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Curso de Formação Específica de Árbitros de Futsal > Nível 3 2014 Técnicas de Arbitragem III Federação Portuguesa de Futebol Conselho de Arbitragem Autores: António Cardoso

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Federação Portuguesa de Futebol Conselho de Arbitragem

Autores: António Cardoso

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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ÍNDICE Índice _________________________________________________________________ 2

PREPARAÇÃO DO INÍCIO DO JOGO __________________________________________ 5

1. SAUDAÇÃO INICIAL _________________________________________________ 6

1.1 Saída da cabine – visualização e preparação mental ___________________ 6

1.2 Antes de entrar na superfície de jogo – vistoria aos jogadores, as câmaras e a

atitude ____________________________________________________________ 7

1.3 Entrada na superfície de jogo – colocação da bola _____________________ 7

1.4 Perfilar as equipas e saudação inicial – apito _________________________ 9

1.5 Cumprimento aos capitães – o que dizer ___________________________ 10

1.6 Sorteio para a escolha de campo – estratégias de classe _______________ 11

1.7 Resultado do sorteio – importância da classe ________________________ 11

1.8 Cumprimento de sucesso – pensamento positivo ____________________ 12

1.9 Começo do jogo _______________________________________________ 12

Síntese do Capítulo _____________________________________________________ 14

CONCEITOS TÁTICOS DAS EQUIPAS _________________________________________ 15

2. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA TÁTICA E ESTRATÉGICA _____________________ 16

2.1 Evolução tática – evolução histórica das táticas fundamentais __________ 17

2.1.1 Táticas defensivas ___________________________________________ 17

2.1.2 Táticas ofensivas ____________________________________________ 19

2.2 Sistema tático – o que é, para que serve ___________________________ 20

2.3 Os principais esquemas táticos das equipas _________________________ 21

2.3.1 Sistema 2:2 _________________________________________________ 21

2.3.2 Sistema 3:1 _________________________________________________ 21

2.3.3 Sistema 4:0 _________________________________________________ 23

2.3.4 Sistema 3:2, 1:2:2, 2:1:2 ou de guarda-redes volante ________________ 24

2.4 Tipo de ataque – organizado, rápido ou contra-ataque ________________ 25

2.5 Transição defensiva e ofensiva – o que é, local e momento ____________ 27

Síntese do Capítulo _____________________________________________________ 29

MOVIMENTAÇÃO E COLOCAÇÃO __________________________________________ 30

3. IMPORTÂNCIA DA MOVIMENTAÇÃO E COLOCAÇÃO ______________________ 32

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 3

3.1.1 Movimentação do árbitro _____________________________________ 32

3.1.2 Situações dinâmicas com a bola em jogo I ________________________ 33

3.1.3 Movimentação do 2º Árbitro ___________________________________ 34

3.1.4 A Movimentação – Trabalho de equipa __________________________ 34

3.1.5 Situações dinâmicas com a bola em jogo II ________________________ 35

3.2.1 Colocação do Árbitro _________________________________________ 37

3.2.2 Situações de obrigatoriedade e especificidade _____________________ 38

3.2.3 Situações decorrentes de pontapés de canto ______________________ 39

3.2.4 Situações decorrentes de lançamentos de baliza ___________________ 39

3.2.5 Situações decorrentes de pontapés-livres ________________________ 39

3.2.6 Situações decorrentes de pontapé de grande penalidade ou pontapés-livres

diretos sem barreira ________________________________________________ 40

3.2.7 Situações decorrentes de pontapés de linha lateral _________________ 40

3.2.8 Colocação do 2º Árbitro _______________________________________ 41

3.2.9 Importância da Colocação – Trabalho de equipa ___________________ 41

3.2.10 Situações de obrigatoriedade e especificidade _____________________ 42

3.2.11 Situações decorrentes de pontapés de canto ______________________ 43

3.2.12 Situações decorrentes de lançamentos de baliza ___________________ 43

3.2.13 Situações decorrentes de pontapés-livres ________________________ 43

3.2.14 Situações decorrentes de pontapé de grande penalidade ou pontapés-livres

diretos sem barreira ________________________________________________ 44

3.2.15 Situações decorrentes de pontapés de linha lateral _________________ 44

Síntese do Capítulo _____________________________________________________ 45

A MALA DO ÁRBITRO EM JOGOS DE ÂMBITO NACIONAL E INTERNACIONAL ________ 46

4. IMPORTÂNCIA DOS DETALHES _______________________________________ 47

4.1. Material de jogo no âmbito nacional – alta competição _______________ 47

4.2 Materiais de Jogo _____________________________________________ 48

4.3 Materiais de Higiene Pessoal_____________________________________ 49

4.4 Materiais de Proteção e prevenção _______________________________ 49

4.2 Material de jogo no âmbito internacional __________________________ 50

4.3 Indumentária _________________________________________________ 51

4.3.1 Três dias de deslocação _______________________________________ 51

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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4.3.2 Seis dias de deslocação _______________________________________ 52

4.3.3 Trinta dias de deslocação______________________________________ 53

Síntese do Capítulo _____________________________________________________ 54

Autoavaliação _________________________________________________________ 55

Agradecimento especial ao Jornal Da Golpilheira

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 5

1 Capítulo

PREPARAÇÃO DO INÍCIO DO JOGO

Temas

1. SAUDAÇÃO INICIAL

1.1 Saída da cabine

1.2 Antes de entrar na superfície de jogo

1.3 Entrada na superfície de jogo

1.4 Perfilar as equipas e saudação inicial

1.5 Cumprimento aos capitães

1.6 Sorteio para a escolha de campo

1.7 Informação do resultado do sorteio

1.8 Cumprimento de sucesso

1.9 Começo do jogo

Competências de Saída

1. Reconhecer etapas essenciais à

organização do encontro, desde a

formalização da saudação inicial ao

começo do jogo.

2. Uniformizar e criar padrões nacionais

de atuação, no âmbito da Academia

de arbitragem

Critérios de Evidência

1. Reconhece etapas essenciais à

organização do encontro, desde a

formalização da saudação inicial ao

começo do jogo.

2. Implementa e usa os padrões

nacionais de atuação, no âmbito da

Academia de arbitragem

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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1. SAUDAÇÃO INICIAL

Trazemos a este capítulo um amplo combinado de procedimentos, cujo intuito é a

uniformização e a criação de um modelo nosso, devendo desde já buscar-se a consistência

e a consolidação, deste modelo português. Modelo que permita orientar e identificar o

árbitro luso, tornando-o esteticamente reconhecido em qualquer parte do globo, em que

se exponha.

Desde há cerca de duas épocas e coincidindo com a entrada do CA em funções, têm sido

estabelecidos um conjunto de modus operandi que visam dotar a arbitragem de uma

organização com visão de futuro, com respostas imediatas, aos constantes desafios que

vão sendo colocados aos árbitros.

Insere-se neste grupo, o documento de contagem regressiva que à data foi posto em

prática na 1ª divisão nacional, mas que se vai implementando de forma gradual e por ora,

muito mais eficiente, atendendo a que os árbitros portugueses começam a dar sinais

evidentes de ter um bom domínio de uma área – organizativa – a que antes não davam o

necessário relevo.

Também a novel edição das Normas & Instruções, em vigor a partir de julho de 2013,

contempla uma série de aspetos – por exemplo, o scouting – que pretendem sensibilizar

os árbitros para a importância assumida por estes fatores e outros.

Estes documentos referidos e outras recomendações passadas em processo de formação,

aos árbitros, conduzem a um tipo de organização, de que a saudação inicial faz também

parte. E que se aborda de seguida e de forma mais específica.

Porque ser árbitro é muito mais do que distinguir umas faltas e exibir uns cartões…

1.1 Saída da cabine – visualização e preparação mental

De todo o material que deve ser portadora, toda a equipa de arbitragem, deverão os seus

elementos fazer uma confrontação antes de se aprestarem a entrar em campo, de

preferência no interior do seu vestiário.

Sempre que uma pessoa facilita em exagero, dando como adquirido que tudo funciona

por si mesmo, está a arriscar e a colocar-se perante o erro. Desnecessariamente.

Poderá parecer um detalhe, uma situação de menor importância, mas a verdade é que

basta que o objeto de escrita – um mero exemplo – não funcione e não tenha alternativa,

num determinado momento de tensão do jogo, para que a situação criada de desconforto

e insegurança, retire alguns dos predicados ao árbitro.

Assim, deverão questionar-se entre colegas acerca dos materiais, confirmando e não

deixando de o fazer, sob a escusa de o haver feito individual e anteriormente.

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 7

Concluindo, se o árbitro está sujeito ao erro na sua condição de decisor, vamos deixar a

possibilidade do lapso, para as situações imponderáveis.

1.2 Antes de entrar na superfície de jogo – vistoria aos

jogadores, as câmaras e a atitude

Sabe-se que deverá existir uma verificação dos equipamentos e uma série de

recomendações em relação a isso, algum tempo antes e de acordo com a contagem

regressiva e outras determinações.

Contudo, no momento em que as equipas se aprestam a entrar, terão que confirmar junto

dos atletas e oficiais que todo o processo e o cumprimento regulamentar foi cumprido

integralmente.

Nesta verificação deverá iniciar-se um processo de interação entre os árbitros e os demais

agentes. Como tal, recomenda-se desde logo, uma abordagem sensata e inteligente,

proactiva e integrante. Diz-se que a primeira imagem marca…

Evidentemente que sendo necessário algum procedimento extra ou alguma correção,

existirá tempo para tal, desde esta vistoria e até ao momento do pontapé de saída. Caso

seja estritamente necessário protelar o início do jogo, deverá constar no relatório do

árbitro – organização – de forma objetiva, o motivo de tal, contemplando-se todo o

procedimento e esforços, levados a cabo pelo árbitro.

1.3 Entrada na superfície de jogo – colocação da bola

De seguida e de acordo com aquilo que está determinado, deverá proceder-se à entrada

na superfície de jogo, conforme regulamentado ou seguindo instruções de algum

delegado da entidade organizadora da prova – devendo constar essa informação no

relatório – com as equipas em fila indiana, seguindo os árbitros.

Os árbitros encontrar-se-ão junto a uma das linhas delimitadoras da superfície do jogo,

ponto desde onde avançarão para o alinhamento inicial, colocando-se o árbitro principal

ao meio. Os seus colegas posicionar-se-ão de tal forma que, chegados ao local da

cerimónia de apresentação das equipas, fique o 2º árbitro à direita, com a equipa B,

enquanto o AA-3º árbitro ou cronometrista se coloca à sua esquerda, com a equipa A e

tendo sempre atenção à hipotética rotação, para o referido alinhamento.

Os árbitros confirmam junto dos capitães de equipa o trajeto e local de posicionamento

e, então, prosseguem rumo ao dito local.

A bola deverá ser transportada pelo árbitro, de forma bem segura, sobre a palma da mão

e junto à cintura.

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A caminhada deve ser feita com passada larga, serena e firme, com o tórax elevado e

majestoso, com o olhar bem centrado num ponto relativamente elevado que lhe permita

concentrar-se, neste momento inicial. Transmitindo uma ideia de confiança e firmeza.

Chegados ao ponto estabelecido pelo árbitro, enquanto o 2º árbitro e o AA permanecem

nesse local, orientando com a sua presença o alinhamento das equipas, o árbitro coloca

a bola no solo, no ponto central e onde se efetuará o pontapé de saída.

Seguem-se alguns esquemas:

Fatores a considerar, nos trajetos e posições, aquando da entrada das equipas:

Verificar na reunião preparatória a posição da tribuna de honra ou, caso não exista,

saber junto dos responsáveis de que lado é usual;

Sabe-se que os elementos das 3 equipas apenas podem encarar nesse sentido, fazendo

a saudação;

A saudação será feita sobre a linha de meio-campo, entre 5 a 7 m da linha lateral, sobre

o lado da referida tribuna;

Permitem-se exceções ao posicionamento referido no ponto anterior sempre que a

bancada, tribuna, galeria ou infraestrutura similar sejam demasiado elevadas e isso

obrigue a um inestético e esforçado erguer de cabeça, por parte dos intervenientes,

que pretendam olhar para cima. Ou que os espetadores em cima, não consigam ver os

rostos dos que estão posicionados abaixo;

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

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Nos casos em que se verifique do lado mais afastado do círculo central – veja-se a1,

b1, c2 e d2 – o trajeto será praticamente reto, desde a posição de entrada até ao ponto

de saudação;

Nos demais casos, quando o alinhamento for do lado mais próximo, por questões

óbvias, o árbitro tem duas opções:

- promove um trajeto em meia-lua, pouco pronunciado mas que permita uma boa

colocação;

- verifica e em caso afirmativo, altera o local desde onde poderão assumir o percurso

– por exemplo, a saída do túnel é em b2; sendo possível, simples, transferimo-nos para

d2;

No esquema c1, atente-se nas posições de entrada, uma vez que não é adequado

proceder-se a nenhuma rotação.

