abraão de almeida - as visões profeticas de daniel

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  • 5/24/2018 Abra o de Almeida - As Vis es Profeticas de Daniel

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    Digitalizado Por: Pregador Jovem

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    ABRAO DE ALMEIDA

    AS VISESAS VISESAS VISESAS VISES

    PROFTICAS DEPROFTICAS DEPROFTICAS DEPROFTICAS DE

    DANIELDANIELDANIELDANIEL

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    NDICE

    AO LEITOR.PREFCIO.

    1. BABILNIA, O PRIMEIRO IMPRIO MUNDIAL

    (A esttua proftica A cabea de ouro).

    2. O SIMBLICO URSO DESTRUIDOR

    (O carneiro com duas pontas Belsazar e a queda de Babilnia Ciro, oungido de Deus Campanhas contra os gregos).

    3. O REI VALENTE E SEU SONHO DOURADO

    (Cartas famosas O sonho de Alexandre Alexandre e os judeus Osquatro reinos que se reduziram a dois).

    4. OS REINOS DO NORTE E DO SUL

    (Cumprimento fiel da profecia Jud, alvo das guerras gregas O rei ferozde cara As duas pontas pequenas).

    5. ROMA, A POTNCIA FRREA

    (O animal terrvel e espantoso Como Roma conquistou o mundo Cumprindo as Escrituras).

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    AO LEITOR

    A vida e o ministrio do profeta Daniel transcorrem em meio a grandestransformaes sociais, religiosas e polticas. 0 poderio assrio desaparecedefinitivamente na batalha de Carquemis, em 605 a.C, e, no ano seguinte,

    Nabucodonozor, filho de Nabopolassar, toma-se um dos mais famososgovernantes de todo o Frtil Crescente. Em seu reinado de 43 anos, esse

    poderoso monarca restaura cidades e templos em runas, regula o curso derios, constri represas, abre canais, estabelece portos e passa por profundascrises espirituais. A importncia de Nabucodonozor para o mundo antigo e

    sua extraordinria contribuio para a civilizao daquela poca tm sidoreconhecidas por todos os historiadores.

    No mbito da revelao divina, destacam-se nesse contexto histrico, entreoutros, os profetas Jeremias, Ezequiel e Daniel. As vises deste ltimo, dasquais nos ocupamos neste trabalho, abrangem os tempos dos gentios desdeBabilnia at o reinado da Besta, passando pela Medo-Prsia, pela Grcia,

    por Roma, pelos dez reinos representados pelos dedos dos ps da esttuaproftica do captulo dois de Daniel e pelas pontas do quarto animal do

    captulo sete, e chegam ainda ao estabelecimento do glorioso reino milenialde Cristo aqui na Terra, segundo o Pacto Davdico.

    Este trabalho, todavia, se limita a analisar os testemunhos histricos do fielcumprimento da profecia de Daniel at a "plenitude dos tempos",assinalada pelo advento do Messias. A histria do povo judeu, desde entoat hoje, e os acontecimentos futuros relacionados com Israel e a Igreja, sotratados nos meus livros Israel, de Herodes a Dayan, e Deus revela o

    futuro.

    O Autor

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    PREFCIO

    Mais um livro surge de autoria de Abrao de Almeida, o conceituadoescritor evanglico detentor de diversos ttulos e membro da AcademiaEvanglica de Letras.

    Desta vez denomina-se AS VISES PROFTICAS DE DANIEL econstitui uma introduo ao estudo dos livros de Daniel e Apocalipse,estudo que continua em mais dois livros j no prelo.

    So trs as vises constantes do livro de Daniel: a da esttua proftica dos

    reinos mundiais (cap. 2); a dos quatro animais, com o mesmo significadoda anterior (cap. 7), e a do captulo 8, que mostra dois (Medo-Persa eGrcia) dos quatro reinos de carter mundial, e traz luz sobre as duas visesanteriores (caps. 2 e 7) e as enriquece de detalhes.

    A obra descreve um resumo da histria judaica no perodo de Daniel aCristo, incluindo o ciclo interbblico (dentro do qual esto as 69 semanas

    profticas) e a histria das Guerras dos Macabeus - tudo ilustrado comgrande nmero de testemunhos histricos habilmente colecionados peloautor, os quais atestam de modo irrefutvel o cumprimento das profeciasat os nossos dias. Nessa pesquisa e exposio detalhadas est (podemosdizer) o maior mrito do livro.

    A exposio feita pelo autor - uma leitura agradvel e didtica - (estamoscerto), de muita utilidade para todos os que se dedicam ao estudo dasEscrituras, mas para estudar com aquele desejo de conhecer, de perscrutar,de aprofundar-separa o bom manejo da Palavra. Assim que a obra se

    torna indispensvel aos pastores, aos professores da Escola Dominical, eaos alunos dos Institutos Bblicos, mormente porque mostra fatosapontados pela profecia, que, em nossos dias esto tendo cumprimento.

    Situar as profecias no tempo, e no tempo o cumprimento delas, indispensvel a todos os que desejam ensinar ou pregar com xito e

    proveito.

    O estudo dos livros de Daniel e Apocalipse - apocalticos que so - depende

    de comentrios de peritos em investigao bblica que trabalhem sob adireo do Esprito de Deus - o que o livro contm.

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    BABILNIA, O PRIMEIRO IMPRIO

    MUNDIAL

    Simbolizado na Bblia pelo ouro e por um leo alado, os caldeus

    triunfaram rapidamente sobre os egpcios, assrios, fencios e rabes, e

    construram a mais rica metrpole do mundo antigo.

    Sucedendo ao domnio assrio, o perodo caldeu de Babilnia comeou em626 a.C, quando Nabopolassar, partindo do Golfo Prsico, ocupou o trono

    babilnico a 22 de novembro. Auxiliados pelos medos, os caldeus foraminfringindo sucessivas derrotas aos assrios, tomando-lhes as cidades deSallat por volta de 623 a.C, Assur em 614 a.C. e Nnive dois anos depois,em 612 a.C. Depois de suas vitoriosas campanhas contra a Sria e diversastribos do Norte, entre os anos de 609 a 605 a.C, Nabopolassar confiou seuexrcito a Nabucodonozor, seu prncipe herdeiro, que combateu os egpcios

    em Kumuhi e Quramati, derrotando-os definitivamente em Carquemis, nosmeses de maio e junho de 605 a.C. Enquanto estava na Palestina recebendoa sujeio de outros povos, inclusive de Jud ao tempo do rei Joaquim,ouviu a notcia da morte do pai (15 de agosto de 605 a.C), "eimediatamente atravessou o deserto para tomar as mos de Bel, e, assim,reivindicar oficialmente o trono, a 6 de setembro de 605 a.C."

    Por ocasio da sujeio da Judia ao imprio de Babilnia, Nabucodonozor

    ordenou "a Aspenaz, chefe de seus eunucos, que trouxesse alguns dosfilhos de Israel, e da linhagem real e dos nobres, mancebos em que nohouvesse defeito algum, formosos de parecer, e instrudos em toda asabedoria, sbios em cincia, e entendidos no conhecimento, e quetivessem habilidade para viverem no palcio do rei, a fim de que fossemensinados nas letras e na lngua dos caldeus. E o rei lhes determinou arao de cada dia, da poro do manjar do rei, e do vinho que ele bebia, eque assim fossem criados por trs anos, para que no fim deles pudessem

    estar diante do rei. E entre eles se achavam, dos filhos de Jud, Daniel,Hananias, Misael e Azarias", Dn 1.3-6.

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    Os jovens hebreus rejeitaram as iguarias reais por ferirem os princpiosbblicos, pois tratava-se de alimentos consagrados idolatria, e "a estesquatro mancebos Deus deu o conhecimento e a inteligncia em todas asletras, e sabedoria, mas a Daniel deu entendimento em toda a viso, e

    sonhos", v. 17.

    A ESTTUA PROFTICA

    Depois de ver consolidado o seu reino, Nabucodonozor teve, certa noite,um impressionante sonho. Vira uma grande esttua que tinha a cabea deouro, o peito e os braos de prata, o ventre e as coxas de cobre, as pernas deferro e os ps em parte de barro e em parte de ferro. O rei estava olhando,quando uma pedra foi cortada, sem mos, e feriu a esttua nos ps,

    reduzindo-a a p, para o qual no se achou lugar. E a pedra, por sua vez,tornou-se num grande monte que encheu a Terra.

    Ao despertar na manh seguinte, Nabucodonozor convocou seus sbios,astrlogos e adivinhos e exigiu deles que lhe contassem o sonho e dessem asua interpretao. "Os caldeus disseram ao rei em aramaico: rei, viveeternamente! dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretao.Respondeu o rei, e disse aos caldeus: Uma coisa certa: se no me fizerdes

    saber o sonho e a sua interpretao, sereis despedaados, e as vossas casassero feitas monturo", Dn 2.4,5.

    Os sbios de Babilnia, incapazes de atender ao rei, foram condenados morte, estando tambm na lista negra Daniel e seus companheiros(certamente Azarias, Misael e Ananias). Ao saber do decreto real, Danielfalou a Arioque, chefe da guarda do rei: "Por que to severo o mandadodo rei? Ento Arioque explicou o caso a Daniel. Foi Daniel ter com o rei elhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretao. EntoDaniel foi para casa, e fez saber o caso a Ananias, Misael e Azarias, seuscompanheiros, para que pedissem misericrdia ao Deus do cu sobre estemistrio, a fim de que Daniel e seus companheiros no perecessem com oresto dos sbios de Babilnia. Ento foi revelado o mistrio a Daniel numaviso da noite; Daniel bendisse o Deus do cu", Dn 2.15-19.

