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Thailla Torres O ano letivo começará no dia 11 de fevereiro com ao menos 10 mil crianças esperando por vagas nos Ceinfs (Centros de Edu- cação Infantil) de Campo Grande. Neste ano, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) prevê atender 5 mil alunos na Educação Infantil a mais que em 2015, mas mesmo assim mães continuarão a viver o drama da lista de espera enquanto a prefeitura da Capital não inaugurar as unidades que estão em construção. A Semed informou, por meio da assessoria de im- prensa que, até anteontem, a lista de espera para as creches municipais era for- mada por 10.416 crianças. O cadastro, entretanto, é atualizado diariamente, o que significa que o número pode até ser maior quando os Ceinfs abrirem as portas. Em 2015, 14.392 alunos frequentaram as 99 cre- ches públicas da Capital e, neste ano, sem abrir nenhuma unidade a mais, a prefeitura prevê ofe- recer mais 5 mil vagas. Em média, cada Ceinf, que atendeu no ano passado, 140 crianças, terá de re- A6 o Estado Mato Grosso do Sul Campo Grande - MS | Quarta-feira, 20 de janeiro de 2016 A rede municipal tem deficit muito grande de vagas e esse número de 5 mil ainda não é o ideal Fabricio Dias de Aquino, defensor público [email protected] Cidades Educação Saúde Diário Oficial Investigação Escobar Ano letivo começa com deficit de 10 mil vagas nos Ceinfs Recurso federal para o combate ao Aedes aegypti fica com a prefeitura União reconhece emergência em mais quatro municípios de MS Defensoria apura se teste de HIV em concursos é discriminatório MPE investiga algazarra no bar point de universitários Semed cria em 99 creches 5 mil vagas a mais, mas lista de espera só aumenta O governo federal des- tinou mais de R$ 1,9 milhão à Mato Grosso do Sul para o plano de combate ao Aedes aegypti – transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus – e a microcefalia. Em todo o Brasil foram disponibilizados R$ 500 milhões. De acordo com o coordenador estadual de combate de vetores, Mauro Lúcio Rosário, a verba vai para Campo Grande e não será distribuída entre os 79 municípios do Estado. “Já veio esse recurso e deve ser destinado exclu- sivamente para o Plano de Contingência Municipal [da Capital], que norteia toda a situação”, afirmou. De acordo com Rosário, cabe ao Estado monitorar como o recurso está sendo investido. A verba serve para melhor desempe- nhar o planejamento de combate ao mosquito. “O dinheiro caiu na conta do município e não pode ser aplicado em nenhuma outra área. Cada muni- cípio encaminha para a Coordenadoria Estadual de Controle de Vetores o relatório e vamos ver o de- senvolvimento do plano”. Quatro municípios de Mato Grosso do Sul tiveram reconhecidos pelo governo federal os decretos de si- tuação de emergência que foram enviados para o Minis- tério da Integração Nacional. A informação foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (19), que reconheceu a situação de Bela Vista, Deodápolis, La- guna Carapã e Mundo Novo. Anteontem, porém, subiu para 29 o número de ci- dades do Estado afetadas pelas chuvas que precisam de ajuda da União. Ainda em relação aos es- tragos das chuvas que atin- giram a região sul em de- zembro de 2015 e continuam a causar estragos, no Diário Oficial do Estado de ontem foi publicado um termo de doação de madeira para a construção de uma ponte lo- calizada na MS-180. O mate- rial deve ser usado no trecho que liga Iguatemi a Juti. Governadora em exercício entregou kits emergenciais em três cidades Miranda entrou nesta segunda-feira (18) na lista de municípios em situação de emergência. A cidade, juntamente com Aquidauana e Dois Irmãos do Buriti, re- cebeu anteontem a visita da governadora em exercício, Rose Modesto, que levou ajuda humanitária aos de- sabrigados, entregando kits de higiene, kits de limpeza, colchões e cestas básicas. (YM com assessoria) Anahi Zurutuza A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul abriu Procedimento para Apu- ração Preliminar para in- vestigar se é discriminatória e ilegal a exigência do exame “HIV tipo 1 e 2” para investi- dura em cargos públicos em Campo Grande. O exame de HIV passou a ser cobrado pelo município desde a semana passada, quando a Semad (Secretaria Municipal de Administração) publicou no Diário Oficial de Campo Grande o decreto nº 12.800, exigindo que candi- datos a cargos públicos do município apresentem junto a outros exames de aptidão física e mental testes que comprovem a negativa de HIV. Legislações federal e estadual dão direitos de portadores do vírus Segundo a Defensoria, a lei federal nº 9.029/95 diz que constitui crime por prática discriminatória, a exigência de teste, exame ou procedi- mentos relativos à esterili- zação para a investidura em cargo público. Já a lei esta- dual nº 3.106/05 veda, no art. 1º, qualquer forma de discri- minação aos portadores do vírus HIV e às pessoas com Aids (Síndrome da Imunode- ficiência Adquirida). O município deve ser noti- ficado a dar uma resposta ou fazer a alteração do decreto. Caso a providência não seja tomada em 15 dias, a Defen- soria vai ajuizar uma ação civil pública. (Com assessoria) Carlos Henrique