1.4 Perfilar as equipas e saudação inicial – apito

Conforme regulamentado para as provas em Portugal, a equipa B – normalmente a

equipa visitante, alinha do lado direito da equipa de arbitragem.

No momento em que o árbitro vai colocar a bola conforme relatado em 1.3, regressando

ao alinhamento deverá verificar se alguma situação ocorreu que prejudique a estética e

o cumprimento regulamentar, nas formações entretanto alinhadas.

Realce-se que existiu uma vistoria prévia – vide 1.2 – e que tudo deveria ter ficado desde

então regulamentar. No entanto, a ter verificado alguma anomalia, deverá solicitar a sua

correção imediata, sem a qual, o referido elemento deverá sair do alinhamento.

Regressado ao seu lugar central, entre os seus parceiros e sem contacto entre si, o árbitro

olhando fixamente para a sua frente, com uma postura de serena determinação e como

que olhando para alguém colocado no local onde a linha de meio-campo encontra a linha

lateral, de olhos nos olhos, apita 2 vezes.

A primeira das apitadelas referidas no parágrafo anterior será feita de forma mais

prolongada e a segunda mais curta – sensivelmente 1/3 do tempo.

Poderá existir algum jogo que fuja a este procedimento, sendo que isso poderá passar-se

nos jogos em que possa existir a deliberação organizativa de apresentar os atletas

individualmente. Nesse caso, após terminar a referida apresentação, considera-se o

momento de as equipas se cumprimentarem.

Terminamos deixando a convicção de que a postura e todo o cumprimento deste aspeto

dão um crédito significativo ao árbitro.

Deseja-se ainda que seja muito mais importante a forma como se leva a cabo o

procedimento, que a execução de qualquer forma ou imposta.

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1.5 Cumprimento aos capitães – o que dizer

Após as equipas se cruzarem, cumprimentando as duas restantes, o árbitro acompanhado

do 2º árbitro, aguardará no seu ponto inicial da saudação, a chegada dos capitães. Para

realização do sorteio, que em Portugal se determina ser feito à vista de todos.

Perante a chegada dos legítimos representantes das equipas ao sorteio de moeda ao ar,

o árbitro deverá ser lacónico e assertivo nas suas palavras.

Deverá desejar um bom jogo para todos os intervenientes, ao mesmo tempo que garante

sob compromisso de honra que tentará – junto com a restante equipa – realizar um

trabalho dentro dos padrões de qualidade a que se sente obrigado.

Ao proferir algumas palavras, deverá ir basculando a cabeça e dirigindo o olhar e as

expressões para ambos os lados. Alguns tipos de discurso:

Meus senhores, um resto de boa tarde. Desejo-vos um bom jogo, com respeito e

lealdade. Seguramente que também nós pretendemos ter sucesso e, como tal, vamos

trabalhar em prol do êxito do futsal. De seguida, sortearemos campo e bola; o capitão

da equipa B vai dizer qual a face que escolhe…

Meus senhores, desejo-vos uma boa tarde e que este seja um jogo leal e positivo. Da

nossa parte fiquem com a certeza de que a nossa intenção será acertar sempre! Tal

como a vossa, certamente… Sorteemos então campo e bola; o capitão da equipa B vai

dizer qual a face que escolhe…

Ora viva, cavalheiros! Apenas gostaria de recordar que respeito e competência

também podem ser irmãos! Da nossa parte fiquem com a certeza de que a nossa

intenção será acertar sempre! Tal como a vossa, certamente… Sorteemos então campo

e bola; o capitão da equipa B vai dizer qual a face que escolhe…

Boa noite! Desde já desejar-vos um bom campeonato – competição ou aquilo que se

trate – com consideração entre todos… com a nossa garantia de esforço e firmeza na

realização do melhor trabalho possível! Passemos então a escolher campo e bola; o

capitão da equipa B vai dizer qual a face que escolhe…

Saber +

O Fogo, a Água, a Confiança… Entraram numa floresta escura e o fogo disse:

- Se eu me perder procurem fumo, pois onde há fumo, há fogo!

A água disse:

- Se eu me perder procurem humidade, pois onde há humidade há água!

Entreolharam-se e a confiança, meio-tímida meio-lamentosa… Coçava uma vez e outra,

como se abanasse as ideias. E disse:

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

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- Se eu me perder não me procurem!

Os demais fitaram-na…

Mas a confiança prosseguiu:

- Sim, porque uma vez perdida nunca mais me encontrarão!

A confiança é muito importante na vida, porque é a via única de sentir e fazer sentir

que é confiando que alcanças o que pretendes e que saboreias a verdade e a lealdade.

O sumo do esforço e da conquista!

Tens que confiar em ti e nas tuas capacidades. Tens que confiar nos teus superiores,

que também confiam em ti e te suportam. Tens que confiar nas regras do jogo e na

lealdade dos teus competidores. Tens que confiar que os obstáculos fazem parte do

processo e, como tal, superáveis.

A confiança é a base de todo o processo e da estrutura mental. E pode trabalhar-se…

Mas faz também por não perder a confiança de ninguém… porque ela não voltará!

Adaptado por António Cardoso

1.6 Sorteio para a escolha de campo – estratégias de classe

Trata-se do processo pelo qual se escolhe campo e bola em Portugal.

Normalmente cabe ao capitão da equipa B escolher a face da moeda.

Excetuam-se os jogos disputados em recinto neutro, sendo que neste caso será o árbitro

a determinar a quem cabe cada face da dita.

No sorteio de lançamento de moeda ao ar, esta deverá ser exibida a ambos os capitães e

a moeda projetada no ar na vertical e girando sobre si mesma, após o capitão da equipa

B ter escolhido, não devendo sê-lo a elevada altura, até pela insegurança inerente a tal.

Quando recolhida em baixo, a forma de a exibir é imediata, não podendo ser invertida na

outra mão, pela sensação existente de ser o árbitro a determinar a face que lhe interessa.

1.7 Resultado do sorteio – importância da classe

É então que o árbitro, abrindo a mão que recolheu a moeda e exibindo-a a ambos os

capitães, aproxima a moeda do capitão que “perdeu” o sorteio e informa-o de que cabe

à sua equipa o pontapé de saída. De seguida, aproxima a moeda do capitão que “ganhou”

o sorteio e questiona qual dos meios-campos vai defender a sua equipa.

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E assim se estabelece a informação do resultado do sorteio, de forma equidistante, sem

se alongar em dissertações ou expressões faciais, suscetíveis de poder ser interpretadas,

por outrem.

1.8 Cumprimento de sucesso – pensamento positivo

Da forma como se apresenta e se assume como “mestre-de-cerimónias”, retira o árbitro

o crédito proporcional, para a condução do jogo.

Deverá patentear serenidade e confiança, conhecimento regulamentar e empenho na

materialização da sua função.

Todo o seu discurso deverá assentar na assertividade e proatividade, incutindo desde logo

dois vetores preponderantes, na relação criada entre si, pelos agentes desportivos –

cumplicidade e responsabilidade.

No equilíbrio criado pelo árbitro entre dois tipos de abordagem, se fundamenta a sua

forma de gerir um espetáculo. Vejamos quais são esses pontos de abordagem:

Forma fleumática e impessoal – em situações onde o árbitro reconheça que é

expectável uma maior dificuldade, no relacionamento com os agentes, seja pelas

reconhecidas situações vivenciadas pelo próprio ou outros, seja pelo cariz do jogo.

Forma acessível e agradável – quando o árbitro reconhece absoluto controlo das

emoções, sabendo ter um capital de credibilidade elevado.

Repita-se que é fundamental existir equilíbrio emocional e humildade para aliar ao

perfeito autoconhecimento, para definir bem o estilo de abordagem.

Um árbitro autoritário, que necessita impor-se de forma permanente, usando a força e

até atitudes déspotas, apenas exibe uma incapacidade de se fazer entender, insegurança

e inabilidade para lidar com desportistas.

1.9 Começo do jogo

Imediatamente antes de dar início ao jogo, os árbitros deverão dirigir-se aos bancos de

técnicos – um árbitro a cada lado de cada vez – indagando quem vai permanecer na

função de dar instruções técnicas, usualmente o treinador. Cumprimentá-lo-ão, com

assertividade e agradecendo-lhes eventual colaboração, trocando depois e saudando

assim, ambos os árbitros a ambos os treinadores.

O estilo de abordagem adotado e referenciado no ponto anterior não terá que perpetuar-

se, podendo ser alterado de acordo com o decorrer do jogo.

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Conselho de Arbitragem 13

Assim, recomenda-se que no início do jogo, desde todo o procedimento tratado acima

até aos momentos em que os árbitros façam reavaliação, o estilo seja mais fleumático,

rigoroso e concentrado.

Sendo que a existir uma alteração de estilo, é mais simples e entendível quando se

processa no sentido de abertura posterior.

Nos momentos de “tempos-mortos” e intervalos, os árbitros devem partilhar informações

e afinar, quando recomendável, estratégias de abordagem.

Asseguradas todas as condições para o início do jogo, sejam como forma de cumprir todo

o estabelecido regulamentarmente, seja garantindo as condições administrativas e de

recinto de jogo, proceder-se-á ao início de jogo.

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Síntese do Capítulo

Sintetizando, deveremos referir a importância dada, neste momento, à criação de novos

paradigmas, envolvendo comportamentos e modos de operacionalizar as diretrizes que

vão surgindo.

Testemunho disso é toda esta implementação de novos conceitos que entroncam na

vontade de todos os árbitros em ter e fazer parte de uma modalidade em que impere o

respeito e o bom senso.

E que a faltarem estes predicados, não seja por responsabilidade dos árbitros, cientes a

cada dia que passa, que o caminho deverá ser de progresso, mas padronizado por valores

insofismáveis e inalienáveis, da vida em sociedade. E do desporto, mais ainda!

E se existe, por quem dirige, a intenção clara da criação do modelo de árbitro luso e todos

os conteúdos que gravitam em torno deste ideal, isto tudo apenas fará sentido se

entendido e apoiado pelos agentes executores do processo. Por todos, evidentemente!

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 15

2 Capítulo

CONCEITOS TÁTICOS DAS EQUIPAS

Temas

2. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA TÁTICA E ESTRATÉGICA

2.1 Evolução tática – evolução histórica das táticas fundamentais

2.2 Sistema tático – o que é, para que serve, estratégia

2.3 Os principais esquemas táticos das equipas

2.4 Tipo de ataque – organizado, rápido, contra-ataque

2.5 Transição defensiva e ofensiva – o que é, local e momento da utilização

Competências de Saída

1. Conhecer os primórdios do jogo, sob o

ponto de vista tático

2. Saber identificar um sistema tático de

uma equipa

3. Reconhecer o impacto dos diferentes

aspetos, na sua função

Critérios de Evidência

1. Conhece os primórdios do jogo, sob o

ponto de vista tático

2. Sabe identificar um sistema tático de

uma equipa

3. Reconhece o impacto dos diferentes

aspetos, na sua função

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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2. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA TÁTICA E ESTRATÉGICA

Segundo a Wikipédia, tática provém do grego – taktiké – significando a arte de manobrar

tropas e qualquer elemento componente de uma estratégia, com a finalidade de se atingir

a meta desejada num empreendimento qualquer.

Apesar de não se pretender aliar ou relacionar sequer, os aspetos bélico e desporto, não

se pode dissociar que sendo a tática entendida como o conteúdo da “arte da guerra” que

aborda a distribuição e manobras dos contendores, durante a batalha, muitos desses

conceitos chegaram até nós emoldurados dessa forma e, como tal, aplicados em

situações tão díspares como o meio empresarial, social e desportivo.

Não raramente surgem-nos confundidos, mormente pelo discurso, os conceitos “tática e

estratégia”.

Segundo Montiel, atendendo às dimensões humanas espaço e tempo, a estratégia

fundamenta-se mais na vertente temporal e na sua projeção de planificação, enquanto o

espaço se interliga mais à questão tática e a sua aplicação prática.

