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Desenvolver um módulo/projeto de abrigo emergencial temporário, seguindo princípios de sustentabilidade e de acessibilidade, considerando o conforto ambiental dos usuários. Desenvolver o projeto arquitetônico de um abrigo emergencial adequado ao atendimento temporário de desabrigados, vítimas de desastres naturais no Estado de Santa Catarina, Brasil. O B J E T I V O G E R A L O B J E T I V O S E S P E C Í F I C O S Propor formas de composição dos módulos para abrigar diversos tamanhos de famílias e exercer variadas funções. Definir diretrizes de implantação para que o projeto possa ser replicado em qualquer local com clima subtropical úmido no Estado de Santa Catarina. Simular a implantação de um conjunto de habitação emergencial na cidade de Joinville-SC. Elaborar um manual de montagem do modelo da habitação. Definir o orçamento para orientar a execução do projeto. maré baixa maré alta CICLONE TORNADO MARÉ RESSACA INUNDAÇÃO ENCHENTE ALAGAMENTO TEMPORAL DESMORONAMENTO ESTIAGEM TERREMOTOS GEADA GRANIZO EDIFICAÇÕES EM RISCO! TIPOS DE DESASTRES QUE OCORREM NO ESTADO DE SANTA CATARINA: TENDAS NÔMADES YURTS (MONGÓLIA/ TURQUIA/SIBÉRIA) Deslizamento de terra em Blumenau. Fonte: Plano, 2016. ABRIGO EMERGENCIAL TEMPORÁRIO: uma possibilidade para desabrigados vítimas de desastres no Estado de Santa Catarina I N T R O D U Ç Ã O Diante do cenário apresentado nos últimos anos, o mundo tem sido palco de grandes desastres, naturais ou provocados pelo homem. Dentre as consequências, danos à sociedade (perdas humanas e comprometimento da qualidade de vida), à economia (perdas materiais) e ao ecossistema (destruição da paisagem) destacam-se. Milhares de pessoas ficam desabrigadas (definitivamente sem casa) de um dia para o outro, vítimas de diversos tipos de desastres. Essas pessoas são abrigadas em locais provisórios por governos e entidades humanitárias, normalmente em escolas, igrejas, ginásios e em outros edifícios públicos, ou ainda, em tendas e barracas improvisadas. Infelizmente, o processo de reconstrução das moradias muitas vezes é lento, fazendo com que os locais temporários se tornem definitivos. A maior discussão em torno dessa ocupação de caráter efêmero é que esses espaços não foram projetados para serem moradia, resultando em grandes problemas sociais. Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de proporcionar melhores condições de vida para essa população que fica à margem da sociedade, enquanto aguarda a reconstrução ou aquisição de suas habitações permanentes. Para tanto, foi proposta uma estrutura de abrigo portátil, de fácil montagem, baixo custo e com princípios de acessibilidade e sustentabilidade, que possa ser implantada em locais caracterizados pelo clima subtropical úmido, no estado de Santa Catarina, no Brasil. A arquitetura emergencial pode auxiliar em diversos casos de desabrigo, seja de vítimas de desastres – naturais ou causados pela ação humana –, de conflitos armados (refugiados), ou das políticas econômicas excludentes que condicionam o ser humano a viver nas ruas, sem condições de manter uma moradia. O E S T A D O D E S A N T A C A T A R I N A O Estado de Santa Catarina, localizado na Região Sul do Brasil, é afetado por uma variedade de desastres naturais. Existem registros de danos relacionados tanto a severas estiagens como a grandes inundações e enxurradas. É um dos estados mais atingidos por granizos, vendavais, tornados e deslizamentos (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC, 2016). O gráfico a seguir demonstra o número de ocorrências por tipologia de evento. Percebe-se que a maior parte diz respeito às enxurradas, com 907 registros entre 1995 a 2014. GRANIZO 230 8% INUNDAÇÃO 258 10% VENDAVAL 277 10% ESTIAGEM 804 30% ENXURRADA 907 34% OUTROS 228 8% Registros de danos e prejuízos por tipo de evento. Fonte: CEPED, 2016, apud UFSC, 2016, p.68. Pessoas abrigadas no ginásio de esportes da cidade, Teresópolis-RJ. Fonte: Platonow, 2011. Organização e Coordenação Técnica: Realização e Coordenação Geral: PRANCHA 1/4 2 milhões a.C - IDADE DA PEDRA 30 mil a 10 mil a.C. 3 mil a.C 2.500 a.C. 2.500 a.C 1917 - 1ª G. MUNDIAL 1928 - PÓS 1ª G. MUNDIAL 1940 - PRÉ 2ª G. MUNDIAL 1955 - HABITAÇÃO NÔMADE 1989 1999 2000 - HABITAÇÃO INDIVIDUAL 2004 CAVERNAS CABANAS E TENDAS TENDAS NÔMADES TIPIS (AMÉRICA) TENDAS NÔMADES BEDUÍNOS (SAARA) ABRIGO MILITAR NISSEN HUT ABRIGO MILITAR DYMAXION HOUSE ABRIGO MILITAR WICHITA HOUSE ORANGE - PEEL HOUSE HOMELESS VEHICLE INDIVIDUAL GLOBAL HOME TURN ON URBAN SUSHI GLOBAL VILLAGE SHELTER HISTÓRICO DOS primeiros ABRIGOS: A adaptação dos homens frente às mudanças severas no clima mostra o desenvolvimento do homem e o aumento de sua inteligência. A seguir, a linha do tempo demonstra a evolução dessa forma de morar/abrigar do ser humano desde os primeiros, até o início da produção em massa, desencadeada após as guerras mundiais. Observa-se que o modo de abrigo está diretamente relacionado com o clima local, os materiais disponíveis na época, nomadismo/sedentarismo e os costumes dos povos. Portanto, esses fatores são de extrema importância no desenvolvimento de abrigos, sejam eles temporários ou fixos. Percebe-se também a evolução quanto a construção desses abrigos, inicialmente construídos pelos próprios usuários e posteriormente industrializados, produzidos em série, utilizando materiais mais tecnológicos. leito menor leito maior ENXURRADA DESLIZAMENTO INCÊNDIO FLORESTAL TENDAS NÔMADES YURTS (MONGÓLIA/TURQUIA/SIBÉRIA) CLIMA SUBTROPICAL ÚMIDO Estações do ano bem definidas (verão quente e inverno frio) Umidade elevada Regime de chuvas elevado Compreende-se a dinâmica de um clima, em que a região que possui suas características está suscetível à ocorrência de desastres naturais que, junto às ações humanas, podem intensificar-se. Além disso, o clima demonstra em quais condições as pessoas vivem no local e isso deve ser considerado na concepção inicial do projeto de qualquer edificação. SOLUÇÕES BIOCLIMÁTICAS: Ventilação Proteção contra radiação solar Inércia da construção Cobertura leve Implantação Largura das ruas L Diante desse contexto, questiona-se: Como a arquitetura pode auxiliar na criação de abrigo emergencial temporário adequado aos desabrigados, vítimas de desastres de regiões com clima subtropical úmido no Estado de Santa Catarina?