Wilhelms A conveniência Escobar, tradicional ponto de en- contro de estudantes da UFMS (Universidade Fe- deral de Mato Grosso do Sul), é alvo de inquérito civil instaurado pelo Minis- tério Público Estadual. A investigação foi aberta após denúncias de moradores da Vila Olinda – região sul da Capital -, que se queixam da poluição sonora e a al- gazarra promovida no local. O estopim da situação ocorreu em março do ano passado, quando o Batalhão de Choque da Polícia Militar utilizou bombas de gás la- crimogêneo para dispersar a aglomeração de clientes dos bares da região, que es- tava inclusive, prejudicando o tráfego de veículos na rua Trindade. Após a confusão, o MPE foi acionado pelos alunos da UFMS, que alegaram abuso de força da polícia, e pelos moradores da região, que se queixavam da baderna. A abertura do inquérito foi divulgada na edição de ontem (19) do Diário Oficial do órgão. O MPE vai apurar “a regularidade jurídico- -ambiental da Conveniência Escobar, informando que o referido empreendimento produz poluição sonora, infração administrativa, consistente em bloqueio de rua, deposição de resíduos sólidos em via pública e per- turbação de sossego”. Os trabalhos serão condu- zidos pela promotora Luz Ma- rina Borges Maciel Pinheiro. Alunos elaboraram cartilha, mas ‘bom comportamento’ acabou Após a confusão em março do ano passado, os próprios alunos da UFMS elaboraram uma cartilha para evitar o blo- queio da rua Trindade, mas se- gundo moradores, no decorrer do ano o tumulto voltou a acontecer. (O Estado Online) Conforme a Semed (Secretaria Municipal de Educação), a falta de vagas se agravou por conta da alteração feita na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), nº 12.796, de 4 de abril de 2013, que prevê ensino obrigatório para crianças de 4 anos. “Os pais ficam responsáveis por colocar as crianças na Educação Infantil a partir dos 4 aos e por sua permanência até os 17. Anteriormente, os pais eram obrigados a colocar as crianças na escola a partir dos 6 anos. Portanto, as vagas serão direcionadas para atender essa demanda”, informou a secretaria por meio de nota. (TT) Semed justifica que mudança em lei fez número de matrículas aumentar ceber 50 a mais neste ano. Precisando trabalhar, Cris- tiane Carniatto, 25, viveu o drama de não conseguir co- locar o filho em uma creche da Reme (Rede Municipal de En- sino) quando se mudou para Campo Grande em abril do ano passado. “Fiquei quase oito meses na espera. Na semana passada, eles me ligaram, mas eu já tinha investido em uma creche particular”, explicou. A mãe acrescentou ainda que se não fosse a demora, ela teria matriculado a criança em um Ceinf, mas agora, preferiu deixar sua vaga para outro aluno. De fevereiro a abril, Defensoria recebe até dez pais ‘desesperados’ por dia De acordo com a Defen- soria Pública de Mato Grosso do Sul, por conta do deficit anual, todo ano, no início de fevereiro, aumenta a demanda de pais que recorrem à Justiça para garantir uma vaga para Em cada uma das unidades da Educação Infantil, a secretaria de Educação vai encaixar mais 50 crianças em média PMCG/Divulgação os filhos. “A gente orienta a realmente vir aqui e não ficar esperando por que a gente sabe que a rede municipal tem um deficit muito grande de vagas e acredito que esse nú- mero de 5 mil vagas [a mais] ainda não é o ideal”, disse o defensor, Fabrício Cedro Dias de Aquino. De fevereiro até abril, cerca de dez pessoas por dia re- correm a defensoria em busca de vagas nas unidades infantis. Fabrício também explica que o processo demora cerca de um mês até que a Justiça deter- mine que a Semed matricule a criança em uma das creches da rede municipal. Com decreto de emergência, Sesau pretende solicitar mais recursos O secretário de saúde de Campo Grande, Ivandro Fon- seca, disse nesta terça-feira (19), que pretende pedir mais dinheiro para o Ministério da Saúde. Segundo Fonseca, de setembro até agora, foram gastos R$ 70 milhões com os investimentos na área de saúde para atendimento a população com dengue, zika e chikungunya, além do com- bate ao mosquito vetor das três doenças. “Não estamos tendo apoio nenhum em re- lação aos prejuízos, temos uma epidemia de risco bioló- gico”, argumentou. Na segunda-feira (18), o prefeito Alcides Bernal (PP) decretou situação de emer- gência por causa da epidemia de dengue e, de acordo com Ivandro, em quatro meses foram realizadas mais de 1,5 milhão de consultas em todas as unidades de saúde do mu- nicípio, além de 2,3 milhões de procedimentos. “Vamos pedir dinheiro para intensificar as ações que estão sendo feitas pelo município”, justificou. Ele destacou que a aber- tura de seis UBSs (Unidades Básica de Saúde), com cinco leitos disponíveis para pa- cientes com dengue, 20 leitos em cada hospital de cam- panha, e o aumento de plan- tões feitos pelos servidores da Sesau (Secretaria Municipal Municipal de Saúde Pública) geraram gastos extras. Se- gundo o secretário, Campo Grande está arcando sozinha com a situação epidêmica e “a saúde é tripartite”. (TT com Yarima Mecchi) Hospitais de campanha foram montados pelo Exército, mas equipamentos e funcionários são bancados pela Sesau Marcelo Victor