Contudo, pretendendo aprofundar ou alargar outros conceitos para formação, importa

referir que estratégia e tática, sendo complementares e passíveis de conjugação,

divergem em alguns dos seus predicados. Assim:

Estratégia

- Muito mais aquilo que se programa, longe da vista do opositor;

- O que se deve fazer, para obter aquilo;

- O momento variável – curto, médio ou longo prazo;

Tática

- Muito mais aquilo que se explana, à vista do opositor;

- Como se deve fazer, para obter isto;

- O momento restrito – imediato;

Perguntar-se-á então… existe uma tática que remeta para o sucesso, por si só?

Decerto que não. E a nós, na arbitragem, nem teria um significado tão importante, uma

vez que o nosso conhecimento apenas pretende ser, com o intuito de momento, de

interpretar a tática enquanto ferramenta de análise.

Mas regressemos à questão que acima se colocava… “existe uma tática que remeta para

o sucesso, por si só?”. E é evidente que não, desde logo, por existir um conjunto de fatores

a sustentar o sucesso e que não são tão íntimos da tática.

Na questão desportiva, especialmente em termos de futsal, realce para o quadro de

operacionais, vulgo plantel, nas mais variadas formas de capacitação. Esse sim, um fator

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 17

de preponderância no fenómeno, conseguindo-se amiúde e por força disso, transformar

estratégias e táticas rudimentares em processos ganhadores.

Contudo e quando nos deparamos com um quadro de equilíbrio e sem conseguirmos

vantagem explícita, recorrendo a uma estratégia brilhante e bem programada, projeta-se

depois no palco da competição e na tática de sucesso que se pretende, de forma mais

esclarecedora.

Um fator interessante de análise prende-se com a forma desprovida de conceitos

estratégicos que confina os jogos de infância no largo da igreja, cada vez mais em desuso.

Apesar de desorganizados, na sua essência e sem preocupações de índole estratégica,

não deixam de ser táticos e ricos nessa matéria. A forma mais ousada com que cada um

liberta a sua imaginação, a preponderância do miúdo de caráter mais agressivo ou

dinâmico e os seus toques de habilidade, o jeito de fazer a bola bater na parede,

surpreendendo o adversário-amigo, traduzem-se em quê, afinal?

Na resposta imediata – tática – a uma solicitação ou desafio, como ferramenta de

realização.

Sem que exista necessidade de arquitetar planos estruturados – estratégia – como

ferramenta de planificação.

2.1 Evolução tática – evolução histórica das táticas

fundamentais

Para falar sobre a evolução tática do futsal ao longo do tempo, teremos obrigatoriamente

de dividir em táticas defensivas e ofensivas. E assim, nessa lógica de especificação,

encontraremos adiante um compilado de desenhos a que se chama táticas e que mais

não é do que um agregado de disposições no espaço – superfície de jogo – corrigidas ou

melhoradas ao longo dos tempos.

E que se torna complicado materializar no tempo a alteração ou implementação dos

sistemas, uma vez que os sistemas que vão surgindo, fazem-no como resposta a outros

e/ou num contexto de surpresa crescente.

Ao contrário de outras situações, como dizer por exemplo quem foi o campeão de futebol

de salão no Rio de Janeiro em 1964 – Vila Isabel – ou qual foi o resultado do jogo Espanha

vs. Itália em 2 abril de 1982 – 4:2 – esta identificação cronológica torna-se muito difícil.

2.1.1 Táticas defensivas

No que ao aspeto defensivo respeita, diremos que no posicionamento global da equipa

em campo pouca evolução houve e, como é natural, atendendo ao número de

operacionais, as alterações nunca poderiam ser de monta.

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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Criatividade a qualquer preço, não valida nenhum processo.

Um aspeto que deve ser considerado é que inúmeras vezes, influenciado pelos resultados

ou pela resposta aos sistemas ofensivos adversários, as equipas dispõem-se na superfície

de jogo nas linhas mais adiantadas, mesmo em processo defensivo, provocando aquilo

que se diz “pressão alta”.

Começamos com o 2:2, vulgo "quadrado" ou "caixote", pelo desenho assumido na

superfície de jogo, tendo surgido mais tarde algumas variações, como o 1:2:1 ou

"losango" e ainda o 1:1:2 ou "Y".

Finalmente, importa referir uma outra forma defensiva que apesar de se encontrarem ao

longo dos tempos, equipas e treinadores adeptos, o seu uso é pouco implementado ao

nível a que nos propomos. Falamos da "marcação individual" ou homem a homem.

Contudo, a forma mais empregue e que nos deverá servir como ponto de partida na

preparação de um jogo de futsal a que sejamos chamados, deverá ser a “mista”, que é

um conceito normalmente derivado de uma defesa à zona, mas que a cada circunstância

definida estrategicamente, poderá responder num momento e/ou espaço, com

“marcação individual”, condicionada pelo(s) adversário(s).

Evidentemente que se exige cada vez mais cultura tática aos intervenientes. E os árbitros,

envolvidos no fenómeno, terão que seguir esse caminho e saber analisar, a todo o

momento, as variações táticas das equipas e do jogo.

Hoje em dia, fruto de intervenções cíclicas ao nível das leis do jogo e da implicação que é

colocada no próprio jogo, a nível tático, existe uma situação que merece reflexão e uma

leitura apropriada. A situação muitas vezes chamada de “guarda-redes volante”, que na

nossa opinião enferma de falta de rigor, dado que se trata, objetivamente, de um guarda-

redes que “sobe” para linhas mais adiantadas, transformando muitas vezes, o jogo e de

forma significativa.

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 19

O que nos importa referir e ter perspetiva de abordagem é exemplificado abaixo e com

imagens, mas prende-se acima de tudo com um esforço de compensação posicional, por

parte de algum dos jogadores encarregues de defender, em articulação com o seu guarda-

redes.

2.1.2 Táticas ofensivas

Passemos aos sistemas ofensivos.

Começando com o 2:2, rudimentar, de senso-comum, derivando para o losango ou 1:2:1,

depois para o 3:1 e finalmente para o 4:0, na década de 90 do século passado, fruto

fundamentalmente da imaginação do treinador brasileiro Zego, com uma passagem

meteórica por Portugal, pelo Miramar e Freixieiro, duas potências da formação lusa e a

quem o futsal português e a sua história muito devem. Infelizmente, Zego não

permaneceu…

Obviamente que o facto de terem surgido, a cada passo, novos “desenhos” para a

disposição dos jogadores, na superfície de jogo, não anula ou remete para o

esquecimento os anteriores modelos. Antes pelo contrário! Tornam-se complementares

e, respondendo a diferentes momentos e contextos em que a riqueza tática do futsal é

fértil, são colocadas em prática pelos treinadores, como meio de contornar os modelos

defensivos adversários.

Mais recentemente têm aparecido os chamados padrões redondos a 3 e 4 jogadores, o

que à semelhança dos desenhos defensivos, se traduz em evolução tática permanente e

com mérito para os treinadores e sua criatividade.

Mas importa perguntar:

Sendo o número de jogadores invariável, ao longo dos anos, como se desenham e criam

os diferentes modelos?

No essencial, por força da movimentação dos jogadores e da permuta sucessiva de

posições entre jogadores, criando assim mais desequilíbrios nas equipas contrárias. Se

inicialmente na interpretação dos Sistemas 2:2 e 1:2:1 e mesmo até no 3:1, a rigidez de

posições dos jogadores era nota dominante, com a chegada do 4:0 a dinâmica do jogo

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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aumentou, obrigando a uma constante troca de posições, logo, a uma imensamente

maior exigência física e tática.

As equipas com futsal evoluído, hoje em dia, praticam-no na tal associação de todos os

sistemas ofensivos como atrás ficou dito, ou seja, não há um sistema definido, eles estão

fracionados consoante os contextos do jogo, fruto da grande mobilidade da equipa e

cultura tática dos jogadores.

Ultimamente, derivado da correta leitura das leis do Jogo e à semelhança daquilo que foi

mencionado no subcapítulo “táticas defensivas”, os treinadores, perante resultados

adversos ou, no limite, para fazer posse de bola, recorrem com frequência ao guarda-

redes volante, que não deixa de ser um sistema de jogo ofensivo, que pode variar no 3:2

para 2:1:2 ou ainda 1:2:2. Como se ilustra…

2.2 Sistema tático – o que é, para que serve

Em tese, um sistema tático é o posicionamento dos jogadores na superfície de jogo,

dotando cada um da leitura apropriada a cada momento do jogo ou ação, por força da

movimentação dos adversários.

Sabedores como somos, da complexidade e diversidade organizacional, das equipas de

futsal em termos estratégicos e táticos, em permanente iniciativa-adaptação a que se

segue outra iniciativa/readaptação, em intensidades máximas ou submáximas e dentro

de uma lógica de imprevisibilidade, temos a convicção de que interessa a todos os

intervenientes, dos quais os árbitros fazem parte, conhecer o maior número e com a

profundidade possível, o conhecimento e conceptualização dos sistemas táticos.

Para treinadores e jogadores, pela lógica abordada acima. Ou para rentabilizar as

iniciativas – leia-se obter golos – ou para ter mais e melhor adaptação – leia-se impedir o

adversário de obter golos.

Para os árbitros o interesse reflete-se numa melhor capacidade de interpretar processos,

os momentos do jogo, as ações sequentes e as movimentações dos jogadores, levando a

que as suas respostas sejam de superior eficácia, resultado da antecipação feita das

mesmas, no abstrato e concluindo-se o processo com a intervenção ou não, de maneira

correta e consistente.

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 21

Também aos árbitros importa entender como cada tática e os seus contornos e

implicações influenciam a vertente mental dos intervenientes, as tempestades de

adrenalina que emergem de alterações várias, nas mais diversas circunstâncias do jogo.

Encontrando uma resposta fundamentada e eficaz, entendível e positiva.

2.3 Os principais esquemas táticos das equipas

Naturalmente que aquilo que implica entender, para a nossa realidade é identificar os

principais esquemas táticos das equipas. Mas para quê? Para sugerir ao nosso amigo

treinador de uma das equipas em confronto, a forma de “dar a volta ao texto”? Para

demonstrar no café da esquina que poderíamos ter um trajeto de sucesso noutra área

desportiva que não a arbitragem?

Obviamente, não!

Identificando os sistemas táticos e conhecendo os princípios básicos que lhes estão

associados, podemos e devemos traçar a nossa abordagem aos mesmos. Ou ir corrigindo

e adaptando-a ao desenrolar das ações, flutuando sempre sobre o fator surpresa.

Vejamos alguns dos sistemas e como poderemos contrapor de forma positiva:

2.3.1 Sistema 2:2

Trata-se de um sistema muito básico, daí que o seu emprego seja muito mais usual nas

categorias de base e que já foi esquematizado noutra parte deste manual. São dois

jogadores em tarefa defensiva e dois outros, em tarefa ofensiva, em duas linhas bem

definidas e com escassas permutas posicionais.

Ora, sendo um sistema básico, o posicionamento e movimentação dos jogadores resume-

se a espaços bem definidos e de escassa mobilidade, com poucas permutas.

Em alguns países de leste da Europa – a Ucrânia seria o expoente máximo – este sistema

tem ainda muitos seguidores e alguns resultados práticos.

Para nós, que relevância?

A perceção de que apesar de pouca complexidade e maior previsibilidade, muitas vezes o

jogo ganha profundidade e os passes de transição são mais longos, o que origina uma

necessidade maior de alongar as diagonais.

A estruturação simplista, mesmo em número de jogadores, provocada pelo sistema em

causa origina quase sempre jogadas em plano aberto e de leitura mais fácil.

2.3.2 Sistema 3:1

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Trata-se de um sistema transversal a todas as equipas e culturas futsalísticas. Não existirá,

por certo, nenhum treinador que não reconheça a importância deste modelo e o pratique,

senão como basilar da sua forma de dispor as equipas, pelo menos como recurso em

determinadas conjunturas.

Segundo os especialistas e o senso comum, deve-se a este sistema o “apadrinhamento”

das designações de função ou posição que todos reconhecemos. Falar-se em fixo, alas e

pivot remete-nos de imediato para este esquema.

É um sistema de maior complexidade que o anterior, com muitas variantes e permutas e

que implica uma leitura de superior capacidade.

Vejamos, tomando o papel executado pelos jogadores e como eles influem as ações:

Pivot

- Movimenta-se em redor do seu marcador, normalmente de costas para a baliza

adversária, tentando a criação de linhas de passe e/ou apoios, como forma de criar

desequilíbrios no sistema defensivo adversário.

