abreu, marlon a. de. o mercado imobiliário em londrina e ribeirão preto
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ABREU, Marlon A. de. O mercado imobiliário em Londrina, Marília e São José do Rio Preto: análise comparativa do processo de estruturação intraurbano. (2011). 136f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Geografia), Departamento de Geografia, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente, 2011.TRANSCRIPT
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Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho Campus de Presidente Prudente Faculdade de Cincias e Tecnologia
Programa de Ps-Graduao em Geografia
MARLON ALTAVINI DE ABREU
O mercado imobilirio em Londrina e Ribeiro Preto: anlise comparativa do processo de estruturao
intraurbano.
Orientador: Prof. Dr. Everaldo Santos Melazzo.
Relatrio de pesquisa referente s atividades
realizadas durante o perodo de vigncia de
bolsa de Mestrado, sob o processo n
2012/03708 1.
Presidente Prudente 2013
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Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho Campus de Presidente Prudente Faculdade de Cincias e Tecnologia
Programa de Ps-Graduao em Geografia
Relatrio Final. Maro de 2014
Bolsista: Marlon Altavini de Abreu
Processo: 2012/03708-1
Vigncia: 01/05/2012 a 28/02/2014
Ttulo do Projeto: O mercado
imobilirio em Londrina e Ribeiro
Preto: anlise comparativa do
processo de estruturao
intraurbano.
Orientador: Everaldo Santos
Melazzo
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RESUMO ....................................................................................................................................... 6
APRESENTAO ........................................................................................................................ 7
PARTE I: A TRAJETRIA DE PESQUISA .................................................................................. 9
1. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS. ...................................................................................... 10
1.1. DISCIPLINAS CURSADAS ...................................................................................................... 10
1.2. PARTICIPAO EM EVENTOS: WORKSHOPS, ENCONTROS E SEMINRIOS. ............................... 14
1.3. PARTICIPAO EM DEFESAS DE DOUTORADO, MESTRADO E MONOGRAFIA. ...................... 15
1.4. PARTICIPAO EM AULA MAGNA ..................................................................................... 16
1.5. PARTICIPAO EM CONFERENCIAS E MESAS REDONDAS ................................................. 17
1.6. PARTICIPAO EM CURSOS. ........................................................................................... 17
1.7. CURSOS DE CURTA DURAO MINISTRADOS .................................................................... 18
1.8. PARTICIPAO EM GRUPOS DE ESTUDOS/REUNIES DE ORIENTAO ................................ 19
1.9. REUNIES DE ORIENTAO ............................................................................................ 21
1.10. TRABALHOS DE CAMPO. DESCRIO DAS ATIVIDADES DE CAMPO ..................................... 21
1.10.1. Trabalhos de campo realizados na cidade de Londrina ......................................... 21
1.10.2. Trabalhos de campo Realizados na cidade de Ribeiro Preto. .............................. 24
PARTE II: O RELATRIO CIENTFICO. ................................................................................... 30
1. ESTRUTURAO URBANA E DAS CIDADES DE LONDRINA E RIBEIRO PRETO. ......................... 31
1.1. Formao histrica das cidades de Londrina e Ribeiro Preto. ............................. 31
1.3 Transformaes e permanncia na estruturao urbana das cidades de Londrina e
Ribeiro Preto. ..................................................................................................................... 37
1.2. Expanso territorial urbana nas cidades de Londrina e Ribeiro Preto. ................. 41
2. O MERCADO IMOBILIRIO EM LONDRINA E RIBEIRO PRETO: FUNDAMENTOS PARA UMA ANLISE
COMPARADA. ............................................................................................................................. 57
2.1. Os fundamentos da dinmica imobiliria: agentes, escalas e processos. .................. 59
2.2. Negcios imobilirios em Londrina e Ribeiro Preto: desdobramentos espaciais da
dinmica imobiliria recente ................................................................................................ 70
2.3. Mercado imobilirio, dinmica da produo habitacional e estruturao das cidades.77
3. O MERCADO IMOBILIRIO EM LONDRINA E RIBEIRO PRETO. .................................................. 100
3.1. Procedimentos metodolgicos e construo dos resultados de pesquisa. ............... 100
3.2. Discusso dos procedimentos de anlise dos resultados. ........................................ 106
CONSIDERAES FINAIS. .......................................................................................................... 130
BIBLIOGRAFIA. ......................................................................................................................... 133
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Lista de Quadros
Quadro 1. Sntese das disciplinas cursadas no perodo. 2012 ................................................... 13
Quadro 2.Sntese de temticas abordadas no ano de 2012. ..................................................... 19
Quadro 3. Cronograma do Trabalho de Campo em Londrina. Setembro de 2012 .................... 22
Quadro 4. Cronograma do Trabalho de Campo em Londrina. Junho de 2013 .......................... 23
Quadro 5. Cronograma do Trabalho de Campo em Londrina. Junho de 2013 .......................... 24
Quadro 6. Cronograma de atividades realizadas no Trabalho de Campo em Ribeiro Preto.
Dezembro. 2012. ......................................................................................................................... 25
Quadro 7 Cronograma de atividades realizadas no Trabalho de Campo em Ribeiro Preto,
novembro de 2013 ...................................................................................................................... 28
Quadro 8. Cronograma de atividades realizadas no Trabalho de Campo em Ribeiro Preto,
fevereiro de 2014. ....................................................................................................................... 28
Lista de Imagens
Imagem 1. Vistas da Gleba Palhano atravs do Lago Igap. Londrina. 2012 ........................... 49
Imagem 2. Vista area do setor sudeste de Ribeiro Preto. ...................................................... 53
Imagem 3. Avenida Professor Joo Fisa. Ribeiro Preto. 2013 .............................................. 55
Lista de tabelas
Tabela 1. Taxa de urbanizao das cidades de Londrina e Ribeiro Preto. 1980 a 2010. ........ 42
Tabela 2. Evoluo da populao residente. Londrina. 1980/2010 ............................................ 42
Tabela 3 Evoluo da populao residente. Ribeiro Preto. 1980/2010 .................................... 43
Tabela 4: Evoluo dos empreendimentos voltados aos segmentos de alta renda. Londrina e
Ribeiro Preto. 2000 at 2010. ................................................................................................... 78
Tabela 5. Famlias com renda mensal bruta de 465,00 reais at 2455,00 reais. Londrina. Faixa
1. .................................................................................................................................................. 82
Tabela 6. Famlias com renda mensal bruta de2455,01 reais at 3275,00 reais. Londrina.
Faixa 2 ......................................................................................................................................... 83
Tabela 7. Famlias com renda mensal bruta de 3275,01 reais 5000,00 reais. Londrina. Faixa 3.
..................................................................................................................................................... 84
Tabela 8. Famlias com renda mensal bruta de 465,00 reais at 2455,00 reais. Ribeiro Preto.
Faixa 1. ........................................................................................................................................ 86
Tabela 9. Famlias com renda mensal bruta de2455,01 reais at 3275,00 reais. Ribeiro Preto.
Faixa 2. ........................................................................................................................................ 86
Tabela 10. Famlias com renda mensal bruta de 3275,01 reais 5000,00 reais. Ribeiro Preto.
Faixa 3. ........................................................................................................................................ 87
Tabela 11. Londrina. Nmero total de anncios coletados por ano. 1995, 2000, 2006 e 2010. 89
Tabela 12. Ribeiro Preto. Nmero total de anncios coletados por ano. 1995, 2000 e 2010 .. 95
Tabela 13. ndices de anlise do preo do m. Apartamentos. Londrina ................................. 112
Tabela 14. ndices de variao do preo do m. Casas. Londrina............................................ 114
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Tabela 15. Tabela X. ndices de variao do preo do m. Terrenos. Londrina ....................... 117
Tabela 16. ndices de anlise do preo do m. Apartamentos. Ribeiro Preto ........................ 124
Tabela 17. ndices de anlise do preo do m. Casas. Ribeiro Preto ..................................... 125
Tabela 18. ndices de anlise do preo do m. Terrenos. Ribeiro Preto ................................ 127
Lista de Figuras
Figura 1. Apartamentos ofertados. Londrina. 1995 a 2010. ...................................................... 90
Figura 2. Casas ofertadas. Londrina. 1995 a 2010 ..................................................................... 92
Figura 3. Terrenos Ofertados. Londrina. 1995 a 2010 ................................................................ 94
Figura 4. Apartamentos ofertados. Ribeiro Preto. 1995 a 2010 ............................................... 96
Figura 6.Terrenos ofertados. Ribeiro Preto. 1995 a 2010 ........................................................ 98
Figura 5. Casas ofertadas. Ribeiro Preto. 1995 a 2010 ............................................................ 99
Figura 7. Chefes de Famlia com Rendimento at 2 salrios mnimos. ................................... 109
Figura 8. Chefes de famlia com rendimento superior a 20 salrios mnimos. Londrina. 2000 a
2010 ........................................................................................................................................... 110
Figura 9. Bairros com mdia de preos superior a mdia da cidade em m. Casas. Londrina
1995 a 2010 ............................................................................................................................... 116
Figura 10. Bairros com mdia de preos superior a mdia da cidade em m. Casas. Londrina
1995 a 2010 ............................................................................................................................... 119
Figura 11. Chefes de famlia com rendimento at 2 salrios mnimos. Ribeiro Preto. 2000 e
2010 ........................................................................................................................................... 121
Figura 12. Chefes de famlia com rendimento superior a 20 salrio mnimos. Ribeiro Preto.
2000 e 2010 ............................................................................................................................... 122
Figura 13. Setores com mdia de preo superior a mdia da cidade. Casas. Ribeiro Preto.
1995 a 2010 ............................................................................................................................... 126
Figura 14. Setores com mdia de preo superior a mdia da cidade. Terrenos. Ribeiro Preto.
1995 a 2010 ............................................................................................................................... 129
Lista de Grficos
Grfico 1. Variao dos preos mdios de apartamentos em m. Londrina. 1995 a 2010....... 113
Grfico 2. Variao dos preos mdios de casas em m. ....................................................... 114
Grfico 3. Variao dos preos mdios de terrenos em m.Londrina. 1995 a 2010. ............... 118
Grfico 4: Variao dos preos mdios de apartamentos em m. Ribeiro Preto. 1995 a 2010.
