no podendo sofrer interrupo na sua prestao sem que haja um relevante interesse coletivo em risco, bem como, uma justa causa relevante para tal ato de exceo. Portanto, resta claro que a coao lanada pelo requerido que est a exigir prvio pagamento de valores que no foram consumidos pelos autores, caracteriza verdadeira atrocidade contra o direito de consumo.Conduta essa que por si s causa verdadeiro achincalhamento pessoa dos autores, devendo ser inclusive reparados a titulo de reparao pelos danos experimentados.Com efeito, o Superior Tribunal de Justia consagra entendimento no sentido de que no lcito concessionria interromper o servios de fornecimento de energia eltrica por dvida pretrita, a ttulo de recuperao de consumo, em face da existncia de outros meios legtimos de cobrana de dbitos antigos no-pagos (REsp 662.204/RS, 1 Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 3.12.2007; REsp 821.991/SP, 1 Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 1.6.2006; e REsp 772.486/RS, 1 Turma, Rel. Min. Francisco Falco, DJ de 6.3.2006).Ressalte-se, ademais, que assente pela Corte de Justia a orientao de que no devida a interrupo do fornecimento de energia eltrica para fins de recuperao de consumo, ainda que se eventualmente constatada a existncia de alguma irregularidade no medidor, consoante se pode constatar nas ementas a seguir transcritas:ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. CORTE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA. IMPOSSIBILIDADE DE SUSPENSO. HIPTESE DE EXIGNCIA DE DBITO DECORRENTE DE RECUPERAO DE CONSUMO NO-FATURADO. ALEGAO DE DBITO PRETRITO E FRAUDE NO MEDIDOR. CONSTRANGIMENTO E AMEAA AO CONSUMIDOR. CDC, ART. 42.1. A concessionria no pode interromper o fornecimento de energia eltrica por dvida relativa recuperao de consumo no-faturado, apurada a partir da constatao de fraude no medidor, em face da essencialidade do servio, posto bem indispensvel vida. Entendimento assentado pela Primeira Turma, no julgamento do Resp n. 772.489/RS, bem como no AgRg no AG 633.173/RS.2. que resta cedio que a 'suspenso no fornecimento de energia eltrica somente permitida quando se tratar de inadimplemento de conta regular, relativa ao ms do consumo, restando incabvel tal conduta quando for relativa a dbitos antigos no-pagos, em que h os meios ordinrios de cobrana, sob pena de infringncia ao disposto no art. 42 do Cdigo de Defesa do Consumidor. Precedente: AgRg no Ag n 633.173/RS, Rel. Min. JOS DELGADO, DJ de 02/05/05.'(REsp 772.486/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falco, DJ de 06.03.2006).3. Uma vez contestada em juzo dvida decorrente de suposta fraude no medidor do consumo de energia eltrica, no h que cogitar em suspenso do fornecimento, mxime quando dispe a concessionria e fornecedora dos meios judiciais cabveis para buscar o ressarcimento que entender pertinente, sob pena de infringncia ao disposto no art. 42, do Cdigo de Defesa do Consumidor.4. In casu, o litgio no gravita em torno de inadimplncia do usurio no pagamento da conta de energia eltrica (Lei 8.987/95, art. 6., 3., II), em que cabvel a interrupo da prestao do servio, por isso que no h cogitar suspenso do fornecimento de energia eltrica pelo inadimplemento.5. Agravo Regimental desprovido. (AgRg no REsp 854.002/RS, 1 Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 11.6.2007, grifou-se)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. VIOLAO AO ARTIGO 535, II DO CPC. INEXISTNCIA. PREQUESTIONAMENTO. AUSNCIA. INCIDNCIA DO ENUNCIADO N. 282 DA SMULA DO STF. ENERGIA ELTRICA. SUPOSTA FRAUDE NO MEDIDOR. DVIDA CONTESTADA JUDICIALMENTE. INTERRUPO NO FORNECIMENTO. ILEGALIDADE. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL REsp 708176 / RS (...)3. Consoante deciso deste Superior Tribunal de Justia ilegal a interrupo do fornecimento de energia eltrica nos casos de dvidas contestadas em Juzo, decorrentes de suposta fraude no medidor do consumo de energia eltrica. O corte configura constrangimento ao consumidor.4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extenso improvido. (REsp 779.401/RS, 2 Turma, Rel. Min. Carlos Fernando Mathias - Juiz convocado do TRF 1 Regio -, DJ de 12.5.2008)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SUSPENSO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA. INADIMPLEMENTO. DBITOS ANTIGOS E J CONSOLIDADOS. FRAUDE NO MEDIDOR DE CONSUMO.1. A 'concessionria no pode interromper o fornecimento de energia eltrica por dvida relativa recuperao de consumo no-faturado, apurada a partir da constatao de fraude no medidor, em face da essencialidade do servio, posto bem indispensvel vida. Entendimento assentado pela Primeira Turma, no julgamento do Resp n. 772.489/RS, bem como no AgRg no AG 633.173/RS' (AgRg no Resp 854002/RS, 1 Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 11.06.2007). 2. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 819.004/RS, 1 Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 17.3.2008)ADMINISTRATIVO - CONTRATO DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA - FRAUDE NO MEDIDOR - MARCAO A MENOR DO EFETIVO CONSUMO SITUAO DE ADIMPLNCIA - IMPOSSIBILIDADE DE CORTE DO FORNECIMENTO.1. A Segunda Turma, na assenta de 13 de fevereiro de 2007, no julgamento do REsp 633.722/RJ, de relatoria do Min. Herman Benjamin, entendeu que no sendo o caso de discusso a respeito da energiaeltrica ordinariamente fornecida, estando o consumidor em situao de adimplncia, impossvel a suspenso do fornecimento de energia como forma de obrigar o consumidor ao pagamento, reconhecendo as condies tcnicas unilaterais para apurao da fraude.2. In casu, verifica-se dos autos que houve suspenso do fornecimento de energia eltrica aps constatao de fraude no medidor, ocasionando um prejuzo concessionria no valor de R$ 5.949,44 (cinco mil novecentos e quarenta e nove reais e quarenta e quatro centavos).3. Impossvel o corte do fornecimento de energia eltrica no caso sub examen, sendo necessrio procedimento ordinrio de cobrana para crditos decorrentes de apurao de fraude no medidor.Recurso especial provido, para retomar o fornecimento de energia eltrica. (REsp 962.631/RS, 2 Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ de 19.9.2007.