- Procura amiúde sair do seu “habitat” natural, criando a figura “ala-pivot”, termo muito

escutado, por força da sua deslocação para a posição do “ala”.

- Cabe-lhe inúmeras vezes “arredondar” a bola, tratando-a e preparando-a para um

companheiro que surge ou mesmo para si, rodando sobre o adversário direto e

rematando.

- Embora não de forma tão vincada como noutro sistema, privilegia a posse de bola.

- Em muitos processos defensivos, mercê do acompanhamento defensivo, desempenha

um papel fundamental no processo defensivo.

Fixo

- É, normalmente, o elemento que posicionado mais próximo do seu guarda-redes, se

apresenta mais recuado.

- Como tal, é um elemento que coordena as manobras defensivas.

- Na maioria das situações, é o iniciador ou elemento do processo ofensivo.

- Trabalha e elabora, em conjunto com os alas – essencialmente – na estruturação e

municiamento do jogo ofensivo, para o pivot.

- Fruto da elaboração de processos e movimentos ofensivos, o fixo aparece muitas vezes

na conclusão dos lances, mormente com remates de média/longa distância.

- É, em suma, uma solução essencial nos processos defensivos e ofensivos.

Alas

- São os grandes agentes estruturantes – armadores, segundo alguns – dos processos

defensivos e/ou ofensivos.

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 23

- Desempenham um papel relevante, na contenção adversária…

- …e no desdobramento do processo ofensivo da sua equipa.

- Nesse processo, executam movimentos de complexidade diversa e crescente, consoante

o nível em que se encontrem.

Leitura e abordagem dos árbitros, perante um sistema deste tipo e as influências do

mesmo…

O papel desempenhado pelo pivot e seu deslocamento propiciam contacto permanente

entre este e o seu marcador direto e, não raras vezes, de elevada intensidade.

Outra das situações prende-se com o simples apoio criado pelo pivot aos seus alas, em

ações em que estes tocam a bola em tabela simples e se desmarcam, para receber

adiante, levam à necessidade de manter adequada vigilância sobre os envolvidos ou a

zona da superfície onde permaneceram, uma vez que a ação de disputa não se restringe

ao local da bola, a maioria das vezes.

Muitas das ações de ataque organizado, em que intervêm dois ou três dos elementos da

equipa – combinação ala/pivot – em processo ofensivo, proporcionam situações de

contra-ataque pelo adversário, o que leva a uma necessidade de permanente

reposicionamento e troca do foco atencional, surgindo igualmente relevantes decisões

técnicas e disciplinares.

Porque amiúde, a um contra-ataque sucede-se outro e outro e outro, dando o enfase à

sigla “Futsal – ataque contra ataque”, bem nosso conhecido. Com velocidade de reação,

de deslocamento e execução a serem requisitadas a todo o instante, como forma de

manter o controlo do jogo, mercê de decisões eficazes e credíveis.

Também acontece, neste sistema ofensivo que os alas e mesmo o pivot quando cai nessa

zona, provocam situações de 1x1, causando outro tipo de desafios, que se prendem com

a procura do desequilíbrio defensivo pelo atacante e um maior número de agarrões e

obstruções, logo com predominância de braços e mãos.

2.3.3 Sistema 4:0

É um sistema criado na europa, presumindo-se que em Espanha.

É um sistema de elevada exigência e complexidade, derivado das movimentações que

caracterizam o 3:1 mas envolvendo todos os elementos da equipa. A movimentação dos

jogadores deriva da movimentação dos demais e dos espaços criados pela dinâmica do

jogo.

Aos olhos de todos, a diferença estrutural é pequena e pouco relevante em relação ao

3:1, uma vez que normalmente existe um fixo, dois alas e um pivot… só que nunca ou

raramente se encontram os jogadores nas mesmas posições, uma vez que vão alterando

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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de forma sistemática de localização. Os jogadores rodam permanentemente, daí falar-se

em 4 – quatro jogadores a desempenhar uma das funções – ao mesmo tempo que

também encontramos o 0 – zero jogadores afixados a cada uma das funções.

E que impacto tem este sistema na organização mental e na disposição dos árbitros na

superfície de jogo.

O sistema consiste normalmente numa rotação global e dos períodos de posse de bola,

mais organizados e longos consoante a maior capacidade técnica dos elementos, saem

normalmente passes de rutura e surpresa, que importa antecipar e acompanhar de forma

imediata.

Ora, uma vez que a bola é “trabalhada” de forma mais elaborada e cuidada, resultam de

forma costumeira situações de 1x0 – atacante contra guarda-redes, muitas vezes saindo

da sua área de grande penalidade – razão pela qual são exigidos elevados índices de

concentração e rigor.

Pondere-se ainda que nos momentos em que a bola é trabalhada, nas linhas mais

recuadas da equipa que tem posse de bola, inúmeras vezes acontece a interceção

adversária, originando também situações de 1x0, só que do outro lado… exigindo um

tratamento adequado, pelo árbitro.

2.3.4 Sistema 3:2, 1:2:2, 2:1:2 ou de guarda-redes volante

Em que consiste este sistema e como se explana na superfície de jogo, uma vez que

identificado está pelo título?

Uma equipa que se encontra a perder, normalmente numa fase adiantada do jogo ou

mesmo uma equipa que se encontre a vencer, coloca por vezes um jogador “de campo”

no lugar de guarda-redes ou faz subir o dito até ao meio-campo adversário, como forma

de garantir a posse de bola.

Encontrando-se a vencer, pressupondo que com essa posse de bola vai retirar a iniciativa

ao opositor, dado que um dos básicos princípios para ter iniciativas será a posse de bola.

Logo, se o adversário não tem bola não tem iniciativas ofensivas.

Quando uma equipa está em situação de derrotada, torna-se mais óbvia esta procura pela

posse de bola, variando o tempo gasto na elaboração das jogadas, mas sempre com o

intuito de vir a criar situações de finalização.

E então, que devem fazer os árbitros?

Pois, desde que identificam este sistema – o mais simples de reconhecer, por óbvias

razões – devem alargar a diagonal para enquadrar todo o meio-campo, uma vez que neste

momento existe uma equipa que recuará as linhas defensivas e outra que se posicionará

nessa metade.

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 25

Consequentemente, um dos árbitros terá que apertar a vigilância da linha de baliza, pela

quantidade de ações que visarão esta, assim como pelo posicionamento adiantado de

jogadores, “afundando” o jogo ofensivo de quem tem posse de bola. Com um aumento

de jogadas sobre a linha ou quase.

O outro árbitro deverá presumir de forma notória que qualquer perda de bola origina um

contra-ataque ou um remate de longa distância, com uma panóplia de situações a

merecer atenção. De entre estas, assumem especial relevo as ações que redundam em

claras ocasiões de golo, anuladas em falta pela equipa que perdeu a posse de bola no

momento imediatamente anterior.

2.4 Tipo de ataque – organizado, rápido ou contra-ataque

Organizado

- Superior complexidade na fase de elaboração do processo, quer no número de jogadores

envolvidos, quer no tempo em que a bola é “trabalhada”.

- Pelo motivo atrás descrito, o sistema torna-se mais seguro também em termos

defensivos, dado ser trabalhado por blocos muito próximos e equilibrados, baseados em

contínuas coberturas.

- O negativo disto é que se permite um reposicionamento adversário, no seu processo

defensivo.

- Fruto de um superior processamento das ações ofensivas, a disposição e movimentação

dos jogadores é muito mais coerente e inteligente.

- Os passes são normalmente mais curtos, pelo facto de os jogadores estarem mais

próximos, com apoios mais constantes.

- Por este motivo, a posse de bola é mais duradoura e envolvente.

- Mas por outro lado, exige aos jogadores da equipa que trabalha a bola que estejam

sempre um passo adiante dos seus adversários, em constante antevisão na abordagem.

- Instigador de nervosismo no adversário que procura a bola, com a tensão a crescer a

cada momento.

Rápido e/ou contra-ataque

- A antítese do ataque organizado.

- Contra-ataque pode assentar no binómio jogador que solicita – jogador solicitado ou,

sendo mais complexo, envolvendo mais jogadores.

- Normalmente, como aproveitamento a um desequilíbrio adversário.

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- Surge também como resposta a uma anterior superioridade adversária, normalmente

após um seu ataque-organizado.

- Complementando a alínea anterior, acontece a partir de um roubo de bola, de uma

defesa ou uma interceção de bola ou mesmo de uma reposição de bola em jogo imediata.

- Poder-se-ia identificar o ataque rápido como uma ação ou um pequeno conjunto de

ações que visa chegar à baliza adversária de forma imediata ou quase, mesmo que

dispondo de outras opções para tal. Já o contra-ataque visa também chegar à baliza

adversária de forma mais rápida, quando a alternativa era a única.

- O contra-ataque ou ataque rápido têm um caráter surpreendente para a organização

adversária, ficando desestruturada e com mais brechas no seu sistema.

- O passe, neste conceito de ataque, terá que ser progressivo e o mais vertical possível,

inviabilizando a recuperação defensiva adversária.

- Quer no ataque rápido como no contra-ataque, terá que existir um controlo eficaz ou

de supremacia sobre a bola. Apesar de raramente e ainda assim, em períodos curtíssimos,

poderá existir posse de bola efetiva, por um jogador.

- Por vezes, trata-se de uma assumida estratégia assente neste processo. Sustentada na

boa capacidade defensiva própria ou na menor capacidade organizativa do opositor.

- Ora, tratando-se de uma estratégia orientada, nunca se deve transformar o contra-

ataque numa desorganização coletiva, mantendo a estrutura defensiva bem planeada.

- Em situações de diferença de um golo, face ao objetivo pretendido de uma ou ambas as

equipas e perante o tempo galopando, o jogo fica quebrado, perdendo organização.

- E neste caso, poderá não se chamar contra-ataque no seu aspeto mais elaborado e com

princípios, mas no limite transforma-se em jogo rápido.

Saber +

(…) Futsal is a FIFA regulated five-versus-five indoor football game played on a 40x20 m

hard surface court, or pitch. As with other team sports, futsal players cooperate with team

members in pursuit of common aims, the principal ones being to score goals for the team

when in possession of the ball, and to prevent goals being scored against the team when

the opposing players have the ball. Towards the end of futsal competition, a common

game strategy is for the trailing team when in possession of the ball to substitute the

goalkeeper for an extra outfield player, a game phase that we will refer to as fiveversus-

four plus goalkeeper (5-v-4+GK). This game strategy affords the trailing team numerical

outfield player advantage with the express purpose of increasing goal scoring

opportunities. The 5-v-4+GK game is usually played in the half of the pitch whose goal the

losing team is attacking, not least because of the game rules (‘‘The player that substitutes

the goalkeeper in the offensive team may not play the ball a second time until it has been

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 27

touched by an opponent or has crossed the halfway line’’ (FIFA, 2008). Subsequent to

data collection, a 2010 FIFA rule change was introduced stipulating that the substitute

goalkeeper after playing the ball may play the ball only when [i] he/she is playing in the

attacking half of the pitch, or [ii] the opponents have made contact with the ball).

Strategic goalkeeper substitution for the trailing team is an important part of a futsal

match as the following example attests. In the final four of the UEFA Futsal Cup in Lisbon,

2010, half of the goals scored in the last five minutes occurred using a 5-v-4+GK strategy.

Importance of the 5-v-4+GK strategy is further indicated in its common usage by coaches

in game practice. For these reasons, together with the possibility of changing playing

dynamics by virtue of the additional attacking outfield player, we investigated the 5-v-

4+GK futsal sub-phase for coordinated self-organizing dynamical behavior.

The expectation is that the defending players will exhibit largely invariant phase relations

as they defend their goal using a zone-based defensive strategy, whereas more varied

phasing relations for the attacking players are anticipated as these players look to probe

the defensive structure for possible goal scoring opportunities. These predictions are

consistent with the general premise of defenders trying to maintain symmetry with the

attackers, and attackers looking to break symmetry with the defenders, suggested

previously. (…)

Excerto de um trabalho de Bruno Travassos, treinador português e formador de árbitros

de Futsal, em cursos de aperfeiçoamento FPF.

Travassos, B., et al. Interpersonal coordination and ball dynamics in futsal (indoor

football). Human Movement Science (2011), doi:10.1016/j.humov.2011.04.003

2.5 Transição defensiva e ofensiva – o que é, local e

momento

Para que se entenda bem todo o processo, importa relembrar – sim, o conceito é

totalmente do senso-comum – que entende-se por defensor, a equipa ou um seu

elemento que não detém a posse de bola, nesse instante. Et pour cause, atacante será a

equipa ou um seu elemento que tem a posse de bola.

