anais do senado · cunha mello – presidente argemiro de figueiredo – vice-presidente. (1)...

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ANO DE 1829 LIVRO 1 ANAIS DO SENADO Secretaria Especial de Editoração e Publicações - Subsecretaria de Anais do Senado Federal TRANSCRIÇÃO SENADO FEDERAL

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  • ANO DE 1829LIVRO 1

    ANAIS DO SENADO

    Secretaria Especial de Editorao e Publicaes - Subsecretaria de Anais do Senado Federal

    TRANSCRIO

    SENADO FEDERAL

  • CONGRESSO NACIONAL

    NDICE DOS ANAIS DO SENADO

    (SEPARATA)

    MESES DE FEVEREIRO E MARO DE 1958

    SESSES 13 A 25

    DIRETORIA DE PUBLICAES RIO DE JANEIRO BRASIL

    1958

  • LISTA DOS SENHORES SENADORES

    FEVEREIRO DE 1958

    AMAZONAS PTB Vivaldo Lima PTB Mouro Vieira PTB Cunha Mello

    PAR UDN Prisco dos Santos PSD lvaro Adolpho PSD Lameira Bittencourt

    MARANHO

    PSD Sebastio Archer PSD Victorino Freire PSD Assis Chateaubriand

    PIAU

    PTB Ara Leo PTB Mathias Olympio PSD Lenidas Mello

    CEAR

    PSD Onofre Gomes PTB Fausto Cabral UDN Fernandes Tvora

    RIO GRANDE DO NORTE PSP Kerginaldo Cavalcanti PSD Georgino Avelino UDN Reginaldo Fernandes

    PARABA PSD Ruy Carneiro UDN Joo Arruda UDN Argemiro de Figueiredo

    PERNAMBUCO PSD Apolnio Salles PL Novaes Filho PSD Jarbas Maranho

    ALAGOAS

    PR Ezechias da Rocha UDN Freitas Cavalcanti UDN Rui Palmeira

    SERGIPE

    PR Jlio Leite PSP Jorge Maynard PTB Lourival Fontes

    BAHIA PTB Neves da Rocha UDN Juracy Magalhes PTB Lima Teixeira

    ESPRITO SANTO

    PSD Carlos Lindenberg PR Attlio Vivacqua PSD Ary Vianna

    RIO DE JANEIRO

    PSD S Tinoco PSD Paulo Fernandes PTB Tarcsio de Miranda

    DISTRITO FEDERAL

    PTB Alencastro Guimares PTB Caiado de Castro PSD Gilberto Marinho

  • VIII

    MINAS GERAIS

    PR Bernardes Filho PSD Benedicto Valladares PTB Lima Guimares

    SO PAULO

    PSD Csar Vergueiro PSP Lino de Mattos PTN Moura Andrade

    GOIS

    PSB Domingos Vellasco UDN Coimbra Bueno PSD Pedro Ludovico

    MATO GROSSO

    UDN Sylvio Curvo UDN Joo Villasbas PSD Filinto Mller

    PARAN

    UDN Othon Mder PSD Gaspar Velloso PSD Al Guimares

    SANTA CATARINA

    PTB Gomes de Oliveira PSD Francisco Gallotti PTB Saulo Ramos

    RIO GRANDE DO SUL

    PTB Prmio Beck UDN Daniel Krieger PL Mem De S

  • MESA

    Presidente JOO GOULART

    Vice-Presidente da Repblica

    Vice-Presidente APOLNIO SALLES

    P.S.D.

    1 Secretrio LIMA TEIXEIRA

    P.T.B.

    3 Secretrio VICTORINO FREIRE

    P.S.D.

    1 Suplente MOURO VIEIRA

    P.T.B.

    2 Secretrio FREITAS CAVALCANTI

    U.D.N.

    4 Secretrio KERGINALDO CAVALCANTI

    P.S.P.

    2 Suplente PRISCO DOS SANTOS

    U.D.N.

  • RELAO DAS COMISSES

    COMISSO DIRETORA

    Apolnio Salles Presidente Lima Teixeira 1 Secretrio Freitas Cavalcanti 2 Secretrio Victorino Freire 3 Secretrio Kerginaldo Cavalcanti 4 Secretrio Mouro Vieira 1 Suplente Prisco dos Santos 2 Suplente

    COMISSES PERMANENTES

    CONSTITUIO E JUSTIA Cunha Mello Presidente Argemiro de Figueiredo Vice-Presidente. (1) Gilberto Marinho Benedicto Valladares Gaspar Velloso Ruy Carneiro Lourival Fontes Lima Guimares Daniel Krieger Attlio Vivacqua Linneu Prestes

    __________________ (1) Substitudo temporriamente pelo Sr. Joo Villasbas.

    ECONOMIA

    Juracy Magalhes Presidente Fernandes Tvora Vice-Presidente Carlos Lindenberg Gomes de Oliveira (1) Alencastro Guimares Linneu Prestes Al Guimares

    __________________ (1) Substitudo temporriamente pelo Sr. Fausto Cabral.

    EDUCAO E CULTURA Lourival Fontes Presidente Ezechias da Rocha Vice-Presidente Gilberto Marinho Mouro Vieira Reginaldo Fernandes Mem de S Ary Vianna

    FINANAS lvaro Adolpho Presidente Vivaldo Lima Vice-Presidente (1).

    Lameira Bittencourt Ary Vianna Onofre Gomes Paulo Fernandes Carlos Lindenberg (2) Mathias Olympio Lima Guimares Fausto Cabral Daniel Krieger Juracy Magalhes Jlio Leite Othon Mder Lino de Mattos Novaes Filho Domingos Vellasco

    Suplentes Gaspar Velloso Mouro Vieira Attlio Vivacqua Linneu Prestes Mem de S

    __________________ (1) Substitudo temporriamente pelo Sr. Neves da Rocha. (2) Substitudo temporriamente pelo Sr. Francisco Gallotti.

    LEGISLAO SOCIAL

    Neves da Rocha Presidente Ruy Carneiro Vice-Presidente Sylvio Curvo (1) Lenidas Mello Fausto Cabral Joo Arruda

    __________________ (1) Substitudo temporriamente pelo Sr. Mrio Motta.

    REDAO Ezechias da Rocha Presidente Gaspar Velloso Vice-Presidente

  • XII Argemiro de Figueiredo (1) Saulo Ramos Sebastio Archer

    __________________ (1) Substitudo, interinamente, pelo Sr. Daniel Krieger.

    RELAES EXTERIORES

    Georgino Avelino Presidente. Joo Villasbas Vice-Presidente. Lourival Fontes Bernardes Filho Gilberto Marinho Benedicto Valladares Moura Andrade Gomes de Oliveira Ruy Palmeira (1)

    __________________ (1) Substitudo temporriamente pelo Sr. Daniel Krieger.

    SADE PBLICA Reginaldo Fernandes Presidente. Al Guimares Vice-Presidente. Pedro Ludovico Ezechias da Rocha Vivaldo Lima

    SEGURANA NACIONAL

    Onofre Gomes Presidente. Caiado de Castro Vice-Presidente. Alencastro Guimares Jorge Maynard Pedro Ludovico S Tinoco Sylvio Curvo (1)

    __________________ (1) Substitudo temporriamente pelo Sr. Mrio Motta.

    SERVIO PBLICO CIVIL Prisco dos Santos Presidente. Gilberto Marinho Vice-Presidente. Ary Vianna S Tinoco Caiado de Castro Joo Mendes Mem de S

    TRANSPORTES, COMUNICAES E OBRAS PBLICAS Novaes Filho Presidente Neves da Rocha Vice-Presidente S Tinoco Ary Vianna Coimbra Bueno

    COMISSES ESPECIAIS

    DE REVISO DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL Joo Villasbas Presidente Georgino Avelino Vice-Presidente Attlio Vivacqua Filinto Mller

    E ESTUDOS DA VALORIZAO DOS RIOS TOCANTINS E PARNABA

    Mathias Olympio Presidente Domingos Vellasco Vice-Presidente Mendona Clark Parsifal Barroso Coimbra Bueno Ezechias da Rocha

    INCUMBIDA DE ELABORAR OS PROJETOS DO CDIGO ELEITORAL E DO CDIGO PARTIDRIO

    Joo Villasbas Presidente. Mem de S Vice-Presidente. Gaspar Velloso Relator do Projeto do Cdigo Eleitoral. Gomes de Oliveira Relator do Projeto do Cdigo

    Partidrio Lameira Bittencourt Francisco Arruda

    DESIGNADA PARA OPINAR SBRE A DENNCIA OFERECIDA CONTRA O PROCURADOR GERAL DA

    REPBLICA Cunha Mello Presidente Lameira Bittencourt Relator Argemiro de Figueiredo Sebastio Archer Fausto Cabral Novaes Filho Lineu Prestes Mouro Vieira Mrio Motta Prisco dos Santos Gaspar Velloso Attlio Vivacqua Moura Andrade Ary Vianna lvaro Adolpho Novaes Filho

    DE MUDANA DA CAPITAL Coimbra Bueno Presidente Paulo Fernandes Vice-Presidente Attlio Vivacqua Alberto Pasqualini (1) Lino de Mattos

    __________________ (1) Substitudo temporriamente pelo Sr. Prmio Beck.

    DE ESTUDO DO PROBLEMA DO INQUILINATO (MISTA)

    Gaspar Velloso Presidente Badar Jnior Vice-Presidente Abguar Bastos Revisor

    Senadores Lima Guimares Argemiro de Figueiredo Attlio Vivacqua

    Deputados Chagas Freitas Tarcsio Maia Joo Menezes

  • XIII

    CONSOLIDAO DAS LEIS DO TRABALHO (MISTA) Lima Teixeira Presidente Ernani Stiro Vice-Presidente Aaro Steinbruch Relator Geral

    Senadores Ruy Carneiro Francisco Gallotti Argemiro de Figueiredo Othon Mder Kerginaldo Cavalcanti Jlio Leite

    Deputados

    Tarso Dutra Jefferson Aguiar Licurgo Leite Silvio Sanson Lourival de Almeida Raymundo Brito

    DE REFORMA CONSTITUCIONAL PARA EMITIR PARECER SBRE PROJETO DE REFORMA

    CONSTITUCIONAL N 1, DE 1956 Attlio Vivacqua Presidente Lima Guimares Vice-Presidente Gilberto Marinho Ruy Carneiro Gaspar Velloso

    Saulo Ramos Lourival Fontes Caiado de Castro Argemiro de Figueiredo Daniel Krieger Mem de S lvaro Adolpho Al Guimares Joo Villasbas Lino de Mattos S Tinoco

    DE REFORMA ADMINISTRATIVA (MISTA) Horcio Lafer Presidente Gomes de Oliveira Vice-Presidente Gustavo Capanema Relator Afonso Arinos Relator

    Senadores Filinto Mller Ary Vianna Cunha Mello Coimbra Bueno Juracy Magalhes Raymundo Britto

    Deputados Bilac Pinto Batista Ramos Arnaldo Cerdeira

  • 1 SESSO, DA 4 SESSO LEGISLATIVA EXTRAORDINRIA, DA 3 LEGISLATURA, EM 3 DE FEVEREIRO DE 1958

    PRESIDNCIA DO SR. APOLNIO SALLES

    s 14 horas e 30 minutos, acham-se

    presentes os Srs. Senadores: Vivaldo Lima. Mouro Vieira. Cunha Mello. Prisco dos Santos. lvaro Adolpho. Lameira Bittencourt. Victorino Freire. Mathias Olympio. Lenidas Mello. Onofre Gomes. Fausto Cabral. Fernandes Tvora. Georgino Avelino. Reginaldo Fernandes. Ruy Carneiro. Octaclio Jurema. Apolnio Salles. Ezechias da Rocha. Freitas Cavalcanti. Rui Palmeira. Jlio Leite. Jorge Maynard. Lourival Fontes. Neves da Rocha. Juracy Magalhes. Carlos Lindenberg. Attlio Vivacqua. Ary Vianna. S Tinoco. Paulo Fernandes. Alencastro Guimares. Caiado de Castro. Gilberto Marinho. Benedicto Valladares. Lima Guimares. Lineu Prestes. Lino de Mattos. Domingos Vellasco. Sylvio Curvo. Joo Villasbas.