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. ART. 535 DO CPC. ALEGAO GENRICA. SMULA 284/STF. PREQUESTIONAMENTO. SMULA 211/STJ. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA. FRAUDE NO MEDIDOR. DVIDA CONTESTADA JUDICIALMENTE.(...)3. 'A interrupo do fornecimento de energia eltrica por inadimplemento no configura descontinuidade da prestao do servio pblico' (Corte Especial, AgRg na SLS 216/RN, DJU de 10.04.06).4. Contestada em juzo dvida apurada unilateralmente e decorrente de suposta fraude no medidor do consumo de energia eltrica, h ilegalidade na interrupo no fornecimento de energia eltrica, umavez que esse procedimento configura verdadeiro constrangimento ao consumidor que procura discutir no Judicirio dbito que considera indevido.5. 'Tornado o dbito litigioso, o devedor no poder sofrer nenhuma retaliao por parte do credor' (AgRg no Ag 559.349/RS, Rel. Min. Joo Otvio de Noronha, DJU de 10.05.04).6. Recurso especial conhecido em parte e improvido. (REsp 917.644/RS, 2 Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 4.6.2007)Considerando-se, pois, a ausncia dos pressupostos legais autorizadores da interrupo no fornecimento de energia eltrica, ilegal e abusiva a pretenso da ora recorrente, nos termos da fundamentao supra.3. Diante do exposto, nego provimento ao agravo de instrumento.Publique-se. Intimem-se.Braslia (DF), 04 de agosto de 2008.

Assim, diante a escusa conduta do requerido que no mediu esforos a lanar a existncia da fatura que consta em aberto com previso para suspender o fornecimento de energia para o dia 05/03/2013, conquanto diante a ilegalidade da conduta da concessionria, apresentada com ntido comportamento abusivo para captar receita de forma indevida, destarte, o prejuzo moral sofrido pelos autores inconteste.At porque, merece ainda nesta oportunidade destacar que conforme entendimento desse juzo, o dano moral no precisa ser demonstrado, basta apenas sua ocorrncia. Vejamos a posio deste Juzo no julgamento de caso anlogo ao submetido a presente reclamao:Assim, no tendo a empresa reclamada logrado xito em comprovar que garantiu ao reclamante o pleno exerccio do contraditrio e da ampla defesa, invivel a emisso de fatura cobrando diferena apurada unilateralmente.De outro lado, induvidoso que a inconcebvel falha da empresa de energia trouxe conseqncias desastrosas na vida do reclamante, que teve a energia do seu imvel cortada sem ter, ao que consta, concorrido para aquela situao inusitada.Registro, por oportuno, que em se tratando de dano moral puro, no h necessidade da comprovao da repercusso patrimonial do dano, basta a sua ocorrncia, conforme orienta o seguinte julgado:O dano simplesmente moral, sem repercusso no patrimnio no h como ser provado. Ele existe to somente pela ofensa, e dela presumido, sendo o bastante para justificar a indenizao. (TJPR 4 C. AP. Rel. Wilson Reback RT 681/163, in RUI STOCO, Responsabilidade Civil, RT, p. 493).