Assim sendo, avancemos…

Por transição defensiva entenda-se o período imediatamente sequente à perda de posse

da bola e antecipando o reposicionamento defensivo de uma equipa. Que, sendo

defensiva, significa tal como atrás referido e obviamente, que a bola estará na posse do

seu adversário.

E então, qual será a diferença objetiva entre a expressão “transição” e “recuperação”

defensiva, para lá de um conceito que ultimamente tem surgido, com o formato de moda.

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Não nos parece relevante, muito por força da dificuldade existente em definir

objetivamente onde começa uma e acaba outra…

Na transição e recuperação defensivas pode existir o interesse de recuperar de imediato

a bola ou apenas algum tempo depois, para o que existirá a adoção de linhas defensivas

recuadas; ou pode pretender-se fazer a contenção, delimitando ou retardando o processo

ofensivo adversário.

Ora, identificado o processo de transição ou recuperação defensiva, o que se nos depara

nessa sequência é a implementação de um sistema defensivo dirigido e organizado.

Variando sempre de transição – como o nome indica – para recuperação defensiva.

E então, entram imensos conceitos abordados noutras partes deste manual e que

complementam o aspeto transição > recuperação defensiva.

Quanto a transição ofensiva, podemos objetivar este conceito como a ação realizada logo

após recuperação da posse de bola, em sentido progressivo, por uma equipa que visa

atingir a baliza opositora.

E ou a transição se traduz num contra-ataque – repentismo e dinâmica vertical – ou então

assume-se o ataque organizado, entrando outros conceitos e sistemas já abordados.

Em concreto, a transição acontece muito mais e assemelha-se de forma significativa ao

conceito de contra-ataque, merecendo inclusive a mesma leitura da parte de significativo

número de agentes. Assim sendo, poderá irmanar-se esta componente ao conceito de

contra-ataque, facilitando-se o seu entendimento, pelo seu caráter mais abrangente e

popular.

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 29

Síntese do Capítulo

Neste capítulo abordou-se de forma exaustiva e original, no que respeita à arbitragem do

futsal, um imenso conjunto de conceitos e suas interações, com o intuito de fomentar, no

seio dos nossos árbitros, um interesse por tudo o que respeita a táticas e estratégias. E

porque os achamos capazes de serem bons treinadores? Por certo que alguns o seriam,

mas não é a nossa intenção.

A ideia que nos norteou foi dotá-los de capacidade analítica, quando se deparam com os

modelos utilizados pelas equipas. Assim, quer no necessário scouting, a fazer a partir do

momento em que recebem a indicação das equipas, quer perante a tática das mesmas no

jogo, o que realmente é imperioso é “ler” com a brevidade possível, a disposição tática

das equipas. Sabendo-se que desta forma e com a implementação destes conteúdos, os

árbitros ficarão muito mais preparados e avisados.

E estando preparados e avisados pautam a sua intervenção por respostas mais

adequadas, consistentes e eficazes, com níveis de esforço e concentração apropriados.

Sendo que muitas vezes, essas respostas surgem por antecipação, num sentido de

prevenção que se deseja e estimula, com o consequente benefício global.

Além de que um superior grau de cultura e entendimento do fenómeno em que nos

inserimos, concede sempre um proporcional grau de intervenção e aceitação.

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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3 Capítulo

MOVIMENTAÇÃO E COLOCAÇÃO

Temas

3. IMPORTÂNCIA DA MOVIMENTAÇÃO E COLOCAÇÃO – EFICÁCIA E CREDIBILIDADE

3.1.1 Movimentação do Árbitro

3.1.2 Situações dinâmicas com a bola em jogo I

3.1.3 Movimentação do 2º Árbitro

3.1.4 Importância da Movimentação – trabalho de equipa

3.1.5 Situações dinâmicas com a bola em jogo II

3.2.1 Colocação do Árbitro

3.2.2 Situações de obrigatoriedade e especificidade

3.2.3 Situações decorrentes de pontapés de canto

3.2.4 Situações decorrentes de lançamentos de baliza

3.2.5 Situações decorrentes de pontapés-livres

3.2.6 Situações decorrentes de pontapés de grande penalidade e pontapés-livres

diretos sem barreira

3.2.7 Situações decorrentes de pontapés de linha lateral

3.2.8 Colocação do 2º Árbitro

3.2.9 Importância da Colocação – trabalho de equipa

3.2.10 Situações de obrigatoriedade e especificidade

3.2.11 Situações decorrentes de pontapés de canto

3.2.12 Situações decorrentes de lançamentos de baliza

3.2.13 Situações decorrentes de pontapés-livres

3.2.14 Situações decorrentes de pontapés de grande penalidade e pontapés-livres

diretos sem barreira

3.2.15 Situações decorrentes de pontapés de linha lateral

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 31

Competências de Saída

1. Saber movimentar-se de acordo com os princípios definidos.

2. Saber colocar-se de acordo com os princípios definidos.

Critérios de Evidência

1. Movimenta-se de acordo com os princípios definidos.

2. Coloca-se de acordo com os princípios definidos

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ACADEMIA DE ARBITRAGEM

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3. IMPORTÂNCIA DA MOVIMENTAÇÃO E COLOCAÇÃO

Eficácia e credibilidade! Pedras basilares e fundamentos para a relevância da

movimentação e colocação.

Se aquilo que se pretende de um árbitro é eficácia e se muito do suporte dessa eficácia

resulta da credibilidade que ele vai conquistando, nos seus micro/meso/macro ciclos,

importa relevar a pertinência da sua movimentação e colocação, durante todo o jogo.

E desengane-se quem julgue que por se regulamentar ou decretar o que se convencionar

por “movimentação ou colocação corretas”, estará encontrada a panaceia para os

problemas.

Nada disso…

Impõe-se, isso sim, que os árbitros sintam a cada momento, necessidade de buscar os

locais e tipos de deslocamento que lhes permitam, primeiramente de forma individual e

depois de forma coletiva, tomar as decisões mais corretas.

E se o objetivo primordial é dar uma solução eficaz e breve, sem efeitos colaterais, aos

desafios do jogo, quer a movimentação quer a colocação terão que ser sempre analisadas

pelo ponto de vista da “ferramenta” e não como produto.

É portanto, mais um meio de alcançar a eficácia, do que um princípio a observar ou um

fim a atingir.

Importa por isso que em termos de avaliação a que é sujeito, seja aferida muito mais a

sua eficiência enquanto decisor, do que o processo como se desenrola, embora se conclua

que fica-se sempre muito mais vizinho da perfeição, fazendo-se bem as coisas e duma

forma que seja entendível por todos. Traduzindo… movimentando-se e colocando-se com

a-propósito!

E que a busca do domínio deste fator – ou de qualquer outro, isolado – não reduzam a

importância do combinado de fatores. Nada vale mais nem é mais completo que o todo!

3.1.1 Movimentação do árbitro

Longe vão os tempos em que os árbitros de futebol de salão, de futebol de 5 e futsal

“acampavam” na zona intermediária, convencidos de que o jogo estava sob controlo,

muito por força do seu arbitrário poder disciplinar.

Entretanto, o jogo foi crescendo em termos de dinâmica e permanentes desafios, na

disputa de bola e nas movimentações sem ela e com este crescimento, aumentou a

necessidade de responder às exigências daí advindas.

Outro dos aspetos que tem que ser percebido e interiorizado é o fato de que à medida

que vão decrescendo os pontos, no futsal ou em qualquer outra modalidade, aumenta a

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 33

responsabilidade dos árbitros. A realidade é que apenas um golo poderá ser a história de

um jogo ou de um campeonato.

E porque não assumir o que se expõe a seguir, igualmente?

Cresceu no nosso grupo o sentimento de insatisfação constante e a perceção de que

devemos fazer parte do espetáculo desportivo, assumindo o papel de verdadeiros

desportistas. E como aquilo que a nós impende, sobre nós suspende…

Abordaremos mais abaixo um sem número de situações que nos levarão a tentar estar

cada vez mais próximos das movimentações corretas, sabendo que com isso, mais

próximos estaremos da eficácia.

Outro fator que importa interiorizar, muito pela força que transmite ao nosso

entendimento, prende-se com a divisão de conceitos que vincula movimentação às

situações dinâmicas – bola em jogo.

Sejamos conscientes de que os aspetos examinados têm um caráter muito abrangente,

uma vez que cada vez mais se assemelham as funções dos árbitros de campo – leia-se

árbitro e 2º árbitro – o que em termos de movimentação se reflete em processos

totalmente iguais.

3.1.2 Situações dinâmicas com a bola em jogo I Atentemos em alguns exemplos de movimentação O árbitro: a. - cuida da zona de ação, comandada pelo jogador que conduz a bola; - atenta no fato de este poder perder a posse de bola e caber-lhe controlar o contra-ataque; b. - centra as atenções em 2 jogadores adversários que se movimentam e à zona de influência (onde se dirige o jogo); - cuida da linha de baliza que vai ser atacada; c. - tem especial atenção a jogadores e ao jogo (zona de influência, onde se dirige o jogo); - cuida da linha de baliza que vai ser atacada;

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d. - cuida da zona de ação, comandada pelo jogador que conduz a bola; - atenta no fato de este poder perder a posse de bola, cabendo-lhe controlar o contra-ataque; e. - controla a zona de ação onde a bola está a ser disputada; - previne-se quanto ao fato de lhe caírem na ala, jogadores adversários, buscando contagiar a zona de ação;

Reforce-se a nossa convicção e desejo de que jamais um árbitro se sinta obrigado a fazer

prevalecer a sua condição. O sentido de cooperação e bom entendimento deverão

sobrepor-se a qualquer capricho ou ambição pessoal, emanando daqueles valores uma

imagem de credibilidade e respeito.

3.1.3 Movimentação do 2º Árbitro

Conforme dito no setor em que se abordava a colocação do árbitro, as conjunturas da

movimentação e posicionamento dos árbitros têm um caráter muito abrangente, uma

vez que cada vez mais se assemelham as funções dos árbitros de campo – leia-se árbitro

e 2º árbitro – o que faz com que apenas sejam dignas de registo e extraídas do contexto,

as situações específicas, muito mais relacionadas com colocação e que são as que se

referem:

Pontapé de saída;

Pontapés da marca de grande penalidade para encontrar um vencedor;

Nas demais situações e mesmo porque as leis do jogo o referem, sendo que tendo

poderes e deveres análogos, deverão cumprir os processos de forma igual.

Em suma, é muito mais a bola e a sua posição, o fator de alteração da colocação, o

principal “agitador” das dinâmicas e das dissonâncias do jogo.

3.1.4 A Movimentação – Trabalho de equipa

A imagem que transmite uma equipa de arbitragem, colaborante entre si e com o jogo,

emprestando a cada dinâmica o seu esforço e dedicação, resultam numa melhor

aceitação de todos.

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 35

Semeando compromisso, colaboração, esforço e outros valores sociais e desportivos, o

resultado normal e expetável é que a colheita venha a ser concordante com a referida

sementeira.

E qual a importância do trabalho de equipa na movimentação?

Se um árbitro for empenhado, se entregar ao jogo e fizer aquilo que deve ser feito, se se

movimentar de acordo com as expetativas gerais, para cada ação, vai fazer com que o seu

colega conheça sempre o seu local aproximado. Desde logo, o foco atencional deste, não

necessitará ser o posicionamento momentâneo daquele, priorizando outros fatores do

jogo. Traduzindo, em termos de movimentação, um bom trabalho a montante é meio-

caminho andado…

E sabendo-se que uma linguagem corporal e um correto posicionamento se traduzem por

afirmações assertivas do colega de equipa, teremos um superior rendimento.

E concentração promove concentração. Empenho gera empenho. Colaboração propaga

colaboração. E essa espiral de mútua cooperação torna-se infindável, torna-se quase um

ato de amor. Atribui uma imagem de credibilidade a cada um, à equipa, à arbitragem e à

modalidade, em crescendo.

