sou presidente -...

29
2017 SOU PRESIDENTE e agora? CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 1 20/04/2017 07:00:23

Upload: lyquynh

Post on 29-Sep-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

2017SOU PRESIDENTE

e agora?

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 1 20/04/2017 07:00:23

Page 2: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

Palavra da Presidente

Senhor(a) Presidente,

Encaminhando nesta oportunidade a cartilha: 2017- Sou Presidente, e Agora? Tendo como finalidade espaço de consulta

para cumprimento das disposições estatutárias e legais referentes à associação.

Sabemos nós que ao iniciarmos uma função nova ou mesmo reincidindo, sempre necessitamos de leituras que venham nos

auxiliar no dia a dia da atuação.

Desta forma aos dar-lhes as boas vindas nesta nova missão, desejamos uma gestão “transparente”, séria e de muita

responsabilidade, bem como a Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) coloca-se a disposição no assessoramento de suas

filiadas.

Atenciosamente.

Aracy Maria da Silva LêdoPresidente da Federação Nacional das Apaes

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 2-3 20/04/2017 07:00:23

Page 3: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

ExpedienteFederação Nacional das ApaesSDS – Ed. Venâncio IV – CoberturaCEP – 70.393-900 - Brasília – DFFone: (61) 3224-9922/ FAX: (61) [email protected]ção e Revisão: Diego LimaTiragem: 2.500É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.

Federação Nacional das Apaes é filiada à inclusion International.

Gestão: 2015 – 2017Diretoria ExecutivaPresidenteAracy Maria da Silva Lêdo (RS)Vice – PresidenteJosé Turozi (PR)1º Diretor SecretárioAlbanir Pereira Santana (GO)2º Diretor SecretárioNarciso José Batista (BA)1º Diretor FinanceiroUnírio Bernardi (RS)2º Diretor FinanceiroSergio Prodócimo (SP)Diretor SocialRodolpho Luiz Dalla Bernardina (ES)Diretora de Assuntos InternacionaisRosane Teresinha Janhke (SC)Diretor de PatrimônioLuiz Augusto Machado dos Santos (PA)(In Memoriam)

Autodefensoria NacionalJosé Lucas Ferreira dos Santos (TO)(In Memoriam)TitularesFrancisco Matos Além (PE) Thailane Tonete Muniz (SC)SuplentesBianca Aliatti (RS)

Conselho FiscalTitularesEduardo da Silva Mendonça (MG)Nilson Alves Ferreira (TO)

SuplentesAna Claudia de Andrade Trondoli (RO)Delton Pedroso Bastos (RJ)Maria das Graças Mendes da Silva (PE)

Conselho de AdministraçãoFederação das Apaes do Estado de AlagoasAlesson Loureiro CavalcanteFederação das Apaes do Estado do AmazonasMaria do Perpetuo Socorro Castro GilFederações das Apaes do Estado da BahiaDerval Freire EvangelistaFederação das Apaes do Estado do CearáFrancisco Leitão MouraApae do Distrito FederalDiva da Silva Marinho Federação das Apaes do Estado do Espírito SantoWashington Luiz Sieleman AlmeidaFederação das Apaes do Estado de GoiásWagner Benevides DuarteFederação das Apaes do Estado do MaranhãoMilka Luciana Lima de Souza BastosFederação das Apaes do Estado de Minas GeraisEduardo Luiz Barros BarbosaFederação das Apaes do Estado do Mato GrossoDoracy Gomes NonatoFederação das Apaes do Estado do Mato Grosso do SulTidelcino dos Santos RosaFederação das Apaes do Estado do ParáEmanoel O’ de Almeida FilhoFederação das Apaes do Estado da ParaíbaGilvan José Campelo dos SantosFederação das Apaes do Estado do ParanáNeuza Soares de SáFederação das Apaes do Estado do PernambucoAmélia Maria Borges da SilvaFederação das Apaes do Estado do PiauíMaria do Socorro Paula dos Santos Federação das Apaes do Estado do Rio de JaneiroHélio Torres da SilvaFederação das Apaes do Estado do Rio Grande do NorteWillian Ferreira de LimaFederação das Apaes do Estado do Rio Grande do SulLuiz Alberto Maioli

Federação das Apaes do Estado de RondôniaIlda da Conceição SalváticoFederação das Apaes do Estado de Santa CatarinaJúlio Cesar de AguiarFederação das Apaes do Estado de SergipeCarlos Mariz Moura de MeloFederação das Apaes do Estado de São PauloCristiany de CastroFederação das Apaes do Estado de TocantinsMarciane Machado Silva

Estados sem Federação Apae de Macapa - APAbel da Silva MendesApae de Rio Branco – ACCecília Maria Garcia LimaApae de Boa Vista – RRBruno Perez de Sales

Conselho ConsultivoEduardo Luiz Barros Barbosa (MG)Elpídio Araujo Neris (DF)Flávio José Arns (PR)Luiz Alberto Silva (SC)Nelson de Carvalho Seixas (SP)(In memoriam)Antônio Semas Figueiredo (PE) (In memoriam)Antônio Santos Clemente Filho (SP)(In memoriam)Justino Alves Pereira (PR)(In memoriam)José Candido Alves Borba (RJ) (in memoria)

Equipe Técnica FenapaesGerente GeralCristiane Araci [email protected]

Procuradoria JurídicaRosangela Maria Wolff de Quadros [email protected] JurídicoAlessandra de Oliveira [email protected] Assistente JurídicoLarissa Chirstyna Alves [email protected]

Auxiliar JurídicoDayara [email protected]

Assessora de Assuntos internacionaisMaria Amélia Vampré [email protected]

Coordenação AdministrativoCoordenador: João Batista da [email protected]éia Olímpio Zoraide Santana [email protected] Souza [email protected] de Souza Leiteserviç[email protected] Ferreira dos [email protected] Lima [email protected]

Coordenação FinanceiraCoordenadoraMarineide Oliveira da Silva [email protected] ContábilTânia [email protected] Contábil Dayelle [email protected]ário Contábil Luiz [email protected]

Atendimento ao PúblicoBruna Emily Lima [email protected] de AtendimentoAdriana Rayssa Santos [email protected] de AtendimentoValcilene [email protected]

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 4-5 20/04/2017 07:00:23

Page 4: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

Sou Presidente, e agora?

Coordenação de Comunicação Coordenador: Diego [email protected]

Assessoria de ComunicaçãoJornalista: José Mauricio [email protected]

Tecnologia da InformaçãoMSWI Soluções Web InteligenteAuxiliar de TI: Rafael Alves da [email protected]ário de TI: Wanderson [email protected]

Consultor de ApoioCláudio [email protected]

Universidade Corporativa da Rede ApaeCoordenadora UniapaeFabiana Maria das Graças S. [email protected] [email protected]

Coordenador PedagógicoErivaldo Fernandes [email protected]

Escritório Avançado FenapaesPorto Alegre Rio Grande do SulRua General Câmara, nº 406 sala 403 Centro – Porto Alegre/RSCEP. 90.010-230Telefone: (51) 3228-1252/ 3212-5397

Assessora da PresidenteLúcia Maria Cardoso [email protected] AdministrativoAlexandro Martim Vargas dos [email protected]@apaebrasil.org.br

Coordenador Nacional de EventosAntônio [email protected]

ControladoriaRoberto Machado [email protected] AdministrativoJuliana [email protected]

Coordenações Nacionais

Coordenação de ArteRosânia de Almeida (PR)Coordenação de Assistência SocialMarilena Ardore (SP)Coordenação de Autodefensoria, Autogestão e FamíliaElcira Lourdes Machado Bernardi (RS)Coordenação de Defesa de Direitos e Mobilização SocialAnna Beatriz L. Peranovichi Leite (SP)Coordenação de Educação e Ação PedagógicaFabiana Maria das G. Soares de Oliveira (MS)Coordenação de Educação Física desporto e lazerRoberto Antônio Soares (SP)Coordenação de Educação ProfissionalMaria Helena Alcântara Oliveira (DF)Coordenação de Prevenção e SaúdeDr. Rui Fernando Pilotto (PR)

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 6-7 20/04/2017 07:00:23

Page 5: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

8 9SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

PRINCIPAIS DEVERES DO DIRIGENTE DA APAE QUANDO ASSUME O MANDATO

Conhecer, cumprir e fazer. Cumprir o Estatuto Social

O principal dever de um dirigente da entidade quando assume o seu mandato é cumprir e fazer cumprir o Estatuto Social Padrão das Apaes, cuja leitura e estudo são indispensáveis.

O Estatuto é um documento elaborado com a participação de várias instâncias do Movimento Apaeano e aprovado pelo Conselho de Administração da Fe-napaes. Não se tratam de normas impostas, mas de normas pensadas, debatidas e aprovadas para o bom desenvolvimento do Movimento Apaeano e, acima de tudo, normas que contemplam as exigências dos órgãos públicos que conferem titulações importantes, facilitando a celebração de parcerias com a Administra-ção Pública.

Dever de diligência

O Presidente precisa ser diligente em todos os atos que pratica, deve fazer pre-valecer os interesses da associação, deixando de lado interesses pessoais.

Nenhum membro da diretoria pode fazer uso de bens da associação para fins par-ticulares.

Não estar impedido de ser dirigente de entidade para fins de celebração de parceria com a Administração Pública Federal, Estadual, Distrital e Municipal

As Apaes recebem recursos públicos para desempenhar as suas finalidades es-tatutárias. Com o advento da Lei 13.019/14, essas parcerias serão formalizados por instrumentos legais chamados de termos de colaboração, termo de fomento ou acordo de cooperação.

A Apae que tenha como dirigente alguma das pessoas arroladas no artigo 39 da Lei 13.019/14 está impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria (ter-mo de colaboração, termo de fomento e acordo de cooperação).

Não pode ser dirigente da Apae:

1. Membro de Poder ou do Ministério Público, respectivos cônjuges ou companheiros, bem como parentes em linha reta, colateral ou por afini-dade, até o segundo grau;

2. Dirigente de órgão ou entidade da administração pública da mesma esfera governamental na qual será celebrado o termo de cola-boração, termo de fomento ou acordo de cooperação, respectivos côn-juges ou companheiros, bem como parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau.

Compreende-se por membros do poder os membros dos três poderes da Repú-blica: Executivo, Legislativo e Judiciário.

O Poder Executivo possui como membros, na esfera federal, o Presidente da Re-pública, Vice-Presidente da República e Ministros de Estado; no âmbito estadu-al, Governador, Vice Governador e Secretários de Estado; e na esfera municipal, Prefeito, Vice Prefeito e Secretários Municipais.

O Poder Legislativo é composto, em sua esfera federal, por Senadores e Depu-tados Federais; no âmbito estadual, por Deputados Estaduais; e nos municípios possuem como membros os vereadores.

O Poder Judiciário é composto por Juízes, Desembargadores e Ministros de Tri-bunais Superiores.

No que concerne ao Ministério Público, tem-se os Promotores, os Procuradores da Justiça e os Procuradores da República.

Finalmente, em relação aos Tribunais de Conta (órgão auxiliar do Poder Legislati-vo) compreendem-se os Ministros e Conselheiros dos mesmos.

Não são considerados membros de Poder os integrantes de conselhos de direitos e de políticas públicas porque foram excluídos expressamente da Lei 13.019/14.

Não contratar com empresas da qual faça parte (ou seus parentes, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau)

Essa obrigação é muito importante. A Apae não pode contratar com empresa que seja de propriedade do Presidente ou dos demais dirigentes e seus respectivos parentes, sob pena de configurar “conflito de interesse”.