................................................................................................................................................... 124
Grfico 5. Variao dos preos mdios de casas em m. Ribeiro Preto. 1995 a 2010. ........ 125
Grfico 6. Variao dos preos mdios de terrenos em m. Ribeiro Preto. 1995 a 2010. ..... 128
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Resumo
As pretenses lanadas por este trabalho aproximam-se de questes em
torno das lgicas e agentes da produo imobiliria recente na cidade nas
cidades de Londrina e Ribeiro Preto. Considera, portanto, as feies lanadas
sob o processo de urbanizao que denota um caminho sinuoso sua
compreenso em virtude da complexificao e imponderabilidade atual que
acirra o modo como as relaes espaciais se estabelecem, conformando
transformaes profundas nas cidades.
Se de um lado observamos a redefinio das lgicas de produo do
espao urbano em geral e das cidades em particular, confrontando
caractersticas tais como a continuidade dos tecidos urbanos e amplificando as
dinmicas de diferenciao interna da cidade, de outro, sob a particularidade
da produo imobiliria, observamos redefinies das estratgias de atuao
dos agentes e da extenso do poder aplicado suas prticas ao produzir e se
apropriar das cidades.
Assim, trabalhando com dados de anncios imobilirios do perodo 1995
- 2010 esta pesquisa coloca em uma perspectiva comparada as caractersticas
dos mercados imobilirios de duas cidades mdias. Busca-se, assim,
apreender processos que sejam comuns entre elas e outros, particulares a
cada uma.
PALAVRAS-CHAVES: cidades mdias, produo do espao urbano, mercado
imobilirio.
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Apresentao
O relatrio que ora submetemos para anlise rene os resultados de
pesquisa construdos durante o perodo relativo vigncia da bolsa de estudos
de mestrado concedida pela Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de
So Paulo (FAPESP).
Esta sntese final condiz sistematizao de diferentes etapas de
pesquisa realizadas com a finalidade de atingir o objetivo de comparar as
dinmicas dos mercados imobilirios das cidades mdias de Londrina e
Ribeiro Preto, tal como apresentado no projeto inicial de pesquisa
encaminhado a esta agncia.
O perodo em questo inicia-se em maio do ano de 2012, chegando at
o presente momento. As diferentes etapas de pesquisa mencionadas esto
circunscritas realizao das disciplinas, participao em eventos cientficos e
workshops e apresentao de trabalhos, pesquisa bibliogrfica diversificada e
suas leituras, participao em grupos de estudos, realizao de trabalhos de
campo para obteno de dados, informaes e realizao de entrevistas,
participao em conferncias pblicas municipais etc.
Para a apresentao dos resultados obtidos optou-se na diviso deste
trabalho em tres partes. A primeira deles aborda as atividades prticas e de
pesquisa efetuadas no perodo. Para tanto, detalha e pormenoriza, disciplinas,
eventos, congressos, etc.
Ainda para esta parte do relatrio (Parte I) esto sistematizados os
roteiros das atividades de campo efetuadas no perodo. No total foram
realizadas 8 trabalhos de campos nas cidades estudadas, sendo 3 trabalhos de
campo na cidade de Londrina e 5 trabalhos de campos na cidade de Ribeiro
Preto. Alm disso, apresenta o roteiro de entrevista utilizado, alm de destacar
as entrevistas efetuadas que totalizam 15, sendo 11 na cidade de Londrina e 5
na cidade de Ribeiro Preto, at o momento.
.A segunda parte do relatrio (Parte II), composta por trs captulos,
debate os resultados de pesquisa alados. O primeiro contextualiza as cidades
estudadas, destacando os processos recentes responsveis pelas
transformaes nas estruturas internas destas cidades e o papel que os novos
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produtos imobilirios cumprem neste conjunto. O segundo, aborda as
trajetrias recentes dos agentes imobilirios nestas cidades, debatendo os
desdobramentos espaciais da dinmica imobiliria recente nas cidades de
Londrina e Ribeiro Preto. Por fim, o terceiro captulo aborda o mercado
imobilirio destas duas cidades, tomando como panos de fundo as discusses
anteriores, acrescentando a elas o debate em torno da evoluo histrica dos
preos imobilirios, em sua diferenciao no tempo. Este captulo utiliza como
subsdios os mais de 50000 dados compilados atravs dos anncios de
classificados de jornais destas cidades, tal como ser descrito quando da
apresentao dos procedimentos metodolgicos.
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Parte I: A trajetria de Pesquisa
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1. Atividades desenvolvidas.
nossa inteno com a presente seco descrever as atividades
acadmicas realizadas ao longo do curso de Mestrado em Geografia pela
FCT/UNESP. Para tanto, agrupamos as informaes destacando as disciplinas
cursadas, os cursos realizados, a participao em eventos, participao em
cursos e cursos ministrados, eventos com trabalhos aprovados, participao
em grupo de estudos e reunies de orientao.
1.1. Disciplinas Cursadas
Este item descreve as disciplinas cursadas no perodo compreendido pelo ano
de 2012. A matrcula nestas disciplinas atendeu a interesses especficos s
discusses prprias ao projeto de pesquisa, buscando nelas aprofundar
discusses em torno das temticas da produo do espao urbano, do
mercado imobilirio, das metodologias de pesquisa e a relao cidade-campo.
Organizao do Trabalho Cientfico I.
Perodo: 1 semestre de 2012
Crditos: 6
Carga horria: 90
A disciplina Organizao do Trabalho Cientfico I foi realizada na primeira
semana de maro do ano de 2012. Correspondia a uma disciplina concentrada
em uma semana totalizando 6 crditos. Utilizando-se de palestras, colquios de
projetos de pesquisa e orientaes de cunho terico-metodolgico, de normas
para referncias bibliogrficas e regimentais, foram discutidas as temticas de
estudo, especficas aos recortes tericos e encaminhamentos metodolgicos,
assumidos por cada um dos pr-projetos de pesquisa.
Estas atividades desdobram-se da apresentao de todos os projetos de
pesquisa aprovados no processo seletivo pelos respectivos estudantes da ps-
graduao responsveis pelos trabalhos. Cada estudante apresentou seu
trabalho atravs de um banner/painel, tendo de 15 a 20 minutos de
apresentao. O critrio utilizado para definio dos dias e a ordem de
apresentao, foi estabelecido segundo os grupos de pesquisa.
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A cada dia dois grupos de pesquisa apresentaram sua linha temtica, o
professor responsvel, as pesquisas realizadas e em execuo e os projetos
de pesquisa dos estudantes da ps-graduao. A coordenao da disciplina
ficou sob responsabilidade dos professores do Programa de Ps-Graduao
em Geografia, que conduziram as atividades de organizao das
apresentaes recepo e apresentao do Programa e dos respectivos
grupos de pesquisa. Alm disso, conduziram as rodadas de perguntas assim
como ao fim de cada apresentao efetuaram consideraes a cada um dos
trabalhos.
Metodologia cientfica em Geografia: mtodo, teoria e o pensamento
geogrfico.
Perodo: 1 semestres de 2012
Crditos: 6
Carga horria: 90
Professor responsvel: Eliseu Savrio Sposito e Marcos Aurlio Saquet
Disciplina realizado nos meses de maro a junho de 2012, contabilizando um
total de 6 crditos. Abordou em seus contedos a evoluo da metodologia
cientfica. Toda temtica foi trabalhada em oito eixos intitulados: 1) Filosofia e
cincia, 2) O surgimento da cincia, 3) O mtodo, 4) A teoria do conhecimento:
abordagem a partir da linguagem, 5) Conceitos: espao/tempo, regio,
territrio, lugar, paisagem, 6) Temas: globalizao, modernidade, urbanizao,
relao cidade-campo 7) Teorias: ciclo da eroso, localidades centrais, dois
circuitos da economia urbana, regio, desenvolvimento desigual e 8) Pesquisa:
monografias, dissertaes e teses.
Dentre estes diferentes eixos foram apresentados os diversos mtodos, suas
bases filosficas e sua relao com desenvolvimento da cincia, associados
aos conceitos (como territrio, espao e regio, entre outros), teorias (como do
caos, da regio ou do desenvolvimento, entre outras) e temas (como
modernidade, globalizao e urbanizao, entre outros).
A Questo cidade-campo, agroindstria e movimentos sociais.
Perodo: 2 semestre de 2012
Crditos: 6
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Carga horria: 90
Professor responsvel: Antnio Thomaz Junior
A disciplina de responsabilidade do professor Dr. Antnio Thomaz Jr. Foi
oferecida no formato de disciplina concentrada. Com noventa horas aula
correspondendo a seis crditos. As aulas tiveram incio no dia 5 de setembro e
foram finalizadas no dia 23 do mesmo ms.
O contedo programtico foi dividido em quatro eixos intitulados: A questo
cidade-campo revisitada; Agroindstria diviso tcnica e social do trabalho; Das
Formas Tradicionais s Novas Alternativas de Organizao do Trabalho e
Movimentos Sociais; Foras Produtivas e Gesto do trabalho.
Atravs de aulas expositivas e uma ampla bibliografia foram discutidas
questes em torno das (re)definies poltico-econmicas, gerencial e
organizativas do capital e, das alteraes decorrentes nas relaes de trabalho
e de produo. Destacando as formas de insero dos atores sociais
envolvidos na Agroindstria, tendo por base a relao capital x trabalho e o
processo de dominao de classe.
Destas relaes desdobraram-se as discusses acerca das aes
organizativas do trabalho, expressas em diferentes formas de organizao
(associaes, cooperativas, sindicatos etc.). Demarcando o modo de insero
territorial do conflito capital x trabalho, em especial, a partir da realizao do
Trabalho de Campo, no Pontal do Paranapanema, na regio da cidade de
Teodoro Sampaio.
Urbanizao e Produo do Espao.
Perodo: 1 e 2 semestres de 2012
Crditos: 12
Carga horria: 180
Professores responsveis: Maria Encarnao Beltro Sposito, Eda Maria
Goes e Everaldo Santos Melazzo
A disciplina Urbanizao e Produo do Espao Urbano foi ministrada pelas
professoras Dra. Maria Encarnao Beltro Spsito, Dra. Eda Ges e pelo
professor Dr. Everaldo Santos Melazzo. Trata-se de uma disciplina de durao
anual, iniciada na segunda semana de maro e com trmino na ltima semana
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de novembro, com carga horria de cento e oitenta horas totalizando doze
crditos.
Dividida em trs mdulos, abordou as temticas: 1) Urbanizao e cidades; 2)
Produo das cidades; 3) Reestruturao das cidades; 4) Espao: Cotidiano e
representao. Alm disso, a disciplina ainda ofereceu um trabalho de campo
para a cidade de Marlia SP, durante o final de semana da segunda semana
de agosto.