3.1.5 Situações dinâmicas com a bola em jogo II Atentemos em alguns exemplos de movimentação O 2º árbitro: a. - Cuida da zona de influência, comandada pelos jogadores que se movimentam e criam linhas de passe; - Atenta nos defensores, em processo de marcação; - Presta atenção à linha de baliza (remate imprevisível); b. - Controla a ação e os jogadores próximos; - Previne-se quanto ao fato do jogador de posse de bola a poder perder, assegurando aí o controlo do contra-ataque; c. - Controla a ação e os jogadores próximos; - Previne-se quanto ao fato do jogador de posse de bola a poder perder, assegurando aí o controlo do contra-ataque; - Faz sentir a sua presença e troca, se necessário;

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d. - Cuida da zona de influência, numa ação defensiva de pressão; - Atenta no fato de se prever um passe fraturante; e. - Cuida da zona de influência; - Atenta no fato de se prever um passe fraturante;

Saber +

O preparo e a relação do árbitro com a eficiência na atividade.

(…)

A terceira fase da preparação do árbitro é a aprender a interpretar as regras, que tem

como pré-requisito o conhecimento profundo das regras e sua aplicabilidade. Nessa fase

da aprendizagem o árbitro precisa aprender a integrar a sua preparação física ao campo

de jogo, aos ritmos do jogo, ler e interpretar os lances. Aprender a antecipar as jogadas

"lendo" as mensagens não verbais dos jogadores e com isto se posicionar de forma mais

adequada no campo de jogo, para ver melhor e tomar a melhor decisão, fazendo valer as

regras do jogo.

A prática, a experiência, o estudo permanente e a instrução vão ajudar você a desenvolver

a habilidade de leitura do jogo, que entendo como o conhecimento tático do árbitro. Cada

minuto de jogo é uma oportunidade para o árbitro jovem aprender a ler a jogada, a

antecipar o lance e inclusive atuar de forma pró-ativa a prevenção de faltas graves,

possíveis lesões e atritos entre os jogadores.

Nas primeiras 3 fases, os aspectos psicológicos também devem ser treinados,

principalmente no campo de jogo: a comunicação verbal e não verbal, o controle

emocional, o trabalho em equipe e a atitude de querer fazer sempre o seu melhor, em

cada momento, em cada jogo, independente do local ou da cor da camisa dos times. É

pensar, agir e ter a atitude de um árbitro FIFA, porque para ser um árbitro FIFA, não é só

o escudo que denota que um árbitro é FIFA, mas um conjunto de fatores e o principal deles

é ter uma atitude interna que engloba tudo o que foi falado anteriormente, com um

compromisso, uma seriedade na realização de uma atividade que representa sua vida.

Como parte do processo de aprendizagem de um árbitro, é sempre importante lembrar

que o árbitro é um personagem dentro de um espetáculo. Nada que se passa dentro das

4 linhas do campo é pessoal. É importante aprender que a linguagem corporal diz mais do

que as palavras, seja a linguagem do próprio árbitro como a linguagem dos jogadores. A

postura ao correr, ao fazer uma sinalização, ao marcar uma falta ou um penalti; o modo

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 37

como um árbitro utiliza o apito, um som forte e longo, som forte e curto, curto, curto e

repicado tem significados diferentes; a postura ao aplicar uma advertência, ou mesmo a

forma como o árbitro retira o cartão amarelo ou vermelho do bolso, são formas de

comunicação que podem influenciar no clima e na condução do jogo.

Ressalto também que cada árbitro é único e que sempre terá habilidades que poderá

melhorar, independentemente do seu nível.

O árbitro de elite, em geral tem como foco a excelência, o desenvolvimento sem limite, a

busca constante do aprendizado. Entende que toda crítica é uma oportunidade para

aprender e que identifica a área onde tem que se aprimorar.

Com o passar dos anos e dos jogos, a preparação física deve se manter, consegue-se ler o

jogo cada vez melhor e também tem maior facilidade para se posicionar adequadamente

tomando as decisões corretas e é nesse momento que as habilidades mentais, o treino

psicológico começa a fazer a grande diferença. É saber administrar os erros, a pressão

durante as finais, os jogos clássicos, saber conduzir a partida, ter consistência nos critérios

na tomada de decisões e a atitude interior de um árbitro FIFA, porque o árbitro FIFA é o

resultado de um processo de educação e formação que a entidade maior do futebol

mundial utiliza como modelo de preparação para os árbitros de todas as confederações

filiadas. (…)

Excerto de um trabalho de Dr. Gustavo Korte, psicólogo do desporto.

Em respeito pelo texto original.

http://www.vozdoapito.com.br/coluna_gustavo_korte.php?pg=preparo

3.2.1 Colocação do Árbitro

O jogo tem trazido um sem-número de situações, vulgarmente chamadas de “bola

parada”, que assumem um cariz também cada vez mais decisivo, por força do aspeto mais

relevante do jogo – golos – que saem dessas mesmas situações.

Remotos os tempos em que os árbitros, permanecendo na zona intermediária e muito

por força de um arbitrário poder disciplinar, tal como anteriormente referenciado,

dirigiam o jogo daí. E daí ordenavam os recomeços, como equipados de uma capacidade

superior, que não existia, de fato.

Cresceu entretanto, num grupo interessante e interessado de árbitros, durante a segunda

metade da derradeira década do século passado, a perceção de que um árbitro dinâmico,

bem preparado sob todos os aspetos, teria uma maior aptidão de penetração e

sustentação, quer da sua eficácia quer dos seus conceitos, nos espetáculos desportivos.

E com os parcos recursos que tinham, fazendo parte de organizações demasiado limitadas

e em busca de outros caminhos para a arbitragem que não a excelência, sentiram que era

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pelo exemplo das suas boas práticas – em treino e em competição – que se poderiam

rasgar os arquétipos que lhes foram legados.

Abordaremos mais abaixo um sem número de situações que nos levarão a tentar estar

cada vez mais próximos das posições corretas, sabendo que com isso, mais próximos

estaremos da eficácia.

E cientes devemos ficar de que os aspetos dissecados, nos parágrafos anteriores e no

subcapítulo seguinte, têm um caráter muito abrangente, uma vez que cada vez mais se

assemelham as funções dos árbitros de campo – leia-se árbitro e 2º árbitro – o que faz

com que apenas sejam dignas de registo e extraídas do contexto, as situações específicas

e que são as que se referem:

Pontapé de saída;

Pontapés da marca de grande penalidade para encontrar um vencedor;

Nas demais situações e mesmo porque as leis do jogo o referem, sendo que tendo

poderes e deveres análogos, deverão cumprir os processos de forma igual.

Como forma de melhor perceção, foquemo-nos na relação colocação > recomeços e

movimentação > bola em jogo. Não sendo tácito, é o que sucede na esmagadora maioria

dos casos.

3.2.2 Situações de obrigatoriedade e especificidade

Sendo raras as situações de jogo, quer decorrentes de bolas paradas ou de dinâmicas a

partir de “bola corrida” que façam divergir a colocação dos árbitros, vejamos abaixo a

abordagem do árbitro:

Pontapé de saída

Árbitro – colocado de frente para a superfície de jogo, numa posição paralela à linha lateral, do lado do meio-campo da equipa executante;

Pontapés da marca de grande penalidade para encontrar um vencedor

Árbitro – colocado sobre a linha de baliza, a cerca de 3 m da baliza, do lado contrário aos bancos;

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 39

3.2.3 Situações decorrentes de pontapés de canto

Se o pontapé de canto é executado do seu lado:

Árbitro

- posicionado entre 6 a 10 m da bola, consoante a necessidade sentida, no controlo dos adversários do executante, quando o pontapé de canto é executado do seu lado;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície de jogo e contando os 4 seg.;

Se o pontapé de canto é executado do lado contrário:

- fixa-se no vértice entre as linhas lateral e de baliza e aí permanece, controlando possíveis incidentes e a baliza;

3.2.4 Situações decorrentes de lançamentos de baliza

Se o lançamento é executado sob o seu controlo:

Árbitro

- posicionado sensivelmente no enfiamento da marca de grande penalidade, consoante a prioridade estabelecida;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície de jogo ou de lado em movimento, contando os 4 seg.;

Se o lançamento é executado sob o controlo do colega:

- desloca-se para o controlo da zona de influência, sensivelmente no enfiamento do penúltimo defensor;

3.2.5 Situações decorrentes de pontapés-livres

Se o pontapé é executado sob o seu controlo:

Árbitro

- posicionado sensivelmente no enfiamento da bola;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície de jogo, contando mentalmente os 4 seg.;

- sendo um pontapé livre indireto, deve manter a posição de 45ᵒ em relação à superfície do jogo;

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Se o pontapé é executado sob o controlo do colega:

- desloca-se para o controlo da zona de influência, sensivelmente no enfiamento do penúltimo defensor;

3.2.6 Situações decorrentes de pontapé de grande penalidade

ou pontapés-livres diretos sem barreira

Se o pontapé é executado sob o seu controlo:

Árbitro

- posicionado sensivelmente no enfiamento da bola;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície de jogo, contando os 4 seg.*;

Se o pontapé é executado sob o controlo do colega:

- desloca-se para o controlo da linha de baliza, adentrando a superfície de jogo, para a confluência entre as linhas de área e de baliza, prestando atenção a esta e ao guarda-redes;

* na grande penalidade não se aplicam os 4 seg.

3.2.7 Situações decorrentes de pontapés de linha lateral

Se o pontapé é executado sob o seu controlo:

Árbitro

- posicionado sensivelmente 2 ou 3 m da bola, entre esta e a linha de baliza do executante;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície de jogo, contando os 4 seg.;

Se o pontapé é executado sob o controlo do colega:

- desloca-se para o controlo da zona de influência, priorizando entre a linha de baliza e penúltimo defensor;

Fortaleça-se a perceção de que a posição/colocação adequada é aquela que, objeto de

estudo e imensa reflexão, se afigura como aquela que permite um superior grau de

eficiência.

A demonstração de bom entendimento na equipa de arbitragem, quanto a este tema ou

outros, resultam numa credibilidade notória.

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 41

3.2.8 Colocação do 2º Árbitro

Conforme dito no setor em que se abordava a colocação do árbitro, as conjunturas do

posicionamento dos árbitros têm um caráter muito abrangente, uma vez que cada vez

mais se assemelham as funções dos árbitros de campo – leia-se árbitro e 2º árbitro – o

que faz com que apenas sejam dignas de registo e extraídas do contexto, as situações

específicas e que são as que se referem:

Pontapé de saída;

Pontapés da marca de grande penalidade para encontrar um vencedor;

Nas demais situações e mesmo porque as leis do jogo o referem, sendo que tendo

poderes e deveres análogos, deverão cumprir os processos de forma igual.

Em suma, é muito mais a bola e a sua posição, o fator que define a colocação, o seu

principal “farol”.

3.2.9 Importância da Colocação – Trabalho de equipa

Outro dos aspetos que importa abordar, seja pela imagem que transmite, seja pelo valor

que cada árbitro atribui aos seus colegas, é aquilo que titula este subcapítulo.

Sabemos que, e desejamos muito que assim seja, semeando compromisso, colaboração,

esforço e outros valores sociais e desportivos, o resultado normal e expetável é que a

colheita venha a ser concordante com a referida sementeira.

Perguntar-se-á… E como se relaciona tudo isto, com a importância da colocação?

Responder-se-á que com a dose adequada de bom senso e paixão e tanto que nos faz

aqui andar.

Sendo concentrado, entregando-se ao jogo e fazendo aquilo que deve ser feito,

colocando-se de acordo com as expetativas gerais, para cada ação, vai fazer com que o

seu colega saiba sempre reconhecer no correto posicionamento uma afirmação objetiva

da opinião do colega de equipa, em relação ao lance em causa. E teremos uma mais rápida

e elevada rentabilidade.

E concentração promove concentração. Empenho gera empenho. Colaboração propaga

colaboração. E essa espiral de mútua cooperação torna-se infindável, torna-se quase um

ato de amor. Atribui uma imagem de credibilidade a cada um, à equipa, à arbitragem e à

modalidade, em crescendo.

Saber +

Os amigos em viagem e o urso

2 amigos em viagem. Um urso que aparece de súbito. Um deles, muito próximo de uma

pequena árvore, subiu-a de imediato, enquanto o seu “melhor” amigo se sentia incapaz

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de a alcançar e muito menos de enfrentar o urso. Solução encontrada, jogar-se no chão e

suspender a respiração, para que o quadrúpede o julgasse morto. De fato, o animal

acercou-se, tocou-lhe e cheirou-o de todos os ângulos, lambendo-lhe a orelha como que

cochichando algo. E afastou-se… Desce o amigo da árvore e pergunta-lhe:

- Mas diz-me… ele pareceu segredar-te algo ao ouvido?

