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CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA DE DESASTRES PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE E DEFESA CIVIL SUBSECRETARIA DE DEFESA CIVIL CEPD CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA DE DESASTRES Abril de 2009 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE IMÓVEIS PRI

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CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA DE DESASTRES

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE E DEFESA CIVIL

SUBSECRETARIA DE DEFESA CIVIL

CEPD CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA DE

DESASTRES

Abril de 2009

PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE IMÓVEIS PRI

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISA DE DESASTRES

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SUBSECRETARIA DE DEFESA CIVIL Subsecretário: Sérgio Simões

Centro de Estudos e Pesquisa de Desastres

Coordenador: Bruno Engert Rizzo Corpo Técnico:

Alexander Georgiadis Davi Figueiredo Becker Josenir dos Santos Manoel Augusto Santos de Oliveira

Sergio dos Santos Valentim Silvana Maria Malizia Alves Ferreira

Apoio Administrativo e Operacional: Norma Suely Almeida Jordão

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SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO E BREVE HISTÓRICO

2 – APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE IMÓVEIS

3 – DESCRIÇÃO TÉCNICA DO PROGRAMA

4 – PROJETO PILOTO

5 – ESTÁGIO ATUAL DO PROGRAMA

6 – ALGUMAS INTERVENÇÕES EMERGENCIAIS REALIZADAS PELA

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

7 – IMÓVEIS COM PROBLEMAS CRÔNICOS ENCAMINHADOS À

COMISSÃO PERMANENTE DE RECUPERAÇÃO DE IMÓVEIS –

G/COSIDEC - PRI

8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 9 – FONTES CONSULTADAS

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1 – INTRODUÇÃO E BREVE HISTÓRICO São Sebastião do Rio de Janeiro, Guanabara, Rio de Janeiro, vários nomes para uma mesma cidade que foi fundada há quase 500 anos. Nesta cidade viveram imperadores, conquistadores, colonos, fidalgos, degredados, autoridades eclesiásticas, escravos, artistas, imigrantes e povos oriundos das mais diversas partes do planeta. Com isso, há 500 anos teve início a saga de um povo que, talvez no futuro, possa ser chamado de “Homo Brasiliensis”. Parte significativa de nossa história está no Rio de Janeiro que foi sede da monarquia, berço da República, Capital e palco de importantes acontecimentos para o Brasil. Feita essa breve introdução, passemos a outros tópicos aparentemente desconexos e sem qualquer relação com os parágrafos anteriores. As palavras chaves são: acidente, desastre, risco e Defesa Civil. Um acidente é um acontecimento inesperado que pode causar vítimas e danos. Entretanto, é parte da rotina de uma cidade grande e muitas vezes o máximo que as pessoas sentem é que aquele acontecimento passageiro está afogando o trânsito e pode levá-las a chegarem atrasadas aos compromissos. Via de regra, numa cidade como o Rio de Janeiro, mesmo em acidentes mais graves com vítimas, em pouco tempo uma ambulância é acionada, policiais desviam o trânsito e, logo em seguida, tudo volta à normalidade. O assunto nem chega a virar notícia e, quando muito, entra para as estatísticas. O desastre é um fenômeno de escala ampliada. Tecnicamente é uma ocorrência que não faz parte da rotina da cidade, causa danos, prejuízos e/ou vítimas e demanda o emprego de múltiplos meios para uma resposta adequada. O desastre pode ser um fenômeno isolado como um terremoto com seu epicentro numa cidade, uma chuva excepcionalmente forte numa área alagável com construções frágeis ou um fenômeno prolongado e continuado que aos poucos gera danos, prejuízos ou vítimas além daqueles que são parte da rotina. De uma forma mais abrangente e numa análise mais profunda, pela própria definição de desastre, muitos dos fenômenos atualmente em curso no mundo já configuram-se como desastres ou estão em evolução para se transformar em desastres num futuro desconhecido. É importante lembrar que nem sempre um prejuízo é tangível. É o caso da perda de obras de arte, muitas das quais são únicas. Mesmo que se consiga