Há uma lei federal que define o que é conflito de interesse para agentes do Poder Público Federal (Lei 12.813/13), mas que, por critérios de moralidade e probi-dade, também merece ser observada pelo presidente e dirigentes que recebem recursos públicos. O dinheiro público utilizado na entidade não pode servir para beneficiar empresas pessoais dos presidentes ou demais dirigentes, sob nenhum aspecto!

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 8-9 20/04/2017 07:00:23

Page 6: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

10 11SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

TER EM BOA ORDEM OS DOCUMENTOS DA ASSOCIAÇÃO

Livro de Registro de Associados

O Livro de Registro de Associados é o documento mais importante de uma asso-ciação. Nele deverá constar a relação de todos os associados que, juntos, com-põem a associação. O exercício do direito de votar e ser votado depende, além da condição de adimplência, do tempo de condição do associado, o que poderá ser verificado com exatidão no Livro de Registro de Associados.

Livro de Registro de Atas

Todas as reuniões, sejam da Diretoria Executiva, sejam do Conselho de Adminis-tração, do Conselho Fiscal ou dos demais órgãos, devem originar uma Ata.

Na Ata deverá constar a hora e local, a ordem do dia, a relação de presentes (pode ser adotado um livro à parte para apontar as presenças) e as deliberações. Não há a necessidades de transcrição de discursos. A Ata deve registrar as decisões tomadas na reunião.

Importante lembrar que as Atas que se referem à eleição de dirigentes, presta-ção de contas ou que se refiram a decisões relevantes para a associação devem ser levadas a Registro no Cartório de Títulos e Documentos.

Livro de Registro de Presenças às Reuniões

Todas as reuniões, sejam da Diretoria Executiva, sejam dos Conselhos ou dos de-mais órgãos devem ser precedidas da colheita de assinatura de todos os presen-tes. É através da lista de presenças que será possível verificar se o quórum foi ou não respeitado.

Livros Físicos ou Eletrônicos?

Os antigos livros podem ser substituídos por documentos avulsos, com texto di-gitalizado, desde que datados e em ordem cronológica e que possam ser encader-nados, a cada período anual ou cada período correspondente à gestão.

MANTER A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DA ENTIDADE DENTRO DOS CRITÉRIOS EXIGIDOS PELO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE – CFC

É obrigação da Apae manter a escrituração contábil de acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade e de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e com as Normas Brasileiras de Contabilidade.

A escrituração correta permite comprovar os requisitos dos artigos 09 e 14 do Código Tributário Nacional que por sua vez permitem a fruição do benefício da imunidade dos impostos incidentes sobre a patrimônio, renda e serviços.

A Lei 12.101/09 determina que a contabilidade deve ser segregada por área de atuação como requisito para a obtenção do CEBAS.

ASSEGURAR O PLENO FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS DA APAE NOS SEUS ASPECTOS LEGAIS, ADMINISTRATIVOS, TÉCNICOS E PEDAGÓGICOS

Você Presidente tem a prerrogativa de organizar a estrutura da associação e di-recionar corretamente as energias de trabalho dos funcionários e colaboradores para o bom andamento das atividades, com respeito à honra, dignidade e imagem do empregado.

SAIBA QUE VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO

A Federação Nacional das Apaes dispõe de Departamentos e Coordenadorias que podem orientá-lo(a), sempre que necessário, de forma graciosa. Acesse com frequência o endereço www.apaebrasil.org.br e fique por dentro de todos os assuntos relevantes para a sua associação, disponha de modelos e sugestões de documentos padronizados elaborados para atender às finalidades da Apae.

E, finalmente, mantenha a sua contribuição em dia, para que a Federação Nacio-nal das Apaes possa prosseguir com nossas missões institucionais.

RESPONSABILIDADE PESSOAL DO PRESIDENTE E DEMAIS MEMBROS DA DIRETORIA

Violação de um dever > Consequências danosas para a associação > Responsabilidade na esfera civil, penal e administrativa

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 10-11 20/04/2017 07:00:23

Page 7: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

12 13SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

A responsabilidade dos dirigentes das entidades do terceiro setor não está pre-vista em uma lei específica, mas o Código Civil e a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76) são usados por analogia.

O artigo 158 da Lei das S/As dispõe:

158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em ato regular de gestão; responde, podem civilmente pelos prejuízos que causar, quando proceder:

ii. Dentro de suas atribuições com culpa ou dolo;

ii. Com violação da lei ou do estatuto.

O inciso I é muito importante. Ainda que o gestor pratique ato regular de gestão, mas aja com dolo ou culpa1, responderá pessoalmente pelas obrigações assumidas em nome da associação.

Resumindo:

Gestor age dentro de suas atribuições e competências sem dolo ou culpa > não res-ponde pessoalmente;

Gestor age dentro de suas atribuições e competências, porém com dolo ou culpa > responde pessoalmente;

Gestor viola a lei ou o estatuto > responde pessoalmente.

Por essas razões, o gestor deve contar com profissionais habilitados para a condução da associação dentro das normas legais.

Se há recursos públicos envolvidos, então o dirigente responde pelo uso indevido, des-vio e prejuízo ao erário público perante o Tribunal de Contas que instaurará um pro-cesso, dará o direito de resposta ao Presidente e, ao final, se for o caso, determinará a devolução do valor ao erário com a imposição de multa. Se os valores não forem pagos (ou a multa aplicada), será formalizada uma CDA-Certidão de Dívida Ativa sujeita à execução fiscal com a constrição judicial (penhora) dos bens pessoais do Presidente.Sabemos que o Presidente delega muitas tarefas para que seus funcionários realizem, dentre elas, pagamentos e prestação de contas. É importante dizer que perante o Tri-bunal de Contas é sempre o Presidente quem responde, por isso o presidente deve ser muito diligente. Deve verificar se seus subordinados estão adotando todas as medidas para receber, empregar e comprovar as contas dos recursos públicos obtidos.

1 1 Dolo – é a vontade dirigida à obtenção de um resultado ilícito. Culpa – é uma falta cometida por imperícia (inaptidão ou falta de conhecimento), imprudência ou negligência (agir com descuido).

Para as parcerias celebradas com amparo na Lei 13.019/14 há ainda penalidades que podem ser impostas para a entidade, como nos casos de execução da par-ceria em desacordo com o plano de trabalho, em desacordo com a própria Lei 13.019 ou com legislação específica. Nesses casos, a administração pública pode-rá, garantida a prévia defesa, aplicar à organização da sociedade civil as seguintes sanções:

I - Advertência;

II - Suspensão temporária da participação em chamamento público e impedi-mento de celebrar termos de fomento, termos de colaboração e contratos com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública sancionadora,

por prazo não superior a 2 (dois) anos;II - Suspensão temporária da participação em chamamento público e impedi-mento de celebrar parceria ou contrato com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pública sancionadora, por prazo não superior a dois

anos;

III - Declaração de inidoneidade para participar em chamamento público ou ce-lebrar termos de fomento, termos de colaboração e contratos com órgãos e en-tidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem os motivos deter-minantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organi-zação da sociedade civil ressarcir a administração pelos prejuízos resultantes,

e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso II deste artigo.

III - Declaração de inidoneidade para participar de chamamento público ou cele-brar parceria ou contrato com órgãos e entidades de todas as esferas de gover-no, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que a organização da sociedade civil ressarcir a ad-ministração pública pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da san-ção aplicada com base no inciso II. (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015).

O gestor responde por atos de outros membros da Diretoria?

Depende. Se com tais atos for conivente, se negligenciar em descobri-los ou mes-mo tendo conhecimento deixar de agir para impedir a sua prática, responderá. Isto está previsto no §1º do artigo 158:

§1º - O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administra-dores, salvo se com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua prática.

Se a situação acima ocorrer, o gestor deve fazer constar em ata de reunião a sua discordância, dando ciência ao Conselho de Administração.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 12-13 20/04/2017 07:00:23

Page 8: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

14 15SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

Os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos eles.

Por todas essas razões, o conhecimento do estatuto é fundamental.

A NATUREZA JURÍDICA DA APAE

A Apae é uma pessoa jurídica de direito privado da modalidade associação

As associações são compreendidas pela reunião de pessoas que conjugam seus esforços para finalidades que não possuem a intenção de obter lucro ou vanta-gem econômica, mas de desenvolver outros fins que podem ser recreativos, de lazer, de defesa do meio ambiente, altruísta, benemerência ou tantos outros. Se o objetivo da reunião de pessoas é obtenção de lucro, então essa reunião será uma sociedade.

O conceito legal de associação é dado pelo Código Civil “constituem-se as as-sociações pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos”2.

Podemos acrescentar ao conceito, para fins didáticos, que uma associação é uma pessoa jurídica de direito privado e se determina pela união de pessoas, promovi-da com um fim determinado, seja de ordem beneficente, literária, científica, artís-tica, recreativa, desportiva ou política, que não tenha finalidade lucrativa.

A associação se caracteriza por possuir fins não econômicos. Pode então prestar algum serviço ou vender mercadoria que produza?

Já estudamos o conceito legal e vimos que o legislador utilizou a expressão “para fins não econômicos” mas, a bem da verdade, o legislador quis dizer “para fins não lucrativos” porque a associação não está impedida de obter renda ou receita, até mesmo porque sem recursos a associação não poderá desenvolver as suas ativi-dades. O que a associação está impedida de fazer é distribuir essa receita a título de lucro, sob qualquer forma ou pretexto.

Assim, a obtenção de renda/receita e exercício de atividade econômica (atividade--meio) cujo resultado seja aplicado nas finalidades da própria associação é pratica lícita e possível.

2 Saiba mais: Faça a leitura dos artigos 53 a 61 do Código Civil (Lei 10406/2002).

A obtenção de renda/receita e exercício de atividade econômica (atividade-meio) cujo resultado seja distribuído como lucro entre associados ou dirigentes é prati-ca que descaracteriza a associação.

É importante dizer, no âmbito das Apaes, que o serviço que pode ser vendido é de alguma atividade meio e jamais da atividade fim. A atividade meio não impede que a entidade busque auferir renda para cumprimento de suas finalidades. En-fim, qualquer atividade lícita, sem intuito de lucro e que não seja contrária, nociva ou perigosa ao bem público, à segurança do Estado e da coletividade, à ordem pública ou social, à moral e aos bons costumes pode ser buscada por uma asso-ciação.

Como nasce uma Associação

Já vimos que a Apae é uma associação, mas precisamos compreender como ela foi criada.

Para a criação de uma associação civil, é necessário que seja realizado uma reu-nião de pessoas interessadas em participar da associação que deliberem e deci-dam criá-la.

As pessoas interessadas precisam estabelecer um consenso, sobre:

• As características da associação (seu nome, missão, objetivos, onde será a sua sede e como será feita a sua administração);• O projeto do Estatuto Social, que é o instrumento que registra as ca-racterísticas acima e a forma como será regulada a associação.

Realizada a primeira reunião, o passo seguinte é realizar uma Assembleia Geral de Constituição e Fundação da entidade.

Para que a Assembleia ocorra, as pessoas interessadas devem proceder a uma convocação, elaborando um edital que deverá ser amplamente divulgado, com data, hora e local para a realização do ato. Nesse edital, deverá constar expres-samente a ordem do dia: Fundação, aprovação do estatuto e eleição da diretoria.

Cumpridas as etapas, o Estatuto Social deverá ser levado á registro e com a ob-tenção do registro, nasce a associação, dotada de personalidade jurídica para ser titular de direitos e poder contrair obrigações. O registro das pessoas jurídicas tem efeito constitutivo, ou seja, constitui a pessoa jurídica. (Para as pessoas físi-cas é diferente, o registro é meramente declaratório do nascimento de alguém).