    Othon Mder. Al Guimares. Gomes de Oliveira. Nereu Ramos. Saulo Ramos. (45). O SR. PRESIDENTE: A lista de

    presena acusa o comparecimento de 45 Senhores Senadores. Havendo nmero regimental no recinto, declaro aberta a sesso. (Pausa).

    No h Ata a ser lida. (Pausa). Cabe Mesa o doloroso dever de comunicar

    ao Senado o falecimento, anteontem, do nobre Senador Raymundo Ara Leo, que representava o Estado do Piau com alta dignidade, capacidade e dedicao, nesta Casa.

    O passamento de S. Ex. chocou profundamente a todos os Membros da Mesa e, certamente a todos os Senhores Senadores. A Presidncia tomou tdas as providncias a fim de que fssem prestadas ao ilustre morto as homenagens desta Casa.

    Sem embargo de quaisquer outras que sejam requeridas, a Mesa reserva a sesso de hoje s homenagens que o Senado presta memria de Ara Leo.

    Dou a palavra ao nobre Senador Lenidas Mello, primeiro orador inscrito.

    O SR. LENIDAS MELLO (*): Sr. Presidente, Srs. Senadores: Conforme do conhecimento do Senado e acabamos de ouvir do __________________ (*) No foi revisto pelo orador.

  • 2 nosso eminente Presidente, faleceu, anteontem, o Senador Raymundo de Ara Leo, representante do meu Estado, nesta Casa.

    H mais ou menos dois anos, privaram-se nossos trabalhos da sua valiosa colaborao, to pertinaz, to violenta a doena que o acometera; entretanto, de justia recordar que, na plenitude da sua sade, fra le um parlamentar eficiente, fazendo-se sentir sua inteligncia, sua cultura e sua atuao, principalmente, nas Comisses de que fazia parte.

    Antes de eleger-se Senador, representou tambm o Piau na Cmara dos Deputados; e sua eleio para esta Cmara Alta foi to s o justo prmio ao seu mrito, sua impecvel conduta poltica, recompensa pelo muito com que, na outra Casa do Parlamento, beneficiou o Estado do Piau.

    Descendente de tradicional famlia piauiense, engenheiro-civil, grande parte de sua vida viveu-a no Estado natal, onde exerceu cargos e funes da mais alta significao. Em vrios governos piauienses foi Secretrio da Viao e Obras Pblicas. Prefeito de Teresina, prestou os mais relevantes servios Capital daquela Unidade federativa. Dedicou-se, tambm, ao magistrio, em diversos estabelecimentos de ensino.

    Era todos ssas postos, Sr. Presidente, como em muitos outros que ocupou, onde quer que se encontrasse, Ara Leo era sempre o mesmo homem simples e bom, o mesmo cidado de conduta impecvel, o mesmo poltico acessvel, irrepreensvel nos seus atos; era, sobretudo, o homem pblico de excelsas virtudes e dos mais altos predicados morais. Imps-se, assim, estima e admirao da gente de sua terra.

    Ocupando a tribuna e, proferindo estas ligeiras palavras, para que fiquem registradas nos Anais da Casa, cumpro dever de conscincia, dever imperativo, qual o de lamentar o golpe irreparvel que

    o Senado sofreu e expressar o profundo pesar do povo piauiense pelo desaparecimento da to ilustre filho.

    Rendo afetuosa e respeitosa homenagem memria do ilustre conterrneo, em nome da minha terra e da seo piauiense do Partido Social Democrtico.

    Ara Leo faz jus ao preito que lhe prestamos. Soube fazer de sua vida, sobremodo til ao Estado a que tanto amou e honrou, um exemplo.

    Envio Mesa, Sr. Presidente, com fundamento no art. 124, pargrafo nico, requerimento, assinado por inmeros Senhores Senadores, a fim de que se insira em Ata um voto de profundo pesar pelo desaparecimento de Ara Leo; se apresente condolncias famlia, ao Estado do Piau e ao Partido Poltico a que pertencia o ilustre morto; e seja levantada a presente sesso. (Muito bem!).

    O SR. PRESIDENTE: Sbre a mesa, requerimento que vai ser lido.

    lido o seguinte:

    REQUERIMENTO

    N 1 DE 1958 Requeremos, com fundamento no art. 124,

    pargrafo nico, do Regimento Interno, as seguintes homenagens de pesar pelo falecimento, ocorrido em 1 dste ms, do Senador Raymundo de Ara Leo, que com alta, dignidade exercia, nesta Casa, o mandato de representante do Estado do Piau:

    1) insero, em ata, de um voto de profundo pesar;

    2) apresentao de condolncias famlia, ao Estado do Piau e ao Partido Poltico a que pertencia o ilustre morto;

    3) levantamento da presente sesso. Sala das Sesses, em 3 de fevereiro de 1958.

    Lenidas Mello. Cunha Mello. Mathias Olym.

  • 3 pio. Juracy Magalhes. Ezechias da Rocha. Gomes de Oliveira. Joo Villasbas. S Tinoco. Paulo Fernandes. Mouro Vieira. Domingos Vellasco, Freitas Cavalcanti. Fausto Cabral. Ruy Carneiro. Attlio Vivacqua. Saulo Ramos. Ary Vianna. Onofre Gomes.

    O SR. PRESIDENTE: Em votao o requerimento lido.

    O SR. MOURO VIEIRA: (*) Sr. Presidente, Srs. Senadores, pela terceira vez nesta Legislatura colhe-nos a fatalidade. Primeiro, perdemos Lcio Bittencourt, cerebrao solar, que trouxe ao Senado, pela invulgar cultura, pela probidade e sobretudo amor ao Brasil, dias inesquecveis; depois, Maynard Gomes, que, no seu Estado, representava uma legenda de bravura. Choramos, agora, a perda de Ara Leo, que, nesta Casa, durante tantos anos, representou, com brilho, seu Estado natal, o Piau, envolto em crepe como todos ns. J o nobre Senador Lenidas Mello, com absoluto conhecimento de causa, traou-lhe o perfil, traduzindo, para todos ns, o que foi a vida dsse grande batalhador.

    Conheci Ara Leo ainda na Cmara dos Deputados, pleno de vitalidade, de entusiasmo, debatendo resolvendo os problemas de sua terra. Representou, entre ns, durante todo esse tempo, a cordialidade; encheu esta Casa de idias que se voltavam, principalmente, para o seu Estado natal.

    Por delegao do Partido Trabalhista Brasileiro tambm choramos a perda do saudoso companheiro que tanto honrou esta Casa e o Partido, deixando em todos ns imorredoura saudade.

    Engenheiro, poltico, homem de letras, foi sobretudo um batalhador pelas causas da sua terra.

    Prefeito Municipal de Termina, __________________ (*) No foi revisto pelo orador.

    capital do Estado, deixou traos indelveis de sua atividade, competncia e amor terra.

    O Partido Trabalhista Brasileiro, pela minha voz, alm de apoiar o requerimento do ilustre Senador Lenidas Mello traz, envolto na sua saudade, a inesquecvel recordao dsse homem que tantos servios prestou ao Piau e Ptria. (Muito bem!).

    O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o nobre Senador Joo Villasbas.

    O SR. JOO VILLASBAS (para encaminhar a votao) (*): Sr. Presidente, dor manifestada pela Bancada do Estado do Piau, venho trazer a solidariedade da Unio Democrtica Nacional, nesta Casa.

    No h quem possa, neste recinto, ficar indiferente grande perda que sofreram o Senado, o Estado do Piau e o Brasil, com o desaparecimento de Ara Leo.

    Se houve Senador que na sua passagem por esta Alta Cmara soube capitalizar simpatias e amizade foi Ara Leo.

    No vou traar o roteiro da vida do ilustre morto; j o fz, com preciso e mestria, o nobre representante, do Estado do Piau, Senador Lenidas de Mello. Assinalo, apenas, que perde a Nao um homem cuja vida foi tda ela devotada ao bem pblico, aos intersses do Pas, ao desenvolvimento e ao progresso ao seu Estado. dor que enluta o Estado do Piau associo os sentimentos da Bancada da Unio Democrtica Nacional, nesta Casa. (Muito bem!)

    O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o nobre Senador Attlio Vivacqua.

    O SR. ATTLIO VIVACQUA (para encaminhar a votao): Sr. Presidente, a Bancada do Partido Republicano participa, com o __________________ (*) No foi repleto pelo orador.

  • 4

    mais profundo pesar, das homenagens que esto sendo prestadas memria do caro colega e ilustre Senador Ara Leo. Rebento de estirpe tradicional do Piau, amou estremecidamente a terra natal, para cujos problemas voltou sempre o esprito e o corao. Sua digna biografia e os relevantes servios j foram enaltecidos nesta tribuna, em comovedoras oraes, pelo preclaro Senador Lenidas Mello e demais eminentes colegas que usaram da palavra.

    Aliando cultura, sua capacidade, qualidades exponenciais de homem pblico, desempenhou, com elevao, desprendimento e clarividncia, os postos administrativos e eletivos que lhe foram confiados.

    Nesta Casa, que le soube dignificar, todos prezvamos os predicados morais e as virtudes cvicas que lhe marcaram a existncia; e testemunhvamos a angstia com que, durante longa enfermidade, se privava do nosso convvio e dos labores parlamentares.

    Extingue-se uma edificante vida, consagrada ao seu Estado e ao Pas.

    Meu Partido rende, ao inesquecvel amigo e ao ilustre brasileiro, preito de sua saudade e de sua admirao, e compartilha do luto de sua famlia e do nobre povo do Piau. (Muito bem).

    O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o nobre Senador Domingos Vallasco.

    O SR. DOMINGOS VELLASCO (*): Sr. Presidente, em nome do Partido Socialista Brasileiro, e, no meu prprio, associo-me s homenagens que esta Casa rende memria do Senador Ara Leo.

    Durante longos anos, gozei da convivncia dsse ilustre brasilei- __________________ (*) No foi revista pelo orador.

    ro; e o que me tornou seu admirador foi precisamente a modstia com que encobria a cultura profissional, a bondade e o esprito de tolerncia.

    Muitas vzes, neste Plenrio, e no da Cmara dos Deputados, presenciei a maneira de agir do Senador Ara Leo em questes de relevncia para o Pas, sentindo-lhe a firmeza de carter e o alto patriotismo que lhe norteava as atitudes.

    Por essa e outras razes j expressas pelos oradores que me antecederam, associo-me ao preito de saudade ao ilustre colega desaparecido. (Muito bem).

    O SR. PRESIDENTE: Em votao o requerimento.

    Os Senhores Senadores que o aprovam, queiram permanecer sentados. (Pausa).

    Est aprovado. Em obedincia ao Voto do Plenrio, a Mesa

    providenciar para que seja inserto, na Ata dos nossos trabalhos, um voto de profundo pesar pelo falecimento do nobre Senador Ara Leo, bem como sejam apresentadas condolncias Famlia enlutada e ao Estado do Piau; e levantada a sesso.

    A Mesa associa-se s homenagens requeridas.

    Nada mais havendo que tratar, vou encerrar a sesso, Designo para a de amanh, a seguinte:

    ORDEM DO DIA

    Discusso nica do Projeto de Lei da Cmara,

    n 304, de 1956, que altera disposies do Cdigo Civil, tendo Parecer Favorvel, sob n 1.229, de 1957, da Comisso de Constituio e Justia.

    Est encerrada a sesso. Levanta-se a sesso s 14 horas e 55

    minutos.

  • 2 SESSO, DA 4 SESSO LEGISLATIVA EXTRAORDINRIA, DA 3 LEGISLATURA, EM 4 DE FEVEREIRO DE 1958

    PRESIDNCIA DOS SRS. JOO GOULART E APOLNIO SALLES

    s 14 horas e 30 minutos, acham-se

    presentes os Srs. Senadores: Vivaldo Lima. Mouro Vieira. Cunha Mello. Prisco dos Santos. lvaro Adolpho. Lameira Bittencourt. Victorino Freire. Mathias Olympio. Lenidas Mello. Onofre Gomes. Fausto Cabral. Fernandes Tvora. Georgino Avelino. Reginaldo Fernandes. Ruy Carneiro. Octaclio Jurema. Apolnio Salles. Luiz Guedes. Ezechias da Rocha. Freitas Cavalcante. Rui Palmeira. Jlio Leite. Jorge Maynard. Lourival Fontes. Neves da Rocha. Juracy Magalhes. Carlos Lindenberg. Attlio Vivacqua. Ary Vianna. S Tinoco. Paulo Fernandes. Alencastro Guimares. Caiado de Castro. Gilberto Marinho. Bernardes Filho. Benedicto Valladares. Lima Guimares. Lineu Prestes. Lino de Mattos. Moura Andrade. Domingos Vellasco.

