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www.plmj.com Transformative Legal Experts TOPIC TRENDING #1 — ABR. 19 ARBITRAGEM Vamos fazer em Portugal um hub de arbitragem internacional Já considerado pelos seus investidores como “o melhor lugar do mundo para investir” 1 , Portugal parece ter passado de país descobridor a país a descobrir. Estará Portugal e a sua comunidade arbitral preparada para acompanhar esta nova dinâmica económica? 1 Liz Alderman, ‘Portugal Dared to Cast Aside Austerity. It’s Having a Major Revival’. The New York Times, July 22 2018.

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#1 — ABR. 19

ARBITRAGEM

Vamos fazer em Portugal um hub de arbitragem internacionalJá considerado pelos seus investidores como “o melhor lugar do mundo para investir”1, Portugal parece ter passado de país descobridor a país a descobrir. Estará Portugal e a sua comunidade arbitral preparada para acompanhar esta nova dinâmica económica?

1 Liz Alderman, ‘Portugal Dared to Cast Aside Austerity. It’s Having a Major Revival’. The New York Times, July 22 2018.

Page 2: ABR 1 ARBITRAGEM Vamos fazer em Portugal TRENDING€¦ · Vamos fazer em Portugal um hub de arbitragem internacional Já considerado pelos seus investidores como “o melhor lugar

Segundo o estudo mais recente da QMUL so-bre arbitragem internacional2, 97% dos inquiri-dos revelou preferir a arbitragem internacional como meio de resolução de litígios transfrontei-riços e 99% recomendaria a arbitragem para re-solução de litígios no futuro.

Não há margem para dú-vidas, os números con-firmam o status quo da arbitragem internacional. A arbitragem é um meio de resolução de litígios que veio para ficar, é o mercado que o confirma.

A comunidade arbitral Portuguesa não pode dei-xar de refletir sobre esta mensagem.

2 2018 International Arbitration Survey: The Evolution of International Arbitration disponível aqui.

É verdade que a arbitragem em Portugal, em Por-tuguês, com intervenientes Portugueses ou liga-ção a países lusófonos tem sido um tópico de dis-cussão em diversos fóruns. Dir-se-á que Portugal deve ser considerado no plano internacional da arbitragem essencialmente por dois motivos:

é um país com posição pivot no mundo do investi-mento lusófono e tem um quadro legal de arbitragem moderna. Contudo, o que é realmente interessante é constatar em que medi-da Portugal passa no teste dos próprios utilizadores da arbitragem, isto é, em que medida preenche os critérios apontados como essenciais para os utiliza-dores deste meio de reso-lução alternativa de litígios.

O estudo da QMUL fornece dados que permi-tem uma confrontação decisiva e que, adianta-mos, nos deixam cada vez mais otimistas relati-vamente ao papel de Portugal, dos Portugueses e da comunidade lusófona neste cenário da arbi-tragem internacional.

Em primeiro lugar, os entrevistados no estudo da QMUL revelaram que a escolha tanto da sede como da instituição arbitral depende principal-mente da “reputação e reconhecimento em ge-ral” de ambas, seguida da neutralidade e impar-cialidade do sistema jurídico e da consideração da lei de arbitragem nacionais.

Portugal passa no teste com distinção.

Dispomos de uma lei de arbitragem moderna, largamente baseada na Lei Modelo UNCITRAL, que prevê princípios tão fundamentais como o da autonomia das partes e da cláusula arbitral, o princípio da Kompetenz-Kompetenz, igualdade das partes, processo equitativo e caráter defini-tivo das sentenças arbitrais. Mas não só.

97% dos inquiridos revelou preferir a arbitragem internacional como meio de resolução de litígios transfronteiriços.

99% recomendaria a arbitragem para resolução de litígios no futuro.

"… é um país com posição pivot no mundo do investimento lusófono e tem um quadro legal de arbitragem moderna."

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Além de dever ser considerado um “país amigo” da arbitragem em geral, no âmbito do Direito Público, por exemplo, designadamente em ma-térias administrativas e fiscais, e também nou-tros setores não comerciais, regista-se em Por-tugal atividade arbitral.

No campo administrativo, existe uma tradição de o Estado Português promover ativamente a inclusão de cláusulas arbitrais em contratos administrativos que resultaram em diversos litígios arbitrais envolvendo o Estado, fazendo do sistema português um dos mais avançados em relação a conflitos arbitrais de direito pú-blico. O mesmo acontecendo noutras áreas. As disputas tributárias entre cidadãos privados / empresas e autoridades fiscais também são resolvidas por tribunais arbitrais, tal como os li-tígios relativos a patentes sobre medicamentos que são obrigatoriamente resolvidos através de arbitragem; demonstrando-se assim a opção do próprio legislador por este meio de resolução.