    De posse do segredo, Daniel procurou Arioque e este, depressa, introduziuo jovem judeu na presena do rei. Disse Daniel: "Tu, rei, estavas vendo, e

    eis aqui uma grande esttua; esta, que era imensa e de esplendor, estava emp diante de ti, e a sua aparncia era terrvel", Dn 2.31.

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    Depois de descrever a viso, Daniel passa a interpretar-lhe os diversossmbolos: "Tu, rei, reis dos reis, a quem o Deus do cu conferiu o reino, o

    poder, a fora e a glria; a cujas mos foram entregues os filhos doshomens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves dos

    cus, para que dominasses sobre todos eles, tu s a cabea de ouro", Dn2.37,38.

    A CABEA DE OURO

    A profecia que estamos considerando trata da dominao dos gentios at oestabelecimento do Milnio. A Palavra de Deus no prev mais que quatroreinos mundiais, sendo o primeiro deles Babilnia: Tu s a cabea deouro", disse Daniel a Nabucodonozor.

    O imprio babilnico recebeu na Bblia Sagrada o ttulo de "a jia dosreinos, glria e orgulho dos caldeus", e sua capital foi chamada de "cidadedourada", Is 13.19; 14.4.

    A grandeza do reino dos caldeus pode ser medida pelas dimenses eriquezas de Babilnia. Esta cidade ocupou uma rea quadrada de 576 Km(96 Km de permetro), com avenidas de 45 metros de largura por 24 km decomprimento, que dividiam luxuosos quarteires com exuberantes jardins,suntuosas residncias, magnficos palcios e gigantescos templos. Umdesses templos, dedicado a Bel, media 5 km de circunferncia, e um dos

    palcios reais ocupava uma rea superior a 12 km2.

    Os historiadores afirmam que os muros de Babilnia eram duplos ealcanavam a altura de 112 m, com uma largura de 24 m. Toassombrosamente fecundo era esse pas que Herdoto evitava relatar tudoque vira em Babilnia, temendo no ser acreditado. De fato, essa grande

    metrpole inventou um alfabeto, resolveu problemas de aritmtica,inventou instrumentos para medio do tempo, descobriu a arte de polir,gravar e perfurar pedras preciosas; alcanou grande progresso nas artestxteis, aprendeu a reproduzir fielmente os contornos de homens e animais,estudou com xito o movimento dos astros, concebeu a idia da gramticacomo cincia e elaborou um sistema de leis civis. Em grande parte, acultura dos gregos provinha de Babilnia.

    Outras profecias relacionadas com o imprio babilnico: No cap 7 deDaniel, versos 3 e 4, lemos: "E quatro animais grandes, diferentes uns dos

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    outros, subiam do mar. O primeiro deles era como leo, e tinha asas: deguia; eu olhei at que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado daterra, e posto em p como um homem; e foi-lhe dado um corao dehomem".

    Convm salientar que, particularmente nas profecias de Daniel e doApocalipse, animais simbolizam reinos: leo (Babilnia), Dn 7.4; urso ecarneiro (o reino unido da Mdia e da Prsia), Dn 7.5; 8.3, 20; leopardo e

    bode (Grcia), Dn 7.6; 8.5,21; animal terrvel e espantoso, com 10 pontas(Roma), Dn 7.7; Ap 17.3. Mar ou guas simbolizam povos, Dn 7.3; Ap17.15. Ventos representam guerras, Jr 4.11; 25.32; He 1.11. Asas, rapidez,Dn 7.4; He 1.6-8. Chifres (ou pontas), reinos, Dn 7.7,24; 8.7-9. Braos,

    significam ajuda, exrcitos, Dn 11.31.Acerca dos caldeus, eis o que registraram outros profetas: "J um leosubiu da sua ramada, e um destruidor de naes; ele j partiu, e saiu do seulugar para fazer da tua terra uma desolao, a fim de que as tuas cidadessejam destrudas, e ningum habite nelas"; "Porque eis que suscito oscaldeus, nao amarga e apressada, que marcha sobre a largura da terra,

    para possuir moradas no suas. Horrvel e terrvel ; dela mesma sair o seujuzo e a sua grandeza. Os seus cavalos so mais ligeiros que os leopardos,

    e mais perspicazes que os lobos tarde; os seus cavaleiros espalham-se portoda a parte: sim, os seus cavaleiros viro de longe, voaro como guiasque s apressam comida"; "Porque assim diz o Senhor: Eis que voarcomo a guia, e estender as suas asas sobre Moabe"; "Uma grande guia,de grandes asas, de farta plumagem, cheia de penas de vrias cores, veio aoLbano e levou o mais alto ramo dum cedro", Jr 4.7; He 1.6^8; Jr 48.40; Ez17.3.

    Ao referir-se a Nabucodonozor, um escritor disse que "o Imprio era ele eele era o Imprio. Como supremo e absoluto, sua corte no era mais quemera fantasia; seus corteses nada pesavam nas decises que ele tomava.Ele era o 'tudo', a majestade suprema dum cetro que cobria vitoriosointeiramente o orbe conhecido e habitado. Alm disso, desempenhou

    Nabucodonozor uma administrao que conservou as naes todas emharmonia, bem como sob completa segurana e proteo. E, mais ainda,

    jamais a histria registrou um soberano poltico no trono do mundo maior

    do que ele. Ele a todos sobrepujou em glria, grandeza e majestade. Assim,achou por bem Deus - que lhe dera todo o poder e a glria de que era

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    senhor - honr-lo no smbolo da cabea de 'ouro fino' da esttua de seuimpressionante sonho inspirado, ainda que ela representasse com toda aevidncia o Imprio Caldeu Neobabilnico. E surpreendente notar que ainterpretao de Daniel ignorou por completo, no somente os reis que

    precederam Nabucodonozor no trono de Babilnia como tambm os quelhe sucederam. Sim, s ele foi levado em alta conta pelo Cu naquele tronodo mundo. Todos os demais que ali se assentaram, praticamente nadarepresentam aos olhos daquele que a suprema autoridade ha Terra e noCu. Em toda a Terra e em toda a Histria no houve outro potentado quegovernasse o mundo to a contento de Deus".

    Os babilnios mantiveram o domnio mundial desde 612 a.C, quando

    Nnive, a capital dos assrios, foi tomada por Nabopolassar. Este primeiroimprio durou at 15 de outubro de 539 a.C, pois no dia seguinte os medos-persas assumiram a supremacia mundial.

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    O SIMBLICO URSO DESTRUIDOR

    Coligados, os medos e persas venceram e formaram um vasto imprio,

    porm inferior ao de Babilnia, tal como previu Daniel.

    Dando seqncia interpretao do sonho de Nabucodonozor, disseDaniel: "Depois de ti se levantar outro reino, inferior ao teu", Dn 2.39.

    Este segundo imprio est simbolizado na esttua pelo peito e braos deprata, metal inferior ao ouro.

    Na viso dos animais, Daniel viu o segundo governo "semelhante a umurso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca trs costelas entre osdentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne", Dn 7.5.

    Embora o urso no seja considerado o rei dos animais, atinge maiorestatura e peso que o leo. "Diz-se que sua maior espcie foi encontrada na

    Mdia, pas montanhoso, acidentado e frio. Os seus 42 dentes, as suasformidveis grandes garras aguadas, o seu grande peso, a sua coragem e asua astcia, f-lo grandemente terrvel. No que respeita sua crueldade,ferocidade e sede de sangue, no tem rival. Ao andar, no rapidamente,senta a planta do p no cho (ao contrrio dos ps de cachorro e do leo),dando a impresso de amassar tudo onde quer que pise ou passe, como sefora um rolo compressor que tudo arrasa. em seus ps que reside a suamaior fora de domnio e destruio... Assim, seu trplice poder

    concentrado em seu peso, sua boca e seus ps, faz do urso o segundo emseu reino, s vencido pelo leo aps renhida batalha. No podendo o ursoser o rei dos quadrpedes, parece pretender s-lo. No alcanando, todavia,supremacia absoluta, obrigado a cometer destruio para impor-se, comose supremo fora, sem contudo lograr o seu objetivo. Neste terrvel animalcarniceiro e destruidor, fora o Imprio Medo-Persa figurado pela revelao.

    De fato, os soberanos medo-persas, inbeis para governar o mundo,cometeram as maiores e mais vis atrocidades. Em suas conquistas

    procuraram vencer, no mediante categorias blicas, mas pela avalancha de

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    suas tropas, da o massacre a quaisquer povos que lhe opusessem a menorresistncia. Somente para o transporte de vveres, usavam os persas umafrota de 1.200 barcos, com uma tripulao de 300 mil homens! Os exrcitosmedo-persas passaram Histria como profundamente sanguinrios,

    devoradores de muita carne, conforme anunciava a profecia. Afirma-se queTomires, rainha dos citas, mandou' cortar a cabea de Ciro e mergulhou-anum odre cheio de sangue humano, dizendo: "Farta-te de sangue, de quesempre viveste sequioso".

    As trs costelas entre os dentes do urso, bem como as trs direes em queo animal dava marradas, significam as trs primeiras presas: Babilnia,Egito e Ldia, Dn 8.4.