    Coimbra Bueno. Pedro Ludovico. Sylvio Curvo. Joo Villasbas. Filinto Mller. Othon Mder. Al Guimares. Gomes de Oliveira. Nereu Ramos. Saulo Ramos. Daniel Krieger (52). A SR. PRESIDENTE: A lista de presena

    acusa o comparecimento de 52 Senhores Senadores. Havendo nmero regimental no recinto, declaro aberta a sesso.

    Vai ser lida a Ata. O Sr. Segundo Suplente, servindo de 2

    Secretrio, procede leitura da Ata da sesso anterior, que, posta em discusso, sem debate aprovada.

    O Sr. Primeiro Suplente, servindo de 1 Secretrio, l o seguinte:

    EXPEDIENTE

    OFCIOS

    N 2.108, 2.110, 2.109, 2.058 e

    2.048, de 1957, da Cmara dos Deputados, encaminhando autgrafos dos seguintes projetos:

    PROJETO DE LEI DA CMARA

    N 1, DE 1958

    (N 1.054-D, de 1958 na Cmara dos Deputados)

  • 6

    Cria o Curso de Treinadores Desportivos e estabelece as condies de seu funcionamento.

    O Congresso Nacional decreta

    CAPTULO I

    DA CRIAO DO CURSO DE TREINADOR

    DESPORTIVO Art. 1 Fica criado o Curso de Treinador

    Desportivo, com objetivo de formar treinadores nas vrias modalidades desportivas.

    Art. 2 sse curso poder ser ministrado pela Escola Nacional de Educao Fsica e Desportos, da Universidade do Brasil e pelas escolas de educao fsica, autorizadas ou reconhecidas, mantidas pelos Governos Estaduais.

    Pargrafo nico. Nos Estados, cujo Govrno no mantiver as escolas de educao fsica, poder ser autorizado o funcionamento do aludido curso em escola de educao fsica particular, reconhecida pelo Govrno Federal.

    Art. 3 O funcionamento do curso de Treinador Desportivo, nas escolas de educao fsica, autorizadas ou reconhecidas, ficar na dependncia de autorizao prvia e peridica da Diviso de Educao Fsica do Ministrio da Educao e Cultura, que verificar a sua capacidade e a insuficincia local de tcnicos desportivos legalmente habilitados.

    CAPITULO II

    DA DURAO DO CURSO E DO CURRCULO Art. 4 O curso ser de 1 (um) ano e constar

    das seguintes disciplinas: I Anatomia e fisiologia humana; II Higiene aplicada; III Psicologia aplicada; IV Metodologia do treinamento desportivo; V Organizao dos desportos; VI Desporto de especializao;

    VII Educao Fsica Geral. Pargrafo nico. A Educao Fsica no ser

    considerada como disciplina, mas como prtica educativa obrigatria.

    Pargrafo nico. As vantagens previstas neste artigo so para efeito da estabilidade no servio pblico e no no cargo (art. 82, 2 da Lei n 1.711, de 28 de outubro de 1952).

    Art. 2 As disposies da presente lei aplicam-se tambm aos servidores de autarquias, entidades paraestatais e sociedades de economia mista.

    Art. 3 Esta lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

    As Comisses de Servio Pblico Civil e de

    Finanas.

    PROJETO DE LEI DA CMARA N 3, DE 1958

    (N 2.478-B-1957, na Cmara dos Deputados)

    Considera sujeitos contribuio para todos

    os fins da previdncia social o repouso semanal remunerado e as gratificaes concedidas por tempo de servio, como prmio de freqncia ou abono de famlia.

    O Congresso Nacional decreta: Art. 1 O repouso semanal remunerado,

    assegurado pela Lei N 805, de 5 de janeiro de 1949, fica sujeito contribuio para todos os fins de previdncia social.

    Pargrafo nico. Para os mesmos fins, ficam igualmente sujeitas contribuio as gratificaes, seja qual pr a sua denominao, concedidas por tempo de servio, como prmio de freqncia ou abono de famlia.

  • 7

    Art. 2 Esta lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

    As Comisses de Legislao Social e de Finanas.

    PROJETO DE LEI DA CMARA

    N 4, DE 1958

    (N 3.280-A-1957 na Cmara dos Deputados) Cria cargo na carreira de oficial judicirio no

    Quadro da Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral do Esprito Santo.

    O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Fica criado, no Quadro da Secretaria do

    Tribunal Regional Eleitoral do Esprito Santo, aprovado pela Lei n 2.884, de 18 de dezembro de 1955, um cargo de Oficial Judicirio, classe H, da carreira do mesmo nome.

    Art. 2 Esta lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

    s Comisses de Servio Pblico Civil e de Finanas.

    PROJETO DE LEI DA CMARA

    N 5 DE 1958

    (N 1.250-C-1956 na Cmara ds Deputados) Autoriza o Poder Executivo a abrir, pelo

    Ministrio da Educao e Cultura, o crdito especial de Cr$ 7.050.000,00, para ser distribudo a entidades esportivas.

    O Congresso Nacional decreta: Art. 1 o Poder Executivo autorizado a abrir,

    pelo Ministrio da Educao e Cultura, o crdito especial de Cr$ 7.050.000,00 (sete milhes e cinqenta mil cruzeiros) para ser distribudo, na forma abaixo, s seguintes entidades esportivas:

    a) Comit Olmpico Brasileiro Cr$ 5.000.000,00; b) Confederao Brasileira de Desportos Cr$

    700.000,00. c) Confederao Brasileira de Basketball Cr$

    400.000,00; d) Confederao Brasileira de Tnis Cr$

    500.000,00; e) Confederao Brasileira de Pugilismo Cr$

    100.000,00; f) Confederao Brasileira de Esgrima Cr$

    100.000,00; g) Confederao Brasileira de Volleyball Cr$

    100.000,00; h) Confederao Brasileira de Tiro Cr$

    100.000,00; i) Federao Metropolitana de Tnis de Mesa

    Cr$ 50.000,00. Total Cr$ 7.050.000,00. Art. 2 As entidades beneficirias devero

    requerer o pagamento, oferecendo o plano de aplicao, e apresentaro contas dentro do prazo de 1 (um) ano aps o recebimento dos auxlios.

    Art. 3 Esta lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

    Comisso de Finanas.

    PROJETO DE LEI DA CMARA

    N 6, DE 1958

    (N 2.270-C, de 1957, na Cmara dos Deputados) Altera a carreira de Oficial-Administrativo do

    Quadro Suplementar do Ministrio da Guerra. O Congresso Nacional decreta: Art 1 Fica alterada, na forma da tabela anexa,

    a carreira de Oficial Administrativo do Quadro Suplementar do Ministrio da Guerra, criada pela Lei n 1.329, de 25 de janeiro de 1951.

    Art. 2 Integraro a carreira de Oficial Administrativo, alterada pela presente lei, os atuais ocupantes de cargos da carreira criada

  • 8 pela Lei n 1.329, de 25 de janeiro de 1951, bem como os de outros Ministrios e da carreira de Oficial-Administrativo, do Quadro Permanente do Ministrio da Guerra, que em idnticas condies, ocuparam cargos do extinto Quadro de Sargentos Escreventes do Exrcito.

    Art. 3 Aos funcionrios abrangidos por esta lei, inclusive aos aposentados, so extensivos os benefcios da Carta de Sentena n

    269, de 1955, do Tribunal Federal de Recursos, at atingirem a classe O, sem direito a quaisquer vencimentos ou vantagens atrasados.

    Art. 4 Os ttulos dos funcionrios, de que tratam os arts. 2 e 3 desta lei, sero apostilados pelos rgos de pessoal.

    Art. 5 Esta lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.

    TABELA A QUE SE REFERE O ART. 1 DESTA LEI

    Nmero de

    Cargos

    Carreira ou Cargos

    Classe

    ou Padro

    Vegos

    131 0 3 3 N 3 3 Oficial Administrativo M 3 3 L 1 1 K

    141 10

    s Comisses de Constituio e Justia, de Segurana Nacional, de Servio Pblico Civil a. de Finanas

    PROJETO DE RESOLUO N 1, DE 1958

    Revigora o disposto na Resoluo n 10-51,

    para os funcionrios da Secretaria do Senado, admitidos posteriormente Resoluo n 4.55.

    Art. 1 Fica revigorado o

    disposto na Resoluo n 10, de 20

    de agsto de 1951, para os servidores da Secretaria do Senado, admitidos posteriormente Resoluo n 4, de 31 de janeiro de 1955.

    Art. 2 Esta Resoluo entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. Apolnio Salles. Kerginaldo Cavalcanti. Mouro Vieira. Lima Teixeira. Freitas Cavalcanti.

  • 9

    Justificao I A gratificao adicional por tempo de

    servio constitui um direito pro labore facto assegurado pela Constituio vigente, aos funcionrios do Poder Legislativo.

    II Em razo dsse mandamento constitucional, o Senado, atravs de um Regulamento (Resoluo n 1-50), disps sbre a matria, concedendo sse benefcio, nas seguintes bases:

    "Art. 208. Para os funcionrios da Secretaria ficam asseguradas gratificaes adicionais aos vencimentos por tempo de servio pblico, na seguinte proporo:

    a) por mais de dez anos 15% b) por mais de quinze anos 20% c) por mais de vinte anos 25% d) por mais de vinte e cinco anos 30% III Posteriormente, entretanto, nova

    disposio de lei interna regulou a espcie de maneira diferente.

    IV Assim foi que a Resoluo n 4, de 31 de janeiro de 1955, em seu art. 30, disciplinou a concesso da supracitada vantagem nos seguintes trmos:

    "Art. 30. Aplica-se aos funcionrios do Senado Federal no que couber o Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis da Unio (Lei n 1.711, de 28 de outubro de 1952) observadas as seguintes normas.

    Pargrafo nico. Ficam assegurados, aos

    atuais servidores da Secretaria, tdas as vantagens decorrentes das Resolues n 1, de 1950, 10, de 1951 e 1 de 1953".

    V Verifica-se, destarte, que os funcionrios do Senado, admitidos posteriormente entrada em vigor da Resoluo 4, ficaram em si-

    tuao de flagrante inferioridade relativamente aos demais servidores da Casa, o que constitui, evidentemente, uma injustia que cumpre reparar.

    VI sse, o objetivo do presente Projeto de Resoluo, que, como evidente, atende, no apenas aos anseios dos novos funcionrios, como, tambm, prpria administrao, cujo equilbrio depende, em grande parte, de sua subordinao ao princpio da equidade, no caso, desrespeitado.

    VII Por outro lado, incumbe ressaltar que o anteprojeto do novo Regulamento da Secretaria do Senado, ora em nosso poder, para estudos, j compagina idntica medida, o que bastante significativo.

    VIII O longo perodo de tempo que, certo, essa Comisso Diretora despender na apreciao do anteprojeto do novo Regulamento, de molde a justificar a oportunidade do presente projeto que, atravs de uma tramitao mais rpida, restabelecer, desde j, a harmonia administrativa ao mesmo tempo que dispor como de justia.

    IX Por sses motivos, entendemos de elaborar ste Projeto de Resoluo, que repara o desnvel ora operante.

    s Comisses de Constituio e, Justia e de Finanas.

    OFCIOS

    2.051, de 1957, restituindo autgrafos do

    Projeto de Lei da Cmara, n 380, de 1956, j sancionado, que concede penso a Eva Alves de Gis;

    2.049, de 1957, solicitando cancelamento do Ofcio n 2.535, de 12-12-57;

    2.038, de 1957, comunicando haver sido aprovado o Projeto de Lei do Senado, n 24, de 1957, que estabelece norma para pagamento aos servidores dos "acordos", equiparados aos extranumerrios da Unio, enviado sano;

  • 10

    2.042, de 1957, comunicando haver sido rejeitada a emenda do Senado ao Projeto de Lei da Cmera, n 293, de 1956, enviado sano;

    Do Sr. Governador do Estado de So Paulo. n 1.128, de 1957, acusando e agradecendo o

    recebimento do Oficio n 1.116, de 14.12.57, que comunicou a promulgao da Resoluo n 28, de 1957.