Ademais, alis, a hiptese retratada j foi objeto de deciso do Colendo Superior Tribunal de Justia, cuja ementa traz a seguinte lio: Em se tratando de indenizao decorrente da inscrio irregular no cadastro de inadimplentes, a exigncia de prova de dano moral (extrapatrimonial) se satisfaz com a demonstrao da existncia da inscrio irregular neste cadastro" (RESP 165.727 - Relator: Ministro SLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Revista do STJ 115/370).

Diante desse quadro, de se observar que a condenao do requerido a medida mais adequada a ser firmada sobre o caso posto em exame, at para servir de medida punitiva do requerido para no mais se portar de forma igual.Pois, ela deve se revestir, ao mesmo tempo, de uma natureza punitiva, de tal forma que sirva como uma sano imposta em razo de um ilcito praticado e funcione como um desestimulo a novas condutas desse gnero.Para tanto, importante no perder de vista que o valor representativo dessa penalidade no poder ser elevado a ponto de promover o enriquecimento sem causa da outra parte, j que no este o seu objetivo, mas tambm, no pode ser to baixo, a ponto de no conseguir concretizar o seu fim punitivo.Nesta senda, a indenizao pelo dano moral, no caso em apreo, serve de alerta concessionria no sentido de rever sua poltica de atuao, pelo que, de acordo com os comentrios acima, dever ser arbitrada a ttulo de dano moral no importe, conforme orientao prestada pelos tribunais ptrios.DANO MORAL Indenizao Critrio de quantificao O critrio de fixao do valor indenizatrio levar em conta, tanto a qualidade do atingido, como a capacidade financeira do ofensor, de molde a inibi-lo a futuras reincidncias, ensejando-lhe expressivo mas suportvel, gravame patrimonial (TJRS EI 595032442 3 GCC - Rel. Des. Luiz Gonzaga Pilla Hofmeister J. 31.09.95).TRIBUNAL DE ALADA DE SO PAULO RESPONSABILIDADE CIVIL INDENIZAO DANO MORAL CONSIDERAES A reparao do dano moral tem natureza tambm punitiva, aflitiva para o ofensor, com o que tem a importante funo, entre outros efeitos, de evitar que se repitam situaes semelhantes. A teoria do valor de desestmulo na reparao dos danos morais insere-se na misso preventiva da sano civil, que defende no s o interesse privado da vtima mas tambm visa a devoluo do equilbrio s relaes privadas, realizando-se assim, a funo inibidora da teoria da responsabilidade civil. (2 TASP Ap. c/Ver. 483.023 1 Cm. Rel. Juiz Renato Sartorelli J. 10.03.97, Informe Jurdico 12)

Assim, em relao ao quantum indenizatrio, o autor pleiteia seja ele estipulado em 40 salrios mnimos, ou seja, a quantia de R$ 27.120,00 (vinte e sete mil cento e vinte reais), observando-se a gravidade do dano moral causado pelo requerido, que exps os requerentes situao sobremaneira vexaminosa, constrangedora, turbando a paz da alma e o seu sossego. Alm de manchar-lhe a honra de forma deliberadamente cruel, porque, a atitude da empresa concessionria insinuou que os mesmos estivessem praticados ilcitos com o consumo de energia, uma vez que, os mesmo no o fizeram pois, sequer estavam na cidade, conforme comprova os documentos que instruem a inicial, eis que os mesmos estavam fazendo tratamento medico na cidade de Campina Grande do Sul-PR. certo que tal importncia no paga pela mancha lanada sobre a honra e o bom nome dos autores, mas uma resposta ao seu desalento, de tal modo a conseguir efeito de natureza pedaggica no Requerido, no sentido de obrig-lo reflexo e tomar no futuro, conduta compatvel com o sentido de responsabilidade social, mais policiada, criteriosa e civilizada, com quem mantm relao comercial e, tambm, respeito com o CONSUMIDOR que tem assegurado ditos direitos por lei.