Com ampla bibliografia bsica a disciplina oferece condies ao
reconhecimento e a discusso de diferentes matrizes tericas em torno do
processo de urbanizao. O destaque a estas diferentes abordagens permite
refletir em torno dos processos e questes postas ao urbano em suas mltiplas
dimenses: geogrfica, econmica, histrica, simblicas e sociais.
Ao fim das disciplinas, com a concluso do quarto mdulo, foram elaborados
seminrios pelos estudantes a partir de temticas estruturadas em pelo menos
dois dentre os trs mdulos temticos.
Com a finalidade concentrar as informaes das disciplinas elaboramos um
quadro sntese, contendo as informaes: nome da disciplina, crditos, carga
horria, frequncia e conceito.
Quadro 1. Sntese das disciplinas cursadas no perodo. 2012
Disciplinas Crditos Carga horria
Frequncia Conceito
Organizao do Trabalho Cientfico I
6 90 94 A
Metodologia cientfica em Geografia: mtodo, teoria
e o pensamento geogrfico.
6 90 90 B
A Questo cidade-campo, agroindstria e
movimentos sociais
3 45 100 A
Urbanizao e Produo do Espao
12 180 92 A
Total geral de crditos e horas
30 450 - -
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1.2. Participao em eventos: workshops, encontros e seminrios.
Evento: X Workshop da Rede de Pesquisadores sobre Cidades Mdias
(ReCiMe)
Data: 14 a 16 de agosto de 2012
Local: Presidente Prudente SP (UNESP)
Participao: ouvinte
Evento: XVII Encontro Nacional de Gegrafos
Data: 22 a 28 de julho de 2012
Local: Belo Horizonte MG
Participao: apresentao de trabalho
Ttulo do trabalho: Consideraes acerca das novas estratgias de atuao
das grandes incorporadoras na produo do espao urbano.
Tipo de exposio: oral
Evento: XIV Encontro de Gegrafos da Amrica Latina
Data: 8 a 12 de abril de 2013
Local: Lima Peru
Participao: apresentao de trabalho
Ttulo do trabalho: Contribuio para anlise do mercado imobilirio em
cidades mdias brasileiras.
Tipo de exposio: oral
Evento: Encontro Nacional da Associao Nacional de Ps-Graduao e
Pesquisa em Geografia.
Data: 7 a 11 de outubro de 2013.
Local: Campinas/ SP.
Participao: apresentao de trabalho.
Ttulo do trabalho: Restruturao das cidades e mercado imobilirio em
Londrina.
Tipo de exposio: oral
Evento: Seminrio GAsPERR 20 anos.
Data: 3 a 4 de dezembro.
Local: Presidente Prudente/SP
Participao: apresentao de trabalho
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Ttulo do trabalho: O mercado imobilirio em Londrina e Ribeiro Preto:
anlise comparativa do processo de estruturao intraurbana.
Tipo de exposio: painel
1.3. Participao em Defesas de Doutorado, Mestrado e Monografia.
Participao em Defesa de Tese de Doutorado
Ttulo da Dissertao: Estado, industrializao e os espaos de
acumulao das multilatinas.
Candidata: Leandro Bruno Torres
Orientador: Prof. Dr. Eliseu Savrio Sposito - Departamento de Geografia /
Faculdade de Cincias e Tecnologia de Presidente Prudente
Data da defesa: 11/10/2012
Participao em Defesa de Tese de Doutorado
Ttulo da Dissertao: A fruticultura no nordeste semirido:
internacionalizao, conflitos territoriais e a precarizao do trabalho
Candidata: Juscelino Eudmidas Bezerra
Orientador: Prof. Dr. Antonio Thomaz Junior - Departamento de Geografia /
Faculdade de Cincias e Tecnologia de Presidente Prudente
Data da defesa: 7/12/2012
Participao em Defesa de Tese de Doutorado
Ttulo da Dissertao: Vidas em enclaves. Imaginrio das cidades
inseguras e fragmentao socioespacial em contextos no
metropolitanos
Candidata: Maria Anglica de Oliveira Magrini
Orientador: Prof. Dr. Eda Maria Goes - Departamento de Geografia / Faculdade
de Cincias e Tecnologia de Presidente Prudente
Data da defesa: 11/03/2013
Participao em Defesa de Tese de Doutorado
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Ttulo da Dissertao: Diferena. Disperso e fragmentao: exploraes
metropolitanas em Braslia e Curitiba.
Candidato: Igor de Frana Catalo
Orientador: Profa. Dra Maria Encarnao Beltro Sposito.
Data da defesa: 15/05/2013
Participao em Defesa de Tese de Mestrado
Ttulo da Dissertao: Transformaes do planejamento urbano em cidades de
porte mdio e em cidades mdias brasileiras..
Candidato: Henrique Alvez da Silva
Orientador: Prof. Dr. Arthur Magon Whitaker.
Data da defesa: 10/05/2013
Participao em Defesa de Tese de Monografia
Ttulo da Dissertao: Anlise comparativa do mercado imobilirio em Cidades
Mdias: a oferta de apartamentos, casas e terrenos urbanos em Campina
Grande PB, Mossor RN e Passo Fundo - RS.
Candidato: Aline Fernanda Coimbra
Orientador: Prof. Dr. Everaldo Santos Melazzo .
Data da defesa: 26/11/2013
1.4. Participao em Aula Magna
Participao em Aula Magna.
Temtica abordada: Sculo XXI Final dos Tempos e o Destrutivismo
Imanente da Sociedade do Capital: Desafios Epistemolgicos para a Geografia
e Necessidades Emancipatrias
Promovido pela Coordenao do Programa de Ps-Graduao em Geografia
Convidado: Prof. Dr. Ruy Moreira - Universidade de So Paulo
Perodo de realizao: 28 de maro de 2012
Local: FCT/Unesp - Campus de Presidente Prudente.
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1.5. Participao em Conferencias e Mesas Redondas
Participao em Conferncia de Abertura da XIII Jornada do
Trabalho.
Tema Abordado: A irreformabilidade do capital e os conflitos territoriais no
limiar do sculo XXI. Os novos desafios da geografia do trabalho
Promovido pelo Centro de Estudos de Geografia do Trabalho CeGeT.
Convidado: Prof. Dr. Ricardo Antunes.
Participao em Mesa Redonda.
Temtica Abordada: Trabalhadores em meio a irreformabilidade do capital.
Interveno do Estado e polticas pblicas.
Promovido pelo Centro de Estudos de Geografia do Trabalho CeGeT.
Convidados: Maria Aparecida Moraes da Silva (UFSCar), Jorge L. Souto Maior
(Faculdade de Direito USP), Rubens Germano (Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Presidente Venceslau - SRT) e Jorge Ramn Montenegro (CEGeT e
UFPR).
Perodo de Realizao: 12 de outubro de 2012
1.6. Participao em cursos.
Curso: Tcnicas de anlisis de mercados de suelo urban.
Instituio: Lincoln Insnstitute of land Police
Modalidade: Curso a distncia
Descrio: O curso apresenta os conceitos e princpios bsicos de
funcionamento dos mercados de terra e da aplicao emprica dos mtodos de
anlise. Aborda a teoria da oferta e demanda de terras, os principais aspectos
da economia urbana. Os participantes so treinados para entender a dinmica
dos mercados formais e informais de solo urbano e as questes relacionadas
com a avaliao dos impactos da regulamentao do uso da terra e
intervenes pblicas.
Com durao de 10 semanas, contabilizou um total de 200 horas de
atividades. As atividades eram desenvolvidas semanalmente atravs de fruns
de discusso, leitura de textos e da participao de tele aulas.
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1.7. Cursos de curta durao ministrados
Modalidade: Oficina
Ttulo: Desafios metodolgicos para estudos comparativos em cidades mdias
brasileiras.
Objetivo: O conjunto das pesquisas e reflexes compreendidas nesta oficina
atribui ao setor imobilirio um papel central para a compreenso dos conflitos e
tenses inerentes s lgicas de ocupao seletivas das reas melhor providas
no interior das cidades, em associao s estratgias despendidas por novas
reestruturaes espaciais, que favorecem a especulao imobiliria. A procura
da valorizao constante no espao urbano resulta na criao de padres de
densificao e verticalizao em reas especficas, gerando uma seletividade
na distribuio dos benefcios e amenidades do ambiente construdo,
produzidos aos diferentes segmentos socioeconmicos.
A lgica do mercado imobilirio remete, portanto, a considerao de algumas
particularidades engendradas por sua organizao interna que o diferencia dos
demais mercados. So oriundas da alta durabilidade e alto preo unitrio do
bem imvel edificado ou no , constituindo um arranjo em que predominam
os estoques de bens usados em relao aos lanamentos.
A partir destas caractersticas verificamos peculiaridades manifestas que nos
servem de balizadores ao movimento do volume ofertado e dos preos
informados, alm, de se constituir, a oferta imobiliria, num elemento condutor
da produo do espao urbano, o mercado capta um ambiente de tomadas de
decises aes e decises cumulativas individuais e institucionais na forma
de alteraes nos preos, nos tipos dos imveis e nas localizaes.
Neste sentido, propomos apresentar e discutir as fontes de coleta de dados,
avaliando seus problemas e potencialidades a partir das realidades no
metropolitanas. Para tanto, ser objetivo aprofundar o debate acerca dos
recursos metodolgicos, detendo-nos nas fontes de pesquisas disponveis nos
anncios de classificados de imveis, contemplando as tcnicas de
compilao, tratamento e anlise estatstica e cartogrfica dos dados a partir
de exemplos concretos estudados.
Data: 16 de agosto de 2012
Local: Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Cincias e Tecnologia,
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Campus de Presidente Prudente SP.
Organizao: Rede de Pesquisadores sobre Cidades Mdias (X Workshop
ReCiMe).
1.8. Participao em grupos de estudos/reunies de orientao
Grupo de Estudos Produo do espao urbano e a dinmica imobiliria
recente.
Responsvel: Everaldo Santos Melazzo
Descrio: O grupo de estudos Produo do Espao Urbano e a Dinmica
Imobiliria Recente consiste em reunies mensais de estudantes da ps-
graduao e graduao interessados nas temticas especficas produo do
espao urbano em associao aos estudos da dinmica imobiliria.