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 14-15 20/04/2017 07:00:23

Page 9: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

16 17SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

Referencia Legislativa: Leis dos Registros Públicos (lei 6.015/73)3.

Art. 119. A existência legal das pessoas jurídicas só começa com o registro de seus atos constitutivos.

Art. 114 até 121 da Lei 6015/73 (Lei dos Registros Públicos) – documentos.

Conforme dispõe a lei dos registros públicos, os documentos que devem ser apresentados para que o Cartório efetue o registro são: Requerimento dirigido ao Oficial do Cartório, ata de fundação e de eleição da diretoria, duas vias do es-tatuto assinado e rubricado pelo presidente eleito e por advogado inscrito na Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB), relação de todos os associados fundadores e de todos os membros da diretoria, constando nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão e endereço.

Além da Lei dos Registros Públicos, é recomendado que a associação faça a lei-tura do Código de Normas expedido pelo Tribunal de Justiça do seu respectivo Estado que pode exigir algum requisito adicional.

O ESTATUTO SOCIAL

Adquirimos o costume de dizer que o estatuto é “a lei” da associação. Essa afir-mação não está errada se compreendermos “lei” no sentido de obrigatoriedade de suas disposições.

Mas na concepção técnica, o estatuto não é lei. É norma que emana a vontade dos associados e se submete à lei.

O estatuto de uma associação não pode contrariar a lei (aqui compreendida como ato emanado do poder legislativo que a todos obriga) e, além disso, deve contem-plar algumas situações que a própria lei determina. Aquilo que a lei não veda ou não exige como requisito para a validade de um estatuto fica ao livre critério da própria associação. Por outras palavras, a lei (Código Civil) diz o mínimo que um estatuto deve conter.

O artigo 53 do Código Civil diz o que não pode faltar em um Estatuto, sob pena de considera-lo nulo. Vejamos:

Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

I - Adenominação, os fins e a sede da associação;

II - Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

III - Os direitos e deveres dos associados;

3 Saiba Mais: Confira os artigos 114 até 121 da Lei 6015/73

IV - As fontes de recursos para sua manutenção;V – O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Re-dação dada pela Lei nº 11.127, de 2005);

VI - As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução;

VII – A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei nº 11.127, de 2005).

Contudo, quando falamos de estatuto da Apae, ressaltamos que o estatuto foi pensado de forma padronizada. Como já afirmamos anteriormente, o estatuto foi pensado e redigido por diversas instâncias do Movimento Apaeano para que atendesse às exigências legais para obtenção de titulações, certificações e be-nefícios fiscais, além de, é claro, atender às finalidades de uma Apae. A adoção do estatuto padrão é, inclusive, condição de filiação e condição para que a as-sociação faça uso do nome e marca Apae, que são de propriedade da Federação Nacional das Apaes.

A Apae não pode alterar o estatuto padrão sem prévia aprovação da proposta pela Federação Nacional das Apaes e de aprovação da alteração por sua própria assembleia geral, convocada especialmente para este fim com, no mínimo, 30 dias de antecedência.

A entidade deve ficar atenta às orientações da Federação Nacional das Apaes porque há casos que em virtude de alteração da legislação haverá a necessidade de alteração do estatuto padrão.

CNPJ

Já vimos que o documento que faz nascer a associação no mundo jurídico é o registro do seu Estatuto.

O CNPJ é um cadastro de identificação que todas as pessoas jurídicas devem pos-suir perante a Receita Federal. Assim como as pessoas naturais possuem um CPF (cadastro pessoa física), as pessoas jurídicas possuem o CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).

O CNPJ possui diversas informações importantes, como o nome da entidade, en-dereço, data de abertura, descrição da atividade econômica e natureza jurídica.

A descrição da atividade econômica da pessoa jurídica respeita a Classificação Nacional das Atividades Econômicas – CNAE.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 16-17 20/04/2017 07:00:23

Page 10: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

18 19SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

FICANDO LONGE DAS CONSEQUÊNCIAS DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Mesmo desprovida de finalidade lucrativa, a associação que emprega funcioná-rios passa a ser equiparada, por lei, a qualquer sociedade empresária. Na Justiça do Trabalho uma Apae e uma grande indústria serão tratadas da mesma maneira, isto porque o risco da atividade econômica é sempre do empregador, devendo o empregado receber a proteção por todo o esforço laboral dispendido.

Confira o quanto diz a CLT:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

A Apae pode contar com colaboradores contratados sob diversas modalidades. Vejamos as principais:

Trabalho Autônomo

O trabalho autônomo é desenvolvido pelo profissional que autodetermina a for-ma pela qual prestará o serviço. Ele tem a iniciativa, a organização, o método, o horário, o local e a forma de execução de como irá realizar a prestação do seu serviço.

A principal característica é a independência, não há subordinação em relação ao seu empregador. Este não dirá como o trabalho deva ser exercido, é o próprio profissional autônomo que se determina, importando o resultado final a ser al-cançado.

O trabalhador autônomo pode trabalhar para várias pessoas ao mesmo tempo e pode se fazer substituir por outrem, às suas expensas.

O risco da atividade econômica desenvolvida cabe ao profissional autônomo. Os maiores exemplos de profissionais autônomos são os contadores e advogados, remunerados via RPA (registro de pagamento a autônomo) ou através de emis-são de Nota Fiscal de Prestação de Serviços, se o profissional autônomo tiver constituído uma pessoa jurídica.

A Apae deve ter cuidado ao classificar um trabalhador como autônomo para não se sujeitar a uma reclamatória trabalhista de pedido de reconhecimento de vín-culo de emprego.

Trabalhador Empregado

Para a CLT, artigo 3o, é considerado empregado “toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e me-diante salário”.

Cinco (5) elementos caracterizam a relação de emprego:

• Natureza não eventual = habitual;• Continuidade;• Pessoa física presta o serviço;• Salário;• Dependência (subordinação jurídica).

O elemento mais difícil de compreender é a subordinação jurídica. O empregado desenvolve a sua atividade sob as ordens do empregador, que é quem tem o po-der de decidir, devendo o empregado aceitar e acatar.Diferentemente do autônomo, o trabalhador empregado se subordina ao empre-gador. – o qual dirá como deseja que a atividade seja desenvolvida, estará sujeito a horário de trabalho e dependerá economicamente do empregador, que é quem assume os riscos da atividade.

A cada ano, a associação deve apresentar a RAIS – Relatório Anual de Informa-ções Sociais mesmo que não possua nenhum empregado. Nesse caso, a RAIS será negativa.

A partir do momento que a associação contrata empregados, algumas providên-cias devem ser adotadas:

• Providenciar o livro de registro de funcionários e registrá-lo na Delegacia Re-gional do Trabalho;• Anotar a CTPS do empregado (ainda que seja adotado o contrato de experiência);• Recolher o FGTS, PIS/Pasep, contribuições sociais;• Efetuar a matricula do empregado no INSS;• Proceder aos registros sindicais patronais e do trabalhador;• Recolher a contribuição sindical;• Preencher a RAIS (positiva);• Providenciar o registro de ponto eletrônico no caso de possuir mais de 10 em-pregados.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 18-19 20/04/2017 07:00:23

Page 11: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

20 21SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

Contrato de Estágio

O contrato de estágio é triangular, celebrado entre estagiário, entidade e estabe-lecimento de ensino, lembrando que a atividade a ser desenvolvida deve guardar relação com o curriculum escolar do estagiário.

É obrigatória a contratação de um seguro contra acidentes pessoais em favor do estagiário.

A lei que disciplina o estágio é a Lei 11.788/084, e os requisitos estabelecidos são:

• O estagiário deve estar matriculado e frequentando curso de educação supe-rior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;

• Celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino;

• Compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas pre-vistas no termo de compromisso;

• Respeitar jornada máxima de 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas se-manais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos; ou 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular;

• Prazo máximo de duração do estágio de 02 anos.

Trabalho voluntário

O trabalho que venha a ser desenvolvido voluntariamente por alguém na asso-ciação deve ser precedido, obrigatoriamente, de um termo de adesão ao volun-tariado. Não basta que a entidade seja beneficente para supor a legalidade de colaboradores voluntários.

A Lei 9.608/1998 exige um documento formal, assinado pelas partes, no qual es-tabeleça que os serviços serão prestados voluntariamente. A entidade apontará o horário e tarefa a ser desenvolvida, para afirmar o compromisso, evitando que o voluntário desenvolva seu serviço somente quando melhor lhe aprouver. A en-tidade poderá, ainda, reembolsar despesas.

Recomendamos que as entidades não admitam voluntários sem a prévia forma-lização de um termo de adesão, sob pena de se tornar suscetível a demandas tra-balhistas.

4 Saiba mais: Faça a leitura da Lei 11.788/08

A seguir, apresentamos uma sugestão de termo de adesão:

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. INEXISTÊNCIA DE TRABALHO VOLUNTÁRIO

Em se tratando de trabalho voluntário, pode existir uma tênue subordinação no sentido de que melhor sejam organizadas as tarefas ou uma escala de compareci-mento, de modo a distribuir as tarefas e serviços de atendimento. Logo, o fato de haver fiscalização no cumprimento das tarefas não constitui dado determinante para fins de enquadramento no serviço regido pela Lei 9.608/98. O que irá ca-racterizar o voluntariado é a gratuidade na prestação dos serviços à instituição, com objetivos cívicos, culturais, educacionais, recreativos ou de assistência so-cial. Recurso a que se nega provimento por preenchidos os requisitos do artigo 3º da CLT e por comprovada a onerosidade na prestação dos serviços. (TRT-1 - RO: 1483006520095010023 RJ , Relator: Marcelo Antero de Carvalho, Data de Jul-gamento: 07/12/2011, Sexta Turma, Data de Publicação: 2012-01-18).

Contribuições sindicais

A mais importante é a contribuição sindical (que tem natureza e obrigatoriedade de tributo), devida por todos os empregados ou profissionais liberais, filiados ou não e independe de autorização do empregado, dada sua natureza impositiva. Está prevista nos artigos 578 a 591 da CLT.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 20-21 20/04/2017 07:00:24

Page 12: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

22 23SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

A Apae deve reter o valor do empregado e recolher em guia própria, além do pa-gamento da sua própria cota.

• Cota empresa -> Recolhe no mês de janeiro. / Valor: proporcional ao capital so-cial;

• Cota empregado -> Desconta no mês de março e paga no mês de abril (guia da Caixa Econômica Federal);

• Valor: 01 dia de salario para os empregados;

• Valor: Fixo para os profissionais liberais e autônomos.

O Ministério do Trabalho e do Emprego editou em 2003 a Portaria 1.012 atri-buindo às entidades sem fins lucrativos a isenção do pagamento da contribuição sindical patronal (cota patronal).

Contudo, a entidade precisa cumprir alguns requisitos:

• Declarar na RAIS – Relação Anual de Informações Sociais que não exerce ativi-dade econômica de fins lucrativos;

• Manter todos os seus documentos na sua sede > disposição do fiscal do Minis-tério do Trabalho em eventual fiscalização;

• Não pode apresentar superávit em suas contas ou, acaso apresente em deter-

minado exercício destine o resultado integralmente no seu ativo imobilizado;

• Não pode remunerar seus dirigentes, sob qualquer forma ou pretexto;

• Deve aplicar seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus obje-

tivos estatutários;

• Deve manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros re-

vestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

• Deve conservar em boa ordem por 5 anos, contados da data da emissão, todo os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a comprovação das suas despesas;

• Possuir o CEBAS;

• Comprovar que entrega a Declaração de imposto de Renda de Pessoa Jurídica mesmo que isenta.