    Do Sr. Prefeito do Distrito Federal. n 3.014, de 1957, comunicando haver

    promulgado a lei referente ao veto total oposto ao Projeto de Lei n 291, de 1956.

    AVISOS

    N 108, de 1958, do Sr. Chefe do Gabinete Civil

    da Presidncia da Repblica, nos seguintes trmos:

    N 108 Em 13 de janeiro de 1958. Senhor Chefe do Gabinete Civil. Tenho a honra de transmitir a V. Ex., em

    ateno ao que foi solicitado pelo Senhor Diretor Geral da Secretaria do Senado Federal, no Oficio n 181, de 10 de dezembro do ano findo, o pronunciamento dste Departamento sbre as emendas apresentadas no Senado ao Projeto de Lei da Cmara dos Deputados, n 33, de 1957, que altera os Quadros da Secretaria e dos Servios Auxiliares do Tribunal de Justia do Distrito Federal.

    2. A Emenda n 1-C manda suprimir do projeto submetido reviso do Senado Federal, o 2, do art. 3; o art. 5 e o art. 8, respectivamente, assim redigidos:

    " 2 As vagas restantes nas diversas classes sero a seguir preenchidas, em cada um dos referidos quadros, mediante concurso interno de provas, organizado pelo Tribunal, pelos atuais ocupantes das fun-

    es de Escriturrio Auxiliar de Escritrio, Auxiliar de Arquivista e Inspetor das Tabelas Numricas de Extranumerrio mensalista, diarista ou contratado".

    "Art. 5 Os ocupantes da classe final da carreira de Auxiliar Judicirio tero acesso classe inicial da carreira de Oficial Judicirio, mediante concurso de segunda entrncia organizado pelo Tribunal" e

    "Art. 8 Para a classe inicial da carreira de Auxiliar de Portaria sero nomeados, mediante escolha pelo critrio do merecimento, os ocupantes de cargo isolado de Servente".

    3. O primeiro dsses dispositivos, que a emenda pretende suprimir do projeto, disciplina a forma de preenchimento das vagas restantes da carreira de Auxiliar Judicirio, uma vez operada a fuso dste com a de Dactilgrafo e enquadrados os respectivos ocupantes. Cabe, desde logo, ressaltar a inconvenincia da medida que vai permitir o ingresso de Escriturrio, Auxiliares de Escritrio, Auxiliares de Arquivista e Inspetores em classes final e intermediria da carreira de Auxiliar Judicirio, em detrimento dos ocupantes atuais desta, que vero frustradas as suas futuras promoes com o preenchimento dessas vagas.

    4. Por outro lado, entende ste Departamento que a realizao de concurso interno, restrito o recrutamento aos ocupantes de determinadas funes de extranumerrio, contrrio ao disposto no art. 184, da Constituio, que consagra o princpio da acessibilidade de todos os brasileiros aos cargos pblicos, pois impede no s ao cidado comum de se candidatar s respectivas provas como tambm servidores do prprio Tribunal porventura desejosos de ingressar na carreira em apreo, mas que no

  • 11 so ocupantes das referidas funes, de extranumerrios.

    5. O art. 5, por sua vez, tambm apresenta dois aspectos a serem examinados: a nomeao por acesso e o concurso de segundo entrncia. Quanto matria contida neste artigo, ste Departamento de parecer que deve ser mantido, sem vacilaes, at que a experincia recolhida demonstre o contrrio, o disposto no artigo 255, da Ler n 1.711, de 28 de outubro de 1952, segundo o qual

    As vagas dos cargos da classe inicial das carreiras consideradas principais, nos casos de nomeaes, sero providas da seguinte forma:

    I Metade por ocupantes das classes finais das carreiras auxiliares e metade por candidatos habilitados em concurso;

    II O acesso obedecer ao critrio de merecimento absoluto, apurado na forma da legislao vigente.

    6. Tal como est redigido, o provimento de todos os cargos da classe inicial da carreira de Oficial Judicirio passa a ser privativamente feito mediante a nomeao exclusiva de ocupantes da classe final da carreira de Auxiliar Judicirio. Com tal dispositivo, nunca mais se verificar a investidura, mediante concurso pblico competitivo, de um cidado brasileiro estranho carreira de Auxiliar Judicirio na carreira de Oficial Judicirio, mesmo que seja servidor do Tribunal.

    7. Quanto ao art. 8 do projeto, cr ste Departamento que, para justificar a procedncia da emenda, bastante lembrar que a primeira investidura, em cargo de carreira, deve efetuar-se mediante concurso (artigo 186 da Constituio Federal) e no atravs de escolha, pelo critrio de merecimento, como prope o referido art. 8. A matria dispensa maiores comentrios, pois flagrantemente anticonstitucional.

    8. A Emenda 2-C pretende atribuir ao cargo de Oficial de Justia, padro I, constante da Tabela C, anexa ao projeto, o padro L, smbolo ste evidentemente exagerado, se psto em confronto com os de outros tribunais. Um rpido levantamento feito por ste Departamento revela que, o padro mais elevado vigente nos tribunais federais para o cargo isolado de Oficial de Justia corresponde ao smbolo I. Na Justia Eleitoral, encontra-se um Oficial de Justia, padro I, no Tribunal Regional Eleitoral, de So Paulo. Na Justia Militar, os cargos so de padro H ou I, conforme a Auditoria Militar. Na Justia do Trabalho, por sua vez, os padres vigentes so G e H.

    9. A Emenda n 3 tem por objetivo: reestruturar os cargos dos serventurios que ocupam cargos criados por lei com denominao prpria e que percebem vencimentos dos cofres da Unio, mais custas; transformar as atuais funes de Escreventes Dactilgrafos e de Oficiais de Justia da T.N.M. do Juri dos Crimes contra a Economia Popular em cargos extintos de Escrevente Juramentado e de Oficial de Justia com os vencimentos, respectivamente, dos padres M e L; assegurar, aos funcionrios da Secretaria e dos Servios Auxiliares do Tribunal de Justia, bem assim a todos os servidores da Justia do Distrito Federal e dos Territrios, remunerados, pela unio, o direito gratificao adicional, por tempo de servio, assegurada aos funcionrios de todos os tribunais federais, com base na Lei n 264, de 25 de fevereiro de 1948.

    10. Se aceita a Emenda n. 3, os ocupantes dos cargos de Escrivo passaro do padro O para PJ-2, os de Escrevente Juramentado dos padres J, K e L para M, N, e O, os de Oficial de Justia de J para L, e de Operador de Raios X de I para K, os de Correio de Justia de A para I, os de Porteiro de K para M e de I para K, os de

  • 12 Comissrio de Menores de N para O e os de Mdico de M para O.

    11. O principal argumento apresentado na justificao da emenda que os serventurios pagos base de custas e emolumentos percebem remunerao que supera, de muito, dos serventurios pagos pelos cofres pblicos, muito embora todos desempenhem idnticas atribuies e responsabilidades.

    12. Para opinar objetivamente sbre o assunto, necessitaria ste Departamento que a justificao da emenda se fizesse acompanhar de um quadro demonstrativo da remunerao atualmente percebida pelos Escrives, Escreventes Juramentados, Oficiais de Justia, Operador de Raios X, Correios, Porteiros, Comissrios de Menores e Mdicos que percebem smente custas e emolumentos, pois a simples alegao de tal fato na justificao da emenda no constitui elemento de convico para opinar concretamente.

    13. A transformao das funes de extranumerrio-mensalista, de Escrevente-Dactilgrafo e Oficial de Justia em cargos isolados de provimento efetivo de Escrevente Juramentado e Oficial, acompanha uma tendncia j revelada na reestruturao dos quadros de outros Tribunais Federais e, mais recentemente, na do Tribunal de Contas, de extinguir definitivamente a categoria do extranumerrio-mensalista. Tal como est proposta, todavia, essa transformao no se conforma com os critrios adotados pelo Congresso Nacional e, segundo os quais, o enquadramento dos atuais ocupantes de funes de extranumerrios-mensalista dever levar em conta, como primeiro elemento de classificao, a referncia de salrio, a qual indicar o padro do vencimento do cargo a ser criado. Tal como prope a emenda, os atuais Escrevente Dactilgrafos, cujas funes alcanam to-smente a referncia 23 (Cruzeiros 7.500,00) passaro a perceber Cr$ 14.500,00, atual valor do padro M.

    14. A Emenda n 4 tem o mesmo objetivo da de n 3 quanto aos ocupantes de funes de Escrevente. Dactilgrafo e Oficial de Justia. Seus inconvenientes ressaltam da disparidade entre os salrios atualmente percebidos por sses servidores e os que lhes sero atribudos com a aprovao da emenda.

    15. Quanto Emenda n 5 ao artigo 10 do projeto, segundo a qual os dois Chefes de Seo PJ-3 passam ao padro PJ-2, ste Departamento no se considera em condies de opinar to-somente com os elementos constantes da respectiva justificao. A posio hierrquica funcional, a analogia das funes, a importncia, vulto e complexidade das respectivas atribuies e a responsabilidade que as envolvem so os nicos dados que permitem uma classificao correta.

    16. Muito embora no lhe tenha sido solicitado, considera ste Departamento necessrio tecer mais algumas consideraes sbre o prprio projeto j aprovado pela Cmara dos Deputados, pois, caso seja convertido em lei, com a sua redao atual, por certo ir desencadear uma srie de reivindicaes por parte dos funcionrios dos Tribunais Federais. Sirva de exemplo o caso das carreiras de Oficial Judicirio e Auxiliar Judicirio cujos nveis, na quase totalidade dsses Tribunais, so, respectivamente, limitados pelos padres J a O e G a I. O projeto prope, para essas carreiras, no Tribunal de Justia do Distrito Federal, os padres M a O e H a L, respectivamente.

    17. As conseqncias da aprovao dsses nveis podem, desde j, ser antecipadas: tdas as carreiras de igual denominao nos demais Tribunais sero objeto de Mensagens para o fim de restabelecer o equilbrio violentamente rompido com a aprovao de tais nveis.

  • 13

    Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex os protestos da minha mais distinta considerao. Joo Guilherme de Arago, Diretor-Geral.

    Ao Requerente. Do Sr. Chefe do Gabinete Militar da

    Presidncia da Repblica, como segue. Of. n 3-SC-E: Em 7 de janeiro de 1958. Excelentssimo Senhor Senador Lima Teixeira

    MD. 1 Secretrio do Senado Federal. Em ateno ao pedido formulado pelo

    Excelentssimo Senhor Senador Napoleo de Alencastro Guimares, relativo a informaes sobre a Usina Piratininga, tenho a honra de encaminhar a V. Ex o Ofcio n 1.144, SCm, do Conselho Nacional de Aguas e Energia Eltrica, acompanhado do Relatrio aprovado por aqule rgo, em 3 de dezembro do ano ltimo findo.

    Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex os protestos de minha elevada estima e mais alta considerao. Gen. Div. Nelson de Mello, Chefe do Gabinete Militar.

    Em 16 de dezembro de 1957. N 1.144 SCm. Senhor Chefe do Gabinete Militar: Em ateno ao ofcio dsse Gabinete, n 258,

    de 2 de outubro, prximo passado, tenho a honra de encaminhar a V. Ex cpia do relatrio aprovado pelo Plenrio dste rgo, em sesso de 3 do corrente, contendo as informaes solicitadas pelo Ex Sr. Senador Alencastro Guimares, a respeito da Usina Eltrica de Piratininga.

    Sirvo-me do ensejo para renovar a V. Ex protestos de alta estima e distinta considerao. Jos Pio Borges de Castro, Presidente do Conselho.

    Processo n 1.285-57 CNAEE, de 23 de outubro de 1957.

    Interessado: Senado Federal. Assunto: Solicita informaes relativas Usina

    Eltrica de Piratininga. Relator: Alcyr Coelho. Relatado em sesso de 3 de dezembro de

    1957.