Com a orientao do Prof. Dr. Everaldo Santos Melazzo o grupo
desenvolve atividades de leitura e discusso mensais, abordando em seu
cronogramas temticas relacionadas a produo do espao, dinmica
imobiliria, cidades mdias e formas de consumo do/no espao.
Quadro 2.Sntese de temticas abordadas no ano de 2012.
Ms Tema
Maio O geral, o particular e o singular.
Junho Produo, consumo, distribuio e troca.
Julho Segregao, desigualdade, fragmentao e diferenciao socioespacial.
Agosto Cidades Mdias.
Setembro Servios (produtivos e consumptivos).
Outubro/novembro O capital mercantil e o capital financeiro.
Complementarmente s informaes do quadro com a sntese das
temticas abordadas destacamos a bibliografia consultada e debatida durante
o perodo.
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Bibliografia utilizada para os debates:
Maio - Texto discutido:
CHEPTULIN, Alexandre. O geral, o particular e o singular. In: ______. A
dialtica materialista. Categorias e leis da dialtica. So Paulo: Alfa-Omega,
2004. Caps. V e VI.
Junho - Texto discutido:
MARX, Karl. Grundrisse. So Paulo: Boitempo, 2011. Cap. 1: Produo,
consumo, distribuio, troca [circulao].
Julho - Textos discutidos:
SALGUEIRO, Teresa B. Cidade ps-moderna - espao fragmentado.
Territrio, ano 3, N 4, jan./jun. 1998.
VASCONCELOS, Pedro de A. A Aplicao do Conceito de Segregao
Residencial ao Contexto Brasileiro na Longa Durao. Cidades. 2004, v. 1, n.
2, p.259 274.
Agosto - Textos discutidos:
COSTA, Eduarda M. da. Cidades Mdias. Contributos para a sua definio.
Finisterra, XXXVII, 74, 2002, p. 10-128. (PDF)
SPOSITO, M. E. B. ______. Desafios para o estudo das cidades mdias. Anais
do XI Seminrio Internacional de la Red Iberoamericana de Investigadores
sobre Globalizacin y Territorio, Mendoza. Trabalhos completos. Mendoza:
UNCUYO - Universidad de Cuyo, p. 01-18, 2010.
SANFELIU, Carmen B. Del concepto ciudad media al de ciudad intermedia en
los tiempos la globalizacin. In: SANFELIU, Carmen B.; SPOSITO, Maria E. B.
(org). Las ciudades medias o intermdias en un mundo globalizado. Lleida:
Universitat de Lleida, 2009.
Setembro - Textos discutidos:
MARX, K. Trabalho produtivo e trabalho improdutivo. In: ANTUNES R.
(organizao). A dialtica do trabalho. So Paulo: Expresso Popular, 2007.
OLIVEIRA, Francisco. O tercirio e a diviso social do trabalho. CEBRAP, So
Paulo - SP, v. 24, p. 137-168, 1979.
KON, Anita. Antecedentes tericos: conceitos tradicionais da economia poltica
dos servios. In: ______. Economia de servios: teoria e evoluo no Brasil.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p.1-21.
Outubro/novembro - Texto discutido:
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HARVEY, David. El capital financiero. In: ______. Los limites del capitalismo
y la teoria marxista. Mxico: Fondo de Cultura Econmica, 1990.
1.9. Reunies de orientao
As reunies de orientao ocorreram de modo frequente seguindo um
formato individual e coletivo com demais membros do grupo, sempre
atendendo s necessidades e questes postas pesquisa em
desenvolvimento, abarcando demandas operacionais tais como cronogramas
de atividades e trabalhos de campo e questes de trato terico-metodolgicas.
1.10. Trabalhos de Campo. Descrio das atividades de campo.
Esta parte do relatrio dedicada descrio das atividades de campo
realizadas nas cidade de Londrina e Ribeiro Preto durante o perodo de
vigncia da bolsa de estudos. O total de atividades realizadas foram de 6
trabalhos de campo, contribuindo para a coleta de dados, realizao de
entrevistas, visitas a empreendimentos imobilirios e reconhecimento das
diferentes reas da cidade.1
Para um detalhamento rigoroso destas atividades, encontram sua
descrio por meio de quadro sntese com o dia e as atividades desenvolvidas.
1.10.1. Trabalhos de campo realizados na cidade de Londrina.
Trabalho de campo realizado entre os dias 16 e 19 de setembro de
2012
Este foi o primeiro trabalho de campo, realizado no ms de setembro
entre os dias 16 e 19 do ano de 2012. O roteiro inicial atendeu a duas frentes
de atividades. A primeira a partir das necessidades de percorrer os vetores de
expanso territorial e os vetores de expanso imobilirio. A segunda buscou
estabelecer um primeiro contato com os agentes imobilirios principalmente
1 importante ressaltar que todas as atividade de campo descritas nesta parte do trabalho foram realizadas
em conjunto com estudante de doutorado da ps-graduao da FCT-UNESP Wagner Vincius Amorim e
bolsista de iniciao Cientfica Bruno Barcela sua idealizao e organizao foi construda no interior das
discusses do grupo de estudos Produo do espao urbano e a dinmica imobiliria recente.
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corretores -, identificar as principais empresas de incorporao imobiliria e
obter algumas informaes sobre os loteamentos do Programa Minha Casa
Minha Vida atravs do poder pblico, via companhia de habitao de Londrina.
Com os objetivos traados, foi elaborado um amplo cronograma de
atividades, direcionando nossas aes intencionou um aproveitamento
adequado capaz de contemplar as demandas estabelecidas.
Este cronograma est pormenorizado em quadro sntese que atende ao
critrio: dia de atividade e atividades realizadas, constando uma breve
descrio.
Quadro 3. Cronograma do Trabalho de Campo em Londrina. Setembro de 2012
Dia Atividade
Domingo Dia 16
Percurso realizado pela Zona Leste (conjuntos habitacionais, loteamentos fechados, empreendimentos da MRV e da Yticon, Bulevar Shopping etc.), Visita rea central (centro histrico e comercial);
Visita rea de verticalizao na Gleba Palhano e ao Lago Igap;
2f Dia 17
Entrevista realizada com corretores no planto de vendas da Rodobens.
Visita Gleba Palhano (loteamentos fechados e verticalizao).
Visita ao show room da Yticon com realizao de entrevista ao corretor Joo.
Visita a um canteiro de obras da Yticon, do edifcio Pateo Aurora, na Gleba Palhano. Na parte da tarde realizamos um percurso em toda a Zona Norte, com destaque para o residencial Vista Bela (MCMV 0 a 3 salrios mnimos), onde conversamos com um morador. Visita s obras do Catua Norte Shopping.
3f Dia 18
Entrevista junto ao corretor Denerval Culhieri da imobiliria Raul Fulgncio no show room da construtora A. Yoshii;
Tentativa de contato com diretores da construtora A. Yoshii;
Escritrio da Caixa Econmica (para levantar os financiamentos arrolados pelo MCMV), a serem solicitados via e-mail e mediante ofcio da Universidade; Visita ao escritrio da COHAB a fim de verificar o que j foi feito dentro da faixa de renda de 0 a 3 salrios mnimos pelo MCMV em Londrina
4f Dia 19
Visita ao escritrio da regional da SINDUSCON Norte do Paran
Visita ao shopping Catua e reconhecimento das melhorias virias e demais obras de infraestrutura local nas proximidades do shopping, das faculdades e da rodovia Celso Garcia Cid;
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Realizao de percurso com reconhecimento dos bairros da Zona Sul da cidade, at as reas limtrofes no perirubano da cidade (destaque para os bairros Unio da Vitria, Conjunto Habitacional Nova Esperana, Cristal I, II, III), e imediaes do Parque Arthur Thomas, do Tiro de Guerra e do Aeroporto;
Visita ao residencial Terra Nova e Moradas, da Rodobens, no Heimtal (Zona Norte de Londrina);
Trabalho de campo realizado entre os dias 01 e 04 de junho de 2013
O segundo trabalho de campo realizado ocorreu entre os dias 01 e 04 de
junho do ano de 2013. O cronograma de atividades elaborado buscou
contemplar a participao como ouvinte na 5 Conferncia Municipal das
Cidades, alm disso, efetuou-se visitas organizaes sindicais SECOVI e
SINDUSCON e foi realizada entrevista com com consultor de vendas, no
showroom da Construtora Plaenge. Ademais, foram percorridos diferentes
pontos da cidade, como shopping centers e canteiros de obras. A descrio
pormenorizadas das atividade segue no Quadro sntese 4.
Quadro 4. Cronograma do Trabalho de Campo em Londrina. Junho de 2013
Dia Atividades
1 Julho Participao como ouvinte na 5 Conferncia Municipal das Cidades, realizada na Cmara Municipal de Londrina;
3 de julho
Visita s obras do Condomnio Parque Tau (Construtora Paysage), na Zona Leste de Londrina; Visita ao Boulevard Londrina Shopping, recm inaugurado na Zona Leste de Londrina; Visita ao Londrina Norte Shopping (Grupo Catua);
Visita ao Conjunto Habitacional Vista Bela;
Visita s obras do Residencial Torres, da Construtora Planalto (Zona Norte); Visita aos loteamentos fechados de pequeno porte na Zona Norte;
4 de julho
Visita ao Sinduscon (solicitao e aquisio da Pesquisa de Avaliao do Potencial do Mercado Construtor de Londrina);
Visita ao SECOVI (solicitao da pesquisa Anlise da oferta de imveis usados e terrenos venda em Londrina);
Realizao de entrevista com consultor de vendas, no showroom da Construtora Plaenge.
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Trabalho de campo realizado entre os dias 01 e 03 de julho de 2013
O ltimo trabalho de campo realizado ocorreu entre os dias 1 e 3 de
julho do ano de 2013. Este trabalho de campo teve como prioridade a coleta de
dados junto s organizaes sindicais e a realizao de entrevistas com as
principais incorporadoras da cidade. O conjunto de atividades sistematizadas
consta no Quadro 5.
Quadro 5. Cronograma do Trabalho de Campo em Londrina. Junho de 2013
Dia Atividade
1 de Junho
Levantamento de dados na SECOVI-PR, relativos s oferta no mercado imobilirio londrinense
Agendamento de entrevista com o senhor Marcos Moura, membro do SECOVI e dono da imobiliria Mnaco (entrevistado ausente na data e horrio marcado);
2 de Junho
Entrevista realizada com o senhor Luiz Cludio Guarda, coordenador comercial da construtora e incorporadora Artenge;
entrevista realizada com a engenheira Suzana Pita, do SINDUSCON-NORTE-PR;
3 de Junho
Entrevista realizada com engenheiro Marco Antnio de Oliveira, da construtora Protenge;
Entrevista realizada com o senhor Raul Fulgncio, diretor e presidente da Raul Fulgncio Negcios Imobilirios;
Entrevista realizada com a senhora rica Volpato Endo, gerente de marketing da construtora e incorporadora A. Yoshii.