Compreendendo os sindicatos

Agora que já estudamos o que temos que pagar, precisamos saber a quem pagar.

Temos o costume de dizer que as Apaes são entidades híbridas, porque atuam nas áreas de assistência, saúde e educação. Não é raro encontrar uma Apae que possua profissionais contratados na área da educação, da saúde, da assistência além daqueles que exercem funções administrativas. É natural que as Apaes en-

contrem dúvidas sobre qual é o sindicado correto a ser recolhida a contribuição.A regra geral é: O enquadramento sindical é realizado em conformidade com a atividade fim da empregadora ou, quando possui mais de uma, pela sua atividade preponderante. Recolhe, portanto, ao sindicato respectivo da atividade fim (as-sistência social, via de regra).

Exceção: Quando o empregado for integrante de categoria profissional diferen-ciada (CLT, art. 511, paragrafo 3o).

Como visto, a regra geral comporta exceção. Há profissões que são chamadas de categorias diferenciadas ou profissões regulamentadas. Assim existindo, a contribuição sindical deve ser direcionada ao respectivo sindicato da categoria diferenciada. O maior exemplo de categoria diferenciada é o professor, seguido dos fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, secretárias, motoristas, represen-tantes comerciais, etc. Eles tem uma lei regendo a sua profissão.

A CLT nos dá um conceito de categoria diferenciada:

§ 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.

Não erre mais!!

Tenho, em minha Apae, profissional empregado de categoria diferenciada?

Sim > À recolho para o sindicato desta categoria.

Não > Recolho para o sindicado da atividade preponderante da Apae (via de re-gra, assistência social).

Certifique-se, também, da base territorial deste Sindicato, ou seja, qual é o sindicato respectivo no seu Município.

PAGANDO MENOS TRIBUTOS

Imunidades e isenções:

Benefícios fiscais

O poder público reconhece que as entidades exercem relevante importância so-cial e, em troca, confere imunidades e isenções, através da Constituição Federal e através das leis.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 22-23 20/04/2017 07:00:24

Page 13: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

24 25SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

Vamos compreender a hierarquia das leis:

A lei máxima é a Constituição Federal, situando-se no topo da pirâmide. Abaixo dela, em idêntico patamar encontramos as leis complementares e as leis ordiná-rias. O que as diferencia é a sua matéria e a forma de serem aprovadas. A cons-tituição diz expressamente qual matéria deve ser reservada à lei complementar, exigindo para a sua aprovação quórum qualificado. Quando a Constituição nada diz, a matéria pode ser tratada por lei ordinária. Os decretos, também chama-dos de regulamentos, são atos do Poder Executivo que servem, como o nome diz, para regulamentar as leis.

Os benefícios fiscais, por sua vez, são concedidos ou através da imunidade ou através da isenção. No primeiro caso, estão disciplinados na Constituição Federal e, no segundo, nas leis infraconstitucionais. Vamos compará-los:

TRIBUTOS

Os tributos são divididos em cinco espécies:

• Impostos;

• Taxas;

• Contribuição de melhoria;

• Empréstimos compulsórios;

• Contribuições sociais.

Neste material vamos abordar somente três espécies: Os impostos, as taxas e as contribuições sociais, sabendo que todas as espécies são obrigações pecuniárias, compulsórias, que não se constituem sanção de ato ilícito, instituídas em lei e co-bradas pela autoridade administrativa fazendária.

A maior característica dos impostos é que eles não dependem de nenhuma con-traprestação do Poder Público que o institui. O simples fato de alguém comprar um carro o tornará contribuinte do imposto IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor), sendo que o poder público não tem nenhuma contrapres-tação no ato da compra.

As taxas, por sua vez, retribuem uma prestação estatal. Se a alguém precisar de um alvará, será necessário recolher a taxa respectiva para o poder público emitir o documento. Nesta situação, diferentemente da anterior, há uma atuação do es-tado (emissão do alvará) e a taxa serve para retribuir essa atuação.

As contribuições sociais, por sua vez, servem para o financiamento da seguridade social (saúde, assistência e previdência social).

IMUNIDADES

As imunidades conferidas pela Constituição Federal (CF) às associações sem fi-nalidades lucrativas são:

Imunidade

- Prevista na Constituição;- Impede a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios instituir o tributo; - Alcança imposto sobre renda, patrimônio e serviço;- Alcança contribuições da seguridade social.

Isenção

- Prevista na Lei (ordinária ou complementar);- Dispensa o pagamento do tributo;- Pode alcançar qualquer tributo federal, estadual, distrital ou municipal, a depender da lei.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 24-25 20/04/2017 07:00:25

Page 14: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

26 27SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

Imunidades às Taxas

A CF não confere imunidade às associações sem fins lucrativos às taxas, mas nada impede que a lei infraconstitucional confira isenção do pagamento. Como já explicamos anteriormente, elas tem a finalidade de retribuir um serviço, e, portanto, a competência para instituir a taxa ou conferir isenção do pagamento da retribuição do serviço será do ente responsável pela prestação desse serviço. Podemos citar como exemplo a taxa de coleta de lixo instituída pelo Município e por ele cobrada.

Imunidade a Impostos

As associações sem finalidade lucrativa têm imunidade a IMPOSTOS sobre patri-mônio, renda ou serviços.

• Fundamento legal: Artigo 150, VI, c, da Constituição Federal;• Impostos abrangidos.

Vejamos o artigo 150, VI, c, da Constituição Federal:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é veda-do à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;

VI - Instituir impostos sobre;

c) Patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de as-sistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.

A CF remete à lei infraconstitucional os requisitos a serem cumpridos para o gozo da imunidade. Mas qual lei? Trata-se da Lei 5.172/66 (Código Tributário Nacional – CTN, recepcionado pela CF/88 com o status de Lei Complementar) que dedica o artigo 14 para regulamentar a imunidade, quais sejam:

I – Não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qual-quer título;

II - Aplicar integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus ob-jetivos institucionais;

III - Manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de for-malidades capazes de assegurar sua exatidão.

Imunidade a contribuições sociais

As entidades beneficentes de assistência social têm imunidade às contribuições sociais.

Fundamento Legal: Artigo 195, §7º, da Constituição Federal.

Contribuições abrangidas:

1. Contribuição sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos a presta-dores de serviços (quota patronal);

2. Contribuição social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

3. Contribuição para financiamento da seguridade social (COFINS);

4. PIS.

Vejamos o artigo 195, §7º da CF:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma dire-ta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes con-tribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo em-pregatício;b) A receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998);c) O lucro.

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral previ-dência social de que trata o art. 201.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 26-27 20/04/2017 07:00:25

Page 15: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

28 29SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficen-tes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

Novamente a Constituição remete à lei. Mas qual lei? Até recentemente era a Lei 12.101/09. Contudo, recente decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em fevereiro deste ano assentou entendimento da necessidade de lei comple-mentar e a Lei 12.101/09 não é Lei complementar. Portanto, o tema deve seguir o Código Tributário Nacional (CTN), precisamente os artigos 09 e 14 do CTN antes tratados.

O PIS foi reconhecido como contribuição devido à seguridade social pelo Supre-mo Tribunal Federal no julgamento do RE 636.941 e, portanto a imunidade lhe alcança.

Finalmente, precisamos abrir uns parênteses. Falamos que a CF confere imuni-dades, mas no parágrafo o legislador empregou a palavra isenção. Seria então imunidade ou isenção?

Na verdade, o legislador ocorreu em equívoco que já foi solucionado pelo Supre-mo Tribunal Federal. Confira:

A jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal já identificou, na clausu-la inscrita no artigo 195, $7o, da Constituição da República, a existência de uma típica garantia de imunidade (e não de simples isenção) estabelecida em favor das entidades beneficentes de assistência social. Precedente: RTJ 137/965. Tratando-se de imunida-de – que decorre, em função de sua natureza mesmo, do próprio texto constitucional – revela-se evidente a absoluta impossibilidade jurídica de a autoridade executiva, me-diante deliberação de índole administrativa, restringir a eficácia do preceito claramen-te distorce a teleologia da prerrogativa fundamental em referencia, negar à entidade beneficente de assistência social que satisfaz os requisitos da lei, o beneficio que lhe é assegurado no mais elevado plano normativo” (STF, 1a T., RMS 22.192/DF, Rel. Minis-tro Celso de Mello, j. 28.11.1995, DJ 19.12.1996, p. 51.802).

Portanto, não se trata de isenção, mas de verdadeira imunidade.

Isenções

Conforme já esclarecemos, as isenções (dispensa de pagar o tributo) são concedi-das pela legislação infraconstitucional. Vejamos as principais isenções existentes na esfera federal:

• IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados);

• IE (Imposto de Exportação);

• IOC (Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro);

• IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).

Decisões importantes que merecem ser conhecidas

Aluguel de imóvel da associação para terceiros como meio de obtenção de recei-ta para a autos sustentação. Nesse caso, a Apae permanece IMUNE ao IPTU e aoImposto sobre a renda gerada na atividade. Confira-se:

Imunidade tributária do patrimônio das instituições assistenciais (CF, art. 150, VI, c) sua aplicabilidade de modo a afastar a incidência do IPTU sobre imóvel de propriedade da entidade imune, ainda quando alugado a terceiro, sempre que a renda dos aluguéis seja aplicada em suas finalidades institucionais: precedentes (STF - RE-AgR: 390451 MG , Relator: SEPÚLVEDA PERTENCE, Data de Julga-mento: 23/11/2004, Primeira Turma, Data de Publicação: DJ 10-12-2004 PP-00036 EMENT VOL-02176-03 PP-00500);

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR. IMUNIDADE. ENTIDADE BENEFICENTE. IPTU. O Tribunal a quo seguiu corretamente a orien-tação desta Suprema Corte, ao assentar que o fato de uma entidade beneficente manter uma livraria em imóvel de sua propriedade não afasta a imunidade tribu-tária prevista no art. 150, VI, c da Constituição, desde que as rendas auferidas sejam destinadas a suas atividades institucionais, o que impede a cobrança do IPTU pelo município. Recurso extraordinário não conhecido. (STF - RE: 345830 MG , Relator: ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 08/10/2002, Primeira Tur-ma, Data de Publicação: DJ 08-11-2002 PP-00042 EMENT VOL- 02090-06 PP-01285);

SUMULA 724 – STF – Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo artigo 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos alugues seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

• Renda obtida com a exploração de serviços de estacionamento:

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 28-29 20/04/2017 07:00:26

Page 16: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

30 31SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CAL-CULADO SOBRE O PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCU-LOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE. Ilegitimidade. Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. Precedente da Corte: RE 116.188-4. Recurso conhecido e provido. (STF - RE: 144900 SP, Re-lator: ILMAR GALVÃO, Data de Julgamento: 22/04/1997, Primeira Turma, Data de Publicação: DJ 26-09-1997 PP-47494 EMENT VOL-01884-02 PP-00412).

Obrigações tributárias acessórias

Importa lembrarmos que a fruição da imunidade ou da isenção de um tributo não dispensa a Apae do cumprimento das obrigações tributárias acessórias. Estas são compreendidas como obrigações de fazer alguma coisa, que não correspon-dem ao pagamento.

Exemplo: Obrigação de declarar o imposto de renda, mesmo sendo imune. Obri-gação de emitir nota fiscal da prestação de serviço ou venda de mercadoria da atividade meio que realize como obtenção de receita (autossustentação).

O descumprimento de uma obrigação acessória gera multa, converte-se em obri-gação principal e se sujeita à execução fiscal.