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chegar a um valor para estipular um prêmio de seguro, havendo uma perda, esta é irreparável e o bem não poderá ser reposto. O mesmo ocorre com construções históricas, ambientes naturais e em outras situações onde a perda, apesar de não ter um valor tangível, representa um enorme prejuízo para a comunidade ou mesmo para a humanidade. Teoricamente, perda do patrimônio histórico, cultural e artístico também são considerados desastres. Além do que, a deterioração do tecido urbano, com imóveis decadentes parcialmente ocupados por atividades ilícitas, afeta também a sociedade psicológica e moralmente, trazendo conseqüências literalmente desastrosas para a cidade. Além disso, um povo cujo passado é apagado perde sua história e parte de sua identidade, deixando de ser um povo e passando a condição de aglomeração de indivíduos dividindo um mesmo espaço geográfico. O próximo conceito importante é o de risco. Tecnicamente, risco é uma probabilidade que expressa o potencial de dano de um fenômeno para uma comunidade ou área geográfica. Aparentemente é um conceito complexo, mas um exemplo ajuda a entendê-lo. Segundo dados estatísticos, em 2004 no Rio de Janeiro tivemos 11.531 óbitos por causas externas de morbidade e mortalidade (acidentes, crimes ou outras fatalidades de origem externa). Nesse mesmo ano, a população oficial do município era de 6.010.814 indivíduos. Tal estatística permite afirmar que um indivíduo residente no Rio de Janeiro está sujeito à probabilidade de 11.531/6.010.814 (0,19%) de ir a óbito em decorrência de causas externas de morbidade e mortalidade. Esse é um conceito de risco simples. Existem alguns fenômenos cujo cálculo do risco é mais complexo. O fato é que dessa forma é possível gerar comparações para avaliar tendências e desenvolver estudos prospectivos que permitam antever como os fenômenos tendem a evoluir. No caso de acidentes e desastres decorrentes de má conservação, não existe ainda uma estatística específica e precisa que permita conhecer esse risco. Um dos papéis da Defesa Civil como órgão incumbido de atuar na prevenção e resposta a desastres é desenvolver conhecimento acerca de riscos diversos exatamente para estudar contra-medidas que visem tornar os riscos aceitáveis ou mesmo desencadear ações que minimizem as conseqüências de fenômenos inevitáveis. Essa é exatamente uma das atribuições do Centro de Estudos e Pesquisa de Desastres – CEPD e foi um dos motivos do CEPD ter proposto o Programa de Recuperação de Imóveis – PRI.

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2 – APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE IMÓVEIS - PRI Num primeiro momento o PRI foi concebido e posto em prática com o objetivo de preservar vidas e recuperar imóveis tombados, preservados e tutelados, pois verificou-se que muitos deles, principalmente no centro da cidade do Rio de Janeiro, estavam abandonados, mal conservados e alguns já em ruínas. A continuidade do abandono levaria a uma perda irreparável do patrimônio histórico, pois em poucos anos já não restariam nem as ruínas. Além disso, muitos dos imóveis mal conservados apresentam algum tipo de risco para a população que só tende a se agravar com o tempo, caso não haja uma intervenção para no mínimo estabilizar esses imóveis. Na realidade, o que sinalizou para essa condição que poderia se tornar um desastre no futuro, foi o fato de um grupo de engenheiros, hoje membros do CEPD, já terem desenvolvido no passado um trabalho pioneiro que consistiu em reunir informações de alguns imóveis históricos do Centro da Cidade do Rio de Janeiro para tentar de alguma forma encontrar uma solução para sua recuperação. Aqui cabe uma explicação sobre a razão da alta incidência de imóveis preservados estarem praticamente abandonados ou em estado de ruína. Esses imóveis demandam recursos para sua recuperação e manutenção, e as obras necessariamente devem ser executadas seguindo orientações técnicas dos órgãos que têm a tutela do bem tombado e/ou preservado. Um dos grandes problemas enfrentados pelas instituições responsáveis pela gestão do espaço urbano nas cidades refere-se à recuperação dos imóveis que se encontram em estado de abandono, subutilizados e/ou invadidos e que, pelo péssimo estado de conservação que apresentam, trazem risco à coletividade, tendo em vista a possibilidade de desplacamentos e desabamentos. O empobrecimento da população associado a uma cultura acomodada têm levado a uma negligência inaceitável no tocante à manutenção predial. Esses imóveis não podem ser demolidos, mas seus proprietários não têm condições econômicas ou interesse em mantê-los. Muitos dos proprietários gostariam de vendê-los ou transformá-los em grandes empreendimentos modernos. Entretanto, por força da legislação de preservação do patrimônio histórico, tal não é possível.