    O CARNEIRO COM DUAS PONTAS

    Mais adiante o profeta v o mesmo imprio na figura de outro animal: "Noano terceiro do reinado de Belsazar, apareceu-me uma viso, a mim,Daniel, depois daquela que me apareceu no princpio. E vi na viso(acontecendo, quando vi, que eu estava na cidadela de Sus, na provnciade Elo), vi pois, na viso, que eu estava junto ao rio Ulai. E levantei osmeus olhos, e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha

    duas pontas; e as duas eram altas, mas uma era mais alta do que a outra; e amais alta subiu por ltimo. Vi que o carneiro dava marradas para oocidente, e para o norte e para o meio-dia; e nenhum animal podia estardiante dele, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mo; e ele faziaconforme a sua vontade, e se engrandecia", Dn 8.1-4. Esta viso docarneiro, Daniel a teve por volta do ano 553 a.C, cerca de 14 anos antes daqueda de Babilnia. significativo que o profeta se achasse em Sus, acapital da Prsia, pois a viso relacionava-se diretamente com os persas.

    Trazendo mais luzes sobre as vises anteriores - da segunda parte daesttua e do urso - o carneiro apresenta-se com dois chifres, smbolos daMdia e da Prsia. O fato de a mais alta subir por ltimo significa queDrio, embora tenha primeiramente ocupado o trono, perdeu-o para Ciro na

    batalha de Passargade, o que elevou os persas sobre os medos: "uma eramais alta do que a outra; e a mais alta subiu por ltimo". Na explicaodada pelo anjo a Daniel no h qualquer dvida: "Aquele carneiro que vistecom duas pontas so os reis da Mdia e da Prsia", Dn 8.20.

    BELSAZAR E A QUEDA DE BABILNIA

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    No ano 539 a.C, na mesma noite em que Belsazar banqueteava-se com milde seus grandes e dava louvores aos deuses pagos, profanando os vasossagrados do templo de Salomo, caiu o imprio babilnico. A sentenadivina na caiadura da parede: "mene, mene, tequel, ufarsim", cumpriu-se

    horas depois de explicada por Daniel. Mene: contou Deus o teu reino, e oacabou. Tequel: pesado foste na balana, e foste achado em falta. Peres:dividido foi o teu reino, e deu-se aos medos e aos persas. "Naquela noite foimorto Belsazar, rei dos caldeus. E Drio, o medo, ocupou o reino, na idadede sessenta e dois anos", Dn 5.30,31.

    O rei Belsazar (ou Baltasar) aparece no livro de Daniel como filho deNabucodonozor. A esse respeito lemos nas notas Verso Clssica de

    Figueiredo: "O rei Baltasar , segundo a opinio mais provvel, o filho doltimo rei de Babilnia, Nabonide; pelo menos Nabonide, nas suasinscries, diz-nos que teve um filho chamado Baltasar. Este ltimo no erarei, mas exercia o poder supremo, porque o seu pai o tinha associado aogoverno e recomendara-lhe a defesa de Babilnia de onde estava ausente

    por ocasio do cerco de Ciro. Os racionalistas tm-se servido da histria deBaltasar. Contudo, as descobertas modernas referem-se existncia dofilho de Nabonide, por nome Baltasar, ao contrrio do que sustentou

    Halevy, que entendia que Nabonide e Baltasar eram uma s pessoa... Oscilindros de Nabonide, em argila, encontrados em Mugheir, a antiga Ur,nos quatro ngulos do Templo de Sim (a Lua), hoje existentes no MuseuBritnico, claramente referem a existncia de um filho de Nabonide,Baltasar, Bel-sar-usur, filho do rei. Assim sabemos acerca de Baltasar oseguinte: pelas inscries, que o filho primognito de Nabonide se chamavaBaltasar; por Xenofonte, que Nabonide no voltou a Babilnia depois dasua destruio, refugiando-se em Borsipa; por Daniel, que Baltasar

    governava em Babilnia, como sendo o personagem do governo. Podedesejar-se acordo mais completo entre testemunhos provenientes de origensto diversas?"

    CIRO, O UNGIDO DE DEUS

    Pelo menos duzentos anos antes de os persas surgirem no cenrio mundial,seu famoso rei j estava profetizado na Bblia: "Quem diz de Ciro: meu

    pastor, e cumprir tudo o que me apraz; dizendo tambm a Jerusalm: s

    edificada; e ao templo: Funda-te. Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro,a quem tomo pela sua mo direita, para abater as naes diante de sua

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    face... por amor de meu servo Jac, e Israel, meu eleito, eu a ti te chameipelo teu nome, pus-te o teu sobrenome, ainda que me no reconhecesses",Is 44.28; 45.1-4.

    Acerca dessa interessante profecia, observa o Dr. Scofield: "Este o nicocaso em que a palavra 'ungido' se aplica a um gentio. A Nabucodonozor selhe chama o servo de Jeov (Jr 25.9; 27.6; 43.10). O uso da palavra'ungido', em unio com a expresso 'meu pastor' (Is 44.28), que tambmum ttulo messinico, assinala Ciro como a assombrosa exceo de que umgentio seja tipo de Cristo. Os pontos de comparao so os seguintes:ambos, Cristo e Ciro, so conquistadores dos inimigos de Israel (Is 45.1;Ap 19.49-21); ambos restauram a cidade santa (Is 44.28; Zc 14.11); por

    meio de ambos o nome do nico Deus verdadeiro glorificado (Is 45.6; 1Co 15.28)".

    Com Ciro inaugurou-se uma nova poltica em relao aos povosconquistados. Apesar da crueldade com que lidava com seus inimigos, Cirotratou seus sditos com considerao, conquistando-os como amigos. Porseu famoso decreto, promulgado no segundo ano de seu governo, permitiua volta de todos os povos s suas prprias terras. Parece que, de modoespecial, o famoso imperador dos persas favoreceu os judeus, concedendo-

    lhes generosa ajuda.

    CAMPANHAS CONTRA OS GREGOS

    O dcimo-primeiro captulo de Daniel tem sido dividido, para efeito deestudos, em quatro partes: a) versos 1 a 4, os reis da Prsia e o terceiroimprio at a sua diviso em quatro, aps a morte de Alexandre Magno; b)versos 5 a 20, os reis do Norte e do Sul (Sria e Egito); c) versos 21 a 35, oreinado de Antoco Epifnio; d) versos 36 a 45, o Anticristo, no final dostempos.

    A primeira parte, de que nos ocupamos aqui, abrange o perodo de 539 a.C,desde a tomada de Babilnia pelos medos e persas, at 424 a.C, quandofaleceu Artaxer-xes Longmanos. O texto bblico diz: "Eis que ainda trsreis estaro na Prsia, e o quarto ser acumulado de grandes riquezas maisdo que todos; e, esforando-se com as suas riquezas, agitar todos contra oreino da Grcia", Dn 11.2. Os reis mencionados neste texto foram

    Cambises, Pseudo Smerdis e Drio Histaspes, considerando que a visofora dada no ano terceiro de Ciro, conforme Dn 10.1. O quarto rei foi

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    Xerxes I, imensamente rico, que invadiu a Grcia nos anos 483 a 480,conhecido no livro de Ester como Assuero. Tanto a Bblia como a histriagrega falam dele como sendo homem sensual, devasso, dspota, insidioso ecruel. Assuero ocupou o trono no ano 486.

    Segundo John D. Davis, no segundo ano de seu reinado subjugou osegpcios que se haviam revoltado contra Drio, e quatro anos mais tarde

    preparou um imenso exrcito e invadiu a Grcia, mas foi obrigado aretroceder depois da batalha de Salamina, onde a sua esquadra foianiquilada por uma pequena frota grega, em 480 a.C. A me de Xerxes,Atossa, era filha de Ciro.

    Convm salientar que o Assuero que aparece em Ed 4.6 no o mesmo de

    Ester, mas sim Cambises, que reinou de 529 a 521 a.C. tambm o mesmoCambises quem aparece em Ed 4.7 com o nome de Artaxerxes. O queaparece em Ed 7.1, j ao tempo de Esdras, por volta de 458 a.C., Artaxerxes Longmanos, o rei que permitiu a Esdras e Neemias levarem umgrande nmero de judeus de volta a Jerusalm e reconstrurem as muralhasda cidade santa, Ed 7.11-28. o ltimo imperador persa mencionado noVelho Testamento.

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    O REI VALENTE E SEU SONHO DOURADO

    Um reino sem fronteiras, sem guerras e sem crises econmicas, tal como

    sonhou Alexandre, somente ser realidade quando o Messias reinar.

    "E um terceiro reino, de metal, o qual ter domnio sobre toda a terra", Dn2.39b. Nos captulos 7 e 8 do mesmo Daniel, lemos: "Depois disto eu

    continuei olhando e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinhaquatro asas de* ave nas costas; tinha tambm este animal quatro cabeas, efoi-lhe dado domnio"; "E, estando eu considerando, eis que um bode vinhado ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no cho; e aquele bode tinhauma ponta notvel entre os olhos... E o bode se engrandeceu em grandemaneira; mas, estando na sua maior fora, aquela grande ponta foiquebrada; e subiram no seu lugar quatro tambm notveis, para os quatroventos do cu", Dn 7.6; 8.5,8.

    interessante notar que, assim como o leo foi o animal adotado pelosbabilnicos como o smbolo de seu imprio, o bode serviu para identificaro poderio grego, como emblema do poder real. "O bode muitoapropriadamente tpico do imprio grego ou macednio, porque osmacednios, a princpio, mais ou menos 200 anos antes de Daniel, eramchamados aegeadae, ou povo do bode; e, nessa ocasio, como referemautores pagos, Caranus, seu primeiro rei, indo com uma grande multidode gregos procura de novas habitaes na Macednia, foi mandado pelo

    orculo tomar os bodes como seus guias para o imprio, e, mais tarde,vendo um rebanho de bodes a fugir de uma violenta tempestade, seguiu-osat Edessa, e ali fixou a sede do seu imprio; fez dos bodes suas insgniasou estandartes, e chamou a cidade 'Aegeae', ou 'a cidade do bode'. Estaobservao semelhantemente devida ao excelentssimo sr. Mede; e a isto

    pode-se acrescentar que a cidade Aegeae, ou Aegae, foi o lugar desepultamento usual dos reis macednios. tambm muito notvel que ofilho de Alexandre, de Roxama, chamou-se Alexandre Aegus, ou 'filho do

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    bode'; e alguns dos sucessores de Alexandre so representados em suasmoedas com chifres de bode".