    RELATRIO O Exmo. Sr. Gen. de Div. Chefe do Gabinete

    Militar da Presidncia da Repblica encaminhou a ste Conselho o ofcio do Sr. Primeiro Secretrio do Senado Federal, dirigido a S. Ex o Sr. Dr. Vitor Nunes Leal, Chefe do Gabinete Civil da Presidncia da Repblica, no qual constava a Mensagem em que so solicitadas informaes constantes do requerimento formulado pelo Sr. Senador Alencastro Guimares, e que rogava fsse a mesma submetida ao Exmo. Sr. Presidente da Repblica.

    do teor seguinte a Mensagem citada: Tenho a honra de comunicar a V. Ex que,

    pelo Senhor Senador Alencastro Guimares, foi requerido, perante o Senado Federal, se solicitasse, dos rgos tcnicos do Poder Executivo, as seguinte informaes:

    a) se est em andamento o estudo ou projeto de amplificaes da Usina Eltrica de Piratininga;

    b) se o combustvel a ser usado, na produo de energia, ser como atualmente, o leo combustvel.

    No caso afirmativo: a) quais as razes de ordem financeira,

    econmica, tcnica e poltica que determinam a escolha do leo combustvel em detrimento do carvo nacional;

    b) se os dados constantes do meu discurso de 12 de setembro, publicados a 13 de setembro, dste ano, no Dirio do Congresso, pgina 2.275, sbre dispndios de divisas e o custo de combustvel, por quilowatt gerado, esto exatos, e fazendo sbre os mesmos os reparos que convierem."

  • 14

    2. Muito agradecerei a V. Ex as providncias que se dignar ordenar, a fim de que sejam prestadas, a esta Casa do Congresso Nacional, as referidas informaes.

    Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex os protestos do meu mais profundo respeito.

    Examinando o processo, o ilustre Diretor de Diviso Tcnica dste Conselho prestou a seguinte informao:

    O Sr. Senador Alencastro Guimares, em requerimento apresentado ao senado Federal, solicita dos rgos Tcnicos do Poder Executivo informaes sbre a ampliao da usina termeltrica de Piratininga, Estado de so Paulo.

    Encaminhada a mensagem ao Excelentssimo senhor Presidente da Repblica, foi a mesma enviada pelo Sr. Chefe do Gabinete Militar da Presidncia da Repblica a ste Conselho;

    Solicita o Sr. Senador Alencastro Guimares informaes sbre:

    a) se est em andamento o estudo ou projeto de ampliaes da Usina Eltrica de Piratininga;

    b) se o combustvel a ser usado, na produo de energia, ser, como atualmente, o leo combustvel.

    No caso afirmativo: a) quais as razes de ordem financeira,

    econmica, tcnica e poltica, que determinam a escolha do leo combustvel em detrimento do carvo nacional;

    b) se os dados constantes de meu discurso de 12 de setembro, publicados a 13 de setembro, dste ano, no Dirio do Congresso, pgina 2.275, sbre dispndio de divisas e o custo de combustvel, por quilowatt gerado, esto exatos, e fazendo sbre os mesmos os reparos que convierem.

    Em ateno ao solicitado, tenho a informar: a) Em requerimento datado de 1 de dezembro

    de 1956, a so Paulo Light & Power Company, Limited, hoje So Paulo Light S.

    A. Servios de Eletricidade, apresentou, ao Conselho, estudos preliminares para ampliao de sua usina termeltrica de Piratininga, tendo o Conselho, depois de estudado o assunto, resolvido considerar o ofcio de So Paulo como um pedido de ampliao e, em conseqncia baixar a Resoluo n 1.266, de 12 de maro de 1957 e propor ao Excelentssimo Senhor Presidente da Repblica o respectivo projeto de decreto, o qual, assinado por S. Excelncia, resultou no Decreto n 41.296, de 2 de abril de 1957. Por ste decreto, fica a emprsa So Paulo Light S. A. Servios de Eletricidade, autorizada a ampliar suas instalaes termeltricas da Usina Piratininga, devendo apresentar, no prazo de 120 dias, os projetos e oramentos respectivos, o que j foi feito e aprovado.

    Quanto ao item b: Nos estudos apresentados pela So Paulo

    Light S. A. Servios de Eletricidade, o combustvel a ser usado ser o leo combustvel tipo C produzido na refinaria Artur Berrardes.

    No que diz respeito s razes de ordem financeira, econmica, tcnica e poltica, que levaram escolha do leo combustvel em detrimento do carvo nacional, h a ponderar o seguinte:

    Quando forado pela tremenda crise de energia eltrica que dominou So Paulo, o Govrno fz presso sbre a So Paulo Light para a montagem de uma usina trmica de capacidade suficiente para servir de refro e emergncia nas pocas de guas escassas. Devido premncia de tempo e facilidades de operao, foi escolhido S. Paulo para local da usina, sendo que esta seria para queimar leo combustvel ou carvo, estando preparada para receber a aparelhagem necessria para a queima de carvo.

  • 15

    Tratando-se de uma ampliao, seria razovel, tcnica e econmicamente, que se adotasse o mesmo critrio.

    A construo de uma nova usina em outro local, na regio mineira de Santa Catarina, obrigaria um investimento substancialmente maior, devido s condies de transporte, de equipamento, a mo-de-obra especializada, o abastecimento d'gua, a operao da usina etc.

    Alm disso, o transporte dessa energia at a cidade de So Paulo exigiria a construo de uma linha de transmisso com 700 quilmetros de comprimento, com uma voltagem de 380.000 volts.

    Assim, tendo em vista as razes apresentadas, a instalao de uma nova usina em Santa Catarina viria aumentar de muito o valor do kwh em So Paulo.

    Ao custo do kwh produzido em Santa Catarina deviam, ainda, ser acrescidas as parcelas referentes s perdas na linha, ao custo de operao e manuteno da mesma, a sua remunerao e depreciao legal.

    Por esta razes, verifica-se que, embora a soluo satisfaa aos mineradores de Santa Catarina, o preo do kwh em So Paulo seria superior ao produzido pelo leo combustvel em S. Paulo, uma vez que, a atual Usina de Piratininga est localizada dentro do centro de carga e, portanto, com um mnimo de perda, na transmisso.

    Outro fator a considerar que foi considerado apenas um circuito de transmisso, quando uma operao segura exigiria dois circuitos para garantir a continuidade do suprimento. Se fssemos considerar as despesas decorrentes da construo dste segundo circuito, ento ainda mais desfavorvel se apresentaria a idia de se construir a usina em Santa Catarina.

    stes so, em linhas gerais, os aspectos de ordem econmica e tcnica que mostram o incoveniente

    das construes da usina em Santa Catarina. Quanto ao aspecto poltico, ste ainda se

    apresenta favorvel ao leo combustvel. Queimando, como est, leo combustvel, ela

    contribui para solucionar uma parte do problema do petrleo nacional. A refinaria de Cubato tem mercado certo para o querosene, a gasolina e o leo diesel. Entretanto, restava dar destino ao leo combustvel, tendo o Conselho Nacional do Petrleo determinado a utilizao do mesmo na Usina de Piratininga. Assim, a queima de leo combustvel proveniente da Refinaria Arthur Bernardes atende s necessidades da mesma e no contribui para a evaso de divisas, uma vez que, em breve, todo leo combustvel ser proveniente da refinao do petrleo nacional.

    Assim, embora no consumindo o carvo de Santa Catarina, a Usina Piratininga no est contribuindo para o dispndio de divisas, uma vez que o leo combustvel consumido em seus queimadores obtido da Refinaria Arthur Bernardes, que para a finalidade usa o petrleo brasileiro.

    Quanto ao item b, deve-se observar, pelo que foi dito acima, que a referncia ao Dispndio de Divisas s ser vlido no caso da importao do leo combustvel e, mesmo assim, o consumo unitrio do leo est exagerado, pois o mesmo, segundo Informaes obtidas, da ordem de 237 Gr/kwh e no 350.

    Tambm deves-se sobressair que o custo do combustvel por kwh, produzido em Santa Catarina, se refere energia nas barras dos geradores da usina e, assim, para se confrontar com o produzido em S. Paulo, ste custo deve ser acrescido de tdas as despesas decorrentes de seu transporte at So Paulo.

    Estas correes, sendo feitas, todo o quadro, na parte referente a Divisas sofreria modificaes que viriam mostrar, ainda melhor, o

  • 16 acrto da ampliao da Usina Piratininga e no a construo de uma usina para queimar carvo em Santa Catarina.

    So stes os esclarecimentos que sbre o assunto posso prestar.

    Submeto o processo vossa apreciao. Em 18 de novembro de 1957. (a) Carlos

    Jlio Galiez Filho, Diretor da D.T. Em 19 de novembro findo, fomos designados

    relator do processo, e, atendendo ao requerimento do ilustre Senhor Senador Alencastro Guimares, passamos a prestar as seguintes informaes:

    1 Se est em andamento o estudo ou projeto de ampliao da Usina Termeltrica de Piratininga.

    R Para melhor compreenso, daremos um pequeno resumo, historiando o caso da Usina Termeltrica, Piratininga.

    Em 1951, o Conselho Nacional de guas e Energia Eltrica, aps longo estudo sbre as causas do racionamento, determinou, pela Resoluo nmero 646, de 22-2-51, entre outras medidas, que fsse apresentado, pela So Paulo Light, o programa de execuo e as providncias necessrias ampliao do seu sistema, mediante instalao de usinas trmicas, de capacidade adequada. Em face do requerido pela The So Paulo Light and Power Co. Ltd., reconheceu o Conselho (Resoluo n 657, de 30-4-51) a convenincia da instalao de uma usina termeltrica, com a potncia inicial de 160.000 kW, seguindo-se a respectiva autorizao, atravs do Decreto n 29.535, de 7-5-51, que obrigava a concessionria a apresentar dentro de 120 dias, os projetos e oramento respectivos.

    O projeto da usina, amplamente debatido e estudado pelos Competentes rgos federais, foi aprovado por despacho do Sr. Ministro da Agricultura, sendo designados, pelas Portarias ns 710, de 4-7-52 e

    263, de 6-3-53, os prazos para construo e entrada em funcionamento da usina. No projeto apresentado, foi prevista a possibilidade de queima de carvo. Construda a usina, foi esta inaugurada, oficialmente, a 15 de novembro de 1954, tendo funcionado regularmente, desde ento, contribuindo com parcela considervel da energia eltrica distribuda no sistema de So Paulo.

    Entretanto, o crescimento de consumo, na rea de So Paulo, fazia prever que, em breve, o mesmo superaria as disponibilidades, a menos que novas fontes de energia fssem postas em operao. O Departamento de gua e Energia Eltrica do Estado de So Paulo, dedicando-se ao estudo e coordenao doa programas de desenvolvimento da produo de energia eltrica no Estado, entrou em entendimentos com a So Paulo Light, para promover a ampliao das instalaes da Companhia, visando s necessidades do futuro prximo.

    Como uma das providncias imediatas recomendou aqule rgo, pelo Ofcio D.G. 1.863.56, de 5-9-56, do Engenheiro lvaro de Sousa Lima, dirigido ao CNAEE (cpia anexa), o estudo da ampliao urgente da Usina Termeltrica Piratininga, em, pelo menos, mais 200.000 kW.

    Examinando detalhadamente o conjunto de medidas capazes de enfrentar a grave crise de energia eltrica em futuro prximo, considerou o CNAEE que a duplicao, agora, da potncia inicial da Usina Piratininga, era uma das providncias que se impunham no plano geral de ampliao dos sistemas produtores de energia eltrica.

    Em conseqncia, foi baixada a Resoluo n 1.210, de 25-10-56, na qual, o CNAEE determinou So Paulo Light, sem prejuzo de outras medidas que sero impostas posteriormente, que tomasse as necessrias providncias para a am-

  • 17 pliao da Usina Termeltrica Piratininga, apresentando o projeto preliminar dessa ampliao bem como oramentos e prazos de execuo.

    Aps exame, pelo CNAEE, do anteprojeto apresentado, foi expedida a Resoluo n 1.266, de 12-3-57, reconhecendo a convenincia de ser ampliada a Usina Termeltrica Piratininga, considerando-se que a previso do consumo de energia, em So Paulo, tornava oportuno realizar, desde j, a ampliao dessa usina em face dos estudos realizados e do pronunciamento do Departamento de guas e Energia Eltrica do Estado de So Paulo. Outrossim, tambm foi considerada a questo do combustvel, tendo sido aprovado o uso do leo combustvel tipo C, proveniente da refinao de petrleo nacional, pela Refinaria Arthur Bernardes. Foi ressaltado; nessa oportunidade, que no seriam necessrias novas obras para aduo e transporte do combustvel, uma vez que a Estrada de Ferro Santos a Jundia confirmou poder faz-lo amplamente atravs do oleoduto existente, Santos-Cubato-So Paulo.