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Page 1: A6 o Estado Mato Grosso do Sul Campo Grande - MS | Quarta ... · de emergência. A cidade, juntamente com Aquidauana e Dois Irmãos do Buriti, re-cebeu anteontem a visita da governadora

Thailla Torres

O ano letivo começará no dia 11 de fevereiro com ao menos 10 mil crianças esperando por vagas nos Ceinfs (Centros de Edu-cação Infantil) de Campo Grande. Neste ano, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) prevê atender 5 mil alunos na Educação Infantil a mais que em 2015, mas mesmo assim mães continuarão a viver o drama da lista de espera enquanto a prefeitura da Capital não inaugurar as unidades que estão em construção.

A Semed informou, por meio da assessoria de im-prensa que, até anteontem, a lista de espera para as creches municipais era for-mada por 10.416 crianças. O cadastro, entretanto, é atualizado diariamente, o que significa que o número pode até ser maior quando os Ceinfs abrirem as portas.

Em 2015, 14.392 alunos frequentaram as 99 cre-ches públicas da Capital e, neste ano, sem abrir nenhuma unidade a mais, a prefeitura prevê ofe-recer mais 5 mil vagas. Em média, cada Ceinf, que atendeu no ano passado, 140 crianças, terá de re-

A6 o EstadoMato Grosso do Sul

Campo Grande - MS | Quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

A rede municipal tem deficit muito grande de vagas e esse número de 5 mil ainda não é o idealFabricio Dias de Aquino, defensor público

[email protected]

Educação

Saúde

Diário Oficial

Investigação

Escobar

Ano letivo começa com deficit de 10 mil vagas nos Ceinfs

Recurso federal para o combate ao Aedes aegypti fica com a prefeitura

União reconhece emergência em mais quatro municípios de MS

Defensoria apura se teste de HIV em concursos é discriminatório

MPE investiga algazarra no bar point de universitários

Semed cria em 99 creches 5 mil vagas a mais, mas lista de espera só aumenta

O governo federal des-tinou mais de R$ 1,9 milhão à Mato Grosso do Sul para o plano de combate ao Aedes aegypti – transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus – e a microcefalia. Em todo o Brasil foram disponibilizados R$ 500 milhões. De acordo com o coordenador estadual de combate de vetores, Mauro Lúcio Rosário, a verba vai para Campo Grande e não será distribuída entre os 79 municípios do Estado.