    Outros importantes testemunhos acerca do bode como smbolo dos gregos

    esto no Museu Britnico. As moedas macednias, de cerca de 25 sculos,trazem no seu reverso a figura de um bode. Tambm na mitologia gregaaparece o deus "Pan", filho de Hermes e da ninfa Dryope, representadocom chifres, corpo e ps de bode da cintura para baixo. Finalmente, o MarEgeu, que banha a Macednia e a Grcia, significa "mar do bode".

    O imprio grego est representado pelo ventre e coxas de cobre, peloleopardo com quatro asas e pelo bode que vinha do Ocidente sem tocar nocho, o qual tinha uma ponta notvel entre os olhos. As asas falam da

    rapidez das conquistas de Alexandre, o bode que partiu do Ocidente "semtocar no cho". O serem quatro asas, significa o desmembramento doimprio em quatro dinastias independentes. A mesma significao tm asquatro cabeas do leopardo e as quatro pontas que se levantam do bode, aocair-lhe a primeira, a grande ponta. A Palavra de Deus clarssima: "Mas o

    bode peludo o rei da Grcia; e a ponta grande que tinha entre os olhos orei primeiro. O ter sido quebrada, levantando-se quatro em lugar dela,significa que quatro reinos se levantaro da mesma nao, mas no com a

    fora dela", Dn 8.21,22.

    CARTAS FAMOSAS

    Ficou clebre a correspondncia trocada entre Alexandre e Drio III,tambm conhecido por Drio Codomano, filho de Artaxerxes II, o qualcomeou a reinar no mesmo ano que Alexandre, ou seja, em 336 a.C.

    A primeira carta, de Drio a Alexandre, diz o seguinte:

    "Desta capital dos reis da terra: Enquanto o sol brilhar sobre a cabea deIskander Alexandre, o salteador etc. etc, saiba ele que o Rei dos Cus meoutorgou o domnio da terra, e que o Todo-poderoso me concedeu osquatro quartos da superfcie dela. Distinguiu-me outrossim a Providnciacom a dignidade, a majestade e a glria, e com um sem conta de campeese confederados.

    "Chegou ao nosso conhecimento que reunistes uma corja de ladres e

    rprobos, a multido dos quais a tal ponto vos escaldou a imaginao que

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    vos propusestes, com a ajuda deles, disputar a coroa e o trono, devastar onosso reino e destruir o nosso pas e o nosso povo.

    "Tais resolues so, em sua crueldade, perfeitamente consistentes com a

    fatuidade dos homens de Room. Mas, melhor para o vosso bem que, aolerdes estas linhs regresseis imediatamente do lugar at onde chegastes.Quanto ao vosso movimento criminoso, no tenhais receio da nossamajestade e punio, pois no entrastes ainda para o nmero daqueles quenos merecem vingana ou castigo. Olhai bem! Mando-vos um cofre cheiode ouro e um burro carregado de ssamo no propsito de dar-vos uma idiada extenso da minha riqueza e poder. Mando-vos tambm um chicote euma bola: a ltima para que vos entretenhais com um brinquedo prprio da

    vossa idade; o primeiro para servir ao vosso castigo."Ao receber essa carta, ordenou Alexandre que fossem presos e executadosos embaixadores que a tinham trazido. Mas estes lhe suplicarammisericrdia e foram finalmente atendidos. Regressaram para o seu paslevando a seguinte resposta de Alexandre a Drio:

    "De Zu-ul-Kurnain Alexandre quele que pretende ser o rei dos reis; que sejulga temido pelas prprias hostes celestes; e que se considera a luz de

    todos os habitantes do mundo! Como se pode ento dignar to alta pessoade temer um inimigo to desprezvel como Iskander?

    "No saber Dar Drio que o Senhor Onipotente outorga poder e domnioa quem bem lhe apraz? E tambm que quando um fraco mortal se julga umdeus e vencedor das hostes celestes a indignao do Todo-poderoso lhereduz a runa o reino?

    "Como pode um indivduo destinado morte e decomposio ser um

    deus, ele a quem lhe tomam o reino e que deixa para outros os prazeresdeste mundo?

    "Olhai! Decidi travar batalha convosco e para isso marcho na direo devossas terras. Confesso-me fraco e humilde servo de Deus, a quem ofereoas minhas preces para que me conceda a vitria e o triunfo, e a quem adoro.

    "Com a carta em que fizestes tamanho alarde dos vossos poderes meenviastes um chicote, uma bola, um cofre cheio de ouro e um burro

    carregado de ssamo; tudo isso agradeo boa fortuna e considero comosinais auspiciosos. O chicote significa que serei o instrumento do vosso

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    castigo e me tornarei o vosso governador, preceptor e diretor. A bola indicaque a superfcie da terra e a circunferncia do globo obedecero ao lugar-tenentes. O cofre de ouro, que uma parte do vosso tesouro, denota que asvossas riquezas me sero transferidas muito breve. E quanto ao ssamo,

    embora os seus gros sejam to numerosos, todavia macio ao tato e detodos os gneros de alimento o menos nocivo e desagradvel.

    "Em retribuio vos envio um saco de mostarda para provardes ereconhecerdes o amargor da minha vitria. E no obstante vos terdesexaltado com tamanha presuno, soberbo da grandeza do vosso reino e

    pretendendo ser uma divindade na terra, ousando mesmo comparar-vos majestade celeste, eu verdadeiramente que sou vosso senhor supremo; e

    embora vos tenhais esforado por me alarmar com a enumerao do vossopoder e dos vossos recursos em homens e armas; todavia confio nainterveno da Divina Providncia que hei de ver a vossa jactnciareprovada por todo o gnero humano; e que na mesma proporo em quevos exalastes vos humilhar o Senhor e me conceder a vitria sobre vs.

    No Senhor est a minha f e a minha confiana. Adeus!"

    Depois da troca destas cartas, os dois exrcitos se defrontaram em Farist,onde os persas sofreram fragorosa derrota. Drio fugiu para alm do

    Eufrates, e foi reunir um exrcito ainda mais numeroso. Tentou negociarcom Alexandre, oferecendo-lhe pela paz a metade do seu reino, masAlexandre, contra a opinio de seus generais, preferiu arriscar as suastropas em nova batalha e ganhar toda a Prsia. Eis a resposta que mandou

    proposta de Drio:

    "Drio:

    Drio (Drio, o Grande, derrotado em Maratona), (Drio, o Grande, porcujo nome sois chamado) devastou, se a histria diz a verdade, todas ascidades gregas da costa do Helesponto; todas as colnias jnias deste lado.

    Nem se contentou ele com isso, mas, atravessando o mar com um vastoexrcito, executou uma segunda invaso; sendo, porm, vencido no mar,retirou-se, deixando l o general Mardnio, o qual em sua ausncia deveriasaquear toda a Grcia, talar-lhe os frteis campos e arrasar-lhe asflorescentes cidades.

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    "Acrescente-se a isso a morte de meu pai Felipe, cujos assassinoscorrompestes e subornastes vilmente com a promessa de grande soma emdinheiro.

    "Assim comeais uma guerra e assim covardemente a levais avante,tentando assassinar aqueles que tremeis de encontrar no campo de batalha;testemunho disso so os mil talentos que oferecestes a quem quisesse ser omeu assassino, mesmo quando estveis conduzindo contra mim umtamanho exrcito. Por conseguinte, a guerra em que estou atualmenteempenhado em minha prpria defesa; e os deuses, dando o triunfo sminhas armas e permitindo-me conquistar grande parte do vosso imprio,manifestaram a justia da minha causa. Bati-vos no campo da luta; e,

    embora no me sinta obrigado pela honra nem pela gratido a atender-vosno que quer que seja, todavia vos prometo, se vierdes a mim da maneiraque exige a vossa condio, darei liberdade a vossa esposa e a vossosfilhos, mesmo sem nenhum penhor, Como conquistador levastes uma lio;vereis ainda como sei tratar com honra aqueles a quem veno. Se noentanto duvidais de vossa segurana aqui, prometo-vos que tereis umaescolta para vos guardar de qualquer atentado. Entrementes, toda vez quetiverdes ocasio de escrever a Alexandre, lembrai-vos de que vos dirigis a

    quem no somente rei, mas tambm o vosso rei".Finalmente, em 21 de setembro de 331 a.C, aproveitando-se de um eclipselunar, o exrcito macednico comandado por Alexandre atravessou o Tigre,e de novo a Grcia e a Prsia se defrontaram em Arbela (ou Gaugamela)numa das batalhas decisivas da Histria. Mais uma vez a vitria coube aAlexandre, e desta vez lhe trouxe, na idade de vinte e cinco anos, asupremacia indisputvel sobre a maior parte do mundo ento conhecido.Mais uma vez em fuga, Drio foi morto por um dos seus strapas.