1.10.2. Trabalhos de campo Realizados na cidade de Ribeiro Preto.
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Trabalho de campo realizado entre os dias 05 e 06 de dezembro de
2012
O trabalho de campo em Ribeiro Preto ocorreu entre os dias 5 e 6 de
dezembro de 2012. O roteiro de atividades organizado orientou-se
predominantemente para as aes destinadas coleta cpia via
escaneamento dos anncios de classificado de jornais utilizados para
elaborao de banco de dados.
A elaborao prvia do roteiro destinou-se escolha do jornal de maior
circulao local na cidade para coleta dos anncios de imveis. Para tanto,
previamente selecionados locais de possvel existncia de arquivos de jornais
com ampla srie histrica. O plano inicial, contava com visitas na sede do
Jornal A Cidade, tambm Biblioteca Municipal Padre Euclides e o Arquivo
Pblico Municipal.
O jornal escolhido para coleta foi o Jornal A Cidade, por se tratar do
jornal mais antigo da cidade e ser aquele de maior comercializao/circulao,
segundo o levantamento realizado com funcionrios e proprietrios de bancas
de jornal e revista da rea central de Ribeiro Preto.
O cronograma exposto no Quadro X colabora caracterizao das
atividades efetuadas durantes os dias de trabalho de campo.
Quadro 6. Cronograma de atividades realizadas no Trabalho de Campo em Ribeiro Preto. Dezembro. 2012.
Dia Atividade
4f Dia 5
Visita a Sede do Jornal A cidade
Visita a Biblioteca Municipal
Ida a Prefeitura Municipal
Visita ao Arquivo Pblico Municipal.
5f Dia 6
Biblioteca Altino Arantes
Bibliotecas das Universidades Baro de Mau, Unaerp e Moura Lacerda
Percurso a p pela Avenida Professor Joo Fisa
Com a concluso das atividades de campo, possvel destacar, em uma
breve avaliao, a concluso parcial dos objetivos traados inicialmente. Isto
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porque, grande dificuldade foi encontrada em coletar os anncios de jornal para
a srie histrica desejada 1995, 2000, 2006 e 2010.
Estas complicaes esto dadas pela quase ausncia de arquivos
disponveis dos jornais em um mesmo local e com srie histrica abrangente.
Como pode ser verificado atravs dos locais frequentados durante o primeiro
dia de atividade, buscou-se encontrar na sede do Jornal e em instituies
pblicas arquivos de jornal capazes de dispor dos exemplares desejados.
Entretanto, a sede do Jornal A cidade, mostrou-se indisponvel
pesquisa dos arquivos particulares. Recorremos a Biblioteca Municipal, que
no dispunha de arquivos de jornais. Seguimos em direo a Prefeitura
Municipal, buscando o contato com o arquivo Pblico Municipal, verificando a
extenso do acervo e solicitando autorizao para coleta dos arquivos
disponveis.
O arquivo pblico municipal dispe de uma ampla srie histrica, que,
contudo, chega apenas ao ano 2000. E nele permanecemos durante todo
primeiro dia de trabalho de campo, coletando os arquivos de jornal referentes
ao ano de 1995 e 2000.
O segundo dia de atividade foi dedicado busca do restante da srie
histrica, os anos 2006 e 2010. Para isso nos foi indicado, pelos funcionrios
do Arquivo Municipal a Biblioteca Pblica Altino Arantes, nela encontramos
uma srie histrica correspondente aos anos de 2007 at 2012. Coletamos o
ano de 2010, entretanto, ainda restava encontrar o ano de 2006.
Para tanto, percorremos, no perodo da tarde, um trajeto buscando
contato com as instituies de ensino superior. A busca, entretanto, no
encontrou soluo ao problema. Ou seja, aps o trabalho de campo dispomos
dos dados referentes aos anos de 1995, 2000 e 2010.
Aps a concluso da etapa de coleta de dados, ainda, foi possvel
percorrer a Avenida Professor Joo Fiuza, principal vetor de valorizao
imobiliria na cidade de Ribeiro Preto. Percorrendo toda sua extenso,
buscando identificar uma aproximao inicial com os tipos de
empreendimentos imobilirios comercializados e as empresas responsveis
por sua produo.
Trabalho de campo realizado no dia 27 de novembro de 2013.
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O segundo trabalho de campo realizado na cidade de Ribeiro Preto
construiu-se com os objetivos de estabelecer contato com as principais
empresas construtoras e incorporadoras em atuao na cidade e reconhecer
os principais vetores de expanso imobiliria da cidade.
Para tanto, o cronograma de atividades previamente estabelecido
orientou-se a partir da necessidade de contato com as empresas construtoras
voltadas aos empreendimentos de alto padro: Copema, Pereira Alvim,
Habiarte Barc, Perplan e WTB. Alm destas, buscou contato com as empresas
em atuao pelo programa Minha Casa Minha Vida, MB7 e Construplam.
Na semana anterior ao trabalho de campo foram efetuadas diversas
tentativas de contato com estas empresas, buscando agendamento prvio para
entrevistas, entretanto, sem sucesso. Apesar, da ausncia de agendamento
prvio foi possvel realizar durante o trabalho de campo 4 entrevistas. Estas
entrevistas foram realizadas com os gerentes de venda das empresas
COPEMA e Habiarte Barc e com as diretoras de Marketing das empresas WTB
e Perplan.
Todas as entrevistas atenderam a um roteiro de questes semelhantes
aos da cidade de Londrina. Neste sentido, abordaram tanto questes pontuais
em torno da histria das empresas, sua rea de atuao e produtos
comercializados, quanto, a perspectiva da empresa frente s transformaes
atuais do mercado imobilirio, considerando o perfil da concorrncia, com as
empresas locais e com novos grupos que passam atuar recentemente em
Ribeiro Preto, alm disso, as mudanas em relao a velocidade e volume de
novos lanamentos, o perfil das reas escolhidas para estes lanamentos etc.
Para alm das entrevistas foi realizada durante o dia uma longa
caminhada pelas principais avenidas localizadas no setor Sul de Ribeiro
Preto, para tanto foram percorridos trechos da Avenida Independncia,
Presidente Vargas, Wladimir Meireles Ferreira e Professor Joo Fisa. Esta
atividade assumiu como premissa a necessidade de se reconhecer os
principais equipamentos de servios, as lojas, franquias, restaurantes etc.
presentes em todo trajeto. Ademais, durante o trajeto a p, foi realizada visita
no Ribeiro Shopping.
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Alm do trajeto a p foi realizado percurso de carro direcionado
identificao ds setores com maior ocorrncia de condomnios fechados. Para
tanto, foi percorrido todo Subsetor Sul 9 e Subsetor Sul 10, onde esto
concentrados os principais condomnios fechados da cidade.
Quadro 7 Cronograma de atividades realizadas no Trabalho de Campo em Ribeiro Preto, novembro de 2013
Dia Horrio Atividade
Dia 27 8h 11h Visita rea central
Trajeto nos trechos da Avenidas Independncia,
Presidente Vargas e Wladimir Meireles Ferreira
Entrevista Perplan Diretora de Marketing
12h
13h30
Ribeiro Shopping
14h
15h
Trajeto Avenida Professor Joo Fisa
15h30 Entrevista Copema Gerente de vendas
16h30 Entrevista Habiarte Barc - Gerente de vendas
17h Entrevista WTB Diretora de Marketing
18h30 Trajeto pelos Subsetores Sul 9 e 10 Visita aos
condomnios Vilas do Golfe, Guapor etc.
Trabalho de campo realizado entre os dias 12 e 14 de fevereiro de
2014.
A terceira atividade de campo realizada na cidade de Ribeiro Preto esteve
associada ao coletiva de pesquisadores e colaboradores do projeto
temtico Lgicas Econmicas e Prticas Sociais Contemporneas, Cidades
Mdias e Consumo. A sntese de atividades por ns efetuadas encontra-se
sistematizadas no Quadro X.
Quadro 8. Cronograma de atividades realizadas no Trabalho de Campo em Ribeiro Preto, fevereiro de 2014.
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Dia Horrio Atividade
12 4.f
14h Secretaria de Planejamento
Visita ao Ribeiro Shopping
13 5.f
9h-18h
Percurso pela cidade (em veculo motorizado):
Parada no Bairro Campos Elsios;
Parada no Conjunto Habitacional Paiva;
Parada no Bairro Jardim Botnica;
Parada no Distrito de Bonfim Paulista;
14 6.f
8h-12h Secretaria de Assistncia Social
Secretaria da Fazenda
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Parte II: O relatrio cientfico.
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1. Estruturao urbana e das cidades de Londrina e Ribeiro Preto.
1.1. Formao histrica das cidades de Londrina e Ribeiro Preto.
As cidades de Londrina e Ribeiro Preto tm sua constituio urbana
diretamente associada aos desdobramentos do complexo cafeeiro que se
estende por todo estado de So Paulo e norte do Paran. Sposito (2004)
destaca o complexo engendrado pela economia cafeeira como determinao
fundamental composio de uma formao socioespacial a partir das
dinmicas que passam a integrar o territrio economia capitalista.
Trata-se um momento histrico peculiar que estabelece as condies
prvias para que no Brasil construam-se as condies necessrias para a
transio de uma sociedade escravista e eminentemente rural para outra
estruturada em relaes sociais calcadas, notadamente, nas economias urbana
e industrial (CANO, 2011, p. 212).
Os desdobramentos oriundos deste momento consubstanciam
determinaes diversas, as quais, quando pensadas na conformao de uma
dinmica urbana, tal como aludidas por Cano (2011) referindo-se ao Estado de
So Paulo, podemos destacar: a transformao nas relaes de trabalho
(passando do trabalho escravo ao salrio assalariado); a ampliao da
produo e da dinmica do emprego na indstria; a maior oferta de servios
bancrios e urbanos; o desenvolvimento do sistema de transporte no Estado de
So Paulo; a fundao de novas cidades.