“Já veio esse recurso e deve ser destinado exclu-sivamente para o Plano de Contingência Municipal [da Capital], que norteia toda a situação”, afirmou.

De acordo com Rosário, cabe ao Estado monitorar como o recurso está sendo investido. A verba serve para melhor desempe-nhar o planejamento de combate ao mosquito. “O dinheiro caiu na conta do município e não pode ser aplicado em nenhuma outra área. Cada muni-cípio encaminha para a Coordenadoria Estadual de Controle de Vetores o relatório e vamos ver o de-senvolvimento do plano”.

Quatro municípios de Mato Grosso do Sul tiveram reconhecidos pelo governo federal os decretos de si-tuação de emergência que foram enviados para o Minis-tério da Integração Nacional. A informação foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (19), que reconheceu a situação de Bela Vista, Deodápolis, La-guna Carapã e Mundo Novo. Anteontem, porém, subiu para 29 o número de ci-dades do Estado afetadas pelas chuvas que precisam de ajuda da União.

Ainda em relação aos es-tragos das chuvas que atin-giram a região sul em de-zembro de 2015 e continuam a causar estragos, no Diário Oficial do Estado de ontem

foi publicado um termo de doação de madeira para a construção de uma ponte lo-calizada na MS-180. O mate-rial deve ser usado no trecho que liga Iguatemi a Juti.

Governadora em exercício entregou kits emergenciais em três cidades

Miranda entrou nesta segunda-feira (18) na lista de municípios em situação de emergência. A cidade, juntamente com Aquidauana e Dois Irmãos do Buriti, re-cebeu anteontem a visita da governadora em exercício, Rose Modesto, que levou ajuda humanitária aos de-sabrigados, entregando kits de higiene, kits de limpeza, colchões e cestas básicas. (YM com assessoria)

Anahi Zurutuza

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul abriu Procedimento para Apu-ração Preliminar para in-vestigar se é discriminatória e ilegal a exigência do exame “HIV tipo 1 e 2” para investi-dura em cargos públicos em Campo Grande.

O exame de HIV passou a ser cobrado pelo município desde a semana passada, quando a Semad (Secretaria Municipal de Administração) publicou no Diário Oficial de Campo Grande o decreto nº 12.800, exigindo que candi-datos a cargos públicos do município apresentem junto a outros exames de aptidão física e mental testes que comprovem a negativa de HIV.

Legislações federal e estadual dão direitos de portadores do vírus

Segundo a Defensoria, a lei federal nº 9.029/95 diz que constitui crime por prática discriminatória, a exigência de teste, exame ou procedi-mentos relativos à esterili-zação para a investidura em cargo público. Já a lei esta-dual nº 3.106/05 veda, no art. 1º, qualquer forma de discri-minação aos portadores do vírus HIV e às pessoas com Aids (Síndrome da Imunode-ficiência Adquirida).

O município deve ser noti-ficado a dar uma resposta ou fazer a alteração do decreto. Caso a providência não seja tomada em 15 dias, a Defen-soria vai ajuizar uma ação civil pública. (Com assessoria)

Carlos Henrique Wilhelms

A conveniência Escobar, tradicional ponto de en-contro de estudantes da UFMS (Universidade Fe-deral de Mato Grosso do Sul), é alvo de inquérito civil instaurado pelo Minis-tério Público Estadual. A investigação foi aberta após denúncias de moradores da Vila Olinda – região sul da Capital -, que se queixam da poluição sonora e a al-gazarra promovida no local.

O estopim da situação ocorreu em março do ano passado, quando o Batalhão de Choque da Polícia Militar utilizou bombas de gás la-crimogêneo para dispersar a aglomeração de clientes dos bares da região, que es-tava inclusive, prejudicando o tráfego de veículos na rua Trindade.

Após a confusão, o MPE foi acionado pelos alunos da UFMS, que alegaram abuso de força da polícia, e pelos

moradores da região, que se queixavam da baderna.

A abertura do inquérito foi divulgada na edição de ontem (19) do Diário Oficial do órgão. O MPE vai apurar “a regularidade jurídico--ambiental da Conveniência Escobar, informando que o referido empreendimento produz poluição sonora, infração administrativa, consistente em bloqueio de rua, deposição de resíduos sólidos em via pública e per-turbação de sossego”.