    O SONHO DE ALEXANDRE

    Alexandre Magno nasceu em Pela, em 356 a.C, e morreu em Babilnia, em323 a.C. Filho de Felipe II e Olmpia, assume o trono em 336 a.C, aps oassassinato do pai, e um ano depois, no Congresso Pan-helnico deCorinto, aclamado general de todas as foras gregas.

    Com um exrcito de 35.000 infantes, 5.000 cavaleiros e uma frota de 169

    navios, vence o exrcito persa s margens do Rio Granico, ocupa a Frigia,em cuja capital, Grdio, corta um n complicado que, segundo a tradio,

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    daria a quem o desembaraasse o imprio da sia. Em 333, na plancie deIsso, vence novamente os persas. A caminho do Egito, Tiro e Gaza sovencidas e arrasadas. recebido no Egito como filho dos faras; funda acidade de Alexandria no delta do Nilo e ataca os exrcitos do rei persa

    Drio III em Arbela (ou Gaugamela), no ano 331, derrotandodefinitivamente o imprio medo-persa. Cumprindo a profecia bblica, que

    previa para o terceiro reino um "domnio sobre toda a terra", em 327 a.C,aps a conquista do Oriente Mdio e do Norte da frica, invade a ndia.

    Alexandre, entre os 13 e 16 anos de idade, teve como mestre o famosoAristteles, que lhe despertou o interesse para a Filosofia, a Medicina e ainvestigao cientfica. O seu grande mrito foi o de unificar o mundo

    grego e difundir o helenismo, criando assim um mundo novo. Com suaforte personalidade, Alexandre Magno passou Histria como o maisfamoso conquistador da antiguidade. Reinou 12 anos e oito meses. Faleceuaos 33 anos, vtima de uma febre violenta, aps prolongado banquete emuita bebida. Dele disse Orlando Boyer: "Ele j estava porta de qualquercidade para conquist-la, antes mesmo de algum saber que tinha sado deseu palcio... Alexandre tinha o grande alvo de fazer do mundo inteiro umas nao, a Alexandrelndia. No poderia haver mais guerras nem carestia,

    porque no haveria mais estrangeiros nem fronteiras, e todos os homens,assim, podiam gozar paz e prosperidade. (Era o seu sonho dourado, mas sh um que pode realiz-lo: Jesus Cristo.) Alexandre, ainda muito novo,dominou o mundo inteiro e chorop porque no havia outros reinos aconquistar!"

    ALEXANDRE E OS JUDEUS

    A grande ponta do bode significa, no o primeiro monarca, mas o primeiro

    reino dominado sucessivamente por Alexandre Magno, por seu irmoArideu e por seus dois filhos, Alexandre e Hrcules. J o "rei valente" deDn 11.3,4, aponta para o primeiro imperador da Grcia, Alexandre. Estefez do povo judeu o alvo de sua especial considerao, pois, ao aproximar-se de Jerusalm, o sumo sacerdote saiu-lhe ao encontro mostrando as

    profecias bblicas que indicavam o triunfo dos gregos sobre os medo-persase, especialmente, o papel que o grande general macednico deveria cumprirno plano divino. Vejamos o que registrou o grande historiador judeu,

    Flvio Josefo:

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    "Quando se soube que ele j estava perto, o Gro-sacrificador (o sumosacerdote) acompanhado pelos outros sacrificadores e por todo o povo, foiao seu encontro, com essa pompa to santa e to diferente da das outrasnaes, at o lugar denominado Sapha, que em grego significa mirante,

    porque de l se podem ver a cidade de Jerusalm e o templo. Os fencios eos caldeus, que estavam no exrcito de Alexandre, no duvidaram de quena clera em que ele se achava contra os judeus ele lhes permitiria saquearJerusalm e daria um castigo exemplar ao Gro-sacrificador.

    "Mas aconteceu justamente o contrrio, pois o soberano apenas viu aquelagrande multido de homens vestidos de branco, os sacrificadores revestidoscom seus paramentos de linho e o Gro-sacrificador, com seu fode, de cor

    azul adornado de ouro e a tiara sobre a cabea, com uma lmina de ourosobre a qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele,adorou aquele augusto nome e saudou o Gro-sacrificador, ao qualningum ainda havia saudado. Ento os judeus reuniram-se em redor deAlexandre e elevaram a voz, para desejar-lhe toda a sorte de felicidade e de

    prosperidade. Mas os reis da Sria e os outros grandes, que oacompanhavam, ficaram surpresos de tal espanto, que julgaram que eletinha perdido o juzo. Parmnio, que gozava de grande prestgio,

    perguntou-lhe como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava oGro-sacrificador dos judeus. - No a ele, respondeu Alexandre, ao Gro-sacrificador, que eu adoro, mas a Deus de quem ele ministro. Poisquando eu ainda estava na Macednia e imaginava como poderiaconquistar a sia, Deus me apareceu em sonhos com esses mesmos hbitose me exortou a nada temer. Disse-me que passasse corajosamente o estreitodo Helesponto e garantiu-me que Ele estaria frente do meu exrcito e mefaria conquistar o imprio dos persas. Eis por que jamais tenho visto antes a

    ningum vestido de trajes semelhantes quele com que Ele me apareceu emsonho. No posso duvidar de que foi por ordem de Deus que empreendiesta guerra e assim vencerei a Drio, destruirei o imprio dos persas e todasas coisas suceder-me-o segundo os meus desejos.

    "Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmnio, abraou o Gro-sacrificador e os outros sacrificadores; caminhou depois no meio deles atJerusalm, subiu ao templo, ofereceu sacrifcios a Deus da maneira como oGro-sacrificador lhe dissera fazer. O Soberano Pontfice mostrou-lhe em

    seguida o livro de Daniel, no qual estava escrito que um prncipe grego

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    destruiria o imprio dos persas e disse-Ihe que no duvidava de que era elea quem a profecia fazia meno. Alexandre ficou contente; no dia seguinte,mandou reunir o povo e ordenou-lhe que dissesse que favores desejavareceber dele. Falando pelo povo, o Gro-sacrificador respondeu-lhe que

    eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo as leis deles e as leis deseus antepassados, e isent-los no stimo ano do tributo, o qual lhe

    pagariam durante os outros seis anos. Ele concedeu-lhes. Tendo-lhe, ainda,eles pedido que os judeus que moravam em Babilnia e na Mdiagozassem dos mesmos favores, Alexandre o prometeu com grande

    bondade, e disse que se alguns desejassem servir no exrcito grego, elepermitiria que os conscritos vivessem segundo a prpria religio ecostumes. Vrios ento se alistaram".

    OS QUATRO REINOS QUE SE REDUZIRAM A DOIS

    No captulo 11 de Daniel, versos 3 e 4, as profecias acerca de Alexandrecomplementam as anteriores: "Depois se levantar um rei valente, quereinar com grande domnio, e far o que lhe aprouver. Mas, estando eleem p, o seu reino ser quebrado, e ser repartido para os quatro ventos docu; mas no para a sua posteridade, nem tampouco segundo o poder comque reinou; porque o seu reino ser arrancado, e passar a outros". Os

    "quatro ventos do cu" so as quatro dinastias independentes em que sedividiu o imprio de Alexandre, em 301 a.C, na batalha de Ipsus:Ptolomeu, filho de Lago, no Sul, ficou com o Egito e mais tarde obteveChipre; Cassandra, no Oeste, ficou com a Macednia, Tessalia e Grcia;Seluco Nicanor, no Leste, com Babilnia, Sria e todo o Oriente;Lismaco, no Norte, reinou sobre a Trcia e a Capadcia.

    Os versos 5 e 20 do captulo onze de Daniel falam de uma guerra

    prolongada entre os reis da Sria e do Egito. O primeiro destes versos assim explicado por Sir Isac Newton: "Demtrio, filho de Antgono,conservou apenas uma pequena parte dos domnios paternos, e por fim

    perdeu Chipre para Ptolomeu. Mas depois do assassinato de Alexandre,filho e sucessor de Cassandro, rei da Macednia, Demtrio apoderou-sedesse reino no ano de 454 de Nabonassar (294 a.C). Algum tempo depois,quando preparava um grande exrcito para reconquistar os domnios de seu

    pai na sia, Seluco, Ptolomeu, Lismaco e Pirro, rei do piro, ligaram-se

    contra ele, invadindo a Macednia, corromperam o exrcito de Demtrio,pondo o rei em fuga. Em seguida, apoderaram-se do seu reino e o dividiram

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    com Lismaco. Sete meses aps, Lismaco venceu a Pirro, tomou-lhe aMacednia e a susteve durante cinco anos e meio, unindo-a ao reino deTrcia. Em suas guerras contra Antgono e Demtrio, Lismaco lhes haviatomado a Caria, a Ldia e a Frigia. Ele tinha ainda um tesouro em Prgamo,

    num castelo no topo de uma colina cnica na Frigia, perto do rio Caicus,cuja guarda havia confiado a um tal Filatero, que a princpio lhe foi fiel,mas por fim se revoltou contra ele, no ltimo ano de seu reinado, poisLismaco, instigado por sua esposa Arsino, comeou assassinando seu

    prprio filho Agatocles e depois diversos outros que o choravam. A vivade Agatocles fugiu com os filhos e alguns amigos, e pediu a Seluco queguerreasse a Lismaco. Diante disso, Filatero, que era acusado de ter sido oassassino de Agatocles, pela prpria Arsino, ps-se em armas ao lado de

    Seluco. Nessa ocasio, Seluco deu batalha a Lismaco na Frigia; estemorreu na batalha e Seluco tomou o seu reino no ano 465 de Nabonassar(283 a.C).