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A decadência socioeconômica de algumas regiões, notadamente daquelas mais antigas, levou a um ciclo de abandono transformando essas regiões em verdadeiros bolsões de imóveis abandonados, invadidos e em parte utilizados para instalar atividades ilícitas. Em sua grande maioria esses imóveis carecem de manutenção, estão descaracterizados ou já sofreram sinistros parciais como incêndios e desabamentos. Muitos têm dívidas fiscais que superam seu valor de mercado, razão essa que contribui para o abandono. Tal situação tem conseqüências econômicas para a cidade e gera riscos inaceitáveis para a população. Quando o fenômeno é isolado pouco preocupa, pois é possível atuar e praticamente eliminar o risco, seja compelindo o proprietário, seja através da intervenção emergencial pela prefeitura e posterior cobrança pela negligência. Quando assume dimensões maiores, a solução não é tão simples. Não adianta fazer intervenções emergenciais se não houver uma posterior medida definitiva que vise a total estabilização e manutenção contínua dos imóveis. Como exemplos típicos dessa dificuldade, podem ser citados alguns imóveis seculares de conhecido valor histórico, que há mais de 15 anos vêm sofrendo intervenções emergenciais e aos poucos vão sendo consumidos pelo fato de não existir, após a medida que elimina o risco iminente, restauração e continuidade na sua manutenção. Assim, o risco é temporariamente eliminado, mas a continuidade do abandono logo gera novas ameaças que se transformam em novos riscos, demandando novas e repetidas intervenções. Tal processo acaba levando estes imóveis à ruína completa, seja por sucessivas demolições, seja pela própria deterioração. Além disso, nos últimos anos, desabamentos, desplacamentos de revestimentos de fachadas, quedas de marquises e de outros elementos arquitetônicos e outras ocorrências têm gerado vítimas, o que sinaliza claramente para um quadro de risco que tende a se agravar, levando mais insegurança à população. O processo gera perdas inaceitáveis de vidas humanas e grande prejuízo para a cidade como um todo. Essas foram às razões que levaram o CEPD a propor a implantação do PRI, um programa mais abrangente que visa estudar soluções definitivas além de tornar os mecanismos de atuação do sistema de emergência mais ágeis e eficazes. O objetivo maior, conseqüência dessas ações, é a revitalização das áreas degradadas da cidade. Muitos desses imóveis poderiam gerar riqueza para o município, seja pelo uso comercial, seja pelo fato de se tornarem atrativos para o turismo, ou ainda reduzindo o déficit habitacional.

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3 – DESCRIÇÃO TÉCNICA DO PROGRAMA 3.1 - Objetivos O PRI tem os seguintes objetivos:

– Reduzir o nível de risco para a população, decorrente da má conservação das edificações.

– Preservar o patrimônio histórico da cidade do Rio de Janeiro. – Identificar meios e incentivos que viabilizem a manutenção de imóveis

antigos ou tombados. – Revitalizar áreas degradadas. – Resgatar a memória histórica da cidade do Rio de Janeiro.

3.2 - Fases do programa O PRI foi dividido em fases conforme descrito a seguir: Primeira fase: Identificação das áreas, logradouros e imóveis a serem incluídos no PRI. A área urbana do município do Rio de Janeiro é extensa e existem algumas regiões em estado adiantado de degradação. Por outro lado, existem bairros com grande concentração de imóveis históricos. A primeira fase do projeto tem por objetivo estabelecer as prioridades de ação do grupo envolvido no Programa de Recuperação de imóveis. Segunda fase: Trabalho de campo. O trabalho de campo consiste de vistorias e documentação do atual estado de estabilidade e conservação dos imóveis. Para tal é necessário percorrer todos os logradouros incluídos no programa e selecionar aqueles que apresentam algum tipo de risco ou têm valor histórico. As vistorias seguem a seguinte metodologia: – as inspeções são visuais e procuram identificar sintomas externos típicos de deterioração na fachada e em elementos externos da construção; – quando são detectados sintomas mais graves, os imóveis são vistoriados internamente para avaliar a estabilidade geral; – caso seja necessário, o imóvel é vistoriado por um especialista em estruturas para identificar ações emergenciais no sentido de eliminar riscos; – todas as fachadas com algum tipo de risco são fotografadas; – as vistorias geram Boletins de Ocorrência que qualificam os riscos, identificam ações e acionamentos de outros órgãos no sentido de compelir os proprietários a eliminar riscos e assumirem a manutenção dos imóveis;