Deste modo:

Entidades de assistência social

No tópico referente aos tributos estudamos que a imunidade de impostos é ga-rantia das instituições de assistência social e a imunidade às contribuições sociais das “entidades beneficentes de assistência social”.

Precisamos, então, entender o que é “assistência social”, o que são “entidades de assistência social” e o que são “entidades beneficentes de assistência social”.

Vamos partir da CF, já que sabemos que ela é a lei máxima no nosso país. Contu-do, a CF não nos dá um conceito de assistência social, mas referência aos objeti-vos que devem ser por ela alcançados. Vejamos:

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independen-temente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I - A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

II - Oamparo às crianças e adolescentes carentes;

III - A promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria ma-nutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

A lei que veio regulamentar a assistência social é a LOAS, lei 8.742/93, apresenta o seguinte conceito:

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada atra-vés de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.

É também a LOAS que define o que são associações de assistência social:

Art. 3o Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e as-sessoramento aos beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 30-31 20/04/2017 07:00:26

Page 17: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

32 33SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

A seguir, a LOAS classifica as associações de assistência social em três espécies:

Atendimento: Aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situa-ções de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, é respei-tadas as deliberações do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). (LOAS, art. 3º, §1º).

Assessoramento: Aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de assis-tência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). (LOAS, art. 3º, §2º).

Defesa e Garantia de Direitos: Aquelas que, de forma continuada, permanen-te e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos voltados prio-ritariamente para a defesa e a efetivação dos direitos socioassistenciais, constru-ção de novos direito, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao públi-co da política de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas as delibe-rações do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). (LOAS, art. 3º, §3º).

No Brasil, Assistência Social está estruturada de forma descentralizada para os Estados, Distrito Federal e Municípios, adotando o sistema de atuação participa-tivo chamado de SUAS – Sistema Único de Assistência Social, com as seguintes instâncias:

• Conselho Nacional de Assistência Social;

• Conselhos Estaduais de Assistência Social;

• Conselho de Assistência Social do Distrito Federal;

• Conselhos Municipais de Assistência Social;

• Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS.

O Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS é vinculado à Administração Pública Federal, com membros nomeados pelo Presidente da República para mandato de dois anos (permite uma recondução por igual período). Ao todo, é composto por 18 membros, de forma paritária, ou seja, 50% representantes go-vernamentais e 50% representantes da sociedade civil.

O CNAS possui relevante função: Aprovar a Política Nacional de Assistência So-cial, estabelecer normas para as ações de assistência social e regular a prestação de serviços na área da assistência social.

Desde 30 de novembro de 2009, o CNAS deixou de ser o órgão responsável por conceder a certificação do CEBAS para as entidades, mas ele preserva a compe-tência de fiscalizar o processo de certificação.

Exercendo sua competência, o CNAS expediu a Resolução 109/2009 que tipifica todos os serviços socioassistenciais, adotando como critério o nível de comple-xidade do serviço para classificá-lo em serviço de proteção básica, especial de média complexidade e especial de alta complexidade.

A leitura da Resolução 109/2009 é recomendada e sua íntegra pode ser encon-trada em www.mds.gov.br/cnas.

Conselho Estadual de Assistência Social

O CNAS aprovou a Norma Operacional Básica (NOB-SUAS) através da Resolu-ção 33/2013. Através dela, os Estados receberam as seguintes atribuições:

I - Destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação no custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, da LOAS, mediante critérios estabelecidos pelo Conselho Estadual de Assistência Social – CEAS;II - Cofinanciar, por meio de transferência regular e automática, na modalidade fundo a fundo os serviços, programas, projetos e benefícios eventuais e o apri-moramento da gestão, em âmbito regional e local;III - Estimular e apoiar técnica e financeiramente as associações e consórcios municipais na prestação de serviços de assistência social;IV - Organizar, coordenar e prestar serviços regionalizados da proteção social especial de média e alta complexidade, de acordo com o diagnóstico socioterri-torial e os critérios pactuados na CIB e deliberados pelo CEAS;V - Realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em sua esfera de abrangência e assessorar os Municípios para seu desenvolvimento;VI - Garantir condições financeiras, materiais e estruturais para o funcionamen-to efetivo da CIB e do CEAS;VII - Apoiar técnica e financeiramente os Municípios na implantação e na organi-zação dos serviços, Cronogramas, projetos e benefícios socioassistenciais;VIII - Apoiar técnica e financeiramente os Municípios para a implantação e ges-tão do SUAS, Cadastro Único e Programa Bolsa Família;IX - Apoiar técnica e financeiramente os Municípios na implantação da vigilância socioassistencial;X - Municipalizar os serviços de proteção social básica executados diretamen-te pelos Estados, assegurando seu cofinanciamento, com exceção dos serviços

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 32-33 20/04/2017 07:00:26

Page 18: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

34 35SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

socioassistenciais prestados no distrito estadual de Pernambuco, Fernando de Noronha, até que este seja emancipado;XI - Coordenar o processo de definição dos fluxos de referência e contrarrefe-rência dos serviços regionalizados, acordado com os Municípios e pactuado na CIB;XII - Organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede socioassis-tencial nos âmbitos estadual e regional;XIII - Instituir ações preventivas e proativas de acompanhamento aos Municí-pios no cumprimento das normativas do SUAS, para o aprimoramento da gestão, dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais pactuados na-cionalmente;XIV - Participar dos mecanismos formais de cooperação intergovernamental que viabilizem técnica e financeiramente os serviços de referência regional, de-finindo as competências na gestão e no cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB;XV - Elaborar plano de apoio aos Municípios com pendências e irregularidades junto ao SUAS, para cumprimento do plano de providências acordado nas res-pectivas instâncias de pactuação e deliberação;XVI - Elaborar e cumprir o plano de providências, no caso de pendências e ir-regularidades do Estado junto ao SUAS, aprovado no CEAS e pactuado na CIT;XVII - Prestar as informações necessárias para a União no acompanhamento da gestão estadual;XVIII – Zelar pela boa e regular execução dos recursos da União transferidos aos Estados, executados direta ou indiretamente por este, inclusive no que tange à prestação de contas;XIX - Aprimorar os equipamentos e serviços socioassistenciais, observando os indicadores de monitoramento e avaliação pactuados;XX – Alimentar o Censo do Sistema Único de Assistência Social – Censo SUAS;XXI - Instituir plano estadual de capacitação e educação permanente;XXII - Acompanhar o sistema de cadastro de entidades e organizações de assis-tência social, de que trata o inciso XI, do art. 19, da LOAS, em articulação com os Municípios de sua área de abrangência;XXIII - Apoiar técnica e financeiramente entidade de representação estadual dos secretários municipais de assistência social.XXIV – Normatizar, em seu âmbito, o financiamento integral dos serviços, pro-gramas, projetos e benefícios de assistência social ofertados pelas entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do art. 6º- B da LOAS e sua regulamentação em âmbito federal.

Conselho de Assistência Social do Distrito Federal

A Norma Operacional Básica (NOB-SUAS) através da Resolução 33/2013 do CNAS atribuiu ao Conselho de Assistência Social do DF as seguintes competências:

I - Destinar recursos financeiros para custeio dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, da LOAS, mediante critérios e prazos estabelecidos pelo Conselho de Assistência Social do Distrito Federal - CASDF;

II - Efetuar o pagamento do auxílio-natalidade e o auxílio-funeral;III - Executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil;IV - Atender às ações socioassistenciais de caráter de emergência;V - Prestar os serviços socioassistenciais de que trata o art. 23, da LOAS;VI - Cofinanciar o aprimoramento da gestão, dos serviços, programas e pro-jetos de assistência social em âmbito local;VII - Realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito;VIII - Aprimorar os equipamentos e serviços socioassistenciais, observando os indicadores de monitoramento e avaliação pactuados;IX - Organizar a oferta de serviços de forma territorializada, em áreas de maior vulnerabilidade e risco, de acordo com o diagnóstico socioterritorial, construindo arranjo institucional que permita envolver os Municípios da Re-gião Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE;X - Organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede de servi-ços da proteção social básica e especial;XI - Participar dos mecanismos formais de cooperação intergovernamental que viabilizem técnica e financeiramente os serviços de referência regional, definindo as competências na gestão e no cofinanciamento, a serem pactua-das na CIT;XII - Realizar a gestão local do BPC, garantindo aos seus beneficiários e fa-mílias o acesso aos serviços, programas e projetos da rede socioassistencial;XIII – Alimentar o Censo SUAS;XIV - Gerir, no âmbito do Distrito Federal, o Cadastro Único e o Programa Bolsa Família, nos termos do §1º do art. 8° da Lei nº 10.836, de 2004; XV - elaborar e cumprir o plano de providências, no caso de pendências e irregu-laridades junto ao SUAS, aprovado pelo CASDF e pactuado na CIT;XVI - Prestar as informações necessárias para a União no acompanhamento da gestão do Distrito Federal;XVII - Instituir plano de capacitação e educação permanente do Distrito Fe-deral;XVIII – Zelar pela boa e regular execução, direta ou indireta, dos recursos da União transferidos ao Distrito Federal, inclusive no que tange à prestação de contas;XIX – Proceder ao preenchimento do sistema de cadastro de entidades e or-ganizações de assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 da LOAS;XX - Viabilizar estratégias e mecanismos de organização, reconhecendo o pertencimento das entidades de assistência social como integrantes da rede socioassistencial em âmbito local;XXI – Normatizar, em seu âmbito, o financiamento integral dos serviços, pro-gramas, projetos e benefícios de assistência social ofertados pelas entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do art. 6-B da LOAS e sua regulamentação em âmbito federal.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 34-35 20/04/2017 07:00:26

Page 19: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

36 37SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

Conselhos Municipais de Assistência Social

Finalmente, aos Conselhos Municipais a NOB-SUAS atribuiu as seguintes competências:

I - Destinar recursos financeiros para custeio dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, da LOAS, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Mu-nicipais de Assistência Social - CMAS;II - Efetuar o pagamento do auxílio-natalidade e o auxílio-funeral;III - Executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com organizações da sociedade civil;IV - Atender às ações socioassistenciais de caráter de emergência;V - Prestar os serviços socioassistenciais de que trata o art. 23, da LOAS;VI - Cofinanciar o aprimoramento da gestão e dos serviços, programas e proje-tos de assistência social, em âmbito local;VII - Realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito;VIII - Aprimorar os equipamentos e serviços socioassistenciais, observando os indicadores de monitoramento e avaliação pactuados;IX - Organizar a oferta de serviços de forma territorializada, em áreas de maior vulnerabilidade e risco, de acordo com o diagnóstico socioterritorial;X - Organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede de serviços da proteção social básica e especial;XI – Alimentar o Censo SUAS;XII - Assumir as atribuições, no que lhe couber, no processo de municipalização dos serviços de proteção social básica;XIII - Participar dos mecanismos formais de cooperação intergovernamental que viabilizem técnica e financeiramente os serviços de referência regional, de-finindo as competências na gestão e no cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB;XIV - Realizar a gestão local do BPC, garantindo aos seus beneficiários e famílias o acesso aos serviços, programas e projetos da rede socioassistencial;XV - Gerir, no âmbito municipal, o Cadastro Único e o Programa Bolsa Família, nos termos do §1º do art. 8° da Lei nº 10.836 de 2004;XVI - Elaborar e cumprir o plano de providências, no caso de pendências e irre-gularidades do Município junto ao SUAS, aprovado pelo CMAS e pactuado na CIB;XVII - Prestar informações que subsidiem o acompanhamento estadual e fede-ral da gestão municipal;XVIII – Zelar pela execução direta ou indireta dos recursos transferidos pela União e pelos Estados aos Municípios, inclusive no que tange a prestação de contas;XIX - Proceder o preenchimento do sistema de cadastro de entidades e organi-zações de assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 da LOAS;XX - Viabilizar estratégias e mecanismos de organização para aferir o pertenci-mento à rede socioassistencial, em âmbito local, de serviços, programas, proje-

tos e benefícios socioassistenciais ofertados pelas entidades e organizações de acordo com as normativas federais;XXI – Normatizar, em âmbito local, o financiamento integral dos serviços, pro-gramas, projetos e benefícios de assistência social ofertados pelas entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do art. 6º B da LOAS e sua regulamentação em âmbito federal.