    O decreto de autorizao da. instalao dos dois grupos turbo-geradores foi o de n 41.236, de 2-4-57, que determinou a apresentao do projeto definitivo no prazo de 120 das.

    ste projeto foi apresentado ao rgo federal competente, o Ministrio da Agricultura, tendo j sido aprovado, em despacho do Diretor-Geral do Departamento Nacional da Produo Mineral de 28-8-57 publicado no Dirio Oficial Seo I, de 12-9-57. Os trabalhos preliminares j foram iniciados, estando em execuo os servios das funes, assim como das instalaes. As obras devero ficar concludas no prazo de 30 meses, comeando a usina a operar nos primeiros meses de 1960.

    2 Se o combustvel a ser usado na produo de energia ser o leo.

    Em caso afirmativo: a) Quais as razes de ordem financeira,

    econmica, tcnica e poltica que determinam a escolha do leo combustvel em detrimento do carvo nacional.

    R O combustvel a ser usado na ampliao da usina termeltrica Piratininga ser o leo combustvel, tipo Bunker C, j utilizado na primeira etapa da usina.

    No houve discriminao na seleo do combustvel, em detrimento de qualquer outro. Cuidadoso estudo e demorados debates levaram concluso de, na primeira etapa, ser o leo combustvel a melhor soluo, naquela oportunidade.

    Para a ampliao dessa usina foi aprovado o uso do leo combustvel tipo C Refinaria Arthur Bernardes.

    Entretanto, tanto a primeira etapa, como, tambm, a segunda foram projetadas de modo a permitir a instalao de equipamento para queima de carvo.

    Para a construo de uma nova usina em outro local, ou seja, o caso da construo na regio mineira de Santa Catarina, o investimento seria substancialmente maior, tendo em vista as condies de transporte do equipamento, a mo-de-obra especializada, o abastecimento d'gua de volume elevado para refrigerao etc., podendo ser estimado em cerca de 15%. O transporte da energia de Santa Catarina at a cidade de So Paulo exigiria, outrossim, a construo de extensa linha de transmisso, de crca de 700 quilmetros de comprimento, com uma voltagem de 380.000 volts. Aos custos de oramentos atuais seria crca de Cruzeiros 2.500, milhes por km, ou sejam crca de Cr$ 2 bilhes para um s circuito de transmisso. Considerando-se que o custo previsto da expanso da Usina Piratininga e de US$ 28,4 milhes mais Cr$ 950 milhes, ou sejam, em total Cr$ 2,43 bilhes (supondo-se que o custo de uma nova usina, em Santa Catarina, fsse o mesmo), s o investi-

  • 18 mento adicional para a linha de transmisso representaria um encarecimento aproximado de 80% no projeto.

    Econmicamente, o consumo de leo da Refinaria Arthur Bernardes tambm se apresenta como mais vantajoso. Admitindo-se o carvo colocado em So Paulo, o custo do combustvel, por kwh seria de Cr$ 0,960, ao passo que, com leo seria de Cr$ 0,509. (Vide Quadro II).

    Admitindo-se a usina em Santa Catarina, o custo do combustvel, por kwh, nas barras da usina, seria de Cr$ 0,400. A transmisso de energia, a So Paulo, teria de ser acrescida das seguintes parcelas:

    1 Perdas na linha de transmisso; 2 Custo de operao e manuteno da linha; 3 Remunerao e depreciao legal do

    investimento da linha; 4 Remunerao e depreciao legal do

    investimento adicional da usina. A primeira de ordem de 10% e a segunda

    estimada, no presente momento, em Cr$ 0,50/kwh. Quanto terceira parcela, a remunerao e

    depreciao do investimento de 2 bilhes de cruzeiros, taxa de 15w, exigir Cr$ 0,19/ kWh, considerando-se uma produo de 1.752 x 106 kWh.

    O valor da quarta parcela, admitindo-se um custo adicional de 15% sbre o da Usina Piratininga, taxa de 15%, representar mais Cr$ 0,034/kWh, para a mesma produo. Portanto, o preo da energia, posta em So Paulo, seria, aproximadamente, da ordem de (Cr$ 4,400 + 0,400 x 0,1 + 0,05 + 0,19 + 0,034 = Cr$ 0,715, portanto, ainda mais alto que o custo com leo.

    Cabe ainda observar que o preo para a tonelada de carvo tipo consumo local, em Santa Catarina (5.000 calorias) estimado hoje em Cr$ 500,00 e que ste tipo constitui no momento, crca de 10%

    do carvo beneficiado, quantidade muito reduzida para atender, desde logo, s necessidades de uma usina da capacidade prevista.

    A atual Usina Piratininga est localizada bem dentro do centro de carga e, por conseguinte, com um mnimo de perda na transmisso, fator importante numa usina termeltrica em Pas ainda escasso de combustvel. Outro fator importante a observar que foi considerado apenas um circuito de transmisso, quando uma operao segura exigiria dois circuitos para garantir a continuidade de suprimento.

    Outro aspecto a considerar, e que representa um fator pondervel, que a Usina Piratininga, desde maro de 1956, por determinao do Conselho Nacional do Petrleo, est utilizando smente leo produzido pela Refinaria Arthur Bernardes e cuja origem j em 40% o petrleo nacional. To logo estejam terminadas as instalaes de aquecimento do oleoduto, em face de concluso pela E. F. Santos a Jundia; passar a utilizar totalmente o leo nacional que, devido ao seu ponto de fluidez, encontra dificuldade para sua utilizao pela indstria em geral;

    b) Se os dados constantes, que foram publicados a 13 de setembro dste ano, no Dirio do Congresso, pgina 2.275, sbre dispndios custos, esto exatos, e, em caso contrrio, fazer com os mesmos os reparos que convierem.

    R So anexados os quadros referidos com as correes dos algarismos, em face dos dados disponveis.

    Quanto ao Quadro I Dispndio de Divisas deve-se observar que le s seria vlido no caso de importao de leo combustvel para a operao de Usina Piratininga. Esta hiptese est afastada, visto que a usina s consome leo produzido no Pas.

  • 19

    Entretanto, foi o mesmo atualizado em relao ao consumo unitrio de leo e para o custo do leo em dlares na hiptese de que fosse le importado.

    Outrossim, cabe apontar que, os consumos unitrios de carvo, so baseados em usinas existentes no Pas. Para uma nova usina, poderiam ser melhorados ligeiramente stes ndices, dada a sua maior eficincia.

    Releva notar que, no Quadro II, o custo de combustvel por kWh, referente soluo Santa Catarina, refere-se energia nas barras dos geradores da usina, isto , em Santa Catarina. Para validade de comparao com os custos em So Paulo, devero ser acrescidas as parcelas j, referidas acima relativas s perdas na linha de transmisso, custo de operao e manuteno da mesma, e encargos fixos resultantes do investimento adicional da usina e da linha. Nestas condies, resulta um custo final mais elevado (Cruzeiros 0,715/kWh).

    Com base nos elementos existentes, o custo anual da energia eltrica, colocada em So Paulo, para as trs hipteses, o seguinte:

    Energia disponvel: 1.752 x 106 kWh. Usina consumindo leo: (Cr$ 0,509 por kWh) = Cruzeiros

    882.350.000,00. Usina consumindo carvo: (Cr$ 0,960 por kWh) = Cruzeiros

    1.681.920,000,00. Usina em santa Catarina: (Cr$ 0,715 por kWh) = Cruzeiros

    1.252.680.000,00. Ainda pode-se observar que o fator de carga

    adotado, de 0 8, seria possvelmente alto para estas usinas. Um fator de carga entre 0,5 e 0,6 seria mais apropriado e realista. Nestas condies, com menor quantidade de energia produzida, os encargos fixos para a transmisso de energia de Santa Catarina a So Paulo iriam pesar ainda mais sbre o custo final do kWh, em So Paulo.

    Tendo prestado os esclarecimentos solicitados pelo ilustre Senador Alencastro Guimares, desejamos manifestar a nossa satisfao pelo intersse em que esto sendo debatidos os problemas que visam o desenvolvimento da indstria carbonfera nacional.

    Pelo exposto, somos de:

    PARECER Que o Conselho, tomando conhecimento do

    Processo n 1.285.57-C. N.A.E.E., no qual o ilustre Senador Alencastro Guimares solicita, dos rgos tcnicos do Poder Executivo, informaes relativas Usina Termeltrica Piratininga, delibere aprovar o relatrio anexo que contm os esclarecimentos prestados por ste rgo, e remeter cpia do mesmo a S. Ex o Sr. General Nelson de Mello, Chefe do Gabinete Militar da Presidncia da Repblica.

    Sala das Sesses, em 3 de dezembro de 1957. Alcy de Paula Freitas Coelho Relator.

    SECRETARIA DA VIAO E OBRAS PBLICAS

    Departamento de guas e Energia Eltrica

    Rua do Riachuelo, 115 4 andar Telefone: 37-1101

    DG 1.86356 So Paulo, 5 de setembro de 1956

    (Auto n 209 CNA DAEE) Prov. n 6 Senhor Presidente: ste Departamento vem sriamente se

    preocupando com a situao em que se devero encontrar a produo e o consumo de energia eltrica, neste Estado; nas zonas servidas pela So Paulo Light and Power Company, Limited e suas Associadas, em fins de 1958 e nos anos subseqentes de 1959 e 1960.

    Vimos assim dedicando nossa melhor ateno aos programas de desenvolvimento da produo, quer

  • 20 pelas sociedades de economia mista, de que o Govrno do Estado de So Paulo participa, quer pelas companhias particulares.

    Por outro lado, vimos desde j estudando um sistema de racionamento do consumo, a ser psto em vigor em 1958, se necessrio, como infelizmente tudo indica que o ser.

    Nessa ordem de idias, temos mantido entendimentos com a So Paulo Light and Power Company Limited, qual ainda h pouco nos dirigimos, indagando com quais das obras de seus programas de expanso imediata conta ela para evitar ou minorar a crise que se esboa.

    A Sua Excelncia o Senhor General Jos Pio Borges de Castro, DD, Presidente do Conselho Nacional de guas e Energia Eltrica Avenida Graa Aranha, 327 9 andar Rio de Janeiro.

    Em resposta a essa consulta, acabamos de receber o Ofcio n 45.504, de hoje datado, e que a seguir transcrevemos:

    Com referncia ao Ofcio n DG- 1.820-56, dessa Diretoria, cabe-me Produo necessria

    sem racionamento Ano x 106 kWh 1956 ................................... 4.960 1957 ................................... 5.600 1958 ................................... 6.300 1959 ................................... 7.100 1960 ................................... 7.950

    Nota-se que as disponibilidades diminuiro de

    ano para ano devido ao crescimento da carga do sistema do Rio, que forar ste a reduzir o auxlio que vem prestando ao de So Paulo.

    de se esperar que a deficincia, em 1958, seja compensada, em parte, pelas sobras de energia a serem recebidas da Usina de Peixotos e, possvelmente, da Usina de Salto Grande e pelo uso das reservas acumuladas dos Reservatrios. No h, porm, em vista, outra fonte que possa compensar a

    comunicar que, tendo em vista os esclarecimentos dle constantes; esta Companhia, confirmando os dizeres do Ofcio n 44.719, que teve ocasio de enviar a V. S., em 20 de julho ltimo, espera poder prestar, at o dia 15 dste ms, as informaes solicitadas pelo de nmero DG.1.163-56, de 26 de julho prximo passado, dste Departamento.

    Quanto aos projetos de mais rpida execuo, objeto do ltimo pargrafo do citado Ofcio nmero DG-1.820-56, peo licena pra apresentar a V. S as seguintes ponderaes:

    Embora favorveis, no momento, as condies de fornecimento de energia eltrica na rea servida por esta Companhia e suas Associadas, o crescimento continuo do consumo faz prever que, dentro de pouco tempo, ste superar as disponibilidades, a menos que novas fontes de energia sejam postas em operao.