    "Assim o imprio dos gregos, que inicialmente se havia dividido emquatro, reduziu-se novamente a dois reinos notveis os quais so chamados

    por Daniel de os reinos do Sul e do Norte. Ento Ptolomeu reinava sobre oEgito, a Lbia, a Etipia, a Arbia, a Fencia, a Celesria e Chipre; e

    Seluco, tendo unido trs dos quatro reinos, tinha um domnio poucoinferior ao do imprio persa, conquistado por Alexandre Magno..."

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    OS REINOS DO NORTE E DO SUL

    Com a repentina morte de Alexandre, seus domnios se dividiram

    primeiramente em quatro reinos que, por sua vez, se reduziram a dois.

    Os versos 6 a 20 do captulo 11 de Daniel tratam das lutas entre osSelucidas, reis do Norte, e os Ptolomeus, reis do Sul. O fato de Daniel,

    mais de trs sculos antes, haver descrito com tantas mincias a histriadesses reinos, s pode ser explicado luz da Palavra de Deus: "homenssantos falaram da parte de Deus movidos pelo Esprito Santo", 2 Pe 1.21.

    CUMPRIMENTO FIEL DA PROFECIA

    Os 15 versculos citados abrangem um perodo de aproximadamente umsculo, comeando por volta de 250 a.C. O comentrio seguinte, de Mc

    Nair, refere-se a esse texto, cuja leitura sugerimos ao leitor a fim de melhor

    compreender o seu cumprimento histrico: Os dois que fazem aliana soos reis do Norte (a diviso Sria do imprio Grego) e do Sul (Egito). Estaaliana foi efetuada pelo casamento da filha do rei do Sul, a princesaegpcia Berenice, filha de Ptolomeu II a Antoco Theos, o rei do Norte. Acombinao foi que Antoco teria de divorciar-se da sua esposa e fazer deum dos filhos de Berenice o herdeiro do reino. Este convnio acabou numdesastre. Quando Ptolomeu morreu, Antoco Theos, em 247 a.C, chamou asua esposa anterior. Berenice e seu filho foram envenenados, e o filho da

    primeira esposa, Gallinicus, foi posto no trono como Seluco II. "Mas, aocabo de anos, eles se aliaro um com o outro; a filha do rei do Sul casarcom o rei do Norte, para estabelecer a concrdia; ela, porm, noconservar a fora do seu brao, porque ela ser entregue, e bem assim osque a trouxeram, e seu pai, e o que a tomou por sua naqueles tempos", v.6.

    Ptolomeu III Euergetes (246-221 a.C), irmo de Berenice, que sucedeu aseu pai Ptolomeu II, invadiu o territrio da Sria at a sia Menor e poralgum tempo ocupou a prpria Antioquia, reacendendo, assim, a guerraentre os dois reinos. Como vingana pelo assassinato de sua irm, matou a

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    esposa de Antoco Theos. Diz a Bblia: "Mas de um renovo da linhagemdela um se levantar em seu lugar, e avanar contra o exrcito do rei do

    Norte e entrar na sua fortaleza, agir contra eles, e prevalecer", v.7.

    Cumprindo tudo o que estava profetizado a seu respeito, Ptolomeu IIIEuergetes voltou ao Egito levando quatro mil talentos de ouro, 40 miltalentos de prata e dois mil e quinhentos dolos e vasos sagrados, dos quaismuitos tinham sido arrebatados Prsia por Cambises. No ano 240 a.C.Seluco Calicino invadiu o Egito e voltou derrotado. Sua frota pereceunuma terrvel tempestade. Os filhos de Seluco Calicino, Seluco Hl (226-223 a.C.) e Antoco, o Grande, (223-187 a.C.) guerrearam contra o Egito. O

    primeiro atacou, sem sucesso, as provncias egpcias na sia Menor; o

    segundo, tambm conhecido por Antoco III, invadiu o Egito sem muitaoposio da parte de Ptolomeu Filopter. Em 218 a.C, numa outra investidacontra o Egito, Antoco tomou a fortaleza de Gaza. Eis a profecia bblica arespeito destes fatos: "Tambm aos "seus deuses com a multido das suasimagens fundidas, com os seus objetos preciosos de prata e ouro, levarcomo despojo para o Egito; por alguns anos ele deixar em paz o rei do

    Norte. Mas depois este avanar contra o reino do rei do Sul, e tornar paraa sua terra. Os seus filhos faro guerra, e reuniro numerosas foras; um

    deles vir apressadamente, arrasar tudo e passar adiante; e, voltando guerra, a levar at a fortaleza do rei do Sul", vv 8 a 10.

    JUD, ALVO DAS GUERRAS GREGAS

    No ano seguinte queda de Gaza, Ptolomeu Filopter, graas a umpoderoso exrcito, vence Antoco, o Grande, na batalha de Rfia, asudoeste de Gaza, e sacrifica em Jerusalm. Pelo fato de haver sidoimpedido de entrar no lugar santssimo do Templo, tenta destruir os judeus

    de Alexandria. Cerca de 14 anos mais tarde, Antoco, o Grande, tenta maisuma vez derrotar o Egito, porm falha. "Ento este se exasperar, sair, e

    pelejar contra ele, contra o rei do Norte; este por em campo grandemultido, mas a sua multido ser entregue nas mos daquele. A multidoser levada, e o corao dele se exaltar; ele derrubar mirades, porm no

    prevalecer. Porque o rei do Norte tornar, e por em campo multidomaior do que a primeira, e ao cabo de tempos, isto , de anos, vir pressacom grande exrcito e abundantes provises. Naqueles tempos se

    levantaro muitos contra o rei do Sul; tambm os dados violncia dentre oteu povo se levantaro para cumprirem a profecia, mas cairo", vv 11 a 14.

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    Tanto a Sria como o Egito, por ambicionarem cada um deles ser averdadeira continuao do imprio de Alexandre, continuaram guerreando-se mutuamente. Jud, por estar entre os dois reinos, foi alvo permanentedas disputas dos gregos, que desejavam impor sua cultura e filosofia

    tambm aos judeus.

    Antoco, o Grande, por trazer oprbrio sobre os romanos pelas suas aesfoi derrotado por estes na batalha de Magnsia, em 190 a.C, sob o comandodo cnsul Lcio Cornlio Cipio. De regresso a sua terra, Antoco tentouroubar o templo de Belus, em Elimas, e teve um fim triste. Daniel

    profetizou a esse respeito: "Depois se voltar para as terras do mar, etomar muitas; mas um prncipe far cessar-lhe o oprbrio, e ainda far

    recair este oprbrio sobre aquele. Ento voltar para as fortalezas da suaprpria terra; mas tropear e cair, e no ser achado", vv. 18 e 19.

    Daniel fala ainda de Seluco Filopter (187-175 a.C), morto "no em iranem em batalha", pois foi envenenado por seu cobrador de impostos denome Heliodoro, depois de mand-lo depredar o templo em Jerusalm.

    Comentando o verso 14, onde se afirma que muitos se levantariam paracumprir a profecia, diz a nota de rodap da Bblia Vida Nova: "At a poca

    destas guerras, o livro de Daniel seria bastante conhecido pelos judeus quequiseram apressar 'o tempo do fim' (quando na verdade, o Filho de Deus que faria cessar a injustia humana para prevalecer a justia eterna). Porisso, estes ltimos apressaram-se em tomar armas contra Antoco, oGrande, a fim de obterem independncia absoluta para Israel, que passariaa ser uma teocracia messinica, segundo suas esperanas".

    O REI FEROZ DE CARA

    Embora a Palestina s viesse a tornar-se provncia romana no ano 63 a.C, asupremacia do povo latino teve incio em Pidna, no dia 22 de junho de 168a.C. Entre esta e aquela data, a Judia passou por muitas vicissitudes,destacando-se a opresso sob Antoco Epifnio. Este rei, depois de passar15 anos como refm em Roma, governou a Sria de 175 a 164 a.C. Suacrueldade e intolerncia religiosa fizeram dele um tipo do futuro Anticristo.O relato bblico que trata desse rei est em Daniel, captulos 8 e 11: "Mas,no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, levantar-se-

    um rei de feroz catadura e entendido em intrigas. Grande o seu poder,mas no por sua prpria fora; causar estupendas destruies, prosperar e

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    far o que lhe" aprouver; destruir os poderosos e o povo santo. Por suaastcia nos seus empreendimentos, far prosperar o engano, no seu coraose engrandecer, e destruir a muitos que vivem despreocupadamente;levantar-se- contra o Prncipe dos prncipes, mas ser quebrado sem

    esforo de mos humanas", 8.23-25.

    No captulo 11,o mesmo Antoco Epifnio assim descrito: "Depois selevantar em seu lugar um homem vil, ao qual no tinham dado a dignidadereal; mas ele vir caladamente, e tomar o reino com intrigas", v.21.Realmente, esse "homem vil" no tinha quaisquer direitos dignidade real,

    por ser filho menor de Antoco, o Grande, mas obteve a coroa usando-se delisonjas.

    viva, no primeiro captulo apcrifo dos Macabeus, a descrio que se fazdos males ocasionados na Judia pelos judeus infiis, do saque deJerusalm e da introduo do culto pago em toda a Palestina: "O seusanturio ficou desolado como um ermo, os seus dias de festa se mudaramem pranto, os seus sbados em oprbrio, as suas honras em nada.

    proporo da sua glria se multiplicou a sua ignomnia: E a sua altaelevao foi mudada em luto... E o rei (Antoco Epifnio) dirigiu cartassuas, por mos de mensageiros, a Jerusalm, e a todas as cidades de Jud:

    Mandando-lhes que seguissem as leis das naes da terra. E proibissem queno Templo de Deus se fizessem holocaustos, sacrifcios, e oferta emexpiao de pecado. E proibissem que se celebrasse o sbado, e os diassolenes: E mandou que se profanassem os lugares santos, e o santo povo deIsrael. Outrossim, mandou que se edificassem altares, e templos, e que selevantassem dolos, e sacrificassem carne de porco, e reses imundas...",captulo 1, versos 41,42,46-50. (Verso Clssica de Figueiredo.)