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- quando são identificados riscos inaceitáveis, os imóveis sofrem ações imediatas que visam eliminar o risco. Terceira fase: Eliminação do risco. Todos os imóveis que demandam intervenções, cujos proprietários não respondam às intimações dentro dos prazos estipulados, geram acionamentos e ações emergenciais que envolvem outros órgãos do sistema. A eliminação ou minimização do risco é feita de forma pontual, através de pequenas intervenções, limitadas a escoramentos, demolições, remoção de material instável, colocação de tapumes, apara-lixos, entelamentos ou mesmo obstrução física com fechamento de vãos e acessos com alvenaria. Todos esses serviços têm o custo apontado, sofrem um acréscimo de multa e são cobrados dos proprietários, conforme legislação vigente. Além disso podem ser acionados outros órgãos fiscalizadores tais como SLF/SMU, SVE/SMU, IRLFs, SEDREPACH, Corredor Cultural, IPHAN, INEPAC, COMLURB, DOE/SMO, GEM-RIOLUZ para que intervenham na sua esfera de atuação no sentido de compelir os proprietários a sanar irregularidades. Quarta fase: Coleta de informações sobre o imóvel. Os imóveis abandonados, descaracterizados, ou mesmo aqueles cujos proprietários não respondem a intimações, são objeto de levantamento de informações detalhadas de forma a embasar medidas judiciais que podem ser: - ação executiva de cobrança de dívida ativa e débitos fiscais; - negligência e ação criminal por abandono de patrimônio histórico. Cada imóvel gera um dossiê, que é encaminhado à Comissão Permanente de Recuperação de Imóveis – G/COSIDEC/PRI (Dec. 26.458 de 08/05/2006) com vistas à eliminação dos riscos e sua efetiva recuperação. No dossiê devem constar as seguintes informações: A – Cadastro do imóvel - Endereço - Matrícula no RGI - Nome do proprietário - CNPJ - Número de inscrição no cadastro do IPTU - Nome do responsável - Telefone do responsável

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B – Descrição do imóvel Neste item o imóvel é descrito de forma resumida quanto às características construtivas, tipo de uso e estado geral de conservação. A descrição contém no mínimo as seguintes informações: - Tipo de ocupação: residencial, comercial, mista, industrial, invadido. - Número de pavimentos: número total de pavimentos. - Tipo de estrutura: autoportante ou estruturada; concreto armado; aço; madeira; pedra argamassa; alvenaria; outros (descrever).

- Existência de afastamentos e recuos. - Existência de marquise e suas características. - Descrição detalhada do estado de conservação do imóvel. - Avaliação de risco. - Acionamentos.

C – Relatório fotográfico. O relatório fotográfico tem o objetivo de documentar as características do imóvel, seu estado de conservação, interdições realizadas e/ou outras medidas adotadas. Sempre que possível é tirada uma foto frontal e outras dos diversos detalhes a documentar. D – Histórico de acionamentos anteriores, eventuais ações ou outras medidas administrativas. O objetivo desse histórico é reunir todas as informações pertinentes ao imóvel. São informações relevantes: – boletins de ocorrências anteriores; – interdições anteriores; – autos de infração; – outros processos tramitando na PCRJ; – intimações de outros órgãos da PCRJ; – Certidão de Situação Fiscal e Enfitêutica do Imóvel (dívida ativa); – ações executivas em curso; – ações judiciais em curso; – certidão do RGI.