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Page 1: ABRIGO Diante desse contexto, questiona-se: Como a ... · ABRIGO EMERGENCIAL TEMPORÁRIO: uma possibilidade para desabrigados vítimas de desastres no Estado de Santa Catarina I N

Desenvolver um módulo/projeto de abrigo emergencial temporário, seguindo princípios de sustentabilidade e de acessibilidade, considerando o conforto ambiental dos usuários.

Desenvolver o projeto arquitetônico de um abrigo emergencial adequado ao atendimento temporário de desabrigados, vítimas de desastres naturais no Estado de Santa Catarina, Brasil.

O B J E T I V O G E R A L

O B J E T I V O S E S P E C Í F I C O S

P r o p o r f o r m a s d e c o m p o s i ç ã o dos módulos para abrigar diversos t a m a n h o s d e f a m í l i a s e exercer variadas funções.

Definir diretrizes de implantação para que o projeto possa ser replicado em qualquer local com clima subtropical úmido no Estado de Santa Catarina.

Simular a implantação de um c o n j u n t o d e h a b i t a ç ã o emergencial na c idade de Joinville-SC.

Elaborar um manual de montagem do modelo da habitação.

Definir o orçamento para orientar a execução do projeto.

maré baixa

maré alta

CICLONE

TORNADO

MARÉ RESSACA

INUNDAÇÃO

ENCHENTE

ALAGAMENTOTEMPORAL DESMORONAMENTO

ESTIAGEM

TERREMOTOSGEADA

GRANIZO

EDIFICAÇÕES EM RISCO!

TIPOS DE DESASTRES QUE OCORREM NO ESTADO DE SANTA CATARINA:

TENDAS NÔMADESYURTS (MONGÓLIA/TURQUIA/SIBÉRIA)

Deslizamento de terra em Blumenau. Fonte: Plano, 2016.

ABRIGO EMERGENCIAL TEMPORÁRIO: uma possibilidade para desabrigados vítimas de desastres no Estado de Santa Catarina

I N T R O D U Ç Ã O

Diante do cenário apresentado nos últimos anos, o mundo tem sido palco de grandes desastres, naturais ou provocados pelo homem. Dentre as consequências, danos à sociedade (perdas humanas e comprometimento da qualidade de vida), à economia (perdas materiais) e ao ecossistema (destruição da paisagem) destacam-se.

Milhares de pessoas ficam desabrigadas (definitivamente sem casa) de um dia para o outro, vítimas de diversos tipos de desastres. Essas pessoas são abrigadas em locais provisórios por governos e entidades humanitárias, normalmente em escolas, igrejas, ginásios e em outros edifícios públicos, ou ainda, em tendas e barracas improvisadas. Infelizmente, o processo de reconstrução das moradias muitas vezes é lento, fazendo com que os locais temporários se tornem definitivos. A maior discussão em torno dessa ocupação de caráter efêmero é que esses espaços não foram projetados para serem moradia, resultando em grandes problemas sociais.

Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de proporcionar melhores condições de vida para essa população que fica à margem da sociedade, enquanto aguarda a reconstrução ou aquisição de suas habitações permanentes. Para tanto, foi proposta uma estrutura de abrigo portátil, de fácil montagem, baixo custo e com princípios de acessibilidade e sustentabilidade, que possa ser implantada em locais caracterizados pelo clima subtropical úmido, no estado de Santa Catarina, no Brasil.

A arquitetura emergencial pode auxiliar em diversos casos de desabrigo, seja de vítimas de desastres – naturais ou causados pela ação humana –, de conflitos armados (refugiados), ou das políticas econômicas excludentes que condicionam o ser humano a viver nas ruas, sem condições de manter uma moradia.

O E S T A D O D E S A N T A C A T A R I N A

O Estado de Santa Catarina, localizado na Região Sul do Brasil, é afetado por uma variedade de desastres naturais. Existem registros de danos relacionados tanto a severas estiagens como a grandes inundações e enxurradas. É um dos estados mais atingidos por granizos, vendavais, tornados e deslizamentos (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC, 2016).

O gráfico a seguir demonstra o número de ocorrências por tipologia de evento. Percebe-se que a maior parte diz respeito às enxurradas, com 907 registros entre 1995 a 2014.

GRANIZO2308%

INUNDAÇÃO25810%

VENDAVAL27710%

ESTIAGEM80430%

ENXURRADA90734%

OUTROS2288%

Registros de danos e prejuízos por tipo de evento.

Fonte: CEPED, 2016, apud UFSC, 2016, p.68. Pessoas abrigadas no ginásio de esportes da cidade, Teresópolis-RJ. Fonte: Platonow, 2011.

Organização e Coordenação Técnica:Realização e Coordenação Geral: PRANCHA

1/4

2 milhões a.C - IDADE DA PEDRA 30 mil a 10 mil a.C. 3 mil a.C 2.500 a.C. 2.500 a.C 1917 - 1ª G. MUNDIAL 1928 - PÓS 1ª G. MUNDIAL 1940 - PRÉ 2ª G. MUNDIAL 1955 - HABITAÇÃO NÔMADE 1989 1999 2000 - HABITAÇÃO INDIVIDUAL 2004

CAVERNAS CABANAS E TENDAS TENDAS NÔMADESTIPIS (AMÉRICA)

TENDAS NÔMADESBEDUÍNOS (SAARA)

ABRIGO MILITARNISSEN HUT

ABRIGO MILITARDYMAXION HOUSE

ABRIGO MILITARWICHITA HOUSE

ORANGE - PEEL HOUSE

HOMELESS VEHICLE INDIVIDUAL

GLOBAL HOME

TURN ON

URBAN SUSHI

GLOBAL VILLAGE

SHELTER

HISTÓRICO DOS primeiros ABRIGOS:A adaptação dos homens frente às mudanças severas no clima mostra o desenvolvimento do homem e o aumento de sua inteligência. A seguir, a linha do tempo demonstra a evolução dessa forma de morar/abrigar do ser humano desde os primeiros, até o início da produção em massa, desencadeada após as guerras mundiais.

Observa-se que o modo de abrigo está diretamente relacionado com o clima local, os materiais disponíveis na época, nomadismo/sedentarismo e os costumes dos povos. Portanto, esses fatores são de extrema importância no desenvolvimento de abrigos, sejam eles temporários ou fixos.

Percebe-se também a evolução quanto a construção desses abrigos, inicialmente construídos pelos próprios usuários e posteriormente industrializados, produzidos em série, utilizando materiais mais tecnológicos.

leito menor

leito maior

ENXURRADA DESLIZAMENTO

INCÊNDIO FLORESTAL

TENDAS NÔMADESYURTS (MONGÓLIA/TURQUIA/SIBÉRIA)

CLIMA SUBTROPICAL ÚMIDO Estações do ano bem definidas(verão quente e inverno frio)

Umidade elevada

Regime de chuvas elevado

Compreende-se a dinâmica de um clima, em que a região que possui suas características está suscetível à ocorrência de desastres naturais que, junto às ações humanas, podem intensificar-se. Além disso, o clima demonstra em quais condições as pessoas vivem no local e isso deve ser considerado na concepção inicial do projeto de qualquer edificação.

SOLUÇÕES BIOCLIMÁTICAS:

Ventilação

Proteção contra radiação solar

Inércia da construção

Cobertura leve

Implantação

Largura das ruasL

Diante desse contexto, questiona-se: Como a arquitetura pode auxiliar na criação de abrigo emergencial temporário adequado aos desabrigados, vítimas de desastres de regiões com clima subtropical úmido no Estado de Santa Catarina?