    Nas condies atuais, isto , contando smente com as possibilidades existentes, a previso desta Companhia a seguinte:

    Disponibilidade

    106 kWh Deficit

    x 106 kWh

    6.225 6.085 5.943 355 5.795 1.305 5.660 2.290

    deficincia prevista para 1959, porque os outros empreendimentos de que se tem conhecimento, mesmo que fiquem concludos at o referido ano, no podero fornecer energia na quantidade requerida pelo sistema desta Companhia.

    Como novos empreendimentos hidreltricos de vulto requerem, pelo menos 5 anos, para a sua realizao, a soluo imediata, a nica, no momento atual, capaz de atender s necessidades do sistema desta Companhia, seria a instalao de mais duas unidades termeltricas; com a

  • 21

    capacidade de 1.000.000 kw cada uma, ou superior, dependendo dos caractersticos fsicos do equipamento.

    Naturalmente essa instalao estaria sujeita, preliminarmente, possibilidade de conseguir esta Companhia o financiamento necessrio.

    Valho-me do ensejo para reiterar a V. S. os meus protestos de elevada estima e distinta considerao.

    So Paulo Light and Power C, Ltd. M. Mc Donald Superintendente Geral, Interino.

    Levando sse ofcio ao conhecimento dsse Egrgio Conselho, fazemo-lo, conhecedores que somos do vivo intersse que o mesmo vem dedicando a sses assuntos, visando pormo-nos ao inteiro dispor de V. Ex. e do Conselho Nacional de guas e Energia Eltrica em todos os estudos e pesquisas que houver por bem determinar-nos, para a rpida soluo de to srios e prementes problemas.

    A nosso ver, realmente com a ampliao da Usina Termeltrica de Piratininga e a rpida concluso da Barragem de Santa Branca, bem como com o antecipar-se a ativar-se a execuo dos projetos da Peixotos e Praia, da Companhia Paulista de Fra e Luz e a concluso, o mais depressa possvel, das usinas de Salto Grande, Limoeiro e Eucldes da Cunha, que ser possvel impedir a crise prevista a partir de 1958.

    Valemo-nos do ensejo para renovar a V. Ex. os protestos de minha alta considerao. lvaro de Sousa Lima Diretor-Geral.

    Ao Requerente. Do Sr. Ministro da Fazenda, sob n 745, de

    1957 e 1, de 1958, como seguem: Aviso n 945. 23 de dezembro de 1957.

    Senhor Primeiro Secretrio: Em aditamento ao Aviso n 668, de 9 de

    outubro ltimo, dste Ministrio, a respeito do Requerimento n 85, de 1957, do Sr. Senador Othon Mder, solicitando informaes sbre a situao fiscal da sociedade "Minerao Norte do Paran S.A.", para com a Delegacia Regional do Impsto de Renda, no Paran, tenho a honra de transmitir a V. Ex. os seguintes esclarecimentos prestados pela Diviso do Impsto de Renda:

    "A "Minerao Norte do Paran S.A.", sociedade registrada na Junta Comercial do Estado do Paran, sob o n 16.381, no ano de 1948, no devedora de Impsto de Renda ou de multa, desde aqule ano at o exerccio em curso.

    A sociedade mencionada no teve quaisquer dvidas consideradas extintas ou caducas em conseqncias da prescrio qinqenal".

    Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex. os protestos da minha alta estima e distinta considerao. Jos Maria Alkmim.

    Ao Requerente. Aviso n 1. 8 de janeiro de 1958. Senhor Primeiro Secretrio. Em referncia ao Ofcio n 1.048, de 4 de

    dezembro expirante, com o qual V. Ex. solicita informaes a respeito do Requerimento n 680, de 1957, do Sr. Senador Paulo Fernandes, sbre terras contidas na Fazenda Nacional de Santa Cruz, 2 e 5 Distritos do Municpio de Itagua, no Estado do Rio de Janeiro, tenho a honra de transmitir a V. Ex. cpia dos esclarecimentos prestados pelo Servio do Patrimnio da Unio.

    Aproveito a oportunidade para renovar a V. Ex. os protestos da minha alta estima e distinta considerao. Jos Maria Alkmim.

  • 22

    Cpia

    Of. n 1.048, de 4-12-57, da Secretaria do Senado, encaminhando Requerimento n 680, de 1957, de informaes sbre terras contidas na Fazenda Nacional de Santa Cruz, 2 e 5 Distritos do Municpio de Itagua RJ.

    Se, porventura, fr considerado dispensvel, que a D.D.F. melhor individualize a rea de terras a que se referem os quesitos 1 a 4 do Requerimento de fls. 2-3, localizada, entre o leito do Rio Guandu e o dique construdo pelo Ministrio da Viao e Obras Pblicas, a qual a "Companhia Brasileira de Investimentos Imobilirios" estaria cuidando de lotear, o pedido de informaes poder ser atendido nos trmos seguinte:

    P 1 "Se realmente, pertencem ao Patrimnio da Unio as terras situadas no 2 Distrito do Municpio de Itagua, Estado do Rio de Janeiro, localizadas entre o leito do Rio Guandu e o dique construdo pelo Ministrio da Viao e Obras Pblicas".

    R As terras localizadas no 2 Distrito do Municpio de Itagua, Estado do Rio de Janeiro, entre o leito do Rio Guandu e o dique construdo pelo Ministrio da Viao e Obras Pblicas, margeiam os "polders" construdos pela ex-Diretoria de Saneamento da Baixada Fluminense, visando a impedir inundaes daquele rio. Nessas circunstncias, parece conveniente que sbre ste quesito fsse ouvido, tambm, o Departamento Nacional de Obras e Saneamento do M.V.O.P., porque dita rea constitui, provvelmente, servido do referido dique. Essas terras integravam a Fazenda Nacional de Santa Cruz (havida pela Unio por confisco dos padres Jesutas), onde os aforamentos, desapropriaes, vendas e explorao agrcola so regulados pelo Decreto-lei n 893, de 26 de novembro de 1938 (D. O. de 1-12-938 e 27-12-938) e pelo Decreto-lei n 9.760, de 5 de setem-

    bro de 1946 (D.O. de 6.9.946). P 2 "Em caso positivo, se a Diretoria do

    Patrimnio da Unio autorizou a emprsa denominada "Companhia Brasileira de Investimentos Imobilirios" a promover o loteamento da rea em apro".

    R No. O Servio do Patrimnio da Unio no , de resto, competente para autorizar terceiros a promoverem loteamento de terras.

    P 3 "Se, embora no autorizada a alienar a mesma rea, est aquela emprsa credenciada legalmente a exigir a imediata retirada dos lavradores que ali se localizaram e realizaram plantaes".

    R O Servio do Patrimnio da Unio desconhece se, porventura a referida Companhia est credenciada legalmente a exigir a imediata retirada de terceiros da aludida rea de terras, eis que aos Tribunais de Justia competem as questes sbre propriedades, servido e posse, nos trmos do Pargrafo nico, do art. 105, do DL n 9.760, de 1946, e no h notcias de que a Unio questione, em Juzo, com aquela emprsa.

    P 4 "Se, reconhecida a propriedade federal sbre a rea em questo, seria lcito Diretoria do Patrimnio da Unio estabelecer a cesso, embora a ttulo precrio, dos tratos de terras atualmente ocupadas pelos lavradores, para a continuao de suas plantaes".

    R A cesso de bens imveis da Unio, no utilizados em servio pblico, tem inteligncia e aplicao reguladas nos trmos do Art. 64 3 e artigos 125 e 126 do mencionado Decreto-lei n 9.760, de 1946, verbis.

    "Art. 64. Os bens imveis da Unio no utilizados em servio pblico podero, qualquer que seja a sua natureza, ser alugados, aforados ou cedidos".

    3 A cesso se far quando interessar

    Unio concretizar, com a permisso da utilizao de imvel seu, auxlio ou colaborao que entenda prestar".

  • 23

    "Art. 125. Por ato do Govrno e a seu critrio, podero ser cedidos gratuitamente, ou em condies especiais, sob qualquer dos regimes previstos neste decreto-lei, imveis da Unio dos Estados, aos Municpios, a entidades educacionais, culturais e de finalidades sociais e, em se tratando de aproveitamento econmico de intersse nacional, que merea tal favor, a pessoa fsica ou jurdica".

    "Art. 126 Nos casos previstos no artigo anterior, a cesso se far, mediante trmos ou contrato, de que expressamente constaro as condies estabelecidas, e tornar-se- nula, independentemente de ato especial, se ao imvel, no todo ou em parte, fr dada aplicao diversa da que lhe tenha sido destinada".

    Convm esclarecer, entretanto, que o S. P. U. no cedeu, nem pode ceder, mesmo a ttulo precrio, qualquer trato de terras da Fazenda Nacional de Santa Cruz ou de outro bem da Unio.

    P 5 "Se a Ilha da Madeira, situada no 5 distrito de Itagua, Estado do Rio de Janeiro, pertence ao patrimnio federal, nos trmos do Art. 1, do Decreto-lei n 9.760, de 5 de setembro de 1946, ou por fra de outro diploma legal".

    R A Ilha da Madeira, situada em Coroa Grande, 5 Distrito do Municpio de Itagua, parcela da mencionada Fazenda Nacional de Santa Cruz, sobordinada, pois, aos dispositivos dos diplomas legais citados na resposta ao 1 quesito. Sbre os terrenos de marinha, na ilha, no pode subsistir, nos trmos da lei, qualquer pretenso de particular propriedade de seu domnio pleno.

    P 6 "Se a Cia. Balneria Ilha da Madeira" est legalmente autorizada a promover a venda de lotes de terrenos na referida ilha".

    R O Servio do Patrimnio da Unio no est habilitado para dizer se legal a autorizao que porventura tenha a Cia. Balne-

    ria "Ilha da Madeira", para promover a venda de lotes de terrenos interiores, na ilha. Ao Colendo Conselho de Terras da Unio caber, na forma da lei, pronunciar-se sbre a legitimidade dos ttulos da companhia, pertinentes a ter terras daquela poro da Fazenda Nacional de Santa Cruz.

    P 7 "Positiva a hiptese configurada no quesito 5, poder a Diretoria do Patrimnio da Unio adotar a iniciativa de legalizar a situao dos posseiros que vm ocupando terrenos na mesma ilha h vrios anos, conforme se depreende do memorial encaminhado ao Senado Federal, anexado ao presente pedido de informaes?"

    R Ao Servio do Patrimnio da Unio caber dar oportunamente, cumprimento ao acrdo definitivo que proferir o Colendo Conselho de Terras da Unio nos autos concernentes a terras na Ilha da Madeira, para legalizar a situao de posseiros e ocupantes que tenham reconhecidos direitos quelas terras, na forma da lei.

    considerao do Sr. Diretor do S. P. U. D.C.F.N., 17.12.57. (a.) Jos Afonso,

    Soares, Diretor. Prevalecem as informaes prestadas pela

    Diviso de Cadastro, de fls 6 a 8. Restitua-se Diretoria Geral da Fazenda

    Nacional, com as duas cpias autenticadas pedidas no ofcio do Senhor Senador Primeiro Secretrio do Senador Federal.

    Servio do Patrimnio da Unio. 18 de dezembro de 1957. (a.) Romero Estelita,

    Diretor. Com os esclarecimentos prestados pelo

    Servio do Patrimnio da Unio, restitua-se o processo ao Gabinete do Senhor Ministro.

    Ao Requerente. N 742, de 1957, respondendo ao Ofcio n

    1.063, desta Casa, de 9-12-1957. Arquive-se.

  • 24

    Do Sr. Ministro do Tribunal de Contas. N 202, de 1958, referente a registro e

    distribuio de crditos oramentrios. Ao Sr. Diretor-Geral. N 184, de 1958, solicitando sejam restitudos

    os Processos ns. 184 e 5.827, de 1951, de requisies de processos referentes a contratos.

    Atenda-se. Do Sr. Presidente do Tribunal Regional

    Eleitoral do Distrito Federal. N 4.133, de 1957, respondendo ao Ofcio

    267, de 10-12-57, desta Casa. Arquive-se. Aviso do Sr. Ministro do Tribunal de Contas: N 4.047, de 1957, referente a registro e

    distribuio de crditos oramentrios.