Estas determinaes situam no amplo processo de desenvolvimento das
relaes capitalistas uma nova constituio territorial marcada pela constituio
de uma incipiente diviso territorial do trabalho entre cidades inseridas na
expanso cafeeira no final do sculo XIX e incio do sculo XX.
No se tratava de cidades que eram fundadas, apenas, para dar apoio ocupao rural, mas ncleos urbanos que apoiavam a expanso ferroviria, em que se localizava a rede bancria em constituio, em que apoiava a eletrificao que se implantava em que o comrcio atacadista e varejista ampliava o vigor, tendo em vista uma estrutura fundiria que era constituda por grandes, mas tambm por mdias e
pequenas propriedades. (SPOSITO, 2004, P. 174).
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Ademais, em meio a este conjunto de transformaes, inclumos o papel
da comercializao de terras que se estabelece no conjunto de uma incipiente
rede urbana. Reis Filho (1997) destaca, em meio constituio das atividades
da cafeicultura no Estado de So Paulo, que a apropriao de terras e sua
viabilizao econmica para revenda no Estado de So Paulo condiz a um
grande empreendimento empresarial.
A este respeito, notrio para este autor, o movimento de aquisio de
terras, sua transformao em terras agricultveis ou urbanas e a dotao das
reas pertencentes a grandes empresrios de infraestrutura de transporte
referente ferrovia. Evidencia-se um movimento de produo da riqueza,
associado propriedade da terra e no apenas produo do caf, isto
porque, em muitos casos, o sistema de transporte foi implantado antes de ter o
que transportar (REIS FILHO, 1997, p. 146).
deste conjunto de dinmicas que partimos compreenso das cidades
de Londrina e Ribeiro Preto, j que delas possvel estabelecer correlaes
analticas necessrias para compreenso das relaes sociais e econmicas
que promoveram sua fundao e ditaram os ritmos e formas de sua
constituio inicial. Cano (2011) ao debater a atividade cafeeira capitalista no
Estado de So Paulo - e aqui estendemos ao norte do Paran - reconhece
uma precoce urbanizao dela orientada a partir da imprescindvel base urbana
como suporte s vases tcnicas e econmicas do caf.
A cidade de Londrina (mapa 1) est localizada no norte do Estado do
Paran, e tm sua origem associada ao projeto empreendido pela Companhia
de Terras Norte do Paran (CTNP)2 que loteou a regio durante as dcadas de
1920 e 1930. Fundada em 1929 e elevada a categoria de municpio em 1934
na hierarquia administrativa do Paran, sua constituio, crescimento e
desenvolvimento urbano integram-se a este processo de loteamento do norte
do Paran aliado dinmica da economia cafeeira.
2 A CTNP uma empresa de capital ingls que passa a exercer grande influncia e dispor de
vantagens na compra de terras no norte paranaense em virtude das presses britnicas, via setor bancrio, junto ao governo brasileiro que eram seus credores. Sua insero no Norte do Paran resulta na fundao de inmeros municpios, fundados como suporte economia cafeeira. Na dcada de 1940 foi nacionalizada e passa a ser chama de Companhia de Melhoramentos do Norte do Paran. Para um maior detalhamento desta temtica ver Amorim (2011); Ribeiro (2006) e Razende (1984).
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A condio de ncleo urbano estratgico ao suporte dos negcios de
incorporao e comercializao fundiria consubstancia o movimento inicial de
constituio da cidade de Londrina, tal como aponta Razende (1984). Neste
sentido, localizam-se nela os primeiros servios de atendimento bsico s
demandas rurais que ali passavam a se constituir.
A conexo constituda a partir do ano de 1935 com a rede ferroviria do
Estado de So Paulo implicaram em transformaes acentuadas na dinmica
econmica local, sobrepujando a pequena produo mercantil e dos negcios
com as terras em funo do cultivo do caf que se consolidar efetivamente a
partir da dcada de 1940.
O perodo compreendido pelas dcadas de 1940 e 1950 situa um
momento de grandes transformaes polticas-econmicas, acarretadas pela
nacionalizao da CTNP, que d lugar a Companhia de Melhoramentos Norte
do Paran (AMORIM, 2011). Alm disso, este o momento de maior
dinamismo da economia cafeeira, tal como apontado por Fresca (2002),
articulando um conjunto outro de atividades complementares que acarretam no
aprofundamento e intensificao dos fluxos migratrios e da diversificao das
atividades econmica da cidade.
O dinamismo econmico desdobra-se na ampliao do nmero de
pessoas vivendo na cidade de Londrina, resultando em uma incipiente
produo imobiliria com a aprovao de loteamentos e empreendimentos
verticais localizados na zona central da cidade. (Fresca, 2002).
Este perodo demarcado entre sua fundao at a dcada de 1950 est
consubstanciado junto a prticas sociais e lgicas de produo do espao
urbano atreladas s atividades econmicas prprias a produo cafeeira. Neste
sentido, o destaque e interesse para este momento associam-se s dinmicas
que dele foram originada constituio de relaes urbanas.
A cidade de Ribeiro Preto (Mapa 2) est localizada na poro oeste do
estado de So Paulo. Sua fundao data o ano de 1856 e elevado a categoria
de vila no ano 1871.
O momento histrico ao qual est circunscrita sua fundao implica em
particularidades significativas ao trato da evoluo desta cidade j que tm em
seu processos de constituio as marca de uma contraposio entre em dois
perodos distintos, em que a regio de Ribeiro Preto constitua na principal via
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de acesso minas de ouro no estado de Gois3 e um segundo marcada pela
acentuao econmica capitalistas, orientadas pelo complexo de atividades
oriundas pela economia cafeeira, sendo este ltimo o divisor de guas e o
ponto de partida para a constituio do processo urbano na cidade.
A atividade cafeeira se estabelece efetivamente no municpio durante a
dcada de 1880, substituindo antigas pastagens de gado e a agricultura de
subsistncia (LOPES, 2009). Sua consolidao associa-se a chegada da
estrada de ferro Mogiana em 1883, tornando-se a principal regio produtora de
caf no Brasil. O dinamismo econmico oriundo da atividade cafeeira perdurar
at o final da dcada de 1929.
O crescimento populacional e decorrente expanso do tecido urbano
ocorrem simultaneamente s dinmicas econmicas destacadas. Figueira
(2013) destaca que o perodo compreendido pelo final do sculo XIX e as duas
primeiras dcadas do sculo XX, condiz ao momento de ampliao dos
servios urbanos, assim como mudanas na estrutura urbana atravs da
abertura de novas vias, construo de praas, obras de drenagem e
saneamento etc.
Se a economia cafeeira perdurou at a dcada de 1930 em Ribeiro
Preto como principal atividade, esta se mantm at a dcada de 1950 em
Londrina. Entretanto, apesar das diferentes temporalidades, as
transformaes gestadas no interior deste perodo acarretam em profundas
mudanas com rebatimentos amplos. Cano (2011, p. 152) aloca este conjunto
de transformaes em seus desdobramentos da acumulao produtiva, no
perfil das foras sociais e na consolidao de um sistema bancrio.
O declnio da atividade cafeeira associa-se de modo amplo s profundas
mudanas em processo no Brasil que nestas duas cidades, integram-se, sob
temporalidades distintas, transformaes significativas ao trato de suas
relaes na escala da rede urbana e tambm nas lgicas que passam a
direcionar o processo de expanso destas cidades.
3 Lopes (2009) destaca a constituio da cidade de Ribeiro Preto associada doao no ano
de 1946 de Glebas Igreja Catlica como mediada orientada pelas famlias Dias Campos e Reis Arajo com a finalidade de comprovao e legitimao da posse da propriedade da terra.
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Mapa 1. Situao Geogrfica. Londrina
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Mapa 2. Situao Geogrfica. Ribeiro Preto
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1.3 Transformaes e permanncia na estruturao urbana das cidades
de Londrina e Ribeiro Preto.
Nestas cidades o processo urbanizao iniciado pelo complexo de
atividades oriundas da economia do caf ganha novos contornos aps a
segunda metade do sculo XX. Correndo o risco de generalizar processos, ou
mesmo, torna-los superficiais atrelamos este momento a um conjunto de
determinaes que tem como pano de fundo o conjunto de novas relaes
sociais e econmicas oriundas das lgicas da industrializao4.
Essa nova base econmica ultrapassa o nvel regional, para situar-se na escala do pas; por isso, a partir da, uma urbanizao cada vez mais envolvente e mais presente no territrio d-se com o crescimento demogrfico sustentado em cidades mdias e maiores, includas, naturalmente, as capitais de estados. (SANTOS, 2002)
A referncia em Milton Santos permite delinear algumas particularidades
deste novo momento. Tomando como recorte temporal o perodo posterior aos
anos de 1940 e 1950 o autor situa a amplitude das novas relaes que passam
a integrar o territrio brasileiro, atravs de dinmicas que esto presentes na
escala do pas acarretando, por sua vez, em um crescimento demogrfico
sustentado por cidades de diferentes portes.
No apenas presente na evoluo demogrfica, mas tambm, este novo
perodo acarreta na modificao da base produtiva e da dinmica do emprego,
tal como indicado por Cano (2011) pensando a realidade paulista, no perodo
compreendido entre as dcadas de 1940 e 1960, integrando ao setor de bens
de capital, consumo durvel e a constituio de uma agricultura mais
moderna5.
Uma agricultura mais moderna e dinmica, juntamente com uma estrutura industrial mais completa e moderna, promove, como se sabe, melhor interdependncia estrutural tcnica e
4 O termo industrializao por ns assumido em concordncia definio de Santos (2002, p.
30) que o compreende de modo amplo, no restrito atividades industriais, mas sim como processo social complexo que tanto inclui a formao de um mercado nacional, quanto os esforos de equipamentos no territrio para torna-lo integrado, como expanso do consumo em formas diversas, o que impulsiona a vida de relaes em formas diversas (leia-se terceirizao) e ativa o prprio processo de urbanizao. 5 Estas ideias esto contidas em Cano (2011) e referem-se fundamentalmente aos processos
que passam a integrar o conjunto do territrio nacional, porm com maior expresso no Estado de So Paulo.
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econmica e, portanto, ocupacional entre os setores primrios, secundrios e tercirios, dinamizando, assim, um processo de urbanizao. (CANO, 2011, p. 159)
Tomando como suporte os estudos de Fresca (2002; 2007) para a
cidade de Londrina e Figueira (2013) para a cidade de Ribeiro Preto,
complementamos este conjunto de determinaes aludidas atravs de seus
desdobramentos espaciais no interior destas cidades, na medida em que este
momento resguarda similitudes ao que tange os processos de transformao
dos setores centrais e a constituio de novos bairros.