- Claro que sim, estava mesmo!

E perante o ar atónito do amigo que subira à árvore, prosseguiu…

- Disse-me para eu pensar sempre muito bem antes de sair com gente que abandona os

amigos, assim que surgem problemas!

Qualquer semelhança entre esta estória e um jogo de futsal, entre estes amigos e uma

equipa de arbitragem é mera ficção… ou deseja-se que o seja!

3.2.10 Situações de obrigatoriedade e especificidade

Sendo raras as situações de jogo, quer decorrentes de bolas paradas que façam divergir

a colocação dos árbitros, vejamos de seguida a abordagem do 2º árbitro:

Pontapé de saída

2º árbitro – colocado de frente para a superfície de jogo, numa posição paralela à linha lateral, do lado do meio-campo da equipa defensiva, posicionado sensivelmente no enfiamento da marca de grande penalidade;

Pontapés da marca de grande penalidade para encontrar um vencedor

2º árbitro – colocado sobre a linha de área de grande

penalidade, a cerca de 3 m da bola, dos bancos;

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 43

3.2.11 Situações decorrentes de pontapés de canto

Se o pontapé de canto é executado do seu lado:

2º árbitro

- posicionado entre 6 a 10 m da bola, consoante a

necessidade sentida, no controlo dos adversários do

executante, quando o pontapé de canto é executado do

seu lado;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a

superfície de jogo e contando os 4 seg.;

Se o pontapé de canto é executado do lado contrário:

- fixa-se no vértice entre as linhas lateral e de baliza e aí

permanece, controlando possíveis incidentes e a baliza;

3.2.12 Situações decorrentes de lançamentos de baliza

Se o lançamento é executado sob o seu controlo:

2º árbitro

- posicionado sensivelmente no enfiamento da marca de

grande penalidade, consoante a prioridade estabelecida;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície

de jogo ou de lado em movimento, contando os 4 seg.;

Se o lançamento é executado sob o controlo do colega:

- desloca-se para o controlo da zona de influência,

sensivelmente no enfiamento do penúltimo defensor;

3.2.13 Situações decorrentes de pontapés-livres

Se o pontapé é executado sob o seu controlo:

2º árbitro

- posicionado sensivelmente no enfiamento da bola;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície de jogo, contando mentalmente os 4 seg.;

- sendo um pontapé livre indireto, deve manter a posição de 45ᵒ em relação à superfície do jogo;

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Se o pontapé é executado sob o controlo do colega:

- desloca-se para o controlo da zona de influência, sensivelmente no enfiamento do penúltimo defensor;

3.2.14 Situações decorrentes de pontapé de grande penalidade

ou pontapés-livres diretos sem barreira

Se o pontapé é executado sob o seu controlo:

2º árbitro

- posicionado sensivelmente no enfiamento da bola;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície de jogo, contando mentalmente os 4 seg.*;

Se o pontapé é executado sob o controlo do colega:

- desloca-se para o controlo da linha de baliza, adentrando a superfície de jogo, para a confluência entre as linhas de área e de baliza, prestando atenção a esta e ao guarda-redes;

* na grande penalidade não se aplicam os 4 seg.

3.2.15 Situações decorrentes de pontapés de linha lateral

Se o pontapé é executado sob o seu controlo:

2º árbitro

- posicionado sensivelmente 2 ou 3 m da bola, entre esta e a linha de baliza do executante;

- colocado sobre a linha lateral, de frente para a superfície de jogo, contando os 4 seg.;

Se o pontapé é executado sob o controlo do colega: - desloca-se para o controlo da zona de influência, priorizando entre a linha de baliza e penúltimo defensor;

Nada transmite melhor imagem e nada granjeia mais respeito a uma equipa de

arbitragem que um sentido de cooperação e entendimento, desde o mais pequeno

pormenor organizativo até ao mais elaborado parecer técnico que tenha que proferir.

A solidariedade e o companheirismo semeiam o respeito entre as pessoas de bem, entre

os bons amigos. Na arbitragem, isto multiplica-se!

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 45

Síntese do Capítulo

Pretendeu-se deixar bem claro a todos quantos lerem este capítulo, a relevância que

assume uma colocação e/ou movimentação, circunstanciadas num processo que se

pretende evoluído e evolutivo.

A movimentação e a colocação são nos conceitos da modernidade da arbitragem do

futsal, meios para alcançar resultados eficazes.

E como se torna muito mais simples e constante, atingir esses meios de eficácia?

Pois, por princípio, adotando os meios citados, uma vez que foram objeto de estudo e são

sustentados por anos de boas práticas, em competições de alto nível. Mas se mais não

fosse, bastar-nos-ia olhar com olhos de sensatez e perspicácia, para aquilo que se

pretende…

Materializando esta conceptualização, deve dizer-se que atinge-se a eficácia quando um

árbitro se movimenta ou coloca com a-propósito.

E foi em torno desta abrangência de aspetos, que acabam sempre por desembocar nos

termos eficácia e clareza, conjugados com movimentação e colocação, que o capítulo se

desenrolou e desenvolveu.

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4 Capítulo

A MALA DO ÁRBITRO EM JOGOS DE ÂMBITO

NACIONAL E INTERNACIONAL

Temas

4. IMPORTÂNCIA DOS DETALHES

4.1 Material de jogo no âmbito nacional – alta competição

4.2 Material de jogo no âmbito internacional

4.3 Indumentária

4.3.1 Três dias de deslocação

4.3.2 Sete dias de deslocação

4.3.3 Trinta dias de deslocação

Competências de Saída

1. Identificar os utensílios e materiais necessários à preparação da mala, para o jogo, no âmbito nacional de alta competição

2. Identificar os utensílios e materiais necessários à preparação da mala, para o jogo, no âmbito internacional

3. Reconhecer a especificidade de cada tipo de deslocação, no que se refere a indumentária

Critérios de Evidência

1. Identifica os utensílios e materiais necessários à preparação da mala, para o jogo, no âmbito nacional de alta competição

2. Identifica os utensílios e materiais necessários à preparação da mala, para o jogo, no âmbito internacional

3. Reconhece a especificidade de cada tipo de deslocação, no que se refere a indumentária

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Técnicas de Arbitragem – Nível 3

Conselho de Arbitragem 47

4. IMPORTÂNCIA DOS DETALHES

Detalhe é, ao que parece, uma palavra de origem francesa e cujo significado remete para

palavras comummente empregues no nosso dia-a-dia. Palavras como pormenor ou

minudência são sinónimos usuais e, desde logo, paradigmáticos da interpretação que

devemos atribuir-lhe.

Se são detalhes, minudências, aspetos de somenos importância, valerá a pena estar a

gastar tempo e recursos outros, nisso?

Obviamente, sim!

Porque quando menos se espera, um aspeto tido como despiciendo, fica esquecido ou

mal cuidado e passa a ser relevante. Porque desestabiliza o árbitro. Porque torna-o menos

confiante. Porque a sua serenidade e poder de análise são afetados. Porque o seu foco

atencional é desvirtuado.

Uma vez mais se repete…

Aquilo que nos pertence organizar e que podemos controlar, façamos com que esteja

sempre organizado e controlado.

4.1. Material de jogo no âmbito nacional – alta competição

Ainda se vêm, espreitando para trás e por cima do ombro, aqueles árbitros que

compravam um saco, depositavam-lhe dentro uns conjuntos de equipamentos mais ou

menos engraçados e mediatizados, consoante as possibilidades financeiras e apenas lhes

mexiam ao sair para as jornadas de fim de semana. Regressados a casa, pousavam-nos no

hall de casa, para que a “Maria” tropeçasse e se preocupasse em dar-lhes um ar asseado

e higienizado.

Para que no fim de semana seguinte, o ritual fosse cumprido de forma cíclica e rotineira.

E como se alguma vez se pudesse ver a arbitragem com lentes de rotina…

Felizmente que os tempos e as mentalidades mudaram e que esses árbitros são, hoje,

uma espécie em vias de extinção.

Naquilo que à preparação da mala nos referimos, poderemos desagregar em 4 facetas

que sendo complementares, têm naturezas distintas.

a) Os equipamentos de jogo;

b) Os materiais de suporte à atividade e acessórios;

c) A documentação;

d) Os produtos de saúde e higiene;

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Refira-se a importância de se ter uma lista de apoio ou check-list, por forma a evitar que

uma traição da memória nos faça esquecer algo e transmita desconforto.

Tal como ficou referido anteriormente, por mais irrelevante que pareça ser um

documento ou um acessório em falta, mas que faça parte no nosso procedimento, vai

provocar um estado de ansiedade e perturbação, que leva a uma desfocalização e a uma

tendência para encontrar desculpas, na presença de eventual problema.

4.2 Materiais de Jogo

Conjunto de equipamentos oficiais – camisolas, calções e meias

Calçado apropriado x 2

Atacadores extra

Equipamentos de aquecimento

Conjunto de equipamentos interiores de conforto x 2 – camisolas, calções e meias

Roupa interior

Relógio cronómetro

Acessórios – apito, cartões, anotações, lápis x 3

Documentação oficial – documentos de AA’s incluídos

Toalha de banho

Chinelos

Outros – punhos de suor, ligaduras, etc.

Este é o exemplo de uma check-list que deverá estar presente no bolso do saco e à qual

o árbitro deverá recorrer, para a preparação do dito.

Parecerá eventualmente exagerado, mas em realidade, saberemos sempre encontrar

respostas positivas, contribuindo ainda para uma pré-visualização dos materiais que vão

ser utilizados e uma habituação aos mesmos.

Sendo a adaptação da organização do saco da responsabilidade do árbitro, as boas

práticas, o sentido organizativo e a disposição para o jogo começam aqui. Acrescente-se

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o conforto que dá, termos as nossas coisas todas, ali à mão… E a forma como poderemos,

um dia, sendo úteis para com o colega de equipa, promovemos o seu conforto e a sua

melhor predisposição para a competição.

Considerem-se, de forma relevante, num conjunto de fatores que intervêm no jogo, mas

que nem sempre são visíveis e entendíveis. Por exemplo, a troca de uma camisola interior

de conforto ou uma simples t-shirt, ao intervalo, promove de forma evidente, o conforto.

4.3 Materiais de Higiene Pessoal

Gel de banho ou sabonete

Shampoo

Chinelos

Toalha

Roupa interior

Outros – perfume, desodorizante, loção corporal, gel de cabelo, etc.

Também como forma de ir garantindo o bem-estar, a todo o momento, mas

essencialmente após o términus do jogo, deverá existir o cuidado de tornar parte do seu

equipamento, este conjunto ou outro similar, de produtos de higiene.

É de imediato, no final de um jogo, que o árbitro começa a “ganhar” pontos, para futuros

eventos. Com a sua serenidade. Com elevação e ponderação. Mas também a partir da sua

imagem cuidada e dedicada.

Naturalmente que na elaboração destas listas deverá entrar a componente privada e

individualizada, sem comprometer a presença dos produtos essenciais.

4.4 Materiais de Proteção e prevenção

Ligaduras

Pensos rápidos

Almofadas e palmilhas de calçado

Produtos de cuidados íntimos femininos – sendo o caso

Produtos de massagem

Produtos de cuidados básicos – antiácidos, anti-inflamatórios, etc.

Alimento – banana, barra energética, etc.

Recipiente térmico de bebidas – quentes de inverno, frias de verão

Ainda que amiúde se menosprezem este tipo de itens, eles são importantes e devem ser

parte do saco do árbitro. Quiçá se façam 50 jogos e olhando para trás se note que a

presença dos mesmos foi irrelevante. Mas um dia, perante uma necessidade do próprio

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ou de outro elemento da sua equipa, se existir a resposta adequada e imediata, verifica-

se a validade da presença do item.

Além disso, a reposição de índices energéticos e hidratação prévias e durante o jogo,

interferem de forma significativa na resposta dada e na segurança de manutenção de

condição adequada.

4.2 Material de jogo no âmbito internacional

Obviamente que quando referimos aquela quantidade de materiais que importa

transportar para jogos de alta-competição nacional, estamos desde logo a citar um

conjunto de itens que devem ser perfeitamente integrados, na bagagem de um árbitro

em competições internacionais.

Especificidades, existem? Claro que sim…

Normalmente existe um conjunto de materiais que importa transportar, desde logo fatos

de treino oficiais, podendo também reforçar-se diversos componentes da bagagem. É real

que poderemos ver aumentada a quantidade de peças a transportar, mas não é menos

verdade que a bagagem é, normalmente, composta por mais volumes.