    MENSAGENS

    Do Sr. Presidente da Repblica: N 1 a 6, de 1958, restituindo autgrafos

    dos seguintes projetos de lei da Cmara, j sancionados;

    N 114, de 1957, que concede penso especial a Zima Reis e Silva;

    N 175, de 1957, que concede iseno de direitos de importao Baslica de Nossa Senhora de Ub, no Estado de Minas;

    N 299, de 1957, que concede penso especial a Carporina Barroso de Arajo Correia;

    N 222, de 1957, que cria cargos no Quadro do Pessoal da Justia do Trabalho da 2 Regio.

    N 263, de 1957, que prorroga o prazo da vigncia da Lei n 1.522, de 26 de dezembro de 1951;

    N 112, de 1957, que considera equivalentes aos cursos de comandante de peloto, de seo ou de aperfeioamento, das Escolas de Sargentos das Armas do Exrcito, para os efeitos do 1, do art. 51, da Lei n 2.370, de 9 de dezembro de 1954, os cursos de aperfeioamento tcnico-profissional e das Escolas Profissionais da Marinha de Guerra;

    e as de n 7 e 8, acusando e agradecendo o recebimento das de nmeros SP. 61 e 60, de 12 e 11 de dezembro de 1957, respectivamente.

    N 9 a 11, de 1958, restituindo autgrafos de Projetos de Lei da Cmara, j sancionados, n: 221, 261 e 181, de 1957, respectivamente, que concede os auxlios de Cruzeiros 2.000.000,00 e Cruzeiros 2.000.000,00 Faculdade de Filosofia, da Cidade de Pelotas, no Estado do Rio Grande do Sul, e Faculdade de Filosofia, do Cear; que acrescenta item ao Art. 9, do Decreto-lei n 6.259, de 10 de fevereiro de 1944, e d outras providncias e autorizando o Poder Executivo a doar imvel Associao dos Ex-Combatentes do Brasil, seo do Distrito Federal.

    VETOS DO SR. PREFEITO DO DISTRITO

    FEDERAL DESPACHADOS A COMISSO DE CONSTITUIAO E JUSTIA

    G.P. 3.039. Em 16 de dezembro de 1957. Senhor Presidente: Tenho a honra de encaminhar a V. Ex., na

    forma do 3 e para os fins do 4, do Art. 14, da Lei n 217, de 15 de janeiro de 1948, o Projeto de Lei n 271-A, de 1956, da Cmara do Distrito Federal, que me foi enviado em 6 do corrente. Ao referido Projeto de Lei, que consubstancia providncias referentes a doao, cesso e aforamento de terrenos, bem como determina ou amplia isenes tributrias em favor de entidades de direito privado, opus vetos par-

  • 25

    ciais por considerar diversos de seus dispositivos contrrios aos intersses do Distrito Federal ou infringentes do princpio constitucional da igualdade de todos perante a lei, fundamentando a minha deciso na forma das "Razes de Veto" que acompanham ste ofcio.

    Aproveito o ensejo para renovar a V. Ex. os protestos de minha alta estima e distinta considerao. Francisco Negro de Lima, Prefeito do Distrito Federal.

    RAZES DE VETOS

    Opostos Resoluo da Cmara do Distrito

    Federal, oriunda do Projeto de Lei n 271-A-56, que, doa os terrenos que menciona e d outras providncias.

    Estas razes de vetos integram o Ofcio n G.P. 3.039-57, com que foram encaminhadas ao Senado Federal.

    Vo concatenadas por artigos, transcritos, stes para facilidade de anlise, ainda mesmo quando os vetos no os abrangem prpriamente, mas os seus pargrafos.

    1 ARTIGO 8

    Redao do Projeto "Fica o Prefeito autorizado a doar Cria

    Metropolitana do Rio de Janeiro uma rea no Campo de Santana, na Praa da Repblica, para a construo da Catedral Metropolitana".

    Incidncia do veto: Em grifo. Objetiva o artigo 8 possibilitar Cria

    Metropolitana do Rio de Janeiro construir uma catedral digna das tradies e da importncia da cidade. Sem qualquer dvida a inteno do legislador corresponde ao sentimento coletivo do povo carioca. Foi, certamente, nobre o pensamento dos Senhores Vereadores autorizando o Execu-

    tivo a doar; para aqule fim, uma rea no Campo de Santana, um dos mais tradicionais parques desta Capital, ligado sua histria e integrado na paisagem urbana. Cidade ainda pouco arborizada, o Campo de Santana representa, no Rio de Janeiro, um remanso de tranqilidade e recreio.

    Feliz pela autorizao que o Legislativo me concede, sou entretanto, forado a vetar a expresso "no campo de Santana, na Praa da Repblica" temeroso de que a limitao do dispositivo no consulte os intersses da Cidade, pois entendo que a esta interessa possuir uma S Arquiepiscopal que rivalize com os grandes templos de outras metrpoles. Para isto, indispensvel ser que o terreno escolhido para a construo da nova Catedral o seja pelo entendimento do Poder Municipal com a Autoridade Eclesistica e, no concernente ao Campo de Santana, tal entendimento no ocorreu. Medida unilateral do Legislativo local, o dispositivo, se prevalecesse, limitaria ao referido Parque a autorizao outorgada ao Prefeito, que no teria a faculdade de doar outro terreno Cria Metropolitana, se para diferente escolha se inclinassem os representantes do Eminente Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro e os tcnicos municipais que devem, em conjunto, estudar os problemas relacionados com a edificao da futura e grandiosa Catedral desta cidade.

    Melhor servidos estaro, portanto, os intersses da Igreja e os da prpria Capital, pela omisso do dispositivo que vetei, permitindo ao Prefeito, margem de eleio que s pode ser benfica ao fim colimado no artigo 8, do presente Projeto de Lei.

    2 ARTIGO 9

    Redao do Projeto: "Fica o Prefeito do Distrito Federal autorizado

    a desapropriar, comprar ou permutar, a adquirir

  • Pgina em branco

  • 13 SESSO DA 4 SESSO LEGISLATIVA EXTRAORDINRIA DA 3 LEGISLATURA, EM 24 DE FEVEREIRO DE 1958

    PRESIDNCIA DO SR. APOLNIO SALLES

    s 14 horas e 30 minutos, acham-se

    presentes os Senhores Senadores: Mouro Vieira. Cunha Mello. lvaro Adolpho. Sebastio Archer. Victorino Freire. Pblio de Mello. Waldemar Santos. Mathias Olympio. Lenidas Mello. Onofre Gomes. Fausto Cabral. Fernandes Tvora. Kerginaldo Cavalcanti. Georgino Avelino. Reginaldo Fernandes. Ruy Carneiro. Octaclio Jurema. Apolnio Salles. Luiz Guedes. Jarbas Maranho. Freitas Cavalcanti. Rui Palmeira. Jorge Maynard. Lourival Fontes. Neves da Rocha. Juracy Magalhes. Lima Teixeira. Carlos Lindenberg. Ary Vianna. Arlindo Rodrigues. Caiado de Castro. Gilberto Marinho Bernardes Filho. Benedicto Valladares. Lima Guimares. Lino de Mattos. Domingos Vellasco. Sylvio Curvo. Joo Villasbas. Filinto Mller.

    Othon Mder.

    Nereu Ramos.

    Mem de S. (43).

    O SR. PRESIDENTE: A lista de presena acusa o comparecimento de 43 Senhores Senadores. Havendo nmero regimental no recinto, declaro aberta a sesso.

    Vai ser lida a Ata.

    O Sr. Segundo Secretrio procede leitura da Ata da sesso anterior, que, posta em discusso, sem debate aprovada.

    O Sr. Primeiro Secretrio l o seguinte:

    EXPEDIENTE

    MENSAGEM

    Do Senhor Presidente da Repblica n 33,

    de 1958, submetendo aprovao do Senado Federal o nome do Sr. Glauco Ferreira de Sousa, para o cargo de Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio do Brasil junto ao Govrno da Bolvia.

    Comisso de Relaes Exteriores.

    OFCIOS

    Do Presidente da Cmara Municipal de Mau,

    So Paulo, dando conhecimento da manifestao daquela Casa Legislativa contra o projeto de lei que institui o fundo partidrio.

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    S. A. alm de constituir medida de exceo e, portanto, censurvel, acrescer a evaso de rendas com prejuzo da Fazenda Municipal. Mesmo porque, a redao do artigo 18, no estabelecendo qualquer restrio, daria aos beneficirios favores mais amplos do que os concedidos aos prprios servidores da Prefeitura. stes s recebem a iseno condicionada ao contrato de mtuo com o Montepio ou com o referido Banco da Prefeitura, no podendo obter, novo financiamento, seno aps cinco anos, no caso de transferncia ou liquidao do contrato, por venda a terceiro. O dispositivo, alm de prejudicial aos intersses municipais do ponto de vista da evaso de rendas, tambm o por no cogitar das restries que a legislao em vigor estabelece para os funcionrios da Prefeitura.

    Quanto ao veto oposto segunda parte do mesmo artigo, tem le o mesmo fundamento do que foi oposto ao artigo anterior, isto , iseno beneficia, discriminadamente, a uma entidade privada, ferindo o princpio constitucional do 1 do art 141 da Carta Magna da Repblica e pode constituir precedente para a exteno a entidades congneres, com prejuzo dos intersses da Fazenda do Distrito Federal.

    6 ARTIGO 19

    Redao do Projeto: "Os favores de que tratam os artigos 4, 10 e

    2 das Leis n.s 31, 692, e 696, de 1947 e 1952, respectivamente passaro a ter o limite mximo de Cruzeiros 1.000.000,00 (um milho de cruzeiros), tornando extensivas as leis acima referidas s Carteiras Hipotecrias e Imobilirias dos Clubes de Aeronutica e Clube Naval e da Caixa de Construes de Casas do Pessoal do Ministrio da Marinha e do Ministrio da Guerra".

    Incidncia do veto: Em grifo.

    RAZES

    Visa o presente artigo a elevar o limite da

    iseno do Impsto de Transmisso de propriedade, de que j gozam os oficiais, do Exrcito, da Marinha e da Aeronutica associados nas caixas de construo ou Carteiras Imobilirias, de acrdo com as leis que menciona e o art. 139 da recente Lei n 899, de 28 de novembro de 1957, de Cr$ 450.000,00 (quatrocentos e cinqenta mil cruzeiros), para Cr$ 1.000.000,00 (um milho de cruzeiros). Os mesmos beneficirios, alis, em virtude dos diplomas legais mencionados, gozam, tambm, de iseno do Impsto Predial durante o perodo do mtuo. Tais isenes j representam ponderveis favores fiscais, pois, para cada imvel adquirido nos trmos das leis citadas, a iseno do Impsto Predial ampla, sem qualquer limite, e a do Impsto de Transmisso se verifica, sempre, qualquer que seja o valor do imvel, sbre os primeiros Cruzeiros 450.000,00 (quatrocentos e cinqenta mil cruzeiros). O Impsto de Transmisso s cobrado sbre a parte do preo do imvel que exceder quela quantia.

    Na fase terrvelmente difcil que a Prefeitura atravessa, a elevao daquele limite para Cr$ 1.000.000,00 (um milho de cruzeiros), reduzindo, enormemente, o campo de incidncia tributria, traria graves inconvenientes ao Errio Municipal. Calcula-se em Cruzeiros 100.000.000,00 (cem milhes de cruzeiros) a evaso de rendas que resultaria da permanncia do dispositivo vetado, cifra esta que representaria crca de 1/4 do total da arrecadao prevista, no Oramento para 1958, para aqule tributo.

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    PROJETO A QUE SE REFERE O VETO

    Veto n 1, de 1958

    PROJETO DE LEI N 271-A 1956

    (Redao Final)

    Doa os terrenos que menciona e d outras

    providncias: A Cmara do Distrito Federal resolve: Art. 1 Fica o Prefeito do Distrito Federal

    autorizado a doar, com encargos, Policlnica de Botafogo, os seguintes imveis que a mesma ocupa nos trmos dos Decretos nmeros 1.783, e 2.129, de 12 de novembro de 1917 e 25 de agsto de 1919, respectivamente:

    I rea aproximada de 2.520m2 localizada a 13,20m depois do n 62, da Avenida Pasteur, com a forma de um quadriltero irregular, tendo 27,00 de testada pela Avenida Pasteur; 93,00m pelo lado direito, confrontando com terreno da Policlnica; 27,40m, pelo lado esquerdo, confrontando com o terreno da mesma Policlnica.

    Art. 2 A doao