Ainda quanto a estes critérios, é importante dizer que Portugal dispõe de um sistema legal e judicial que confere segurança sempre que a intervenção de tribunais estaduais é necessá-ria para assessorar a arbitragem.

Mais, Portugal é parte de 45 tratados bilaterais de investimento em vigor (de 60 assinados) den-tro de uma grande amplitude geográfica, tais como a Alemanha, China, ou Índia, e é igualmente parte da Convenção de Washington de 1965, so-bre a resolução de litígios de investimento entre Estados e nacionais de outros Estados (ICSID).

Em segundo lugar, a executoriedade das sen-tenças arbitrais foi a principal vantagem apon-tada pelos inquiridos no estudo. Também este critério se encontra preenchido. Portugal é sig-natário da Convenção de Nova Iorque de 1958, sobre o reconhecimento e a execução de sen-tenças arbitrais estrangeiras, aplicada pelos tri-bunais portugueses à arbitragem. Esta Conven-ção conta com 159 países signatários, incluindo Brasil, Moçambique, Angola e Cabo Verde, os últimos dois países mais recentemente, em 2017 e 2018 respetivamente.

Em terceiro lugar, Portugal beneficia de uma localização geográfica de excelência, no Sul da Europa e Atlântico Este, bem como de condições climatéricas, de hospitalidade e de segurança muito competitivas, bem como a prática de pre-ços moderados, comparadas com outros arbitral hubs europeus (como sejam Londres, Paris ou Genebra, a primeira, segunda e quinta sede pre-ferida pelos inquiridos no estudo da QMUL). Para acolher árbitros e as partes que aqui escolham resolver os seus litígios internacionais, institui-ções como o Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa oferecem não só instalações adequadas para ad-ministrar eficientemente audiências arbitrais, como também regras de arbitragem recente-mente revistas à luz das melhores práticas inter-nacionais e traduzidas para diversas línguas.

Portugal é signatário da Convenção de Nova Iorque de

1958.

Portugal é parte de

45 tratados bilaterais de investimento em vigor.

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O presente documento destina-se a ser distribuído entre clientes e colegas e a informação nele contida é prestada de forma geral e abstrata, não devendo servir de base para qualquer tomada de decisão sem assistência profissional qualificada e dirigida ao caso concreto. O seu conteúdo não pode ser reproduzido, no seu todo ou em parte, sem a expressa autorização do(s) editor(es).

ANGOLA — CHINA/MACAU — GUINÉ-BISSAU — MOÇAMBIQUE — PORTUGAL — SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE — TIMOR-LESTE

Em quarto lugar, assiste-se a uma crescente atração de investimento para o nosso território e uma presença crescente e gradual de empre-sas portuguesas lá fora, – seja nos setores imo-biliário, tecnológico, de construção, turismo ou energias renováveis, – o que ilustra o dinamismo económico e a consequente expertise adquirida pelos juristas em geral quanto a estes temas. Ora, tendo em conta que os utilizadores inqui-ridos preveem que a arbitragem crescerá pre-cisamente nestas áreas (Energia, Construção, Tecnologia, e Bancário e Financeiro), Portugal conta com uma comunidade jurídica na linha da frente, preparada para tais desafios.

Em quinto lugar, o Português é a sexta língua mais falada do mundo, com 250 milhões de speakers. A ligação privilegiada com os países de expressão portuguesa, derivada quer de uma herança histórica comum, quer das constantes relações comerciais, é indiscutível. As oportuni-dades de intercâmbio e de investimento multi-plicam-se em países como o Brasil, Angola, Mo-çambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Macau e Timor-Leste, territórios que partilham em grande medida com Portugal a sua matriz jurídica, inclusive quanto à legisla-ção arbitral. Em conjunto com uma linguagem comum, a mesma abordagem jurídica coloca os profissionais portugueses em posição privile-giada para contribuir para o desenvolvimento da arbitragem internacional nesses países.

Por tudo o que se disse, não existem dúvidas de que as empresas e os advogados portugueses têm todas as condições não só para intervirem, mas para desempenharem um papel influente na arbitragem internacional, tanto com sede em Por-tugal como em qualquer outro ponto do globo.

O Português é a sexta língua mais falada do mundo, com

250M de speakers.

"Por tudo o que se disse, não existem dúvidas de que as empresas e os advogados portugueses têm todas as condições não só para intervirem, mas para desempenharem um papel influente na arbitragem internacional, tanto com sede em Portugal como em qualquer outro ponto do globo."

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