Sugerimos a leitura das seguintes Resoluções do CNAS (disponíveis em www. mds.gov.br/cnas/):

Resolução 109 de 11.11.2009 > tipifica os serviços socioassistenciais;

Resolução 27 de 20.09.2011 > caracteriza as ações de assessoramento e de defesa de garantia de direitos no âmbito da Assistência Social;

Resolução 14 de 15.05.2014 > define os parâmetros nacionais para a inscrição das entidades ou organizações de Assistência Social, bem como dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais nos Conselhos de Assistência Social.

Resolução CNAS 14 de 15.05.2014

O estudo dessa resolução ganha importância na medida em que ela regula a ins-crição da entidade ou do programa da associação do CMAS que, por sua vez, é requisito para a obtenção do CEBAS.

Em vigor desde 16 de Maio de 2014, a nova Resolução do Conselho Nacional deAssistência Social – CNAS revogou a Resolução 16/2010 e vem estabelecer pa-râmetros que deverão ser adotados nacionalmente.

Além de estabelecer critérios para a inscrição da entidade ou do projeto nos Con-selhos Municipais, a nova Resolução coloca fim à dificuldade que muitas entida-des estavam enfrentando, ao serem compelidas a proceder à alteração de seus estatutos ou do próprio CNPJ para atender às determinações do Conselho.

A nova resolução proíbe os Conselhos Municipais de se imiscuírem na analise contábil da entidade, de solicitarem alterações estatutárias ou códigos de ativi-dade do CNPJ (CNES) como vinha ocorrendo em alguns casos. A fiscalização que pode ser feita pelos Conselhos é no tocante ao conjunto de ofertas e serviços pelas entidades ou organizações de assistência social.

A inscrição da entidade passa a ser a autorização de funcionamento no âmbito da Política Nacional da Assistência Social.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 36-37 20/04/2017 07:00:26

Page 20: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

38 39SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

A interrupção dos serviços do como já era prevista na Resolução 16 e agora sus-pensão, prevista na Resolução 14, devem ser informadas para o Conselho e não poderá ser superior a 06 (seis) meses, sob pena do cancelamento da inscrição.

Nos casos do indeferimento do pedido de inscrição pela entidade, a nova resolu-ção determina que o Conselho comunique oficialmente a entidade com todas as justificativas que levaram ao indeferimento.

Permanece a obrigatoriedade das entidades apresentarem até o dia 30 de abril de cada ano o plano de ação e o relatório de atividades do ano anterior que evi-dencie o cumprimento do Plano de Ação, destacando as informações sobre o pú-blico atendido e os recursos utilizados.

A inscrição das entidades ou organizações de Assistência Social, dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais é por prazo indeterminado, podendo ser cancelada a qualquer tempo, em caso de descumprimento dos re-quisitos, garantido o direito à ampla defesa e ao contraditório.

Em caso de cancelamento da inscrição, o Conselho de Assistência Social deve-rá encaminhar, no prazo de cinco dias úteis, cópia do ato cancelatório ao órgão gestor, para providências cabíveis junto ao Cadastro Nacional de Entidades de Assistência Social. Da decisão que indeferir ou cancelar a inscrição a entidade poderá recorrer no prazo que será definido pelo Conselho de Assistência Social.

Os Conselhos de Assistência Social deverão padronizar e utilizar, única e exclu-sivamente, o termo INSCRIÇÃO para os fins da resolução, fornecendo Compro-vante de Inscrição para a entidade.

Na inexistência de Conselho Municipal de Assistência Social, a inscrição deverá ser realizada, nos respectivos Conselhos Estaduais.

Resumindo, aprendemos até aqui:

• Entidades de assistência social – aquelas que de forma permanente, planejada e continuada prestam atendimento, assessoramento ou atu-am na defesa e garantia de direitos, nos termos da LOAS e resoluções do CNAS. (Gozam da imunidade de tributos);

• Entidades beneficentes de assistência social – são as entidades de as-sistência social certificadas com o CEBAS (Gozem da imunidade de tri-butos e das contribuições sociais).

CEBAS

Aspectos mais relevantes para certificação das entidades de assistência social

Com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal proferida nas ADIs 2.028 e 2.036, firmou-se entendimento que a Lei 12.101/09 não pode disciplinar re-quisitos para a fruição das imunidades das contribuições sociais devidas para a seguridade social porque se trata de lei ordinária e as imunidades só podem ser tratadas por lei complementar.

Contudo, o CEBAS pode ser exigido para alguma outra finalidade então é impor-tante que a Apae mantenha a sua certificação.

Vale lembrar que para fins de parceria com a Administração Pública nos termos da Lei 13.019/14 o CEBAS não pode ser exigido.

Requisitos para a obtenção da certificação

Para ser certificada a entidade deve estar constituída há mais de doze meses e apresentar os documentos abaixo referentes ao exercício fiscal anterior ao re-querimento, ou seja, de 1 de janeiro até 31 de dezembro do ano anterior ao re-querimento.

Documentos necessários:

• Comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;

• Cópia da ata de eleição dos dirigentes e do instrumento comprobatório de re-presentação legal, quando for o caso;

• Cópia do ato constitutivo registrado (estatuto social), que contemple obrigato-riamente que em caso de dissolução ou extinção, a destinação do eventual patri-mônio remanescente a entidade sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas;

• Relatório de atividades desempenhadas no exercício fiscal anterior ao reque-rimento, destacando informações sobre o público atendido e os recursos envol-vidos;

• Balanço patrimonial;

• Demonstração das mutações do patrimônio líquido;

• Demonstração dos fluxos de caixa;

• Demonstração do resultado do exercício e notas explicativas, com receitas e despesas segregadas por área de atuação da entidade, se a entidade atuar em mais de uma área.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 38-39 20/04/2017 07:00:26

Page 21: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

40 41SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

No tocante às demonstrações contábeis, a lei exige que sejam elaboradas por profissional legalmente habilitado, atendidas as normas do Conselho Federal de Contabilidade.

As entidades que possuam receita bruta superior a R$ 3.600.000,00 precisam, ainda, contratar uma auditoria independente.

Exceções:

O decreto trouxe importante exceção para as entidades de assistência social, dis-pensando-as de apresentar balanço patrimonial; demonstração das mutações do patrimônio líquido e demonstração dos fluxos de caixa, ou seja, precisam apre-sentar somente a demonstração do resultado do exercício, desde que prestem serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o objetivo de habilitação e reabilitação da pessoa com defici-ência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos limites existentes para as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não com ações educacionais ou de saúde.

Importante notar que a entidade de assistência pode até atuar na área da saúde e da educação, mas se exercer as atividades acima, a exceção lhe é aplicável.

Órgão competente para apreciar o pedido de certificação

Após 15.10.2013, com o advento da Lei 12.686/13, houve alteração da compe-tência para apreciar os pedidos de certificação para as entidades que atuam na área de assistência social. Para as demais, a certificação irá depender da ativida-de fim da entidade, ou da sua área de atuação preponderante, acaso atue em mais de uma área.

As entidades que atuem exclusivamente ou preponderante na área de saúde, serão certificadas pelo Ministério da Saúde e as entidades que atuem exclusi-vamente ou preponderantemente na área da educação, serão certificadas pelo Ministério da Educação.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) certificará as entidades de assistência social que prestem serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o objetivo de ha-bilitação e reabilitação da pessoa com deficiência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos limites existentes para as pessoas com deficiência, ainda que atue também na área de saúde ou da educação.

Cabe, também ao MDS, certificar entidades que tenham por objetivo a assistên-cia ao adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente desde que os programas de aprendiza-gem de adolescentes, de jovens ou de pessoas com deficiência sejam prestados com a finalidade de promover a integração ao mercado de trabalho.

Definição da atividade preponderante

As entidades que atuem concomitantemente nas áreas da assistência social, da saúde ou da educação devem definir qual é a área que prepondera, para assim, saber a qual órgão direcionará o seu pedido, se ao Ministério da Saúde, ao Minis-tério da Educação ou ao MDS.

A definição da área preponderante deve levar em consideração o objeto de atuação da entidade constante do seu CNPJ e a área que realiza a maior parte de suas despesas. Se a entidade se equivocar na análise e encaminhar ao Ministério que não corres-ponde à sua atividade preponderante, o próprio Ministério que recebeu o pedido remeterá ao Ministério competente, sem prejuízo para a entidade, porque a data do protocolo inicial servirá para fins de comprovação da tempestividade.

O Ministério correspondente à atividade preponderante da entidade consultará os demais Ministérios interessados.

É importante repetir que as entidades de assistência social que prestem serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de contraprestação dos usu-ários, com o objetivo de habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos limites exis-tentes para as pessoas com deficiência, ainda que atue também na área de saúde ou da educação estão dispensadas de verificar a área de atuação preponderante, dado que o órgão competente sempre será o MDS.

Protocolo

O decreto afirma que os requerimentos serão considerados como recebidos a partir da data do seu protocolo no sistema informatizado próprio com acesso pela internet, dando aos Ministérios o prazo de 180 dias para implementar este sistema. Enquanto este sistema não é criado, permanece a validade do protoco-lo presencial ou via postal valendo, neste último caso, a data da postagem como data de protocolo.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 40-41 20/04/2017 07:00:27

Page 22: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

42 43SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

Validade dos certificados

O Decreto atribuiu dois prazos distintos para a validade do certificado.

05 anos: Certificações concedidas ou que vierem a ser concedidas com base na Lei nº 12.101, de 2009, para requerimentos de renovação protocolados entre 30 de novembro de 2009 e 31 de dezembro de 2011.

03 anos: Certificações concedidas ou que vierem a ser concedidas para requeri-mentos de renovação protocolados entre 10 de novembro de 2008 e 31 de de-zembro de 2011 terão prazo de validade de cinco anos, no caso de entidades que atuam exclusivamente na área de assistência social ou que se enquadrem nos incisos I ou II do § 2º do art. 18 da Lei nº 12.101, de 2009, e que, a partir da pu-blicação da referida Lei, sejam certificadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Recurso

A entidade que tiver o seu pedido indeferido poderá, no prazo de 30 dias, inter-por recurso para a autoridade certificadora que disporá de 10 dias para julgá-lo, podendo reconsiderar a sua decisão. Não havendo reconsideração, a autorida-de certificadora encaminhará o processo ao Ministro de Estado competente (da pasta respectiva) que deverá julgá-lo em 60 dias.

O recurso não tem efeito suspensivo e não impede a administração fazendária de efetuar o lançamento do tributo devido.

A sociedade civil poderá se manifestar no prazo de 15 dias contados do recebi-mento do recurso pelo Ministro de Estado.