Neste sentido, a evoluo demogrfica percebida nestas cidades no
perodo, associada ampliao dos empregos urbanos. Em Londrina a
permanncia da cultura cafeeira6 conduzir o dinamismo econmico da cidade,
porm integrando-se crescente ampliao dos servios urbanos7.
Em Ribeiro Preto, de modo contrrio, h reestruturao da base
econmica do municpio, com pesos mais acentuados do setor industrial e do
setor de servio8, acarreta na constituio de uma setorizao funcional das
atividades de comercio e servios no centro da cidade9. (CHIARETTI, 2013;
FIGUEIRA, 2013)
Ademais, o centro destas cidades passa a integrar-se um incipiente
processo de verticalizao, que nestas duas cidades, representado pela
produo de edifcios comerciais e habitacionais. Estas dinmicas so
melhores percebidas em Londrina (CASARIL, 2010) e Ribeiro Preto
(FIGUEIRA, 2013) durante a dcada de 1950.
Outra dinmica percebida em ambas as cidades a constituio de
novos loteamentos que extrapolam a rea delimitada pela zona central. Estes
loteamentos no assumem um vetor exclusivo, em ambas as cidades
direcionam-se a todos os setores, entretanto, denotando uma segmentao
bem definida aos segmentos de renda aos quais eram direcionados.
6 Fresca (2002) destacar que neste perodo a cidade de Londrina apresenta os maiores nveis
de produo do pas, assumindo a adjetivao de capital mundial do caf. 7 O peso destas atividades associa-se no apenas ao comercio na rea central, mas tambm,
a servios mdicos, de transporte, dada a fundao do aeroporto local dentre outros. 8 Tomando como referncia os dados do IBGE a autora a evoluo do emprego na cidade
entre as dcadas de 1940 e 1950 obteve um crescimento de 12,6% e entre as dcadas de 1950 e 1960 este nmero aumenta para 14,7%. 9 Esta setorizao dada por trs eixos distintos com funes urbanas especficas, em ateno
aos diferentes segmentos de renda, so eles, a Praa XV de novembro, a estao Mogiana e o bairro Higienpolis.
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Esta incipiente estruturao espacial, a qual estas cidades passam a
constituir durante as dcadas de 1940 e 1950, ser reforada durante as
dcadas de 1960 e 1980, neste perodo confere-se maior importncia
importncias s dinmicas de expanso territorial das cidades e aos produtos e
agentes imobilirios que passam a atuar nestas cidades.
Alm disso, nas cidades de Londrina e Ribeiro Preto, este um
perodo de grande dinamismo econmico ligado agroindstria. Em Londrina
substitui-se a produo do caf pela produo de soja e trigo. Em Ribeiro
Preto se d a constituio da produo de cana-de-acar10.
A transformao da estrutura produtiva, com a modernizao das
culturas da cana-de-acar, da soja e do trigo, impe uma acentuada
mecanizao, quimificao e introduo de espcies melhoradas (CANO,
2011). Estas transformaes modernizadoras impactam de modo incisivo os
nveis de produtividade agrcola e a dependncia da produo bens
industriais e por servios especializados.
Alm disso, acarretam na reduo drstica nos postos de trabalho
acelerando as corrente migratrias em direo aos ncleos urbanos
acarretando a todo tipo de carncias tal como indicado por Cano (2011)
pensando o contexto nacional de deslocamento espacial da produo industrial
e agrcola.
As polticas de desconcentrao industrial, com ou sem a criao de Distritos industriais, mesmo quando bem-sucedidas, desconcentraram no apenas indstrias, mas tambm doses crescentes de carncias sociais, que no caso brasileiro, acompanham inevitavelmente a classe trabalhadora: a favelizao, a carncia da escola, do posto mdico, da segurana, do transporte coletivo, enfim, todos os problemas que hoje esto presentes no apenas na RMSP, mas em todas as cidades de porte mdio que receberam o impacto da industrializao. (CANO, 2011, p. 172).
O avano dos indicadores demogrficos nestas cidades promove
durante as dcadas de 1970 e 1980 a expanso acentuada das periferias
urbanas e da habitao informal com surgimento de ncleos de favela nestas
duas cidades.
10
Esta configurao dada em virtude da crise do petrleo e a criao do Prolcool, a regio voltou a se destacar e reconquistou sua importncia econmica nacionalmente. este o perodo que confere a cidade a adjetivao de Califrnia brasileira (CHIARETTI, 2013).
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Em Londrina criada na dcada de 1960 a COHAB-LD, sua atuao
efetiva entre as dcadas de 1970 e 1990 (FRESCA, 2002) atravs da produo
de conjuntos habitacionais. Esta produo assumir a partir da dcada de 1980
um importante papel nos processos de expanso do tecido urbano, atravs da
produo habitacional em descontnuo malha urbana j consolidada, separa,
portanto, por grandes vazios urbanos11.
A cidade de Ribeiro Preto entre as dcadas de 1970 e 1990 apresenta
um padro de evoluo territorial disperso, que se acentua durante a dcada
de 1990, marcados por uma ocupao incipiente do setor sul, nas
proximidades do anel virio e limite no permetro urbano12, ao passo que os
setores norte e oeste so tomados por habitaes de interesse social vinculada
s aes da Companhia Habitacional de Ribeiro Preto (COHAB-RP) e do
Banco Nacional de Habitao (BNH).
Este momento, quando pensado comparativamente aos processos de
estruturao destas duas cidades, demarca algumas particularidades
significativas que diferencia grau e a intensidade em que estas mudanas
passam a acontecer.
Enquanto em Londrina estas transformaes integram-se a um
processo que refora as lgicas de estruturao do espao, atravs da
consolidao de um padro de ocupao residencial e comercializao nas
intermediaes da rea central. A este respeito nos reportamos aos estudos de
Tws (2010), Oura (2006) e Santos (2011) que debatem os momentos da
produo de empreendimentos verticais, atrelando-os aos processos de
estruturao da cidade. Desta periodizao, destacam a importncia do
perodo compreendido pelas dcadas de 1980 em que h intensificao da
dinmica de produo vertical voltada ao uso residencial nas reas centrais
que se consolida durante a dcada de 1990.
Alm disso, h neste perodo o reforo das atividades comerciais na
rea central em Londrina, que exercera forte centralidade, sem uma
competio efetiva com outros espaos at o final da dcada de 1980.
(FRESCA, 2007)
11
Destacar quais so estes conjuntos habitacionais. 12
Os primeiros bairros produzidos neste perodo so o Jardim Canad, Ribeirnea e City Ribeiro, localizados hoje nas proximidades do Ribeiro Shopping (1981) e do Novo Shopping (1999)
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Em Ribeiro Preto, por outro lado, este perodo oferece alguns indcios
de uma transformao estrutural nas lgicas de localizao e reproduo
espacial.
A evoluo histrica deste processo permeia, tal como indicado por
Figueira (2013), resulta em um movimento mais amplo, expressando um
movimento tendencial de ruptura com processos anteriormente consolidao
de estruturao da cidade. O indcio expressos neste momento para a
constituio de uma reestruturao da cidade de Ribeiro Preto, tm em suas
feies a ruptura de lgicas de localizao habitacional, associado a um
processo de verticalizao e de localizao residencial das elites, iniciado na
primeira metade da dcada de 198013.
Ademais, a dcada de 1980 sinaliza para a conformao de novos eixos
comerciais, constituindo um momento de disperso das atividades comerciais
do centro, assumindo neste perodo uma dimenso relevante.
Estas transformaes resultam no deslocamento progressivo das
atividades comerciais para diferentes avenidas, tal como as atividades
bancrias que se deslocam no final da dcada de 1990 para a Avenida
Presidente Vargas, ou mesmo, a construo do Ribeiro Shopping, inaugurado
no ano de 1981, nas proximidades do anel virio. (FIGUEIRA 2013).
Os processos que passam a integrar o perodo posterior dcada de
1980 nestas duas cidades compreendem um momento que acentua as
tendncias j em curso nas dcadas anteriores e conforma nova dinmica
rearticulam prticas espaciais atravs da produo e ressignificao dos
espaos internos da cidade.
1.2. Expanso territorial urbana nas cidades de Londrina e Ribeiro
Preto.
O conjunto de anlises apresentadas at o momento buscou indicar
algumas tendncias associadas s formas e processos que conduziram a
estruturao urbana e das cidades de Londrina e Ribeiro Preto. Neste
13 O processo de verticalizao da rea central de Ribeiro Preto est associada, sobretudo, aos bairros Higienpolis e Jardim Sumar.
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sentido, notria a evoluo dos indicadores associados taxa de
urbanizao destas cidades nas ltimas dcadas do sculo XX, mantendo-se
nos dias atuais com percentuais elevados, tal como indicado na Tabela 1.
Tabela 1. Taxa de urbanizao das cidades de Londrina e Ribeiro Preto. 1980 a 2010.
Taxa de Urbanizao 1980 1991 2000 2010
Estado de So Paulo 88,64 92,72 93,41 95,94
Ribeiro Preto 96,81 97,74 99,57 99,72
Estado do Paran 58,62 73,36 81,41 85,33
Londrina 88,48 94 96,94 97,4
Fonte: Fundao SEADE e IPARDES.
A elevao das taxas de urbanizao nestas cidades, referentes a razo
entre o nmero de habitantes que residem nas reas rurais e o nmero de
pessoas que vivem nas reas urbanas significativa. Nas duas cidades,
apresenta uma variao positiva crescente e sempre acima das taxas
apresentadas para o Estado.
Complementarmente a estes dados possvel verificar a evoluo dos
da populao residente para estas duas cidades. Tabelas 2 e 3
O conjunto de dados indicados associados evoluo da populao
residente em Londrina permite identificar a tendncia crescente de elevao do
nmero de pessoas vivendo na rea urbana do municpio, apresentando uma
evoluo significativa principalmente entre as dcadas das de 1980 e 1991 em
que os valores percentuais referentes ao total chegam a quase 30% de
diferena entre uma dcada e outra, se comparada somente populao
urbana esta evoluo ultrapassa os 40%.