Os trabalhos serão condu-zidos pela promotora Luz Ma-rina Borges Maciel Pinheiro.

Alunos elaboraram cartilha, mas ‘bom comportamento’ acabou

Após a confusão em março do ano passado, os próprios alunos da UFMS elaboraram uma cartilha para evitar o blo-queio da rua Trindade, mas se-gundo moradores, no decorrer do ano o tumulto voltou a acontecer. (O Estado Online)

Conforme a Semed (Secretaria Municipal de Educação), a falta de vagas se agravou por conta da alteração feita na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), nº 12.796, de 4 de abril de 2013, que prevê ensino obrigatório para crianças de 4 anos.

“Os pais ficam responsáveis por colocar as crianças na Educação Infantil a partir dos 4 aos e por sua permanência até os 17. Anteriormente, os pais eram obrigados a colocar as crianças na escola a partir dos 6 anos. Portanto, as vagas serão direcionadas para atender essa demanda”, informou a secretaria por meio de nota. (TT)

Semed justifica que mudança em lei fez número de matrículas aumentar

ceber 50 a mais neste ano. Precisando trabalhar, Cris-

tiane Carniatto, 25, viveu o drama de não conseguir co-locar o filho em uma creche da Reme (Rede Municipal de En-sino) quando se mudou para Campo Grande em abril do ano passado. “Fiquei quase oito meses na espera. Na semana passada, eles me ligaram, mas eu já tinha investido em uma creche particular”, explicou. A mãe acrescentou ainda que se não fosse a demora, ela teria matriculado a criança em um Ceinf, mas agora, preferiu deixar sua vaga para outro aluno.

De fevereiro a abril, Defensoria recebe até dez pais ‘desesperados’ por dia

De acordo com a Defen-soria Pública de Mato Grosso do Sul, por conta do deficit anual, todo ano, no início de fevereiro, aumenta a demanda de pais que recorrem à Justiça para garantir uma vaga para

Em cada uma das unidades da Educação Infantil, a secretaria de Educação vai encaixar mais 50 crianças em média

PMCG/Divulgação

os filhos. “A gente orienta a realmente vir aqui e não ficar esperando por que a gente sabe que a rede municipal tem um deficit muito grande de vagas e acredito que esse nú-mero de 5 mil vagas [a mais] ainda não é o ideal”, disse o defensor, Fabrício Cedro Dias de Aquino.

De fevereiro até abril, cerca de dez pessoas por dia re-correm a defensoria em busca de vagas nas unidades infantis. Fabrício também explica que o processo demora cerca de um mês até que a Justiça deter-mine que a Semed matricule a criança em uma das creches da rede municipal.

Com decreto de emergência, Sesau pretende solicitar mais recursos

O secretário de saúde de Campo Grande, Ivandro Fon-seca, disse nesta terça-feira (19), que pretende pedir mais dinheiro para o Ministério da Saúde. Segundo Fonseca, de setembro até agora, foram gastos R$ 70 milhões com os investimentos na área de saúde para atendimento a população com dengue, zika e chikungunya, além do com-bate ao mosquito vetor das três doenças. “Não estamos

tendo apoio nenhum em re-lação aos prejuízos, temos uma epidemia de risco bioló-gico”, argumentou.

Na segunda-feira (18), o prefeito Alcides Bernal (PP) decretou situação de emer-gência por causa da epidemia de dengue e, de acordo com Ivandro, em quatro meses foram realizadas mais de 1,5 milhão de consultas em todas as unidades de saúde do mu-nicípio, além de 2,3 milhões de procedimentos. “Vamos pedir dinheiro para intensificar as ações que estão sendo feitas

pelo município”, justificou. Ele destacou que a aber-

tura de seis UBSs (Unidades Básica de Saúde), com cinco leitos disponíveis para pa-cientes com dengue, 20 leitos em cada hospital de cam-panha, e o aumento de plan-tões feitos pelos servidores da Sesau (Secretaria Municipal Municipal de Saúde Pública) geraram gastos extras. Se-gundo o secretário, Campo Grande está arcando sozinha com a situação epidêmica e “a saúde é tripartite”. (TT com Yarima Mecchi)

Hospitais de campanha foram montados pelo Exército, mas equipamentos e funcionários são bancados pela Sesau

Marcelo Victor