Imunidade (indevidamente chamada de isenção)

A fruição da imunidade (indevidamente chamada de isenção) requer o atendi-mento de todos os requisitos inseridos no artigo 46 do Decreto, cumulativamen-te. Vejamos:

• Não percebam seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;

• Aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no ter-ritório nacional, na manutenção e no desenvolvimento de seus objetivos insti-tucionais;

• Apresente certidão negativa ou positiva com efeitos de negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do FGTS;

• Mantenha escrituração contábil regular, que registre receitas, despesas e apli-cação de recursos em gratuidade de forma segregada por área de atuação, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade;

• Não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;

• Mantenha em boa ordem e à disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil, pelo prazo de dez anos, contado da data de emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou ope-rações que impliquem modificação da situação patrimonial;

• Cumpra as obrigações acessórias estabelecidas pela legislação tributária;

• Mantenha em boa ordem e à disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por au-ditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabi-lidade, quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite máximo esta-belecido pelo inciso II do caput do art. 3o da Lei Complementar no 123, de 2006.

Remuneração dos diretores

A remuneração dos dirigentes ainda não foi incorporada pelos estatutos padrão das Apaes, por isso não se aplica aos dirigentes das Apaes.

Mas a Lei 13.151/15 permite a remuneração desde que atuem efetivamente na gestão executiva, respeitados como limites máximos os valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua área de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações.”

Disposições transitórias

Não é desconhecido das entidades o fato dos Ministérios estarem atrasados na análise dos documentos. Embora a lei lhes atribua o prazo de seis meses, o fato é que o montante dos pedidos, o elevado número de documentos e a falta de es-trutura física para a análise têm imposto às entidades período de esperar anos.

Prevendo essas situações, o decreto estabeleceu prazos especiais a depender da data do requerimento de renovação apresentado. Vejamos:

• Certificações concedidas ou que vierem a ser concedidas para requerimentos de renovação protocolados entre 30 de novembro de 2009 e 31 de dezembro de 2011, terão prazo de validade de cinco anos.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 42-43 20/04/2017 07:00:27

Page 23: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

44 45SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

• Certificações concedidas ou que vierem a ser concedidas para requerimentos de renovação protocolados entre 10 de novembro de 2008 e 31 de dezembro de 2011 terão prazo de validade de cinco anos, no caso de entidades que atuam exclusivamente na área de assistência social ou que se enquadrem nos incisos I ou II do § 2º do art. 18 da Lei nº 12.101, de 20095, e que, a partir da publicação da referida Lei, sejam certificadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Os casos acima foram chamados pelo legislador de “validade estendida”. Nesses casos, a entidade deve ficar atenta para projetar o período de 05 anos e requerer nova renovação no decorrer dos trezentos e sessenta dias que antecedem o ter-mo final de validade do certificado.

Tempestividade atribuída

A Lei 12.868/13 e o decreto inovaram com uma espécie de “perdão” para as en-tidades que “perderam o prazo” para a renovação tempestiva. Antes, a entidade dispunha de até seis meses antes da data de validade para apresentar o pedido de renovação.

A renovação intempestiva passou a ser tempestiva em duas situações:

• Os requerimentos de renovação da certificação de que trata a Lei nº 12.101, de 2009, protocolados entre 30 de novembro de 2009 e a publicação da Lei nº 12.868, de 2013, serão considerados tempestivos caso tenham sido apresenta-dos antes do termo final de validade da certificação;

• Os requerimentos de renovação da certificação protocolados entre 30 de novembro de 2009 e 31 de dezembro de 2010, no período de até trezentos e sessenta dias após o termo final de validade da certificação, serão, excepcional-mente, considerados tempestivos.

Hoje, as entidades dispõem do prazo de 360 dias que antecedem a validade para providenciar a renovação.

Acompanhamento dos processos

Os Ministérios certificadores deverão implementar sistema informatizado pró-prio para protocolo de requerimentos de concessão e renovação da certificação.

5 que prestam serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o objetivo de habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos limites existentes para as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não com ações educacionais ou de saúde; as que trata o inciso II do art. 430 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, desde que os programas de aprendizagem de adolescentes, de jovens ou de pessoas com deficiência sejam prestados com a finalidade de promover a integração ao mercado de trabalho, nos termos da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, observadas as ações protetivas previstas na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990; e (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013) , e que, a partir da publicação da referida Lei, sejam certificadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

Até que seja implantado o sistema, as entidades podem encaminhar seus pedidos de renovação e concessão via postal, com uso de A.R. (Aviso de Recebimento) considerando-se a data da postagem como a de seu protocolo.

Legislação correlata:

• Constituição Federal;

• Lei 12.1010/09 com alterações da Lei 12.868/13

• Decreto Federal 8.242 de 24.05.2014

CEBAS: ASSISTÊNCIA SOCIAL

O processo de certificação de entidades beneficentes, instituído pela Lei nº 12.101/09, sofreu alterações pela Lei 12.868 em 15 de outubro de 2013 e está regulamentado pelo Decreto 8.242 de 24 de maio de 2014.

Ainda permanece a determinação legal de que os certificados serão concedi-dos às entidades, a depender da sua área de atuação preponderante, qual seja, assistência social, saúde ou educação. Contudo, em alguns casos, as entidades de assistência social, ainda que atuem na área da saúde ou da educação, serão exclusivamente certificadas pelo MDS.

• Regra geral: Entidades com atuação em mais de uma área deverão apresentar seus requerimentos de concessão ou renovação, a depender da área de atuação preponderante, ao Ministério da Saúde, da Educação ou do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;

• Exceção: Entidades de que trata o inciso I, do §2º do art. 18 da Lei 12.101/09 salvo quando atuarem exclusivamente na área da saúde ou da educação serão sempre certificadas pelo MDS. São elas:

I - as que prestam serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o objetivo de habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos limites existentes para as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não com ações educacionais ou de saúde;

As entidades compreendidas na exceção não são as únicas entidades de assistên-cia social. Além delas, outras entidades também são de assistência social e serão certificadas pelo MDS quando atuarem preponderantemente na área da assis-tência social.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 44-45 20/04/2017 07:00:27

Page 24: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

46 47SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

As entidades de assistência social são aquelas que, de acordo com o Decreto nº 6.308/2007 e Resolução CNAS n° 109/2009, isolada ou cumulativamente se prestam a:

1. Atendimento: Aquelas que, de forma continuada, permanen-te e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de proteção social básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal;2. Assessoramento: Aquelas que, de forma continuada, perma-nente e planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos so-ciais e das organizações de usuários, formação e capacitação de lideran-ças, dirigidos ao público da política de assistência social; 3. Defesa e Garantia de Direitos: Aquelas que, de forma con-tinuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam progra-mas ou projetos voltados prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência social.

Além das entidades acima, o Decreto 8.242/14 ainda considera outras entidades como entidades de assistência social para fins de certificação pelo MDS. São elas:

• As que prestam serviços ou executam programas ou projetos socioassisten-ciais, de forma gratuita, continuada e planejada, e sem discriminação de seus usuários;

• Aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam aten-dimento ou assessoramento aos beneficiários abrangidos pela Lei no 8.742, de 1993, ou atuam na defesa e garantia de seus direitos, nos termos do art. 3º da referida lei;

• As que prestam serviços ou ações socioassistenciais, sem qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o objetivo de habilitação e reabilitação da pessoa com deficiência e de promoção da sua inclusão à vida comunitária, no enfrentamento dos limites existentes para as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não com ações educacionais ou de saúde, observada o disposto no § 4° do art. 10;

• As de que trata o inciso II do caput do art. 430 do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, Consolidação das Leis do Trabalho, desde que os programas de aprendizagem de adolescentes, jovens ou pessoas com deficiência sejam pres-tados com a finalidade de promover a integração ao mercado de trabalho, nos termos da Lei no 8.742, de 1993, observadas as ações protetivas previstas na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990;

• As que realizam serviço de acolhimento institucional provisório de pessoas e de seus acompanhantes, que estejam em trânsito e sem condições de autossus-tento, durante o tratamento de doenças graves fora da localidade de residência.

Como obter a certificação perante o MDS

Para obter a concessão da certificação ou sua renovação, a entidade de assistên-cia social deverá demonstrar o atendimento ao artigo 3º do Decreto 8.242/14 (que são requisitos comuns a todas as áreas de atuação) e ainda:

• Natureza, objetivos e público-alvo compatíveis com a Lei n° 8.742, de 1993, e o Decreto no 6.308, de 14 de dezembro de 2007;

• Inscrição no Conselho de Assistência Social Municipal ou do Distrito Federal, de acordo com a localização de sua sede ou do Município em que concentre suas atividades, nos termos do art. 9° da Lei no 8.742, de 1993;

• Inclusão no cadastro nacional de entidades e organizações de assistência so-cial de que trata o inciso XI do caput do art. 19 da Lei n° 8.742, de 1993, na forma definida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Acaso a entidade comprove vínculo com o SUAS, a condição para a certificação é atendida, mas a certificação não ocorre de forma automática, depende de reque-rimento da entidade, seja para a concessão, seja para a renovação.

Observações finais

Antes da reforma (a Lei 12.868/13 e Decreto 8.242/2014), o MDS havia expedi-do a Instrução Normativa 01 de 30 de dezembro de 2010 que exigia outros do-cumentos das entidades, para além dos que eram exigidos pela lei e pelo decreto.

A instrução provavelmente deverá sofrer alterações, mas até o presente momen-to ainda não houve publicação nesse sentido. Deste modo, entendemos razoável apresentar as exigências da referida Instrução.

Nos termos do art. 4º da supra IN MDS n° 01/2010, a entidade deve apresentar requerimento de certificação/renovação datado, assinado pelo representante legal da entidade ou procurador, com poderes específicos, acompanhado dos se-guintes documentos, de modo a comprovar a prestação de serviços ou a realiza-ção de ações socioassistenciais gratuitas, continuadas e planejadas.

I - Comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ;II - Cópia dos atos constitutivos registrados em cartório, que abranjam todo o exercício fiscal anterior ao requerimento, que comprovem;

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 46-47 20/04/2017 07:00:27

Page 25: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

48 49SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

a) Estar legalmente constituída no país e em efetivo funcionamento há pelo menos doze meses antes do protocolo do requerimento de certifi-cação;b) Compatibilidade da natureza, objetivos e público alvo com a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, com o Decreto nº 6.308/2007, com a Política Nacional de Assistência Social – PNAS, aprovada pela Reso-lução nº 145, de 15 de outubro de 2004, do CNAS e, em se tratando de entidade de atendimento, com a Resolução CNAS nº 109, de 2009, do CNAS;c) Destinar, em caso de dissolução ou extinção, o eventual patrimônio remanescente a entidade sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas.

III - Cópia da ata de eleição dos atuais dirigentes, devidamente registradas em cartório;

IV – Cópia da identidade do representante legal da entidade, da procuração e da identidade do outorgado, quando for o caso;

V - Comprovante de inscrição da entidade no Conselho Municipal de Assistência Social ou do Distrito Federal, para todo exercício fiscal anterior ao requerimento;

VI – Plano de Ação do exercício fiscal anterior ao do requerimento, assinado pelo representante legal da entidade, que demonstrações na área de assistência so-cial a serem executadas, de forma continuada, permanente e planejada, eviden-ciando:

a) As finalidades estatutárias;b) Os objetivos;c) A origem dos recursos;d) A infraestrutura;e) A identificação de cada serviço, projeto, programa e benefício socio-assistencial a ser executado, informando, respectivamente, o público alvo, a capacidade de atendimento, o recurso financeiro a ser utilizado, os recursos humanos envolvidos, a abrangência territorial, a forma de participação dos usuários e/ou estratégias que serão utilizadas para essa participação nas etapas de elaboração, execução, avaliação e monitora-mento do Plano.