Tabela 2. Evoluo da populao residente. Londrina. 1980/2010
Ano Populao residente
Urbana Rural Total
1980 266.940 34.771 301.711
1991 376.676 23.424 390.100
2000 433.369 13.696 447.065
2010 493.457 13.181 506.701 Fonte: LONDRINA, 2011 (a partir dos dados dos Censos Demogrficos do IBGE, da Contagem da Populao 2006 e do IPARDES).
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Na cidade de Ribeiro Preto a contraposio entre a populao
residente em reas rurais e urbanas ainda mais contrastante. Alm disso,
bastante expressiva no perodo a variao a cada dcada dos dados em
relao ao nmero da populao residente.
Assim como em Londrina o perodo que indica uma evoluo acentuada,
est compreendido entre as dcadas de 1980 e 1991 que atinge 36% de
variao do total de pessoas residente e chega a 38% se comparada
unicamente as pessoas vivendo na zona urbana.
Tabela 3 Evoluo da populao residente. Ribeiro Preto. 1980/2010
Ano Populao residente
Urbana Rural Total
1980 306.837 10.081 316.918
1991 424.311 9.831 434.142
2000 502.002 2.160 504.162
2010 602.061 1.713 603.774 Fonte: Fundao SEADE.
Com os dados apresentados, associando-os s dinmicas apresentadas
nos captulos anteriores, podemos observar um movimento permanente de
transformao das cidades, associado tanto s dinmicas econmicas e
sociais quanto em suas resultantes espaciais.
Os processos que passam a integrar o perodo posterior dcada de
1980 nestas duas cidades compreendem um momento que acentua as
tendncias j em curso nas dcadas anteriores e conforma nova dinmica
rearticulam prticas espaciais atravs da produo e ressignificao dos
espaos internos da cidade.
Em Fresca (2002) a discusso em torno da expanso urbana na cidade
de Londrina encontra forte correlao com este movimento. Para esta autora
os momentos de expanso urbana, circunscritos ao perodo de 1987 a 2000,
encontram-se diretamente associados tendncia de periferizao da cidade,
seja pela construo de novos conjuntos habitacionais e loteamentos fechados,
ou mesmo na consolidao de novas centralidades com a construo do
Shopping Center Catua no incio dos anos de1990 e a consequente ocupao
que seu deu no vetor sudoeste da cidade.
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Em Ribeiro Preto, Figueira (2013) destaca o conjunto de
transformaes urbanas em curso durante as ltimas dcadas do sculo XX e
incio do sculo XIX, estas transformaes condizem a expanso territorial da
cidades, marcadamente acentuada pelas novas formas de habitat urbano,
como condomnios fechados e edifcios de alto padro. Ademais, sinaliza ao
carter processual constitudo em Ribeiro Preto durante as dcadas de 1980
e 1990 com a extenso dos servios reas fora do centro comercial
tradicional/histrico, emergindo assim novas centralidades em avenidas, tal
como Avenida Presidente Vargas, ou mesmo pelo Ribeiro Shopping e pelo
Novo Shopping.
Esse conjunto de mudanas degradao do centro principal, implantao de novos espaos de consumo - no substitui, completamente, a lgica que orientava a estruturao das cidades no perodo anterior, uma lgica de expanso urbana contnua, com estrutura do tipo centro-periferia, com emergncia de subcentros etc. Ao contrrio, a nova lgica sobrepe-se s anteriores, com elas se articula, de forma muitas vezes contraditria, gerando uma dinmica de estruturao muito mais complexa. (SPOSITO, 2004, P. 234).
Esta discusso integra-se a um conjunto mais amplo de preocupaes,
tal como apresentado por Sposito (2004), que reconhece na necessidade de se
considerar a evoluo e gnese, nunca linear, dos processos de produo do
espao, como um limiar analtico para compreenso das mudanas que se
estabelecem nos contedos econmicos, sociais e polticos do espao.
Deste modo, ao tratar das cidades de Londrina e Ribeiro Preto
consideramos como eixo central a tendncia crescente periferizao da
cidade durante o sculo XX, reconhecendo-a como resultado de determinaes
ancoradas num conjunto de mudanas estruturais que passam a integrar-se a
rede urbana brasileira.
Estas determinaes so sinalizadas por Sposito (2004) que as concebe
a partir de trs nveis.
Ganho de importncia das polticas de planejamento durante o sculo
XX. Com a separao territorial das atividades e usos urbanos
funes urbanas. Ocasionando maior circulao e consequente
extenso do tecido urbano.
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O ganho de importncia das aes despendidas pelos promotores
imobilirios e os interesses fundirios, atravs da implantao de
novos loteamentos e pelo contnuo lanamento de novos produtos
imobilirios e das novas formas de atingir novos consumidores e/ou
estimular novas demandas queles que j haviam consumido outros
produtos imobilirios anteriormente. (SPOSITO, 2004, p. 294)
Por fim, destacado o papel das inovaes tcnicas que oferecem
suporte para estas transformaes tais como a popularizao do
automvel, atuando como um elemento importante para a extenso
dos tecidos urbanos.
Estas determinaes implicam para na redefinio completa da estrutura
das cidades, sendo, como indicado por Catalo (2013), a disperso dos tecidos
urbanos uma das transformaes mais marcantes e desafiadoras do perodo
atual, na medida em que a produo de novos espaos e edificaes, bem
como as de refuncionalizao de outros implicam na extenso dos tecidos
urbanos e na completa redefinio das lgicas locacionais. (SPOSITO, 2009).
Tomando como referncia estas questes destacamos o Mapa 3
representa a evoluo deste movimento, indicando os deferentes perodos de
ocupao em diversas reas de Londrina. Chama ateno neste conjunto de
transformaes para a quebra de padro de estruturao da cidade marcado
pela continuidade do tecido urbano, perdurando at o incio da dcada de
1970.
Os perodos posteriores, assinalados no mapa pelos tons alaranjado e
amarelo, revelam uma contraposio bastante ntida em relao aos perodos
anteriores dcada de 1970. Destaca-se a partir da uma lgica de
estruturao espacial marcada pela descontinuidade do tecido urbano, tal
como indicado anteriormente.
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Mapa 3. Evoluo urbana. Londrina. 1930 - 2009.
Fonte: Tws (2010, p. 86).
Em Ribeiro Preto, de modo semelhante, estes processos integram-se
a um movimento gradual de ressignificao dos contedos da periferia e a
criao de novas centralidades. Estas transformaes so percebidas ainda na
dcada de 1970 em um incipiente processo de ampliao das diferenas nos
espaos internos da cidade a partir da produo de bairros voltados aos
segmentos de rendas mais elevados, construdos em descontnuo zona
central.
O Mapa 4 destaca a evoluo urbana da cidade Ribeiro Preto. Chama
ateno o avano acentuado da malha os sentidos e a dimenso deste
processo de expanso territorial. possvel, atravs da anlise do mapa,
identificar a acentuada expanso do tecido urbano durante a segunda metade
da dcada de 1970 chegando at 1996, representada pelo tom alaranjado.
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Mapa 4. Ribeiro Preto. Evoluo urbana. 1930-2009.
Este conjunto de dinmicas, presentes em cada uma das cidades em
anlise, ganha fora no perodo atual com a intensificao e aprofundamento
das diferenas e desigualdades socioespaciais.
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Condiz, portanto, a um perodo emblemtico na evoluo histrica da
cidade de Londrina e Ribeiro Preto, que assume em seus desdobramentos
uma complexificao gradual da estrutura urbana e a tendncia crescente
fragmentao socioespacial, visto que, a acentuao dos processos
segregatrios atenua as possibilidades de convivncia entre as diferenas.
(SPOSITO, 2004, p. 305).
A constituio de novas centralidades por meio da implantao de
shopping centers, centros empresariais ou de negcios passam a integrar
algumas contradies associadas a posio hierrquica dos diferentes lugares
no interior das cidades. A este respeito dedicaremos o trecho subsequente
caracterizao, com a finalidade de exemplificar estes processos, dos setores
de expanso e valorizao imobiliria de cada uma destas cidades.
Para tanto sero analisados o setor Sul-Sudoeste da cidade de
Londrina referente ao bairro Gleba Palhano. Em Ribeiro Preto esta anlise
tomar como referncia o setor Sul-Sudeste.
***
A expanso territorial urbana ao lado Sul do Lago Igap, em Londrina,
exemplificam estas lgicas de reproduo espacial, assim como, os agentes na
produo imobiliria recente14.
A impresso imediata, dirigida expressividade/grandiosidade da forma
dos edifcios em complemento a paisagem do Lago do Igap e ao seu entorno,
a de uma rea diferenciada. Esta conformao demonstra um setor da cidade
privilegiado, seja pela sofisticao dos prdios, ou beleza do parque, as vias
amplas e pavimentadas que quando associadas s gruas e aos edifcios ainda
em construo expressam um inconcluso processo de ocupao, demarcando
uma rea de intenso dinamismo no que se refere ao setor da construo civil.
Retomar os eventos e agentes em sua forma e expresso conduz-nos a
diferentes etapas da evoluo territorial da cidade de Londrina.
14 O lado Sul do Lago do Igap, compreendido pelos bairros Gleba Palhano e Guanabara, representa o principal eixo de expanso imobiliria na cidade de Londrina para os segmentos de mdia e alta renda. Trata-se de uma rea de grande valorizao imobiliria, caracterizada por empreendimentos verticais para a moradia.
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Imagem 1. Vistas da Gleba Palhano atravs do Lago Igap. Londrina. 2012
Fonte: Arquivo pessoal do autor.
Sua incorporao ao processo de expanso territorial da cidade de
Londrina demarca a segunda metade da dcada de 199015, quando se realiza
o parcelamento do solo, modificando seus usos, substituindo chcaras por
prdios, dotando a rea de infraestruturas necessrias a sua ocupao. Estas
transformaes respondem em sua lgica de realizao a um conjunto de
medidas estratgicas respaldadas, por um lado, pela lei municipal n 7.484 de
1998, que substitui e intensifica o coeficiente de aproveitamento do solo para
esta zona expresso anteriormente pela lei n 3.706 de 1984, mantendo, porm
a caracterstica de constituir/incentivar s regies perifricas os usos para
verticalizao, para aliviar a densidade do centro.
A presena do poder pblico sintomtica quando dirigimos ateno a
um movimento de valorizao/diferenciao da zona Sul de Londrina em
relao ao conjunto da cidade. Trata-se de um processo circunscrito por
aes pontuais para o privilgio deste setor da cidade. Como exemplo destes
fatos podemos tomar a construo do Lago Igap que e