Além dos fatos de treino oficiais, importa fazermo-nos acompanhar de alguns itens de

suporte. A saber:

Documentação relativa à viagem – por vezes inclui o tratamento atempado de vistos,

passaporte e vacinas

Documentação relativa à nomeação – incluindo os contactos do Referee liaison

officer

Documentação relativa ao jogo – incluindo Laws of the game & Regulations

Dossier de scouting – equipas intervenientes e árbitros e outros “desconhecidos”

Foto(s) tipo passe

Foto ou fotos da bagagem – maior objetividade, em caso de extravio

Dicionário inglês – língua local – inglês

Mapa da região e roteiro turístico – usos e costumes

E de suprema relevância é o dever de planear a bagagem para que transporte, em mão,

todos os itens que serão necessários desde o primeiro momento da chegada, incluindo

material para o jogo inicial.

Acontecem extravios de bagagem e nem sempre é fácil solucionar o problema originado

por esse fator.

Outro dos fatores a considerar, mas que são normalmente de prévia informação, prende-

se com a entrega de materiais oficiais, em provas e/ou cursos de atualização e avaliação

a que sejam chamados, no âmbito internacional. A partir dessa informação, deve

elaborar-se a bagagem de acordo com isso, mas sem deixar de ponderar um eventual uso

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de material já usado, como por exemplo calçado. E esse material, deverá ser levado,

naturalmente.

Também em competições oficiosas, cujos árbitros nem sempre são internacionais FIFA,

um árbitro português previdente deverá fazer-se acompanhar de pares de camisolas

iguais, como forma de solucionar algum problema surgido, no local.

Importa referir ainda que existem produtos que deverão ser levados para este tipo de

eventos, como sejam os materiais para a barba e cuidados dentários. Respeitando,

obviamente, as volumetrias legais.

4.3 Indumentária

A indumentária deverá obedecer a um código de vestir, em vigor na entidade que o rege,

seja a Associação Nacional – no caso português, a FPF – seja o organismo internacional

que o indica.

As viagens exigem um rigor e asseio ímpares, até porque imensas vezes, estes predicados

“abrem-nos portas”, facilitando alguns fatores.

Um dos fatores a considerar é o calçado. Confortável e seguro, pois por diversas vezes

temos que fazer autênticas correrias e caminhadas distantes, atendendo à dimensão de

alguns aeroportos.

Atente-se em mais um pormenor… Por vezes, os responsáveis pelo transporte em terra,

que nos aguardam no aeroporto de chegada, têm alguma dificuldade em detetar-nos à

saída, seja pela sua inépcia seja pelo número elevado de pessoas em trânsito. Então,

devemos sempre levar em primeira linha as bagagens desportivas, como forma de alerta.

E se tivermos um simples papel impresso, com o logotipo da entidade que nos nomeou

ou da nossa FPF, por exemplo, colocamo-lo bem visível. Por óbvias razões…

Chegados aos locais, deve seguir-se escrupulosamente e num registo de humildade e

espírito de grupo, aquilo que for determinado por quem esteja encarregue do evento.

Quando tal não acontece ou quando existe necessidade imperiosa de algum movimento

externo, deve adotar-se uma postura discreta e responsável, em respeito pelos ideais que

norteiam o desporto e as entidades representadas.

4.3.1 Três dias de deslocação

Há um conjunto de fatores que deveremos valorizar, na hora de preparar a nossa

bagagem para este tipo de deslocação. A saber:

Usos e costumes locais

Condições meteorológicas para este período

Eventos paralelos à causa primeira da deslocação

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Uma muda de roupa desportiva – fato de treino discreto mas da marca patrocinadora

Uma muda de roupa “casual chic” – calçado incluído

Camisas e gravatas de acordo com a indumentária oficial – ver 4.3

Roupa interior para 5 dias

Outros

Depois, outro dos métodos variáveis de pessoa para pessoa é a antecedência de organizar

tudo. Recomenda-se que se faça com adequada anterioridade, para evitar que se

arrumem coisas desadaptadas à realidade ou então, com a pressa, meterem-se coisas

para dentro da mala que não servirão.

Passemos ao método a adotar…

Deve encontrar-se um espaço suficientemente amplo, onde se vão colocando as coisas, a

partir de uma check-list. Isto permite-nos garantir a presença de todos os itens, distribuí-

los de acordo com o mencionado mais atrás e que se prende com a prioridade e ainda

arranjar combinações de roupas, para que aquilo que é transportado seja apenas o

essencial.

Os diferentes itens deverão ser agrupados consoante a sua natureza. Recomenda-se que

as malas disponham de um sistema de organização ou sacos próprios, separando roupas

interiores de calçado, por exemplo.

Coloca-se ainda, no fundo, um saco impermeável onde se colocará a roupa suja.

Os materiais de higiene e bem-estar deverão obedecer a legislação de transporte e ir bem

acondicionados, num necessaire ou similar, criando-se se fundamental, uma forma de

enchimento entre os diversos acessórios, atendendo à sua fragilidade. Devemos recordar-

nos ainda que os hotéis colocam à disposição muitos destes produtos.

4.3.2 Seis dias de deslocação

Para uma deslocação deste teor, aquela que os árbitros de futsal mais encontram, pelos

modelos de competição, devem refletir numa dica que se prende tão-somente com a

duplicação dos itens enunciados, que se afigurem como imprescindíveis. Por exemplo, as

roupas interiores…

Poderá ser necessário levar outro fato? Resolvemos com um casaco diferente mas

compatível, que não ostente nenhum símbolo.

Outra combinação “casual-chic”… resolve-se apenas com uma das camisas mais formais

e outro par de calças!

Enfim, um exercício de lógica e gosto pessoal a que dificilmente se consegue estabelecer

um rigor absoluto.

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4.3.3 Trinta dias de deslocação

Para uma competição de um mês ou aproximado, por certo que a organização

providenciará um serviço de lavandaria eficaz e reforçado. Ao mesmo tempo que

fornecerá um conjunto de materiais – equipamentos – que suportem todo o evento.

Desta forma e atendendo a que normalmente os árbitros andam trajados de forma

desportiva, não será necessário portar roupas oficiais ou de passeio de forma

proporcional. Isto é, não se vão quadruplicar ou quintuplicar os itens.

Algo que importa referir e ter em atenção é que se hoje em dia se consegue prever o

estado climatérico de uma semana, com algum rigor, para um mês torna-se quase

impossível. Assim que importa não deixar que a surpresa nos invada.

Em todos os casos, mas especialmente nesta situação, presumindo que a quantidade de

itens a colocar nas bagagens para o regresso seja enorme, importa ir planeando e

estruturando, com alguns dias de antecipação. Desta forma, nos derradeiros momentos

e nos procedimentos finais, tudo é mais simples.

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Síntese do Capítulo

Abordou-se neste capítulo um sem-número de detalhes que importa considerar, sempre

que se fala de árbitros de referência.

A intenção primeira é auxiliar a estruturar ideias, cientes como somos e defendemos que

o que é importante é que os imponderáveis não causem mossa nas nossas atuações. Se

um dos intervenientes prefere uma ligadura elástica e o seu colega prefere uma de

algodão, é irrelevante. Se um dos árbitros gosta de natação e se faz acompanhar de touca

de piscina, enquanto outros preferem um par de sapatilhas extra, para uma corrida

adicional, nada a opor.

Releve-se sim a clarividência que deve orientar-nos nesta matéria, uma vez que transmite

uma ideia de organização e boas práticas, o que se saúda.

Outro dos aspetos abordados foi aquele que se refere à imagem pretendida, em relação

a um árbitro que sai em representação de uma nação, de uma Associação Nacional – no

nosso caso, FPF – e que deve assumir o seu papel de embaixador desportivo. Cuidado,

asseado, denotando a todo o momento que representa uma arbitragem moderna e com

visão de futuro. Assim se deseja…

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Autoavaliação

1. Em Portugal está regulamentado que no sorteio inicial para escolha de campo a escolha da face da moeda pertença ao árbitro. Concorda?

A Não. Pertence ao clube visitante. B Obviamente, sim. Cabe sempre ao árbitro decidir. C Sim, concordo. Quando se trate de um jogo da Supertaça.

2.

Aplicação de lei da vantagem. O árbitro aplica-a quando se trata de uma situação _________ ou retrocede, tratando-se de uma situação _______. No conjunto de palavras abaixo, identifique a alínea correspondente.

A Frustrada; gorada; malograda; suposta; malograda; inválida. B Concretizada; ressalvada; potenciada; salvaguardada; perpetuada; consolidada. C Adulterada; ripostada; concretizada; frustrada; suposta; debelada.

3.

Quando o árbitro interrompe o jogo assinalando uma falta, a sua sinalética compreende um só momento. Quando aplica a lei da vantagem, quantos momentos de sinalética são realizados?

A 2 momentos. Um primeiro momento, em que sinaliza que concedeu a lei da vantagem e que o jogo deve prosseguir; depois, um segundo momento, de dois gestos unidos entre si.

B 2 momentos. Um primeiro momento de sinalizar que concedeu a lei da vantagem e que o jogo deve prosseguir e depois outro momento em que ergue os dedos.

C 1 momento de esticar o braço exterior.

4. Existem 2 situações de colocação e movimentação em que existe uma clara e obrigatória exigência de distinção entre árbitro e 2º árbitro. Identifique-os.

A Pontapés de canto e grande penalidade. B Pontapés da marca de grande penalidade e pontapé de saída. C Pontapé de saída e pontapé da 2ª marca de grande penalidade.

5. O que se considera ser um fator de enorme agitação e que condiciona imensamente a movimentação do árbitro?

A A movimentação ou posição da bola. B A presença do público, junto às linhas. C O deslocamento dos jogadores, na superfície de jogo.

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6.

Movimentação de ambos os árbitros. Acha importante que as suas decisões sejam consonantes? E porquê?

A Podem ser consonantes ou não. Basta que ambos façam aquilo que entendem. B Devem ser consonantes, uma vez que impõem receio aos jogadores.

C Importa que sejam consonantes, garantindo um superior nível de credibilidade e respeito.

7. Pontapé de linha lateral. Qual ou quais os princípios a observar pelos árbitros?

A A bola deverá estar sobre a linha lateral, entre o árbitro que controla a ação e a linha de baliza do executante; o seu colega, entre a linha da bola e a linha de baliza a ser atacada.

B A bola deverá estar entre ambos; o árbitro que controla a ação, coloca-se entre a linha de baliza do executante e a área de grande penalidade; o seu colega, entre a linha da bola e a linha de baliza a ser atacada.

C A bola deverá estar entre ambos; o árbitro que controla a ação coloca-se entre a bola e a linha de baliza do executante; o seu colega, entre a linha da bola e a linha de baliza a ser atacada.

8.

A uma iniciativa dinâmica, que por um conjunto de movimentos, visa desequilibrar o sistema ou posição defensiva do adversário, por forma a concretizar pontos, chama-se…

A Defesa de marcação. B Ataque. C Desmarcação.

9. Entende-se que o árbitro deverá conceder a lei da vantagem sempre e quando…

A Um jogador da equipa infratora avança em condições de vantagem. B Na área de grande penalidade um atacante sofre carga pelas costas.

C Existiu falta sobre o guarda-redes e a bola fica nas suas mãos, lançando o contra-ataque.

10.

Por imperícia, um guarda-redes que pretende pôr a bola em jogo, introdu-la na sua baliza. Ao abrigo da lei da vantagem, o árbitro concede o golo á equipa adversária. Concorda?

A Não. Dado que a bola não estava em jogo, tratava-se de um recomeço, não configurado na aplicação da lei da vantagem.

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B Sim. Deve dar-se o privilégio da aplicação da lei da vantagem. C Não. O guarda-redes não pode obter golo na sua baliza.

11. Se vão ser executados pontapés da marca de grande penalidade para encontrar um vencedor, acha que o facto de o jogo estar a ser televisionado tem alguma importância?

A Sim, uma vez que devemos cuidar melhor dos equipamentos.

B Sim, podendo aceitar a sugestão do realizador, em relação à baliza onde se executarão.

C Não. Afinal, eu sou o árbitro e mando em tudo.

12.

O jogo torna-se mais aberto, separado em 2 linhas bem definidas. Os passes são mais longos e rápidos, exigindo uma diagonal mais alargada. Este trecho refere-se a um sistema de jogo abordado nas Técnicas de arbitragem. Qual?

A Sistema 2:2 B Sistema 3:1 C Sistema 4:0