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E – Parecer da Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa, Desenvolvimento e Revitalização do Patrimônio e da Memória Histórico- Cultural da Cidade do Rio de Janeiro - SEDREPAHC No caso de imóvel preservado, tombado, situado em áreas de preservação ou com características arquitetônicas especiais, a SEDREPAHC será acionada para fornecer um parecer. Quinta fase: Viabilização do PRI – Identificação de mecanismos de incentivo O Programa de Recuperação de Imóveis, que tem como princípio básico a redução do nível de risco para a população, decorrente da má conservação das edificações, e consequentemente a reabilitação e valorização do patrimônio urbanístico, paisagístico e arquitetônico, propõe a criação de uma Equipe Macrofuncional com os representantes de diversos órgãos públicos municipais, objetivando a implementação de ações de gestão do espaço urbano, em especial dos imóveis em estado de abandono ou em processo de arruinamento. Fundamental a criação desta Equipe Macrofuncional, uma vez que já existem programas sobre o mesmo enfoque na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e desta forma evitaremos a sobreposição de idéias e o desperdício de recursos econômicos e de trabalho técnico anteriormente já desenvolvido sobre o mesmo tema. Sugerimos a participação dos seguintes órgãos na formação da Equipe Macrofuncional: 1 – Defesa Civil Municipal - COSIDEC 2 – Secretaria Municipal de Urbanismo - SMU 3 – Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMAC 4 – Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos - SMO 5– Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa, Desenvolvimento e Revitalização do Patrimônio e da Memória Histórico-Cultural da Cidade do Rio de Janeiro - SEDREPAHC 6 – Secretaria Municipal de Fazenda -SMF 7 – Secretaria Municipal do Habitat - SMH 8 – Instituto Municipal Pereira Passos - IPP 9 – Procuradoria Geral do Município - PGM Como sugestão à Equipe Macrofuncional apresentamos algumas propostas a serem estudadas de forma a incentivar a revitalização de áreas degradadas: - A criação de instrumentos urbanísticos, fiscais, jurídicos e organizacionais que viabilizem a consecução dos objetivos de recuperação dos imóveis em estado de abandono e/ou processo de arruinamento, cuja situação, por omissão dos seus responsáveis e/ou proprietários, representem ou estejam por

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representar dano de qualquer natureza ao Município, à ambiência da área em que se inserem, ou aos munícipes; - Formas de financiamento e/ou outros incentivos aos proprietários que promoverem a reabilitação dos seus imóveis; - Formas de utilização para os bens públicos abandonados; - Um sistema de intermediação entre os proprietários dos imóveis, sem recursos para a sua reabilitação, e os interessados no seu uso mediante o compromisso de execução das obras necessárias à sua recuperação; - Ações de desapropriação vinculadas a projetos de recuperação de imóveis de interesse para uso público; - Articulação de ações de proteção aos imóveis, inclusive escoramento, demolição parcial, limpeza, vedação de acessos e desocupação de invasores; - A articulação de ações preventivas e corretivas dos órgãos municipais envolvidos nas atividades de defesa do cidadão e da cidade. - A indução para a utilização dos imóveis com usos mais adequados, sempre consoantes à legislação em vigor; - Identificação de mecanismos de incentivo à iniciativa privada de forma a tornar o centro histórico e áreas deterioradas atraentes para atividades, em especial aquelas de caráter cultural e educativas. - Ampliação do Programa Novas Alternativas da Secretaria Municipal do Habitat objetivando a novas oportunidades habitacionais.

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4 – PROJETO PILOTO

Como área piloto para dar início ao projeto foi escolhida a APAC da Cruz Vermelha, Dec. 11.883/92, devido a existência uma quantidade relativamente grande de informações reunidas sobre alguns imóveis e pelo mau estado de conservação das edificações ali localizadas. Logradouros vistoriados: 1 - Rua André Cavalcanti 2 - Rua Azeredo Coutinho 3 - Rua Benedito Hipólito 4 - Rua Carlos Carvalho 5 - Rua Carlos Sampaio 6 - Rua Conselheiro Josino 7 - Praça Cruz Vermelha 8 - Rua Dídimo 9 - Rua Frederico Silva 10 - Rua Frei Caneca 11 - Rua General Caldwell 12 - Rua General Gustavo Barroso 13 - Avenida Gomes Freire 14 - Avenida Henrique Valadares 15 - Rua dos Inválidos 16 – Rua Irineu Marinho 17 - Praça João Pessoa 18 - Rua do Lavradio 19 - Rua Marquês de Pombal 20 - Avenida Mem de Sá 21 - Rua Moncorvo Filho 22 - Rua Professor Clementino Fraga 23 - Rua da Relação 24 - Praça da República 25 - Rua do Rezende 26 - Rua do Riachuelo 27 - Rua de Santana 28 - Rua do Senado 29 - Rua Tadeu Kosciusko 30 - Rua Tenente Possolo 31 - Rua Ubaldino do Amaral 32 - Rua Vinte de Abril 33 - Rua Visconde do Rio Branco 34 - Rua Washington Luiz

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