    Os registros histricos confirmam as sombrias caractersticas de AntocoEpifnio. Ele foi considerado um louco sanguinrio pelos historiadoresgregos e um fomentador de intrigas entre o seu reino e o do Egito. Sua vidaem relao ao judasmo foi uma blasfmia contra o prprio Deus (levantar-se- contra o Prncipe dos prncipes) e sua morte por desgosto, em razo dofracasso contra os romanos, mostra que ele foi "quebrado sem esforo demos humanas".

    AS DUAS PONTAS PEQUENAS

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    Convm salientar que o captulo 7 de Daniel trata de todos os reinos dosgentios, enquanto o oitavo se ocupa apenas do segundo e terceiro, ou seja,do medo-persa e do grego. Note-se que a "ponta mui pequena que cresceumuito para o meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa (Jud), e se

    engrandeceu at o exrcito do cu" (sacerdotes judeus), (vv. 9 e 10), nosaiu do quarto reino (Roma), mas de uma das pontas do terceiro (Grcia).Portanto, esta ponta no a mesma do captulo 7.

    Scofield e outros estudiosos do assunto entendem que a ponta pequena docaptulo 8 Antoco Epifnio, oitavo governador da casa dos Selucidas,que reinou de 175 a 164 a.C. Intolerante em religio, intentou destruir areligio dos judeus pela fora. Ordenou que os judeus demonstrassem

    publicamente seu repdio religio de seus pais, violando as leis e asprticas ligadas a ela: que profanassem o sbado, as festividades e osanturio, construindo altares e templos aos dolos pagos; quesacrificassem carne de porco nos altares do templo e no circuncidassemseus filhos. O judeu que desobedecesse palavra do rei seria morto.

    A presso de Antoco sobre os judeus, cada vez mais cruel, culminou nodcimo quinto dia do ms de quisleu (dezembro), do ano 168 a.C, quandouma gigantesca esttua de Zeus Olmpio foi colocada atrs do altar do

    sacrifcio, e os ptios do Templo transformados em lugares de lbricosbacanais.

    Os que se recusaram a obedecer aos decretos reais fugiram ou morreram.Milhares foram sacrificados, e nessa conjuntura irrompeu a revolta dosMacabeus, repleta de atos hericos e de sacrifcios auto-imoladores. Osatos de bravura dos Macabeus acabaram por vencer, no final de 165 a.C,definitivamente, as bem equipadas e esplendidamente treinadas tropas

    selucidas. Antoco, logo ao receber a notcia de que seus exrcitos haviamsido irremediavelmente batidos, morreu de desgosto entre Elimas eBabilnia.

    No vigsimo quinto dia de quisleu, de 165 a.C, Judas, o Macabeu, depoisde purificar o templo, reconsagrou-o acendendo as lmpadas do candelabrosagrado, ofereceu incenso no altar de ouro, levou oferendas ao altar dossacrifcios e decretou que todos os anos o evento fosse comemorado,nascendo assim a "Chanukah", Festa da Dedicao: Jo 10.22.

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    ROMA, A POTNCIA FRREA

    O imprio romano, com suas frreas garras, subjugou todo o mundo

    antigo, crucificou o Messias e destruiu Jerusalm e o Templo.

    Nos captulos anteriores, analisamos os trs primeiros imprios mundiais:Babilnico (612-539 a.C), Medo-Persa (539-331 a.C.) e Grego (331-168a.C.) O quarto reino, representado pelo animal terrvel e espantoso e pelas

    pernas de ferro e ps em parte de ferro e em parte de barro, o romano, no

    qual se tem cumprido a profecia bblica at mesmo nos mnimos detalhes.Diz a Bblia: "Depois disto, eu continuava olhando nas minhas vises danoite, e eis aqui o quarto animal, terrvel, espantoso e, sobremodo forte, oqual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaos, e

    pisava aos ps o que sobejava; era diferente de todos os animais queapareceram antes dele, e tinha dez chifres", Dn 7.7.

    O ANIMAL TERRVEL E ESPANTOSO

    "Ento - continua Daniel - tive desejo de conhecer a verdade a respeito doquarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrvel, cujosdentes eram de ferro, e as suas unhas de metal, que devorava, fazia em

    pedaos e pisava a ps o que sobrava; e tambm das dez pontas que tinhana cabea, e da outra que subia, de diante da qual caram trs, daquela

    ponta, digo, que tinha olhos, e uma boca que falava grandiosamente, e cujoparecer era mais firme do que o das companheiras. Eu olhava, e eis queesta ponta fazia guerra contra os santos, e os vencia... Disse assim: O

    quarto animal ser o quarto reino na terra, o qual ser diferente de todos osreinos; e devorar toda a terra, e a pisar aos ps, e a far em pedaos. E,quanto s dez pontas, daquele mesmo reino se levantaro dez reis; e depoisdeles se levantar outro, o qual ser diferente dos primeiros, e abater a trsreis", Dn 7.19-24.

    Que este quarto animal corresponde quarta diviso da esttua deNabucodonozor no h dvida. Alm da explicao dada pelo anjo a

    Daniel, os dentes dessa fera, de ferro, correspondem a um dos elementos daesttua. Por outro lado, a existncia do cobre (cujas unhas eram de cobre)

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    revela que o quarto reino conservaria caractersticas do reino anterior, dosgregos. Realmente, o mundo romano experimentava a influncia das letrase da filosofia gregas. O imprio mundial dos gregos, que teve domnio"sobre toda a terra", Dn 2.39, fez com que sua cultura prevalecesse mesmo

    durante a supremacia dos csares, levando muitos a denominar o ltimogrande imprio mundial de greco-romano. Se os latinos governavam pelafora das suas armas, os gregos o faziam pelo poder das suas letras.

    Quanto aos dez dedos dos ps da esttua, s dez pontas do quarto animal e ponta que tinha olhos e falava grandiosamente, tratamos de formadetalhada em nosso livro Deus revela o futuro.

    COMO ROMA CONQUISTOU O MUNDO

    A sujeio dos gregos ao imprio romano custou a vida de milhares desoldados em muitas e sangrentas batalhas. Os historiadores Andr Aymarde Jeannine Auboyer afirmam que bastante natural que Roma, "comeandocom muito pouco, tendo de lutar contra cidades anlogas a ela e contra oscoriceos montanheses dos Apeninos centrais, detida, s vezes, em seus

    progressos, por invases gaulesas no incio do sculo IV a.C, s consigaaps longas peripcias a submisso da regio qual, at Csar, se reservava

    a denominao de 'Itlia', isto , a Itlia peninsular dos gegrafos. Estasubmisso, entretanto, s obtida com a tomada de Tarento, em 272 a.C. eda ltima cidade etrusca, em 265-264 a.C, nas vsperas da passagem para aSiclia, em 264: quase dois sculos e meio para a conquista da pennsula,quando bastaram vinte e um anos a Filipe para estabelecer a hegemoniamacednica sobre a Grcia balcnica!

    "Se a expanso extra-italiana, alis, j no se arrasta, a seguir, de forma tolenta, amide s consegue realizar certas anexaes depois de atrasosimprevistos. As guerras pnicas representam, na longa srie de guerrasultramarinas, notveis excees, porque se compensam imediatamente comaquisies territoriais: a primeira, com a da Siclia; a segunda, com a daEspanha; a terceira, com a da regio de Cartago. Mas os empreendimentosno Oriente helenstico custam a dar seus frutos. Roma j intervm naGrcia em 212 a.C, derrota nitidamente o exrcito macednico em 197 a.C,esmaga-o definitivamente em 168 e, no entanto, s em 148 a.C. estabelececomo provncia a Macednia. suficiente mencionar, sem multiplicar osexemplos, o caso singular do Egito: a proteo de Roma sobre ele encontra-

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    se praticamente estabelecida, pelo menos desde 168 a.C. e, embora cadavez mais pesada, exigindo vrias intervenes de tropas romanas nasquestes internas do pas, este protetorado no impede a monarquia lgidade conservar a sua independncia terica e mesmo prtica, s vezes -

    Clepatra serve-se de Antnio, pelo menos tanto quanto ela o serve - at 30a.C." 0)

    O ano 168 a.C. marcou o incio da supremacia romana nos trs continentes-Europa, sia e frica - resultando na posse das trs divises restantes dovasto imprio de Alexandre. Alguns anos antes dessa data, porm, osromanos j haviam liquidado com o reino dos Selucidas, como registrouG. Oncken: "Caio Pomplio Lena ordenou depois, no Egito, que Antoco

    IV, Epifanes, da Sria, evacuasse o pas. O rei disse que ia refletir o caso;ento Pomplio com seu basto traou na areia um crculo ao redor doselucida, pronunciando estas palavras: 'Antes de que saias deste crculohs de dar-me a resposta que pede o Senado: queres ser amigo ou inimigodos romanos?' Confuso em extremo, ainda sem fazer resistncia alguma, osucessor do grande rei de Antioquia respondeu: 'Farei o que o Senado

    pede'. Ento o rstico diplomata romano estendeu pela primeira vez a moa Antoco e o saudou como amigo e aliado do povo romano".