VII – Relatório de atividades do exercício fiscal anterior ao do requerimento, que expresse:

a) As finalidades estatutárias;b) Os objetivos;c) A origem dos recursos;d) A infraestrutura;e) A identificação de cada serviço, projeto, programa e benefício socio-assistencial executado, o público alvo, a capacidade de atendimento, o recurso utilizado, os recursos humanos envolvidos, a abrangência ter-ritorial, a forma de participação dos usuários e/ou estratégias utilizadas para essa participação nas etapas de elaboração, execução, avaliação e monitoramento do Plano.

VIII – Demonstrações contábeis do exercício fiscal anterior ao do requerimento.

UTILIDADE PÚBLICA

A Utilidade Pública é o reconhecimento dos Estados e dos Municípios de que a entidade presta relevantes serviços à sociedade.

O título de Utilidade Pública Federal deixou de existir com o advento da Lei 13.204/15.

A obtenção da titulação das entidades de assistência social como de utilidade pú-blica estadual e municipal variará a luz da legislação do município ou estado onde a entidade exerça suas atividades.

Não precisa definitivamente quais os requisitos necessários para a concessão ou manutenção da utilidade pública municipal e estadual sem observar as peculia-ridades discricionárias da jurisdição em que a entidade de assistência social de-senvolva suas atividades.

Cabe ressaltar que a titulação da associação como de utilidade pública não ga-rante por si só a concessão de recursos públicos ou isenções tributárias, sendo sua principal finalidade o reconhecimento do caráter de entidade de Utilidade Pública, ou seja, contribui para o bem estar da sociedade de forma difusa.

Entretanto, como o Município ou Estado definirá os requisitos para a titulação das associações, poderá determinar também a declaração de utilidade pública como pré-requisito a obtenção de benefícios ou vantagens, como por exemplo, isenções fiscais e obtenção de subvenções sociais.

Com isso, resta demonstrada a importância das entidades de assistência social ser em reconhecidas como de utilidade pública, para que se possibilite a obten-ção de recursos aos cofres das entidades.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 48-49 20/04/2017 07:00:27

Page 26: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

50 51SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

OBTENDO RECEITA /CAPTANDO RECURSOS

As Apaes podem receber recursos tanto da iniciativa privada, como do Poder Pú-blico, através de um convênio ou instrumento congêneres.

Recursos da Iniciativa Privada:

1 - Doação simples: alguém por mera liberalidade transfere do seu patri-mônio qualquer espécie de bens ou vantagens para a Apae que a aceita;

2 - Doação com encargo: quando o doador atribui uma contrapartida. Exemplo: Alguém doa um imóvel para a Apae para que ela preste atendi-mento de equoterapia exclusivamente;

As contribuições são doações, mas estas se perfazem na medida em que o associado contribuinte entrega a soma em dinheiro para a Apae. Nos casos de doações de bens como automóveis, outros móveis e imóveis re-comendam-se a elaboração de um contrato. Solicite ao seu procurador.As doações podem ser revogadas? Sim, no caso do descumprimento dos encargos atribuídos ao donatário (Apae);

A doação sofre a incidência de imposto, certifique-se com a legislação de seu Estado. Como já vimos anteriormente, a Apae tem imunidade sobre impostos que incidam sobre a propriedade, mas há procedimentos dita-dos em regulamentos que precisam ser cumpridos. Confira!

3 - Incentivos Fiscais na esfera Federal: Neste tópico falaremos das do-ações que podem ser realizadas com a dedução no imposto de renda do doador, seja pessoa física, seja pessoa jurídica.

Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

Essa doação beneficia as pessoas físicas e jurídicas. A sua previsão está no Esta-tuto da Criança e do Adolescente:

Art. 260 – Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais, devida-mente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecendo aos seguintes limites;

1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pesso-as jurídicas tributadas pelo lucro real;

6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físi-cas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei 9532/97.

O artigo 260 permite que contribuintes pessoas físicas e jurídicas deduzam do valor do imposto de renda devido doações feitas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente. Atenção que a doação, neste caso, não é diretamente para a Apae, mas para o Fundo (nacional, distrital, estadual ou municipal). Os fun-dos, por sua vez, são geridos pelos respectivos Conselhos que têm a prerrogativa de direcionar o recurso para as entidades nele registradas, mediante cumprimen-to de requisitos e apresentação de projetos.

Deste modo, é importante que a Apae obtenha e mantenha-se registrada nos Conselhos da Criança e do Adolescente e, também, conte com algum colabora-dor para confeccionar projetos. As doações para o Fundo devem ser realizadas, por intermédio do Conselho, até 31 de dezembro do ano anterior à declaração de ajuste, com identificação completa do doador, mediante recibo que precisa ser guardado para eventual indagação da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Doações para projetos culturais ou artísticos

Este benefício corresponde a um incentivo à cultura e está previsto na Lei 8.313/91, conhecida como Lei Rouanet, que também pode beneficiar as Apaes.

A Lei institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), implementado pelo Fundo Nacional da Cultura, Fundos de Investimento Cultural e Artístico e incentivo a projetos culturais.

Os incentivos previstos na Lei somente serão concedidos a projetos culturais cuja exibição, utilização e circulação dos bens culturais deles resultantes sejam abertas, sem distinção, a qualquer pessoa, se gratuitas, e á público pagante, se cobrado ingresso.

A lei confere dois benefícios. No primeiro deles, a Apae, ou qualquer outra pessoa física ou jurídica que tenha atuação na área cultural pode apresentar um proje-to. No segundo deles, a Apae ou qualquer outra pessoa física ou jurídica pode se beneficiar de doações e patrocínios de outras pessoas físicas ou jurídicas que se beneficiarão de deduções do Imposto de Renda.

Portanto, as pessoas físicas ou jurídicas poderão aplicar parcelas do seu Imposto de Renda, a título de doação ou patrocínio, para projetos culturais de pessoas físicas ou jurídicas aprovados pelo Ministério da Cultura.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 50-51 20/04/2017 07:00:27

Page 27: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

52 53SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

Os contribuintes poderão deduzir do imposto de renda devido às quantias efeti-vamente despendidas nos projetos, desde que previamente aprovados pelo Mi-nistério da Cultura, nos limites e nas condições estabelecidos na legislação do imposto de renda vigente, na forma de doação ou patrocínio.

Recomendamos a leitura da Lei 8.813/91 e Decretro Regulamentador 8.761/2006.

A venda de produtos e serviços

A venda de produtos e serviços vem ganhando espaço dentro das instituições. Já esclarecemos acima que a Apae não está proibida de vender produtos que pro-duza ou serviços, desde que esses produtos e serviços não se configurem como atividade fim, somente como atividade meio.

Recomenda-se a previsão dessa atuação no Estatuto Social e a inscrição na fa-zenda estadual (venda) e municipal (serviços) para o cumprimento de obrigações acessórias (emissão de nota fiscal) e pagamento dos tributos, verificando, caso a caso, o caso de imunidade ou isenção.

PARCERIAS

Os convênios foram substituídos pelas parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil. Tratam-se de ajustes em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação, tratados na Lei 13.019/14.

A Fenapaes disponibiliza material comentado sobre a referida Lei. Solicite o seu.

Prestação de Contas

A prestação de contas será exigida, nos convênios federais, no final da vigência do convênio. No geral são exigidos os seguintes documentos:

Relatório de cumprimento do objeto e demonstração de realização dos objetivos a se que se propunha;

1. Relação de todos os bens adquiridos (ou construídos se for o caso);2. Relação dos serviços prestados;

3. Relação das pessoas capacitadas (quando for o caso);4. Comprovantes de pagamentos;5. Havendo saldo remanescente o comprovante da devolução;6. Termo de compromisso de manutenção de todos os documentos pelo prazo de 5 anos.

Como devo fazer a devolução de recursos?

Havendo sobra e, em se tratando de recursos federais, a devolução se opera atra-vés da GRU (Guia de Recolhimento da União), não utilizar DARF! Em se tratando de outros entes da federação, a devolução se opera com as Guias destes entes. Para cada situação (devolução – estorno), há um Código próprio.

Prestando contas

Aos Tribunais de Contas

As Apaes fazem uso de recursos públicos e sujeitam-se ao controle do Tribunal de Contas do respectivo Estado, no caso de recurso advindo do Estado e do Tri-bunal de Contas da União, no caso de recurso advindo da União Federal.É importante que se diga que o Tribunal de Contas, seja do Estado, seja da União Federal, é um órgão de natureza administrativa; portanto, suas decisões ainda podem ser revistas pelo Poder Judiciário, através de um advogado(a).

Recomendamos que as Apaes se certifiquem junto aos concedentes em seus res-pectivos estados a forma correta de prestar as contas.

Ao Conselho Municipal de Assistência Social

Não se trata de uma prestação de contas, mas importa dizer que se trata de obri-gação legal de suma importância, uma vez que a inscrição no CMAS é requisito para obtenção e manutenção do CEBAS e, ambos, para a fruição de imunidade (indevidamente chamada de isenção) das contribuições para a seguridade social (cota patronal). As Apaes dispõem do prazo até o dia 30 de abril de cada ano, para apresentarem o relatório de atividades do ano anterior que demonstre o cumpri-mento do plano de ação.

Às concedentes de convênios ou termos de parceria (controle interno)

Cada entidade deve ficar atenta aos convênios que possua para prestar as devi-das contas a quem ele estabelecer.

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 52-53 20/04/2017 07:00:27

Page 28: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

54 55SOU PRESIDENTEE AGORA?

SOU PRESIDENTEE AGORA?

AGENDA ESTATUTÁRIA

Conforme já dissemos anteriormente, o estatuto padrão das Apaes é lei, no senti-do de ser obrigatória a sua observância. Por isso, conhecer seu conteúdo integral é de suma importância. A agenda estatutária não exclui as outras obrigações ex-plicitadas neste material.

Apresentaremos a seguir as principais obrigações das Apaes em ordem cronoló-gica para atendimento do estatuto:

- 1º de janeiro a cada três anos: posse dos membros elei-tos no ano anterior.- 30 de abril de cada ano: data limite para publicar em jor-nal o edital de convocação para a assembleia que deverá ser realizada ate 31 de maio, exceto no ano em que forem ocorrer as eleições.- 30 de abril de cada ano: encaminhar para a Federação do seu respectivo Estado relatório sucinto de suas atividades, incluindo balanço financeiro, acompanhado de parecer do Conselho Fiscal e plano de ações para o ano seguinte, indi-cando os pontos positivos e negativos encontrados em sua administração, no exercício.- 31 de maio de cada ano: data limite para submeter à aprovação da Assembleia Geral Ordinária, especialmente convocada para este fim, o relatório de atividades e as con-tas da Diretoria Executiva.- 21 a 28 de agosto de cada ano: divulgar a semana nacio-nal da pessoa com deficiência intelectual e múltipla.- 01 a 31 de novembro a cada ano: realizar a Assembleia Geral Ordinária para eleger os membros da Diretoria Exe-cutiva, Conselho de Administração e Conselho Fiscal para o próximo triênio e para aprovar o relatório de atividades e as contas da diretoria executiva.- 11 de dezembro de cada ano: Dia Nacional das Apaes

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 54-55 20/04/2017 07:00:27

Page 29: SOU PRESIDENTE - boletim.apae.com.brboletim.apae.com.br/fl/normal/...soupresidente_impressaAo_final.pdfPalavra da Presidente Senhor(a) Presidente, Encaminhando nesta oportunidade a

56 SOU PRESIDENTEE AGORA?

www.apaebrasil.org.br

SIGA-NOS:

APAE BRASIL

APAEBRASIL

@BRASILFENAPAES

CANAL: APAE BRASIL

CARTILHA_SOUPRESIDENTE.indd 56 20/04/2017 07:00:27