III INAUDITA ALTERA PARTE

Conforme exaustivamente j restou delineado, o requerido em audincia realizada perante o rgo de proteo do consumidor PROCON ficou advertido de no suspender o fornecimento de energia pelos prximos 20 dias a iniciar o termo da audincia realizada naquele rgo.Ocorre, Excelncia, conforme pode ser observado em detida leitura da defesa apresentada pelo requerido junto ao PROCON, a concessionria informou que estaria suspendendo o fornecimento de energia na residncia na data do dia 05/03/2013, que somente no ocorreu pela interveno do rgo de Proteo ao consumidor PROCON que, mediante acordo em audincia naquele rgo ficou consignado a prorrogao da data para mais 20 dias. Ademais, merece ressaltar que independente da data prevista para o corte (suspenso do fornecimento) de energia, o no justo muito menos legal a conduta do requerido que est a se valer da forma coativa para captar receita de forma escusa se valendo de meios esprios e ilegais, para aumentar a receita da empresa causando prejuzos a outrem, principalmente, lesando consumidores pessoas humildades que, honestamente, pelo pouco que tem, zela em preservar pelo bom nome que lhes reserva.Cumpre-nos ressaltar que perfeitamente compatvel com o rito estabelecido pela Lei n 9.099/95 a tutela antecipada a que alude o art. 273 do CPC, para conceder os efeitos in limine da ordem para determinar que o requerido se abstenha de suspender o fornecimento de energia no tocante a fatura alegada.Neste sentido orienta o Enunciado n. 6, da 1. Reunio realizada com os Juzes de varas Cveis e dos Juizados Especiais do Rio de Janeiro, dezembro de 1995. Marisa Ferreira dos Santos Desembargadora do TRF 3 Reg. e ex-coordenadora dos Juizados Federais de SP e MS, in Sinopses Jurdicas, Ed. Saraiva, 2004, p. 99.No caso presente, a data que fora fixada pelo requerido para suspender o fornecimento de energia foi dada para 20 dias subsequente a data da audiencia realizada no PROCON, conforme pode ser observada da leitura da Ata daquele orgo.Porquanto, diante a iminencia da suspenso do fornecimento de energia da UC dos consumidores, sendo que a concessionria j previamente manifestou a desastrosa conduta que agir com a ilegalidade em verdadeira afronta aos direitos de consumo dos Autos. Razo a reconhecer a existencia do periculum in mora como fator determinante na concesso da ordem a ser firmada por este juzo.Tambm, de clareza a presena da fumaa do bom direito a assistir aos autores que esto sendo aviltados de seus direitos de consumidores e, tambm, da esdruxula coaao lanada pela concessionria para receber valores que alega se tratar de suposta diferena do registro de medidor da UC da residncia dos consumidores.Nesta linha a propria legislao dispe luz do Princpio da Legalidade a existncia de mecanismo a ser estendido para savaguardar o direito no s enquanto consumidor, mas principalmente de que os detm com justo e legal, consoante no contexto posto em exame.In verbis:Art. 273, CPC: O Juiz poder, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequvoca, se convena da verossimilhana da alegao e;I haja fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao; ouII fique caracterizado abuso de direito de defesa ou o manifesto propsito protelatrio do ru.

IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:1 A citao da empresa requerida no endereo declinado no introito, na pessoa de seu representante legal para, querendo, comparea Audincia designada e responda a presente ao, sob pena de revelia e confisso;2 a inverso do nus da prova nos termos do artigo 6, inciso VIII, do Cdigo de Defesa do Consumidor por se tratar os fatos aqui mencionados de relao de consumo;4 - Ao final requer seja a presente ao julgada PROCEDENTE, para Condenar a empresa requerida ao pagamento do valor de R$ 27.120,00 (vinte e sete mil cento e vinte reais) ou, sendo outro o entendimento de Vossa Excelncia que, seja arbitrando o quantum debeatur a ttulo de indenizao por danos morais, bem como, ao pagamento das custas e honorrios advocatcios;5 - Seja Declarado inexistente o dbito na ordem de R$ 1.323,27 (um mil trezentos e vinte e trs reais e vinte e sete centavos) lanado na fatura de referencia 12/2012, onde a requerida alega tratar-se de cobrana de suposta diferena de consumo, cujos valores os autores desconhecem, com relao a essa fatura que seja reconhecido nulo os valores alegados, sendo que fora aferidos por critrio de estimativa;Protesta pela produo de todos os meios de provas admitidos em direito admitidos, notadamente, prova documental suplementar, testemunhal e depoimento pessoal do representante do Requerido, sob pena de confesso, alm de outras provas que esse Juzo houver por bem determinar.D-se a causa o valor de R$ 27.120,00 (vinte e sete mil cento e vinte reais);

Termos em que Pede E. Deferimento.

Rondonpolis, 01 de abril de 2013.

Dejalma Ferreira dos Santos OAB-MT 12.062

Av: Ponce de Arruda, 1857, centro, fone (66) 3421-9379e-mail: [email protected]