    Sacudindo de sobre si o peso esmagador da paz romana imposta sobre seusantecessores, Perseu ataca os romanos e os vence numa batalha, em 171a.C, em Galicinos. "Esta terceira guerra teve como causa a morte do rei dePrgamo quando viajava pela Grcia. Na segunda batalha, ao meio-dia de22 de julho de 168, prximo fortaleza de Pidna, os romanos, sob ocomando de Lcio Emlio, fogem a princpio com grande perdas, ante a

    presso do exrcito de Perseu. Porm, uma feliz manobra de Lcio Emliomudou a sorte da luta. Fogem agora os macednios com Perseu

    precipitadamente, perseguidos pelos romanos. Ficaram no campo 20.000macednios mortos e 11.000 prisioneiros, sendo saqueada a cidade dePidna. Todos os oficiais de Perseu se entregaram aos romanos. Perseu, jat mesmo sem apoio pessoal do continente, refugiou-se na ilha de Samo-trcia. Grcia e Macednia sofreram tremendos massacres da parte dosvitoriosos romanos." (2)

    CUMPRINDO AS ESCRITURAS

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    Os romanos cumpriram cabalmente tudo o que deles se acha escrito nasprofecias. As terrveis garras romanas subjugaram o mundo inteiro,Somente a Glia, as batalhas de Jlio Csar conquistaram 800 populaes,submeteram 300 povos, mataram cerca de um milho de homens e

    reduziram outro tanto mais cruel escravido. Roma, afirmam oshistoriadores, chegou a ter duas vezes mais escravos que cidados livres.Atravs de pesados tributos, ela "devorava" o trigo do mundo e"despedaava" milhares de prisioneiros em sangrentos combates uns contraos outros ou contra esfomeadas feras. Na inaugurao do grande coliseu - omaior daqueles tempos, com capacidade para cem mil expectadores - oimperador Tito sacrificou cinco mil animais. Trajano, para comemorar umavitria matou onze mil animais em vrios dias festivos. Quanto aos

    combates entre os gladiadores - escravos ou criminosos condenados morte -, afirma-se que o nmero de vtimas oscilava entre vinte e trinta milalmas por ms!!! Os cidados romanos, incluindo o imperador e toda a suacorte, divertiam-se assistindo a verdadeiras batalhas!

    opinio geral que Roma superou em atrocidade a todos os mais perversosconquistadores do passado. So incontveis os massacres e as chacinas queela realizou em todo o seu vasto imprio. Csar, para coroar suas vitrias,

    trucidou dois milhes de homens. Os imperadores romanos no pareciamhumanos de to implacveis, impiedosos, cruis e desalmados que eram."Os imperadores romanos, em sua totalidade, com rarssimas excees,eram mais feras do que humanos indivduos. O mundo foi deverasesmagado por eles. Os massacres na Grcia e na Macednia, e em outrasregies sem conta, foram inominveis e comprovaram a perversidadedaqueles Csares e seus exrcitos. Torrentes de sangue inundaram oImprio. A igreja crist, desde o monstro Nero ao cruel Deocleciano, foi

    perseguida, pisada, torturada, dizimada, chacinada. Milhes de seusmembros pagaram com a vida e o sangue a sua lealdade ao cu. Suaspropriedades foram confiscadas e seus templos arrasados."

    O historiador no-crente Edward Gibbon, em O Declnio e a Queda doImprio Romano, escreveu: "As armas da Repblica que dominaram na

    batalha e sempre foram vitoriosas na guerra, avanaram com passos rpidospara o Eufrates, o Danbio, o Reno, e o oceano; e as imagens de ouro, deprata, ou bronze," que deviam servir para representar as naes e seus reis,

    foram, sucessivamente, quebradas pela monarquia de ferro de Roma".

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    Moiss certamente apontava para o Imprio Romano quando anunciou ocastigo por desobedincia: "O Senhor levantar contra ti uma nao delonge, da extremidade da terra, que voa como a guia, nao cuja lnguano entenders: nao feroz de rosto, que no atentar para o rosto do

    velho, nem se apiedar do moo. E comer o fruto dos teus animais e ofruto da tua terra, at que sejas destrudo; e no te deixar gro, mosto, nemazeite, criao das tuas vacas, nem rebanhos das tuas ovelhas, at que tetenha consumido; e te angustiars em todas as tuas portas, at que venhama cair os teus altos e fortes muros, em que confiavas em toda a tua terra; ete angustiar at em todas as tuas portas, em toda a tua terra que te temdado o Senhor teu Deus. E comers o fruto do teu ventre, a carne de teusfilhos e de tuas filhas, que te der o Senhor teu Deus, no cerco e no aperto

    com que os teus inimigos te apertaro", Dt 28.50-53.

    Em nenhuma outra ocasio, seno debaixo do domnio romano, as palavrasde Moiss tiveram to perfeito e completo cumprimento!

    Concluindo aqui este trabalho, saliento que as vises profticas de Danielvo muito alm dos dias em que Roma crucificou Cristo ou destruiuJerusalm. Elas avanam atravs dos sculos, incluem a poca atual econtinuam em direo ao futuro at o Milnio, quando "o Deus do cu

    levantar um reino que no ser jamais destrudo; e este reino no passar aoutro povo; esmiuar e consumir todos estes reinos, e ser estabelecido

    para sempre", Dn 2.44. Convido o leitor a acompanhar esses cumprimentosprofticos atravs dos meus livros Israel, de Herodes a Dayan e Deus revelao futuro, os quais prosseguem na anlise de Daniel em confronto com oApocalipse, e tratam dos tempos dos gentios, do retorno de Cristo e dasltimas coisas.

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    EVENTOS IMPORTANTES DO VELHO TESTAMENTO

    (As datas, em ordem decrescente, so todas antes de Cristo.)

    2165 - Nascimento de Abro em Ur.

    2090 - Abro, aos 75 anos, deixa Har e peregrina em Cana. Incio daDispensao da Promessa: Deus promete abenoar as naes nadescendncia de Abro, que Cristo (Gn 22.17,18; G13.16).

    2079 - Deus confirma o Pacto com Abro e muda-lhe o nome para Abrao,que significa "Pai de uma multido" (Gn 17.5).

    1875-Jac entra no Egito (Gn 46.1-6). Fim da Dispensao da Promessa eincio do perodo de 430 anos mencionado em Gl 3.17.

    1445 - Israel recebe a Lei no Sinai. Quinta Dispensao, que se estende ata Cruz (x 19.8; Mt 27.35).

    1095 - Saul, o primeiro rei de Israel, inicia o perodo da monarquia, quedurou 490 anos. Chave para o cativeiro babilnico e para a profecia das

    setenta semanas de anos.1055 - (ou 1020 na cronologia revisada), Davi aclamado rei de Israel emHebrom. Pacto Davdico, segundo o qual a descendncia de Davi reinaria

    para sempre em Jerusalm. neste Pacto que se baseia o reino glorioso deCristo (Ez 37.22-25). Desde o cativeiro babilnico, em 605 a.C, somenteum rei da casa de Davi foi coroado em Jerusalm, mas

    com uma coroa de espinhos. A este rei, que Jesus Cristo, o Pai dar "o

    trono de Davi, seu pai, e reinar eternamente na casa de Jac, e o seu reinono ter fim" (Lc 1.32,33; At 2.29-32; 15.14-17).

    975 - Diviso do Reino de Israel entre Reoboo (Jud) e Jeroboo (Israel).

    721 - Sargo conquista o Reino de Israel, tambm conhecido como o Reinodas Dez Tribos, Reino de Samaria e Casa de Efraim (2 Rs l7.4-6).

    701 - Senaqueribe, com um poderoso exrcito, invade Jud, toma aldeias ecidades e ameaa Jerusalm. A orao de Ezequias, a resposta divina e a

    destruio do exrcito assrio (2 Rs 19.14-19, 35-37).

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    605 - Fim da monarquia independente de Jud e incio do cativeiro de 70anos (Jr 25.11,12). Por no cumprir o mandamento de dar descanso terra(Lv 25.2-4), os judeus foram levados para Babilnia e l permaneceram"at que a terra se agradasse dos seus sbados; todos os dias da sua

    desolao repousou, at que os setenta anos se. cumpriram" (2 Cr 36.21).

    539 - Fim da supremacia babilnica e incio do reino medo-persa.

    445 - Artaxerxes, no vigsimo ano do seu reinado, d ordem para areconstruo de Jerusalm. Incio das 70 semanas de anos (Dn 9.23-27).

    331 - Batalha de Arbelas, supremacia dos gregos, sob Alexandre o Grande.

    323 - Morte de Alexandre, aos 33 anos de idade.

    301 - Batalha de Ipsus e diviso do imprio grego em quatro partes.

    175 - Reina o cruel e intolerante Antoco Epifnio, causador da morte demais de cem mil judeus em Jerusalm.

    168 - Batalha de Pidna e incio da supremacia romana nos trs continentes:Europa, sia e frica. 84 - Primeiro triunvirato romano (Csar, Pompeu eCraso).

    44 - Assassinato de Jlio Csar por Bruto.

    43 - Segundo triunvirato (Marco Antnio, Lpido e Otvio).

    31 - Guerra civil entre Antnio e Otvio, vitria deste na batalha de cio.Otvio, com o nome de Otvio Csar Augusto (ou simplesmente CsarAugusto), inicia a poca imperial do imprio romano.

    6-5 - Jesus nasce em Belm de Jud, quando Herodes o Grande reina na

    Judia e Csar Augusto o imperador romano (Mt 2.1; Lc 2.1).